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Pedagogia
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LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais visando à geração sistematização e disseminação do conhecimento para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social econômico e cultural da comunidade em que está inserida Missão da Faculdade Católica Paulista Av Cristo Rei 305 Banzato CEP 17515200 Marília São Paulo wwwucaedubr Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização Todos os gráficos tabelas e elementos são creditados à autoria salvo quando indicada a referência sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos Diretor Geral Valdir Carrenho Junior LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 05 16 23 36 41 47 52 60 65 72 83 96 103 108 116 CONHECENDO O SURDO SINAIS FREQUENTES LIBRAS DEFINIÇÕES E ASPECTOS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NÚMEROS CARDINAIS E QUANTITATIVOS GÊNERO NA LIBRAS SINAIS ICÔNICOS E SINAIS ARBITRÁRIOS TIPOS DE VERBOS CLASSIFICADORES CL VERBOS E SÍMBOLOS ADVÉRBIOS DE TEMPO ADVÉRBIOS DE LUGAR E PRONOMES DEMONSTRATIVOS COMPARATIVO DE IGUALDADE SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE TIPOS DE FRASES ESTAÇÕES DO ANO ESTADOS BRASILEIROS ESTRUTURA DA SENTENÇA EM LIBRAS VOCABULÁRIOS ESPECÍFICOS PARTES E OBJETOS DA CASA LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 4 INTRODUÇÃO Olá bemvindos ao nosso curso Agora vocês irão conhecer a Língua Brasileira de Sinais Para quem não sabe Libras é a língua oficial da comunidade surda no Brasil Temos duas línguas por aqui a Língua Portuguesa na modalidade oral e escrita e a Língua Brasileira de SinaisLibras na modalidade visualmotora que deve ser aceita e interpretada em todos os locais públicos Com a Lei nº10436 de 24 de abril de 2002 que reconhece como meio legal de comunicação e expressão dos surdos a Língua Brasileira de Sinais Libras a história da Comunidade Surda toma um novo rumo O surdo agora passa a ter novos direitos que antes lhe eram negados Com ela novas políticas públicas no sentido de garantir ao surdo sua participação efetiva na família na escola na sociedade e no mercado de trabalho O reconhecimento da Libras como língua só foi possível porque ao contrário do que muitos pensam os estudos provaram que a Língua de Sinais é uma língua e não mímica ou gestos e como todas as línguas têm características e gramática próprias Somente depois disso é que foi possível seu reconhecimento como língua Nosso objetivo é que você conheça a história entre em contato com a língua compreenda um pouquinho a forma de comunicação dos surdos quem sabe prossiga nesse estudo Desejamos que se encante com esse novo universo dos sinais e que possa se aprofundar cada vez mais Bons Estudos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 5 AULA 1 CONHECENDO O SURDO Breve História da Educação dos Surdos no Brasil Passantes Fonte httpspixabaycomptphotospec3b5espassagemestradaruacidade918471 Observando a figura acima se entre eles houver um surdo você certamente não saberá A menos que ele esteja usando um AASI Aparelho Amplificação Sonora Individual e que você veja é óbvio de outra maneira a surdez passa por nós muitas vezes despercebida mas não é assim tão simples Vamos então conhecer um pouco sobre o surdo iniciaremos com um trecho falando sobre linguagem comunicação algo que fazemos sem nos darmos conta do quão importante é em nossas vidas LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 6 A linguagem permite ao ser humano planejar e regular sua ação e somente por ela é possível fazer a leitura do mundo e da palavra mesmo porque uma não acontece sem a outra Essas formas de leitura constituem a base da linguagem que se dá pela interação social a interação entre os sujeitos FELIPE 2007 p6 Neste trecho nós destacamos a importância da linguagem na vida do ser humano como a comunicação nos permite viver em sociedade interagir ter o melhor da vida Quando pensamos nos sujeitos surdos fica em nossas mentes a pergunta como fica a comunicação na vida do surdo Quem afinal é o sujeito surdo Se procurarmos na internet quem é o sujeito surdo vamos encontrar O sujeito surdo que de acordo com Felipe 2001 são aqueles que participam de comunidades associações na sua própria cidade ou entre outras localidades sendo fatores predominantes dessas comunidades surdas o uso da Língua de Sinais os esportes e interações sociais Temos aqui uma definição que os coloca em uma Comunidade Surda e principalmente o uso de uma língua própria Também é possível encontrar Os surdos pertencentes ao convívio da comunidade surda consideramse pessoas que utilizam uma forma linguística diferente sendo que desejam ser vistos como pessoas capazes que possuem suas particularidades o que não os impede de crescerem e se desenvolverem da mesma forma que os ouvintes Da mesma maneira este artigo observa a comunidade e a língua ressalta ainda a capacidade e particularidades dos surdos Em ambas as definições relacionam ser surdo a fazer parte de uma comunidade de sua própria comunidade a Comunidade Surda Por que seria esse um fator determinante quando se fala em quem é o sujeito surdo O que seria a identidade do surdo Ora se pensarmos no trecho inicial em que a comunicação é a base de uma comunidade então nada mais natural fazer parte da comunidade que fala a sua língua Esse fator irá determinar a identidade surda muito mais que a língua esta é a forma como o surdo percebe o mundo criando assim sua identidade De acordo com Perlin Os surdos são surdos em relação à experiência visual e longe da experiência auditiva essa diferença que separa a identidade surda da identidade ouvinte PERLIN 2010 p 54 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 7 Perlin que nasceu ouvinte e se tornou surda escreve contando também sobre sua experiência O que ela nos diz é que a forma com que o surdo percebe o mundo é diferente da forma do ouvinte Um se utiliza dos olhos ouvidos tendo uma percepção total e diferente do outro que sendo surdo VÊ o mundo percebe o mundo através dos olhos Assim temos a fala de outro surdo Pimenta 2001 p 24 que diz Ser surdo não é melhor ou pior do que ser ouvinte é apenas diferente Diferente porque a forma que eles compreendem o mundo não é a mesma que o ouvinte e devem ser respeitados em suas diversidades O surdo sofreu e sofre até hoje com a dificuldade em se relacionar com ouvintes em todos os lugares Pode ser em reuniões familiares onde ele é o único surdo e acaba ficando esquecido num canto em reunião festiva de trabalho quando fica fora das piadas e brincadeiras de ouvintes que ele não compreende ou pior ainda nas escolas quando de acordo com a própria lei a língua portuguesa deve ser ensinada na modalidade escrita No entanto ninguém se pergunta será que para o surdo a transcrição de Libras para Língua Portuguesa é simples Como é isso para eles O que o surdo pensa disso É tão difícil escrever Para fazêlo meu esforço tem de ser num clima de despender energias o suficiente demasiada Escrevo numa língua que não é minha Na escola fiz todo esforço para entender o significado das palavras usando o dicionário São palavras soltas Elas continuam soltas Quando se trata de pôlas no papel de escrever meus pensamentos eles são marcados por um silêncio profundo Eu preciso decodificar o meu pensamento visual com palavras em português que tem signos falados Muito há que é difícil ser traduzido por ser apenas uma síntese aproximada Tudo parece um silêncio quando se trata da escrita em português uma tarefa difícil dificílima Esse silêncio é a mudança Sim é Fazer frases em português não é o mesmo que fazêlas em Libras Eu penso em Libras na hora de escrever em português eu não treinei o suficiente para juntar em uma frase todas as palavras soltas Agora no momento de escrever eu escrevo diferente Quando eu leio o que escrevo parece que não tem uma coisa normal como a escrita de ouvinte falta uma coisa não sei o quê Não sei se o que escrevo são palavras minhas elas são exteriores não fazem parte do meu contexto Parecem não cair bem na frase parece que a escrita do pensamento não ditar o que quero dizer Vezes sem conta pareceme dizer coisas sem sentido L de 40 anos SKLIAR 2010 p 57 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 8 É possível perceber o quanto é difícil para o surdo a escrita da língua portuguesa O escrever é um processo que chega a ser doloroso em muitos casos Perlin comenta ainda muito embora hoje os surdos evidenciem esforços demasiados em ler e escrever a escrita do surdo não vai se aproximar da escrita do ouvinte PERLIN 2010 p 57 Percebemos o esforço que é necessário para que a língua portuguesa seja parte integrante da vida do surdo sem que ele sofra dia a dia O mesmo ocorre com a oralidade Há obviamente surdos que conseguem oralizar porém a grande maioria não possui uma boa oralidade Houve época em que o surdo era obrigado a falar oralmente O que para muitos era quase um sacrifício visto que nem sempre eles conseguem e mesmo quando o fazem nunca serão como os ouvintes Felizmente este tempo passou porém ainda encontram muitos preconceitos e barreiras que tornam a vida deles ainda muito difícil Com a promulgação da Libras como lei muita coisa mudou Há muito que melhorar mas estamos caminhando e é isso que importa A partir do momento que a Libras passou a ser uma língua oficial o surdo passou a ter direitos como a ter intérprete em diferentes lugares públicos e principalmente nas escolas Infelizmente isso não resolve a situação mas já é um passo Precisamos que os pequenos que nascem surdos possam ter acesso a sua língua a Libras logo ao nascer Isso ainda não conseguimos Muitas vezes esse acesso só ocorre quando ele entra em uma escola visto que grande parte das crianças surdas são filhas de pais ouvintes Porque nós ouvintes falamos Ora porque ouvimos Se você conhecer um bebê surdo ele terá as mesmas reações de um bebê ouvinte Ele balbucia sabe fazer aquele barulhinho ba ba ba ba isso mesmo mas então o que acontece O bebê ouvinte escuta e vai repetindo já o bebê surdo não ele não escuta nada e acaba parando vai silenciando A criança ouvinte vai repetindo tudo que ouve enquanto a criança surda essa não ouve nada o que vai repetir Ela nem sabe que sai som da sua boca Por isso é fundamental que ela tenha contato com um surdo para começar desde pequeninha a aprender sua língua a Libras Só assim ela terá um vocabulário rico quando estiver na idade de entrar na escola assim como a criança ouvinte Dessa forma irá se tornar um adulto mais realizado e muito mais feliz Vamos conhecer algumas pessoas que foram importantes no decorrer da história para a formação da identidade surda LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 9 Despertar do Silêncio livro de Shirley Vilhalva da Editora Arara Azul pode ser baixado aqui httpwwwlibrasgeraiscombrmateriaisinclusivosdownloadsDespertardo Silenciopdf Neste livro Shirley Vilharlva conta suas primeiras lembranças as dificuldades que enfrentou sendo surda em família ouvinte enfim diversas situações até chegar onde chegou Vale muito a pena a leitura Charles Michel de LÉpée Em 1780 Charles Michel de LÉpée fundou a primeira escola de surdos do mundo que se chamava Instituto Nacional para Surdos Mudos de Paris LÉpée foi professor de E Huet e quando cresceu veio para o Brasil e fundou a primeira escola para alunos surdos GOMES 2015 p 28 Helen Adams Keller Helen Keller foi a primeira surdocega a frequentar e graduarse em uma faculdade ela superou muitas barreiras para conquistar um bacharelado e se tornar escritora e filósofa Ela se tornou conhecida mundialmente LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 10 Helen Keller e sua professora Anne Sullivan Vamos conhecer um pouco mais sobre Helen Keller Siga o link Helen Keller mas depois pegue a pipoca e se ligue no filminho Aqui você encontra o filme com 130min Se tiver tempo assista Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan httpswwwyoutubecomwatchvuvtaTbdcxsE Agora se estiver com pressa assista ao desenho esse tem 030min A História animada de Helen Keller httpswwwyoutubecomwatchvNJAL9Bp0inQ E Huet E Huet nasceu na França em 1822 estudou com o abade L Epée seu nome todo seria Ernest Hernest ou Edouardo na verdade seu nome todo é desconhecido Sigam o link abaixo e assistam ao vídeo para melhor entender MANUÁRIO E HUET Aqui você irá conhecer um pouco sobre E Huet seu sinal é E porque ele é conhecido como E Não perca você vai gostar httptvinesorgbrp17135 E Huet GOMES 2015 p29 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 11 Muito bem terminamos uma etapa importante Conhecer os falantes da língua um pouquinho só de como as coisas aconteceram nos dá mais vontade de aprender Espero que tenham gostado dos vídeos Pesquisem na internet que vocês irão encontrar muitos surdos se pronunciando hoje eles têm voz Para começar conheçam um surdo que tem muito a dizer httpswwwyoutubecomwatchvBcq6GPyMfPo Leonardo Castilho é surdo neste vídeo ele fala um pouco sobre algumas das dificuldades de ser surdo é muito legal assistam O surdo tem voz Breve História da Educação dos Surdos no Brasil A história da Língua Brasileira de Sinais está intimamente relacionada com a história da educação dos surdos no Brasil Em nosso país observamos as primeiras notícias a esse respeito através da atuação do surdo francês E Huet que chegou ao Brasil em 1857 Huet foi quem fundou a primeira escola para surdos do Brasil mais precisamente no Rio de Janeiro Na época ela foi chamada de Imperial Instituto de SurdosMudos Nesta época os surdos eram chamados de surdos mudos diferente de hoje que sabemos que isso não é real os surdos não mudos assim nós os chamamos somente de surdos Não se esqueçam disso ok Fonte httpswwwlibrascombrsurdomudo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 12 Essa escola foi e ainda é muito importante na vida dos surdos Digo que ainda é porque ela funciona até os nossos dias obviamente mudou de nome passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos INES O INES é responsável por muitos materiais em Libras que encontramos disponíveis na internet Além de oferecer no seu Colégio de Aplicação Educação Precoce e Ensinos Fundamental e Médio o Instituto também forma profissionais surdos e ouvintes no Curso Bilíngue de Pedagogia experiência pioneira no Brasil e em toda América Latina RIO DE JANEIRO RJ 15042015 INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS Fachada do Instituto Nacional de Educação de surdos localizado no bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro Foto Vanessa Bohn Foto arena Image ID P48CE8 Huet trouxe com ele toda sua bagagem de sinais desenvolvidos em sua terra natal França Aqui ele começou seu trabalho com nossas crianças surdas Desse trabalho com o passar do tempo foi surgindo nossa própria língua de sinais criada a partir da Língua Francesa de Sinais e de diversos sinais que os surdos do Brasil utilizavam e passou a ser adotada aos poucos No entanto houve um Congresso em Milão Itália no ano de 1880 que teve repercussão em todo o mundo não foi diferente por aqui em função da proibição do uso das línguas de sinais o Brasil também deixou de usála na educação dos surdos Nesse congresso conhecido como Congresso de Milão que na verdade foi a Primeira conferência internacional de educadores de surdos havia em torno de 164 wwwinesgovbr httpswwwalamycomriodejaneirorj15042015institutonacionaldeeducaodesurdosfachadadoinstitutonacionaldeeducaodesurdos localizadonobairrodelaranjeirasnoriodejaneirofotovanessabohnfotoarenaimage209168464html LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 13 educadores e especialistas que se reuniram entre 6 e 11 de setembro de 1880 para discutir os rumos da educação das pessoas surdas Neste grupo que decidiu que o melhor para o surdo seria a oralidade havia somente um surdo Depois de dias de debates eles concluíram que o melhor para a educação dos surdos para a reinserção deles na sociedade seria a oralidade Seria assim através da educação oralista e não da língua gestual foi então que aprovaram uma resolução que dava preferência ao uso da língua oral nas escolas Por quase 100 anos os surdos foram submetidos a uma educação oralista o que muitas vezes levou alunos a abandonarem as escolas Os resquícios históricos que ainda persistem dos cem anos pelos quais vigorou a filosofia educacional oralista proibindo o uso da Língua de Sinais na Educação de Surdos acarretam intoleráveis danos no aproveitamento educacional do alunado surdo e no seu desenvolvimento global A ideia sobre a importância da aquisição da linguagem oral do tratamento de reabilitação da fala e do treinamento da leitura labial amplamente disseminada pelo Oralismo a partir do famoso Congresso de Milão em 1880 prejudicou a instrução de grande parte das pessoas com surdez negando o respeito às suas singularidades e aos aspectos sociolinguísticos e culturais do Povo Surdo Com a Educação de Surdos regida pelo império da filosofia oralista de práticas educativas ouvicêntricas e de visão patológica sobre a surdez negouse ao Povo Surdo condições favoráveis de produção da linguagem e a possibilidade de inclusão social ALBINO 2016 p 11 12 Ora os surdos por mais que se esforcem jamais desenvolverão a linguagem no mesmo nível oral que um ouvinte isto é perfeitamente observado pois eles não possuem o feedback do que falam assim a voz fica em um ritmo diferente dos ouvintes No entanto durante esses cem anos de filosofia oralista os sinais não sumiram simplesmente os surdos continuaram a usálos Eles eram proibidos nas escolas porém no dia a dia o surdo usava os sinais para se comunicar Falando de Brasil ainda não havia uma padronização na língua de sinais o que levou a um grande prejuízo no seu desenvolvimento somente surdos de uma determinada comunidade se entendiam a falta de padronização levava ao regionalismo Na década de 1960 nos EUA com apoio de pesquisas realizadas na área da linguística verificaram que a língua de sinais continuava viva e que tinha todos os LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 14 requisitos necessários para que fosse conferida a ela o status de língua portanto foi um passo fundamental para a volta ao direito à comunicação gestual entre surdos No Brasil foi no ano de 1980 que a linguista Lucinda Ferreira Brito elaborou uma pesquisa sobre a língua de sinais Foi a partir desta pesquisa que começaram os estudos sobre a língua de sinais no Brasil Esse foi o começo de uma longa batalha no nosso país até a promulgação da lei que oficializou a Libras como língua no dia 24 de abril de 2002 Neste capítulo pudemos conhecer um pouco sobre o surdo alguns protagonistas e também um pouquinho da história da educação dos surdos Vocês como futuros professores com certeza terão em algum momento um aluno surdo em sua sala de aula Lembremse sempre das dificuldades que eles enfrentam para escrever e compreender nossa língua Procurem avaliálos pelo aprendizado que adquiriram e não pelas dificuldades próprias da surdez Assim percebemos o quanto os surdos tiveram que lutar pelo direito de falar com suas mãos Estamos descobrimos um novo mundo Espero que vocês estejam curiosos e com muita vontade de aprender Na próxima aula vamos começar nossos primeiros sinais Aqui vai uma pequena amostra Este sinal significa Eu te amo E ele é o mesmo sinal da língua inglesa de sinais I Love You LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 15 Foto ilustração httpswwwassaicombrrevistafevereiromarco2021edicao43acessibilidadedigitalgerainclusao Espero Vocês Vamos conhecer um pouco mais sobre o INES Acesse o link e veja httpswwwyoutubecomwatchv3HLI3tzUd3s Nossas Instituições Instituto Nacional de Educação de Surdos 25072017 Faça um resumo de no mínimo 15 linhas contando com suas palavras quem é o sujeito surdo e o que você compreendeu sobre a educação e a língua de sinais Destaque o que mais lhe chamou a atenção LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 16 AULA 2 SINAIS FREQUENTES Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 17 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 18 Figuras Desenhos Cristiano Koyama e Claudia Nagura httpswwwcesorgbrsitevamosaprenderlibrasaspx LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 19 Aqui o mesmo alfabeto só que em desenho Você sabe o que é Datilologia ou Alfabeto Manual Datilologia ou Alfabeto manual é um empréstimo da Língua Portuguesa do alfabeto através da representação pelas mãos usado para a soletração de uma palavra utilizando o alfabeto digital ou manual em língua de sinais Cada sinal corresponde a uma letra do alfabeto A datilologia ou alfabeto digital é mais usado para expressar nomes de pessoas localidades e outras palavras que ainda não possuem um sinal específico como nos diz Silva et All na Libras o uso do alfabeto manual é caracterizado como um Empréstimo Linguístico 2007 p18 Muitas vezes a datilologia acaba se incorporando à Libras como um sinal quando ao ser expressada pelo alfabeto manual recebe uma incorporação de movimento próprio desta língua será apresentada pela soletração ou parte da soletração mais a LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 20 incorporação formando o sinal por exemplo as palavras reais oi e nunca assim estas palavras se tornam sinais soletrados na Libras Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Comumente quando conhecemos alguém lhes perguntamos logo o nome como se chama para que todas as vezes que quisermos nos referir àquela pessoa temos um signo que a representa O nome que estamos falando é o que na Língua Brasileira de Sinais denominamos de sinal pessoal ou somente sinal costumase dizer que se trata de um nome visual um batismo para dar início à participação na comunidade surda Um nome visual como o próprio nome diz se trata de uma marca um traço visual próprio da pessoa Quando tal pessoa ainda não tem um sinal nome visual usase o alfabeto manual que compõe o quadro das configurações de mãos usadas na Libras Silva et all p 18Acesse o artigo O alfabeto manual é utilizado portanto para as coisas que ainda não possuem sinais como por exemplo nome de pessoas que ainda não foram batizadas com um sinal em Libras portanto uma pessoa que você acabou de conhecer ou quando nos referirmos a uma cidade podemos antes de utilizar seu sinal escrever seu nome na datilologia Estes são os casos em que o alfabeto manual é utilizado Muito bem você aprendeu seus primeiros sinais Seu nome em Libras deverá ser dado por um surdo assim que você tiver a chance de encontrar com alguém da Comunidade surda peça a ele que lhe atribua um sinal este será seu nome em Libras Certamente você irá gostar Para que você possa entender melhor observe as figuras elas mostram o que pode representar um nome de batismo na Libras como os surdos se baseiam para nos dar um sinal quando passamos a fazer parte da comunidade surda LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 21 a Representa iconicamente uma característica da pessoa Por exemplo b Representar a profissão de uma pessoa e uma característica Por exemplo PROFESSOR MAGR CABELOSONDULADOS c Representar um número que a pessoa passou a ter na caderneta de sua turma de escola ou a primeira letra do nome da pessoa Por exemplo O sinal pessoal pode ser portanto uma representação visual de uma pessoa ou um atributo Felipe e Monteiro 2006 p35 iconicidade 1 LINGUÍSTICA semelhança existente em certos signos linguísticos entre a forma e a coisa representada o que ocorre em onomatopeias pex atchim tiquetaque e palavras onomatopaicas pex sussurrar zumbido 2 SEMIOLOGIA SEMIÓTICA propriedade que tem o signo icônico de representar por semelhança o mundo real LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 22 Nesta aula aprendemos alguns sinais básicos além do alfabeto manual Então você deve treinar os sinais e o alfabeto escreva seu nome o nome de seus familiares da cidade em que mora da cidade que você nasceu enfim escreva o nome de tudo que você puder Bora treinar Quanto aos sinais vamos dar bom dia a todo mundo Agradecer e tudo mais que aprendemos O treino é tudo Até a próxima aula httpswwwyoutubecomwatchvsOWgA8FYsPUlistRDCMUCBS6i8Z1 rr7b2sq8Pybfhxwindex1 Acesse o link e aprenda com o Carlos a Datilologia É um desafio Vai lá treinar Você já deve ter treinado bastante agora grave um vídeo de minutos com alguns dos sinais trabalhados Capricha LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 23 AULA 3 LIBRAS DEFINIÇÕES E ASPECTOS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Para entendermos a definição da Libras vamos primeiro compreender o que significa língua Os dicionários online trazem diversas definições sobre o termo Língua Observemos Conjunto dos elementos que constituem a linguagem falada ou escrita peculiar a uma coletividade idioma a língua portuguesa Sistema de vocabulário e sintaxe usado em determinada época por certos escritores em uma ou outra profissão etc linguagem a língua do séc XVI Sistema constituído por palavras e por regras gramaticais que permitem a construção de frases e que é usado como meio de comunicação falado ou escrito pelos membros de uma mesma comunidade linguística idioma Estilo de escrita discurso ou expressão característicos de alguém A língua é um instrumento de comunicação sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar se e compreenderse Portanto a língua está diretamente ligada a uma coletividade à forma de se expressar composta por regras gramaticais que possibilitam que essas expressões ocorram Isso posto a Libras não poderia ser reconhecida como língua sem que tivesse todos os quesitos necessários para tal Portanto a Libras para ser reconhecida como língua passou por várias etapas somente após ser constatado que tinha todos os requisitos