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UNOPAR ANHANGUERA PRÉPROJETO AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA PALMASTO 2025 UNOPAR ANHANGUERA AGRONOMIA PALMASTO 2025 AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO4 2 JUSTIFICATIVA6 3 OBJETIVOS7 32 GERAL7 32 ESPECÍFICOS7 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS8 5 METODOLOGIA DA PESQUISA14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS15 4 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO Os agrotóxicos são substâncias criadas para combater organismos considerados nocivos às plantações como insetos fungos bactérias e ervas daninhas Tais produtos podem ser formulados a partir de compostos químicos ou biológicos tendo como finalidade preservar a produtividade agrícola diante do avanço de pragas Silva 2005 No entanto ainda que contribuam para garantir maior rendimento das lavouras essas substâncias representam riscos significativos à saúde humana e ao meio ambiente visto que podem ser absorvidas pela pele inaladas ou ingeridas por meio de alimentos contaminados Os efeitos adversos causados à saúde variam conforme a toxicidade do agrotóxico a dose o tempo de exposição e as condições gerais de saúde do indivíduo Silva 2005 No Brasil o uso de agrotóxicos cresceu de maneira acelerada nas últimas duas décadas acompanhando a expansão do agronegócio Entre 2010 e 2020 por exemplo houve um aumento de aproximadamente 783 na quantidade de ingredientes ativos comercializados saltando de 3845 mil toneladas em 2010 para 6857 mil toneladas em 2020 Soares Porto 2022 Em 2021 o país chegou à marca de 720 mil toneladas consumidas quase quatro vezes mais do que em 2003 quando o volume era de cerca de 183 mil toneladas Carneiro et al 2021 Esses números colocam o Brasil como o maior consumidor mundial de agrotóxicos à frente de países como Estados Unidos e China Agrolink 2022 A maior parte do consumo nacional concentrase nas regiões Sudeste 38 Sul 31 e CentroOeste 23 justamente onde se localizam as áreas de maior produção de soja milho e canadeaçúcar culturas altamente dependentes do uso de defensivos agrícolas Agrolink 2022 A intensificação do uso de tais substâncias está relacionada não apenas à expansão da fronteira agrícola mas também à busca por maior produtividade em áreas já 5 cultivadas Isso cria um cenário no qual os benefícios econômicos são evidentes aumento das exportações geração de divisas e fortalecimento da balança comercial Citação Entretanto o crescimento desse mercado acarreta impactos preocupantes Entre 2010 e 2019 foram registrados 56870 casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil segundo dados oficiais do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas SINITOX Estimativas indicam que o número real pode ultrapassar 13 milhão de pessoas intoxicadas no período considerando a subnotificação recorrente especialmente em áreas rurais Pignati et al 2020 2020 não aparece nas referencias bibliográficas so pignati 2017 Essa discrepância demonstra a gravidade do problema uma vez que estudos apontam que apenas uma fração dos casos chega a ser notificada aos serviços de saúde Citação Além disso é importante destacar que a toxicidade dos agrotóxicos não se limita aos efeitos agudos como náuseas vômitos tonturas e reações imediatas após a exposição Pesquisas evidenciam que mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade podem desencadear efeitos crônicos incluindo alterações neurológicas disfunções endócrinas infertilidade malformações congênitas e diferentes tipos de câncer Carneiro et al 2015 Tais efeitos são potencializados pela exposição contínua e cumulativa especialmente em trabalhadores rurais comunidades vizinhas a plantações e consumidores que ingerem alimentos com resíduos acima do limite permitido Citação O impacto ambiental também merece atenção uma vez que os agrotóxicos podem contaminar o solo os recursos hídricos e a biodiversidade local Substâncias como glifosato 24D e neonicotinóides têm sido associadas ao declínio populacional de polinizadores como abelhas essenciais para a manutenção dos ecossistemas e para a produção de alimentos Silva 6 Carvalho 2019 não aparece nas referencia bibliográfica Esse processo gera um ciclo de dependência no qual o uso intensivo de químicos causa desequilíbrios ambientais que por sua vez exigem o emprego de mais agrotóxicos Citação Dessa forma observase um paradoxo de um lado os agrotóxicos promovem ganhos econômicos ampliam a competitividade do agronegócio brasileiro e garantem altas produtividades De outro representam sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente levantando questionamentos sobre a sustentabilidade desse modelo de produção agrícola O debate em torno do uso de agrotóxicos no Brasil portanto exige uma análise crítica que considere tanto os benefícios econômicos quanto os impactos negativos permitindo avaliar se a lógica da produtividade compensa os danos gerados à sociedade e à natureza Citação 2 JUSTIFICATIVA A presente pesquisa destacase como relevante em virtude da crescente utilização dos agrotóxicos no Brasil país que destacase como um dos maiores consumidores mundiais de tais produtos Conquanto os defensivos agrícolas tenham contribuído de modo significativo para o aumento da produtividade e manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro sua utilização indiscriminada e na maioria das vezes inadequada tem suscitado preocupações significativas no campo da saúde pública bem como da sustentabilidade ambiental Destarte a importância desta pesquisa centrase na necessidade da discussão crítica concernente à dualidade que permeia o uso dos agrotóxicos de um lado encontrase os benefícios associados ao controle de pragas e aumento da produção em contrapartida há os riscos que as substâncias supracitadas representam aos trabalhadores rurais para o consumidor e para o equilíbrio dos ecossistemas Tal análise é caracterizada como essencial a fim de que os 7 profissionais da Agronomia possam compreender os aspectos técnicos econômicos e os impactos sociais ocasionados pela utilização desses insumos De mais a mais contribuirá na ampliação da prática acadêmica e profissional do agrônomo fornecendo subsídios teóricos à adoção de práticas mais sustentáveis tais como o manejo integrado de pragas e a utilização de técnicas agroecológicas Assim visamos apoiar a formação crítica e reflexiva dos futuros profissionais corroborando sua capacidade de atuar de modo responsável e consciente frente aos desafios da contemporaneidade 3 OBJETIVOS 32 GERAL Analisar os benefícios e os danos ocasionados pela utilização dos agrotóxicos na agricultura enfatizando seus impactos sobre a produtividade a saúde humana e o meio ambiente 32 ESPECÍFICOS Identificar os principais tipos de agrotóxicos utilizados na agricultura brasileira e suas finalidades Examinar os efeitos positivos da utilização de agrotóxicos especialmente em relação ao aumento da produtividade e ao controle de pragas Investigar os danos potenciais dos agrotóxicos à saúde humana com 8 ênfase nos trabalhadores rurais e consumidores Analisar os impactos ambientais resultantes da aplicação de defensivos agrícolas considerando a contaminação do solo da água e da biodiversidade 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS O uso de agrotóxicos na agricultura é um tema amplamente debatido devido ao seu caráter ambivalente ao mesmo tempo em que promove ganhos na produtividade e na qualidade dos alimentos também gera sérios impactos à saúde humana e ao meio ambiente Segundo Carvalho 2017 os agrotóxicos podem ser definidos como substâncias químicas ou biológicas destinadas a eliminar pragas agrícolas possuindo portanto ação biocida Essa propriedade que garante a eficiência no controle das pragas também representa riscos consideráveis para os organismos vivos uma vez que tais substâncias podem ser absorvidas pela pele inaladas ou ingeridas ocasionando intoxicações e doenças crônicas Conforme destaca Silva 2020 9 Os efeitos adversos dos agrotóxicos à saúde dependem de suas características químicas da quantidade absorvida ou ingerida do tempo de exposição e das condições gerais de saúde da pessoa contaminada p 15 Assim mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade podem gerar problemas toxicológicos relevantes quando utilizados de forma repetitiva devido ao acúmulo no organismo humano Esses riscos atingem principalmente trabalhadores rurais que mantêm contato direto e contínuo com tais substâncias constituindo o grupo mais vulnerável dentro da cadeia produtiva De acordo com Pignati et al 2017 os trabalhadores agrícolas estão expostos de forma direta por meio da manipulação dos produtos mas também de maneira indireta ao residirem próximos às áreas de cultivo e consumirem água e alimentos contaminados Por outro lado diversos autores enfatizam que o uso de defensivos agrícolas foi determinante para o aumento da produção de alimentos nas últimas décadas De acordo com Almeida e Gomes 2019 O fortalecimento da agricultura em larga escala garantindo maior oferta de alimentos a preços acessíveis e contribuindo para a segurança alimentar p 42 Sob esse ponto de vista o uso desses insumos estaria diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e à manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados interno e externo Dados do Ministério da Agricultura indicam que culturas como a soja o milho e a canadeaçúcar são as que mais demandam agrotóxicos sendo também responsáveis pela maior parcela das exportações brasileiras MAPA 2021 Dessa forma os defensivos agrícolas passaram a ser considerados ferramentas indispensáveis à manutenção do modelo agrícola vigente Além disso estudos recentes apontam que o Brasil figura entre os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo o que reflete a centralidade dessas substâncias no modelo de produção agrícola adotado Esse padrão de uso porém levanta debates sobre sustentabilidade e dependência química já que a produtividade está diretamente vinculada ao acesso a insumos externos tornando a 10 agricultura vulnerável a pressões de mercado e aos riscos socioambientais Citação Contudo a expansão indiscriminada do uso de agrotóxicos tem gerado problemas ambientais de grandes proporções Estudos de Faria 2021 apontam que resíduos de pesticidas permanecem no solo e na água por longos períodos alterando as condições ecológicas reduzindo a biodiversidade e afetando espécies não alvo Além disso como ressaltam Santos et al 2018 o processo de biomagnificação faz com que pequenas concentrações de substâncias tóxicas se acumulem na cadeia alimentar aumentando gradualmente sua presença em organismos superiores incluindo os seres humanos Nesse sentido o impacto ambiental dos agrotóxicos transcende o espaço rural afetando ecossistemas inteiros e comprometendo serviços ambientais essenciais Um exemplo emblemático é a contaminação de recursos hídricos Pesquisas conduzidas em regiões agrícolas brasileiras identificaram a presença de resíduos de herbicidas como o glifosato em águas superficiais e subterrâneas comprometendo não apenas a fauna aquática mas também a qualidade da água destinada ao consumo humano Rigotto et al 2014 Essa realidade é agravada pelo fato de que muitos desses compostos possuem alta persistência ambiental permanecendo ativos mesmo após longos períodos Além disso os impactos não se restringem ao ambiente físico A literatura científica tem apontado os efeitos dos agrotóxicos sobre polinizadores como as abelhas fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para a produção de diversos alimentos A redução populacional desses insetos associada ao uso indiscriminado de pesticidas constitui um problema ambiental e econômico de escala global Outro ponto central na discussão é a relação entre os agrotóxicos e a saúde pública Pesquisas demonstram que a exposição contínua a essas substâncias pode desencadear doenças neurológicas câncer distúrbios endócrinos problemas respiratórios e malformações congênitas Carneiro et al 2015 A Organização Mundial da Saúde já reconheceu que milhões de pessoas no mundo sofrem com 11 intoxicações agudas anuais decorrentes da manipulação ou consumo de alimentos contaminados No Brasil os registros de intoxicação revelam um quadro