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Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 49 A ansiedade no meio universitário e sua relação com as habilidades sociais Anxiety in the university and its relationship with social skills Luan Vinicius Bernardelli 1 Camila Pereira 2 Paulo Rogério Alves Brene 3 Luccas Damasceno da Cunha Castorini 4 Resumo O objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes universitários e sua relação com as habilidades sociais dos discentes Tratase de uma pesquisa quantitativa que utiliza métodos estatísticos multivariados foram aplicados a fim de se verificar o impacto da ansiedade em diversas características dos discentes Os resultados encontrados apontam que 53 das mulheres e 35 dos homens apresentaram provável ansiedade totalizando 45 da amostra Ainda apontam que alunos no último período do curso apresentam maiores níveis de ansiedade comparado com os demais períodos Por fim verificouse uma correlação negativa entre a ansiedade e as habilidades sociais mensuradas pela capacidade de abordar uma autoridade receptividade de elogio e pela capacidade de pedir ajuda Dessa forma os resultados apontam que a ansiedade no meio universitário é um problema que pode afetar de forma considerável o desempenho dos alunos na universidade e ações em sala de aula podem ajudar a mitigar as consequências de um problema cada vez mais comum nas universidades brasileiras Palavraschave universidade estudante universitário ansiedade habilidades sociais Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 50 Abstract The objective of this paper is to verify the level of anxiety in university students and its relationship with the students social skills This is quantitative research which uses multivariate statistical methods were applied in order to verify the impact of anxiety on different characteristics of students The results found point out that 53 of women and 35 of men showed probable anxiety totalling 45 of the sample They also point out that students in the last period of the course have higher levels of anxiety compared to the other periods Finally there was a negative correlation between anxiety and social skills measured by the ability to approach an authority receptivity to praise and the ability to ask for help Thus the results show that anxiety in the university environment is a problem that can considerably affect the performance of students at the university and actions in the classroom can help to mitigate the consequences of an increasingly common problem in Brazilian universities Keywords university university student anxiety social skills 1 Universidade Estadual do Paraná Departamento de Gestão e Economia Apucarana PR Brasil Contato luanviniciusbernardelligmailcom ORCID httpsorcidorg0000000314102318 2 Universidade Estadual de Londrina Programa de PósGraduação Associado em Educação Física Londrina PR Brasil Contato camilapereirafisiohotmailcom ORCID httpsorcidorg0000000221796293 3 Universidade Estadual do Norte do Paraná Programa de PósGraduação em Economia Cornélio Procópio PR Brasil Contato paulobreneuenpedubr ORCID httpsorcidorg0000000270968282 4 Universidade Estadual do Norte do Paraná Departamento de Administração Cornélio Procópio PR Brasil Contato luccascastorinihotmailcom ORCID httpsorcidorg0000000308116473 Recebido em 2 de dezembro de 2020 Aprovado em 17 de novembro de 2021 DOI httpdxdoiorg101590S141440772022000100004 Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons httpscreativecommonsorglicensesbync40 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 51 Introdução Dados da Organização Mundial da Saúde OMS apontam que a proporção de pessoas com distúrbios de ansiedade tem crescido ao redor do mundo principalmente em países de renda baixa A estimativa aponta que a proporção média mundial de pessoas com ansiedade era de 36 em 2015 Este problema é especialmente relevante no Brasil em que a proporção de pessoas com ansiedade era quase três vezes superior à média global WHO 2017 A ansiedade pode ser definida como apreensão tensão ou inquietação pela antecipação do perigo cuja fonte é amplamente desconhecida ou não reconhecida ALLEN LEONARD SWEDO 1995 Tratase de um dos comportamentos mais correlacionados com as doenças psicossomáticas as quais desencadeiam muitas outras doenças com origem nos fatores emocionais SALLES SILVA 2012 Dessa forma fica evidente que os transtornos de ansiedade contribuem significativamente para a perda de saúde sendo possivelmente a segunda causa mais comum de incapacidade no mundo Em termos econômicos a ansiedade afeta negativamente o paciente o sistema de saúde e principalmente o mercado de trabalho na sociedade em geral WADE 2012 A vida no meio universitário é um ambiente repleto de incertezas e os problemas emocionais dos estudantes universitários são ainda maiores do que os da população em geral IBRAHIM et al 2013 Muitos universitários apresentam sintomas de ansiedade durante o curso gerados a partir de inúmeros fatores como a decepção entre as expectativas geradas no início do curso e a realidade ao se iniciar IGUE BARIANI MILANESI 2008 Assim como em relação aos alunos do último ano que enfrentam uma difícil transição entre o ambiente universitário e o mercado de trabalho DEL PRETTE DEL PRETTE 2003 Esse fato é evidenciado pelo estudo de Baldassin et al 2008 que identificaram que 3820 dos alunos do curso de Medicina apresentavam distúrbios psicológicos Nesse contexto fica evidente que é essencial compreender os aspectos relacionados ao surgimento de transtornos de ansiedade no ambiente universitário e propor mecanismos para mitigação dos impactos negativos aos discentes Dessa forma o objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes de uma Universidade Estadual do interior do Paraná e avaliar como a ansiedade pode afetar as habilidades sociais dos alunos A hipótese estabelecida é fundamentada pela American Psychiatric Association APA 2014 e Borba Hayasida e Lopes 2019 os quais apontam que questões psicológicas podem afetar a capacidade de se relacionar com outras pessoas dificultando as relações sociais Para cumprir o objetivo proposto este texto está organizado em cinco seções quais sejam Introdução A Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 52 economia comportamental que realiza revisão da literatura sobre a relação da economia comportamental com as habilidades sociais Metodologia que apresenta os procedimentos metodológicos aplicados neste artigo Resultados e discussão que apresenta e analisa as estimativas obtidas neste trabalho e Considerações finais que sumariza os principais resultados encontrados A economia comportamental As relações sociais entre os indivíduos geram inúmeros tipos de conflitos e investigar a melhor forma de organização social é uma tarefa que deve ser enfrentada multidisciplinarmente Nesse sentido significativo avanço da economia no entendimento do comportamento dos indivíduos ocorreu em um trabalho seminal publicado em 1976 por Gary Becker o qual explica que seu interesse nessa temática se iniciou em seus estudos de doutorado que buscava entender como a teoria econômica poderia auxiliar na compreensão da discriminação racial BECKER 1976 Subsequentemente Becker 1976 aplicou os fundamentos econômicos para analisar à fertilidade educação usos do tempo crime casamento interações sociais e outros problemas que antes eram analisados quase que exclusivamente no âmbito sociológico concluindo que a abordagem econômica é aplicável a todo comportamento humano Segundo o autor a abordagem econômica do comportamento humano não era nova pois o próprio Adam Smith 2007 já havia utilizado para entender o comportamento político dos agentes Becker 1976 pondera que os agentes econômicos são racionais e possuem preferências estáveis e dessa forma a teoria econômica aliada com as contribuições interdisciplinares pode aprimorar as relações sociais entre os indivíduos Contudo os agentes nem sempre mostram comportamentos racionais e muitas vezes são influenciados por lembranças sentimentos medos ou seja questões vinculadas a estados psicológicos SAMSON 2015 Em outras palavras além de decisões racionalizáveis os seres humanos possuem preferências sociais como aquelas expressas na confiança altruísmo reciprocidade e justiça que carecem de ser coerentes com as normas sociais SAMSON 2015 Nesse contexto como já mencionado os fundamentos econômicos devem ser complementados sobre o ponto de vista multidisciplinar Segundo Samson 2015 a Economia Comportamental implementa conceitos da Psicologia na racionalidade utilitarista da Teoria Econômica para obter melhores resultados sobre as análises dos problemas econômicos Diversos problemas econômicos podem ser melhores interpretados com o auxílio da Economia Comportamental como na área de finanças comportamentais escolhas intertemporais de Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 53 consumo e até mesmo nas relações de trabalho além de características técnicas como capital humano a capacidade de manter boas relações interpessoais é fundamental para o bom desempenho no emprego e consequentemente para a sobrevivência no mercado de trabalho Em relação às características essenciais para sobreviver no mundo contemporâneo a habilidade social é uma das mais relevantes Muitos autores mencionam a importância das habilidades sociais desde o início da vida do ser humano como Smith 2005 exemplifica que uma criança muito nova não possui autocontrole quando está com raiva medo ou fome sempre faz manifestar seus anseios por meio da violência chamando a atenção de seus pais Inicialmente por se encontrar em um ambiente que tende a estar a seu favor nenhuma consequência grave irá afetála Entretanto Smith 2005 complementa que ao obter uma idade suficiente para ir à escola a criança descobre que essa parcialidade não existe e naturalmente descobre que para evitar o ódio e desprezo de seus pares fazse necessário controlar não apenas a raiva mas todas as outras paixões surgindo a essencialidade do autocontrole Nesse contexto Smith 2005 pontua que as qualidades mais úteis ao ser humano são i a razão e compreensão superiores que permite descobrir as consequências resultantes das ações e ii o autocontrole que eleva a capacidade de suportar o desprazer presente a fim de elevar o prazer futuro O resultado da razão e compreensão superior e do autocontrole é a prudência que é de todas as virtudes a mais útil para o indivíduo Em relação ao desenvolvimento dessas características a psicologia possui bons mecanismos de estímulo ao desenvolvimento do autocontrole e da força de vontade sendo uma vertente dos estudos da Economia Comportamental SAMSON 2015 Segundo Rick e Loewenstein 2015 a literatura existente sobre a força de vontade mostrou de forma consistente que agir contra o ímpeto imediato da motivação emocional implica mais do que uma avaliação puramente racional mas requer também o emprego de um recurso limitado comumente designado como força de vontade Nesse abrangente campo de estudos que envolve a Economia Comportamental devese colocar os holofotes às vivências acadêmicas e as expectativas dos universitários principalmente nos anos iniciais e