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Ciências Econômicas ·

Economia Internacional

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Fatores específicos e distribuição de renda Bibliografia KOM cap. 4 4-3 Tópicos • Introdução • Modelo de fatores específicos • Comércio internacional no modelo de fatores específicos • Distribuição de renda e os ganhos de comércio • Economia política do comércio: uma visão preliminar • Mobilidade internacional de trabalho 4-4 Introdução • Se o comércio é tão bom para a economia, por que há tanta oposição? • Dois motivos principais para que o comércio internacional tenha efeitos fortes sobre a distribuição de renda dentro de um país: – Recursos não podem se deslocar imediatamente ou sem custo de uma indústria para outra. – Indústrias diferem nos fatores de produção que demandam. 4-5 • O modelo de fatores específicos permite que o comércio afete a distribuição de renda. • Hipóteses do modelo: – Dois bens, tecidos (C) e alimentos (F). – Três fatores de produção: trabalho (L), capital (K) e terra (T). – Concorrência perfeita prevalece em todos os mercados. Modelo de fatores específicos 4-6 – Tecidos são produzidos usando capital e trabalho (mas não terra). – Alimentos produzidos usando terra e trabalho (mas não capital). – Trabalho é um fator móvel que pode se deslocar entre setores. – Terra e capital são fatores específicos usados na produção de apenas um dos bens. Modelo de fatores específicos 4-7 • A economia produz quanto de cada bem? • A função de produção de tecidos fornece a quantidade de tecidos que pode ser produzida com os insumos capital e trabalho: 𝑄𝐶 = 𝑄𝐶 𝐾, 𝐿𝐶 = 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 1−𝛼 (4.1) – 𝑄𝐶 é a produção de tecidos – 𝐾 é o estoque de capital (fator específico) – 𝐿𝐶 é a força de trabalho empregada na produção de tecidos (fator móvel) Modelo de fatores específicos 4-8 • A função de produção de alimentos fornece a quantidade de alimentos que pode ser produzida com os insumos terra e trabalho: 𝑄𝐹 = 𝑄𝐹 𝑇, 𝐿𝐹 = 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽 (4.2) – QF é a produção de alimentos – T é a oferta de terra (fator específico) – LF é a força de trabalho empregada na produção de alimentos (fator móvel) Modelo de fatores específicos 4-9 • Como a composição do produto da economia se altera à medida que o trabalho se desloca de um setor para o outro? • Quando o trabalho se desloca de alimentos para tecidos, a produção de alimentos cai ao mesmo tempo em que a produção de tecidos aumenta. • A Figura 4.1 ilustra a função de produção de tecidos. Possibilidades de produção 4-10 Fig. 4.1 Função de produção de tecidos Quanto mais trabalho for empregado na produção de tecidos, maior será o produto. Como resultado dos rendimentos decrescentes, cada homem- hora adicional aumenta o produto em um montante menor do que o homem- hora anterior; este é o fato de que a curva que relaciona o insumo trabalho ao produto fica cada vez menos inclinada para níveis maiores de emprego. 4-11 • O formato da função de produção reflete a lei de rendimentos marginais decrescentes. – O acréscimo de um trabalhador no processo de produção (sem aumentar a quantidade de capital) significa que cada trabalhador tem menos capital para trabalhar. – Portanto, cada unidade adicional de trabalho acrescenta menos produto do que a anterior. • A Figura 4.2 mostra o produto marginal do trabalho, que é o acréscimo de produto que corresponde a uma unidade extra de trabalho. Possibilidades de produção 4-12 • O produto marginal do trabalho nos dois setor é dado por: – Setor têxtil: 𝑀𝑃𝐿𝐶 = 𝜕𝑄𝐶 𝜕𝐿𝐶 = 1 − 𝛼 𝐴𝐶 𝐾 𝐿𝐶 𝛼 = 1 − 𝛼 𝑄𝐶 𝐿𝐶 – Setor alimentício: 𝑀𝑃𝐿𝐹 = 𝜕𝑄𝐹 𝜕𝐿𝐹 = 1 − 𝛽 𝐴𝐹 𝑇 𝐿𝐹 𝛽 = 1 − 𝛽 𝑄𝐹 𝐿𝐹 • A Figura 4.2 mostra o produto marginal do trabalho do setor têxtil, que é o acréscimo de produto que corresponde a uma unidade extra de trabalho nesse setor. Possibilidades de produção 4-13 Fig. 4.2 Produto marginal do trabalho O produto marginal do trabalho no setor têxtil é igual à inclinação da função de produção da Figura 4.1. A inclinação é menor quanto maior o emprego de trabalho pelo setor. 