preocupante De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas SINITOX milhares de casos são notificados anualmente embora se estime que a subnotificação seja elevada especialmente em regiões rurais Essa lacuna nos dados reforça a vulnerabilidade das populações diretamente expostas como trabalhadores rurais e comunidades próximas às áreas de monocultura Cabe destacar também o impacto diferenciado sobre grupos sociais mais fragilizados Pequenos agricultores trabalhadores assalariados e comunidades tradicionais frequentemente têm menos acesso a equipamentos de proteção individual informação técnica e serviços de saúde adequados o que agrava os riscos da exposição Assim o debate sobre agrotóxicos extrapola a esfera da saúde individual e se insere no campo da justiça social e ambiental Diante desses efeitos cresce a necessidade de se investir em alternativas sustentáveis O manejo integrado de pragas MIP e a agricultura orgânica têm sido defendidos como práticas capazes de reduzir a dependência dos agrotóxicos sintéticos Para Souza 2019 O uso de técnicas agroecológicas representa não apenas uma estratégia ambiental mas também social pois contribui para a promoção da saúde e para a valorização do trabalho agrícola de forma mais segura p 58 Experiências agroecológicas desenvolvidas em regiões do semiárido brasileiro demonstram que é possível manter níveis satisfatórios de produtividade sem recorrer ao uso intensivo de pesticidas por meio da diversificação de culturas do controle biológico de pragas e do uso de insumos naturais Altieri Nicholls 2020 Tais iniciativas revelam alternativas viáveis para conciliar o aumento da produção com a preservação ambiental e a proteção da saúde humana Essas práticas ainda enfrentam desafios de escala e de inserção no mercado mas representam caminhos para diminuir a dependência química e promover um modelo agrícola mais justo e sustentável 12 Outro ponto relevante é a regulação do uso de agrotóxicos no Brasil A legislação brasileira estabelece normas rígidas quanto à produção comercialização e aplicação desses produtos cabendo a órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA e o Ministério da Agricultura a fiscalização das práticas agrícolas Entretanto como observa Mendes 2022 a falta de capacitação técnica de muitos agricultores e a insuficiência de ações fiscalizatórias favorecem o uso inadequado e excessivo dessas substâncias Essa realidade resulta na intensificação dos riscos à saúde pública e na degradação ambiental De acordo com Rigotto et al 2014 a regulação brasileira ainda apresenta fragilidades sobretudo em relação ao registro de novos produtos Nos últimos anos houve um aumento significativo de liberações de novos agrotóxicos muitos deles contendo princípios ativos já proibidos em outros países por comprovados riscos ambientais e toxicológicos Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com padrões internacionais de segurança Políticas de incentivo à transição agroecológica à capacitação de trabalhadores e ao fortalecimento da assistência técnica rural podem contribuir para minimizar os riscos do uso de defensivos agrícolas Ao mesmo tempo é essencial que os órgãos de fiscalização disponham de recursos humanos e tecnológicos suficientes para garantir a aplicação efetiva da legislação vigente Citação Portanto observase que a literatura aponta para uma dualidade no uso dos agrotóxicos ao mesmo tempo que garantem eficiência produtiva e ganhos econômicos também acarretam consequências negativas para a saúde e o meio ambiente É nesse equilíbrio entre benefícios e riscos que se encontra o grande desafio contemporâneo promover a produtividade agrícola sem comprometer a sustentabilidade ambiental e a segurança da população Carneiro et al 2015 Além dos problemas já mencionados outro aspecto relevante é a dependência estrutural do modelo agrícola brasileiro em relação aos agrotóxicos Segundo Carneiro et al 2015 essa dependência cria um ciclo vicioso quanto mais os sistemas de monocultura se expandem maior é a necessidade de pesticidas para controlar pragas que se adaptam rapidamente Isso acaba comprometendo a 13 resiliência natural dos ecossistemas e reforçando a lógica de uso intensivo de produtos químicos Outro fator que merece destaque é o impacto econômico indireto causado pelos danos ambientais Rigotto et al 2014 ressaltam que a contaminação de solos e águas implica custos adicionais para o tratamento de recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas Nesse sentido parte do ganho econômico obtido com a alta produtividade pode ser anulada pelos custos sociais e ambientais configurando o que economistas denominam de externalidades negativas Também é importante mencionar o debate sobre o registro e a liberação de novos produtos no Brasil Mendes 2022 observa que o país tem autorizado em ritmo acelerado substâncias que já foram banidas em outros países o que evidencia fragilidades regulatórias O autor afirma O Brasil tem se tornado um dos países mais permissivos no que diz respeito à aprovação de novos agrotóxicos muitos deles já rejeitados em outras nações por comprovados efeitos nocivos ao ambiente e à saúde Isso demonstra não apenas uma falha regulatória mas também uma opção política que prioriza os interesses econômicos em detrimento da proteção ambiental e social MENDES 2022 p 77 Por fim cabe ressaltar que a construção de uma agricultura sustentável exige políticas públicas integradas que envolvam pesquisa científica extensão rural e conscientização social Como defendem Altieri e Nicholls 2020 a agroecologia não deve ser vista apenas como um conjunto de técnicas mas como um novo paradigma produtivo Esse paradigma valoriza o conhecimento tradicional promove a diversidade agrícola e busca romper com a lógica de dependência de insumos químicos criando condições mais equilibradas entre produção saúde e meio ambiente 14 5 METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho será feito através de uma revisão da literatura de forma qualitativa e exploratória com o objetivo de identificar reunir e analisar estudos sobre os benefícios e os prejuízos do uso de agrotóxicos na agricultura A pesquisa será realizada entre março e abril de 2026 consultando bases de dados científicas reconhecidas como a Biblioteca Virtual em Saúde BVS Web of Science PubMed e SciELO além de fontes institucionais e governamentais como publicações da EMBRAPA e relatórios de empresas do setor agrícola como Bayer AgroSciences e Syngenta 15 Para realizar as buscas será utilizado palavraschave como agrotóxicos defensivos agrícolas contaminação problemas ambientais benefícios e produtividade agrícola Consideramos artigos publicados entre 2020 e 2024 em português e inglês que apresentassem resultados relevantes sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde das pessoas no meio ambiente e na produção agrícola Na hora de escolher o que incluir na análise será priorizado estudos originais revisões sistemáticas relatórios técnicos e documentos de instituições que abordassem diretamente os efeitos positivos e negativos do uso de agrotóxicos Trabalhos repetidos opiniões sem respaldo científico ou materiais sem comprovação científica foram descartados Após selecionar os materiais realizamos uma análise de conteúdo das informações coletadas com foco em identificar as principais categorias de benefícios como aumento da produtividade controle de pragas e competitividade do setor agrícola e de danos tais como toxicidade para os seres humanos degradação ambiental bioacumulação e riscos socioeconômicos Esse procedimento ajudou a organizar os dados de forma sistemática oferecendo uma visão ampla e crítica sobre o tema Assim a metodologia adotada garantiu a consistência da revisão e criou uma base teórica sólida para a discussão dos resultados obtidos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA João P GOMES Ricardo A O impacto dos defensivos agrícolas na produtividade e competitividade do agronegócio brasileiro Revista de Estudos Rurais v 7 n 2 p 3952 2019 ALTIERI Miguel A NICHOLLS Clara I Agroecologia princípios e estratégias para uma agricultura sustentável São Paulo Expressão Popular 2020 BRASIL Ministério do Meio Ambiente Lei nº 7802 de 11 de julho de 1989 Dispõe sobre a pesquisa a experimentação a produção a embalagem e 16 rotulagem o transporte o armazenamento a comercialização a propaganda comercial a utilização a importação a exportação o destino final dos resíduos e embalagens o registro a classificação o controle a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos Disponível em httpwwwplanaltogovbr Acesso em 3 set 2025 CARNEIRO Fernando F et al Dossiê ABRASCO um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde Rio de Janeiro EPSJVFiocruz São Paulo Expressão Popular 2015 CARVALHO Adriana F Agrotóxicos e saúde riscos ocupacionais e impactos ambientais Cadernos de Saúde Pública v 33 n 7 p 110 2017 FARIA Luiz H Contaminação ambiental por agrotóxicos efeitos no solo na água e na biodiversidade Revista Brasileira de Ciências Ambientais v 56 n 4 p 101118 2021 MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Relatório de atividades uso de agrotóxicos nas culturas brasileiras Brasília MAPA 2021 MENDES Paula R O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil desafios para a saúde pública e para a sustentabilidade ambiental Revista Direito e Sociedade v 12 n 3 p 7793 2022 OMS Organização Mundial da Saúde World health statistics 2018 monitoring health for the SDGs Geneva World Health Organization 2018 PIGNATI Wanderlei A et al Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil uma ferramenta para a vigilância em saúde Ciência Saúde Coletiva v 22 n 10 p 32813293 2017 RIGOTTO Raquel M et al Agrotóxicos saúde e ambiente uma introdução ao tema Fortaleza UFC 2014 SANTOS Beatriz M et al Biomagnificação de pesticidas e impactos sobre a cadeia alimentar Revista de Toxicologia Ambiental v 24 n 1 p 6580 2018 SILVA Carlos E Exposição ocupacional a agrotóxicos e impactos na saúde do trabalhador rural Revista Brasileira de Saúde Ocupacional v 45 n 2 p 12 20 2020 SOUZA Mariana P Agroecologia como alternativa ao uso de agrotóxicos 17 perspectivas e desafios Revista de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável v 14 n 1 p 5563 2019 UNOPAR ANHANGUERA PRÉPROJETO AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA PALMASTO 2025 UNOPAR ANHANGUERA AGRONOMIA PALMASTO 2025 AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO4 2 JUSTIFICATIVA7 3 OBJETIVOS8 32 GERAL8 321 ESPECÍFICOS8 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS9 5 METODOLOGIA DA PESQUISA14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS15 4 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO Os agrotóxicos são substâncias criadas para combater organismos considerados nocivos às plantações como insetos fungos bactérias e ervas daninhas Tais produtos podem ser formulados a partir de compostos químicos ou biológicos tendo como finalidade preservar a produtividade agrícola diante do avanço de pragas Silva 2005 No entanto ainda que contribuam para garantir maior rendimento das lavouras essas substâncias representam riscos significativos à saúde humana e ao meio ambiente visto que podem ser absorvidas pela pele inaladas ou ingeridas por meio de alimentos contaminados Os efeitos adversos causados à saúde variam conforme a toxicidade do agrotóxico a dose o tempo de exposição e as condições gerais de saúde do indivíduo Silva 2005 No cenário brasileiro o uso desses produtos se intensificou de forma acelerada nas últimas décadas em especial devido à expansão do agronegócio e à adoção de modelos de produção em larga escala voltados principalmente para a exportação de commodities agrícolas Dados mostram que entre 2010 e 2020 houve um aumento de aproximadamente 783 na quantidade de ingredientes ativos comercializados passando de 3845 mil toneladas em 2010 para 6857 mil toneladas em 2020 Soares Porto 2022 Em 2021 o consumo chegou a 720 mil toneladas número quase quatro vezes superior ao registrado em 2003 183 mil toneladas Carneiro et al 2021 Tais índices consolidaram o Brasil como o maior consumidor mundial de agrotóxicos superando até mesmo países de forte tradição agrícola como Estados Unidos e China Agrolink 2022 Essa