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RESUMOS LEWIS LIST NURSKE HIRSCHMAN PERROUX RODAN MYRDAL ROSTOW Estão as partes essenciais extraídas de alguns artigos não copiar pois os artigos foram passados pelo próprio professor O resumo deve ser por autor individualmente Da mesma forma como segue abaixo LEWIS Sir W Arthur Lewis faz parte do seleto grupo de economistas que tiveram a honra de receber o Prêmio Nobel de Economia O prêmio concedido em 1979 foi uma homenagem à sua extensa pesquisa acerca do desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos O propósito deste artigo é portanto descobrir o que se pode aproveitar do marco clássico para resolva os problemas da distribuição acumulação e crescimento em primeiro lugar numa economia fechada e depois numa economia aberta Não é este um ensaio sobre a história das doutrinas económicas e assim não nos deteremos em cada autor individualmente assim como não procuraremos investigar o que queriam dizer ou verificar a validade ou certeza de suas ideias A nossa finalidade é principalmente actualizar seus esquemas à luz dos conhecimentos modernos verificando em que medida podem os mesmos auxiliarnos na compreensão dos problemas contemporâneos de grandes zonas da Terra Economia Fechada Façamos um resumo de nossa análise Vimos que se dispomos de mãodeobra ilimitada com um salário real constante o excedente capitalista aumentará continuamente e o investimento anual corresponderá a uma proporção crescente do rendimento nacional Observese ainda que isto não pode prosseguir indefinidamente O processo deve ser detido quando a acumulação de capital tiver atingido a população de modo a não haver mais excedente de traba1ho Pode no entanto ser detido antes disso Grande número de razões pode colaborar para que o processo se detenha mas são razões que estão fora de nosso sistema de análise e que vão desde os movimentos sísmicos ou a peste bubónica até à revolução social Mas pode também deterse pela razão económica ou seja que apesar da existência do excedente de trabalho os salários reais aumentam até reduzir os lucros dos capitalistas a tal nível que a totalidade dos lucros seja consumida não havendo investimento líquido Isto pode ocorrer por uma das quatro razões seguinte Em primeiro lugar se a acumulação de capital ser der mais depressa que o aumento da população reduzindo portanto em número absolutos o número de pessoas do sector de subsistência o produto médio por homem neste sector aumentará automaticamente não devido a uma alteração da produção mas por haver menos bocas para partilhar o produto Depois de certo tempo a transformação começa a ser verificada na realidade e os salários aumentam Em segundo lugar o aumento da dimensão do sector capitalista em relação ao sector de subsistência pode alterar a relação real de intercâmbio de modo desfavorável ao sector capitalista no caso de serem produzidos bens diferentes podendo assim forçar os capitalistas a pagarem ao seus trabalhadores percentagem mais elevada do seu produto a fim de manter constante o seu rendimento real Em terceiro lugar o sector de subsistência pode também tornarse mais produtivo no sentido técnico Pode por exemplo começar a imitar as técnicas do sector capitalista ou podem os camponeses começar a utilizar algumas das novas sementes ou tomar conhecimento da existência de novos fertilizantes ou novos métodos de rotação Podem ainda beneficiar directamente de alguns dos investimentos capitalistas como por exemplo obras de irrigação facilidades de transporte ou electricidade Tudo aquilo que elevar a produtividade do sector de subsistência média por pessoa elevará os salários reais do sector capitalista reduzindo portanto o excedente capitalista e a taxa de acumulação do capital a não ser que ao mesmo tempo se modifique mais que proporcionalmente a relação real de intercâmbio contra o sector de subsistência Por outro lado embora a produtividade do sector capitalista não se altere os trabalhadores deste sector poderão imitar o modo de vida capitalista passando assim a necessitar de mais para viver O nível de subsistência não é senão unia ideia convencional e as convenções mudam O efeito disso seria ampliar a diferença entre o que se ganha no sector de subsistência e os salários do sector capitalista Isso tornase difícil quando a mãodeobra é abundante mas pode obter êxito através de uma combinação de pressões sindicais e consciência capitalista Se isto for conseguido darseá uma redução do excedente capitalista e também da taxa de acumulação de capital A mais interessante destas possibilidades é que a relação de intercâmbio pode modificarse em prejuízo do sector capitalista Isto supõe que sectores capitalistas e de subsistência produzam bens diferentes Na prática é um problema da relação entre indústria e agricultura Se os capitalistas investirem na agricultura de plantação ao mesmo tempo que investem na indústria podese falar de um sector capitalista autárquico A expansão deste sector não gera neste caso procura de nada do que é produzido no sector de subsistência e dentro desta hipótese não haveria relações de intercâmbio a serem equilibradas de acordo com o quadro traçado A fim de se introduzir a relação real de intercâmbio a melhor hipótese a ser feita é a de que o sector de subsistência é constituído por camponeses que produzem alimentos enquanto que o sector capitalista produz tudo o mais Se o sector capitalista não produz alimentos sua expansão aumenta a procura dos mesmos elevando seu preço em termos dos produtos do sector capitalista e reduz assim os lucros Esta é uma das formas de a industrialização depender das melhorias na agricultura não é rentável produzir volume crescente de manufacturas a menos que a produção agrícola aumente simultaneamente É também por esse motivo que as revoluções industriais e agrícolas se verificam sempre concomitantemente e que nas economias onde a agricultura se encontra estagnada não se verifica nenhum desenvolvimento industrial Portanto se postulamos que o sector capitalista não produz alimentos devemos postular ou que o sector de subsistência está aumentar a sua produção ou concluir que a expansão do sector capitalista chegará a um fim visto que uma relação de intercambio desfavorável acabará por devorar os seus lucros O problema de Ricardo quanto às rendas crescentes está claramente ligado a esta conclusão preocupavase ele com o aumento das rendas dentro do sector capitalista enquanto que nós nos preocupamos com as rendas fora do sector Se supomos por outro lado que o sector de subsistência produz mais alimentos enquanto evitamos a Cila da relação desfavorável de intercâmbio podemos ir de encontro ao Caribde dos salários reais que aumenta visto ser o sector ele subsistência mais produtivo Evitaremos tanto Cila quanto Caribde se a maior produtividade do sector de subsistência for mais do que compensada pela melhoria da relação de intercâmbio No entanto se o sector de subsistência produz alimentos cuja elasticidade de procura é menor que a unidade os aumentos da produtividade serão mais do que compensados pela diminuição do preço Um aumento da produtividade no sector de subsistência prejudicará o sector capitalista no caso de não haver comércio entre os dois ou se a procura do sector capitalista em relação à produção do sector de subsistência for elástica Dentro das hipóteses aqui apresentadas um aumento de produtividade dos alimentos beneficia o sector capitalista No entanto quando levamos em consideração a procura crescente não é de todo improvável que o preço dos alimentos não diminua tão depressa quanto aumenta a produtividade e isto obrigará os capitalistas a despender parte maior de seu produto em salários Economia Aberta Podemos resumir este artigo do seguinte modo 1 Em várias economias dispõese de uma oferta ilimitada de mãodeobra a um nível de subsistência este era o modelo clássico O modelo neoclássico incluindo o keynesiano fornece resultados erróneos quando aplicado a tais economias 2 As principais fontes de onde procedem os trabalhadores à medida que avança o desenvolvimento económico são a agricultura de subsistência os trabalhos eventuais o pequeno comércio o serviço doméstico as mulheres e filhas que trabalham em casa e o aumento demográfico Na maioria destes sectores embora não em todos quando o país está superpovoado em relação a seus recursos naturais a produtividade marginal de trabalho é ínfima nula ou inclusive negativa 3 0 salário de subsistência ao qual está sujeito este excedente de mãodeobra pode ser determinado por uma convenção sobre o mínimo necessário para subsistir ou pode ser igual ao produto médio per capita na agricultura de subsistência mais uma certa margem 4 Numa economia como esta o emprego no sector capitalista expandese à medida que se realiza a formação de capital 5 A formação de capital e o progresso técnico não resultam em salários crescentes mas na elevação da participação dos lucros na renda nacional 6 O motivo pelo qual a poupança é baixa numa economia subdesenvolvida em relação à renda nacional não é a pobreza da população mas os pequenos lucros dos capitalistas em relação à renda nacional À medida que o sector capitalista se expande os lucros aumentam relativamente e uma proporção crescente do rendimento nacional é reinvestido 7 0 capital não é somente formado pelos lucros mas também pela expansão do crédito O custo real do capital gerado pela inflação é nulo neste modelo e este capital é tão útil como o gerado de modo mais respeitável ou seja através dos lucros 8 A inflação pode ser cumulativa quando tem a finalidade de apropriarse dos recursos necessários a uma guerra mas a inflação que tem por finalidade criar capital produtivo é autodestrutiva Os preços aumentam à medida que se cria o capital e diminuem de novo à medida que o produto chega ao mercado 9 0 sector capitalista não pode assim expandirse indefinidamente visto que a acumulação de capital pode seguir mais depressa que o aumento da população Quando o excedente é esgotado os salários começam a subir acima do nível de subsistência 10 No entanto o país continua cercado por outros países que possuem excedente de trabalho Consequentemente assim que os seus salários começarem a aumentar terá início a imigração em massa e a exportação de capital para conter o aumento 11 A imigração em massa de mãodeobra não qualificada poderia inclusive aumentar o produto per capita mas seu efeito seria manter os salários de todos os países próximos ao nível de subsistência dos países mais pobres 12 A exportação de capital reduz a formação de capital no interior do país mantendo assim baixos os salários Isto pode ser compensado quando a exportação de capital torna brutos os artigos que os trabalhadores importam ou quando eleva os custos dos salários dos países competidores Mas o facto é agravado quando a exportação de capital eleva o custo das importações ou reduz os custos de países competidores 13 A importação de capital estrangeiro não eleva