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Relações entre memória episódica e depressão em idosos RESUMO O envelhecimento populacional está levando a mudanças na estrutura da pirâmide demográfica no mundo inteiro De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS tanto a demência quanto a depressão são consideradas problemas de saúde pública e estão entre os quadros clínicos mais prevalentes na população idosa levando a custos sociais elevados A memória episódica é um subsistema da memória declarativa que referese à recuperação de informações relacionadas com eventos pessoais e autobiográficos Sabese que a detecção de disfunções neste subsistema da memória está entre os principais critérios para o diagnóstico da demência do tipo Alzheimer e além disso estudos indicam que a memória episódica está prejudicada na depressão unipolar de modo que indivíduos depressivos apresentam alterações na habilidade de lembrar eventos pessoais e autobiográficos Considerando que tanto a depressão quanto a demência são prevalentes na população idosa e levando em conta o envelhecimento populacional o presente estudo de delineamento observacional analítico e transversal possui como objetivo avaliar a relação entre o desempenho em tarefas de memória episódica e a depressão na população idosa A amostra será constituída de no mínimo 150 idosos provenientes do Rio Grande do Sul Os dados serão coletados através dos seguintes instrumentos 1 Questionário Sócio Demográfico e de Condições de Saúde 2 Questionário de Percepção Subjetiva de Memória 3 Exame Cognitivo de Addenbrooke 4 Escala de Depressão Geriátrica 5 Teste de Recordação Seletiva Livre e Guiada com Evocação Imediata TRSLGEI 6 Escala de Resposta Ruminativa Os resultados do estudo serão avaliados por meio da análise de Palavraschave memória episódica depressão envelhecimento INTRODUÇÃO O perfil da população brasileira está se transformando de maneira expressiva tendo em vista que estamos vivenciando o aumento da expectativa de vida mundial Tal mudança gera impactos para a saúde pública e nos leva a refletir sobre as intervenções que podem vir a ser necessárias para lidar com a população idosa crescente nas próximas décadas É importante considerar ainda que após a pandemia de COVID19 o isolamento da população idosa se tornou mais alarmante com isso os sintomas depressivos nessa faixa etária também podem piorar Muitos idosos deixaram de ter convívio social com amigos e familiares que antes viam com frequência bem como deixaram de realizar atividades que antes eram presenciais e coletivas Souza et al 2021 De acordo com a revisão integrativa de literatura realizada pelos autores supracitados percebese que as medidas restritivas propiciaram diminuição da funcionalidade diminuição da estimulação cognitiva sedentarismo bem como levaram muitos idosos a estados de ansiedade e angústia A pandemia do COVID19 pode agravar a situação das problemáticas psicológicas em idosos que já eram consideradas um problema de saúde pública Como nos mostram os dados da organização mundial da saúde mais de 20 da população mundial acima de 60 anos sofre de transtornos psiquiátricos ou neurológicos Os transtornos mais comuns nessa faixa etária são a demência e a depressão Ambos os transtornos trazem uma demanda clínica relacionada a queixas de memória que suscitam o diagnóstico diferencial REFERÊNCIA A avaliação neuropsicológica tem sido considerada uma ferramenta que pode auxiliar na diferenciação entre os dois transtornos Apesar da sensibilidade dos instrumentos utilizados para a identificação de prejuízos na memória episódica eles carecem de especificidade para cada um dos transtornos Nesse sentido alterações nos procedimentos clássicos de avaliação da memória podem contribuir para esse objetivo REFERÊNCIA Deste modo o presente projeto tem como objetivo avaliar a relação entre o desempenho em tarefas de memória episódica e a depressão em idosos Dentre os objetivos específicos buscará avaliar se alterações na apresentação e evocação dos estímulos controle de aprendizagem e evocação guiada modificam os padrões de relação entre a depressão e o desempenho de memória episódica em idosos saudáveis bem como avaliar a associação com o pensamento repetitivo negativo RNT Além disso buscará avaliar se variáveis demográficas estão relacionadas ao desempenho em tais tarefas FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OS DESAFIOS DO PROLONGAMENTO DA VIDA 11 Envelhecimento populacional e saúde O envelhecimento da população está ocasionando mudanças na estrutura da pirâmide demográfica no mundo inteiro Como indicam as informações do IBGE no ano de 2008 tínhamos a seguinte estimativa havia 247 idosos de 65 anos ou mais para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos Nas próximas décadas a conjectura esperada é de que no ano de 2050 para cada 100 crianças de 0 a 14 anos teremos 1727 idosos Como sugerido pela Organização Mundial da Saúde OMS dentre todos os países do mundo até 2025 o Brasil será o sexto país com maior quantidade de idosos Assim a expectativa da OMS é de que durante a década de 2050 a maior parte das pessoas idosas estarão vivendo em países em desenvolvimento sendo que a população mais crescente é a de idosos acima de 80 anos As informações referentes ao assunto indicam que essa tendência de crescimento é consistente Rosset et al 2011 Deste modo considerase que o envelhecimento populacional traz consigo uma série de preocupações particularmente devido às queixas dos idosos em relação ao funcionamento cognitivo Embora a maioria dos idosos não desenvolvam quadros demenciais eles experimentam algum grau de mudanças em seu desempenho cognitivo associados ao processo de envelhecimento Em relação a informações sobre a incidência e prevalência das demências a América Latina é uma região do mundo na qual faltam informações de qualidade sobre o assunto considerando a escassez de pesquisas científicas sobre o tema Quanto aos outros distúrbios neuropsiquiátricos a depressão entre idosos que vivem na comunidade varia de 48146 e a prevalência em idosos hospitalizados ou institucionalizados é maior atingindo 22 Por outro lado os estudos que avaliam os sintomas clinicamente relevantes e que utilizam as escalas de sintomas mostram prevalência na comunidade que varia de 64593 Barbosa et al 2013 12 Considerações sobre saúde mental e envelhecimento Durante o transcurso do envelhecimento acontecem mudanças no sistema periférico e no sistema nervoso central Essas mudanças no sistema nervoso que ocorrem com o passar dos anos ocasionam alterações na forma como percebemos e sentimos o mundo Acontecem mudanças não apenas no raciocínio e na memória mas também em processos sensoriais como na visão audição no equilíbrio motor e nos processos autonômicos MalloyDiniz et al 2013 Embora essas mudanças sejam esperadas no processo de envelhecimento normativo podem ocasionar prejuízos na funcionalidade e na autonomia dos indivíduos levando a contratempos na inserção social dos idosos e em suas relações familiares O entendimento sobre o envelhecimento pode ser pensado a partir de três divisões envelhecimento primário envelhecimento secundário e envelhecimento terciário Fechine Trompieri 2012 No processo de envelhecimento primário ocorrem processos não patológicos que são esperados para a faixa etária No envelhecimento secundário são percebidas mudanças que são causadas por fatores que vão além dos processos