liderança embora justificada por parte do setor produtivo como consequência da necessidade de proteger grandes áreas cultivadas levanta debates importantes sobre o modelo agrícola brasileiro Ao priorizar monocultivos em larga escala há uma maior vulnerabilidade às pragas o que aumenta a dependência de substâncias químicas A maior parte do consumo nacional concentrase nas regiões Sudeste 38 Sul 31 e CentroOeste 23 justamente onde se localizam as áreas de maior produção de soja milho e canadeaçúcar culturas altamente dependentes do uso de defensivos agrícolas Agrolink 2022 A intensificação do uso de tais substâncias está relacionada não apenas à expansão da fronteira agrícola mas também à busca por maior produtividade em áreas já cultivadas Isso cria um cenário no qual os benefícios econômicos são evidentes aumento das exportações geração de divisas e fortalecimento da balança comercial Entretanto o crescimento desse mercado acarreta impactos preocupantes Entre 2010 e 2019 foram registrados 56870 casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil 5 segundo dados oficiais do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas SINITOX Estimativas do Ministério da Saúde apontam que o número real de intoxicações por agrotóxicos pode ser consideravelmente maior do que o registrado oficialmente em razão da subnotificação recorrente sobretudo em áreas rurais onde o acesso aos serviços de saúde é mais limitado Esse quadro se torna ainda mais preocupante ao considerar a vulnerabilidade de crianças e adolescentes aproximadamente 15 dos casos notificados envolvem indivíduos entre 0 e 19 anos de idade Dentro desse grupo destacamse episódios envolvendo bebês de até 1 ano revelando que a exposição a essas substâncias ocorre em fases extremamente precoces da vida Entre 2010 e 2019 por exemplo foram confirmados 542 casos de intoxicação em crianças de 0 a 1 ano evidenciando que o problema não é pontual mas sim uma realidade que afeta diferentes faixas etárias inclusive as mais frágeis da população BOELL 2023 Além disso é importante destacar que a toxicidade dos agrotóxicos não se limita aos efeitos agudos como náuseas vômitos tonturas e outras reações imediatas após a exposição Pesquisas demonstram que mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade têm potencial para desencadear efeitos crônicos incluindo alterações neurológicas disfunções endócrinas infertilidade malformações congênitas e diferentes tipos de câncer Brandalize et al 2024 Tais efeitos são potencializados pela exposição contínua e cumulativa especialmente em trabalhadores rurais comunidades vizinhas a plantações e consumidores que ingerem alimentos com resíduos acima dos limites permitidos O impacto ambiental também merece atenção uma vez que agrotóxicos podem contaminar solos recursos hídricos e afetar a biodiversidade local Substâncias como glifosato 24D e neonicotinóides têm sido associadas ao declínio populacional de polinizadores tais como abelhas essenciais para a manutenção dos ecossistemas e para a produção de alimentos Carneiro et al 2015 Esse processo gera um ciclo de dependência no qual o uso intensivo de químicos causa desequilíbrios ambientais que por sua vez exigem o emprego de mais agrotóxicos Tosi Nieh 2017 CardosoNunes et al 2024 Dessa forma observase um paradoxo de um lado os agrotóxicos promovem ganhos econômicos ampliam a competitividade do agronegócio brasileiro e garantem altas produtividades De outro representam sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente levantando questionamentos sobre a sustentabilidade desse modelo de produção agrícola Pesquisas como Rural workers health and productivity an economic assessment of pesticide use in Minas Gerais Brazil feita por Soares e colaboradores 2002 evidencia 6 que embora o uso de pesticidas reduza perdas de safra seus custos em saúde intoxicações tratamentos podem reduzir significativamente esses ganhos econômicos quando internalizados no cálculo municípios de Minas Gerais Nesse sentido o debate em torno do uso de agrotóxicos no Brasil exige uma análise crítica que considere tanto os benefícios econômicos quanto os impactos negativos permitindo avaliar se a lógica da produtividade compensa os danos gerados à sociedade e à natureza 7 2 JUSTIFICATIVA A presente pesquisa destacase como relevante em virtude da crescente utilização dos agrotóxicos no Brasil país que destacase como um dos maiores consumidores mundiais de tais produtos Conquanto os defensivos agrícolas tenham contribuído de modo significativo para o aumento da produtividade e manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro sua utilização indiscriminada e na maioria das vezes inadequada tem suscitado preocupações significativas no campo da saúde pública bem como da sustentabilidade ambiental Destarte a importância desta pesquisa centrase na necessidade da discussão crítica concernente à dualidade que permeia o uso dos agrotóxicos de um lado encontrase os benefícios associados ao controle de pragas e aumento da produção em contrapartida há os riscos que as substâncias supracitadas representam aos trabalhadores rurais para o consumidor e para o equilíbrio dos ecossistemas Tal análise é caracterizada como essencial a fim de que os profissionais da Agronomia possam compreender os aspectos técnicos econômicos e os impactos sociais ocasionados pela utilização desses insumos A importância deste estudo portanto concentrase na necessidade de fomentar uma discussão crítica acerca da dualidade que permeia o uso dos agrotóxicos Tal análise deve integrar não apenas os benefícios agronômicos e econômicos mas também os custos sociais sanitários e ambientais que muitas vezes permanecem ocultos nos cálculos de produtividade Para os profissionais da Agronomia essa reflexão é fundamental pois oferece subsídios para compreender a complexidade envolvida na tomada de decisões relacionadas ao manejo agrícola indo além de uma perspectiva estritamente produtivista Nesse contexto a pesquisa contribui para a consolidação da prática acadêmica e profissional do agrônomo ao oferecer fundamentos teóricos que favorecem a adoção de estratégias mais sustentáveis como o manejo integrado de pragas o uso racional de insumos químicos e a incorporação de técnicas agroecológicas Ao estimular a formação crítica e reflexiva pretendese fortalecer a capacidade desses profissionais de atuar de modo responsável ético e consciente frente aos desafios contemporâneos que envolvem a segurança alimentar a saúde coletiva e a preservação ambiental 8 3 OBJETIVOS 32 GERAL Analisar os benefícios e os danos ocasionados pela utilização dos agrotóxicos na agricultura enfatizando seus impactos sobre a produtividade a saúde humana e o meio ambiente 321 ESPECÍFICOS Identificar os principais tipos de agrotóxicos utilizados na agricultura brasileira e suas finalidades Examinar os efeitos positivos da utilização de agrotóxicos especialmente em relação ao aumento da produtividade e ao controle de pragas Investigar os danos potenciais dos agrotóxicos à saúde humana com ênfase nos trabalhadores rurais e consumidores Analisar os impactos ambientais resultantes da aplicação de defensivos agrícolas considerando a contaminação do solo da água e da biodiversidade 9 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS O uso de agrotóxicos na agricultura constitui um tema amplamente debatido em virtude de seu caráter ambivalente ao mesmo tempo em que possibilita ganhos expressivos na produtividade e contribui para a padronização e qualidade dos alimentos ofertados à população também acarreta impactos severos à saúde humana e ao meio ambiente Segundo Carvalho 2017 os agrotóxicos podem ser definidos como substâncias químicas ou biológicas desenvolvidas com a finalidade de eliminar repelir ou controlar pragas agrícolas caracterizandose portanto por sua ação biocida Entretanto a mesma propriedade que assegura a eficácia no combate a organismos indesejáveis também implica riscos consideráveis para diferentes formas de vida dado que essas substâncias não apresentam seletividade absoluta A exposição pode ocorrer por diferentes vias dérmica respiratória ou oral resultando em intoxicações agudas frequentemente associadas a sintomas como náuseas vômitos cefaleia e dificuldades respiratórias além de potenciais efeitos crônicos como distúrbios neurológicos desregulação endócrina infertilidade malformações congênitas e câncer Esse conjunto de fatores reforça a necessidade de uma análise crítica e multidisciplinar acerca do uso de agrotóxicos considerando não apenas sua contribuição para o agronegócio mas também os custos sociais sanitários e ecológicos associados à sua utilização contínua Em sua obra Silva 2020 reforça essa discussão Os efeitos adversos dos agrotóxicos à saúde dependem de suas características químicas da quantidade absorvida ou ingerida do tempo de exposição e das condições gerais de saúde da pessoa contaminada p 15 Assim mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade podem gerar problemas toxicológicos significativos quando utilizados de forma repetitiva em virtude da capacidade de bioacumulação e dos efeitos cumulativos no organismo humano Esses riscos incidem sobretudo sobre os trabalhadores rurais que representam o elo mais vulnerável da cadeia produtiva por manterem contato direto e contínuo com tais substâncias De acordo com Pignati et al 2017 a exposição desses profissionais ocorre de forma direta durante a preparação manipulação e aplicação dos produtos mas também de modo indireto ao residirem em áreas próximas às plantações inalarem partículas suspensas no ar e consumirem 10 água ou alimentos contaminados Tais condições agravam a suscetibilidade desse grupo a intoxicações agudas e doenças crônicas frequentemente associadas à elevada carga ocupacional de agrotóxicos Por outro lado diversos autores enfatizam que o uso de defensivos agrícolas foi determinante para o aumento da produção de alimentos nas últimas décadas De acordo com Almeida e Gomes 2019 O fortalecimento da agricultura em larga escala garantindo maior oferta de alimentos a preços acessíveis e contribuindo para a segurança alimentar p 42 Sob esse ponto de vista o uso desses insumos estaria diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e à manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados interno e externo Dados do Ministério da Agricultura indicam que culturas como a soja o milho e a canadeaçúcar são as que mais demandam agrotóxicos sendo também responsáveis pela maior parcela das exportações brasileiras MAPA 2021 Dessa forma os defensivos agrícolas passaram a ser considerados ferramentas indispensáveis à manutenção do modelo agrícola vigente Além disso estudos recentes apontam que o Brasil figura entre os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo o que reflete a centralidade dessas substâncias no modelo de produção agrícola adotado Esse padrão de uso porém levanta debates sobre sustentabilidade e dependência química já que a produtividade está diretamente vinculada ao acesso a insumos externos tornando a agricultura vulnerável a pressões de mercado e aos riscos socioambientais Pignati et al 2017 Fernandes et al 2020 Contudo a expansão indiscriminada do uso de agrotóxicos tem gerado problemas ambientais de grandes proporções Estudos de Faria 2021 apontam que resíduos de pesticidas permanecem no solo e na água por longos períodos alterando as condições ecológicas reduzindo a biodiversidade e afetando espécies não alvo Além disso como ressaltam Santos e colaboradores 2018 o processo de biomagnificação faz com que pequenas concentrações de substâncias tóxicas se acumulem na cadeia alimentar aumentando gradualmente sua presença em organismos superiores incluindo os seres humanos Carneiro et al 2025 Nesse sentido o impacto ambiental dos agrotóxicos transcende o espaço rural afetando ecossistemas inteiros e comprometendo serviços ambientais essenciais 11 Um exemplo emblemático é a contaminação de recursos hídricos Pesquisas conduzidas em regiões agrícolas brasileiras identificaram a presença de resíduos de herbicidas como o glifosato em águas superficiais e subterrâneas comprometendo não apenas a fauna aquática mas também a qualidade da água destinada ao consumo humano Rigotto et al 2014 Essa realidade