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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS UFAM VALOR 1000 FACULDADE DE LETRAS FLET DISCIPLINA LITERATURA PORTUGUESA III DATA 17052023 Orientações para a avaliação 1 A avaliação é em dupla 2 O prazo para entrega é dia 23052023 3 A entrega da avaliação em data subsequente ocasionará a dedução de 20 dois pontos por dia de atraso 4 Cada resposta deverá ter até 2 páginas Qualquer texto para além do limite será desconsiderado e não pontuará 5 As respostas deverão ser escritas dentro das regras da ABNT espaçamento 15 fonte Arial ou Times New Roman tamanho 12 6 A avaliação que apresentar quaisquer formas de cópia ou plágio será zerada 1 A arte poética ars poetica de Fernando Pessoa é provavelmente um dos tópicos mais discutidos a respeito da obra do autor português O processo de criação heteronímica inigualado na história da literatura ocidental aparece teorizado em poemas não só dos ortônimo mas também de Alberto Caeiro Ricardo Reis Álvaro de Campos para citar os principais Disserte a respeito da arte poética pessoana a partir dos dois poemas a seguir 50 AUTOPSICOGRAFIA O poeta é um fingidor Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente E os que leem o que escreve Na dor lida sentem bem Não as duas que ele teve Mas só a que eles não têm E assim nas calhas de roda Gira a entreter a razão Esse comboio de corda Que se chama coração ISTO Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo Não Eu simplesmente sinto Com a imaginação Não uso o coração Tudo o que sonho ou passo O que me falha ou finda É como que um terraço Sobre outra coisa ainda Essa coisa é que é linda Por isso escrevo em meio Do que não está ao pé Livre do meu enleio Sério do que não é Sentir Sinta quem lê 2 Mensagem 1934 é um livro que se vale dos principais mitos fundadores de Portugal para construir a sua proposta Tomando os dois poemas abaixo comente a importância do mito do Quinto Império para o livro de Fernando Pessoa Na sua resposta considere não só o passado de Portugal mas o momento da escritura do livro 50 QUINTA D SEBASTIÃO REI DE PORTUGAL Louco sim louco porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá Não coube em mim minha certeza Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve não o que há Minha loucura outros que me a tomem Com o que nela ia Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia Cadáver adiado que procria O INFANTE Deus quer o homem sonha a obra nasce Deus quis que a terra fosse toda uma Que o mar unisse já não separasse Sagroute e foste desvendando a espuma E a orla branca foi de ilha em continente Clareou correndo até ao fim do mundo E viuse a terra inteira de repente Surgir redonda do azul profundo Quem te sagrou crioute portuguez Do mar e nós em ti nos deu sinal Cumpriuse o Mar e o Império se desfez Senhor falta cumprirse Portugal 1 Fernando Pessoa um dos poetas mais notáveis de sua geração deixou uma marca indelével na história da literatura com sua profunda introspecção e sua extraordinária exploração da complexidade da condição humana Sua vasta produção poética é caracterizada por uma dualidade fascinante entre os heterônimos e os ortônimos Por meio dos heterônimos como Alberto Caeiro Ricardo Reis e Álvaro de Campos Pessoa criou personalidades literárias completas cada uma com sua voz distinta estilos únicos e visões de mundo que abrangem desde a simplicidade e a observação direta da natureza até a influência grecolatina e a expressão da agitação urbana e existencialista Por outro lado os ortônimos representam a expressão direta do próprio Pessoa sem a máscara dos heterônimos revelando seu eu mais íntimo e autêntico É através desses ortônimos que Pessoa compartilha suas reflexões pessoais e seu pensamento literário transmitindo suas experiências e buscando compreender o mundo ao seu redor Com sua genialidade literária que transcende fronteiras e gerações Fernando Pessoa se estabelece como um dos maiores poetas da história cujas palavras ecoam até hoje convidandonos a explorar as múltiplas facetas da existência e a buscar o significado mais profundo da vida POEMAS Pessoa esclarece que a gênese poética está para além de ser um mero corolário do que experienciou o poeta Pessoa parece de algum modo querer se desvencilhar das amarras interpretativas às quais a sua própria obra lhe sujeita Tal esclarecimento demonstra que parte das poesias são concebidas sobre um estratagema artificial técnico e criativo o suficiente para dispensar inclusive as vivências que propiciariam a experiência da dor em primeira mão Para Pessoa o sentir pode configurarse uma decisão deliberada do intelecto superando assim a hipótese sustentada por alguns admiradores ao julgarem que as linhas de um poema seriam tão somente confluências reativas à determinado evento que assaltaria o coração do poeta O poeta defende que sua missão resumese a transparecer ou provocar o sentimento do público leitor