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Ciências Contábeis ·

Introdução à Economia

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ECONOMIA PRINCÍPIOS E CONCEITOS Prof Raphael Oliveira Ferreira de Toledo Piza MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO 3 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Este material irá introduzir o aluno ao princípio de maximização do lucro pelo agente econômico Para tanto será demonstrado o processo de equilíbrio da empresa no curto e no longo prazo em um modelo de mercado em concorrência perfeita 4 SUMÁRIO 1 A relação entre o lucro e os custos 2 Estruturas de mercado 3 A maximização do lucro 31 Curto prazo 32 Longo prazo 5 1 A RELAÇÃO ENTRE O LUCRO E OS CUSTOS Em um mercado ideal a determinação da produção de uma empresa se dá através da busca pelo lucro O lucro pode ser compreendido como a receita total que a empresa aufere com a venda de um bem ou serviço menos o custo total gasto em produzilo A receita total varia conforme a demanda de mercado e a elasticidade da demanda com relação aos preços e à renda O conceito de elasticidade da demanda compreende a sensibilidade que a demanda possui a variações de mercado seja no preço do bem ou na renda dos consumidores Desse modo se um pequeno aumento no preço de um bem provocar uma queda drástica em sua demanda podese dizer que a sensibilidade da demanda é elevada de modo que sua elasticidade também será elevada A elasticidade pode ser Elasticidadepreço sensibilidade da demanda com relação a variações no preço de um bem ou serviço no mercado Elasticidaderenda sensibilidade da demanda com relação a variações do nível de renda dos consumidores no mercado Já o custo total dependerá da elasticidadepreço da oferta A elasticidade é portanto um conceito aplicável tanto à demanda quanto à oferta de um bem ou serviço No caso se um pequeno aumento no preço de mercado de um bem impulsionar uma forte elevação da oferta desse mesmo bem isso significa que a elasticidadepreço da oferta é elevada A análise de custos pode ainda se dar de duas diferentes formas em uma Economia de Mercado as quais por sua vez levarão a diferentes cálculos do lucro a saber i custo contábil e ii custo econômico O custo contábil diz respeito aos gastos financeiros que envolvem o processo de produção incluindo os dispêndios e a depreciação de um investimento por exemplo Portanto considerando a produção de um carro o custo contábil se refere a todos os dispêndios na remuneração 6 dos fatores de produção além da depreciação das máquinas e equipamento previamente adquiridos para a unidade produtiva Por sua vez o custo econômico pode ser compreendido como o custo de oportunidade para a produção de determinado bem ou serviço ou seja os gastos incorridos pela empresa ao fazer uso de recursos econômicos que são escassos na produção Assim retomando o exemplo da empresa produtora de carros o preço pago pela máquina ou pelo equipamento utilizado é irrelevante ao processo produtivo corrente uma vez que seu pagamento já foi realizado O custo econômico da máquina portanto se dá pelo valor que outro usuário estaria disposto a pagar para utilizála uma vez que a empresa poderia estar alugando a máquina ou o equipamento e auferindo receita a partir do aluguel Tratase portanto do custo de oportunidade de estar utilizando a máquina no processo produtivo ao invés de disponibilizála no mercado Portanto há um custo de oportunidade em todo investimento uma vez que há aplicações variadas para os mesmos recursos que são escassos Na teoria econômica a referência a custos corresponde portanto ao custo econômico O custo contábil gerará um lucro contábil enquanto o custo econômico incorre em um lucro econômico A relação entre eles pode ser estabelecida a partir do esquema a seguir no qual os custos implícitos podem ser compreendidos como os custos de oportunidade Esquema 1 Relação entre o lucro contábil e o lucro econômico EXEMPLO 1 Os custos de oportunidade estão presentes nas escolhas não somente da empresa que produz bens e serviços mas de todos os indivíduos que circulam em uma economia Desse modo as escolhas do consumidor no cotidiano também se enquadram no conceito dos custos de oportunidade 7 Gráfico 1 Receita Marginal A representação gráfica da curva de receita corresponde ao formato de u invertido conforme o Gráfico 1 A receita marginal pode ser compreendida como a inclinação da reta tangente a um ponto da curva de receita total de uma empresa De modo geral a receita varia conforme a disponibilidade de recursos Assim o processo produtivo pode assumir três momentos 1 Crescimento da receita recursos ainda são abundantes e a receita marginal é positiva 2 Receita constante recursos atingem seu limite e a receita marginal é zero 3 Decrescimento da receita há pressão sobre os recursos escassos e a receita marginal tornase negativa Para cada componente do lucro receita e custo é possível se pensar em uma variação conforme a produção de uma nova unidade Receita marginal a receita adicional proveniente da produção de uma