𝑀𝑃𝐿𝐶 = 1 − 𝛼 𝐴𝐶 𝐾 𝐿𝐶 𝛼 4-14 • Para a economia como um todo, o trabalho total empregado em tecidos e alimentos dese ser igual à oferta de trabalho total (equilíbrio no mercado de trabalho): 𝐿𝐶 + 𝐿𝐹 = 𝐿 (4.3) • Pode-se derivar a fronteira de possibilidades de produção da economia a partir das funções de produção (4.1)-(4.2) e do equilíbrio do mercado de trabalho (4.3). Possibilidades de produção 4-15 Possibilidades de produção • O diagrama de quatro quadrantes na Figura 4.3 é usado para obter a fronteira de possibilidades de produção. – O quadrante inferior esquerdo indica a alocação de trabalho entre os dois setores. – O quadrante inferior direito mostra a função de produção de tecidos de (4.1). – O quadrante superior esquerdo mostra a função de produção de alimentos correspondente. – O quadrante superior direito indica as combinações de tecidos e alimentos que podem ser produzidas (fronteira de possibilidades de produção). – Supõe-se implicitamente que as quantidades de capital e terra utilizadas são constantes e que há pleno emprego destes fatores. Figura 4.3 Fronteira de Possibilidades de Produção no Modelo de Fatores Específicos PP no quadrante superior direito mostra a fronteira de possibilidades de produção da economia para ofertas dadas de terra, trabalho e capital físico. PP é côncava por causa dos rendimentos decrescentes do trabalho. 4-17 Possibilidades de produção • Por que a fronteira de possibilidades de produção é côncava? – Os rendimentos decrescentes do trabalho para cada setor fazem com que o custo de oportunidade aumente quando uma economia produz mais de um bem. – O custo de oportunidade do tecido em termos de alimentos é a inclinação da fronteira de possibilidades de produção – a inclinação se torna cada vez maior à medida que uma economia produz mais tecidos. 4-18 Possibilidades de produção • O custo de oportunidade de produzir mais um metro de tecido é Τ 𝑀𝑃𝐿𝐹 𝑀𝑃𝐿𝐶 quilos de alimentos. – Para produzir um metro a mais de tecido, você precisa de Τ 1 𝑀𝑃𝐿𝐶 horas de trabalho. – Para liberar uma hora de trabalho, você deve reduzir a produção de alimentos em 𝑀𝑃𝐿𝐹 quilos. – Para produzir menos alimentos e mais tecidos, empregue menos trabalho em alimentos e mais em tecidos. – O produto marginal do trabalho nos alimentos aumenta e o produto marginal do trabalho nos tecidos cai, de modo que Τ 𝑀𝑃𝐿𝐹 𝑀𝑃𝐿𝐶 aumenta. 4-19 Possibilidades de produção 𝑄𝐶 = 𝑄𝐶 𝐾, 𝐿𝐶 = 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 1−𝛼 (4.1) 𝑄𝐹 = 𝑄𝐹 𝑇, 𝐿𝐹 = 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽 (4.2) 𝐿𝐶 + 𝐿𝐹 = 𝐿 (4.3) 4-20 Possibilidades de produção • Fazendo o diferencial total das expressões genéricas, temos 𝑑𝑄𝐶 = 𝑄𝐶𝐾𝑑𝐾 + 𝑄𝐶𝐿𝑑𝐿𝐶 𝑑𝑄𝐹 = 𝑄𝐹𝑇𝑑𝑇 + 𝑄𝐹𝐿𝑑𝐿𝐹 𝑑𝐿𝐶 + 𝑑𝐿𝐹 = 𝑑𝐿 • É possível isolar 𝑑𝐿𝐶 do lado esquerdo da igualdade. Daí vem 𝑑𝐿𝐶 = 1 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝑄𝐶 − 𝑄𝐶𝐾 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝐾 4-21 Possibilidades de produção • É possível isolar 𝑑𝐿𝐹 do lado esquerdo da igualdade. Daí vem 𝑑𝐿𝐹 = 1 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑄𝐹 − 𝑄𝐹𝑇 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑇 • Substituindo as duas expressões no diferencial total do equilíbrio do mercado de trabalho, temos o diferencial total da fronteira de possibilidades de produção 1 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝑄𝐶 − 𝑄𝐶𝐾 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝐾 + 1 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑄𝐹 − 𝑄𝐹𝑇 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑇 = 𝑑𝐿 4-22 Possibilidades de produção • Vamos isolar 𝑑𝑄𝐹 do lado esquerdo 1 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑄𝐹 = − 1 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝑄𝐶 + 𝑄𝐶𝐾 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝐾 + 𝑄𝐹𝑇 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑇 + 𝑑𝐿 𝑑𝑄𝐹 = − 𝑄𝐹𝐿 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝑄𝐶 + 𝑄𝐹𝐿𝑄𝐶𝐾 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝐾 + 𝑄𝐹𝑇𝑑𝑇 + 𝑑𝐿 4-23 Possibilidades de produção • Vamos isolar 𝑑𝑄𝐹 do lado esquerdo 1 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑄𝐹 = − 1 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝑄𝐶 + 𝑄𝐶𝐾 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝐾 + 𝑄𝐹𝑇 𝑄𝐹𝐿 𝑑𝑇 + 𝑑𝐿 𝑑𝑄𝐹 = − 𝑄𝐹𝐿 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝑄𝐶 + 𝑄𝐹𝐿𝑄𝐶𝐾 𝑄𝐶𝐿 𝑑𝐾 + 𝑄𝐹𝑇𝑑𝑇 + 𝑑𝐿 4-24 Possibilidades de produção • A fronteira de possibilidades de produção é uma função PPF da seguinte forma com os sinais das derivadas parciais a seguir 𝑄𝐹 = 𝑃𝑃𝐹(𝑄𝐶, 𝐾, 𝑇, 𝐿) • onde 𝑃𝑃𝐹1 < 0, 𝑃𝑃𝐹2 > 0, 𝑃𝑃𝐹3 > 0 e 𝑃𝑃𝐹4 > 0. • Um aumento de 𝐾, 𝑇 ou 𝐿 desloca a fronteira para cima. • Note que um aumento de 𝑇 não altera o intercepto da quantidade de tecidos e um aumento de 𝐾 não altera o intercepto da quantidade de alimentos (pois são fatores específicos de um setor). 4-25 Possibilidades de produção • A inclinação da fronteira de possibilidades de produção é 𝑑𝑄𝐹ቤ 𝑑𝑄𝐶 𝑑𝑇=𝑑𝐾=𝑑𝐿=0 = − 𝑄𝐹𝐿 𝑄𝐶𝐿 = − 𝑀𝑃𝐿𝐹 𝑀𝑃𝐿𝐶 < 0 • Resultado é igual ao de KOM cap. 4 (não demonstrado no livro). 