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Pedagogia ·
Filosofia
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653 PLATÃO A REPÚBLICA LIVRO VII Prof Dr Julio Tomé MITO DA CAVERNA 3 etapas 1 Prisão aprisionados correntes grilhões amarras escuridão sombras sons simulacros representações doxa fogueira muro sensível relativoparticular mutável transformações 2 MITO DA CAVERNA 2 Subida íngreme dificuldade desconforto dor desorientação fuga escape saída da escuridão rumo à claridade esclarecimento autonomia individual gradativo adaptação ofuscamento 3 Sol claridade o real imutável verdades absolutas universal esclarecimento inteligível reminiscência ascensão da alma contemplação volta a caverna libertar ao companheiros processo dialético mostrar o caminho bem conhecimento verdadeiro episteme liberdade 3 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Filósofo guardião Filósoforei x reifilósofo conhece o bem comum O filósofo é capaz de conhecer as essências contemplar a realidade do Absoluto apreender a Verdade O filósofo é aquele projeta seu pensamento os olhos da alma para as fronteiras da Verdade 4 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO O conhecimento sensível é relativo pois não fornece nenhuma certeza absoluta Tudo o que diz respeito ao corpo que nasce morre e está sujeito a ser corrompido está distante do bem Na educação platônica a alma é por sua natureza divina chamada a libertarse do corpo e do mundo sensível A prática da virtude implica limitação dos desejos e renúncia ou seja o abandono de tudo o que se refere aos sentidos uma ascese gradual de libertação do corpo que só é possível através do estudo da matemática e da dialética 5 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO As matemáticas auxiliam nesse processo constituindose uma forma de iniciação ao conhecimento do bem um exercício para a formação do espírito filosófico As ciências matemáticas dãonos uma idéia do mundo inteligível mas sem prescindir de um apoio sensível Por isso é que estas ciências às quais estão incluídas na formação dos filósofos possuem uma qualidade adicional 6 FILOSOFOREI FORMACAO Ao mesmo tempo em que estimulam a inteligéncia fazendo que a alma toque o mundo inteligivel pela abstragao no que diz respeito a arte da guerra elas servem como importante instrumento para a formacao militar do filodsofo que é em primeiro lugar um soldado Aritmética geometria plana geometria estereometriageometria do espaco astronomia ciéncia da harmonia FILÓSOFOREI FORMAÇÃO A educação deve ser capaz de orientar o homem no caminho da Virtude fazêlo voltar o seu olhar para o desejo do Bem O homem virtuoso aquele que possui a areté é o homem capaz de pautarse pela Justiça em todos os seus atos e dessa forma impactar toda a sua comunidade No que concerne à Alegoria da Caverna ocorre que na compreensão socrática o homem que fez o caminho dialético e contemplou o Bem não pratica o mal 8 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Toda educação demanda uma preparação para alcançar um estado superior da alma para voltála do mundo da opinião para o mundo das idéias A alegoria da caverna também representa as diversas etapas da educação e da progressão do filósofo rumo à ciência do bem Platão propõe para isso um longo ciclo de estudos Tal trilha educativa proposta por Platão engloba desde estudos literários e musicais passando pela ginástica e pelas ciências matemáticas até chegar à dialética de modo que o aspirante a filósofo possa se elevar ao conhecimento do bem 9 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO O processo de educação do filósofo iniciarseá desde a tenra infância Às crianças será ministrada as matemáticas que precede a dialética Após esse período de educação infantil aos 17 ou 18 anos os jovens passarão por um curso obrigatório de ginástica que durará até os 20 anos de idade Finalizandose esta etapa educacional os melhores receberão distinções mais altas que os demais A estes serão apresentados os conhecimentos com os quais tiveram contato na