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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA AÇÕES E PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE III ISABELA FRANCO FREIRE MANUELA CAVALCANTE COLING LIMA MILENA AGNES SANTOS BUENO EDUCAÇÃO ALIMENTAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS LÚDICAS PARA ESTIMULAR A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA Fortaleza 2022 ISABELA FRANCO FREIRE MANUELA CAVALCANTE COLING LIMA MILENA AGNES SANTOS BUENO EDUCAÇÃO ALIMENTAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS LÚDICAS PARA ESTIMULAR A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA Pesquisa vinculada à Estratégia de Ações e Práticas Integradas em Saúde III APIS III do Curso de Medicina do Centro de Ciências da Saúde da Pesquisa da Universidade de Fortaleza Orientadora Profa Dra Rachel Ximenes Ribeiro Lima Fortaleza 2022 1 SUMÁRIO RESUMO03 1 INTRODUÇÃO04 2 METODOLOGIA 06 3 DISCUSSÃO08 4 CONCLUSÃO11 5 REFERÊNCIAS12 ANEXO I14 2 RESUMO Introdução A introdução alimentar e as questões nutricionais que a circundam estão profundamente e de forma negativa em parte das vezes associadas com a realidade sociocultural em que as mães e os responsáveis por crianças estão inseridos Nesse contexto cabe a compreensão da importância desse tópico tanto em relação à qualidade nutricional ofertada para o infanto quanto aos reflexos dessas inadequações na saúde infantil e adulta Essa correlação estabelecese por meio de variáveis sociais que influenciam o perfil alimentar de crianças menores de 1 ano Podese citar como práticas errôneas perpetuadas devido a esses fatores sociais a introdução precoce de alimentos e a inadequação ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses Isso culmina com um status de saúde mais suscetível ao acometimento por hipertensão diabetes mellitus tipo 2 obesidade etc Objetivo Conscientizar mães e responsáveis por crianças acerca da alimentação saudável por meio de uma estratégia lúdica que favoreça a compreensão e a retenção do conhecimento Metodologia Aplicouse uma dinâmica de perguntas e respostas acerca de tópicos como nutrição adequada introdução alimentar amamentação e dieta infantil As participantes receberam placas de sim e não para responderem aos questionamentos e interagirem entre si e com as pesquisadoras explicando suas respostas quando se sentiam à vontade para tal Discussão de resultados Percebeuse bastante participação por parte das integrantes do grupo de mães que estiveram na ação A partir da interação pôdese entender os tópicos que mais as causavam dúvidas como a introdução de água e chás antes dos 6 meses de idade ou o uso do mingau como fonte de nutrição A amamentação no entanto apesar dos altos índices de desmame precoce na região foi um assunto unânime e positivo quanto à possibilidade de se continuar ofertando o leite materno após os 6 meses e por quanto tempo fazêlo Foi explicada com linguagem acessível e de forma dinâmica a justificativa para as respostas corretas das perguntas feitas Isso foi feito para favorecer o entendimento além de mera memorização dos porquês de ser a alimentação saudável necessária para a saúde da criança a curto e a longo prazo Conclusão A alimentação saudável principalmente na infância é um assunto ainda pouco elucidado perante a sociedade Os efeitos da inadequação da dieta podem surgir ainda na infância ou a longo prazo demonstrando a necessidade existente de conscientização acerca desse tópico para dirimir as consequências negativas explicitadas PalavrasChave Alimentação Infância Introdução Alimentar Educação em Saúde Promoção de Saúde 3 1 INTRODUÇÃO A alimentação nos primeiros anos de vida assim como as questões nutricionais que a circundam têm papel de relevância ímpar em termos de saúde pública no Brasil Em razão de ser acentuadamente responsável por estabelecer as condições de saúde do infanto ela pode prevenir agravos relacionados à malnutrição Não apenas isso mas o perfil metabólico gerado durante a infância pode predizer a tendência ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis DCNT como síndrome metabólica obesidade diabetes mellitus tipo 2 hipertensão arterial sistêmica doença cardiovascular e outras com forte fator metabólico envolvido DEMMELMAIR et al 2006 A prevalência das doenças previamente citadas culminam com o fato de uma das causas mais frequentes de morte nãotraumática ser o acidente vascular encefálico AVE que tem suas bases etiopatogênicas na disfunção endotelial causada pelas DCNT supracitadas ALMEIDA 2012 A noção de que a alimentação na infância molda a saúde durante a idade adulta está pautada no conceito de metabolic imprinting ou metabolic programming Ele se refere a eventos do início da vida que impactam a fisiologia do indivíduo a longo prazo sofrendo grande influência da epigenética Estão contidos no rol de elementos que exercem essa influência a amamentação e sua adequação o perfil de consumo alimentar da criança e o ganho de peso de forma irregular HANLEY et al 2010 DEMMELMAIR et al 2006 SIMON et al 2009 Existem diversas razões às quais podese atribuir a inadequação da dieta de crianças culminando com a situação anteriormente explicitada Como exemplo podese citar o baixo acesso a fontes confiáveis de informação a transmissão transgeracional e intercomunitária de conhecimentos errôneos e a tendência a alimentar a criança com alimentos não adaptados nem permitidos para a sua idade Demonstrase assim que fortes fatores socioculturais e costumes influenciam extensamente o processo de introdução alimentar e de alimentação na infância SIMON et al 2009 Prova disso é que a pesquisa conduzida por Simon et al verificou em sua amostra que mesmo