biológicos normais do indivíduo enquanto no envelhecimento terciário tais perdas cognitivas são mais significativas e acontecem em um período razoavelmente curto de tempo Desta maneira existe concordância na literatura científica em relação a ideia de que há um continuum clínico que vai se estendendo do funcionamento normal passando por alterações leves e progressivamente alterações mais graves que prejudicam vários domínios da cognição A demência representa o estágio final neste quadro de piora progressiva Sabendo disso abremse possibilidades para intervenções de maneira a interromper ou ao menos lentificar se não for possível reverter esse processo demencial Neto et al 2016 13 Quadros neuropsiquiátricos prevalentes em idosos Entre os quadros clínicos mais comuns presentes na população idosa estão a depressão e os diferentes tipos de demência Lacerda Quarantini 2009 Nas décadas recentes um grande número de fatores de risco para o declínio cognitivo e para a demência do tipo Alzheimer têm sido identificados Estudos atuais salientam que um mecanismo frequentemente presente entre os fatores de risco psicológicos para a Doença de Alzheimer é o pensamento negativo repetitivo RNT Marchant et al 2020 Tratase de um processo cognitivo mensurável que envolve o futuro preocupações e o passado ruminação Estes componentes têm sido associados com a memória e com as funções executivas Schlosser et al 2020 Além da associação com a Doença de Alzheimer o pensamento repetitivo negativo é considerado um sintoma comum durante o transcurso da depressão Deste modo justificase que o presente estudo busque investigar se há associação entre estes constructos Apesar de os transtornos depressivos serem comuns e de alta relevância clínica na população idosa uma considerável parcela de tais casos são subdiagnosticados nessa faixa etária mesmo considerando que a depressão não seja uma consequência natural do envelhecimento Lacerda Quarantini 2009 Os sintomas típicos dos quadros depressivos afetam as dimensões cognitivas e afetivas o que justifica que tais casos sejam avaliados justamente com o objetivo de minimizar as consequências da deterioração cognitiva Os demais diagnósticos clínicos comuns nesta população juntamente com a Depressão e a Doença de Alzheimer porém com menor incidência são a Demência Fronto temporal a Demência Vascular a Demência com Corpos de Lewy as Demências Mistas e a Doença de Parkinson 2 DEPRESSÃO 21 Conceito de depressão Quanto à caracterização da depressão considerase o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais que possui um capítulo sobre transtornos depressivos Também é bastante utilizado para diagnóstico dos transtornos mentais o CID10 publicado pela Organização Mundial de Saúde OMS Organização Mundial de Saúde OMS 2017 Estes dois manuais consideram a depressão como um transtorno de cunho afetivo ou de humor de tal modo que para a sua classificação são considerados diversos sintomas e variáveis A depressão pode ser conceituada de muitas outras maneiras de acordo com a linha teórica do psicólogo Neste trabalho consideramos a definição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSMV criado pela APA Associação Americana de Psiquiatria Para o diagnóstico do transtorno depressivo maior o indivíduo deverá apresentar cinco ou mais sintomas por um período mínimo de duas semanas e de forma constante sendo obrigatório ao menos um dos seguintes sintomas humor deprimido na maior parte do dia e quase todos os dias eou perda de interesse Além desses dois sintomas existem outros sete sintomas que são elencados pelo DSM5 perda ou ganho significativo de peso redução ou aumento de apetite irregularidades no padrão de sono insôniahipersonia agitação ou retardo psicomotor esgotamento emocional fadigaperda de energia sentimento de inutilidade ou culpa pensamentos recorrentes de morte medo de morrerpensamentos de suicídio Cabe dizer que os sintomas da depressão podem variar nas diferentes etapas do ciclo da vida No contexto brasileiro há poucos estudos epidemiológicos sobre a depressão De acordo com uma pesquisa realizada utilizando dados do Plano Nacional de Saúde PNS as mulheres apresentam cerca de três vezes mais prevalência do que os homens 111 das mulheres enquanto nos homens 39 É importante salientar que dentre todas as faixas etárias a maior prevalência foi entre idosos entre 60 e 64 anos com 111 Stopa et al 2013 A depressão é majoritariamente entendida atualmente como um transtorno de etiologia multifatorial O DSMV apresenta categorias sobre fatores de risco para a depressão sendo essas temperamentais ambientais genéticas e fisiológicas Por fatores de risco temperamentais entendese a presença de afetividade negativa impulsividade e baixa tolerância à frustração Os fatores ambientais estão relacionados a experiências de vida consideradas estressantes eventos traumáticos na infância por exemplo perda de um dos genitores na infância perda de um dos cônjuges na idade adulta Outros fatores de risco ambientais dizem respeito ao desemprego baixa percepção de suporte familiar e social histórico de abuso físico sexual ou emocional bullying assédio moral baixa autoestima e estratégias de enfrentamento inadequadas Baptista et al 2019 22 Depressão em idosos Os transtornos depressivos são comuns na faixa etária idosa A manifestação dos quadros depressivos em idosos é mais heterogênea e menos estereotipada do que na população jovem e isso pode tornar mais difícil sua sistematização para os profissionais que atendem estes pacientes Os idosos tendem a manifestar um número maior de sintomas somáticos como dores crônicas alterações do sono e do apetite Ainda assim os sintomas psíquicos são mais relevantes na definição diagnóstica das síndromes depressivas Lacerda et al 2009 As alterações cognitivas relacionadas aos quadros depressivos são bastante variadas e podem se manifestar de muitas maneiras por exemplo a demência pode estar associada ao quadro depressivo ou o quadro depressivo associado à demência ou uma depressão com déficit cognitivo A associação da depressão com quadros demenciais é considerada muito frequente em idosos Pacientes depressivos apresentam muitas vezes queixas cognitivas sendo que as queixas relacionadas com a memória de curto prazo são as mais frequentes Alguns apresentam apenas queixas subjetivas de memória que não são identificadas em avaliações objetivas REFERÊNCIAS As conclusões de estudos sobre dificuldades de memória nos quadros depressivos salientam uma grande quantidade de déficits cognitivos sendo que alguns são persistentes mesmo após o alento dos sintomas depressivos Os estudos neuropsicológicos que relacionam transtorno depressivo com déficits mnêmicos trazem indícios de alterações na memória de curto prazo na memória de reconhecimento no aprendizado visuoespacial memória visual e na memória de longo prazo No que diz respeito ao conteúdo do material relembrado alguns autores concordam que pacientes deprimidos tendem a focar mais na evocação de conteúdos negativos MalloyDiniz et al 2018 apud Breslow Kocsis Belkin 1981 Além dos estudos que mostram as dificuldades cognitivas associadas aos quadros depressivos há também estudos que salientam os efeitos do pensamento repetitivo negativo nos quadros depressivos Sun et al 2014 Pessoas imersas em emoções negativas e que tendem a ruminar provavelmente virão a sofrer de depressão grave e o quadro depressivo pode ser mais longo Bem como