infância Porém agora estes conhecimentos serlhesão apresentados em conjunto para que tendo os selecionados uma visão sintética acerca dos mesmos percebam a relação que existe entre eles e o ser verdadeiro 10 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Aqueles que possuírem um espírito sintético serão separados daqueles que não o tem porque eles possuem disposições inatas para a dialética Desta forma aqueles que sobressaírem nos estudos na arte militar e em outras atividades tão logo tenham atingido a idade de 30 anos concederlhesão o estado as mais altas funções Eles serão submetidos à prova da dialética para ver quais dentre eles serão capazes de chegar ao conhecimento do ser renunciando ao uso dos sentidos 11 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO A dialética será prática aos 30 anos no período de 5 anos Os escolhidos plenamente munidos do instrumental dialético e a ele integrados terão mais quinze anos de prática militar e de participação efetiva na vida ativa da cidade para adquirir um complemento de experiência Terminado o período educacional dialético que se estende dos 30 aos 35 anos aqueles que desta arte tiverem se servido serão obrigados a retornar à caverna e a exercerem funções militares e todas as demais que os jovens podem assumir a fim de que no que concerne à experiência não fiquem numa posição inferior a nenhum outro 12 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Também neste período eles serão submetidos a diversas provas a fim de verificar se permanecem firmes ou se sucumbem a qualquer espécie de tentação Só então finalizarseá sua formação moral integral Na idade de 50 anos através de uma última seleção determinarseão dentre os filósofos quais estarão preparados para dirigir a cidade 13 Independéncia do aprendiz em relacao ao mestre Aquele que ensina aprende também O mestre plat6nico nao nada mais do que um aprendiz qualificado que esta adiante no processo mas que nao chegou ao aie fim do mesmo Ele ainda esta no caminho perfaz esse itinerario e no maximo A podera dar pistas aquele que vem depois de si O mestre aquele que deixa as pegadas no caminho mas cada um é responsavel pelo proprio passo Ao homem cabe aprender a ser livre e ser livre para aprender processo dialético 14 DIALÉTICA 1 A dialética está indissoluvelmente ligada ao discurso nasce no discurso e vive nele Não é só a procura pela verdade mas também a correção lógica do desenrolarse do discurso correção que por sua vez se determina apenas no âmbito das premissas concordadas pelos interlocutores Mênon 75d o Eutidemo 290bc o Crátilo 390cd o Fédon 7576 7879 89d91c 15 DIALÉTICA 2 A dialética aparece como processo e como método e consiste fundamentalmente em possuir o logos a razão das coisas Ao utilizar também aqui as lógicas adialéticas das outras ciências em consideração sinóptica a dialética mostrase como o fim de todas as disciplinas e consequentemente como a capacidade de servirse delas em âmbito prático político A República 16 DIALÉTICA 3 A dialética como única ciência capaz de distinguir por gêneros e portanto ainda como logos capacidade não só de relacionar mas precisamente enquanto relaciona como o mais verdadeiro conhecimento sinônimo da própria filosofia Fedro 266de o Parmênides 135bc o Sofista 253c4d1 o Político 285ab o Filebo 1617 o Timeu 29bc 17 DIALETICA Platao considerava a dialética o melhor método de aprendizagem Consistiria em uma maneira de reduzir e analisar as ideias pois o melhor processo de aprender a falar e a pensar Seria como que um veiculo através do qual as pessoas passariam de uma preocupacao com o mundo dos sentidos para uma preocupacao com o mundo das ideias Se Duas dialéticas e Ascendente libertarse dos sentidos e abstrair de idéia em idéia até alcancar a Idéia Suprema no caso a idéia do Bem N Descendente partindo da Idéia Suprema e por meio de consecutivas divisOes procura compreender a complexidade existente entre as partes e o todo 18 DIALÉTICA A alegoria da caverna apresenta a dialética como movimento ascendente que liberta o