dentre crianças de elevado nível socioeconômico de uma escola particular quase 50 delas já tinham acesso aos 5 meses de idade a água ou chás frutas e leite nãomaterno Com essa perspectiva percebese a relevância da urgente necessidade de se proceder com conscientizações acerca do assunto a nível populacional Isso visa à diminuição da 4 prevalência da incorreta administração de alimentos a crianças e à melhora das condições de saúde pública e individual a longo prazo Em razão disso o presente trabalho objetiva a conscientização alimentar de mães e responsáveis por crianças por meio de uma estratégia lúdica e que favoreça tanto a compreensão quanto a retenção do conhecimento 5 2 METODOLOGIA 21 Desenho de estudo Tratouse de uma ação sobre educação em saúde que avaliou a percepção de gestantes puérperas e mães de crianças de até 1 ano de vida acerca da introdução alimentar e da alimentação saudável A pesquisa foi realizada através de uma dinâmica interativa de perguntas e respostas Anexo I com a finalidade de considerar o conhecimento prévio das participantes assim como reforçar assuntos sobre os quais se tem pouco conhecimento 22 Critérios de Inclusão e Exclusão Os critérios de inclusão consistiram na aplicação do método interativo de perguntas e respostas às gestantes e mães de crianças de até 1 ano de idade que estão aprendendo e utilizando das técnicas da introdução alimentar como ferramenta para a alimentação de seus filhos Excluirseá aquelas que não estiverem grávidas ou as que já possuem filhos com idade superior a um ano 23 Metodologia proposta Foram convocadas gestantes e mães de crianças de até 1 ano de idade através de um convite desenvolvido pelo grupo de alunos e enviado pelos Agentes Comunitários de Saúde para o públicoalvo No dia da ação as participantes que se dispuseram a participar da dinâmica receberam placas de duas formas onde uma possuía um símbolo positivo para indicar resposta correta e outra com símbolo negativo o qual representava resposta errada Após a organização houve uma rápida explanação sobre a dinâmica e essa foi iniciada Foram realizadas perguntas cujas respostas eram apenas sim ou não e caso alguma participante quisesse intervir para explicar ou questionar havia momento para tal após cada arguição Ao final de toda a dinâmica ocorreu um sorteio de kits de pratos e utensílios infantis como recompensa pela disposição e participação das mães ali presentes Por fim foi entregue um panfleto contendo todas as perguntas feitas acompanhadas das respostas e algumas 6 explicações extras sobre o assunto tratado na ação com base no Ministério da Saúde do Brasil 24 Riscos e Benefícios A ação contou com o risco de constrangimento por parte de algumas mulheres que por sua vez apresentaram vergonha ou medo de responder às perguntas de forma errada Com o fito de minimizar o risco foram desenvolvidas apenas perguntas que tinham como respostas sim ou não para que não houvesse necessidade de apenas uma mulher responder e errar a resposta sozinha Ainda algumas respostas foram influenciadas por uma aula prévia sobre condutas corretas na introdução alimentar que foi dada às participantes da dinâmica Além disso não serão utilizados dados pessoais ou informações privadas das participantes de forma que possa comprometer a sua integridade Os benefícios se constituíram no ensino e no compartilhamento de informações sobre a introdução alimentar em crianças de até 1 ano de vida 25 Metodologia de análise de dados A análise de dados foi realizada durante a própria aplicação da dinâmica interativa avaliando através das perguntas realizadas Anexo I quantas mulheres acertaram ou erraram as respostas por meio do uso das placas cedidas ao início da ação 26 Aspectos éticos A ação cumpriu com todos os preceitos éticos envolvidos com sua realização visto que todas as pessoas envolvidas na dinâmica foram respeitadas 7 3 DISCUSSÃO Durante a dinâmica de perguntas e respostas houve colaboração e participação da maioria das gestantes presentes Algumas no entanto abstiveramse das respostas e apenas permaneceram escutando as das outras participantes Perguntas como crianças abaixo de 6 meses podem tomar água e chá e crianças devem tomar mingau dividiram o gabarito mesmo após a aula expositiva prévia às perguntas sobre como realizar uma correta introdução alimentar Justificativas como daremos mingau pois é mais barato e dessa forma o bebê consegue dormir a noite inteira torna possível inferir a realidade social em que a comunidade do Ancuri está envolvida assim como é necessário realizar a conscientização de que por mais cômoda que seja a situação para a mãe diante do filho que dorme uma noite inteira por sentirse satisfeito a qualidade dos componentes do mingau confere altas chances de desenvolver obesidade infantil e está fortemente associada com o desmame precoce SILVA et al Além disso a pergunta crianças devem continuar sendo amamentadas após a introdução alimentar recebeu de todas as participantes a placa a qual indicava que a resposta era sim Deduzse então que muitas estão conscientes da importância da amamentação havendo inclusive explicações para o porquê da pergunta feita estar correta Isso pode ser resultado de um prénatal realizado com qualidade e assiduidade pois este bem feito tornase fonte máxima de informações corretas e necessárias para a maternidade a saúde e o desenvolvimento infantil Um estudo do ano 2000 demonstrou os padrões alimentares de crianças menores de um ano residentes de bairros periféricos de Fortaleza exemplificando os diversos erros de dieta que são ainda encontrados rotineiramente nas consultas de puericultura da Atenção Primária Dentre as crianças menores de seis meses observouse