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Psicologia ·

Psicologia Social

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Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 2 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO TRATAMENTO DE PACIENTES TERMINAIS E SEUS FAMILIARES Glaucia Regina Domingues Karina de Oliveira Alves Paulo Henrique Silva do Carmo Simone da Silva Galvão Solmar dos Santos Teixeira1 Eduardo Ferreira Baldoino2 RESUMO A proximidade com a morte pode trazer angústias e minar a capacidade de uma pessoa suportar um diagnóstico irreversível Este artigo bibliográfico tem como objetivo compreender como o psicólogo pode ajudar o paciente terminal e seus familiares a elaborar os sentimentos decorrentes dessa situação limite Este estudo resultado de leituras e reflexões acerca da atuação do psicólogo no tratamento de pacientes terminais pautouse pela seguinte problemática Qual a importância de um profissional de psicologia em situações de luto iminente Ao término desta investigação percebeuse que ele é importante pois atua 1 Na escuta profissional da família e do paciente terminal 2 Na decifração de respostas do paciente aos familiares 3 Na educação de expectativas etc Constatase que a tarefa do psicólogo é a de acolhimento e humanização e que o método utilizado é a escuta e a fala que conduz o paciente e a família a novas percepções e sensações Palavraschave Cuidados paliativos Pacientes terminais Psicólogo hospitalar Tanatologia THE ROLE OF THE PSYCHOLOGIST IN THE TREATMENT OF TERMINAL PATIENTS AND THEIR FAMILIES ABSTRACT Proximity to death can cause distress and undermine ones ability to bear the pressure of tolerating an irreversible diagnosis The present work aims to shine light upon the way in which psychologists can help terminal patients and their families to cope with the feelings generated by such a delicate situation This study the mature fruit of readings and reflections on the role of the psychologist in the treatment of terminal patients was oriented by the following question What is the relevance of a psychology professional in situations of imminent grief By the end of the research the conclusion is arrived at that the psychologist is important because he or she 1 engages in professional analysis of the terminal patient and the patients family 2 interprets the patients communication to the family 3 Communicates parameters for expectations etc It is understood that the chief task of the psychologist is to comfort the patients and their families and provide a humanizing element by listening and speaking in order to provide new insights and guide sentiments Keywords Palliative care Terminal patients Hospital psychologist Thanatology 1 Acadêmicos do 6 semestre de Psicologia do período noturno da Universidade de Cuiabá campus RondonópolisArnaldo Estevão 2 Docente da UNICRONDONÓPOLISMT Grupo Kroton Educacional Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 3 INTRODUÇÃO Este artigo de revisão bibliográfica é resultado de leitura e reflexões sobre a atuação do psicólogo no tratamento de pacientes terminais e seus familiares Para uma melhor compreensão a respeito do tema mostrouse necessária a retomada de alguns conceitos básicos bem como a possibilidade de levantamento de algumas questões consideradas relevantes como que procedimentos realizar quando já não há mais o que fazer Como garantir dignidade humana ao paciente terminal numa sociedade onde há grande valorização da vida e da cura em detrimento da morte Sociedade onde o profissional de saúde na maioria das vezes é formado para curar doenças e salvar vidas Se não há lugar para a morte que lugar então ocupa aquele cuja expectativa de vida já não é tão longa Em face da problemática evidenciada acima ressaltase que a diretriz que norteou a presente investigação consistiu nas seguintes questões de pesquisa Qual a importância de um profissional de psicologia em situações de luto iminente Como ajudar o paciente e seus familiares após o diagnóstico de doença terminal Nessa perspectiva o interesse pelo tema surgiu da necessidade de compreender de que maneira o psicólogo pode atuar em situações de doenças terminais aliviando o sofrimento tanto do paciente quanto dos seus familiares principalmente porque a morte sempre foi vista como algo abominável assustador e inaceitável É natural que surjam conflitos tanto na dificuldade de aceitação daquele estado terminal bem como no tratamento de feridas emocionais não curadas frustrações arrependimentos preocupações com projetos em andamento dentre muitas outras razões que envolvam a vida a doença e a morte mesmo que o paciente seja uma pessoa