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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA CONCEPÇÕES E MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E O ENSINO MÉDIO Gaudêncio Frigotto Toda sociedade vive porque consome e para consumir depende da produção Isto é do trabalho Toda a sociedade vive porque cada geração nela cuida da formação da geração seguinte e lhe transmite algo da sua experiência educaa Não há sociedade sem trabalho e sem educação Leandro Konder 2000 p 112 A epígrafe acima nos remete a duas práticas ou atividades sociais de natureza diversa mas que mantém entre si conexões por diferentes mediações No interior da sociedade capitalista a ideologia dominante tem efetivado estas conexões de forma linear ou invertida mascarando as relações assimétricas de poder e os mecanismos estruturais que produzem e mantêm a desigualdade entre nações regiões e entre grupos ou classes sociais A noção de capital humano nas décadas de 1950 a 1980 em seguida a de sociedade do conhecimento e atualmente a de pedagogia das competências para a empregabilidade constituemse no aparato ideológico justificador das desigualdades acima aludidas Este texto se origina de várias análises mais amplas parte delas publicadas Frigotto 19841987 1995 1998 e cujo objetivo é de permitir aos professores participantes dos seminários e oficinas um roteiro para um aprofundamento da compreensão do trabalho na sua dimensão de criação do ser humano ontocriativo e as formas históricas que assume o trabalho nas sociedades de classes o contexto atual da globalização ou mundialização do capital e o desemprego estrutural e por fim qual a relação da educação básica de nível médio e nível médio integrado com o mundo do trabalho e do emprego na produção Tem um duplo objetivo o de desconstruir concepções e práticas que refuncionalizam as estruturas que geram a desigualdade e o de construir concepções inerentes a uma práxis capaz de transformar as relações sociais vigentes na sociedade e nos processos educativos 1 O TRABALHO NA SUA DIMENSÃO ONTOLÓGICA OU ONTOCRIATIVA Diferente do animal que vem regulado programado por sua natureza e por isso não projeta sua existência não a modifica mas se adapta e responde instintivamente ao meio os seres humanos criam e recriam pela ação consciente do trabalho a sua própria existência Antes o trabalho é um processo entre o homem e a natureza um processo em que o homem por sua própria ação medeia regula e controla seu metabolismo com a Natureza Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes à sua corporeidade braços pernas cabeça e mãos a fim de se apropriar da matéria natural numa forma útil à própria vida Ao atuar por meio desse movimento sobre a natureza externa a ele e ao modificála ele modifica ao mesmo tempo sua própria natureza Marx 1983 p 149 Sob esta concepção ontológica ou ontocriativa o trabalho como nos mostra Kosik 1986 é um processo que permeia todo o ser do homem e constitui a sua especificidade Por isso o mesmo não se reduz à atividade ¹ Doutor em Ciências Sociais Educação Professor Visitante Titular na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Programa de Pósgraduação em Políticas Públicas e Formação Humana Membro do Comitê Diretivo do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais CLACSO CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA laborativa ou emprego mas à produção de todas as dimensões da vida humana Na sua dimensão mais crucial ele aparece como atividade que responde à produção dos elementos necessários e imperativos à vida biológica dos seres humanos enquanto seres ou animais evoluídos da natureza Concomitantemente porém responde às necessidades de sua vida cultural social estética simbólica lúdica e afetiva Tratase de necessidades ambas que por serem históricas assumem especifícidades no tempo e no espaço Tanto sob um aspecto quanto outro neste sentido o trabalho só pode deixar de existir se os seres humanos desapareceram ou se transmutarem em anjos Não se pode então confundir o trabalho na sua essência e generalidade ontocriativa Lukacs 1978 com certas formas históricas que o trabalho vai assumir entre elas a servil a escrava e a assalariada sendo que nesta última é comum se confundir trabalho com emprego ou se apagar as questões inerentes à venda da força de trabalho pelo trabalhador como veremos a seguir A luta dos trabalhadores desde a lendária Arca de Noé dáse no sentido de abreviar o tempo de trabalho necessário à produção dos bens e serviços imprescindíveis à sua reprodução físicobiológica às suas necessidades básicas historicamente determinadas para dispor de tempo livre tempo de escolha verdadeiramente criativo e portanto genuinamente humano Não se trata porém de um tempo de férias ou descanso de fim de semana mas de uma conquista histórica da humanidade que implica na sua forma mais completa superar as relações sociais capitalistas Estas duas dimensões circunscrevem o trabalho humano na esfera da necessidade e de liberdade sendo ambas inseparáveis O trabalho humano não se separa da esfera da necessidade mas como insiste Kosik ao mesmo tempo a supera e cria nela os reais pressupostos da liberdade A relação entre necessidade e liberdade é uma relação historicamente condicionada e variável op cit188 Na mesma compreensão da concepção ontocriativa de trabalho também está implícito o sentido de propriedade intercâmbio material entre o ser humano e a natureza para poder manter a vida humana Propriedade no seu sentido ontológico é o direito do ser humano em relação e acordo solidário com outros seres humanos de apropriarse transformar criar e recriar pelo trabalho mediado pelo conhecimento ciência e tecnologia a natureza para produzir e reproduzir a sua existência em todas as dimensões acima assinaladas É neste contexto que podemos perceber a relevância da ciência e da tecnologia quando tomadas como produtoras de valores de uso na tarefa de melhoria das condições de vida e possibilidade de dilatar o tempo livre ou tempo de efetiva escolha humana Nesta perspectiva a ciência e a tecnologia possibilitam extensões dos sentidos e membros dos seres humanos² É a partir desta elementar constatação que percebemos a centralidade do trabalho como práxis que possibilita criar e recriar não apenas no plano econômico mas no âmbito da arte e da cultura linguagem e símbolos o mundo humano como resposta às suas múltiplas e históricas necessidades Nesta concepção de trabalho o mesmo se constitui em direito e dever e engendra um princípio formativo ou educativo O trabalho como principio educativo deriva do fato de que todos os seres humanos são seres da natureza e portanto têm a necessidade de alimentarse protegerse das intempéries e criar seus meios de ² Na sociedade capitalista como veremos adiante tanto o trabalho humano reduzido a sua dimensão força de trabalho e coisificado como mercadoria que se compra e vende em um mercado de trabalho quanto a ciência e a tecnologia não são colocadas na perspectiva de produzir valores de uso e de troca com o objetivo de satisfazer as múltiplas necessidades humanas São ordenadas na lógica de produzir lucro para quem compra gerencia e controla privadamente a força de trabalho a ciência e a tecnologia CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA vida É fundamental socializar desde a infância o princípio de que a tarefa de prover a subsistência e outras esferas da vida pelo trabalho é comum a todos os seres humanos evitandose desta forma criar indivíduos ou grupos que exploram e vivem do trabalho de outros Estes na expressão de Gramsci podem ser considerados mamíferos de luxo seres de outra espécie que acham natural explorar outros seres humanos O trabalho como princípio educativo então não é primeiro e sobretudo uma técnica didática ou metodológica no processo de aprendizagem mas um princípio éticopolítico³ Dentro desta perspectiva o trabalho é ao mesmo tempo um dever e um direito Dever por ser justo que todos colaborem na produção dos bens materiais culturais e simbólicos fundamentais à produção da vida humana Um direito por ser o ser humano um ser da natureza que necessita estabelecer por sua ação consciente um metabolismo com o meio natural transformando em bens para sua produção e reprodução Estes breves elementos já nos permitem esclarecer que se falar em fim do trabalho enquanto produtor de valores de uso e de trocas para responder às múltiplas necessidades humanas não tem o menor fundamento É a mesma coisa que se afirmar que a vida humana desapareceu da face da terra ou que todos os seres humanos se metamorfosearam em anjos O que desaparecem são formas históricas de como o trabalho se efetiva nos diferentes modos sociais de produção da existência humana⁴ A história do trabalho humano transitou dos modos primitivos e tribais dos seres humanos se relacionarem com a natureza e os outros seres humanos para responderem às suas necessidades básicas ao tripalium das sociedades escravocratas e servis até atual forma de trabalho sob o capitalismo⁵ As questões cruciais que nos afetam e que necessitam serem respondidas para o que nos interessa são a qual é especificidade que assume o trabalho humano a ciência e a tecnologia sob o capitalismo e o que nos trouxe até a crise estrutural do emprego b quais os cenários atuais do mundo do emprego e que novas formas de trabalho emergem e qual o seus sentido c dentro da sociedade que vivemos sob as atuais relações sociais capitalistas que relações podemos fazer entre a educação básica de nível médio da formação técnicoprofissional e o trabalho 3 Realçamos este aspecto pois é freqüente reduzir o trabalho como principio educativo à idéia didática ou pedagógica do aprender fazendoPara aprofundar a compreensão desta questão ver Saviani 1984 e Frigotto 1985 Isto não elide a experiência concreta do trabalho dos jovens e adultos ou mesmo das crianças como uma base sobre a qual se desenvolvem processos pedagógicos ou mesmo a atividade prática como método pedagógico Uma das obras clássicas sobre o trabalho como elemento pedagógico é a de Pistrak 1981 Em vários países inclusive no Brasil há uma rede de escolas utiliza a pedagogia da alternância como estratégia pedagógica Tratase de experiências com escolas do meio rural onde os jovens passam um período na escola e outro praticando determinadas atividades em suas casas Entre outras questões que se levantam a essas experiências diz respeito ao próprio conceito de educação básica A relação tempo do estudo e de trabalho mesmo que este tenha fins pedagógicos acaba reduzindo o tempo de estudo e firmase numa idéia de aplicação linear do que se estuda com o processo de produção no campo Vários estudos se ocupam destas experiências no Brasil Ver Pessotti 1995 e Magalhães 2004 4 Com o agravamento do desemprego estrutural especialmente a partir da década de 1980 vários autores desenvolveram a tese da perda da centralidade do trabalho na vida humana ou mesmo a tese do fim do trabalho Para um discussão crítica sobre a tese de Claus Offf 1989 sobre a perda da centralidade do trabalho e sobre as teses do fim do trabalho ver Antunes 1995 e Frigotto2003 5 Para uma visão sintética das formas que assume o trabalho humano nos diferentes modos de produção ver Paolo Nosella 1987 CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA CETEB Áureo de Oliveira Filho 2 O TRABALHO REDUZIDO À MERCADORIA FORÇADETRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA A revolução capitalista engendra um caráter civilizatório em relação aos modos de produção précapitalistas A ruptura como o Estado Absolutista com certas visões metafísicas de realidade e de conhecimento e a abolição da escravidão constituise em necessidade intrínseca das relações capitalistas no plano ideológico e no plano das relações econômicas e políticas Os avanços que porventura tenham ocorrido com a implantação da sociedade capitalista são restritos e relativos pois mantêm a divisão dos seres humanos entre aqueles que detêm a propriedade privada de capital propriedade de meios e instrumentos de produção com o fim de gerar lucro e aqueles que para se reproduzirem e manter suas vidas e de seus filhos precisam ir ao mercado e vender sua força de trabalho tendo em troca uma remuneração ou salário6 Tanto o trabalho quanto a propriedade a ciência e a tecnologia sob o capitalismo deixam de ter centralidade como produtores de valores de uso para os trabalhadores resposta a necessidades vitais destes seres humanos A força de trabalho expressa sua centralidade ao se transformar em produtora de valores de troca com o fim de gerar mais lucro ou mais valor para os capitalistas O trabalho então de atividade produtora imediata de valores de uso para os trabalhadores se reduz à mercadoria força de trabalho e tende a se confundir com emprego O capital detém como propriedade privada de forma crescente os meios e instrumentos de produção A classe trabalhadora detém apenas sua força de trabalho para vender Ao capitalista interessa comprar o tempo de trabalho do trabalhador ao menor preço possível organizálo e gerenciálo de tal sorte que ao final de um período de trabalho jornada semana ou mês o pagamento em forma de salário represente apenas uma parte de tempo pago e a outra se transforme em ganho do capitalista ou um sobrevalor mais valia ou tempo de trabalho não pago7 No plano da ideologia a representação que se constrói é a de que o trabalhador ganha o que é justo pela sua produção pois parte do pressuposto de que os capitalistas detentores de capital e os trabalhadores que vendem sua força de trabalho o fazem numa situação de igualdade e por livre escolha Apagamse processos históricos que transformaram as relações de classes Entre estas há de se perceber que a classe detentora do capital para tornarse hegemônica superou outras que se fundavam em relações escravocratas e servisEssa dissimulação fica mais mascarada mediante o contrato de trabalho que legaliza essa relação desigual 6 É crucial que se distinga a propriedade que temos de determinados objetos ou coisas que são para o uso de quem as possui casa carro terra etc com a propriedade privada que é um capital utilizado para incorporar trabalhadores assalariadas que produzam para quem tem este capital A acumulação e o lucro no capitalismo advém de uma relação contratual da compra e venda da força de trabalho entre forças desiguais quem detém capital e quem detém apenas sua força de trabalho Estar de um lado ou de outro não é uma questão de escolha mas resultado de um processo histórico que precisa ser apreendido A dificuldade de perceber a exploração reside no fato de que o capital compra o tempo de trabalho dos trabalhadores numa transação e contrato sob o pressuposto da igualdade e liberdade das partes Na realidade tratase apenas de uma igualdade e liberdade formal e aparente O poder de uns e de outros é assimétrico Para aprofundar este aspecto central do trabalho no capitalismo ver a síntese feita por um grupo de pesquisadores da Universidade de Brighton Inglaterra Brighton Labor Process Grup do capítulo de O Capital de Karl Marx que trata do processo de trabalho capitalista In Silva TT 1992 7 Ao analisar o processo capitalista de trabalho Marx vai mostrar que no processo de produção o trabalho morto tende a prevalecer sobre o trabalho vivo marcado pela presença do seu produtor o operário ou o proletário Marx 1983 2 O TRABALHO REDUZIDO À MERCADORIA FORÇADETRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA A revolução capitalista engendra um caráter civilizatório em relação aos modos de produção précapitalistas A ruptura como o Estado Absolutista com certas visões metafísicas de realidade e de conhecimento e a abolição da escravidão constituise em necessidade intrínseca das relações capitalistas no plano ideológico e no plano das relações econômicas e políticas Os avanços que porventura tenham ocorrido com a implantação da sociedade capitalista são restritos e relativos pois mantêm a divisão dos seres humanos entre aqueles que detêm a propriedade privada de capital propriedade de meios e instrumentos de produção com o fim de gerar lucro e aqueles que para se reproduzirem e manter suas vidas e de seus filhos precisam ir ao mercado e vender sua força de trabalho tendo em troca uma remuneração ou salário6 Tanto o trabalho quanto a propriedade a ciência e a tecnologia sob o capitalismo deixam de ter centralidade como produtores de valores de uso para os trabalhadores resposta a necessidades vitais destes seres humanos A força de trabalho expressa sua centralidade ao se transformar em produtora de valores de troca com o fim de gerar mais lucro ou mais valor para os capitalistas O trabalho então de atividade produtora imediata de valores de uso para os trabalhadores se reduz à mercadoria força de trabalho e tende a se confundir com emprego O capital detém como propriedade privada de forma crescente os meios e instrumentos de produção A classe trabalhadora detém apenas sua