um predomínio do aleitamento parcial sobre o aleitamento materno exclusivo que é o preconizado pela Organização Mundial de Saúde para essa faixa etária Observouse também que mais de 15 das crianças estudadas recebiam farináceos nos primeiros três meses de vida e que a oferta de alimentos complementares foi precoce em muitas delas Antes dos 46 meses já havia crianças que recebiam alimentos semisólidos como sopas papas e raspas de fruta mesmo que o Ministério da Saúde recomende que a introdução alimentar somente seja feita a partir dos seis meses SOARES et al 2000 8 Em 2013 um estudo transversal utilizou de dados da Pesquisa Nacional de Saúde das cinco regiões do país e apresentou resultados que se assemelham àqueles vistos em Fortaleza treze anos antes mostrando que o problema da inadequação alimentar das crianças menores de dois anos é nacional e persistente 66 dos lactentes menores de seis meses dessa amostra consumiam mingau e 499 consumiam outros tipos de leite além do materno Vale destacar ainda o alto consumo de produtos ultraprocessados e açúcares dentre elas do total de crianças até os dois anos de idade 162 consumiam refrigerantes 256 sucos artificiais e 296 doces FLORES et al 2021 O comportamento alimentar da criança é profundamente influenciado pelo contexto social e pelo ambiente doméstico estilo de vida dos pais e relações interfamiliares de forma que a família e o meio externo podem contribuir para a formação de um padrão adequado ou não de dieta OLIVEIRA et al 2017 A fim de elucidar esses fatores determinantes um estudo de coorte feito em um Hospital Universitário de São Paulo encontrou diversas associações entre hábitos alimentares de crianças menores de um ano e variáveis socioeconômicas Foi visualizado que as mães com nível superior de escolaridade fizeram introdução mais tardia de água e chá mostrando que o acesso à informação de que esses itens são dispensáveis nos primeiros seis meses de vida quando a criança deve estar em aleitamento materno exclusivo depende de melhor nível de estudo Sobre a oferta de outros tipos de leite percebeuse que as mães que trabalham fora do lar faziam a introdução mais precoce do que as donas de casa devido à menor disponibilidade de tempo para o aleitamento As carnes por sua vez foram oferecidas mais cedo às crianças cujas mães estavam incluídas em níveis elevados de renda familiar o que provavelmente está associado ao elevado custo desse alimento A despeito de todas essas variáveis o estudo concluiu que a escolaridade materna é o fator que mais influenciava a alimentação das crianças no primeiro ano de vida SIMON et al 2003 O conhecimento materno é um fator crucial que pode influenciar negativamente ou positivamente as práticas de aleitamento e de introdução dos alimentos complementares Um estudo descritivo foi realizado em 2017 em São Luís no Maranhão cujo objetivo era avaliar o conhecimento materno a respeito desses temas e os resultados obtidos elucidam bastante sobre o estado da qualidade e do acesso à informação pela população em geral Apenas metade das mães avaliadas nesse estudo obtiveram conhecimento considerado satisfatório pelos pesquisadores sendo que o tema com maior número de acertos foi a amamentação provavelmente devido às campanhas sobre aleitamento realizadas pelos serviços de saúde nos últimos anos No entanto o conhecimento materno se mostrou muito 9 deficiente quanto à introdução alimentar Apenas 48 das participantes disseram ter sido instruídas sobre esse assunto e desse número somente 38 afirmaram ter recebido informações de profissionais da saúde as demais receberam orientações de familiares e amigos PIZZATTO et al 2020 Esses resultados demonstram que as ações educativas sobre a alimentação infantil não têm sido conduzidas eficientemente devendo ser portanto intensificadas principalmente no que tange à introdução alimentar 10 4 CONCLUSÃO A alimentação das crianças nos primeiros anos de vida especialmente nos 24 meses iniciais passa por diversas transformações primeiramente sendo recomendado o consumo exclusivo do leite materno até o sexto mês de vida e a partir de então devem ser introduzidos alimentos complementares É preciso enfatizar porém que a introdução alimentar não deve ser vista apenas com o objetivo de saciar a fome mas sim com a intenção de promover hábitos alimentares saudáveis à criança já que isso poderá prevenir a incidência de agravos em seu futuro como hipertensão diabetes e obesidade O conhecimento dos padrões alimentares de uma população é de suma importância para delinear ações voltadas à educação alimentar objetivando reduzir os danos causados por uma dieta inadequada FLORES et al 2021 Assim foi observado que as práticas alimentares infantis de forma geral não estavam seguindo as recomendações propostas pelo Ministério da Saúde especialmente no quesito da introdução dos alimentos complementares Esse fato é corroborado por diversos estudos de diferentes regiões do país o que leva à suposição de que essa é uma problemática nacional que não se restringe às comunidades periféricas da cidade de Fortaleza Como mostrou a pesquisa de Pizzatto et al o conhecimento materno acerca da nutrição infantil é crucial para que a criança tenha uma alimentação saudável e adequada no entanto grande parte das mães não o possuem de maneira satisfatória Isso ocorre devido a diversas variáveis sejam de teor cultural ou de teor socioeconômico mas independentemente das individualidades ficou claro que os serviços de saúde não têm orientado a população de modo eficiente sobre esse tema Tendo em vista o impacto que a alimentação nos primeiros anos de vida tem sobre a qualidade de vida das crianças é urgente que seja priorizada a