finais do curso Para Igue Bariani e Milanesi 2008 as expectativas geradas nos alunos no início do curso quanto às vivências representam um dos fatores determinantes no processo de integração ao ensino superior a decepção entre as expectativas iniciais e o que a instituição realmente oferece pode se constituir em uma fonte de desânimo decepção acarretando em mal desempenho do discente Já em relação aos alunos dos últimos anos segundo Del Prette e Del Prette 2003 a transição do ambiente universitário para o mercado de trabalho não é uma tarefa fácil para Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 54 muitos estudantes e a importância de competências interpessoais na formação superior tem ganhado espaço nos cursos de graduação Nesse sentido ainda segundo os autores é essencial que a formação de terceiro grau tenha como escopo além da capacidade analítica e instrumental o desenvolvimento de competência social dos alunos Para Gondim 2002 enfatizar uma formação generalista e ampliar as possibilidades de experiências práticas durante o curso superior são formas alternativas para atender à exigência de um perfil multiprofissional assim proporcionando maturidade pessoal e identidade profissional características necessárias para atuação em situações de imprevisibilidade realidade das atuais organizações Metodologia O objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes universitários e avaliar como a ansiedade pode afetar as habilidades sociais dos alunos Para tanto aplicouse um questionário contendo 38 questões além de questões relacionadas a caracterização básica dos alunos Destacase que este instrumento de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética n 8123 da Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP registrado pelo Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CAAE n 97657018300008123 O questionário para coleta de dados primários foi construído para avaliar questões relacionadas ao perfil de consumo dos estudantes 1 a 8 percepção do aluno em relação ao curso e ao mercado de trabalho 9 a 14 habilidades sociais dos discentes 15 a 21 nível de ansiedade dos alunos 22 a 28 e perguntas sobre as características da personalidade 29 a 38 Todas aplicadas em contexto de tempo limitado de aplicação O presente estudo é uma parte de um estudo maior por isso limitouse a utilizar as questões relacionadas apenas sobre às habilidades sociais e ao nível de ansiedade dos alunos 15 a 28 além das questões de identificação como idade curso sexo período do curso e se o aluno já possui alguma formação superior prévia O questionário foi aplicado em 451 alunos dos cursos de Ciências Econômicas Administração e Ciências Contábeis de um Universo total de 816 alunos matriculados nesses cursos no ano de 2018 O questionário foi aplicado pessoalmente em forma digital na própria sala de aula na presença dos professores tendo garantido o caráter de sigilo das informações prestadas uma vez que o questionário não permite identificação dos alunos As instruções dadas na aplicação dos questionários foram as mesmas para todos os alunos seguindo um protocolo de orientação e aplicação As questões sobre ansiedade permitem a construção de um indicador de sinalização de ansiedade o qual aponta se o aluno possui improvável possível ou provável ansiedade construída por meio da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão Hospital Anxiety and Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 55 Depression Scale HADS que foi traduzida e validada por Botega et al 1995 e que visa detectar graus leves de transtornos afetivos em ambientes não psiquiátricos BERGEROT et al 2014 Inicialmente a HADS foi desenvolvida para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos nãopsiquiátricos sendo depois utilizada em outros tipos de pacientes BRADY et al 2005 em pacientes nãointernados BRANDBERG et al 2004 e em indivíduos sem doença ANDREWS HEJDENBERG WILDING 2006 Ela é constituída por 14 itens de múltipla escolha dos quais sete são voltados para avaliação da ansiedade HADS e sete para depressão HADSD Cada item pode ser pontuado de 0 a 3 atingindose máximo de 21 pontos em cada subescala BERGEROT et al 2014 Zigmond e Snaith 1983 recomendaram dois pontos de corte para serem utilizados em ambas as subescalas casos possíveis recebem pontuação superior a 8 e casos prováveis superior a 11 pontos Propuseram ainda um terceiro ponto de corte distúrbios graves recebem mais de 15 pontos Um ponto importante que difere a HADS das demais escalas é que para prevenir a interferência dos distúrbios somáticos na pontuação da escala foram excluídos todos os sintomas de ansiedade ou de depressão relacionados a doenças físicas Nessa escala não figuram itens como perda de peso anorexia insônia fadiga pessimismo sobre o futuro dor de cabeça e tontura etc que poderiam também ser sintomas de doenças físicas MARCOLINO et al 2007 O presente estudo avaliou apenas as perguntas relacionadas à ansiedade classificando como casos prováveis discentes que receberam pontuação superior a 11 pontos Já as questões de habilidade social foram construídas com base no trabalho de Del Prette Del Prette e Barreto 1998 As questões são denominadas pelos autores como fatores essenciais para a conversação e desenvoltura social as quais retrataram situações sociais de aproximação com risco mínimo de reação indesejável as quais demandam principalmente o traquejo social na conversação e supõe conhecimento das normas de relacionamento cotidiano Dessa forma foi construído um indicador que aponta para provável ansiedade dos alunos o qual foi explorado por meio de técnicas de análise quantitativa e correlacionado com as habilidades sociais dos alunos por meio do coeficiente de correlação de Pearson que é uma medida de associação linear entre as variáveis FIGUEIREDO FILHO SILVA JUNIOR 2009 O coeficiente de Pearson varia de 1 a 1 onde o sinal indica a direção do relacionamento e o valor demonstra a força da relação entre as variáveis portanto ainda segundo Figueiredo Filho e Silva Junior 2009 p 12 uma correlação perfeita 1 ou 1 indica que o escore de uma variável pode ser determinado exatamente ao se saber o escore da outra Sendo assim Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 56 uma correlação de valor zero indicará o contrário ou seja que não existe relação linear entre as variáveis Resultados e discussão Com o objetivo de oferecer um panorama geral sobre os dados utilizados por este estudo a Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas da amostra utilizada Tabela 1 Estatística descritiva das variáveis Variável Todos Improvável Possível Provável Masculino 049 062 053 038 Feminino 051 038 047 062 Idade anos 2164 2215 2154 2142 Curso de Economia 010 015 011 007 Curso de Administração 044 043 045 045 Curso de Contábeis 045 042 044 048 Alunos do 1º Ano 029 028 033 026 Alunos do 2º Ano 027 031 026 025 Alunos do 3º Ano 026 023 025 028 Alunos do 4º Ano 019 018 016 021 Alunos Graduados 009 010 008 008 Autoridade 029 015 028 038 Elogio 031 011 031 041 Favor 013 004 010 020 Observações n 451 112 138 201 Fonte elaborado pelos autores 2020 A partir dos dados visualizados na Tabela 1 é possível observar que o questionário foi aplicado em 451 estudantes de ensino superior dos cursos de Economia 10 Administração 44 e Ciências Contábeis 45 de todos os períodos ou seja 1 29 2 27 3 26 e 419 Alguns alunos matriculados nestes cursos já haviam concluído outro curso de ensino superior 9 Conforme abordado na seção metodológica as questões relativas à ansiedade foram utilizadas para construir um indicador de provável ansiedade que sinaliza se o estudante apresenta indícios de ansiedade e os classifica em ansiedade improvável possível e provável sendo a ansiedade possível inconclusiva Além das questões relacionadas a característica da amostra foram selecionadas três perguntas que investigam as habilidades sociais dos discentes nominadas como autoridade elogio e favor Inicialmente observase que existem diferenças substancias entre os alunos do sexo feminino e masculino conforme evidenciado na Tabela 2 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 57 Tabela 2 Classificação HAD de ansiedade por sexo do aluno Escala HAD Feminino Masculino Total Improvável 19 32 25 Possível 28 33 31 Provável 53 35 45 Fonte elaborado pelos autores 2020 É possível observar que da amostra utilizada 45 apontou ter provável ansiedade o que é uma questão preocupante dado que a ansiedade afeta negativamente o desempenho dos alunos na Universidade JANUARY et al 2018 BORBA HAYASIDA LOPES 2019 GOMES et al 2020 Esse resultado se assemelha às evidências de um estudo realizado com universitários do interior paulista em que 399 dos alunos entrevistados apresentaram escore de classificação para caso suspeito de transtorno de humor de ansiedade e de somatização quando avaliados por um questionário semiestruturado e pelo SelfReporting Questionnaire GOMES et al 2020 Já no trabalho de Ibrahim et al 2013 que realizou uma revisão sistemática sobre o assunto foi relatado que os universitários apresentam taxas mais altas de depressão que a população geral com média ponderada de 306 A maioria dos estudos têm apontado que a prevalência de depressão ou ansiedade em universitários é em média 35 MAYER et al 2016 JANUARY et al 2018 SANTOS et al 2017 média um pouco menor quando comparada ao presente estudo Isso ocorre porque a rotina dos estudantes universitários pode levar à morbidades psicológicas devido a uma série de fatores como a pressão gerada no meio acadêmico a grande quantidade de tempo necessária às atividades acadêmicas e às cobranças referentes a essas atividades ELANI et al 2014 preocupação com a própria saúde BORST FRINGS DRESEN SLUITER 2015 preocupações financeiras WEGE et al 2016 exposição ao sofrimento dos pacientes no caso de estudantes da área da saúde BERTMAN 2016 a indisponibilidade de tempo dedicado ao lazer abuso e maustratos a estudantes COOK et al 2014 insegurança em relação ao ingresso no mercado de trabalho além da própria autocobrança PORCU FRITZEN HELBER 2001 Além disso o sofrimento psicológico entre os estudantes pode influenciar negativamente seu desempenho acadêmico e qualidade de vida PILLAY RAMLALL BURNS 2016 podendo contribuir para o abuso de álcool e substâncias diminuição da empatia e desonestidade acadêmica IP et al 2016 Adicionalmente observase que a diferença entre os sexos é substancial uma vez que 53 das mulheres no presente estudo possuem provável ansiedade contra apenas 35 dos Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 58 homens Conforme evidencia Fernandes et al 2018 a maior prevalência de ansiedade nas mulheres pode ocorrer pela combinação de fatores biológicos sociais e culturais Da mesma forma Gomes et al 2020 encontraram maiores índices de transtornos mentais em mulheres universitárias 437 bem como outros estudos MIRANDA REIS FRETIAS 2017 OLIVEIRA DUARTE 2004 os quais mostraram maiores níveis de ansiedade em mulheres Essa diferença é explicada por esses autores ao fator biológico também ao nível alto de expectativas éticas que envolve o comportamento feminino já que a cultura é mais permissiva com os homens e mais restrita com as