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Prática de Ensino em História no Ensino Médio Material Teórico Responsável pelo Conteúdo Prof Dr Marcia Barros Valdivia Revisão Textual Profa Ms Selma Aparecida Cesarin Ensinando Fora da Sala de Aula Introdução Perceber por meio do aspecto da cultura material e da cultura imaterial a complexidade da vida humana em diferentes temporalidades Pelos exteriores e interiores das edificações arquitetônicas objetos mobiliários narrativas orais eou cancioneiras indumentárias costumes alimentares entre outros elementos é possível conhecer entender e reconstruir o processo histórico diante das tramas da vida cotidiana OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta unidade vamos estudar as propostas da Nova História na qual a transmissão do conhecimento ultrapassa os limites da sala de aula Essa nova abordagem historiográfica amplia as discussões acerca da noção de documento e do seu uso nas aulas as quais devem estar conectadas ao estudo do meio com visitas a cidades a museus e a exposições monitoradas pelo professor bem como o uso de fotografias filmes oralidades musicalidades e artefatos arqueológicos entre outros vestígios documentais Dessa forma é possível perceber pelo aspecto da cultura material e da cultura imaterial a complexidade da vida humana em diferentes temporalidades ORIENTAÇÕES Ensinando Fora da Sala de Aula UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula Contextualização Os parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio PCNEM orientam que é necessário conscientizar os alunos de sua responsabilidade social e cidadã e perceber os diversos tempos e espaços construídos como o lugar de determinadas práticas sociais Portanto levar os alunos a outros ambientes fora da sala de aula fazse primordial Visitar a cidade onde a escola está situada e estudar os seus entornos onde estão localizadas as construções privadas e as instituições públicas as escolas as praças as ruas os mercados e outras áreas comerciais os museus os arquivos entre outros espaços e lugares é importante As cidades por si mesmas são históricas ou seja fazem parte da história de vida das pessoas inclusive dos próprios alunos Por isso é importante conhecê las e analisálas historicamente e assim perceber quais resíduos sociais ainda estão presentes na vida cotidiana da atualidade do ponto de vista material eou do imaginário inseridos nas mentalidades entre outros aspectos relevantes que devem ser estudados Diante do que foi exposto acesse o artigo a seguir o qual elucida a proposta pedagógica de ensino fora da sala de aula Turismo Pedagógico o estudo do meio como ferramenta fomentadora do currículo escolar Disponível no link httpgooglVi9zGP Explor 6 7 Introdução Os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs são bastante úteis para serem usados pelo professor de História que deve atuar com o comprometimento de levar os alunos a serem conscientes de sua responsabilidade social e cidadã Além disso deve possibilitar o desenvolvimento cognitivo e crítico perante a sociedade em que eles estão inseridos fazendoos perceber os diversos tempos espaços e lugares históricos e como a História é útil no tempo presente Cognitivoa deriva da palavra Cognição que signifi ca modo de perceber e interpretar a si mesmo Não segue um padrão descritivo de interpretação porque é subjetivo ou seja cada qual tem uma forma pessoal de análise levando em conta sua capacidade de aprendizado pela cognição Cognição é o ato ou processo de conhecer que envolve atenção percepção memória raciocínio juízo imaginação pensamento linguagem e ação Explor Os estudos de Pierre Nora trazem reflexões muito importantes a respeito da definição de História como forma de saber que estuda e reflete sobre a vida humana NORA Pierre Entre Memória e História a problemática dos lugares Projeto História v10 São Paulo Educ 1993 Explor Para o referido autor o conhecimento histórico auxilia na compreensão do passado por meio dos vestígios deixados pelos homens ao longo do tempo os quais devem ser analisados de forma crítica pois cada fragmento humano traz potencialmente um discurso que precisa ser desvelado além da aparência e também daquilo que a história oficial registrou Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio PCNEM precisam ser conhecidos pelos docentes pois neles estão contidas as diretrizes para o trabalho em sala de aula na qual é possível perceber além de outras questões a preocupação que o referido documento alerta a respeito dos conteúdos a serem trabalhados em