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Texto de pré-visualização
3 CURSO DE NUTRIÇÃO Manual de Estágio Curricular Obrigatório Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva 215 horas Coordenadora do Curso Profª Dra Julianna Matias Vagula 4 Sumário 1 NATUREZA DO ESTÁGIO 6 2 DA ESTRUTURA DURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO 7 3 ASSIDUIDADE 8 4 POSTURA E ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO 9 5 ENVOLVIMENTO DOS PARTICIPANTES 10 6 DOCUMENTAÇÃO DO ESTÁGIO 11 7 ANEXOS 13 5 MANUAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO E SAÚDE COLETIVA CARGA HORÁRIA 215 HORAS Caro aluno Antes de iniciar sua atividade de estágio leia com atenção este documento pois contém informações importantes para essa atividade curricular Juntamente com esta orientação em seu AVA consta uma videoaula que trata sobre o estágio desse semestre Leia este material e assista ao vídeo e em caso de dúvidas entre em contato com o seu tutor a distância 6 1 NATUREZA DO ESTÁGIO O Estágio Curricular busca a associação das dimensões teóricas e práticas do currículo Dessa forma articula interdisciplinarmente os conteúdos visando a aplicação dos conhecimentos adquiridos durante o Curso Garantindo a possibilidade de abrir uma janela para o futuro e vislumbrar a realidade em que irá atuar profissionalmente No Estágio Curricular em Nutrição e Saúde Coletiva os alunos desenvolverão diferentes atividades no intuito de fortalecer ações de alimentação e nutrição no âmbito da nutrição social A carga horária total do estágio em Nutrição Clínica é de 215 horas que será realizado da seguinte forma 172 horas em campo e 43 horas teóricas reuniões e estudos de caso clínico 11 Dos Objetivos 111 O estágio obrigatório tem por objetivos os seguintes Proporcionar ao acadêmico a oportunidade de aplicar ampliar e adequar os conhecimentos técnicocientíficos integrando a teoria e a prática por meio de sua inserção em situações reais de trabalho Promover atividades que permitam o desenvolvimento de competências capacidades e habilidades requeridas para a formação profissional Possibilitar o conhecimento da realidade socioeconômica e cultural da população desenvolvendo a capacidade crítica e humanística do acadêmico permitindo a sua identificação como elemento de transformação da sociedade Garantir a experiência nos diferentes níveis de atenção a saúde atuando em programas de promoção manutenção prevenção proteção e recuperação da saúde promovendo a formação de profissional comprometido com o ser humano 7 Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional possibilitando o desenvolvimento da cidadania e dos princípios éticos da autonomia da responsabilidade da solidariedade e do respeito ao bem comum Permitir o desenvolvimento da prática profissional voltada para a atuação em equipes multiprofissionais fortalecendo os aspectos interdisciplinares e transdisciplinares como forma de obter máxima produtividade da promoção e da assistência à saúde Possibilitar a tomada de decisões e as soluções de problemas Assegurar a formação de Nutricionistas generalistas qualificados ao exercício profissional nas diferentes áreas de atuação vinculadas a alimentação e nutrição Identificar as atribuições técnico administrativas do nutricionista Conhecer as políticas e programas públicos voltados à saúde e nutrição da população brasileira Saber identificar dados epidemiológicos com análise bioestatística adequada para trabalhar na nutrição social Conhecer os aspectos relacionados à Educação Alimentar e Nutricional para atuar na promoção manutenção e recuperação da saúde bem como na prevenção e tratamento de doenças de indivíduos ou grupos populacionais Propor estratégias de educaçãoreeducação alimentar e nutricional Identificar hábitos alimentares da população atendida e propor mudanças sempre que necessário Elaborar projeto de Educação Nutricional 2 DA ESTRUTURA DURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO 21 Estrutura Atividades de estágio serão desenvolvidas na área de Nutrição e Saúde Coletiva atenção primária a saúde desde que devidamente autorizadas pelos órgãos 8 competentes e conveniadas com a Instituição de Ensino e que tenham Nutricionistas contratados A carga horária perfaz um total de 215 horas 22 Duração Os alunos serão divididos em grupos para a realização do estágio Conforme a Lei de Estágio nº 11788 de 25 de setembro de 2008 as atividades de estágio não deverão ultrapassar 6 seis horas diárias e 30 trinta horas semanais ATENÇÃO O Aluno não pode ultrapassar o limite de 6 horas diárias de atividades no local de estágio 23 Desenvolvimento do estágio O aluno só poderá fazer estágio com o acompanhamento do Supervisor de Estágio Nutricionista com CRN ativo e após ter firmado o TERMO DE COMPROMISSO O aluno só poderá fazer estágio com o acompanhamento do Supervisor de Campo Nutricionista com CRN ativo e após ter firmado o TERMO DE COMPROMISSO O aluno deve acompanhar as atividades desenvolvida pelo Nutricionista do Local de Estágio Todas as atividades devem ser realizadas e registradas conforme a orientação deste manual O registro das atividades deve estar em consonância com as datas em que efetivamente o aluno realizou tanto no campo de estágio como as demais atividades O registro incorreto implica na reprova do aluno A realização do Estágio Curricular não acarreta em vínculo empregatício de qualquer natureza 3 ASSIDUIDADE O aluno em estágio obrigatório deverá cumprir carga horária de 215 horas totais para o Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva Para esta modalidade de estágio não há abonos de faltas exceto casos previstos em Lei 9 4 POSTURA E ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO I Cumprir as disposições do Termo de Compromisso firmado com a Unidade Cedente II Respeitar as normas vigentes na Unidade Cedente III Conhecer as normas de controle de infecção CCIH da Unidade Cedente IV Manter conduta ética no local de Estágio zelando pelo bom nome da InstituiçãoEmpresa que proporciona o estágio e do Curso de Nutrição V Manter sigilo profissional em relação a dados e informações obtidas na Unidade Cedente VI Cumprir o cronograma de Estágio acatando as diretrizes do Supervisora VII Comparecer pontualmente nos locais de Estágio com o crachá de identificação jaleco branco de manga longa e demais vestimentas exigidas pela Unidade Cedente VIII A permissão do uso de adornos esmalte entre outros será de acordo com cada Área de Estágio e exigências da Unidade Cedente IX Zelar pelos materiais e equipamentos pertencentes à Unidade Cedente do Estágio bem como pelos da Instituição Formadora X Ser discreto ouvindo atentamente e manifestarse em momentos propícios ou quando solicitados XI Desenvolver todas as atividades programadas respeitando os prazos estabelecidos XII Registrar sistematicamente as atividades desenvolvidas no campo de estágio XIII Entregar ao Supervisor de estágio presencial no prazo estabelecido os documentos necessários formais do Estágio XIV Dirigirse ao Supervisor de Estágio sempre que tiver dúvidas relativas ao estágio e sua realização XV Encaminhar as dúvidas sobre o estágio ao Tutor a Distância via sistema de mensagens do AVA ou Sala do Tutor conforme as orientações além do SupervisorPreceptor de Estágio 10 5 ENVOLVIMENTO DOS PARTICIPANTES O desenvolvimento do estágio acontece mediante a participação dos seguintes envolvidos a Coordenação do Curso a Divisão de Convênios e Estágios Supervisor de Estágio o Supervisor de campo o Tutor a distância o Tutor presencial e o Polo de Apoio Presencial e o Acadêmico A coordenação do Curso de Nutrição executa a política de estágios em consonância com as normas gerais da instituição e conforme a Diretriz Curricular Nacional do Curso de Nutrição Resolução CNECES nº 5 de 7 de novembro de 2001 participa da elaboração do regulamento do Estágio Curricular e colabora com os supervisores de estágio com os tutores a distância com o tutor presencial e o supervisor de campo com relação às atividades que devem ser realizadas Recebe a documentação relativa à realização do estágio ficha de acompanhamento e ficha de avaliação e relatório de estágio A Divisão de Convênios e Estágios recebe as solicitações de celebração de convênios e parcerias das unidades realiza o cadastro das instituições concedentes do estágio orienta e esclarece dúvidas quanto aos convênios e parcerias confere e aprova a documentação acadêmica relativa a convênios e cadastramento das instituições O tutor a distância orienta a atuação do aluno na realização do estágio participa do processo de avaliação das atividades do estágio com a supervisão do docente e da Coordenação do curso O Preceptor de Estágio Obrigatoriamente Nutricionista com CRN ativo juntamente com o Polo de Apoio Presencial contata as instituições de ensino concedentes de estágio para análise das condições dos campos tendo em vista o cadastro e a celebração de convênios organiza semestralmente o encaminhamento de estagiários e a distribuição das turmas com a aprovação do curso de Nutrição participa da execução das atividades pertinentes ao estágio realizadas pelos alunos 11 da unidade supervisiona a elaboração do relatório do estágio realiza reuniões de estágio com os estagiários recebe e encaminha à coordenação do curso no final do semestre as fichas de acompanhamento O Supervisor de campo Obrigatoriamente Nutricionista com CRN ativo é o Nutricionista da unidade concedente de estágio que acompanha o acadêmico O Acadêmico realiza as atividades solicitadas no Manual de Estágio comparece ao campo de estágio nos dias e horários agendados registra todas as atividades desenvolvidas e posta o relatório final de estágio na disciplina de estágio em Nutrição e Saúde Coletiva no ícone portfolio no período estipulado entrega a ficha de acompanhamento de estágio ficha de avaliação de estágio devidamente preenchidas assinadas e carimbadas para o tutor presencial no prazo estabelecido pela Coordenação do Curso 6 DOCUMENTAÇÃO DO ESTÁGIO As atividades de Estágio Curricular Obrigatório são registradas por meio de documentos sem os quais o acadêmico não comprova o seu estágio Para isso durante a realização do estágio o aluno deve preencher os documentos abaixo Todos os documentos pedagógicos devem obrigatoriamente constar as mesmas datas e vigência de estágio de acordo com informado no Termo de Compromisso Todos os documentos devem ser preenchidos datados e assinados e carimbados na última página A Documentos de convênio O polo verifica com o Departamento de Estágios se a Universidade possui convênio com os locais de estágio Caso afirmativo o Supervisor de estágio em conjunto com o aluno preenche a documentação do convênio cadastro de estágio e termo de compromisso Após o preenchimento estes documentos devem ser entregues no polo para envio ao 12 Departamento de Estágios que fará a conferência Caso não haja convênio o aluno não poderá iniciar o estágio sem que seja finalizado o trâmite B Ficha de Acompanhamento de Estágio Anexo I Ficha em que devem ser registradas as atividades desenvolvidas pelo aluno durante o estágio Todas as atividades propostas devem ser registradas na Ficha de Acompanhamento de Estágio que deve ser preenchida durante a realização de estágio com as seguintes informações o período ou a data de realização de cada atividade a carga horária a descrição da atividade realizada a assinatura do supervisor de campo Nutricionista da Unidade Cedente e Supervisor de Estágio O preenchimento desta ficha também indica a presença do acadêmico no local de estágio C Ficha de Avaliação de Estágio Anexo II Ficha na qual o Supervisor de Estágio atribui as notas ao Acadêmico conforme seu desempenho durante as atividades de Estágio D Relatório do Estágio Anexo III Documento que o aluno deve elaborar durante o período de estágio contemplando todas as atividades realizadas e o estudo de caso clínico O relatório de estágio deve ser feito INDIVIDUALMENTE E Validação do estágio Anexo IV Documento que o aluno deverá assinar junto com seu supervisor de estágio e inserir no relatório Atenção 1 A carga horária TOTAL do estágio é de 215 horas 2 As fichas de acompanhamento de estágio devem ser preenchidas de forma detalhada deve ser discriminadadescrita cada atividade realizada com a data de realização e a sua respectiva carga horária além da assinatura do preceptor de estágio por dia de atividade 13 7 ANEXOS ANEXO I FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO ÓRGÃOINSTITUIÇÃO Nome do a Estagiário a Semestre Disciplina Universidade Preceptora de Estágioa Supervisora de Campo Data CH HORÁRIO ATIVIDADES REALIZADAS Assinatura do a Responsável Início Término Total de horas realizadas Obs conferir a soma da carga horária deverá fechar exatamente 215 horas Estagiário assinatura Supervisor de Campo assinatura e carimbo Preceptor de Estágio assinatura e carimbo 14 ANEXO II FICHA DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO Orientações O preenchimento da avaliação é realizado pelo Supervisora de Estágio no término do período vigente do estágio Este documento auxilia no desenvolvimento da nota parcial do acadêmico durante a avaliação final da disciplina Deverá ser postado pelo acadêmico e arquivado no Polo para possível visita dos auditores de estágio Documento válido somente com assinatura e carimbos Acadêmicoa RA Data da avaliação Instituição UN CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 01 Assiduidade e Pontualidade 05 obrigações funcionais do acadêmico decorrente do contrato de estágio supervisionado 02 Vestimenta e material de bolso conforme normas 05 As condições de trabalho são agentes diretos na saúde e bemestar do indivíduo Cada ramo de atividade possui suas particularidades 03 Postura ética e sigilo 05 Discrição no ambiente de estágio Sigilo quanto as informações dos pacientes Postura ética em relação as informações e as atividades desenvolvidas no local de estágio 04 Capacidade de relacionar teoria e prática 20 o acadêmico aplica seus conhecimentos baseado em literaturas com competência e habilidade técnica 05 Receptividade às orientações e críticas 05 aceita novas orientações e ensinamentos empenhandose em melhorar 06 Iniciativa 10 identifica a necessidade da situação e realiza ou sugere condutas com antecedência 07 Controle emocional em situações adversas 10 equilíbrio emocional ao passar por situações de alta complexidade em procedimentos e decisões 08 Trabalho em equipe 10 Consegue ter bom relacionamento e desempenho em procedimentos e condutas a serem tomadas em grupo 09 Engajamento 10 Desenvolvimento das atividades programadas respeitando os prazos estipulados 10 Capacidade técnica 20 Conhecimento das particularidades dos procedimentos empregados nos campos de estágio NOTA FINAL Supervisor de Estágio Assinatura e Carimbo Estagiário Assinatura 15 ANEXO III Relatório de Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva O RELATÓRIO DE ESTÁGIO É INDIVIDUAL 1CAPA Instituição a que pertence o aluno Título do relatório Nome completo do aluno Cidade ano 2FOLHA DE ROSTO Instituição de onde provém o relatório Nome completo do aluno Nome da coordenação do curso Nome do supervisor 3SUMÁRIO Assuntos com respectivas paginações 4APRESENTAÇÃO Informações gerais do campo de estágio Objetivo do estágio e período 5 INTRODUÇÃO 6 ATIVIDADE DO ESTAGIÁRIO descritas diariamente 7 PROJETO DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL desenvolvido no campo de estágio 71 Título do projeto 72 Introdução 73 Objetivos 74 Material e métodos 75 Avaliação 76 Cronograma de realização 77 Resultados 78 Conclusão 79 Referências 16 8 ATIVIDADES DE ESTUDOS DE CASO 81 Atividade 1 Aleitamento materno e alimentação complementar O aleitamento materno é a estratégia que isoladamente mais impacta na redução da mortalidade infantil por causas evitáveis O leite materno fornece uma nutrição adequada ajuda a desenvolver a imunidade infantil e contribui na saúde física e emocional da criança Por meio da amamentação a criança entra em contato com a mãe favorecendo o vínculo