pessoas saudáveis mas com tendência a ruminar podem facilmente ficar deprimidas Podese constatar que a ruminação agrava os sintomas clínicos de pacientes com depressão Assim podemos considerar que a ruminação é um dos mais problemáticos sintomas cognitivos associados à depressão Alderman et al 2015 O transtorno depressivo maior é caracterizado por uma série de sintomas comportamentais emocionais e cognitivos sendo que entre eles está inserida a ruminação um processo no qual os indivíduos recuperam e ensaiam repetidamente conteúdo autobiográfico e de valor negativo sobre problemas passados e atuais bem como problemas de atenção associados à incapacidade de focalizar concentrar ou manter a atenção American Psychiatric Association 2014 3 NEUROPSICOLOGIA E AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 31 Neuropsicologia Quanto aos fundamentos teóricos e métodos de estudo da neuropsicologia estes são baseados na psicologia cognitiva na linguística bem como nos modelos neurais fornecidos pela biologia Os elementos mais consideráveis do que avistamos sobre a relação entre cérebro e comportamento dentro da neuropsicologia é resultante das contribuições de Alexander Romanovich Luria no início do século XX Desde os estudos de Luria o cérebro foi esmiuçado como um sistema biológico aberto e dinâmico em constante interação com o meio físico e social em que o indivíduo está inserido assim levando ao surgimento do conceito de plasticidade cerebral MalloyDiniz Mattos Abreu Fuentes 2016 Assim considerando o fato de a neuropsicologia estar em interação com as neurociências os métodos nos quais ela se funda são vastos Entre tais métodos estão os testes neuropsicológicos e baterias neuropsicológicas Os testes neuropsicológicos são instrumentos elaborados de maneira que o desempenho apresentado pelos sujeitos seja relacionado a processos cognitivos específicos e que possibilitam raciocinar sobre a localização de lesões cerebrais São instrumentos baseados em dados normativos resultantes de normalização em grupos maiores de indivíduos contra os quais são comparados antes de serem aplicados no exame clínico neuropsicológico MalloyDiniz et al 2016 Apesar de a psicometria contribuir para o desenvolvimento da neuropsicologia existem diferenças entre um psicometrista e um neuropsicólogo clínico pois o neuropsicólogo que atua área clínica tem como objetivo correlacionar as alterações observadas no comportamento do paciente com as possíveis áreas cerebrais envolvidas realizando um trabalho de investigação clínica que utiliza entrevistas e testes neuropsicológicos Atuando diretamente com o paciente o neuropsicólogo terá como foco o diagnóstico objetivando a descrição das alterações cognitivas ou o diagnóstico diferencial Percebese então que o exame neuropsicológico privilegia uma bateria de testes essencialmente quantitativos e tem uma abordagem estruturada em bases estatísticas 32 Avaliação neuropsicológica A avaliação neuropsicológica tratase de um procedimento clínico que nos oportuniza verificar as implicações de lesões ou disfunções neurológicas e inferir sobre a estrutura e a função do sistema nervoso partindo de uma avaliação do comportamento observável e do desempenho do indivíduo em uma situação controlada pelo avaliador Neste tipo de procedimento são aplicadas tarefas e instrumentos de avaliação que são desenvolvidas para acessar diferentes domínios cognitivos de modo a ocasionar certos comportamentos no indivíduo que está sendo avaliado MalloyDiniz et al 2016 As informações geradas pelos testes padronizados são potencializadas por informações que são coletadas através de escalas de avaliação de sintomas que são relatados pelos pacientes e seus familiares bem como por informações coletadas na entrevista clínica A avaliação neuropsicológica pode ser realizada em diferentes faixas etárias considerando as diferentes demandas de cada fase da vida Na população idosa a avaliação neuropsicológica é mencionada como sendo uma etapa importante para o diagnóstico dos transtornos neurocognitivos de acordo com a American Psychiatric Association 2013 A demanda para avaliação desses pacientes costuma vir de médicos neurologistas psiquiatras e geriatras Da mesma maneira que demais exames complementares tratase de um procedimento que apresenta limitações e deve ser interpretado à luz de outras informações clínicas laboratoriais e de imagem cerebral Neto et al 2016 Os idosos chegam ao consultório com queixas sobre diferentes domínios cognitivos alguns apresentam sintomas psiquiátricos outros solicitam exames para fins jurídicos Muitas vezes é necessário estimar o nível prévio de funcionalidade com vistas a concluir se ocorreu declínio cognitivo não sendo satisfatório apenas comparar o desempenho com grupos de referência Além disso na avaliação de pacientes idosos é importante indicar se há perda de independência nas atividades da vida diária AVDs e costuma ser necessária a presença de informantes geralmente familiares que convivem com o paciente para investigar as variações nos níveis de consciência sobre os déficits MalloyDiniz et al 2018 Na população idosa um dos principais motivos de encaminhamento dos pacientes para avaliação neuropsicológica costuma ser a queixa de dificuldades de memória por isso se dá principal atenção a este quesito De acordo com o SATEPSI Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos do Conselho Federal de Psicologia os seguintes instrumentos são considerados atualmente favoráveis para avaliar o público idoso no contexto da neuropsicologia Inventário de Depressão de Beck BDIII Teste d2 d2R Teste de Aprendizagem AuditivoVerbal de Rey RAVLT Teste de Retenção Visual de Benton BVRT Teste Pictórico de Memória 2 TEPICM2 Teste Wisconsin de Classificação de Cartas WCST Teste de Atenção Concentrada AOL bem como podem ser utilizadas as Escalas Wechsler de Inteligência para Adultos com o público até 89 anos Concepções atuais sobre a memória parecem sugerir que a memória não pode ser avaliada de forma unitária e sim considerando também outros atributos como a duração da retenção da informação e o tipo de informação que será recuperada Deste modo a principal divisão que temos é em memória de longo e curto prazo Na memória de longo prazo considerase a subdivisão em memória explícita declarativa e memória implícita procedimental Assim considerando de maneira mais minuciosa a memória declarativa temos outras subdivisões a memória declarativa episódica e a memória declarativa semântica MalloyDiniz Fuentes Cosenza 2013 A detecção de disfunções na memória episódica é o principal critério para o diagnóstico de demência do tipo Alzheimer como referido no estudo de Zibetti et al 2019 O estudo destes autores objetivou entender os processos envolvidos na adaptação transcultural para obter evidências de validade para o instrumento pTRSLGEI Teste de Recordação Seletiva Livre e Guiada com Evocação Imediata Futuramente com mais evidências de validade do instrumento ele poderá ser utilizado pelos neuropsicólogos brasileiros Atualmente o instrumento mais utilizado no contexto da avaliação neuropsicológica para avaliar a memória episódica verbal é o RAVLT Teste de Aprendizagem AuditivoVerbal de Rey 4 CONSIDERAÇÕES SOBRE A MEMÓRIA E A DEPRESSÃO EM IDOSOS 41 Características da memória episódica em idosos Estudos realizados ao longo dos anos mostraram que o envelhecimento afeta especialmente as memórias explícitas e as memórias