unidade a mais de produto Custo marginal o custo adicional associado à produção de uma unidade a mais de produto 8 Por sua vez a representação gráfica da curva de custo corresponde ao formato de u conforme o Gráfico 2 O custo marginal pode ser compreendido como a inclinação da reta tangente a um ponto da curva de custo total de uma empresa De modo geral o custo varia conforme a disponibilidade de recursos Assim o processo produtivo pode assumir três momentos 1 Decrescimento do custo recursos ainda são abundantes e o custo marginal é positivo 2 Custo constante recursos atingem seu limite e o custo marginal é zero 3 Crescimento do custo há pressão sobre os recursos escassos e o custo marginal tornase negativo Gráfico 2 Custo Marginal 2 ESTRUTURAS DE MERCADO O lucro de uma empresa está associado diretamente à posição que ocupa em uma Economia de Mercado Um mercado pode ser estruturado de diferentes formas resultando em relações distintas entre as empresas que nele produzem bens e serviços Os principais fatores que caracterizam as diferentes estruturas são i o número de empresas atuando no mercado e ii a diferenciação dos produtos realizada por uma empresa CONCORRÊNCIA PERFEITA Muitas firmas no mercado ofertando bens ou serviços homogêneos Equilíbrio de mercado RMg é igual ao Preço Decisão da firma quanto produzir 10 EXEMPLO 2 A identificação do fenômeno da diferenciação de preços faz parte do cotidiano do consumidor Por exemplo no período de férias de verão é comum o preço das atividades de lazer em locais aquáticos praias clubes e parques aumentar Nas praias isso ocorre graças à elevação da demanda que permite a realização de um acordo entre os vendedores de quiosques e ambulantes com relação aos preços dos produtos e serviços o qual varia conforme o perfil do consumidor A esse acordo dáse o nome de cartel Segue abaixo uma reportagem que traduz esse fato Assim a determinação do nível de produção que maximiza os lucros dependerá da estrutura de mercado na qual a empresa se posiciona A principal diferença se dá devido ao poder de diferenciação do preço que a empresa possui no mercado seja pelo baixo número de empresas concorrentes seja pela diferenciação de seu produto 11 Lucro Total LT Receita Total R Custo Total C Receita Total R Preço P X Quantidade produzida Q Custo Total C aQ2 bQCusto Variável cCusto Fixo LT P X Q aQ2 bQ c 3 A MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO Considerando que o lucro é determinado pela receita e pelo custo de uma empresa a decisão do nível de produção que maximiza os lucros se dará via maximização da receita conjuntamente à minimização dos custos Para simplificar a compreensão desse processo será abordado somente o equilíbrio em uma estrutura de mercado em concorrência perfeita A fórmula do lucro de uma empresa pode ser dada por Uma vez que a trajetória de crescimento da receita e do custo de uma empresa varia com os recursos disponíveis o cálculo do lucro total irá depender do horizonte de tempo da produção ou seja há um processo diferenciado de maximização do lucro no curto e no longo prazo 31 Curto prazo O primeiro componente da equação do lucro é a receita total da empresa A determinação dos preços em um mercado de Concorrência Perfeita se dá a partir do cruzamento das Curvas de Oferta e Demanda de mercado A quantidade por sua vez será consequência do mesmo ponto de equilíbrio Nessa estrutura de mercado a demanda por um bem ou serviço varia inversamente ao preço o que pode ser representado graficamente por uma reta negativamente inclinada Por sua vez a demanda pelo bem ou serviço de uma empresa será constante e equivalente à sua receita marginal e ao seu preço no curto prazo Isso ocorre pois no curto prazo preços não são variáveis A representação gráfica da demanda da empresa e da indústria por sua vez o conjunto de empresas do mercado no curto prazo é dada pelo Gráfico 3 12 Gráfico 3 Curva de Demanda da Empresa no Curto Prazo O segundo componente da equação de lucro é o custo total O custo total da empresa irá depender de sua Curva de Oferta No curto prazo a oferta da empresa poderá ser representada graficamente pelo trecho no qual o custo marginal supera o custo variável médio conforme aponta o Gráfico 4 O custo variável médio corresponde ao componente do custo total que é variável dividido pela quantidade total produzida O ponto A no qual a Curva do Custo Marginal e a Curva do Custo Variável Médio se cruzam corresponde ao momento no qual a empresa entra no mercado e passa a ofertar o bem ou serviço uma vez que antes disso não é rentável para a empresa produzir Custo Variável Médio CVMe aQ2 bQ Q Gráfico 4 Curva de Oferta da Empresa no Curto Prazo Desse modo o ponto de equilíbrio desse mercado no qual a empresa maximiza seu lucro será dado pelo ponto A do Gráfico 5 Nesse caso o preço de mercado será igual à receita marginal da empresa de modo que a receita marginal e o custo marginal serão iguais 13 Gráfico 5 Equilíbrio da Empresa no Curto Prazo 32 Longo prazo No longo prazo a escolha do nível de produção da empresa será dada de modo que ela obtenha lucro econômico zero Isso ocorre pois se o lucro econômico for positivo estimulará a entrada de novas empresas concorrentes ao mercado de modo que a concorrência pressionará a queda de preços e consequentemente a queda do lucro No Gráfico 6 isso é demonstrado com o deslocamento da Curva de Oferta para a direita ou para baixo que leva a economia a um novo ponto de equilíbrio no qual o custo marginal equivale ao custo médio Por outro lado se o lucro econômico for negativo os custos com a produção estarão superando a receita de modo que a empresa será forçada a abandonar a indústria Gráfico 6 Equilíbrio Competitivo no Longo Prazo Equilíbrio de Longo Prazo RMg CMg CMe P 14 Somente o planejamento de longo prazo no qual o lucro econômico seja zero garantirá que a empresa aufira o lucro contábil no curto prazo conforme aponta o Esquema 2 sendo portanto a escolha ótima Assim no longo prazo o custo marginal equivale à receita marginal que também equivale ao custo médio Assim não haverá incentivo à entrada ou saída de novas empresas no mercado e o lucro econômico será zero Esquema 2 Lucro Econômico e Contábil no Equilíbrio de Longo Prazo EXEMPLO 3 Suponha um preço de mercado de ventiladores de R100 A Receita Total da empresa será dada por RT 20 X Quantidade Produzida Q Os custos fixos totais da empresa que se resumem ao aluguel da fábrica correspondem a R280 Por sua vez o Custo Variável é de R30 por unidade Portanto o Custo Total da empresa será dado por CT 30Q 280 A quantidade de equilíbrio Q pode ser representada graficamente da seguinte forma Gráfico 7 Equilíbrio no Curto Prazo em um Mercado Competitivo 15 O cálculo de Q pode ser feito algebricamente da seguinte forma CT RT 100Q 30Q 280 70Q 280 Q 40 Se Q 40 a Receita Total o Custo Total e o Lucro Total serão dados por RT 100 X 40 R400 CT 30 X 40 280 R400 LT RT CT 400 400 0 Desse modo o ponto no qual a empresa produz e vende 40 unidades de ventiladores corresponde a um ponto no qual ela não aufere lucro mas também não sai no prejuízo Se a produção e a venda forem superiores a 40 unidades a empresa passará a auferir lucro elevando o interesse de novas empresas a entrarem no mercado o que ocasionará uma pressão para a queda de preços até que o lucro se reduza novamente em direção ao ponto de equilíbrio Por sua vez se a empresa produzir e vender menos que 40 unidades ela sairá no prejuízo e consequentemente do mercado Assim o ponto de cruzamento entre ambas as retas demarca o ponto de decisão da entrada ou saída da empresa no mercado Gráfico 8 Lucro e Prejuizo da Empresa no Mercado Competitivo 16 RECORDANDO Nesta aula o aluno foi apresentado ao problema enfrentado pela empresa para a maximização de seu lucro em um modelo de concorrência perfeita Os principais conceitos trabalhados foram Elasticidade nome dado à sensibilidade da demanda ou da oferta a variações de mercado seja no preço do bem seja na renda dos consumidores Custo contábil diz respeito aos gastos financeiros que envolvem o processo de produção incluindo os dispêndios e a depreciação de um investimento Custo Econômico o custo de oportunidade para a produção de determinado bem ou serviço ou seja os gastos incorridos pela empresa ao fazer uso de recursos econômicos que são escassos na produção Receita marginal a receita Preço de mercado X Quantidade produzida adicional proveniente da produção de uma unidade a mais de produto Custo marginal o custo Custo variável Custo Fixo adicional associado à produção de uma unidade a mais de produto Estrutura de mercado os principais fatores que caracterizam as diferentes estruturas são o número de empresas atuando no mercado e a diferenciação dos produtos realizada por uma empresa o que culmina em quatro formas Concorrência Perfeita quando há muitas empresas no mercado e os bens ou serviços são homogêneos Concorrência Imperfeita quando há muitas empresas no mercado e os bens ou serviços são heterogêneos Oligopólio quando há poucas empresas no mercado e os bens ou serviços são homogêneos Monopólio quando há poucas empresas no mercado e os bens ou serviços são homogêneos INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA MANKIW N G Introdução à Economia 6 ed São Paulo Cengage 2013 Capítulo 14 17 FIPECAFI Todos os direitos reservados A FIPECAFI assegura a proteção das informações contidas nesse material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais marcas registradas e patentes Todos os textos imagens sons vídeos eou aplicativos exibidos nesse volume são protegidos pelos direitos autorais não sendo permitidas modificações reproduções transmissões cópias distribuições ou quaisquer outras formas de utilização para fins comerciais ou educacionais sem o consentimento prévio e formal da FIPECAFI CRÉDITOS Coordenação Educacional Jhonatan Hoff Autoria Raphael Oliveira Ferreira de Toledo Piza Coordenação de Operações Juliana Nascimento Design Instrucional Patricia Brasil Design Gráfico e Diagramação Dejailson Markes Captação e Produção de Mídias Erika Alves e Vinicius Gomes Revisão de Texto Patricia Brasil