os salários reais dos países com excedente de trabalho a não ser que o capital proporcione um aumento de produtividade das mercadorias produzidas para consumo próprio 14 A principal razão pela qual os produtos tropicais comerciais são tão baratos em termos do padrão de vida que proporcionam está na ineficiência da produção tropical de alimentos per capita Praticamente todos os lucros da maior eficiência das indústrias de exportação vão para as mãos do consumidor estrangeiro enquanto que a elevação da eficiência na produção de alimentos do sector de subsistência encareceria automaticamente os produtos comerciais de exportação 15 A Lei dos Custos Comparativos é tão válida para os países com excedente de trabalho como para os demais Mas enquanto nos últimos representa um fundamento válido dos argumentos a favor do livre comércio nos primeiros representa um fundamento igualmente válido dos argumentos proteccionistas o conceito fundamental da obra de Lewis qual seja o da oferta ilimitada de mãode obra nos países subdesenvolvidos Tomando esse conceito básico como hipótese o autor construiu um modelo formal de acumulação de capital para explicar o processo de desenvolvimento econômico nesses países Esse modelo parte de uma economia simples e fechada e vai incorporando a inflação o papel do governo e o comércio internacional na sua estrutura de análise É fundamental frisar a importância que Lewis confere à caracterização de seu artigo como sendo proveniente da tradição clássica Logo de início o autor rejeita o arcabouço teórico neoclássico e o keynesiano para explicar o processo de desenvolvimento dos países subdesenvolvidos A introdução da hipótese da oferta ilimitada de mãodeobra em seu modelo ratifica essa rejeição ao mesmo tempo em que contribui para a construção do objeto teórico das teorias do desenvolvimento econômico A atribuição dessa característica da mão deobra aos países subdesenvolvidos lhes confere um caráter sui generis que os diferencia dos países desenvolvidos e demanda a construção de um novo arcabouço teórico para sua análise LIST George Friedrich List nasceu em agosto de 1789 e suicidouse em novembro de 1846 List foi aquilo que poucos teóricos foram militante ativo das suas idéias homem preocupado com seu país e acima de tudo com as condições sociais de seu povo Uma das primeiras críticas teóricas feitas à Escola Clássica é de List na sua obra Sistema Nacional de Economia Política publicada em 1841 que constantemente denunciava a falta de noção histórica e a generalização das particularidades dos clássicos tachandoos de cosmopolitas Segundo List 1986 eles praticam uma ciência que ensina como a humanidade inteira pode atingir a prosperidade por meio da agricultura e do comércio ou melhor do livre comércio Seu alvo preferencial foi Smith seguido de Say afinal A riqueza das nações estava conquistando os meios acadêmicos e políticos como a Santa Inquisição conquistara a Espanha Os fundamentos dos clássicos estavam calcados no individualismo e no naturalismo para fazer frente a esses argumentos List 1986 ressaltou a nação Toda a minha estrutura está baseada na natureza da nacionalidade a qual é o interesse intermediário entre o individualismo e a humanidade inteira O que é a nação A nação a unidade nacional é o cimento aglutinador de um povo que é fundamentado na liberdade civil com instituições livres religiosa e política na pujança e na perseverança de seu povo com determinação ao trabalho nos nexos morais e éticos no farto material intelectual nos recursos naturais e no potencial de sua agricultura e sobretudo de sua indústria Para um país montar um parque industrial com capacidade para concorrer com os países que já atingiram elevado grau de desenvolvimento tecnológico é condição sine qua non proteger as indústrias enquanto estiverem com deficiências competitivas Para List 1986 o protecionismo9 age como estimulante em todos aqueles setores da indústria nacional cujos produtos embora possam ser obtidos com maior facilidade do exterior podem ser fabricados no próprio país Tais medidas asseguram uma recompensa para o homem de empresa e para o operário que dessa forma se animam a adquirir novos conhecimentos e qualificações oferecendo ao capitalista nacional e estrangeiro meios para que invistam seu capital durante um período definido e certo de forma particularmente compensadora Dessa forma coloca o país protegido em condições de igualdade para concorrer E com esse propósito o protecionismo apresentase como o meio eficaz para fomentar a união final das nações e portanto também para promover a verdadeira liberdade de comércio Enquanto nações subordinarem os interesses de toda humanidade aos seus interesses é suicídio abrir seu mercado à livre concorrência Segundo List o protecionismo não surgiu de um ideário e sim das condições concretas impostas pelas guerras a guerra constituiu uma circunstância decisiva para a escolha do sistema protecionista adequado na medida em que gera um sistema proibitivo compulsório Em tempo de guerra cessa o intercâmbio entre as partes beligerantes e cada nação deve procurar ser autosuficiente quaisquer que sejam as suas condições econômicas Como List chegou a essas conclusões Utilizando o método histórico Foi com base na história de cada povo de cada nação que encontrou fundamentos para sua teoria O método utilizado por List ou seja os fatos históricos concretos que levaram às conclusões que protecionismo liberdade civil e unidade territorial são condições necessárias para a constituição da nação E é justamente nesse ponto que está o erro da Escola Clássica pois ela ignora a própria natureza das nações procura excluir quase totalmente a política e o poder do Estado pressupõe a existência de um estado de paz perpétua e união universal subestima o valor de uma força manufatureira nacional e os meios para se atingir essa meta e exige liberdade absoluta de comércio List 1986 Os clássicos ao mesmo tempo que se fundamentam no individualismo pregam o cosmopolitismo imaginam a igualdade entre nações subestimando seu poder financeiro tecnológico e militar Outra crítica aos clássicos é o fato de não observarem a dicotomia entre a economia privada e a nacional Adam Smith ressaltava as benevolências da economia privada por meio da divisão técnica do trabalho geradora de produtividade e na mesma esteira desqualificava o trabalho intelectual classificandoo de improdutivo Os clássicos não tinham dimensão do todo integrado com as partes ora a divisão técnica do trabalho só tem funcionalidade na divisão social ou seja na economia nacional na economia nacional pode ser sabedoria o que é absurdo na economia privada e viceversa simplesmente porque um alfaiate não é o mesmo que uma nação e uma nação não é o mesmo que um alfaiate NURSKE Ragnar Nurkse nasceu na Estônia e graduouse em Economia pela Universidade de Edimburgo Em 1932 transferiuse para a Universidade de Viena onde travou contato com Hayek Mises e Morgenstern Nurkse foi um estudioso dos problemas econômicos internacionais Suas análises se caracterizavam por sólida fundamentação teórica e uma articula ção consistente e equilibrada entre dados estatísticos teoria e aspectos histó ricos Nos anos que se seguiram ao pósguerra aproximouse sensivelmente da Escola Keynesiana Dedicou especial atenção ao exame dos movimentos internacionais do capital do comércio internacional e dos problemas do equilíbrio monetário internacional Nos últimos anos de vida dedicavase ao estudo do desenvolvimento Entre as contribuições de Nurkse para o estudo dos problemas do desenvolvimento destacamse a conceituação de subdesenvolvimento a identifica ção dos fatores responsáveis pela sua reiteração e as medidas necessárias para a superação dessa condição Para o autor o subdesenvolvimento é uma condição em que o capital é insuficiente para alocar a população e os recursos naturais disponíveis de forma ficiente e produtiva Assim o subdesenvolvimento é basicamente um problema de baixo nível de acumulação de capital A superação do subdesenvolvimento esbarra em vários obstáculos caracterizados por uma circularidade A pobreza do país determina baixos níveis de renda de poupança e investimento Investimentos reduzidos se traduzem em baixa produtividade a qual por sua vez reitera o baixo nível da renda fechando o ciclo A taxa de investimento é reduzida pelas dimensões restritas do mercado baixo nível da renda a qual decorre da baixa produtividade da economia que é determinada por sua vez pela escassez de capital resultante dos baixos investimentos Segundo Nurkse a única forma de romper esse círculo vicioso é ampliar a renda o que implica incrementar a capacidade produtiva Do seu ponto de vista é a capacidade de produzir que determina a capacidade de compra e nos tempos atuais a industrialização é a única forma de ampliar aceleradamente a produção Mas para ele não é toda forma de industrialização que conduz ao desenvolvimento As vias de industrialização voltadas à produção de manufaturados destinados à exportação não oferecem perspectivas seguras de desenvolvimento Os efeitos positivos da industrialização se fazem sentir com mais intensidade quando ela se orienta para abastecer o mercado local Nesse caso o primeiro grande problema a ser enfrentado é a baixa produtividade da agricultura que é a responsável pelo baixo nível de renda do trabalhador rural e por um mercado de consumo de artigos manufaturados restrito Dessa forma fica evidente que o ritmo da industrialização depende de um processo simultâneo de incremento da produtividade agrícola sem a qual não se ampliam a renda e o consumo nem a oferta de produtos agrícolas necessários ao abastecimento urbano Como os ganhos de escala são muito importantes para o incremento da produtividade industrial devese buscar a ampliação da oferta para além das fronteiras do mercado interno por meio da abertura de novos mercados em outros países e acordos alfandegários com aqueles que se encontram em estágios próximos de desenvolvimento Como podemos observar Nurkse coloca em evidência que o desenvolvimento depende de um crescimento equilibrado entre os setores da economia Ele argumenta que se os setores da economia contribuírem de forma equilibrada para a expansão será possível obter taxas mais expressivas de crescimento Afi rma que os defensores do crescimento baseado num setor dinâmico responsável pela indução de estímulos aos demais tendem a desprezar o fato de que os setores da retaguarda econômica retiram dinamismo dos que seguem à frente comprometendo o desenvolvimento Os países subdesenvolvidos não podem sair dessa condição de forma natural e espontânea Segundo Nurkse existe um grau de crescimento econômico que quando ultrapassado tende a provocar um efeito em cadeia no qual os setores da economia passam a se estimular reciprocamente Enquanto esse limite não é superado inúmeras forças atuam no sentido de manter o crescimento abaixo do limiar de estagnação Assim a ação do Estado passa a ser decisiva pois