implícitas são menos afetadas com o avanço da idade Silva 2016 Dentro dessa categoria está a memória episódica Idosos demonstram ter mais dificuldades em tarefas de recordação livre e recordação de dados como nomes e locais bem como pessoas que passaram dos 60 anos apresentam mais dificuldades na resolução de tarefas que envolvam a recordação consciente de eventos localizados em um determinado tempo e espaço como também a recordação do contexto relacionado a esse evento Silva 2016 Assim a memória episódica é considerada sensível ao envelhecimento bem como sofre modificações diante de doenças neurodegenerativas e neuropsiquiátricas O declínio da memória no envelhecimento parece ser relacionado a reduções de volume em estruturas cerebrais importantes para o desempenho da memória incluindo o lobo temporal medial o hipocampo e o córtex préfrontal Importante considerar que as dificuldades de memória episódica em idosos bem como as dificuldades em outros domínios cognitivos podem ser potencializadas dependendo do estilo de vida que o idoso teve ao longo da vida e que permanece tendo após a aposentadoria 42 Depressão e memória episódica Indivíduos com depressão normalmente apresentam dificuldade em memorizar eventos positivos bem como possuem capacidade de memorização potencializada para eventos negativos Deste modo os estudos indicam que a memória episódica está prejudicada em indivíduos com depressão unipolar Dillon Pizzagalli 2018 As falhas de memória são preditores de maior gravidade dos sintomas depressivos enquanto por sua vez o aprimoramento da memória autobiográfica pode amenizar a sintomatologia depressiva MacQueen et al 2002 Dentre as características neurobiológicas típicas em indivíduos com depressão percebese que o volume reduzido do hipocampo é um dos achados estruturais mais confiáveis Porém não há relação direta de causa e efeito pois a depressão é considerada um distúrbio clinicamente heterogêneo que provavelmente engloba várias fisiopatologias distintas Dillon Pizzagalli 2018 As seguintes possibilidades foram consideradas há evidências de redução do volume do hipocampo em adultos jovens saudáveis com risco de depressão devido a um histórico familiar de doença Além disso várias linhas de evidência sugerem que diversas condições estressantes além de precipitarem a depressão podem causar remodelação estrutural do hipocampo por meio da ativação de receptores de glicocorticóides que são abundantes nessa região do cérebro Roozendaal et al 2009 43 Memória episódica e depressão em idosos Em um estudo que teve como objetivo analisar padrões de desempenho de idosos com sintomas depressivos em diferentes testes de memória episódica e funções executivas concluíram que no teste de memória episódica imediata o grupo dos idosos sem sintomas depressivos apresentou desempenho significativamente melhor do que idosos com sintomas depressivos No que diz respeito aos testes de funções executivas a análise estatística deste estudo não revelou diferenças significativas entre os grupos Hamdan Corrêa 2009 Existem diferentes paradigmas sobre a memória episódica sendo que a utilização de lista de palavras assim como reconto de histórias e lembrança de figuras semicomplexas são tradicionalmente utilizados para avaliar a memória episódica Alguns autores REFERÊNCIA sugerem que a estruturação das tarefas auxiliaria na detecção de prejuízos distintos de codificação armazenamento e recuperação da informação de modo que dois problemas envolvidos na interpretação clínica das tarefas de memória episódica seriam amenizados sendo estes a deficiência de produto e a unidade de memória PROBLEMA DE PESQUISA Qual a relação entre desempenho em tarefas de memória episódica e depressão em idosos REFERÊNCIAS Alderman B L Olson R L Bates M E Selby E A Buckman J F Brush C J Panza E A Kranzler A Eddie D Shors T J 2015 Rumination in major depressive disorder is associated with impaired neural activation during conflict monitoring Frontiers in human neuroscience 9 269 httpsdoiorg103389fnhum201500269 American Psychiatric Association APA 2014 Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSMV 5 ed Porto Alegre Artmed Barbosa F B M Biermann L S Peixoto Júnior A A Almeida G H 2013 Depressive disorer in elderly people screening diagnosis and epidemiological aspects Geriatr Gerontol Aging 7228233 Baptista M Reppold C Nunes H Carvalho L Primi A Seabra A Wechsler S Hutz S Pasquali L 2019 Compêndio de Avaliação Psicológica Editora Vozes Breslow R Kocsis J Belkin B 1981 Contribution of the depressive perspective to memory function in depression The American Journal of Psychiatry 138 2 227230 httpsdoiorg101176ajp1382227 Dillon D G Pizzagalli D A 2018 Mechanisms of Memory Disruption in Depression Trends in neurosciences 41 3 137149 httpsdoiorg101016jtins201712006 Fechine B Trompieri N 2012 O processo de envelhecimento as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos Revista Cientifica Internacional p106194 httpdxdoiorg106020167998442007 Hamdan A C Corrêa P H 2009 Memória episódica e funções executivas em idosos com sintomas depressivos Psico 40 1 Recuperado de httpsrevistaseletronicaspucrsbrojsindexphprevistapsicoarticleview3531 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2008 Projeção da população do Brasil por sexo e idade 19802050 Rio de Janeiro IBGE Lacerda A Quarantini L Scippa A Del Porto J 2009 Depressão do neurônio ao funcionamento social Artmed MacQueen G M Galway T M Hay J Young L T Joffe R T 2002 Recollection memory deficits in patients with major depressive disorder predicted by past depressions but not current mood state or treatment status Psychological medicine 32 2 251258 httpsdoiorg101017s0033291701004834 MalloyDiniz L Fuentes D Mattos P Abreu N 2013 Neuropsicologia do envelhecimento uma abordagem multidimensional Porto Alegre RS Artmed MalloyDiniz L Mattos P Abreu N Fuentes D 2016 Neuropsicologia aplicações clínicas Porto Alegre RS Artmed MalloyDiniz L F Fuentes D Mattos P Abreu N 2018 Avaliação Neuropsicológica segunda edição Porto Alegre RS Artmed Marchant N L Lovland LR Jones R Alexa P B Julie G Eider M ArenazaUrquikjo Gael C Sylvia V 2020 Repetitive negative thinking is associated with amyloid tau and cognitive decline Alzheimers Dement 10541064 httpsdoiorg101002alz12116 Neto A Schwanke C Argimon I Silva Filho I 2016 Atualizações em Geriatria e Gerontologia VI Envelhecimento e Saúde Mental EDIPUCRS Editora Universitária da PUCRS Organização Mundial da Saúde 2017 Mental health of older adults Web log post Retirado de httpwwwwhointennewsroomfactsheetsdetailmentalhealthofolderadults Roozendaal B McEwen B S Chattarji S 2009 Stress memory and the amygdala Nature reviews Neuroscience 10 6 423433 httpsdoiorg101038nrn2651 Schlosser M DemnitzKing H Whitfield T Marchant NL 2020 Repetitive negative thinking is associated with subjective cognitive decline in older adults Alzheimers Dement 16 e038518 httpsdoiorg101002alz038518 Silva Lorena Souza Mayra 2018 Os transtornos neuropsicológicos e cognitivos da doença de Alzheimer a psicoterapia e a reabilitação neuropsicológica como tratamentos alternativos Pretextos Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas Silva Joenilton Saturnino Cazé da 2016 Efeito da idade na memória episódica uma análise através dos paradigmas queondequando e queondequal contexto João PessoaPB Dissertação Mestrado UFPBCCHL Souza E Oliveira A Lima S de Melo G Araújo C 16 de Agosto de 2021 Impactos do isolamento social na funcionalidade de idosos durante a pandemia de COVID19 Research Society and Development pág 10 Stopa S Malta D Oliveira M Lopes C Menezes P Kinoshita R 2013 Prevalência do autorrelato de depressão no Brasil Resultados da Pesquisa Nacional de Saúde Rev bras epidemiol httpsdoiorg10159019805497201500060015 Sun H Tan Q Fan G Tsui Q 2014 Different effects of rumination on depression key role of hope Int J Ment Health Syst 8 53 httpsdoiorg10118617524458853 Zibetti M HermesPereira A Kochham R Duarte G Lehnen A Santos F 2019 Evidence of Clinical Criterion and Convergent Validity of the Brazilian Version of the Picture Free and Cued Selective Reminding Test with Immediate Recall Psychology Neuroscience pág 11 ANEXOS