abordagem desse tema na atenção primária de maneira a promover a prática alimentar infantil apropriada Os prejuízos causados por introdução alimentar precoce consumo de outros tipos de leite e ingestão de ultraprocessados devem ser amplamente divulgados e debatidos a fim de que a desinformação não seja mais um obstáculo na saúde da criança brasileira 11 5 REFERÊNCIAS ALMEIDA Sara Análise epidemiológica do Acidente Vascular Cerebral no Brasil Revista Neurociências SL v 20 p 481482 21 jan 2012 Universidade Federal de Sao Paulo httpdxdoiorg104181rnc201220483ed2p Disponível em fileCUsersDownloadsplsoaresedSarapdf Acesso em 19 maio 2022 DEMMELMAIR Hans VON ROSEN Julia KOLETZKO Berthold Longterm consequences of early nutrition Early Human Development SL v 82 n 8 p 567574 ago 2006 Elsevier BV httpdxdoiorg101016jearlhumdev200607004 Disponível em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS037837820600199Xvia3Dihub Acesso em 19 maio 2022 FLORES Thaynã Ramos NEVES Rosália Garcia WENDT Andrea COSTA Caroline dos Santos BERTOLDI Andréa Dâmaso NUNES Bruno Pereira Padrões de consumo alimentar em crianças menores de dois anos no Brasil pesquisa nacional de saúde 2013 Ciência Saúde Coletiva SL v 26 n 2 p 625636 fev 2021 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg10159014138123202126213152020 Disponível em httpswwwscielobrjcscayncgKG9tqmNXbtR3xDT5pQqlangpt Acesso em 19 maio 2022 HANLEY Bryan DIJANE Jean FEWTRELL Mary GRYNBERG Alain HUMMEL Sandra JUNIEN Claudine KOLETZKO Berthold LEWIS Sarah RENZ Harald SYMONDS Michael Metabolic imprinting programming and epigenetics a review of present priorities and future opportunities British Journal Of Nutrition SL v 104 n 1 p 125 jul 2010 Cambridge University Press CUP httpdxdoiorg101017s0007114510003338 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov20929595 Acesso em 19 maio 2022 LOPES Wanessa Casteluber MARQUES Fúlvia Karine Santos OLIVEIRA Camila Ferreira de RODRIGUES Jéssica Alkmim SILVEIRA Marise Fagundes CALDEIRA Antônio Prates PINHO Lucinéia de ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS NOS PRIMEIROS DOIS ANOS DE VIDA Revista Paulista de Pediatria SL v 36 n 2 p 164170 jun 2018 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg10159019840462201836200004 Disponível em httpswwwscielobrjrppar8tJMQJJZxCP7n6q4zTwMWxlangpt Acesso em 19 maio 2022 OLIVEIRA Maria Inês Couto de RIGOTTI Renata Ribeiro BOCCOLINI Cristiano Siqueira Fatores associados à falta de diversidade alimentar no segundo semestre de vida Cadernos Saúde Coletiva SL v 25 n 1 p 6572 mar 2017 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg1015901414462x201700010204 Disponível em httpswwwscielobrjcadscaBGSkpwQ49ycKZtsrNFTkDjPlangpt Acesso em 19 maio 2022 12 PIZZATTO Paula DALABONA Caroline C CORREA Mariana Lima A NEUMANN Nelson CESAR Juraci Almeida Maternal knowledge on infant feeding in São Luís Maranhão Brazil Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil SL v 20 n 1 p 169179 mar 2020 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590180693042020000100010 Disponível em httpswwwscielobrjrbsmiaZGMzxjV5tp8frrjQgQqK6Rflangen Acesso em 19 maio 2022 SIMON Viviane Gabriela Nascimento SOUZA José Maria Pacheco de SOUZA Sonia Buongermino de Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômicas em crianças no primeiro ano de vida nascidas em Hospital Universitário no município de São Paulo Revista Brasileira de Epidemiologia SL v 6 n 1 p 2938 abr 2003 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590s1415790x2003000100005 Disponível em httpswwwscielobrjrbepidaLNt6XnNKpYs6ZcVWBGtLhVNlangpt Acesso em 19 maio 2022 SIMON Viviane Gabriela N SOUZA José Maria P de SOUZA Sonia Buongermino de Introdução de alimentos complementares nos primeiros dois anos de vida de crianças de escolas particulares no município de São Paulo Revista Paulista de Pediatria SL v 27 n 4 p 389394 dez 2009 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590s010305822009000400007 Disponível em httpswwwscielobrjrppagzcGZhvG4XyTKkd3H467V5Qlangpt Acesso em 19 maio 2022 SOARES Nadia Tavares GUIMARÃES Augusto Reinaldo Pimentel SAMPAIO Helena Alves de Carvalho ALMEIDA Paulo César de COELHO Roberta Ribeiro Padrão alimentar de lactentes residentes em áreas periféricas de Fortaleza Revista de Nutrição SL v 13 n 3 p 167176 dez 2000 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590s141552732000000300003 Disponível em httpswwwscielobrjrnadHYT4LYghKfzTw44vMbCNtqlangpt Acesso em 19 maio 2022 SOUZA Beatriz Santos MOLERO Mariana Prado GONÇALVES Raquel Alimentação complementar e obesidade infantil Revista Multidisciplinar da Saúde Rms s l v 3 n 2 p 0115 abr 2021 Disponível em fileCUsersmanueDownloads1724Texto20do20artigo319211020210408pdf Acesso em 18 maio 2022 13 ANEXO I Pergunta 1 Devemos colocar sal na comida da criança Pergunta 2 Devemos utilizar o liquidificador Pergunta 3 Podemos amassar a comida com o garfo Pergunta 4 A criança menor de 1 ano pode tomar leite de vaca Pergunta 5 Crianças devem tomar mingau Pergunta 6 Criança abaixo de 6 meses pode tomar água e chá Pergunta 7 Após a introdução alimentar a criança pode continuar sendo amamentada Pergunta 8 A criança maior de 6 meses pode tomar refrigerante Pergunta 9 A criança menor de 2 anos deve comer doces Pergunta 10 O suco é uma boa opção para crianças maiores de 6 meses Pergunta 11 A criança maior de 8 meses pode comer a mesma comida da família Pergunta 12 Ganhar peso significa estar saudável Pergunta 13 Crianças após os 6 meses podem comer ovo Pergunta 14 Se a criança rejeita o alimento é porque não gosta Pergunta 15 Leite ninho e Itambé são iguais às fórmulas nestogeno Pergunta 16 A criança maior de 8 meses pode comer a mesma comida da família 14