através de sua brilhante disposição linguística Pessoa assume este status de servo do público de alguém que fabrica emoções mas que se recusa a ser feito delas refém Pessoa entrega um presente ao seu público presente como que em estado puro com o qual ele mesmo não teria se envolvido suficientemente o sentir é de todo responsabilidade de seus leitores Já nos últimos dois parágrafos do poema ISTO Pessoa torna a explicar seu processo de gênese com ainda mais detalhes Aquilo que lhe sobrevém por bem ou por mal seriam tal como um terraço ou base sobre o qual se estenderia o tecelão de sua poesia sendo a beleza desta última produção inclusive mais linda e valiosa do que o primeiro propulsor Pessoa escreve com uma ousada liberdade criativa para consigo mesmo Ele escreve sobre os fragmentos que sua mente lhe traz sobre aquilo que não está de pé Logo ele demonstra não partir da estabilidade nem de perfeitas resoluções interiores como de longe poderiase imaginar 2 Durante o período do salazarismo uma ditadura que governou Portugal a obra Mensagem de Fernando Pessoa foi escrita Esse contexto político influenciou significativamente a composição das poesias presentes nesse livro Um dos principais mitos fundadores explorados por Pessoa em Mensagem é o do Quinto Império Esse mito retrata a ideia de um império português glorioso e grandioso que se expandiria pelo mundo trazendo prosperidade e cumprindo uma missão divina No poema QuintaD Sebastião Rei de Portugal Pessoa aborda a figura do rei Dom Sebastião que personifica a grandiosidade e o sonho de um império próspero No entanto o rei viu suas esperanças desmoronarem e distante no tempo ele é lembrado como um ser à beira da loucura Nesse contexto a ditadura salazarista pode ter influenciado a interpretação de Pessoa sobre a queda desse sonho imperial refletindo a desilusão e a descrença de uma parte da população portuguesa no sucesso da expansão do império durante aquele período Por outro lado no poema O Infante Pessoa exalta a soberania divina sobre a criação e recorda as esperanças de glória para Portugal a partir do mito do Quinto Império Ele olha para um Portugal que um dia estendeu seus tentáculos pelo mundo mas que infelizmente viu seu império enfraquecerse e perder territórios No entanto mesmo diante desse cenário desafiador Pessoa entrega seu clamor final demonstrando sua crença persistente no ressurgimento de Portugal como uma nação escolhida dotada de uma missão divina e de responsabilidades globais Dessa forma a ditadura salazarista e as circunstâncias políticas da época podem ter influenciado a abordagem de Fernando Pessoa em relação ao mito do Quinto Império em Mensagem As poesias refletem uma mistura de desencanto diante da realidade e uma esperança persistente no renascimento e no cumprimento da grandeza de Portugal como nação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS UFAM VALOR 1000 FACULDADE DE LETRAS FLET DISCIPLINA LITERATURA PORTUGUESA III DATA 17052023 Orientações para a avaliação 1 A avaliação é em dupla 2 O prazo para entrega é dia 23052023 3 A entrega da avaliação em data subsequente ocasionará a dedução de 20 dois pontos por dia de atraso 4 Cada resposta deverá ter até 2 páginas Qualquer texto para além do limite será desconsiderado e não pontuará 5 As respostas deverão ser escritas dentro das regras da ABNT espaçamento 15 fonte Arial ou Times New Roman tamanho 12 6 A avaliação que apresentar quaisquer formas de cópia ou plágio será zerada 1 A arte poética ars poetica de Fernando Pessoa é provavelmente um dos tópicos mais discutidos a respeito da obra do autor português O processo de criação heteronímica inigualado na história da literatura ocidental aparece teorizado em poemas não só dos ortônimo mas também de Alberto Caeiro Ricardo Reis Álvaro de Campos para citar os principais Disserte a respeito da arte poética pessoana a partir dos dois poemas a seguir 50 AUTOPSICOGRAFIA O poeta é um fingidor Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente E os que leem o que escreve Na dor lida sentem bem Não as duas que ele teve Mas só a que eles não têm E assim nas calhas de roda Gira a entreter a razão Esse comboio de corda Que se chama coração ISTO Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo Não Eu simplesmente sinto Com a imaginação Não uso o coração Tudo o que sonho ou passo O que me falha ou finda É como que um terraço Sobre outra coisa ainda Essa coisa é que é linda Por isso escrevo em meio Do que não está ao pé Livre do meu enleio Sério do que não é Sentir Sinta quem lê 2 Mensagem 1934 é um livro que se vale dos principais mitos fundadores de Portugal para construir a sua proposta Tomando os dois poemas abaixo comente a importância do mito do Quinto Império para o livro de Fernando Pessoa Na sua resposta considere não só o passado de Portugal mas o momento da escritura do livro 50 QUINTA D SEBASTIÃO REI DE PORTUGAL Louco sim louco porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá Não coube em mim minha certeza Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve não o que há Minha loucura outros que me a tomem Com o que nela ia Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia Cadáver adiado que procria O INFANTE Deus quer o homem sonha a obra nasce Deus quis que a terra fosse toda uma Que o mar unisse já não separasse Sagroute e foste desvendando a espuma E a orla branca foi de ilha em continente Clareou correndo até ao fim do mundo E viuse a terra inteira de repente Surgir redonda do azul profundo Quem te sagrou crioute portuguez Do mar e nós em ti nos deu sinal Cumpriuse o Mar e o Império se desfez Senhor falta cumprirse Portugal 1 Fernando Pessoa um dos poetas mais notáveis de sua geração deixou uma marca indelével na história da literatura com sua profunda introspecção e sua extraordinária exploração da complexidade da condição humana Sua vasta produção poética é caracterizada por uma dualidade fascinante entre os heterônimos e os ortônimos Por meio dos heterônimos como Alberto Caeiro Ricardo Reis e Álvaro de Campos Pessoa criou personalidades literárias completas cada uma com sua voz distinta estilos únicos e visões de mundo que abrangem desde a simplicidade e a observação direta da natureza até a influência grecolatina e a expressão da agitação urbana e existencialista Por outro lado os ortônimos representam a expressão direta do próprio Pessoa sem a máscara dos heterônimos revelando seu eu mais íntimo e autêntico É através desses ortônimos que Pessoa compartilha suas reflexões pessoais e seu pensamento literário transmitindo suas experiências e buscando compreender o mundo ao seu redor Com sua genialidade literária que transcende fronteiras e gerações Fernando Pessoa se estabelece como um dos maiores poetas da história cujas palavras ecoam até hoje convidandonos a explorar as múltiplas facetas da existência e a buscar o significado mais profundo da vida POEMAS Pessoa esclarece que a gênese poética está para além de ser um mero corolário do que experienciou o poeta Pessoa parece de algum modo querer se desvencilhar das amarras interpretativas às quais a sua própria obra lhe sujeita Tal esclarecimento demonstra que parte das poesias são concebidas sobre um estratagema artificial técnico e criativo o suficiente para dispensar inclusive as vivências que propiciariam a experiência da dor em primeira mão Para Pessoa o sentir pode configurarse uma decisão deliberada do intelecto superando assim a hipótese sustentada por alguns admiradores ao julgarem que as linhas de um poema seriam tão somente confluências reativas à determinado evento que assaltaria o coração do poeta O poeta defende que sua missão resumese a transparecer ou provocar o sentimento do público leitor através de sua brilhante disposição linguística Pessoa assume este status de servo do público de alguém que fabrica emoções mas que se recusa a ser feito delas refém Pessoa entrega um presente ao seu público presente como que em estado puro com o qual ele mesmo não teria se envolvido suficientemente o sentir é de todo responsabilidade de seus leitores Já nos últimos dois parágrafos do poema ISTO Pessoa torna a explicar seu processo de gênese com ainda mais detalhes Aquilo que lhe sobrevém por bem ou por mal seriam tal como um terraço ou base sobre o qual se estenderia o tecelão de sua poesia sendo a beleza desta última produção inclusive mais linda e valiosa do que o primeiro propulsor Pessoa escreve com uma ousada liberdade criativa para consigo mesmo Ele escreve sobre os fragmentos que sua mente lhe traz sobre aquilo que não está de pé Logo ele demonstra não partir da estabilidade nem de perfeitas resoluções interiores como de longe poderiase imaginar 2 Durante o período do salazarismo uma ditadura que governou Portugal a obra Mensagem de Fernando Pessoa foi escrita Esse contexto político influenciou significativamente a composição das poesias presentes nesse livro Um dos principais mitos fundadores explorados por Pessoa em Mensagem é o do Quinto Império Esse mito retrata a ideia de um império português glorioso e grandioso que se expandiria pelo mundo trazendo prosperidade e cumprindo uma missão divina No poema QuintaD Sebastião Rei de Portugal Pessoa aborda a figura do rei Dom Sebastião que personifica a grandiosidade e o sonho de um império próspero No entanto o rei viu suas esperanças desmoronarem e distante no tempo ele é lembrado como um ser à beira da loucura Nesse contexto a ditadura salazarista pode ter influenciado a interpretação de Pessoa sobre a queda desse sonho imperial refletindo a desilusão e a descrença de uma parte da população portuguesa no sucesso da expansão do império durante aquele período Por outro lado no poema O Infante Pessoa exalta a soberania divina sobre a criação e recorda as esperanças de glória para Portugal a partir do mito do Quinto Império Ele 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