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Relações entre memória episódica e depressão em idosos RESUMO O envelhecimento populacional está levando a mudanças na estrutura da pirâmide demográfica no mundo inteiro De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS tanto a demência quanto a depressão são consideradas problemas de saúde pública e estão entre os quadros clínicos mais prevalentes na população idosa levando a custos sociais elevados A memória episódica é um subsistema da memória declarativa que referese à recuperação de informações relacionadas com eventos pessoais e autobiográficos Sabese que a detecção de disfunções neste subsistema da memória está entre os principais critérios para o diagnóstico da demência do tipo Alzheimer e além disso estudos indicam que a memória episódica está prejudicada na depressão unipolar de modo que indivíduos depressivos apresentam alterações na habilidade de lembrar eventos pessoais e autobiográficos Considerando que tanto a depressão quanto a demência são prevalentes na população idosa e levando em conta o envelhecimento populacional o presente estudo de delineamento observacional analítico e transversal possui como objetivo avaliar a relação entre o desempenho em tarefas de memória episódica e a depressão na população idosa A amostra será constituída de no mínimo 150 idosos provenientes do Rio Grande do Sul Os dados serão coletados através dos seguintes instrumentos 1 Questionário Sócio Demográfico e de Condições de Saúde 2 Questionário de Percepção Subjetiva de Memória 3 Exame Cognitivo de Addenbrooke 4 Escala de Depressão Geriátrica 5 Teste de Recordação Seletiva Livre e Guiada com Evocação Imediata TRSLGEI 6 Escala de Resposta Ruminativa Os resultados do estudo serão avaliados por meio da análise de Palavraschave memória episódica depressão envelhecimento INTRODUÇÃO O perfil da população brasileira está se transformando de maneira expressiva tendo em vista que estamos vivenciando o aumento da expectativa de vida mundial Tal mudança gera impactos para a saúde pública e nos leva a refletir sobre as intervenções que podem vir a ser necessárias para lidar com a população idosa crescente nas próximas décadas É importante considerar ainda que após a pandemia de COVID19 o isolamento da população idosa se tornou mais alarmante com isso os sintomas depressivos nessa faixa etária também podem piorar Muitos idosos deixaram de ter convívio social com amigos e familiares que antes viam com frequência bem como deixaram de realizar atividades que antes eram presenciais e coletivas Souza et al 2021 De acordo com a revisão integrativa de literatura realizada pelos autores supracitados percebese que as medidas restritivas propiciaram diminuição da funcionalidade diminuição da estimulação cognitiva sedentarismo bem como levaram muitos idosos a estados de ansiedade e angústia A pandemia do COVID19 pode agravar a situação das problemáticas psicológicas em idosos que já eram consideradas um problema de saúde pública Como nos mostram os dados da organização mundial da saúde mais de 20 da população mundial acima de 60 anos sofre de transtornos psiquiátricos ou neurológicos Os transtornos mais comuns nessa faixa etária são a demência e a depressão Ambos os transtornos trazem uma demanda clínica relacionada a queixas de memória que suscitam o diagnóstico diferencial REFERÊNCIA A avaliação neuropsicológica tem sido considerada uma ferramenta que pode auxiliar na diferenciação entre os dois transtornos Apesar da sensibilidade dos instrumentos utilizados para a identificação de prejuízos na memória episódica eles carecem de especificidade para cada um dos transtornos Nesse sentido alterações nos procedimentos clássicos de avaliação da memória podem contribuir para esse objetivo REFERÊNCIA Deste modo o presente projeto tem como objetivo avaliar a relação entre o desempenho em tarefas de memória episódica e a depressão em idosos Dentre os objetivos específicos buscará avaliar se alterações na apresentação e evocação dos estímulos controle de aprendizagem e evocação guiada modificam os padrões de relação entre a depressão e o desempenho de memória episódica em idosos saudáveis bem como avaliar a associação com o pensamento repetitivo negativo RNT Além disso buscará avaliar se variáveis demográficas estão relacionadas ao desempenho em tais tarefas FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OS DESAFIOS DO PROLONGAMENTO DA VIDA 11 Envelhecimento populacional e saúde O envelhecimento da população está ocasionando mudanças na estrutura da pirâmide demográfica no mundo inteiro Como indicam as informações do IBGE no ano de 2008 tínhamos a seguinte estimativa havia 247 idosos de 65 anos ou mais para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos Nas próximas décadas a conjectura esperada é de que no ano de 2050 para cada 100 crianças de 0 a 14 anos teremos 1727 idosos Como sugerido pela Organização Mundial da Saúde OMS dentre todos os países do mundo até 2025 o Brasil será o sexto país com maior quantidade de idosos Assim a expectativa da OMS é de que durante a década de 2050 a maior parte das pessoas idosas estarão vivendo em países em desenvolvimento sendo que a população mais crescente é a de idosos acima de 80 anos As informações referentes ao assunto indicam que essa tendência de crescimento é consistente Rosset et al 2011 Deste modo considerase que o envelhecimento populacional traz consigo uma série de preocupações particularmente devido às queixas dos idosos em relação ao funcionamento cognitivo Embora a maioria dos idosos não desenvolvam quadros demenciais eles experimentam algum grau de mudanças em seu desempenho cognitivo associados ao processo de envelhecimento Em relação a informações sobre a incidência e prevalência das demências a América Latina é uma região do mundo na qual faltam informações de qualidade sobre o assunto considerando a escassez de pesquisas científicas sobre o tema Quanto aos outros distúrbios neuropsiquiátricos a depressão entre idosos que vivem na comunidade varia de 48146 e a prevalência em idosos hospitalizados ou institucionalizados é maior atingindo 22 Por outro lado os estudos que avaliam os sintomas clinicamente relevantes e que utilizam as escalas de sintomas mostram prevalência na comunidade que varia de 64593 Barbosa et al 2013 12 Considerações sobre saúde mental e envelhecimento Durante o transcurso do envelhecimento acontecem mudanças no sistema periférico e no sistema nervoso central Essas mudanças no sistema nervoso que ocorrem com o passar dos anos ocasionam alterações na forma como percebemos e sentimos o mundo Acontecem mudanças não apenas no raciocínio e na memória mas também em processos