emocionalmente forte Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 4 Diante do supracitado a presente pesquisa se justifica pois aliviar o sofrimento humano é a preocupação primeira dos profissionais da psicologia portanto a busca por informações a respeito deste tema tornase cada vez mais necessária já que infelizmente muitos pacientes e seus familiares ainda perecem sem a ajuda de um profissional que possa auxiliálos neste momento crucial de suas vidas Provavelmente porque pouco ainda se sabe sobre o papel do psicólogo em situações de enfermidades terminais embora vários pesquisadores tenham se debruçado sobre o tema trazendo contribuições valiosas muitas das quais serviram de subsídio para a elaboração do presente artigo dentre eles citase Bifulco 2006 Figueiredo 2006 Hennezel 2004 KüblerRoss 1985 Melo Filho 2010 dentre outros que contribuíram significativamente para a elaboração deste estudo Conceito de paciente terminal Pode ser considerado como paciente terminal aquela pessoa cujo estado de saúde está tão prejudicado que não há mais nenhum tratamento para a recuperação de seu bemestar A doença não respondeu a nenhum tratamento convencional A morte torna se então inevitável pois o quadro de saúde é irreversível Gutierrez 2001 O que resta a este paciente são cuidados que melhoram sua qualidade de vida enquanto se aproxima da morte isto é restamlhe apenas os cuidados paliativos que poderão ser oferecidos pela equipe multidisciplinar e não mais os cuidados curativos O sofrimento do paciente terminal bem como o das pessoas que o cercam abrange os aspectos biopsicossociais Este paciente necessita e é capaz de compreender que sua vida ainda não acabou na ocasião da notícia ele ainda terá planos a realizar Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 5 Tanatologia e cuidados paliativos Ao tratarse de pacientes terminais fazse necessário destacar a relevância da Tanatologia e dos Cuidados Paliativos Tanatologia é uma palavra de origem grega onde Thánatos é o deus da morte e logia o logos ou seja estudo ciência deste modo é conceituada como o estudo da morte Portanto Tanatologia é uma área de conhecimento que envolve cuidados a pessoas que vivem processos de morte pela perda de pessoas significativas processos de adoecimentos em decorrência de comportamentos autodestrutivos suicídios ou por causas externas pela violência presente principalmente nos grandes centros urbanos Kovács 2008 O estudo da morte como parte do processo de existir conduz ao fato de que nesta existência o indivíduo pode ser acometido por uma doença grave crônica e fatal O que fazer quando os recursos terapêuticos de cura se esgotam Que rumos tomar quando não há mais o que fazer Com o agravamento da doença e a instalação de um quadro de irreversibilidade um tratamento doloroso e invasivo pode tornarse muitas vezes degradante e por conseguinte desnecessário Diante de tal situação surgem os Cuidados Paliativos O termo paliativo deriva do latim pallium que significa manto capote Dando a ideia de prover um manto para aquecer aquele que passa frio PessiniBertachini 2005 Essa é a essência de cuidados paliativos aliviar dores e sintomas ecobrir de cuidados aqueles pacientes para quem a medicina já não oferece recursos curativos Conforme asseveramBifulco e Iochida 2009 os Cuidados Paliativos são procedimentos feitos por todos os integrantes de uma equipe multiprofissional que Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 6 oferecem uma opção de tratamento adequado a pacientes fora dos recursos terapêuticos de cura Nessa perspectiva a Organização Mundial da Saúde OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002 afirma que Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameace a vida por meio da prevenção e alívio do sofrimento da identificação precoce avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos sociais psicológicos e espirituais Inca 2013 Portanto em Cuidados Paliativos não há uma busca pela cura mas sim um acolhimento daquele que diante da irreversibilidade de sua patologia receberá um tratamento que preserve sua dignidade mesmo diante da morte Para os doentes fora dos recursos terapêuticos de cura a evolução natural é a morte No entanto nossa cultura ocidental materialista nega a existência da morte ela é temida e lamentada e frequentemente adiada valendose de métodos artificiais para a manutenção das chamadas funções vitais quando na realidade o indivíduo já deixou de viver A vida ao contrário é celebrada Figueiredo 2006 Somos a civilização cuja vaidade afastou a morte afirma Karnal 2013 numa bela reflexão sobre a vaidade humana Numa sociedade onde a vida é tão exaltada não