mulheres Um outro fator explicativo poderia ser a afirmação pessoal e busca de independência econômica requisitos importantes na personalidade da mulher no limiar do novo milênio que implicaria em comportamentos competitivos estressantes e conflitantes Além disso um outro fator que pode ser levado em conta é que na maioria das mulheres se encontra o projeto de constituição de uma família o que significa para a maior arte uma dupla jornada de trabalho a jornada fora de casa e a dentro de casa situações que podem ocasionar tensões MIRANDA REIS FRETIAS 2017 Tabela 3 Classificação HAD de ansiedade por curso do aluno Escala HAD Economia Administração Contabilidade Total Improvável 37 24 23 25 Possível 33 31 30 31 Provável 30 45 47 45 Fonte elaborado pelos autores 2020 Complementarmente observase relevante diferença entre o curso selecionado pelo aluno tendo Ciências Econômicas apresentado a menor quantidade de alunos com provável ansiedade 30 enquanto Administração e Ciências Contábeis apresentaram 45 e 47 respectivamente De forma semelhante Gomes et al 2020 encontraram em um estudo realizado com diversos cursos de uma universidade paulista do estado de São Paulo que os alunos do curso de Administração apresentaram maiores índices de transtorno mental quando comparados aos outros cursos testados como Direito Ciências da Computação Enfermagem Propaganda Química Análise de Sistemas Fotografia e Medicina Uma outra preocupação ocorre com a saúde psicológica dos discentes ao longo do curso de graduação e a Tabela 3 apresenta informações relacionadas a relação entre a ansiedade e o período cursado pelo aluno Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 59 Tabela 4 Classificação HAD de ansiedade por ano do curso Escala HAD 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano Total Improvável 24 29 22 24 25 Possível 36 30 29 26 30 Provável 40 41 49 50 45 Fonte elaborado pelos autores 2020 Conforme pode ser observado existe um crescente aumento na proporção de alunos com provável ansiedade sendo 40 41 49 e 50 respectivamente para o 1º 2º 3º e 4º período Esse fato aponta que a Universidade pode estar criando um ambiente que favorece o desenvolvimento da ansiedade nos alunos o que difere de um estudo de Miranda Reis e Fretias 2017 no qual encontraram correlação negativa entre o período do curso de Ciências Contábeis e ansiedade ou seja alunos no início do curso tinham maior nível de ansiedade que os alunos no final do curso No entanto o alto nível de ansiedade ao final do curso é um resultado esperado dado que os alunos do último ano enfrentam uma difícil transição entre o ambiente universitário e o mercado de trabalho DEL PRETTE DEL PRETTE 2003 Evidentemente todas essas questões possuem impacto direto nas habilidades sociais dos discentes uma vez que as questões psicológicas afetam de forma relevante a capacidade de se relacionar com outras pessoas APA 2014 BORBA HAYASIDA LOPES 2019 Nesse sentido avaliar a relação entre a ansiedade e as habilidades sociais é fundamental Com o intento de apresentar evidências adicionais a Tabela 5 sumariza os resultados da questão que avalia a capacidade do aluno abordar uma autoridade Tabela 5 Capacidade de abordar uma autoridade Improvável Ansiedade Possível Ansiedade Provável Ansiedade Total Encontrandome próximo de uma pessoa revestida de autoridade evito abordála para iniciar conversação Nunca 18 12 5 10 Raramente 28 24 19 23 Às vezes 39 37 38 38 Quase sempre 10 19 23 19 Sempre 5 9 15 11 Fonte elaborado pelos autores 2020 Conforme pode ser observado 38 dos alunos com provável ansiedade sempre ou quase sempre evitam abordar uma autoridade para iniciar a conversação quando possuem a oportunidade contra apenas 15 dos alunos com improvável ansiedade Diante de um cenário de um rápido processo de mudança das organizações fruto da globalização e a competição cada vez mais acirrada do mercado de trabalho somente a competência técnica e o esforço não Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 60 são suficientes para lidar com essas alterações dando destaque a novas competências principalmente as interpessoais e sociais MORENOJIMENEZ et al 2014 Dessa forma a importância das Habilidades Sociais é cada vez mais aceita no âmbito das organizações como as competências para trabalhar em equipe falar em público resolver problemas tomar decisões comunicarse de forma empática e assertiva Ou seja a dificuldade de se relacionar dos acadêmicos pode influenciar de forma negativa tanto a vida profissional como a vida pessoal BORBA HAYASIDA LOPES 2019 LOPES et al 2017 De forma sequencial a Tabela 6 apresenta dados relativos à capacidade de receber elogio Um bom profissional deve ser capaz de lidar com as mais diversas situações que podem ocorrer em um ambiente de trabalho Segundo BolsoniSilva et al 2009 Del Prette e Del Prette 2004 iniciar conversações ou falar com outras pessoas responder e fazer perguntas trabalhar em grupo dar e receber feedbacks e críticas falar em público entre outros são atividades essenciais no contexto acadêmicos Ou seja as habilidades de comunicação são umas das mais importantes de serem desenvolvidas e treinadas em universitários para um bom desempenho profissional Tabela 6 Classificação HAD de ansiedade por elogio Improvável Ansiedade Possível Ansiedade Provável Ansiedade Total Em meu trabalho ou em minha escola se alguém me faz um elogio fico encabuladoa e não sei o que dizer Nunca 22 10 7 12 Raramente 29 25 16 22 Às vezes 38 34 35 36 Quase sempre 9 17 21 17 Sempre 2 14 20 14 Fonte elaborado pelos autores 2020 Os dados mostram que 31 dos alunos com provável ansiedade se sentem encabulados e não sabem como reagir quando recebem um elogio Comparativamente apenas 11 dos estudantes com improvável ansiedade possuem a mesma dificuldade Essa dificuldade pode refletir negativamente no ambiente de trabalho visto que um profissional com boas habilidades sociais possui flexibilidade para lidar com diversas situações Dessa forma é importante o acadêmico estar preparado para lidar com as mais diversas situações que podem acontecer em um ambiente de trabalho a fim de garantir eficiência corporativa LOPES et al 2017 BORBA HAYASIDA LOPES 2019 Complementarmente a Tabela 7 apresenta os dados referentes a capacidade dos alunos pedirem ajuda Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 61 Tabela 7 Capacidade de pedir ajuda Improvável Ansiedade Possível Ansiedade Provável Ansiedade Total Se preciso pedir um favor a uma colega acabo desistindo de fazêlo Nunca 42 31 18 28 Raramente 34 31 32 32 Às vezes 21 28 30 27 Quase sempre 2 9 15 10 Sempre 2 1 4 3 Fonte elaborado pelos autores 2020 Conforme pode ser visualizado 76 dos alunos com improvável ansiedade nunca ou raramente possuem dificuldade de pedir ajuda a um colega já em relação aos alunos com provável ansiedade esse número reduz para 50 o que retrata a facilidade de relacionamento interpessoal entre os alunos com improvável ansiedade Os resultados sugerem que esses acadêmicos com provável ansiedade podem ter problemas na vida profissional uma vez que uma das competências de maior importância para o mercado de trabalho está associada à comunicação e ao relacionamento interpessoal repertório que constitui um diferencial para o sucesso profissional BORCHARDT et al 2009 Assim fica claro que as Tabelas apresentadas anteriormente fornecem evidências importantes sobre o impacto da ansiedade nas habilidades sociais dos alunos No entanto com o intuito de gerar resultados mais robustos a Tabela 8 apresenta algumas correlações sobre os dados utilizados verificando o nível de significância estatística Tabela 8 Correlação entre as habilidades sociais e a ansiedade Variáveis Ansiedade 0 improvável 1 possível 2 provável Autoridade Elogio Favor Ansiedade 0 improvável 1 possível 2 provável 1 Autoridade 0245 1 Elogio 0302 0243 1 Favor 0264 0248 0296 1 Fonte elaborado pelos autores 2020 p005 p001 p0001 Nota a variável se ansiedade está classificada em 0 improvável 1 possível e 2 provável Conforme pode ser observado todas as correlações apresentadas na Tabela 8 são estatisticamente significantes a um nível de 1 Dessa forma é possível afirmar que as habilidades sociais dos alunos mensuradas por meio da capacidade de abordar uma autoridade da receptividade de um elogio e da capacidade de pedir ajuda a colegas estão positivamente correlacionadas com o nível de ansiedade Isto é esperase que alunos com provável ansiedade tenham dificuldades relacionadas às habilidades sociais Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 62 Os resultados encontrados asseveram grande importância do ponto de vista prático uma vez que mostram que um desempenho insatisfatório do aluno em sala de aula pode se derivar de um desequilíbrio emocional o qual pode acabar agravado se não houver uma colaboração contínua de toda comunidade acadêmica Embora a ansiedade possa ser causada por inúmeros fatores individuais sociais culturais econômicos políticos e ambientais WHO 2013 a empatia da comunidade acadêmica em relação aos discentes podem gerar inúmeros benefícios que contribuam para a redução do impacto das consequências da ansiedade nos estudantes universitários Assim fica evidente que embora o comportamento humano seja uma variável subjetiva e difícil de ser captada abordagens empíricas aliadas a análise de dados podem auxiliar na compreensão dos fenômenos sociais assim como fundamentado por Becker 1976 Dessa forma embora esteja sendo muito pouco explorada em verificações empíricas no Brasil a economia comportamental fundamentada por Samson 2015 possui grande potencial de auxiliar o aprimoramento dos ambientes de ensinoaprendizagem no país Ao conhecer estes aspectos é possível construir ambientes educacionais que favoreçam o aprendizado dos alunos considerando dificuldades não contempladas no atual modelo de aprendizagem Considerações finais A ansiedade é uma doença que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo gerando impactos negativos em todas as áreas da vida O aumento dos problemas relacionados aos transtornos de ansiedade tornandose uma das principais doenças que atinge a sociedade contemporânea No meio acadêmico diversos estudos mostram os impactos negativos proporcionados pelos transtornos psicológicos aos estudantes e profissionais ao redor do mundo Com base nos resultados encontrados neste estudo foi possível evidenciar que 45 dos discentes entrevistados apresentavam um provável nível de ansiedade Além disso observase que a ansiedade está negativamente relacionada com as habilidades sociais Em outras palavras os alunos categorizados com provável ansiedade apresentaram maiores dificuldades em abordar pessoas revestida de autoridade receber elogios pedir um favor para algum colega todas características relacionadas às habilidades sociais Dessa forma fica evidente que a ansiedade no meio universitário é uma temática de suma importância à toda comunidade uma vez que se faz necessário mecanismos de mitigação dos efeitos negativos desta doença Este assunto é especialmente importante no Brasil uma vez que o país apresenta uma proporção de pessoas com ansiedade muito superior aos demais países Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 