necessários então no dia 22 de abril de 2002 através da Lei 104362002 foi reconhecida legalmente como língua Nesta lei destacase httpswwwdiciocombrlingua acesso em 03052021 httpswwwinfopediaptdicionarioslinguaportuguesalC3ADngua acesso em 03052021 httpsdicionariopriberamorglC3ADngua acesso em 03052021 httpswwwsoportuguescombrsecoessemanseman2php acesso em 03052021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 24 entendese como Língua Brasileira de Sinais Libras a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visualmotora com estrutura gramatical própria constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil Brasil 2002 É importante lembrar que a Língua Brasileira de Sinais não é uma língua universal Cada país tem sua própria língua de sinais da mesma forma que as línguas orais são diferentes tem país que fala inglês outro francês italiano e assim por diante da mesma maneira é a língua de sinais cada país possui a sua Além disso também existem as diferenças regionais da mesma forma que as línguas orais em que é possível perceber o sotaque referente a cada região do nosso país ou até mesmo dentro de um mesmo estado podemos observar diferença de sotaque também na Libras Por ser uma língua viva sofre influência das regiões sendo assim é comum haver diferenças em alguns sinais de uma região para outra no Brasil Assim como na língua portuguesa a Libras é atualizada constantemente usando gírias e expressões exatamente como todas as línguas Exemplo a palavra COUVEFLOR diferentes sinais em diferentes Estados SPSC PRBA MSRS Figuras CAPOVILLA FC RAPHAEL W D Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira Volume I e II Sinais de A a L São Paulo Editora da Universidade de São Paulo 2001 Podemos também encontrar para algumas palavras mais de um sinal correspondente Isso não quer dizer que um ou outro sinal esteja errado simplesmente quer dizer que em cada região há expressões diferentes como os sotaques nas línguas orais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 25 Para saber se os sinais estão corretos temos os dicionários como comparação as expressões que constam nos dicionários de Libras publicados por serem orientações gerais para todos os lugares do Brasil foram revisados e aprovados portanto podemos tirar nossas dúvidas Exemplo de sinais diferentes para uma mesma palavra BRANCO Atualmente as pesquisas apontam a existência de cinco componentes dos sinais os chamados Parâmetros São Parâmetros da Libras a Configuração de mão o Ponto de Articulação o Movimento a Orientação e as Expressões nãomanuais Vamos conhecer cada um desses componentes dos sinais a Configurações de mãos São as diversas formas que as mãos tomam na realização dos sinais Inicialmente FerreiraBrito propôs 46 configurações de mãos porém hoje já são propostas mais de 60 conforme poderemos observar no quadro abaixo Essas configurações são consideradas elementos fundamentais para possibilitar a formação dos sinais As 64 configurações de mão da Libras Fonte Felipe Tanya A Monteiro Myrna Salerno S Libras em Contexto Livro do Professor p 28 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 26 Vamos observar na prática como funciona a configuração de mãos Utilizando a configuração com essa configuração de mão podemos realizar por exemplo os sinais tanto o sinal de ÁGUA como o sinal de EDUCADO utilizam a mesma configuração de mão Observe Outro exemplo agora utilizando a configuração de mão Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Na configuração de mão para formar os sinais AVIÃO DESCULPA e ARREPENDIDO podemos observar que a configuração é a mesma porém da mesma forma que os sinais anteriores o lugar onde o sinal é feito ponto de articulação e o movimento são diferentes tornando assim cada sinal diferente do outro Com uma mesma configuração de mão é possível fazer uma grande quantidade de sinais São sinais distintos que possuem a mesma configuração de mão Da mesma maneira que temos os fonemas em uma língua oral também temos em cada língua de sinais um conjunto de configurações de mão responsável pela formação dos sinais Importante destacar que a lista de configurações de mão de uma língua de sinais não coincide com o alfabeto manual O alfabeto é um sistema artificial criado como forma de representação da ortografia da língua oralauditiva falada no país onde o surdo vive Já as configurações de mão são uma realidade natural da língua b Ponto de articulação localização É a área no corpo ou o espaço próximo ao corpo onde os sinais são articulados Esses sinais articulados são de dois tipos os que articulam no espaço neutro diante LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 27 do corpo e os que tocam uma determinada região do corpo como por exemplo a cabeça o rosto a cintura os ombros e o espaço neutro Existem sinais que são realizados no chamado espaço neutro que é o espaço à frente do corpo da pessoa que sinaliza sinalizador mas que não toca no corpo Vejamos os sinais abaixo Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Esse local onde ocorre o sinal é o ponto de articulação na figura abaixo estão relacionados os espaços em que esses pontos podem ocorrer Os sinais de trabalhar e sanfona são realizados sem tocar no corpo para realizar estes sinais não precisamos tocar em nenhuma parte do corpo Assim dizemos que são realizados no espaço neutro É importante destacar que quando estamos em um diálogo ou apenas fazendo um sinal utilizamos um espaço específico que está localizado em uma espécie de retângulo em frente ao nosso corpo que poderá ser observado na próxima figura Isso quer dizer que não há necessidade de ficarmos exagerando ao fazermos um sinal Ele é feito em um espaço específico Muitas vezes vemos pessoas fazendo sinais exagerados na maioria das vezes quando estão representando uma música por exemplo Isso não quer dizer que está errado mas sim que é um tipo de expressão artística No dia a dia fazemos os sinais mais contidos talvez seja essa a palavra certa utilizando um espaço menor Observe a figura a seguir nela está descrito qual a zona certa para a comunicação em Libras LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 28 Vamos observar outros sinais Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Vimos dois sinais diferentes feitos em um mesmo ponto de articulação Nestes sinais eles têm em comum o ponto de articulação e o movimento o que os difere é a configuração de mãos Vejamos mais um exemplo Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Dois sinais executados no mesmo local com movimento e configuração de mão diferentes Se observarmos o que ocorre com esses sinais é o mesmo que acontece com algumas palavras na língua portuguesa são diferentes apenas pela mudança de um fonema Por exemplo as palavras vaca e faca que têm somente os fonemas f e v que as diferenciam Portanto Ponto de Articulação é o local onde o sinal é articulado ou seja é feito podendo tocar ou não nosso corpo c Movimento É um parâmetro que envolve direção forma frequência velocidade e intensidade desde os movimentos internos da mão os movimentos do pulso os movimentos direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no mesmo sinal O movimento que as mãos descrevem no espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas curvas sinuosas espiral ondulante circulares em várias direções e posições Podemos observar no próximo quadro vários sinais com diversos movimentos diferentes como espiral reto circular entre outros Neste quadro não estão todos os movimentos somente alguns para que você possa compreender o que estamos falando quando dizemos movimento em Libras LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 29 PEDROSAp28 2013 Desse modo o Parâmetro de Movimento na Libras possui diferentes propriedades ou características relacionadas aos seus elementos vamos observar as variações em direção forma velocidadeintensidade Direção é a direcionalidade do movimento que pode ser unidirecional bidirecional ou multidirecional a Unidirecional movimento em uma direção no espaço Ex Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 30 b Bidirecional movimento realizado por uma ou ambas as mãos em duas direções diferentes Ex Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 c Multidirecional movimentos que exploram várias direções no espaço durante a realização de um sinal Ex Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Forma maneira que as mãos e dedos seguem em uma trajetória quando estão executando um sinal O movimento segundo sua forma pode ser extenso ou curto deslocandose em linha reta ou curva Frequência ou repetição do movimento na realização do sinal que pode ocorrer em alguns sinais Velocidade e intensidade alguns movimentos são mais rápidos que outros Isso pode diferenciar se você está se referindo a algo bonito ou muito bonito por exemplo Em seguida veremos exemplos de sinais que não possuem movimentos diferentes dos sinais que acabamos de ver LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 31 Fonte FELIPE e MONTEIRO 2006 d Orientação De acordo com Quadros e Karnopp 2004 o parâmetro orientação referese à direção para a qual a palma da mão aponta quando o sinal é produzido Existem seis tipos de orientação de mão para cima e para baixo para dentro em direção ao corpo do sinalizador e para fora para os lados Vejam abaixo as ilustrações que mostram as diferentes orientações das mãos Veja LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 32 Outro fator importante é que alguns sinais ao inverterse a direção podem significar ideia de oposição como nos exemplos abaixo Fonte Imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Expressões nãomanuais Expressões nãomanuais são todas as expressões faciais e corporais realizadas concomitantemente ao sinal São movimentos do corpo da face da cabeça e dos olhos realizados no momento da articulação do sinal Observe os sinais a seguir Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Note o primeiro sinal quando fazemos um sinal de triste nossa expressão facial precisa seguir a ideia do sinal ficar triste Já no segundo sinal a expressão facial fica mais neutra LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 33 Observe que a configuração de mão e o ponto de articulação são os mesmos nos dois sinais O que muda são os movimentos e as expressões não manuais As expressões faciais podem ser realizadas através de movimentos na face na cabeça tronco olhos e sobrancelhas Segundo Quadros expressões faciais têm duas funções distintas expressar emoções assim como nas línguas faladas e marcar estruturas gramaticais específicas como orações relativas servindo para distinguir funções linguísticas uma característica única das línguas de modalidade visualespacial QUADROS RM et al p7 2009 É possível observar a importância da expressão facial e corporal nas línguas de sinais elas são fundamentais pois representam a entonação da voz quando conversamos Servem para mostrar sentimentos parentesco perguntas entre outras As expressões faciais podem ser diversas triste alegre bravo surpreso duvidoso entre muitas outras httpsequoideiascom20190306expressoesfaciaispararecortareusarnamantapedagogica Chegamos ao fim deste capítulo nele nós vimos que para falar com nossas mãos existe um campo assim como quando falamos utilizamos um tom de voz uma altura não gritamos ou falamos baixo demais Da mesma maneira ocorre com a Libras há um campo certo onde ela é produzida Quando vemos as pessoas apresentando músicas hino nacional ou outra coisa eles fazem sinais grandes usam um espaço maior Bom vamos pensar que isto é arte e não o dia a dia LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 34 No dia a dia temos que nos ater ao espaço que é correto para isso e não ficar gritando em sinais Não se esqueça basicamente este é o espaço que utilizamos para fazer os sinais Figura QUADROS KARNOPP 2004 Parece que não vamos aprender isso nunca não é mesmo Mas quando for aprendendo os sinais você verá todos esses parâmetros incorporados nele Não se assuste Assista o vídeo a seguir com certeza irá te ajudar LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 35 Agora é sua vez Escolha entre os sinais estudados três sinais a Com a mesma Configuração de Mão b sinais que tenham o mesmo Ponto de Articulação Capricha na escolha Não vale pegar os exemplos ok Até breve LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 36 AULA 4 NÚMEROS CARDINAIS E QUANTITATIVOS Cores O numeral na Libras assim como na língua portuguesa apresenta formas diferentes quando dependendo do contexto são utilizados como Cardinais Ordinais e Quantitativos Números Cardinais e Quantitativos Números Cardinais são utilizados para contar Quantos tem LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 37 Já os Quantitativos são usados para quantificar por exemplo qual a metragem de um tecido o número de sua casa o número do seu sapato números em geral Já os números Ordinais eles se diferem dos demais são feitos com movimentos Há uma leve tremida em sua execução Números Ordinais são usados para ordenar Por exemplo uma fila os andares de um prédio um podium LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 38 Muito bem Vamos treinar é hora de praticar Na sua casa vai treinando com todos os números que você encontrar Que dia você nasceu Qual o número do seu celular Que número de sapato você usa Você mora em um prédio Que andar Se não mora conhece alguém que mora em que andar Qual o número do seu RG Você tem filhos Quantos Vou deixar um link na verdade dois links para você poder ver um pouco mais sobre o assunto Carlos Cristian Libras httpswwwyoutubecomplaylistlistPL6ZnmuRbSGfnE75dvh6CzpE6xw39dnoJ Vamos agora aprender alguns sinais de CORES LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 39 Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 40 Siga o Hugo e aprenda um pouco mais CORES em LIBRAS Assista e aprenda os sinais das cores httpswwwyoutubecomwatchv7DH9hBtlr9Q Para esse capítulo vamos pensar em sinais que utilizem cores e números por exemplo Casa branca número 3 Sapato preto número 37 Procure nos sinais aprendidos até aqui e faça o seu melhor Grave um pequeno vídeo Boa sorte LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 41 AULA 5 GÊNERO NA LIBRAS Família Antes de começarmos os sinais de família vamos prestar atenção em alguns pontos que são muito importantes para que você possa compreender melhor essa nova língua a Libras é mais simples que a língua portuguesa não conjuga verbo não tem preposição não tem masculino e feminino não tem singular e plural Isso tudo é marcado em sinais Bom né Vamos aprender um pouquinho mais Quando utilizamos o hífen para separar as letras significa que esta palavra está sendo soletrada no alfabeto datilológico EX LAURA Em Libras não há preposições não há tempo verbal para falar de presente passado e futuro usamos o sinal correspondente ao presente e passado Também não há verbo ser e estar como no português Sinalizase direto Se você quer dizer Hoje está chovendo Na Libras você dirá CHUVA HOJE Ou Maria é bonita MARIA BONIT Exemplo de frases httpswwwyoutubecomwatchv4A5vkYVOuOst5s Gênero na Libras Os sinais da Libras não apresentam gênero Masculino ou Feminino Portanto quando precisar indicar gênero faça o sinal indicando HOMEM ou MULHER após o referente Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 42 Dito isso sempre que você for falar por exemplo irmão ou irmã na Libras IRMÃ no momento em que o sinal é feito acrescentase o sinal de mulher ou de homem para a indicação do sexo Isso também ocorre para animais Porém não se aplica aos sinais de mãe e pai por exemplo que são sinais próprios Veja os exemplos apresentados a seguir ou Imagem Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Portanto os sinais que não são próprios necessitam que se designe se estamos falando de HOMEM ou MULHER Como exemplo IRMÃO ou IRMÃ LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 43 FAMÍLIA ou Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 44 Contexto Familiar ou Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 45 A seguir você encontrará uma história que está descrita no livro Libras em contexto página 261 HOMEM e MULHER se conheceram e namoraram Ficaram NOIVOS e se CASARAM E viajaram para LUA DE MEL A mulher fica GRÁVIDA NASCE um FILHO JOÃO A mulher é MÃE e o homem é PAI Nasce outra filha MARIA JOÃO e MARIA são IRMÃOS Os pais adotam uma criança FILHO ADOTIVO Os filhos crescem namoram e casam A esposa do JOÃO e o marido da MARIA são NORA e GENRO dos pais deles Nascem os filhos de JÕAO e MARIA A filha do JOÃO é SOBRINHA da MARIA e ela é TIA da filha do JOÃO e viceversa Os filhos de JOÃO e MARIA são PRIMOS Os filhos de JOÃO e MARIA são NETOS dos pais deles Os pais de JOÃO e MARIA são vov dos NETOS FILHO ADOTIVO nunca casou é SOLTEIRO httptvinesorgbrp7015 Siga o Link e você verá o Heveraldo contando parte desta história Aproveite Na Libras não há desinências para indicar gêneros masculino e feminino e número plural ou singular Quando a Libras estiver escrita em Língua Portuguesa e você encontrar o símbolo no lugar do o a ou s é porque não há palavra da Língua Portuguesa ou seja escrita que possa indicar estas marcas na Libras Para que não haja confusão quando se escreve em Português representando a Libras usase o símbolo para representar essa ideia de não haver desinência Exemplo MENIN que pode significar menino menina meninos ou meninas CADERN caderno ou cadernos GAT gato gata gatos ou gatas AMIG amigo amiga amigos ou amigas EL ele ela eles ou elas ME meu minha meus ou minhas Etc LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 46 Agora é com você Grave um vídeo com a história da sua família nos conte quem são seus irm pais Se você é casad se tem filh Se é av Enfim nos fale da sua família Vamos lá nós queremos te conhecer LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 47 AULA 6 SINAIS ICÔNICOS E SINAIS ARBITRÁRIOS Estações do Ano Dia da Semana e Meses Por muito tempo antes da Libras ser reconhecida como língua as pessoas acreditavam que a língua de sinais era apenas mímica por acharem que representavam somente o desenho do que estava sendo dito como se desenhassem no ar a figura do referente objeto ou ação que estavam querendo falar Achavam ser impossível portanto a representação de conceitos abstratos Com o tempo e muito estudo foi provado que isso não é verdade pois em língua de sinais tais conceitos também podem e são representados em toda sua complexidade Outro equívoco que até hoje vemos é que ainda temos muitas pessoas que acham que os sinais são as representações fiéis dos objetos a que se referem No entanto isso pode sim ocorrer o sinal pode ser a representação ou semelhança do objeto ou referente porém não é regra Vamos entender na Libras há duas categorias de sinais os icônicos e os arbitrários Sinais Icônicos A melhor definição de iconicidade seria uma foto ela representa o objeto ou referente portanto um sinal é icônico quando ele se parece com a imagem do referente ou significado de algo Para melhor entender vamos aos exemplos Sinais Icônicos TELEFONE CASA ÁRVORE Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 48 Se observarmos estes sinais se parecem com a imagem do referente ou significado por isso são considerados sinais icônicos Sinais Arbitrários Os sinais arbitrários por sua vez não se parecem em nada ao referente ou significado Eles não reproduzem a ação ou objeto a que se referem Essa classe forma a maioria dos sinais Por não se parecerem aos referentes esses sinais são bem diferentes vamos aos exemplos Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 É possível observar que estes sinais em nada se parecem com seus referentes portanto são chamados de sinais arbitrários Para finalizar vamos destacar um trabalho realizado por Anderson e Godoi Podese dizer que os sinais icônicos se configuram como uma categoria baseada na plasticidade consistindo na capacidade de um signo poder representar de maneira pictórica ou figurativa o objeto tomado como referência Por outro lado existem os sinais arbitrários cuja particularidade está no fato de não manter nenhuma relação com seu referente ou nenhuma semelhança com o dado da realidade que esses sinais representam ANDERSON 2010 apud GODOI 2016 Aqui fica bem definido o significado de Arbitrariedade e Iconicidade deixando clara as diferenças entre os dois A seguir vamos aprender os sinais específicos para Estações do Ano Dia da Semana e Meses LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 49 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 50 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 51 Chegamos ao fim de mais um capítulo espero que tenham gostado do conteúdo Vamos continuar explorando a Libras e aprendendo cada vez mais Nosso exercício para este capítulo será relacionado ao seu nascimento Nos conte em vídeo que dia do mês da semana e ano que você nasceu Se era verão ou inverno ou seja qual era a estação do ano Para finalizar nos diga a sua idade LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 52 AULA 7 TIPOS DE VERBOS Alimentos Frutas e Bebidas Vamos estudar algumas classes gramaticais iniciando pelos Verbos Como já vimos Libras é uma língua viva que está em constante mudança Sempre com novas palavras sendo introduzidas com a validação da Comunidade Surda isso acontece quando surgem novos lugares novas pessoas situações novas que pedem um vocabulário diferente do que está ai Conhecer um pouco as classes gramaticais nos mostra a importância da Libras como língua como formam os sinais sempre validando Língua Brasileira de Sinais como língua e não apenas sinais Para estudarmos os tipos de verbos na Libras focamos em exemplos que irão orientar o aprendizado levando a um entendimento satisfatório nesta classe gramatical tão importante Primeiro vamos perceber que na Libras os verbos não são conjugados como na Língua Portuguesa Isso quer dizer que o tempo verbal tem uma marcação diferente Vamos entender melhor Na Língua Portuguesa quando queremos dizer que algo já aconteceu nós usamos o verbo no passado assim dizemos Fui à casa da minha mãe Na Libras o verbo não é conjugado portanto para indicar que fui à casa da minha mãe ontem e não hoje utilizamos marcação de tempo Esta marcação de tempo é feita pelos Advérbios de Tempo sinais que veiculam conceito temporal são marcas que representam passado movimento para trás futuro movimento para frente ou presente movimento no plano do corpo httplibraspocosdecaldasblogspotcom201612adverbiodetempohtml LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 53 As frases são compostas das seguintes formas OSV Objeto SujeitoVerbo ou SOV Sujeito Objeto Verbo O verbo na Libras fica sempre no fim das frases para o surdo ele estaria no infinitivo seria como se fosse assim a frase Português Fui à casa da minha mãe Libras Usar sinal de passado CASA MÃE IR Portanto sempre que for necessário nas formas verbais definir a marca de tempo a referência temporal será dada por itens lexicais como os advérbios de tempo ONTEM AMANHÃ HOJE SEMANAPASSADA SEMANAQUEVEM entre outros como veremos nos próximos capítulos httpswwwyoutubecomwatchv0ZPYDNEsJAlistRDCMUCW2IBb1PwAoop Qxt1IPjq0Aindex3 10 coisas que todo iniciante deve saber sobre Libras Parte 1 FELIPE SABARÁ Neste vídeo há várias dicas de um intérprete que eu gosto muito e que é respeitado na Comunidade Surda Aqui entre outras dicas Fernandes nos explica com muita clareza o não uso dos conectivos na Libras essas omissões que ocorrem na Libras em relação aos artigos preposições e flexões verbais ou nominais gênero número nos levam a pensar que a gramática da Libras seria mais simplificada em relação ao português mas não se trata disso Enquanto que no português há elementos conectivos indicados com palavras na Libras esses mecanismos são discursivos e espaciais estando incorporados ao movimento ou em referentes espaciais FERNANDES 201 p 62 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 54 Assim Libras por usar um canal visualgestual possibilita fatos que não acontecem nas línguas orais sendo línguas que ocorrem em realidades diferentes Fique atento Tipos de Verbos na Língua Brasileira de Sinais Quadros e Karnopp 2004 destacam que os verbos na língua de sinais brasileira estão divididos nas seguintes classes Verbos que não possuem marca de concordância são verbos que não se flexionam em pessoa e número e não incorporam afixos locativos Em geral são ancorados ou feitos tocando o corpo Esses tipos de verbos também são chamados de verbos simples Exemplo AMAR APRENDER SABER GOSTAR CONHECER Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Exemplo Língua portuguesa Eu sei Libras Libras LIBRAS SABER Disponível em httpsportalestaciobrmedia1967cartilhalinguabrasileiradesinaispdf Acesso 062021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 55 É importante aprender Libras LIBRAS IMPORTANTE APRENDER Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Os Surdos se comunicam através da Libras LIBRAS SURDOS COMUNICAR Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Verbos com marca de concordância São verbos subdivididos em Verbos Direcionais e Verbos Não Direcionais Verbos Direcionais Estes verbos partem do sujeito que está falando em direção ao objeto que se fala Possuem marca de concordância a direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto Assim não necessita sinalizar o sujeito e o predicado eles já compõem o sinal Com isso a direção do movimento destes verbos sempre irá variar com a posição das pessoas que estão envolvidas Você irá direcionar o sinal para onde está o objeto predicado Para melhor entender vamos aos exemplos Eu pergunto para você Você me pergunta httpswwwfacebookcomLibraseufalocomasmC3A3os1076061092431528 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 