força de trabalho para vender Ao capitalista interessa comprar o tempo de trabalho do trabalhador ao menor preço possível organizálo e gerenciálo de tal sorte que ao final de um período de trabalho jornada semana ou mês o pagamento em forma de salário represente apenas uma parte de tempo pago e a outra se transforme em ganho do capitalista ou um sobrevalor mais valia ou tempo de trabalho não pago7 No plano da ideologia a representação que se constrói é a de que o trabalhador ganha o que é justo pela sua produção pois parte do pressuposto de que os capitalistas detentores de capital e os trabalhadores que vendem sua força de trabalho o fazem numa situação de igualdade e por livre escolha Apagamse processos históricos que transformaram as relações de classes Entre estas há de se perceber que a classe detentora do capital para tornarse hegemônica superou outras que se fundavam em relações escravocratas e servisEssa dissimulação fica mais mascarada mediante o contrato de trabalho que legaliza essa relação desigual 6 É crucial que se distinga a propriedade que temos de determinados objetos ou coisas que são para o uso de quem as possui casa carro terra etc com a propriedade privada que é um capital utilizado para incorporar trabalhadores assalariadas que produzam para quem tem este capital A acumulação e o lucro no capitalismo advém de uma relação contratual da compra e venda da força de trabalho entre forças desiguais quem detém capital e quem detém apenas sua força de trabalho Estar de um lado ou de outro não é uma questão de escolha mas resultado de um processo histórico que precisa ser apreendido A dificuldade de perceber a exploração reside no fato de que o capital compra o tempo de trabalho dos trabalhadores numa transação e contrato sob o pressuposto da igualdade e liberdade das partes Na realidade tratase apenas de uma igualdade e liberdade formal e aparente O poder de uns e de outros é assimétrico Para aprofundar este aspecto central do trabalho no capitalismo ver a síntese feita por um grupo de pesquisadores da Universidade de Brighton Inglaterra Brighton Labor Process Grup do capítulo de O Capital de Karl Marx que trata do processo de trabalho capitalista In Silva TT 1992 7 Ao analisar o processo capitalista de trabalho Marx vai mostrar que no processo de produção o trabalho morto tende a prevalecer sobre o trabalho vivo marcado pela presença do seu produtor o operário ou o proletário Marx 1983 A educação mediante as noções de capital humano sociedade do conhecimento e pedagogia das competências para a empregabilidade tem sido utilizada em contextos históricos diferentes como suportes ideológicos desta dissimulação Passase a idéia de que os paises regiões e grupos sociais pobres assim o são porque investem pouco em educação Mas como investir mais em educação se são países regiões e grupos sociais pobres É historicamente mais sustentável afirmar que esta condição os impede de investir em educação por terem sido expropriados de diferentes formas Neste contexto irônico e cínico aqueles que são vítimas da exploração espoliação e alienação passam a serem culpados por serem explorados8 21 A GLOBALIZAÇÃO DO CAPITAL COMO VINGANÇA CONTRA AS CONQUISTAS DA CLASSE TRABALHADORA O processo de globalização não é um fenômeno novo e igualmente não é algo negativo em si mesmo A positividade ou negatividade dos processos de globalização é definida pelas relações sociais Romper as barreiras das cavernas dos guetos e da província tem sido uma busca constante na construção histórica do ser humano Sua negatividade reside na forma de relações sociais até hoje vigentes relações de classe que tipificam na expressão de Marx a préhistória do gênero humano Sem dúvida é a revolução burguesa que acelerou exponencialmente o processo de globalização mormente das mercadorias Os pensadores que formularam o pensamento clássico da economia Adam Smith e Marx cada um dentro de sua perspectiva analítica mostram que a sociedade capitalista impulsiona as mercadorias para mercados os mais distantes Num dos mais divulgados e discutidos textos escrito por Marx e Engels O Manifesto Comunista que completou 156 anos em março de 2004 a positividade e a negatividade da globalização são descritas de forma emblemática Onde quer que tenha assumido o poder a burguesia pôs fim a todas as relações feudais patriarcais e idílicas A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os meios de produção e por conseguinte as relações de produção e com elas as relações sociais A revolução contínua da produção o abalo constante de todas as condições sociais a eterna agitação e incerteza distinguem a época burguesa de todas as precedentes Suprimiramse todas as relações fixas cristalizadas com seu cortejo de preconceitos e idéias antigas e veneradas todas as novas relações se tornam antigas antes mesmo de se consolidar Tudo o que é sólido se evapora no ar tudo o que era sagrado é profano e por fim o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida e suas relações como espécie A necessidade de um mercado constantemente em expansão impele a burguesia a invadir todo o globo Necessita estabelecerse em toda a parte explorar em toda a parte criar vínculos em toda a parte Apud Laski HJ 1982 p96 Neste texto como em outros Marx e Engels expõem o caráter contraditório das relações sociais capitalistas que engendram ao mesmo tempo elementos civilizatórios e progressistas e elementos de destruição violência e exclusão Tratase de um processo que enfrenta por isso mesmo crises cíclicas cada vez mais profundas A forma que assume a globalização neste fim de século tem uma especificidade que é em sua essência o desbloqueio dos limites sociais impostos ao capital pelas políticas do Estado de bemestar social É também que representam os trabalhadores organizados em sindicatos e partidos associações etc O contrato de trabalho é individual mas tem por traz instituições sociais que o medeia Um capitalismo que regula o mercado e o capital não deixa de ser capitalismo e não supera a existência das classes sociais e portanto a desigualdade social Vale dizer o Estado de bemestar social não rompe com as bases do liberalismo Mas na medida em que o emprego é encarado como um direito de integrarse ao consumo à vida e ao futuro firmase a idéia de que se o mercado privado não oferece emprego o Estado tem a obrigação de fazêlo Tratase de um Estado capaz de fazer política econômica e social a partir de um fundo público progressivo Esta conquista nos países centrais permitiu não só que o futuro fosse mais previsível para os trabalhadores mas afirmou a expectativa de um futuro melhor para os filhos da classe trabalhadora Hobsbawm 1992 mostra que as conquistas da classe trabalhadora européia não foram pequenas dos anos 50 aos anos 80 Cabe enfatizar todavia como ele mesmo reconhece no livro A era dos extremos 1995 que esta não foi a realidade dos países periféricos como o Brasil Aqui conhecemos estas conquistas marginalmente O que imperou na América Latina como avalia Eduardo Galeano foi o Estado de mal estar social De todo modo as gerações de assalariados dos anos 30 até os anos 80 no Brasil mesmo sob duas ditaduras e curtos períodos de democracia puderam programar minimamente seu futuro Antes do golpe civilmilitar de 64 o empregado que atingisse 10 anos de emprego ganhava estabilidade O custo da demissão era altíssimo É este edifício que se desmorona neste final de século como resultado fundamentalmente de dois processos interligados um rompimento crescente e cada vez mais radical pelo capital dos controles à sua ganância máxima e uma nova base científico técnica na produção digitalmolecular e nos processos de sua gestão O rompimento dos controles que limitavam a força e os lucros do capital começou especialmente pelo fenômeno da instalação das empresas multinacionais nos paises onde havia abundância de mãodeobra barata e matérias primas fugindo as controles maiores dos países de origem Em seguida ampliouse pelas empresas transnacionais estas gerindo um capital sem pátria e sem alma Finalmente pelo processo de globalização vale dizer de mundialização do capital particularmente o capital especulativo financeiro Este processo foi viabilizado na escala e velocidade que assumiu por uma nova base científicotécnica que comanda o processo produtivo a gestão e organização deste processo e a circulação de mercadorias e de capital uma revolução digitalmolecular As novas tecnologias aplicadas à produção agrícola por exemplo permitem a organismos como a Organização de Alimento e de Agricultura das Nações Unidas FAO a afirmarem que há hoje a capacidade de produzir alimentos em abundância para 12 bilhões de pessoas Numa breve síntese Rifkin12 mostranos que um agricultor primitivo que se valia somente de sua própria força no cultivo da terra produzia dez vezes mais calorias do que as que consumia e assim podia alimentar uma família de até sete pessoas Com o invento da roda arado e o uso de bois ou cavalos potencializa seu trabalho na produção de energia alimentar Com dois cavalos e cinco camponeses era possível produzir para alimentar duzentas pessoas Mas com isso começa a necessidade de industriar implementos agrícolas e também dispensar trabalhadores no campo Com a o advento das mudanças tecnológicas da primeira segunda e terceira revoluções industriais poucos camponeses produzem até para seis mil pessoas 12 Ver Jeremy Rifkin apud Nogueira 2000 7 Isto se choca brutalmente com uma realidade em que mais de um bilhão de seres humanos dos seis bilhões de habitantes do planeta vivem em níveis lamentáveis de subnutrição No caso brasileiro o avanço do capitalismo no campo mediante a ampliação do latifúndio e de agro negócio produziu 20 milhões de adultos jovens e crianças sem terra Outro lado da mesma medalha é o crescente desemprego estrutural e a perda de direitos dos trabalhadores Na relação desigual entre países centrais e periféricos os últimos pagam o preço de perda de sua soberania e estabilidade O processo de globalização dá aos grupos econômicos mormente ao capital financeiro mais poder que os estados nacionais O resultado deste processo é uma falência dos estados nacionais mediante a perda da capacidade de suas moedas crise fiscal e crescente dilapidação do fundo público para manter o superávit primário elevado para honrar os ganhos do capital especulativo As reformas do Estado sob a tríade desregulamentaçãoflexibilização autonomiadescentralização e a privatização são em verdade políticas oficias de desmonte da sociedadesalarial O processo de globalização ou de mundialização do capital tem como resultado a concentração de riqueza na mão de cada vez menos grupos e pessoas e o aumento da pobreza e miséria em especial nos países periféricos Nos anos 60 havia 30 pobres na base da pirâmide socioeconômica para cada rico no topo dessa estrutura Hoje contamos 74 pobres para cada rico No ano 2015 a previsão é que essa relação alcance cem pobres para cada rico no mundo Essa é uma previsão oficial das Nações Unidas Mészáros 2004 A síntese a que chega este autor é de que no presente o capital perdeu sua capacidade civilizatória e agora para manterse destrói um a um os direitos sociais conquistados pela classe trabalhadora emprego saúde e educação públicas e aposentadoria digna etc além de por em risco a vida humana pela degradação cada vez maior do meio ambiente 22 O DESEMPREGO ESTRUTURAL E AS PERSPECTIVAS DO MUNDO DO TRABALHO As mudanças científicas e técnicas de natureza digitalmolecular cada vez mais concentradas nos grandes grupos detentores do capital permitem ao mesmo tempo vários fenômenos Os centros hegemônicos do capital impõem os seus interesses às demais nações penetrando em seus mercados e restringindo que estas possam fazer o mesmo As políticas da Organização Mundial do Comércio OMC do Fundo Monetário Internacional FMI e do Banco Mundial BIRD visam preservar estes interesses Um exemplo desta relação se explicita nos termos que buscam impor o tratado de Livre Comércio da Américas ALCA Estes mesmos centros deslocam seus investimentos produtivos ou especulativos para onde dão mais lucro sem nenhum compromisso com as populações locais por fim a estratégia dos setores produtivos é incorporar cada vez mais tecnologia e novas formas organizacionais aumentando a produtividade e exigindo cada vez menos trabalhadores Produzse socialmente o fenômeno que se denomina de crise estrutural do emprego ou crise do trabalho assalariado Por outro lado a forma predatória do desenvolvimento vem acabando com as bases da vida pela destruição do meio ambiente Chegamos ao fim do século XX com a seguinte contradição a ciência e a técnica que tem a virtualidade de produzir uma melhor qualidade de vida ocupar os seres humanos por menos tempo nas tarefas de produzir para a sobrevivência e liberálos para o tempo livre tempo de escolha de fruição de lazer sob as relações do capitalismo tardio produzse o desemprego estrutural ou o trabalho precarizado 8 Os indicadores do presente são inequívocos O desemprego é o problema social e político fundamental desde os anos 80 O cenário visível é bastante preocupante As políticas neoliberais e a hegemonia do capital especulativo de um lado e de outro o desenvolvimento produtivo centrado na incorporação de ciência e tecnologia acabam desenhando uma realidade sintetizada por Robert Castel dentro das seguintes tendências a desestabilização dos trabalhadores estáveis Estes são pouco mais de um terço da população economicamente ativa do mundo Essa desestabilização dáse pela crescente incorporação de novas ao processo de produção e a conseqüente intensidade na exploração e pela permanente ameaça de perda do emprego b instalação da precariedade do emprego mediante a flexibilização do trabalho trabalho temporário terceirização etc c aumento crescente dos sobrantes Tratase de contingentes não integrados e não integráveis ao mundo imediato da produção Num 1999 referese a um exército de reserva disfuncional à acumulação capitalista como sendo uma massa marginal de trabalhadores13 Esta realidade se apresenta com estatísticas alarmantes Um bilhão e duzentos mil desempregados ou subempregados no mundo taxas de desemprego que variam de 10 a 22 na Europa Na América Latina a tendência é ao redor de 20 de desemprego aberto com o dado agravante que não temos políticas efetivas de proteção aos desempregados como foram desenvolvidas em particular nas nações européias A magnitude da dificuldade de reverter o quadro do desemprego estrutural deste final de século pode ser percebida no fato que no mês de maio de 1999 a poderosa Comissão Européia uma espécie de alto comando da União Européia tentou pela terceira vez e não conseguiu assinar um pacto para o emprego O que se conseguiu foi ampliar o fundo para o desemprego Para Castel os cenários à vista em relação à crise estrutural do emprego são complexos e de difícil superação Apontanos este autor quatro cenários presentes de forma diversa nas diferentes formações sociais capitalistas O pior cenário é o de uma radicalização das políticas neoliberais numa crescente mercantilização dos direitos sociais ruptura crescente da proteção ao trabalho e a instalação de um mercado autoregulado Neste cenário o número de trabalhadores sobrantes se amplia e sua sobrevivência se tornará cada vez mais precária e na dependência de planos emergenciais de alívio à pobreza da filantropia e de caridade social O segundo cenário que não elide o primeiro adotado pela maioria dos países é de atacar pelos efeitos Instauramse políticas focalizadas de inserção social precária Estas têm sido as políticas mais comuns dos países periféricos apoiadas pelos organismos que são os guardiões dos grupos econômicos dos países centrais As políticas de formação profissional que vem se assumindo no Brasil desde a década de 1990 enquadramse como parte deste segundo cenário O terceiro cenário é a autoorganização dos excluídos mediante uma organização alternativa do trabalho uma nova cultura do trabalho Esta realidade vem sendo cunhada com nomes diferentes e com sentidos diversos Economia solidária é o mais geral Mas também encontramos os conceitos de economia cooperativa economia popular economia de sobrevivência e mais amplamente de mercado informal No Brasil no ano de 2003 montouse uma Secretaria em âmbito federal de Economia Solidária Há aqui questões de várias 13 A tese do caráter disfuncional da massa marginal de trabalhadores a que se refere Nunn é relativa pois de uma forma ou de outra são integrados ao processo de reprodução do capital As políticas focalizadas de atendimento aos que não se integram diretamente ao processo produtivo são funcionais à reprodução do capital Ver a esse respeito Oliveira 1988 9 ordens A primeira é de diferenciação de perspectivas que engendram estes conceitos A segunda é de se averiguar qual o alcance nacional e global destas alternativas e o que há de alternativo e efetivamente de novo em termos de relações