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Psicologia ·

Psicologia Social

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Estágio em Saúde e Comunitária Relato Visita 12052023 Horário 08h00 às 10h00 Hoje 12052023 foi realizada a décima segunda visita ao Espaço Cultural BeijaFlor na qual pude acompanhar o grupo de dança terapia com as mulheres Em primeiro momento o psicólogo condutor do grupo colocava diferentes tipos e ritmos de músicas e as mulheres de acordo com o que sentiam das melodias se movimentavam e dançavam Em um dado momento o psicólogo Francisco pediu a minha ajuda para distribuir fitas coloridas para as participantes do grupo Portanto a ideia era que elas se utilizassem das fitas movimentandoas enquanto dançavam Durante a oficina o psicólogo pedia para que as mulheres se imaginassem desenhando formas no ar através das fitas o que poderia deixar os movimentos do grupo mais espontâneos Após esse momento foi realizada uma roda de conversa com as mulheres a fim de que elas expusessem o que sentiram daquela vivência Sendo assim elas compartilharam suas experiências de forma subjetiva Uma das participantes expôs um pouco do seu relacionamento com a filha préadolescente o qual estava sendo bem difícil essa semana em razão dos diversos desentendimentos entre elas A participante também expressa para o grupo o seu sentimento de culpa visto que em uma das brigas que tiveram sua filha acabou se automutilando Com isso a participante reconhece que em alguns momentos acaba se estressando muito e perdendo a paciência com a jovem e que se algo acontece com a sua filha ela nunca se perdoaria Nesse momento as outras mulheres presentes no grupo deram força e dirigiram palavras de conforto à usuária tendo uma delas ido lhe abraçar Outras mulheres do grupo também compartilharam sobre a dificuldade que sentem na convivência com os filhos principalmente com aqueles que se encontram na fase da préadolescência referindose a eles como aborrecentes Percebese que essa queixa se manifesta em relatos de muitas mulheres do grupo as quais conseguem se entender e fortalecer umas às outras nesse aspecto Com isso o psicólogo também contribuiu com a roda fazendo o grupo refletir sobre o desgaste vivenciado por elas na convivência com os filhos salientando a importância de que falassem e externalizassem esses sentimentos vivenciados que nem sempre são positivos No geral foi fomentada uma discussão muito importante e significativa para as mulheres Às 10h00 o grupo foi encerrado Sendo assim me despedi das mulheres bem como do psicólogo da instituição Estágio em Saúde e Comunitária Relato Visita 28042023 Horário 08h00 às 10h00 Hoje 28042023 foi realizada a nona visita no Espaço Cultural BeijaFlor Tendo em vista que às sextasfeiras são realizados os grupos de dança terapia com as mulheres acompanhei o grupo Havia um número bem maior de mulheres no grupo aproximadamente 15 mulheres visto que algumas das que se encontravam na fila de espera também foram chamadas no decorrer da semana para iniciarem no grupo Sendo assim em primeiro momento o psicólogo Francisco se apresentou e explicou o objetivo do grupo às novas integrantes desejandolhes boasvindas assim como as veteranas do grupo também fizeram Em seguida foi realizada uma dinâmica de integração a fim de que cada mulher do grupo se apresentasse de modo que cada uma dissesse seu nome para que as demais pudessem fixálos Nessa dinâmica basicamente cada participante deveria escolher uma outra pessoa e jogar a bola para ela Dessa forma a pessoa escolhida deveria falar o seu nome passar a bola para outra participante e assim sucessivamente Em outro momento o psicólogo pediu para que a dinâmica continuasse porém ao invés de cada uma falar seu próprio nome estas teriam de passar a bola para outra pessoa dizendo o nome dela Portanto a brincadeira foi importante acima de tudo para promover o vínculo e integração entre elas visto que havia muitas mulheres novas no grupo além de ter sido importante para trabalhar atenção e memória das participantes No geral foi um momento descontraído cujo as mulheres desfrutaram bastante Após isso foi feita uma roda e deuse início a dança terapia Nesse momento a atividade se deu de forma mais diretiva o psicólogo com a ajuda de músicas pedia para que as mulheres movimentassem diferentes partes do corpo dedos mãos braços cotovelos quadril etc Em seguida Francisco sugeriu que todas entrassem no mesmo ritmo do grupo de modo que as mulheres se movimentassem gradualmente de forma harmoniosa ou seja se o grupo seguia um ritmo lento todas deveriam entrar nessa sintonia Em determinado momento o psicólogo pediu para que a roda se desfizesse e as mulheres