4-26 Possibilidades de produção • A seguir vamos obter a fronteira de possibilidades de produção para o modelo com funções de produção Cobb- Douglas. 𝑄𝐶 = 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 1−𝛼 (4.1) 𝑄𝐹 = 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽 (4.2) 𝐿𝐶 + 𝐿𝐹 = 𝐿 (4.3) • Exercício: faça essa derivação. A inclinação da fronteira é igual à razão dos produtos marginais como no caso geral? 4-27 Possibilidades de produção • Vamos primeiro fazer o diferencial total da função de produção de tecidos. Temos 𝑑𝑄𝐶 = 𝐾𝛼𝐿𝐶 1−𝛼𝑑𝐴𝐶 + 𝛼𝐴𝐶𝐾𝛼−1𝐿𝐶 1−𝛼𝑑𝐾 + 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼𝑑𝐿𝐶 (4.1’) • O diferencial total da função de produção de alimentos é dado por 𝑑𝑄𝐹 = 𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽𝑑𝐴𝐹 + 𝛽𝐴𝐹𝑇𝛽−1𝐿𝐹 1−𝛽𝑑𝑇 + 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽𝑑𝐿𝐹 (4.2’) • O diferencial total do equilíbrio no mercado de trabalho é dado por 𝑑𝐿𝐶 + 𝑑𝐿𝐹 = 𝑑𝐿 (4.3’) 4-28 Possibilidades de produção • Em (4.1’) isolamos 𝑑𝐿𝐶 do lado esquerdo da igualdade. 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼𝑑𝐿𝐶 = 𝑑𝑄𝐶 − 𝐾𝛼𝐿𝐶 1−𝛼𝑑𝐴𝐶 − 𝛼𝐴𝐶𝐾𝛼−1𝐿𝐶 1−𝛼𝑑𝐾 𝑑𝐿𝐶 = 1 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝑄𝐶 − 𝐾𝛼𝐿𝐶 1−𝛼 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝐴𝐶 − 𝛼𝐴𝐶𝐾𝛼−1𝐿𝐶 1−𝛼 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝐾 𝑑𝐿𝐶 = 1 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝑄𝐶 − 𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐴𝐶 𝑑𝐴𝐶 − 𝛼𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐾 𝑑𝐾 (4.1”) 4-29 Possibilidades de produção • Em (4.2’) isolamos 𝑑𝐿𝐹 do lado esquerdo da igualdade. 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽𝑑𝐿𝐹 = 𝑑𝑄𝐹 − 𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽𝑑𝐴𝐹 − 𝛽𝐴𝐹𝑇𝛽−1𝐿𝐹 1−𝛽𝑑𝑇 𝑑𝐿𝐹 = 1 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 𝑑𝑄𝐹 − 𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 𝑑𝐴𝐹 − 𝛽𝐴𝐹𝑇𝛽−1𝐿𝐹 1−𝛽 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 𝑑𝑇 𝑑𝐿𝐹 = 1 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 𝑑𝑄𝐹 − 𝐿𝐹 1 − 𝛽 𝐴𝐹 𝑑𝐴𝐹 − 𝛽𝐿𝐹 1 − 𝛽 𝑇 𝑑𝑇 (4.2”) 4-30 Possibilidades de produção • Substituindo (4.1”) e (4.2”) em (4.3’), obtemos o diferencial total da fronteira de possibilidades de produção. 𝑑𝐿𝐶 + 𝑑𝐿𝐹 = 𝑑𝐿 1 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝑄𝐶 − 𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐴𝐶 𝑑𝐴𝐶 − 𝛼𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐾 𝑑𝐾 + 1 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 𝑑𝑄𝐹 − 𝐿𝐹 1 − 𝛽 𝐴𝐹 𝑑𝐴𝐹 − 𝛽𝐿𝐹 1 − 𝛽 𝑇 𝑑𝑇 = 𝑑𝐿 4-31 Possibilidades de produção • Vamos isolar 𝑑𝑄𝐹 do lado esquerdo da igualdade. 1 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 𝑑𝑄𝐹 = − 1 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝑄𝐶 + 𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐴𝐶 𝑑𝐴𝐶 + 𝐿𝐹 1 − 𝛽 𝐴𝐹 𝑑𝐴𝐹 + 𝛼𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐾 𝑑𝐾 + 𝛽𝐿𝐹 1 − 𝛽 𝑇 𝑑𝑇 + 𝑑𝐿 4-32 Possibilidades de produção • Isolando 𝑑𝑄𝐹 do lado esquerdo da igualdade e simplificando os termos, vem 𝑑𝑄𝐹 = − 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 𝑑𝑄𝐶 + 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐴𝐶 𝑑𝐴𝐶 + 𝑇𝛽𝐿𝐹 1−𝛽𝑑𝐴𝐹 + 𝛼 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽𝐿𝐶 1 − 𝛼 𝐾 𝑑𝐾 + 𝛽𝐴𝐹𝑇𝛽−1𝐿𝐹 1−𝛽𝑑𝑇 + 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽𝑑𝐿 4-33 Possibilidades de produção • A fronteira de possibilidades de produção é uma função PPF da seguinte forma com os sinais das derivadas parciais a seguir 𝑄𝐹 = 𝑃𝑃𝐹(𝑄𝐶, 𝐴𝐶, 𝐴𝐹, 𝐾, 𝑇, 𝐿) • onde 𝑃𝑃𝐹1 < 0, 𝑃𝑃𝐹2 > 0, 𝑃𝑃𝐹3 > 0, 𝑃𝑃𝐹4 > 0, 𝑃𝑃𝐹5 > 0 e 𝑃𝑃𝐹6 > 0. • Um aumento de 𝐴𝐶, 𝐴𝐹, 𝐾, 𝑇 ou 𝐿 desloca a fronteira para cima. 4-34 Possibilidades de produção • A inclinação da fronteira de possibilidades de produção é dada por 𝑑𝑄𝐹ቤ 𝑑𝑄𝐶 𝑑𝐴𝐶=𝑑𝐴𝐹=𝑑𝑇=𝑑𝐾=𝑑𝐿=0 = − 1 − 𝛽 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿𝐹 −𝛽 1 − 𝛼 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿𝐶 −𝛼 = − 𝑀𝑃𝐿𝐹 𝑀𝑃𝐿𝐶 • Resultado é igual ao de KOM cap. 4 para o caso mais geral. 4-35 Possibilidades de produção • Com relação à fronteira de possibilidades de produção, note que: – Um aumento de 𝐴𝐶 ou 𝐾 não altera o intercepto da quantidade de alimentos. – Um aumento de 𝐴𝐹 ou 𝑇 não altera o intercepto da quantidade de tecidos. – Isso ocorre porque 𝐾 e 𝑇 são fatores específicos de um setor e 𝐴𝐶 e 𝐴𝐹 são tecnologias utilizadas especificamente em um setor. 