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Economia ·

Análise Econômica

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGOS Artigo 1 Os títulos do governo são riqueza líquida BARRO R 1974 Artigo 2 A abordagem Ricardiana para déficits de orçamento BARRO 1989 Artigo 3 Q uão importante é o dinheiro na conduta d a política monetária WOODFORD M 2008 Artigo 4 Discrição versus regras de política em prática TAYLOR J B 1993 Artigo 5 Repensando a política macroeconômica BLANCHARD O DELLARICCIA G MAURO P 2010 Artigo 6 R epensando a política de estabilizaçã o d e volta para o futuro SUMMERS L BLANCHARD O 2017 Artigo 7 Public Debt and Low Interest Rates BLANCHARD O 2019 O primeiro e o segundo artigo são obras do mesmo autor Barro 1974 1989 e apresentam o ceticismo em relação ao uso da política fiscal e tem sua concepção na hipótese que ficou conhecida como hipótese de equivalência ricardiana No primeiro artigo Barro 1974 afirma que os títulos públicos não podem ser considerados riqueza real do perante a perspectiva intergeracional visto que não estão ligados a eles nenhum estoque de capital físico que tem a capacidade de gerar de retornos aptos para a remunera ção d a taxa de juros da dívida pública e suas amortizações Portanto a dívida pública e os juros ligados a ela só podem ser pagos através de impostos cobrados em cima da riqueza privada Logo o pagamento da dívida pública acarreta na redução da riqueza privada No primeiro artigo o autor Barro 1974 com prova que o problema da dívida pública em horizonte infinito é equivalente a partir de algumas fracas condições a um problema em que os indivíduos vivem um número finito de épocas mas se preocupam com o bem estar ou seja a utilidade de seus descendentes Essa preocupação é decorrente da ideia de acumulo de obrigações dívidas em que não há uma previsão de fim portanto se estende por gerações sendo uma desculpa ou percalço para a politica fiscal O quinto artigo dos autores Blanchard Dellariccia e Mauro 2010 complementa a discussão sobre o assunto decorrido no parágrafo anterior ao abordar a interpretação NovoKeynesiana que também representa a neoclássica ao afirma r que o limite da dívida pública é o crescimento da própria taxa de juros ligada a ela Portanto p rovêm da interpretação tradicional de Keynes 1936 na qual existem cenários em que o crescimento da dívida pública de maneira insustentável acarretaria ao aumento da taxa de juros de longo prazo fazendo com que os investimentos produtivos sejam inibidos e que a demanda agregada e o ritmo de crescimento de longo prazo sofram diminuição conforme é relatado no artigo de B arro 1989 É interessante e relevante ressaltar que no segundo artigo o autor apresenta uma ampla literatura de testes econométricos que apresentam resultados contrários a visão discutidas nos parágrafos anteriores Sendo assim não há consenso na literatura ortodoxa sobre o principal elemento teórico que justifica o não uso da política fiscal existindo apenas o consenso que deve ser atribuído um efeito limitado ou nulo O terceiro e quarto artigo discutem em consenso sobre a política monetária convencional de controle da taxa de juros de curto prazo Os autores Taylor 1993 e Woodford 2008 concordam que para a ortodoxia a política monetária convencional de controle da taxa de juros de curto prazo corresponde ao principal instrumento de política econômica de administração da demanda agregada Pois se a inflação está acima da meta ou se o produto corrente está acima do produto potencial sendo definido pela capacidade máxima de oferta a taxa de juros deve se elevar para fazer inflação e produto correntes convergirem para seus valores de equilíbrio o que atinge a meta de inflação e produto potencial Em contrapartida se a inflação está baixo da meta ou se o produto corrente está abaixo do produto potencial a taxa de juros deve ser reduzida levando à mesma convergência Os autores do sétimo e do sexto artigo levantam que a crítica à visão fiscal discutida no último parágrafo também pode ser encontrada na ortodoxia no entanto ainda aparece sem um escopo teórico entendível De acordo com Blanchard 2019 e Summers e Blanchard 2017 existe um certo consenso entre os autores NovoKeynesianos ao considerar que um grande número concorda com a visão de que seria possível realizar uma expansão fiscal mais desenvolvida em situações com baixas taxas de juros de longo prazo e suportar níveis de inflação mais elevado como feedback aos cenários de recessão econômica que o mundo enfrentou desde o pós2008 No quarto artigo o autor Taylor 1993 retrata como a taxa de juros necessitaria de um mecanismo de definição fazendo com que uma atribuição dos produtos e dos desvios de inflação assim como dos seus objetivos pertencentes É interessante acrescentar que Taylor 1993 e sua obra artigo 4 discutido nessa análise são pioneiros dentro dessa discussão de mecanismos de definição da taxa de juros O quarto artigo apresenta o modelo que ficou conhecido como a Regra de Taylor que prognostica a estabilização de curto prazo da economia com uma taxa de juros apropriada enquanto ampara o crescimento ao longo prazo A Regra de Taylor é composta de duas variáveis são elas a meta de inflação e o PIB potencial estas são apresentadas na equação a seguir i t π t r 05 π t π 05 y t A equação representa uma relação linear com a taxa de inflação π t uma taxa de juros de equilíbrio r adiciona uma soma ponderada entre os desvios o desvio percentual do PIB potencial y t e a diferença entre a meta de inflação π e a diferença entre taxa de inflação π t que é mensurada pelo deflator do PIB O que Taylor 1993 pretendeu apresentar nesta equação é o resumo de como o FED Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos teria de operar em relação à taxa de juros para atingir as metas ou seja alcançar um nível de emprego elevado e uma inflação mais baixa É preciso destacar que o artigo ainda em discussão também apresenta uma discussão sobre a regras versus discricionariedade na realização da política monetária aplicando maior atenção aos possíveis ganhos de credibilidade obtidos em conjunto com os agentes econômicos em decorrência do fato de o governo necessitar seguir regras claras no confronto com a inflação Abordando novamente a Regra de Taylor esta em sua proposta inicial é capaz de descrever a reação do Banco Central aos desvios da inflação em relação à meta preestabelecida e ao hiato do produto Dessa forma a política monetária ajusta a taxa nominal de juros como um retorno à uma média dos últimos desvios de inflação da sua meta com o objetivo de evitar uma perda de credibilidade Portanto este último fator é determinante o que é ausente no modelo convencional pois direciona a uma não linearidade interessante da função de reação A regra do termo de perda de credibilidade assemelhase a Regra de Taylor discutida anteriormente é apresentada na equação de resposta da taxa de juros convencional ao destacar a falta do produto pois este é absorvido no período de perca da credibilidade É possível verificar que isto não se apresenta como uma surpresa visto que as perdas de credibilidade surgem quando o Banco Central altera os resultados propostos na sua meta de inflação Logo é possível concluir que uma resposta excessiva da taxa de juros é receptiva ao preço do produto portanto o Banco Central terá a oportunidade de corrigir sua perda de credibilidade em um prazo futuro Analisando as premissas da obra de Taylor 1993 é possível identificar que a rigidez de preços permite analisar o desempenho das autoridades monetárias e discais através de uma perspectiva real dos comportamentos dos preços e não obstante como números que variam sem qualquer condição A informação em estado assimétrico outra perturbação nos modelos tradicionais exige a necessidade da convivência com incertezas e com escolhas de agentes que podem obter maior ou menor grau de informação que restring iriam a condução e a efetividade das políticas monetária e fiscal As perturbações causadas acrescentam importância a discussão como a credibilidade e a reputação das autoridades monetária e fiscal e os efeitos da transparência para as politicas macroeconômicas Portando a crença dos agentes nas politicas irão influenciar os agentes no momento presente assim como nas suas expectativas Concluindo a analise sobre o quarto artigo é possível destacar que Taylor 1993 apresentou uma contribuição importante no campo monetário pois desenvolveu discussões relevantes e necessárias para as linhas de pesquisa sobre regras de política monetária iniciando os trabalhos na economia norteamericana No entanto é interessante abordar que sua obra ainda que focada apenas no seu país de origem teve influencia em outras economias de países desenvolvidos assim como posteriormente influenciou economias emergentes e em desenvolvimento como o caso do Brasil O artigo 5 complementa a discussão sobre a atuação das autoridades monetárias para o desempenho das politicas monetárias e ficais ao criticar que as autoridades monetárias possuíam até então um único e particular objetivo em relação à manutenção e estabilidade da inflação que os autores revelam como o conceito de divina coincidência onde estabilizar a inflação é o mesmo que estabilizar o produto de uma economia Esta mesma discussão é encontrada no sexto artigo onde os autores Blanchard e Summers 2017 relatam sobre os excessos cometidos pelos governos ao redor no mundo do período pós II Guerra Mundial que resultou em déficits sistemáticas e a ocorrência da crise da década de 70 conhecida como Estagflação Em decorrência da ocorrência de posteriores crises econômicas surge na perspectiva teórica a discussão sobre as expectativas e o consenso de que regras deveriam conduzir os direcionamentos das politicas econômicas Dessa forma o gerenciamento da demanda agregada resulta no mainstream econômico pois é através desse sistema que seria possível controlar a inflação e reduzir a volatilidade do produto efetivo O último e sétimo artigo de Blanchard 2019 finaliza essa analise com o debate sugerido sobre a análise da qualidade da divida publica emitida e do gasto realizado se apresentar acima do que foi observado Em contraste as abordagens que enfatizam a dinâmica estocástica da dívida pública e seus componentes a condição de transversalidade é condição suficiente mas não necessária Portanto se a taxa de crescimento do produto é maior do que a taxa de crescimento da dívida o resultado previsto são déficits persistentes que podem não acarretar na premiação de maiores riscos