ele reúne instrumentos e condições de mobilizar poupança coordenar e direcionar investimentos numa dimensão fora de alcance da iniciativa privada local Dessa forma os países pobres só podem superar o subdesenvolvimento por meio de uma política ativa do Estado na esfera econômica complementar aos empreendimentos da iniciativa privada PERROUX As décadas de 1930 a 1950 foi um período importante nas Ciências Econômicas A crise de 1929 o fim da Segunda Grande Guerra e o consequente processo de reconstrução da Europa e do Japão contribuíram para o abandono dos postulados clássicos pari passu à ascensão do pensamento keynesiano com destaque para do papel do setor púbico na manutenção da demanda agregada como forma de redução do desemprego e da superação da crise mundial A década de 1950 fez surgir também um novo debate Como as nações podem lançar mão de mecanismos para a superação da pobreza e alcançar o desenvolvimento econômico Várias teorias surgiram nesse período tendo como pano de fundo o crescimento e o desenvolvimento econômico Dentre essas teorias encontrase a dos Polos de Crescimento em um trabalho seminal desenvolvido por François Perroux em 1955 A Teoria dos Polos teve uma grande influência sobre o pensamento latinoamericano nas décadas de 1960 e 1970 enquanto ferramenta importante dos planejadores como forma de redução das desigualdades regionais No Brasil não foi diferente Por possuir um território extenso com regiões deprimidas e com uma economia altamente concentrada na região Sudeste do país sobretudo em São Paulo planejadores no Brasil utilizaramse desta teoria como forma de mitigar os problemas regionais latentes A prova da importância da Teoria dos Polos pode ser comprovada através do Seminário sobre Planejamento Urbano e Regional na América Latina organizado pelo Instituto Latinoamericano de Planejamento Econômico e Social ILPES em 1972 no Chile no qual se debateu amplamente a sua validade para as economias latinoamericanas Diante dessas mudanças metamorfoses refinamentos e devido à importância que a Teoria dos Polos exerceu na Ciência Regional especialmente para os investigadores do planejamento brasileiro e latino americano a presente investigação tem como objetivo fazer um balanço da Teoria dos Polos de Desenvolvimento nos últimos 60 anos 1955 2015 buscando identificar o contexto de seu surgimento suas influências teóricas assim como suas principais críticas ou insuficiências finalizando com a possiblidade de aplicação da Teoria nos dias atuais em um ambiente de economia globalizada e oligopolizada O CONCEITO DE POLOS DE CRESCIMENTO Em um sistema de concorrência ou competição perfeita não existe nenhum elemento de dominação Mas na vida real sempre existe uma unidade dominante seja ela uma firma uma indústria um grupo econômico ou mesmo um país Para Tolosa 1972 esse é o cerne da Teoria a da Unidade Dominante de Perroux Essa Teoria pretende explicar como se comportam os agentes em mercados não competitivos Para chegar à Teoria dos Polos de Crescimento Perroux 1955 primeiro reformulou a noção de espaço econômico em sua obra Os Espaços Econômicos de 1950 considerando três classificações básicas a Espaço econômico definido como um plano ou programa b Espaço econômico definido como um campo de forças ou relações funcionais e c Espaço econômico definido com um agregado homogêneo No espaço econômico enquanto plano ou programa as firmas definem seus planos em relação aos seus fornecedores de matériaprima ou mesmo os seus compradores de produtos ou serviços O espaço definido com um agregado homogêneo corresponde ao espaço definido por todas as firmas agrupadas de acordo com estruturas de produção similares Perroux começa desenvolvendo o conceito de polos de crescimento em 1955 partindo do pressuposto de que o crescimento econômico não é observado em todos os pontos do espaço econômico mas sim em espaços específicos como na seguinte passagem O fato rude mas verdadeiro é o seguinte o crescimento não aparece simultaneamente em toda parte Ao contrário manifestase em pontos ou polos de crescimento com intensidades variáveis expandese por diversos canais e com efeitos finais variáveis sobre toda a economia PERROUX 1977 p146 Assim a primeira constatação de Perroux é que o processo de crescimento econômico não implica em equilíbrio como preconizava os economistas clássicos e neoclássicos mas este sim é um processo desequilibrado por natureza Três conceitos são fundamentais nesse trabalho de Perroux em 1955 O primeiro referese à indústria motriz definida como a indústria que tem a propriedade e capacidade de aumentar as vendas e as compras de serviços de outras indústrias ao aumentar as suas próprias vendas e compras de serviços produtivos As indústrias motrizes são indústrias novas que possuem também novas tecnologias contudo nada impede que as indústrias motrizes sejam de setores maduros já implantados O segundo conceito é a indústria movida que é a indústria na qual é impactada movida pela indústria motriz e o terceiro é o conceito de indústriachave entendida como a indústria que induz na totalidade de um conjunto por exemplo de uma economia nacional um acréscimo global de vendas A teoria dos polos de crescimento foi bastante utilizada no Brasil no período de 19641998 época do regime militar que dominou o país Naquele momento começavam a se configurar os impasses do desenvolvimento e em função deles a crise do próprio projeto nacional de desenvolvimento que tantas esperanças haviam despertado no Brasil Começava a se tornar evidente que apesar de todos os êxitos estatísticos resultantes dos esforços governamentais até então realizados a evolução econômica e social em um país de capitalismo tardio e dependente se fazia em termos distintos daqueles que marcaram a expansão capitalista nos países desenvolvidos Uma das evidências desse fato era dada justamente pela tendência a forte e regressiva concentração tanto social quanto espacial da renda nacional Ou seja onstatavase que a eliminação do que na terminologia da época se designava como obstáculos ao desenvolvimento não conduzia à generalização da expansão capitalista no âmbito do espaço nacional ao contrário tal eliminação punha em marcha mecanismos que reforçavam em novos e até mais perversos termos as tendências estruturais à concentração da renda As frustrações e tensões sociais que emergiram dessa constatação e desses resultados ameaçando a própria legitimidade da ideia de desenvolvimento são demais conhecidas para serem aqui relembradas É nesse momento que a ideia da implantação de polos começa a despertar interesse e é logo em seguida incorporada ao arsenal dos instrumentos de intervenção na economia à disposição do Estado da mesma forma que passa também a reanimar a expectativa da generalização do processo de desenvolvimento no âmbito da nação O recurso à ideia de polo como instrumento de desenvolvimento regional parece relacionarse diretamente à percepção da classe dirigente brasileira de que através da implantação de polos seria possível corrigir as distorções existentes no processo sem que para tanto se tornasse necessário reformular o padrão básico de desenvolvimento Em torno da noção de polo ou através da manipulação propagandística dela foram criadas rapidamente altas expectativas notadamente no que se refere aos efeitos sociais no âmbito do desenvolvimento regional Assim a política de implantação de polos surgiu independentemente ou na ignorância das restrições que muitos especialistas internacionais e mesmo nacionais faziam à sua real eficácia A despeito das contribuições da chamada escola espacial desenvolvendo e ampliando as formulações iniciais de Perroux assim como da tentativa de incorporação do conceito de polo à teoria da localização formulada anteriormente pela escola alemã Christaller Lösch continuava sem solução a maioria dos problemas suscitados pela questão maior de como compatibilizar a geografia dos polos com a economia dos polos de modo a reter no âmbito da primeira os resultados obtidos através da segunda Foi em função dessa dificuldade que surgiu a crítica à possibilidade de conversão da noção de polo em instrumento de promoção do desenvolvimento regional O argumento central dessa crítica era de que tal conversão incorria num erro de lógica na medida em que tomava como sendo certo aquilo que era dado apenas como Em outras palavras a teoria dos polos descrevia a dinâmica do funcionamento de algo cuja existência era simplesmente constatada mas nada dizia sobre as condições prévias necessárias para o surgimento daquilo cujo funcionamento ela descrevia RODAN Paul N RosensteinRodan deu início à sua carreira profissional no campo da Economia através de estudos sobre a teoria austríaca da demanda do consumidor No entanto não é nessa área que se encontra sua contribuição mais conhecida e reconhecida para a literatura econômica RosensteinRodan é considerado um dos pioneiros das teorias do desenvolvimento econômico sendo inclusive o autor do artigo seminal desse ramo da Economia A transição de seus estudos da teoria econômica pura para a teoria do desenvolvimento econômico pode ser compreendida ao se conhecer as questões sobre as quais o autor se debruçou em sua carreira profissional Em seus estudos sobre teoria econômica pura aparecem investigações acerca de conceitos como a complementaridade no consumo e na produção economias de escala e o papel do tempo nos ajustes econômicos Foi exatamente a partir da investigação desse último conceito que RosensteinRodan passou a se interessar por problemas relacionados ao desenvolvimento econômico Em 1934 foi publicado seu artigo The Role of Time in Economic Theoryque trata sobre o tema Nele o autor aborda três questões referentes ao papel do tempo na Economia A primeira diz respeito ao período econômico ou seja à duração de tempo na qual está inserida uma atividade econômica A segunda se refere ao tempo como um bem econômico na medida em que um determinado período de tempo seria escasso para a execução de diferentes atividades A terceira diz respeito à velocidade de ajustamento dos mercados quando da ocorrência de processos de mudança no status quo da economia Essa última questão é a relevante em um processo de desenvolvimento econômico e por isso a abordagem feita pelo autor demanda uma análise mais detalhada neste trabalho De acordo com RosensteinRodan em seu artigo de 1934 o estudo das posições finais de equilíbrio de longo prazo deveria servir apenas como guia para uma investigação mais profunda sobre as posições intermediárias ou seja sobre a trajetória para o equilíbrio Entretanto não seria essa a pratica mais comum entre os economistas que tenderiam a enfatizar o ponto final de equilíbrio Sua preocupação passa a ser então ressaltar a importância da trajetória para o equilíbrio e conseqüentemente o papel do tempo nos ajustes econômicos O que o autor pretende mostrar grosso modo é que uma mudança nos dados poderia levar não só a uma mudança de um equilíbrio final para