56 É possível observar que os verbos direcionais ligamse à pessoa do discurso verbos com concordância se flexionam em pessoas números e aspectos ou incorporam o objeto referido Outro exemplo Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Aqui você encontra um vídeo com vários verbos direcionais Principais Verbos Direcionais na Libras FELIPE SABARÁ httpswwwyoutubecomwatchvSwaL1FSW8h0 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 57 ALIMENTOS FRUTAS E BEBIDAS Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 58 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 59 Receita em Libras Sopa de espinafre httpswwwyoutubecomwatchv3FjW6ooXhw A professora de Libras Vanessa Lesser mostra seus dotes culinários com receitas deliciosas e fáceis para acalmar e temperar a nossa quarentena nesta série chamada Receita em Libras Acompanhe agora a receita de sopa de espinafre Uma delícia Para esse capítulo vamos pensar em receita Escolha os ingredientes e vamos lá Capriche no vídeo pelo menos um minuto e meio de gravação LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 60 AULA 8 CLASSIFICADORES CL Quando falamos em classificar vamos pensar na Língua Portuguesa que classifica substantivos e adjetivos em masculino e feminino ao colocar artigos por exemplo Já vimos que em Libras não há essa classificação por artigos porém classificações podem se manifestar de várias formas uma desinência como em português que classifica os substantivos e os adjetivos em masculino e feminino através do sinal de menina menino homem mulher uma partícula que se coloca entre as palavras uma desinência que se coloca no verbo para estabelecer concordância quando atribuímos uma qualidade a um objeto por exemplo o tipo de blusa que ele está usando Neste caso estamos descrevendo o substantivo ou adjetivo atribuindolhe uma qualidade Por serem as línguas de sinais espaçovisuais elas podem representar iconicamente qualidades de objetos Por exemplo para dizer nestas línguas que uma pessoa está vestindo uma blusa de bolinhas quadriculada ou listrada estas expressões adjetivas serão desenhadas no peito do emissor mas esta descrição não é um classificador Isso são adjetivos Fonte Imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 61 O que seria então um Classificador na Libras Na Libras para os estudiosos deste assunto um classificador é uma configuração que existe em número restrito e estabelece um tipo de concordância Portanto classificadores são configurações de mãos incorporadas ao movimento de certos tipos de verbos que relacionadas à coisa pessoa e animal funcionam como marcadores de concordância Facilitando seriam descrições visuais capturadas de uma imagem que pode ser de seres animados como pessoas e animais e de seres inanimados como uma janela por exemplo Nestas descrições são observados aspectos tais como tipo de andar movimento som tamanho paladar tato cheiro olhar textura intensidade de cor sentimentos enfim tudo que possa ser diferenciado Assim na Libras os classificadores são formas que classificam o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo Pensando na formação do sinal Capovilla e Raphael 2001 esclarecem que CL Classificador é o conceito utilizado nas línguas de sinais que diz respeito aos diferentes modos como um determinado sinal é produzido dependendo das propriedades físicas específicas do referente que é representado Os classificadores para Pessoa e Animal conforme nos diz Felipe podem ficar no singular e plural que é marcado ao se representar duas pessoas ou animais simultaneamente com as duas mãos ou fazendo um movimento repetido em relação ao número FELIPE e MONTEIRO 2006 p 168 Figura Fonte CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 62 Já quando os classificadores são para Coisa estes incorporam através da concordância características desta coisa que está sendo o objeto da ação verbal Por exemplo quando falamos ABRIR A PORTA o sinal vai depender do tipo de porta que você está abrindo No sinal abaixo vemos o sinal da abertura de uma porta comum como está no desenho caso fosse uma porta de correr o sinal certamente seria diferente pois seguiria a maneira de abrir da porta de correr Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Se observarmos o quadro a seguir é possível perceber a diferença dos Classificadores CL Se estamos falando por exemplo que uma folha caiu da árvore usaríamos o sinal de CAIR coisa plana caindo do sinal de árvore se queremos dizer que uma pessoa caiu utilizamos o sinal CAIR pessoas podendo classificar a forma que ela caiu Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Assim o verbo Classificador depende da coisa pessoa ou animal a que estamos nos referindo Isso é fundamental para a definição da ação pretendida LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 63 O classificador não pode jamais ser confundido com Adjetivos que características descritivas do objeto ou seja ao atribuir uma qualidade a um objeto podemos utilizar um tipo de classificação mas não necessariamente um classificador na concepção linguística do termo Os classificadores são configurações de mãos que relacionadas à coisa pessoa e animal funcionam como marcadores de concordância verbal FELIPE 2001 apud GESUELI 2009 Assista ao vídeo e veja a piada contada por Carlos Cristian observe a quantidade de Classificadores ele utiliza Piada Surdo O BOI Classificadores httpswwwyoutubecomwatchvtMiAQiAtzk Faça filminhos com ações utilizando os classificadores para mostrar as ações das cenas capriche na filmagem Verbo ABRIR httpswwwistockphotocombrvetorilustraC3A7C3A3odeumapessoaabrindoajanelaeventilandogm1217132094355158802 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 64 Verbo CORRER httpswwwpetzcombrblogbemestarporquecachorroscorrematrasdecarros Verbo CAIR httpswwwtwinklaeillustrationcopodeaguacaindopretoebranco LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 65 CAPÍTULO 09 VERBOS E SÍMBOLOS Neste capítulo veremos alguns sinais de verbos além de conhecermos os principais símbolos relacionados à surdez Vamos lá Verbos Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 66 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 67 Fonte Imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 httpscursosescolaeducacaocombrartigovocabulriodalibrasv LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 68 Algumas vezes nos deparamos com símbolos e nem sempre sabemos direito o que eles querem dizer Vamos dar uma olhadinha para entender um pouco sobre os símbolos relacionados aos surdos Primeiro vamos ver o Símbolo Universal de Acessibilidade da Organização das Nações Unidas ONU Este símbolo foi desenhado pela ONU com apoio de organizações da sociedade civil e organizações de pessoas com deficiência de diferentes países para finalmente chegarem a um consenso sobre o significado de acessibilidade Recebeu o nome de The Accessibility ou A Acessibilidade Seu desenho representa todas as abas da acessibilidade acesso físico serviços e tecnologias de comunicação Simboliza a esperança a igualdade de acesso para todos Portanto esse símbolo é universal e está relacionado a todas as deficiências Vamos analisar agora o Símbolo Internacional da Surdez O uso do Símbolo é previsto pela Lei nº 8160 de 8 de janeiro de 1991 que determina sua colocação em todos os locais de acesso aos surdos e em todos os serviços disponibilizados a eles Pode também ser colocado no vidro dos carros permitindo que o motorista de ambulância policiais resgate e outros identifiquem que o condutor é surdo podendo assim respeitálo evitando a buzina e quando necessário fazer httpscentroauditivovivercombrblogsimbolosdeacessibilidadeentendaafuncaodecadaum httpsdesculpenaoouvicombrsignificadodossimbolosdeacessibilidadeparadeficientesauditivos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 69 sinalização visual com lanterna de faróis altos Neste caso o uso não é obrigatório o surdo pode usar ou não o adesivo em seu carro Outra informação importante é que este adesivo não dá o direito ao estacionamento para Deficientes Físicos O Símbolo de Língua de Sinais Este símbolo indica que o evento palestra filme ou visita guiada conta com apoio de intérprete de Língua de Sinais No Brasil temos um símbolo específico para indicar a acessibilidade a Libras o Símbolo Acessível em Libras Criado pela Centro de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG O símbolo Acessível em Libras foi idealizado em 2012 com objetivo de suprir a carência de um ícone que identificasse de forma visual os conteúdos e serviços disponíveis na Língua Brasileira de Sinais Libras Assim é comum o encontrarmos em alguns sites indicando que estes oferecem tradução de português para Libras Este símbolo também é encontrado em camisetas e botons representando os tradutores e intérpretes de Libras ou seja pessoas fluentes em Libras que promovem a acessibilidade httpwwwplanaltogovbrccivil03leisl8160htm httpsdesculpenaoouvicombrsignificadodossimbolosdeacessibilidadeparadeficientesauditivos httpswwwufmgbrmarcalibrasassinaturas LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 70 Estes não são os únicos símbolos relacionados à surdez porém são os mais utilizados Se você quiser saber mais dê uma olhada nos sites de referência no rodapé lá encontrará mais símbolos e seus significados Para saber um pouco mais sobre verbos acesse os links e pratique com o Hugo VERBOS em LIBRAS Parte 1 Assista e aprenda os principais verbos em LIBRAS httpswwwyoutubecomwatchvGZGYRPusgpM VERBOS em LIBRAS Parte 2 Assista e aprenda os principais verbos em LIBRAS httpswwwyoutubecomwatchv2QXQti3UiMU LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 71 Escolha no mínimo três verbos e crie frases com eles pode ser diálogo se preferir Vamos lá Capricha no vídeo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 72 AULA 10 ADVÉRBIOS DE TEMPO ADVÉRBIOS DE LUGAR E PRONOMES DEMONSTRATIVOS Pronomes Interrogativos Pronomes Indefinidos Como já vimos em capítulos anteriores a libras não tem conjugação verbal é como se os verbos ficassem sempre no infinitivo Para marcar o tempo utilizamos os advérbios de tempo que devem vir sempre no início das frases Assim quando o verbo se refere a um tempo passado ou futuro o que vai marcar o tempo da ação Geralmente quando estamos falando no presente não há marcação de tempo Somente usamos se queremos dizer que a ação irá ocorrer ainda hoje ou seja se desejamos marcar o tempo presente Vamos ver os sinais mais usados para esta classe Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 73 Portanto quando quero expressar que algo que vai acontecer ou aconteceu hoje uso o sinal de AGORA ou de HOJE Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Se quero dizer que vou fazer algo ou que vai acontecer amanhã ou depois de amanhã posso usar o sinal de AMANHÃ ou então de FUTURO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Quando quero falar de futuro utilizo os sinais de ONTEM ANTEONTEM PASSADO JÁ Desta forma vamos colocando os sinais nos tempos que desejamos sem termos a conjugação como na Língua Portuguesa mas com o apoio dos Advérbios de tempo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 74 Ex Fui à casa da minha mãe ontem ONTEM IR CASA MÃE Muitas vezes a frequência de uma ação é utilizada para expressar os advérbios de tempo na Libras para isso utilizamos expressões específicas como veremos os sinais a seguir Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 75 Acesse o link e veja as dicas do intérprete Felipe Sabará Advérbios de Tempo Em Libras Na Prática httpswwwyoutubecomwatchvBbg3lT7uoEt99s Pronomes Demonstrativos e Advérbios de Lugar Tanto na Libras como na Língua Portuguesa os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar estão relacionados às pessoas do discurso ou seja se definem pelo seu posicionamento frente à ação comunicativa primeira representando aquela que fala eunós segunda representando aquela com quem se fala tuvósvocêo senhor e a terceira demarcada por aquela de quem se fala eleeleselaelas Representam na perspectiva do emissor o que está bem próximo perto ou distante Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar têm o mesmo sinal somente o contexto os diferencia pelo sentido da frase acompanhada de expressão facial Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 76 Vamos aos exemplos 1 BOLA ONDE R LÁ BOLA VERMELHA PERTO MESA 2 CANETA ONDE R AQUELA CANETA AZUL 3 BANHEIRO ONDE R ESQUERDA ENTRAR SÓ 4 SALA AULA ONDE R EMCIMA SEGUNDOANDAR É possível identificar os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar dependendo do contexto da conversa mesmo os sinais sendo iguais conforme vimos nos diálogos acima Pronomes interrogativos Por quê O quê Quem Como e Onde Os Pronomes Interrogativos na Libras necessitam da Expressão Facial para ser definido sempre que fazemos uma pergunta é preciso franzir a sobrancelha ou levantá la sem isso a pergunta não se caracteriza Os sinais QUEM QUE e ONDE podem vir no início ou final das frases Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Já os sinais QUAL COMO e PARA QUE são mais utilizados mas no final das frases LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 77 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Já o pronome interrogativo POR QUE PORQUE é usado sempre no final da frase Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 É preciso destacar que na Libras não há diferença entre POR QUÊ interrogativo por que e o PORQUÊ explicativo porque a diferença será demonstrada pelo contexto pelas expressões facial e corporal quando ele está sendo usado em frase interrogativa ou então em frase explicativa à pergunta Portanto o sinal será sempre o mesmo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 78 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Quando usamos o sinal de QUANDO este está relacionado a um advérbio de tempo na resposta ou a um dia específico Desta maneira há dois sinais diferentes para QUANDO um que especifica passado QUANDOPASSADO e outro que especifica futuro QUANDOFUTURO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Ou poderá utilizar o sinal de QUANDO DIA para ser mais específico Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Para falarmos de horas Quehoras e quantashoras utilizamos os numerais cardinais quantidade Não utilizamos 24h e sim 12 horas dia e 12 noite O que define se estamos falando de dia ou noite é o contexto da conversa É pelo contexto que saberemos se estamos nos referindo a manhã tarde noite ou madrugada LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 79 Quando nos referindo ao tempo cronológico vamos utilizar a expressão QUE HORAS por exemplo VOCÊ QUE HORAS CHEGAR FESTA QUE HORAS SERÁ PROVA QUE HORAS Utilizamos então o sinal seguinte seguido do sinal do número relativo ao tempo A prova será às 10 da manhã PROVA 10 HORAS CEDO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Já quando queremos dizer que a prova durou 2 horas estamos nos referindo ao tempo gasto então a expressão será para QUANTA HORA Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 80 PRONOMES INTERROGATIVOS LIBRAS Aula completa Carlos Cristian Libras httpswwwyoutubecomwatchvUxN7tJCN6EU Carlos Cristian que é usuário da Libras depois de dizer que QUANDO não pertence a Libras nos explica certinho o que disse e como os surdos utilizam os advérbios de tempo nestes casos Porém também diz que é importante conhecer o sinal já que muitas pessoas utilizam Assistam ao vídeo e vejam como ele nos explica QUANDO SINAL EM LIBRAS JEITO DE SURDO httpswwwyoutubecomwatchvFZ4CIU3NHA PRONOMES INDEFINIDOS Pronomes indefinidos são aqueles que se referem a substantivos de modo indefinido vago impreciso Na Libras os sinais que os representam são LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 81 Este sinal também é utilizado em resposta a OBRIGADO Vamos nos aprofundar na gramática da Libras Assista este vídeo do INES e aprenda um pouco mais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 82 A VIDA EM LIBRAS GRAMÁTICA I TV INES httpswwwyoutubecomwatchvGLsORSmyqiY Responda as questões 1 Que horas você acordou hoje 2 Você estuda frequentemente ou nunca 3 Quanto tempo você demora para chegar da sua casa até seu trabalhoescola 4 Onde você foi domingo passado 5 Você irá viajar no ano que vem Quando 6 Com quem você estava no Natal do ano passado Tente gravar as questões e as respostas Não esqueça de como as sentenças são em Libras SOV ou OSV Capriche nos sinais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 83 AULA 11 COMPARATIVO DE IGUALDADE SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE Adjetivos Para compararmos algo na Libras utilizamos os sinais de IGUALDADE SUPERIORIDADE e INFERIORIDADE Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Assista ao vídeo e entenda como devemos utilizar os sinais GRAU COMPARATIVO httpswwwyoutubecomwatchvDQGfxV9B7j8 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 84 Adjetivos Na Língua Portuguesa os adjetivos formam uma classe de palavras que atribuem qualidade a uma outra classe como substantivo por exemplo acrescentando defeito estado condição aspecto etc Na Libras os adjetivos como várias outras classes gramaticais não têm marca para gênero masculino ou feminino nem para número singular ou plural portanto é sempre neutro LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 85 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 86 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 87 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 88 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 89 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 90 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 91 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 92 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 93 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 94 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Muitos adjetivos por serem descritivos apresentam de forma icônica uma qualidade do objeto que pode ser desenhada no ar ou mostrada a partir do objeto ou do corpo do emissor Isto é quando falamos sobre o formato de um objeto se ele é de bolinhas ou de listas ou de outra coisa em libras utilizamos o espaço para traçar o que estamos falando ou então o próprio corpo conforme podemos observar nos exemplos a seguir Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 95 Usamos os adjetivos de um modo geral após o substantivo dando assim qualidade a ele MENIN CAMISA PRETA CAIR MEU VESTIDO AZUL LISTRAS ADORO Não se esqueça que muitos adjetivos são icônicos vamos relembrar eles se parecem com o significante como por exemplo o sinal de bolinhas de listas etc Vamos montar um diálogo Mostre aqui tudo que você aprendeu Grave um vídeo de 2 até 3 minutos Estamos esperando ansiosos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 96 AULA 12 TIPOS DE FRASES ESTAÇÕES DO ANO Sinais de Fenômenos da Natureza e Afins Assim como toda língua em especial as línguas de sinais as expressões faciais e corporais desempenham papéis fundamentais como já discorremos anteriormente Em Libras quando falamos em formação de frases as expressões faciais e corporais são como as entonações na língua portuguesa por isso são essenciais para perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa exclamativa interrogativa negativa ou imperativa É portanto fundamental estarmos atentos às expressões facial e corporal que são feitas no desenvolvimento de um sinal numa frase num diálogo enfim na comunicação em Libras As expressões faciais segundo Brito 1995 são divididas em Expressões afetivas que expressam sentimentos e Expressões gramaticais que estão relacionadas à estrutura do sinal são portanto específicas diferentes das expressões afetivas Frases Afirmativas Quando utilizamos uma frase afirmativa pode haver movimento da cabeça para cima e para baixo indicando afirmação no entanto nossa expressão costuma ser neutra não há expressão significativa Ex MEU CARRO AQUELE EL VIAJAR ESCOLA MENIN IR Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 97 Não há portanto nestas frases demonstração de sentimento seja estrutural ou sentimental Diferente do que acontece nas frases negativas conforme veremos a seguir Frases Negativas As frases negativas são determinadas por movimentos de cabeça negando expressões faciais negativas bem como o acréscimo do sinal não feito com a mão Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Também é possível no caso de alguns verbos utilizar um movimento contrário indicando a negação Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Com aceno de cabeça negando Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 98 EU VIAJAR PODER NÃO Observe na gravura abaixo a expressão facial utilizada em uma frase negativa Fonte imagem FELIPE 2013 É possível entender o quanto a expressão é importante para a compreensão de uma frase logo no início já é perceptível a negação Também é o caso das frases interrogativas que veremos mais a seguir mas já é possível observar no exemplo acima a expressão usada EU de forma interrogativa Frases Interrogativas Nas frases interrogativas utilizamos as expressões faciais e expressões gramaticais feitas a partir de um franzir da testa sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça inclinandose para cima NOME QUAL expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao sinal QUAL VOCÊ CASAD Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 99 Forma Exclamativa Na forma exclamativa também é importante o uso das expressões faciais e corporais utilizamos as sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando para cima e para baixo Pode ainda vir também com um intensificador representado pela boca fechada com um movimento para baixo CARRO BONITO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Na Libras o uso das expressões faciais e corporais são fundamentais como pudemos observar em todas as frases Mesmo na frase afirmativa ainda assim apesar de neutra há uma leve expressão que ajuda a confirmar a frase A seguir há um vídeo com o Hugo Objeto de Aprendizagem que nos mostra alguns sinais de frases utilizadas no dia a dia Dê uma olhada e treine para nossa atividade HugoEnsina21 Sinais de FRASES DO COTIDIANO em Libras httpswwwyoutubecomwatchvmGfq4jBT3TI LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 100 Estações do Ano Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Sinais de Fenômenos da Natureza e Afins LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 101 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 102 Para essa atividade você deve criar cinco frases que contemplem o conteúdo visto neste capítulo ou seja tipos de frases diferentes Use também o vocabulário específico que vimos aqui Capriche nas expressões faciais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 103 AULA 13 ESTADOS BRASILEIROS Cultura e Comunidade surda LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 104 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 105 Cultura e Comunidade surda Conforme afirma Skiliar 1998 é preciso compreender a cultura surda como uma cultura múltipla multicultural e entender que ocupa lugar nos diversos espaços e comunidades Destaca ainda que essa cultura tem seus aspectos característicos e se utiliza de metodologias diferenciadas muitas vezes desconhecidas do mundo ouvinte No entanto é fundamental perceber que essas singularidades não podemos criar barreiras mesmo diferentes as culturas devem ser complementares e não divergentes Há espaço para a cultura surda e ouvinte conviverem harmonicamente convergindo para a formação de pessoas de um mesmo país com os mesmos ideais Encontramos uma definição sobre cultura e comunidade surda que nos auxilia muito mostrando com clareza o que cada uma significa A linguista surda Carol Padden estabeleceu uma diferença entre cultura e comunidade Para ela uma cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possuem sua própria língua valores regras de comportamento e tradições Ao passo que uma comunidade é um sistema social geral no qual pessoas vivem juntas compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades umas com as outras Para esta pesquisadora uma Comunidade Surda é um grupo de pessoas que mora em uma localização particular compartilha as metas comuns de seus membros e de vários modos trabalha para alcançar estas metas Portanto em uma Comunidade Surda pode ter também ouvintes e surdos que não são culturalmente surdos Já a Cultura da pessoa Surda é mais fechada do que a Comunidade Surda Membros de uma Cultura Surda comportam como as pessoas Surdas usam a língua das pessoas Surdas e compartilham das crenças das pessoas Surdas entre si e com outras pessoas que não são surdas FELIPE e MONTEIRO2006 P45 Nesta definição conseguimos perceber a complexidade de uma Cultura e de uma Comunidade Muitos surdos nascem em lares de ouvintes portanto pouco se apropriam da Cultura Surda apesar de serem surdos pouco sabem sobre essa Cultura Já uma Comunidade esta pode incluir várias pessoas com diversos tipos de Culturas desde que tenham metas em comum Portanto ficou bem clara a diferença entre Cultura e Comunidade Surda Para entendermos sobre a cultura é preciso atentarmos ao fato de que o surdo tem uma forma própria de ver e apreender o mundo Nós ouvintes possuímos os ouvidos e LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 106 olhos para compreendermos tudo ao nosso redor já o surdo ele tem os olhos para perceber tudo o que ocorre ao seu redor Assim certamente sua maneira de ver o mundo será diferente da forma de um ouvinte com isso a cultura surda irá se fortalecer entre seus membros Para conhecer um pouco mais sobre a vida de uma pessoa surda sugiro a leitura do livro O Grito da Gaivota neste livro