sensoriais como na visão audição no equilíbrio motor e nos processos autonômicos MalloyDiniz et al 2013 Embora essas mudanças sejam esperadas no processo de envelhecimento normativo podem ocasionar prejuízos na funcionalidade e na autonomia dos indivíduos levando a contratempos na inserção social dos idosos e em suas relações familiares O entendimento sobre o envelhecimento pode ser pensado a partir de três divisões envelhecimento primário envelhecimento secundário e envelhecimento terciário Fechine Trompieri 2012 No processo de envelhecimento primário ocorrem processos não patológicos que são esperados para a faixa etária No envelhecimento secundário são percebidas mudanças que são causadas por fatores que vão além dos processos biológicos normais do indivíduo enquanto no envelhecimento terciário tais perdas cognitivas são mais significativas e acontecem em um período razoavelmente curto de tempo Desta maneira existe concordância na literatura científica em relação a ideia de que há um continuum clínico que vai se estendendo do funcionamento normal passando por alterações leves e progressivamente alterações mais graves que prejudicam vários domínios da cognição A demência representa o estágio final neste quadro de piora progressiva Sabendo disso abremse possibilidades para intervenções de maneira a interromper ou ao menos lentificar se não for possível reverter esse processo demencial Neto et al 2016 13 Quadros neuropsiquiátricos prevalentes em idosos Entre os quadros clínicos mais comuns presentes na população idosa estão a depressão e os diferentes tipos de demência Lacerda Quarantini 2009 Nas décadas recentes um grande número de fatores de risco para o declínio cognitivo e para a demência do tipo Alzheimer têm sido identificados Estudos atuais salientam que um mecanismo frequentemente presente entre os fatores de risco psicológicos para a Doença de Alzheimer é o pensamento negativo repetitivo RNT Marchant et al 2020 Tratase de um processo cognitivo mensurável que envolve o futuro preocupações e o passado ruminação Estes componentes têm sido associados com a memória e com as funções executivas Schlosser et al 2020 Além da associação com a Doença de Alzheimer o pensamento repetitivo negativo é considerado um sintoma comum durante o transcurso da depressão Deste modo justificase que o presente estudo busque investigar se há associação entre estes constructos Apesar de os transtornos depressivos serem comuns e de alta relevância clínica na população idosa uma considerável parcela de tais casos são subdiagnosticados nessa faixa etária mesmo considerando que a depressão não seja uma consequência natural do envelhecimento Lacerda Quarantini 2009 Os sintomas típicos dos quadros depressivos afetam as dimensões cognitivas e afetivas o que justifica que tais casos sejam avaliados justamente com o objetivo de minimizar as consequências da deterioração cognitiva Os demais diagnósticos clínicos comuns nesta população juntamente com a Depressão e a Doença de Alzheimer porém com menor incidência são a Demência Fronto temporal a Demência Vascular a Demência com Corpos de Lewy as Demências Mistas e a Doença de Parkinson 2 DEPRESSÃO 21 Conceito de depressão Quanto à caracterização da depressão considerase o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais que possui um capítulo sobre transtornos depressivos Também é bastante utilizado para diagnóstico dos transtornos mentais o CID10 publicado pela Organização Mundial de Saúde OMS Organização Mundial de Saúde OMS 2017 Estes dois manuais consideram a depressão como um transtorno de cunho afetivo ou de humor de tal modo que para a sua classificação são considerados diversos sintomas e variáveis A depressão pode ser conceituada de muitas outras maneiras de acordo com a linha teórica do psicólogo Neste trabalho consideramos a definição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSMV criado pela APA Associação Americana de Psiquiatria Para o diagnóstico do transtorno depressivo maior o indivíduo deverá apresentar cinco ou mais sintomas por um período mínimo de duas semanas e de forma constante sendo obrigatório ao menos um dos seguintes sintomas humor deprimido na maior parte do dia e quase todos os dias eou perda de interesse Além desses dois sintomas existem outros sete sintomas que são elencados pelo DSM5 perda ou ganho significativo de peso redução ou aumento de apetite irregularidades no padrão de sono insôniahipersonia agitação ou retardo psicomotor esgotamento emocional fadigaperda de energia sentimento de inutilidade ou culpa pensamentos recorrentes de morte medo de morrerpensamentos de suicídio Cabe dizer que os sintomas da depressão podem variar nas diferentes etapas do ciclo da vida No contexto brasileiro há poucos estudos epidemiológicos sobre a depressão De acordo com uma pesquisa realizada utilizando dados do Plano Nacional de Saúde PNS as mulheres apresentam cerca de três vezes mais prevalência do que os homens 111 das mulheres enquanto nos homens 39 É importante salientar que dentre todas as faixas etárias a maior prevalência foi entre idosos entre 60 e 64 anos com 111 Stopa et al 2013 A depressão é majoritariamente entendida atualmente como um transtorno de etiologia multifatorial O DSMV apresenta categorias sobre fatores de risco para a depressão sendo essas temperamentais ambientais genéticas e fisiológicas Por fatores de risco temperamentais entendese a presença de afetividade negativa impulsividade e baixa tolerância à frustração Os fatores ambientais estão relacionados a experiências de vida consideradas estressantes eventos traumáticos na infância por exemplo perda de um dos genitores na infância perda de um dos cônjuges na idade adulta Outros fatores de risco ambientais dizem respeito ao desemprego baixa percepção de suporte familiar e social histórico de abuso físico sexual ou emocional bullying assédio moral baixa autoestima e estratégias de enfrentamento inadequadas Baptista et al 2019 22 Depressão em idosos Os transtornos depressivos são comuns na faixa etária idosa A manifestação dos quadros depressivos em idosos é mais heterogênea e menos estereotipada do que na população jovem e isso pode tornar mais difícil sua sistematização para os profissionais que atendem estes pacientes Os idosos tendem a manifestar um número maior de sintomas somáticos como dores crônicas alterações do sono e do apetite Ainda assim os sintomas psíquicos são mais relevantes na definição diagnóstica das síndromes depressivas Lacerda et al 2009 As alterações cognitivas relacionadas aos quadros depressivos são bastante variadas e podem se manifestar de muitas maneiras por exemplo a demência pode estar associada ao quadro depressivo ou o quadro depressivo associado à demência ou uma depressão com déficit cognitivo A associação da depressão com quadros demenciais é considerada muito frequente em idosos Pacientes depressivos apresentam muitas vezes queixas cognitivas sendo que as queixas relacionadas com a memória de curto prazo são as mais frequentes Alguns apresentam apenas queixas subjetivas de memória que não são identificadas em avaliações objetivas REFERÊNCIAS As conclusões de estudos sobre dificuldades de memória nos quadros depressivos salientam uma grande quantidade de déficits cognitivos sendo que alguns são persistentes mesmo após o alento dos sintomas depressivos Os estudos neuropsicológicos que relacionam transtorno depressivo com déficits mnêmicos