nosso olhar da cegueira causada pelos sentidos para vermos a luz das idéias através da razão O caminho em direção à luz é gradual e demorado por isso é preciso constante disciplina e diligência Uma vez atingido o bem o verdadeiro filósofo deve iniciar o caminho de volta ainda mais dolorido e penoso pois tendo aberto os olhos da alma deve estar comprometido em retornar e conduzir ao caminho da luz aqueles que ainda estão presos aos olhos corporais 19 DIALÉTICA A dialética é a técnica que liberta o homem dos sentidos e que através da razão o faz avançar em direção ao bem Ela é um instrumento do conhecimento do bem que abre os olhos do espírito e lhe permite atingir a verdade refutando opiniões mal fundadas pondoas em discussão amparado pela inteligência e não pelos sentidos A dialética é segundo Platão um método rigoroso através do qual se chega à filosofia A filosofia está no primeiro plano na saída da caverna e na observação das coisas reais isto é do Sol o bem 20 DIALÉTICA Ao sair da caverna os futuros guardiões podem gradualmente voltar o olhar para o alto até serem capazes de finalmente contemplar diretamente o Sol Nesse contexto o Sol corresponde à idéia do bem e assim como ele habilita todas as coisas a serem vistas a idéia de bem também habilita todas as coisas a serem conhecidas Na mesma medida em que o Sol faz com que tudo o que tem vida cresça desenvolvase floresça o bem é a causa da existência de todas as coisas O filósofo é o dialético pois é o único capaz de alcançar as idéias supremas dentre as quais a mais especial é a idéia do bem 21 POLÍTICA E EDUCAÇÃO 22 A nova condição do indivíduo liberto impõelhe uma responsabilidade deve auxiliar os semelhantes na busca pelo conhecimento isto é na sua autonomia Eis a conotação política do texto e da missão do educador pois ele não visa um aperfeiçoamento individualista fechado em si mesmo preocupado com o próprio destino mas procura atingir os outros nesse processo de emancipação A educação é ao mesmo tempo um processo de subida uma vez que se direciona sempre à alta meta da Verdade e do Bem mas de descida uma vez que tem diante de si a tarefa de elevar os fracos reconduzir aqueles que ainda subjazem nas trevas No processo de formação do homem segundo a perspectiva platônica destacase o encargo de uma educação capaz de formar indivíduos que estejam preocupados com o aperfeiçoamento próprio mas que não fiquem indiferentes à realidade POLÍTICA E EDUCAÇÃO Para Platão educação e política estão intimamente ligadas O exercício do poder está sujeito ao parâmetro da Justiça e A autoridade política está vinculada à sabedoria daqueles que passaram pelo processo capaz de tornálos iluminados pela luz do Bem Os verdadeiros guardiões da cidade serão aqueles preparados para jamais desejar o poder pelo poder mas como um serviço à cidade isto é aos seus semelhantes 23 POLÍTICA E EDUCAÇÃO A preocupação por formar esse cidadão livre da alienação e capaz de se orientar pela Justiça designa a grande finalidade da Paideia uma vez que a obra prima desse processo é a figura do filósofo isto é daquele que foi capaz de se orientar pela dialética e atingiu a alta meta O filósofo deve ser o governante não por uma distinção natural que lhe confere esse status mas porque foi aquele que atingiu depois de um longo processo o alto grau de abstração da Ideia do Bem e foi capaz de retornar ao seu povo 24 POLÍTICA E EDUCAÇÃO O verdadeiro objetivo da educação seria incentivar o homem à saída de si e à confrontação das ideias que possui à Verdade que lhe aparece diante dos olhos à medida que este se projeta para fora da caverna educação baseada na postura do aprender Não em um tipo de ensino formatado em conteúdos previamente escolhidos e programados Sem esta forma de posicionarse qualquer tentativa de transmissão de conhecimento mostrase inútil 25 POLÍTICA E EDUCAÇÃO Educar é muito mais do que comunicar informações consiste antes de qualquer coisa em inspirar o desejo de aprender e orientar o educando em um caminho que ele faz sozinho munido da dialética