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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA AÇÕES E PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE III ISABELA FRANCO FREIRE MANUELA CAVALCANTE COLING LIMA MILENA AGNES SANTOS BUENO EDUCAÇÃO ALIMENTAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS LÚDICAS PARA ESTIMULAR A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA Fortaleza 2022 ISABELA FRANCO FREIRE MANUELA CAVALCANTE COLING LIMA MILENA AGNES SANTOS BUENO EDUCAÇÃO ALIMENTAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS LÚDICAS PARA ESTIMULAR A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA Pesquisa vinculada à Estratégia de Ações e Práticas Integradas em Saúde III APIS III do Curso de Medicina do Centro de Ciências da Saúde da Pesquisa da Universidade de Fortaleza Orientadora Profa Dra Rachel Ximenes Ribeiro Lima Fortaleza 2022 1 SUMÁRIO RESUMO03 1 INTRODUÇÃO04 2 METODOLOGIA 06 3 DISCUSSÃO08 4 CONCLUSÃO11 5 REFERÊNCIAS12 ANEXO I14 2 RESUMO Introdução A introdução alimentar e as questões nutricionais que a circundam estão profundamente e de forma negativa em parte das vezes associadas com a realidade sociocultural em que as mães e os responsáveis por crianças estão inseridos Nesse contexto cabe a compreensão da importância desse tópico tanto em relação à qualidade nutricional ofertada para o infanto quanto aos reflexos dessas inadequações na saúde infantil e adulta Essa correlação estabelecese por meio de variáveis sociais que influenciam o perfil alimentar de crianças menores de 1 ano Podese citar como práticas errôneas perpetuadas devido a esses fatores sociais a introdução precoce de alimentos e a inadequação ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses Isso culmina com um status de saúde mais suscetível ao acometimento por hipertensão diabetes mellitus tipo 2 obesidade etc Objetivo Conscientizar mães e responsáveis por crianças acerca da alimentação saudável por meio de uma estratégia lúdica que favoreça a compreensão e a retenção do conhecimento Metodologia Aplicouse uma dinâmica de perguntas e respostas acerca de tópicos como nutrição adequada introdução alimentar amamentação e dieta infantil As participantes receberam placas de sim e não para responderem aos questionamentos e interagirem entre si e com as pesquisadoras explicando suas respostas quando se sentiam à vontade para tal Discussão de resultados Percebeuse bastante participação por parte das integrantes do grupo de mães que estiveram na ação A partir da interação pôdese entender os tópicos que mais as causavam dúvidas como a introdução de água e chás antes dos 6 meses de idade ou o uso do mingau como fonte de nutrição A amamentação no entanto apesar dos altos índices de desmame precoce na região foi um assunto unânime e positivo quanto à possibilidade de se continuar ofertando o leite materno após os 6 meses e por quanto tempo fazêlo Foi explicada com linguagem acessível e de forma dinâmica a justificativa para as respostas corretas das perguntas feitas Isso foi feito para favorecer o entendimento além de mera memorização dos porquês de ser a alimentação saudável necessária para a saúde da criança a curto e a longo prazo Conclusão A alimentação saudável principalmente na infância é um assunto ainda pouco elucidado perante a sociedade Os efeitos da inadequação da dieta podem surgir ainda na infância ou a longo prazo demonstrando a necessidade existente de conscientização acerca desse tópico para dirimir as consequências negativas explicitadas PalavrasChave Alimentação Infância Introdução Alimentar Educação em Saúde Promoção de Saúde 3 1 INTRODUÇÃO A alimentação nos primeiros anos de vida assim como as questões nutricionais que a circundam têm papel de relevância ímpar em termos de saúde pública no Brasil Em razão de ser acentuadamente responsável por estabelecer as condições de saúde do infanto ela pode prevenir agravos relacionados à malnutrição Não apenas isso mas o perfil metabólico gerado durante a infância pode predizer a tendência ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis DCNT como síndrome metabólica obesidade diabetes mellitus tipo 2 hipertensão arterial sistêmica doença cardiovascular e outras com forte fator metabólico envolvido DEMMELMAIR et al 2006 A prevalência das doenças previamente citadas culminam com o fato de uma das causas mais frequentes de morte nãotraumática ser o acidente vascular encefálico AVE que tem suas bases etiopatogênicas na disfunção endotelial causada pelas DCNT supracitadas ALMEIDA 2012 A noção de que a alimentação na infância molda a saúde durante a idade adulta está pautada no conceito de metabolic imprinting ou metabolic programming Ele se refere a eventos do início da vida que impactam a fisiologia do indivíduo a longo prazo sofrendo grande influência da epigenética Estão contidos no rol de elementos que exercem essa influência a amamentação e sua adequação o perfil de consumo alimentar da criança e o ganho de peso de forma irregular HANLEY et al 2010 DEMMELMAIR et al 2006 SIMON et al 2009 Existem diversas razões às quais podese atribuir a inadequação da dieta de crianças culminando com a situação anteriormente explicitada Como exemplo podese citar o baixo acesso a fontes confiáveis de informação a transmissão transgeracional e intercomunitária de conhecimentos errôneos e a tendência a alimentar a criança com alimentos não adaptados nem permitidos para a sua idade Demonstrase assim que fortes fatores socioculturais e costumes influenciam extensamente o processo de introdução alimentar e de alimentação na infância SIMON et al 2009 Prova disso é que a pesquisa conduzida por Simon et al verificou em