afetivo e estímulos dos sentidos como visão olfato paladar e tato Portanto a amamentação das crianças nos primeiros anos tem impacto não somente na nutrição e saúde mas também influencia fortemente o desenvolvimento humano A partir de seis meses além do leite materno novos alimentos saudáveis devem ser oferecidos às crianças e terão papel importante na formação dos hábitos alimentares para toda a vida e além disso esses alimentos irão fornecer nutrientes que desempenham um papel importante na formação dos tecidos e sistemas corporais Desde o início da década de 1980 mesmo antes da criação do SUS o Brasil tem incluído na sua agenda de prioridades em saúde a promoção proteção e apoio ao aleitamento materno Junto com esses programas o incentivo a introdução da alimentação complementar adequada e saudável é outro desafio que nós nutricionistas enfrentando em nosso dia a dia na Unidade Básica de Saúde UBS Hoje no seu primeiro dia de estágio na Unidade Básica de Saúde você foi convidado por uma agente comunitária de saúde a ir conhecer algumas famílias atendidas pelo NASF Em uma das visitas você conheceu a Carla uma lactante que ganhou seu bebê há 3 semanas A mamãe de primeira viagem estava com muitas dúvidas relacionadas ao aleitamento materno inclusive relatou estar com mastite sentindo muita dor e querendo parar de amamentar Além disso não tem conseguido se alimentar pois tem um filho de 4 anos que está dando bastante trabalho com a chegada do bebê Ela fica o dia todo em casa sozinha pois o marido sai pra trabalhar cedo e volta só à noite e ganha um salário mínimo mensal Geralmente come o que tem em casa e alimentos mais práticos pão macarrão instantâneo pizzas prontas lanches refrigerante e bolo comprado no mercado Tem ingerido pouca água pois não tinha o hábito de tomar 17 Uma outra família você conheceu a Lucia mãe de uma bebê de 7 meses que iniciou a introdução alimentar complementar e vem tendo muitas dificuldades durante o processo pois a bebê não está aceitando a comida e a mãe não sabe o que fazer Retornando ao posto de saúde você conversou com outros agentes comunitários e percebeu que existem muitas lactantes com dificuldades na amamentação e alimentação além de muitas mães com problemas na hora de iniciar alimentação complementar da criança Frente a isso você sentiu a necessidade de conversar melhor com essas mães e entender um pouco melhor as angústias e dúvidas para que pudesse ajudálas Então você pediu para a enfermeira chefe se poderia realizar um grupo educativo com todas as mães com bebêscrianças 0 a 12 meses da UBS Sabendo da importância da amamentação e da introdução alimentar complementar você deverá a Ler os dois artigos que estão em anexo no manual 1 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil 2 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar Após a leitura dos artigos você terá um melhor entendimento sobre os diversos aspectos que podem influenciar na introdução alimentar das crianças Desta forma de acordo com os artigos que você leu e todo seu conhecimento adquirido no decorrer da sua formação descreva quais os malefícios da introdução alimentar precoce para a criança e quais aspectos influenciam nesse ato b Na UBS uma das melhores formas que podemos fazer com que a informação chegue aos nossos pacientes é através da educação nutricional ela pode ser em grupos ou até mesmo de forma individual Para isso usamos vários materiais livro folders vídeos etc que poderão nós auxiliar durante todo esse processo Pensando nisso Elabore um material educativo demonstrando de como dever ser a introdução alimentar de cada faixa etária a partir dos 6 até os 24 meses coloque os alimentos que podem estar presentes no café da manhã no lanche da manhã no almoço no lanche da tarde no jantar e na ceia além da consistência dos alimentos Uma das principais formas de diarreia em crianças menores de 2 anos é devido ao consumo de água impropria para o consumo que infelizmente a falta de saneamento 18 básico ainda é uma realidade em nosso país Desta forma elabore um panfleto de como dever ser o tratamento da água para que ela se torne potável para o consumo das crianças Lembrese Na hora de elaborar esse material pense que eles serão distribuídos as mães atendidas em uma UBS 19 9 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 11 REFERÊNCIAS 20 ANEXO IV TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO Eu Inserir nome do Acadêmico RA Inserir RA do Acadêmico matriculado no Inserir o semestre semestre do Curso de Nutrição da modalidade a Distância da Inserir nome da Universidade realizei as atividades de estágio Inserir nome do Estágio noa Inserir nome do local do estágio cumprindo as atividades e a carga horária previstas no respectivo Relatório de Estágio Assinatura doa Estagiárioa Assinatura Supervisor de Estágio 263 Com Ciências Saúde 2012 233263270 263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar Martins ML Haack A Artigo de revisão Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar Maternal knowledge influence in introduction of complementary feeding RESUMO Objetivo Investigar na literatura a influência dos conhecimentos ma ternos na introdução da alimentação complementar Métodos Tratase de uma revisão da literatura com ênfase nos últi mos 12 anos utilizandose artigos científicos publicados em revistas indexadas nas bases de dados SciELO Lilacs Capes e Google Scholar nos idiomas português e inglês Foram selecionados estudos clínicos randomizados observacionais experimentais epidemiológicos entre outros com significância estatística de 5 Resultados e Discussão Existem crenças e práticas impregnadas à cultura brasileira que se mostram conflitivas com as recomendações para alimentação do lactente Os cuidados maternos exercem forte im pacto sobre a saúde da criança e tem grande influência na formação de seus hábitos alimentares Normalmente mães com hábitos alimentares inadequados dificilmente irão estabelecer uma alimentação infantil ade quada A nutrição no início da vida afeta não apenas o desenvolvimento cerebral crescimento e composição corporal mas também a programa ção metabólica tendo impacto sobre doenças crônicas do adulto Conclusão A introdução adequada e no tempo oportuno da alimen tação complementar traz inúmeras vantagens para a saúde da criança e para a formação de seus hábitos alimentares assim como a continuação do aleitamento materno até os dois anos de idade mantendo os fato res de proteção A atuação dos profissionais de saúde principalmente do nutricionista se faz importante na promoção da saúde da criança cabendo a esses profissionais o incentivo à introdução alimentar apro priada Palavraschave Alimentação complementar Aleitamento materno Desmame Nutrição do lactente Hábitos alimentares Murielle de Lucena Martins¹ Adriana Haack1 ¹Curso de Nutrição da Universidade PaulistaUNIP Campus BrasíliaDF Brasil Correspondência Adriana Haack de Arruda Dutra SHIGS 715 bloco A casa 87 Asa Sul BrasíliaDF 70381701 Brasil adrianahaackhotmailcom Recebido em 22novembro2012 Aprovado em 08janeiro2013 264 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A INTRODUÇÃO Os cuidados com a criança nos primeiros meses de vida são fundamentais pois esse é um período em que se encontra muito vulnerável devido à fase de rápido crescimento e dependente de cuidados maternosA criança pequena é um dos grupos mais vulneráveis aos erros deficiências e exces sos alimentares com consequências em seu esta do nutricional como a desnutrição a deficiência de micronutrientes ou o sobrepeso Durante essa fase a alimentação assume um papel importante para assegurar o crescimento e desenvolvimento adequados12 Após o sexto mês de vida as necessidades nutricio nais da criança já não são mais atendidas somente com o leite materno sendo necessária a introdu ção de outros alimentos A partir desse período a criança já tem a maturidade fisiológica e neuroló gica para receber outros alimentos que são cha mados alimentos complementares34 O alimento complementar é qualquer alimen to nutritivo sólido ou líquido diferente do leite materno oferecido à criança ainda amamentada5 Mesmo com a introdução de outros alimentos a criança deve continuar a ser amamentada até os dois anos de idade pois a função da alimentação complementar é exatamente complementar o leite materno e não substituílo Estimativas recentes sobre as principais causas de morte de crianças em todo o mundo mostram que muitos óbitos pode riam ser prevenidos com a combinação de aleita mento materno exclusivo até os seis meses e prá ticas adequadas de alimentação complementar46 ABSTRACT Objective To investigate the literaturethe influence of maternal knowl edge in the introduction of complementary feeding Methods It is a literature review with emphasis on the last 12 years using scientific articles published in journals indexed in databases SciE LO Lilacs Capes and Google Scholar in Portuguese and English Were selected randomized clinical trials observational experimental epide miological among others with statistical significance of 5 Results and DiscussionThere are beliefs and practices impregnated in Brazilian culture that show conflicting with recommendations for infant feedingMaternal care exert a strong impact on childrens health and has great influence in forming their eating habitsUsually mothers with poor eating habits will hardly establish a proper infant feedingNu trition in early life affects not only brain development growth and body composition but also the metabolic programming having an impact on chronic diseases in adults ConclusionThe introduction of appropriate and timely complemen tary feeding brings countless advantages for the childs health and the training of your eating habits as well as continued breastfeeding up to two years of age keeping protective factorsThe acting of health care professionals especially nutritionists becomes important in the pro motion of child healthfitting to these professionals the incentive to in troduce appropriate food Keywords Complementary feeding Breastfeeding Weaning Infant nutrition Food habits 265 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar MÉTODOS Tratase de uma revisão da literatura com ênfase nos últimos 12 anos utilizandose artigos científi cospublicados em revistas indexadas nas bases de dadosSciELO Lilacs Capes eGoogle Scholar nos idiomas português e inglês por meio dos descri tores aleitamento materno alimentação comple mentar desmame nutrição do lactente e hábitos alimentares Foram selecionados estudos clínicos randomizados observacionais experimentais epidemiológicos entre outros com significância estatística de 5 Foram analisados e selecionados artigos observan dose o ano de publicação 20002012 a fonte a população estudada a metodologia utilizada o instrumento de avaliação e a coleta de dados Fo ram excluídos estudos que não trataram especifi camente do tema artigos anteriores ao ano 2000 e artigos em idioma diferente de português e inglês Ao todo foram utilizados 31 referências a saber28 artigos científicos sendo 20 7142 artigos ori ginais e82857 artigos de revisão 01 livro e 02 publicações do Ministério da Saúde Com relação ao ano de publicação 1 357 artigo foi publi cado em2000 2714 em 2003 3 1071 em 2004 1 357 em 2005 1 357 em 2006 4 1428em 2007 1357 em 2008 6 2142 em 2009 51785 em 2010 3 1071 em 2011 e 1 357 em 2012 RESULTADOS E DISCUSSÃO Conhecimentos maternos e a introdução da alimentação complementar Existem algumas crenças e práticas que ainda es tão impregnadas à cultura brasileira mostrandose conflitivas com as recomendações para alimenta ção do lactente De acordo com Almeida 2002 citado por Gomes e Nakano14 no Brasil é comum a pratica de oferecer a criança água para saciar a sede chás para acalmar aliviar as cólicas e tratar de diferentes doenças Essa crença de que o leite materno não é completo para suprir as necessi dades da criança resulta na introdução de outros leites não maternos e alimentos complementares antes do tempo apropriado Os cuidados maternos exercem forte impacto so bre a saúde da criança e estão diretamente relacio nados às informações em saúde idade e grau de escolaridade da mãe além do tempo dispensado a Os alimentos complementares são subdivididos em duas categorias alimentos transicionais aqueles preparados exclusivamente para a criança e modifi cados para atender suas habilidades e necessidades e alimentos complementares não modificados e consumidos pelos demais membros da família e que não recebem denominação específica podendo ser classificados como alimentos familiares7 Estudos mostram que entre grupos de crianças com distintas práticas alimentares o crescimento infantil mantemse similar a padrões de referência até aproximadamente quatro meses de idade ini ciando então um progressivo declínio Este declí nio coincide com o período usual de introdução dos alimentos complementares8 A introdução alimentar sofre influência de diver sos fatores entre os quais se destaca a interação materna pois constitui elemento fundamental nos cuidados com a criança9 Os cuidados maternos são fundamentais para a saúde da criança e podem ser influenciadas pela qualidade das informações em saúde a escolaridade e idade da mãe o apren dizado e as experiênciasmaternas além do tempo disponível para os cuidados com o filho1011 As crenças e tabus maternos tendem a trazer pre juízos à alimentação da criança por limitar o uso de alimentos importantes para seu crescimento e desenvolvimento apesar de esses alimentos nor malmente estarem localmente disponíveis e serem consumidos pela família8 Além disso as práticas de alimentação da criança são influenciadas dire tamente pelo ambiente alimentar por informações fornecidas pelos profissionais de saúde assim como pela mídia principalmente através da veiculação de propagandas de fabricantes de alimentos12 De acordo com uma pesquisa realizada pelo Mi nistério da Saúde nas capitais brasileiras e Distrito Federal no ano de 2009 houve uma prevalência de introdução precoce de água chás e outros leites já no primeiro mês de vida Encontrouse também o consumo elevado de café refrigerantes e espe cialmente bolachas e salgadinhos entre crianças de 9 a 12 meses Com base nesses dados podese afirmar que o processo de introdução de alimen tos complementares não é oportuno e é inadequa do do ponto de vista energético e nutricional13 O objetivo do presente estudo foi investigar me diante revisão bibliográfica a influência dos co nhecimentos maternos sobre a introdução da ali mentação complementar 266 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A Os padrões de amamentação podem variar de so ciedade para sociedade Mães de alta renda de paí ses desenvolvidos normalmente amamentam seus filhos por períodos mais longos que mães de alta renda de países em desenvolvimento nestes paí ses mães de baixa renda são as que amamentam seus filhos por períodos mais longos17 Introdução precoce da alimentação complementar Os malefícios da introdução de alimentos comple mentares antes dos seis meses de idade ultrapas sam em muito qualquer benefício em potencial desta prática14 Do ponto de vista nutricional a introdução preco ce de alimentos pode ser desvantajosa pois dimi nui a duração do aleitamento materno interferin do na absorção de nutrientes importantes do leite materno como o ferro e o zinco aumentando o risco de contaminação e de reações alérgicas1218 Oferecer à criança alimentos que não o leite ma terno antes do sexto mês de vida é em geral des necessário e pode deixar a criança mais vulnerável a diarreias infecções respiratórias e desnutrição que podem levar ao comprometimento do cres cimento e do desenvolvimentomental e motor119 Mais recentemente temse associado a introdução precoce da alimentação complementar com o de senvolvimento de doenças atópicas como a asma O aleitamento materno exclusivo reduz o risco de asma e esse efeito protetor parece persistir pelo menos durante a primeira década de vida sendo particularmente evidente em crianças com histó ria familiar de doenças