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Psicanálise
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Olá boa tarde preciso de um texto de cerca de 4 páginas falando sobre a história da psiquiatria passando por Charcot e Bichat até os tratamentos de Freud com as histéricas com ênfase na dicotomia psiquêsoma Referência bibliográfica pode ser Canguilhem Foucault Lacan Freud e afins O limite entre o que pode ser considerado normal e o que deve ser tido como patológico é um ponto que em geral causa contínuas discussões conceituais No campo da psicopatologia essa discussão é mais relevante do que sua demarcação e muito mais flutuante em suas fronteiras vagamente definidas A história dos diagnósticos é homóloga à história da própria doença Desde Hipócrates os médicos têm se empenhado em refinar os métodos de observação com a intenção de melhor discernilos e a partir daí buscar terapias mais eficazes e específicas Ao longo desta história a passagem do século XIX foi particularmente importante porque a estruturação da anatomia patológica estabeleceu definitivamente o método anátomoclínico como conhecimento médico Assim por exemplo em Anatomia geral 1801 Bichat escreveu que a Medicina teria direito a se aproximar das ciências quando juntasse à observação rigorosa do doente o exame das alterações patológicas reconhecidas em seus órgãos Assim as entidades nosológicas são definidas por etiologia evolução tratamento e prognóstico Toda a sofisticação tecnológica desde então apenas refinou o método cujo paradigma permaneceu intacto A contrariedade de Bichat em relação a qualquer objetivo de medir biologia aliase de modo oposto à afirmação de que no nível dos tecidos que estruturam o organismo as patologias devem ser explicadas por variações de suas propriedades variações essas que precisamos admitir serem quantitativas Analisar com precisão as propriedades dos corpos vivos mostrar que todo fenômeno fisiológico corresponde em última análise a essas propriedades consideradas em seu estado natural que todo fenômeno da doença acontece pelo seu aumento sua diminuição e seu modo de alteração que o objetivo terapêutico é retornar ao estado natural do qual se afastou conseguir determinar com firmeza os casos em que cada um desses fatores está em questão De modo igual a Broussais e Comte Existe uma ambigüidade de noções Aumento e diminuição são definições de valor quantitativo no entanto alteração é uma definição qualitativa É óbvio que não é simples criticar médicos e fisiologistas acreditarem no conceito do Mesmo e do Outro em que tantos filósofos caíram desde Platão Nesta proposição diz Bichat A finalidade de qualquer processo curativo é apenas fazer as propriedades vitais alteradas voltarem ao tipo que lhes é natural Qualquer processo que na inflamação local não diminua a sensibilidade orgânica aumentada que nos edemas nas infiltrações etc não aumente essa propriedade nesses casos totalmente diminuída que nas convulsões não restabeleça um nível mais baixo da contratilidade animal que não eleve essa mesma contratilidade a um grau mais alto na paralisia etc não atinge em absoluto seu objetivo é contraindicado A diferença principal é que Broussais colocava toda patologia como sendo algo advindo de excesso e aumento e portanto toda terapêutica condicionada à sangria Podendo afirmar que de fato tudo em excesso não é recomendável Na mesma época de Bichat Pinel criou as bases dessa nova especialidade médica com seu Tratado médicofilosófico sobre mania e alienação 1801 A descoberta de Bayle em 1822 da aracnoidite crônica de origem sifilítica relacionada à paralisia geral progressiva totalmente de acordo com o método anatomoclínico trouxe ânimo ao pensamento psiquiátrico a procurar uma causa orgânica para os diversos transtornos psicológicos É nesse contexto que Kraepelin publicou a primeira nosografia sistemática dos transtornos mentais seu tratado de psiquiatria entendidos então como um agrupamento de sintomas que a etiologia biológica ou genética ainda seria descoberta Nesse cenário surge a questão da histeria e através de médicos como Charcot muda se um pouco o paradigma de tratar as doenças apenas como algo de bases biológicas mesmo que ainda esteja um tanto ligada a essa lógica De Charcot em diante o fenômeno que agora chamamos de psíquico ou psicológico passa a ser considerado Antes de Charcot 18251893 a histeria do grego ὑστέρα que significa útero era compreendida pelo meio científico como uma maneira que as mulheres tinham de simular ou ainda uma disfunção uterina e uma doença que estaria ligada irritação genital que seria tratada através da retirada do clitóris Além disso na Idade Média era geralmente descrita como possessão demoníacaMesmo que se entendesse que a sua causa se relacionasse a uma degeneração congênita do sistema nervoso Charcot contribuiu ao dar a possibilidade da realização de um estudo dessa psicopatologia além de mostrar a relação com conteúdos psíquicos Freud que ficou entusiasmado com a experiência clínica de Charcot e com o método catártico de Breuer como tratamento para a histeria também não estava isento desse espírito científico do término do século XIX V É possível perceber nos primeiros escritos freudianos não somente uma tentativa de explicar a causa dos sintomas histéricos como também a estruturação de um modelo que tentava a partir análise do psiquismo achar seus componentes orgânicos neurológicos visto que a maioria de seus pacientes tinham patologias neuróticas em especial a histeria as questões clínicas chamaram cada dia mais sua atenção especialmente aquelas que se referiam psicopatologia Em oposição às questões relacionadas à fisiologia e à anatomia foram tendo uma perda considerável de importância para ele Por conta de sua inadequação com conhecimento da medicina em relação às neuroses logo depois Freud não apenas se engajaria em criar uma teoria sobre elas mas também adquiriria uma visão sobre a estrutura e modo normal de