classe nas aulas de História que devem ter significados para os alunos como algo próximo a suas vidas Diante disso fica evidente que ensinar História é o compromisso social que o professor tem de levar os alunos a entenderem essa disciplina não como uma narração de grandes feitos datas e nomes que devem ser decorados mas sim de levar o aluno a relacionar os contextos às práticas culturais a olhar criticamente e sem préjulgamentos as civilizações e sociedades a se posicionar politicamente diante dos novos desafios sociais a saber analisar os vários lados dos acontecimentos a reconhecer vozes silenciadas a dar importância às minorias que foram construtoras da sociedade em suma a História serve para orientar os alunos para melhor viverem em sociedade hoje 7 UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula É relevante que o professor inicie o tema da aula partindo de um assunto que seja próximo da vida e do cotidiano dos alunos por meio dos fatos atuais e assim fazer com que eles percebam que há uma série de questões a serem desveladas na aparente banalidade do dia a dia Dessa forma é possível investigar temporalidades distantes mas que estão conectadas com o momento presente O professor precisa ter a sensibilidade de levar os alunos a olharem além da ponta do iceberg ou seja ir além do que está colocado como verdade como modelo como unilateral e sim ampliar a visão investigativa e interpretativa dos fatos e das ações humanas pela interlocução entre várias áreas do conhecimento como propõe os parâmetros curriculares nacionais PCNs nos quais contêm abordagens da Nova História que devem ser observadas pelo docente A mais importante contribuição do grupo dos Annales incluindose as três gerações foi expandir o campo da história abrangendo áreas inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais Essas extensões do território histórico estão vinculadas à descoberta de novas fontes e ao desenvolvimento de novos métodos para explorálas Estão também associadas à colaboração com outras ciências ligadas ao estudo da humanidade da geografia à linguística da economia à psicologia Essa colaboração interdisciplinar mantevese por mais de sessenta anos um fenômeno sem precedentes na história das ciências sociais BURKE P BURKE P A escola dos ANNALES 19291989 A revolução francesa da historiografia São Paulo Universidade Estadual Paulista 1991p 1267 Explor Assim os alunos passam a se reconhecer como atores sociais atuantes por consequência passam a ter interesse nas aulas e aos poucos abandonam a postura passiva mediante a Sociedade Ensinar e aprender são desafios constantes ainda mais no contexto atual no qual as informações são múltiplas e a tecnologia e a cultura visual imperam Por isso o professor deve repensar sua postura como educador e criar estratégias didáticas mediante a realidade escolar para que o ensino e a aprendizagem de História façam sentido e sejam motivadores para o professor e para o aluno Ensinar História é um ato feito mediante a comunhão entre os alunos os professores e os outros atores sociais inseridos em um cenário ou seja em determinados espaços físicos que são ricos em significados e por isso passam a ser também chamados de lugares de memória Sobre a relação memória e história confira NORA Pierre In Entre Memória e História a problemática dos lugares Projeto História volume 10 São Paulo Educ 1993 Explor 8 9 Sobre a memória e sua relação com a História e também sobre os lugares de memória é importante refletir que Os lugares de memória pertencem a dois domínios que a tornam interessante mas também complexa simples e ambíguos naturais e artificiais imediatamente oferecidos a mais sensível experiência e ao mesmo tempo sobressaindo da mais abstrata elaboração São lugares com efeito nos três sentidos da palavra material simbólico e funcional simultaneamente os três aspectos coexistem sempre os lugares de memória serão lugares de história NORA Pierre NORA Pierre Entre Memória e História a problemática dos lugares Projeto História v10 São Paulo Educ 1993 p 1722 Explor Entender a cultura material e outras formas culturais expressas nas sensibilidades e nos gestos humanos por meio de suas simbologias e significados é de suma importância Enveredarse por outros ambientes fora da sala de aula é imprescindível para a realização deste trabalho porque a memória e a história interconectamse entre si A história reconstrói e reforça a existência da memória e esta por sua vez auxilia a compreensão da História Perceber e realizar esse diálogo é um dos aspectos fundamentais para o ensino