podemos conhecer um pouco a vida de uma surda O título do livro faz referência ao fato dela gritar como um pássaro até se apropriar da língua de sinais É muito interessante vale a pena SINOPSE Emmanuelle Laborit é surda profunda Neta do cientista Henri Laborit atriz agraciada com o Prémio Molière é a protagonista deste testemunho marcado pela memória de um crescimento que se viveu diferente Testemunho de uma vida vista pelos olhos de uma menina contado pelo sentir de uma mulher Relato pessoal e subjetivo de alguém que cresceu no mundo do silêncio que nunca aprendeu a viver à distância da comunicação e que acaba por se libertar de um mundo que não precisava ser assim O Grito da Gaivota confrontanos com uma realidade de que em geral pouco conhecemos e convidanos a partilhar as experiências tantas vezes dolorosas do dia a dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 107 Acesse o link e leia esta será a atividade do capítulo httpsdocsgooglecomvieweravpidsitessrcidZGVmYXVsdGRvbWFpbnxt YXRlcmlhbGRhYW5kcmVpYXxneDo2MjhiZGU3ZGJhNDU1MTRh Pesquise sobre a comunidade surda da sua cidade Veja o que você consegue descobrir e nos conte um pouco onde eles se reúnem qual a igreja que frequentam se há intérprete existem ouvintes que estão sempre com a comunidade São casados ou namoram surdos ou ouvintes Enfim nos conte uma história sobre o que você descobriu LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 108 AULA 14 ESTRUTURA DA SENTENÇA EM LIBRAS Vocabulário financeiro e Documentos Pessoais Quando falamos em sentença na Libras há vários formatos de composição porém vamos nos ater a dois dos formatos mais utilizados OSV Objeto SujeitoVerbo ou SOV Sujeito Objeto Verbo Por que estes são os formatos mais utilizados Estes modelos são mais utilizados porque eles conseguem dizer exatamente como a sentença deve ser É como se você desenhasse a sentença Veja o exemplo Quando você diz em Língua Portuguesa A gata subiu não telhado oralmente nós conseguimos construir a história de forma simples e compreender o que foi dito Porém se você disser isso em Libras é preciso prestar atenção para que isso faça sentido Para começar é preciso dizer onde está acontecendo a situação como se você fosse desenhar a história primeiro você iria desenhar a casa com telhado certo ou seja o OBJETO Em seguida quem está neste cenário quem é o SUJEITO Então temos que colocar em nosso cenário o gato que é o sujeito da nossa oração e por último vamos colocar a ação o VERBO neste caso subir Então em Libras esta frase deve ser dita TELHADO GAT SUBIR Utilizando o sistema ObjetoO SujeitoS VerboV você irá descrever a oração de forma clara e coerente de fácil entendimento para o interlocutor construindo um cenário e depois praticando a ação sobre o cenário construído desta maneira fica visualmente fácil de compreender a frase construída LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 109 Exemplos a João comprou um carro Língua Portuguesa CARRO JOÃO COMPRAR Libras b A menina comeu o tomate Língua Portuguesa TOMATE MENIN COMER Libras c O homem lê um livro Língua Portuguesa LIVRO HOMEM LER Libras d A menina caiu da cama Língua Portuguesa CAMA MENINA CAIR Libras Observe o exemplo Fonte Quadros e Karnopp 2004 LIVRO EU PERDER O S V Aqui entre outras dicas Felipe Sabará explica com muita clareza o não uso dos conectivos na Libras e como formar frases 10 coisas que todo iniciante deve saber sobre Libras Parte 1 e 2 FELIPE SABARÁ httpswwwyoutubecomwatchv0ZPYDNEsJA httpswwwyoutubecomwatchvWu8Bo0nBQSE LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 110 Vocabulário Financeiro e Documentos Pessoais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 111 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 112 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 113 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 114 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 TDD1 Você já parou para pensar que até muito muito pouco tempo atrás para o surdo se comunicar pelo telefone ele tinha que ter um aparelho TDD e a pessoa para quem ele ligaria também ou caso a pessoa não tivesse o aparelho ele tinha ao seu dispor uma telefonista que iria ler a mensagem digitada e falar para o ouvinte Tudo mudou com a chegada do celular e das mensagens de texto Antes do Whatssap eram elas que auxiliavam os surdos na comunicação com seus familiares e amigos Hoje com as chamadas de vídeo isso está ainda melhor Salve a tecnologia 1 Um dispositivo de telecomunicação para surdos TDD sigla em inglês é aparelho normal que é acoplado à um aparelho de teletexto caso o receptor não possua um aparelho igual a pessoa com perda auditiva surdez retira o telefone do gancho coloca no aparelho teletexto e dicas Uma atendente então faz o serviço de intermediação entre um deficiente auditivosurdo e uma pessoa ouvinte httpswwwdireitodeouvir combrblogtelefonesparadeficientesauditivos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 115 Nesta atividade você terá que procurar uma curiosidade sobre o surdo Está atividade será escrita Nos surpreenda vasculhe a internet a procura de uma curiosidade bem legal LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 116 CAPÍTULO 15 VOCABULÁRIOS ESPECÍFICOS PARTES E OBJETOS DA CASA Natureza LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 117 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 118 Prato Portão 1 Portão 2 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 119 Janela 1 Janela 2 Porta LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 120 Cadeira Guarda roupa Gaveta Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 121 Natureza LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 122 Chegamos ao fim do nosso curso Foi um prazer ter vocês conosco Espero que tenha se apaixonad pela Libras Você conheceu o básico da língua de sinais agora não pode parar de praticar Continue conversando e estudando Há muito para você explorar Siga em frente Para finalizar faça um vídeo com a temática de sua escolha Busque colocar o máximo de tudo que você aprendeu Bom trabalho LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 123 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBINO I B A muitas mãos recurso eletrônico contribuição aos estudos surdos Ivone Braga Albino José Edmilson Felipe da Silva Laralis Nunes de Sousa Oliveira organizadores Natal RN EDUFRN 2016 BADIN Celso Língua Brasileira de Sinais II São Paulo Editora Áurea 2016 BRANDÃO F Dicionário ilustrado de libras São Paulo Global 2014 CAPOVILLA FC RAPHAEL W D Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilingue da Língua de Sinais Brasileira Volume 1 e II Sinais de A a L São Paulo Editora da Universidade de São Paulo 2001 FELIPE T A MONTEIRO MS Libras em Contexto Curso Básico Livro do Professor Tanya A Felipe de Souza e Myrna Salerno Monteiro Brasília Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial 2006 6ª Edição 448 p il FERNANDES Sueli Critérios diferenciados de avaliação na Língua Portuguesa para estudantes surdos 2ed Curitiba SEEDSUEDDEE 2002 FERREIRABRITO Lucinda Por uma gramática de língua de sinais Tempo Brasileiro UFRJ Rio de Janeiro 1995 GESSER A O ouvinte e a surdez sobre ensinar e aprender a libras São Paulo Parábola 2012 LIBRAS Que língua é essa Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda São Paulo Parábola 2009 GESUELI Zilda A narrativa em Língua de Sinais um olhar sobre classificadores Estudos Surdos IV Ronice Muller de Quadros e Marianne Rossi Stumpf organizadoras Petrópolis RJ Arara Azul 2009 GODOI Eliamar LIMA Marisa Dias ANDRADE Valdete A Borges org Língua Brasileira de Sinais LIBRAS a formação continuada de professores Uberlândia EDUFU 2016 Série material didático 3 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 124 GOLDFELD M A criança surda São Paulo Plexos 1997 GOMES A P G HEINZELMANN R O Org Cadernos Conecta Libras 1 ed Rio de Janeiro Arara Azul 2015 HONORA M FRIZANCO MLE Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais Volume 1 São Paulo Ciranda Cultural 2009 LIMA H M M et al Ensino de Língua Portuguesa para surdos caminhos para a prática pedagógica Brasília Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial 2003 MOURA M C Educação para surdos práticas e perspectivas II São Paulo Santos 2011 PEDROSA et al SED Secretaria do Estado Mato Grosso do Sul de Educação Curso de Libras Clara R Pedrosa Helen T Ballock Mauro L Gondim Campo Grande 2013 PERLIN G Identidades Surdas In Skliar C A Surdez um olhar sobre as diferenças Porto Alegre Mediação 2010 PETTER Margarida Linguagem língua linguística In FIORIN J L org Introdução à Linguística 3 ed São Paulo Contexto 2004 p 1123 PIMENTA Nelson OficinaPalestra de Cultura e Diversidade In Surdez e Diversidade Social Anais do VI Seminário Nacional do INES organização INES Divisão de Estudos e Pesquisas Edição Instituto Nacional de Educação de Surdos INES Produção Gráfica e Editora Skill Line Rio de Janeiro de 19 a 21 de setembro de 2001 p24 QUADROS Ronice Müller KARNOPP Lodenir Becker Língua de sinais brasileira Estudos Linguísticos Porto Alegre Artmed 2004 O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa Secretaria de Educação Especial Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos Brasília MEC SEESP 2004 KARNOPP Língua de sinais brasileira estudos linguísticos Ronice M Quadros Lodenir Becker Karnopp Porto Alegre Artemed 2007 PIZZIO A L REZENDE P L F LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS II Florianópolis UFSC 2008 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 125 et al Língua Brasileira de Sinais I Quadros Ronice Muller de Pizzio Aline Lemos Rezende Patrícia Luiza Ferreira Florianópolis UFSC 2009 Educação de surdos a aquisição da linguagem Porto Alegre Artmed 2011 SILVA Fábio Irineu da et al APRENDENDO LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA NÍVEL BÁSICO 2007 Disponível em SKLIAR C Atualidade da educação bilingue para surdos V2 São Paulo Mediação 2013 Org Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças In A surdez um olhar sobre as diferenças 4 ed Porto Alegre Mediação 2010 SALLES Heloísa Maria M L et al Ensino de língua portuguesa para surdos caminhos para a prática pedagógica v 1 Brasília MEC SEESP 2004 TEIXEIRA Vanessa Gomes A iconicidade e a arbitrariedade na Libras Rio de Janeiro UERJ 2014 BIBLIOGRAFIA ONLINE httpwwwletrasufmgbrpadraocmsdocumentoseventosdialogos deinclusao ParametrosdaLibraspdf PARÂMETROS DA LIBRAS Silva G M da acesso em 24 de maio de 2021httpswwwsignificadoscombrlibra Significados e conceitos Acesso em 01062021 httpscieescorgbrportalwpcontentuploads202001Apostila LibrasCIEESC pdf acesso em 05 062021 httpwwwpalhocaifscedubrmateriaisapostilalibras basicoApostilaLibras BasicoIFSCPalhocaBilinguepdf Acesso em 23 de junho de 2021 httpbitly2SGUaWX Libras em contexto Ministério da Educação UFAC Universidade Federal do AcreRIO BRANCO AC Maio de 2013 Acesso em 28 de junho de 2021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 126 FELIPE T A O discurso verbovisual na língua brasileira de sinais Libras Bakhtiniana São Paulo 8 2 6789 JulDez 2013 Disponível em httpswwwscielo brjbakaMJ378DGggYhnmTfCFzh6VRyformatpdflangpt Acesso 14082021 TEIXEIRA Vanessa Gomes LEITÃO Catarina Modesto de Carvalho Flexão verbal em libras e em língua portuguesa análise contrastiva Revista Philologus Ano 19 N 55 p 3143 Rio de Janeiro CiFEFiL janabr2013 Disponível em httpwwwfilologia orgbrrevista55003pdf Acesso 072021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 127 ANEXO Charles Michel de lEpée o pai da educação pública para surdos O clérigo francês utilizou seu patrimônio para integrar à sociedade pessoas com deficiência auditiva Ele é reconhecido como benfeitor da humanidade pela Assembleia Nacional francesa ALBERTO LÓPEZ 24 NOV 2018 2125 GMT2 O clérigo francês Charles Michel de lÉpée é uma das figuras mais destacadas da história para as pessoas surdas Embora ele não sofresse de deficiência auditiva é considerado um membro ilustre dessa comunidade por ter contribuído decisivamente para o acesso dos surdos à educação pública e gratuita através do uso da língua de sinais Filho de uma família rica e tão inteligente que se formou em Teologia aos 17 anos De lÉpée desenvolveu como pedagogo e logopedista um método sistemático para ensinar pessoas com deficiência auditiva e um alfabeto manual dandolhe o nome LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 128 de Língua de Sinais Francesa que foi adaptado para a Língua de Sinais Americana décadas depois de sua morte Seu trabalho seu altruísmo e sua generosidade com a própria riqueza familiar o transformaram em uma figura tão determinante que a comunidade de surdos da França realiza sua celebração anual mais importante na data de seu nascimento Charles Michel de lÉpée nasceu em 24 de novembro de 1712 em Versalhes Filho de um arquiteto e no seio de uma família abastada iniciou ainda na adolescência os estudos para ser sacerdote e apesar de se formar em Teologia aos 17 anos foi orientado por seu pai a cursar Direito tornandose advogado aos 21 anos Desde criança ele praticava o alfabeto manual francês uma espécie de língua de sinais com os dedos que era muito difundida naquela época entre os estudantes e sem dúvida influiu na vocação que desenvolveu ao longo de sua vida Também estudou Filosofia e obteve um doutorado mas seu sonho de ser ordenado padre foi interrompido devido às suas ideias progressistas negaramlhe este sacramento por não refutar em público a validade das ideias jansenistas uma corrente católica muito popular na França nas primeiras décadas do século XVIII Por esse motivo recebeu apenas o título de abade que permitia realizar alguns trabalhos religiosos como ser tutor de crianças ou atender as famílias ricas como conselheiro espiritual De lÉpée orientou sua vocação religiosa para obras de caridade Arrecadava dinheiro para ajudar os necessitados embora grande parte do dinheiro para os projetos que empreendeu viesse de sua própria fortuna familiar Pouco mais se sabe de sua vida e de suas obras de caridade até o ano de 1760 quando assumiu a responsabilidade de outro religioso amigo dele falecido repentinamente em um dos subúrbios que visitava o padre Vanin de educar duas gêmeas surdas muito pobres cuja formação espiritual estava a cargo de Vanin As pessoas com deficiência auditiva tinham naquela época poucas oportunidades de subir na vida e certamente nenhuma facilidade As superstições e os preconceitos ainda estavam arraigados em muitas áreas da Europa Ocidental Por exemplo o filósofo grego Aristóteles escreveu no ano 355 aC que os surdos eram incapazes de raciocinar algo que perdurou mais de um milênio como se fosse uma verdade absoluta Felizmente o médico Girolama Cardano realizou em 1500 um estudo que demonstrou que os surdos eram sim capazes de raciocinar Mesmo assim em grande parte da Europa as pessoas surdas estavam sujeitas a decretos que as proibiam de se casar possuir bens ou em alguns casos de ter acesso a uma mínima e elementar educação Só os filhos surdos de famílias ricas podiam ler e escrever Alguns até aprenderam a falar LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 129 graças a professores dedicados exclusivamente a isso cujos métodos considerados quase milagrosos eram um segredo bem guardado Em Paris a comunidade de pessoas surdas usava uma linguagem manual comum e De lÉpée começou a ensinar as gêmeas utilizando sinais manuais que substituíam os sons do alfabeto Os resultados foram excelentes e ele se convenceu de que era possível ensinar os surdos com uma linguagem de gestos Ele resolveu então abrir uma instituição para receber outras crianças surdas e instruílas ensinando religião Assim em 1755 com financiamento próprio fundou a Institution Nationale dê Sourds Muets na capital francesa enchendo suas salas de aula com menores surdos que ele mesmo recrutava por toda a cidade O verdadeiro avanço do clérigo na educação de surdos foi sua afirmação de que as pessoas surdas devem aprender visualmente o que os outros adquirem ao escutar e seu método de ensino estabeleceu as bases para a educação sistemática de surdos Todos os surdosmudos que recebemos já têm uma linguagem escreveu Têm o hábito de usála e compreendem as outras pessoas que a usam Com ela expressam suas necessidades desejos dúvidas dores etc e não cometem erros quando outros se expressam da mesma maneira Queremos instruílos e portanto ensinarlhes francês Qual é o método mais curto e fácil para que nos expressemos em sua linguagem Ao adotar sua linguagem e fazer isso usando regras claras não poderemos conduzir sua instrução como desejamos De lÉpée adotou uma visão democrática da educação para os deficientes auditivos Fez isso sempre praticando a caridade com a que se comprometeu quando quis ser padre e não o deixaram Nunca quis enriquecer com seus métodos nem mesmo quando entre seus alunos surdos havia gente das classes altas da Europa Pelo contrário empobreceu para ensinar crianças de todas as esferas da sociedade Aumentou de maneira progressiva o número de alunos que recebia e divulgava seus avanços com exibições em sua própria casa o religioso ditava uma oração a seus estudantes em sua linguagem de gestos e logo eles a transcreviam para o francês escrito Em sua escola os estudantes também aprendiam a falar recorrendo a métodos que já existiam e eram bemsucedidos Mas essa pedagogia não estava isenta de grandes desafios Um deles era a complexidade do próprio idioma francês com as terminações das palavras e a ordem delas em uma oração De lÉpée ideou uma série de sinais manuais para o final das palavras em francês e um vocabulário baseado nas raízes latinas das palavras Esse sistema evoluiu para a Língua de Sinais Francesa o que chamamos de sinais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 130 metódicos e seu sucesso foi tanto que suas façanhas educativas se estenderam de Paria para toda a França e daí para a Europa O bispo de Bordéus por exemplo ao saber dos avanços dos estudantes que o abade tinha em Paris enviou para lá um menino que acabaria sucedendo a De lÉpée após sua morte Esse professor transformado depois no abade RochAmbroise Sicard fundou a segunda escola para surdos em Bordéus em 1786 Em sua escola de Paris o clérigo de Versalhes recebeu muitas pessoas de outros países europeus interessadas em sua atividade Várias dessas pessoas retornaram depois para seus países de origem e fundaram neles escolas similares o que deu o Charles Michl de lÉpée uma fama continental e expandiu seu método de ensino De lÉpée foi uma das primeiras pessoas a afirmar que os surdos eram cidadãos com plenos direitos na sociedade de acordo com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França Como ele escreveu em seu livro de 1784 La Véritable Manière dInstruire les Sourds et Muets Confirmée par une Longue Expérience o verdadeiro método de educar os surdosmudos confirmado por uma longa experiência a religião e a humanidade me inspiram um interesse tão grande em uma classe de pessoas verdadeiramente destituídas que embora sejam semelhantes a nós mesmos reduzem se por assim dizer à condição de animais sempre que não se tenta resgatálas da escuridão que as rodeia por isso considero uma obrigação absoluta fazer todo o possível para libertálas dessas sombras Apesar de tudo que realizou foi acusado de que seus alunos não faziam nada além de aprender de cor sem ter compreensão da linguagem nem capacidade de construir orações por si mesmos Com a tenacidade que o caracterizava De lÉpée também demonstrou que seus detratores estavam equivocados já que Clement de la Pujade um de seus estudantes surdos foi reconhecido por um discurso de cinco páginas em latim e por sua participação em um debate sobre a história do pensamento filosófico Sua fama ainda em vida foi tanta que Luís XVI apoiou financeiramente o instituto para surdos que ele dirigia e até o imperador do Sacro Império RomanoGermânico José II visitou sua escola chegando a oferecer uma abadia a LÉpée que recusou a oferta Entretanto o imperador enviou um abade para aprender a técnica do francês e na volta o enviado fundou uma instituição para surdos em Viena Charles Michel de lÉpée morreu quase na indigência em 23 de dezembro de 1789 em Paris Apesar de sua fama acabou arruinado por sua causa Seus próprios estudantes contavam que morreu sem aquecimento em seu quarto para que eles pudessem ter LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 131 luz nos deles Foi enterrado na igreja de SaintRoch em Paris e em 1838 foi erguido um monumento de bronze sobre seu túmulo Pouco antes de sua morte uma delegação de estudantes e representantes da recémcriada Assembleia Nacional da França o visitou O órgão legislativo estabelecido na esteira da Revolução Francesa naquele mesmo ano comprometeuse a dar prosseguimento a seu trabalho Assim a escola de lÉpée foi assumida formalmente pelo Governo francês em 1791 e permanece aberta hoje com o nome do Institut National de Jeunes Sourds de Paris A Assembleia também declarou o abade um benfeitor da humanidade por sua contribuição à educação e ao desenvolvimento da comunidade surda Os métodos de trabalho do religioso De lÉpée continuaram dando frutos várias gerações de surdos depois de sua morte com destacados intelectuais na França dos séculos XVIII e XIX Essas conquistas serviram para dar à sua escola e à sua tradição de ensino o nome de método francês segundo o qual a prioridade é a formação intelectual dos alunos através do desenvolvimento de habilidades de escrita e leitura Charles Michel de lÉpée educou instruiu e formou uma população abandonada que ninguém sabia como entender e ninguém queria atender Disponível em HTTPSBRASILELPAISCOMBRASIL20181124CULTURA 1543042279562860HTML Helen Keller Escritora e ativista social Por Dilva Frazão LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 132 Helen Keller Helen Keller 18801968 foi uma escritora e ativista social norteamericana Cega e surda formouse em filosofia e lutou em defesa dos direitos sociais em defesa das mulheres e das pessoas com deficiência Foi a primeira pessoa cega e surda a entrar para uma instituição de ensino superior Helen Adams Keller nasceu em Tuscumbia Noroeste do Alabama Estados Unidos no dia 27 de junho de 1880 Filha de um capitão aposentado e editor do jornal local com 19 meses de idade contraiu uma doença desconhecida diagnosticada como febre cerebral que a deixou cega e surda Como Helen aprendeu a ler Depois da doença Helen tornouse uma criança difícil gritava muito e tinha acessos de mau humor Em 3 de março de 1887 antes de completar sete anos de idade passou a contar com a ajuda da professora Anne Sullivan que foi contratada pela família e passou a morar em sua casa A professora que aos cinco anos perdera parte da visão e aos dez ficou órfã de mãe foi abandonada pelo pai e colocada em um albergue Em 1886 graduouse na Perkins School for the Blind uma escola para cegos e começou a procurar um emprego Com muito trabalho e paciência a partir de abril de 1887 Anne consegue fazer Helen entender o significado das palavras que eram soletradas em sua mão pela professora A primeira palavra foi água que era soletrada em uma das mãos e sentida na outra despertando o entendimento da palavra Em um só dia Helen aprendeu trinta palavras Mais tarde numa rápida assimilação ela aprendeu os alfabetos Braille e o manual o que facilitou sua escrita e leitura Em 1890 Helen pediu a sua professora para aprender a falar Foi matriculada no Institute Horace Mann para surdos em Boston e em seguida na Escola WrightHumason Oral School de Nova York onde durante dois anos recebeu aulas de linguagem falada e de leitura labial Além de conseguir aprender a ler escrever e falar Helen estudou as disciplinas do currículo regular da escola Livro e trabalhos literários Antes de se formar Helen escreveu a autobiografia A História de Minha Vida que foi publicada em 1902 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 133 Em sua árdua luta para se integrar à sociedade escreveu uma série de artigos para o Ladies Home Journal Em seus trabalhos literários usava a máquina de datilografia de Braille preparando os artigos e depois os copiava na máquina de datilografia comum Ativista Em 1904 graduouse bacharel em Filosofia pelo Radcliffe College Desenvolveu diversos trabalhos em favor das pessoas com deficiência participou de campanhas pelo voto feminino e pelos direitos trabalhistas A partir de 1924 Helen foi nomeada membro e conselheira em relações nacionais e internacionais da American Fundation for the Blind uma instituição para informações sobre a cegueira fundada em 1921 Em 1924 foi também o ano em que começou sua campanha para levantar verbas para a criação do Fundo Helen Keller A partir de 1946 deu início a uma série de viagens visitou 35 países Em 1952 foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França Recebeu a Ordem do Cruzeiro do Sul no Brasil o Tesouro Sagrado no Japão o prêmio Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais entre outros Helen Keller tornouse membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes Helen Keller faleceu em Easton Connecticut Estados Unidos no dia 1 de junho de 1968 Nesse mesmo ano foi lançado o filme O Milagre de Anne Sullivan um drama biográfico baseado no livro de Helen Frases de Helen Keller A vida é uma aventura ousada ou nada As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar Elas devem ser sentidas com o coração Quando uma porta da felicidade se fecha outra se abre mas costumamos ficar olhando tanto tempo para a que se fechou que não vemos a que se abriu Evitar o perigo não é a longo prazo tão seguro quanto se expor ao perigo A vida é uma aventura ousada ou então não é vida Disponível em HTTPSWWWEBIOGRAFIACOMHELENKELLER Última atualização 05062020 ACESSO