ocupassem todo o espaço da sala movimentandose Dessa forma cada uma movimentavase de um jeito diferente de acordo com a música tocada e de acordo com o que sentia da melodia Foi perceptível que as participantes se sentiam à vontade para dançar sempre externalizando o que sentiam com cada música Em outro momento o psicólogo pediu a minha ajuda para distribuir um tecido colorido para cada uma das participantes sugerindo que cada uma internalizasse as músicas tocadas movimentandose com a ajuda dos tecidos Foi visto que cada mulher dançava movimentandose com o lenço de forma diferente Vale dizer que eu e o psicólogo Francisco também dançávamos e participávamos das dinâmicas sugeridas assumindo também a posição de membros do próprio grupo Ao final o psicólogo pediu para que as mulheres se sentassem no chão em roda e tirassem aquele tempo para descansarem sendo que após esse momento foi realizada uma roda de conversa para que as participantes pudessem falar o que sentiram e como haviam vivenciado a dança Muitas das mulheres descreveram que se sentiam muito melhores chegando até mesmo a relatarem que chegaram no local com dores físicas no corpo e que estas tinham aliviado com a ajuda dos movimentos realizados ali Além disso novamente foi trazida a pauta de que as mulheres viam ali um espaço para exercerem o autocuidado visto que a vida delas consistia em cuidar do marido dos filhos e da casa não tendo nenhum tempo para elas mesmas Uma das mulheres relatou que foi para a dança terapia direto do trabalho visto que trabalhava num hospital na parte da madrugada Ela disse que achava que ficaria cansada mas acabou se surpreendendo dizendo que na verdade se sentiu mais relaxada e não teve sono visto que realmente estava concentrada em dançar Também houve relatos de duas integrantes novas do grupo as quais acabaram expondo situações pessoais para o grupo uma delas revelou que estava passando por uma situação muito difícil em sua vida devido a morte recente de um tio e que acredita que a dança terapia fará muito bem para ela nesse processo de recuperação Outra participante disse que seu marido estava passando por um momento difícil pois estava sofrendo ameaças além de desabafar a quão sobrecarregada se sentia com os filhos e com os afazeres do dia a dia mas que apesar disso não deixaria nada lhe abalar e sentiria apenas felicidade Em vista disso o psicólogo Francisco reforçou para essas mulheres a importância de elas estarem cuidando de si mesmas e que a dança terapia era um espaço para isso além de um lugar seguro para externalizar os mais diversos sentimentos desde os mais agradáveis até os mais obscuros Nesse momento complementei a fala de Francisco dizendo que era importante também externalizar naquele espaço emoções desagradáveis e que isso é fundamental pois não conseguimos sustentar uma falsa felicidade quando na verdade precisamos de um colo Disse que muitas vezes pelo fato de elas sempre precisarem ser fortes para cuidar do marido dos filhos e da casa acham que não têm o direito de vivenciarem a tristeza sendo que na verdade elas podem sim se mostrar vulneráveis A fala fez muito sentido para as participantes e ricos comentários foram feitos em cima dessa discussão Estágio em Saúde e Comunitária Relato Visita 03052023 Horário 08h00 às 10h00 Hoje 03052023 foi realizada a décima visita ao Espaço Cultural BeijaFlor Novamente acompanhei o grupo de adolescentes aprendizes na ONG Assim sendo assim que cheguei à instituição me dirigi até sala onde são realizados os encontros com a educadora Walkiria Os jovens encontravamse sentados nas cadeiras em formato de roda Em primeiro momento a educadora Walkiria distribuiu uma folha com a letra de uma música chamada Cota não é esmola para cada jovem Basicamente a letra da música tratavase de uma crítica ao racismo estrutural presente na sociedade brasileira e ao sistema de cotas raciais nas universidades A letra denuncia a desigualdade racial e a falta de oportunidades para a população negra afirmando que as cotas são uma forma de reparação histórica e de garantir o acesso à educação superior A música também aborda a ideia equivocada de que as cotas seriam uma forma de esmola ou privilégio quando na verdade são uma medida de justiça social A compositora da música menciona alguns dos muitos desafios e obstáculos vivenciados por pessoas negras entre eles a dificuldade de serem aceitos pela sociedade além da dificuldade de cursarem uma faculdade e de conseguirem oportunidades garantidas por lei de modo geral Após ouvirem a música a educadora e os jovens tiveram um momento para discutirem sobre a letra da música expressando suas opiniões e impressões Walkiria separou os jovens em três