como ferramenta O ensino se faz na síntese entre perguntas e respostas que se confrontam A perspectiva educacional de Platão abrange uma educação capaz inspirar uma nova ética uma nova postura do indivíduo 26 POLÍTICA E EDUCAÇÃO 1720XX 27 Educação transformação social Mudança dos costumes Transformação das estruturas políticas Combate aos vícios que deterioram os estamentos do poder Tolerância diante das complexidades inerentes à convivência POLÍTICA E EDUCAÇÃO 1720XX 28 Educação autonomia e responsabilidade Finalidade da Paideia em Platão Conferir liberdade Autonomia cada um deve aprender a fazer o seu caminho E uma vez autônomo cada cidadão é capaz de assumir a responsabilidade inerente ao seu papel dentro da sociedade AUTONOMIA Educar pressupõe o estímulo à liberdade à autonomia crítica dos sujeitos à independência de pensamento Do contrário apenas se instrui ou adestra O ato educativo pressupõe uma libertação uma fuga das situações que oprimem e alienam e uma orientação à consciência e à liberdade Apenas indivíduos livres e conscientes podem assumir o Bem como uma nova postura ética diante da vida de tal forma que se tornam capazes de revisitar as antigas condições de escravidão para libertar também os seus semelhantes 29 AUTONOMIA Uma nova atitude perante o mundo isto é mais especificamente um novo olhar sobre as coisas O mais importante a ser aprendido não é um conteúdo ou suas informações mas uma nova postura diante da vida Um posicionamento filosófico do indivíduo que ele só aprendeu durante o longo e árduo caminho de subida existencial Não há dono da verdade ou proprietário do conhecimento 30 AUTONOMIA A Verdade não é um conteúdo a ser apropriado de modo que ninguém está detido à vontade do outro Por si só o indivíduo é capaz de percorrer o caminho rumo à saída da caverna Cada um faz o seu próprio caminho de saída cada um tem o seu contato exclusivo com o conhecimento cada um aprende à sua maneira 31 A ESCOLA ESTÁ DENTRO OU FORA DA CAVERNA A ESCOLA A escola tem servido para a reprodução das opiniões sombrias acríticas e sem significado ou se estabelece como um espaço privilegiado do processo dialético onde a luz do Bem é irradiada e torna possível a construção da autonomia crítica dos sujeitos que ali comparecem 33 A ESCOLA A finalidade da escola é apenas transmissão do saber científico formar pessoas mais capacitadas para o mercado de trabalho e elevar os índices educacionais do país Educação neutra Ideologiadoutrinação Não seria a neutralidade também uma posição políticoideológica capaz de favorecer alguns 34
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653 PLATÃO A REPÚBLICA LIVRO VII Prof Dr Julio Tomé MITO DA CAVERNA 3 etapas 1 Prisão aprisionados correntes grilhões amarras escuridão sombras sons simulacros representações doxa fogueira muro sensível relativoparticular mutável transformações 2 MITO DA CAVERNA 2 Subida íngreme dificuldade desconforto dor desorientação fuga escape saída da escuridão rumo à claridade esclarecimento autonomia individual gradativo adaptação ofuscamento 3 Sol claridade o real imutável verdades absolutas universal esclarecimento inteligível reminiscência ascensão da alma contemplação volta a caverna libertar ao companheiros processo dialético mostrar o caminho bem conhecimento verdadeiro episteme liberdade 3 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Filósofo guardião Filósoforei x reifilósofo conhece o bem comum O filósofo é capaz de conhecer as essências contemplar a realidade do Absoluto apreender a Verdade O filósofo é aquele projeta seu pensamento os olhos da alma para as fronteiras da Verdade 4 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO O conhecimento sensível é relativo pois não fornece nenhuma certeza absoluta Tudo o que diz respeito ao corpo que nasce morre e está sujeito a ser corrompido está distante do bem Na educação platônica a alma é por sua natureza divina chamada a libertarse do corpo e do mundo sensível A prática da virtude implica limitação dos desejos e renúncia ou seja o abandono