há espaço para temas relacionados à morte e o morrer embora issoseja parte doprocesso de existir Profissionais da saúde são formados para salvar vidas e nas escolas de medicina e enfermagem nada se ensina sobre a morte observa Figueiredo 2006 Para um profissional da saúde formado para curar doenças e salvar vidas a morte de um paciente pode ser interpretada como uma derrota profissional Ao Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 7 perder um paciente inconscientemente o profissional da saúde se depara com a própria finitude BifulcoIochida 2009 No entanto a morte existe eapesar de todo avanço tecnológico o homem não se tornou imortal Todos são pacientes terminais posto que a morte fará parte do cotidiano de cada um em algum momento Entender a morte e os sentimentos que a norteiam é fundamental para compreender as angústias daqueles que vivem seus momentos finais Como auxiliálos sem que se compreenda isso Quando a cura se torna impossível todavia há de existir recursos disponíveis nos seres humanos para realizar um trabalho não de cura porém de cuidado como observou Bifulco2006 Dizer que não há mais nada o que fazer é no mínimo uma frase infeliz proferida por alguém que certamente desconhece a dimensão humana e sua subjetividade Tratar o ser humano como algo que por não ter mais conserto deva ser descartado desconsiderando as implicações que tal condição impõe sobre a sua vida e a dos seus familiares é desumano Aquele que não viverá por muito mais tempo merece ser cuidado e ter uma boa morte entendida aqui como uma morte digna assistida ondeseus sintomas físicos sejam tratados e esse ser humano seja considerado em seus aspectos sociais psicológicos e espirituais A equipe multidisciplinar Cuidados Paliativos compreendem alívio da dor e controle dos sintomas que devem começar desde o diagnóstico até a fase avançada da doença BifulcoIochida 2009 Para essas mesmas autoras atender às necessidades desses pacientes é humanizar o tratamento Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 8 Mas como garantir humanização àquele ser fragilizado que se encontra ali numa situação limite diante do inexorável da vida a morte Um ser que além das dores físicas e das fragilidades orgânicas traz dores na alma resultante das diversas experiências vividas e até mesmo daquelas que deixou de viver e para as quais já não há mais tempo Muitos são os profissionais necessários aos cuidados com pacientes terminais por esta razão há que se pensar na formação de uma equipe multidisciplinar Bifulco e Iochida 2009 citam uma equipe formada pelos seguintes profissionais médicos psicólogos enfermeiros assistentes sociais fisioterapeutas terapeutas ocupacionais e o serviço administrativo recepção triagem segurança e transporte No entanto muitos outros profissionais podem fazer parte da equipe inclusive religiosos uma vez que OMS prevê cuidado espiritual Em Aitken 2006 há referência ao trabalho de um capelão e sua equipe de capelania a quem ela denomina assistentes espirituais Para a autora o apoio espiritualbeneficiará o enfermo bem como sua família e a equipe de saúde que conviverá com situações de estresse tanto pessoal quantodecorrentes das perdas de seus pacientes Um atendimento espiritual diário e individual a todos oportunidades de reflexão sobre as questões existenciais perdão vida eterna qualidade e utilidade de vida Vale ressaltar que a espiritualidade não necessariamente está vinculada a uma religião instituída portanto caberá aos profissionais de Cuidados Paliativos atentarem para as demandas dos pacientes e seus familiares respeitando as diferenças de credo e possibilitando sua livre expressão caso haja desejo de assim procederem Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 9 A família também terá papel importante não apenas na questão da espiritualidade mas em todas as demais questões relacionadas aos pacientes e seu tratamento Se nessas unidades de Cuidados Paliativos mais do que tratar de uma doença tratase da pessoa como definiu Hennezel 2004 a família também deve ser tratada uma vez que ela costuma adoecer nesse processo A partir do diagnóstico de uma doença potencialmente mortal paciente e família se deparam com situações de rupturas limitações e privações Genezini 2009 ademais viver uma situação de luto antecipado gera angústias e ambivalências de sentimentos tanto do enfermo quanto da família Podemos dizer que a morte lança uma sombra assustadora sobre nós porque somos completamente impotentes diante dela Soavinsky 2009 É nesse cenário de dores e angústias que atua a equipe multidisciplinar A essa equipe formada por profissionais das mais diversas especialidades não basta