grupos sendo que cada grupo deveria destacar o trecho da música que achou mais impactante De modo geral os jovens conseguiram compreender a mensagem da música tendo alguns deles levantado falas críticas sobre o tema racismo Durante a discussão percebese que a educadora tentava fazer com que os jovens refletissem acerca do espaço e posição que ocupam na sociedade incentivandoos a lutarem pelos seus direitos e pelos seus objetivos trazendo exemplos de suas próprias experiências de vida e contando sobre como conseguiu chegar aonde está hoje Em meio a discussão foi falado também sobre os padrões estéticos existentes na sociedade e sobre as dificuldades e consequências enfrentadas por uma pessoa que foge desses padrões Ainda em meio a discussão sobre a letra da música e sobre a temática do racismo percebese o comportamento frequente dos jovens de chamarem um colega da turma de negresco A educadora quando ouve o apelido tenta desconstruir com os jovens a ideia de que negresco é um apelido agradável para se chamar alguém acrescentando ainda que esse seria um tipo de racismo implícito e que eles poderiam chamar o colega pelo nome que é o que realmente lhe define Nesse momento alguns jovens não gostaram da colocação da educadora Uma jovem em específico tenta explicar para a professora que eles chamam o colega de negresco há muito tempo e que não era um apelido prejudicial alegando que o próprio colega não via nenhum problema em ser chamado dessa forma e que ele mesmo concordava com o apelido o que de fato foi comprovado com a fala do menino Mesmo assim Walkiria tenta explicar para os jovens que eles não enxergam a presença do racismo nessa atitude justamente porque o racismo já está enraizado na sociedade o que acaba naturalizando muitas ações inclusive o comportamento de chamálo de negresco Após longas reflexões sobre essa pauta houve um consenso de que os jovens tentariam não mais se referir ao menino com esse nome Às 10h00 foi realizado o momento do lanche onde eu pude conversar melhor com Walkiria Disse a ela que gostei bastante do encontro de hoje e que era um tema muito necessário a ser trabalhado Aproveitei a conversa e propus à Walkiria que levássemos na próxima semana alguma atividade ou dinâmica para trabalhar a temática da comunicaçãonãoviolenta com esses jovens visto que se percebe a dificuldade entre eles para comunicaremse de forma agradável e não agressiva A educadora se mostrou bastante aberta para receber a minha proposta Sendo assim ficou combinado que eu estruturaria a dinâmica ou atividade que seria realizada e compartilharia por mensagem para que ela aprovasse Assim sendo ficou acordado que trabalharíamos juntas a pauta da comunicação nãoviolenta com eles no próximo encontro em que eu estivesse Estágio em Saúde e Comunitária Relato Visita 10052023 Horário 08h00 às 10h00 Hoje 10052023 foi realizada a décima primeira visita ao Espaço Cultural BeijaFlor Hoje em específico foi acordado com a educadora responsável pelo grupo de adolescentes aprendizes que eu levaria uma dinâmica a fim de trabalhar a pauta da comunicação nãoviolenta com os jovens Quando cheguei a educadora Walkiria já se encontrava na sala junto de alguns poucos jovens portanto esperamos algum tempo para iniciarmos as atividades Conforme os adolescentes foram chegando pedíamos para que dispusessem suas cadeiras em formato de roda A educadora me deixou bastante livre para conduzir a dinâmica intervindo em poucos momentos Quando já havia uma quantidade considerável de jovens na sala decidi iniciar a programação perguntando em primeiro momento se eles sabiam o que era a comunicação nãoviolenta tendo alguns deles respondido que seria o ato de se comunicar sem ser violentoagressivo com as palavras Outros jovens responderam que seria o ato de não agredir fisicamente alguém durante uma conversa e assim por diante Alguns outros responderam que seria ter ações baseadas no amor compaixão e respeito Dessa forma foi dado início a uma discussão sobre o tema onde expliquei para eles que existem maneiras e maneiras de se comunicar e que dependendo da forma como nos expressamos podemos magoar alguém ou criar uma situação desconfortável nos mais diversos contextos escola ambiente de trabalho ambientes informais etc Após isso expliquei para os jovens que faríamos uma dinâmica a fim de trabalhar a pauta da comunicação nãoviolenta Basicamente os jovens deveriam se dividir em duplas sendo que cada dupla deveria escolher um papel dentre alguns que estavam dispostos na mesa Em cada papel havia uma situação diferente a qual os adolescentes em duplas deveriam dramatizar Algumas das situações eram 1 Você é o gerente de uma empresa e seu funcionário não entregou