sua amostra que mesmo dentre crianças de elevado nível socioeconômico de uma escola particular quase 50 delas já tinham acesso aos 5 meses de idade a água ou chás frutas e leite nãomaterno Com essa perspectiva percebese a relevância da urgente necessidade de se proceder com conscientizações acerca do assunto a nível populacional Isso visa à diminuição da 4 prevalência da incorreta administração de alimentos a crianças e à melhora das condições de saúde pública e individual a longo prazo Em razão disso o presente trabalho objetiva a conscientização alimentar de mães e responsáveis por crianças por meio de uma estratégia lúdica e que favoreça tanto a compreensão quanto a retenção do conhecimento 5 2 METODOLOGIA 21 Desenho de estudo Tratouse de uma ação sobre educação em saúde que avaliou a percepção de gestantes puérperas e mães de crianças de até 1 ano de vida acerca da introdução alimentar e da alimentação saudável A pesquisa foi realizada através de uma dinâmica interativa de perguntas e respostas Anexo I com a finalidade de considerar o conhecimento prévio das participantes assim como reforçar assuntos sobre os quais se tem pouco conhecimento 22 Critérios de Inclusão e Exclusão Os critérios de inclusão consistiram na aplicação do método interativo de perguntas e respostas às gestantes e mães de crianças de até 1 ano de idade que estão aprendendo e utilizando das técnicas da introdução alimentar como ferramenta para a alimentação de seus filhos Excluirseá aquelas que não estiverem grávidas ou as que já possuem filhos com idade superior a um ano 23 Metodologia proposta Foram convocadas gestantes e mães de crianças de até 1 ano de idade através de um convite desenvolvido pelo grupo de alunos e enviado pelos Agentes Comunitários de Saúde para o públicoalvo No dia da ação as participantes que se dispuseram a participar da dinâmica receberam placas de duas formas onde uma possuía um símbolo positivo para indicar resposta correta e outra com símbolo negativo o qual representava resposta errada Após a organização houve uma rápida explanação sobre a dinâmica e essa foi iniciada Foram realizadas perguntas cujas respostas eram apenas sim ou não e caso alguma participante quisesse intervir para explicar ou questionar havia momento para tal após cada arguição Ao final de toda a dinâmica ocorreu um sorteio de kits de pratos e utensílios infantis como recompensa pela disposição e participação das mães ali presentes Por fim foi entregue um panfleto contendo todas as perguntas feitas acompanhadas das respostas e algumas 6 explicações extras sobre o assunto tratado na ação com base no Ministério da Saúde do Brasil 24 Riscos e Benefícios A ação contou com o risco de constrangimento por parte de algumas mulheres que por sua vez apresentaram vergonha ou medo de responder às perguntas de forma errada Com o fito de minimizar o risco foram desenvolvidas apenas perguntas que tinham como respostas sim ou não para que não houvesse necessidade de apenas uma mulher responder e errar a resposta sozinha Ainda algumas respostas foram influenciadas por uma aula prévia sobre condutas corretas na introdução alimentar que foi dada às participantes da dinâmica Além disso não serão utilizados dados pessoais ou informações privadas das participantes de forma que possa comprometer a sua integridade Os benefícios se constituíram no ensino e no compartilhamento de informações sobre a introdução alimentar em crianças de até 1 ano de vida 25 Metodologia de análise de dados A análise de dados foi realizada durante a própria aplicação da dinâmica interativa avaliando através das perguntas realizadas Anexo I quantas mulheres acertaram ou erraram as respostas por meio do uso das placas cedidas ao início da ação 26 Aspectos éticos A ação cumpriu com todos os preceitos éticos envolvidos com sua realização visto que todas as pessoas envolvidas na dinâmica foram respeitadas 7 3 DISCUSSÃO Durante a dinâmica de perguntas e respostas houve colaboração e participação da maioria das gestantes presentes Algumas no entanto abstiveramse das respostas e apenas permaneceram escutando as das outras participantes Perguntas como crianças abaixo de 6 meses podem tomar água e chá e crianças devem tomar mingau dividiram o gabarito mesmo após a aula expositiva prévia às perguntas sobre como realizar uma correta introdução alimentar Justificativas como daremos mingau pois é mais barato e dessa forma o bebê consegue dormir a noite inteira torna possível inferir a realidade social em que a comunidade do Ancuri está envolvida assim como é necessário realizar a conscientização de que por mais cômoda que seja a situação para a mãe diante do filho que dorme uma noite inteira por sentirse satisfeito a qualidade dos componentes do mingau confere altas chances de desenvolver obesidade infantil e está fortemente associada com o desmame precoce SILVA et al Além disso a pergunta crianças devem continuar sendo amamentadas após a introdução alimentar recebeu de todas as participantes a placa a qual indicava que a resposta era sim Deduzse então que muitas estão conscientes da importância da amamentação havendo inclusive explicações para o porquê da pergunta feita estar correta Isso pode ser resultado de um prénatal realizado com qualidade e assiduidade pois este bem feito tornase fonte máxima de informações corretas e necessárias para a maternidade a saúde e o desenvolvimento infantil Um estudo do ano 2000 demonstrou os padrões alimentares de crianças menores de um ano residentes de bairros periféricos de Fortaleza exemplificando os diversos erros de dieta que são ainda encontrados rotineiramente nas consultas de puericultura da Atenção Primária Dentre as crianças menores de seis