econômicas e de novas relações e de cultura do trabalho14 Por fim um quarto cenário explicita as teses daqueles que já decretam que chegamos à sociedade do conhecimento sociedade do entretenimento do lúdico ou do fim do trabalho e a sociedade do tempo livre De imediato esta tese se choca com a multidão de desempregados subempregados e excedentes desnecessários á produção capitalista cujo tempo livre não significa nem entretenimento nem tempo lúdico mas tempo torturado de precariedade existência provisória sem prazo Na mesma ordem de mistificação situase a apologia ao autonegócio e ao emprendedorismo e dos receituários de empregabilidade como formas dos desempregados resolverem sua situação Em grande parte por sua dispersão e por sua execução eminentemente privada o Plano Nacional de Formação Profissional PLANFOR como mostra Céa 2003 enquadrase neste campo da mistificação 3 A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO E EDUCAÇÃO BÁSICA DE NÍVEL MÉDIO A educação escolar básica ensino fundamental e médio tem uma função estratégica central dentro da construção de uma nação no seu âmbito cultural social político e econômico e condição para uma relação soberana e portanto não subalterna e colonizada com as demais nações Antes disso porém tratase de concebêla como direito subjetivo de todos e o espaço social de organização produção e apropriação dos conhecimentos mais avançados produzidos pela humanidade Isso significa como indica Antônio Nóvoa que a função precípua da escola básica particularmente para os filhos da classe trabalhadora é de dar a base de conhecimentos valores e estímular as crianças a aprender a estudar e pensar e também a aprender a comunicar e viver em conjunto As democracias dependem da cidadania ativa e consciência clara das nossas responsabilidades sociais A escola é a melhor instituição que pode cumprir esta tarefa talvez a única Nóvoa 199 p2 Não tem sido esta todavia a ênfase básica dada à educação básica desde os anos de 1950 quando face às desigualdades entre as nações e grupos sociais começouse a desenvolver a noção de capital humano15 e mais recentemente na década de 1980 as noções de sociedade do conhecimento pedagogia das competências e empregabilidade Quando mais regressivo e desigual o capitalismo realmente existente mais ênfase se tem dado ao papel da educação e uma educação marcada pelo viés economicista fragmentário e tecnicista16 É neste embate de concepções de sociedade e trabalho que se insere a disputa pela educação como uma prática social mediadora do processo de produção processo político ideológico e cultural De forma resumida podemos afirmar que as reformas educacionais dos anos 90 mormente a orientação que balizou o decreto 220896 e seus desdobramentos buscam uma mediação da educação às novas formas do capital globalizado e de produção flexível Tratase de formar um trabalhador cidadão produtivo adaptado adestrado treinado mesmo que sob uma ótica polivalente A questão crucial para a nova política educacional e em especial a concepção de ensino médio integrado é quais são as exigências para que o mesmo se constitua numa mediação fecunda para a 14 Para uma aprofundamento da discussão deste aspecto ver os trabalhos de Paul Singer 1999 e 2000 atualmente secretário da Secretaria de Economia Solidária e de Lia Vargas Tiriba1999 José Luiz Coraggio 2000 15 Para uma análise histórica da teoria do capital humano ver Frigotto 1984 16 Para um balanço desta regressão no campo educaiconal specilamente nos países periféricos ver Frigotto Ciavatta e Ramos 2004 construção de um projeto de desenvolvimento com justiça social e efetiva igualdade e conseqüentemente uma democracia e cidadania substantivas e ao mesmo tempo responda aos imperativos das novas bases técnicas da produção preparando para o trabalho complexo Neste horizonte a expectativa social mais ampla é de que se possa avançar na afirmação da educação básica fundamental e média unitária politécnica e portanto não dualista que articule cultura conhecimento tecnologia e trabalho como direito de todos e condição da cidadania e democracia efetivas Não se trata de uma relação pois linear com o mercado de trabalho mas mediada sem o que não se cumpre os dois imperativos de justiça social e de acompanhamento das transformações técnicocientíficas do mundo do trabalho A concepção de ensino médio politécnico ou tecnológico amplamente debatida na década de 1980 é a que pode responder a este horizonte de formação humana Tratase de desenvolver os fundamentos das diferentes ciências que faculte aos jovens a capacidade analítica tanto dos processos técnicos que engendra o sistema produtivo quanto das relações sociais que regulam a quem e a quantos se destina a riqueza produzida Como lembrava Gramsci na década de 1920 uma formação que permita o domínio das técnicas as leis científicas e a serviço de quem e de quantos está a ciência e a técnica Tratase de uma formação humana que rompe com as dicotomias geral e especifico político e técnico ou educação básica e técnica heranças de uma concepção fragmentária e positivista de realidade humana Como explicitamos num outro texto o ensino médio integrado ao ensino técnico conquanto seja uma condição social e historicamente necessária para construção do ensino médio unitário e politécnico não se confunde totalmente com ele porque a conjuntura do real assim não o permite Não obstante por conter os elementos de uma educação politécnica contém também os germens de sua construção FrigottoG Ciavatta M e Ramos M 200417 O ponto central neste horizonte de análise é o de não perder de vista a compreensão que situa o ensino médio como a fase final da educação básica e a articulação inseparável da formação profissional com a mesma É crucial neste sentido retomar a idéia da construção de um Sistema Nacional público de educação18 e do Plano Nacional de Educação bem como do resgate das diretrizes que se perderam na aprovação da atual LDB sob as bases de uma participação democrática19 Sem uma política sólida de ensino médio que inclua o ensino médio integrado com a perspectiva que acabamos de sinalizar muito diversa do que apontava a Lei 569271 ou o decreto 220897 a educação profissional não passa de um engodo Para elucidar o que estamos apontando neste último aspecto certamente um estudante que concluiu o nível médio de ensino em qualquer país da comunidade européia e que fizer um curso de 50 horas sobre uma mudança na base técnica da produção seu aproveitamento será extraordinariamente maior e efetivo em 17 Esta idéia tem como base a análise de Saviani 1997 p216 18 Para Saviani 199875 a idéia de sistema educacional referese a organização lógica coerente e eficaz do conjunto de atividades educativas levadas a efeito numa sociedade determinada ou mais especificamente num determinado país 19 Um risco que se pode incorrer é o de ir fazendo mudanças fragmentárias e focalizadas sem alterar questões de fundo Neste sentido tanto o Decreto 515404 quanto um Projeto de Lei específico podem alterar apenas de forma tópica O que se faz necessário é uma revisão global da atual LDB relação a um trabalhador brasileiro que enfrente a mesma situação com 2 4 ou oito anos de escolaridade Não pelo fato do estudante da comunidade européia ser mais inteligente que o brasileiro mas pelo fato de ter tido um curso de nível médio com uma materialidade de condições laboratórios bibliotecas material didático tempo de estudo formação condições de trabalho e salário dos professores etc sem comparações com a maioria de nossos estudantes A grande maioria aproximadamente 60 dos que freqüentam o ensino médio no Brasil o fazem de forma supletiva e ou à noite No primeiro caso temos uma formação que fornece as bases científicas e tecnológicas que compre de forma mais democrática ao mesmo tempo o imperativo da justiça social a preparação para o trabalho complexo e um amplo contingente de jovens com possibilidade d de produção científica Uma formação que como nos indica Arrighi 1998 prepara para a produção nu âmbito das atividades cerebrais na divisão internacional do trabalho No segundo caso não cumprimos nem o imperativo da justiça social nem da preparação para o trabalho complexo e muito menos um contingente de jovens com possibilidade de produzirem ciência e tecnologia Preparamos como nos afirma o mesmo autor para as atividades neuromusculares na divisão internacional do trabalho A TITULO DE CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste texto buscamos assinalar um conjunto de elementos que nos ajudassem entender porque a relação entre o trabalho a cultura e o conhecimento científico se constitui no eixo central do ensino médio integrado concebido como etapa final da educação básica Desta breve análise queremos como considerações finais reiterar alguns pontos que se constituem em pressupostos fundamentais ao trabalharmos a concepção do ensino médio integrado e assinalarmos alguns desafios para a sua efetivação O ensino médio concebido como educação básica e articulado ao mundo do trabalho da cultura e da ciência constituise em direito social e subjetivo e portanto vinculado a todas as esferas e dimensões da vida Tratase de uma base para o entendimento crítico de como funciona e se constitui a sociedade humana em suas relações sociais e como funciona o mundo da natureza da qual fazemos parte Dominar no mais elevado nível de conhecimento estes dois âmbitos é condição prévia para construir sujeitos emancipados criativos e leitores críticos da realidade onde vivem e com condições de agir sobre ela Este domínio também é condição prévia para compreender e poder atuar com as novas bases técnicocientíficas do processo produtivo Sua relação com o mundo do trabalho não pode ser confundida portanto com o imediatismo do mercado do trabalho e nem com o vínculo imediato com o trabalho produtivo Tratase de uma relação mediata Sua relação intrínseca dáse com o trabalho na sua natureza ontrciativa De forma diversa a formação profissional específica para ser efetiva tem que ter como condição prévia à educação básica fundamental e média e articularse portanto a ela e às mudanças científicotécnicas do processo produtivo imediato A realidade social construída historicamente no Brasil nos mostra como vimos acima que a maioria dos jovens não concluí o ensino médio ou o faz de forma precária em cursos supletivos e no horário noturno Há uma travessia complexa e contraditória a fazer Travessia que implica atuar sobre a realidade até aqui produzida e buscar formas de mudanças estruturais que a modifiquem radicalmente Ou seja não se superam as desigualdades no âmbito educativo e cultural sem concomitantemente superar a materialidade de relações sociais que as produzem Considerandose a contingência de milhares de jovens que necessitam o mais cedo possível buscarem um emprego ou atuarem em diferentes formas de atividades econômicas que gerem sua subsistência parece pertinente que se faculte aos mesmos a realização de um ensino médio que ao mesmo tempo em que preserva relação a um trabalhador brasileiro que enfrente a mesma situação com 2 4 ou oito anos de escolaridade Não pelo fato do estudante da comunidade européia ser mais inteligente que o brasileiro mas pelo fato de ter tido um curso de nível médio com uma materialidade de condições laboratórios bibliotecas material didático tempo de estudo formação condições de trabalho e salário dos professores etc sem comparações com a maioria de nossos estudantes A grande maioria aproximadamente 60 dos que freqüentam o ensino médio no Brasil o fazem de forma supletiva e ou à noite No primeiro caso temos uma formação que fornece as bases científicas e tecnológicas que compre de forma mais democrática ao mesmo tempo o imperativo da justiça social a preparação para o trabalho complexo e um amplo contingente de jovens com possibilidade d de produção científica Uma formação que como nos indica Arrighi 1998 prepara para a produção nu âmbito das atividades cerebrais na divisão internacional do trabalho No segundo caso não cumprimos nem o imperativo da justiça social nem da preparação para o trabalho complexo e muito menos um contingente de jovens com possibilidade de produzirem ciência e tecnologia Preparamos como nos afirma o mesmo autor para as atividades neuromusculares na divisão internacional do trabalho A TITULO DE CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste texto buscamos assinalar um conjunto de elementos que nos ajudassem entender porque a relação entre o trabalho a cultura e o conhecimento científico se constitui no eixo central do ensino médio integrado concebido como etapa final da educação básica Desta breve análise queremos como considerações finais reiterar alguns pontos que se constituem em pressupostos fundamentais ao trabalharmos a concepção do ensino médio integrado e assinalarmos alguns desafios para a sua efetivação O ensino médio concebido como educação básica e articulado ao mundo do trabalho da cultura e da ciência constituise em direito social e subjetivo e portanto vinculado a todas as esferas e dimensões da vida Tratase de uma base para o entendimento crítico de como funciona e se constitui a sociedade humana em suas relações sociais e como funciona o mundo da natureza da qual fazemos parte Dominar no mais elevado nível de conhecimento estes dois âmbitos é condição prévia para construir sujeitos emancipados criativos e leitores críticos da realidade onde vivem e com condições de agir sobre ela Este domínio também é condição prévia para compreender e poder atuar com as novas bases técnicocientíficas do processo produtivo Sua relação com o mundo do trabalho não pode ser confundida portanto com o imediatismo do mercado do trabalho e nem com o vínculo imediato com o trabalho produtivo Tratase de uma relação mediata Sua relação intrínseca dáse com o trabalho na sua natureza ontrciativa De forma diversa a formação profissional específica para ser efetiva tem que ter como condição prévia à educação básica fundamental e média e articularse portanto a ela e às mudanças científicotécnicas do processo produtivo imediato A realidade social construída historicamente no Brasil nos mostra como vimos acima que a maioria dos jovens não concluí o ensino médio ou o faz de forma precária em cursos supletivos e no horário noturno Há uma travessia complexa e contraditória a fazer Travessia que implica atuar sobre a realidade até aqui produzida e buscar formas de mudanças estruturais que a modifiquem radicalmente Ou seja não se superam as desigualdades no âmbito educativo e cultural sem concomitantemente superar a materialidade de relações sociais que as produzem Considerandose a contingência de milhares de jovens que necessitam o mais cedo possível buscarem um emprego ou atuarem em diferentes formas de atividades econômicas que gerem sua subsistência parece pertinente que se faculte aos mesmos a realização de um ensino médio que ao mesmo tempo em que preserva sua qualidade de educação básica como direito social e subjetivo possa situálos mais especificamente em uma área técnica ou tecnológica Para que isso se efetive e demarque uma concepção e prática em direção oposta ao imediatismo tecnicista produtivista e economicista por um lado e por outro à concepção dualista e fragmentária de educação conhecimento e cultura duas condições articuladas se fazem necessárias A ampliação do tempo de escolaridade com uma carga horária anual maior ou um ano a mais e uma concepção educativa integrada omnilateral ou politécnica Na verdade isto implica também um triplo desafio Desconstruir primeiramente do imaginário das classes populares o entulho ideológico imposto pelas classes dominantes da teoria do capital da pedagogia das competências da empregabilidade do empreendedorismo e da idéia que cursinhos curtos profissionalizantes sem uma educação básica de qualidade os introduzem rápido ao emprego O segundo desafio é a mudança no interior da organização escolar que envolve formação dos educadores suas condições de trabalho seu efetivo engajamento e mudanças na concepção curricular e prática pedagógica Se os educadores não constroem eles mesmos a concepção e prática educativa e de visão política das relações sociais aqui assinaladas qualquer proposta perde sua viabilidade Finalmente o terceiro desafio envolve a sociedade civil e política Tratase de criar as condições objetivas e subjetivas para viabilizar em termos econômicos e políticos este projeto Gramsci ao pensar a escola de seu tempo assinalava que a mesma somente muda de fato quando se torna problema e projeto efetivo da sociedade O que assinalamos neste texto e nos demais que constituem esta coletânea se inscreve numa longa luta da sociedade brasileira no âmbito econômico político cultural e educacional Projeto que tem em seu ideário a mudança das estruturas que geram a desigualdade e a construção de um projeto societário de base popular Para muito incluindome neste universo tratase de ir construindo a utopia