uma tarefa de grande importância dentro do prazo que você pediu Como você conversa com ele 2 Seu irmão mentiu para a sua mãe dizendo que você o agrediu Sua mãe brigou com você por conta disso te deixando uma semana sem celular Como você explica a situação para ela 3 Você e seu amigo estão fazendo um cartaz para um trabalho da escola porém você não gostou nem um pouco do desenho que ele fez Como você expressa a sua opinião para ele 4 Você está assistindo TV e alguém da sua casa pega o controle sem te avisar e muda de canal Como você pede o controle de volta 5 Você fica sabendo que o seu melhor amigo falou mal de você com um outro colega Você gosta muito desse seu amigo e não quer perder a amizade Como conversar com ele 6 Você está muito doente com febre alta dor de garganta e entre outros sintomas O atendimento demora e você resolve perguntar na recepção para saber o que está acontecendo Como acontece esse diálogo Sendo assim dei 10 minutos para que os jovens discutissem com suas duplas sobre como encenariam tais situações Passados os 10 minutos fizemos a brincadeira batataquente sendo que a pessoa com quem queimasse o objeto teria de encenar a sua cena junto da dupla para a roda Percebeuse que grande parte dos adolescentes de modo geral se engajaram bastante para dramatizar as cenas Além disso notouse que grande parte das duplas lidou com as situações de forma agressiva utilizando a comunicação violenta em muitos casos como por exemplo na situação em que os colegas deveriam encenar que faziam um trabalho em dupla e um deles deveria expressar sua opinião dizendo que não gostou do desenho do colega O rapaz para expressar a sua opinião se mostrou respeitoso porém seu colega reagiu ao comentário dizendo frases do tipo faz melhor então tendo nesse momento os dois entrado em um conflito chamando um ao outro de burro e entre outros nomes pejorativos Em contrapartida algumas outras encenações apresentaram uma comunicação saudável no desenrolar da situação de modo que os jovens expressavam o que sentiam nas cenas sem serem agressivos com a outra pessoa da dupla Um ponto interessante a ser comentado é que após terem dramatizado uma cena apropriandose da comunicação nãoviolenta e saudável para resolver determinado conflito duas adolescentes comentaram que não teriam tido essa mesma atitude numa situação real Elas ainda acrescentaram que encenaram daquela maneira pois ali tinham que fazer certo Nesse momento disse para as duas moças que a proposta da atividade era justamente encenar como seria a sua conduta real diante daquelas situações e não o que achavam ser o certo Também acrescentei que a ideia da dinâmica não seria julgar o comportamento de cada um e sim discutirmos juntos sobre as encenações Após a dramatização de cada dupla conversávamos em roda sobre o que eles haviam achado da cena e se consideraram a comunicação utilizada como violenta ou nãoviolenta Além disso também incentivei os adolescentes que pensassem nas outras formas possíveis de expressar os sentimentos em tais situações de modo a não criar um contexto desagradável Portanto foi trabalhada a imaginação dos jovens bem como o pensamento crítico resolução de problemas gestão das emoções e entre outras habilidades importantes a serem desenvolvidas Ainda no momento de discutir sobre cada cena percebi que muitos dos adolescentes queriam falar e expor as suas ideias ao mesmo tempo de modo a não respeitar a vez de cada um dificultando também o caminhar o desenrolar da discussão Vale pontuar que uma jovem do grupo Ioná acabou chegando atrasada neste dia e consequentemente acabou não participando dinâmica de dramatização visto que a atividade já estava acontecendo Mesmo assim percebi tamanho desinteresse por parte da jovem dado que ela não prestava atenção no que estava sendo feito pelos colegas e mexia no celular em grande parte do tempo Após todos terem dramatizado as cenas e termos discutido sobre cada uma delas perguntei para os jovens como eles haviam se sentido durante a atividade Alguns deles disseram que o exercício foi de grande importância visto que precisavam saber como se comportar em meio a algumas situações principalmente ao ingressarem no mundo do trabalho Nesse momento disse aos adolescentes que na nossa própria realidade costumamos fazer muito o uso da comunicação violenta o que acaba dificultando os nossos relacionamentos e convivência com outras pessoas de modo geral Durante esse batepapo um dos adolescentes expôs que ele era uma pessoa tranquila com todos exceto com aquelas pessoas que mexessem com a sua mãe pois não admite isso em hipótese alguma Nesse momento outros jovens também se sentiram à vontade para trazerem algumas vivências pessoais