outro como também da trajetória em direção a esse novo equilíbrio Considerar a velocidade de ajustamento da economia como não instantânea abriria espaço para questionamentos acerca da própria existência de um equilíbrio da quantidade de equilíbrios possíveis e da estabilidade de um equilíbrio mas por outro lado não deixaria dúvidas quanto à importância do estudo da trajetória para se chegar a esse equilíbrio Para exemplificar a função e a importância do tempo na análise dos ajustes econômicos em direção ao equilíbrio RosensteinRodan se vale de um exemplo muito ilustrativo Ele faz uma analogia entre uma perseguição de um animal predador à sua presa e a trajetória de uma economia em direção ao equilíbrio sendo que o ponto de equilíbrio da economia a ser atingido seria representado pela presa Da mesma forma que o predador tem que recalcular sua melhor trajetória a cada movimento da presa durante a perseguição a análise da trajetória de uma economia em direção ao equilíbrio precisaria ser refeita a cada mudança nos dados ou seja a cada momento do tempo Foi justamente com esse tipo de preocupação teórica em mente e com o instrumental analítico referente a ela em mãos que RosensteinRodan participou como líder de um grupo de estudos na Inglaterra entre 1942 e 1945 que tinha como propósito estudar os problemas dos países subdesenvolvidos A preocupação do grupo era a de uma vez superado o período de guerra encontrar soluções para esses países a fim de se construir um novo mundo melhor do que o do período anterior à guerra Nesse contexto foi publicado em 1943 seu artigo Problemas de Industrialização da Europa Oriental e Sul Oriental que acabou servindo de documentobase para o grupo de estudos e é o documento seminal das teorias do desenvolvimento econômico como já foi dito O artigo apresenta a idéia da formação de capital e da industrialização como sinônimos do desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos e propõe o planejamento e a intervenção governamental para dirigir esse processo idéias que acabaram sendo comuns a teóricos do desenvolvimento de sua época como Lewis por exemplo2 Suas idéias acerca do desenvolvimento econômico desses países não foram portanto derivadas da teoria do equilíbrio estático tradicional e sim da análise dos desequilíbrios provenientes do processo de crescimento econômico No artigo já está presente a idéia do big push empurrão ou seja da transformação súbita e em massa da economia dos países subdesenvolvidos bem como de conceitos econômicos relacionados com esse processo de transformação Logo nas primeiras linhas do artigo de 1943 RosensteinRodan explicita o problema a ser tratado qual seja o da desigualdade na distribuição de renda entre as regiões do mundo A questão específica da industrialização da Europa Oriental e SulOriental definidas como regiões deprimidas é posta pelo autor como de interesse mundial Argumentase que a industrialização seria um meio de se alcançar uma distribuição de renda mais eqüitativa entre as regiões ricas e as deprimidas seu objetivo último através de uma taxa de crescimento maior das últimas em relação às primeiras Na análise do problema RosensteinRodan adota como hipótese a existência de excesso de população agrária nas regiões deprimidas 25 da população estaria total ou parcialmente desemprego disfarçado desocupada segundo o autor A situação de excesso de população agrária é identificada como um empecilho ao bom funcionamento dos princípios da divisão internacional do trabalho São propostas duas soluções para eliminar o excesso de mãodeobra nas regiões deprimidas encaminhamento dessa mãodeobra excedente ao capital emigração ou o encaminhamento do capital à mão deobra industrialização A diferença se daria apenas em relação aos custos de transporte e é encarada pelo autor como insignificante Contudo uma emigração em larga escala seria problemática e a questão do excesso de população agrária teria mesmo de ser resolvida pela industrialização O primeiro modelo de industrialização apresentado por RosensteinRodan é o chamado modelo russo no qual a Europa Oriental e Sul Oriental se industrializaria por conta própria sem investimento internacional através da construção de todos os tipos de indústrias integradas verticalmente A esse modelo são apresentadas algumas objeções A primeira é a de que a economia da região teria um crescimento lento uma vez que o suprimento do capital teria de ser feito por fontes internas às custas do padrão de vida e do consumo da população implicando um esforço desnecessário à economia e à sociedade A segunda objeção à adoção do modelo russo é a de que ele causaria a redução da divisão internacional do trabalho através da criação de uma economia independente da economia mundial o que tornaria o mundo mais pobre como um todo Por fim a última objeção a esse modelo se refere ao grande desperdício de recursos que seria causado pela ociosidade de novas indústrias pesadas no âmbito da economia mundial O segundo modelo de industrialização apresentado por RosensteinRodan em seu texto é o de inserção da Europa Oriental e Sul Oriental na economia mundial através de investimentos internacionais ou empréstimos de capitais o que conservaria as vantagens da divisão internacional do trabalho e aumentaria a riqueza mundial O autor vê vantagens neste modelo em contraposição ao modelo russo A primeira vantagem seria um menor sacrifício do consumo na região e uma menor tensão social causada por um progresso mais rápido com o emprego lucrativo de mais trabalhadores provenientes da população agrária excedente A segunda vantagem da inserção da economia da região na economia mundial seria a boa aplicação dos princípios da divisão internacional do trabalho através da especialização das regiões deprimidas em indústrias leves intensivas em mãodeobra Finalmente a última vantagem apontada pelo autor seria a de um melhor aproveitamento das indústrias pesadas já existentes nos países ricos Logicamente RosensteinRodan propõe que seja adotado o segundo modelo Antes de apresentar detalhadamente sua estratégia de industrialização para a Europa Oriental e SulOriental RosensteinRodan faz uma comparação entre o ambiente institucional outrora vigente no processo de industrialização do início do século XIX e o ambiente institucional no qual se desenvolveria o processo de industrialização da Europa Oriental e Sul Oriental proposto por ele O autor defende que nenhuma analogia poderia ser feita entre os dois processos de industrialização devido justamente aos diferentes arranjos institucionais presentes em cada momento defende ainda uma mudança no ambiente institucional em vigor O primeiro passo segundo o autor para a industrialização seria o de habilitar a mão deobra ou seja transformar camponeses em operários industriais O responsável pelo treinamento da mãodeobra deveria ser um conjunto de indústrias a ser criado o Truste Industrial da Europa Oriental TIEO isso porque não seria lucrativo para um empresário fazêlo individualmente Tendo como eixo de argumentação o conceito de economias externas o texto de RosensteinRodan abre espaço para uma investigação acerca do significado preciso do conceito e das conseqüências de sua utilização na análise do processo de industrialização dos países subdesenvolvidos Dado que a idéia embutida no conceito de economias externas difere essencialmente daquele conhecido na teoria econômica tradicional por externalidades torna se interessante um estudo comparativo sobre os dois conceitos ROSTOW Walt Whitman Rostow nascido na Prússia em 1916 e radicado posteriormente nos Estados Unidos foi antes de tudo um historiador econômico Impulsionado por sua formação Rostow buscava aplicar a teoria econômica à história econômica e apresentar uma alternativa à teoria marxista sobre os rumos do capitalismo Para resolver o problema do determinismo econômico Ribeiro 2008 avalia que Rostow substitui o determinismo por interação visualizando a sociedade como um todo e assinalando o relacionamento entre os seus componentes econômicos e não econômicos em processos de interação Em sua obra The Stages of Economic Growth A NonCommunist Manifesto As etapas do crescimento econômico um manifesto não comunista publicada em 1960 Rostow estabelece a possibilidade de desenvolvimento econômico em cinco etapas Tratase de ases que um país deveria atravessar para atingir o desenvolvimento o que permitiria 13 classificar as sociedades de acordo com seus estágios econômicos específicos A passagem de um estágio para outro envolveria alterações nos padrões de produção a partir do manejo de três fatores principais poupança investimento e consumo demanda Ao mesmo tempo Rostow parte do pressuposto de que para se obter uma nova ordem capitalista em nível internacional o desenvolvimento deve ser visto ideologicamente de forma que os países considerados desenvolvidos tivessem nele seu principal foco Assim a teoria rostowiana aponta que ao se impulsionar o desenvolvimento para os demais países as economias consideradas desenvolvidas além de expandir ideais capitalistas poderiam auxiliar as demais com empréstimos e auxílio técnico SANTOS SILVA 2004 As cinco etapas do desenvolvimento de Rostow são 1 Sociedade tradicional traditional society 2 As precondições para o arranco ou a decolagem transitional stage 3 O arranco take off 4 A marcha para a maturidade drive to maturity 5 A era do consumo em massa high mass consumption No que tange à primeira etapa esta se refere à sociedade tradicional a qual é definida em relação à sociedade moderna e se identifica liminarmente pela insuficiência de recursos Nesse sentido Rostow entende tratarse de uma economia baseada na produção rudimentar e tradicional que busca a subsistência e prioriza o trabalho cujos principais recursos provêm da agricultura e que não obtém senão limitada quantidade de capital De acordo com esta visão economicista a sociedade tradicional traduzse em incapacidade de produção de excedentes e consequentemente de acumulação sendo fadada a viver com limites bem precisos sem perspectivas de ascensão ao crescimento econômico Contudo acreditava Rostow que as mudanças sociais na sociedade tradicional estariam condicionadas a fatores internos ao passo que as sociedades que não sofressem tais evoluções e mudanças sociais as experimentariam graças à interferência de fatores externos como efeito dos processos de colonização por exemplo Na segunda etapa encontrase uma sociedade em processo de transição na qual surgem os primeiros sintomas do que o autor considera o princípio do arranco ou decolagem Diferentemente da primeira fase onde a produtividade é limitada nesta etapa buscase romper com os fatores que determinam rendimentos decrescentes sobretudo mediante o aumento da especialização do trabalho e a modernização tecnológica Ao mesmo tempo sugeremse mudanças relevantes nos itens relativos ao conhecimento na política e nos sistemas de valores os quais alavancariam a produtividade e consequentemente o