outro lugar de ir além da sociedade regida pelo capital Vale dizer construir sociedades efetivamente socialistas As forças majoritárias que elegeram o atual governo governo Lula da Silva se originam e lutaram nestes horizontes O impasse que o mesmo se encontra dois anos depois de assumir e que sem a sua superação não apenas projetos como o que estamos aqui analisando não serão viáveis mas fracassará um histórico projeto do campo da esquerda de efetivar reformas de base que signifiquem mudanças estruturais em nossa sociedade é exposto de forma inequívoca por Perry Anderson Referindose aos governos eleitos com base nos movimentos sociais na América Latina Anderson conclui aqui as discrepâncias entre governos e movimentos sociais se destacam resistir às pretensões hegemônicas no âmbito comercial contrapor o MERCOSUL à ALCA por exemplo não pode conduzir a resultados muito animadores se ao mesmo tempo se obedece docilmente aos ditames do fundo monetário internacional e aos mercados financeiros em matérias tão cruciais como a taxa de juros a política fiscal o sistema previdenciário o assim chamado superávit primário para não mencionar respostas à exigência popular de uma distribuição igualitária de terras o grifo é meu Aqui o papel dos movimentos sociais se torna decisivo Somente sua capacidade de mobilizar as massas de camponeses operários trabalhadores informais e empregados e combater se necessário sem tréguas governos oscilantes ou oportunistas pode assegurar políticas sociais mais igualitárias e justasAnderson 2004 p47 Não podia ser mais claro o diagnóstico do impasse em que nos encontramos atualmente no Brasil Também é clara a direção da luta para todos aqueles que querem ao mesmo tempo alterar as relações sociais que produzem a desigualdade social e assegurar os direitos sociais básicos dentre eles a educação básica gratuita laica unitária politécnica e universal REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES R Adeus ao trabalho Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho São Paulo Cortez Editora 1995 ARRIGHI G A ilusão do desenvolvimento Rio de Janeiro Vozes 1998 pp 207250 b BRIGHTON LABOR PROCESS GROUP O processo de trabalho capitalista In SILVA TT org Trabalho educação e prática social por uma teoria da formação humana Porto Alegre Artes Médicas 1991 CARDOSO M L A ideologia da globalização e descaminhos da ciência Sociais In Gentili P org Globalização Excludente desigualdade exclusão e democracia na nova ordem mundial Petrópolis RJ 1999 CASTELS R As armadilhas da exclusão In Vários Desigualdade e a questão social São Paulo EDUC 1997 Pp 1548 E 161189a CÊA dos Santos Geórgia A qualificação profissional entre fios invisíveis uma análise crítica do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador PLANFOR São Paulo 2003Tese de Doutorado Educação Pontifícia Universidade Católica de São Paulo CHESNAIS F Mundialização do capital PetrópolisRJ Vozes 1997 CORAGGIO JL Da economia dos setores populares à economia do trabalho In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editoras Vozes e CAPINA 2000 DREIFUSS RA A época das perplexidades Mundialização globalização e planetarização Novos desafios PetrópolisRJ Vozes 1996 FIORI JL org Globalização o fato e o mito Petrópolis RJ 1999 FORRESTER V O horror econômico São Paulo UNESP 1996 FRIGOTTO GTrabalho como princípio educativo por uma superação das ambigüidadesBoletim Técnico do SENAC Rio de Janeiro 113175192 setdez 1985 FRIGOTTO G Org Trabalho e conhecimento dilemas na educação do trabalhador São Paulo Cortez 1987 FRIGOTTO G A Produtividade da escola improdutivaSP Cortez 1984 FRIGOTTO G Educação e crise do capitalismo real São Paulo Editora Cortez 2003 5ª Edição FRIGOTTOorg Educação e crise do trabalho perspectivas de final de século Rio de Janeiro Vozes 1998 FRIGOTTO G CIAVATTA M e RAMOS M A Gênese do decreto N 51542004 um debate no contexto controverso da democracia restrita Rio de Janeiro 2004 mimeo FURTADO C O Capitalismo Global São Paulo Paz e Terra 1999 HIRTS Paul Globalização mito ou realidade In Fiori José Luiz org et ali Globalização O fato e o mito Petrópolis RJ 1999 pp 101145 HOBSBAWN Eric Era dos extremos O breve século XX 19141991 São Paulo Companhia das Letras 1995 p 391562 IANNI O Teorias da globalização 2ª ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1996 pp1358 b KONDER L A construção da proposta pedagógica do SESC Rio Rio de Janeiro Editora SENAC 2000 LASKI H J O manifesto comunista de Marx e Engels Rio de Janeiro Editora Zahar 1982 LUKÃCS As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem Temas de Ciências Humanas São Paulo nº 4 1978 pp 118 MAGALHÃES MS Escolha Família uma escolamovimento Vitória ES Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pósgraduação em Educação 2004 Dissertação de mestrado MARTIN H P SCHUMANN H A armadilha da globalização O assalto à democracia e ao bemestar São Paulo Ed Globo 1996 MARX K O Capital Volume I São Paulo Abril Cultural 1983 NOGUEIRAA A educação e ciência sujeito e energia parceria imprescindível para o acolhimento do inédito In AZEVEDIO J C et alii Utopia e democracia na educação cidadão Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 NOSELLA P NÓVOA A Jornal do Brasil Caderno Empregos e Educação para o Trabalho 1306199 p 2 NUN J Desarrollo Económico Revista de Ciencias Sociales Nº 152 vol 38 Buenos Aires 1999OFFE C Trabalho a categoria chave da sociologia Revista Brasileira de Ciências Sociais Rio de Janeiro ANPOCS 10 520 jun de 1989 OLIVEIRA F de Direitos do antivalor PetrópolisRJ Vozes 1998 OLIVEIRA F de A crise da utopia do trabalho In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editoras Vozes e CAPINA 2000 PESSOTTI A L Ensino médio rural as contradições da formação em alternância Vitória ES Editora da UFES 1995 PISTRAK Fundamentos da escola do trabalho São Paulo Editora Brasiliense 1981 póscontratualismo In Vários A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI Rio de Janeiro ContrapontoCORECONRJ 1999 3175 SANTOS B Reinventando a democracia Entre o precontratualismo e o póscontratualismo in Vários A crise dos paradigmas em ciências sociais Rio de Janeiro Contraponto 1999 SANTOS Boaventura de SouzaReinventar a democracia entre o précontratualismo e o SAVIANI D O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias In FERRETI C et ali Novas tecnologias trabalho e educação um debate multidiscipinar Petrópolis Editora Vozes 1994 SAVANI D A nova lei da educação0 LDB trajetória limites e perspectivas CampinasSP Editora Autores Associados 1997 SAVIANI DermevalO Choque Teórico da Politécnia Trabalho Educação e Saúde Revista da EPSJVFIOCRUZ Rio de Janeiro Ed Fiocruz N 1 p 131152 2003 HOBSBAWN Eric Era dos extremos O breve século XX 19141991 São Paulo Companhia das Letras 1995 p 391562 IANNI O Teorias da globalização 2ª ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1996 pp1358 b KONDER L A construção da proposta pedagógica do SESC Rio Rio de Janeiro Editora SENAC 2000 LASKI H J O manifesto comunista de Marx e Engels Rio de Janeiro Editora Zahar 1982 LUKÃCS As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem Temas de Ciências Humanas São Paulo nº 4 1978 pp 118 MAGALHÃES MS Escolha Família uma escolamovimento Vitória ES Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pósgraduação em Educação 2004 Dissertação de mestrado MARTIN H P SCHUMANN H A armadilha da globalização O assalto à democracia e ao bemestar São Paulo Ed Globo 1996 MARX K O Capital Volume I São Paulo Abril Cultural 1983 NOGUEIRAA A educação e ciência sujeito e energia parceria imprescindível para o acolhimento do inédito In AZEVEDIO J C et alii Utopia e democracia na educação cidadão Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 NOSELLA P NÓVOA A Jornal do Brasil Caderno Empregos e Educação para o Trabalho 1306199 p 2 NUN J Desarrollo Económico Revista de Ciencias Sociales Nº 152 vol 38 Buenos Aires 1999OFFE C Trabalho a categoria chave da sociologia Revista Brasileira de Ciências Sociais Rio de Janeiro ANPOCS 10 520 jun de 1989 OLIVEIRA F de Direitos do antivalor PetrópolisRJ Vozes 1998 OLIVEIRA F de A crise da utopia do trabalho In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editoras Vozes e CAPINA 2000 PESSOTTI A L Ensino médio rural as contradições da formação em alternância Vitória ES Editora da UFES 1995 PISTRAK Fundamentos da escola do trabalho São Paulo Editora Brasiliense 1981 póscontratualismo In Vários A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI Rio de Janeiro ContrapontoCORECONRJ 1999 3175 SANTOS B Reinventando a democracia Entre o precontratualismo e o póscontratualismo in Vários A crise dos paradigmas em ciências sociais Rio de Janeiro Contraponto 1999 SANTOS Boaventura de SouzaReinventar a democracia entre o précontratualismo e o SAVIANI D O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias In FERRETI C et ali Novas tecnologias trabalho e educação um debate multidiscipinar Petrópolis Editora Vozes 1994 SAVANI D A nova lei da educação0 LDB trajetória limites e perspectivas CampinasSP Editora Autores Associados 1997 SAVIANI DermevalO Choque Teórico da Politécnia Trabalho Educação e Saúde Revista da EPSJVFIOCRUZ Rio de Janeiro Ed Fiocruz N 1 p 131152 2003 SENNETT R A corrosão do caráter Consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo Rio de Janeiro Record 1999 SINGER P Economia dos setores populares propostas e desafios In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editora Vozes e CAPINA 2000 SINGER P Uma Utopia Militante Repensando o Socialismo Rio de Janeiro Vozes 1998 Superintendência de Desenvolvimento da Educação Básica SUDEB Diretoria de Educação e Suas Modalidades DIREM Coordenação de Educação Profissional CEP CAB 6ª Avenida nº 600 sala Nº 401 Centro Administrativo da Bahia CEP 41750300 Salvador Bahia Brasil Tel 5571 3115 9192 Fax 31159197 educprofissionalsecbagovbr RESENHA CRÍTICA Segue abaixo uma Resenha Crítica sobre o artigo Concepções e Mudanças no Mundo do Trabalho e do Ensino Médio de Gaudêncio Frigotto Centro de Educação de Tecnologia do Estado da Bahia Áureo de Oliveira Filho Será realizado um breve apontamento sobre o texto destacando suas principais ideias seguido de uma análise critica com objetivo de verificar se os argumentos do autor são convincentes ou se há espaço para dúvidas e mais aprofundamento sobre o tema O autor do texto Gaudêncio Frigotto é Doutor em Ciências SociaisEducação Trabalha como professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro além de ser membro do Comitê Diretivo do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais A metodologia aplicada no texto é qualitativa baseada em análises mais profundas de outras obras já realizadas pelo autor O objetivo do texto é proporcionar aos professores que participam dos seminários e oficinas que abordem questões relacionadas ao trabalho globalização desigualdades e problemas sociais e estruturais além de tratar com detalhes a questão sobre o ensino médio Apresentado o texto o autor explora o primeiro capítulo do seu texto falando sobre o trabalho na sua dimensão ontológica ou ontocriativa Nesta parte destaca a capacidade do ser humano de criar e recriar Esse processo de criação tem objetivo de satisfazer a necessidade do homem seja em diversos cenários da sociedade assumindo especificidades ao longo do tempo e espaço O autor estabelece relações e contextos históricos para destacar ao leitor o entendimento sobre questões temporais relacionados ao trabalho O processo de criação e recriação que o homem utiliza se baseia na formação do conhecimento técnico necessário para o desenvolvimento da sociedade Podemos então relacionar a tecnologia como elo responsável por integralizar o processo de conhecimento do homem perante a sociedade O autor aborda a questão sobre o princípio educativo destacando que o homem por se tratar de um ser da natureza tem suas necessidades básicas como alimentação a ser realizada visando sua sobrevivência Entretanto existe também a necessidade de se socializar sendo considerado então um mamífero de luxo por ter características diferentes dos outros mamíferos Isto posto o autor afirma que o princípio educativo não se trata de uma técnica didática ou metodológica e sim um princípio éticopolítico O objetivo do autor é demonstrar para o leitor que o trabalho pode assumir valores relacionados a natureza do homem como na antiguidade assim como estabelecendo uma visão capitalista do trabalho como nos dias atuais em que há a troca de trabalho por remuneração No próximo capitulo o autor aborda as relações de trabalho e remuneração onde a força de trabalho é tratada como mercadoria sendo então trocada por remuneração Fica claro a ideia de convencer o leitor que a evolução da sociedade e o avanço do capitalismo modificou o andamento das relações de trabalho O mundo ficou cada vez mais capitalista dependente da força de trabalho para que o homem possa suprir suas necessidades básicas A classe trabalhadora conquistou ao longo dos anos diversas vitorias visando melhoria nas condições de trabalho Diversas revoluções e brigas aconteceram entre a classe dominante e a classe assalariada que melhorias fossem colocadas em práticas O autor de forma bastante convincente e com um vasto referencial teórico aborda a evolução da sociedade com relação a capacidade produtiva Destaca então elementos importantes para o desenvolvimento do trabalho como a tecnologia e a globalização Sem dúvida a globalização e o avanço tecnológico contribuíram para o desenvolvimento da sociedade Entretanto o autor estabelece uma relação com problemas derivados do capitalismo Problemas sociais acompanham o progresso técnicocientifico Sendo assim o desemprego estrutural acaba atingindo a maioria das economias O autor demonstra uma preocupação com o impacto da tecnologia na sociedade Práticas neoliberais na visão do autor acabam sendo prejudicais a sociedade No entanto temos que analisar até que ponto seriam prejudicais O progresso técnico é algo que não volta mais A sociedade atingiu um alto índice de desenvolvimento baseado no uso da tecnologia Cabe ao indivíduo se adaptar ao mercado de trabalho para acompanhar as tendências tecnológicas Entretanto o Estado deve ter um papel fundamental buscando equilibrar o avanço tecnológico e ao mesmo tempo diminuir as desigualdades sociais visto que nem todos tem acesso ao avanço tecnológico O Estado deve então realizar um conjunto de políticas públicas para conseguir associar o avanço tecnológico com o crescimento econômico e desenvolvimento da sociedade A última parte do desenvolvimento do texto o autor aborda a relação entre trabalho e educação básica do nível médio Nesta parte do texto o autor destaca a importância da educação básica no desenvolvimento da sociedade Aponta quais benefícios e exigências para que o Ensino Médio seja integrado Independentemente de qualquer coisa a educação deve ser um direito de todos assim como o direito de trabalhar Todas as fases da educação devem ter condições necessárias para que o indivíduo possa adquirir seu processo de aprendizagem eficiente para que assim possa se preparar para o mercado de trabalho e assim contribuir para o desenvolvimento da sociedade Portanto o autor conclui que existe uma relação entre trabalho cultura e o conhecimento cientifico A educação serve como base para o desenvolvimento do indivíduo na sociedade garantindo assim o seu processo de aprendizagem Sobre o ensino médio constitui um direito social que será importante para todas as dimensões da vida Entretanto diversos jovens não chegam a concluir o ensino médio como por exemplo no Brasil Isso acaba influenciando negativamente as relações de trabalho causando problemas sociais e econômicos na sociedade O texto aborda questões educacionais sociais e econômicas sendo rico em informações sobre o tema Baseado em um vasto referencial teórico convence de fato ao leitor sobre a importância da educação no desenvolvimento cultural social e econômico do homem Trás questões atuais sobre o avanço tecnológico progresso técnico e problemas estruturais causados pelo capitalismo O autor possui fortes argumentos não deixando nenhuma dúvida sobre as ideias apresentadas O texto é recomendável para todos os estudantes e profissionais de qualquer área uma vez que trata elementos gerais sobre a educação e a relação de trabalho Sobre a continuidade da pesquisa por se tratar de um tema relacionado a sociedade e ao desenvolvimento educacional e tecnológico elementos estes que estão em constante mudanças seria interessante uma atualização sobre o tema com o passar dos anos para verificar se o comportamento da sociedade sofreu alguma alteração referente as questões mencionadas no texto REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FRIGOTTO Gaudêncio Concepções e mudanças no mundo do trabalho e no ensino médio Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia Áureo de Oliveira Filho