funcionamento mental partindo do que seria tido como anormal ou patológico e com a publicação de A interpretação dos sonhos 1900 trouxe a pedra angular da psicanálise como campo de estudo à parte da psiquiatria O sonho acontecimento humano universal passou a ser a referência da formação do inconsciente que até então havia sido excluída do nível da psicopatologia Estes limites epistemológicos no entanto nem sempre foram bem claros no percurso da história da psicanálise e da psiquiatria A psiquiatria enquanto ciência pouco evoluiu na primeira metade do século XX com a velocidade e a eficiência que era pretendida Não foi nenhum pouco comparável ao estudo das causas sifilíticas para os distúrbios mentais considerados mais graves tal como a esquizofrenia ou a psicose maníacodepressiva A psicofarmacologia surgiu em meados de 1950 com a clorpromazina que não se mostrou curativa como era de se supor no início Por outro lado a psicanálise foi amplamente disseminada no pósguerra ganhando especificidades distintas nos mais diversos países em que foi ensinada e praticada Durante isso os europeus ingleses e franceses especialmente continuaram a prática psicanalítica limitada em suas próprias instituições Nos EUA ela foi incorporada pela academia principalmente pela classe psiquiátrica combinando aspectos teóricos e técnicos psicanalíticos Tudo isso acabou conduzindo tanto a psiquiatria quanto a psicanálise nos Estados Unidos a um complexo desordenado de constructos teóricos que estampavam a saúde mental da década de 1950 Referências AZEVEDO Guilherme Magnoler Guedes de AMARAL Henrique Uva do O nascimento da psicanálise das influências de Charcot e Breuer à autonomia Cad psicanal Rio de Jeneiro v 43 n 44 p 87109 jun 2021 Canguilhem G 2002 O normal e o patológico 5ed rev aum Rio de Janeiro Forense Universitária
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conhecimento médico Assim por exemplo em Anatomia geral 1801 Bichat escreveu que a Medicina teria direito a se aproximar das ciências quando juntasse à observação rigorosa do doente o exame das alterações patológicas reconhecidas em seus órgãos Assim as entidades nosológicas são definidas por etiologia evolução tratamento e prognóstico Toda a sofisticação tecnológica desde então apenas refinou o método cujo paradigma permaneceu intacto A contrariedade de Bichat em relação a qualquer objetivo de medir biologia aliase de modo oposto à afirmação de que no nível dos tecidos que estruturam o organismo as patologias devem ser explicadas por variações de suas propriedades variações essas que precisamos admitir serem quantitativas Analisar com precisão as propriedades dos corpos vivos mostrar que todo fenômeno fisiológico corresponde em última análise a essas propriedades consideradas em seu estado natural que todo fenômeno da doença acontece pelo seu aumento sua diminuição e seu modo de alteração que o objetivo terapêutico é retornar ao estado natural do qual se afastou conseguir determinar com firmeza os casos em que cada um desses fatores está em questão De modo igual a Broussais e Comte Existe uma ambigüidade de noções Aumento e diminuição são definições de valor quantitativo no entanto alteração é uma definição qualitativa É óbvio que não é simples criticar médicos e fisiologistas acreditarem no conceito do Mesmo e do Outro em que tantos filósofos caíram desde Platão Nesta proposição diz Bichat A finalidade de qualquer processo curativo é apenas fazer as propriedades vitais alteradas voltarem ao tipo que lhes é natural Qualquer processo que na inflamação local não diminua a sensibilidade orgânica aumentada que nos edemas nas infiltrações etc não aumente essa propriedade nesses casos totalmente diminuída que nas convulsões não restabeleça um nível mais baixo da contratilidade animal que não eleve essa mesma contratilidade a um grau mais alto na paralisia etc não atinge em absoluto seu objetivo é contraindicado A diferença principal é que Broussais colocava toda patologia como sendo algo advindo de excesso e aumento e portanto toda terapêutica condicionada à sangria Podendo afirmar que de fato tudo em excesso não é recomendável Na mesma época de Bichat Pinel criou as bases dessa nova especialidade médica com seu Tratado médicofilosófico sobre mania e alienação 1801 A descoberta de Bayle em 1822 da aracnoidite crônica de origem sifilítica relacionada à paralisia geral progressiva totalmente de acordo com o método anatomoclínico trouxe ânimo ao pensamento psiquiátrico a procurar uma causa orgânica para os diversos transtornos psicológicos É nesse contexto que Kraepelin publicou a primeira nosografia sistemática dos transtornos mentais seu tratado de psiquiatria entendidos então como um agrupamento de sintomas que a etiologia biológica ou genética ainda seria descoberta Nesse cenário surge a questão da histeria e através de médicos como Charcot 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pedra angular da psicanálise como campo de estudo à parte da psiquiatria O sonho acontecimento humano universal passou a ser a referência da formação do inconsciente que até então havia sido excluída do nível da psicopatologia Estes limites epistemológicos no entanto nem sempre foram bem claros no percurso da história da psicanálise e da psiquiatria A psiquiatria enquanto ciência pouco evoluiu na primeira metade do século XX com a velocidade e a eficiência que era pretendida Não foi nenhum pouco comparável ao estudo das causas sifilíticas para os distúrbios mentais considerados mais graves tal como a esquizofrenia ou a psicose maníacodepressiva A psicofarmacologia surgiu em meados de 1950 com a clorpromazina que não se mostrou curativa como era de se supor no início Por outro lado a psicanálise foi amplamente disseminada no pósguerra ganhando especificidades distintas nos mais diversos países em que foi ensinada e praticada Durante isso os europeus ingleses e franceses especialmente 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