e o aprendizado da disciplina em sala de aula pois essa reciprocidade entre História e memória permite resgatar várias versões de um mesmo acontecimento visto que os atores sociais percebem e sentem os fatos entrelaçados na linha do tempo histórico de forma diferente Podem ser tomadas como exemplo as remodelações do espaço urbano das cidades brasileiras no contexto da Belle Époque final do século XIX até as primeiras décadas do século XX Os trabalhadores de um canteiro de obras não tiveram as mesmas experiências e vivências que os engenheiros e arquitetos de renome como o caso de Ramos de Azevedo na cidade de São Paulo Esses e outros profissionais que por sua vez construíram orfanatos nas principais capitais brasileiras jamais experimentaram a sensação de ser uma criança órfã que habitou aquele lugar e se formos aprofundar essa questão da criança órfã houve também a diferença no tratamento entre os órfãos que pertenciam à elite e as crianças órfãs que eram pobres Perceber o mesmo espaço físico com os seus diferentes significados lugar torna o ensino e a aprendizagem de História muito interessantes porque nesse caso por meio da cultura material é possível resgatar os testemunhos de diversos sujeitos históricos 9 UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula Diversidade social do período conhecido como Belle Epóque no Brasil e as experiências de crianças órfãs segundo a análise do historiador Nicolau Sevcenko Houve várias Belle Époque no Brasil onde cada estado viveu seu período A Belle Époque brasileira teve seu início entre o final da década de 70 do século XIX e se desenvolveu até a década de 20 do século XX mas é importante pensar que não é possível demarcar de forma tão rigorosa o período vez que os aspectos culturais desse estilo de vida podem ser encontrados em décadas posteriores à referida temporalidade Confira o artigo A Tutela de crianças na Belle Époque porto alegrense Disponível no link httpsgooglQlqbZY Explor Resgatar essas memórias entre outras para serem usadas em sala de aula só é possível por meio da pesquisa de campo na qual atas cartas fotografias instrumentos de punição de lazer e indumentárias entre outras fontes históricas devem ser analisadas para essa finalidade e recorrer aos ambientes fora da sala de aula é fundamental A sala de aula é ponto de partida para a execução das aulas de História extraclasse que devem ser inseridas no plano de ensino O professor deve levar em conta que até chegar o dia das visitas aos locais escolhidos para serem estudados há um caminho a ser percorrido pois os processos de elaboração e execução da aula e da aprendizagem dos alunos são etapas bem distintas Sendo assim as aulas realizadas em um ambiente externo ao da sala de aula devem ser muito bem preparadas e relacionadas ao assunto que está sendo estudado em classe O professor deve planejar tudo com rigor para alcançar os objetivos propostos que antes já devem ter sido delimitados Deve também estar atento aos imprevistos e se os alunos forem menores de idade é importante ter a autorização dos pais e ou responsáveis e estar com toda a documentação e trâmites necessários em dia para realizar por exemplo uma viagem Outra questão bastante importante nessa prática de campo que pode ser chamada de estudo do meio é deixar os alunos cientes de que não se trata de uma atividade apenas lúdica que apesar de ser um momento de diversão não pode ser visto como um momento esperado para estar em outro ambiente que seja fora da sala de aula visto que o espaço físico da escola é um lugar desinteressante e por isso é preciso sair para passear em outro lugar menos monótonos Muito pelo contrário o estudo do meio deve ser parte integrante do trabalho feito em sala de aula A prática pedagógica do estudo do meio na Educação brasileira enfrentou problemas de aceitação por parte dos governos desde o início do século XIX porque esteve vinculada ao movimento anarquista 10 11 Há registros históricos que mostram a realização do Estudo do Meio em escolas fundadas por grupos de imigrantes europeus anarquistas que no início do século XX fi xaramse na cidade de São Paulo As escolas criadas pelos militantes do movimento anarquista tinham como princípio oferecer um ensino racional fundamentado em observações de campo em discussões e na formação do espírito crítico sobre o meio circundante ou seja o contexto social do entorno da escola ao qual pertenciam os alunos Disponível no link httpsgooglEJXmVv Explor Nos anos 60 do século XX novamente veio à discussão a respeito da execução dessa prática nas escolas