atópicas1820 A introdução precoce dos alimentos complemen tares pode levar à interrupção do desenvolvimen to motororal adequado que é adquirido durante o período de aleitamento materno pois a sucção durante o aleitamento materno promove o desen volvimento adequado dos órgãos fonoarticulares quanto à mobilidade e postura e das funções de respiração mastigação deglutição e articulação dos sons da fala7 O principal argumento contra a introdução pre coce dos alimentos complementares é o aumen to da morbimortalidade especialmente em locais com condições precárias de higiene Oconsumo precoce dos alimentos complementares diminui a ingestão de leite materno e consequentemente a criança recebe menos fatores de proteção5 esses cuidados Um suporte dos serviços de saúde dirigido a essas mães pode contribuir significati vamente para melhorar a condução do processo alimentar dos filhos9 A inserção da mulher no mercado de trabalho e consequentemente a busca por instituições desti nadas ao cuidado e educação de seus filhos podem causar impacto importante na alimentação dessas crianças Normalmente nessas instituições os cardápios são monótonos com predominância de leites artificiais introdução precoce de açúcar en latados embutidos doces entre outros alimentos industrializados15 Apesar de todas as evidências científicas que dão suporte teórico à política de alimentação e nutri ção infantil resultados de pesquisas e a prática profissional revelam que as decisões das mães acerca da alimentação do filho não seguemexata mente as recomendações dos órgãos de saúde11 A formação dos hábitos alimentares tem como maior influência a interação da criança com a própria mãe ou com a pessoa mais ligada a sua alimentação além do ambiente doméstico das condições socioeconômicas e das relações fami liaresDesse modo a família determina as práticas de alimentação favorecendo o estabelecimento de um padrão de comportamento alimentar infantil adequado ou não Mães com hábitos alimentares inadequados dificilmente irão estabelecer uma ali mentação infantil adequada16 Conforme o estudo de Corrêa et al10 as mães que residem em domicílios com mais de quatro pes soas aquelas com escolaridade inferior a oito anos de estudo e as que exerciam atividade fora do lar apresentam mais chances de oferecer alimentos do grupo gorduras doces lácteo amido panificação vegetais e frutas sendo que leite e frutas foram oferecidos antes dos seis meses interrompendo o aleitamento materno exclusivo e os outros ali mentos antes dos seis meses Verificase que as crianças das áreas rurais sãoain da mais amamentadas do que as das áreas urba nas A amamentação parece ser um processo mais difícil para as mães que residem na área urbana por estas sofreremas pressões do trabalho fora do lar e da modernização A introdução precoce dos alimentos complementares tem sido associada à opinião contrária das avós à prematuridade e ao baixo peso ao nascer à baixa escolaridade materna e à renda familiar à idade materna inferior a 20 anos ao uso de chupetas e de mamadeiras7 267 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar isentos de germes patogênicos toxinas ou pro dutos químicos prejudiciais sem excessos de sal ou condimentos de fácil consumo e boa aceitação pela criança Também devem ser preparados em quantidade apropriada fáceis de preparar a par tir dos alimentos da família e com custo aceitável para a família1825 Para assegurar que as necessidades nutricionais da criança sejam satisfeitas os alimentos comple mentares devem ser introduzidos no momento certo ou seja quando a necessidade por energia e nutrientes exceda o que pode ser provido por aleitamento materno exclusivo adequados o que significa devem fornecer energia macro e micro nutrientes que satisfaçam às necessidades nutri cionais de uma criança em crescimento sejam se guros do ponto de vista higiênicosanitário e sejam adequadamente ministrados ofertados de acordo com os sinais de apetite e saciedade da criança A frequência das refeições deve ser adequada à idade da criança8 Ao completar 6 meses deve ser oferecido à crian ça 3 refeiçõesdia com alimentos complementares além de oferecer água nos intervalos das refeições Essas refeições constituemse em duas papas de frutas e uma salgada preparada com legumes e verduras cereal ou tubérculo alimento de origem animal carne vísceras miúdos frango ovo e fei jões Ao completar 7 meses essas refeições cons tituemse em duas papas salgadas e duas de fruta A partir dos 8 meses de idade a criança já pode receber gradativamente os alimentos preparados para a família desde que sem temperos picantes sem alimentos industrializados com pouco sal e oferecidos amassados desfiados triturados ou pi cados em pequenos pedaços A partir de 1 ano de idade a criança passa a receber os alimentos em consistência normal4 As crianças tendem a preferir os alimentos da ma neira como eles foram apresentados inicialmente e esses hábitos geralmente persistem até a idade adulta Por isso é recomendável que sejam ofere cidos inicialmente à criança alimentos com baixos teores de açúcar e de sal18 A adoção de práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida é de extrema importância pois esse é o período em que os hábitos alimenta res são estabelecidos e continuarão na adolescên cia e na idade adulta1 Introdução tardia da alimentação complementar A introdução tardia de alimentos também é desfa vorável de modo que não atende às necessidades energéticas do lactente e leva à desaceleração do crescimento da criança aumentando o risco de desnutrição e de deficiência de micronutrientes12 O prolongamento do aleitamento materno exclu sivo após o sexto mês de vida está associado prin cipalmente a deficiências de energia proteína ferro zinco e vitamina A21 A anemia resultante da deficiência grave de ferro é o problema nutricional em crianças pequenas mais prevalente e difundido nos países em desenvolvi mento No primeiro ano de vida essa deficiência tem consequências preocupantes em virtude de seu papel na neurogênese e na diferenciação de certas células e regiões cerebrais6 A reserva he pática de ferro se esgota por volta do sexto mês de vida e o leite materno é relativamente pobre em ferro apesar da excelente biodisponibilidade A partir daí aumenta o risco de anemia a criança continua crescendo porém de forma mais lenta o que faz com que ela se afaste cada vez mais da curva de referência21 O impacto da amamentação prolongada no estado nutricional da criança pode variar de acordo com a população As crianças de nível socioeconômico mais baixo por exemplo quando amamentadas por um tempo maior apresentaram um estado nutricional mais adequado22 Recomendações nutricionais para introdução alimentar adequada O período considerado ideal para a introdução alimentar é aos seis meses de vida e são muitos os benefícios da introdução em tempo oportuno da alimentação complementar23 De acordo com o Ministério da Saúde a introdução de alimentos complementares deve ser feita de forma lenta e gradual Com a introdução do alimento a criança deve continuar a ser amamentada até os 24 meses Essas práticas asseguram o bom desenvolvimento físico neurológico e motor da criança424 Uma alimentação complementar adequada é com posta de alimentos ricos em energia e micronu trientes principalmente ferro zinco cálcio vita mina A vitamina C e folatos sem contaminação 268 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A De acordo com o conceito proposto por Lucas 1998 e citado por Brasil30 a programação meta bólica associa doenças na vida adulta como dia betes hipertensão arterial e obesidade com alte rações fisiológicas durante o período de gestação e lactação Este mesmo autor também propõe que a nutrição inadequada nas fases iniciais da vida pode igualmente provocar alterações na progra mação de órgãos e sistemas A nutrição no início da vida afeta não apenas o desenvolvimento cerebral crescimento e compo sição corporal mas também a programação me tabólica tendo impacto sobre doenças crônicas do adulto relacionadas com a dieta imunidade capacidade para o trabalho físico e desempenho educacional e cognitivo31 CONCLUSÃO Com base na recente revisão constatouse a im portância da introdução adequada e no tempo oportuno da alimentação complementar devido às inúmeras vantagens para a saúde da criança e para a formação de seus hábitos alimentares Os conhecimentos crenças e tabus maternos tendem a desempenhar uma grande influência na intro dução alimentar Observase que ainda existem inúmeros fatores que entram em conflito com as recomendaçõesnutricionais acerca da introdução da alimentação complementar influenciando nas decisões maternas Notase também que a intro dução alimentar inadequada traz importantes consequências na saúde da criança a curto e a lon go prazo podendo acarretar doenças crônicas na idade adulta A atuação dos profissionais de saúde principalmente do nutricionista se faz importante na promoção da saúde da criança cabendo a eles o incentivo à introdução alimentar apropriada e a disseminação de informações sobre a introdução correta da alimentação complementar Programação metabólica aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar Atualmente há evidências de que a alimentação inadequada durante a primeira infância traz con sequências importantes na condição de saúde a longo prazo podendo ser um dos fatores que justifica o aparecimento das doenças crônicas na idade adulta tais como obesidade hipertensão doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2226 O termo imprintingmetabólico descreve um fe nômeno pelo qual uma experiência nutricional precoce atuando durante um período crítico e es pecífico do desenvolvimento pode acarretar um efeito duradouro persistente ao longo da vida do indivíduo predispondoo a determinadas doen ças27 O imprinting metabólico poderia ocorrer através de alguns potenciais mecanismos como a indu ção de variações na estrutura de determinados órgãos modificações navascularização inervação ou justaposição dos diferentes tipos celulares den tro do órgão alterações no número de células e diferenciação metabólica alterações na expressão de determinados genes acarretando variações na produção de enzimas hormônios receptores hor monais transportadores transmembrana etc28 Quando se fala em fatores de risco para o desen volvimento da obesidade até pouco tempo atrás eram citados apenas os fatores genéticos e am bientais Contudo atualmente se considera a pro gramação como um dos mais importantes Dentre esses fatores o aleitamento materno e a introdu ção da alimentação complementar são itens que demostram grande impacto na prática de acordo com a literatura A prática do aleitamento materno pode ser considerada a iniciativa mais importan te entre todas quando o assunto é prevenção de obesidade Diversos estudos demonstram que de forma direta ou indireta o aleitamento materno reduz de 20 a 30 o risco de obesidade As prá ticas de alimentação saudável também têm papel fundamental na prevenção de doenças em longo prazo29 269 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar 11 Salve JM Silva IA Representações sociais de mães sobre a introdução de alimentos com plementares para lactentes Acta Paul Enferm 2009221 438 12 Saldiva SRDMEscuder MM Mondini L Levy RB Venancio SI Feeding habits of children aged 6 to 12 months and associated maternal factors J Pediatr 2007 831 538 13 Brasil Ministério da Saúde Boletim ENPACS Estratégia Nacional Para Alimentação Com plementar Saudável Brasília Distrito Federal 2011 14 Gomes PTT Nakano AMS Introdução à ali mentação complementar em crianças meno res de seis meses atendidas em dia nacional de campanha de vacinação Revista Salus GuarapuavaPR 2007 11 518 15 Golin CK Toloni MHA LongoSilva G Tad dei JAAC Erros alimentares na dieta de crian ças frequentadoras de berçários em creches públicas no município de São Paulo Brasil Rev Paul Pediatr 2011291 3540 16 Lima APE Javorski M Vasconcelos MGL Práticas alimentares no primeiro ano de vida Rev Bras Enferm 2011 645 9128 17 Santos Neto ET Faria CP Barbosa ML Oli veira AE Zandonade E Association between food consumption in the first months of life and socioeconomic status a longitudinal study Rev Nutr 2009225 67585 18 Monte CMG Giugliani ERJ Recomendações para alimentação complementar da crian ça em aleitamento materno J Pediatr 2004 805Supl13141 19 Silva LMP Venâncio SI Marchioni DML Prá ticas de alimentação complementar no pri meiro ano de vida e fatores associados Rev Nutr2010 236 98392 20 Strassburger SZVitolo MR Bortolini GA Pitrez PM Jones MH Stein RT Nutritional errors in the first months of life and their as sociation with asthma and atopy in preschool children J Pediatr 2010 865 3919 REFERÊNCIAS 1 Simon VGN Souza JMP Souza SB Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômi cas em crianças no primeiro ano de vida nas cidas em Hospital Universitário no município de São Paulo RevBrasEpidemiol 2003 61 2 Barbosa MB Palma D Domene SMA Taddei JAAC Lopez FA Fatores de risco associados ao desmame precoce e ao período de desma me em lactentes matriculados em creches Rev Paul Pediatr 2009 273 27281 3 Parada CMGL Carvalhaes MABL Jamas MT Práticas de alimentação complementar em crianças no primeiro ano de vida Rev Latino am Enfermagem 2007 152 4 Brasil Ministério da Saúde Dez passos para uma alimentação saudável Guia alimentar para crianças menores de dois anos Brasília Distrito Federal 2010 5 Giugliani ERJ Victora CG Alimentação com plementar J Pediatr 2000 76 Supl3 253 62 6 Garcia MT Granado FS Cardoso MA Ali mentação complementar e estado nutricional de crianças menores de dois anos atendidas no Programa Saúde da Família em Acrelân dia Acre Amazônia Ocidental Brasileira Cad Saúde Pública2011 272 30516 7 Dias MCAP Freire LMS Franceschini SCC Recomendações para alimentação comple mentar de crianças menores de dois anos RevNutr Campinas2010 233 47586 8 Barros RMM Seyffarth AS Conhecimentos maternos sobre alimentação complementar impacto de uma atividade educativa Com Ciências Saúde 2008 193 22531 9 Santos CS Lima LSJavorski M Fatores que in terferem na transição alimentar de crianças en tre cinco e oito meses investigação em Serviço de Puericultura do Recife Brasil RevBras Saú de MaternInfant Recife 2007 74 37380 10 Corrêa EN Corso ACT Moreira EAM Kazapi IAM Alimentação complementar e caracterís ticas maternas de crianças menores de dois anos de idade em Florianópolis SC Rev Paul Pediatr 2009 273 25864 270 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A aleitamento materno previne o sobrepeso na infância RevBras Saúde MaternInfant Recife 2004 4 3 2638 27 Simon VGN Souza JMP Souza SB Aleita mento materno alimentação complementar sobrepeso e obesidade em préescolares Rev Saúde Pública 2009 431 609 28 BalabanG Silva GAP Efeito protetor do alei tamento materno contra a obesidade infantil J Pediatr 2004 801 716 29 Souza FS Taralli G Programação Metabólica e Prevenção da Obesidade Pediatria Moder na 2012 486 30 Brasil FB Os efeitos da restrição alimentar materna durante o período de lactação em di ferentes sistemas orgânicos da prole em ratos Acta Scientiae Medica online 2010 31 2632 31 Vieira RW Dias RP Coelho SC Ribeiro RL Do Aleitamento Materno à Alimentação Com plementar Atuação do Profissional Nutricio nista Saúde Amb Rev Duque de Caxias 2009 42 18 21 Euclydes MP Nutrição do lactente base cien tífica para uma alimentação saudável3 ed Viçosa MG UFV 2005 22 Uchimura TT Uchimura NS Furlan J Oli veira C Aleitamento materno e alimentação complementar em crianças de duas creches de MaringáPR CiêncCuidSaúde Maringá 2003 21 2530 23 BrunkenGS Silva SM França GVA Escuder MM Venâncio SI Risk factors for early inter ruption of exclusive breastfeeding and late introduction of complementary foods among infants in midwestern BrazilJ Pediatr 2006 826 44551 24 Oliveira LPM Assis AMO Pinheiro SMC Prado MS Barreto ML Alimentação comple mentar nos primeiros dois anos de vida Rev Nutr Campinas 2005 184 45969 25 Caetano MC Ortiz TTO Silva SGL Sou za FIS Sarni ROS Complementary feeding