trazem indícios de alterações na memória de curto prazo na memória de reconhecimento no aprendizado visuoespacial memória visual e na memória de longo prazo No que diz respeito ao conteúdo do material relembrado alguns autores concordam que pacientes deprimidos tendem a focar mais na evocação de conteúdos negativos MalloyDiniz et al 2018 apud Breslow Kocsis Belkin 1981 Além dos estudos que mostram as dificuldades cognitivas associadas aos quadros depressivos há também estudos que salientam os efeitos do pensamento repetitivo negativo nos quadros depressivos Sun et al 2014 Pessoas imersas em emoções negativas e que tendem a ruminar provavelmente virão a sofrer de depressão grave e o quadro depressivo pode ser mais longo Bem como pessoas saudáveis mas com tendência a ruminar podem facilmente ficar deprimidas Podese constatar que a ruminação agrava os sintomas clínicos de pacientes com depressão Assim podemos considerar que a ruminação é um dos mais problemáticos sintomas cognitivos associados à depressão Alderman et al 2015 O transtorno depressivo maior é caracterizado por uma série de sintomas comportamentais emocionais e cognitivos sendo que entre eles está inserida a ruminação um processo no qual os indivíduos recuperam e ensaiam repetidamente conteúdo autobiográfico e de valor negativo sobre problemas passados e atuais bem como problemas de atenção associados à incapacidade de focalizar concentrar ou manter a atenção American Psychiatric Association 2014 3 NEUROPSICOLOGIA E AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 31 Neuropsicologia Quanto aos fundamentos teóricos e métodos de estudo da neuropsicologia estes são baseados na psicologia cognitiva na linguística bem como nos modelos neurais fornecidos pela biologia Os elementos mais consideráveis do que avistamos sobre a relação entre cérebro e comportamento dentro da neuropsicologia é resultante das contribuições de Alexander Romanovich Luria no início do século XX Desde os estudos de Luria o cérebro foi esmiuçado como um sistema biológico aberto e dinâmico em constante interação com o meio físico e social em que o indivíduo está inserido assim levando ao surgimento do conceito de plasticidade cerebral MalloyDiniz Mattos Abreu Fuentes 2016 Assim considerando o fato de a neuropsicologia estar em interação com as neurociências os métodos nos quais ela se funda são vastos Entre tais métodos estão os testes neuropsicológicos e baterias neuropsicológicas Os testes neuropsicológicos são instrumentos elaborados de maneira que o desempenho apresentado pelos sujeitos seja relacionado a processos cognitivos específicos e que possibilitam raciocinar sobre a localização de lesões cerebrais São instrumentos baseados em dados normativos resultantes de normalização em grupos maiores de indivíduos contra os quais são comparados antes de serem aplicados no exame clínico neuropsicológico MalloyDiniz et al 2016 Apesar de a psicometria contribuir para o desenvolvimento da neuropsicologia existem diferenças entre um psicometrista e um neuropsicólogo clínico pois o neuropsicólogo que atua área clínica tem como objetivo correlacionar as alterações observadas no comportamento do paciente com as possíveis áreas cerebrais envolvidas realizando um trabalho de investigação clínica que utiliza entrevistas e testes neuropsicológicos Atuando diretamente com o paciente o neuropsicólogo terá como foco o diagnóstico objetivando a descrição das alterações cognitivas ou o diagnóstico diferencial Percebese então que o exame neuropsicológico privilegia uma bateria de testes essencialmente quantitativos e tem uma abordagem estruturada em bases estatísticas 32 Avaliação neuropsicológica A avaliação neuropsicológica tratase de um procedimento clínico que nos oportuniza verificar as implicações de lesões ou disfunções neurológicas e inferir sobre a estrutura e a função do sistema nervoso partindo de uma avaliação do comportamento observável e do desempenho do indivíduo em uma situação controlada pelo avaliador Neste tipo de procedimento são aplicadas tarefas e instrumentos de avaliação que são desenvolvidas para acessar diferentes domínios cognitivos de modo a ocasionar certos comportamentos no indivíduo que está sendo avaliado MalloyDiniz et al 2016 As informações geradas pelos testes padronizados são potencializadas por informações que são coletadas através de escalas de avaliação de sintomas que são relatados pelos pacientes e seus familiares bem como por informações coletadas na entrevista clínica A avaliação neuropsicológica pode ser realizada em diferentes faixas etárias considerando as diferentes demandas de cada fase da vida Na população idosa a avaliação neuropsicológica é mencionada como sendo uma etapa importante para o diagnóstico dos transtornos neurocognitivos de acordo com a American Psychiatric Association 2013 A demanda para avaliação desses pacientes costuma vir de médicos neurologistas psiquiatras e geriatras Da mesma maneira que demais exames complementares tratase de um procedimento que apresenta limitações e deve ser interpretado à luz de outras informações clínicas laboratoriais e de imagem cerebral Neto et al 2016 Os idosos chegam ao consultório com queixas sobre diferentes domínios cognitivos alguns apresentam sintomas psiquiátricos outros solicitam exames para fins jurídicos Muitas vezes é necessário estimar o nível prévio de funcionalidade com vistas a concluir se ocorreu declínio cognitivo não sendo satisfatório apenas comparar o desempenho com grupos de referência Além disso na avaliação de pacientes idosos é importante indicar se há perda de independência nas atividades da vida diária AVDs e costuma ser necessária a presença de informantes geralmente familiares que convivem com o paciente para investigar as variações nos níveis de consciência sobre os déficits MalloyDiniz et al 2018 Na população idosa um dos principais motivos de encaminhamento dos pacientes para avaliação neuropsicológica costuma ser a queixa de dificuldades de memória por isso se dá principal atenção a este quesito De acordo com o SATEPSI Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos do Conselho Federal de Psicologia os seguintes instrumentos são considerados atualmente favoráveis para avaliar o público idoso no contexto da neuropsicologia Inventário de Depressão de Beck BDIII Teste d2 d2R Teste de Aprendizagem AuditivoVerbal de Rey RAVLT Teste de Retenção Visual de Benton BVRT Teste Pictórico de Memória 2 TEPICM2 Teste Wisconsin de Classificação de Cartas WCST Teste de Atenção Concentrada AOL bem como podem ser utilizadas as Escalas Wechsler de Inteligência para Adultos com o público até 89 anos Concepções atuais sobre a memória parecem sugerir que a memória não pode ser avaliada de forma unitária e sim considerando também outros atributos como a duração da retenção da informação e o tipo de informação que será recuperada Deste modo a principal divisão que temos é em memória de longo e curto prazo Na memória de longo prazo considerase a subdivisão em memória explícita declarativa e memória implícita procedimental Assim considerando de maneira mais minuciosa a memória declarativa temos outras subdivisões a memória declarativa episódica e a memória declarativa semântica MalloyDiniz Fuentes Cosenza 2013 A detecção de disfunções na memória episódica é o principal critério para o diagnóstico de demência do tipo Alzheimer como referido no estudo de Zibetti et al 2019 O estudo destes