Ocorreu que com o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil no ano de 1964 e com o recrudescimento dos governos militares com o passar dos anos por meio da promulgação dos atos institucionais a repressão política e a censura ficaram cada vez mais severas inclusive com o decreto do Ato Institucional n 5 AI5 promulgado em 13 de dezembro de 1968 durante o governo do general Costa e Silva por isso os Estudos do Meio ficaram proibidos oficialmente O ideário da Escola Nova desenvolvido no Brasil na primeira metade do século XX embora não tenha conseguido atingir a rede de ensino público concretizouse em algumas escolas na década de 1960 nas quais os currículos especiais permitiam a realização de estudos do meio como ocorreu nas escolas vocacionais ou nas classes experimentais de ginásio do antigo Colégio de Aplicação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo Houve tentativas válidas de curta duração de colocar em prática os princípios da Escola Nova no entanto esta permaneceu muito mais como ideário sem atingir outras escolas da rede pública LOPES Claudivan LOPES Claudivan S PONTUSCHKA Nídia N Estudo do meio teoria e prática Geografi a Londrina v 18 n 2 p 177 2009 Disponível em httpsgooglEJXmVv Explor Com a abertura política e o fim da ditadura militar no Brasil a partir da década de 1980 houve toda a reforma do ensino A partir daquele momento foram introduzidas as reflexões da Nova História na confecção dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino e o aprendizado da disciplina Pelos artigos da Constituição de 1988 foi possível reorganizar as práticas de ensino por meio das Leis de Diretrizes e Bases da Educação que estiveram em sintonia com a legislação constitucional As reformas educacionais brasileiras foram discutidas pelo Ministério de Educação e Cultura MEC que publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs de 1ª a 4ª séries em 1997 de 5ª a 8ª séries em 1998 e do Ensino Médio em 1999 o artigo 26 da Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional de 1996 O estudo do meio passou a ser discutido mediante o Artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que diz 11 UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula Os currículos de ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada exigida pelas características regionais e locais de sociedade da cultura da economia e da clientela Confira Lei de diretrizes e bases da educação nacional 9394 de1996 In NETO Manoel Pereira de Macedo Parâmetros Curriculares nacionais de história desafios e possibilidades da história ensinada na Educação Básica Revista História em Reflexão UFGD Dourados v 3 n 6 p 2 jul dez 2009 Explor Mediante as novas propostas o papel do professor foi redefinido como profissional e como sujeito atuante no seio da sociedade por isso a ação em especial do professor de História não pode ficar limitada à reprodução de conhecimentos desconexos com a atualidade Até mesmo porque é pela análise do contexto sociopolítico e cultural do presente que o docente deve desenvolver o seu trabalho por meio dos problemas e indagações que são incomuns aos professores aos alunos e à comunidade na qual a escola se insere É importante destacar que os alunos possuem suas próprias vivências e experiências e devem aprender a lidar com as memórias individuais dos seus familiares da região e de outros espaços Esses elementos juntos formam as memórias coletivas que são bastante significativas e devem ser resgatadas para a compreensão da História Nesse sentido o sociólogo Maurice Halbwachs esclarece sobre a memória coletiva Halbwachs expõe sua teoria sobre a memória esperando comprovar através de uma série de exemplos o fundo social coletivo de praticamente todas as nossas lembranças O autor cita acontecimentos de sua vida particular tais como passeios viagens visitas que provocaram recordações posteriores Entretanto ao lembrarse desses eventos afirma não estar sozinho pois em pensamento situavase neste ou naquele grupo As pessoas com quem conviveu naquelas experiências compartilharam das mesmas lembranças e se tornaram testemunhos necessários para confirmar ou recordar uma lembrança Halbwachs argumenta que o pensamento coletivo comanda a sociedade através de uma lógica da percepção que se impõe ao grupo e que o ajuda a compreender e a combinar todas as noções que lhe chegam do mundo exterior A representação do espaço através da geografia topografia física é determinada pela lógica da percepção do grupo lemos os objetos segundo essas noções que nos são ensinadas pela