desenvolvimento econômico Salientese que esta é considerada a etapa mais importante entre as descritas por Rostow pois ela sinaliza um marco para todas as demais as quais passam a ter suas características balizadas pelas configurações definidas nesse processo de transição No entanto como esta sociedade em transição ainda mantém características da sociedade tradicional a economia continua bastante limitada Apenas de forma incipiente começam a emergir os primeiros empreendimentos fator primordial para o desenvolvimento juntamente com a expansão dos comércios interno e externo em um Estado operativo capaz de incrementar as mudanças tecnológicas e socioculturais que a modernização exigiria Na terceira fase que o autor chama de arranco o desenvolvimento sobrepõe se às resistências e bloqueios que limitavam as mudanças econômicas e sociais já ocorridas na segunda fase Já não há amarras tecnológicas políticas institucionais morais etc que impeçam o desenvolvimento o qual é definido como uma revolução industrial Nesta etapa fomentase a industrialização e ocorre a migração de mão de obra predominantemente rural para o setor industrial Constroemse as bases da sociedade moderna não apenas do ponto de vista econômico mas também como alavanca para o surgimento de um novo sistema político institucional e social SARMENTO 2012 Da mesma forma também a quarta etapa que o autor chama de marcha para a maturidade agrega o aumento da tecnologia moderna o incentivo à produção e a busca pela diversificação de produtos A mão de obra reduzse ainda mais no campo em contraponto ao aumento da mão de obra especializada nos centros urbanos Assim graças a vários incentivos sobretudo por parte do Estado alguns bens anteriormente importados passam a ser produzidos internamente Consolidase aqui a ideia de que por meio da inovação técnica podese produzir tudo ou quase tudo e isso redunda no afloramento de novas áreas produtivas bem como na possibilidade de importação de novos produtos para o mercado SANTOS SILVA 2004 Na quinta e última etapa compreendida como era do consumo em massa Rostow completa seu modelo focando o consumo de uma sociedade industrial massificada que a partir do aumento da renda per capita estimula um sistema econômico centrado no consumo intensivo tanto de alimentos e vestuário quanto de bens duráveis Verificase por consequência além disso um aumento na busca por uma melhor distribuição de renda SANTOS SILVA 2004 Vale ressaltar que essas etapas não são separadas por demarcações nítidas no tempo As sobreposições são decorrência do modo como se processa a interação comercial e tecnológica entre as nações A teoria rostowiana foi alvo de inúmeras críticas sobretudo por ter caracterizado as circunstâncias do processo de modernização da economia dos países hoje vistos como desenvolvidos que teriam cumprido essa trajetória no período posterior à Segunda Guerra Mundial O problema é que Rostow sugere que os países subdesenvolvidos chegariam ao desenvolvimento seguindo idêntica trajetória de modernização uma vez que o subdesenvolvimento seria apenas uma etapa atrasada do mesmo processo histórico de crescimento econômico e progresso industrial HIRSCHAMAN Este economista alemão radicado nos Estados Unidos talvez tenha sido o principal defensor da chamada economia do desenvolvimento desde seu surgimento na década de 1940 mas também se tornou um dos seus maiores críticos Sua obra extensa e diversa expõe o pensamento de um entusiasta do progresso e da modernização otimista com as possibilidades abertas pelas sociedades de mercado pluralistas e por outro lado o de um questionador veemente das decisões políticas que implicavam crescente desigualdade Hirschman nasceu em Berlim em 1915 Começou a estudar em 1932 na FriedrichWilhelmsUniversität Alemanha a seguir fez estudos na Sorbonne França na London School of Economics Inglaterra e na Universidade de Trieste Itália onde recebeu seu título de doutorado em 1938 Diferentemente do modelo neoclássico onde tudo se resume a uma questão de melhor alocação de recursos tidos de antemão como escassos ao ver de Hirschman o desenvolvimento referese antes de mais nada à mobilização de habilidades e recursos ocultos Em seu dizer o desenvolvimento não depende tanto de encontrar ótima confluência de certos recursos e fatores de produção quanto de provocar e mobilizar com propósito desenvolvimentista os recursos e as aptidões que se acham ocultos dispersos ou mal empregados HIRSCHMAN 1961 p 19 Esses recursos ocultos também denominados por ele de racionalidades ocultas estão sempre em processo de crescimento e mudança e são definitivos para lutar contra o que ele mesmo chamava ao analisar os projetos de desenvolvimento de síndrome do economista visitante e de fracassomania nativa BLANCO 2013 Hirschman considera que há uma arte de promover o desenvolvimento a qual pressupõe que os atores não possuem plena compreensão de como devem agir Os projetos são construídos em um mundo repleto de incertezas e acasos onde na verdade distintos eventos convergem numa conspiração multidimensional em favor do desenvolvimento numa conjunção de circunstâncias extraordinárias completamente inesperadas HIRSCHMAN 2000 O desenvolvimento não consiste simplesmente no resultado final alcançado por um esquema de planejamento racional ou no saldo global das ações individuais em busca da satisfação de preferências fixas e exógenas mas em uma aventura épica onde nada é certo claro ou absoluto HIRSCHMAN 1996 Foi essa incerteza com que Hirschman se deparou ao avaliar diferentes projetos de desenvolvimento que o levou a propor o princípio da mãooculta em oposição à clássica noção de mão invisível que Adam Smith utilizou para caracterizar o mercado De acordo com Hirschman a mãooculta atua principalmente através do descobrimento da ignorância das incertezas e das dificuldades agindo por meio das técnicas da pseudoimitação e do programa global A pseudoimitação é aquela que apresenta os projetos como menos difíceis do que são enquanto o programa global dá aos planejadores a ilusão de serem mais perspicazes em relação às dificuldades do projeto do que realmente são Com efeito Hirschman acreditava que essa mãooculta embora necessária teria cada vez menos influência na medida em que se aprimorasse a arte de promover o desenvolvimento Este passa a ser o resultado dos projetos dos atores sociais o fruto da ação visível dos indivíduos e organizações incluindo o Estado como mecanismo regulamentador e promotor o crescimento segundo Hirschman é quase inexoravelmente criador de desigualdades porquanto é decorrente de escolhas que beneficiam alguns em detrimento de outros Isso desqualifica a falácia conservadora de que é preciso fazer o bolo crescer para depois dividilo Por outro lado também não é possível imaginar que uma sociedade deva antes acabar com a iniquidade social para só então se desenvolver ideia associada de acordo com Hirschman 1961 ao ponto de vista derrotista de que o desenvolvimento deve ser equilibrado de início ou então não se dará Na percepção do autor enfrentar a iniquidade é mais fácil com crescimento mas essa tarefa exige soluções antagônicas opções que favoreçam aqueles que não são naturalmente beneficiados pelo crescimento É nesta perspectiva que o economista sugere uma estratégia de crescimento desequilibrado Tratase de uma notável discordância com o pensamento da época o qual se assentava na ideia de crescimento equilibrado expressa por exemplo pelo Modelo HarrodDomar Esse modelo de crescimento de longo prazo de inspiração keynesiana sugere que o desenvolvimento é um processo gradual e equilibrado cuja equação é composta por três variáveis fundamentais taxa de investimento taxa de poupança e relação produtocapital O modelo apresenta ademais como condição básica para o crescimento equilibrado uma relação produtocapital constante conhecida como o equilíbrio no fio da navalha Quais seriam as principais restrições de Hirschman frente a esse tipo de estratégia nos países subdesenvolvidos Primo a insuficiência de recursos desses países para promoverem esse grande impulso simultaneamente em todas as áreas Secundo a necessidade de coordenação global do processo o que implicaria governos centralizados e com capacidade operacional Tertio o fato de que os Estados não possuiriam estrutura para agir ao que se somaria a falta de conhecimentos tecnologias e habilidades sociais O autor destaca em particular que no contexto das economias ditas subdesenvolvidas os obstáculos ao crescimento estariam relacionados sobretudo com a escassez de conhecimentos e competências organizacionais e de gestão fatores essenciais para uma estratégia de crescimento equilibrado Conclui Hirschman 1961 p 8889 dizendo que se um país estivesse em condições de aplicar a doutrina do desenvolvimento equilibrado então preliminarmente não seria um país subdesenvolvido Hirschman 1961 passou a propor a realização de investimentos em setores chave fundamentalmente naqueles que dispõem de maior potencial de encadeamento a montante e a jusante Ao invés das soluções simultâneas propôs soluções sequenciais com foco nos pontos de desequilíbrio Os planos desenvolvimentistas deveriam mobilizar recursos e EAD habilidades ocultos dispersos ou mal aproveitados e incentivar inovações que permitis 45 sem produzir e gerir novos desequilíbrios Obviamente Hirschman 1983 estava ciente de que uma vez iniciado o processo as interdependências entre os inúmeros setores econômicos acentuariam os desequilíbrios efeito do maior desenvolvimento de determinado setor Isso colocaria em movimento as forças de mercado mudanças de preços e as políticas governamentais em resposta a clamores sociais contra a escassez gerada controlando o desequilíbrio Em Grandeza e decadência da economia do desenvolvimento Hirschman 1986 analisa as especificidades que justificam a instituição da disciplina Um primeiro ponto destacado pelo autor é o fato de que a disciplina traduz sua rejeição ao monoeconomismo e nesse sentido o débito que ela tem para com a Teoria geral de Keynes a qual constituiria o primeiro corpo analítico coerente capaz de evidenciar o equívoco da economia convencional que desconsidera a existência de realidades sociais diversas e a necessidade de instrumentos distintos para analisálas Notese que este argumento também serviu de base para uma teorização sobre o fenômeno do subdesenvolvimento A segunda característica distintiva da ED apontada por Hirschman seria a sua posição peculiar em relação ao princípio da reciprocidade das vantagens nas relações entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos Contrariamente aos liberais que sustentavam a existência dessa relação recíproca a ED afirmava a inexistência de benefícios mútuos mecânicos e abstratos gerados de antemão pelas leis do mercado Nesse sentido a disciplina se aproximaria da tese cepalina referente à deterioração dos termos de troca nas relações desiguais entre centro e periferia Hirschman 1986 acreditava todavia que