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Caso Clínico B ID 2 anos e 7 meses de idade sexo masculino Acompanhantes pais QD Febre e cansaço para respirar há 2 dias HPMA A mãe refere que a criança estava bem até 3 dias atrás quando iniciou quadro de inapetência e coriza aquosa No dia seguinte apresentou febre medida 385 oC e desde ontem atingindo 39oC Começou a ficar mais choroso sonolento e com dificuldade respiratória nas últimas horas Levou ao médico anteontem e foram prescritos dois remédios dipirona e outro que ela não se recorda o nome Não trouxe a receita médica ISDA Nega secreção ocular vômitos e diarreia Nega alterações da cor e odor da urina Refere ter se queixado de dor abdominal AP Previamente saudável Nega cirurgias ou internações anteriores Nega uso de medicamentos Fica na creche meio período Alimentase bem usualmente Passou em consulta de rotina há uma semana Peso 15 kg Comprimento 96 cm Vacinas Todas as vacinas do posto em dia SIC Não trouxe a caderneta de saúde AF Tem irmão de 6 anos de idade saudável Pais negam alterações de saúde Mae tabagista DNPM firmou o pescoço com 2 meses sentouse com 5 meses andou com 1 ano e 2 meses Ao Exame Físico FR 42 FC 156 Temperatura 389oC SatO2 89 em ar ambiente PA 92 x 45 mmHg Prostrado sonolento mucosas secas descoradas Choroso ao ser manipulado Palidez cutânea Sem sinais meníngeos Orofaringe hiperemia Otoscopia Hiperemia discreta em MTD Linfonodos submandibulares bilaterais móveis indolores 05 x 05 cm Linfonodos cervicais não palpáveis Tórax e Pulmões Simétrico expansibilidade simétrica Tiragem Intercostal moderada bilateral Frêmito toracovocal diminuído em base do HTD Macicez em 13 e base do HTD MV bilateralmente presentes reduzido em HTD Estertores finos em 13 médio do HTD Coração BRNF sem sopros Abdome RHA presentes Flácido indolor à palpação Fígado a 2cm do RCD mole Baço não palpável Genitais sem alterações MMSS e MMII movimentação passiva adequada Indolor Extremidades frias Pulso finos Perfusão 5 segundos Hipóteses Diagnósticas Exame Físico O que está alterado Capacidade de identificar as alterações no EF Exame físico Explicações das alterações Capacidade de correlacionar a anatomia fisiologia e fisiopatologia com o quadro clínico da criança 1 Alterações do exame físico Frequência respiratória 42 irpm normal até 40 Frequência cardíaca 156 bpm normal até 140 Temperatura 389ºC considerase a temperatura axilar normal até 375ºC SatO2 89 idealmente a SatO2 deve estar acima de 94 em ar ambiente Pressão arterial Adequada considerase hipotensão na pediatria quando a PAS está abaixo de 70 2 x idade mmHg Paciente prostrado sonolento mucosas secas e descoradas palidez cutânea hiperemia de orofaringe hiperemia discreta de MTD linfonodos submandibulares bilaterais móveis e indolores Presença de tiragem intercostal bilateral FTV diminuído em base de HTD macicez em terço inferior e base de HTD presença de estertores finos no terço médio de HTD Extremidades frias pulsos finos e tempo de perfusão aumentado 5 segundos Hipóteses diagnósticas Pneumonia adquirida na comunidade Choque séptico 2 Explicação das alterações encontradas ao exame físico O choque é um desequilíbrio entre transporte e as necessidades de oxigênio tecidual causado por disfunções cardiocirculatórias portanto as alterações dos sinais vitais correspondem a mecanismos compensatórios a esse desequilíbrio A taquicardia é uma das manifestações mais precoces do choque e surge como forma de aumento do débito cardíaco No choque séptico ocorre a liberação de uma série de mediadores pró inflamatórios devido à ligação dos receptores TLR tolllike aos epítopos dos microrganismos o que promove um aumento da permeabilidade vascular e liberação de óxido nítrico pelas células endoteliais promovendo vasodilatação e extravasamento plasmático com consequente hipovolemia A hipotensão a baixa saturação periférica os pulsos filiformes a má perfusão tecidual e a palidez cutânea são sinais que derivam da hipovolemia uma vez que as extremidades não estão sendo bem perfundidas Ainda as alterações cognitivas derivam da redução do fluxo sanguíneo cerebral enquanto as alterações ao exame do aparelho respiratório sugerem a presença de consolidações pulmonares inflamação e edema do parênquima pulmonar derivadas de um processo infeccioso