sociedade desde cedo A cada memória individual é um ponto de vista sobre a memória coletiva que muda conforme o lugar que o indivíduo ocupa no grupo 12 13 Na visão de Halbwachs a História difere da memória principalmente pelo caráter de registro do passado fixado pela escrita enquanto a memória é fruto dos testemunhos de uma época remontando sempre a um presente em movimento entre outras diferenças Sobre esse assunto confi ra o artigo Halbwachs e a memória contribuições à história cultural p 234 Como também a obra HALBWACHS Maurice A Memória Coletiva São Paulo Centauro 2006 Explor Vale ressaltar que não é pertinente realizar discussões teóricas acadêmicas com os alunos sobre memória e História e sim apresentar o quanto é importante a interlocução entre elas Sendo assim o estudo do meio pode auxiliar na referida proposta no qual o passado o presente a memória e a história fazem interface entre si Observar os itens a seguir auxiliará na elaboração do trabalho com os alunos Consolidação de um método de ensino interdisciplinar denominado estudo do meio no qual interagem a pesquisa e o ensino Verificação de testemunhos de tempos e espaços diferentes transformações e permanências Levantamento dos sujeitos sociais a serem contatados para as entrevistas Observações a serem feitas nos diferentes lugares arrolados para a produção de fontes e documentos anotações escritas desenhos fotografias e filmes Compartilhamento dos diferentes olhares presentes no trabalho de campo mediante as visões diferenciadas dos sujeitos sociais envolvidos no projeto Coleta de dados e informações específicas do lugar de seus frequentadores e das relações que mantêm com outros espaços Emersão de conteúdos curriculares disciplinares e interdisciplinares a serem contemplados na programação Produção de instrumentos de avaliação em um trabalho participativo Criação de recursos didáticos baseados nos registros Divulgação dos processos e do resultado Fonte LOPES Claudivan S PONTUSCHKA Nídia N Estudo do meio teoria e prática Geografia Londrina v 18 n 2 2009 p181 Disponível em httpsgooglEJXmVv Relacionar o conteúdo da matéria com a História local e regional e ao mesmo tempo com a realidade social na qual a escola está inserida torna instigante proveitoso e enriquecedor o trabalho com os alunos Isso porque a construção do conhecimento passa a ser feita com a participação da classe desde o momento da mobilização para organizar os passeios depois na vivência de observar o local o seu entorno e ainda registrálo com anotações e fotografias Feito isso o professor deve estabelecer nexos com o que foi estudado em classe e sensibilizar os alunos a perceberem quais são os significados mediante a temporalidade histórica trabalhada na qual várias abordagens podem surgir e ser investigadas por meio de eixos temáticos 13 UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula As escolhas dos espaços para a compreensão dos lugares para a prática do ensino fora da sala de aula podem ser desde as proximidades da unidade escolar como o quarteirão o bairro o município e os arredores como por exemplo as adjacências rurais os vales eou litoral e até mesmo um edifício um museu entre outros Vale ressaltar que Não existem lugares privilegiados e não há também lugares pobres para a realização dos Estudos do Meio Em cada caso o grande desafio que se apresenta aos seus realizadores é o processo de saber ver saber dialogar com a paisagem detectar os problemas existentes na vida de seus moradores estabelecer relações entre os fatos verificados e o cotidiano do aluno Sobre esse assunto confira PONTUSCHKA N N O conceito de estudo do meio transforma se em tempos diferentes em escolas diferentes com professores diferentes In Vesentini J W Org O ensino de geografia no século XXI Campinas Papirus 2004 p 24988 LOPES Claudivan S PONTUSCHKA Nídia N Estudo do meio teoria e prática Geografia Londrina v 18 n 2 p 180 2009 Disponível em httpsgooglEJXmVv Explor A atividade de estudo do meio deve ser feita mediante planejamento estabelecido dentro de um roteiro de estudo que deve conter os pontos de visitação e o percurso Outra questão relevante é a definição dos objetivos a serem alcançados Isso é fundamental para que os alunos possam aprender com clareza enquanto realizam o estudo do meio Por esse motivo é importante levar os alunos a produzirem material sobre o que foi estudado por meio da elaboração de um caderno de campo do estudo do meio Todos os envolvidos na atividade extraclasse deverão estar cientes de quais lugares serão visitados e o professor deve estimular a