EM 20 DE MAIO DE 2021 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais visando à geração sistematização e disseminação do conhecimento para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social econômico e cultural da comunidade em que está inserida Missão da Faculdade Católica Paulista Av Cristo Rei 305 Banzato CEP 17515200 Marília São Paulo wwwucaedubr Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização Todos os gráficos tabelas e elementos são creditados à autoria salvo quando indicada a referência sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos Diretor Geral Valdir Carrenho Junior LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 05 16 23 36 41 47 52 60 65 72 83 96 103 108 116 CONHECENDO O SURDO SINAIS FREQUENTES LIBRAS DEFINIÇÕES E ASPECTOS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NÚMEROS CARDINAIS E QUANTITATIVOS GÊNERO NA LIBRAS SINAIS ICÔNICOS E SINAIS ARBITRÁRIOS TIPOS DE VERBOS CLASSIFICADORES CL VERBOS E SÍMBOLOS ADVÉRBIOS DE TEMPO ADVÉRBIOS DE LUGAR E PRONOMES DEMONSTRATIVOS COMPARATIVO DE IGUALDADE SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE TIPOS DE FRASES ESTAÇÕES DO ANO ESTADOS BRASILEIROS ESTRUTURA DA SENTENÇA EM LIBRAS VOCABULÁRIOS ESPECÍFICOS PARTES E OBJETOS DA CASA LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 4 INTRODUÇÃO Olá bemvindos ao nosso curso Agora vocês irão conhecer a Língua Brasileira de Sinais Para quem não sabe Libras é a língua oficial da comunidade surda no Brasil Temos duas línguas por aqui a Língua Portuguesa na modalidade oral e escrita e a Língua Brasileira de SinaisLibras na modalidade visualmotora que deve ser aceita e interpretada em todos os locais públicos Com a Lei nº10436 de 24 de abril de 2002 que reconhece como meio legal de comunicação e expressão dos surdos a Língua Brasileira de Sinais Libras a história da Comunidade Surda toma um novo rumo O surdo agora passa a ter novos direitos que antes lhe eram negados Com ela novas políticas públicas no sentido de garantir ao surdo sua participação efetiva na família na escola na sociedade e no mercado de trabalho O reconhecimento da Libras como língua só foi possível porque ao contrário do que muitos pensam os estudos provaram que a Língua de Sinais é uma língua e não mímica ou gestos e como todas as línguas têm características e gramática próprias Somente depois disso é que foi possível seu reconhecimento como língua Nosso objetivo é que você conheça a história entre em contato com a língua compreenda um pouquinho a forma de comunicação dos surdos quem sabe prossiga nesse estudo Desejamos que se encante com esse novo universo dos sinais e que possa se aprofundar cada vez mais Bons Estudos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 5 AULA 1 CONHECENDO O SURDO Breve História da Educação dos Surdos no Brasil Passantes Fonte httpspixabaycomptphotospec3b5espassagemestradaruacidade918471 Observando a figura acima se entre eles houver um surdo você certamente não saberá A menos que ele esteja usando um AASI Aparelho Amplificação Sonora Individual e que você veja é óbvio de outra maneira a surdez passa por nós muitas vezes despercebida mas não é assim tão simples Vamos então conhecer um pouco sobre o surdo iniciaremos com um trecho falando sobre linguagem comunicação algo que fazemos sem nos darmos conta do quão importante é em nossas vidas LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 6 A linguagem permite ao ser humano planejar e regular sua ação e somente por ela é possível fazer a leitura do mundo e da palavra mesmo porque uma não acontece sem a outra Essas formas de leitura constituem a base da linguagem que se dá pela interação social a interação entre os sujeitos FELIPE 2007 p6 Neste trecho nós destacamos a importância da linguagem na vida do ser humano como a comunicação nos permite viver em sociedade interagir ter o melhor da vida Quando pensamos nos sujeitos surdos fica em nossas mentes a pergunta como fica a comunicação na vida do surdo Quem afinal é o sujeito surdo Se procurarmos na internet quem é o sujeito surdo vamos encontrar O sujeito surdo que de acordo com Felipe 2001 são aqueles que participam de comunidades associações na sua própria cidade ou entre outras localidades sendo fatores predominantes dessas comunidades surdas o uso da Língua de Sinais os esportes e interações sociais Temos aqui uma definição que os coloca em uma Comunidade Surda e principalmente o uso de uma língua própria Também é possível encontrar Os surdos pertencentes ao convívio da comunidade surda consideramse pessoas que utilizam uma forma linguística diferente sendo que desejam ser vistos como pessoas capazes que possuem suas particularidades o que não os impede de crescerem e se desenvolverem da mesma forma que os ouvintes Da mesma maneira este artigo observa a comunidade e a língua ressalta ainda a capacidade e particularidades dos surdos Em ambas as definições relacionam ser surdo a fazer parte de uma comunidade de sua própria comunidade a Comunidade Surda Por que seria esse um fator determinante quando se fala em quem é o sujeito surdo O que seria a identidade do surdo Ora se pensarmos no trecho inicial em que a comunicação é a base de uma comunidade então nada mais natural fazer parte da comunidade que fala a sua língua Esse fator irá determinar a identidade surda muito mais que a língua esta é a forma como o surdo percebe o mundo criando assim sua identidade De acordo com Perlin Os surdos são surdos em relação à experiência visual e longe da experiência auditiva essa diferença que separa a identidade surda da identidade ouvinte PERLIN 2010 p 54 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 7 Perlin que nasceu ouvinte e se tornou surda escreve contando também sobre sua experiência O que ela nos diz é que a forma com que o surdo percebe o mundo é diferente da forma do ouvinte Um se utiliza dos olhos ouvidos tendo uma percepção total e diferente do outro que sendo surdo VÊ o mundo percebe o mundo através dos olhos Assim temos a fala de outro surdo Pimenta 2001 p 24 que diz Ser surdo não é melhor ou pior do que ser ouvinte é apenas diferente Diferente porque a forma que eles compreendem o mundo não é a mesma que o ouvinte e devem ser respeitados em suas diversidades O surdo sofreu e sofre até hoje com a dificuldade em se relacionar com ouvintes em todos os lugares Pode ser em reuniões familiares onde ele é o único surdo e acaba ficando esquecido num canto em reunião festiva de trabalho quando fica fora das piadas e brincadeiras de ouvintes que ele não compreende ou pior ainda nas escolas quando de acordo com a própria lei a língua portuguesa deve ser ensinada na modalidade escrita No entanto ninguém se pergunta será que para o surdo a transcrição de Libras para Língua Portuguesa é simples Como é isso para eles O que o surdo pensa disso É tão difícil escrever Para fazêlo meu esforço tem de ser num clima de despender energias o suficiente demasiada Escrevo numa língua que não é minha Na escola fiz todo esforço para entender o significado das palavras usando o dicionário São palavras soltas Elas continuam soltas Quando se trata de pôlas no papel de escrever meus pensamentos eles são marcados por um silêncio profundo Eu preciso decodificar o meu pensamento visual com palavras em português que tem signos falados Muito há que é difícil ser traduzido por ser apenas uma síntese aproximada Tudo parece um silêncio quando se trata da escrita em português uma tarefa difícil dificílima Esse silêncio é a mudança Sim é Fazer frases em português não é o mesmo que fazêlas em Libras Eu penso em Libras na hora de escrever em português eu não treinei o suficiente para juntar em uma frase todas as palavras soltas Agora no momento de escrever eu escrevo diferente Quando eu leio o que escrevo parece que não tem uma coisa normal como a escrita de ouvinte falta uma coisa não sei o quê Não sei se o que escrevo são palavras minhas elas são exteriores não fazem parte do meu contexto Parecem não cair bem na frase parece que a escrita do pensamento não ditar o que quero dizer Vezes sem conta pareceme dizer coisas sem sentido L de 40 anos SKLIAR 2010 p 57 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 8 É possível perceber o quanto é difícil para o surdo a escrita da língua portuguesa O escrever é um processo que chega a ser doloroso em muitos casos Perlin comenta ainda muito embora hoje os surdos evidenciem esforços demasiados em ler e escrever a escrita do surdo não vai se aproximar da escrita do ouvinte PERLIN 2010 p 57 Percebemos o esforço que é necessário para que a língua portuguesa seja parte integrante da vida do surdo sem que ele sofra dia a dia O mesmo ocorre com a oralidade Há obviamente surdos que conseguem oralizar porém a grande maioria não possui uma boa oralidade Houve época em que o surdo era obrigado a falar oralmente O que para muitos era quase um sacrifício visto que nem sempre eles conseguem e mesmo quando o fazem nunca serão como os ouvintes Felizmente este tempo passou porém ainda encontram muitos preconceitos e barreiras que tornam a vida deles ainda muito difícil Com a promulgação da Libras como lei muita coisa mudou Há muito que melhorar mas estamos caminhando e é isso que importa A partir do momento que a Libras passou a ser uma língua oficial o surdo passou a ter direitos como a ter intérprete em diferentes lugares públicos e principalmente nas escolas Infelizmente isso não resolve a situação mas já é um passo Precisamos que os pequenos que nascem surdos possam ter acesso a sua língua a Libras logo ao nascer Isso ainda não conseguimos Muitas vezes esse acesso só ocorre quando ele entra em uma escola visto que grande parte das crianças surdas são filhas de pais ouvintes Porque nós ouvintes falamos Ora porque ouvimos Se você conhecer um bebê surdo ele terá as mesmas reações de um bebê ouvinte Ele balbucia sabe fazer aquele barulhinho ba ba ba ba isso mesmo mas então o que acontece O bebê ouvinte escuta e vai repetindo já o bebê surdo não ele não escuta nada e acaba parando vai silenciando A criança ouvinte vai repetindo tudo que ouve enquanto a criança surda essa não ouve nada o que vai repetir Ela nem sabe que sai som da sua boca Por isso é fundamental que ela tenha contato com um surdo para começar desde pequeninha a aprender sua língua a Libras Só assim ela terá um vocabulário rico quando estiver na idade de entrar na escola assim como a criança ouvinte Dessa forma irá se tornar um adulto mais realizado e muito mais feliz Vamos conhecer algumas pessoas que foram importantes no decorrer da história para a formação da identidade surda LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 9 Despertar do Silêncio livro de Shirley Vilhalva da Editora Arara Azul pode ser baixado aqui httpwwwlibrasgeraiscombrmateriaisinclusivosdownloadsDespertardo Silenciopdf Neste livro Shirley Vilharlva conta suas primeiras lembranças as dificuldades que enfrentou sendo surda em família ouvinte enfim diversas situações até chegar onde chegou Vale muito a pena a leitura Charles Michel de LÉpée Em 1780 Charles Michel de LÉpée fundou a primeira escola de surdos do mundo que se chamava Instituto Nacional para Surdos Mudos de Paris LÉpée foi professor de E Huet e quando cresceu veio para o Brasil e fundou a primeira escola para alunos surdos GOMES 2015 p 28 Helen Adams Keller Helen Keller foi a primeira surdocega a frequentar e graduarse em uma faculdade ela superou muitas barreiras para conquistar um bacharelado e se tornar escritora e filósofa Ela se tornou conhecida mundialmente LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 10 Helen Keller e sua professora Anne Sullivan Vamos conhecer um pouco mais sobre Helen Keller Siga o link Helen Keller mas depois pegue a pipoca e se ligue no filminho Aqui você encontra o filme com 130min Se tiver tempo assista Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan httpswwwyoutubecomwatchvuvtaTbdcxsE Agora se estiver com pressa assista ao desenho esse tem 030min A História animada de Helen Keller httpswwwyoutubecomwatchvNJAL9Bp0inQ E Huet E Huet nasceu na França em 1822 estudou com o abade L Epée seu nome todo seria Ernest Hernest ou Edouardo na verdade seu nome todo é desconhecido Sigam o link abaixo e assistam ao vídeo para melhor entender MANUÁRIO E HUET Aqui você irá conhecer um pouco sobre E Huet seu sinal é E porque ele é conhecido como E Não perca você vai gostar httptvinesorgbrp17135 E Huet GOMES 2015 p29 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 11 Muito bem terminamos uma etapa importante Conhecer os falantes da língua um pouquinho só de como as coisas aconteceram nos dá mais vontade de aprender Espero que tenham gostado dos vídeos Pesquisem na internet que vocês irão encontrar muitos surdos se pronunciando hoje eles têm voz Para começar conheçam um surdo que tem muito a dizer httpswwwyoutubecomwatchvBcq6GPyMfPo Leonardo Castilho é surdo neste vídeo ele fala um pouco sobre algumas das dificuldades de ser surdo é muito legal assistam O surdo tem voz Breve História da Educação dos Surdos no Brasil A história da Língua Brasileira de Sinais está intimamente relacionada com a história da educação dos surdos no Brasil Em nosso país observamos as primeiras notícias a esse respeito através da atuação do surdo francês E Huet que chegou ao Brasil em 1857 Huet foi quem fundou a primeira escola para surdos do Brasil mais precisamente no Rio de Janeiro Na época ela foi chamada de Imperial Instituto de SurdosMudos Nesta época os surdos eram chamados de surdos mudos diferente de hoje que sabemos que isso não é real os surdos não mudos assim nós os chamamos somente de surdos Não se esqueçam disso ok Fonte httpswwwlibrascombrsurdomudo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 12 Essa escola foi e ainda é muito importante na vida dos surdos Digo que ainda é porque ela funciona até os nossos dias obviamente mudou de nome passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos INES O INES é responsável por muitos materiais em Libras que encontramos disponíveis na internet Além de oferecer no seu Colégio de Aplicação Educação Precoce e Ensinos Fundamental e Médio o Instituto também forma profissionais surdos e ouvintes no Curso Bilíngue de Pedagogia experiência pioneira no Brasil e em toda América Latina RIO DE JANEIRO RJ 15042015 INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS Fachada do Instituto Nacional de Educação de surdos localizado no bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro Foto Vanessa Bohn Foto arena Image ID P48CE8 Huet trouxe com ele toda sua bagagem de sinais desenvolvidos em sua terra natal França Aqui ele começou seu trabalho com nossas crianças surdas Desse trabalho com o passar do tempo foi surgindo nossa própria língua de sinais criada a partir da Língua Francesa de Sinais e de diversos sinais que os surdos do Brasil utilizavam e passou a ser adotada aos poucos No entanto houve um Congresso em Milão Itália no ano de 1880 que teve repercussão em todo o mundo não foi diferente por aqui em função da proibição do uso das línguas de sinais o Brasil também deixou de usála na educação dos surdos Nesse congresso conhecido como Congresso de Milão que na verdade foi a Primeira conferência internacional de educadores de surdos havia em torno de 164 wwwinesgovbr httpswwwalamycomriodejaneirorj15042015institutonacionaldeeducaodesurdosfachadadoinstitutonacionaldeeducaodesurdos localizadonobairrodelaranjeirasnoriodejaneirofotovanessabohnfotoarenaimage209168464html LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 13 educadores e especialistas que se reuniram entre 6 e 11 de setembro de 1880 para discutir os rumos da educação das pessoas surdas Neste grupo que decidiu que o melhor para o surdo seria a oralidade havia somente um surdo Depois de dias de debates eles concluíram que o melhor para a educação dos surdos para a reinserção deles na sociedade seria a oralidade Seria assim através da educação oralista e não da língua gestual foi então que aprovaram uma resolução que dava preferência ao uso da língua oral nas escolas Por quase 100 anos os surdos foram submetidos a uma educação oralista o que muitas vezes levou alunos a abandonarem as escolas Os resquícios históricos que ainda persistem dos cem anos pelos quais vigorou a filosofia educacional oralista proibindo o uso da Língua de Sinais na Educação de Surdos acarretam intoleráveis danos no aproveitamento educacional do alunado surdo e no seu desenvolvimento global A ideia sobre a importância da aquisição da linguagem oral do tratamento de reabilitação da fala e do treinamento da leitura labial amplamente disseminada pelo Oralismo a partir do famoso Congresso de Milão em 1880 prejudicou a instrução de grande parte das pessoas com surdez negando o respeito às suas singularidades e aos aspectos sociolinguísticos e culturais do Povo Surdo Com a Educação de Surdos regida pelo império da filosofia oralista de práticas educativas ouvicêntricas e de visão patológica sobre a surdez negouse ao Povo Surdo condições favoráveis de produção da linguagem e a possibilidade de inclusão social ALBINO 2016 p 11 12 Ora os surdos por mais que se esforcem jamais desenvolverão a linguagem no mesmo nível oral que um ouvinte isto é perfeitamente observado pois eles não possuem o feedback do que falam assim a voz fica em um ritmo diferente dos ouvintes No entanto durante esses cem anos de filosofia oralista os sinais não sumiram simplesmente os surdos continuaram a usálos Eles eram proibidos nas escolas porém no dia a dia o surdo usava os sinais para se comunicar Falando de Brasil ainda não havia uma padronização na língua de sinais o que levou a um grande prejuízo no seu desenvolvimento somente surdos de uma determinada comunidade se entendiam a falta de padronização levava ao regionalismo Na década de 1960 nos EUA com apoio de pesquisas realizadas na área da linguística verificaram que a língua de sinais continuava viva e que tinha todos os LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 14 requisitos necessários para que fosse conferida a ela o status de língua portanto foi um passo fundamental para a volta ao direito à comunicação gestual entre surdos No Brasil foi no ano de 1980 que a linguista Lucinda Ferreira Brito elaborou uma pesquisa sobre a língua de sinais Foi a partir desta pesquisa que começaram os estudos sobre a língua de sinais no Brasil Esse foi o começo de uma longa batalha no nosso país até a promulgação da lei que oficializou a Libras como língua no dia 24 de abril de 2002 Neste capítulo pudemos conhecer um pouco sobre o surdo alguns protagonistas e também um pouquinho da história da educação dos surdos Vocês como futuros professores com certeza terão em algum momento um aluno surdo em sua sala de aula Lembremse sempre das dificuldades que eles enfrentam para escrever e compreender nossa língua Procurem avaliálos pelo aprendizado que adquiriram e não pelas dificuldades próprias da surdez Assim percebemos o quanto os surdos tiveram que lutar pelo direito de falar com suas mãos Estamos descobrimos um novo mundo Espero que vocês estejam curiosos e com muita vontade de aprender Na próxima aula vamos começar nossos primeiros sinais Aqui vai uma pequena amostra Este sinal significa Eu te amo E ele é o mesmo sinal da língua inglesa de sinais I Love You LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 15 Foto ilustração httpswwwassaicombrrevistafevereiromarco2021edicao43acessibilidadedigitalgerainclusao Espero Vocês Vamos conhecer um pouco mais sobre o INES Acesse o link e veja httpswwwyoutubecomwatchv3HLI3tzUd3s Nossas Instituições Instituto Nacional de Educação de Surdos 25072017 Faça um resumo de no mínimo 15 linhas contando com suas palavras quem é o sujeito surdo e o que você compreendeu sobre a educação e a língua de sinais Destaque o que mais lhe chamou a atenção LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 16 AULA 2 SINAIS FREQUENTES Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 17 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 18 Figuras Desenhos Cristiano Koyama e Claudia Nagura httpswwwcesorgbrsitevamosaprenderlibrasaspx LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 19 Aqui o mesmo alfabeto só que em desenho Você sabe o que é Datilologia ou Alfabeto Manual Datilologia ou Alfabeto manual é um empréstimo da Língua Portuguesa do alfabeto através da representação pelas mãos usado para a soletração de uma palavra utilizando o alfabeto digital ou manual em língua de sinais Cada sinal corresponde a uma letra do alfabeto A datilologia ou alfabeto digital é mais usado para expressar nomes de pessoas localidades e outras palavras que ainda não possuem um sinal específico como nos diz Silva et All na Libras o uso do alfabeto manual é caracterizado como um Empréstimo Linguístico 2007 p18 Muitas vezes a datilologia acaba se incorporando à Libras como um sinal quando ao ser expressada pelo alfabeto manual recebe uma incorporação de movimento próprio desta língua será apresentada pela soletração ou parte da soletração mais a LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 20 incorporação formando o sinal por exemplo as palavras reais oi e nunca assim estas palavras se tornam sinais soletrados na Libras Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Comumente quando conhecemos alguém lhes perguntamos logo o nome como se chama para que todas as vezes que quisermos nos referir àquela pessoa temos um signo que a representa O nome que estamos falando é o que na Língua Brasileira de Sinais denominamos de sinal pessoal ou somente sinal costumase dizer que se trata de um nome visual um batismo para dar início à participação na comunidade surda Um nome visual como o próprio nome diz se trata de uma marca um traço visual próprio da pessoa Quando tal pessoa ainda não tem um sinal nome visual usase o alfabeto manual que compõe o quadro das configurações de mãos usadas na Libras Silva et all p 18Acesse o artigo O alfabeto manual é utilizado portanto para as coisas que ainda não possuem sinais como por exemplo nome de pessoas que ainda não foram batizadas com um sinal em Libras portanto uma pessoa que você acabou de conhecer ou quando nos referirmos a uma cidade podemos antes de utilizar seu sinal escrever seu nome na datilologia Estes são os casos em que o alfabeto manual é utilizado Muito bem você aprendeu seus primeiros sinais Seu nome em Libras deverá ser dado por um surdo assim que você tiver a chance de encontrar com alguém da Comunidade surda peça a ele que lhe atribua um sinal este será seu nome em Libras Certamente você irá gostar Para que você possa entender melhor observe as figuras elas mostram o que pode representar um nome de batismo na Libras como os surdos se baseiam para nos dar um sinal quando passamos a fazer parte da comunidade surda LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 21 a Representa iconicamente uma característica da pessoa Por exemplo b Representar a profissão de uma pessoa e uma característica Por exemplo PROFESSOR MAGR CABELOSONDULADOS c Representar um número que a pessoa passou a ter na caderneta de sua turma de escola ou a primeira letra do nome da pessoa Por exemplo O sinal pessoal pode ser portanto uma representação visual de uma pessoa ou um atributo Felipe e Monteiro 2006 p35 iconicidade 1 LINGUÍSTICA semelhança existente em certos signos linguísticos entre a forma e a coisa representada o que ocorre em onomatopeias pex atchim tiquetaque e palavras onomatopaicas pex sussurrar zumbido 2 SEMIOLOGIA SEMIÓTICA propriedade que tem o signo icônico de representar por semelhança o mundo real LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 22 Nesta aula aprendemos alguns sinais básicos além do alfabeto manual Então você deve treinar os sinais e o alfabeto escreva seu nome o nome de seus familiares da cidade em que mora da cidade que você nasceu enfim escreva o nome de tudo que você puder Bora treinar Quanto aos sinais vamos dar bom dia a todo mundo Agradecer e tudo mais que aprendemos O treino é tudo Até a próxima aula httpswwwyoutubecomwatchvsOWgA8FYsPUlistRDCMUCBS6i8Z1 rr7b2sq8Pybfhxwindex1 Acesse o link e aprenda com o Carlos a Datilologia É um desafio Vai lá treinar Você já deve ter treinado bastante agora grave um vídeo de minutos com alguns dos sinais trabalhados Capricha LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 23 AULA 3 LIBRAS DEFINIÇÕES E ASPECTOS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Para entendermos a definição da Libras vamos primeiro compreender o que significa língua Os dicionários online trazem diversas definições sobre o termo Língua Observemos Conjunto dos elementos que constituem a linguagem falada ou escrita peculiar a uma coletividade idioma a língua portuguesa Sistema de vocabulário e sintaxe usado em determinada época por certos escritores em uma ou outra profissão etc linguagem a língua do séc XVI Sistema constituído por palavras e por regras gramaticais que permitem a construção de frases e que é usado como meio de comunicação falado ou escrito pelos membros de uma mesma comunidade linguística idioma Estilo de escrita discurso ou expressão característicos de alguém A língua é um instrumento de comunicação sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar se e compreenderse Portanto a língua está diretamente ligada a uma coletividade à forma de se expressar composta por regras gramaticais que possibilitam que essas expressões ocorram Isso posto a Libras não poderia ser reconhecida como língua sem que tivesse todos os quesitos necessários para tal Portanto a Libras para ser reconhecida como língua passou por várias etapas somente após ser constatado que tinha todos os requisitos necessários então no dia 22 de abril de 2002 através da Lei 104362002 foi reconhecida legalmente