apenas o conhecimento técnico ou científico é necessário sintonia um ajudando o outro e todos ajudando os enfermos seja ele o paciente o seu familiar ou ainda o seu cuidador É necessário lembrar que os cuidados paliativos não ocorrem somente no ambiente hospitalar Muitas vezes pode ser possível e até recomendável que o paciente seja levado para o seu lar não obstante familiares e cuidadores devem ser preparados para isso Em casa o paciente poderá ter uma qualidade de vida melhor Cercado de carinho e atenção terá tempo de se despedir dos seus queridos longe da assepsia fria de um hospital onde experimentaria a solidão um dos medos primitivos do ser humano Soavinsky 2009 Mas mesmo em domicílio o paciente deverá Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 10 estarvinculado a uma equipe multidisciplinar que lhe dispensará atenção na medida de suas necessidades Numa equipe multidisciplinar o psicólogo poderá atuar como mediador tanto nas relações entre os profissionais da equipe quanto nas relações da equipe com os pacientes relações estas que nem sempre serão harmoniosas num primeiro momento dada toda a carga emocional presente na revelação de um diagnóstico trágico A presença desse profissional poderá ser decisiva na resolução de conflitos existenciaisque possivelmente eclodirão nessa situação de terminalidade imposta pela doença A importância de uma equipe multidisciplinar apoiase no desejo de que a pessoa tenha uma morte natural e humanizada sem que o paciente fique sozinho ou ainda ligado a uma parafernália de equipamentos que atrapalhem a sua morte Soavinsky 2009 A compreensão de que a vida é finita e que a morte é parte desse processo poderá ser uma experiência libertadora tanto para pacientes quanto para profissionais da saúde A certeza da finitude da vida talvez traga a consciência de que nem toda doença pode ser curada Não obstante todo ser humano pode ser cuidado até a morte por outro ser humano Revelação do diagnóstico As dificuldades que os profissionais encontram na hora de informar o diagnóstico da doença ao paciente são muitas O médico muitas vezes não sabe como proceder fica preocupado e inseguro perante o paciente Certamente a pessoa encarregada de dar a notícia deverá ter muita cautela pois dependendo da Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 11 forma como a notícia chegará a este paciente poderá ter grandes alterações no suposto tratamento Na maioria das vezes o paciente finge não saber de sua doença mas percebe observando ao seu redor algo que não está normal como mudanças nas pessoas da família no médico pois todos à sua volta começam a falar baixo mudam a maneira de olhar para o doente percebe que as pessoas próximas estão muito emotivas demonstrando certa piedade para com ele De acordo com KüblerRoss 1996 quando o médico esclarece sobre o diagnóstico da doença terminal o paciente se sente mais seguro verá que não está sozinho que seu médico está ali para ajudálo que vão juntos enfrentar o que vier pela frente que não é um diagnóstico que vai travar o tratamento que pretendem realizar com ele e com a família De acordo com Stedeford 1986 não devemos desacreditar na capacidade que o paciente terminal tem em realizar e organizar tarefas importantes antes de partir Deixar resolvidos assuntos sobre finanças preferência na hora do sepultamento como se sentiria se soubesse que o seu cônjuge se casaria novamente e como o seu parceiro sobreviverá após a sua morte são questões cruciais para que o paciente sintase aliviado e menos culpado tornando seu sofrimento menos angustiante No entanto para que tal capacidade seja despertada é necessário contar com o apoio de um profissional da psicologia É ele quem poderá usar de seus conhecimentos e habilidades profissionais e intervir junto ao paciente e sua família buscando a reestruturação emocional diante de uma situação de perdas e luto iminente Estágios psicológicos diante da morte iminente Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 12 Segundo KüblerRoss1969 a negação em geral é o primeiro estágio de um processo psíquico que ocorre em doentes terminais uma forma de mecanismo de defesa temporário do ego contra a dor psíquica diante da morte A intensidade e duração dessa fase dependem de como o paciente e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com a dor pois esse período não dura por muito tempo A raiva segue no segundo estágio frustração pelo motivo do ego não manter a negação e o isolamento os relacionamentos se tornam hostis pela consciência da morte iminente Nesse estágio é necessária a compreensão dos demais para apoio e auxílio na transição dessa fase entendendo que a angústia