de tudo o que se refere aos sentidos uma ascese gradual de libertação do corpo que só é possível através do estudo da matemática e da dialética 5 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO As matemáticas auxiliam nesse processo constituindose uma forma de iniciação ao conhecimento do bem um exercício para a formação do espírito filosófico As ciências matemáticas dãonos uma idéia do mundo inteligível mas sem prescindir de um apoio sensível Por isso é que estas ciências às quais estão incluídas na formação dos filósofos possuem uma qualidade adicional 6 FILOSOFOREI FORMACAO Ao mesmo tempo em que estimulam a inteligéncia fazendo que a alma toque o mundo inteligivel pela abstragao no que diz respeito a arte da guerra elas servem como importante instrumento para a formacao militar do filodsofo que é em primeiro lugar um soldado Aritmética geometria plana geometria estereometriageometria do espaco astronomia ciéncia da harmonia FILÓSOFOREI FORMAÇÃO A educação deve ser capaz de orientar o homem no caminho da Virtude fazêlo voltar o seu olhar para o desejo do Bem O homem virtuoso aquele que possui a areté é o homem capaz de pautarse pela Justiça em todos os seus atos e dessa forma impactar toda a sua comunidade No que concerne à Alegoria da Caverna ocorre que na compreensão socrática o homem que fez o caminho dialético e contemplou o Bem não pratica o mal 8 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Toda educação demanda uma preparação para alcançar um estado superior da alma para voltála do mundo da opinião para o mundo das idéias A alegoria da caverna também representa as diversas etapas da educação e da progressão do filósofo rumo à ciência do bem Platão propõe para isso um longo ciclo de estudos Tal trilha educativa proposta por Platão engloba desde estudos literários e musicais passando pela ginástica e pelas ciências matemáticas até chegar à dialética de modo que o aspirante a filósofo possa se elevar ao conhecimento do bem 9 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO O processo de educação do filósofo iniciarseá desde a tenra infância Às crianças será ministrada as matemáticas que precede a dialética Após esse período de educação infantil aos 17 ou 18 anos os jovens passarão por um curso obrigatório de ginástica que durará até os 20 anos de idade Finalizandose esta etapa educacional os melhores receberão distinções mais altas que os demais A estes serão apresentados os conhecimentos com os quais tiveram contato na infância Porém agora estes conhecimentos serlhesão apresentados em conjunto para que tendo os selecionados uma visão sintética acerca dos mesmos percebam a relação que existe entre eles e o ser verdadeiro 10 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO Aqueles que possuírem um espírito sintético serão separados daqueles que não o tem porque eles possuem disposições inatas para a dialética Desta forma aqueles que sobressaírem nos estudos na arte militar e em outras atividades tão logo tenham atingido a idade de 30 anos concederlhesão o estado as mais altas funções Eles serão submetidos à prova da dialética para ver quais dentre eles serão capazes de chegar ao conhecimento do ser renunciando ao uso dos sentidos 11 FILÓSOFOREI FORMAÇÃO A dialética será prática aos 30 anos no período de 5 anos Os escolhidos plenamente munidos do instrumental dialético e a ele integrados terão mais quinze anos de prática militar e de participação efetiva na vida ativa da cidade para adquirir um complemento de experiência Terminado o período educacional dialético que se estende dos 30 aos 35 anos aqueles que desta arte tiverem se servido serão obrigados a retornar à caverna e a exercerem funções militares e todas as demais que os jovens podem assumir a fim de que no 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no discurso e vive nele Não é só a procura pela verdade mas também a correção lógica do desenrolarse do discurso correção que por sua vez se determina apenas no âmbito das premissas concordadas pelos interlocutores Mênon 75d o