é agravada pelo fato de que muitos desses compostos possuem alta persistência ambiental permanecendo ativos mesmo após longos períodos Pesquisas demonstram que a exposição contínua a essas substâncias pode desencadear doenças neurológicas câncer distúrbios endócrinos problemas respiratórios e malformações congênitas No Brasil os registros de intoxicação revelam um quadro preocupante de 2014 a 2023 foram notificados 48006 casos de intoxicação por agrotóxicos agrícolas com predomínio masculino faixa etária adulta e exposições ocupacionais Grande parte desses casos possivelmente não é notificada especialmente em regiões rurais o que evidencia a vulnerabilidade das populações diretamente expostas Lima et al 2025 Cabe destacar também o impacto diferenciado sobre grupos sociais mais fragilizados Pequenos agricultores trabalhadores assalariados e comunidades tradicionais frequentemente têm menos acesso a equipamentos de proteção individual a informação técnica adequada e a serviços de saúde o que intensifica os efeitos adversos Nesse sentido o debate sobre agrotóxicos extrapola a esfera da saúde individual e se insere no campo da justiça social e ambiental Diante desses efeitos cresce a necessidade de se investir em alternativas sustentáveis O manejo integrado de pragas MIP e a agricultura orgânica têm sido defendidos como práticas capazes de reduzir a dependência dos agrotóxicos sintéticos Para Souza 2019 O uso de técnicas agroecológicas representa não apenas uma estratégia ambiental mas também social pois contribui para a promoção da saúde e para a valorização do trabalho agrícola de forma mais segura p 58 Experiências agroecológicas desenvolvidas em regiões do semiárido brasileiro demonstram que é possível manter níveis satisfatórios de produtividade sem recorrer ao uso intensivo de pesticidas por meio da diversificação de culturas do controle biológico de pragas e do uso de insumos naturais Altieri Nicholls 2020 Tais iniciativas revelam alternativas viáveis para conciliar o aumento da produção com a preservação ambiental e a proteção da saúde humana 12 Essas práticas ainda enfrentam desafios de escala e de inserção no mercado mas representam caminhos para diminuir a dependência química e promover um modelo agrícola mais justo e sustentável Outro ponto relevante é a regulação do uso de agrotóxicos no Brasil A legislação brasileira estabelece normas rígidas quanto à produção comercialização e aplicação desses produtos cabendo a órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA e o Ministério da Agricultura a fiscalização das práticas agrícolas Entretanto como observa Mendes 2022 a falta de capacitação técnica de muitos agricultores e a insuficiência de ações fiscalizatórias favorecem o uso inadequado e excessivo dessas substâncias Essa realidade resulta na intensificação dos riscos à saúde pública e na degradação ambiental De acordo com Rigotto et al 2014 a regulação brasileira ainda apresenta fragilidades sobretudo em relação ao registro de novos produtos Nos últimos anos houve um aumento significativo de liberações de novos agrotóxicos muitos deles contendo princípios ativos já proibidos em outros países por comprovados riscos ambientais e toxicológicos Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com padrões internacionais de segurança Políticas de incentivo à transição agroecológica à capacitação de trabalhadores e ao fortalecimento da assistência técnica rural podem contribuir para minimizar os riscos do uso de defensivos agrícolas Ao mesmo tempo é essencial que os órgãos de fiscalização disponham de recursos humanos e tecnológicos suficientes para garantir a aplicação efetiva da legislação vigente Alves e Albuquerque 2018 Portanto observase que a literatura aponta para uma dualidade no uso de agrotóxicos ao mesmo tempo que garantem eficiência produtiva e ganhos econômicos também acarretam consequências negativas para a saúde e o meio ambiente É nesse equilíbrio entre benefícios e riscos que se encontra o grande desafio contemporâneo promover a produtividade agrícola sem comprometer a sustentabilidade ambiental e a segurança da população Alves Albuquerque 2018 Além dos problemas já mencionados outro aspecto relevante é a dependência estrutural do modelo agrícola brasileiro em relação aos agrotóxicos Segundo Carneiro et al 2015 essa dependência cria um ciclo vicioso quanto mais os sistemas de monocultura se expandem maior é a necessidade de pesticidas para controlar pragas que se adaptam 13 rapidamente Isso acaba comprometendo a resiliência natural dos ecossistemas e reforçando a lógica de uso intensivo de produtos químicos Outro fator que merece destaque é o impacto econômico indireto causado pelos danos ambientais Rigotto e colaboradores 2014 ressaltam que a contaminação de solos e águas implica custos adicionais para o tratamento de recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas Nesse sentido parte do ganho econômico obtido com a alta produtividade pode ser anulada pelos custos sociais e ambientais configurando o que economistas denominam de externalidades negativas Também é importante mencionar o debate sobre o registro e a liberação de novos produtos no Brasil Mendes 2022 observa que o país tem autorizado em ritmo acelerado substâncias que já foram banidas em outros países o que evidencia fragilidades regulatórias O autor afirma O Brasil tem se tornado um dos países mais permissivos no que diz respeito à aprovação de novos agrotóxicos muitos deles já rejeitados em outras nações por comprovados efeitos nocivos ao ambiente e à saúde Isso demonstra não apenas uma falha regulatória mas também uma opção política que prioriza os interesses econômicos em detrimento da proteção ambiental e social MENDES 2022 p 77 Por fim cabe ressaltar que a construção de uma agricultura sustentável exige políticas públicas integradas que envolvam pesquisa científica extensão rural e conscientização social Como defendem Altieri e Nicholls 2020 a agroecologia não deve ser vista apenas como um conjunto de técnicas mas como um novo paradigma produtivo Esse paradigma valoriza o conhecimento tradicional promove a diversidade agrícola e busca romper com a lógica de dependência de insumos químicos criando condições mais equilibradas entre produção saúde e meio ambiente 14 5 METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho será feito através de uma revisão da literatura de forma qualitativa e exploratória com o objetivo de identificar reunir e analisar estudos sobre os benefícios e os prejuízos do uso de agrotóxicos na agricultura A pesquisa será realizada entre março e abril de 2026 consultando bases de dados científicas reconhecidas como a Biblioteca Virtual em Saúde BVS Web of Science PubMed e SciELO além de fontes institucionais e governamentais como publicações da EMBRAPA e relatórios de empresas do setor agrícola como Bayer AgroSciences e Syngenta Para realizar as buscas será utilizado palavraschave como agrotóxicos defensivos agrícolas contaminação problemas ambientais benefícios e produtividade agrícola Consideramos artigos publicados entre 2020 e 2024 em português e inglês que apresentassem resultados relevantes sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde das pessoas no meio ambiente e na produção agrícola Na hora de escolher o que incluir na análise será priorizado estudos originais revisões sistemáticas relatórios técnicos e documentos de instituições que abordassem diretamente os efeitos positivos e negativos do uso de agrotóxicos Trabalhos repetidos opiniões sem respaldo científico ou materiais sem comprovação científica foram descartados Após selecionar os materiais realizamos uma análise de conteúdo das informações coletadas com foco em identificar as principais categorias de benefícios como aumento da produtividade controle de pragas e competitividade do setor agrícola e de danos tais como toxicidade para os seres humanos degradação ambiental bioacumulação e riscos socioeconômicos 15 Esse procedimento ajudou a organizar os dados de forma sistemática oferecendo uma visão ampla e crítica sobre o tema Assim a metodologia adotada garantiu a consistência da revisão e criou uma base teórica sólida para a discussão dos resultados obtidos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA João P GOMES Ricardo A O impacto dos defensivos agrícolas na produtividade e competitividade do agronegócio brasileiro Revista de Estudos Rurais v 7 n 2 p 3952 2019 ALVES Carla V CAVALCANTI Guilherme Souza SOUSA et al Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental uma revisão sistemática Saúde em Debate Rio de Janeiro v 42 n 117 p 518534 abrjun 2018 DOI httpsdoiorg1015900103 1104201811714 ALTIERI Miguel A NICHOLLS Clara I Agroecologia princípios e estratégias para uma agricultura sustentável São Paulo Expressão Popular 2020 BOELL Fundação Heinrich Atlas do agrotóxico 2023 São Paulo Fundação Heinrich Boell Brasil 2023 Disponível em httpsbrboellorgsitesdefaultfiles202312atlasdo agrotoxico2023pdf BRANDALIZE A P C RÓDIO G R ROSSET I G et al Pesticides exposure and consequences to human health Research Society and Development v 10 n 8 2024 DOI httpsdoiorg1033448rsdv10i817526 BRASIL Ministério do Meio Ambiente Lei nº 7802 de 11 de julho de 1989 Dispõe sobre a pesquisa a experimentação a produção a embalagem e rotulagem o transporte o armazenamento a comercialização a propaganda comercial a utilização a importação a exportação o destino final dos resíduos e embalagens o registro a classificação o controle a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos Disponível em httpwwwplanaltogovbr 16 Acesso em 3 set 2025 CARDOSONUNES W LUCAS DE ARAÚJO M KRINSKI D INOUE M H Neonicotinóides versus abelhas uma breve revisão sobre os efeitos nesses polinizadores e a necessidade de reavaliação de práticas agrícolas ARACÊ 2024 DOI httpsdoiorg1056238arev6n4262 CARNEIRO Fernando F et al Dossiê ABRASCO um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde Rio de Janeiro EPSJVFiocruz São Paulo Expressão Popular 2015 CARVALHO Adriana F Agrotóxicos e saúde riscos ocupacionais e impactos ambientais Cadernos de Saúde Pública v 33 n 7 p 110 2017 FARIA Luiz H Contaminação ambiental por agrotóxicos efeitos no solo na água e na biodiversidade Revista Brasileira de Ciências Ambientais v 56 n 4 p 101118 2021 FERNANDES C L F VOLCÃO L M RAMIRES P F MOURA R R D SILVA JÚNIOR F M R Distribution of pesticides in agricultural and urban soils of Brazil a critical review Environmental Science Processes Impacts 2020 LIMA Ana Alice Lemos OLIVEIRA Bruna Sarmento SILVA Samantha Corrêa Batista da MACEDO Rafaela Gutierrez Zeitoune HOLANDA Jamile Rodrigues Cosme de Análise epidemiológica das intoxicações exógenas por agrotóxicos agrícolas nas regiões brasileiras no período de 2014 a 2023 Revista de Medicina São Paulo v 104 n 2 e229290 2025 DOI httpsdoiorg1011606issn16799836v104i2e229290 MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Relatório de atividades uso de agrotóxicos nas culturas brasileiras Brasília MAPA 2021 MENDES Paula R O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil desafios para a saúde pública e para a sustentabilidade ambiental Revista Direito e Sociedade v 12 n 3 p 77 93 2022 OMS Organização Mundial da Saúde World health statistics 2018 monitoring health for the SDGs Geneva World Health Organization 2018 PIGNATI Wanderlei A et al Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil uma ferramenta para a vigilância em saúde Ciência Saúde Coletiva v 22 n 10 p 32813293 2017 RIGOTTO Raquel M et al Agrotóxicos saúde e ambiente uma introdução ao tema 17 Fortaleza UFC 2014 SANTOS Beatriz M et al Biomagnificação de pesticidas e impactos sobre a cadeia alimentar Revista de Toxicologia Ambiental v 24 n 1 p 6580 2018 SILVA Carlos E Exposição ocupacional a agrotóxicos e impactos na saúde do trabalhador rural Revista Brasileira de Saúde Ocupacional v 45 n 2 p 1220 2020 SOUZA Mariana P Agroecologia como alternativa ao uso de agrotóxicos perspectivas e desafios Revista de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável v 14 n 1 p 5563 2019 TOSI Simone NIEH James C Sublethal effects of neonicotinoids on honeybees Biology v 14 n 8 1076 2023 DOI httpsdoiorg103390biology14081076
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Texto de pré-visualização