do doente se converte em raiva pois a pessoa se sente interrompida em suas atividades cotidianas Devemse evitar os julgamentos em relação ao comportamento do paciente mesmo que isso dificulte o tratamento pois sempre há duas facetas isto é dois lados Atrás de uma atitude negativa do paciente sempre há um motivo ou razão positiva que justifique o ato Pelo simples fato do doente expressar uma exteriorização de seus sentimentos isso funciona como uma válvula de escape emocional produzindo uma sensação de alívio para o mesmo Havendo deixado de lado a Negação e o Isolamento percebendo que a raiva também não resolveu a pessoa entra no terceiro estágio a barganha A maioria dessas barganhas é feita com Deus e normalmente mantidas em segredo A pessoa implora geralmente a Deus para que aceite sua oferta em troca da vida como por exemplo sua promessa de uma vida dedicada ao dogma aos pobres à caridade Na realidade a barganha é uma tentativa de adiamento Nessa fase o paciente se mantém sereno reflexivo e dócil A fase da depressão ocorre quando o doente toma consciência de seu estado frágil e debilitado e já não tem mais como Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 13 negar sua condição de doente terminal Surge um sentimento de grande perda a dor e o sofrimento psíquico são quem vai assumindo o quadro clínico mais típico com características depressivas Tristeza choro e a sensação de inutilidade dominam o paciente e o ambiente que o envolve Quando há uma consciência e uma estabilidade emocional do doente considerase que ele está na fase da aceitação Paz e dignidade são priorizadas nesse estágio pois o doente encara a realidade com mais serenidade e enfrentamento que tem como característica a alternância da postura de luta para o luto em relação à doença As fases psicológicas na doença terminal não seguem uma ordem pré estabelecida considerase a individualidade subjetiva É normal que o doente mantenha a esperança em qualquer das situações mesmo quando racionalmente ela não exista ele a inventará Discutir sobre a morte é tão urgente quanto viver Fazse necessário criar espaços nos quais se possa encontrar solidariedade e a ajuda para enfrentar a própria morte ou a de uma pessoa significativa Despersonalização do paciente No ambiente hospitalar o paciente tornase a doença e deixa de ter seu próprio nome passa a ser alguém portador de uma determinada patologia criando assim o estigma do doentepaciente até no mesmo sentido de sua própria passividade perante novos fatos e perspectivas existenciais o simples fato da pessoa se tornar hospitalizada faz com que adquira os signos que irão enquadrála em uma nova performance de existênciaTudo e qualquer procedimento ou Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 14 intervenção para o seu tratamento pode ser visto como invasivo e afrontando a sua dignidade Trucharte KnijnikSebastianiCamon 2010 Hennezel 2004 relatando sua experiência com pacientes terminais narrou que um deles se queixou do atendimento em hospitais onde eram tratados pelo número do leito seguido pelo nome da sua patologia Considerava insuportável quando médicos chegavam em seus quartos discutindo sobre o tratamento como se o paciente ali não estivesse O que queriam saber perguntavam às enfermeiras sem demonstrar um único gesto de humanidade como por exemplo sentarse ao lado do paciente e perguntar como você estava vivendo Um paciente ao chegar numa unidade de tratamentos paliativos muito mais do que tratar uma doença deseja ser tratado como pessoa Já não espera muito da medicina espera muito mais das pessoas e nos seus cuidados atenciosos Hennezel 2004 O papel do psicólogo no atendimento a pacientes terminais Diante de tantos fatores que envolvem a experiência de um paciente em quadro terminal fazse necessária a atuação de um profissional junto à clínica médica capaz de facilitar superação e alívio de ordem psicológica e emocional O trabalho de um psicólogo tornouse imprescindível nos hospitais dada sua sensibilidade e capacidade em lidar com questões tão desconsideradas por outros profissionais da saúde Para tanto o psicólogo não podee nem conseguiria sozinho desempenhar bem seu papel de facilitador e promotor de saúde mental Conforme salienta Londero 2006 o tratamento em Cuidados Paliativos deve contar com uma equipe multiprofissional que trabalhará com o foco de promover um equilíbrio geral para o Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 15 doente sem buscar pela cura no entanto oferecendolhe uma melhor qualidade dessa vida Como integrante de uma equipe multiprofissional o psicólogo terá diversas e minuciosas formas de atuar especialmente em casos de