classe a pesquisar anteriormente Outro fator a considerar é estabelecer os horários para realizar as refeições e se houver visitas monitoradas a museus por exemplo estar atento aos horários de visitação Essa prática permite que os alunos tenham postura investigativa da vida humana em conjunto com o professor e com os colegas Assim todos têm a oportunidade de observar e interagir com o meio estudado como elucida muito bem a citação a seguir O estudo do meio cria condições para que o aluno entre em contato com a realidade circundante promovendo o estudo de seus vários aspectos de forma direta objetiva e ordenada Propicia a aquisição de conhecimentos geográficos históricos econômicos sociais políticos científicos artísticos etc de forma direta por meio da experiência vivida Desenvolve as habilidades de observar pesquisar descobrir entrevistar coletar dados organizar e sistematizar os dados coletados analisar sintetizar tirar conclusões e utilizar diferentes formas de expressão para descrever o que observou HAYDT Regina Célia C HAYDT Regina Célia C Curso de Didática Geral São Paulo Ática 2006 p199 Explor 14 15 No caso das aulas de História o professor deverá refletir com o grupo de alunos sobre a historicidade do espaçolugar visitado ou seja devese problematizar sobre a vida que não existe mais Naquele ambiente visitado estão expostas as representações do passado que o saber histórico permite interligar com o presente Um bom exemplo para essa reflexão são os museus que são espaços para serem o lugar de narrativas intencionais construídas para um determinado fim Sendo assim é fundamental que a edificação os revestimentos os objetos expostos e os textos explicativos não sejam absorvidos como verdade absoluta é necessário questionar o porquê de todas as coisas estarem expostas daquela maneira e não de outra Todo o acervo museológico é elaborado para transmitir um discurso que deve ser interpretado de forma crítica Existem pelo menos duas dimensões e significados para os objetos museológicos uma dimensão contingente e perecível objeto enquanto material com suas significações e funções por outro lado possui também uma dimensão abstrata e transcendente representação de ideias e valores socais verificável na sua inserção espacial e temporal relacionada à sua representação no contexto em que foi criado ou adquirido O conhecimento que é adquirido nesse momento de integração museu visitante é uma experiência subjetiva guiada por escolhas prédefinidas seleção feita pelos responsáveis pela instituição mas que podem tomar caminhos diversos só dependendo das habilidades particulares de cada um Assim sendo não é possível préfixar ou determinar o resultado real de uma visita mas apenas delimitar os moldes que nortearão o processo de conhecimento THEODORO Janice Sobre Ramos de Azevedo confi ra THEODORO Janice São Paulo de Ramos de Azevedo da cidade colonial à cidade romântica Anais do Museu Paulista São Paulo n sér v4 p201 8 jandez 1996 Disponível no link httpsgooglEJXmVv Explor O processo de ensino e aprendizagem fora da sala de aula pode ser exemplificado a partir de uma aula na cidade de São Paulo com o tema A São Paulo de Ramos de Azevedo nos tempos de Belle Époque 18861928 O escritório do engenheiro arquiteto Ramos de Azevedo pode ser tomado como o pressuposto para a aula O referido estabelecimento teve duas fases que descrevem momentos distintos da história da cidade de São Paulo A primeira 18861928 dialogou com a explosão cosmopolita da cidade de São Paulo que foi fomentada pela economia cafeicultora Esse foi o período em que a cidade viveu a Belle Époque Felizmente ainda existem bons exemplares arquitetônicos daquele período que testemunham a ambição dos administradores e financiadores das obras em tornar São Paulo uma cidade esteticamente europeia e a partir daí foise literalmente sepultado o passado colonial 15 UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula Os poucos retalhos coloniais arquitetônicos que sobraram atestam a necessidade de modernizar os centros urbanos na virada do século XIX para o XX A segunda fase do escritório 19281965 fala de outro período muito distinto Ramos de Azevedo morreu em 1928 enquanto a Economia cafeeira entrou em decadência A liderança paulista no comando político nacional perde espaço para Getúlio Vargas e seu projeto industrial de modernização do estado nacional brasileiro São Paulo abrigava uma nova elite industrial e financeira que se distanciou do centro e assim foi se expandido aumentando o fosso entre as classes sociais A arquitetura do concreto