Antimicrobianos de Uso Veterinário

14082023 1 PROFª DRª NARA SARAIVA BERNARDI FARMACOLOGIA VETERINÁRIA E TERAPÊUTICA Universidade de Araraquara Graduação em Medicina Veterinária ANTIMICROBIANOS DE USO VETERINÁRIO Antimicrobianos CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 2 14082023 2 Conceitos oAntimicrobianos subst que em pequenas quantidades podem combater microrganismos oInespecíficos agem em microrganismos patogênicos e não patogênicos oDesinfetantes e antissépticos oEspecíficos agem em microrganismos patogênicos oQuimioterápicos e antibióticos Antibiótico oAntibióticos oSubstância química produzida por microrganismo que em pequenas doses inibem ou destroem o crescimento de patógenos oAntibióticos biossintéticos oOriundos de culturas de microrganismo substância química Penicilina V oAntibióticos semissintéticos oNúcleo ativo de um antibiótico um radical químico penicilinas semissintéticas ampicilinas amoxicilinas oSintobióticos oProduzido apenas em laboratório clorofenicol 3 4 14082023 3 Uso na medicina veterinária oAntimicrobianos inespecíficos oLimpeza e desinfecção zootécnica oLimpeza e desinfecção de materiais cirúrgicos oAntimicrobianos específicos oUso terapêutico oTratamento de doença oUso terapêutico oPóscirúrgico Uso na medicina veterinária oAntimicrobianos específicos oUso metafilático oAdministração na água ou na comida oUso aditivo zootécnico melhorador de desempenho oMelhorar o crescimento e conversão alimentar oResistência bacteriana 5 6 14082023 4 Uso na medicina veterinária Atividade do antimicrobiano oBacteriostático oInibe o crescimento sem destruir oParando o uso retorno do crescimento oBactericida oLetal para o microrganismo oEfeito irreversível oEfeitos dependentes da dose oBaixa dose bacteriostático oAlta dose bactericida oQuanto maior a distancia desses valores bacteriostático oQuanto mais próxima as doses bactericida 7 8 14082023 5 Atividade do antimicrobiano oConcentraçãodependente oAminoglicosídeos fluorquinolonas e metronidazol oQuanto maior o tempo de exposição em altos níveis plasmáticos maior erradicação da bactéria oAltas doses e maiores intervalos de administração oTempodependente oBetalactâmicos macrolídeos e tetraciclinas oQuanto mais tempo de exposição nos níveis plasmáticos adequados maior erradicação da bactéria oDoses mais baixas com várias administrações diárias Classificação do antimicrobiano oAntibacteriano oAção biológica bactericidabacteriostático oEspectro de ação largo ou curto espectro bactéria gram positivas ou negativas oMecanismo de ação inibição de síntese de parede dano na membrana celular inibição dos ácidos nucleicos inibição de síntese de proteína ou ácido fólico oAntifúngico oAntivirais 9 10 14082023 6 Classificação de acordo com o grupo químico 11 12 14082023 7 Classificação de acordo com o espectro de ação Mecanismo de ação 13 14 14082023 8 Determinantes para a prescrição Antimicro biano Paciente Agente etiológico 1º identificalo presumir quadro clínico Escolher baseado no agente etiológico Resistência bacteriana Antibiograma Antimicrobiano ideal Destruir ao invés de inibir Amplo espectro de ação Alto índice terapêutico Ter atividade em todos os tecidos Não atrapalhar a defesa do organismo Não produzir alergias Sem resistência Fácil e variada administração Idade do paciente biotransformação Condição patológica Prenhez 15 16 14082023 9 Insucessos na terapia antimicrobiano oUso em microrganismos não sensíveis vírus oErro na escolha ou posologia do antimicrobiano oDemora em iniciar o tratamento oLocal do foco infeccioso Insucessos na terapia antimicrobiana 17 18 14082023 10 Insucessos na terapia antimicrobiana oResistência bacteriana oMutação oTransferência de gene resistente oTransformação gene da resistência de outras bactérias é incorporado ao DNA gram positivas oTransdução gene é transferido de uma bactéria para a outra por um bacteriófago oConjugação ponte de citoplasma entre as bactérias para transferir a resistência oTransposição manda o gene de resistência por meio de transpósons gram negativas Insucessos na terapia antimicrobiana oResistência bacteriana oMutação oTransferência de gene resistente oTransformação gene da resistência de outras bactérias é incorporado ao DNA gram positivas oTransdução gene é transferido de uma bactéria para a outra por um bacteriófago oConjugação ponte de citoplasma entre as bactérias para transferir a resistência oTransposição manda o gene de resistência por meio de transpósons gram negativas 19 20 14082023 11 Insucessos na terapia antimicrobiano