esses benefícios poderiam ser construídos com medidas adequadas de políticas públicas Não é em vão que grande parte da ED se volta de modo particularmente assíduo à análise e à formulação de instrumentos de intervenção do Estado Cabia à ED instituída enquanto disciplina teorizar sobre sua principal tarefa encontrar formas de superar os elementos que obstam o desenvolvimento e descobrir os recursos e capacidades ocultos Para tanto havia certo consenso na avaliação de que qualquer política desse tipo reservaria um papel relevante à industrialização HIRSCHMAN 1986 Faltava porém discernir qual estratégia seria capaz de impulsionar a industrialização e a modernização dos países subdesenvolvidos O economista contribuiu para este debate com sua teorização sobre encadeamentos e desenvolvimento desequilibrado A partir dos anos 70 a tranquila segurança que até então animava a ED foi abalada O principal motivo do abalo advinha do fato de que a modernização trouxera consigo tensões e problemas não previstos inicialmente em especial o autoritarismo Isso abriu caminho para que economistas neoclássicos e marxistas responsabilizassem a disciplina pelas consequências da industrialização A direita liberal acusoua de esquecer os fundamentos universais da economia Os marxistas encontraram brecha para demonstrar que as mudanças finalmente só se dariam a partir de uma transformação total das estruturas sociais HIRSCHMAN 1986 Em Ascensão e declínio da economia do desenvolvimento Hirschman 1982 pondera que a emergência da ED ocorreu como resultado da conjunção de distintas correntes ideológicas as quais mesmo tendo apresentado resultados produtivos trouxeram sérios problemas para o futuro A rigor mais do que defensor da ED Hirschman foi acima de tudo defensor de um pensamento heterodoxo e híbrido que evitou que se caísse nas armadilhas que ambos os lados engendravam De forma positiva seus trabalhos originamse geralmente de uma reação crítica às teorias e ideologias dominantes as quais vendo suas fragilidades colocadas à tona costumam formular teorias completamente novas Foi o posicionamento antagônico das escolas de pensamento econômico que fez com que Hirschman recusasse filiarse a uma ou outra corrente teórica o que lhe permitiu adaptar com muita maleabilidade sua teoria para explicar as diferentes realidades observadas A obra de Hirschman destacase não apenas em virtude dos seus aportes à economia mas e talvez principalmente graças à sua propensão a ultrapassar as fronteiras com outras ciências sociais entre as quais as ciências morais e políticas OCAMPO 2008 SANTISO 2000 MYRDAL Gunnar Myrdal34 nasceu na Suécia em 1898 Obteve a graduação na Faculdade de Direito da Universidade de Estocolmo em 1923 e recebeu o diploma de doutorado em economia em 1927 Posteriormente ele foi nomeado docente de economia política e publicou os seus primeiros livros inovando ao acrescentar a variável política nas suas pesquisas sobre o desenvolvimento econômico Cabe enfatizar que Gunnar Myrdal está inserido no seleto grupo dos vencedores do Prêmio Nobel em Economia No ano de 1975 Myrdal recebeu ao lado de Friedrich August von Hayek o prêmio máximo do reconhecimento pelas contribuições no campo da economia As influências que marcaram o pensamento de Myrdal são da escola sueca de economia como Knut Wicksell Gustav Cassel Hecksher O termo utilizado por Wicksell causação circular cumulativa em sua obra Juros e Preços 1898 foi significativo para o pensamento de Myrdal que a redefiniu Não é considerado viável por Myrdal analisar o desenvolvimento econômico nos países subdesenvolvidos a partir da teoria da escola clássica Por conta disso Myrdal 1965 se destacou pela sua crítica direcionada à estreiteza da teoria da escola clássica de economia Após a Segunda Guerra Mundial a temática do subdesenvolvimento e do atraso econômico dos países desenvolvidos atraiu a atenção de Myrdal A obra analisada na dissertação é Teoria Econômica para Regiões Subdesenvolvidas publicada originalmente em 1957 Esta obra representa o testemunho do esforço intelectual de Myrdal ao se debruçar sobre o problema do subdesenvolvimento nos países pobres e em reconhecer que a teoria clássica não abrangia a realidade social e econômica destes países a obra Teoria Econômica para Regiões Subdesenvolvidas foi elaborada sob o clima das mudanças na esfera política internacional em âmbito mundial condicionada pelas conseqüências da Segunda Guerra Mundial O interregno da Grande Depressão na década de 1930 e a Segunda Guerra Mundial foi marcado por eventos que proporcionaram grandes transformações em escala mundial modificando a dinâmica capitalista Dentre as inúmeras transformações ocorridas por conta das conseqüências da Segunda Guerra Mundial cabe destacar às desigualdades estabelecidas entre estes e os países desenvolvidos proporcionadas pelo comércio desproporcional O capitalismo como sistema econômico mundial teria um único propósito manter os países pobres cada vez mais na miséria MYRDAL 19651957 A questão das desigualdades econômicas entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos tem ocupado espaço nos debates publicações e nas teses dos teóricos que abordam o subdesenvolvimento Embora Myrdal 19651957 considere importante esta questão o propósito da sua obra vai além dela busca a explicação para a persistência das desigualdades O conceito de causação circular em um processo acumulativo é a metodologia adotada por Myrdal para entender a condição de subdesenvolvimento Segundo o economista é a metodologia mais precisa para analisar a mudança social36 A principal justificativa de Myrdal 19651957 para empregar o conceito de causação circular é que a noção de equilíbrio estável é falsa e é inadequada para explicar a mudança no sistema social Nesse sentido o teórico afirma que é equivocado aplicar a tese do equilíbrio estável à realidade social justamente por partir da premissa de que o processo social é descrito por um estado de equilíbrio entre as forças indo em direção oposta ao do equilíbrio gerando mais desigualdade Uma ilustração da aplicação da metodologia causação circular foi utilizada por Myrdal 19651957 em sua obra American Dilema devido o preconceito do branco em relação ao negro e o baixo padrão de vida do negro Ambos os fatores atuam como causa e efeito assim caso o estado das coisas permaneça inalterado é resultado do equilíbrio entre os dois fatores Conclui Myrdal o preconceito dos brancos com os negros bloqueia qualquer esforço dos negros de elevarem o seu baixo padrão de vida por outro lado esse baixo padrão de vida dos negros é observado como uma das causas do preconceito dos brancos o que subseqüentemente os induz a um comportamento discriminatório Do ponto de vista de Myrdal 19651957 ambos os fatores são fenômenos de causas múltiplas que estão interrelacionados em processos de causação circular Caso houvesse melhoria de qualquer um deles tenderia a seguir este padrão todos os outros fatores e assim indiretamente causaria a modificação acumulativa o que repercute em novo padrão na vida dos negros Para Myrdal 19651957 o efeito de causação circular não se restringe a um fator apenas Caso o fator econômico fosse enxergado como o determinante esse raciocínio estaria preso dentro do perímetro da teoria clássica O diagnóstico das condições que suscitam a condição de subdesenvolvimento para Myrdal 19651957 está vinculado ao baixo investimento e à reduzida renda em países subdesenvolvidos o que afeta o equilíbrio necessário para o seu desenvolvimento econômico A formulação da crítica de Myrdal acompanha a conjuntura econômica e política do pósguerra a Que há um grupo pequeno de países prósperos e um grupo muito grande de países extremamente pobres b Que em geral os países do primeiro grupo se encontram em processo de desenvolvimento econômico contínuo enquanto no segundo o progresso médio é mais lento uma vez que muitos países estão sob a ameaça permanente de não poderem sair da estagnação e até mesmo de retrogradarem c Que de modo geral nas últimas décadas as desigualdades econômicas entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos têm aumentado MYRDAL 1965 p23 Nos países subdesenvolvidos há uma tendência de aumento populacional e desigualdade entre eles e os países desenvolvidos Por conta disso Myrdal salienta que a teoria internacional do comércio não é suficiente para explicar como as desigualdades econômicas internacionais se produzem e tendem a aumentar A teoria do comércio internacional e na verdade a teoria econômica em geral jamais foram elaboradas para servir ao propósito de explicar a realidade do subdesenvolvimento e do desenvolvimento econômico MYRDAL 1965 p 27 A teoria do equilíbrio estável para Myrdal 19651957 está embutida na teoria clássica econômica É preciso uma teoria que dê conta de preencher as lacunas deixadas pela teoria clássica quando direcionada para estudo do subdesenvolvimento Por conta disso Myrdal embasase no conceito de círculo vicioso37 da pobreza para expor o grau da pobreza e miséria nos países subdesenvolvidos Para Myrdal 19651957 o círculo vicioso da pobreza tem como base o processo acumulativo sendo que as conseqüências podem gerar tanto os efeitos progressivos como os efeitos regressivos Os efeitos acumulativos são despertados pela mudança econômica ou pelos processos sociais Em economias subdesenvolvidas regidas pelas forças do mercado laissezfaire há uma tendência para aumentar as desigualdades regionais beneficiamse as regiões que possuem melhor infraestrutura indústrias ao passo que existem regiões que estão restritas à economia de subsistência A intensificação do desenvolvimento desequilibrado é conseqüência de um volume maior de investimentos em uma região o que propicia dinamismo da atividade econômica em relação à outra região dentro de um mesmo país O resultado é o crescimento econômico da região mais dinâmica à custa de outras regiões com economia estagnada MYRDAL 19651957 O diagnóstico de Myrdal 19651957 de uma região subdesenvolvida é exposto pela causação circular dos processos acumulativos cuja proposta é incluir tanto os fatores não econômicos como os econômicos que provocaram as mudanças no país subdesenvolvido Os efeitos negativos oriundos das transformações econômicas são tratados por Myrdal como efeitos regressivos O diagnóstico das condições que suscitam a condição de subdesenvolvimento para Myrdal 19651957 está vinculado ao baixo investimento e à reduzida renda em países subdesenvolvidos o que afeta o equilíbrio necessário para o seu desenvolvimento econômico A formulação da crítica de Myrdal acompanha a conjuntura econômica e política do pósguerra a Que há um grupo pequeno de países prósperos e um grupo muito grande de países extremamente pobres b Que em geral os países do primeiro grupo se encontram em processo de desenvolvimento econômico contínuo enquanto no segundo o progresso médio é mais lento uma vez que muitos países estão sob a ameaça permanente de não poderem sair da