63 do mundo conforme já relatado Além disso conforme os resultados apontam os transtornos de ansiedade estão relacionados a um nível de habilidade social negativo que pode impactar negativamente no desempenho acadêmico do discente Assim este trabalho proporciona resultados importantes à literatura por apresentar uma realidade empírica de uma universidade do interior do Paraná e correlacionar estes resultados com as habilidades sociais dos alunos Dessa forma fica claro que a docência no ensino superior não deve ser pautada apenas com o objetivo de ensinar um conteúdo teórico ou técnico vai muito além disso O aprendizado do aluno está vinculado a fatores econômicos sociais demográficos e emocionais Nesse contexto a dificuldade de aprendizagem e de inserção no mercado de trabalho pode estar vinculada a problemas relacionados à ansiedade que ao serem identificados podem ser tratados minimizando o impacto na vida dos discentes Dessa forma diversas instituições de ensino têm fornecido aos discentes serviços psicológicos gratuitos de modo a facilitar a identificação de problemas relacionados a ansiedade Este trabalho fornece embasamentos empíricos importantes para tal ação Assim este resultado ganha notoriedade por ser inovador ao identificar uma relação que pode gerar frutos relevantes na adoção de medidas que objetivem reduzir a ansiedade no meio acadêmico Em outras palavras por se tratar de uma doença que afeta significativamente as habilidades sociais dos discentes comprometendo o desempenho acadêmico e profissional dos alunos mecanismos de estímulos sociais dentro das Universidade podem mitigar os impactos da ansiedade nos alunos Embora importantes resultados tenham sido encontrados um aprofundamento para este estudo pode ocorrer com a elaboração de diversas estratégias de intervenção como palestras motivacionais cursos de oratória mecanismos de aproximação de discentes e docentes e a aplicação de protocolos específicos para o controle de ansiedade com a posterior verificação do impacto dessas medidas na ansiedade dos alunos Referências ALLEN Albert John LEONARD Henrietta SWEDO Susan E Current knowledge of medications for the treatment of childhood anxiety disorders Journal of the American Academy of child Adolescent psychiatry United States v 34 n 8 p 976986 1995 APA AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION DSM5 Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais Porto Alegre Artmed 2014 ANDREWS Bernice HEJDENBERG Jennie WILDING John Student anxiety and depression comparison of questionnaire and interview assessments Journal of affective disorders Amsterdam v 95 n 13 p 2934 2006 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 64 BALDASSIN Sergio et al The characteristics of depressive symptoms in medical students during medical education and training a crosssectional study BMC medical education London v 8 n 1 p 18 2008 BECKER Gary The economic approach to human behavior London Chicago Press 1976 BERGEROT Cristiane D et al Avaliação de ansiedade e depressão em pacientes oncológicos comparação psicométrica PsicoUSF Bragança Paulista v 19 n 2 p 187197 2014 BERTMAN Sandra Facing death images insights and interventions a handbook for educators healthcare professionals and counselors New York Taylor Francis 2016 BOLSONISILVA Alessandra Turini et al Avaliação de um treinamento de habilidades sociais THS com universitários e recémformados Interação em Psicologia Curitiba v 13 n 2 2009 BORBA Camila S HAYASIDA Nazaré M LOPES Fernanda M Ansiedade social e habilidades sociais em universitários Psicologia em Pesquisa Juiz de Fora v 13 n 3 p 119137 2019 BORCHARDT Miriam et al O perfil do engenheiro de produção a visão de empresas da região metropolitana de Porto Alegre Production São Carlos v 19 n 2 p 230248 2009 BORST Jorien M FRINGSDRESEN Monique H W SLUITER Judith K Prevalence and incidence of mental health problems among Dutch medical students and the studyrelated and personal risk factors a longitudinal study International journal of adolescent medicine and health London v 28 n 4 p 349355 2015 BOTEGA Neury et al Mood disorders among medical inpatients a validation study of the hospital anxiety and depression scale HAD Revista de Saúde Pública São Paulo v 29 n 5 p 355363 1995 BRADY Shawn et al Precoronary artery bypass graft measures and enrollment in cardiac rehabilitation Journal of Cardiopulmonary Rehabilitation and Prevention Philadelphia v 25 n 6 p 343349 2005 BRANDBERG Y et al Preoperative psychological reactions and quality of life among women with an increased risk of breast cancer who are considering a prophylactic mastectomy European Journal of Cancer Oxford v 40 n 3 p 365374 2004 COOK Alyssa F et al The prevalence of medical student mistreatment and its association with burnout Academic medicine journal of the Association of American Medical Colleges Philadelphia v 89 n 5 p 749 2014 DEL PRETTE Almir DEL PRETTE Zilda A P No contexto da travessia para o ambiente de trabalho treinamento de habilidades sociais com universitários Estudos de Psicologia Natal v 8 n 3 p 413420 2003 DEL PRETTE Almir DEL PRETTE Zilda A P Psicologia das relações interpessoais vivências para o trabalho em grupo Petrópolis Vozes 2004 DEL PRETTE Zilda DEL PRETTE Almir BARRETO Maria Cecilia Mendes Análise de um Inventário de Habilidades Sociais IHS em uma amostra de universitários Psicologia teoria e pesquisa Brasília v 14 n 3 p 219228 1998 ELANI Hawazin W et al A systematic review of stress in dental students Journal of Dental Education Washington v 78 n 2 p 226242 2014 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 65 FERNANDES Marcia et al Prevalência dos transtornos de ansiedade como causa de afastamento de trabalhadores Rev Bras Enferm Brasília v 71 supl 5 p 22132220 2018 FIGUEIREDO FILHO Dalson B SILVA JUNIOR José Desvendando os Mistérios do Coeficiente de Correlação de Pearson r Revista Política Hoje Recife v 18 n 1 2009 GOMES Carlos et al Transtornos mentais comuns em estudantes universitários SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas Ribeirão Preto v 16 n 1 p 18 2020 GONDIM Sonia Perfil profissional e mercado de trabalho relação com formação acadêmica pela perspectiva de estudantes universitários Estudos de Psicologia Natal v 7 n 2 p 299 309 2002 IBRAHIM Ahmed et al A systematic review of studies of depression prevalence in university students Journal of Psychiatric Research Oxford v 47 n 3 p 391400 2013 IGUE Érica BARIANI Isabel MILANESI P Vivência acadêmica e expectativas de universitários ingressantes e concluintes PsicoUSF Bragança Paulista v 13 n 2 p 155 164 2008 IP Eric J et al Motivations and predictors of cheating in pharmacy school American Journal of Pharmaceutical Education Lincoln v 80 n 8 2016 JANUARY James et al Prevalence of depression and anxiety among undergraduate university students in lowand middleincome countries a systematic review protocol Systematic Reviews United Kingdom v 7 n 1 p 57 2018 LOPES Daniele et al Treinamento de habilidades sociais Avaliação de um programa de desenvolvimento interpessoal profissional para universitários de ciências exatas Interação em Psicologia Curitiba v 21 n 1 2017 MARCOLINO José et al Escala hospitalar de ansiedade e depressão estudo da validade de critério e da confiabilidade com pacientes no préoperatório Revista Brasileira de Anestesiologia Rio de Janeiro v 57 n 1 p 5262 2007 MAYER Fernanda et al Factors associated to depression and anxiety in medical students a multicenter study BMC Medical Education London v 16 n 1 p 282 2016 MIRANDA Gilberto José REIS Clara Figueira FRETIAS S C Ansiedade e desempenho acadêmico um estudo com alunos de ciências contábeis In INTERNATIONAL CONFERENCE IN ACCOUTING 17 2017 p 114 MORENOJIMÉNEZ Bernardo et al Habilidades sociales para las nuevas organizaciones Behavioral PsychologyPsicología Conductual Granada v 22 n 3 p 587 604 2014 OLIVEIRA Maria Aparecida DUARTE Angela Maria Menezes Controle de respostas de ansiedade em universitários em situações de exposições orais Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva São Paulo v 6 n 2 p 183200 2004 PILLAY Naushni RAMLALL Suvira BURNS Jonathan K Spirituality depression and quality of life in medical students in KwaZuluNatal South African Journal of Psychiatry South Africa v 22 n 1 2016 PORCU Mauro FRITZEN Claudio Vinicius HELBER Cesar Sintomas depressivos nos estudantes de medicina da Universidade Estadual de Maringá Psiquiatria na prática médica São Paulo v 34 n 1 p 26 2001 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 66 RICK Scott LOEWENSTEIN George Intangibilidade na escolha intertemporal In ÁVILA Flávia BIANCHI Ana Maria Guia de economia comportamental e experimental São Paulo Economiacomportamental 2015 p 7697 SALLES Léia Fortes SILVA Maria Júlia Paes Efeito das essências florais em indivíduos ansiosos Acta Paulista de Enfermagem São Paulo v 25 n 2 p 238242 2012 SAMSON Alain Introdução à economia comportamental e experimental In ÁVILA Flávia BIANCHI Ana Maria Guia de Economia Comportamental e Experimental São Paulo Economiacomportamental 2015 p 2559 SANTOS Lais Silva et al Qualidade de vida e transtornos mentais comuns em estudantes de medicina Cogitare enferm Curitiba v 22 n 4 p e52126 2017 SMITH Adam An inquiry into the nature and causes of the Wealth of Nations New York Metalibri 2005 SMITH Adam The theory of moral sentiments by Adam Smith London Printed for A Millar 2007 WADE Alan G The economic burden of anxiety and depression Medicographia França v 34 n 3 2012 WEGE Natalia et al Mental health among currently enrolled medical students in Germany Public Health London v 132 p 92100 2016 WHO World Health Organization Mental Health Action Plan 20132020 Geneva WHO 2013 Disponível em httpswwwwhointmentalhealthmanagementdepressionprevalenceglobalhealthestima tesen Acesso em 17 jul 2020 WHO World Health Organization Depression and Other Common Mental Disorders Global Health Estimates Geneva WHO 2017 Disponível em httpsappswhointirisbitstreamhandle10665899669789241506021engpdfsequence1 Acesso em 17 jul 2020 ZIGMOND Anthony S SNAITH R P The hospital anxiety and depression scale Acta psychiatrica scandinavica Copenhagen v 67 n 6 p 361370 1983 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 67 ANEXOS Anexo 1 Questionário aplicado Curso Administração Contabilidade Economia Ano 1º 2º 3º 4º Idade Sexo Masc Fem Possui outro curso superior Sim Não Data da aplicação As questões abaixo estão relacionadas ao comportamento à saúde e às habilidades sociais Leia com atenção as questões e responda assinalando uma das alternativas ao lado sendo 1 nunca 2 raramente 3 às vezes 4 quase sempre e 5 sempre Suas respostas são muito importantes Obrigado pela sua participação No Variável Nunca Raramente Às vezes Quase sempre Sempre 1 Evita deixar lâmpadas acesas em ambientes desocupados 1 2 3 4 5 2 Fecha a torneira enquanto escova os dentes 1 2 3 4 5 3 Desliga aparelhos eletrônicos quando não está usando 1 2 3 4 5 4 Costuma planejar suas compras 1 2 3 4 5 5 Costuma pedir nota fiscal quando faz compras 1 2 3 4 5 6 Lê o rótulo atentamente antes de decidir a compra 1 2 3 4 5 7 A família separa o lixo para