inappropriate practices in infants J Pediatr 2010 863 196201 26 Balaban G Silva GAP Dias MLCM Dias MCM Fortaleza GTM Morotó FMMet al O relAto de cAso ARTIGOS 14 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil Influential aspects of the introduction of infant food Aspectos que influyen en la introducción de alimentos en la infancia Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan Resumo Introdução O Ministério da Saúde recomenda que a introdução alimentar infantil seja feita aos 6 meses de idade porém observase que muitas famílias introduzem alimentos antes dessa faixa etária o que pode prejudicar a saúde da criança Isso pode ocorrer devido às crenças existentes experiências prévias da família entre outros fatores de ordem social e cultural Objetivo Investigar aspectos influenciadores da introdução alimentar de crianças Métodos O presente estudo tratase de uma pesquisa transversal quantitativa com amostra não probabilística de conveniência Foram incluídos no estudo 22 pais ou responsáveis de crianças com idade até 24 meses Foi aplicado um questionário com os pais ou responsáveis que continha perguntas relacionadas à criança à família e aos fatores socioculturais introdução alimentar e crenças e conhecimentos sobre introdução alimentar Resultados Houve prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de 318 e introdução alimentar em tempo oportuno de 45 Os resultados demonstram correlação entre escolaridade renda presença de plano de saúde e ocupação dos pais fora de casa com conhecimento sobre alimentação complementar Encontrouse também correlação entre o conhecimento dos pais e tempo de aleitamento materno exclusivo e tempo em que foi introduzida alimentação complementar Conclusão A partir dos resultados podese inferir que o nível de instrução a ocupação e a renda familiar exercem influência no conhecimento dos pais sobre introdução alimentar E que este conhecimento influencia a duração do aleitamento materno exclusivo e a época da introdução alimentar Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix Belo Horizonte MG Brasil Contribuição dos autores NKLM e RSCA responsáveis pela concepção e delineamento do estudo pela coleta tabulação análise e interpretação dos dados bem como elaboração do manuscrito RMMMF e LSFP responsáveis pela orientação geral das etapas de execução e revisão do artigo Email para correspondência Renata Maria Moreira Moraes Furlan renatamfurlangmailcom Recebido 28052020 Aprovado 05102020 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan httpsdoiorg1023925217627242021v33i1p1424 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 15 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Palavraschave Fenômenos Fisiológicos da Nutrição do Lactente Comportamento Alimentar Alimentação mista Lactente Características Culturais Fatores Socioeconômicos Conhecimento Abstract Introduction The Ministry of Health recommends that the introduction of infant food be made at 6 months of age however it is observed that many families introduce food before this age group which can harm the childs health This may be due to existing beliefs previous family experiences and other social and cultural factors Objective To investigate aspects that influence the food introduction for children Methods The present study is a crosssectional quantitative research with a nonprobabilistic convenience sample The study included 22 parents or guardians of children aged up to 24 months A questionnaire containing questions related to the child the family and sociocultural factors and questions about food introduction beliefs and knowledge about this introduction was applied with the parents or guardians Results There was a prevalence of exclusive breastfeeding up to 6 months of 318 and right timely feeding of 45 The results show a correlation between schooling income health insurance and occupation of parents outside the home with knowledge about complementary feeding A correlation was also found between the parents knowledge and the duration of exclusive breastfeeding and the time when complementary feeding was introduced Conclusion From the results it can be inferred that the level of education occupation and family income influence the parents knowledge about food introduction And that this knowledge influences the duration of exclusive breastfeeding and the timing of food introduction Keywords Infant Nutritional Physiological Phenomena Feeding Behavior Mixed Feeding Infant Cultural Characteristics Socioeconomic Factors Knowledge Resumen Introducción El Ministerio de Salud recomienda la introducción de alimentos para bebés a los 6 meses de edad sin embargo se observa que muchas familias introducen alimentos antes de este grupo de edad lo que puede dañar la salud del niño Esto puede deberse a creencias existentes experiencias familiares previas entre otros factores sociales y culturales Objetivo investigar aspectos que influyen en la introducción de alimentos en los niños Métodos Este estudio es una investigación transversal cuantitativa con una muestra de conveniencia no probabilística El estudio incluyó a 22 padres o tutores de niños de hasta 24 meses Se aplicó un cuestionario con los padres o tutores que contenía preguntas relacionadas con el niño la familia y factores socioculturales introducción de alimentos y creencias y conocimientos sobre la introducción de alimentos Resultados hubo una prevalencia de lactancia materna exclusiva hasta 6 meses de 318 y alimentación oportuna de 45 Los resultados demuestran una correlación entre escolaridad ingresos presencia de seguro de salud y ocupación de padres fuera del hogar con conocimiento sobre alimentación complementaria También se encontró una correlación entre el conocimiento de los padres y el tiempo de lactancia materna exclusiva y el momento en que se introdujo la alimentación complementaria Conclusión a partir de los resultados se puede inferir que el nivel de educación la ocupación y el ingreso familiar influyen en el conocimiento de los padres sobre la introducción de alimentos Y que este conocimiento influye en la duración de lactancia materna exclusiva y el tiempo de introducción de alimentos Palabras clave Fenómenos Fisiológicos Nutricionales del Lactante Conducta Alimentaria Alimentación Mixta Lactante Características Culturales Factores Socioeconómicos Conocimiento ARTIGOS 16 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan Introdução Nos últimos anos temse discutido muito a respeito da importância do aleitamento materno e consequentemente surgem questionamentos com relação à alimentação complementar para os bebês Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde OMS as crianças só devem começar a ingerir alimentos além do leite mater no após os seis meses de idade1 Assim sendo a introdução de qualquer alimento antes dessa idade é considerada precoce A recomendação para a alimentação complementar a partir dos seis meses parte do pressuposto que até essa idade a criança não precisa de nenhum outro alimento que não seja o leite materno2 Outro motivo para que a complementação seja feita dessa forma é o desenvolvimento motor da criança pois aos seis meses a criança consegue sustentar tronco e coluna cervical sendo capaz de ficar sentada sem apoio e os movimentos de língua e mandíbula são mais apropriados para a mastigação3 É importante que a introdução de alimentos não ocorra de maneira precoce visto que o desen volvimento das estruturas estáticas e dinâmicas que compõem o sistema estomatognático está diretamente relacionado aos estímulos de sucção que estão presentes na amamentação45 O sistema estomatognático é responsável pelas funções de sucção respiração deglutição fala e mastigação6 Por isso estímulos adequados realizados durante a amamentação promovem o correto desenvolvi mento das demais funções orofaciais da criança4 Pesquisas apontam que crianças que receberam alimentos antes do período adequado foram mais suscetíveis a doenças7 desnutrição2 e obesidade8 Além dos prejuízos que são notados em curto prazo de acordo com a OMS existem consequências em longo prazo tais como fraco desempenho escolar produtividade diminuída e menor desenvolvimento intelectual e social9 Uma pesquisa verificou que indivíduos que foram amamentados apresentaram melhores resultados nos testes cognitivos eviden ciando uma correlação entre a amamentação e o desenvolvimento da inteligência10 Como já constatado por alguns estudos a introdução de alimentos na dieta infantil ocorre muitas vezes de maneira precoce1113 Isso está frequentemente associado às crenças que per meiam a alimentação da criança2 e também a uma possível dificuldade de compreensão ou mesmo de assimilação das orientações fornecidas pelos profissionais de saúde aos pais fazendo com que eles se esqueçam das orientações ou prefiram não seguilas13 Ainda é possível notar que as mães se sentem mais seguras ao oferecer alimentos às crianças uma vez que durante o preparo das refeições elas têm total domínio do que será dado à criança como será oferecido e ainda podem ter controle sobre a quantidade de alimento ingerido pela criança o mesmo não acontece com o leite materno pois sua produção é mediada por processos fisiológicos e hormonais que muitas vezes não são compreen didos pelas mães14 A escolha dos alimentos que irão compor a die ta da criança também se relaciona com o poder de compra da família15 Dessa maneira a alimentação da criança deve ser entendida como um fenômeno de ordem sociocultural e econômica visto que para escolher os alimentos e o momento em que eles se rão oferecidos os pais ou responsáveis consideram as experiências já vividas o valor comercial dos alimentos disponíveis no mercado e outros fatores de ordem social e cultural214 Além das questões nutricionais o modo como os alimentos são oferecidos à criança no período de alimentação complementar merece atenção Nesse contexto o fonoaudiólogo tem papel re levante com olhar direcionado à prevenção de alterações funcionais do sistema estomatognático e de distúrbios alimentares infantis como a recu sa ou seletividade alimentar16 O Ministério da Saúde recomenda que a introdução alimentar seja realizada inicialmente na consistência pastosa porém com os alimentos amassados com garfo e não peneirados ou batidos no liquidificador e que os alimentos sejam apresentados separados ao invés de misturados17 Esta recomendação é favorável ao desenvolvimento do paladar e olfato possibilita experiências sensoriais e o aprendizado da mastigação Outra abordagem de introdução alimentar denominada Baby Led Weaning BLW tem ganhado popularidade na última década18 O BLW preconiza a oferta de alimentos em pedaços maiores e autonomia da criança para ingerilos não sendo portanto utilizados talheres1820 Dentre as vantagens deste método citamse a maior possibi lidade de exploração de sabor textura cor e cheiro de cada alimento maior autonomia da criança e desenvolvimento da coordenação visuomotora Independente da forma que a família adotar para a Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 17 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 introdução alimentar são orientações realizadas por fonoaudiólogos respeitar a autonomia da criança permitir que ela manipule os alimentos inserila nos momentos e ambientes de refeição em família e oferecer consistências compatíveis com o nível de desenvolvimento motor oral da criança21 Embora existam muitos estudos que investi gam aspectos influenciadores da amamentação são escassos os que abordam introdução alimentar infantil especialmente no que diz respeito ao modo como os alimentos são oferecidos à criança Sendo assim o presente estudo busca esclarecimentos sobre a realização do processo de introdução alimentar em crianças fornecendo dados que permitirão aos profissionais de saúde abordar os paisresponsáveis de forma mais eficaz Para isso o objetivo desta pesquisa foi investigar os aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil Material e método O presente estudo tratase de uma pesquisa transversal quantitativa com amostra não proba bilística de conveniência realizada em três escolas da rede privada de ensino das cidades de Belo Ho rizonte e Contagem A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Metodista Izabela Hendrix sob o parecer nº 3180360 Foram incluídos no estudo 22 pais ou respon sáveis de crianças sendo 12 545 de crianças do sexo masculino e 10 de crianças 455 do feminino A maioria das crianças 81 tinha idade entre 13 e 24 meses Constituíram os critérios de inclusão ter pelo menos um filho com idade entre 0 e 2 anos com ausência de síndromes aceitar parti cipar da pesquisa assinar o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE e ter disponibilidade para responder a um questionário Foram excluídos do estudo os participantes que responderam menos do que 80 dos itens do questionário O recrutamento dos participantes foi realizado via email e por bilhete sendo intermediado pelas escolas Para realização da coleta de dados foi uti lizado um questionário elaborado especificamente para este estudo Quadro 1 o qual foi entregue aos paisresponsáveis e recolhido com as respostas dentro de um período de quatro dias O questionário compunhase de três blocos de perguntas No bloco I constavam questões sobre as pectos pessoais da criança e da família e sociocul turais idade e sexo da criança data de nascimento peso ao nascer idade gestacional idade da mãe duração da licença maternidade trabalho dos pais fora de casa escolaridade dos pais renda familiar e plano de saúde da família No bloco II constavam questões sobre o processo alimentar da criança a idade máxima de alimentação exclusiva pelo leite da mãe a idade máxima de amamentação idade de início da oferta de alimentos questionouse se a oferta de alimentos no momento em questão era feita com alimentos separados ou misturados a consistência do alimento no início da introdução se a criança manipulava o alimento se a criança se alimentava assistindo à televisão eou brincando e ou mexendo no telefone se fazia uso de mamadei ra se fazia uso de chupeta e se as refeições eram feitas junto com a família No bloco III os pais responsáveis respondiam questões relacionadas ao conhecimento e crenças sobre alimentação infantil O questionário foi desenvolvido pelas autoras da presente pesquisa sendo três fonoaudiólogas e uma nutricionista e teve por base o Manual com Orientações para Avaliação de Marcadores de Con sumo Alimentar na Atenção Básica desenvolvido pelo Ministério da Saúde22 os dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras me nores de dois anos17 e o documento que apresenta os indicadores para avaliação das práticas de ali mentação de lactentes e crianças publicado pela Organização Mundial da Saúde23 Após a coleta de dados os resultados foram transcritos para uma planilha do Microsoft Excel Os dados nominais foram alterados para um código de letrasnúmeros garantindo o sigilo dos dados pessoais dos entrevistados Além disso a partir das perguntas sobre o conhecimento e crenças referentes à introdução alimentar infantil foi calculado o escore quantificando as respostas compatíveis com as orientações do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde sendo 1 ponto para cada resposta dada conforme o que é preconizado Sendo assim a menor pontuação possível de ser obtida no questionário era zero e a maior 10 Os resultados foram submetidos à análise com a finalidade de descrever a amostra em que se realizaram medidas de tendência central média e variabilidade desvio padrão para as variáveis contínuas e análise de frequência para as variáveis categóricas Duas crianças ainda não haviam sido submetidas à introdução alimentar pois tinham um e dois meses de idade Estas não foram incluídas nas análises de associação das ARTIGOS 18 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan Quadro 1 Questionário aplicado aos pais ou responsáveis BLOCO I DADOS DO SEU FILHO DA FAMÍLIA E SOCIOCULTURAIS 1 Sexo da criança Feminino Masculino 2 Data de Nascimento 3 