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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA CONCEPÇÕES E MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E O ENSINO MÉDIO Gaudêncio Frigotto Toda sociedade vive porque consome e para consumir depende da produção Isto é do trabalho Toda a sociedade vive porque cada geração nela cuida da formação da geração seguinte e lhe transmite algo da sua experiência educaa Não há sociedade sem trabalho e sem educação Leandro Konder 2000 p 112 A epígrafe acima nos remete a duas práticas ou atividades sociais de natureza diversa mas que mantém entre si conexões por diferentes mediações No interior da sociedade capitalista a ideologia dominante tem efetivado estas conexões de forma linear ou invertida mascarando as relações assimétricas de poder e os mecanismos estruturais que produzem e mantêm a desigualdade entre nações regiões e entre grupos ou classes sociais A noção de capital humano nas décadas de 1950 a 1980 em seguida a de sociedade do conhecimento e atualmente a de pedagogia das competências para a empregabilidade constituemse no aparato ideológico justificador das desigualdades acima aludidas Este texto se origina de várias análises mais amplas parte delas publicadas Frigotto 19841987 1995 1998 e cujo objetivo é de permitir aos professores participantes dos seminários e oficinas um roteiro para um aprofundamento da compreensão do trabalho na sua dimensão de criação do ser humano ontocriativo e as formas históricas que assume o trabalho nas sociedades de classes o contexto atual da globalização ou mundialização do capital e o desemprego estrutural e por fim qual a relação da educação básica de nível médio e nível médio integrado com o mundo do trabalho e do emprego na produção Tem um duplo objetivo o de desconstruir concepções e práticas que refuncionalizam as estruturas que geram a desigualdade e o de construir concepções inerentes a uma práxis capaz de transformar as relações sociais vigentes na sociedade e nos processos educativos 1 O TRABALHO NA SUA DIMENSÃO ONTOLÓGICA OU ONTOCRIATIVA Diferente do animal que vem regulado programado por sua natureza e por isso não projeta sua existência não a modifica mas se adapta e responde instintivamente ao meio os seres humanos criam e recriam pela ação consciente do trabalho a sua própria existência Antes o trabalho é um processo entre o homem e a natureza um processo em que o homem por sua própria ação medeia regula e controla seu metabolismo com a Natureza Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes à sua corporeidade braços pernas cabeça e mãos a fim de se apropriar da matéria natural numa forma útil à própria vida Ao atuar por meio desse movimento sobre a natureza externa a ele e ao modificála ele modifica ao mesmo tempo sua própria natureza Marx 1983 p 149 Sob esta concepção ontológica ou ontocriativa o trabalho como nos mostra Kosik 1986 é um processo que permeia todo o ser do homem e constitui a sua especificidade Por isso o mesmo não se reduz à atividade ¹ Doutor em Ciências Sociais Educação Professor Visitante Titular na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Programa de Pósgraduação em Políticas Públicas e Formação Humana Membro do Comitê Diretivo do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais CLACSO CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA laborativa ou emprego mas à produção de todas as dimensões da vida humana Na sua dimensão mais crucial ele aparece como atividade que responde à produção dos elementos necessários e imperativos à vida biológica dos seres humanos enquanto seres ou animais evoluídos da natureza Concomitantemente porém responde às necessidades de sua vida cultural social estética simbólica lúdica e afetiva Tratase de necessidades ambas que por serem históricas assumem especifícidades no tempo e no espaço Tanto sob um aspecto quanto outro neste sentido o trabalho só pode deixar de existir se os seres humanos desapareceram ou se transmutarem em anjos Não se pode então confundir o trabalho na sua essência e generalidade ontocriativa Lukacs 1978 com certas formas históricas que o trabalho vai assumir entre elas a servil a escrava e a assalariada sendo que nesta última é comum se confundir trabalho com emprego ou se apagar as questões inerentes à venda da força de trabalho pelo trabalhador como veremos a seguir A luta dos trabalhadores desde a lendária Arca de Noé dáse no sentido de abreviar o tempo de trabalho necessário à produção dos bens e serviços imprescindíveis à sua reprodução físicobiológica às suas necessidades básicas historicamente determinadas para dispor de tempo livre tempo de escolha verdadeiramente criativo e portanto genuinamente humano Não se trata porém de um tempo de férias ou descanso de fim de semana mas de uma conquista histórica da humanidade que implica na sua forma mais completa superar as relações sociais capitalistas Estas duas dimensões circunscrevem o trabalho humano na esfera da necessidade e de liberdade sendo ambas inseparáveis O trabalho humano não se separa da esfera da necessidade mas como insiste Kosik ao mesmo tempo a supera e cria nela os reais pressupostos da liberdade A relação entre necessidade e liberdade é uma relação historicamente condicionada e variável op cit188 Na mesma compreensão da concepção ontocriativa de trabalho também está implícito o sentido de propriedade intercâmbio material entre o ser humano e a natureza para poder manter a vida humana Propriedade no seu sentido ontológico é o direito do ser humano em relação e acordo solidário com outros seres humanos de apropriarse transformar criar e recriar pelo trabalho mediado pelo conhecimento ciência e tecnologia a natureza para produzir e reproduzir a sua existência em todas as dimensões acima assinaladas É neste contexto que podemos perceber a relevância da ciência e da tecnologia quando tomadas como produtoras de valores de uso na tarefa de melhoria das condições de vida e possibilidade de dilatar o tempo livre ou tempo de efetiva escolha humana Nesta perspectiva a ciência e a tecnologia possibilitam extensões dos sentidos e membros dos seres humanos² É a partir desta elementar constatação que percebemos a centralidade do trabalho como práxis que possibilita criar e recriar não apenas no plano econômico mas no âmbito da arte e da cultura linguagem e símbolos o mundo humano como resposta às suas múltiplas e históricas necessidades Nesta concepção de trabalho o mesmo se constitui em direito e dever e engendra um princípio formativo ou educativo O trabalho como principio educativo deriva do fato de que todos os seres humanos são seres da natureza e portanto têm a necessidade de alimentarse protegerse das intempéries e criar seus meios de ² Na sociedade capitalista como veremos adiante tanto o trabalho humano reduzido a sua dimensão força de trabalho e coisificado como mercadoria que se compra e vende em um mercado de trabalho quanto a ciência e a tecnologia não são colocadas na perspectiva de produzir valores de uso e de troca com o objetivo de satisfazer as múltiplas necessidades humanas São ordenadas na lógica de produzir lucro para quem compra gerencia e controla privadamente a força de trabalho a ciência e a tecnologia CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA vida É fundamental socializar desde a infância o princípio de que a tarefa de prover a subsistência e outras esferas da vida pelo trabalho é comum a todos os seres humanos evitandose desta forma criar indivíduos ou grupos que exploram e vivem do trabalho de outros Estes na expressão de Gramsci podem ser considerados mamíferos de luxo seres de outra espécie que acham natural explorar outros seres humanos O trabalho como princípio educativo então não é primeiro e sobretudo uma técnica didática ou metodológica no processo de aprendizagem mas um princípio éticopolítico³ Dentro desta perspectiva o trabalho é ao mesmo tempo um dever e um direito Dever por ser justo que todos colaborem na produção dos bens materiais culturais e simbólicos fundamentais à produção da vida humana Um direito por ser o ser humano um ser da natureza que necessita estabelecer por sua ação consciente um metabolismo com o meio natural transformando em bens para sua produção e reprodução Estes breves elementos já nos permitem esclarecer que se falar em fim do trabalho enquanto produtor de valores de uso e de trocas para responder às múltiplas necessidades humanas não tem o menor fundamento É a mesma coisa que se afirmar que a vida humana desapareceu da face da terra ou que todos os seres humanos se metamorfosearam em anjos O que desaparecem são formas históricas de como o trabalho se efetiva nos diferentes modos sociais de produção da existência humana⁴ A história do trabalho humano transitou dos modos primitivos e tribais dos seres humanos se relacionarem com a natureza e os outros seres humanos para responderem às suas necessidades básicas ao tripalium das sociedades escravocratas e servis até atual forma de trabalho sob o capitalismo⁵ As questões cruciais que nos afetam e que necessitam serem respondidas para o que nos interessa são a qual é especificidade que assume o trabalho humano a ciência e a tecnologia sob o capitalismo e o que nos trouxe até a crise estrutural do emprego b quais os cenários atuais do mundo do emprego e que novas formas de trabalho emergem e qual o seus sentido c dentro da sociedade que vivemos sob as atuais relações sociais capitalistas que relações podemos fazer entre a educação básica de nível médio da formação técnicoprofissional e o trabalho 3 Realçamos este aspecto pois é freqüente reduzir o trabalho como principio educativo à idéia didática ou pedagógica do aprender fazendoPara aprofundar a compreensão desta questão ver Saviani 1984 e Frigotto 1985 Isto não elide a experiência concreta do trabalho dos jovens e adultos ou mesmo das crianças como uma base sobre a qual se desenvolvem processos pedagógicos ou mesmo a atividade prática como método pedagógico Uma das obras clássicas sobre o trabalho como elemento pedagógico é a de Pistrak 1981 Em vários países inclusive no Brasil há uma rede de escolas utiliza a pedagogia da alternância como estratégia pedagógica Tratase de experiências com escolas do meio rural onde os jovens passam um período na escola e outro praticando determinadas atividades em suas casas Entre outras questões que se levantam a essas experiências diz respeito ao próprio conceito de educação básica A relação tempo do estudo e de trabalho mesmo que este tenha fins pedagógicos acaba reduzindo o tempo de estudo e firmase numa idéia de aplicação linear do que se estuda com o processo de produção no campo Vários estudos se ocupam destas experiências no Brasil Ver Pessotti 1995 e Magalhães 2004 4 Com o agravamento do desemprego estrutural especialmente a partir da década de 1980 vários autores desenvolveram a tese da perda da centralidade do trabalho na vida humana ou mesmo a tese do fim do trabalho Para um discussão crítica sobre a tese de Claus Offf 1989 sobre a perda da centralidade do trabalho e sobre as teses do fim do trabalho ver Antunes 1995 e Frigotto2003 5 Para uma visão sintética das formas que assume o trabalho humano nos diferentes modos de produção ver Paolo Nosella 1987 CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA CETEB Áureo de Oliveira Filho 2 O TRABALHO REDUZIDO À MERCADORIA FORÇADETRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA A revolução capitalista engendra um caráter civilizatório em relação aos modos de produção précapitalistas A ruptura como o Estado Absolutista com certas visões metafísicas de realidade e de conhecimento e a abolição da escravidão constituise em necessidade intrínseca das relações capitalistas no plano ideológico e no plano das relações econômicas e políticas Os avanços que porventura tenham ocorrido com a implantação da sociedade capitalista são restritos e relativos pois mantêm a divisão dos seres humanos entre aqueles que detêm a propriedade privada de capital propriedade de meios e instrumentos de produção com o fim de gerar lucro e aqueles que para se reproduzirem e manter suas vidas e de seus filhos precisam ir ao mercado e vender sua força de trabalho tendo em troca uma remuneração ou salário6 Tanto o trabalho quanto a propriedade a ciência e a tecnologia sob o capitalismo deixam de ter centralidade como produtores de valores de uso para os trabalhadores resposta a necessidades vitais destes seres humanos A força de trabalho expressa sua centralidade ao se transformar em produtora de valores de troca com o fim de gerar mais lucro ou mais valor para os capitalistas O trabalho então de atividade produtora imediata de valores de uso para os trabalhadores se reduz à mercadoria força de trabalho e tende a se confundir com emprego O capital detém como propriedade privada de forma crescente os meios e instrumentos de produção A classe trabalhadora detém apenas sua força de trabalho para vender Ao capitalista interessa comprar o tempo de trabalho do trabalhador ao menor preço possível organizálo e gerenciálo de tal sorte que ao final de um período de trabalho jornada semana ou mês o pagamento em forma de salário represente apenas uma parte de tempo pago e a outra se transforme em ganho do capitalista ou um sobrevalor mais valia ou tempo de trabalho não pago7 No plano da ideologia a representação que se constrói é a de que o trabalhador ganha o que é justo pela sua produção pois parte do pressuposto de que os capitalistas detentores de capital e os trabalhadores que vendem sua força de trabalho o fazem numa situação de igualdade e por livre escolha Apagamse processos históricos que transformaram as relações de classes Entre estas há de se perceber que a classe detentora do capital para tornarse hegemônica superou outras que se fundavam em relações escravocratas e servisEssa dissimulação fica mais mascarada mediante o contrato de trabalho que legaliza essa relação desigual 6 É crucial que se distinga a propriedade que temos de determinados objetos ou coisas que são para o uso de quem as possui casa carro terra etc com a propriedade privada que é um capital utilizado para incorporar trabalhadores assalariadas que produzam para quem tem este capital A acumulação e o lucro no capitalismo advém de uma relação contratual da compra e venda da força de trabalho entre forças desiguais quem detém capital e quem detém apenas sua força de trabalho Estar de um lado ou de outro não é uma questão de escolha mas resultado de um processo histórico que precisa ser apreendido A dificuldade de perceber a exploração reside no fato de que o capital compra o tempo de trabalho dos trabalhadores numa transação e contrato sob o pressuposto da igualdade e liberdade das partes Na realidade tratase apenas de uma igualdade e liberdade formal e aparente O poder de uns e de outros é assimétrico Para aprofundar este aspecto central do trabalho no capitalismo ver a síntese feita por um grupo de pesquisadores da Universidade de Brighton Inglaterra Brighton Labor Process Grup do capítulo de O Capital de Karl Marx que trata do processo de trabalho capitalista In Silva TT 1992 7 Ao analisar o processo capitalista de trabalho Marx vai mostrar que no processo de produção o trabalho morto tende a prevalecer sobre o trabalho vivo marcado pela presença do seu produtor o operário ou o proletário Marx 1983 2 O TRABALHO REDUZIDO À MERCADORIA FORÇADETRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA A revolução capitalista engendra um caráter civilizatório em relação aos modos de produção précapitalistas A ruptura como o Estado Absolutista com certas visões metafísicas de realidade e de conhecimento e a abolição da escravidão constituise em necessidade intrínseca das relações capitalistas no plano ideológico e no plano das relações econômicas e políticas Os avanços que porventura tenham ocorrido com a implantação da sociedade capitalista são restritos e relativos pois mantêm a divisão dos seres humanos entre aqueles que detêm a propriedade privada de capital propriedade de meios e instrumentos de produção com o fim de gerar lucro e aqueles que para se reproduzirem e manter suas vidas e de seus filhos precisam ir ao mercado e vender sua força de trabalho tendo em troca uma remuneração ou salário6 Tanto o trabalho quanto a propriedade a ciência e a tecnologia sob o capitalismo deixam de ter centralidade como produtores de valores de uso para os trabalhadores resposta a necessidades vitais destes seres humanos A força de trabalho expressa sua centralidade ao se transformar em produtora de valores de troca com o fim de gerar mais lucro ou mais valor para os capitalistas O trabalho então de atividade produtora imediata de valores de uso para os trabalhadores se reduz à mercadoria força de trabalho e tende a se confundir com emprego O capital detém como propriedade privada de forma crescente os meios e instrumentos de produção A classe trabalhadora detém apenas sua força de trabalho para vender Ao capitalista