reciclagem 1 2 3 4 5 8 Procura passar ao maior número de pessoas as informações que aprende sobre as empresas e produtos 1 2 3 4 5 9 Me considero uma pessoa criativa no meu dia a dia 1 2 3 4 5 10 Tomo decisões e resolvo problemas de forma diferente das pessoas do trabalho ou faculdade 1 2 3 4 5 11 Penso em ter uma empresa e me arriscar no mundo os negócios 1 2 3 4 5 12 Está preparado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho 1 2 3 4 5 13 A faculdade lhe oferece conhecimento TEÓRICO suficiente para a sua formação 1 2 3 4 5 14 A faculdade lhe oferece conhecimento PRÁTICO suficiente para a sua formação 1 2 3 4 5 15 Quando estou com uma pessoa que acabei de conhecer não consigo manter um papo interessante 1 2 3 4 5 16 Em uma conversação com amigos não encontro jeito de encerrar a minha participação aguardando 1 2 3 4 5 17 Não consigo interromper uma conversa ao telefone mesmo com pessoas conhecidas 1 2 3 4 5 18 Encontrandome próximo de uma pessoa revestida de autoridade evito abordála para iniciar conversação 1 2 3 4 5 19 Em meu trabalho ou em minha escola se alguém me faz um elogio fico encabuladoa e não sei o que dizer 1 2 3 4 5 20 Se preciso pedir um favor a uma colega acabo desistindo de fazêlo 1 2 3 4 5 21 Ao ser solicitado por uma colega para colocar seu nome em um trabalho feito por mim ou pelo meu grupo acabo consentindo contra a minha vontade 1 2 3 4 5 22 Eu me sinto tensa o ou contraída o 1 2 3 4 23 Eu sinto uma espécie de medo como se alguma coisa ruim fosse acontecer 1 2 3 4 24 Estou com a cabeça cheia de preocupações 1 2 3 4 25 Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado 1 2 3 4 26 Eu tenho uma sensação ruim de medo como um frio na barriga ou um aperto no estômago 1 2 3 4 27 Eu me sinto inquieta o como se eu não pudesse ficar parada o em lugar nenhum 1 2 3 4 28 De repente tenho a sensação de entrar em pânico 1 2 3 4 29 É reservado 1 2 3 4 5 30 É sociável extrovertido 1 2 3 4 5 31 Geralmente confia nas pessoas 1 2 3 4 5 32 Tende a ser crítico com os outros encontrar defeitos 1 2 3 4 5 33 Tende a ser preguiçoso 1 2 3 4 5 34 Insiste até concluir a tarefa ou o trabalho 1 2 3 4 5 35 É relaxado controla bem o estresse 1 2 3 4 5 36 Fica nervoso facilmente 1 2 3 4 5 37 Tem interesses artísticos 1 2 3 4 5 38 Tem uma imaginação fértil 1 2 3 4 5 Fonte Adaptado de Silva Oliveira e Gómez 2013 Del Prette Del Prette e Barreto 1998 Zigmond Snaith 1983 Botega et al 1995 Bortoli 2016
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Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 49 A ansiedade no meio universitário e sua relação com as habilidades sociais Anxiety in the university and its relationship with social skills Luan Vinicius Bernardelli 1 Camila Pereira 2 Paulo Rogério Alves Brene 3 Luccas Damasceno da Cunha Castorini 4 Resumo O objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes universitários e sua relação com as habilidades sociais dos discentes Tratase de uma pesquisa quantitativa que utiliza métodos estatísticos multivariados foram aplicados a fim de se verificar o impacto da ansiedade em diversas características dos discentes Os resultados encontrados apontam que 53 das mulheres e 35 dos homens apresentaram provável ansiedade totalizando 45 da amostra Ainda apontam que alunos no último período do curso apresentam maiores níveis de ansiedade comparado com os demais períodos Por fim verificouse uma correlação negativa entre a ansiedade e as habilidades sociais mensuradas pela capacidade de abordar uma autoridade receptividade de elogio e pela capacidade de pedir ajuda Dessa forma os resultados apontam que a ansiedade no meio universitário é um problema que pode afetar de forma considerável o desempenho dos alunos na universidade e ações em sala de aula podem ajudar a mitigar as consequências de um problema cada vez mais comum nas universidades brasileiras Palavraschave universidade estudante universitário ansiedade habilidades sociais Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 50 Abstract The objective of this paper is to verify the level of anxiety in university students and its relationship with the students social skills This is quantitative research which uses multivariate statistical methods were applied in order to verify the impact of anxiety on different characteristics of students The results found point out that 53 of women and 35 of men showed probable anxiety totalling 45 of the sample They also point out that students in the last period of the course have higher levels of anxiety compared to the other periods Finally there was a negative correlation between anxiety and social skills measured by the ability to approach an authority receptivity to praise and the ability to ask for help Thus the results show that anxiety in the university environment is a problem that can considerably affect the performance of students at the university and actions in the classroom can help to mitigate the consequences of an increasingly common problem in Brazilian universities Keywords university university student anxiety social skills 1 Universidade Estadual do Paraná Departamento de Gestão e Economia Apucarana PR Brasil Contato luanviniciusbernardelligmailcom ORCID httpsorcidorg0000000314102318 2 Universidade Estadual de Londrina Programa de PósGraduação Associado em Educação Física Londrina PR Brasil Contato camilapereirafisiohotmailcom ORCID httpsorcidorg0000000221796293 3 Universidade Estadual do Norte do Paraná Programa de PósGraduação em Economia Cornélio Procópio PR Brasil Contato paulobreneuenpedubr ORCID httpsorcidorg0000000270968282 4 Universidade Estadual do Norte do Paraná Departamento de Administração Cornélio Procópio PR Brasil Contato luccascastorinihotmailcom ORCID httpsorcidorg0000000308116473 Recebido em 2 de dezembro de 2020 Aprovado em 17 de novembro de 2021 DOI httpdxdoiorg101590S141440772022000100004 Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons httpscreativecommonsorglicensesbync40 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 51 Introdução Dados da Organização Mundial da Saúde OMS apontam que a proporção de pessoas com distúrbios de ansiedade tem crescido ao redor do mundo principalmente em países de renda baixa A estimativa aponta que a proporção média mundial de pessoas com ansiedade era de 36 em 2015 Este problema é especialmente relevante no Brasil em que a proporção de pessoas com ansiedade era quase três vezes superior à média global WHO 2017 A ansiedade pode ser definida como apreensão tensão ou inquietação pela antecipação do perigo cuja fonte é amplamente desconhecida ou não reconhecida ALLEN LEONARD SWEDO 1995 Tratase de um dos comportamentos mais correlacionados com as doenças psicossomáticas as quais desencadeiam muitas outras doenças com origem nos fatores emocionais SALLES SILVA 2012 Dessa forma fica evidente que os transtornos de ansiedade contribuem significativamente para a perda de saúde sendo possivelmente a segunda causa mais comum de incapacidade no mundo Em termos econômicos a ansiedade afeta negativamente o paciente o sistema de saúde e principalmente o mercado de trabalho na sociedade em geral WADE 2012 A vida no meio universitário é um ambiente repleto de incertezas e os problemas emocionais dos estudantes universitários são ainda maiores do que os da população em geral IBRAHIM et al 2013 Muitos universitários apresentam sintomas de ansiedade durante o curso gerados a partir de inúmeros fatores como a decepção entre as expectativas geradas no início do curso e a realidade ao se iniciar IGUE BARIANI MILANESI 2008 Assim como em relação aos alunos do último ano que enfrentam uma difícil transição entre o ambiente universitário e o mercado de trabalho DEL PRETTE DEL PRETTE 2003 Esse fato é evidenciado pelo estudo de Baldassin et al 2008 que identificaram que 3820 dos alunos do curso de Medicina apresentavam distúrbios psicológicos Nesse contexto fica evidente que é essencial compreender os aspectos relacionados ao surgimento de transtornos de ansiedade no ambiente universitário e propor mecanismos para mitigação dos impactos negativos aos discentes Dessa forma o objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes de uma Universidade Estadual do interior do Paraná e avaliar como a ansiedade pode afetar as habilidades sociais dos alunos A hipótese estabelecida é fundamentada pela American Psychiatric Association APA 2014 e Borba Hayasida e Lopes 2019 os quais apontam que questões psicológicas podem afetar a capacidade de se relacionar com outras pessoas dificultando as relações sociais Para cumprir o objetivo proposto este texto está organizado em cinco seções quais sejam Introdução A Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 52 economia comportamental que realiza revisão da literatura sobre a relação da economia comportamental com as habilidades sociais Metodologia que apresenta os procedimentos metodológicos aplicados neste artigo Resultados e discussão que apresenta e analisa as estimativas obtidas neste trabalho e Considerações finais que sumariza os principais resultados encontrados A economia comportamental As relações sociais entre os indivíduos geram inúmeros tipos de conflitos e investigar a melhor forma de organização social é uma tarefa que deve ser enfrentada multidisciplinarmente Nesse sentido significativo avanço da economia no entendimento do comportamento dos indivíduos ocorreu em um trabalho seminal publicado em 1976 por Gary Becker o qual explica que seu interesse nessa temática se iniciou em seus estudos de doutorado que buscava entender como a teoria econômica poderia auxiliar na compreensão da discriminação racial BECKER 1976 Subsequentemente Becker 1976 aplicou os fundamentos econômicos para analisar à fertilidade educação usos do tempo crime casamento interações sociais e outros problemas que antes eram analisados quase que exclusivamente no âmbito sociológico concluindo que a abordagem econômica é aplicável a todo comportamento humano Segundo o autor a abordagem econômica do comportamento humano não era nova pois o próprio Adam Smith 2007 já havia utilizado para entender o comportamento político dos agentes Becker 1976 pondera que os agentes econômicos são racionais e possuem preferências estáveis e dessa forma a teoria econômica aliada com as contribuições interdisciplinares pode aprimorar as relações sociais entre os indivíduos Contudo os agentes nem sempre mostram comportamentos racionais e muitas vezes são influenciados por lembranças sentimentos medos ou seja questões vinculadas a estados psicológicos SAMSON 2015 Em outras palavras além de decisões racionalizáveis os seres humanos possuem preferências sociais como aquelas expressas na confiança altruísmo reciprocidade e justiça que carecem de ser coerentes com as normas sociais SAMSON 2015 Nesse contexto como já mencionado os fundamentos econômicos devem ser complementados sobre o ponto de vista multidisciplinar Segundo Samson 2015 a Economia Comportamental implementa conceitos da Psicologia na racionalidade utilitarista da Teoria Econômica para obter melhores resultados sobre as análises dos problemas econômicos Diversos problemas econômicos podem ser melhores interpretados com o