pacientes em situação de luto iminente Seu trabalho deve levar em conta vários aspectos como a instituição a equipe multiprofissional o paciente e sua doença bem como a família deste Esses aspectos nortearão e delimitarão suas ações enquanto profissional Segundo Simonetti 2011 a psicologia hospitalar é o campo de atendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento onde seu objetivo é a subjetividade Ele explica que diante de todas as implicações oriundas do estado patológico de um paciente sua subjetividade é sacudida É neste momento que o psicólogo hospitalar entra em cena oferecendo algo que os outros profissionais da saúde não puderam dar atenção e escuta a suas aflições A psicologia se interessa em dar voz à subjetividade do paciente restituindolhe o lugar de sujeito que a medicina lhe afasta Moretto 2001citado porSimonetti 2011 O campo de trabalho do psicólogo são as palavras e a observação Ele fala escuta e observa Escuta ainda mais do que fala Não é algo tão simples pois o ato de escutar falar e também captar signos com valor de palavras pode levar o paciente a mudanças em seu quadro de bem estar Como assevera Simonetti 2011 a psicologia hospitalar trata do adoecimento no registro do simbólico pois a medicina já trata no registro do real No que concerne à liberdade e ao dever de exercer seu papel frente ao doente e as fronteiras estabelecidas pelas instituições de saúde o psicólogo ao entrar em contato com o paciente há de levar em consideração duas situações bem colocadas por Simonetti 2011 se houve uma solicitação de atendimento ou uma Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 16 demanda de atendimento Uma solicitação é feita por qualquer pessoa inclusive o paciente diante do quadro apresentado pelo paciente Já a demanda se trata mais de um estado de incômodo ou questionamento acerca de como está vivenciando sua situação Esta demanda só pode partir do doente como questionamento acerca de suas atitudes Sendo assim o essencial é que haja demanda para que o tratamento flua mas isso não quer dizer que o psicólogo não possa iniciar o trabalho apenas com a solicitação de atendimento pois com o tempo poderá surgir a demanda O primeiro dos trabalhos do psicólogo no atendimento hospitalar é entender que é necessário uma boa identificação entre ele e seus pacientes Não é demais conferir bem o nome com o número do leito no início da consulta e depois buscar mais dados que o levem a conhecer melhor o paciente Cabe ao psicólogo também apresentarse ao doente a cada novo dia a fim de evitar confusões Quanto ao agir do psicólogo no setting terapêutico Simonetti 2011 salienta que como a estratégia terapêutica da psicologia hospitalar é levar o paciente rumo à palavra este profissional deve buscar seguir algumas estratégias e técnicas propiciadas por um jeito de pensar que orienta o agir terapêutico apontando a direção do tratamento Essas estratégias e técnicas não devem ser compreendidas como uma receita rígida mas que devem ser adequadas a cada situação clínica Com o paciente fora de recursos terapêuticos de cura que é o caso que estamos analisando o que deve orientar o trabalho do psicólogo é o desejo do paciente e não a possibilidade de vida Tratar do desejo e não do prognóstico A medicina paliativa diz que há muito o que fazer pelo paciente quando já não há mais nada a fazer pela cura Aqui a participação do psicólogo hospitalar é imprescindível Esse profissional deve ajudar o paciente na busca de mecanismos Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 17 de enfrentamento que o ajudarão a manter sua autoestima e estabilidade diante do quadro patológico jamais se esquecendo de que religião e espiritualidade são aspectos importantes para o paciente e seus familiares Simonetti 2011 Não raro há casos em que o psicólogo atua no atendimento a muitos profissionais da saúde que lidam com a medicina paliativa Por isso fazse necessário que o terapeuta busque conhecer sobre as tarefas desempenhadas por esses profissionais para o trato com o paciente terminal Tanto quanto para o paciente terminal é importante direcionar como num trabalho conjunto o trabalho terapêutico para a família desse paciente Como afirma Simonetti 2011 p 141 Quando o paciente entra na fase terminal a família inteira se torna o foco mais adequado para os cuidados dos profissionais de saúde seja porque as dificuldades psicológicas surgirão não apenas no paciente mas em vários membros da família seja porque é da família que brotarão as forças necessárias à superação dessa situação Tanto antes como no momento da morte do paciente o trabalho do psicólogo é voltado para ele e também para a família porém