Idade da criança 4 Nasceu de quantas semanas 5 Peso ao nascer 6 Fez prénatal Sim Não 7Se fez o prénatal teve quantas consultas 8 Idade da mãe 9 Profissão da mãe 10 Mãe autônoma ou carteira assinada 11 Se possui carteira assinada quanto tempo obteve de licença maternidade 12 Idade do pai 13 Profissão do pai 14 Os pais trabalham fora de casa Sim Não Às vezes 15 Se sim quando precisa quem cuida da criança se necessário marcar mais de uma opção Família Amigos CrecheEscola Babá 16 Escolaridade da mãe Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Incompleto Ensino Superior Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo 17 Escolaridade do pai Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Incompleto Ensino Superior Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo 18 Quantas pessoas moram na casa 19 Qual o grau de parentesco das pessoas que moram com você exemplo tio irmão marido filho 20 Renda Familiar Entre 1 e 2 salários mínimos Entre 2 e 4 salários mínimos Acima de 5 salários mínimos 21 A família possui plano de saúde Sim Não 22 O desenvolvimento da criança é acompanhado regularmente pelo pediatra ou outro profissional Sim Não 23 Quando é necessário atendimento referente à saúde da criança você utiliza qual rede de saúde na maioria das vezes Pública Privada BLOCO II INTRODUÇÃO ALIMENTAR 1 A criança está ou já esteve alimentandose APENAS de leite materno Não Sim 2 Até que idade se alimentou APENAS pelo leite da mãe 3 A criança mama ou já mamou no peito Não Sim Se sim até qual idade 4 A criança toma ou já tomou leite de caixinha Não Sim 5 A criança se alimentou de fórmula infantil Não Sim 6 Se a criança já se alimenta com alimentos sólidos como é atualmente realizada a oferta de alimentos Misturados Separados 7 Como era a consistência do alimento no início da introdução alimentar Em pedaços Amassados Peneirada Liquidificada Caldo 8 E hoje como é a consistência Em pedaços Amassados Peneirada Liquidificada Caldo 9 Qual é a posição em que a criança se alimenta ou é alimentada No colo No sofá Na cadeirinha No chão 10 Quais os utensílios utilizados nas refeições Colher de plástico ou silicone Colher de metal Prato Copo com bico Mamadeira Copo Outros 11 A criança manipula o alimento com as mãos Não Sim 12 A criança tem costume de se alimentar vendo TV brincando ou mexendo no telefone Não Sim 13 A criança faz uso de mamadeira Não Sim 14 A criança faz uso de chupeta Não Sim 15 As refeições da criança são feitas junto com a família Não Sim Às vezes 16 Onde você busca informações sobre introdução alimentar Família Médico Internet TV Amigos Outros BLOCO III CONHECIMENTO E CRENÇAS SOBRE INTRODUÇÃO ALIMENTAR 1 Você considera o leite materno fraco 2 Você considera o iogurte um alimento saudável 3 O primeiro alimento sólido do bebê precisa ser a papinha 4 Se a criança recusar o alimento duas vezes quer dizer que ela não gosta 5 Até que nasçam os dentes a criança deve comer tudo amassado 6 A fruta é mais saudável que o suco da fruta 7 O leite de caixinha sustenta mais a criança do que o leite materno 8 O bebê precisa de água desde recémnascido 9 Chás são bons para bebês de até seis meses 10 O bebê já pode comer papinha a partir de quatro meses 11 Faz mal dar doces para o bebê 12 Refrigerante faz mal para crianças 13 Com qual alimento você tem certeza que a criança está satisfeita cheia Sim Não Às vezes Sim Não Sim Não Sim Não Às vezes Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Leite materno Comida Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 19 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 questões referentes à introdução alimentar do bloco II Aplicouse o teste T para amostras inde pendentes teste MannWhitney ou ANOVA para avaliação da associação entre variáveis categóricas e contínuas Aplicouse o teste de correlação de Spearman para avaliação da correlação entre as variáveis contínuas sendo considerada a seguinte classificação 0 02 correlação péssima 021 04 correlação ruim 041 06 correlação regular 061 08 correlação boa 081 100 correlação ótima Considerouse como significativos valores de p005 Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico IBM SPSS Resultados Verificouse que a idade mínima dos respon dentes foi de 24 anos máxima de 56 anos com média de 33 anos e desvio padrão de 7 anos As Tabelas 1 e 2 apresentam a análise descritiva dos participantes do estudo e os dados referentes ao Bloco I e Bloco II do questionário Tabela 1 Distribuição das frequências das respostas para as variáveis do Bloco I do questionário Variáveis Frequência Porcentagem Sexo Feminino 12 545 Masculino 10 455 Idade da criança 0 a 6 meses 2 91 7 meses a 12 meses 2 91 13 meses a 24 meses 18 818 Idade gestacional 42 semanas completas ou mais 1 45 Menos de 37 semanas 2 91 Entre 37 e 42 semanas 19 864 Peso ao nascimento Adequado maior que 3000 g 14 636 Insuficiente 2500 a 3000 g 6 273 Baixo Peso 1500 a 2500 g 2 91 Tempo de licença maternidade Menos de 4 meses 1 45 De 4 a 6 meses 14 636 Mais de 6 meses 1 45 Não respondeu 6 273 Trabalho dos pais fora de casa Sim 16 727 Não 2 91 Às vezes 4 182 Escolaridade dos pais maior escolaridade do casal Ensino Fundamental 1 45 Ensino Médio 7 318 Ensino Superior 14 636 Renda familiar Não respondeu 3 136 De 1 a 2 salários mínimos 3 136 De 2 a 4 salários mínimos 7 318 Mais de 5 salários mínimos 9 409 Plano de saúde Sim 16 727 Não 6 273 Legenda g gramas ARTIGOS 20 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan A Tabela 1 mostra que houve maior frequência de crianças do sexo feminino com idade entre 13 e 24 meses nascidas a termo e com peso adequado A maior parte das mães obteve licença maternidade entre quatro e seis meses os pais em sua maioria trabalhavam fora de casa e cursaram ensino supe rior A renda familiar mais frequente foi acima de cinco salários mínimos e a maioria dos participan tes tinha plano de saúde A Tabela 2 mostra que o grupo com maior número de crianças foi aquele que permaneceu em aleitamento materno exclusivo até os seis meses A oferta de alimentos iniciouse entre 0 e 5 meses de idade para a maior parte das crianças Sobre a forma de apresentação do alimento na maior parte dos casos o alimento era oferecido misturado e a criança manipulava o alimento com as mãos Com relação à consistência do alimento ofertado no início da introdução alimentar observouse que em sua maioria era ofertado amassado A maioria das crianças usava mamadeira mas não chupeta Com relação ao ambiente em que eram realiza das as refeições verificouse que em sua maioria as crianças faziam as refeições junto à família po rém a metade dos entrevistados relatou o costume de alimentar a criança em frente às telas televisão celular entre outros ou com brinquedos O escore sobre Crenças e conhecimentos sobre alimentação Bloco III do questionário variou de quatro a dez pontos sendo a média de 71 e desvio padrão de 19 pontos Tabela 2 Distribuição das frequências de resposta do bloco ii do questionário Variáveis Frequência Porcentagem Até quantos meses se alimentou APENAS pelo leite da mãe 0 mês 2 91 1 mês 1 45 3 meses 2 91 4 meses 6 273 6 meses 7 318 7 meses 1 45 Não respondeu 3 136 Até qual idade mamou no peito 05 meses 4 200 612 meses 8 400 1324 meses 8 400 Com qual idade iniciou a oferta de alimentos 03 meses 1 50 45 meses 10 500 6 meses 9 450 Como é atualmente realizada a oferta de alimentos Misturados 12 600 Separados e Misturados 1 50 Separados 7 300 Como era a consistência do alimento no INÍCIO da introdução alimentar Em pedaços 1 50 Amassados 16 800 Amassados e peneirados 1 50 Peneirado 2 100 A criança manipula o alimento com as mãos Sim 16 800 Não 4 200 A criança tem costume de se alimentar vendo TV brincando ou mexendo no telefone Sim 10 500 Não 9 450 As vezes 1 50 Faz uso de mamadeira Sim 15 682 Não 7 318 Faz uso de chupeta Sim 10 455 Não 11 500 Não respondeu 1 45 As refeições da criança são feitas junto com a família Sim 14 700 Não 2 100 Às vezes 4 200 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 21 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Na análise de correlação entre os blocos I II e III do questionário Tabela 3 houve correlação entre o escore de conhecimento e as seguintes variáveis tempo que alimentou apenas pelo leite da mãe idade que iniciou a oferta de alimentos trabalho fora de casa renda escolaridade dos pais e possuir plano de saúde Tabela 3 Análise de associação entre o escore do bloco III e tempo que alimentou apenas pelo leite da mãe idade que iniciou a oferta de alimentos pais trabalham fora de casa escolaridade dos pais e possuir plano de saúde Variáveis N Escore Médio Desvio Padrão Valor de p e grau da correlação Interpretação Até quantos meses se alimentou APENAS pelo leite da mãe 0 meses 2 47 11 p0002 r0658 Quanto maior o escore maior o tempo de amamentação 1 mês 1 40 3 meses 2 67 18 4 meses 6 74 19 6 meses 7 83 14 7 meses 1 90 Com qual idade iniciou a oferta de alimentos 03 meses 1 52 p0007 r0570 Quanto maior o escore mais tempo demorou para introdução de outros alimentos 45 meses 10 66 20 6 meses 9 83 12 Os pais trabalham fora de casa Sim 16 76 17 p0036 r0450 Os pais que trabalham fora de casa apresentaram um escore maior Não 2 47 11 As vezes 4 62 21 Escolaridade dos pais maior escolaridade do casal Fundamental 1 50 p0001 r0655 Quanto maior a escolaridade maior o escore Médio 7 56 12 Superior 14 80 17 A família possui plano de saúde Sim 16 76 19 p0037 r0448 Famílias com plano de saúde possuem maior escore Não 6 58 14 Renda familiar De 1 a 2 salários mínimos 3 68 12 p0013 r0557 Famílias com renda maior que 5 salários possuem maior escore De 2 a 4 salários mínimos 7 58 20 Mais de 5 salários mínimos 9 85 11 Legenda N número de participantes teste ANOVA teste T correlação de Pearson Interpretação da correlação 0 02 Correlação péssima 021 04 Correlação ruim 041 06 Correlação regular 061 08 Correlação boa 08 10 Correlação ótima Discussão Os resultados apontaram que o AME e a in trodução alimentar aos seis meses foram práticas realizadas por pais com maior conhecimento das recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde do Brasil e que tal conhe cimento foi maior em pais com maior escolaridade maior renda acesso a plano de saúde e que traba lham fora de casa Foi possível verificar nos resultados que a maior parte das crianças recebeu alimentos além do leite materno antes dos seis meses de idade o que é considerado introdução alimentar precoce24 Esse é um achado comum em diversos estudos2527 o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para amamentação e introdução alimentar Foi considerada alta a porcentagem dos en trevistados que relatou que os filhos faziam uso de mamadeira e de chupeta dada a relação direta entre uso de chupeta e mamadeira e o desmame precoce2830 É importante ressaltar também a alta porcentagem de crianças que realizam o momento da alimentação frente às telas eou com brinquedos De acordo com Silva Filho21 uma das atitudes que devem ser evitadas para que a criança adquira há bitos alimentares saudáveis é oferecer distrações especialmente telas enquanto ela se alimenta Ao ARTIGOS 22 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan passo que é boa conduta que o bebê por volta de seis meses comece a fazer as refeições junto com a família e que seja incentivado a ter interesse pe los alimentos o que inclui segurálos e levalos à boca16 Embora a maioria dos entrevistados tenha relatado que os filhos realizam as refeições junto com a família e que permitem a manipulação dos alimentos essa dinâmica fica comprometida na presença dos distratores Outra resposta frequente entre os entrevistados referese à oferta aos filhos dos alimentos mistura dos ao invés de separados o que é contrário à reco mendação do Ministério da Saúde A recomendação de se oferecer os alimentos separados pode ser explicada pela maior oportunidade de se conhecer novos sabores e texturas com esse tipo de oferta17 Por outro lado a oferta dos alimentos amassados ao invés de batidos realizada pela maior parte das famílias vai ao encontro da recomendação do Ministério da Saúde sendo uma estratégia para que a criança possa experimentar novas consistências e texturas17 sendo propícia também para o desen volvimento da mastigação A análise do conhecimento dos pais sobre introdução alimentar quando relacionada com a escolaridade renda e ocupação dos pais demonstra que quanto maior o nível de instrução e a renda também foi maior a pontuação sobre conhecimen tos e crenças com relação à introdução alimentar Estudos semelhantes realizados no município São Paulo e em Florianópolis relacionaram a escolarida de dos pais com a introdução tardia de água chás doces e refrigerantes na dieta infantil3132 ou seja quanto maior a escolaridade mais adequadas são as práticas no que se refere à introdução alimentar A renda familiar também exibe uma relação com a lucidez sobre alimentação da criança indicando que a população com mais condições econômicas tem mais acesso à informação3334 A análise dos resultados também evidenciou que pais que trabalham fora de casa e possuem plano de saúde apresentaram maior conhecimento sobre introdução alimentar Estudo realizado com usuários de um plano de saúde privado mostrou que quando os pais recebem mais orientações eles se apropriam do conhecimento e assumem práticas mais condizentes com as recomendações35 Em relação à ocupação dos pais observouse que aqueles que trabalham fora de casa apresentam maior conhecimento sobre alimentação comple mentar Estudos semelhantes apontaram que esses pais são menos inclinados a práticas de alimentação complementar que contradizem as recomenda ções3637 Podese inferir que por trabalhar fora de casa há um aumento da renda familiar e com isso maiores condições financeiras para se obter informações acerca da alimentação complementar A relação existente entre dispor de um plano de saúde e o conhecimento sobre alimentação com plementar também pode ser explicado pelo fato de que os pais que trabalham fora em sua maioria são os mesmos pais que têm maior escolaridade e renda o que reforça o impacto da escolaridade e da renda sobre o conhecimento dos pais Quando avaliada a relação entre os blocos II e III observouse que quanto maior a pontuação no bloco III maior foi o tempo de AME e mais tardia foi a introdução de outros alimentos Isso indica que quanto mais informação os pais têm sobre a alimentação complementar maior é a chance de a introdução alimentar ser feita no tempo que é tido como correto Esse achado corrobora a literatura que diz que quanto maior o acesso à informa ção menor a incidência de introdução alimentar precoce38 Foi relatado em uma pesquisa que as mães com maior renda demonstraram seguir as recomendações dos profissionais da saúde quanto à introdução alimentar e que 50 dos pais en trevistados receberam informações mas optaram por não seguilas34 achado que demonstra que só fornecer informações não é o suficiente e que é necessário considerar outros fatores de ordem so cial e cultural para que sejam efetivas as práticas corretas de introdução alimentar Também devese considerar que uma atuação com maior empatia na relação profissional da saúde e paciente melhora a efetividade das orientações39 O estudo em questão contou com uma amostra pequena e um público muito específico Portanto os resultados não podem ser generalizados Outra limitação da presente pesquisa referese a não se ter investigado as opiniões e decisões do cuidador especialmente porque na amostra coletada grande parte dos pais trabalhava fora de casa e a licença maternidade terminava aos seis meses época de início da introdução alimentar Para estudos subsequentes sugerese uma amostra maior e que contenha indivíduos de diferentes classes sociais com estruturas familiares diversas e padrões de vida distintos entre outros fatores Apesar das limita ções supracitadas esta pesquisa inova ao investigar a maneira como os alimentos são oferecidos na Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 23 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 introdução