estagnação e até mesmo de retrogradarem c Que de modo geral nas últimas décadas as desigualdades econômicas entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos têm aumentado MYRDAL 1965 p23 Nos países subdesenvolvidos há uma tendência de aumento populacional e desigualdade entre eles e os países desenvolvidos Por conta disso Myrdal salienta que a teoria internacional do comércio não é suficiente para explicar como as desigualdades econômicas internacionais se produzem e tendem a aumentar A teoria do comércio internacional e na verdade a teoria econômica em geral jamais foram elaboradas para servir ao propósito de explicar a realidade do subdesenvolvimento e do desenvolvimento econômico MYRDAL 1965 p 27 A teoria do equilíbrio estável para Myrdal 19651957 está embutida na teoria clássica econômica É preciso uma teoria que dê conta de preencher as lacunas deixadas pela teoria clássica quando direcionada para estudo do subdesenvolvimento Por conta disso Myrdal embasase no conceito de círculo vicioso37 da pobreza para expor o grau da pobreza e miséria nos países subdesenvolvidos Para Myrdal 19651957 o círculo vicioso da pobreza tem como base o processo acumulativo sendo que as conseqüências podem gerar tanto os efeitos progressivos como os efeitos regressivos Os efeitos acumulativos são despertados pela mudança econômica ou pelos processos sociais Em economias subdesenvolvidas regidas pelas forças do mercado laissezfaire há uma tendência para aumentar as desigualdades regionais beneficiamse as regiões que possuem melhor infraestrutura indústrias ao passo que existem regiões que estão restritas à economia de subsistência A intensificação do desenvolvimento desequilibrado é conseqüência de um volume maior de investimentos em uma região o que propicia dinamismo da atividade econômica em relação à outra região dentro de um mesmo país O resultado é o crescimento econômico da região mais dinâmica à custa de outras regiões com economia estagnada MYRDAL 19651957 O diagnóstico de Myrdal 19651957 de uma região subdesenvolvida é exposto pela causação circular dos processos acumulativos cuja proposta é incluir tanto os fatores não econômicos como os econômicos que provocaram as mudanças no país subdesenvolvido Os efeitos negativos oriundos das transformações econômicas são tratados por Myrdal como efeitos regressivos Nos países subdesenvolvidos os efeitos propulsores são fracos As vantagens comparativas determinam que o livre comércio seja benéfico apenas para os países ricos enquanto que reforça a posição de submissão dos países pobres no comércio internacional No jogo do livre mercado os efeitos propulsores são maiores para os países desenvolvidos do que em países subdesenvolvidos O laissezfaire proporciona vantagens somente para os países mais bem preparados para competir no mercado assim o impacto dos efeitos regressivos nos países desenvolvidos é menor do que nos países subdesenvolvidos MYRDAL 19651957 De acordo com Myrdal 19651957 o Estado de BemEstar funciona muito bem em países ricos pois proporciona maior igualdade regional e efeitos propulsores Em países pobres o Estado de BemEstar não tem o mesmo alcance que nos países ricos de modo que atinge determinadas regiões e outras não repercutindo em desigualdades sociais MYRDAL 19651957 É utilizado como justificativa por Myrdal 19651957 para os países pobres não ingressarem no clube dos países ricos o fraco esforço de integração nacional Nos países ricos a causação circular tem agido pelos efeitos propulsores e políticas igualitárias Por outro lado em países pobres a causação circular tem atuado gerando desigualdades internas o que enfraquece a eficácia do governo democrático Myrdal ressalta que a falta de integração econômica nacional e o atraso econômico é de influência mútua No cenário mundial não há um equilíbrio de força as desigualdades internacionais têm resultado no desnivelamento entre as nações ilustrado pelo baixo poder de barganha dos países periféricos O atraso econômico cultural nos países subdesenvolvidos a dominação econômica estrangeira e o colonialismo político são conseqüências da frouxa relação entre os países subdesenvolvidos MYRDAL 19651957 Supõe Myrdal 19651957 que se existisse cooperação entre os países pobres a união destes aumentaria o poder de barganha frente às relações econômicas com os países ricos Na percepção de Myrdal 19651957 a teoria clássica foi aplicada erroneamente como solução para suprimir o subdesenvolvimento Esta teoria foi formulada sob os interesses políticos nacionais dos países desenvolvidos de modo que não tem aplicabilidade às peculiaridades dos países subdesenvolvidos Com efeito Myrdal salienta a sua preocupação em rechaçar as velhas preferências do laissezfaire do livrecâmbio e da teoria do equilíbrio estável A alternativa apontada por Myrdal 19651957 para substituir a teoria clássica e apresentar uma metodologia que combata o subdesenvolvimento é a causação circular que relaciona todos os fatores do sistema social resultante do processo acumulativo Brevemente colocaremos os principais tópicos abordados por Myrdal 19651957 que impedem o desenvolvimento econômico nos países pobres Em primeiro lugar para Myrdal 19651957 a teoria clássica que propõe o equilíbrio estável não é a teoria adequada para o subdesenvolvimento O teórico aponta que o método da causação circular é considerado como o melhor método para efetuar a análise sobre o subdesenvolvimento pois concilia a conjugação dos fatores econômicos políticos e sociais da sociedade O segundo ponto abordado por Myrdal 19651957 é sobre a dimensão do método da causação circular acumulativa Este método desdobra a análise do subdesenvolvimento em efeitos regressivos e os efeitos propulsores de uma economia O terceiro ponto tratado por Myrdal 19651957 diz respeito ao papel de relevância do Estado como agente capaz de proporcionar os efeitos propulsores em países subdesenvolvidos O Estado tem papel de destaque em países subdesenvolvidos pela sua capacidade de providenciar políticas econômicas para conciliar o desenvolvimento com a democracia Para Myrdal 19651957 é possível quebrar o círculo vicioso da pobreza através dos efeitos propulsores centrífugos capazes de fornecer para os países subdesenvolvidos maior dinamismo Conforme dita o crescimento econômico em uma região é possível capacitar todas as regiões vizinhas com o crescimento econômico graças à expansão econômica beneficiada pelo efeito propulsor Nesse sentido conforme são intensificados os efeitos propulsores o desenvolvimento econômico se torna um processo acumulativo ou seja ele é transmitido da região central epicentro do crescimento econômico para outras regiões vizinhas Com a extinção dos gargalos econômicos ocorre a otimização dos recursos humanos de uma nação O progresso passa a ser gerado quase que automaticamente quando o país alcança um alto nível de desenvolvimento MYRDAL 19651957 Aponta Myrdal 19651957 que a saída para a desigual relação no comércio internacional para os países subdesenvolvidos está no aumento da sua produtividade da renda do padrão de vida nos setores mais importantes de subsistência na agricultura o que implica no aumento dos salários da mãodeobra e na inserção da indústria Porém faz a ressalva Myrdal 19651957 o comércio por si só não é capaz de driblar o subdesenvolvimento o desenvolvimento econômico deve ser amparado pela ação política A mudança mais significativa nas políticas estatais dos países subdesenvolvidos é a conscientização da necessidade de uma política nacional de desenvolvimento econômico Todos os países necessitam de um plano nacional do desenvolvimento nesse sentido cabe ao Estado a responsabilidade de iniciar e controlar o plano global de desenvolvimento em um país subdesenvolvido MYRDAL 19651957 O principal propósito dos planos nacionais de desenvolvimento é aumentar os investimentos externos e elevar a capacidade produtiva do país A intenção das políticas em países subdesenvolvidos é aumentar os efeitos propulsores dos impulsos do desenvolvimento Os países subdesenvolvidos necessitam da democracia para superar os obstáculos que se opõem ao desenvolvimento econômico O plano nacional é defendido para proteger o mercado interno nos países subdesenvolvidos contra o livre mercado no sentido que exista um programa que estabeleça projetos de investimentos que por sua vez resultem na produtividade em vários setores da economia MYRDAL 19651957 LEWIS Fez parte de um grupo de economistas que foram prestigiados com o Prêmio Nobel Economia que foi entregue no ano de 1979 como uma homenagem à extensa pesquisa sobre o desenvolvimento econômico dos países subdesenvolvidos Em seu artigo propõe então descobrir como resolver problemas de distribuição acumulação e crescimento Primeiro é preciso entender que economia fechada tratase de uma mão de obra ilimitada com um salário fixo onde o excedente capitalista aumenta continuamente e o investimento anual corresponde a uma proporção crescente nacional Algumas observações são pertinentes ao trabalho tais como as principais fontes de onde precedem o trabalho são a agricultura pequeno comércio serviço doméstico etc em várias economias é visível a oferta ilimitada de mão de obra a nível de subsistência a formação do capital e do progresso não resulta em aumento de salários e sim na elevação de lucros na renda nacional e os preços aumentam à medida que se cria o capital A partir de um conceito conhecido como oferta ilimitada o autor construiu uma estrutura de como acumular capital de modo que explica o desenvolvimento econômico do país Vale lembrar que esse modelo surge de uma economia fechada e não aberta LIST Para esse autor a ciência que ensinar com humanidade alcançará a prosperidade seja por meio do comércio ou da agricultura Ele ainda acrescentou que toda a sua estrutura teórica está baseada na nacionalidade onde é possível atender o individualismo e a coletividade Para ele a nação é como um cimento que une as pessoas baseado na liberdade civil e na determinação do trabalho Ele explica que os protecionismos estão atuando como um estimulante em todos os setores embora possam ser adquirir com mais facilidade no exterior Mas vale lembrar que também pode ser produto no próprio país de origem O objetivo é então colocar o país em condições de igualdade para a livre concorrência e desse modo fomentar a união das nações Para o autor enquanto as nações se subordinarem aos interesses da humanidade fica inviável a verdadeira liberdade do comércio Sendo assim o autor entende que o contexto histórico chegou por si só a conclusão de que o protecionismo como liberdade civil e unidade territorial possui as condições necessárias para a constituição da nação NURSKE Ele foi um estudioso que se preocupou com os problemas econômicos internacionais através de dados sólidos e estatísticoshistóricos Sua principal função era identificar quais eram os fatores responsáveis pela reiteração e medidas necessárias para a superação dessa