interessa comprar o tempo de trabalho do trabalhador ao menor preço possível organizálo e gerenciálo de tal sorte que ao final de um período de trabalho jornada semana ou mês o pagamento em forma de salário represente apenas uma parte de tempo pago e a outra se transforme em ganho do capitalista ou um sobrevalor mais valia ou tempo de trabalho não pago7 No plano da ideologia a representação que se constrói é a de que o trabalhador ganha o que é justo pela sua produção pois parte do pressuposto de que os capitalistas detentores de capital e os trabalhadores que vendem sua força de trabalho o fazem numa situação de igualdade e por livre escolha Apagamse processos históricos que transformaram as relações de classes Entre estas há de se perceber que a classe detentora do capital para tornarse hegemônica superou outras que se fundavam em relações escravocratas e servisEssa dissimulação fica mais mascarada mediante o contrato de trabalho que legaliza essa relação desigual 6 É crucial que se distinga a propriedade que temos de determinados objetos ou coisas que são para o uso de quem as possui casa carro terra etc com a propriedade privada que é um capital utilizado para incorporar trabalhadores assalariadas que produzam para quem tem este capital A acumulação e o lucro no capitalismo advém de uma relação contratual da compra e venda da força de trabalho entre forças desiguais quem detém capital e quem detém apenas sua força de trabalho Estar de um lado ou de outro não é uma questão de escolha mas resultado de um processo histórico que precisa ser apreendido A dificuldade de perceber a exploração reside no fato de que o capital compra o tempo de trabalho dos trabalhadores numa transação e contrato sob o pressuposto da igualdade e liberdade das partes Na realidade tratase apenas de uma igualdade e liberdade formal e aparente O poder de uns e de outros é assimétrico Para aprofundar este aspecto central do trabalho no capitalismo ver a síntese feita por um grupo de pesquisadores da Universidade de Brighton Inglaterra Brighton Labor Process Grup do capítulo de O Capital de Karl Marx que trata do processo de trabalho capitalista In Silva TT 1992 7 Ao analisar o processo capitalista de trabalho Marx vai mostrar que no processo de produção o trabalho morto tende a prevalecer sobre o trabalho vivo marcado pela presença do seu produtor o operário ou o proletário Marx 1983 A educação mediante as noções de capital humano sociedade do conhecimento e pedagogia das competências para a empregabilidade tem sido utilizada em contextos históricos diferentes como suportes ideológicos desta dissimulação Passase a idéia de que os paises regiões e grupos sociais pobres assim o são porque investem pouco em educação Mas como investir mais em educação se são países regiões e grupos sociais pobres É historicamente mais sustentável afirmar que esta condição os impede de investir em educação por terem sido expropriados de diferentes formas Neste contexto irônico e cínico aqueles que são vítimas da exploração espoliação e alienação passam a serem culpados por serem explorados8 21 A GLOBALIZAÇÃO DO CAPITAL COMO VINGANÇA CONTRA AS CONQUISTAS DA CLASSE TRABALHADORA O processo de globalização não é um fenômeno novo e igualmente não é algo negativo em si mesmo A positividade ou negatividade dos processos de globalização é definida pelas relações sociais Romper as barreiras das cavernas dos guetos e da província tem sido uma busca constante na construção histórica do ser humano Sua negatividade reside na forma de relações sociais até hoje vigentes relações de classe que tipificam na expressão de Marx a préhistória do gênero humano Sem dúvida é a revolução burguesa que acelerou exponencialmente o processo de globalização mormente das mercadorias Os pensadores que formularam o pensamento clássico da economia Adam Smith e Marx cada um dentro de sua perspectiva analítica mostram que a sociedade capitalista impulsiona as mercadorias para mercados os mais distantes Num dos mais divulgados e discutidos textos escrito por Marx e Engels O Manifesto Comunista que completou 156 anos em março de 2004 a positividade e a negatividade da globalização são descritas de forma emblemática Onde quer que tenha assumido o poder a burguesia pôs fim a todas as relações feudais patriarcais e idílicas A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os meios de produção e por conseguinte as relações de produção e com elas as relações sociais A revolução contínua da produção o abalo constante de todas as condições sociais a eterna agitação e incerteza distinguem a época burguesa de todas as precedentes Suprimiramse todas as relações fixas cristalizadas com seu cortejo de preconceitos e idéias antigas e veneradas todas as novas relações se tornam antigas antes mesmo de se consolidar Tudo o que é sólido se evapora no ar tudo o que era sagrado é profano e por fim o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida e suas relações como espécie A necessidade de um mercado constantemente em expansão impele a burguesia a invadir todo o globo Necessita estabelecerse em toda a parte explorar em toda a parte criar vínculos em toda a parte Apud Laski HJ 1982 p96 Neste texto como em outros Marx e Engels expõem o caráter contraditório das relações sociais capitalistas que engendram ao mesmo tempo elementos civilizatórios e progressistas e elementos de destruição violência e exclusão Tratase de um processo que enfrenta por isso mesmo crises cíclicas cada vez mais profundas A forma que assume a globalização neste fim de século tem uma especificidade que é em sua essência o desbloqueio dos limites sociais impostos ao capital pelas políticas do Estado de bemestar social É também que representam os trabalhadores organizados em sindicatos e partidos associações etc O contrato de trabalho é individual mas tem por traz instituições sociais que o medeia Um capitalismo que regula o mercado e o capital não deixa de ser capitalismo e não supera a existência das classes sociais e portanto a desigualdade social Vale dizer o Estado de bemestar social não rompe com as bases do liberalismo Mas na medida em que o emprego é encarado como um direito de integrarse ao consumo à vida e ao futuro firmase a idéia de que se o mercado privado não oferece emprego o Estado tem a obrigação de fazêlo Tratase de um Estado capaz de fazer política econômica e social a partir de um fundo público progressivo Esta conquista nos países centrais permitiu não só que o futuro fosse mais previsível para os trabalhadores mas afirmou a expectativa de um futuro melhor para os filhos da classe trabalhadora Hobsbawm 1992 mostra que as conquistas da classe trabalhadora européia não foram pequenas dos anos 50 aos anos 80 Cabe enfatizar todavia como ele mesmo reconhece no livro A era dos extremos 1995 que esta não foi a realidade dos países periféricos como o Brasil Aqui conhecemos estas conquistas marginalmente O que imperou na América Latina como avalia Eduardo Galeano foi o Estado de mal estar social De todo modo as gerações de assalariados dos anos 30 até os anos 80 no Brasil mesmo sob duas ditaduras e curtos períodos de democracia puderam programar minimamente seu futuro Antes do golpe civilmilitar de 64 o empregado que atingisse 10 anos de emprego ganhava estabilidade O custo da demissão era altíssimo É este edifício que se desmorona neste final de século como resultado fundamentalmente de dois processos interligados um rompimento crescente e cada vez mais radical pelo capital dos controles à sua ganância máxima e uma nova base científico técnica na produção digitalmolecular e nos processos de sua gestão O rompimento dos controles que limitavam a força e os lucros do capital começou especialmente pelo fenômeno da instalação das empresas multinacionais nos paises onde havia abundância de mãodeobra barata e matérias primas fugindo as controles maiores dos países de origem Em seguida ampliouse pelas empresas transnacionais estas gerindo um capital sem pátria e sem alma Finalmente pelo processo de globalização vale dizer de mundialização do capital particularmente o capital especulativo financeiro Este processo foi viabilizado na escala e velocidade que assumiu por uma nova base científicotécnica que comanda o processo produtivo a gestão e organização deste processo e a circulação de mercadorias e de capital uma revolução digitalmolecular As novas tecnologias aplicadas à produção agrícola por exemplo permitem a organismos como a Organização de Alimento e de Agricultura das Nações Unidas FAO a afirmarem que há hoje a capacidade de produzir alimentos em abundância para 12 bilhões de pessoas Numa breve síntese Rifkin12 mostranos que um agricultor primitivo que se valia somente de sua própria força no cultivo da terra produzia dez vezes mais calorias do que as que consumia e assim podia alimentar uma família de até sete pessoas Com o invento da roda arado e o uso de bois ou cavalos potencializa seu trabalho na produção de energia alimentar Com dois cavalos e cinco camponeses era possível produzir para alimentar duzentas pessoas Mas com isso começa a necessidade de industriar implementos agrícolas e também dispensar trabalhadores no campo Com a o advento das mudanças tecnológicas da primeira segunda e terceira revoluções industriais poucos camponeses produzem até para seis mil pessoas 12 Ver Jeremy Rifkin apud Nogueira 2000 7 Isto se choca brutalmente com uma realidade em que mais de um bilhão de seres humanos dos seis bilhões de habitantes do planeta vivem em níveis lamentáveis de subnutrição No caso brasileiro o avanço do capitalismo no campo mediante a ampliação do latifúndio e de agro negócio produziu 20 milhões de adultos jovens e crianças sem terra Outro lado da mesma medalha é o crescente desemprego estrutural e a perda de direitos dos trabalhadores Na relação desigual entre países centrais e periféricos os últimos pagam o preço de perda de sua soberania e estabilidade O processo de globalização dá aos grupos econômicos mormente ao capital financeiro mais poder que os estados nacionais O resultado deste processo é uma falência dos estados nacionais mediante a perda da capacidade de suas moedas crise fiscal e crescente dilapidação do fundo público para manter o superávit primário elevado para honrar os ganhos do capital especulativo As reformas do Estado sob a tríade desregulamentaçãoflexibilização autonomiadescentralização e a privatização são em verdade políticas oficias de desmonte da sociedadesalarial O processo de globalização ou de mundialização do capital tem como resultado a concentração de riqueza na mão de cada vez menos grupos e pessoas e o aumento da pobreza e miséria em especial nos países periféricos Nos anos 60 havia 30 pobres na base da pirâmide socioeconômica para cada rico no topo dessa estrutura Hoje contamos 74 pobres para cada rico No ano 2015 a previsão é que essa relação alcance cem pobres para cada rico no mundo Essa é uma previsão oficial das Nações Unidas Mészáros 2004 A síntese a que chega este autor é de que no presente o capital perdeu sua capacidade civilizatória e agora para manterse destrói um a um os direitos sociais conquistados pela classe trabalhadora emprego saúde e educação públicas e aposentadoria digna etc além de por em risco a vida humana pela degradação cada vez maior do meio ambiente 22 O DESEMPREGO ESTRUTURAL E AS PERSPECTIVAS DO MUNDO DO TRABALHO As mudanças científicas e técnicas de natureza digitalmolecular cada vez mais concentradas nos grandes grupos detentores do capital permitem ao mesmo tempo vários fenômenos Os centros hegemônicos do capital impõem os seus interesses às demais nações penetrando em seus mercados e restringindo que estas possam fazer o mesmo As políticas da Organização Mundial do Comércio OMC do Fundo Monetário Internacional FMI e do Banco Mundial BIRD visam preservar estes interesses Um exemplo desta relação se explicita nos termos que buscam impor o tratado de Livre Comércio da Américas ALCA Estes mesmos centros deslocam seus investimentos produtivos ou especulativos para onde dão mais lucro sem nenhum compromisso com as populações locais por fim a estratégia dos setores produtivos é incorporar cada vez mais tecnologia e novas formas organizacionais aumentando a produtividade e exigindo cada vez menos trabalhadores Produzse socialmente o fenômeno que se denomina de crise estrutural do emprego ou crise do trabalho assalariado Por outro lado a forma predatória do desenvolvimento vem acabando com as bases da vida pela destruição do meio ambiente Chegamos ao fim do século XX com a seguinte contradição a ciência e a técnica que tem a virtualidade de produzir uma melhor qualidade de vida ocupar os seres humanos por menos tempo nas tarefas de produzir para a sobrevivência e liberálos para o tempo livre tempo de escolha de fruição de lazer sob as relações do capitalismo tardio produzse o desemprego estrutural ou o trabalho precarizado 8 Os indicadores do presente são inequívocos O desemprego é o problema social e político fundamental desde os anos 80 O cenário visível é bastante preocupante As políticas neoliberais e a hegemonia do capital especulativo de um lado e de outro o desenvolvimento produtivo centrado na incorporação de ciência e tecnologia acabam desenhando uma realidade sintetizada por Robert Castel dentro das seguintes tendências a desestabilização dos trabalhadores estáveis Estes são pouco mais de um terço da população economicamente ativa do mundo Essa desestabilização dáse pela crescente incorporação de novas ao processo de produção e a conseqüente intensidade na exploração e pela permanente ameaça de perda do emprego b instalação da precariedade do emprego mediante a flexibilização do trabalho trabalho temporário terceirização etc c aumento crescente dos sobrantes Tratase de contingentes não integrados e não integráveis ao mundo imediato da produção Num 1999 referese a um exército de reserva disfuncional à acumulação capitalista como sendo uma massa marginal de trabalhadores13 Esta realidade se apresenta com estatísticas alarmantes Um bilhão e duzentos mil desempregados ou subempregados no mundo taxas de desemprego que variam de 10 a 22 na Europa Na América Latina a tendência é ao redor de 20 de desemprego aberto com o dado agravante que não temos políticas efetivas de proteção aos desempregados como foram desenvolvidas em particular nas nações européias A magnitude da dificuldade de reverter o quadro do desemprego estrutural deste final de século pode ser percebida no fato que no mês de maio de 1999 a poderosa Comissão Européia uma espécie de alto comando da União Européia tentou pela terceira vez e não conseguiu assinar um pacto para o emprego O que se conseguiu foi ampliar o fundo para o desemprego Para Castel os cenários à vista em relação à crise estrutural do emprego são complexos e de difícil superação Apontanos este autor quatro cenários presentes de forma diversa nas diferentes formações sociais capitalistas O pior cenário é o de uma radicalização das políticas neoliberais numa crescente mercantilização dos direitos sociais ruptura crescente da proteção ao trabalho e a instalação de um mercado autoregulado Neste cenário o número de trabalhadores sobrantes se amplia e sua sobrevivência se tornará cada vez mais precária e na dependência de planos emergenciais de alívio à pobreza da filantropia e de caridade social O segundo cenário que não elide o primeiro adotado pela maioria dos países é de atacar pelos efeitos Instauramse políticas focalizadas de inserção social precária Estas têm sido as políticas mais comuns dos países periféricos apoiadas pelos organismos que são os guardiões dos grupos econômicos dos países centrais As políticas de formação profissional que vem se assumindo no Brasil desde a década de 1990 enquadramse como parte deste segundo cenário O terceiro cenário é a autoorganização dos excluídos mediante uma organização alternativa do trabalho uma nova cultura do trabalho Esta realidade vem sendo cunhada com nomes diferentes e com sentidos diversos Economia solidária é o mais geral Mas também encontramos os conceitos de economia cooperativa economia popular economia de sobrevivência e mais amplamente de mercado informal No Brasil no ano de 2003 montouse uma Secretaria em âmbito federal de Economia Solidária Há aqui questões de várias 13 A tese do caráter disfuncional da massa marginal de trabalhadores a que se refere Nunn é relativa pois de uma forma ou de outra são integrados ao processo de reprodução do capital As políticas focalizadas de atendimento aos que não se integram diretamente ao processo produtivo são funcionais à reprodução do capital Ver a esse respeito Oliveira 1988 9 ordens A primeira é de diferenciação de perspectivas que engendram estes conceitos A segunda é de se averiguar qual o alcance nacional e global destas alternativas e o que há de alternativo e efetivamente de novo em termos de relações econômicas e de novas relações e de cultura do