meses observouse um predomínio do aleitamento parcial sobre o aleitamento materno exclusivo que é o preconizado pela Organização Mundial de Saúde para essa faixa etária Observouse também que mais de 15 das crianças estudadas recebiam farináceos nos primeiros três meses de vida e que a oferta de alimentos complementares foi precoce em muitas delas Antes dos 46 meses já havia crianças que recebiam alimentos semisólidos como sopas papas e raspas de fruta mesmo que o Ministério da Saúde recomende que a introdução alimentar somente seja feita a partir dos seis meses SOARES et al 2000 8 Em 2013 um estudo transversal utilizou de dados da Pesquisa Nacional de Saúde das cinco regiões do país e apresentou resultados que se assemelham àqueles vistos em Fortaleza treze anos antes mostrando que o problema da inadequação alimentar das crianças menores de dois anos é nacional e persistente 66 dos lactentes menores de seis meses dessa amostra consumiam mingau e 499 consumiam outros tipos de leite além do materno Vale destacar ainda o alto consumo de produtos ultraprocessados e açúcares dentre elas do total de crianças até os dois anos de idade 162 consumiam refrigerantes 256 sucos artificiais e 296 doces FLORES et al 2021 O comportamento alimentar da criança é profundamente influenciado pelo contexto social e pelo ambiente doméstico estilo de vida dos pais e relações interfamiliares de forma que a família e o meio externo podem contribuir para a formação de um padrão adequado ou não de dieta OLIVEIRA et al 2017 A fim de elucidar esses fatores determinantes um estudo de coorte feito em um Hospital Universitário de São Paulo encontrou diversas associações entre hábitos alimentares de crianças menores de um ano e variáveis socioeconômicas Foi visualizado que as mães com nível superior de escolaridade fizeram introdução mais tardia de água e chá mostrando que o acesso à informação de que esses itens são dispensáveis nos primeiros seis meses de vida quando a criança deve estar em aleitamento materno exclusivo depende de melhor nível de estudo Sobre a oferta de outros tipos de leite percebeuse que as mães que trabalham fora do lar faziam a introdução mais precoce do que as donas de casa devido à menor disponibilidade de tempo para o aleitamento As carnes por sua vez foram oferecidas mais cedo às crianças cujas mães estavam incluídas em níveis elevados de renda familiar o que provavelmente está associado ao elevado custo desse alimento A despeito de todas essas variáveis o estudo concluiu que a escolaridade materna é o fator que mais influenciava a alimentação das crianças no primeiro ano de vida SIMON et al 2003 O conhecimento materno é um fator crucial que pode influenciar negativamente ou positivamente as práticas de aleitamento e de introdução dos alimentos complementares Um estudo descritivo foi realizado em 2017 em São Luís no Maranhão cujo objetivo era avaliar o conhecimento materno a respeito desses temas e os resultados obtidos elucidam bastante sobre o estado da qualidade e do acesso à informação pela população em geral Apenas metade das mães avaliadas nesse estudo obtiveram conhecimento considerado satisfatório pelos pesquisadores sendo que o tema com maior número de acertos foi a amamentação provavelmente devido às campanhas sobre aleitamento realizadas pelos serviços de saúde nos últimos anos No entanto o conhecimento materno se mostrou muito 9 deficiente quanto à introdução alimentar Apenas 48 das participantes disseram ter sido instruídas sobre esse assunto e desse número somente 38 afirmaram ter recebido informações de profissionais da saúde as demais receberam orientações de familiares e amigos PIZZATTO et al 2020 Esses resultados demonstram que as ações educativas sobre a alimentação infantil não têm sido conduzidas eficientemente devendo ser portanto intensificadas principalmente no que tange à introdução alimentar 10 4 CONCLUSÃO A alimentação das crianças nos primeiros anos de vida especialmente nos 24 meses iniciais passa por diversas transformações primeiramente sendo recomendado o consumo exclusivo do leite materno até o sexto mês de vida e a partir de então devem ser introduzidos alimentos complementares É preciso enfatizar porém que a introdução alimentar não deve ser vista apenas com o objetivo de saciar a fome mas sim com a intenção de promover hábitos alimentares saudáveis à criança já que isso poderá prevenir a incidência de agravos em seu futuro como hipertensão diabetes e obesidade O conhecimento dos padrões alimentares de uma população é de suma importância para delinear ações voltadas à educação alimentar objetivando reduzir os danos causados por uma dieta inadequada FLORES et al 2021 Assim foi observado que as práticas alimentares infantis de forma geral não estavam seguindo as recomendações propostas pelo Ministério da Saúde especialmente no quesito da introdução dos alimentos complementares Esse fato é corroborado por diversos estudos de diferentes regiões do país o que leva à suposição de que essa é uma problemática nacional que não se restringe às comunidades periféricas da cidade de Fortaleza Como mostrou a pesquisa de Pizzatto et al o conhecimento materno acerca da nutrição infantil é crucial para que a criança tenha uma alimentação saudável e adequada no entanto grande parte das mães não o possuem de maneira satisfatória Isso ocorre devido a diversas variáveis sejam de teor cultural ou de teor socioeconômico mas independentemente das individualidades ficou claro que os serviços de saúde não têm orientado a população de modo eficiente sobre esse tema Tendo em vista o impacto que a alimentação nos primeiros anos de vida tem sobre a qualidade de vida das crianças é urgente que seja