4-36 Possibilidades de produção • A quantidade máxima de tecidos que pode ser produzida é dada pelo intercepto do eixo horizontal, fazendo 𝑄𝐹 = 0: 𝑄𝐶 = 𝑄𝐶 𝐾, 𝐿 = 𝐴𝐶𝐾𝛼𝐿1−𝛼 • que é dada pela função de produção para 𝐿𝐶 = 𝐿. • A quantidade máxima de alimentos que pode ser produzida é dada pelo intercepto do eixo vertical, fazendo 𝑄𝐶 = 0 : 𝑄𝐹 = 𝑄𝐹 𝑇, 𝐿 = 𝐴𝐹𝑇𝛽𝐿1−𝛽 • que é dada pela função de produção para 𝐿𝐹 = 𝐿. 4-37 Possibilidades de produção • Deslocamentos da fronteira de possibilidades de produção: – Aumento do capital físico: aumenta o intercepto do eixo horizontal, mas o intercepto vertical permanece constante. Ou seja, desloca a fronteira para fora. Isso ocorre porque o capital não é utilizado no outro setor, pois é um fator específico. – Inovação tecnológica no setor de tecidos (aumenta 𝐴𝐶): aumenta o intercepto do eixo horizontal, mas o intercepto vertical permanece constante. 4-38 Possibilidades de produção 𝑄𝐶 𝑄𝐹 Aumento do capital físico ou inovação tecnológica no setor de tecidos 4-39 Possibilidades de produção • Deslocamentos da fronteira de possibilidades de produção: – Aumento da terra (aumenta 𝑇): aumenta o intercepto do eixo vertical, mas o intercepto horizontal permanece constante. Ou seja, desloca a fronteira para fora. Isso ocorre porque a terra não é utilizada no outro setor, pois é um fator específico. – Inovação tecnológica no setor de alimentos (aumenta 𝐴𝐹): aumenta o intercepto do eixo vertical, mas o intercepto horizontal permanece constante. 4-40 Possibilidades de produção 𝑄𝐶 𝑄𝐹 Aumento da terra ou inovação tecnológica no setor de alimentos 4-41 Possibilidades de produção • Deslocamentos da fronteira de possibilidades de produção: – Inovação tecnológica de uso geral (aumenta 𝐴𝐶 e 𝐴𝐹 no mesmo montante, com 𝑑𝐴𝐶 = 𝑑𝐴𝐹 > 0): ▪ Desloca ambos os interceptos se for uma tecnologia de uso geral. – Aumento da força de trabalho (aumenta 𝐿): ▪ Desloca ambos os interceptos. 4-42 Possibilidades de produção 𝑄𝐶 𝑄𝐹 Inovação tecnológica de uso geral ou aumento da força de trabalho 4-43 • Quanto trabalho é empregado em cada setor? – É preciso examinar a oferta e a demanda no mercado de trabalho. • Demanda de trabalho: – Em cada setor, os empregadores irão maximizar lucros ao demandar trabalho até o ponto em que o valor produzido por uma hora adicional é igual ao custo marginal de se empregar um trabalhador por aquela hora adicional. Preços, salários e alocação de trabalho 4-44 • Curva de demanda de trabalho no setor de tecidos: 𝑀𝑃𝐿𝐶 × 𝑃𝐶 = 𝑤 (4.4) – O salário nominal é igual ao valor do produto marginal do trabalho nas manufaturas. • Alternativamente, temos 𝜔𝐶 = 𝑤 𝑃𝐶 = 𝑀𝑃𝐿𝐶 – O salário real é igual ao produto marginal do trabalho nas manufaturas. Preços, salários e alocação de trabalho 4-45 • Curva de demanda de trabalho no setor de alimentos: 𝑀𝑃𝐿𝐹 × 𝑃𝐹 = 𝑤 (4.5) – O salário nominal é igual ao valor do produto marginal do trabalho nos alimentos. • Alternativamente, temos 𝜔𝐹 = 𝑤 𝑃𝐹 = 𝑀𝑃𝐿𝐹 – O salário real é igual ao produto marginal do trabalho nos alimentos. Preços, salários e alocação de trabalho 4-46 • A Figura 4.4 representa a demanda de trabalho nos dois setores. • A demanda de trabalho no setor de tecidos é MPLC da Figura 4.2 multiplicada por PC. • A demanda de trabalho no setor de alimentos é medida a partir da direita. • O eixo horizontal representa a oferta de trabalho total L. Preços, salários e alocação de trabalho 4-47 • Os dois setores devem pagar o mesmo salário porque o trabalho pode se deslocar de um setor para outro. • Se o salário fosse maior no setor de tecidos, os trabalhadores se deslocariam do setor de alimentos para o setor de tecidos até que os salários ficassem iguais. – Ou se o salário fosse maior no setor de alimentos, os trabalhadores se deslocariam no sentido contrário. • O salário de equilíbrio e a alocação de trabalhadores entre os dois setores são determinados no ponto onde as curvas de demanda de trabalho se cruzam. Preços, salários e alocação de trabalho 4-48 Fig. 4.4 Alocação de trabalho Trabalho é alocado até o valor do seu produto marginal (P × MPL) ser igual nos setores têxtil e alimentício. No equilíbrio, o salário é igual ao valor do produto marginal do trabalho. 4-49 • No ponto de produção, a fronteira de possibilidades de produção deve ser tangente a uma reta cuja inclinação é o negativo do preço dos tecidos dividido pelo preço dos alimentos. • Relação entre preços relativos e produto: (4.6) Preços, salários e alocação de trabalho − = − C F C F P MPL MPL P 4-50 Fig. 4.5 Produção no modelo de fatores específicos A economia produz no ponto de sua fronteira de possibilidades de produção (PP) onde a inclinação da fronteira é igual ao negativo do preço relativo do tecido. 