auxílio da Economia Comportamental como na área de finanças comportamentais escolhas intertemporais de Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 53 consumo e até mesmo nas relações de trabalho além de características técnicas como capital humano a capacidade de manter boas relações interpessoais é fundamental para o bom desempenho no emprego e consequentemente para a sobrevivência no mercado de trabalho Em relação às características essenciais para sobreviver no mundo contemporâneo a habilidade social é uma das mais relevantes Muitos autores mencionam a importância das habilidades sociais desde o início da vida do ser humano como Smith 2005 exemplifica que uma criança muito nova não possui autocontrole quando está com raiva medo ou fome sempre faz manifestar seus anseios por meio da violência chamando a atenção de seus pais Inicialmente por se encontrar em um ambiente que tende a estar a seu favor nenhuma consequência grave irá afetála Entretanto Smith 2005 complementa que ao obter uma idade suficiente para ir à escola a criança descobre que essa parcialidade não existe e naturalmente descobre que para evitar o ódio e desprezo de seus pares fazse necessário controlar não apenas a raiva mas todas as outras paixões surgindo a essencialidade do autocontrole Nesse contexto Smith 2005 pontua que as qualidades mais úteis ao ser humano são i a razão e compreensão superiores que permite descobrir as consequências resultantes das ações e ii o autocontrole que eleva a capacidade de suportar o desprazer presente a fim de elevar o prazer futuro O resultado da razão e compreensão superior e do autocontrole é a prudência que é de todas as virtudes a mais útil para o indivíduo Em relação ao desenvolvimento dessas características a psicologia possui bons mecanismos de estímulo ao desenvolvimento do autocontrole e da força de vontade sendo uma vertente dos estudos da Economia Comportamental SAMSON 2015 Segundo Rick e Loewenstein 2015 a literatura existente sobre a força de vontade mostrou de forma consistente que agir contra o ímpeto imediato da motivação emocional implica mais do que uma avaliação puramente racional mas requer também o emprego de um recurso limitado comumente designado como força de vontade Nesse abrangente campo de estudos que envolve a Economia Comportamental devese colocar os holofotes às vivências acadêmicas e as expectativas dos universitários principalmente nos anos iniciais e finais do curso Para Igue Bariani e Milanesi 2008 as expectativas geradas nos alunos no início do curso quanto às vivências representam um dos fatores determinantes no processo de integração ao ensino superior a decepção entre as expectativas iniciais e o que a instituição realmente oferece pode se constituir em uma fonte de desânimo decepção acarretando em mal desempenho do discente Já em relação aos alunos dos últimos anos segundo Del Prette e Del Prette 2003 a transição do ambiente universitário para o mercado de trabalho não é uma tarefa fácil para Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 54 muitos estudantes e a importância de competências interpessoais na formação superior tem ganhado espaço nos cursos de graduação Nesse sentido ainda segundo os autores é essencial que a formação de terceiro grau tenha como escopo além da capacidade analítica e instrumental o desenvolvimento de competência social dos alunos Para Gondim 2002 enfatizar uma formação generalista e ampliar as possibilidades de experiências práticas durante o curso superior são formas alternativas para atender à exigência de um perfil multiprofissional assim proporcionando maturidade pessoal e identidade profissional características necessárias para atuação em situações de imprevisibilidade realidade das atuais organizações Metodologia O objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes universitários e avaliar como a ansiedade pode afetar as habilidades sociais dos alunos Para tanto aplicouse um questionário contendo 38 questões além de questões relacionadas a caracterização básica dos alunos Destacase que este instrumento de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética n 8123 da Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP registrado pelo Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CAAE n 97657018300008123 O questionário para coleta de dados primários foi construído para avaliar questões relacionadas ao perfil de consumo dos estudantes 1 a 8 percepção do aluno em relação ao curso e ao mercado de trabalho 9 a 14 habilidades sociais dos discentes 15 a 21 nível de ansiedade dos alunos 22 a 28 e perguntas sobre as características da personalidade 29 a 38 Todas aplicadas em contexto de tempo limitado de aplicação O presente estudo é uma parte de um estudo maior por isso limitouse a utilizar as questões relacionadas apenas sobre às habilidades sociais e ao nível de ansiedade dos alunos 15 a 28 além das questões de identificação como idade curso sexo período do curso e se o aluno já possui alguma formação superior prévia O questionário foi aplicado em 451 alunos dos cursos de Ciências Econômicas Administração e Ciências Contábeis de um Universo total de 816 alunos matriculados nesses cursos no ano de 2018 O questionário foi aplicado pessoalmente em forma digital na própria sala de aula na presença dos professores tendo garantido o caráter de sigilo das informações prestadas uma vez que o questionário não permite identificação dos alunos As instruções dadas na aplicação dos questionários foram as mesmas para todos os alunos seguindo um protocolo de orientação e aplicação As questões sobre ansiedade permitem a construção de um indicador de sinalização de ansiedade o qual aponta se o aluno possui improvável possível ou provável ansiedade construída por meio da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão Hospital Anxiety and Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 55 Depression Scale HADS que foi traduzida e validada por Botega et al 1995 e que visa detectar graus leves de transtornos afetivos em ambientes não psiquiátricos BERGEROT et al 2014 Inicialmente a HADS foi desenvolvida para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos nãopsiquiátricos sendo depois utilizada em outros tipos de pacientes BRADY et al 2005 em pacientes nãointernados BRANDBERG et al 2004 e em indivíduos sem doença ANDREWS HEJDENBERG WILDING 2006 Ela é constituída por 14 itens de múltipla escolha dos quais sete são voltados para avaliação da ansiedade HADS e sete para depressão HADSD Cada item pode ser pontuado de 0 a 3 atingindose máximo de 21 pontos em cada subescala BERGEROT et al 2014 Zigmond e Snaith 1983 recomendaram dois pontos de corte para serem utilizados em ambas as subescalas casos possíveis recebem pontuação superior a 8 e casos prováveis superior a 11 pontos Propuseram ainda um terceiro ponto de corte distúrbios graves recebem mais de 15 pontos Um ponto importante que difere a HADS das demais escalas é que para prevenir a interferência dos distúrbios somáticos na pontuação da escala foram excluídos todos os sintomas de ansiedade ou de depressão relacionados a doenças físicas Nessa escala não figuram itens como perda de peso anorexia insônia fadiga pessimismo sobre o futuro dor de cabeça e tontura etc que poderiam também ser sintomas de doenças físicas MARCOLINO et al 2007 O presente estudo avaliou apenas as perguntas relacionadas à ansiedade classificando como casos prováveis discentes que receberam pontuação superior a 11 pontos Já as questões de habilidade social foram construídas com base no trabalho de Del Prette Del Prette e Barreto 1998 As questões são denominadas pelos autores como fatores essenciais para a conversação e desenvoltura social as quais retrataram situações sociais de aproximação com risco mínimo de reação indesejável as quais demandam principalmente o traquejo social na conversação e supõe conhecimento das normas de relacionamento cotidiano Dessa forma foi construído um indicador que aponta para provável ansiedade dos alunos o qual foi explorado por meio de técnicas de análise quantitativa e correlacionado com as habilidades sociais dos alunos por meio do coeficiente de correlação de Pearson que é uma medida de associação linear entre as variáveis FIGUEIREDO FILHO SILVA JUNIOR 2009 O coeficiente de Pearson varia de 1 a 1 onde o sinal indica a direção do relacionamento e o valor demonstra a força da relação entre as variáveis portanto ainda segundo Figueiredo Filho e Silva Junior 2009 p 12 uma correlação perfeita 1 ou 1 indica que o escore de uma variável pode ser determinado exatamente ao se saber o escore da outra Sendo assim Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 56 uma correlação de valor zero indicará o contrário ou seja que não existe relação linear entre as variáveis Resultados e discussão Com o objetivo de oferecer um panorama geral sobre os dados utilizados por este estudo a Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas da amostra utilizada Tabela 1 Estatística descritiva das variáveis Variável Todos Improvável Possível Provável Masculino 049 062 053 038 Feminino 051 038 047 062 Idade anos 2164 2215 2154 2142 Curso de Economia 010 015 011 007 Curso de Administração 044 043 045 045 Curso de Contábeis 045 042 044 048 Alunos do 1º Ano 029 028 033 026 Alunos do 2º Ano 027 031 026 025 Alunos do 3º Ano 026 023 025 028 Alunos do 4º Ano 019 018 016 021 Alunos Graduados 009 010 008 008 Autoridade 029 015 028 038 Elogio 031 011 031 041 Favor 013 004 010 020 Observações n 451 112 138 201 Fonte elaborado pelos autores 2020 A partir dos dados visualizados na Tabela 1 é possível observar que o questionário foi aplicado em 451 estudantes de ensino superior dos cursos de Economia 10 Administração 44 e Ciências Contábeis 45 de todos os períodos ou seja 1 29 2 27 3 26 e 419 Alguns alunos matriculados nestes cursos já haviam concluído outro curso de ensino superior 9 Conforme abordado na seção metodológica as questões relativas à ansiedade foram utilizadas para construir um indicador de provável ansiedade que sinaliza se o estudante apresenta indícios de ansiedade e os classifica em ansiedade improvável possível e provável sendo a ansiedade possível inconclusiva Além das questões relacionadas a característica da amostra foram selecionadas três perguntas que investigam as habilidades sociais dos discentes nominadas como autoridade elogio e favor Inicialmente observase que existem diferenças substancias entre os alunos do sexo feminino e masculino conforme evidenciado na Tabela 2 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 57 Tabela 2 Classificação HAD de ansiedade por sexo do aluno Escala HAD Feminino Masculino Total Improvável 19 32 25 Possível 28 33 31 Provável 53 35 45 Fonte elaborado pelos autores 2020 É possível observar que da amostra utilizada 45 apontou ter provável ansiedade o que é uma questão preocupante dado que a ansiedade afeta negativamente o desempenho dos alunos na Universidade JANUARY et al 2018 BORBA HAYASIDA LOPES 2019 GOMES et al 2020 Esse resultado se assemelha às evidências de um estudo realizado com universitários do interior paulista em que 399 dos alunos entrevistados apresentaram escore de classificação