alimentar se separados ou misturados a consistência a manipulação pela criança e o ambiente em que a oferta é realizada Conclusão Houve correlação entre os aspectos de esco laridade ocupação fora de casa renda familiar e ter plano de saúde com o conhecimento dos pais sobre introdução alimentar infantil sendo os maio res escores na avaliação do conhecimento sobre introdução alimentar obtidos pelos pais com maior escolaridade que trabalhavam fora de casa com maior renda e com plano de saúde O conhecimento sobre introdução alimentar apresentou correlação com a duração do aleita mento materno exclusivo sendo que quanto maior o conhecimento dos pais maior a duração do alei tamento exclusivo e com a época da introdução alimentar visto que quanto maior o conhecimento mais próximo dos seis meses a introdução alimentar foi realizada Assim o presente estudo demonstra a ne cessidade de os profissionais da saúde criarem estratégias para aumentar o conhecimento dos pais com relação à alimentação complementar infantil Referências 1 World Health Organization FortySeventh World Health Assembly 1994 1 1202 2 Ministério da Saúde Organização PanAmericana da Saúde Guia alimentar para crianças menores de 2 anos 2005 1152 3 Sociedade Brasileira de Pediatria Departamento Científico de Nutrologia A Alimentação Complementar e o Método BLW Babyled Weaning 2017 Acesso em 29 de outubro de 2018 Disponível em httpwwwsbpcombrdocumentos cientificostxcwfiles5Bpage5D8cHash42803ed96f bdd30e55b073aeb6a39080 4 Bervian J Fontana M Caus B Relação entre amamentação desenvolvimento motor bucal e hábitos bucais revisão de literatura RFO 2008 132 7681 5 Carbeiro AS Delgado SE Brescovici SM Characterization of feeding development in 6 to 24 monthold children in Canoas RS Rev CEFAC 2009 112 35360 6 Alves RA Cunha MD Reis AMCS Análise morfofuncional do sistema estomatognático em usuários de prótese total convencional do Centro Integrado de SaúdeCIS Rev CEFAC 2017 195 71225 7 Giugliani ERJ Victora CG Alimentação Complementar J Pediatr 2000 763 25362 8 Nascimento VG Silva JPC Ferreira PC Bertoli CJ Leone C Maternal breastfeeding early introduction of nonbreast milk and excess weight in preschoolers Rev Paul Pediatr 2016 344 4549 9 World Health Organization Global strategy for infant and young child feeding 2005 132 10 Victora CG Horta BL Mola CL Quevedo L Pinheiro RT Gigante DP Gonçalves H Barros FC Association between breastfeeding and intelligence educational attainment and income at 30 years of age a prospective birth cohort study from Brazil The Lancet Global Health 2015 34 e199205 11 Bernardi JLD Jordão RE Barros Filho AAB Alimentação complementar de lactentes em uma cidade desenvolvida no contexto de um país em desenvolvimento Rev Panam Salud Publica 2009 265 40511 12 Lopes WC Marques FKS Oliveira CF Rodrigues JA Silveira MF Caldeira AP Pinho L Infant feeding in the first two years of life Rev Paul Pediatr 2018 362 164170 13 Escarce AG Araújo NG Friche AAL Motta AR Influence of guidance about breastfeeding in the behavior of a university hospital users Rev CEFAC 2013 156 157082 14 Salve JM Silva IA Social representations of mothers on the introduction of complementary foods for infants Acta Paul Enferm 2009 221 438 15 Mello CS Barros KV Morais MB Brazilian infant and preschool children feeding literature review J Pediatr 2016 925 45163 16 Junqueira P Recusa alimentar do bebê aos primeiros alimentos ofertados In Motta AR Furlan RMMM Tessitore A Cunha DA BerretinFelix Silva HJ et al orgs Motricidade Orofacial a atuação nos diferentes níveis de atenção à saúde São José dos Campos Pulso Editorial 2017 pp 639 17 Brasil Ministério da Saúde Dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos Ministério da Saúde Brasília Ministério da Saúde 2014 20 p 18 Brown A Jones SW Rowan H Babyled weaning The evidence to date Curr Nutr Rep 2017 6 14856 19 Rapley G Murkett T Babyled weaning helping your baby to love good food Reino Unido Vermilion 2008 20 Gomez MS Novaes APT Silva JP Guerra LM Possobon RF Babyled weaning panorama da nova abordagem sobre introdução alimentar revisão integrativa de literatura Rev Paul Pediatr 2020 38 e2018084 21 Silva Filho RF Quando a criança não quer comer Silva HJ Tessitore A Motta AR Cunha DA BerretinFelix G Marchesan IQ orgs Tratado de Motricidade Orofacial São José dos Campos Pulso Editorial 2019 pp 1717 22 Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Brasília Ministério da Saúde 2015 33 p 23 World Health Organization WHO Indicators for assessing infant and young child feeding practices Geneva WHO 2010 24 World Health Organization Infant and young child nutrition Geneva World Health Organization 2002 ARTIGOS 24 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan 25 Toloni MHA LongoSilva G Konstantyner T Taddei JAAC Consumo de alimentos industrializados por lactentes matriculados em creches Rev Paul Pediatr 2014 321 3743 26 Barbosa RMS Croccia C Carvalho CGN Franco VC SallesCosta R Soares EA Consumo alimentar de crianças com base na pirâmide alimentar brasileira infantil Rev Nutr 2005 185 63341 27 Toloni MHA LongoSilva G Goulart RMM Taddei JAAC Introdução de alimentos industrializados e de alimentos de uso tradicional na dieta de crianças de creches públicas no município de São Paulo Rev Nutr 2011 241 6170 28 Carrascoza KM Possobon RF Ambrosano GMB Costa Júnior AL Moraes ABA Determinants of pacifier use among infants attending an interdisciplinary breastfeeding promotion program Rev CEFAC 2014 162 58291 29 Neu AP Silva AMT Mezzomo CL BusanelloStella ARBreastfeeding relationship with habits of suction and socioeconomic aspects of family Rev CEFAC 2014 163 88391 30 Miotto MHMB Caxias FP Campos DMKS Ferreira LFPE Barcellos LA Breast feeding as a protection factor to avoid nonnutritive sucking habits Rev CEFAC 2014 161 24451 31 Simon VGN Souza JMP Souza SB Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômicas em crianças no primeiro ano de vida nascidas em Hospital Universitário no município de São Paulo Rev Bras Epidemiol 2003 61 2938 32 Corrêa EM Corso ACT Moreira EAM Kazapi IAM Alimentação complementar e características maternas de crianças menores de dois anos de idade em Florianópolis SC Rev Paul Pediatr 2009 273 25864 33 Sotero AM Cabral PC Silva GAP Socioeconomic cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants Rev Paul Pediatr 2015 334 44552 34 Broilo MC Louzada MLC Drachler ML Stenzel LM Vitolo MR Percepção e atitudes maternas em relação às orientações de profissionais de saúde referentes a práticas alimentares no primeiro ano de vida J Pediatr 2013 895 48591 35 Maia EM Santiago LB Sampaio ACF Lamounier JA Programa de apoio ao aleitamento materno exclusivo para mães trabalhadoras da iniciativa privada Rev Med Minas Gerais 2015 251 1924 36 Epheson B Birhanu Z Tamiru D Feyissa GT Complementary feeding practices and associated factors in Damot Weydie District Welayta zone South Ethiopia BMC public health 2018 181 419 37 Khanal V Sauer K Zhao Y Determinantes de práticas alimentares complementares entre crianças nepalesas de 6 a 23 meses resultados do levantamento demográfico e de saúde 2011 BMC Pediatr 2013 131 131 38 Cândido NA Efetividade de intervenções em creches públicas pautadas na educação alimentar e nutricional com diferentes abordagens na promoção da alimentação complementar saudável tese Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 2016 39 Pollak KI Alexander SC Tulsky JA Lyna P Coffman CJ Dolor RJ Gulbrandsen P Ostbye T Physician empathy and listening associations with patient satisfaction and autonomy J Am Board Fam Med 2011 246 66572
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Texto de pré-visualização
3 CURSO DE NUTRIÇÃO Manual de Estágio Curricular Obrigatório Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva 215 horas Coordenadora do Curso Profª Dra Julianna Matias Vagula 4 Sumário 1 NATUREZA DO ESTÁGIO 6 2 DA ESTRUTURA DURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO 7 3 ASSIDUIDADE 8 4 POSTURA E ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO 9 5 ENVOLVIMENTO DOS PARTICIPANTES 10 6 DOCUMENTAÇÃO DO ESTÁGIO 11 7 ANEXOS 13 5 MANUAL DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO E SAÚDE COLETIVA CARGA HORÁRIA 215 HORAS Caro aluno Antes de iniciar sua atividade de estágio leia com atenção este documento pois contém informações importantes para essa atividade curricular Juntamente com esta orientação em seu AVA consta uma videoaula que trata sobre o estágio desse semestre Leia este material e assista ao vídeo e em caso de dúvidas entre em contato com o seu tutor a distância 6 1 NATUREZA DO ESTÁGIO O Estágio Curricular busca a associação das dimensões teóricas e práticas do currículo Dessa forma articula interdisciplinarmente os conteúdos visando a aplicação dos conhecimentos adquiridos durante o Curso Garantindo a possibilidade de abrir uma janela para o futuro e vislumbrar a realidade em que irá atuar profissionalmente No Estágio Curricular em Nutrição e Saúde Coletiva os alunos desenvolverão diferentes atividades no intuito de fortalecer ações de alimentação e nutrição no âmbito da nutrição social A carga horária total do estágio em Nutrição Clínica é de 215 horas que será realizado da seguinte forma 172 horas em campo e 43 horas teóricas reuniões e estudos de caso clínico 11 Dos Objetivos 111 O estágio obrigatório tem por objetivos os seguintes Proporcionar ao acadêmico a oportunidade de aplicar ampliar e adequar os conhecimentos técnicocientíficos integrando a teoria e a prática por meio de sua inserção em situações reais de trabalho Promover atividades que permitam o desenvolvimento de competências capacidades e habilidades requeridas para a formação profissional Possibilitar o conhecimento da realidade socioeconômica e cultural da população desenvolvendo a capacidade crítica e humanística do acadêmico permitindo a sua identificação como elemento de transformação da sociedade Garantir a experiência nos diferentes níveis de atenção a saúde atuando em programas de promoção manutenção prevenção proteção e recuperação da saúde promovendo a formação de profissional comprometido com o ser humano 7 Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional possibilitando o desenvolvimento da cidadania e dos princípios éticos da autonomia da responsabilidade da solidariedade e do respeito ao bem comum Permitir o desenvolvimento da prática profissional voltada para a atuação em equipes multiprofissionais fortalecendo os aspectos interdisciplinares e transdisciplinares como forma de obter máxima produtividade da promoção e da assistência à saúde Possibilitar a tomada de decisões e as soluções de problemas Assegurar a formação de Nutricionistas generalistas qualificados ao exercício profissional nas diferentes áreas de atuação vinculadas a alimentação e nutrição Identificar as atribuições técnico administrativas do nutricionista Conhecer as políticas e programas públicos voltados à saúde e nutrição da população brasileira Saber identificar dados epidemiológicos com análise bioestatística adequada para trabalhar na nutrição social Conhecer os aspectos relacionados à Educação Alimentar e Nutricional para atuar na promoção manutenção e recuperação da saúde bem como na prevenção e tratamento de doenças de indivíduos ou grupos populacionais Propor estratégias de educaçãoreeducação alimentar e nutricional Identificar hábitos alimentares da população atendida e propor mudanças sempre que necessário Elaborar projeto de Educação Nutricional 2 DA ESTRUTURA DURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO 21 Estrutura Atividades de estágio serão desenvolvidas na área de Nutrição e Saúde Coletiva atenção primária a saúde desde que devidamente autorizadas pelos órgãos 8 competentes e conveniadas com a Instituição de Ensino e que tenham Nutricionistas contratados A carga horária perfaz um total de 215 horas 22 Duração Os alunos serão divididos em grupos para a realização do estágio Conforme a Lei de Estágio nº 11788 de 25 de setembro de 2008 as atividades de estágio não deverão ultrapassar 6 seis horas diárias e 30 trinta horas semanais ATENÇÃO O Aluno não pode ultrapassar o limite de 6 horas diárias de atividades no local de estágio 23 Desenvolvimento do estágio O aluno só poderá fazer estágio com o acompanhamento do Supervisor de Estágio Nutricionista com CRN ativo e após ter firmado o TERMO DE COMPROMISSO O aluno só poderá fazer estágio com o acompanhamento do Supervisor de Campo Nutricionista com CRN ativo e após ter firmado o TERMO DE COMPROMISSO O aluno deve acompanhar as atividades desenvolvida pelo Nutricionista do Local de Estágio Todas as atividades devem ser realizadas e registradas conforme a orientação deste manual O registro das atividades deve estar em consonância com as datas em que efetivamente o aluno realizou tanto no campo de estágio como as demais atividades O registro incorreto implica na reprova do aluno A realização do Estágio Curricular não acarreta em vínculo empregatício de qualquer natureza 3 ASSIDUIDADE O aluno em estágio obrigatório deverá cumprir carga horária de 215 horas totais para o Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva Para esta modalidade de estágio não há abonos de faltas exceto casos previstos em Lei 9 4 POSTURA E ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO I Cumprir as disposições do Termo de Compromisso firmado com a Unidade Cedente II Respeitar as normas vigentes na Unidade Cedente III Conhecer as normas de controle de infecção CCIH da Unidade Cedente IV Manter conduta ética no local de Estágio zelando pelo bom nome da InstituiçãoEmpresa que proporciona o estágio e do Curso de Nutrição V Manter sigilo profissional em relação a dados e informações obtidas na Unidade Cedente VI Cumprir o cronograma de Estágio acatando as diretrizes do Supervisora VII Comparecer pontualmente nos locais de Estágio com o crachá de identificação jaleco branco de manga longa e demais vestimentas exigidas pela Unidade Cedente VIII A permissão do uso de adornos esmalte entre outros será de acordo com cada Área de Estágio e exigências da Unidade Cedente IX Zelar pelos materiais e equipamentos pertencentes à Unidade Cedente do Estágio bem como pelos da Instituição Formadora X Ser discreto ouvindo atentamente e manifestarse em momentos propícios ou quando solicitados XI Desenvolver todas as atividades programadas respeitando os prazos estabelecidos XII Registrar sistematicamente as atividades desenvolvidas no campo de estágio XIII Entregar ao Supervisor de estágio presencial no prazo estabelecido os documentos necessários formais do Estágio XIV Dirigirse ao Supervisor de Estágio sempre que tiver dúvidas relativas ao estágio e sua realização XV Encaminhar as dúvidas sobre o estágio ao Tutor a Distância via sistema de mensagens do AVA ou Sala do Tutor conforme as orientações além do SupervisorPreceptor de Estágio 10 5 ENVOLVIMENTO DOS PARTICIPANTES O desenvolvimento do estágio acontece mediante a participação dos seguintes envolvidos a Coordenação do Curso a Divisão de Convênios e Estágios Supervisor de Estágio o Supervisor de campo o Tutor a distância o Tutor presencial e o Polo de Apoio Presencial e o Acadêmico A coordenação do Curso de Nutrição executa a política de estágios em consonância com as normas gerais da instituição e conforme a Diretriz Curricular Nacional do Curso de Nutrição Resolução CNECES nº 5 de 7 de novembro de 2001 participa da elaboração do regulamento do Estágio Curricular e colabora com os supervisores de estágio com os tutores a distância com o tutor presencial e o supervisor de campo com relação às atividades que devem ser realizadas Recebe a documentação relativa à realização do estágio ficha de acompanhamento e ficha de avaliação e relatório de estágio A Divisão de Convênios e Estágios recebe as solicitações de celebração de convênios e parcerias das unidades realiza o cadastro das instituições concedentes do estágio orienta e esclarece dúvidas quanto aos convênios e parcerias confere e aprova a documentação acadêmica