oMecanismos de resistência oRedução da permeabilidade da célula bacteriana ao antimicrobiano oBomba de efluxo lança para fora o antimicrobiano oInativação do antimicrobiano antes ou após entrar na bactéria oAquisição de uma via alternativa para de usar a via inibida pelo antimicrobiano oFormação de biofilme bacteriano oMétodos para reduzir o aparecimento de resistência oMelhor a condição de higiene dos animais oReduzir e restringir o uso dos antimicrobianos Associações de antimicrobiano oConhecimento e não tentar atingir ao acaso oSituações necessárias oInfecções mistas oTentar retardar o aparecimento de resistência oAumentar o efeito terapêutico oTratamento de pacientes imunodeprimidos oCuidado com antagonismo 21 22 14082023 12 Princípios gerais do correto tratamento da infecção QUESTÕES IMPORTANTES Primeira questão Está indicada a antibioticoterapia com base nos achados clínicos 23 24 14082023 13 Segunda questão Qual é o agente causal da infecção Exame Microbiológico sensibilidade in vitro Padrões epidemiológicos terapia presuntiva Terceira questão Qual o antimicrobiano a ser escolhido Eficácia e segurança comodidade de administração e custo 25 26 14082023 14 Terceira questão Qual o antimicrobiano a ser escolhido Eficácia capacidade de um antibacteriano eliminar bactérias efeito bactericida ou inibir sua multiplicação efeito bacteriostático In vitro testes de sensibilidade Terceira questão Qual o antimicrobiano a ser escolhido CIM concentração inibitória mínima corresponde a menor concentração do fármaco capaz de inibir a multiplicação de determinada cepa bacteriana 27 28 14082023 15 Terceira questão Qual o antimicrobiano a ser escolhido CIM concentração inibitória mínima um microorganismo é considerado sensível a certo antibiótico quando 90 das suas cepas tem seu crescimento inibido pelo agente testado Terceira questão Qual o antimicrobiano a ser escolhido CBM concentração bactericida mínima menor concentração do fármaco capaz de eliminar cultura de microorganismos existente 29 30 14082023 16 Quarta questão Há fatores do hospedeiro determinantes de escolha ou esquemas especiais Idade gestação lactação insuficiência hepática ou renal hipersensibilidade gravidade da doença condição econômica etc Quinta questão Como deve ser prescrito o antibiótico selecionado Dose apropriada via de administração intervalo adequado entre tratamentos e duração ótima de tratamento Propriedades farmacocinéticas 31 32 14082023 17 Quinta questão Como deve ser prescrito o antibiótico selecionado Dose apropriada CIM Quinta questão Como deve ser prescrito o antibiótico selecionado Via de administração depende de sua propriedade absortiva O ideal é distribuição por todos os compartimentos orgânicos para atingir o microorganismo infectante Propriedades farmacocinéticas 33 34 14082023 18 Quinta questão Como deve ser prescrito o antibiótico selecionado Intervalo adequado entre tratamentos de acordo com a meia vida plasmática Propriedades farmacocinéticas Quinta questão Como deve ser prescrito o antibiótico selecionado Duração ótima de tratamento até alguns dias após o desaparecimento dos sinais clínicos de infecção Propriedades farmacocinéticas 35 36 14082023 19 Sexta questão Como deve ser acompanhado o tratamento Resposta clínica resultados de novas culturas Sétima questão Existem vantagens em associar antimicrobianos Ideal monoterapia Em busca de aumentar espectro de ação e sensibilidade Mecanismo de ação complementar 37 38 14082023 20 PROFª DRª NARA SARAIVA BERNARDI FARMACOLOGIA VETERINÁRIA II Universidade de Araraquara Graduação em Medicina Veterinária Antimicrobianos de uso veterinário parte 2 Antissépticos e Desinfetantes 39 40 14082023 21 Introdução Infecção Desequilíbrio entre os microrganismos existentes e a resposta imune do hospedeiro Uso de substâncias biocidas para controlar a carga de microrganismos Tecidos utensílios e materiais Desinfecção de baias granjas gaiolas Antissépticos e desinfetantes Usados externamente Uso restrito para mucosas Desinfetantes superfícies e instrumentais Conceitos Assepsia Impedir o crescimento de microrganismos Antissepsia Eliminar os microrganismos da pele com auxílio de algum agente Desinfecção Eliminar o microrganismo de materiais e superfícies Esterilização Destruição total dos microrganismos Físico calor Químico desinfetantes 41 42 14082023 22 Uso dos antissépticos e desinfetantes Influência na eficácia Natureza do microrganismo número e suscetibilidade O agente e sua concentração Tempo de exposição Realização de limpeza