para caso suspeito de transtorno de humor de ansiedade e de somatização quando avaliados por um questionário semiestruturado e pelo SelfReporting Questionnaire GOMES et al 2020 Já no trabalho de Ibrahim et al 2013 que realizou uma revisão sistemática sobre o assunto foi relatado que os universitários apresentam taxas mais altas de depressão que a população geral com média ponderada de 306 A maioria dos estudos têm apontado que a prevalência de depressão ou ansiedade em universitários é em média 35 MAYER et al 2016 JANUARY et al 2018 SANTOS et al 2017 média um pouco menor quando comparada ao presente estudo Isso ocorre porque a rotina dos estudantes universitários pode levar à morbidades psicológicas devido a uma série de fatores como a pressão gerada no meio acadêmico a grande quantidade de tempo necessária às atividades acadêmicas e às cobranças referentes a essas atividades ELANI et al 2014 preocupação com a própria saúde BORST FRINGS DRESEN SLUITER 2015 preocupações financeiras WEGE et al 2016 exposição ao sofrimento dos pacientes no caso de estudantes da área da saúde BERTMAN 2016 a indisponibilidade de tempo dedicado ao lazer abuso e maustratos a estudantes COOK et al 2014 insegurança em relação ao ingresso no mercado de trabalho além da própria autocobrança PORCU FRITZEN HELBER 2001 Além disso o sofrimento psicológico entre os estudantes pode influenciar negativamente seu desempenho acadêmico e qualidade de vida PILLAY RAMLALL BURNS 2016 podendo contribuir para o abuso de álcool e substâncias diminuição da empatia e desonestidade acadêmica IP et al 2016 Adicionalmente observase que a diferença entre os sexos é substancial uma vez que 53 das mulheres no presente estudo possuem provável ansiedade contra apenas 35 dos Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 58 homens Conforme evidencia Fernandes et al 2018 a maior prevalência de ansiedade nas mulheres pode ocorrer pela combinação de fatores biológicos sociais e culturais Da mesma forma Gomes et al 2020 encontraram maiores índices de transtornos mentais em mulheres universitárias 437 bem como outros estudos MIRANDA REIS FRETIAS 2017 OLIVEIRA DUARTE 2004 os quais mostraram maiores níveis de ansiedade em mulheres Essa diferença é explicada por esses autores ao fator biológico também ao nível alto de expectativas éticas que envolve o comportamento feminino já que a cultura é mais permissiva com os homens e mais restrita com as mulheres Um outro fator explicativo poderia ser a afirmação pessoal e busca de independência econômica requisitos importantes na personalidade da mulher no limiar do novo milênio que implicaria em comportamentos competitivos estressantes e conflitantes Além disso um outro fator que pode ser levado em conta é que na maioria das mulheres se encontra o projeto de constituição de uma família o que significa para a maior arte uma dupla jornada de trabalho a jornada fora de casa e a dentro de casa situações que podem ocasionar tensões MIRANDA REIS FRETIAS 2017 Tabela 3 Classificação HAD de ansiedade por curso do aluno Escala HAD Economia Administração Contabilidade Total Improvável 37 24 23 25 Possível 33 31 30 31 Provável 30 45 47 45 Fonte elaborado pelos autores 2020 Complementarmente observase relevante diferença entre o curso selecionado pelo aluno tendo Ciências Econômicas apresentado a menor quantidade de alunos com provável ansiedade 30 enquanto Administração e Ciências Contábeis apresentaram 45 e 47 respectivamente De forma semelhante Gomes et al 2020 encontraram em um estudo realizado com diversos cursos de uma universidade paulista do estado de São Paulo que os alunos do curso de Administração apresentaram maiores índices de transtorno mental quando comparados aos outros cursos testados como Direito Ciências da Computação Enfermagem Propaganda Química Análise de Sistemas Fotografia e Medicina Uma outra preocupação ocorre com a saúde psicológica dos discentes ao longo do curso de graduação e a Tabela 3 apresenta informações relacionadas a relação entre a ansiedade e o período cursado pelo aluno Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 59 Tabela 4 Classificação HAD de ansiedade por ano do curso Escala HAD 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano Total Improvável 24 29 22 24 25 Possível 36 30 29 26 30 Provável 40 41 49 50 45 Fonte elaborado pelos autores 2020 Conforme pode ser observado existe um crescente aumento na proporção de alunos com provável ansiedade sendo 40 41 49 e 50 respectivamente para o 1º 2º 3º e 4º período Esse fato aponta que a Universidade pode estar criando um ambiente que favorece o desenvolvimento da ansiedade nos alunos o que difere de um estudo de Miranda Reis e Fretias 2017 no qual encontraram correlação negativa entre o período do curso de Ciências Contábeis e ansiedade ou seja alunos no início do curso tinham maior nível de ansiedade que os alunos no final do curso No entanto o alto nível de ansiedade ao final do curso é um resultado esperado dado que os alunos do último ano enfrentam uma difícil transição entre o ambiente universitário e o mercado de trabalho DEL PRETTE DEL PRETTE 2003 Evidentemente todas essas questões possuem impacto direto nas habilidades sociais dos discentes uma vez que as questões psicológicas afetam de forma relevante a capacidade de se relacionar com outras pessoas APA 2014 BORBA HAYASIDA LOPES 2019 Nesse sentido avaliar a relação entre a ansiedade e as habilidades sociais é fundamental Com o intento de apresentar evidências adicionais a Tabela 5 sumariza os resultados da questão que avalia a capacidade do aluno abordar uma autoridade Tabela 5 Capacidade de abordar uma autoridade Improvável Ansiedade Possível Ansiedade Provável Ansiedade Total Encontrandome próximo de uma pessoa revestida de autoridade evito abordála para iniciar conversação Nunca 18 12 5 10 Raramente 28 24 19 23 Às vezes 39 37 38 38 Quase sempre 10 19 23 19 Sempre 5 9 15 11 Fonte elaborado pelos autores 2020 Conforme pode ser observado 38 dos alunos com provável ansiedade sempre ou quase sempre evitam abordar uma autoridade para iniciar a conversação quando possuem a oportunidade contra apenas 15 dos alunos com improvável ansiedade Diante de um cenário de um rápido processo de mudança das organizações fruto da globalização e a competição cada vez mais acirrada do mercado de trabalho somente a competência técnica e o esforço não Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 60 são suficientes para lidar com essas alterações dando destaque a novas competências principalmente as interpessoais e sociais MORENOJIMENEZ et al 2014 Dessa forma a importância das Habilidades Sociais é cada vez mais aceita no âmbito das organizações como as competências para trabalhar em equipe falar em público resolver problemas tomar decisões comunicarse de forma empática e assertiva Ou seja a dificuldade de se relacionar dos acadêmicos pode influenciar de forma negativa tanto a vida profissional como a vida pessoal BORBA HAYASIDA LOPES 2019 LOPES et al 2017 De forma sequencial a Tabela 6 apresenta dados relativos à capacidade de receber elogio Um bom profissional deve ser capaz de lidar com as mais diversas situações que podem ocorrer em um ambiente de trabalho Segundo BolsoniSilva et al 2009 Del Prette e Del Prette 2004 iniciar conversações ou falar com outras pessoas responder e fazer perguntas trabalhar em grupo dar e receber feedbacks e críticas falar em público entre outros são atividades essenciais no contexto acadêmicos Ou seja as habilidades de comunicação são umas das mais importantes de serem desenvolvidas e treinadas em universitários para um bom desempenho profissional Tabela 6 Classificação HAD de ansiedade por elogio Improvável Ansiedade Possível Ansiedade Provável Ansiedade Total Em meu trabalho ou em minha escola se alguém me faz um elogio fico encabuladoa e não sei o que dizer Nunca 22 10 7 12 Raramente 29 25 16 22 Às vezes 38 34 35 36 Quase sempre 9 17 21 17 Sempre 2 14 20 14 Fonte elaborado pelos autores 2020 Os dados mostram que 31 dos alunos com provável ansiedade se sentem encabulados e não sabem como reagir quando recebem um elogio Comparativamente apenas 11 dos estudantes com improvável ansiedade possuem a mesma dificuldade Essa dificuldade pode refletir negativamente no ambiente de trabalho visto que um profissional com boas habilidades sociais possui flexibilidade para lidar com diversas situações Dessa forma é importante o acadêmico estar preparado para lidar com as mais diversas situações que podem acontecer em um ambiente de trabalho a fim de garantir eficiência corporativa LOPES et al 2017 BORBA HAYASIDA LOPES 2019 Complementarmente a Tabela 7 apresenta os dados referentes a capacidade dos alunos pedirem ajuda Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 61 Tabela 7 Capacidade de pedir ajuda Improvável Ansiedade Possível Ansiedade Provável Ansiedade Total Se preciso pedir um favor a uma colega acabo desistindo de fazêlo Nunca 42 31 18 28 Raramente 34 31 32 32 Às vezes 21 28 30 27 Quase sempre 2 9 15 10 Sempre 2 1 4 3 Fonte elaborado pelos autores 2020 Conforme pode ser visualizado 76 dos alunos com improvável ansiedade nunca ou raramente possuem dificuldade de pedir ajuda a um colega já em relação aos alunos com provável ansiedade esse número reduz para 50 o que retrata a facilidade de relacionamento interpessoal entre os alunos com improvável ansiedade Os resultados sugerem que esses acadêmicos com provável ansiedade podem ter problemas na vida profissional uma vez que uma das competências de maior importância para o mercado de trabalho está associada à comunicação e ao relacionamento interpessoal repertório que constitui um diferencial para o sucesso profissional BORCHARDT et al 2009 Assim fica claro que as Tabelas apresentadas anteriormente fornecem evidências importantes sobre o impacto da ansiedade nas habilidades sociais dos alunos No entanto com o intuito de gerar resultados mais robustos a Tabela 8 apresenta algumas correlações sobre os dados utilizados verificando o nível de significância estatística Tabela 8 Correlação entre as habilidades sociais e a ansiedade Variáveis Ansiedade 0 improvável 1 possível 2 provável Autoridade Elogio Favor Ansiedade 0 improvável 1 possível 2 provável 1 Autoridade 0245 1 Elogio 0302 0243 1 Favor 0264 0248 0296 1 Fonte elaborado pelos autores 2020 p005 p001 p0001 Nota a variável se ansiedade está classificada em 0 improvável 1 possível e 2 provável Conforme pode ser observado todas as correlações apresentadas na Tabela 8 são estatisticamente significantes a um nível de 1 Dessa forma é possível afirmar que as habilidades sociais dos alunos mensuradas por meio da capacidade de abordar uma autoridade da receptividade de um elogio e da capacidade de pedir ajuda a colegas estão positivamente correlacionadas com o nível de ansiedade Isto é esperase que alunos com provável ansiedade tenham dificuldades relacionadas às habilidades sociais Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 62 Os resultados encontrados asseveram grande importância do ponto de vista prático uma vez que mostram que um desempenho insatisfatório do aluno em sala de aula pode se derivar de um desequilíbrio emocional o