4-51 • O que acontece com a alocação do trabalho e a distribuição de renda quando os preços de alimentos e tecidos se alteram? • Dois casos: 1. Uma mudança proporcional nos preços 2. Uma mudança nos preços relativos Preços, salários e alocação de trabalho 4-52 • Caso 1: Quandos os dois preços se alteram na mesma proporção, nenhuma mudança real acontece. – O salário (w) aumenta na mesma proporção dos preços, de modo que os salários reais (i.e., a razão entre salários e preços de bens) não são afetados. – As rendas reais dos donos de capital e proprietários de terra também permanecem inalteradas. Preços, salários e alocação de trabalho 4-53 Fig. 4.6 Aumento na mesma proporção dos preços de tecidos e alimentos 4-54 • Caso 2: Quando apenas o preço do tecido se altera. – Quando somente PC aumenta, o trabalho se desloca do setor de alimentos para o setor de tecidos e a produção de tecidos aumenta, enquanto a de alimentos diminui. – O salário (w) não aumenta tanto quanto PC já que o emprego nos tecidos aumenta e por isso o produto marginal do trabalho nesse setor diminui. Preços, salários e alocação de trabalho 4-55 Fig. 4.7 Aumento no preço dos tecidos 4-56 Fig. 4.8 Resposta do produto a uma mudança no preço relativo dos tecidos 4-57 Fig. 4.9 Determinação dos preços relativos 4-58 • Preços relativos e a distribuição de renda – Suponha que PC aumenta em 10%. Logo, o salário deve aumentar menos que 10%. • Qual é o efeito econômico deste aumento de preços sobre as rendas dos três grupos a seguir? – Trabalhadores, donos de capital e proprietários de terra Preços, salários e alocação de trabalho 4-59 Fig. 4A.1 Produto é igual à área sob a curva do produto marginal 4-60 Fig. 4A.2 Distribuição de renda dentro do setor de tecidos 4-61 Fig. 4A.3 Aumento de PC beneficia os donos de capital 4-62 Fig. 4A.4 Aumento de PC prejudica os proprietários de terra 4-63 • Os donos de capital estão decididamente em uma situação melhor. • Os proprietários de terra estão decididamente em uma situação pior. • Trabalhadores: não é possível dizer se os trabalhadores estão em uma situação melhor ou pior: – Para o trabalhador individual depende da importância relativa de tecidos e alimentos no consumo dos trabalhadores. Para o conjunto dos trabalhadores depende também das elasticidades das curvas MPL. Preços, salários e alocação de trabalho 4-64 • Comércio e preços relativos – O preço relativo dos tecidos antes do comércio é determinado pelo cruzamento da oferta relativa de tecidos da economia com sua demanda relativa. – O preço relativo dos tecidos no livre comércio é determinado pelo cruzamento da oferta relativa mundial de tecidos com a demanda relativa mundial. – A abertura do comércio aumenta o preço relativo dos tecidos em uma economia cuja oferta relativa é maior do que a do mundo todo. Comércio internacional no modelo de fatores específicos 4-65 Fig. 4.10 Comércio e preços relativos 4-66 • Ganhos de comércio – Sem comércio, o consumo de um bem em uma economia deve ser igual à sua produção. Isto é, devemos ter 𝐷𝐶 = 𝑄𝐶 𝐷𝐹 = 𝑄𝐹 – O comércio internacional faz com que o consumo de tecidos e de alimentos no consumo seja diferente da produção de tecidos e alimentos. – Mesmo que haja diferença entre consumo e produção, o país não pode gastar mais do que recebe: 𝑃𝐶 × 𝐷𝐶 + 𝑃𝐹 × 𝐷𝐹 = 𝑃𝐶 × 𝑄𝐶 + 𝑃𝐹 × 𝑄𝐹 Comércio internacional no modelo de fatores específicos 4-67 • A economia como um todo obtém ganhos de comércio. – Ela importa uma quantidade de alimentos igual ao preço relativo dos tecidos vezes a quantidade de tecidos exportados: 𝐷𝐹 − 𝑄𝐹 = Τ 𝑃𝐶 𝑃𝐹 × 𝑄𝐶 − 𝐷𝐶 – Ela pode consumir quantidades de tecidos e alimentos que o país não é capaz de produzir por si mesmo. – A restrição orçamentária na presença do comércio fica acima da fronteira de possibilidades de produção na figura a seguir, exceto no ponto 1 de tangência. Comércio internacional no modelo de fatores específicos 4-68 Fig. 4.11 Restrição orçamentária para uma economia aberta e os ganhos de comércio 4-69 Distribuição de renda e os ganhos de comércio • Suponha que a economia Doméstica tenha vantagem comparativa na produção de tecidos. • Nesse caso, o comércio internacional aumenta o preço relativo dos tecidos em relação aos alimentos, de modo que os preços dos fatores se alteram. 4-70 Distribuição de renda e os ganhos de comércio • O aumento do preço relativo dos tecidos eleva o salário na produção de tecidos, e faz com que vários trabalhos saiam da produção de alimentos e passem a trabalhar na produção de tecidos. Com isso, o salário real em termos de tecidos cai e o salário real em termos de alimentos aumenta. Isso faz com que os capitalistas ganhem em termos reais e os proprietários de terra percam. O impacto sobre os trabalhadores é ambíguo e depende da elasticidade da curva de demanda por trabalho de cada setor, bem como da cesta de consumo dos trabalhadores. 4-71 Distribuição de renda e os ganhos de comércio • O comércio beneficia o fator que é específico do setor exportador de cada país, mas prejudica o fator que é específico do setor que concorre com as importações. • O comércio tem efeitos ambíguos sobre os fatores móveis. 4-72 • O comércio beneficia um país ao expandir as possibilidades de escolha. – É possível redistribuir a renda de modo que todos tenham ganhos de comércio. – Aqueles que têm ganhos de comércio poderiam compensar aqueles que perdem e ainda assim ficar em uma situação melhor. – Que todos possam ter ganhos de comércio não quer dizer que eles efetivamente tenham – normalmente é difícil implementar a redistribuição. Distribuição de renda e os ganhos de comércio 4-73 • O comércio frequentemente produz perdedores e vencedores. • A política comercial ótima deve pesar o ganho de um grupo contra a perda de outro. – Alguns grupos podem precisar de um tratamento especial porque eles já são relativamente pobres (p. ex., trabalhadores de calçados e vestuário nos Estados Unidos). • A maioria dos economistas é fortemente a favor do livre comércio. A economia política do comércio: uma visão preliminar 4-74 • Distribuição de renda e políticas comerciais – Normalmente os que têm ganhos de comércio são um grupo muito menos concentrado, informado e organizado em relação aos que têm perdas. ▪ Exemplo: Consumidores e produtores na indústria de açúcar dos EUA, respectivamente – Os governos normalmente colocam em prática programas sociais de apoio à renda a fim de amenizar as perdas de grupos prejudicados pelo comércio (ou outras mudanças). A economia política do comércio: uma visão preliminar 4-75 • O comércio desloca empregos do setor que concorre com as importações para o setor exportador. – O processo não é instantâneo – alguns trabalhadores ficarão desempregados à medida que procuram por novos empregos. • Quanto desemprego pode ser atribuído ao comércio? – De 2001 a 2010, apenas cerca de 2% dos deslocamentos involuntários vieram da concorrência das importações ou de fábricas que se mudaram para o exterior. Comércio e desemprego 4-76 • A Figura 4.12 mostra que não há evidência de uma correlação positiva entre desemprego e grau de abertura (razão entre importações e PIB) para os EUA. – Após 2012 as importações e o desemprego caíram muito. A queda das importações levou a uma diminuição dos preços do petróleo. As importações não relacionadas ao petróleo permaneceram estáveis como fração do PIB dos EUA nesse período. • O desemprego é principalmente um problema macroeconômico que surge durante recessões. – A melhor forma de reduzir o desemprego é pela adoção de políticas macroeconômicas que ajudem a economia a se recuperar, e não pelo protecionismo. Comércio e desemprego 4-77 Fig. 4.12 Desemprego e penetração das importações nos EUA Source: US Bureau of Economic Analysis for imports and US Bureau of Labor Studies for unemployment. Os períodos destacados são recessões detectadas pelo National Bureau of Economic Research. Emprego na indústria e concorrência das importações chinesas • A concorrência das importações de países em desenvolvimento—especialmente da China—é culpada de diminuições de emprego na indústria manufatureira dos EUA? – O fechamento dos EUA ao comércio com a China aumentaria o emprego na indústria dos EUA? • Alguns trabalhadores em setores que concorrem com importações chinesas podem perder seus empregos. Pode levar tempo para que eles encontrem novos empregos. – Nesse meio tempo, empregos surgem nos setores exportadores da economia. – Qual é o efeito líquido do aumento da concorrência das importações sobre a fração do emprego na indústria? Emprego na indústria e concorrência das importações chinesas • A Figura 4.13 mostra que a fração de emprego na indústria manufatureira tem diminuído consistentemente ao longo dos últimos 50 anos. • A indústria dos EUA ainda estava produzindo a mesma quantidade de bens com a utilização de menos trabalhadores (devido ao aumento da produtividade). • É possível estimar a fração do emprego na indústria manufatureira com dados anteriores à China se tornar um parceiro comercial importante para as importações dos EUA. – É feita uma previsão para o emprego atual na indústria. – China parece ter no máximo um efeito muito pequeno. Emprego na indústria e concorrência das importações chinesas • O programa de assistência ao ajuste comercial dos EUA (U.S. Trade Adjustment Assistance) fornece extensão do seguro desemprego (por um ano adicional) e reembolso de pagamento de cursos (para recapacitação professional) para trabalhadores dispensados pelo fechamento de uma fábrica. – Para se qualificar a esse auxílio, o fechamento de fábrica deve se dever à concorrência de importações ou a uma realocação para o exterior para um país que tenha acesso preferencial aos EUA. Figura 4.13 Emprego na indústria dos EUA e importações da China Emprego na indústria manufatureira é medido como um percentual do emprego não agrícola total dos EUA. Importações da China são medidas como um percentual da produção na indústria manufatureira dos EUA. 4-82 Deslocamentos de fatores de produção • Movimentos dos fatores de produção incluem – Migração de trabalho – Transferência de ativos financeiros por meio de empréstimos internacionais – Transações de multinacionais envolvendo posse direta de firmas estrangeiras • Assim como os movimentos de bens e serviços (comércio), os movimentos de fatores de produção são sensíveis politicamente e frequentemente têm restrições. 4-83 Mobilidade internacional de trabalho • Por que o trabalho migra e que efeitos a migração de trabalho provoca? • Trabalhadores migram para onde os salários são mais altos. 4-84 Mobilidade internacional de trabalho • Considere o movimento de trabalho entre países em vez de entre setores. • Suponha que dois países produzam um bem não comercializável (alimentos) usando dois fatores de produção: – A terra não pode se mover entre países mas o trabalho pode. 4-85 Mobilidade internacional de trabalho • A Figura 4.13 mostra o salário e a alocação de equilíbrio com migração entre países. – Semelhante ao modo que a Figura 4.4 determinou a alocação de trabalho de equilíbrio entre setores. • Comece com OL1 trabalhadores na economia Doméstica ganhando um salário real mais baixo (ponto C) do que os L1O* trabalhadores na economia Estrangeira (ponto B). – Salário mais baixo por causa de menos terra por trabalhador (produtividade mais baixa). • Trabalhadores na economia Doméstica desejam migrar para a economia Estrangeira, onde podem ganhar mais. 4-86 Fig. 4.14 Causas e efeitos da mobilidade internacional de trabalho 4-87 Mobilidade internacional de trabalho • Se não houver obstáculos para a migração do trabalho, os trabalhadores se deslocam de Doméstica para Estrangeira até que o poder de compra dos salários seja igual entre países (ponto A), com OL2 trabalhadores em Doméstica e L2O* trabalhadores em Estrangeira. – A emigração de Doméstica diminui a oferta de trabalho e aumenta o salário real dos trabalhadores que permanecem ali. ▪ Os trabalhadores que começam em Doméstica ganham mais por causa da emigração independentemente de eles estarem entre os que deixam o país. – A imigração aumenta a oferta de trabalho em Estrangeira e diminui o salário real ali. 4-88 Mobilidade internacional de trabalho • Os salários não ficam realmente iguais, devido a barreiras à migração, como as políticas para restringir a imigração e a relutância natural à mudança. 4-89 Mobilidade internacional de trabalho • A migração de trabalho aumenta o produto mundial. – O valor do produto em Estrangeira aumenta em um montante igual à área sob sua curva MPL* de L1 a L2 – O valor do produto em Doméstica cai em um montante igual à área sob sua curva MPL de L2 a L1 – O ganho líquido é o ganho de Estrangeira menos a perda do local, com um formato aproximado de um triângulo. – O produto mundial aumenta porque o trabalho se desloca para onde é mais produtivo (onde os salários são maiores). – O valor do produto mundial é maximizado quando a produtividade marginal do trabalho é igual nos dois países. (Supõe-se a validade da lei do preço único.) 4-90 Mobilidade internacional de trabalho • Os trabalhadores inicialmente em Doméstica se beneficiam, enquanto os trabalhadores em Estrangeira são prejudicados por fluxos de entrada de outros trabalhadores. – Proprietários de terra em Estrangeira ganham com o fluxo de entrada de trabalhadores, que reduz os salários reais e aumenta o produto. – Proprietários de terra em Doméstica são prejudicados pelo fluxo de saída de trabalhadores, que aumenta os salários reais e diminui o produto. 4-91 Mobilidade internacional de trabalho • A migração leva aos movimentos previstos de salários? • A Tabela 4.1 mostra que os salários reais em 1870 eram muito maiores nos países de destino do que nos países de origem. • Até a véspera da Primeira Guerra Mundial em 1913, os salários aumentaram mais rápido nos países de origem do que nos países de destino (exceto Canadá). • A migração levou o mundo para salários mais equalizados. Tabela 4.1 TABLE 4-1 Real Wage, 1870 (U.S. = 100) Percentage Increase in Real Wage, 1870–1913 Destination Countries Argentina 53 51 Australia 110 1 Canada 86 121 United States 100 47 Origin Countries Ireland 43 84 Italy 23 112 Norway 24 193 Sweden 24 250 Source: Jeffrey G. Williamson, “The Evolution of Global Labor Markets Since 1830: Background Evidence and Hypotheses,” Explorations in Economic History 32 (1995), pp. 141–196. 4-93 Mobilidade internacional de trabalho • Devido a salários mais altos na Europa Ocidental em relação aos novos parceiros da União Europeia na Europa Oriental, ocorrem grandes fluxos migratórios entre leste e oeste. – Este processo está associado a uma convergência de salários como previsto por nosso modelo de mobilidade de trabalho? Sim. • A Figura 4.15 mostra o salário relative de trabalhadores na indústria manufatureira dos novos membros de 2004 em relação à Europa Ocidental. – Grandes diferenciais de salário ainda persistem, mas a tendência é de convergência. Figura 4.15 Salários relativos Europa Oriental-Europa Ocidental 1997–2015 Europa Ocidental inclui: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido. Europa Oriental inclui: República Tcheca, Estônia, Hungria, Polônia, Eslováquia. Fonte: The Conference Board International Labor Comparisons, 2015; e Orley Ashenfelter, “Comparing Real Wage Rates,” American Economic Review 102 (2012), pp. 617–642. 4-95 Mobilidade internacional de trabalho • No início do século XX, a fração de imigrantes dos EUA aumentou muito. – Grande imigração do Leste Europeu e do Sudoeste Europeu. • Restrições mais rígidas sobre imigração impostas na década de 1920. – Imigrantes eram uma força secundária nos EUA na década de 1960. • Nova onda de imigração começou ao redor de 1970. – Principalmente da América Latina e da Ásia. • Em 2014, 16,7% da força de trabalho dos EUA era de estrangeiros. Figura 4.16 Imigrantes como fração da população dos EUA Restrições à imigração na década de 1920 levaram a uma grande diminuição nos imigrantes em meados do século XX, mas a imigração subiu muito em décadas recentes. Fonte: U.S. Census Bureau. 4-97 Imigração e a economia dos EUA • O maior aumento na imigração recente ocorreu entre trabalhadores com os menores níveis de educação, tornando os trabalhadores com menor qualificação mais abundantes. – Possivelmente reduziu os salários para trabalhadores nativos com níveis baixos de educação ao mesmo tempo em que aumentou salários para aqueles com maior educação – Hiato de salários crescente entre trabalhadores menos educados e mais educados. 4-98 Resumo 1. O comércio internacional frequentemente possui efeitos fortes sobre a distribuição de renda dentro dos países – produz perdedores e ganhadores. 2. Os efeitos sobre a distribuição de renda ocorrem por dois motivos: – Os fatores de produção não podem se deslocar sem custos e rapidamente de uma indústria para outra. – Mudanças na composição do produto da economia têm efeitos diferenciados sobre a demanda por fatores de produção diferentes. 4-99 Resumo 3. O comércio internacional afeta a distribuição de renda no modelo de fatores específicos. – Os fatores específicos de setores exportadores em cada país têm ganhos de comércio, enquanto os fatores específicos de setores que concorrem com importações têm perdas. – Os fatores móveis que podem trabalhar em qualquer setor podem ter ganhos ou perdas. 4- 100 Resumo 4. Apesar disso, o comércio produz ganhos como um todo no sentido de que aqueles que ganham podem a princípio compensar os que perdem e ainda assim permanecer em um situação melhor do que antes. 5. A maioria dos economistas preferiria atacar o problema da distribuição de renda de forma direta, em vez de restringir o comércio. 6. Os prejudicados pelo comércio são normalmente mais bem organizados do que os que ganham, fazendo com que as restrições ao comércio sejam adotadas. 4- 101 Resumo 7. O trabalho migra para países com produtividade de trabalho mais alta e salários reais maiores, onde o trabalho é escasso. – Os salários reais caem devido à imigração e aumentam devido à emigração. – O produto mundial aumenta. 8. Os salários reais entre países estão longe de serem iguais devido a diferenças na tecnologia e devido a barreiras à imigração.