Eutidemo 290bc o Crátilo 390cd o Fédon 7576 7879 89d91c 15 DIALÉTICA 2 A dialética aparece como processo e como método e consiste fundamentalmente em possuir o logos a razão das coisas Ao utilizar também aqui as lógicas adialéticas das outras ciências em consideração sinóptica a dialética mostrase como o fim de todas as disciplinas e consequentemente como a capacidade de servirse delas em âmbito prático político A República 16 DIALÉTICA 3 A dialética como única ciência capaz de distinguir por gêneros e portanto ainda como logos capacidade não só de relacionar mas precisamente enquanto relaciona como o mais verdadeiro conhecimento sinônimo da própria filosofia Fedro 266de o Parmênides 135bc o Sofista 253c4d1 o Político 285ab o Filebo 1617 o Timeu 29bc 17 DIALETICA Platao considerava a dialética o melhor método de aprendizagem Consistiria em uma maneira de reduzir e analisar as ideias pois o melhor processo de aprender a falar e a pensar Seria como que um veiculo através do qual as pessoas passariam de uma preocupacao com o mundo dos sentidos para uma preocupacao com o mundo das ideias Se Duas dialéticas e Ascendente libertarse dos sentidos e abstrair de idéia em idéia até alcancar a Idéia Suprema no caso a idéia do Bem N Descendente partindo da Idéia Suprema e por meio de consecutivas divisOes procura compreender a complexidade existente entre as partes e o todo 18 DIALÉTICA A alegoria da caverna apresenta a dialética como movimento ascendente que liberta o nosso olhar da cegueira causada pelos sentidos para vermos a luz das idéias através da razão O caminho em direção à luz é gradual e demorado por isso é preciso constante disciplina e diligência Uma vez atingido o bem o verdadeiro filósofo deve iniciar o caminho de volta ainda mais dolorido e penoso pois tendo aberto os olhos da alma deve estar comprometido em retornar e conduzir ao caminho da luz aqueles que ainda estão presos aos olhos corporais 19 DIALÉTICA A dialética é a técnica que liberta o homem dos sentidos e que através da razão o faz avançar em direção ao bem Ela é um instrumento do conhecimento do bem que abre os olhos do espírito e lhe permite atingir a verdade refutando opiniões mal fundadas pondoas em discussão amparado pela inteligência e não pelos sentidos A dialética é segundo Platão um método rigoroso através do qual se chega à filosofia A filosofia está no primeiro plano na saída da caverna e na observação das coisas reais isto é do Sol o bem 20 DIALÉTICA Ao sair da caverna os futuros guardiões podem gradualmente voltar o olhar para o alto até serem capazes de finalmente contemplar diretamente o Sol Nesse contexto o Sol corresponde à idéia do bem e assim como ele habilita todas as coisas a serem vistas a idéia de bem também habilita todas as coisas a serem conhecidas Na mesma medida em que o Sol faz com que tudo o que tem vida cresça desenvolvase floresça o bem é a causa da existência de todas as coisas O filósofo é o dialético pois é o único capaz de alcançar as idéias supremas dentre as quais a mais especial é a idéia do bem 21 POLÍTICA E EDUCAÇÃO 22 A nova condição do indivíduo liberto impõelhe uma responsabilidade deve auxiliar os semelhantes na busca pelo conhecimento isto é na sua autonomia Eis a conotação política do texto e da missão do educador pois ele não visa um aperfeiçoamento individualista fechado em si mesmo preocupado com o próprio destino mas procura atingir os outros nesse processo de emancipação A educação é ao mesmo tempo um processo de subida uma vez que se direciona sempre à alta meta da Verdade e do Bem mas de descida uma vez que tem diante de si a tarefa de elevar os fracos reconduzir aqueles que ainda subjazem nas trevas No processo de formação do homem segundo a perspectiva platônica destacase o encargo de uma educação capaz de formar indivíduos que estejam preocupados com o aperfeiçoamento próprio mas que não fiquem indiferentes à realidade POLÍTICA E EDUCAÇÃO Para Platão educação e política estão intimamente ligadas O exercício do poder está sujeito ao parâmetro da Justiça