tendo um deles contado que um amigo muito antigo havia parado de falar com ele e se afastou sem quaisquer motivos aparentes Em meio a isso perguntei como estava lidando com tal situação e o jovem relata que foi seu colega quem quis assim portanto para ele o amigo não lhe faz falta tendo expressado certa resistência e orgulho em sua fala Assim sendo disse para o rapaz que dependendo da amizade e do quanto ele considerava o amigo valeria a pena perguntar se havia acontecido algo a fim de esclarecer e resolver as coisas enfatizando sobre a importância de que ele utilizasse a comunicação nãoviolenta nesse diálogo tendo ele respondido com a seguinte frase ah eu quero é que se foda mostrando desinteresse para mudar a situação Ainda nessa roda de conversa expliquei aos jovens como poderíamos nos comunicar e nos expressar utilizando os quatro componentes básicos da comunicação nãoviolenta observação sentimento necessidade e pedido Em primeiro lugar disse a eles que era importante observarmos a situação e compreender se gostamos ou não gostamos do que vemos Em segundo momento diante daquilo que foi observado é importante que entendamos como nos sentimos diante da situação observada Com isso identificamos o que é preciso ou seja qual é a nossa necessidade pessoal diante daquilo Por fim realizamos o pedido para a outra pessoa levando em consideração todos os tópicos mencionados anteriormente Dei o seguinte exemplo para os jovens Quando você me chama desses nomes que eu não gosto observação eu fico extremamente magoada sentimento Preciso muito que você pare ou se afaste necessidade Dessa forma você poderia parar com essas atitudes pedido Aparentemente os jovens se mostraram interessados nessa dica e no que eu tinha a dizer sobre o tema de modo geral Terminada a dinâmica e a discussão programada para o encontro disse que todos ganhariam um chocolate por terem participado da dinâmica Assim sendo enquanto os adolescentes se encontravam no horário do lanche fui até o mercado mais próximo da ONG e comprei uma caixa de bombom Voltei para a instituição e distribuí um chocolate para um A educadora disse ter sentido que os jovens gostaram bastante da dinâmica e que poderíamos fazer isso mais vezes pedindo também para que eu deixasse os recursos necessários com ela para que fosse possível aplicar a mesma atividade com os adolescentes do período da tarde Somado a isso Walkiria comentou sobe a jovem Ioná concordando comigo sobre o seu desinteresse e falta de motivação no grupo acrescentando ainda que a menina aparenta estar lá apenas de corpo para manter a bolsa fornecida pela instituição A educadora disse que iria conversar com a jovem em breve visto que ela tem apresentado essa falta de interesse em todos os encontros Durante a conversa com a educadora também me propus a levar uma dinâmicaatividade para os jovens a cada 15 dias tendo Walkiria concordado com o plano e ficado bastante feliz com a ideia pois segundo ela seria possível fazer um trabalho integral com esses jovens também com uma perspectiva diferente da Psicologia Após essa conversa com a educadora me despedi dela e dos adolescentes sinalizandoos que estaria com eles novamente na próxima quartafeira ANÁLISE DAS 4 VISITAS dias 2804 0305 1005 e 1205 Na visita do dia 28 a atividade acompanhada foi a de dança terapia com as mulheres onde houve inicialmente uma dinâmica que estabeleceu vínculos entre elas e estimulou a memória A dança terapia pode ser uma ferramenta valiosa para mulheres pois permite a expressão de emoções e sentimentos por meio do movimento A dança terapia pode ajudar as pessoas a se conectarem com suas emoções e a integrar aspectos de sua personalidade Chodorow 1991 afirma que Na dança o movimento é a linguagem primordial da psique e é através do movimento que podemos acessar imagens e emoções profundas que não podem ser expressas em palavras E isso foi apresentado ao final da dança onde as mulheres se conectaram e expressaram suas emoções recebendo o ambiente como um local de acolhimento Na visita do dia 3 o grupo a ser acompanhado foi o de jovens onde a dinâmica realizada teve como pauta principal o tema do racismo sendo uma discussão importante em vista que a maioria dos jovens presentes vivenciam o racismo e a desigualdade social diariamente É importante falar sobre o racismo com adolescentes pois é nessa fase que muitos jovens começam a formar suas opiniões e identidades Fanon 2008 argumenta que é importante discutir o racismo abertamente para que as pessoas possam se libertar das amarras impostas pela sociedade e construir uma identidade forte e positiva Podemos citar a fala desse autor onde ele diz Não sou uma coisa um objeto ou uma abstração Sou