UNOPAR ANHANGUERA PRÉPROJETO AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA PALMASTO 2025 UNOPAR ANHANGUERA AGRONOMIA PALMASTO 2025 AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO4 2 JUSTIFICATIVA6 3 OBJETIVOS7 32 GERAL7 32 ESPECÍFICOS7 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS8 5 METODOLOGIA DA PESQUISA14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS15 4 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO Os agrotóxicos são substâncias criadas para combater organismos considerados nocivos às plantações como insetos fungos bactérias e ervas daninhas Tais produtos podem ser formulados a partir de compostos químicos ou biológicos tendo como finalidade preservar a produtividade agrícola diante do avanço de pragas Silva 2005 No entanto ainda que contribuam para garantir maior rendimento das lavouras essas substâncias representam riscos significativos à saúde humana e ao meio ambiente visto que podem ser absorvidas pela pele inaladas ou ingeridas por meio de alimentos contaminados Os efeitos adversos causados à saúde variam conforme a toxicidade do agrotóxico a dose o tempo de exposição e as condições gerais de saúde do indivíduo Silva 2005 No Brasil o uso de agrotóxicos cresceu de maneira acelerada nas últimas duas décadas acompanhando a expansão do agronegócio Entre 2010 e 2020 por exemplo houve um aumento de aproximadamente 783 na quantidade de ingredientes ativos comercializados saltando de 3845 mil toneladas em 2010 para 6857 mil toneladas em 2020 Soares Porto 2022 Em 2021 o país chegou à marca de 720 mil toneladas consumidas quase quatro vezes mais do que em 2003 quando o volume era de cerca de 183 mil toneladas Carneiro et al 2021 Esses números colocam o Brasil como o maior consumidor mundial de agrotóxicos à frente de países como Estados Unidos e China Agrolink 2022 A maior parte do consumo nacional concentrase nas regiões Sudeste 38 Sul 31 e CentroOeste 23 justamente onde se localizam as áreas de maior produção de soja milho e canadeaçúcar culturas altamente dependentes do uso de defensivos agrícolas Agrolink 2022 A intensificação do uso de tais substâncias está relacionada não apenas à expansão da fronteira agrícola mas também à busca por maior produtividade em áreas já 5 cultivadas Isso cria um cenário no qual os benefícios econômicos são evidentes aumento das exportações geração de divisas e fortalecimento da balança comercial Citação Entretanto o crescimento desse mercado acarreta impactos preocupantes Entre 2010 e 2019 foram registrados 56870 casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil segundo dados oficiais do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas SINITOX Estimativas indicam que o número real pode ultrapassar 13 milhão de pessoas intoxicadas no período considerando a subnotificação recorrente especialmente em áreas rurais Pignati et al 2020 2020 não aparece nas referencias bibliográficas so pignati 2017 Essa discrepância demonstra a gravidade do problema uma vez que estudos apontam que apenas uma fração dos casos chega a ser notificada aos serviços de saúde Citação Além disso é importante destacar que a toxicidade dos agrotóxicos não se limita aos efeitos agudos como náuseas vômitos tonturas e reações imediatas após a exposição Pesquisas evidenciam que mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade podem desencadear efeitos crônicos incluindo alterações neurológicas disfunções endócrinas infertilidade malformações congênitas e diferentes tipos de câncer Carneiro et al 2015 Tais efeitos são potencializados pela exposição contínua e cumulativa especialmente em trabalhadores rurais comunidades vizinhas a plantações e consumidores que ingerem alimentos com resíduos acima do limite permitido Citação O impacto ambiental também merece atenção uma vez que os agrotóxicos podem contaminar o solo os recursos hídricos e a biodiversidade local Substâncias como glifosato 24D e neonicotinóides têm sido associadas ao declínio populacional de polinizadores como abelhas essenciais para a manutenção dos ecossistemas e para a produção de alimentos Silva 6 Carvalho 2019 não aparece nas referencia bibliográfica Esse processo gera um ciclo de dependência no qual o uso intensivo de químicos causa desequilíbrios ambientais que por sua vez exigem o emprego de mais agrotóxicos Citação Dessa forma observase um paradoxo de um lado os agrotóxicos promovem ganhos econômicos ampliam a competitividade do agronegócio brasileiro e garantem altas produtividades De outro representam sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente levantando questionamentos sobre a sustentabilidade desse modelo de produção agrícola O debate em torno do uso de agrotóxicos no Brasil portanto exige uma análise crítica que considere tanto os benefícios econômicos quanto os impactos negativos permitindo avaliar se a lógica da produtividade compensa os danos gerados à sociedade e à natureza Citação 2 JUSTIFICATIVA A presente pesquisa destacase como relevante em virtude da crescente utilização dos agrotóxicos no Brasil país que destacase como um dos maiores consumidores mundiais de tais produtos Conquanto os defensivos agrícolas tenham contribuído de modo significativo para o aumento da produtividade e manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro sua utilização indiscriminada e na maioria das vezes inadequada tem suscitado preocupações significativas no campo da saúde pública bem como da sustentabilidade ambiental Destarte a importância desta pesquisa centrase na necessidade da discussão crítica concernente à dualidade que permeia o uso dos agrotóxicos de um lado encontrase os benefícios associados ao controle de pragas e aumento da produção em contrapartida há os riscos que as substâncias supracitadas representam aos trabalhadores rurais para o consumidor e para o equilíbrio dos ecossistemas Tal análise é caracterizada como essencial a fim de que os 7 profissionais da Agronomia possam compreender os aspectos técnicos econômicos e os impactos sociais ocasionados pela utilização desses insumos De mais a mais contribuirá na ampliação da prática acadêmica e profissional do agrônomo fornecendo subsídios teóricos à adoção de práticas mais sustentáveis tais como o manejo integrado de pragas e a utilização de técnicas agroecológicas Assim visamos apoiar a formação crítica e reflexiva dos futuros profissionais corroborando sua capacidade de atuar de modo responsável e consciente frente aos desafios da contemporaneidade 3 OBJETIVOS 32 GERAL Analisar os benefícios e os danos ocasionados pela utilização dos agrotóxicos na agricultura enfatizando seus impactos sobre a produtividade a saúde humana e o meio ambiente 32 ESPECÍFICOS Identificar os principais tipos de agrotóxicos utilizados na agricultura brasileira e suas finalidades Examinar os efeitos positivos da utilização de agrotóxicos especialmente em relação ao aumento da produtividade e ao controle de pragas Investigar os danos potenciais dos agrotóxicos à saúde humana com 8 ênfase nos trabalhadores rurais e consumidores Analisar os impactos ambientais resultantes da aplicação de defensivos agrícolas considerando a contaminação do solo da água e da biodiversidade 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS O uso de agrotóxicos na agricultura é um tema amplamente debatido devido ao seu caráter ambivalente ao mesmo tempo em que promove ganhos na produtividade e na qualidade dos alimentos também gera sérios impactos à saúde humana e ao meio ambiente Segundo Carvalho 2017 os agrotóxicos podem ser definidos como substâncias químicas ou biológicas destinadas a eliminar pragas agrícolas possuindo portanto ação biocida Essa propriedade que garante a eficiência no controle das pragas também representa riscos consideráveis para os organismos vivos uma vez que tais substâncias podem ser absorvidas pela pele inaladas ou ingeridas ocasionando intoxicações e doenças crônicas Conforme destaca Silva 2020 9 Os efeitos adversos dos agrotóxicos à saúde dependem de suas características químicas da quantidade absorvida ou ingerida do tempo de exposição e das condições gerais de saúde da pessoa contaminada p 15 Assim mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade podem gerar problemas toxicológicos relevantes quando utilizados de forma repetitiva devido ao acúmulo no organismo humano Esses riscos atingem principalmente trabalhadores rurais que mantêm contato direto e contínuo com tais substâncias constituindo o grupo mais vulnerável dentro da cadeia produtiva De acordo com Pignati et al 2017 os trabalhadores agrícolas estão expostos de forma direta por meio da manipulação dos produtos mas também de maneira indireta ao residirem próximos às áreas de cultivo e consumirem água e alimentos contaminados Por outro lado diversos autores enfatizam que o uso de defensivos agrícolas foi determinante para o aumento da produção de alimentos nas últimas décadas De acordo com Almeida e Gomes 2019 O fortalecimento da agricultura em larga escala garantindo maior oferta de alimentos a preços acessíveis e contribuindo para a segurança alimentar p 42 Sob esse ponto de vista o uso desses insumos estaria diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e à manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados interno e externo Dados do Ministério da Agricultura indicam que culturas como a soja o milho e a canadeaçúcar são as que mais demandam agrotóxicos sendo também responsáveis pela maior parcela das exportações brasileiras MAPA 2021 Dessa forma os defensivos agrícolas passaram a ser considerados ferramentas indispensáveis à manutenção do modelo agrícola vigente Além disso estudos recentes apontam que o Brasil figura entre os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo o que reflete a centralidade dessas substâncias no modelo de produção agrícola adotado Esse padrão de uso porém levanta debates sobre sustentabilidade e dependência química já que a produtividade está diretamente vinculada ao acesso a insumos externos tornando a 10 agricultura vulnerável a pressões de mercado e aos riscos socioambientais Citação Contudo a expansão indiscriminada do uso de agrotóxicos tem gerado problemas ambientais de grandes proporções Estudos de Faria 2021 apontam que resíduos de pesticidas permanecem no solo e na água por longos períodos alterando as condições ecológicas reduzindo a biodiversidade e afetando espécies não alvo Além disso como ressaltam Santos et al 2018 o processo de biomagnificação faz com que pequenas concentrações de substâncias tóxicas se acumulem na cadeia alimentar aumentando gradualmente sua presença em organismos superiores incluindo os seres humanos Nesse sentido o impacto ambiental dos agrotóxicos transcende o espaço rural afetando ecossistemas inteiros e comprometendo serviços ambientais essenciais Um exemplo emblemático é a contaminação de recursos hídricos Pesquisas conduzidas em regiões agrícolas brasileiras identificaram a presença de resíduos de herbicidas como o glifosato em águas superficiais e subterrâneas comprometendo não apenas a fauna aquática mas também a qualidade da água destinada ao consumo humano Rigotto et al 2014 Essa realidade é agravada pelo fato de que muitos desses compostos possuem alta persistência ambiental permanecendo ativos mesmo após longos períodos Além disso os impactos não se restringem ao ambiente físico A literatura científica tem apontado os efeitos dos agrotóxicos sobre polinizadores como as abelhas fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para a produção de diversos alimentos A redução populacional desses insetos associada ao uso indiscriminado de pesticidas constitui um problema ambiental e econômico de escala global Outro ponto central na discussão é a relação entre os agrotóxicos e a saúde pública Pesquisas demonstram que a exposição contínua a essas substâncias pode desencadear doenças neurológicas câncer distúrbios endócrinos problemas respiratórios e malformações congênitas Carneiro et al 2015 A Organização Mundial da Saúde já reconheceu que milhões de pessoas no mundo sofrem com 11 intoxicações agudas anuais decorrentes da manipulação ou consumo de alimentos contaminados No Brasil os registros de intoxicação revelam um quadro preocupante