qual pode acabar agravado se não houver uma colaboração contínua de toda comunidade acadêmica Embora a ansiedade possa ser causada por inúmeros fatores individuais sociais culturais econômicos políticos e ambientais WHO 2013 a empatia da comunidade acadêmica em relação aos discentes podem gerar inúmeros benefícios que contribuam para a redução do impacto das consequências da ansiedade nos estudantes universitários Assim fica evidente que embora o comportamento humano seja uma variável subjetiva e difícil de ser captada abordagens empíricas aliadas a análise de dados podem auxiliar na compreensão dos fenômenos sociais assim como fundamentado por Becker 1976 Dessa forma embora esteja sendo muito pouco explorada em verificações empíricas no Brasil a economia comportamental fundamentada por Samson 2015 possui grande potencial de auxiliar o aprimoramento dos ambientes de ensinoaprendizagem no país Ao conhecer estes aspectos é possível construir ambientes educacionais que favoreçam o aprendizado dos alunos considerando dificuldades não contempladas no atual modelo de aprendizagem Considerações finais A ansiedade é uma doença que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo gerando impactos negativos em todas as áreas da vida O aumento dos problemas relacionados aos transtornos de ansiedade tornandose uma das principais doenças que atinge a sociedade contemporânea No meio acadêmico diversos estudos mostram os impactos negativos proporcionados pelos transtornos psicológicos aos estudantes e profissionais ao redor do mundo Com base nos resultados encontrados neste estudo foi possível evidenciar que 45 dos discentes entrevistados apresentavam um provável nível de ansiedade Além disso observase que a ansiedade está negativamente relacionada com as habilidades sociais Em outras palavras os alunos categorizados com provável ansiedade apresentaram maiores dificuldades em abordar pessoas revestida de autoridade receber elogios pedir um favor para algum colega todas características relacionadas às habilidades sociais Dessa forma fica evidente que a ansiedade no meio universitário é uma temática de suma importância à toda comunidade uma vez que se faz necessário mecanismos de mitigação dos efeitos negativos desta doença Este assunto é especialmente importante no Brasil uma vez que o país apresenta uma proporção de pessoas com ansiedade muito superior aos demais países Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 63 do mundo conforme já relatado Além disso conforme os resultados apontam os transtornos de ansiedade estão relacionados a um nível de habilidade social negativo que pode impactar negativamente no desempenho acadêmico do discente Assim este trabalho proporciona resultados importantes à literatura por apresentar uma realidade empírica de uma universidade do interior do Paraná e correlacionar estes resultados com as habilidades sociais dos alunos Dessa forma fica claro que a docência no ensino superior não deve ser pautada apenas com o objetivo de ensinar um conteúdo teórico ou técnico vai muito além disso O aprendizado do aluno está vinculado a fatores econômicos sociais demográficos e emocionais Nesse contexto a dificuldade de aprendizagem e de inserção no mercado de trabalho pode estar vinculada a problemas relacionados à ansiedade que ao serem identificados podem ser tratados minimizando o impacto na vida dos discentes Dessa forma diversas instituições de ensino têm fornecido aos discentes serviços psicológicos gratuitos de modo a facilitar a identificação de problemas relacionados a ansiedade Este trabalho fornece embasamentos empíricos importantes para tal ação Assim este resultado ganha notoriedade por ser inovador ao identificar uma relação que pode gerar frutos relevantes na adoção de medidas que objetivem reduzir a ansiedade no meio acadêmico Em outras palavras por se tratar de uma doença que afeta significativamente as habilidades sociais dos discentes comprometendo o desempenho acadêmico e profissional dos alunos mecanismos de estímulos sociais dentro das Universidade podem mitigar os impactos da ansiedade nos alunos Embora importantes resultados tenham sido encontrados um aprofundamento para este estudo pode ocorrer com a elaboração de diversas estratégias de intervenção como palestras motivacionais cursos de oratória mecanismos de aproximação de discentes e docentes e a aplicação de protocolos específicos para o controle de ansiedade com a posterior verificação do impacto dessas medidas na ansiedade dos alunos Referências ALLEN Albert John LEONARD Henrietta SWEDO Susan E Current knowledge of medications for the treatment of childhood anxiety disorders Journal of the American Academy of child Adolescent psychiatry United States v 34 n 8 p 976986 1995 APA AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION DSM5 Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais Porto Alegre Artmed 2014 ANDREWS Bernice HEJDENBERG Jennie WILDING John Student anxiety and depression comparison of questionnaire and interview assessments Journal of affective disorders Amsterdam v 95 n 13 p 2934 2006 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 64 BALDASSIN Sergio et al The characteristics of depressive symptoms in medical students during medical education and training a crosssectional study BMC medical education London v 8 n 1 p 18 2008 BECKER Gary The economic approach to human behavior London Chicago Press 1976 BERGEROT Cristiane D et al Avaliação de ansiedade e depressão em pacientes oncológicos comparação psicométrica PsicoUSF Bragança Paulista v 19 n 2 p 187197 2014 BERTMAN Sandra Facing death images insights and interventions a handbook for educators healthcare professionals and counselors New York Taylor Francis 2016 BOLSONISILVA Alessandra Turini et al Avaliação de um treinamento de habilidades sociais THS com universitários e recémformados Interação em Psicologia Curitiba v 13 n 2 2009 BORBA Camila S HAYASIDA Nazaré M LOPES Fernanda M Ansiedade social e habilidades sociais em universitários Psicologia em Pesquisa Juiz de Fora v 13 n 3 p 119137 2019 BORCHARDT Miriam et al O perfil do engenheiro de produção a visão de empresas da região metropolitana de Porto Alegre Production São Carlos v 19 n 2 p 230248 2009 BORST Jorien M FRINGSDRESEN Monique H W SLUITER Judith K Prevalence and incidence of mental health problems among Dutch medical students and the studyrelated and personal risk factors a longitudinal study International journal of adolescent medicine and health London v 28 n 4 p 349355 2015 BOTEGA Neury et al Mood disorders among medical inpatients a validation study of the hospital anxiety and depression scale HAD Revista de Saúde Pública São Paulo v 29 n 5 p 355363 1995 BRADY Shawn et al Precoronary 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de um Inventário de Habilidades Sociais IHS em uma amostra de universitários Psicologia teoria e pesquisa Brasília v 14 n 3 p 219228 1998 ELANI Hawazin W et al A systematic review of stress in dental students Journal of Dental Education Washington v 78 n 2 p 226242 2014 Avaliação Campinas Sorocaba SP v 27 n 01 p 4967 mar 2022 65 FERNANDES Marcia et al Prevalência dos transtornos de ansiedade como causa de afastamento de trabalhadores Rev Bras Enferm Brasília v 71 supl 5 p 22132220 2018 FIGUEIREDO FILHO Dalson B SILVA JUNIOR José Desvendando os Mistérios do Coeficiente de Correlação de Pearson r Revista Política Hoje Recife v 18 n 1 2009 GOMES Carlos et al Transtornos mentais comuns em estudantes universitários SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas Ribeirão Preto v 16 n 1 p 18 2020 GONDIM Sonia Perfil profissional e mercado de trabalho relação com formação acadêmica pela perspectiva de estudantes universitários Estudos de Psicologia Natal v 7 n 2 p 299 309 2002 IBRAHIM 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Questionário aplicado Curso Administração Contabilidade Economia Ano 1º 2º 3º 4º Idade Sexo Masc Fem Possui outro curso superior Sim Não Data da aplicação As questões abaixo estão relacionadas ao comportamento à saúde e às habilidades sociais Leia com atenção as questões e responda assinalando uma das alternativas ao lado sendo 1 nunca 2 raramente 3 às vezes 4 quase sempre e 5 sempre Suas respostas são muito importantes Obrigado pela sua participação No Variável Nunca Raramente Às vezes Quase sempre Sempre 1 Evita deixar lâmpadas acesas em ambientes desocupados 1 2 3 4 5 2 Fecha a torneira enquanto escova os dentes 1 2 3 4 5 3 Desliga aparelhos eletrônicos quando não está usando 1 2 3 4 5 4 Costuma planejar suas compras 1 2 3 4 5 5 Costuma pedir nota fiscal quando faz compras 1 2 3 4 5 6 Lê o rótulo atentamente antes de decidir a compra 1 2 3 4 5 7 A família separa o lixo para reciclagem 1 2 3 4 5 8 Procura passar ao maior número de pessoas as informações que aprende sobre as empresas e produtos 1 2 3 4 5 9 Me considero uma pessoa criativa no meu dia a dia 1 2 3 4 5 10 Tomo decisões e resolvo problemas de forma diferente das pessoas do trabalho ou faculdade 1 2 3 4 5 11 Penso em ter uma empresa e me arriscar no mundo os negócios 1 2 3 4 5 12 Está preparado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho 1 2 3 4 5 13 A faculdade lhe oferece conhecimento TEÓRICO suficiente para a sua formação 1 2 3 4 5 14 A faculdade lhe oferece conhecimento PRÁTICO suficiente para a sua formação 1 2 3 4 5 15 Quando estou com uma pessoa que acabei de conhecer não consigo manter um papo interessante 1 2 3 4 5 16 Em uma conversação com amigos não encontro jeito de encerrar a minha participação aguardando 1 2 3 4 5 17 Não consigo interromper uma conversa ao telefone mesmo com pessoas conhecidas 1 2 3 4 5 18 Encontrandome próximo de uma pessoa revestida de autoridade evito abordála para iniciar conversação 1 2 3 4 5 19 Em meu trabalho ou em minha escola se alguém me faz um elogio fico encabuladoa e não sei o que dizer 1 2 3 4 5 20 Se preciso pedir um favor a uma colega acabo desistindo de fazêlo 1 2 3 4 5 21 Ao ser solicitado por uma colega para colocar seu nome em um trabalho feito por mim ou pelo meu grupo acabo consentindo contra a minha vontade 1 2 3 4 5 22 Eu me sinto tensa o ou contraída o 1 2 3 4 23 Eu sinto uma espécie de medo como se alguma coisa ruim fosse acontecer 1 2 3 4 24 Estou com a cabeça cheia de preocupações 1 2 3 4 25 Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado 1 2 3 4 26 Eu tenho uma sensação ruim de medo como um frio na barriga ou um aperto no estômago 1 2 3 4 27 Eu me sinto inquieta o como se eu não pudesse ficar parada o em lugar nenhum 1 2 3 4 28 De repente tenho a sensação de entrar em pânico 1 2 3 4 29 É reservado 1 2 3 4 5 30 É sociável extrovertido 1 2 3 4 5 31 Geralmente confia nas pessoas 1 2 3 4 5 32 Tende a ser crítico com os outros encontrar defeitos 1 2 3 4 5 33 Tende a ser preguiçoso 1 2 3 4 5 34 Insiste até concluir a tarefa ou o trabalho 1 2 3 4 5 35 É relaxado controla bem o estresse 1 2 3 4 5 36 Fica nervoso facilmente 1 2 3 4 5 37 Tem interesses artísticos 1 2 3 4 5 38 Tem uma imaginação fértil 1 2 3 4 5 Fonte Adaptado de Silva Oliveira e Gómez 2013 Del Prette Del Prette e Barreto 1998 Zigmond Snaith 1983 Botega et al 1995 Bortoli 2016