armado do aço e do vidro marcou esse referido período da segunda fase do escritório A aula deverá priorizar a primeira fase 18861928 sem no entanto deixar de apontar a segunda Optando pelo aprofundamento do tema pretendese trabalhar mais a discussão da Belle Époque paulistana O objetivo da referida aula para o estudo do meio é apresentar aos alunos as transformações políticas econômicas e sociais que ocorreram na cidade de São Paulo no final do Império e no início da República momento em que houve o intenso diálogo entre a Arquitetura e os discursos da hegemonia Entre eles esteve o discurso médico com os ideais sanitaristas e higienistas que influenciaram as reformas urbanas e as mudanças no habitat com o estilo Neoclássico e Eclético e os desdobramentos estéticos expressos na Art Noveau e na Art Déco que caracterizaram a Belle Époque no Brasil As aulas têm a preocupação de dar visibilidade aos materiais utilizados e às formas de construção executadas pelos homens no tempo realizando o diálogo entre o espaço público e o privado e entre a Arquitetura o Urbanismo e a História Às personagens que tiveram suas vivências e experiências naquele momento histórico é importante refletir por exemplo sobre a presença dos trabalhadores no canteiro de obras na ocasião das reformas urbanas no espaço citadino Importante Existiram construtores populares sem diploma de engenheiro eou arquiteto entre 1893 e 1933 que construíram as principais obras arquitetônicas e urbanísticas na cidade de São Paulo Foram eles brasileiros portugueses alemães e em sua maioria italianos Casas de classe média alta e baixa casas operárias casas de aluguel platibandas porões latrinas janelas portas muros cercas cocheiras e armazéns entre outras edificações foram feitas por esses sujeitos que estão ocultos na história oficial que faz apologia aos arquitetos e engenheiros renomados como o caso de Francisco de Paula Ramos de Azevedo Confira sobre esses trabalhadores na pesquisa de Lindener Pareto Junior O cotidiano em construção os práticos licenciados em São Paulo 18931933 Disponível em httpsgooglEJXmVv Você Sabia 16 17 Pelo cronograma a seguir o trabalho deverá ser desenvolvido em três datas a combinar com a classe mediante planejamento prédeterminado no plano de ensino da disciplina A seguir quadro de Cronograma das Aulas Cronograma das Aulas Aulas Tópicos Exercícios 1ª aula Iniciase pelo bairro da Liberdade no casarão da Rua Pirapitingüi número 111 construído em 1891 onde foi a residência de Ramos de Azevedo e de sua família por várias décadas Priorizar o contorno da região da Sé Entender o primeiro espaço da cidade moderna que São Paulo pretendia ser e para o eu portanto precisava destruir a antiga vila Destaque para o conjunto das edificações do Pátio do Colégio da Rua Boa Vista onde esteve localizado o escritório de arquitetura de Ramos de Azevedo da Rua São Bento e da Praça Patriarca Percurso pelas ruas da cidade com explicações do professor 2ª aula Ultrapassar os limites do centro antigo atravessar o Anhangabaú e alcançar a São Paulo expandida Cidade que avança para os lados e empurra os mais pobres para os bairros de periferia O Vale do Anhangabaú é o espaço de construção do Teatro Municipal Destacar aqui uma visita agendada e monitorada ao Teatro Municipal Percurso pelas ruas da cidade com explicações do professor 3ª aula Neste último momento apontar primeiro na região da Luz alguns ícones do referido período com a construção do prédio da Estação Ferroviária da Pinacoteca e das adjacências Finalizar o estudo do meio fazendo uma visita agendada e monitorada na Sala São Paulo e visitar por último a Casa das Rosas já na região da Avenida Paulista Assim abrir a possibilidade de discussão sobre o projeto político da Belle Époque em uma capital brasileira Percurso pelas ruas da cidade com explicações do professor Informações Data e horário das aulas Levar caderno lápis caneta máquina fotográfica eou filmadora Anotar as impressões e explicações sobre a aula e produzir o caderno de campo que deve conter os resultados obtidos Na confecção do caderno de campo os alunos deverão Registrar os detalhes das observações e das informações obtidas no percurso utilizando a escrita eou a iconografia por meio do registro fotográfico ou fílmico Realizar se possível entrevistas com pessoas que possam enriquecer a aula durante o estudo do meio Comparar os dados e as explicações dadas pelo professor com aquelas oferecidas pelos monitores das visitas guiadas Refletir de forma crítica sobre os assuntos pesquisados e abordados e assim deixar