priorizada a abordagem desse tema na atenção primária de maneira a promover a prática alimentar infantil apropriada Os prejuízos causados por introdução alimentar precoce consumo de outros tipos de leite e ingestão de ultraprocessados devem ser amplamente divulgados e debatidos a fim de que a desinformação não seja mais um obstáculo na saúde da criança brasileira 11 5 REFERÊNCIAS ALMEIDA Sara Análise epidemiológica do Acidente Vascular Cerebral no Brasil Revista Neurociências SL v 20 p 481482 21 jan 2012 Universidade Federal de Sao Paulo httpdxdoiorg104181rnc201220483ed2p Disponível em fileCUsersDownloadsplsoaresedSarapdf Acesso em 19 maio 2022 DEMMELMAIR Hans VON ROSEN Julia KOLETZKO Berthold Longterm consequences of early nutrition Early Human Development SL v 82 n 8 p 567574 ago 2006 Elsevier BV httpdxdoiorg101016jearlhumdev200607004 Disponível em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS037837820600199Xvia3Dihub Acesso em 19 maio 2022 FLORES Thaynã Ramos NEVES Rosália Garcia WENDT Andrea COSTA Caroline dos Santos BERTOLDI Andréa Dâmaso NUNES Bruno Pereira Padrões de consumo alimentar em crianças menores de dois anos no Brasil pesquisa nacional de saúde 2013 Ciência Saúde Coletiva SL v 26 n 2 p 625636 fev 2021 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg10159014138123202126213152020 Disponível em httpswwwscielobrjcscayncgKG9tqmNXbtR3xDT5pQqlangpt Acesso em 19 maio 2022 HANLEY Bryan DIJANE Jean FEWTRELL Mary GRYNBERG Alain HUMMEL Sandra JUNIEN Claudine KOLETZKO Berthold LEWIS Sarah RENZ Harald SYMONDS Michael Metabolic imprinting programming and epigenetics a review of present priorities and future opportunities British Journal Of Nutrition SL v 104 n 1 p 125 jul 2010 Cambridge University Press CUP httpdxdoiorg101017s0007114510003338 Disponível em httpspubmedncbinlmnihgov20929595 Acesso em 19 maio 2022 LOPES Wanessa Casteluber MARQUES Fúlvia Karine Santos OLIVEIRA Camila Ferreira de RODRIGUES Jéssica Alkmim SILVEIRA Marise Fagundes CALDEIRA Antônio Prates PINHO Lucinéia de ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS NOS PRIMEIROS DOIS ANOS DE VIDA Revista Paulista de Pediatria SL v 36 n 2 p 164170 jun 2018 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg10159019840462201836200004 Disponível em httpswwwscielobrjrppar8tJMQJJZxCP7n6q4zTwMWxlangpt Acesso em 19 maio 2022 OLIVEIRA Maria Inês Couto de RIGOTTI Renata Ribeiro BOCCOLINI Cristiano Siqueira Fatores associados à falta de diversidade alimentar no segundo semestre de vida Cadernos Saúde Coletiva SL v 25 n 1 p 6572 mar 2017 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg1015901414462x201700010204 Disponível em httpswwwscielobrjcadscaBGSkpwQ49ycKZtsrNFTkDjPlangpt Acesso em 19 maio 2022 12 PIZZATTO Paula DALABONA Caroline C CORREA Mariana Lima A NEUMANN Nelson CESAR Juraci Almeida Maternal knowledge on infant feeding in São Luís Maranhão Brazil Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil SL v 20 n 1 p 169179 mar 2020 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590180693042020000100010 Disponível em httpswwwscielobrjrbsmiaZGMzxjV5tp8frrjQgQqK6Rflangen Acesso em 19 maio 2022 SIMON Viviane Gabriela Nascimento SOUZA José Maria Pacheco de SOUZA Sonia Buongermino de Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômicas em crianças no primeiro ano de vida nascidas em Hospital Universitário no município de São Paulo Revista Brasileira de Epidemiologia SL v 6 n 1 p 2938 abr 2003 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590s1415790x2003000100005 Disponível em httpswwwscielobrjrbepidaLNt6XnNKpYs6ZcVWBGtLhVNlangpt Acesso em 19 maio 2022 SIMON Viviane Gabriela N SOUZA José Maria P de SOUZA Sonia Buongermino de Introdução de alimentos complementares nos primeiros dois anos de vida de crianças de escolas particulares no município de São Paulo Revista Paulista de Pediatria SL v 27 n 4 p 389394 dez 2009 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590s010305822009000400007 Disponível em httpswwwscielobrjrppagzcGZhvG4XyTKkd3H467V5Qlangpt Acesso em 19 maio 2022 SOARES Nadia Tavares GUIMARÃES Augusto Reinaldo Pimentel SAMPAIO Helena Alves de Carvalho ALMEIDA Paulo César de COELHO Roberta Ribeiro Padrão alimentar de lactentes residentes em áreas periféricas de Fortaleza Revista de Nutrição SL v 13 n 3 p 167176 dez 2000 FapUNIFESP SciELO httpdxdoiorg101590s141552732000000300003 Disponível em httpswwwscielobrjrnadHYT4LYghKfzTw44vMbCNtqlangpt Acesso em 19 maio 2022 SOUZA Beatriz Santos MOLERO Mariana Prado GONÇALVES Raquel Alimentação complementar e obesidade infantil Revista Multidisciplinar da Saúde Rms s l v 3 n 2 p 0115 abr 2021 Disponível em fileCUsersmanueDownloads1724Texto20do20artigo319211020210408pdf Acesso em 18 maio 2022 13 ANEXO I Pergunta 1 Devemos colocar sal na comida da criança Pergunta 2 Devemos utilizar o liquidificador Pergunta 3 Podemos amassar a comida com o garfo Pergunta 4 A criança menor de 1 ano pode tomar leite de vaca Pergunta 5 Crianças devem tomar mingau Pergunta 6 Criança abaixo de 6 meses pode tomar água e chá Pergunta 7 Após a introdução alimentar a criança pode continuar sendo amamentada Pergunta 8 A criança maior de 6 meses pode tomar refrigerante Pergunta 9 A criança menor de 2 anos deve comer doces Pergunta 10 O suco é uma boa opção para crianças maiores de 6 meses Pergunta 11 A criança maior de 8 meses pode comer a mesma comida da família Pergunta 12 Ganhar peso significa estar saudável Pergunta 13 Crianças após os 6 meses podem comer ovo Pergunta 14 Se a criança rejeita o alimento é porque não gosta Pergunta 15 Leite ninho e Itambé são iguais às fórmulas nestogeno Pergunta 16 A criança maior de 8 meses pode comer a mesma comida da família 14