e A autoridade política está vinculada à sabedoria daqueles que passaram pelo processo capaz de tornálos iluminados pela luz do Bem Os verdadeiros guardiões da cidade serão aqueles preparados para jamais desejar o poder pelo poder mas como um serviço à cidade isto é aos seus semelhantes 23 POLÍTICA E EDUCAÇÃO A preocupação por formar esse cidadão livre da alienação e capaz de se orientar pela Justiça designa a grande finalidade da Paideia uma vez que a obra prima desse processo é a figura do filósofo isto é daquele que foi capaz de se orientar pela dialética e atingiu a alta meta O filósofo deve ser o governante não por uma distinção natural que lhe confere esse status mas porque foi aquele que atingiu depois de um longo processo o alto grau de abstração da Ideia do Bem e foi capaz de retornar ao seu povo 24 POLÍTICA E EDUCAÇÃO O verdadeiro objetivo da educação seria incentivar o homem à saída de si e à confrontação das ideias que possui à Verdade que lhe aparece diante dos olhos à medida que este se projeta para fora da caverna educação baseada na postura do aprender Não em um tipo de ensino formatado em conteúdos previamente escolhidos e programados Sem esta forma de posicionarse qualquer tentativa de transmissão de conhecimento mostrase inútil 25 POLÍTICA E EDUCAÇÃO Educar é muito mais do que comunicar informações consiste antes de qualquer coisa em inspirar o desejo de aprender e orientar o educando em um caminho que ele faz sozinho munido da dialética como ferramenta O ensino se faz na síntese entre perguntas e respostas que se confrontam A perspectiva educacional de Platão abrange uma educação capaz inspirar uma nova ética uma nova postura do indivíduo 26 POLÍTICA E EDUCAÇÃO 1720XX 27 Educação transformação social Mudança dos costumes Transformação das estruturas políticas Combate aos vícios que deterioram os estamentos do poder Tolerância diante das complexidades inerentes à convivência POLÍTICA E EDUCAÇÃO 1720XX 28 Educação autonomia e responsabilidade Finalidade da Paideia em Platão Conferir liberdade Autonomia cada um deve aprender a fazer o seu caminho E uma vez autônomo cada cidadão é capaz de assumir a responsabilidade inerente ao seu papel dentro da sociedade AUTONOMIA Educar pressupõe o estímulo à liberdade à autonomia crítica dos sujeitos à independência de pensamento Do contrário apenas se instrui ou adestra O ato educativo pressupõe uma libertação uma fuga das situações que oprimem e alienam e uma orientação à consciência e à liberdade Apenas indivíduos livres e conscientes podem assumir o Bem como uma nova postura ética diante da vida de tal forma que se tornam capazes de revisitar as antigas condições de escravidão para libertar também os seus semelhantes 29 AUTONOMIA Uma nova atitude perante o mundo isto é mais especificamente um novo olhar sobre as coisas O mais importante a ser aprendido não é um conteúdo ou suas informações mas uma nova postura diante da vida Um posicionamento filosófico do indivíduo que ele só aprendeu durante o longo e árduo caminho de subida existencial Não há dono da verdade ou proprietário do conhecimento 30 AUTONOMIA A Verdade não é um conteúdo a ser apropriado de modo que ninguém está detido à vontade do outro Por si só o indivíduo é capaz de percorrer o caminho rumo à saída da caverna Cada um faz o seu próprio caminho de saída cada um tem o seu contato exclusivo com o conhecimento cada um aprende à sua maneira 31 A ESCOLA ESTÁ DENTRO OU FORA DA CAVERNA A ESCOLA A escola tem servido para a reprodução das opiniões sombrias acríticas e sem significado ou se estabelece como um espaço privilegiado do processo dialético onde a luz do Bem é irradiada e torna possível a construção da autonomia crítica dos sujeitos que ali comparecem 33 A ESCOLA A finalidade da escola é apenas transmissão do saber científico formar pessoas mais capacitadas para o mercado de trabalho e elevar os índices educacionais do país Educação neutra Ideologiadoutrinação Não seria a neutralidade também uma posição políticoideológica capaz de favorecer alguns 34