um ser humano cheio de potencialidades que deve ser descoberto e desenvolvido Ele argumenta que o racismo é uma forma de desumanização que nega a humanidade e a individualidade das pessoas negras e que é importante lutar contra essa opressão para que todos possam ser vistos como seres humanos plenos e iguais em dignidade Foi sugerido neste mesmo encontro que deveria ser tratado o tema sobre comunicação nãoviolenta já que isso se mostrou algo difícil para aqueles jovens A comunicação não violenta é uma abordagem que busca promover a empatia a compaixão e a resolução pacífica de conflitos por meio da comunicação É importante que os jovens aprendam sobre essa abordagem pois isso pode ajudálos a desenvolver habilidades de comunicação saudáveis e a lidar com conflitos de forma construtiva Além disso a comunicação não violenta pode ajudar os jovens a desenvolver empatia e compaixão pelos outros o que é fundamental para a construção de relacionamentos saudáveis e para a promoção da paz e da justiça social Já se tratando da visita realizada dia 10 foi posto em prática a dinâmica voltada para a comunicação nãoviolenta além disso a dinâmica proposta também se responsabilizou por trabalhar a imaginação dos jovens e desenvolver habilidades como o pensamento crítico resolução de problemas e gestão das emoções pois isso pode ajudálos a se tornarem adultos mais criativos resilientes e capazes de enfrentar os desafios da vida Robinson 2015 argumenta que é importante que os jovens descubram suas paixões e talentos para que possam desenvolver todo o seu potencial Robinson defende que a educação deve ser mais criativa e personalizada para que cada aluno possa desenvolver suas habilidades e interesses de forma única A Comunicação Não Violenta CNV foi trabalhada de forma dinâmica e educativa Esse tema é de extrema importância quando se trabalha com jovens Segundo Rosenberg 2003 a CNV oferece técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais fornecendo uma base sólida para uma comunicação mais empática e harmoniosa De acordo com os princípios da Comunicação Não Violenta há quatro elementos essenciais a serem considerados O primeiro princípio consiste em observar os fatos de maneira imparcial sem fazer julgamentos ou interpretações Em seguida é importante identificar e expressar os sentimentos que surgem a partir dessas observações Reconhecer e comunicar as emoções de forma autêntica é fundamental O terceiro princípio da CNV está relacionado às necessidades subjacentes aos sentimentos É necessário conectar os sentimentos às necessidades pessoais que não estão sendo atendidas Expressar essas necessidades de maneira clara e assertiva é um passo essencial para uma comunicação efetiva Por fim o quarto princípio consiste em fazer pedidos concretos e viáveis para atender às necessidades identificadas Ao formular solicitações específicas e convidar à ação sem impor ou exigir a CNV busca criar um ambiente propício para a compreensão mútua e a busca de soluções colaborativas ROSENBERG 2003 Assim ao seguir os princípios propostos por Marshall Rosenberg na Comunicação Não Violenta é possível estabelecer um diálogo mais empático e respeitoso com os jovens contribuindo para um ambiente de convivência saudável e promovendo o desenvolvimento de habilidades de comunicação interpessoal Por último a visita realizada no dia 12 foi novamente no grupo de dança terapia com mulheres onde foi proposto a expressão subjetiva dos problemas vivenciados por elas onde a pauta principal foi o relacionamento com os filhos e o acolhimento entre elas se mostrou relevante para a sensação de bem estar dessas mulheres naquele momento Valenti 2012 argumenta que as mulheres devem ter espaço e apoio para falar abertamente sobre suas experiências com a maternidade sem julgamentos ou estereótipos Ela defende a importância de criar uma cultura em que as mulheres se sintam acolhidas e encorajadas a compartilhar suas histórias desafios e alegrias relacionadas à criação dos filhos Essa abertura e apoio mútuo podem contribuir para uma maior compreensão e empatia entre as mulheres além de desafiar normas restritivas e estereótipos associados à maternidade REFERÊNCIAS CHODOROW Joan Dance therapy and depth psychology The moving imagination 1 ed New York Routledge 1991 FANON Frantz Pele negra máscaras brancas 1 ed Rio de Janeiro Fator 2008 ROBINSON Ken O Elemento Descobrindo sua paixão não tem idade São Paulo Editora Sextante 2015 ROSENBERG Marshall B Comunicação Não Violenta Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais São Paulo 2003 VALENTI Jessica Why Have Kids A New Mom Explores the Truth About Parenting and Happiness New York Houghton Mifflin Harcourt 2012