trabalho14 Por fim um quarto cenário explicita as teses daqueles que já decretam que chegamos à sociedade do conhecimento sociedade do entretenimento do lúdico ou do fim do trabalho e a sociedade do tempo livre De imediato esta tese se choca com a multidão de desempregados subempregados e excedentes desnecessários á produção capitalista cujo tempo livre não significa nem entretenimento nem tempo lúdico mas tempo torturado de precariedade existência provisória sem prazo Na mesma ordem de mistificação situase a apologia ao autonegócio e ao emprendedorismo e dos receituários de empregabilidade como formas dos desempregados resolverem sua situação Em grande parte por sua dispersão e por sua execução eminentemente privada o Plano Nacional de Formação Profissional PLANFOR como mostra Céa 2003 enquadrase neste campo da mistificação 3 A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO E EDUCAÇÃO BÁSICA DE NÍVEL MÉDIO A educação escolar básica ensino fundamental e médio tem uma função estratégica central dentro da construção de uma nação no seu âmbito cultural social político e econômico e condição para uma relação soberana e portanto não subalterna e colonizada com as demais nações Antes disso porém tratase de concebêla como direito subjetivo de todos e o espaço social de organização produção e apropriação dos conhecimentos mais avançados produzidos pela humanidade Isso significa como indica Antônio Nóvoa que a função precípua da escola básica particularmente para os filhos da classe trabalhadora é de dar a base de conhecimentos valores e estímular as crianças a aprender a estudar e pensar e também a aprender a comunicar e viver em conjunto As democracias dependem da cidadania ativa e consciência clara das nossas responsabilidades sociais A escola é a melhor instituição que pode cumprir esta tarefa talvez a única Nóvoa 199 p2 Não tem sido esta todavia a ênfase básica dada à educação básica desde os anos de 1950 quando face às desigualdades entre as nações e grupos sociais começouse a desenvolver a noção de capital humano15 e mais recentemente na década de 1980 as noções de sociedade do conhecimento pedagogia das competências e empregabilidade Quando mais regressivo e desigual o capitalismo realmente existente mais ênfase se tem dado ao papel da educação e uma educação marcada pelo viés economicista fragmentário e tecnicista16 É neste embate de concepções de sociedade e trabalho que se insere a disputa pela educação como uma prática social mediadora do processo de produção processo político ideológico e cultural De forma resumida podemos afirmar que as reformas educacionais dos anos 90 mormente a orientação que balizou o decreto 220896 e seus desdobramentos buscam uma mediação da educação às novas formas do capital globalizado e de produção flexível Tratase de formar um trabalhador cidadão produtivo adaptado adestrado treinado mesmo que sob uma ótica polivalente A questão crucial para a nova política educacional e em especial a concepção de ensino médio integrado é quais são as exigências para que o mesmo se constitua numa mediação fecunda para a 14 Para uma aprofundamento da discussão deste aspecto ver os trabalhos de Paul Singer 1999 e 2000 atualmente secretário da Secretaria de Economia Solidária e de Lia Vargas Tiriba1999 José Luiz Coraggio 2000 15 Para uma análise histórica da teoria do capital humano ver Frigotto 1984 16 Para um balanço desta regressão no campo educaiconal specilamente nos países periféricos ver Frigotto Ciavatta e Ramos 2004 construção de um projeto de desenvolvimento com justiça social e efetiva igualdade e conseqüentemente uma democracia e cidadania substantivas e ao mesmo tempo responda aos imperativos das novas bases técnicas da produção preparando para o trabalho complexo Neste horizonte a expectativa social mais ampla é de que se possa avançar na afirmação da educação básica fundamental e média unitária politécnica e portanto não dualista que articule cultura conhecimento tecnologia e trabalho como direito de todos e condição da cidadania e democracia efetivas Não se trata de uma relação pois linear com o mercado de trabalho mas mediada sem o que não se cumpre os dois imperativos de justiça social e de acompanhamento das transformações técnicocientíficas do mundo do trabalho A concepção de ensino médio politécnico ou tecnológico amplamente debatida na década de 1980 é a que pode responder a este horizonte de formação humana Tratase de desenvolver os fundamentos das diferentes ciências que faculte aos jovens a capacidade analítica tanto dos processos técnicos que engendra o sistema produtivo quanto das relações sociais que regulam a quem e a quantos se destina a riqueza produzida Como lembrava Gramsci na década de 1920 uma formação que permita o domínio das técnicas as leis científicas e a serviço de quem e de quantos está a ciência e a técnica Tratase de uma formação humana que rompe com as dicotomias geral e especifico político e técnico ou educação básica e técnica heranças de uma concepção fragmentária e positivista de realidade humana Como explicitamos num outro texto o ensino médio integrado ao ensino técnico conquanto seja uma condição social e historicamente necessária para construção do ensino médio unitário e politécnico não se confunde totalmente com ele porque a conjuntura do real assim não o permite Não obstante por conter os elementos de uma educação politécnica contém também os germens de sua construção FrigottoG Ciavatta M e Ramos M 200417 O ponto central neste horizonte de análise é o de não perder de vista a compreensão que situa o ensino médio como a fase final da educação básica e a articulação inseparável da formação profissional com a mesma É crucial neste sentido retomar a idéia da construção de um Sistema Nacional público de educação18 e do Plano Nacional de Educação bem como do resgate das diretrizes que se perderam na aprovação da atual LDB sob as bases de uma participação democrática19 Sem uma política sólida de ensino médio que inclua o ensino médio integrado com a perspectiva que acabamos de sinalizar muito diversa do que apontava a Lei 569271 ou o decreto 220897 a educação profissional não passa de um engodo Para elucidar o que estamos apontando neste último aspecto certamente um estudante que concluiu o nível médio de ensino em qualquer país da comunidade européia e que fizer um curso de 50 horas sobre uma mudança na base técnica da produção seu aproveitamento será extraordinariamente maior e efetivo em 17 Esta idéia tem como base a análise de Saviani 1997 p216 18 Para Saviani 199875 a idéia de sistema educacional referese a organização lógica coerente e eficaz do conjunto de atividades educativas levadas a efeito numa sociedade determinada ou mais especificamente num determinado país 19 Um risco que se pode incorrer é o de ir fazendo mudanças fragmentárias e focalizadas sem alterar questões de fundo Neste sentido tanto o Decreto 515404 quanto um Projeto de Lei específico podem alterar apenas de forma tópica O que se faz necessário é uma revisão global da atual LDB relação a um trabalhador brasileiro que enfrente a mesma situação com 2 4 ou oito anos de escolaridade Não pelo fato do estudante da comunidade européia ser mais inteligente que o brasileiro mas pelo fato de ter tido um curso de nível médio com uma materialidade de condições laboratórios bibliotecas material didático tempo de estudo formação condições de trabalho e salário dos professores etc sem comparações com a maioria de nossos estudantes A grande maioria aproximadamente 60 dos que freqüentam o ensino médio no Brasil o fazem de forma supletiva e ou à noite No primeiro caso temos uma formação que fornece as bases científicas e tecnológicas que compre de forma mais democrática ao mesmo tempo o imperativo da justiça social a preparação para o trabalho complexo e um amplo contingente de jovens com possibilidade d de produção científica Uma formação que como nos indica Arrighi 1998 prepara para a produção nu âmbito das atividades cerebrais na divisão internacional do trabalho No segundo caso não cumprimos nem o imperativo da justiça social nem da preparação para o trabalho complexo e muito menos um contingente de jovens com possibilidade de produzirem ciência e tecnologia Preparamos como nos afirma o mesmo autor para as atividades neuromusculares na divisão internacional do trabalho A TITULO DE CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste texto buscamos assinalar um conjunto de elementos que nos ajudassem entender porque a relação entre o trabalho a cultura e o conhecimento científico se constitui no eixo central do ensino médio integrado concebido como etapa final da educação básica Desta breve análise queremos como considerações finais reiterar alguns pontos que se constituem em pressupostos fundamentais ao trabalharmos a concepção do ensino médio integrado e assinalarmos alguns desafios para a sua efetivação O ensino médio concebido como educação básica e articulado ao mundo do trabalho da cultura e da ciência constituise em direito social e subjetivo e portanto vinculado a todas as esferas e dimensões da vida Tratase de uma base para o entendimento crítico de como funciona e se constitui a sociedade humana em suas relações sociais e como funciona o mundo da natureza da qual fazemos parte Dominar no mais elevado nível de conhecimento estes dois âmbitos é condição prévia para construir sujeitos emancipados criativos e leitores críticos da realidade onde vivem e com condições de agir sobre ela Este domínio também é condição prévia para compreender e poder atuar com as novas bases técnicocientíficas do processo produtivo Sua relação com o mundo do trabalho não pode ser confundida portanto com o imediatismo do mercado do trabalho e nem com o vínculo imediato com o trabalho produtivo Tratase de uma relação mediata Sua relação intrínseca dáse com o trabalho na sua natureza ontrciativa De forma diversa a formação profissional específica para ser efetiva tem que ter como condição prévia à educação básica fundamental e média e articularse portanto a ela e às mudanças científicotécnicas do processo produtivo imediato A realidade social construída historicamente no Brasil nos mostra como vimos acima que a maioria dos jovens não concluí o ensino médio ou o faz de forma precária em cursos supletivos e no horário noturno Há uma travessia complexa e contraditória a fazer Travessia que implica atuar sobre a realidade até aqui produzida e buscar formas de mudanças estruturais que a modifiquem radicalmente Ou seja não se superam as desigualdades no âmbito educativo e cultural sem concomitantemente superar a materialidade de relações sociais que as produzem Considerandose a contingência de milhares de jovens que necessitam o mais cedo possível buscarem um emprego ou atuarem em diferentes formas de atividades econômicas que gerem sua subsistência parece pertinente que se faculte aos mesmos a realização de um ensino médio que ao mesmo tempo em que preserva relação a um trabalhador brasileiro que enfrente a mesma situação com 2 4 ou oito anos de escolaridade Não pelo fato do estudante da comunidade européia ser mais inteligente que o brasileiro mas pelo fato de ter tido um curso de nível médio com uma materialidade de condições laboratórios bibliotecas material didático tempo de estudo formação condições de trabalho e salário dos professores etc sem comparações com a maioria de nossos estudantes A grande maioria aproximadamente 60 dos que freqüentam o ensino médio no Brasil o fazem de forma supletiva e ou à noite No primeiro caso temos uma formação que fornece as bases científicas e tecnológicas que compre de forma mais democrática ao mesmo tempo o imperativo da justiça social a preparação para o trabalho complexo e um amplo contingente de jovens com possibilidade d de produção científica Uma formação que como nos indica Arrighi 1998 prepara para a produção nu âmbito das atividades cerebrais na divisão internacional do trabalho No segundo caso não cumprimos nem o imperativo da justiça social nem da preparação para o trabalho complexo e muito menos um contingente de jovens com possibilidade de produzirem ciência e tecnologia Preparamos como nos afirma o mesmo autor para as atividades neuromusculares na divisão internacional do trabalho A TITULO DE CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste texto buscamos assinalar um conjunto de elementos que nos ajudassem entender porque a relação entre o trabalho a cultura e o conhecimento científico se constitui no eixo central do ensino médio integrado concebido como etapa final da educação básica Desta breve análise queremos como considerações finais reiterar alguns pontos que se constituem em pressupostos fundamentais ao trabalharmos a concepção do ensino médio integrado e assinalarmos alguns desafios para a sua efetivação O ensino médio concebido como educação básica e articulado ao mundo do trabalho da cultura e da ciência constituise em direito social e subjetivo e portanto vinculado a todas as esferas e dimensões da vida Tratase de uma base para o entendimento crítico de como funciona e se constitui a sociedade humana em suas relações sociais e como funciona o mundo da natureza da qual fazemos parte Dominar no mais elevado nível de conhecimento estes dois âmbitos é condição prévia para construir sujeitos emancipados criativos e leitores críticos da realidade onde vivem e com condições de agir sobre ela Este domínio também é condição prévia para compreender e poder atuar com as novas bases técnicocientíficas do processo produtivo Sua relação com o mundo do trabalho não pode ser confundida portanto com o imediatismo do mercado do trabalho e nem com o vínculo imediato com o trabalho produtivo Tratase de uma relação mediata Sua relação intrínseca dáse com o trabalho na sua natureza ontrciativa De forma diversa a formação profissional específica para ser efetiva tem que ter como condição prévia à educação básica fundamental e média e articularse portanto a ela e às mudanças científicotécnicas do processo produtivo imediato A realidade social construída historicamente no Brasil nos mostra como vimos acima que a maioria dos jovens não concluí o ensino médio ou o faz de forma precária em cursos supletivos e no horário noturno Há uma travessia complexa e contraditória a fazer Travessia que implica atuar sobre a realidade até aqui produzida e buscar formas de mudanças estruturais que a modifiquem radicalmente Ou seja não se superam as desigualdades no âmbito educativo e cultural sem concomitantemente superar a materialidade de relações sociais que as produzem Considerandose a contingência de milhares de jovens que necessitam o mais cedo possível buscarem um emprego ou atuarem em diferentes formas de atividades econômicas que gerem sua subsistência parece pertinente que se faculte aos mesmos a realização de um ensino médio que ao mesmo tempo em que preserva sua qualidade de educação básica como direito social e subjetivo possa situálos mais especificamente em uma área técnica ou tecnológica Para que isso se efetive e demarque uma concepção e prática em direção oposta ao imediatismo tecnicista produtivista e economicista por um lado e por outro à concepção dualista e fragmentária de educação conhecimento e cultura duas condições articuladas se fazem necessárias A ampliação do tempo de escolaridade com uma carga horária anual maior ou um ano a mais e uma concepção educativa integrada omnilateral ou politécnica Na verdade isto implica também um triplo desafio Desconstruir primeiramente do imaginário das classes populares o entulho ideológico imposto pelas classes dominantes da teoria do capital da pedagogia das competências da empregabilidade do empreendedorismo e da idéia que cursinhos curtos profissionalizantes sem uma educação básica de qualidade os introduzem rápido ao emprego O segundo desafio é a mudança no interior da organização escolar que envolve formação dos educadores suas condições de trabalho seu efetivo engajamento e mudanças na concepção curricular e prática pedagógica Se os educadores não constroem eles mesmos a concepção e prática educativa e de visão política das relações sociais aqui assinaladas qualquer proposta perde sua viabilidade Finalmente o terceiro desafio envolve a sociedade civil e política Tratase de criar as condições objetivas e subjetivas para viabilizar em termos econômicos e políticos este projeto Gramsci ao pensar a escola de seu tempo assinalava que a mesma somente muda de fato quando se torna problema e projeto efetivo da sociedade O que assinalamos neste texto e nos demais que constituem esta coletânea se inscreve numa longa luta da sociedade brasileira no âmbito econômico político cultural e educacional Projeto que tem em seu ideário a mudança das estruturas que geram a desigualdade e a construção de um projeto societário de base popular Para muito incluindome neste universo tratase de ir construindo a utopia outro lugar de ir além da sociedade regida