autores objetivou entender os processos envolvidos na adaptação transcultural para obter evidências de validade para o instrumento pTRSLGEI Teste de Recordação Seletiva Livre e Guiada com Evocação Imediata Futuramente com mais evidências de validade do instrumento ele poderá ser utilizado pelos neuropsicólogos brasileiros Atualmente o instrumento mais utilizado no contexto da avaliação neuropsicológica para avaliar a memória episódica verbal é o RAVLT Teste de Aprendizagem AuditivoVerbal de Rey 4 CONSIDERAÇÕES SOBRE A MEMÓRIA E A DEPRESSÃO EM IDOSOS 41 Características da memória episódica em idosos Estudos realizados ao longo dos anos mostraram que o envelhecimento afeta especialmente as memórias explícitas e as memórias implícitas são menos afetadas com o avanço da idade Silva 2016 Dentro dessa categoria está a memória episódica Idosos demonstram ter mais dificuldades em tarefas de recordação livre e recordação de dados como nomes e locais bem como pessoas que passaram dos 60 anos apresentam mais dificuldades na resolução de tarefas que envolvam a recordação consciente de eventos localizados em um determinado tempo e espaço como também a recordação do contexto relacionado a esse evento Silva 2016 Assim a memória episódica é considerada sensível ao envelhecimento bem como sofre modificações diante de doenças neurodegenerativas e neuropsiquiátricas O declínio da memória no envelhecimento parece ser relacionado a reduções de volume em estruturas cerebrais importantes para o desempenho da memória incluindo o lobo temporal medial o hipocampo e o córtex préfrontal Importante considerar que as dificuldades de memória episódica em idosos bem como as dificuldades em outros domínios cognitivos podem ser potencializadas dependendo do estilo de vida que o idoso teve ao longo da vida e que permanece tendo após a aposentadoria 42 Depressão e memória episódica Indivíduos com depressão normalmente apresentam dificuldade em memorizar eventos positivos bem como possuem capacidade de memorização potencializada para eventos negativos Deste modo os estudos indicam que a memória episódica está prejudicada em indivíduos com depressão unipolar Dillon Pizzagalli 2018 As falhas de memória são preditores de maior gravidade dos sintomas depressivos enquanto por sua vez o aprimoramento da memória autobiográfica pode amenizar a sintomatologia depressiva MacQueen et al 2002 Dentre as características neurobiológicas típicas em indivíduos com depressão percebese que o volume reduzido do hipocampo é um dos achados estruturais mais confiáveis Porém não há relação direta de causa e efeito pois a depressão é considerada um distúrbio clinicamente heterogêneo que provavelmente engloba várias fisiopatologias distintas Dillon Pizzagalli 2018 As seguintes possibilidades foram consideradas há evidências de redução do volume do hipocampo em adultos jovens saudáveis com risco de depressão devido a um histórico familiar de doença Além disso várias linhas de evidência sugerem que diversas condições estressantes além de precipitarem a depressão podem causar remodelação estrutural do hipocampo por meio da ativação de receptores de glicocorticóides que são abundantes nessa região do cérebro Roozendaal et al 2009 43 Memória episódica e depressão em idosos Em um estudo que teve como objetivo analisar padrões de desempenho de idosos com sintomas depressivos em diferentes testes de memória episódica e funções executivas concluíram que no teste de memória episódica imediata o grupo dos idosos sem sintomas depressivos apresentou desempenho significativamente melhor do que idosos com sintomas depressivos No que diz respeito aos testes de funções executivas a análise estatística deste estudo não revelou diferenças significativas entre os grupos Hamdan Corrêa 2009 Existem diferentes paradigmas sobre a memória episódica sendo que a utilização de lista de palavras assim como reconto de histórias e lembrança de figuras semicomplexas são tradicionalmente utilizados para avaliar a memória episódica Alguns autores REFERÊNCIA sugerem que a estruturação das tarefas auxiliaria na detecção de prejuízos distintos de codificação armazenamento e recuperação da informação de modo que dois problemas envolvidos na interpretação clínica das tarefas de memória episódica seriam amenizados sendo estes a deficiência de produto e a unidade de memória PROBLEMA DE PESQUISA Qual a relação entre desempenho em tarefas de memória episódica e depressão em idosos REFERÊNCIAS Alderman B L Olson R L Bates M E Selby E A Buckman J F Brush C J Panza E A Kranzler A Eddie D Shors T J 2015 Rumination in major depressive disorder is associated with impaired neural activation during conflict monitoring Frontiers in human neuroscience 9 269 httpsdoiorg103389fnhum201500269 American Psychiatric Association APA 2014 Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSMV 5 ed Porto Alegre Artmed Barbosa F B M Biermann L S Peixoto Júnior A A Almeida G H 2013 Depressive disorer in elderly people screening diagnosis and epidemiological aspects Geriatr Gerontol Aging 7228233 Baptista M Reppold C Nunes H Carvalho L Primi A Seabra A Wechsler S Hutz S Pasquali L 2019 Compêndio de Avaliação Psicológica Editora Vozes Breslow R Kocsis J Belkin B 1981 Contribution of the depressive perspective to memory function in depression The American Journal of Psychiatry 138 2 227230 httpsdoiorg101176ajp1382227 Dillon D G Pizzagalli D A 2018 Mechanisms of Memory Disruption in Depression Trends in neurosciences 41 3 137149 httpsdoiorg101016jtins201712006 Fechine B Trompieri N 2012 O processo de envelhecimento as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos Revista Cientifica Internacional p106194 httpdxdoiorg106020167998442007 Hamdan A C Corrêa P H 2009 Memória episódica e funções executivas em idosos com sintomas depressivos Psico 40 1 Recuperado de httpsrevistaseletronicaspucrsbrojsindexphprevistapsicoarticleview3531 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2008 Projeção da população do Brasil por sexo e idade 19802050 Rio de Janeiro IBGE Lacerda A Quarantini L Scippa A Del Porto J 2009 Depressão do neurônio ao funcionamento social Artmed MacQueen G M Galway T M Hay J Young L T Joffe R T 2002 Recollection memory deficits in patients with major depressive disorder predicted by past depressions but not current mood state or treatment status Psychological medicine 32 2 251258 httpsdoiorg101017s0033291701004834 MalloyDiniz L Fuentes D Mattos P Abreu N 2013 Neuropsicologia do envelhecimento uma abordagem multidimensional Porto Alegre RS Artmed MalloyDiniz L Mattos P Abreu N Fuentes D 2016 Neuropsicologia aplicações clínicas Porto Alegre RS Artmed MalloyDiniz L F Fuentes D Mattos P Abreu N 2018 Avaliação Neuropsicológica segunda edição Porto Alegre RS Artmed Marchant N L Lovland LR Jones R Alexa P B Julie G Eider M ArenazaUrquikjo Gael C Sylvia V 2020 Repetitive negative thinking is associated with amyloid tau and cognitive decline Alzheimers Dement 10541064 httpsdoiorg101002alz12116 Neto A Schwanke C Argimon I Silva Filho I 2016 Atualizações em Geriatria e Gerontologia VI Envelhecimento e Saúde Mental EDIPUCRS Editora Universitária da PUCRS Organização Mundial da Saúde 2017 Mental health of older adults Web log post Retirado de httpwwwwhointennewsroomfactsheetsdetailmentalhealthofolderadults Roozendaal B McEwen B S Chattarji S 2009 Stress memory and the 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