relativa a convênios e cadastramento das instituições O tutor a distância orienta a atuação do aluno na realização do estágio participa do processo de avaliação das atividades do estágio com a supervisão do docente e da Coordenação do curso O Preceptor de Estágio Obrigatoriamente Nutricionista com CRN ativo juntamente com o Polo de Apoio Presencial contata as instituições de ensino concedentes de estágio para análise das condições dos campos tendo em vista o cadastro e a celebração de convênios organiza semestralmente o encaminhamento de estagiários e a distribuição das turmas com a aprovação do curso de Nutrição participa da execução das atividades pertinentes ao estágio realizadas pelos alunos 11 da unidade supervisiona a elaboração do relatório do estágio realiza reuniões de estágio com os estagiários recebe e encaminha à coordenação do curso no final do semestre as fichas de acompanhamento O Supervisor de campo Obrigatoriamente Nutricionista com CRN ativo é o Nutricionista da unidade concedente de estágio que acompanha o acadêmico O Acadêmico realiza as atividades solicitadas no Manual de Estágio comparece ao campo de estágio nos dias e horários agendados registra todas as atividades desenvolvidas e posta o relatório final de estágio na disciplina de estágio em Nutrição e Saúde Coletiva no ícone portfolio no período estipulado entrega a ficha de acompanhamento de estágio ficha de avaliação de estágio devidamente preenchidas assinadas e carimbadas para o tutor presencial no prazo estabelecido pela Coordenação do Curso 6 DOCUMENTAÇÃO DO ESTÁGIO As atividades de Estágio Curricular Obrigatório são registradas por meio de documentos sem os quais o acadêmico não comprova o seu estágio Para isso durante a realização do estágio o aluno deve preencher os documentos abaixo Todos os documentos pedagógicos devem obrigatoriamente constar as mesmas datas e vigência de estágio de acordo com informado no Termo de Compromisso Todos os documentos devem ser preenchidos datados e assinados e carimbados na última página A Documentos de convênio O polo verifica com o Departamento de Estágios se a Universidade possui convênio com os locais de estágio Caso afirmativo o Supervisor de estágio em conjunto com o aluno preenche a documentação do convênio cadastro de estágio e termo de compromisso Após o preenchimento estes documentos devem ser entregues no polo para envio ao 12 Departamento de Estágios que fará a conferência Caso não haja convênio o aluno não poderá iniciar o estágio sem que seja finalizado o trâmite B Ficha de Acompanhamento de Estágio Anexo I Ficha em que devem ser registradas as atividades desenvolvidas pelo aluno durante o estágio Todas as atividades propostas devem ser registradas na Ficha de Acompanhamento de Estágio que deve ser preenchida durante a realização de estágio com as seguintes informações o período ou a data de realização de cada atividade a carga horária a descrição da atividade realizada a assinatura do supervisor de campo Nutricionista da Unidade Cedente e Supervisor de Estágio O preenchimento desta ficha também indica a presença do acadêmico no local de estágio C Ficha de Avaliação de Estágio Anexo II Ficha na qual o Supervisor de Estágio atribui as notas ao Acadêmico conforme seu desempenho durante as atividades de Estágio D Relatório do Estágio Anexo III Documento que o aluno deve elaborar durante o período de estágio contemplando todas as atividades realizadas e o estudo de caso clínico O relatório de estágio deve ser feito INDIVIDUALMENTE E Validação do estágio Anexo IV Documento que o aluno deverá assinar junto com seu supervisor de estágio e inserir no relatório Atenção 1 A carga horária TOTAL do estágio é de 215 horas 2 As fichas de acompanhamento de estágio devem ser preenchidas de forma detalhada deve ser discriminadadescrita cada atividade realizada com a data de realização e a sua respectiva carga horária além da assinatura do preceptor de estágio por dia de atividade 13 7 ANEXOS ANEXO I FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO ÓRGÃOINSTITUIÇÃO Nome do a Estagiário a Semestre Disciplina Universidade Preceptora de Estágioa Supervisora de Campo Data CH HORÁRIO ATIVIDADES REALIZADAS Assinatura do a Responsável Início Término Total de horas realizadas Obs conferir a soma da carga horária deverá fechar exatamente 215 horas Estagiário assinatura Supervisor de Campo assinatura e carimbo Preceptor de Estágio assinatura e carimbo 14 ANEXO II FICHA DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO Orientações O preenchimento da avaliação é realizado pelo Supervisora de Estágio no término do período vigente do estágio Este documento auxilia no desenvolvimento da nota parcial do acadêmico durante a avaliação final da disciplina Deverá ser postado pelo acadêmico e arquivado no Polo para possível visita dos auditores de estágio Documento válido somente com assinatura e carimbos Acadêmicoa RA Data da avaliação Instituição UN CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 01 Assiduidade e Pontualidade 05 obrigações funcionais do acadêmico decorrente do contrato de estágio supervisionado 02 Vestimenta e material de bolso conforme normas 05 As condições de trabalho são agentes diretos na saúde e bemestar do indivíduo Cada ramo de atividade possui suas particularidades 03 Postura ética e sigilo 05 Discrição no ambiente de estágio Sigilo quanto as informações dos pacientes Postura ética em relação as informações e as atividades desenvolvidas no local de estágio 04 Capacidade de relacionar teoria e prática 20 o acadêmico aplica seus conhecimentos baseado em literaturas com competência e habilidade técnica 05 Receptividade às orientações e críticas 05 aceita novas orientações e ensinamentos empenhandose em melhorar 06 Iniciativa 10 identifica a necessidade da situação e realiza ou sugere condutas com antecedência 07 Controle emocional em situações adversas 10 equilíbrio emocional ao passar por situações de alta complexidade em procedimentos e decisões 08 Trabalho em equipe 10 Consegue ter bom relacionamento e desempenho em procedimentos e condutas a serem tomadas em grupo 09 Engajamento 10 Desenvolvimento das atividades programadas respeitando os prazos estipulados 10 Capacidade técnica 20 Conhecimento das particularidades dos procedimentos empregados nos campos de estágio NOTA FINAL Supervisor de Estágio Assinatura e Carimbo Estagiário Assinatura 15 ANEXO III Relatório de Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva O RELATÓRIO DE ESTÁGIO É INDIVIDUAL 1CAPA Instituição a que pertence o aluno Título do relatório Nome completo do aluno Cidade ano 2FOLHA DE ROSTO Instituição de onde provém o relatório Nome completo do aluno Nome da coordenação do curso Nome do supervisor 3SUMÁRIO Assuntos com respectivas paginações 4APRESENTAÇÃO Informações gerais do campo de estágio Objetivo do estágio e período 5 INTRODUÇÃO 6 ATIVIDADE DO ESTAGIÁRIO descritas diariamente 7 PROJETO DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL desenvolvido no campo de estágio 71 Título do projeto 72 Introdução 73 Objetivos 74 Material e métodos 75 Avaliação 76 Cronograma de realização 77 Resultados 78 Conclusão 79 Referências 16 8 ATIVIDADES DE ESTUDOS DE CASO 81 Atividade 1 Aleitamento materno e alimentação complementar O aleitamento materno é a estratégia que isoladamente mais impacta na redução da mortalidade infantil por causas evitáveis O leite materno fornece uma nutrição adequada ajuda a desenvolver a imunidade infantil e contribui na saúde física e emocional da criança Por meio da amamentação a criança entra em contato com a mãe favorecendo o vínculo afetivo e estímulos dos sentidos como visão olfato paladar e tato Portanto a amamentação das crianças nos primeiros anos tem impacto não somente na nutrição e saúde mas também influencia fortemente o desenvolvimento humano A partir de seis meses além do leite materno novos alimentos saudáveis devem ser oferecidos às crianças e terão papel importante na formação dos hábitos alimentares para toda a vida e além disso esses alimentos irão fornecer nutrientes que desempenham um papel importante na formação dos tecidos e sistemas corporais Desde o início da década de 1980 mesmo antes da criação do SUS o Brasil tem incluído na sua agenda de prioridades em saúde a promoção proteção e apoio ao aleitamento materno Junto com esses programas o incentivo a introdução da alimentação complementar adequada e saudável é outro desafio que nós nutricionistas enfrentando em nosso dia a dia na Unidade Básica de Saúde UBS Hoje no seu primeiro dia de estágio na Unidade Básica de Saúde você foi convidado por uma agente comunitária de saúde a ir conhecer algumas famílias atendidas pelo NASF Em uma das visitas você conheceu a Carla uma lactante que ganhou seu bebê há 3 semanas A mamãe de primeira viagem estava com muitas dúvidas relacionadas ao aleitamento materno inclusive relatou estar com mastite sentindo muita dor e querendo parar de amamentar Além disso não tem conseguido se alimentar pois tem um filho de 4 anos que está dando bastante trabalho com a chegada do bebê Ela fica o dia todo em casa sozinha pois o marido sai pra trabalhar cedo e volta só à noite e ganha um salário mínimo mensal Geralmente come o que tem em casa e alimentos mais práticos pão macarrão instantâneo pizzas prontas lanches refrigerante e bolo comprado no mercado Tem ingerido pouca água pois não tinha o hábito de tomar 17 Uma outra família você conheceu a Lucia mãe de uma bebê de 7 meses que iniciou a introdução alimentar complementar e vem tendo muitas dificuldades durante o processo pois a bebê não está aceitando a comida e a mãe não sabe o que fazer Retornando ao posto de saúde você conversou com outros agentes comunitários e percebeu que existem muitas lactantes com dificuldades na amamentação e alimentação além de muitas mães com problemas na hora de iniciar alimentação complementar da criança Frente a isso você sentiu a necessidade de conversar melhor com essas mães e entender um pouco melhor as angústias e dúvidas para que pudesse ajudálas Então você pediu para a enfermeira chefe se poderia realizar um grupo educativo com todas as mães com bebêscrianças 0 a 12 meses da UBS Sabendo da importância da amamentação e da introdução alimentar complementar você deverá a Ler os dois artigos que estão em anexo no manual 1 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil 2 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar Após a leitura dos artigos você terá um melhor entendimento sobre os diversos aspectos que podem influenciar na introdução alimentar das crianças Desta forma de acordo com os artigos que você leu e todo seu conhecimento adquirido no decorrer da sua formação descreva quais os malefícios da introdução alimentar precoce para a criança e quais aspectos influenciam nesse ato b Na UBS uma das melhores formas que podemos fazer com que a informação chegue aos nossos pacientes é através da educação nutricional ela pode ser em grupos ou até mesmo de forma individual Para isso usamos vários materiais livro folders vídeos etc que poderão nós auxiliar durante todo esse processo Pensando nisso Elabore um material educativo demonstrando de como dever ser a introdução alimentar de cada faixa etária a partir dos 6 até os 24 meses coloque os alimentos que podem estar presentes no café da manhã no lanche da manhã no almoço no lanche da tarde no jantar e na ceia além da consistência dos alimentos Uma das principais formas de diarreia em crianças menores de 2 anos é devido ao consumo de água impropria para o consumo que infelizmente a falta de saneamento 18 básico ainda é uma realidade em nosso país Desta forma elabore um panfleto de como dever ser o tratamento da água para que ela se torne potável para o consumo das crianças Lembrese Na hora de elaborar esse material pense que eles serão distribuídos as mães atendidas em uma UBS 19 9 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS 11 REFERÊNCIAS 20 ANEXO IV TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO Eu Inserir nome do Acadêmico RA Inserir RA do Acadêmico matriculado no Inserir o semestre semestre do Curso de Nutrição da modalidade a Distância da Inserir nome da Universidade realizei as atividades de estágio Inserir nome do Estágio noa Inserir nome do local do estágio cumprindo as atividades e a carga horária previstas no respectivo Relatório de Estágio Assinatura doa Estagiárioa Assinatura Supervisor de Estágio 263 Com Ciências Saúde 2012 233263270 263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar Martins ML Haack A Artigo de revisão Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar Maternal knowledge influence in introduction of complementary feeding RESUMO Objetivo Investigar na literatura a influência dos conhecimentos ma ternos na introdução da alimentação complementar Métodos Tratase de uma revisão da literatura com ênfase nos últi mos 12 anos utilizandose artigos científicos publicados em revistas indexadas nas bases de dados SciELO Lilacs Capes e Google Scholar nos idiomas português e inglês Foram selecionados estudos clínicos randomizados observacionais experimentais epidemiológicos entre outros com significância estatística de 5 Resultados e Discussão Existem crenças e práticas impregnadas à cultura brasileira que se mostram conflitivas com as recomendações para alimentação do lactente Os cuidados maternos exercem forte im pacto sobre a saúde da criança e tem grande influência na formação de seus hábitos alimentares Normalmente mães com hábitos alimentares inadequados dificilmente irão estabelecer uma alimentação infantil ade quada A nutrição no início da vida afeta não apenas o desenvolvimento cerebral crescimento e composição corporal mas também a programa ção metabólica tendo impacto sobre doenças crônicas do adulto Conclusão A introdução adequada e no tempo oportuno da alimen tação complementar traz inúmeras vantagens para a saúde da criança e para a formação de seus hábitos alimentares assim como a continuação do aleitamento materno até os dois anos de idade mantendo os fato res de proteção A atuação dos profissionais de saúde principalmente do nutricionista se faz importante na promoção da saúde da criança cabendo a esses profissionais o incentivo à introdução alimentar apro priada Palavraschave Alimentação complementar Aleitamento materno Desmame Nutrição do lactente Hábitos alimentares Murielle de Lucena Martins¹ Adriana Haack1 ¹Curso de Nutrição da Universidade PaulistaUNIP Campus BrasíliaDF Brasil Correspondência Adriana Haack de Arruda Dutra SHIGS 715 bloco A casa 87 Asa Sul BrasíliaDF 70381701 Brasil adrianahaackhotmailcom Recebido em 22novembro2012 Aprovado em 08janeiro2013 264 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A INTRODUÇÃO Os cuidados com a criança nos primeiros meses de vida são fundamentais pois esse é um período em que se encontra muito vulnerável devido à fase de rápido crescimento e dependente de cuidados maternosA criança pequena é um dos grupos mais vulneráveis aos erros deficiências e exces sos alimentares com consequências em seu esta do nutricional como a desnutrição a deficiência de micronutrientes ou o sobrepeso Durante essa fase a alimentação assume um papel importante para assegurar o crescimento e desenvolvimento adequados12 Após o sexto mês de vida as necessidades nutricio nais da criança já não são mais atendidas somente com o leite materno sendo necessária a introdu ção de outros alimentos A partir desse período a criança já tem a maturidade fisiológica e neuroló gica para receber outros alimentos que são cha mados alimentos complementares34 O alimento complementar é qualquer alimen to nutritivo sólido ou líquido diferente do leite materno oferecido à criança ainda amamentada5 Mesmo com a introdução de outros alimentos a criança deve continuar a ser amamentada até os dois anos de idade pois a função da alimentação complementar é exatamente complementar o leite materno e não substituílo Estimativas recentes sobre as principais causas de morte de crianças em todo o mundo mostram que