quando o paciente morre os trabalhos serão voltados para a família em prol do restabelecimento do equilíbrio familiar agora sem um integrante Com vista nos vários momentos em que tanto o paciente terminal quanto sua família vivenciam um quadro terminal é que apresentaremos sucintamente algumas práticas do trabalho de intervenção do psicólogo juntamente com a família em algumas instâncias Fases de intervenção Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 18 Como retratam OliveiraLuginger Bernado e Brito 2004 é importante ter em mente organizar o processo de intervenção em três momentos antes no momento e após a morte do paciente Quanto à intervenção antes da morte é relevante comunicar e informar ao paciente sobre sua doença e atuação de medicações e tratamento para que transtornos físicos e emocionais sejam evitados É desejável que o terapeuta tenha conhecimento da forma de comunicabilidade da família para com o paciente em relação ao seu estado e sua doença O terapeuta deve ainda instruir a família a ser moderada ao expressar seus conteúdos dentro do padrão de recepção usual da família O terapeuta também deve trabalhar para estimular a empatia entre a família para que a expressão de sentimentos e pensamentos possa possibilitar a resolução de problemas não resolvidos bem como uma despedida mais confortante do paciente Oliveira et al 2004 Fazse necessária a antecipação de sofrimentos e negócios não terminados nestecasoo profissional psicólogo deve encorajar o processo de sofrimento antecipatório no intuito de promover respostas que possam amenizálo Destacase ainda a intervenção da terapia clínica e da educação clínica e apoio é preciso que o profissional tenha conhecimento de processo de sofrimento antecipatório experiência da morte de um familiar teoria dos sistemas relativos à família reações das crianças à morte e problemas da doença em geral e em particular neste familiar Todas essas ações entre muitas outras visam proporcionar saúde mental para os envolvidos neste processo que demarca tanto desgaste dor e sofrimento Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 19 Na intervenção no momento da morte é necessário considerar que o contexto de um paciente com doença terminal traz em certa altura um cansaço e desgaste muito acentuado tanto para os familiares quanto para o próprio paciente A proximidade da morte é um momento que envolve muito receio de ambas as partes Nesta hora o terapeuta terá de trabalhar em prol de ajudar a família promovendo discussões sobre os desejos do paciente para depois de sua morte O psicólogo também desempenhará a função de orientar a família sobre a importância de sua presença nos momentos finais do paciente mesmo em caso de coma Como ressalvam Oliveira etal 2004 pode ser relevante para alguns familiares estarem presentes num momento tão crucial dada a possibilidade de sentimentos de culpa É importante também dar liberdade para a família estar sozinha junto ao corpo e poder tocar falar e sofrer a morte do familiar querido pois isso proporciona um sofrimento adequado e sadio sem a perspectiva de transtornos psicológicos futuros É interessante que o psicólogo esteja com a família nesses momentos difíceis assistindo a família no ato da notificação da morte e oferecendo auxílio nas questões funerais e cerimoniais Como salientam Oliveira et al 2004 as ações do psicólogo serão para viabilizar a expressão de sentimentos e a vivência perante o luto Para os familiares do paciente que acaba de falecer os momentos que sucedem ao período de sepultamento são tomados geralmente por sentimentos de dor perda solidão culpa entre outros Este é o momento como afirmam Oliveira et al 2004 em que o profissional deve comparecer oferecendo apoio e trabalhando para promoção de saúde mental Golderf1932 citado porOliveira et al 2004 coloca que são tarefas imprescindíveis à família permitir o luto abdicar da memória do falecido reorganizar Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 20 papéis intra e interfamiliares Para o cumprimento dessas tarefas designadas à família é de suma importância o acompanhamento e intervenção do terapeuta que fornecerá orientações em cada momento A família encontrará dificuldades diante da tarefa de realinhamento estrutural familiar e recolocação de papéis por isso é necessário o trabalho do psicólogo para ajudála na busca pelo equilíbrio O local de atendimento e horário de atendimento Um psicólogo não precisa de um ambiente determinado e separado para operar sua profissão dentro de um ambiente hospitalar até mesmo porque se trata de um tipo de ambiente que dificilmente favorece a atividade psicoterapêutica em termos de espaço