como língua Nesta lei destacase httpswwwdiciocombrlingua acesso em 03052021 httpswwwinfopediaptdicionarioslinguaportuguesalC3ADngua acesso em 03052021 httpsdicionariopriberamorglC3ADngua acesso em 03052021 httpswwwsoportuguescombrsecoessemanseman2php acesso em 03052021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 24 entendese como Língua Brasileira de Sinais Libras a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visualmotora com estrutura gramatical própria constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil Brasil 2002 É importante lembrar que a Língua Brasileira de Sinais não é uma língua universal Cada país tem sua própria língua de sinais da mesma forma que as línguas orais são diferentes tem país que fala inglês outro francês italiano e assim por diante da mesma maneira é a língua de sinais cada país possui a sua Além disso também existem as diferenças regionais da mesma forma que as línguas orais em que é possível perceber o sotaque referente a cada região do nosso país ou até mesmo dentro de um mesmo estado podemos observar diferença de sotaque também na Libras Por ser uma língua viva sofre influência das regiões sendo assim é comum haver diferenças em alguns sinais de uma região para outra no Brasil Assim como na língua portuguesa a Libras é atualizada constantemente usando gírias e expressões exatamente como todas as línguas Exemplo a palavra COUVEFLOR diferentes sinais em diferentes Estados SPSC PRBA MSRS Figuras CAPOVILLA FC RAPHAEL W D Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira Volume I e II Sinais de A a L São Paulo Editora da Universidade de São Paulo 2001 Podemos também encontrar para algumas palavras mais de um sinal correspondente Isso não quer dizer que um ou outro sinal esteja errado simplesmente quer dizer que em cada região há expressões diferentes como os sotaques nas línguas orais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 25 Para saber se os sinais estão corretos temos os dicionários como comparação as expressões que constam nos dicionários de Libras publicados por serem orientações gerais para todos os lugares do Brasil foram revisados e aprovados portanto podemos tirar nossas dúvidas Exemplo de sinais diferentes para uma mesma palavra BRANCO Atualmente as pesquisas apontam a existência de cinco componentes dos sinais os chamados Parâmetros São Parâmetros da Libras a Configuração de mão o Ponto de Articulação o Movimento a Orientação e as Expressões nãomanuais Vamos conhecer cada um desses componentes dos sinais a Configurações de mãos São as diversas formas que as mãos tomam na realização dos sinais Inicialmente FerreiraBrito propôs 46 configurações de mãos porém hoje já são propostas mais de 60 conforme poderemos observar no quadro abaixo Essas configurações são consideradas elementos fundamentais para possibilitar a formação dos sinais As 64 configurações de mão da Libras Fonte Felipe Tanya A Monteiro Myrna Salerno S Libras em Contexto Livro do Professor p 28 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 26 Vamos observar na prática como funciona a configuração de mãos Utilizando a configuração com essa configuração de mão podemos realizar por exemplo os sinais tanto o sinal de ÁGUA como o sinal de EDUCADO utilizam a mesma configuração de mão Observe Outro exemplo agora utilizando a configuração de mão Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Na configuração de mão para formar os sinais AVIÃO DESCULPA e ARREPENDIDO podemos observar que a configuração é a mesma porém da mesma forma que os sinais anteriores o lugar onde o sinal é feito ponto de articulação e o movimento são diferentes tornando assim cada sinal diferente do outro Com uma mesma configuração de mão é possível fazer uma grande quantidade de sinais São sinais distintos que possuem a mesma configuração de mão Da mesma maneira que temos os fonemas em uma língua oral também temos em cada língua de sinais um conjunto de configurações de mão responsável pela formação dos sinais Importante destacar que a lista de configurações de mão de uma língua de sinais não coincide com o alfabeto manual O alfabeto é um sistema artificial criado como forma de representação da ortografia da língua oralauditiva falada no país onde o surdo vive Já as configurações de mão são uma realidade natural da língua b Ponto de articulação localização É a área no corpo ou o espaço próximo ao corpo onde os sinais são articulados Esses sinais articulados são de dois tipos os que articulam no espaço neutro diante LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 27 do corpo e os que tocam uma determinada região do corpo como por exemplo a cabeça o rosto a cintura os ombros e o espaço neutro Existem sinais que são realizados no chamado espaço neutro que é o espaço à frente do corpo da pessoa que sinaliza sinalizador mas que não toca no corpo Vejamos os sinais abaixo Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Esse local onde ocorre o sinal é o ponto de articulação na figura abaixo estão relacionados os espaços em que esses pontos podem ocorrer Os sinais de trabalhar e sanfona são realizados sem tocar no corpo para realizar estes sinais não precisamos tocar em nenhuma parte do corpo Assim dizemos que são realizados no espaço neutro É importante destacar que quando estamos em um diálogo ou apenas fazendo um sinal utilizamos um espaço específico que está localizado em uma espécie de retângulo em frente ao nosso corpo que poderá ser observado na próxima figura Isso quer dizer que não há necessidade de ficarmos exagerando ao fazermos um sinal Ele é feito em um espaço específico Muitas vezes vemos pessoas fazendo sinais exagerados na maioria das vezes quando estão representando uma música por exemplo Isso não quer dizer que está errado mas sim que é um tipo de expressão artística No dia a dia fazemos os sinais mais contidos talvez seja essa a palavra certa utilizando um espaço menor Observe a figura a seguir nela está descrito qual a zona certa para a comunicação em Libras LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 28 Vamos observar outros sinais Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Vimos dois sinais diferentes feitos em um mesmo ponto de articulação Nestes sinais eles têm em comum o ponto de articulação e o movimento o que os difere é a configuração de mãos Vejamos mais um exemplo Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Dois sinais executados no mesmo local com movimento e configuração de mão diferentes Se observarmos o que ocorre com esses sinais é o mesmo que acontece com algumas palavras na língua portuguesa são diferentes apenas pela mudança de um fonema Por exemplo as palavras vaca e faca que têm somente os fonemas f e v que as diferenciam Portanto Ponto de Articulação é o local onde o sinal é articulado ou seja é feito podendo tocar ou não nosso corpo c Movimento É um parâmetro que envolve direção forma frequência velocidade e intensidade desde os movimentos internos da mão os movimentos do pulso os movimentos direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no mesmo sinal O movimento que as mãos descrevem no espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas curvas sinuosas espiral ondulante circulares em várias direções e posições Podemos observar no próximo quadro vários sinais com diversos movimentos diferentes como espiral reto circular entre outros Neste quadro não estão todos os movimentos somente alguns para que você possa compreender o que estamos falando quando dizemos movimento em Libras LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 29 PEDROSAp28 2013 Desse modo o Parâmetro de Movimento na Libras possui diferentes propriedades ou características relacionadas aos seus elementos vamos observar as variações em direção forma velocidadeintensidade Direção é a direcionalidade do movimento que pode ser unidirecional bidirecional ou multidirecional a Unidirecional movimento em uma direção no espaço Ex Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 30 b Bidirecional movimento realizado por uma ou ambas as mãos em duas direções diferentes Ex Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 c Multidirecional movimentos que exploram várias direções no espaço durante a realização de um sinal Ex Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Forma maneira que as mãos e dedos seguem em uma trajetória quando estão executando um sinal O movimento segundo sua forma pode ser extenso ou curto deslocandose em linha reta ou curva Frequência ou repetição do movimento na realização do sinal que pode ocorrer em alguns sinais Velocidade e intensidade alguns movimentos são mais rápidos que outros Isso pode diferenciar se você está se referindo a algo bonito ou muito bonito por exemplo Em seguida veremos exemplos de sinais que não possuem movimentos diferentes dos sinais que acabamos de ver LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 31 Fonte FELIPE e MONTEIRO 2006 d Orientação De acordo com Quadros e Karnopp 2004 o parâmetro orientação referese à direção para a qual a palma da mão aponta quando o sinal é produzido Existem seis tipos de orientação de mão para cima e para baixo para dentro em direção ao corpo do sinalizador e para fora para os lados Vejam abaixo as ilustrações que mostram as diferentes orientações das mãos Veja LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 32 Outro fator importante é que alguns sinais ao inverterse a direção podem significar ideia de oposição como nos exemplos abaixo Fonte Imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Expressões nãomanuais Expressões nãomanuais são todas as expressões faciais e corporais realizadas concomitantemente ao sinal São movimentos do corpo da face da cabeça e dos olhos realizados no momento da articulação do sinal Observe os sinais a seguir Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Note o primeiro sinal quando fazemos um sinal de triste nossa expressão facial precisa seguir a ideia do sinal ficar triste Já no segundo sinal a expressão facial fica mais neutra LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 33 Observe que a configuração de mão e o ponto de articulação são os mesmos nos dois sinais O que muda são os movimentos e as expressões não manuais As expressões faciais podem ser realizadas através de movimentos na face na cabeça tronco olhos e sobrancelhas Segundo Quadros expressões faciais têm duas funções distintas expressar emoções assim como nas línguas faladas e marcar estruturas gramaticais específicas como orações relativas servindo para distinguir funções linguísticas uma característica única das línguas de modalidade visualespacial QUADROS RM et al p7 2009 É possível observar a importância da expressão facial e corporal nas línguas de sinais elas são fundamentais pois representam a entonação da voz quando conversamos Servem para mostrar sentimentos parentesco perguntas entre outras As expressões faciais podem ser diversas triste alegre bravo surpreso duvidoso entre muitas outras httpsequoideiascom20190306expressoesfaciaispararecortareusarnamantapedagogica Chegamos ao fim deste capítulo nele nós vimos que para falar com nossas mãos existe um campo assim como quando falamos utilizamos um tom de voz uma altura não gritamos ou falamos baixo demais Da mesma maneira ocorre com a Libras há um campo certo onde ela é produzida Quando vemos as pessoas apresentando músicas hino nacional ou outra coisa eles fazem sinais grandes usam um espaço maior Bom vamos pensar que isto é arte e não o dia a dia LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 34 No dia a dia temos que nos ater ao espaço que é correto para isso e não ficar gritando em sinais Não se esqueça basicamente este é o espaço que utilizamos para fazer os sinais Figura QUADROS KARNOPP 2004 Parece que não vamos aprender isso nunca não é mesmo Mas quando for aprendendo os sinais você verá todos esses parâmetros incorporados nele Não se assuste Assista o vídeo a seguir com certeza irá te ajudar LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 35 Agora é sua vez Escolha entre os sinais estudados três sinais a Com a mesma Configuração de Mão b sinais que tenham o mesmo Ponto de Articulação Capricha na escolha Não vale pegar os exemplos ok Até breve LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 36 AULA 4 NÚMEROS CARDINAIS E QUANTITATIVOS Cores O numeral na Libras assim como na língua portuguesa apresenta formas diferentes quando dependendo do contexto são utilizados como Cardinais Ordinais e Quantitativos Números Cardinais e Quantitativos Números Cardinais são utilizados para contar Quantos tem LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 37 Já os Quantitativos são usados para quantificar por exemplo qual a metragem de um tecido o número de sua casa o número do seu sapato números em geral Já os números Ordinais eles se diferem dos demais são feitos com movimentos Há uma leve tremida em sua execução Números Ordinais são usados para ordenar Por exemplo uma fila os andares de um prédio um podium LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 38 Muito bem Vamos treinar é hora de praticar Na sua casa vai treinando com todos os números que você encontrar Que dia você nasceu Qual o número do seu celular Que número de sapato você usa Você mora em um prédio Que andar Se não mora conhece alguém que mora em que andar Qual o número do seu RG Você tem filhos Quantos Vou deixar um link na verdade dois links para você poder ver um pouco mais sobre o assunto Carlos Cristian Libras httpswwwyoutubecomplaylistlistPL6ZnmuRbSGfnE75dvh6CzpE6xw39dnoJ Vamos agora aprender alguns sinais de CORES LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 39 Figuras fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 40 Siga o Hugo e aprenda um pouco mais CORES em LIBRAS Assista e aprenda os sinais das cores httpswwwyoutubecomwatchv7DH9hBtlr9Q Para esse capítulo vamos pensar em sinais que utilizem cores e números por exemplo Casa branca número 3 Sapato preto número 37 Procure nos sinais aprendidos até aqui e faça o seu melhor Grave um pequeno vídeo Boa sorte LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 41 AULA 5 GÊNERO NA LIBRAS Família Antes de começarmos os sinais de família vamos prestar atenção em alguns pontos que são muito importantes para que você possa compreender melhor essa nova língua a Libras é mais simples que a língua portuguesa não conjuga verbo não tem preposição não tem masculino e feminino não tem singular e plural Isso tudo é marcado em sinais Bom né Vamos aprender um pouquinho mais Quando utilizamos o hífen para separar as letras significa que esta palavra está sendo soletrada no alfabeto datilológico EX LAURA Em Libras não há preposições não há tempo verbal para falar de presente passado e futuro usamos o sinal correspondente ao presente e passado Também não há verbo ser e estar como no português Sinalizase direto Se você quer dizer Hoje está chovendo Na Libras você dirá CHUVA HOJE Ou Maria é bonita MARIA BONIT Exemplo de frases httpswwwyoutubecomwatchv4A5vkYVOuOst5s Gênero na Libras Os sinais da Libras não apresentam gênero Masculino ou Feminino Portanto quando precisar indicar gênero faça o sinal indicando HOMEM ou MULHER após o referente Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 42 Dito isso sempre que você for falar por exemplo irmão ou irmã na Libras IRMÃ no momento em que o sinal é feito acrescentase o sinal de mulher ou de homem para a indicação do sexo Isso também ocorre para animais Porém não se aplica aos sinais de mãe e pai por exemplo que são sinais próprios Veja os exemplos apresentados a seguir ou Imagem Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Portanto os sinais que não são próprios necessitam que se designe se estamos falando de HOMEM ou MULHER Como exemplo IRMÃO ou IRMÃ LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 43 FAMÍLIA ou Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 44 Contexto Familiar ou Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 45 A seguir você encontrará uma história que está descrita no livro Libras em contexto página 261 HOMEM e MULHER se conheceram e namoraram Ficaram NOIVOS e se CASARAM E viajaram para LUA DE MEL A mulher fica GRÁVIDA NASCE um FILHO JOÃO A mulher é MÃE e o homem é PAI Nasce outra filha MARIA JOÃO e MARIA são IRMÃOS Os pais adotam uma criança FILHO ADOTIVO Os filhos crescem namoram e casam A esposa do JOÃO e o marido da MARIA são NORA e GENRO dos pais deles Nascem os filhos de JÕAO e MARIA A filha do JOÃO é SOBRINHA da MARIA e ela é TIA da filha do JOÃO e viceversa Os filhos de JOÃO e MARIA são PRIMOS Os filhos de JOÃO e MARIA são NETOS dos pais deles Os pais de JOÃO e MARIA são vov dos NETOS FILHO ADOTIVO nunca casou é SOLTEIRO httptvinesorgbrp7015 Siga o Link e você verá o Heveraldo contando parte desta história Aproveite Na Libras não há desinências para indicar gêneros masculino e feminino e número plural ou singular Quando a Libras estiver escrita em Língua Portuguesa e você encontrar o símbolo no lugar do o a ou s é porque não há palavra da Língua Portuguesa ou seja escrita que possa indicar estas marcas na Libras Para que não haja confusão quando se escreve em Português representando a Libras usase o símbolo para representar essa ideia de não haver desinência Exemplo MENIN que pode significar menino menina meninos ou meninas CADERN caderno ou cadernos GAT gato gata gatos ou gatas AMIG amigo amiga amigos ou amigas EL ele ela eles ou elas ME meu minha meus ou minhas Etc LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 46 Agora é com você Grave um vídeo com a história da sua família nos conte quem são seus irm pais Se você é casad se tem filh Se é av Enfim nos fale da sua família Vamos lá nós queremos te conhecer LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 47 AULA 6 SINAIS ICÔNICOS E SINAIS ARBITRÁRIOS Estações do Ano Dia da Semana e Meses Por muito tempo antes da Libras ser reconhecida como língua as pessoas acreditavam que a língua de sinais era apenas mímica por acharem que representavam somente o desenho do que estava sendo dito como se desenhassem no ar a figura do referente objeto ou ação que estavam querendo falar Achavam ser impossível portanto a representação de conceitos abstratos Com o tempo e muito estudo foi provado que isso não é verdade pois em língua de sinais tais conceitos também podem e são representados em toda sua complexidade Outro equívoco que até hoje vemos é que ainda temos muitas pessoas que acham que os sinais são as representações fiéis dos objetos a que se referem No entanto isso pode sim ocorrer o sinal pode ser a representação ou semelhança do objeto ou referente porém não é regra Vamos entender na Libras há duas categorias de sinais os icônicos e os arbitrários Sinais Icônicos A melhor definição de iconicidade seria uma foto ela representa o objeto ou referente portanto um sinal é icônico quando ele se parece com a imagem do referente ou significado de algo Para melhor entender vamos aos exemplos Sinais Icônicos TELEFONE CASA ÁRVORE Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 48 Se observarmos estes sinais se parecem com a imagem do referente ou significado por isso são considerados sinais icônicos Sinais Arbitrários Os sinais arbitrários por sua vez não se parecem em nada ao referente ou significado Eles não reproduzem a ação ou objeto a que se referem Essa classe forma a maioria dos sinais Por não se parecerem aos referentes esses sinais são bem diferentes vamos aos exemplos Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 É possível observar que estes sinais em nada se parecem com seus referentes portanto são chamados de sinais arbitrários Para finalizar vamos destacar um trabalho realizado por Anderson e Godoi Podese dizer que os sinais icônicos se configuram como uma categoria baseada na plasticidade consistindo na capacidade de um signo poder representar de maneira pictórica ou figurativa o objeto tomado como referência Por outro lado existem os sinais arbitrários cuja particularidade está no fato de não manter nenhuma relação com seu referente ou nenhuma semelhança com o dado da realidade que esses sinais representam ANDERSON 2010 apud GODOI 2016 Aqui fica bem definido o significado de Arbitrariedade e Iconicidade deixando clara as diferenças entre os dois A seguir vamos aprender os sinais específicos para Estações do Ano Dia da Semana e Meses LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 49 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 50 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 51 Chegamos ao fim de mais um capítulo espero que tenham gostado do conteúdo Vamos continuar explorando a Libras e aprendendo cada vez mais Nosso exercício para este capítulo será relacionado ao seu nascimento Nos conte em vídeo que dia do mês da semana e ano que você nasceu Se era verão ou inverno ou seja qual era a estação do ano Para finalizar nos diga a sua idade LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 52 AULA 7 TIPOS DE VERBOS Alimentos Frutas e Bebidas Vamos estudar algumas classes gramaticais iniciando pelos Verbos Como já vimos Libras é uma língua viva que está em constante mudança Sempre com novas palavras sendo introduzidas com a validação da Comunidade Surda isso acontece quando surgem novos lugares novas pessoas situações novas que pedem um vocabulário diferente do que está ai Conhecer um pouco as classes gramaticais nos mostra a importância da Libras como língua como formam os sinais sempre validando Língua Brasileira de Sinais como língua e não apenas sinais Para estudarmos os tipos de verbos na Libras focamos em exemplos que irão orientar o aprendizado levando a um entendimento satisfatório nesta classe gramatical tão importante Primeiro vamos perceber que na Libras os verbos não são conjugados como na Língua Portuguesa Isso quer dizer que o tempo verbal tem uma marcação diferente Vamos entender melhor Na Língua Portuguesa quando queremos dizer que algo já aconteceu nós usamos o verbo no passado assim dizemos Fui à casa da minha mãe Na Libras o verbo não é conjugado portanto para indicar que fui à casa da minha mãe ontem e não hoje utilizamos marcação de tempo Esta marcação de tempo é feita pelos Advérbios de Tempo sinais que veiculam conceito temporal são marcas que representam passado movimento para trás futuro movimento para frente ou presente movimento no plano do corpo httplibraspocosdecaldasblogspotcom201612adverbiodetempohtml LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 53 As frases são compostas das seguintes formas OSV Objeto SujeitoVerbo ou SOV Sujeito Objeto Verbo O verbo na Libras fica sempre no fim das frases para o surdo ele estaria no infinitivo seria como se fosse assim a frase Português Fui à casa da minha mãe Libras Usar sinal de passado CASA MÃE IR Portanto sempre que for necessário nas formas verbais definir a marca de tempo a referência temporal será dada por itens lexicais como os advérbios de tempo ONTEM AMANHÃ HOJE SEMANAPASSADA SEMANAQUEVEM entre outros como veremos nos próximos capítulos httpswwwyoutubecomwatchv0ZPYDNEsJAlistRDCMUCW2IBb1PwAoop Qxt1IPjq0Aindex3 10 coisas que todo iniciante deve saber sobre Libras Parte 1 FELIPE SABARÁ Neste vídeo há várias dicas de um intérprete que eu gosto muito e que é respeitado na Comunidade Surda Aqui entre outras dicas Fernandes nos explica com muita clareza o não uso dos conectivos na Libras essas omissões que ocorrem na Libras em relação aos artigos preposições e flexões verbais ou nominais gênero número nos levam a pensar que a gramática da Libras seria mais simplificada em relação ao português mas não se trata disso Enquanto que no português há elementos conectivos indicados com palavras na Libras esses mecanismos são discursivos e espaciais estando incorporados ao movimento ou em referentes espaciais FERNANDES 201 p 62 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 54 Assim Libras por usar um canal visualgestual possibilita fatos que não acontecem nas línguas orais sendo línguas que ocorrem em realidades diferentes Fique atento Tipos de Verbos na Língua Brasileira de Sinais Quadros e Karnopp 2004 destacam que os verbos na língua de sinais brasileira estão divididos nas seguintes classes Verbos que não possuem marca de concordância são verbos que não se flexionam em pessoa e número e não incorporam afixos locativos Em geral são ancorados ou feitos tocando o corpo Esses tipos de verbos também são chamados de verbos simples Exemplo AMAR APRENDER SABER GOSTAR CONHECER Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Exemplo Língua portuguesa Eu sei Libras Libras LIBRAS SABER Disponível em httpsportalestaciobrmedia1967cartilhalinguabrasileiradesinaispdf Acesso 062021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 55 É importante aprender Libras LIBRAS IMPORTANTE APRENDER Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Os Surdos se comunicam através da Libras LIBRAS SURDOS COMUNICAR Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Verbos com marca de concordância São verbos subdivididos em Verbos Direcionais e Verbos Não Direcionais Verbos Direcionais Estes verbos partem do sujeito que está falando em direção ao objeto que se fala Possuem marca de concordância a direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto Assim não necessita sinalizar o sujeito e o predicado eles já compõem o sinal Com isso a direção do movimento destes verbos sempre irá variar com a posição das pessoas que estão envolvidas Você irá direcionar o sinal para onde está o objeto predicado Para melhor entender vamos aos exemplos Eu pergunto para você Você me pergunta httpswwwfacebookcomLibraseufalocomasmC3A3os1076061092431528 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 56 É possível observar que os verbos direcionais ligamse à pessoa