mecânica prévia Presença ou não de resistência Antissépticos limpeza do campo cirúrgico e das mãos do cirurgião Limpeza de feridas e mucosas Uso dos antissépticos e desinfetantes Desinfetantes Instalações Desinfecção inicial de instrumentos e roupas Desinfecção alta destruição total Desinfecção intermediária mycobacterium vírus e algumas bactérias não esporuladas Desinfecção baixa não mata mycobacterium e nem esporos 43 44 14082023 23 Álcoois Mecanismo de ação Promove desnaturação das proteínas de membrana Reduz a tensão de superfície remoção dos lipídeos Lise na presença do álcool Espectro de ação Bactericidas gram positivas e negativas vírus envelopado e fungos Sem ação em esporos e vírus não envelopado Álcoois Uso Solventes e antissépticos Desinfetante de uso intermediário Vantagens Solventes para germicidas aumenta a eficácia bactericida Baixo custo atóxico 45 46 14082023 24 Álcoois Desvantagem Baixa atividade fungicida e virucida Baixa penetração Promovem desidratação Promovem ressecamentos de materiais Rápida evaporação Halógenos e compostos halogenados Mecanismo de ação Germicidas por oxidação Principais compostos Iodo e cloro 47 48 14082023 25 Halógenos e compostos halogenados Iodo e derivados Preparação Pouco solúvel em água solvente alcóolico Mecanismo de ação Desnaturação e precipitação das proteínas Oxidação das enzimas essências Altera os ácidos graxos altera lipídeo de membrana Halógenos e compostos halogenados Iodo e derivados Espectro de ação Bactericida gram positiva e negativa virucidas e fungicidas Mycobacterium Esporos bacterianos exposição prolongada 49 50 14082023 26 Halógenos e compostos halogenados Iodo e derivados Uso Antissépticos tópicos 7 irritante detergentes iodóforos limpeza de material e úbere Halógenos e compostos halogenados Cloro e derivados Preparação Solução de hipoclorito Hipoclorito de cálcio Clorofenicol pó 51 52 14082023 27 Halógenos e compostos halogenados Cloro e derivados Mecanismo de ação Cloro água HOCl ácido hipocloroso penetra na bactéria libera o oxigênio oxidação Ação tóxica sobre a membrana plasmática Inibe sistemas enzimáticos bacterianos Halógenos e compostos halogenados Cloro e derivados Espectro de ação Fungicida algicida protozoocida virucida e contra as formas vegetativas das bactérias Espectro de ação melhora em água aquecida Uso Cloração de água para consumo humano Antissepsia de feridas e mucosas Limpeza de materiais 53 54 14082023 28 Halógenos e compostos halogenados Cloro e derivados Vantagens Barato Rápida ação Atóxico Desvantagem Corrosivo para metais e roupas Inativado em matéria orgânica Agentes oxidantes Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada Biocida para desinfecção esterilização e antissepsia Preparação Solução aquosa 3 e 6 10 e 20 volumes Mecanismo de ação Produz radicais livres peroxidação de membrana lise de DNA e de outros componentes Resistência sistema citocromo transforma o radical hidroxila em água e oxigênio 55 56 14082023 29 Agentes oxidantes Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada Espectro de ação Grande número de microrganismos inclusive esporos Mais ativo contra gram positivo e negativo Uso Desinfecção de feridas Tratamento de água Agentes oxidantes Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada Vantagens Uso para limpeza de pele e feridas Baixa toxicidade Desvantagem Irritante para mucosas Presença de matéria orgânica diminui a eficácia 57 58 14082023 30 Aldeídos Formaldeído Preparações Formol líquido Mecanismo de ação Inibe a formação de metionina Intoxicação direta ao microrganismo Aldeídos Formaldeído Espectro de ação Baixa concentração bacteriostático Alta concentração bactericida Fungos bactérias e esporos germicida virucida Uso Apenas como desinfetantes 59 60 14082023 31 Aldeídos Glutaraldeído Preparação Solução aquosa ativa alcalina ou potencializada ácida Mecanismo de ação Altera o DNA e o RNA Altera a membrana celular Aldeídos Glutaraldeído Espectro de ação Todos os tipos de microrganismos Esterilizante químico Vantagens Menos irritante e corrosivo Atua em matéria orgânica 61 62 14082023 32 Biguanidas Clorexidina e hexamidina Mecanismo de ação Desorganização da membrana bacteriana Permanece na pele por até 6 horas Espectro de ação Antisséptico contra gram positiva e negativas Não tem ação em leveduras e esporos Biguanidas Clorexidina e hexamidina Uso Desinfecção de materiais Tratamento de feridas Antissepsia cirúrgica Desvantagens Ototóxico e inativado em tecido inorgânico 63 64 14082023 33 Continua na próxima aula 65