pelo capital Vale dizer construir sociedades efetivamente socialistas As forças majoritárias que elegeram o atual governo governo Lula da Silva se originam e lutaram nestes horizontes O impasse que o mesmo se encontra dois anos depois de assumir e que sem a sua superação não apenas projetos como o que estamos aqui analisando não serão viáveis mas fracassará um histórico projeto do campo da esquerda de efetivar reformas de base que signifiquem mudanças estruturais em nossa sociedade é exposto de forma inequívoca por Perry Anderson Referindose aos governos eleitos com base nos movimentos sociais na América Latina Anderson conclui aqui as discrepâncias entre governos e movimentos sociais se destacam resistir às pretensões hegemônicas no âmbito comercial contrapor o MERCOSUL à ALCA por exemplo não pode conduzir a resultados muito animadores se ao mesmo tempo se obedece docilmente aos ditames do fundo monetário internacional e aos mercados financeiros em matérias tão cruciais como a taxa de juros a política fiscal o sistema previdenciário o assim chamado superávit primário para não mencionar respostas à exigência popular de uma distribuição igualitária de terras o grifo é meu Aqui o papel dos movimentos sociais se torna decisivo Somente sua capacidade de mobilizar as massas de camponeses operários trabalhadores informais e empregados e combater se necessário sem tréguas governos oscilantes ou oportunistas pode assegurar políticas sociais mais igualitárias e justasAnderson 2004 p47 Não podia ser mais claro o diagnóstico do impasse em que nos encontramos atualmente no Brasil Também é clara a direção da luta para todos aqueles que querem ao mesmo tempo alterar as relações sociais que produzem a desigualdade social e assegurar os direitos sociais básicos dentre eles a educação básica gratuita laica unitária politécnica e universal REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES R Adeus ao trabalho Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho São Paulo Cortez Editora 1995 ARRIGHI G A ilusão do desenvolvimento Rio de Janeiro Vozes 1998 pp 207250 b BRIGHTON LABOR PROCESS GROUP O processo de trabalho capitalista In SILVA TT org Trabalho educação e prática social por uma teoria da formação humana Porto Alegre Artes Médicas 1991 CARDOSO M L A ideologia da globalização e descaminhos da ciência Sociais In Gentili P org Globalização Excludente desigualdade exclusão e democracia na nova ordem mundial Petrópolis RJ 1999 CASTELS R As armadilhas da exclusão In Vários Desigualdade e a questão social São Paulo EDUC 1997 Pp 1548 E 161189a CÊA dos Santos Geórgia A qualificação profissional entre fios invisíveis uma análise crítica do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador PLANFOR São Paulo 2003Tese de Doutorado Educação Pontifícia Universidade Católica de São Paulo CHESNAIS F Mundialização do capital PetrópolisRJ Vozes 1997 CORAGGIO JL Da economia dos setores populares à economia do trabalho In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editoras Vozes e CAPINA 2000 DREIFUSS RA A época das perplexidades Mundialização globalização e planetarização Novos desafios PetrópolisRJ Vozes 1996 FIORI JL org Globalização o fato e o mito Petrópolis RJ 1999 FORRESTER V O horror econômico São Paulo UNESP 1996 FRIGOTTO GTrabalho como princípio educativo por uma superação das ambigüidadesBoletim Técnico do SENAC Rio de Janeiro 113175192 setdez 1985 FRIGOTTO G Org Trabalho e conhecimento dilemas na educação do trabalhador São Paulo Cortez 1987 FRIGOTTO G A Produtividade da escola improdutivaSP Cortez 1984 FRIGOTTO G Educação e crise do capitalismo real São Paulo Editora Cortez 2003 5ª Edição FRIGOTTOorg Educação e crise do trabalho perspectivas de final de século Rio de Janeiro Vozes 1998 FRIGOTTO G CIAVATTA M e RAMOS M A Gênese do decreto N 51542004 um debate no contexto controverso da democracia restrita Rio de Janeiro 2004 mimeo FURTADO C O Capitalismo Global São Paulo Paz e Terra 1999 HIRTS Paul Globalização mito ou realidade In Fiori José Luiz org et ali Globalização O fato e o mito Petrópolis RJ 1999 pp 101145 HOBSBAWN Eric Era dos extremos O breve século XX 19141991 São Paulo Companhia das Letras 1995 p 391562 IANNI O Teorias da globalização 2ª ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1996 pp1358 b KONDER L A construção da proposta pedagógica do SESC Rio Rio de Janeiro Editora SENAC 2000 LASKI H J O manifesto comunista de Marx e Engels Rio de Janeiro Editora Zahar 1982 LUKÃCS As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem Temas de Ciências Humanas São Paulo nº 4 1978 pp 118 MAGALHÃES MS Escolha Família uma escolamovimento Vitória ES Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pósgraduação em Educação 2004 Dissertação de mestrado MARTIN H P SCHUMANN H A armadilha da globalização O assalto à democracia e ao bemestar São Paulo Ed Globo 1996 MARX K O Capital Volume I São Paulo Abril Cultural 1983 NOGUEIRAA A educação e ciência sujeito e energia parceria imprescindível para o acolhimento do inédito In AZEVEDIO J C et alii Utopia e democracia na educação cidadão Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 NOSELLA P NÓVOA A Jornal do Brasil Caderno Empregos e Educação para o Trabalho 1306199 p 2 NUN J Desarrollo Económico Revista de Ciencias Sociales Nº 152 vol 38 Buenos Aires 1999OFFE C Trabalho a categoria chave da sociologia Revista Brasileira de Ciências Sociais Rio de Janeiro ANPOCS 10 520 jun de 1989 OLIVEIRA F de Direitos do antivalor PetrópolisRJ Vozes 1998 OLIVEIRA F de A crise da utopia do trabalho In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editoras Vozes e CAPINA 2000 PESSOTTI A L Ensino médio rural as contradições da formação em alternância Vitória ES Editora da UFES 1995 PISTRAK Fundamentos da escola do trabalho São Paulo Editora Brasiliense 1981 póscontratualismo In Vários A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI Rio de Janeiro ContrapontoCORECONRJ 1999 3175 SANTOS B Reinventando a democracia Entre o precontratualismo e o póscontratualismo in Vários A crise dos paradigmas em ciências sociais Rio de Janeiro Contraponto 1999 SANTOS Boaventura de SouzaReinventar a democracia entre o précontratualismo e o SAVIANI D O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias In FERRETI C et ali Novas tecnologias trabalho e educação um debate multidiscipinar Petrópolis Editora Vozes 1994 SAVANI D A nova lei da educação0 LDB trajetória limites e perspectivas CampinasSP Editora Autores Associados 1997 SAVIANI DermevalO Choque Teórico da Politécnia Trabalho Educação e Saúde Revista da EPSJVFIOCRUZ Rio de Janeiro Ed Fiocruz N 1 p 131152 2003 HOBSBAWN Eric Era dos extremos O breve século XX 19141991 São Paulo Companhia das Letras 1995 p 391562 IANNI O Teorias da globalização 2ª ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1996 pp1358 b KONDER L A construção da proposta pedagógica do SESC Rio Rio de Janeiro Editora SENAC 2000 LASKI H J O manifesto comunista de Marx e Engels Rio de Janeiro Editora Zahar 1982 LUKÃCS As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem Temas de Ciências Humanas São Paulo nº 4 1978 pp 118 MAGALHÃES MS Escolha Família uma escolamovimento Vitória ES Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pósgraduação em Educação 2004 Dissertação de mestrado MARTIN H P SCHUMANN H A armadilha da globalização O assalto à democracia e ao bemestar São Paulo Ed Globo 1996 MARX K O Capital Volume I São Paulo Abril Cultural 1983 NOGUEIRAA A educação e ciência sujeito e energia parceria imprescindível para o acolhimento do inédito In AZEVEDIO J C et alii Utopia e democracia na educação cidadão Porto Alegre Editora da UFRGS 2000 NOSELLA P NÓVOA A Jornal do Brasil Caderno Empregos e Educação para o Trabalho 1306199 p 2 NUN J Desarrollo Económico Revista de Ciencias Sociales Nº 152 vol 38 Buenos Aires 1999OFFE C Trabalho a categoria chave da sociologia Revista Brasileira de Ciências Sociais Rio de Janeiro ANPOCS 10 520 jun de 1989 OLIVEIRA F de Direitos do antivalor PetrópolisRJ Vozes 1998 OLIVEIRA F de A crise da utopia do trabalho In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editoras Vozes e CAPINA 2000 PESSOTTI A L Ensino médio rural as contradições da formação em alternância Vitória ES Editora da UFES 1995 PISTRAK Fundamentos da escola do trabalho São Paulo Editora Brasiliense 1981 póscontratualismo In Vários A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI Rio de Janeiro ContrapontoCORECONRJ 1999 3175 SANTOS B Reinventando a democracia Entre o precontratualismo e o póscontratualismo in Vários A crise dos paradigmas em ciências sociais Rio de Janeiro Contraponto 1999 SANTOS Boaventura de SouzaReinventar a democracia entre o précontratualismo e o SAVIANI D O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias In FERRETI C et ali Novas tecnologias trabalho e educação um debate multidiscipinar Petrópolis Editora Vozes 1994 SAVANI D A nova lei da educação0 LDB trajetória limites e perspectivas CampinasSP Editora Autores Associados 1997 SAVIANI DermevalO Choque Teórico da Politécnia Trabalho Educação e Saúde Revista da EPSJVFIOCRUZ Rio de Janeiro Ed Fiocruz N 1 p 131152 2003 SENNETT R A corrosão do caráter Consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo Rio de Janeiro Record 1999 SINGER P Economia dos setores populares propostas e desafios In Kraychete G Lara F e Costa B orgs Economia dos setores populares Entre a realidade e a utopia Petrópolis Editora Vozes e CAPINA 2000 SINGER P Uma Utopia Militante Repensando o Socialismo Rio de Janeiro Vozes 1998 Superintendência de Desenvolvimento da Educação Básica SUDEB Diretoria de Educação e Suas Modalidades DIREM Coordenação de Educação Profissional CEP CAB 6ª Avenida nº 600 sala Nº 401 Centro Administrativo da Bahia CEP 41750300 Salvador Bahia Brasil Tel 5571 3115 9192 Fax 31159197 educprofissionalsecbagovbr RESENHA CRÍTICA Segue abaixo uma Resenha Crítica sobre o artigo Concepções e Mudanças no Mundo do Trabalho e do Ensino Médio de Gaudêncio Frigotto Centro de Educação de Tecnologia do Estado da Bahia Áureo de Oliveira Filho Será realizado um breve apontamento sobre o texto destacando suas principais ideias seguido de uma análise critica com objetivo de verificar se os argumentos do autor são convincentes ou se há espaço para dúvidas e mais aprofundamento sobre o tema O autor do texto Gaudêncio Frigotto é Doutor em Ciências SociaisEducação Trabalha como professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro além de ser membro do Comitê Diretivo do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais A metodologia aplicada no texto é qualitativa baseada em análises mais profundas de outras obras já realizadas pelo autor O objetivo do texto é proporcionar aos professores que participam dos seminários e oficinas que abordem questões relacionadas ao trabalho globalização desigualdades e problemas sociais e estruturais além de tratar com detalhes a questão sobre o ensino médio Apresentado o texto o autor explora o primeiro capítulo do seu texto falando sobre o trabalho na sua dimensão ontológica ou ontocriativa Nesta parte destaca a capacidade do ser humano de criar e recriar Esse processo de criação tem objetivo de satisfazer a necessidade do homem seja em diversos cenários da sociedade assumindo especificidades ao longo do tempo e espaço O autor estabelece relações e contextos históricos para destacar ao leitor o entendimento sobre questões temporais relacionados ao trabalho O processo de criação e recriação que o homem utiliza se baseia na formação do conhecimento técnico necessário para o desenvolvimento da sociedade Podemos então relacionar a tecnologia como elo responsável por integralizar o processo de conhecimento do homem perante a sociedade O autor aborda a questão sobre o princípio educativo destacando que o homem por se tratar de um ser da natureza tem suas necessidades básicas como alimentação a ser realizada visando sua sobrevivência Entretanto existe também a necessidade de se socializar sendo considerado então um mamífero de luxo por ter características diferentes dos outros mamíferos Isto posto o autor afirma que o princípio educativo não se trata de uma técnica didática ou metodológica e sim um princípio éticopolítico O objetivo do autor é demonstrar para o leitor que o trabalho pode assumir valores relacionados a natureza do homem como na antiguidade assim como estabelecendo uma visão capitalista do trabalho como nos dias atuais em que há a troca de trabalho por remuneração No próximo capitulo o autor aborda as relações de trabalho e remuneração onde a força de trabalho é tratada como mercadoria sendo então trocada por remuneração Fica claro a ideia de convencer o leitor que a evolução da sociedade e o avanço do capitalismo modificou o andamento das relações de trabalho O mundo ficou cada vez mais capitalista dependente da força de trabalho para que o homem possa suprir suas necessidades básicas A classe trabalhadora conquistou ao longo dos anos diversas vitorias visando melhoria nas condições de trabalho Diversas revoluções e brigas aconteceram entre a classe dominante e a classe assalariada que melhorias fossem colocadas em práticas O autor de forma bastante convincente e com um vasto referencial teórico aborda a evolução da sociedade com relação a capacidade produtiva Destaca então elementos importantes para o desenvolvimento do trabalho como a tecnologia e a globalização Sem dúvida a globalização e o avanço tecnológico contribuíram para o desenvolvimento da sociedade Entretanto o autor estabelece uma relação com problemas derivados do capitalismo Problemas sociais acompanham o progresso técnicocientifico Sendo assim o desemprego estrutural acaba atingindo a maioria das economias O autor demonstra uma preocupação com o impacto da tecnologia na sociedade Práticas neoliberais na visão do autor acabam sendo prejudicais a sociedade No entanto temos que analisar até que ponto seriam prejudicais O progresso técnico é algo que não volta mais A sociedade atingiu um alto índice de desenvolvimento baseado no uso da tecnologia Cabe ao indivíduo se adaptar ao mercado de trabalho para acompanhar as tendências tecnológicas Entretanto o Estado deve ter um papel fundamental buscando equilibrar o avanço tecnológico e ao mesmo tempo diminuir as desigualdades sociais visto que nem todos tem acesso ao avanço tecnológico O Estado deve então realizar um conjunto de políticas públicas para conseguir associar o avanço tecnológico com o crescimento econômico e desenvolvimento da sociedade A última parte do desenvolvimento do texto o autor aborda a relação entre trabalho e educação básica do nível médio Nesta parte do texto o autor destaca a importância da educação básica no desenvolvimento da sociedade Aponta quais benefícios e exigências para que o Ensino Médio seja integrado Independentemente de qualquer coisa a educação deve ser um direito de todos assim como o direito de trabalhar Todas as fases da educação devem ter condições necessárias para que o indivíduo possa adquirir seu processo de aprendizagem eficiente para que assim possa se preparar para o mercado de trabalho e assim contribuir para o desenvolvimento da sociedade Portanto o autor conclui que existe uma relação entre trabalho cultura e o conhecimento cientifico A educação serve como base para o desenvolvimento do indivíduo na sociedade garantindo assim o seu processo de aprendizagem Sobre o ensino médio constitui um direito social que será importante para todas as dimensões da vida Entretanto diversos jovens não chegam a concluir o ensino médio como por exemplo no Brasil Isso acaba influenciando negativamente as relações de trabalho causando problemas sociais e econômicos na sociedade O texto aborda questões educacionais sociais e econômicas sendo rico em informações sobre o tema Baseado em um vasto referencial teórico convence de fato ao leitor sobre a importância da educação no desenvolvimento cultural social e econômico do homem Trás questões atuais sobre o avanço tecnológico progresso técnico e problemas estruturais causados pelo capitalismo O autor possui fortes argumentos não deixando nenhuma dúvida sobre as ideias apresentadas O texto é recomendável para todos os estudantes e profissionais de qualquer área uma vez que trata elementos gerais sobre a educação e a relação de trabalho Sobre a continuidade da pesquisa por se tratar de um tema relacionado a sociedade e ao desenvolvimento educacional e tecnológico elementos estes que estão em constante mudanças seria interessante uma atualização sobre o tema com o passar dos anos para verificar se o comportamento da sociedade sofreu alguma alteração referente as questões mencionadas no texto REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FRIGOTTO Gaudêncio Concepções e mudanças no mundo do trabalho e no ensino médio Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia Áureo de Oliveira Filho

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