do discurso verbos com concordância se flexionam em pessoas números e aspectos ou incorporam o objeto referido Outro exemplo Imagem fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Aqui você encontra um vídeo com vários verbos direcionais Principais Verbos Direcionais na Libras FELIPE SABARÁ httpswwwyoutubecomwatchvSwaL1FSW8h0 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 57 ALIMENTOS FRUTAS E BEBIDAS Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 58 Figuras Fonte CAPOVILA e RAPHAEL 2001 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 59 Receita em Libras Sopa de espinafre httpswwwyoutubecomwatchv3FjW6ooXhw A professora de Libras Vanessa Lesser mostra seus dotes culinários com receitas deliciosas e fáceis para acalmar e temperar a nossa quarentena nesta série chamada Receita em Libras Acompanhe agora a receita de sopa de espinafre Uma delícia Para esse capítulo vamos pensar em receita Escolha os ingredientes e vamos lá Capriche no vídeo pelo menos um minuto e meio de gravação LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 60 AULA 8 CLASSIFICADORES CL Quando falamos em classificar vamos pensar na Língua Portuguesa que classifica substantivos e adjetivos em masculino e feminino ao colocar artigos por exemplo Já vimos que em Libras não há essa classificação por artigos porém classificações podem se manifestar de várias formas uma desinência como em português que classifica os substantivos e os adjetivos em masculino e feminino através do sinal de menina menino homem mulher uma partícula que se coloca entre as palavras uma desinência que se coloca no verbo para estabelecer concordância quando atribuímos uma qualidade a um objeto por exemplo o tipo de blusa que ele está usando Neste caso estamos descrevendo o substantivo ou adjetivo atribuindolhe uma qualidade Por serem as línguas de sinais espaçovisuais elas podem representar iconicamente qualidades de objetos Por exemplo para dizer nestas línguas que uma pessoa está vestindo uma blusa de bolinhas quadriculada ou listrada estas expressões adjetivas serão desenhadas no peito do emissor mas esta descrição não é um classificador Isso são adjetivos Fonte Imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 61 O que seria então um Classificador na Libras Na Libras para os estudiosos deste assunto um classificador é uma configuração que existe em número restrito e estabelece um tipo de concordância Portanto classificadores são configurações de mãos incorporadas ao movimento de certos tipos de verbos que relacionadas à coisa pessoa e animal funcionam como marcadores de concordância Facilitando seriam descrições visuais capturadas de uma imagem que pode ser de seres animados como pessoas e animais e de seres inanimados como uma janela por exemplo Nestas descrições são observados aspectos tais como tipo de andar movimento som tamanho paladar tato cheiro olhar textura intensidade de cor sentimentos enfim tudo que possa ser diferenciado Assim na Libras os classificadores são formas que classificam o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo Pensando na formação do sinal Capovilla e Raphael 2001 esclarecem que CL Classificador é o conceito utilizado nas línguas de sinais que diz respeito aos diferentes modos como um determinado sinal é produzido dependendo das propriedades físicas específicas do referente que é representado Os classificadores para Pessoa e Animal conforme nos diz Felipe podem ficar no singular e plural que é marcado ao se representar duas pessoas ou animais simultaneamente com as duas mãos ou fazendo um movimento repetido em relação ao número FELIPE e MONTEIRO 2006 p 168 Figura Fonte CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 62 Já quando os classificadores são para Coisa estes incorporam através da concordância características desta coisa que está sendo o objeto da ação verbal Por exemplo quando falamos ABRIR A PORTA o sinal vai depender do tipo de porta que você está abrindo No sinal abaixo vemos o sinal da abertura de uma porta comum como está no desenho caso fosse uma porta de correr o sinal certamente seria diferente pois seguiria a maneira de abrir da porta de correr Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Se observarmos o quadro a seguir é possível perceber a diferença dos Classificadores CL Se estamos falando por exemplo que uma folha caiu da árvore usaríamos o sinal de CAIR coisa plana caindo do sinal de árvore se queremos dizer que uma pessoa caiu utilizamos o sinal CAIR pessoas podendo classificar a forma que ela caiu Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Assim o verbo Classificador depende da coisa pessoa ou animal a que estamos nos referindo Isso é fundamental para a definição da ação pretendida LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 63 O classificador não pode jamais ser confundido com Adjetivos que características descritivas do objeto ou seja ao atribuir uma qualidade a um objeto podemos utilizar um tipo de classificação mas não necessariamente um classificador na concepção linguística do termo Os classificadores são configurações de mãos que relacionadas à coisa pessoa e animal funcionam como marcadores de concordância verbal FELIPE 2001 apud GESUELI 2009 Assista ao vídeo e veja a piada contada por Carlos Cristian observe a quantidade de Classificadores ele utiliza Piada Surdo O BOI Classificadores httpswwwyoutubecomwatchvtMiAQiAtzk Faça filminhos com ações utilizando os classificadores para mostrar as ações das cenas capriche na filmagem Verbo ABRIR httpswwwistockphotocombrvetorilustraC3A7C3A3odeumapessoaabrindoajanelaeventilandogm1217132094355158802 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 64 Verbo CORRER httpswwwpetzcombrblogbemestarporquecachorroscorrematrasdecarros Verbo CAIR httpswwwtwinklaeillustrationcopodeaguacaindopretoebranco LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 65 CAPÍTULO 09 VERBOS E SÍMBOLOS Neste capítulo veremos alguns sinais de verbos além de conhecermos os principais símbolos relacionados à surdez Vamos lá Verbos Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 66 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 67 Fonte Imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 httpscursosescolaeducacaocombrartigovocabulriodalibrasv LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 68 Algumas vezes nos deparamos com símbolos e nem sempre sabemos direito o que eles querem dizer Vamos dar uma olhadinha para entender um pouco sobre os símbolos relacionados aos surdos Primeiro vamos ver o Símbolo Universal de Acessibilidade da Organização das Nações Unidas ONU Este símbolo foi desenhado pela ONU com apoio de organizações da sociedade civil e organizações de pessoas com deficiência de diferentes países para finalmente chegarem a um consenso sobre o significado de acessibilidade Recebeu o nome de The Accessibility ou A Acessibilidade Seu desenho representa todas as abas da acessibilidade acesso físico serviços e tecnologias de comunicação Simboliza a esperança a igualdade de acesso para todos Portanto esse símbolo é universal e está relacionado a todas as deficiências Vamos analisar agora o Símbolo Internacional da Surdez O uso do Símbolo é previsto pela Lei nº 8160 de 8 de janeiro de 1991 que determina sua colocação em todos os locais de acesso aos surdos e em todos os serviços disponibilizados a eles Pode também ser colocado no vidro dos carros permitindo que o motorista de ambulância policiais resgate e outros identifiquem que o condutor é surdo podendo assim respeitálo evitando a buzina e quando necessário fazer httpscentroauditivovivercombrblogsimbolosdeacessibilidadeentendaafuncaodecadaum httpsdesculpenaoouvicombrsignificadodossimbolosdeacessibilidadeparadeficientesauditivos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 69 sinalização visual com lanterna de faróis altos Neste caso o uso não é obrigatório o surdo pode usar ou não o adesivo em seu carro Outra informação importante é que este adesivo não dá o direito ao estacionamento para Deficientes Físicos O Símbolo de Língua de Sinais Este símbolo indica que o evento palestra filme ou visita guiada conta com apoio de intérprete de Língua de Sinais No Brasil temos um símbolo específico para indicar a acessibilidade a Libras o Símbolo Acessível em Libras Criado pela Centro de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG O símbolo Acessível em Libras foi idealizado em 2012 com objetivo de suprir a carência de um ícone que identificasse de forma visual os conteúdos e serviços disponíveis na Língua Brasileira de Sinais Libras Assim é comum o encontrarmos em alguns sites indicando que estes oferecem tradução de português para Libras Este símbolo também é encontrado em camisetas e botons representando os tradutores e intérpretes de Libras ou seja pessoas fluentes em Libras que promovem a acessibilidade httpwwwplanaltogovbrccivil03leisl8160htm httpsdesculpenaoouvicombrsignificadodossimbolosdeacessibilidadeparadeficientesauditivos httpswwwufmgbrmarcalibrasassinaturas LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 70 Estes não são os únicos símbolos relacionados à surdez porém são os mais utilizados Se você quiser saber mais dê uma olhada nos sites de referência no rodapé lá encontrará mais símbolos e seus significados Para saber um pouco mais sobre verbos acesse os links e pratique com o Hugo VERBOS em LIBRAS Parte 1 Assista e aprenda os principais verbos em LIBRAS httpswwwyoutubecomwatchvGZGYRPusgpM VERBOS em LIBRAS Parte 2 Assista e aprenda os principais verbos em LIBRAS httpswwwyoutubecomwatchv2QXQti3UiMU LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 71 Escolha no mínimo três verbos e crie frases com eles pode ser diálogo se preferir Vamos lá Capricha no vídeo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 72 AULA 10 ADVÉRBIOS DE TEMPO ADVÉRBIOS DE LUGAR E PRONOMES DEMONSTRATIVOS Pronomes Interrogativos Pronomes Indefinidos Como já vimos em capítulos anteriores a libras não tem conjugação verbal é como se os verbos ficassem sempre no infinitivo Para marcar o tempo utilizamos os advérbios de tempo que devem vir sempre no início das frases Assim quando o verbo se refere a um tempo passado ou futuro o que vai marcar o tempo da ação Geralmente quando estamos falando no presente não há marcação de tempo Somente usamos se queremos dizer que a ação irá ocorrer ainda hoje ou seja se desejamos marcar o tempo presente Vamos ver os sinais mais usados para esta classe Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 73 Portanto quando quero expressar que algo que vai acontecer ou aconteceu hoje uso o sinal de AGORA ou de HOJE Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Se quero dizer que vou fazer algo ou que vai acontecer amanhã ou depois de amanhã posso usar o sinal de AMANHÃ ou então de FUTURO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Quando quero falar de futuro utilizo os sinais de ONTEM ANTEONTEM PASSADO JÁ Desta forma vamos colocando os sinais nos tempos que desejamos sem termos a conjugação como na Língua Portuguesa mas com o apoio dos Advérbios de tempo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 74 Ex Fui à casa da minha mãe ontem ONTEM IR CASA MÃE Muitas vezes a frequência de uma ação é utilizada para expressar os advérbios de tempo na Libras para isso utilizamos expressões específicas como veremos os sinais a seguir Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 75 Acesse o link e veja as dicas do intérprete Felipe Sabará Advérbios de Tempo Em Libras Na Prática httpswwwyoutubecomwatchvBbg3lT7uoEt99s Pronomes Demonstrativos e Advérbios de Lugar Tanto na Libras como na Língua Portuguesa os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar estão relacionados às pessoas do discurso ou seja se definem pelo seu posicionamento frente à ação comunicativa primeira representando aquela que fala eunós segunda representando aquela com quem se fala tuvósvocêo senhor e a terceira demarcada por aquela de quem se fala eleeleselaelas Representam na perspectiva do emissor o que está bem próximo perto ou distante Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar têm o mesmo sinal somente o contexto os diferencia pelo sentido da frase acompanhada de expressão facial Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 76 Vamos aos exemplos 1 BOLA ONDE R LÁ BOLA VERMELHA PERTO MESA 2 CANETA ONDE R AQUELA CANETA AZUL 3 BANHEIRO ONDE R ESQUERDA ENTRAR SÓ 4 SALA AULA ONDE R EMCIMA SEGUNDOANDAR É possível identificar os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar dependendo do contexto da conversa mesmo os sinais sendo iguais conforme vimos nos diálogos acima Pronomes interrogativos Por quê O quê Quem Como e Onde Os Pronomes Interrogativos na Libras necessitam da Expressão Facial para ser definido sempre que fazemos uma pergunta é preciso franzir a sobrancelha ou levantá la sem isso a pergunta não se caracteriza Os sinais QUEM QUE e ONDE podem vir no início ou final das frases Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Já os sinais QUAL COMO e PARA QUE são mais utilizados mas no final das frases LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 77 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Já o pronome interrogativo POR QUE PORQUE é usado sempre no final da frase Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 É preciso destacar que na Libras não há diferença entre POR QUÊ interrogativo por que e o PORQUÊ explicativo porque a diferença será demonstrada pelo contexto pelas expressões facial e corporal quando ele está sendo usado em frase interrogativa ou então em frase explicativa à pergunta Portanto o sinal será sempre o mesmo LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 78 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Quando usamos o sinal de QUANDO este está relacionado a um advérbio de tempo na resposta ou a um dia específico Desta maneira há dois sinais diferentes para QUANDO um que especifica passado QUANDOPASSADO e outro que especifica futuro QUANDOFUTURO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Ou poderá utilizar o sinal de QUANDO DIA para ser mais específico Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Para falarmos de horas Quehoras e quantashoras utilizamos os numerais cardinais quantidade Não utilizamos 24h e sim 12 horas dia e 12 noite O que define se estamos falando de dia ou noite é o contexto da conversa É pelo contexto que saberemos se estamos nos referindo a manhã tarde noite ou madrugada LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 79 Quando nos referindo ao tempo cronológico vamos utilizar a expressão QUE HORAS por exemplo VOCÊ QUE HORAS CHEGAR FESTA QUE HORAS SERÁ PROVA QUE HORAS Utilizamos então o sinal seguinte seguido do sinal do número relativo ao tempo A prova será às 10 da manhã PROVA 10 HORAS CEDO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Já quando queremos dizer que a prova durou 2 horas estamos nos referindo ao tempo gasto então a expressão será para QUANTA HORA Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 80 PRONOMES INTERROGATIVOS LIBRAS Aula completa Carlos Cristian Libras httpswwwyoutubecomwatchvUxN7tJCN6EU Carlos Cristian que é usuário da Libras depois de dizer que QUANDO não pertence a Libras nos explica certinho o que disse e como os surdos utilizam os advérbios de tempo nestes casos Porém também diz que é importante conhecer o sinal já que muitas pessoas utilizam Assistam ao vídeo e vejam como ele nos explica QUANDO SINAL EM LIBRAS JEITO DE SURDO httpswwwyoutubecomwatchvFZ4CIU3NHA PRONOMES INDEFINIDOS Pronomes indefinidos são aqueles que se referem a substantivos de modo indefinido vago impreciso Na Libras os sinais que os representam são LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 81 Este sinal também é utilizado em resposta a OBRIGADO Vamos nos aprofundar na gramática da Libras Assista este vídeo do INES e aprenda um pouco mais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 82 A VIDA EM LIBRAS GRAMÁTICA I TV INES httpswwwyoutubecomwatchvGLsORSmyqiY Responda as questões 1 Que horas você acordou hoje 2 Você estuda frequentemente ou nunca 3 Quanto tempo você demora para chegar da sua casa até seu trabalhoescola 4 Onde você foi domingo passado 5 Você irá viajar no ano que vem Quando 6 Com quem você estava no Natal do ano passado Tente gravar as questões e as respostas Não esqueça de como as sentenças são em Libras SOV ou OSV Capriche nos sinais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 83 AULA 11 COMPARATIVO DE IGUALDADE SUPERIORIDADE E INFERIORIDADE Adjetivos Para compararmos algo na Libras utilizamos os sinais de IGUALDADE SUPERIORIDADE e INFERIORIDADE Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Assista ao vídeo e entenda como devemos utilizar os sinais GRAU COMPARATIVO httpswwwyoutubecomwatchvDQGfxV9B7j8 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 84 Adjetivos Na Língua Portuguesa os adjetivos formam uma classe de palavras que atribuem qualidade a uma outra classe como substantivo por exemplo acrescentando defeito estado condição aspecto etc Na Libras os adjetivos como várias outras classes gramaticais não têm marca para gênero masculino ou feminino nem para número singular ou plural portanto é sempre neutro LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 85 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 86 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 87 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 88 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 89 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 90 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 91 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 92 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 93 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 94 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Muitos adjetivos por serem descritivos apresentam de forma icônica uma qualidade do objeto que pode ser desenhada no ar ou mostrada a partir do objeto ou do corpo do emissor Isto é quando falamos sobre o formato de um objeto se ele é de bolinhas ou de listas ou de outra coisa em libras utilizamos o espaço para traçar o que estamos falando ou então o próprio corpo conforme podemos observar nos exemplos a seguir Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 95 Usamos os adjetivos de um modo geral após o substantivo dando assim qualidade a ele MENIN CAMISA PRETA CAIR MEU VESTIDO AZUL LISTRAS ADORO Não se esqueça que muitos adjetivos são icônicos vamos relembrar eles se parecem com o significante como por exemplo o sinal de bolinhas de listas etc Vamos montar um diálogo Mostre aqui tudo que você aprendeu Grave um vídeo de 2 até 3 minutos Estamos esperando ansiosos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 96 AULA 12 TIPOS DE FRASES ESTAÇÕES DO ANO Sinais de Fenômenos da Natureza e Afins Assim como toda língua em especial as línguas de sinais as expressões faciais e corporais desempenham papéis fundamentais como já discorremos anteriormente Em Libras quando falamos em formação de frases as expressões faciais e corporais são como as entonações na língua portuguesa por isso são essenciais para perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa exclamativa interrogativa negativa ou imperativa É portanto fundamental estarmos atentos às expressões facial e corporal que são feitas no desenvolvimento de um sinal numa frase num diálogo enfim na comunicação em Libras As expressões faciais segundo Brito 1995 são divididas em Expressões afetivas que expressam sentimentos e Expressões gramaticais que estão relacionadas à estrutura do sinal são portanto específicas diferentes das expressões afetivas Frases Afirmativas Quando utilizamos uma frase afirmativa pode haver movimento da cabeça para cima e para baixo indicando afirmação no entanto nossa expressão costuma ser neutra não há expressão significativa Ex MEU CARRO AQUELE EL VIAJAR ESCOLA MENIN IR Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 97 Não há portanto nestas frases demonstração de sentimento seja estrutural ou sentimental Diferente do que acontece nas frases negativas conforme veremos a seguir Frases Negativas As frases negativas são determinadas por movimentos de cabeça negando expressões faciais negativas bem como o acréscimo do sinal não feito com a mão Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Também é possível no caso de alguns verbos utilizar um movimento contrário indicando a negação Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Com aceno de cabeça negando Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 98 EU VIAJAR PODER NÃO Observe na gravura abaixo a expressão facial utilizada em uma frase negativa Fonte imagem FELIPE 2013 É possível entender o quanto a expressão é importante para a compreensão de uma frase logo no início já é perceptível a negação Também é o caso das frases interrogativas que veremos mais a seguir mas já é possível observar no exemplo acima a expressão usada EU de forma interrogativa Frases Interrogativas Nas frases interrogativas utilizamos as expressões faciais e expressões gramaticais feitas a partir de um franzir da testa sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça inclinandose para cima NOME QUAL expressão facial interrogativa feita simultaneamente ao sinal QUAL VOCÊ CASAD Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 99 Forma Exclamativa Na forma exclamativa também é importante o uso das expressões faciais e corporais utilizamos as sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando para cima e para baixo Pode ainda vir também com um intensificador representado pela boca fechada com um movimento para baixo CARRO BONITO Fonte imagem FELIPE e MONTEIRO 2006 Na Libras o uso das expressões faciais e corporais são fundamentais como pudemos observar em todas as frases Mesmo na frase afirmativa ainda assim apesar de neutra há uma leve expressão que ajuda a confirmar a frase A seguir há um vídeo com o Hugo Objeto de Aprendizagem que nos mostra alguns sinais de frases utilizadas no dia a dia Dê uma olhada e treine para nossa atividade HugoEnsina21 Sinais de FRASES DO COTIDIANO em Libras httpswwwyoutubecomwatchvmGfq4jBT3TI LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 100 Estações do Ano Fonte Imagem CAPOVILLA e RAPHAEL 2001 Sinais de Fenômenos da Natureza e Afins LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 101 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 102 Para essa atividade você deve criar cinco frases que contemplem o conteúdo visto neste capítulo ou seja tipos de frases diferentes Use também o vocabulário específico que vimos aqui Capriche nas expressões faciais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 103 AULA 13 ESTADOS BRASILEIROS Cultura e Comunidade surda LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 104 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 105 Cultura e Comunidade surda Conforme afirma Skiliar 1998 é preciso compreender a cultura surda como uma cultura múltipla multicultural e entender que ocupa lugar nos diversos espaços e comunidades Destaca ainda que essa cultura tem seus aspectos característicos e se utiliza de metodologias diferenciadas muitas vezes desconhecidas do mundo ouvinte No entanto é fundamental perceber que essas singularidades não podemos criar barreiras mesmo diferentes as culturas devem ser complementares e não divergentes Há espaço para a cultura surda e ouvinte conviverem harmonicamente convergindo para a formação de pessoas de um mesmo país com os mesmos ideais Encontramos uma definição sobre cultura e comunidade surda que nos auxilia muito mostrando com clareza o que cada uma significa A linguista surda Carol Padden estabeleceu uma diferença entre cultura e comunidade Para ela uma cultura é um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possuem sua própria língua valores regras de comportamento e tradições Ao passo que uma comunidade é um sistema social geral no qual pessoas vivem juntas compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades umas com as outras Para esta pesquisadora uma Comunidade Surda é um grupo de pessoas que mora em uma localização particular compartilha as metas comuns de seus membros e de vários modos trabalha para alcançar estas metas Portanto em uma Comunidade Surda pode ter também ouvintes e surdos que não são culturalmente surdos Já a Cultura da pessoa Surda é mais fechada do que a Comunidade Surda Membros de uma Cultura Surda comportam como as pessoas Surdas usam a língua das pessoas Surdas e compartilham das crenças das pessoas Surdas entre si e com outras pessoas que não são surdas FELIPE e MONTEIRO2006 P45 Nesta definição conseguimos perceber a complexidade de uma Cultura e de uma Comunidade Muitos surdos nascem em lares de ouvintes portanto pouco se apropriam da Cultura Surda apesar de serem surdos pouco sabem sobre essa Cultura Já uma Comunidade esta pode incluir várias pessoas com diversos tipos de Culturas desde que tenham metas em comum Portanto ficou bem clara a diferença entre Cultura e Comunidade Surda Para entendermos sobre a cultura é preciso atentarmos ao fato de que o surdo tem uma forma própria de ver e apreender o mundo Nós ouvintes possuímos os ouvidos e LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 106 olhos para compreendermos tudo ao nosso redor já o surdo ele tem os olhos para perceber tudo o que ocorre ao seu redor Assim certamente sua maneira de ver o mundo será diferente da forma de um ouvinte com isso a cultura surda irá se fortalecer entre seus membros Para conhecer um pouco mais sobre a vida de uma pessoa surda sugiro a leitura do livro O Grito da Gaivota neste livro podemos conhecer um pouco a vida de uma surda O título do livro faz referência ao fato