De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas SINITOX milhares de casos são notificados anualmente embora se estime que a subnotificação seja elevada especialmente em regiões rurais Essa lacuna nos dados reforça a vulnerabilidade das populações diretamente expostas como trabalhadores rurais e comunidades próximas às áreas de monocultura Cabe destacar também o impacto diferenciado sobre grupos sociais mais fragilizados Pequenos agricultores trabalhadores assalariados e comunidades tradicionais frequentemente têm menos acesso a equipamentos de proteção individual informação técnica e serviços de saúde adequados o que agrava os riscos da exposição Assim o debate sobre agrotóxicos extrapola a esfera da saúde individual e se insere no campo da justiça social e ambiental Diante desses efeitos cresce a necessidade de se investir em alternativas sustentáveis O manejo integrado de pragas MIP e a agricultura orgânica têm sido defendidos como práticas capazes de reduzir a dependência dos agrotóxicos sintéticos Para Souza 2019 O uso de técnicas agroecológicas representa não apenas uma estratégia ambiental mas também social pois contribui para a promoção da saúde e para a valorização do trabalho agrícola de forma mais segura p 58 Experiências agroecológicas desenvolvidas em regiões do semiárido brasileiro demonstram que é possível manter níveis satisfatórios de produtividade sem recorrer ao uso intensivo de pesticidas por meio da diversificação de culturas do controle biológico de pragas e do uso de insumos naturais Altieri Nicholls 2020 Tais iniciativas revelam alternativas viáveis para conciliar o aumento da produção com a preservação ambiental e a proteção da saúde humana Essas práticas ainda enfrentam desafios de escala e de inserção no mercado mas representam caminhos para diminuir a dependência química e promover um modelo agrícola mais justo e sustentável 12 Outro ponto relevante é a regulação do uso de agrotóxicos no Brasil A legislação brasileira estabelece normas rígidas quanto à produção comercialização e aplicação desses produtos cabendo a órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA e o Ministério da Agricultura a fiscalização das práticas agrícolas Entretanto como observa Mendes 2022 a falta de capacitação técnica de muitos agricultores e a insuficiência de ações fiscalizatórias favorecem o uso inadequado e excessivo dessas substâncias Essa realidade resulta na intensificação dos riscos à saúde pública e na degradação ambiental De acordo com Rigotto et al 2014 a regulação brasileira ainda apresenta fragilidades sobretudo em relação ao registro de novos produtos Nos últimos anos houve um aumento significativo de liberações de novos agrotóxicos muitos deles contendo princípios ativos já proibidos em outros países por comprovados riscos ambientais e toxicológicos Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com padrões internacionais de segurança Políticas de incentivo à transição agroecológica à capacitação de trabalhadores e ao fortalecimento da assistência técnica rural podem contribuir para minimizar os riscos do uso de defensivos agrícolas Ao mesmo tempo é essencial que os órgãos de fiscalização disponham de recursos humanos e tecnológicos suficientes para garantir a aplicação efetiva da legislação vigente Citação Portanto observase que a literatura aponta para uma dualidade no uso dos agrotóxicos ao mesmo tempo que garantem eficiência produtiva e ganhos econômicos também acarretam consequências negativas para a saúde e o meio ambiente É nesse equilíbrio entre benefícios e riscos que se encontra o grande desafio contemporâneo promover a produtividade agrícola sem comprometer a sustentabilidade ambiental e a segurança da população Carneiro et al 2015 Além dos problemas já mencionados outro aspecto relevante é a dependência estrutural do modelo agrícola brasileiro em relação aos agrotóxicos Segundo Carneiro et al 2015 essa dependência cria um ciclo vicioso quanto mais os sistemas de monocultura se expandem maior é a necessidade de pesticidas para controlar pragas que se adaptam rapidamente Isso acaba comprometendo a 13 resiliência natural dos ecossistemas e reforçando a lógica de uso intensivo de produtos químicos Outro fator que merece destaque é o impacto econômico indireto causado pelos danos ambientais Rigotto et al 2014 ressaltam que a contaminação de solos e águas implica custos adicionais para o tratamento de recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas Nesse sentido parte do ganho econômico obtido com a alta produtividade pode ser anulada pelos custos sociais e ambientais configurando o que economistas denominam de externalidades negativas Também é importante mencionar o debate sobre o registro e a liberação de novos produtos no Brasil Mendes 2022 observa que o país tem autorizado em ritmo acelerado substâncias que já foram banidas em outros países o que evidencia fragilidades regulatórias O autor afirma O Brasil tem se tornado um dos países mais permissivos no que diz respeito à aprovação de novos agrotóxicos muitos deles já rejeitados em outras nações por comprovados efeitos nocivos ao ambiente e à saúde Isso demonstra não apenas uma falha regulatória mas também uma opção política que prioriza os interesses econômicos em detrimento da proteção ambiental e social MENDES 2022 p 77 Por fim cabe ressaltar que a construção de uma agricultura sustentável exige políticas públicas integradas que envolvam pesquisa científica extensão rural e conscientização social Como defendem Altieri e Nicholls 2020 a agroecologia não deve ser vista apenas como um conjunto de técnicas mas como um novo paradigma produtivo Esse paradigma valoriza o conhecimento tradicional promove a diversidade agrícola e busca romper com a lógica de dependência de insumos químicos criando condições mais equilibradas entre produção saúde e meio ambiente 14 5 METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho será feito através de uma revisão da literatura de forma qualitativa e exploratória com o objetivo de identificar reunir e analisar estudos sobre os benefícios e os prejuízos do uso de agrotóxicos na agricultura A pesquisa será realizada entre março e abril de 2026 consultando bases de dados científicas reconhecidas como a Biblioteca Virtual em Saúde BVS Web of Science PubMed e SciELO além de fontes institucionais e governamentais como publicações da EMBRAPA e relatórios de empresas do setor agrícola como Bayer AgroSciences e Syngenta 15 Para realizar as buscas será utilizado palavraschave como agrotóxicos defensivos agrícolas contaminação problemas ambientais benefícios e produtividade agrícola Consideramos artigos publicados entre 2020 e 2024 em português e inglês que apresentassem resultados relevantes sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde das pessoas no meio ambiente e na produção agrícola Na hora de escolher o que incluir na análise será priorizado estudos originais revisões sistemáticas relatórios técnicos e documentos de instituições que abordassem diretamente os efeitos positivos e negativos do uso de agrotóxicos Trabalhos repetidos opiniões sem respaldo científico ou materiais sem comprovação científica foram descartados Após selecionar os materiais realizamos uma análise de conteúdo das informações coletadas com foco em identificar as principais categorias de benefícios como aumento da produtividade controle de pragas e competitividade do setor agrícola e de danos tais como toxicidade para os seres humanos degradação ambiental bioacumulação e riscos socioeconômicos Esse procedimento ajudou a organizar os dados de forma sistemática oferecendo uma visão ampla e crítica sobre o tema Assim a metodologia adotada garantiu a consistência da revisão e criou uma base teórica sólida para a discussão dos resultados obtidos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA João P GOMES Ricardo A O impacto dos defensivos agrícolas na produtividade e competitividade do agronegócio brasileiro Revista de Estudos Rurais v 7 n 2 p 3952 2019 ALTIERI Miguel A NICHOLLS Clara I Agroecologia princípios e estratégias para uma agricultura sustentável São Paulo Expressão Popular 2020 BRASIL Ministério do Meio Ambiente Lei nº 7802 de 11 de julho de 1989 Dispõe sobre a pesquisa a experimentação a produção a embalagem e 16 rotulagem o transporte o armazenamento a comercialização a propaganda comercial a utilização a importação a exportação o destino final dos resíduos e embalagens o registro a classificação o controle a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos Disponível em httpwwwplanaltogovbr Acesso em 3 set 2025 CARNEIRO Fernando F et al Dossiê ABRASCO um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde Rio de Janeiro EPSJVFiocruz São Paulo Expressão Popular 2015 CARVALHO Adriana F Agrotóxicos e saúde riscos ocupacionais e impactos ambientais Cadernos de Saúde Pública v 33 n 7 p 110 2017 FARIA Luiz H Contaminação ambiental por agrotóxicos efeitos no solo na água e na biodiversidade Revista Brasileira de Ciências Ambientais v 56 n 4 p 101118 2021 MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Relatório de atividades uso de agrotóxicos nas culturas brasileiras Brasília MAPA 2021 MENDES Paula R O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil desafios para a saúde pública e para a sustentabilidade ambiental Revista Direito e Sociedade v 12 n 3 p 7793 2022 OMS Organização Mundial da Saúde World health statistics 2018 monitoring health for the SDGs Geneva World Health Organization 2018 PIGNATI Wanderlei A et al Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil uma ferramenta para a vigilância em saúde Ciência Saúde Coletiva v 22 n 10 p 32813293 2017 RIGOTTO Raquel M et al Agrotóxicos saúde e ambiente uma introdução ao tema Fortaleza UFC 2014 SANTOS Beatriz M et al Biomagnificação de pesticidas e impactos sobre a cadeia alimentar Revista de Toxicologia Ambiental v 24 n 1 p 6580 2018 SILVA Carlos E Exposição ocupacional a agrotóxicos e impactos na saúde do trabalhador rural Revista Brasileira de Saúde Ocupacional v 45 n 2 p 12 20 2020 SOUZA Mariana P Agroecologia como alternativa ao uso de agrotóxicos 17 perspectivas e desafios Revista de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável v 14 n 1 p 5563 2019 UNOPAR ANHANGUERA PRÉPROJETO AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA PALMASTO 2025 UNOPAR ANHANGUERA AGRONOMIA PALMASTO 2025 AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA BRASILEIRA BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E RISCOS À SAÚDE HUMANA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO4 2 JUSTIFICATIVA7 3 OBJETIVOS8 32 GERAL8 321 ESPECÍFICOS8 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS9 5 METODOLOGIA DA PESQUISA14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS15 4 1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO Os agrotóxicos são substâncias criadas para combater organismos considerados nocivos às plantações como insetos fungos bactérias e ervas daninhas Tais produtos podem ser formulados a partir de compostos químicos ou biológicos tendo como finalidade preservar a produtividade agrícola diante do avanço de pragas Silva 2005 No entanto ainda que contribuam para garantir maior rendimento das lavouras essas substâncias representam riscos significativos à saúde humana e ao meio ambiente visto que podem ser absorvidas pela pele inaladas ou ingeridas por meio de alimentos contaminados Os efeitos adversos causados à saúde variam conforme a toxicidade do agrotóxico a dose o tempo de exposição e as condições gerais de saúde do indivíduo Silva 2005 No cenário brasileiro o uso desses produtos se intensificou de forma acelerada nas últimas décadas em especial devido à expansão do agronegócio e à adoção de modelos de produção em larga escala voltados principalmente para a exportação de commodities agrícolas Dados mostram que entre 2010 e 2020 houve um aumento de aproximadamente 783 na quantidade de ingredientes ativos comercializados passando de 3845 mil toneladas em 2010 para 6857 mil toneladas em 2020 Soares Porto 2022 Em 2021 o consumo chegou a 720 mil toneladas número quase quatro vezes superior ao registrado em 2003 183 mil toneladas Carneiro et al 2021 Tais índices consolidaram o Brasil como o maior consumidor mundial de agrotóxicos superando até mesmo países de forte tradição agrícola como Estados Unidos e China Agrolink 2022 Essa liderança embora justificada por parte do setor produtivo como consequência da necessidade de proteger grandes áreas cultivadas levanta debates importantes sobre o modelo agrícola brasileiro Ao priorizar monocultivos em larga escala há uma maior vulnerabilidade às pragas o que aumenta a dependência de substâncias químicas A maior parte do consumo nacional concentrase nas regiões Sudeste 38 Sul 31 e CentroOeste 23 justamente onde se localizam as áreas de maior produção de soja milho e canadeaçúcar culturas altamente dependentes do uso de defensivos agrícolas Agrolink 2022 A intensificação do uso de tais substâncias está relacionada não apenas à expansão da fronteira agrícola mas também à busca por maior produtividade em áreas já cultivadas Isso cria um cenário no qual os benefícios econômicos são evidentes aumento das exportações geração de divisas e fortalecimento da balança comercial Entretanto o crescimento desse mercado acarreta impactos preocupantes Entre 2010 e 2019 foram registrados 56870 casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil 5 segundo dados oficiais do Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas SINITOX Estimativas do Ministério da Saúde apontam que o número real de intoxicações por agrotóxicos pode ser consideravelmente maior do que o registrado oficialmente em razão da subnotificação recorrente sobretudo em áreas rurais onde o acesso aos serviços de saúde é mais limitado Esse quadro se torna ainda mais preocupante ao considerar a vulnerabilidade de crianças e adolescentes aproximadamente 15 dos casos notificados envolvem indivíduos entre 0 e 19 anos de idade Dentro desse grupo destacamse episódios envolvendo bebês de até 1 ano revelando que a exposição a essas substâncias ocorre em fases extremamente precoces da vida Entre 2010 e 2019 por exemplo foram confirmados 542 casos de intoxicação em crianças de 0 a 1 ano evidenciando que o problema não é pontual mas sim uma realidade que afeta diferentes faixas etárias inclusive as mais frágeis da população BOELL 2023 Além disso é importante destacar que a toxicidade dos agrotóxicos não se limita aos efeitos agudos como náuseas vômitos tonturas e outras reações imediatas após a exposição Pesquisas demonstram que mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade têm potencial para desencadear efeitos crônicos incluindo alterações neurológicas disfunções endócrinas infertilidade malformações congênitas e diferentes tipos de câncer Brandalize et al 2024 Tais efeitos são potencializados pela exposição contínua e cumulativa especialmente em trabalhadores rurais comunidades vizinhas a plantações e consumidores que ingerem alimentos com resíduos acima dos limites permitidos O impacto ambiental também merece atenção uma vez que agrotóxicos podem contaminar solos recursos hídricos e afetar a biodiversidade local Substâncias como glifosato 24D e neonicotinóides têm sido associadas ao declínio populacional de polinizadores tais como abelhas essenciais para a manutenção dos ecossistemas e para a produção de alimentos Carneiro et al 2015 Esse processo gera um ciclo de dependência no qual o uso intensivo de químicos causa desequilíbrios ambientais que por sua vez exigem o emprego de mais agrotóxicos Tosi Nieh 2017 CardosoNunes et al 2024 Dessa forma observase um paradoxo de um lado os agrotóxicos promovem ganhos econômicos ampliam a competitividade do agronegócio brasileiro e garantem altas produtividades De outro representam sérios riscos à saúde pública e ao meio ambiente levantando questionamentos sobre a sustentabilidade desse modelo de produção agrícola Pesquisas como Rural workers health and productivity an economic assessment of pesticide use in Minas Gerais Brazil feita por Soares e colaboradores 2002 evidencia 6 que embora o uso de pesticidas reduza perdas de safra seus custos em saúde intoxicações tratamentos podem reduzir significativamente esses ganhos econômicos quando internalizados no cálculo municípios de Minas Gerais Nesse sentido o debate em torno do uso de agrotóxicos no Brasil exige uma análise crítica que considere tanto os benefícios econômicos quanto os impactos negativos permitindo avaliar se a lógica da produtividade compensa os danos gerados à sociedade e à natureza 7 2 JUSTIFICATIVA A presente pesquisa destacase como relevante em virtude da crescente utilização dos agrotóxicos no Brasil país que destacase como um dos maiores consumidores mundiais de tais produtos Conquanto os defensivos agrícolas tenham contribuído de modo significativo para o aumento da produtividade e manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro sua utilização indiscriminada e na maioria das vezes inadequada tem suscitado preocupações significativas no campo da saúde pública bem como da sustentabilidade ambiental Destarte a importância desta pesquisa centrase na necessidade da discussão crítica concernente à dualidade que permeia o uso dos agrotóxicos de um lado encontrase os benefícios associados ao controle de pragas e aumento da produção em contrapartida há os riscos que as substâncias supracitadas representam aos trabalhadores rurais para o consumidor e para o equilíbrio dos ecossistemas Tal análise é caracterizada como essencial a fim de que os profissionais da Agronomia possam compreender os aspectos técnicos econômicos e os impactos sociais ocasionados pela utilização desses insumos A importância deste estudo portanto concentrase na necessidade de fomentar uma discussão crítica acerca da dualidade que permeia o uso dos agrotóxicos Tal análise deve integrar não apenas os benefícios agronômicos e econômicos mas também os custos sociais sanitários e ambientais que muitas vezes permanecem ocultos nos cálculos de produtividade Para os profissionais da Agronomia essa reflexão é fundamental pois oferece subsídios para compreender a complexidade envolvida na tomada de decisões relacionadas ao manejo agrícola indo além de uma perspectiva estritamente produtivista Nesse contexto a pesquisa contribui para a consolidação da prática acadêmica e profissional do agrônomo ao oferecer fundamentos teóricos que favorecem a adoção de estratégias mais sustentáveis como o manejo integrado de pragas o uso racional de insumos químicos e a incorporação de técnicas agroecológicas Ao estimular a formação crítica e reflexiva pretendese fortalecer a capacidade desses profissionais de atuar de modo responsável ético e consciente frente aos desafios contemporâneos que envolvem a segurança alimentar a saúde coletiva e a preservação ambiental 8 3 OBJETIVOS 32 GERAL Analisar os benefícios e os danos ocasionados pela utilização dos agrotóxicos na agricultura enfatizando seus impactos sobre a produtividade a saúde humana e o meio ambiente 321 ESPECÍFICOS Identificar os principais tipos de agrotóxicos utilizados na agricultura brasileira e suas finalidades Examinar os efeitos positivos da utilização de agrotóxicos especialmente em relação ao aumento da produtividade e ao controle de pragas Investigar os danos potenciais dos agrotóxicos à saúde humana com ênfase nos trabalhadores rurais e consumidores Analisar os impactos ambientais resultantes da aplicação de defensivos agrícolas considerando a contaminação do solo da água e da biodiversidade 9 4 REFERENCIAIS TEÓRICOS O uso de agrotóxicos na agricultura constitui um tema amplamente debatido em virtude de seu caráter ambivalente ao mesmo tempo em que possibilita ganhos expressivos na produtividade e contribui para a padronização e qualidade dos alimentos ofertados à população também acarreta impactos severos à saúde humana e ao meio ambiente Segundo Carvalho 2017 os agrotóxicos podem ser definidos como substâncias químicas ou biológicas desenvolvidas com a finalidade de eliminar repelir ou controlar pragas agrícolas caracterizandose portanto por sua ação biocida Entretanto a mesma propriedade que assegura a eficácia no combate a organismos indesejáveis também implica riscos consideráveis para diferentes formas de vida dado que essas substâncias não apresentam seletividade absoluta A exposição pode ocorrer por diferentes vias dérmica respiratória ou oral resultando em intoxicações agudas frequentemente associadas a sintomas como náuseas vômitos cefaleia e dificuldades respiratórias além de potenciais efeitos crônicos como distúrbios neurológicos desregulação endócrina infertilidade malformações congênitas e câncer Esse conjunto de fatores reforça a necessidade de uma análise crítica e multidisciplinar acerca do uso de agrotóxicos considerando não apenas sua contribuição para o agronegócio mas também os custos sociais sanitários e ecológicos associados à sua utilização contínua Em sua obra Silva 2020 reforça essa discussão Os efeitos adversos dos agrotóxicos à saúde dependem de suas características químicas da quantidade absorvida ou ingerida do tempo de exposição e das condições gerais de saúde da pessoa contaminada p 15 Assim mesmo produtos classificados como de baixa toxicidade podem gerar problemas toxicológicos significativos quando utilizados de forma repetitiva em virtude da capacidade de bioacumulação e dos efeitos cumulativos no organismo humano Esses riscos incidem sobretudo sobre os trabalhadores rurais que representam o elo mais vulnerável da cadeia produtiva por manterem contato direto e contínuo com tais substâncias De acordo com Pignati et al 2017 a exposição desses profissionais ocorre de forma direta durante a preparação manipulação e aplicação dos produtos mas também de modo indireto ao residirem em áreas próximas às plantações inalarem partículas suspensas no ar e consumirem 10 água ou alimentos contaminados Tais condições agravam a suscetibilidade desse grupo a intoxicações agudas e doenças crônicas frequentemente associadas à elevada carga ocupacional de agrotóxicos Por outro lado diversos autores enfatizam que o uso de defensivos agrícolas foi determinante para o aumento da produção de alimentos nas últimas décadas De acordo com Almeida e Gomes 2019 O fortalecimento da agricultura em larga escala garantindo maior oferta de alimentos a preços acessíveis e contribuindo para a segurança alimentar p 42 Sob esse ponto de vista o uso desses insumos estaria diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e à manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados interno e externo Dados do Ministério da Agricultura indicam que culturas como a soja o milho e a canadeaçúcar são as que mais demandam agrotóxicos sendo também responsáveis pela maior parcela das exportações brasileiras MAPA 2021 Dessa forma os defensivos agrícolas passaram a ser considerados ferramentas indispensáveis à manutenção do modelo agrícola vigente Além disso estudos recentes apontam que o Brasil figura entre os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo o que reflete a centralidade dessas substâncias no modelo de produção agrícola adotado Esse padrão de uso porém levanta debates sobre sustentabilidade e dependência química já que a produtividade está diretamente vinculada ao acesso a insumos externos tornando a agricultura vulnerável a pressões de mercado e aos riscos socioambientais Pignati et al 2017 Fernandes et al 2020 Contudo a expansão indiscriminada do uso de agrotóxicos tem gerado problemas ambientais de grandes proporções Estudos de Faria 2021 apontam que resíduos de pesticidas permanecem no solo e na água por longos períodos alterando as condições ecológicas reduzindo a biodiversidade e afetando espécies não alvo Além disso como ressaltam Santos e colaboradores 2018 o processo de biomagnificação faz com que pequenas concentrações de substâncias tóxicas se acumulem na cadeia alimentar aumentando gradualmente sua presença em organismos superiores incluindo os seres humanos Carneiro et al 2025 Nesse sentido o impacto ambiental dos agrotóxicos transcende o espaço rural afetando ecossistemas inteiros e comprometendo serviços ambientais essenciais 11 Um exemplo emblemático é a contaminação de recursos hídricos Pesquisas conduzidas em regiões agrícolas brasileiras identificaram a presença de resíduos de herbicidas como o glifosato em águas superficiais e subterrâneas comprometendo não apenas a fauna aquática mas também a qualidade da água destinada ao consumo humano Rigotto et al 2014 Essa realidade é agravada pelo fato de que muitos desses compostos possuem alta persistência ambiental permanecendo ativos mesmo após longos períodos Pesquisas demonstram que a exposição contínua a essas substâncias pode desencadear doenças neurológicas câncer distúrbios endócrinos problemas respiratórios e malformações congênitas No Brasil os registros de intoxicação revelam um quadro preocupante de 2014 a 2023 foram notificados 48006 casos de intoxicação por agrotóxicos agrícolas com predomínio masculino faixa etária adulta e exposições ocupacionais Grande parte desses casos possivelmente não é notificada especialmente em regiões rurais o que evidencia a vulnerabilidade das populações diretamente expostas Lima et al 2025 Cabe destacar também o impacto diferenciado sobre grupos sociais mais fragilizados Pequenos agricultores trabalhadores assalariados e comunidades tradicionais frequentemente têm menos acesso a equipamentos de proteção individual a informação técnica adequada e a serviços de saúde o que intensifica os efeitos adversos Nesse sentido o debate sobre agrotóxicos extrapola a esfera da saúde individual e se insere no campo da justiça social e ambiental Diante desses efeitos cresce a necessidade de se investir em alternativas sustentáveis O manejo integrado de pragas MIP e a agricultura orgânica têm sido defendidos como práticas capazes de reduzir a dependência dos agrotóxicos sintéticos Para Souza 2019 O uso de técnicas agroecológicas representa não apenas uma estratégia ambiental mas também social pois contribui para a promoção da saúde e para a valorização do trabalho agrícola de forma mais segura p 58 Experiências agroecológicas desenvolvidas em regiões do semiárido brasileiro demonstram que é possível manter níveis satisfatórios de produtividade sem recorrer ao uso intensivo de pesticidas por meio da diversificação de culturas do controle biológico de pragas e do uso de insumos naturais Altieri Nicholls 2020 Tais iniciativas revelam alternativas viáveis para conciliar o aumento da produção com a preservação ambiental e a proteção da saúde humana 12 Essas práticas ainda enfrentam desafios de escala e de inserção no mercado mas representam caminhos para diminuir a dependência química e promover um modelo agrícola mais justo e sustentável Outro ponto relevante é a regulação do uso de agrotóxicos no Brasil A legislação brasileira estabelece normas rígidas quanto à produção comercialização e aplicação desses produtos cabendo a órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA e o Ministério da Agricultura a fiscalização das práticas agrícolas Entretanto como observa Mendes 2022 a falta de capacitação técnica de muitos agricultores e a insuficiência de ações fiscalizatórias favorecem o uso inadequado e excessivo dessas substâncias Essa realidade resulta na intensificação dos riscos à saúde pública e na degradação ambiental De acordo com Rigotto et al 2014 a regulação brasileira ainda apresenta fragilidades sobretudo em relação ao registro de novos produtos Nos últimos anos houve um aumento significativo de liberações de novos agrotóxicos muitos deles contendo princípios ativos já proibidos em outros países por comprovados riscos ambientais e toxicológicos Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com padrões internacionais de segurança Políticas de incentivo à transição agroecológica à capacitação de trabalhadores e ao fortalecimento da assistência técnica rural podem contribuir para minimizar os riscos do uso de defensivos agrícolas Ao mesmo tempo é essencial que os órgãos de fiscalização disponham de recursos humanos e tecnológicos suficientes para garantir a aplicação efetiva da legislação vigente Alves e Albuquerque 2018 Portanto observase que a literatura aponta para uma dualidade no uso de agrotóxicos ao mesmo tempo que garantem eficiência produtiva e ganhos econômicos também acarretam consequências negativas para a saúde e o meio ambiente É nesse equilíbrio entre benefícios e riscos que se encontra o grande desafio contemporâneo promover a produtividade agrícola sem comprometer a sustentabilidade ambiental e a segurança da população Alves Albuquerque 2018 Além dos problemas já mencionados outro aspecto relevante é a dependência estrutural do modelo agrícola brasileiro em relação aos agrotóxicos Segundo Carneiro et al 2015 essa dependência cria um ciclo vicioso quanto mais os sistemas de monocultura se expandem maior é a necessidade de pesticidas para controlar pragas que se adaptam 13 rapidamente Isso acaba comprometendo a resiliência natural dos ecossistemas e reforçando a lógica de uso intensivo de produtos químicos Outro fator que merece destaque é o impacto econômico indireto causado pelos danos ambientais Rigotto e colaboradores 2014 ressaltam que a contaminação de solos e águas implica custos adicionais para o tratamento de recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas Nesse sentido parte do ganho econômico obtido com a alta produtividade pode ser anulada pelos custos sociais e ambientais configurando o que economistas denominam de externalidades negativas Também é importante mencionar o debate sobre o registro e a liberação de novos produtos no Brasil Mendes 2022 observa que o país tem autorizado em ritmo acelerado substâncias que já foram banidas em outros países o que evidencia fragilidades regulatórias O autor afirma O Brasil tem se tornado um dos países mais permissivos no que diz respeito à aprovação de novos agrotóxicos muitos deles já rejeitados em outras nações por comprovados efeitos nocivos ao ambiente e à saúde Isso demonstra não apenas uma falha regulatória mas também uma opção política que prioriza os interesses econômicos em detrimento da proteção ambiental e social MENDES 2022 p 77 Por fim cabe ressaltar que a construção de uma agricultura sustentável exige políticas públicas integradas que envolvam pesquisa científica extensão rural e conscientização social Como defendem Altieri e Nicholls 2020 a agroecologia não deve ser vista apenas como um conjunto de técnicas mas como um novo paradigma produtivo Esse paradigma valoriza o conhecimento tradicional promove a diversidade agrícola e busca romper com a lógica de dependência de insumos químicos criando condições mais equilibradas entre produção saúde e meio ambiente 14 5 METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho será feito através de uma revisão da literatura de forma qualitativa e exploratória com o objetivo de identificar reunir e analisar estudos sobre os benefícios e os prejuízos do uso de agrotóxicos na agricultura A pesquisa será realizada entre março e abril de 2026 consultando bases de dados científicas reconhecidas como a Biblioteca Virtual em Saúde BVS Web of Science PubMed e SciELO além de fontes institucionais e governamentais como publicações da EMBRAPA e relatórios de empresas do setor agrícola como Bayer AgroSciences e Syngenta Para realizar as buscas será utilizado palavraschave como agrotóxicos defensivos agrícolas contaminação problemas ambientais benefícios e produtividade agrícola Consideramos artigos publicados entre 2020 e 2024 em português e inglês que apresentassem resultados relevantes sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde das pessoas no meio ambiente e na produção agrícola Na hora de escolher o que incluir na análise será priorizado estudos originais revisões sistemáticas relatórios técnicos e documentos de instituições que abordassem diretamente os efeitos positivos e negativos do uso de agrotóxicos Trabalhos repetidos opiniões sem respaldo científico ou materiais sem comprovação científica foram descartados Após selecionar os materiais realizamos uma análise de conteúdo das informações coletadas com foco em identificar as principais categorias de benefícios como aumento da produtividade controle de pragas e competitividade do setor agrícola e de danos tais como toxicidade para os seres humanos degradação ambiental bioacumulação e riscos socioeconômicos 15 Esse procedimento ajudou a organizar os dados de forma sistemática oferecendo uma visão ampla e crítica sobre o tema Assim a metodologia adotada garantiu a consistência da revisão e criou uma base teórica sólida para a discussão dos resultados obtidos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA João P GOMES Ricardo A O impacto dos defensivos agrícolas na produtividade e competitividade do agronegócio brasileiro Revista de Estudos Rurais v 7 n 2 p 3952 2019 ALVES Carla V CAVALCANTI Guilherme Souza SOUSA et al Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental uma revisão sistemática Saúde em Debate Rio de Janeiro v 42 n 117 p 518534 abrjun 2018 DOI httpsdoiorg1015900103 1104201811714 ALTIERI Miguel A NICHOLLS Clara I Agroecologia princípios e estratégias para uma agricultura sustentável São Paulo Expressão Popular 2020 BOELL Fundação Heinrich Atlas do agrotóxico 2023 São Paulo Fundação Heinrich Boell Brasil 2023 Disponível em httpsbrboellorgsitesdefaultfiles202312atlasdo agrotoxico2023pdf BRANDALIZE A P C RÓDIO G R ROSSET I G et al Pesticides exposure and consequences to human health Research Society and Development v 10 n 8 2024 DOI httpsdoiorg1033448rsdv10i817526 BRASIL Ministério do Meio Ambiente Lei nº 7802 de 11 de julho de 1989 Dispõe sobre a pesquisa a experimentação a produção a embalagem e rotulagem o transporte o armazenamento a comercialização a propaganda comercial a utilização a importação a exportação o destino final dos resíduos e embalagens o registro a classificação o controle a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos Disponível em httpwwwplanaltogovbr 16 Acesso em 3 set 2025 CARDOSONUNES W LUCAS DE ARAÚJO M KRINSKI D INOUE M H Neonicotinóides versus abelhas uma breve revisão sobre os efeitos nesses polinizadores e a necessidade de reavaliação de práticas agrícolas ARACÊ 2024 DOI httpsdoiorg1056238arev6n4262 CARNEIRO Fernando F et al Dossiê ABRASCO um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde Rio de Janeiro EPSJVFiocruz São Paulo Expressão Popular 2015 CARVALHO Adriana F Agrotóxicos e saúde riscos ocupacionais e impactos ambientais Cadernos de Saúde Pública v 33 n 7 p 110 2017 FARIA Luiz H Contaminação ambiental por agrotóxicos efeitos no solo na água e na biodiversidade Revista Brasileira de Ciências Ambientais v 56 n 4 p 101118 2021 FERNANDES C L F VOLCÃO L M RAMIRES P F MOURA R R D SILVA JÚNIOR F M R Distribution of pesticides in agricultural and urban soils of Brazil a critical review Environmental Science Processes Impacts 2020 LIMA Ana Alice Lemos OLIVEIRA Bruna Sarmento SILVA Samantha Corrêa Batista da MACEDO Rafaela Gutierrez Zeitoune HOLANDA Jamile Rodrigues Cosme de Análise epidemiológica das intoxicações exógenas por agrotóxicos agrícolas nas regiões brasileiras no período de 2014 a 2023 Revista de Medicina São Paulo v 104 n 2 e229290 2025 DOI httpsdoiorg1011606issn16799836v104i2e229290 MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Relatório de atividades uso de agrotóxicos nas culturas brasileiras Brasília MAPA 2021 MENDES Paula R O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil desafios para a saúde pública e para a sustentabilidade ambiental Revista Direito e Sociedade v 12 n 3 p 77 93 2022 OMS Organização Mundial da Saúde World health statistics 2018 monitoring health for the SDGs Geneva World Health Organization 2018 PIGNATI Wanderlei A et al Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil uma ferramenta para a vigilância em saúde Ciência Saúde Coletiva v 22 n 10 p 32813293 2017 RIGOTTO Raquel M et al Agrotóxicos saúde e ambiente uma introdução ao tema 17 Fortaleza UFC 2014 SANTOS Beatriz M et al Biomagnificação de pesticidas e impactos sobre a cadeia alimentar Revista de Toxicologia Ambiental v 24 n 1 p 6580 2018 SILVA Carlos E Exposição ocupacional a agrotóxicos e impactos na saúde do trabalhador rural Revista Brasileira de Saúde Ocupacional v 45 n 2 p 1220 2020 SOUZA Mariana P Agroecologia como alternativa ao uso de agrotóxicos perspectivas e desafios Revista de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável v 14 n 1 p 5563 2019 TOSI Simone NIEH James C Sublethal effects of neonicotinoids on honeybees Biology v 14 n 8 1076 2023 DOI httpsdoiorg103390biology14081076