também suas impressões reflexivas e subjetivas sobre a aula extraclasse Conscientizarse de que a produção do conhecimento histórico é enriquecida por meio do trabalho de pesquisa em campo como também da importância das suas participações na produção do material de pesquisa Ensinar fora da sala de aula por meio do estudo do meio ou de outra atividade extraclasse como levar os alunos a assistirem uma peça de teatro ou um filme permite descortinar as múltiplas representações da vida Por meio dessas atividades tão enriquecedoras é possível conhecer com mais propriedade a diversidade cultural produzida por homens mulheres crianças jovens e idosos diante de um determinado contexto em que a vida foi organizada e permeada de necessidades desejos lutas vitórias fracassos dores e alegrias A pesquisa de campo estabelece um rico diálogo entre a vida humana daqueles que estiveram no passado com aqueles que estão no tempo presente interlocução essa que o professor de História pode realizar e na qual pode demonstrar aos alunos o quanto pode ser espetacular estudar História 17 UNIDADE Ensinando Fora da Sala de Aula Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade Sites Projeto visita a museus httpgooglnwuMMI O Museu na sala de aula propostas para o planejamento de visitas ao museu httpgoogl9T2JxN Visita ao Museu do Ipiranga httpgooglQ13nvt Vídeos Paraty história e arquitetura httpswwwyoutubecomwatchvcpTzQyaNCt8 Leitura O Museu no Ensino de História buscando novas possibilidades A autora Patrícia Rodrigues da Silva analisa quais são as possibilidades do ensino de História por meio de visitações aos museus e a outros lugares de memória nos quais é importante que o professor perceba e explore o potencial educativo desses espaços lugares não apenas como universo de contemplação e sim como a possibilidade de ensinar e aprender História para além dos espaços e meios mais tradicionais como a sala de aula e os livros didáticos Dessa formaé importante explorar também outras práticas na construção do conhecimento histórico Com base no referido artigo reflita sobre as possibilidades de ensinar História fora da sala de aula Os artigos e vídeos disponíveis nos links a seguir podem auxiliar no trabalho proposto httpgooglaWsi2F 18 19 Referências AMORIM Alexandre Rômulo Alves de Que sujeitos saberes e práticas as excursões históricas e de educação patrimonial possibilitam ao Ensino de História In V Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História 2004 Rio de Janeiro Perspectivas do Ensino de História Sujeitos saberes e práticas 2004 ARANTES V A Educação formal e não formal São Paulo Summus 2008 BITTENCOURT C M F Ensino de História fundamentos e métodos São Paulo Cortez 2005 BRASIL Orientações curriculares para o ensino médio Ciências da natureza matemática e suas tecnologias Ministério da Educação Educação Básica 2006 CHASSOT A Alfabetização Científica Questões e Desafios para a Educação 3ed Ijuí Unijuí 2003 FELTRAN R C S FELTRAN FILHO A Estudo do Meio In VEIGA I P A Técnicas de Ensino Por que não Campinas Papirus 2007 FREIRE P Pedagogia da autonomia15ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 GARCIA V A Um sobrevoo o conceito de educação nãoformal In PARK M B FERNANDES R S Educação NãoFormal Contextos percursos e sujeitos Campinas UnicampCMUEditora Setembro 2005 GONÇALVES José Reginaldo Santos Os museus e a cidade In ABREU Regina CHAGAS Mário Org Memória e patrimônio ensaios contemporâneos Rio de Janeiro DPA 2003 HAYDT Regina C C Curso de Didática Geral São Paulo Ática 2006 LOWMAN J Dominando as Técnicas de Ensino São Paulo Atlas 2004 MOREIRA M A MASINI E F S Aprendizagem significativa a teoria de David Ausubel São Paulo Centauro 2001 NORA Pierre Entre Memória e História a problemática dos lugares Projeto História SP dez 1993 PONTUSCHKA N N Estudo do meio interdisciplinaridade ação pedagógica In Encontro Nacional de Geógrafos 2004 Goiânia Anais Goiânia GO 2004 RANGEL M Métodos de Ensino para a Aprendizagem e a Dinamização das Aulas Campinas Papirus 2005 RIBEIRO Regina Maria de Oliveira Espaços da História ensino e museus In V Encontro Perspectivas do Ensino de História 2004 Rio de Janeiro THOMPSON P A voz do passado História oral Rio de Janeiro Paz e Terra 1998 XAVIER O S FERNANDES R C A A Aula em Espaços NãoConvencionais In VEIGA I P A Aula Gênese Dimensões Princípios e Práticas Campinas Papirus 2008 httpwwwdicionarioinformalcombrcognitivo 19 wwwcruzeirodosulvirtualcombr Campus Liberdade Rua Galvão Bueno 868 CEP 01506000 São Paulo SP Brasil Tel 55 11 33853000 Cruzeiro do Sul Educacional