dela gritar como um pássaro até se apropriar da língua de sinais É muito interessante vale a pena SINOPSE Emmanuelle Laborit é surda profunda Neta do cientista Henri Laborit atriz agraciada com o Prémio Molière é a protagonista deste testemunho marcado pela memória de um crescimento que se viveu diferente Testemunho de uma vida vista pelos olhos de uma menina contado pelo sentir de uma mulher Relato pessoal e subjetivo de alguém que cresceu no mundo do silêncio que nunca aprendeu a viver à distância da comunicação e que acaba por se libertar de um mundo que não precisava ser assim O Grito da Gaivota confrontanos com uma realidade de que em geral pouco conhecemos e convidanos a partilhar as experiências tantas vezes dolorosas do dia a dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 107 Acesse o link e leia esta será a atividade do capítulo httpsdocsgooglecomvieweravpidsitessrcidZGVmYXVsdGRvbWFpbnxt YXRlcmlhbGRhYW5kcmVpYXxneDo2MjhiZGU3ZGJhNDU1MTRh Pesquise sobre a comunidade surda da sua cidade Veja o que você consegue descobrir e nos conte um pouco onde eles se reúnem qual a igreja que frequentam se há intérprete existem ouvintes que estão sempre com a comunidade São casados ou namoram surdos ou ouvintes Enfim nos conte uma história sobre o que você descobriu LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 108 AULA 14 ESTRUTURA DA SENTENÇA EM LIBRAS Vocabulário financeiro e Documentos Pessoais Quando falamos em sentença na Libras há vários formatos de composição porém vamos nos ater a dois dos formatos mais utilizados OSV Objeto SujeitoVerbo ou SOV Sujeito Objeto Verbo Por que estes são os formatos mais utilizados Estes modelos são mais utilizados porque eles conseguem dizer exatamente como a sentença deve ser É como se você desenhasse a sentença Veja o exemplo Quando você diz em Língua Portuguesa A gata subiu não telhado oralmente nós conseguimos construir a história de forma simples e compreender o que foi dito Porém se você disser isso em Libras é preciso prestar atenção para que isso faça sentido Para começar é preciso dizer onde está acontecendo a situação como se você fosse desenhar a história primeiro você iria desenhar a casa com telhado certo ou seja o OBJETO Em seguida quem está neste cenário quem é o SUJEITO Então temos que colocar em nosso cenário o gato que é o sujeito da nossa oração e por último vamos colocar a ação o VERBO neste caso subir Então em Libras esta frase deve ser dita TELHADO GAT SUBIR Utilizando o sistema ObjetoO SujeitoS VerboV você irá descrever a oração de forma clara e coerente de fácil entendimento para o interlocutor construindo um cenário e depois praticando a ação sobre o cenário construído desta maneira fica visualmente fácil de compreender a frase construída LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 109 Exemplos a João comprou um carro Língua Portuguesa CARRO JOÃO COMPRAR Libras b A menina comeu o tomate Língua Portuguesa TOMATE MENIN COMER Libras c O homem lê um livro Língua Portuguesa LIVRO HOMEM LER Libras d A menina caiu da cama Língua Portuguesa CAMA MENINA CAIR Libras Observe o exemplo Fonte Quadros e Karnopp 2004 LIVRO EU PERDER O S V Aqui entre outras dicas Felipe Sabará explica com muita clareza o não uso dos conectivos na Libras e como formar frases 10 coisas que todo iniciante deve saber sobre Libras Parte 1 e 2 FELIPE SABARÁ httpswwwyoutubecomwatchv0ZPYDNEsJA httpswwwyoutubecomwatchvWu8Bo0nBQSE LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 110 Vocabulário Financeiro e Documentos Pessoais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 111 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 112 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 113 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 114 Fonte imagem PEDROSA et al 2013 TDD1 Você já parou para pensar que até muito muito pouco tempo atrás para o surdo se comunicar pelo telefone ele tinha que ter um aparelho TDD e a pessoa para quem ele ligaria também ou caso a pessoa não tivesse o aparelho ele tinha ao seu dispor uma telefonista que iria ler a mensagem digitada e falar para o ouvinte Tudo mudou com a chegada do celular e das mensagens de texto Antes do Whatssap eram elas que auxiliavam os surdos na comunicação com seus familiares e amigos Hoje com as chamadas de vídeo isso está ainda melhor Salve a tecnologia 1 Um dispositivo de telecomunicação para surdos TDD sigla em inglês é aparelho normal que é acoplado à um aparelho de teletexto caso o receptor não possua um aparelho igual a pessoa com perda auditiva surdez retira o telefone do gancho coloca no aparelho teletexto e dicas Uma atendente então faz o serviço de intermediação entre um deficiente auditivosurdo e uma pessoa ouvinte httpswwwdireitodeouvir combrblogtelefonesparadeficientesauditivos LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 115 Nesta atividade você terá que procurar uma curiosidade sobre o surdo Está atividade será escrita Nos surpreenda vasculhe a internet a procura de uma curiosidade bem legal LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 116 CAPÍTULO 15 VOCABULÁRIOS ESPECÍFICOS PARTES E OBJETOS DA CASA Natureza LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 117 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 118 Prato Portão 1 Portão 2 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 119 Janela 1 Janela 2 Porta LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 120 Cadeira Guarda roupa Gaveta Fonte imagem PEDROSA et al 2013 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 121 Natureza LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 122 Chegamos ao fim do nosso curso Foi um prazer ter vocês conosco Espero que tenha se apaixonad pela Libras Você conheceu o básico da língua de sinais agora não pode parar de praticar Continue conversando e estudando Há muito para você explorar Siga em frente Para finalizar faça um vídeo com a temática de sua escolha Busque colocar o máximo de tudo que você aprendeu Bom trabalho LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 123 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBINO I B A muitas mãos recurso eletrônico contribuição aos estudos surdos Ivone Braga Albino José Edmilson Felipe da Silva Laralis Nunes de Sousa Oliveira organizadores Natal RN EDUFRN 2016 BADIN Celso Língua Brasileira de Sinais II São Paulo Editora Áurea 2016 BRANDÃO F Dicionário ilustrado de libras São Paulo Global 2014 CAPOVILLA FC RAPHAEL W D Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilingue da Língua de Sinais Brasileira Volume 1 e II Sinais de A a L São Paulo Editora da Universidade de São Paulo 2001 FELIPE T A MONTEIRO MS Libras em Contexto Curso Básico Livro do Professor Tanya A Felipe de Souza e Myrna Salerno Monteiro Brasília Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial 2006 6ª Edição 448 p il FERNANDES Sueli Critérios diferenciados de avaliação na Língua Portuguesa para estudantes surdos 2ed Curitiba SEEDSUEDDEE 2002 FERREIRABRITO Lucinda Por uma gramática de língua de sinais Tempo Brasileiro UFRJ Rio de Janeiro 1995 GESSER A O ouvinte e a surdez sobre ensinar e aprender a libras São Paulo Parábola 2012 LIBRAS Que língua é essa Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda São Paulo Parábola 2009 GESUELI Zilda A narrativa em Língua de Sinais um olhar sobre classificadores Estudos Surdos IV Ronice Muller de Quadros e Marianne Rossi Stumpf organizadoras Petrópolis RJ Arara Azul 2009 GODOI Eliamar LIMA Marisa Dias ANDRADE Valdete A Borges org Língua Brasileira de Sinais LIBRAS a formação continuada de professores Uberlândia EDUFU 2016 Série material didático 3 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 124 GOLDFELD M A criança surda São Paulo Plexos 1997 GOMES A P G HEINZELMANN R O Org Cadernos Conecta Libras 1 ed Rio de Janeiro Arara Azul 2015 HONORA M FRIZANCO MLE Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais Volume 1 São Paulo Ciranda Cultural 2009 LIMA H M M et al Ensino de Língua Portuguesa para surdos caminhos para a prática pedagógica Brasília Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial 2003 MOURA M C Educação para surdos práticas e perspectivas II São Paulo Santos 2011 PEDROSA et al SED Secretaria do Estado Mato Grosso do Sul de Educação Curso de Libras Clara R Pedrosa Helen T Ballock Mauro L Gondim Campo Grande 2013 PERLIN G Identidades Surdas In Skliar C A Surdez um olhar sobre as diferenças Porto Alegre Mediação 2010 PETTER Margarida Linguagem língua linguística In FIORIN J L org Introdução à Linguística 3 ed São Paulo Contexto 2004 p 1123 PIMENTA Nelson OficinaPalestra de Cultura e Diversidade In Surdez e Diversidade Social Anais do VI Seminário Nacional do INES organização INES Divisão de Estudos e Pesquisas Edição Instituto Nacional de Educação de Surdos INES Produção Gráfica e Editora Skill Line Rio de Janeiro de 19 a 21 de setembro de 2001 p24 QUADROS Ronice Müller KARNOPP Lodenir Becker Língua de sinais brasileira Estudos Linguísticos Porto Alegre Artmed 2004 O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa Secretaria de Educação Especial Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos Brasília MEC SEESP 2004 KARNOPP Língua de sinais brasileira estudos linguísticos Ronice M Quadros Lodenir Becker Karnopp Porto Alegre Artemed 2007 PIZZIO A L REZENDE P L F LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS II Florianópolis UFSC 2008 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 125 et al Língua Brasileira de Sinais I Quadros Ronice Muller de Pizzio Aline Lemos Rezende Patrícia Luiza Ferreira Florianópolis UFSC 2009 Educação de surdos a aquisição da linguagem Porto Alegre Artmed 2011 SILVA Fábio Irineu da et al APRENDENDO LIBRAS COMO SEGUNDA LÍNGUA NÍVEL BÁSICO 2007 Disponível em SKLIAR C Atualidade da educação bilingue para surdos V2 São Paulo Mediação 2013 Org Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças In A surdez um olhar sobre as diferenças 4 ed Porto Alegre Mediação 2010 SALLES Heloísa Maria M L et al Ensino de língua portuguesa para surdos caminhos para a prática pedagógica v 1 Brasília MEC SEESP 2004 TEIXEIRA Vanessa Gomes A iconicidade e a arbitrariedade na Libras Rio de Janeiro UERJ 2014 BIBLIOGRAFIA ONLINE httpwwwletrasufmgbrpadraocmsdocumentoseventosdialogos deinclusao ParametrosdaLibraspdf PARÂMETROS DA LIBRAS Silva G M da acesso em 24 de maio de 2021httpswwwsignificadoscombrlibra Significados e conceitos Acesso em 01062021 httpscieescorgbrportalwpcontentuploads202001Apostila LibrasCIEESC pdf acesso em 05 062021 httpwwwpalhocaifscedubrmateriaisapostilalibras basicoApostilaLibras BasicoIFSCPalhocaBilinguepdf Acesso em 23 de junho de 2021 httpbitly2SGUaWX Libras em contexto Ministério da Educação UFAC Universidade Federal do AcreRIO BRANCO AC Maio de 2013 Acesso em 28 de junho de 2021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 126 FELIPE T A O discurso verbovisual na língua brasileira de sinais Libras Bakhtiniana São Paulo 8 2 6789 JulDez 2013 Disponível em httpswwwscielo brjbakaMJ378DGggYhnmTfCFzh6VRyformatpdflangpt Acesso 14082021 TEIXEIRA Vanessa Gomes LEITÃO Catarina Modesto de Carvalho Flexão verbal em libras e em língua portuguesa análise contrastiva Revista Philologus Ano 19 N 55 p 3143 Rio de Janeiro CiFEFiL janabr2013 Disponível em httpwwwfilologia orgbrrevista55003pdf Acesso 072021 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 127 ANEXO Charles Michel de lEpée o pai da educação pública para surdos O clérigo francês utilizou seu patrimônio para integrar à sociedade pessoas com deficiência auditiva Ele é reconhecido como benfeitor da humanidade pela Assembleia Nacional francesa ALBERTO LÓPEZ 24 NOV 2018 2125 GMT2 O clérigo francês Charles Michel de lÉpée é uma das figuras mais destacadas da história para as pessoas surdas Embora ele não sofresse de deficiência auditiva é considerado um membro ilustre dessa comunidade por ter contribuído decisivamente para o acesso dos surdos à educação pública e gratuita através do uso da língua de sinais Filho de uma família rica e tão inteligente que se formou em Teologia aos 17 anos De lÉpée desenvolveu como pedagogo e logopedista um método sistemático para ensinar pessoas com deficiência auditiva e um alfabeto manual dandolhe o nome LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 128 de Língua de Sinais Francesa que foi adaptado para a Língua de Sinais Americana décadas depois de sua morte Seu trabalho seu altruísmo e sua generosidade com a própria riqueza familiar o transformaram em uma figura tão determinante que a comunidade de surdos da França realiza sua celebração anual mais importante na data de seu nascimento Charles Michel de lÉpée nasceu em 24 de novembro de 1712 em Versalhes Filho de um arquiteto e no seio de uma família abastada iniciou ainda na adolescência os estudos para ser sacerdote e apesar de se formar em Teologia aos 17 anos foi orientado por seu pai a cursar Direito tornandose advogado aos 21 anos Desde criança ele praticava o alfabeto manual francês uma espécie de língua de sinais com os dedos que era muito difundida naquela época entre os estudantes e sem dúvida influiu na vocação que desenvolveu ao longo de sua vida Também estudou Filosofia e obteve um doutorado mas seu sonho de ser ordenado padre foi interrompido devido às suas ideias progressistas negaramlhe este sacramento por não refutar em público a validade das ideias jansenistas uma corrente católica muito popular na França nas primeiras décadas do século XVIII Por esse motivo recebeu apenas o título de abade que permitia realizar alguns trabalhos religiosos como ser tutor de crianças ou atender as famílias ricas como conselheiro espiritual De lÉpée orientou sua vocação religiosa para obras de caridade Arrecadava dinheiro para ajudar os necessitados embora grande parte do dinheiro para os projetos que empreendeu viesse de sua própria fortuna familiar Pouco mais se sabe de sua vida e de suas obras de caridade até o ano de 1760 quando assumiu a responsabilidade de outro religioso amigo dele falecido repentinamente em um dos subúrbios que visitava o padre Vanin de educar duas gêmeas surdas muito pobres cuja formação espiritual estava a cargo de Vanin As pessoas com deficiência auditiva tinham naquela época poucas oportunidades de subir na vida e certamente nenhuma facilidade As superstições e os preconceitos ainda estavam arraigados em muitas áreas da Europa Ocidental Por exemplo o filósofo grego Aristóteles escreveu no ano 355 aC que os surdos eram incapazes de raciocinar algo que perdurou mais de um milênio como se fosse uma verdade absoluta Felizmente o médico Girolama Cardano realizou em 1500 um estudo que demonstrou que os surdos eram sim capazes de raciocinar Mesmo assim em grande parte da Europa as pessoas surdas estavam sujeitas a decretos que as proibiam de se casar possuir bens ou em alguns casos de ter acesso a uma mínima e elementar educação Só os filhos surdos de famílias ricas podiam ler e escrever Alguns até aprenderam a falar LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 129 graças a professores dedicados exclusivamente a isso cujos métodos considerados quase milagrosos eram um segredo bem guardado Em Paris a comunidade de pessoas surdas usava uma linguagem manual comum e De lÉpée começou a ensinar as gêmeas utilizando sinais manuais que substituíam os sons do alfabeto Os resultados foram excelentes e ele se convenceu de que era possível ensinar os surdos com uma linguagem de gestos Ele resolveu então abrir uma instituição para receber outras crianças surdas e instruílas ensinando religião Assim em 1755 com financiamento próprio fundou a Institution Nationale dê Sourds Muets na capital francesa enchendo suas salas de aula com menores surdos que ele mesmo recrutava por toda a cidade O verdadeiro avanço do clérigo na educação de surdos foi sua afirmação de que as pessoas surdas devem aprender visualmente o que os outros adquirem ao escutar e seu método de ensino estabeleceu as bases para a educação sistemática de surdos Todos os surdosmudos que recebemos já têm uma linguagem escreveu Têm o hábito de usála e compreendem as outras pessoas que a usam Com ela expressam suas necessidades desejos dúvidas dores etc e não cometem erros quando outros se expressam da mesma maneira Queremos instruílos e portanto ensinarlhes francês Qual é o método mais curto e fácil para que nos expressemos em sua linguagem Ao adotar sua linguagem e fazer isso usando regras claras não poderemos conduzir sua instrução como desejamos De lÉpée adotou uma visão democrática da educação para os deficientes auditivos Fez isso sempre praticando a caridade com a que se comprometeu quando quis ser padre e não o deixaram Nunca quis enriquecer com seus métodos nem mesmo quando entre seus alunos surdos havia gente das classes altas da Europa Pelo contrário empobreceu para ensinar crianças de todas as esferas da sociedade Aumentou de maneira progressiva o número de alunos que recebia e divulgava seus avanços com exibições em sua própria casa o religioso ditava uma oração a seus estudantes em sua linguagem de gestos e logo eles a transcreviam para o francês escrito Em sua escola os estudantes também aprendiam a falar recorrendo a métodos que já existiam e eram bemsucedidos Mas essa pedagogia não estava isenta de grandes desafios Um deles era a complexidade do próprio idioma francês com as terminações das palavras e a ordem delas em uma oração De lÉpée ideou uma série de sinais manuais para o final das palavras em francês e um vocabulário baseado nas raízes latinas das palavras Esse sistema evoluiu para a Língua de Sinais Francesa o que chamamos de sinais LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 130 metódicos e seu sucesso foi tanto que suas façanhas educativas se estenderam de Paria para toda a França e daí para a Europa O bispo de Bordéus por exemplo ao saber dos avanços dos estudantes que o abade tinha em Paris enviou para lá um menino que acabaria sucedendo a De lÉpée após sua morte Esse professor transformado depois no abade RochAmbroise Sicard fundou a segunda escola para surdos em Bordéus em 1786 Em sua escola de Paris o clérigo de Versalhes recebeu muitas pessoas de outros países europeus interessadas em sua atividade Várias dessas pessoas retornaram depois para seus países de origem e fundaram neles escolas similares o que deu o Charles Michl de lÉpée uma fama continental e expandiu seu método de ensino De lÉpée foi uma das primeiras pessoas a afirmar que os surdos eram cidadãos com plenos direitos na sociedade de acordo com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França Como ele escreveu em seu livro de 1784 La Véritable Manière dInstruire les Sourds et Muets Confirmée par une Longue Expérience o verdadeiro método de educar os surdosmudos confirmado por uma longa experiência a religião e a humanidade me inspiram um interesse tão grande em uma classe de pessoas verdadeiramente destituídas que embora sejam semelhantes a nós mesmos reduzem se por assim dizer à condição de animais sempre que não se tenta resgatálas da escuridão que as rodeia por isso considero uma obrigação absoluta fazer todo o possível para libertálas dessas sombras Apesar de tudo que realizou foi acusado de que seus alunos não faziam nada além de aprender de cor sem ter compreensão da linguagem nem capacidade de construir orações por si mesmos Com a tenacidade que o caracterizava De lÉpée também demonstrou que seus detratores estavam equivocados já que Clement de la Pujade um de seus estudantes surdos foi reconhecido por um discurso de cinco páginas em latim e por sua participação em um debate sobre a história do pensamento filosófico Sua fama ainda em vida foi tanta que Luís XVI apoiou financeiramente o instituto para surdos que ele dirigia e até o imperador do Sacro Império RomanoGermânico José II visitou sua escola chegando a oferecer uma abadia a LÉpée que recusou a oferta Entretanto o imperador enviou um abade para aprender a técnica do francês e na volta o enviado fundou uma instituição para surdos em Viena Charles Michel de lÉpée morreu quase na indigência em 23 de dezembro de 1789 em Paris Apesar de sua fama acabou arruinado por sua causa Seus próprios estudantes contavam que morreu sem aquecimento em seu quarto para que eles pudessem ter LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 131 luz nos deles Foi enterrado na igreja de SaintRoch em Paris e em 1838 foi erguido um monumento de bronze sobre seu túmulo Pouco antes de sua morte uma delegação de estudantes e representantes da recémcriada Assembleia Nacional da França o visitou O órgão legislativo estabelecido na esteira da Revolução Francesa naquele mesmo ano comprometeuse a dar prosseguimento a seu trabalho Assim a escola de lÉpée foi assumida formalmente pelo Governo francês em 1791 e permanece aberta hoje com o nome do Institut National de Jeunes Sourds de Paris A Assembleia também declarou o abade um benfeitor da humanidade por sua contribuição à educação e ao desenvolvimento da comunidade surda Os métodos de trabalho do religioso De lÉpée continuaram dando frutos várias gerações de surdos depois de sua morte com destacados intelectuais na França dos séculos XVIII e XIX Essas conquistas serviram para dar à sua escola e à sua tradição de ensino o nome de método francês segundo o qual a prioridade é a formação intelectual dos alunos através do desenvolvimento de habilidades de escrita e leitura Charles Michel de lÉpée educou instruiu e formou uma população abandonada que ninguém sabia como entender e ninguém queria atender Disponível em HTTPSBRASILELPAISCOMBRASIL20181124CULTURA 1543042279562860HTML Helen Keller Escritora e ativista social Por Dilva Frazão LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 132 Helen Keller Helen Keller 18801968 foi uma escritora e ativista social norteamericana Cega e surda formouse em filosofia e lutou em defesa dos direitos sociais em defesa das mulheres e das pessoas com deficiência Foi a primeira pessoa cega e surda a entrar para uma instituição de ensino superior Helen Adams Keller nasceu em Tuscumbia Noroeste do Alabama Estados Unidos no dia 27 de junho de 1880 Filha de um capitão aposentado e editor do jornal local com 19 meses de idade contraiu uma doença desconhecida diagnosticada como febre cerebral que a deixou cega e surda Como Helen aprendeu a ler Depois da doença Helen tornouse uma criança difícil gritava muito e tinha acessos de mau humor Em 3 de março de 1887 antes de completar sete anos de idade passou a contar com a ajuda da professora Anne Sullivan que foi contratada pela família e passou a morar em sua casa A professora que aos cinco anos perdera parte da visão e aos dez ficou órfã de mãe foi abandonada pelo pai e colocada em um albergue Em 1886 graduouse na Perkins School for the Blind uma escola para cegos e começou a procurar um emprego Com muito trabalho e paciência a partir de abril de 1887 Anne consegue fazer Helen entender o significado das palavras que eram soletradas em sua mão pela professora A primeira palavra foi água que era soletrada em uma das mãos e sentida na outra despertando o entendimento da palavra Em um só dia Helen aprendeu trinta palavras Mais tarde numa rápida assimilação ela aprendeu os alfabetos Braille e o manual o que facilitou sua escrita e leitura Em 1890 Helen pediu a sua professora para aprender a falar Foi matriculada no Institute Horace Mann para surdos em Boston e em seguida na Escola WrightHumason Oral School de Nova York onde durante dois anos recebeu aulas de linguagem falada e de leitura labial Além de conseguir aprender a ler escrever e falar Helen estudou as disciplinas do currículo regular da escola Livro e trabalhos literários Antes de se formar Helen escreveu a autobiografia A História de Minha Vida que foi publicada em 1902 LIBRAS PROFa JAQUELINE MARIA BERTONCINI TOPPAN FACULDADE CATÓLICA PAULISTA 133 Em sua árdua luta para se integrar à sociedade escreveu uma série de artigos para o Ladies Home Journal Em seus trabalhos literários usava a máquina de datilografia de Braille preparando os artigos e depois os copiava na máquina de datilografia comum Ativista Em 1904 graduouse bacharel em Filosofia pelo Radcliffe College Desenvolveu diversos trabalhos em favor das pessoas com deficiência participou de campanhas pelo voto feminino e pelos direitos trabalhistas A partir de 1924 Helen foi nomeada membro e conselheira em relações nacionais e internacionais da American Fundation for the Blind uma instituição para informações sobre a cegueira fundada em 1921 Em 1924 foi também o ano em que começou sua campanha para levantar verbas para a criação do Fundo Helen Keller A partir de 1946 deu início a uma série de viagens visitou 35 países Em 1952 foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França Recebeu a Ordem do Cruzeiro do Sul no Brasil o Tesouro Sagrado no Japão o prêmio Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais entre outros Helen Keller tornouse membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes Helen Keller faleceu em Easton Connecticut Estados Unidos no dia 1 de junho de 1968 Nesse mesmo ano foi lançado o filme O Milagre de Anne Sullivan um drama biográfico baseado no livro de Helen Frases de Helen Keller A vida é uma aventura ousada ou nada As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar Elas devem ser sentidas com o coração Quando uma porta da felicidade se fecha outra se abre mas costumamos ficar olhando tanto tempo para a que se fechou que não vemos a que se abriu Evitar o perigo não é a longo prazo tão seguro quanto se expor ao perigo A vida é uma aventura ousada ou então não é vida Disponível em HTTPSWWWEBIOGRAFIACOMHELENKELLER Última atualização 05062020 ACESSO EM 20 DE MAIO DE 2021 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA