·

Psicologia ·

Psicanálise

Send your question to AI and receive an answer instantly

Ask Question

Preview text

3. A psicologia analítica e a terapia familiar\n\nAurea Afonso M. Caetano\nDeusa Rita Tardelli Robles\nMaria Silvia C. Pessoa\nOlga Maria Fontana\n\nA TEORIA E A prática da terapia junguiana têm sido em grande parte derivadas e aplicadas ao contexto da psicoterapia individual. Levando-se em conta a época em que Jung viveu e o contexto cultural do desenvolvimento da psicologia, pode-se avaliar o grande salto por ele empreendido. No entanto, embora ele tenha se ocupado com a terapia centrada no atendimento individual de seus pacientes, sua ênfase específica sobre as estruturas arquetípicas, que coordenam tanto a realidade psicológica individual quanto a coletiva, pode ser expandida de tal modo que englobem uma teoria psicodinâmica de família e, consequentemente, sua aplicação terapêutica ao campo da terapia familiar.\n\nO paradigma junguiano dirige-se de forma significativa tanto ao mundo intrapsíquico quanto ao reino coletivo e suas inter-relações. Podemos perceber em toda a obra de Jung a ênfase dada à importância que a família exerce no desenvolvimento do indivíduo. Em seu trabalho com associação de palavras, Jung escreve: \"[...] a filha compartilha o modo de sua mãe pensar não somente nas suas ideias, mas também na sua forma de expressão\" (1995, p. 1005).\n\nEm meados da década de 1950, com base na teoria geral dos sistemas, novas abordagens metodológicas foram desenvolvidas a fim de compreender a dinâmica familiar e criar diferentes formas de lidar com a família no contexto terapêutico. Conceitos VANDA LUCIA DI YORIO BENEDITO (ORG.)\n\ncomo circularidade, funcionalismo, teoria dos sistemas, cibernética, estrutura e fronteiras, que levaram ao desenvolvimento da terapia familiar, foram importados de outros campos de estudos como a biologia, a física e a antropologia.\n\nA teoria de Bertalanffy (1972) está ligada à noção de circularidade. Por essa visão, como os eventos que ocorrem com uma família passam a ser olhados como fazendo parte do sistema em sua cadeia de interação circular, não há espaço para a ideia de que um único membro da família seja visto como o problemático.\n\nGregory Bateson (1986) introduziu alguns conceitos da cibernética na compreensão da comunicação e organização da família. Para manter-se estável, o sistema familiar precisa adaptar-se às mudanças; portanto, homeostasia e transformação são processos básicos de manutenção da família. Assim, na abordagem sistêmica, quando nos referimos à saúde da família, referimo-nos à funcionalidade ou disfuncionalidade do sistema familiar.\n\nMinuchin (1982) define a família como um sistema aberto, composto de subsistemas que interagem entre si, em que cada membro desempenha múltiplos papéis. Para proteger os subsistemas e as famílias como um todo, existem as fronteiras, barreiras invisíveis que demarcam o espaço em relação ao contato com os outros. O bom funcionamento familiar requer fronteiras nítidas que permitam variações entre os indivíduos ou subsistemas e espaço para o crescimento e a interdependência.\n\nEsses conceitos nos remetem à ideia principal da interação do sistema, de modo que, quando um membro da família apresenta um sintoma, este deve ser compreendido em função da interação com as demais pessoas do grupo familiar, e não de forma isolada. Um sintoma pode ser visto como uma tentativa da família pela manutenção do equilíbrio. Inclui-se nessa compreensão a ideia de que os problemas da família se desenvolvem não apenas de acordo com as interações atuais, mas também como herança psicológica. Esse conceito é conhecido como transgeracionalidade. O objetivo dos terapeutas de família é ajudar seus membros no sentido de ampliar a compreensão que eles têm do conflito e expandir as opções para promover mudanças. Ele deve respeitosamente ajudar a encontrar a direção, explorar os medos e transmitir segurança, favorecendo a família a se conectar com o sintoma, que deixa de ser visto como individual e torna-se familiar. Como diz Jung (1981, § 93): \"Na verdade quase seria impossível estabelecer a tese de que os verdadeiros gestores da criança são seus pais, mas muito mais seus avós e bisavós, enfim toda a sua árvore genealógica [...]\".\n\nJUNG E A TERAPIA FAMILIAR\n\nJUNG PREOCUPOU-SE EM DESENVOLVER uma teoria voltada para o atendimento individual de seus pacientes. No entanto, sua visão mais abrangente, sua ênfase no inconsciente coletivo e nos arquétipos, sua noção de correlação sincrônica entre pessoas e acontecimentos evidenciam sua percepção do ser em seus aspectos relacionais. Quando um paciente procura terapia, ouvimos o relato de sua história, que envolve pais, avós, tios e primos. Percebemos uma intrincada rede de relações que atua diretamente no seu desenvolvimento e acaba por influenciar nossa prática.\n\nSegundo Stein (1978, p. 95):\n\nViver a experiência da Mãe e Pai arquetípicos, em relação aos próprios pais, é essencial para o desenvolvimento psicológico da criança. No entanto o desenvolvimento do Ego será seriamente afetado se esta experiência fundamental for abalada cedo demais. Por outro lado, a emergência do ego a partir do inconsciente depende do abandono gradual das projeções arquetípicas encarnadas pelos pais.\n\nParte da imagem idealizada que inicialmente a criança tem de seus pais deverá ser projetada sobre outros personagens de sua vida, a fim de que estes possam ser vistos com características mais humanas.\n\nAssim, a família é a primeira a receber as projeções arquetípicas do self do bebê. É o ambiente familiar que ativa e desdobram a alma dentro de cada um de nós ao nascer. O incessante ato de nutrir da mãe e do pai arquetípicos valida não somente o corpo e seu despertar sensorial, mas também a psique e seu despertar.\n\nSegundo Dodson e Gibson (1996), a terapia familiar arquetípica pode utilizar procedimentos semelhantes aos da psicoterapia individual, mas com insights mais apropriados aos sistemas familiares. Para articular entre teoria junguiana e dinâmica familiar, os autores sugerem que analisem alguns conceitos, como os do arquétipo, sombra, persona, símbolo e complexo.\n\nA teoria de Jung afirma que o ciclo vital é orquestrado por estruturas arquetípicas que se manifestam como potencialidades em certos períodos críticos de desenvolvimento biopsicossocial. Essas estruturas, embora não carreguem conteúdos individuais herdados, são atualizadas e moduladas pelas circunstâncias particulares da experiência de vida em determinado contexto social, descrito por Stevens (1982) como algo \"específico da espécie\". Assim, não existe conteúdo, mas predisposição. As imagens arquetípicas manifestam-se por meio das vivências, e estas possibilitam a personificação. Assim, é importante que a vivência vá gerando consciência e, a cada ciclo de vida, as estruturas arquetípicas possam se atualizar.\n\nComo exemplo, podemos citar alguns arquétipos – que são padrões estruturantes de funcionamento comuns a toda a espécie humana –, como o da Grande Mãe, do Pai, do Herói ou do Velho Sábio, entre inúmeros outros. A presença desses arquétipos na organização familiar é evidente, mas cada família vivencia essas estruturas de diferentes formas.\n\nO indivíduo está destinado a vivenciar o arquétipo do pai e, para isso, necessita de uma experiência pessoal com o pai real ou qualquer pessoa que desempenhe esse papel. Desenvolvendo, então. uma forma personalizada dessa estrutura coletiva. Se ocorrerem falhas nessa vivência e os membros da família atuarem de maneira puramente coletiva, o indivíduo agirá de modo também coletivo, com atitudes convencionais, sendo levado a atuar sem espontaneidade. Para criar uma resposta individual, é necessário contestar os pais reais, retirando suas projeções arquetípicas. Isso acontece na interação do indivíduo com o outro na família ou fora dela. Em um processo de transferência e interiorização, é possível estabelecer uma relação mais humana com os pais. O arquétipo, portanto, é essencialmente um conceito relacional e interacional.\n\nComo exemplo, tomemos o seguinte caso hipotético: Antônio, 34 anos, engenheiro, procura terapia individual relatando sofrer de insônia há 40 dias, não conseguindo trabalhar direito. O ambiente de trabalho parece-lhe hostil e ele tem vontade de abandonar tudo sem mesmo se despedir. Seu pai tem 75 anos e a mãe, 74. Ambos são aposentados e ele tem uma irmã fisioterapeuta de 40 anos.\n\nAntônio comparece à primeira consulta na companhia de sua mãe, que, zelosa, tem esse hábito. Logo na sala de espera, a terapeuta pede à mãe que aguarde enquanto conversa com o paciente. Ela identifica Antônio como o paciente de uma família disfuncional e propõe atendimento familiar. Antônio é impulsivo, aguenta pouco qualquer tipo de angústia, tem grande dificuldade de se relacionar (não tem amigos) e leva uma vida afetiva vazia. A irmã mais velha vai do trabalho para casa, não tendo, igualmente, uma vida afetiva.\n\nNesse caso, notamos como uma imagem de mãe superprotetora e de um pai \"fraco, sem grande presença\" atua sobre os filhos. Estes, embora adultos e com empregos estáveis, permanecem na casa dos pais, que continuam suprindo os filhos, como se fossem adolescentes crescidos. A experiência arquetípica parece ter sofrido danos, pois Antônio permanece fixado nas primeiras experiências parentais, vivendo numa dinâmica puer, um filho perfeito. porém incomodado por alguma angústia que não consegue entender, uma vez que tem uma vida tão perfeita e rodeada de amor. É como se nessa família o tempo não houvesse passado – não se percebe a mudança de ciclos – e os quatro adultos se relacionam sem expectativas de um futuro melhor. Não fosse pela ansiedade e insônia de Antônio, não teriam do que reclamar.\n\nComo o caso ilustra bem, a possessão arquetípica não é um acontecimento individual, mas está relacionada com os outros indivíduos da família e tem um significado, um propósito e uma função. Dessa maneira, pode-se dizer que a família, como unidade, se manifesta e funciona por meio de um destino – em nosso caso entendido como uma predisposição que leva a uma busca – arquetipicamente coordenada. A procura de Antônio por terapia e a ansiedade da mãe pelo sintoma do filho podem ser a abertura necessária para que a família reveja esse paradoxo de relacionamento.\n\nNo trabalho com a família, devemos explorar o fato de determinado conteúdo que aparece ligado a um membro surge na dinâmica familiar. Isto é, qual a função e o propósito do aparecimento daquele conteúdo para toda a família naquele momento específico.\n\nOs conceitos junguianos de persona e sombra dão maior clareza à situação. Na interação contínua da família com o meio intermediada por essas experiências arquetípicas, algumas vivências ficam identificadas com a estrutura da persona familiar, ou seja, aqueles aspectos com os quais a família se apresenta, se exibe ao mundo, nos seus valores morais, culturais, nos seus papéis fixos, na participação social etc. Em nosso exemplo, a família de Antônio parece perfeita, tendo como persona familiar algo raro que parece conter o medo do abandono. TERAPIA DE CASAL E DE FAMÍLIA NA CLÍNICA JUNGHIANA\n\ndades negativas quanto positivas. Um processo de confrontação\ncom a sombra pode ser feito num contexto de dimensões intera-\ntivas, buscando um significado coletivo mais amplo.\n\nAo olharmos a família como um sistema, percebemos que\nesta interage com o mundo de forma que certas funções ou pa-\npéis individuais são designados a um membro específico de ma-\neira não refletida ou \"inconsciente\". Dentro de uma abordagem\njungiana, um dos objetivos centrais da terapia familiar é o mo-\nvimento de sair da equação familiar homeostática em que o\nequilíbrio é mantido ao custo de uma ou várias patologias indi-\nviduais e de unilateralidades.\n\nOutro aspecto importante nesse referencial é o conceito de\ncompensação. O sintoma apresentado é frequentemente uma\nmaneira de manter um sistema familiar homeostaticamente fe-\nchado, assim como uma oportunidade para abrir o sistema e sair\ndo sintoma. Podemos entender até mesmo uma função prospec-\ntiva no sintoma, em que este nos fornece um caminho. No cas\nfictício, Antônio não lida bem com a angústia. Em uma família\nna qual a mãe trabalha o tempo todo para que ninguém se sinta\nangustiado e todas as necessidades sejam supridas, isso pode ter\ndiferentes significados. Na circunvalação (ou circumambulação)\ndo sintoma, chegaremos a várias respostas. Uma delas atenderá à\ndemanda dessa família específica.\n\nAntônio apresenta o sintoma, sendo, portanto, o \"paciente\nidentificado\" da família. Sua ansiedade faz com que os outros mem-\nbros pareçam \"normais\", mas uma análise mais aprofundada\nmostra a dependência que também a irmã mais velha tem da fa-\nmília. Tanto pai quanto filhos são dependentes entre si. Esse pai\né uma figura submissa, e a mãe é quem decide e supre tudo. Ao\nprocurar terapia, Antônio trouxe com ele sua família e, na medi-\ndas em que o processo se aprofunda, mudanças no esquema fami-\liar parecem ser inevitáveis.\n\nOutro conceito da teoria de Jung muito esclarecedor para essa\nsituação é o de complexo, entendido como um conjunto carregado\n VANDA LUCIA DI YORIO BENEDITO (ORG.)\n\nporém incomodado por alguma angústia que não consegue en-\ntender, uma vez que tem uma vida tão perfeita e rodeada de amor.\n\nÉ como se nessa família o tempo não houvesse passado – não\nse percebe a mudança de ciclos –, e os quatro adultos se rela-\ncionam e percebem a mudança de um futuro melhor. Não fosse pela an-\nxiedade e insônia de Antônio, não teriam do que reclamar.\n\nComo o caso ilustra bem, a possessão arquetípica não é um\nacontecimento individual, mas está relacionado com os outros in-\ndivíduos da família e tem um significado, um propósito e uma\nfunção. Dessa maneira, pode-se dizer que a família, como unidade,\nse manifesta e funciona por meio de um destino – em nosso caso\nentendido como uma predisposição que leva a uma busca – arqe-\ntipicamente coordenada. A procura de Antônio por terapia e a\nansiedade da mãe pelo sintoma do filho podem ser a abertura ne-\ncessária para que a família revele esse padrão de relacionamento.\n\nAo lidar com a família, devemos explorar o fato de como\ndeterminado conteúdo que aparece ligado a um membro surge\nna dinâmica familiar. Isto é, qual a função e o propósito do apa-\nrecimento daquele conteúdo para toda a família naquele mo-\mento específico.\n\nOs conceitos junguianos de persona e sombra dão maior cla-\nreza à situação. Na interação contínua da família com o meio\nintermediada por essas experiências arquetípicas, algumas vivi-\nências ficam identificadas com a estrutura da persona familiar, ou\nseja, aqueles aspectos com os quais a família se apresenta, se\nexibe ao mundo, nos seus valores morais, culturais, nos seus pa-\npéis fixos, na participação social etc. Em nosso exemplo, a família\nde Antônio parece perfeita, tendo como persona familiar algo\nmaravilhoso; todos se dão bem, sem no entanto lidar com a som-\nbra familiar que parece conter o medo do abandono.\n\nEssa mesma interação contínua faz que outros aspectos fi-\ncilitadores do funcionamento consciente da família, for-\ndesenvolvidos, reprimidos e não expressos, tanto em suas polari-\n TERAPIA DE CASAL E DE FAMÍLIA NA CLÍNICA JUNGHIANA\n\ndades negativas quanto positivas. Um processo de confrontação\ncom a sombra pode ser feito num contexto de dimensões intera-\ntivas, buscando um significado coletivo mais amplo.\n\nAo olharmos a família como um sistema, percebemos que\nesta interage com o mundo de forma que certas funções ou pa-\npéis individuais são designados a um membro específico de ma-\neira não refletida ou \"inconsciente\". Dentro de uma abordagem\njungiana, um dos objetivos centrais da terapia familiar é o mo-\nvimento de sair da equação familiar homeostática em que o\nequilíbrio é mantido ao custo de uma ou várias patologias indi-\nviduais e de unilateralidades.\n\nOutro aspecto importante nesse referencial é o conceito de\ncompensação. O sintoma apresentado é frequentemente uma\nmaneira de manter um sistema familiar homeostaticamente fe-\nchado, assim como uma oportunidade para abrir o sistema e sair\ndo sintoma. Podemos entender até mesmo uma função prospec-\ntiva no sintoma, em que este nos fornece um caminho. No cas\nfictício, Antônio não lida bem com a angústia. Em uma família\nna qual a mãe trabalha o tempo todo para que ninguém se sinta\nangustiado e todas as necessidades sejam supridas, isso pode ter\ndiferentes significados. Na circunvalação (ou circumambulação)\ndo sintoma, chegaremos a várias respostas. Uma delas atenderá à\ndemanda dessa família específica.\n\nAntônio apresenta o sintoma, sendo, portanto, o \"paciente\nidentificado\" da família. Sua ansiedade faz com que os outros mem-\nbros pareçam \"normais\", mas uma análise mais aprofundada\nmostra a dependência que também a irmã mais velha tem da fa-\nmília. Tanto pai quanto filhos são dependentes entre si. Esse pai\né uma figura submissa, e a mãe é quem decide e supre tudo. Ao\nprocurar terapia, Antônio trouxe com ele sua família e, na medi-\ndas em que o processo se aprofunda, mudanças no esquema fami-\liar parecem ser inevitáveis.\n\nOutro conceito da teoria de Jung muito esclarecedor para essa\nsituação é o de complexo, entendido como um conjunto carregado\n de energia com forte conotação afetiva. Ele é formado por associa-ções, imagens, percepções, ideias e fantasias, encadeadas e agrupadas ao redor de um núcleo arquetípico, a partir de vivências relacionais. No exemplo, o arquétipo prevalente é o da Grande Mãe. Não permitindo o crescimento dos filhos, a mãe prende-os a ela e à família. Os filhos carregam reflexos do complexo materno, não conseguindo ter relações afetivas satisfatórias.\n\nA teoria dos tipos psicológicos é outra grande contribuição de Jung para a terapia familiar. A ideia das quatro funções da cons-ciência - pensamento, sentimento, intuição e sensação - associada aos dois tipos de atitude possíveis - extrovertida ou introvertida - diante da vida pode ajudar o terapeuta a compreender melhor uma real dificuldade de comunicação entre os membros da famí-lia. E, quando as diferenças entre cada elemento são explicitadas, um grande alivio e respeito podem ser conquistados.\n\nA abordagem junguiana, ao trabalhar prospectivamente os sonhos, olhar os sintomas como oportunidade de crescimento e destrinchar a rede arquetípica que subjaza às famílias, oferece um corpo teórico coerente que une uma abordagem psicodinâmica do indivíduo a uma abordagem sistêmica do funcionamento fa-miliar. O próprio Jung (1995) disse que, frequentemente, uma família leva gerações para trabalhar certo destino arquetípico.\n\nTAREFAS DO TERAPEUTA\n\nUMA DAS TAREFAS INICIAIS DO terapeuta de família é a necessária avaliação dos problemas apresentados, não de forma linear ou causal, mas com ênfase na elucidação da rede contextual das motivações que levaram a família a procurar assistência.\n\nNos primeiros contatos, o terapeuta procura elucidar essas motivações e esclarecer com cada membro familiar o impacto delas sobre cada um e também seus significados. Desse modo, terapeuta e família podem juntos aproximar-se do impasse ar-