físico Como ressalva Moretto 2001citado por Simonetti 2011 o setting não pode ser tratado como um espaço real porque ele é virtual e psíquico sendo ainda um artifício uma construção para que a análise se dê O que mais importa é que o psicólogo esteja disposto a prestar atendimento àquele que necessita e queira falar Neste espaço por vezes haverá necessidade de se atender a um paciente em horários tumultuados do dia o ideal é que o psicólogo opte pelo atendimento no final da tarde Isso porque como diz Simonetti 2011 na rotina hospitalar é o momento mais tranquilo do diaNão há como se delimitar um tempo para cada atendimento psicológico hospitalar Cada encontro acontece em tempo irregular Isso porque existem variáveis que podem interferir no momento da consulta como por exemplo as condições clínicas do paciente e também procedimentos médicos que são realizados durante o encontro Simonetti 2011 CONCLUSÃO Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 21 O paciente que se encontra fora dos recursos terapêuticos de cura tem diante de si uma situação de medo angústia e muita insegurança Há uma nova situação imposta com a qual terá que lidar a despeito de tudo Nos achados desta pesquisa desenvolvida em torno de um assunto tão relevante que permeia a vida de todos uma vez que o morrer faz parte do processo da existência constatamos que o psicólogo desempenha papel fundamental no amparo àqueles que se encontram numa situação de perda importante em suas vidas bem como vivem a expectativa de um luto próximo e inevitável Ao psicólogo cabem vários papéis que serão importantes na vida do paciente da sua família bem como da equipe na qual trabalha Utilizandose dos recursos mais importante de que dispõe a escuta ele poderá dar vez e voz aos pacientes e seus familiares fazendo com que se sintam amparados e compreendidos Agindo como mediador entre a família e o paciente o psicólogo poderá orientálos na reorganização de suas vidas que apesar da proximidade com a morte poderá ser desfrutada revendo amigos reatando laços esquecidos perdoando e pedindo perdão Isso pode ser libertador tanto para quem vai partir quanto para quem ainda vai ficar O psicólogo é o profissional mais indicado para captar desejos inibições ouvir a voz da alma mesmo quando a pessoa está em silêncio Muitas vezes é preciso decifrar perguntas e respostas do paciente à família ou a qualquer outra pessoa inclusive a membros da equipe Orientar a família a respeito dos altos e baixos que serão vividos pelo paciente bem como oferecer a ela um suporte necessário para que se fortaleça e possa manterse ao lado do seu ente querido facilitará na conciliação de sentimentos intensos e comuns nesse tipo de situação Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 22 A certeza de estar amparado durante suas crises de angústias bem como o fato de contar com alguém que estando ao seu lado o escuta e compreende não emitindo nenhum juízo de valor mas que ao contrário disso considera importante todas as suas queixas e dores e ainda consegue fazer com que a pessoa dê a tudo aquilo que expressa um significado para a sua existência certamente contribui para que uma vez tratadas suas demandas ela consiga com mais tranquilidade aceitar a morte Podendo a partir disso debater e discutir sobre o que gostaria que fosse feito após a sua partida em relação à sua família e também sobre o que gostaria de decidir sobre suas preferências sobre tipo e local para sua morte e sepultamento Discutir sobre a morte nos conduz ao valor da vida ainda que seja apenas a um pedacinho dela Concluímos que este é o papel do psicólogo fazer com que alguém que num momento de perda e dores intensas imagina que já não encontrará razões para existir encontre essas razões e as encontre dentro de si mesmo expressando as dores do seu corpo e de sua alma reatando laços e desfazendo nós Sentindo que para além de um corpo doente e que já não responde aos tratamentos há um ser que ainda existe em sua subjetividade e continuará existindo no coração daqueles que o amam Morrerá em paz aquele que conseguiu se reconciliar com a vida REFERÊNCIAS Aitken E V P 2006 Entre a vida e a morte In Figueiredo M T A Org Coletânea de textos sobre cuidados paliativos e tanatologia São Paulo p2123 Acesso em 12 out 2012 httpwwwufpeltche brmedicinabioeticacuidadospaliativosetanatologia Bifulco V A 2006 Psicologia da morte In Lopes A C Diagnóstico e tratamento Barueri SP Manole v2 p 302306 Acesso em 30 out 2012 httpwwweventosmedbrtanatologia2textospsicologiada mortepdf Psicologia Hospitalar 2013 11 1 224 23 Bifulco V A Iochida L C 2009 A formação na 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