condição Além disso o autor considera que o subdesenvolvimento é uma condição de capital insuficiente pois para alocar a população e os recursos disponíveis é preciso atuar de forma eficiente e produtiva Superase o subdesenvolvimento através da ultrapassagem de vários obstáculos entre eles a pobreza do país pouco investimento e baixa produtividade Com isso notase que a taxa de investimento é reduzida pelas dimensões restritas do mercado que decorre da baixa produtividade do país que é determinada pela escassez da economia de capital resultante dos baixos investimentos Com isso a única alternativa para se romper com esse ciclo é ampliar a renda e incrementar a capacidade produtiva Ou seja a capacidade de produzir que vai determinar a capacidade compra sendo que a industrialização é a única forma de ampliar aceleradamente a produção Porém nem sempre será a industrialização a forma de garantir a produção acelerada Quando a industrialização se objetiva em abastecer o mercado local seus resultados são muito mais notórios que qualquer outro Fica claro então que o ritmo da industrialização depende de um processo da produtividade agrícola junto com a renda e o consumo para o abastecimento urbano Vale dizer ainda que os setores econômicos contribuem para um crescimento saudável e que é possível obter taxas mais expressivas do crescimento Por exemplo os países subdesenvolvidos não conseguem sair dessa condição de maneira natural e espontânea Isso porque para o autor existe um grau de crescimento econômico que quando ultrapassado provoca um efeito em cadeia aonde os setores da economia passam a se estimular reciprocamente PERROUX Este autor desenvolveu a Teoria dos Polos a fim de reduzir as desigualdades regionais O Brasil por possuir extensos territórios com regiões deprimidas e com uma economia que está praticamente concentrada na região sudeste do país muitos autores se apoiam nesse teoria como meio de minimizar os impactos regionais latentes O conceito de polos de crescimento possui três classificações básicas que são espaço econômico definido como um plano ou programa espaço econômico definido como um campo de forças ou relações funcionais e espaço econômico definido como um grande agregado homogêneo O fato é que no espaço econômico de programa são as organizações que definem seus planos em relação aos fornecedores de matériaprima ou até seus compradores Notase que apesar de todas as conquistas estatísticas que são resultados dos esforços governamentais a evolução econômica e social de um país de capitalismo tardio e dependente se faz em termos diferentes daqueles que marcaram a expansão capitalista nos países desenvolvidos Vale ainda dizer que as frustrações e tensões sociais oriundas desses resultados de modo que ameaçava a própria legitimidade da ideia de desenvolvimento são conhecidas para que sejam utilizadas no desenvolvimento da obra É a partir daí que a ideia da implantação de polos começa ter interesse público e em seguida é incorporada ao arsenal dos instrumentos de intervenção na economia de modo que fique à disposição do Estado Ou seja é a partir da mesma forma que passa a reanimar a expectativa da generalização do processo de desenvolvimento no âmbito da nação que se espera os resultados positivos O polo pode ser entendido como instrumento de desenvolvimento regional que relacionase diretamente entre a percepção da classe dirigente brasileira e através da implantação de polos considerando que seria possível corrigir as distorções existentes no processo mas antes reformular se necessário o padrão básico de desenvolvimento Por fim entendese que a noção de polos foi criada com alta expectativa no que se refere aos efeitos sociais no âmbito do desenvolvimento regional Sendo que a política de implementação surgiu justamente das restrições que muitos especialistas internacionais e nacionais faziam em relação à sua verdadeira eficácia RODAN Este era um autor preocupado com as teorias do desenvolvimento econômico sendo considerado inclusive como um dos pioneiros dessa abordagem teórica Houve historicamente falando uma transição da teoria econômica pura para a teoria do desenvolvimento econômico onde se fez possível conhecer umas questões sobre as quais o autor se debruçou a estudar Quando ele pesquisava sobre teoria econômica pura havia muitos estudos sobre complementaridade no consumo e na produção economias de escala e o papel do tempo nos ajustes econômicos A partir daí houve então um interesse maior pelos estudos do desenvolvimento econômico O autor explica que o Estado possui três papel perante a economia sendo se preocupar com a duração de tempo na qual está inserida uma atividade econômica pensar no bem como um bem econômico estudar as posições finais de equilíbrio considerando um longo prazo como forma de investigar qual a devida trajetória para o equilíbrio Diante disso o autor esclarece que uma possível mudança nos dados pode levar não só a mudança de um equilíbrio final como também de uma trajetória em direção a um novo equilíbrio O autor exemplifica essa análise através de um perseguição de um animal predador à sua presa e a trajetória de uma economia em direção ao equilíbrio Sendo que o ponto de equilíbrio da economia a ser atingido é representado pela presa Diante disso o autor argumentase que a industrialização é um meio de que possibilita o alcance de uma distribuição de renda entre as regiões ricas e as deprimidas por meio de uma taxa de crescimento maior das últimas em relação às primeiras Ou seja temse como hipótese a existência do excesso de população agrária nas regiões deprimidas Sendo que conforme o autor explica 25 da população estaria total ou parcialmente desocupada A situação de excesso de população agrária também é identificada como um problema ao funcionamento ideal dos princípios da divisão internacional do trabalho Para isso o autor propõe duas propostas que eliminem o excesso de mãodeobra nas regiões deprimidas são eles encaminhamento de mãode obra excedente ao capital ou o encaminhamento do capital à mão deobra ROSTOW Visto como um historiador econômico este autor buscava aplicar sua teoria econômica à história econômica e apresentar uma alternativa à teoria marxista sobre os rumos do capitalismo Rostow substitui o determinismo por interação visualizando a sociedade como um todo e assinalando o relacionamento entre os seus componentes econômicos e não econômicos em processos de interação O autor descreve cinco etapas para o desenvolvimento econômico que são sociedade tradicional as precondições para o arranco ou a decolagem o arranco a marcha para a maturidade e a era do consumo em massa Acrescentase que segundo o autor essas etapas não estão segregadas por demarcações nítidas no tempo As suas sobreposições são decorrência do modo como se processa a interação comercial e tecnológica entre as nações Vale ressaltar que a teoria rostowiana foi alvo de muitíssimas críticas por caracterizar as circunstâncias do processo de modernização da economia dos países hoje vistos como algo desenvolvido isto é que teriam cumprido essa trajetória no período somente depois da II Guerra Mundial Com isso percebese que os países subdesenvolvidos chegariam ao desenvolvimento seguindo idêntica trajetória de modernização uma vez que o subdesenvolvimento seria apenas uma etapa atrasada do mesmo processo histórico de crescimento econômico e progresso industrial HIRSCHAMAN Economista alemão que era o principal defensor da economia do desenvolvimento Dizia que o desenvolvimento não depende de encontrar ótimos recursos e fatores de produção mas sim de provocar e mobilizar com propósito desenvolvimentista os recursos e as aptidões que se acham ocultos dispersos ou mal empregados Seria então uma questão de estudo estrategista É necessário dizer ainda que os projetos são construídos em um mundo repleto de dúvidas e na verdade poucas situações convergem numa conspiração multidimensional em favor do desenvolvimento seja ele econômico ou social por exemplo mas o que fica evidente é que eles acontecem numa conjunção de circunstâncias extraordinárias completamente inesperadas Com isso o autor explica que o desenvolvimento não deve consistir exclusivamente no resultado final alcançado por um esquema de planejamento racional ou no saldo das ações individuais em busca de atender as satisfações de sua necessidades ou preferência mas sim em uma aventura épica onde nada é certo verdadeiro ou evidente O autor destaca em particular que no contexto das economias ditas subdesenvolvidas os obstáculos ao crescimento fazem relação direta com a escassez de conhecimentos e competências organizacionais e de gestão fatores essenciais para uma estratégia de crescimento equilibrado Portanto ao invés das soluções simultâneas ele propõe uma solução sequencial que tenha como foco os pontos de desequilíbrio Os planos desenvolvimentistas deveriam mobilizar recursos habilidades ocultas dispersas ou mal aproveitadas Por fim incentivar inovações que permitissem produzir e gerir novos desequilíbrios O autor postula que uma vez iniciado o processo as interdependências entre os inúmeros setores econômicos acentuariam os desequilíbrios efeito do maior desenvolvimento de determinado setor Isso implica em movimentar as forças de mercado e as políticas governamentais em resposta às necessidades sociais contra a escassez por exemplo MYRDAL Para esse autor não é uma boa opção estudar os países subdesenvolvidos a partir de uma teoria clássica pois esta é muito estreita ao entendimento da realidade tal como ela é A questão da desigualdade econômica em países desenvolvidas e subdesenvolvidos foi pauta de muitas obras publicadas O autor utiliza o conceito de causação circular para compreender as condições do subdesenvolvimento Ele explica que a definição é basicamente compreender que a noção de equilíbrio estável é falsa e indevida para explicar mudanças no cenário social O autor alega que não pode compreender uma sociedade pela noção de equilíbrio estável pois o processo social é descrito por um estado de equilíbrio entre as forças indo em direção oposta ao do equilíbrio gerando mais desigualdade Além disso os fatores são os fenômenos de causas múltiplas que estão interrelacionados em processos de causação circular Ou seja caso houvesse melhoria de qualquer um deles tenderia a seguir este padrão todos os outros fatores e assim indiretamente causaria a modificação acumulativa Além disso o autor esclarece que o diagnóstico das condições que remetem a condição de subdesenvolvimento está vinculado ao baixo investimento e também a redução de renda em países subdesenvolvidos o que afeta o equilíbrio necessário para o seu desenvolvimento econômico Diante disso em economias subdesenvolvidas há implicitamente uma tendência em aumentar as desigualdades regionais ou seja aquelas regiões que possuem melhores condições de infraestrutura continuam melhorando seus recursos e restrigindo a economia de subsistência Jingle Bell Car Stop at Lane A