muitos óbitos pode riam ser prevenidos com a combinação de aleita mento materno exclusivo até os seis meses e prá ticas adequadas de alimentação complementar46 ABSTRACT Objective To investigate the literaturethe influence of maternal knowl edge in the introduction of complementary feeding Methods It is a literature review with emphasis on the last 12 years using scientific articles published in journals indexed in databases SciE LO Lilacs Capes and Google Scholar in Portuguese and English Were selected randomized clinical trials observational experimental epide miological among others with statistical significance of 5 Results and DiscussionThere are beliefs and practices impregnated in Brazilian culture that show conflicting with recommendations for infant feedingMaternal care exert a strong impact on childrens health and has great influence in forming their eating habitsUsually mothers with poor eating habits will hardly establish a proper infant feedingNu trition in early life affects not only brain development growth and body composition but also the metabolic programming having an impact on chronic diseases in adults ConclusionThe introduction of appropriate and timely complemen tary feeding brings countless advantages for the childs health and the training of your eating habits as well as continued breastfeeding up to two years of age keeping protective factorsThe acting of health care professionals especially nutritionists becomes important in the pro motion of child healthfitting to these professionals the incentive to in troduce appropriate food Keywords Complementary feeding Breastfeeding Weaning Infant nutrition Food habits 265 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar MÉTODOS Tratase de uma revisão da literatura com ênfase nos últimos 12 anos utilizandose artigos científi cospublicados em revistas indexadas nas bases de dadosSciELO Lilacs Capes eGoogle Scholar nos idiomas português e inglês por meio dos descri tores aleitamento materno alimentação comple mentar desmame nutrição do lactente e hábitos alimentares Foram selecionados estudos clínicos randomizados observacionais experimentais epidemiológicos entre outros com significância estatística de 5 Foram analisados e selecionados artigos observan dose o ano de publicação 20002012 a fonte a população estudada a metodologia utilizada o instrumento de avaliação e a coleta de dados Fo ram excluídos estudos que não trataram especifi camente do tema artigos anteriores ao ano 2000 e artigos em idioma diferente de português e inglês Ao todo foram utilizados 31 referências a saber28 artigos científicos sendo 20 7142 artigos ori ginais e82857 artigos de revisão 01 livro e 02 publicações do Ministério da Saúde Com relação ao ano de publicação 1 357 artigo foi publi cado em2000 2714 em 2003 3 1071 em 2004 1 357 em 2005 1 357 em 2006 4 1428em 2007 1357 em 2008 6 2142 em 2009 51785 em 2010 3 1071 em 2011 e 1 357 em 2012 RESULTADOS E DISCUSSÃO Conhecimentos maternos e a introdução da alimentação complementar Existem algumas crenças e práticas que ainda es tão impregnadas à cultura brasileira mostrandose conflitivas com as recomendações para alimenta ção do lactente De acordo com Almeida 2002 citado por Gomes e Nakano14 no Brasil é comum a pratica de oferecer a criança água para saciar a sede chás para acalmar aliviar as cólicas e tratar de diferentes doenças Essa crença de que o leite materno não é completo para suprir as necessi dades da criança resulta na introdução de outros leites não maternos e alimentos complementares antes do tempo apropriado Os cuidados maternos exercem forte impacto so bre a saúde da criança e estão diretamente relacio nados às informações em saúde idade e grau de escolaridade da mãe além do tempo dispensado a Os alimentos complementares são subdivididos em duas categorias alimentos transicionais aqueles preparados exclusivamente para a criança e modifi cados para atender suas habilidades e necessidades e alimentos complementares não modificados e consumidos pelos demais membros da família e que não recebem denominação específica podendo ser classificados como alimentos familiares7 Estudos mostram que entre grupos de crianças com distintas práticas alimentares o crescimento infantil mantemse similar a padrões de referência até aproximadamente quatro meses de idade ini ciando então um progressivo declínio Este declí nio coincide com o período usual de introdução dos alimentos complementares8 A introdução alimentar sofre influência de diver sos fatores entre os quais se destaca a interação materna pois constitui elemento fundamental nos cuidados com a criança9 Os cuidados maternos são fundamentais para a saúde da criança e podem ser influenciadas pela qualidade das informações em saúde a escolaridade e idade da mãe o apren dizado e as experiênciasmaternas além do tempo disponível para os cuidados com o filho1011 As crenças e tabus maternos tendem a trazer pre juízos à alimentação da criança por limitar o uso de alimentos importantes para seu crescimento e desenvolvimento apesar de esses alimentos nor malmente estarem localmente disponíveis e serem consumidos pela família8 Além disso as práticas de alimentação da criança são influenciadas dire tamente pelo ambiente alimentar por informações fornecidas pelos profissionais de saúde assim como pela mídia principalmente através da veiculação de propagandas de fabricantes de alimentos12 De acordo com uma pesquisa realizada pelo Mi nistério da Saúde nas capitais brasileiras e Distrito Federal no ano de 2009 houve uma prevalência de introdução precoce de água chás e outros leites já no primeiro mês de vida Encontrouse também o consumo elevado de café refrigerantes e espe cialmente bolachas e salgadinhos entre crianças de 9 a 12 meses Com base nesses dados podese afirmar que o processo de introdução de alimen tos complementares não é oportuno e é inadequa do do ponto de vista energético e nutricional13 O objetivo do presente estudo foi investigar me diante revisão bibliográfica a influência dos co nhecimentos maternos sobre a introdução da ali mentação complementar 266 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A Os padrões de amamentação podem variar de so ciedade para sociedade Mães de alta renda de paí ses desenvolvidos normalmente amamentam seus filhos por períodos mais longos que mães de alta renda de países em desenvolvimento nestes paí ses mães de baixa renda são as que amamentam seus filhos por períodos mais longos17 Introdução precoce da alimentação complementar Os malefícios da introdução de alimentos comple mentares antes dos seis meses de idade ultrapas sam em muito qualquer benefício em potencial desta prática14 Do ponto de vista nutricional a introdução preco ce de alimentos pode ser desvantajosa pois dimi nui a duração do aleitamento materno interferin do na absorção de nutrientes importantes do leite materno como o ferro e o zinco aumentando o risco de contaminação e de reações alérgicas1218 Oferecer à criança alimentos que não o leite ma terno antes do sexto mês de vida é em geral des necessário e pode deixar a criança mais vulnerável a diarreias infecções respiratórias e desnutrição que podem levar ao comprometimento do cres cimento e do desenvolvimentomental e motor119 Mais recentemente temse associado a introdução precoce da alimentação complementar com o de senvolvimento de doenças atópicas como a asma O aleitamento materno exclusivo reduz o risco de asma e esse efeito protetor parece persistir pelo menos durante a primeira década de vida sendo particularmente evidente em crianças com histó ria familiar de doenças atópicas1820 A introdução precoce dos alimentos complemen tares pode levar à interrupção do desenvolvimen to motororal adequado que é adquirido durante o período de aleitamento materno pois a sucção durante o aleitamento materno promove o desen volvimento adequado dos órgãos fonoarticulares quanto à mobilidade e postura e das funções de respiração mastigação deglutição e articulação dos sons da fala7 O principal argumento contra a introdução pre coce dos alimentos complementares é o aumen to da morbimortalidade especialmente em locais com condições precárias de higiene Oconsumo precoce dos alimentos complementares diminui a ingestão de leite materno e consequentemente a criança recebe menos fatores de proteção5 esses cuidados Um suporte dos serviços de saúde dirigido a essas mães pode contribuir significati vamente para melhorar a condução do processo alimentar dos filhos9 A inserção da mulher no mercado de trabalho e consequentemente a busca por instituições desti nadas ao cuidado e educação de seus filhos podem causar impacto importante na alimentação dessas crianças Normalmente nessas instituições os cardápios são monótonos com predominância de leites artificiais introdução precoce de açúcar en latados embutidos doces entre outros alimentos industrializados15 Apesar de todas as evidências científicas que dão suporte teórico à política de alimentação e nutri ção infantil resultados de pesquisas e a prática profissional revelam que as decisões das mães acerca da alimentação do filho não seguemexata mente as recomendações dos órgãos de saúde11 A formação dos hábitos alimentares tem como maior influência a interação da criança com a própria mãe ou com a pessoa mais ligada a sua alimentação além do ambiente doméstico das condições socioeconômicas e das relações fami liaresDesse modo a família determina as práticas de alimentação favorecendo o estabelecimento de um padrão de comportamento alimentar infantil adequado ou não Mães com hábitos alimentares inadequados dificilmente irão estabelecer uma ali mentação infantil adequada16 Conforme o estudo de Corrêa et al10 as mães que residem em domicílios com mais de quatro pes soas aquelas com escolaridade inferior a oito anos de estudo e as que exerciam atividade fora do lar apresentam mais chances de oferecer alimentos do grupo gorduras doces lácteo amido panificação vegetais e frutas sendo que leite e frutas foram oferecidos antes dos seis meses interrompendo o aleitamento materno exclusivo e os outros ali mentos antes dos seis meses Verificase que as crianças das áreas rurais sãoain da mais amamentadas do que as das áreas urba nas A amamentação parece ser um processo mais difícil para as mães que residem na área urbana por estas sofreremas pressões do trabalho fora do lar e da modernização A introdução precoce dos alimentos complementares tem sido associada à opinião contrária das avós à prematuridade e ao baixo peso ao nascer à baixa escolaridade materna e à renda familiar à idade materna inferior a 20 anos ao uso de chupetas e de mamadeiras7 267 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar isentos de germes patogênicos toxinas ou pro dutos químicos prejudiciais sem excessos de sal ou condimentos de fácil consumo e boa aceitação pela criança Também devem ser preparados em quantidade apropriada fáceis de preparar a par tir dos alimentos da família e com custo aceitável para a família1825 Para assegurar que as necessidades nutricionais da criança sejam satisfeitas os alimentos comple mentares devem ser introduzidos no momento certo ou seja quando a necessidade por energia e nutrientes exceda o que pode ser provido por aleitamento materno exclusivo adequados o que significa devem fornecer energia macro e micro nutrientes que satisfaçam às necessidades nutri cionais de uma criança em crescimento sejam se guros do ponto de vista higiênicosanitário e sejam adequadamente ministrados ofertados de acordo com os sinais de apetite e saciedade da criança A frequência das refeições deve ser adequada à idade da criança8 Ao completar 6 meses deve ser oferecido à crian ça 3 refeiçõesdia com alimentos complementares além de oferecer água nos intervalos das refeições Essas refeições constituemse em duas papas de frutas e uma salgada preparada com legumes e verduras cereal ou tubérculo alimento de origem animal carne vísceras miúdos frango ovo e fei jões Ao completar 7 meses essas refeições cons tituemse em duas papas salgadas e duas de fruta A partir dos 8 meses de idade a criança já pode receber gradativamente os alimentos preparados para a família desde que sem temperos picantes sem alimentos industrializados com pouco sal e oferecidos amassados desfiados triturados ou pi cados em pequenos pedaços A partir de 1 ano de idade a criança passa a receber os alimentos em consistência normal4 As crianças tendem a preferir os alimentos da ma neira como eles foram apresentados inicialmente e esses hábitos geralmente persistem até a idade adulta Por isso é recomendável que sejam ofere cidos inicialmente à criança alimentos com baixos teores de açúcar e de sal18 A adoção de práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida é de extrema importância pois esse é o período em que os hábitos alimenta res são estabelecidos e continuarão na adolescên cia e na idade adulta1 Introdução tardia da alimentação complementar A introdução tardia de alimentos também é desfa vorável de modo que não atende às necessidades energéticas do lactente e leva à desaceleração do crescimento da criança aumentando o risco de desnutrição e de deficiência de micronutrientes12 O prolongamento do aleitamento materno exclu sivo após o sexto mês de vida está associado prin cipalmente a deficiências de energia proteína ferro zinco e vitamina A21 A anemia resultante da deficiência grave de ferro é o problema nutricional em crianças pequenas mais prevalente e difundido nos países em desenvolvi mento No primeiro ano de vida essa deficiência tem consequências preocupantes em virtude de seu papel na neurogênese e na diferenciação de certas células e regiões cerebrais6 A reserva he pática de ferro se esgota por volta do sexto mês de vida e o leite materno é relativamente pobre em ferro apesar da excelente biodisponibilidade A partir daí aumenta o risco de anemia a criança continua crescendo porém de forma mais lenta o que faz com que ela se afaste cada vez mais da curva de referência21 O impacto da amamentação prolongada no estado nutricional da criança pode variar de acordo com a população As crianças de nível socioeconômico mais baixo por exemplo quando amamentadas por um tempo maior apresentaram um estado nutricional mais adequado22 Recomendações nutricionais para introdução alimentar adequada O período considerado ideal para a introdução alimentar é aos seis meses de vida e são muitos os benefícios da introdução em tempo oportuno da alimentação complementar23 De acordo com o Ministério da Saúde a introdução de alimentos complementares deve ser feita de forma lenta e gradual Com a introdução do alimento a criança deve continuar a ser amamentada até os 24 meses Essas práticas asseguram o bom desenvolvimento físico neurológico e motor da criança424 Uma alimentação complementar adequada é com posta de alimentos ricos em energia e micronu trientes principalmente ferro zinco cálcio vita mina A vitamina C e folatos sem contaminação 268 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A De acordo com o conceito proposto por Lucas 1998 e citado por Brasil30 a programação meta bólica associa doenças na vida adulta como dia betes hipertensão arterial e obesidade com alte rações fisiológicas durante o período de gestação e lactação Este mesmo autor também propõe que a nutrição inadequada nas fases iniciais da vida pode igualmente provocar alterações na progra mação de órgãos e sistemas A nutrição no início da vida afeta não apenas o desenvolvimento cerebral crescimento e compo sição corporal mas também a programação me tabólica tendo impacto sobre doenças crônicas do adulto relacionadas com a dieta imunidade capacidade para o trabalho físico e desempenho educacional e cognitivo31 CONCLUSÃO Com base na recente revisão constatouse a im portância da introdução adequada e no tempo oportuno da alimentação complementar devido às inúmeras vantagens para a saúde da criança e para a formação de seus hábitos alimentares Os conhecimentos crenças e tabus maternos tendem a desempenhar uma grande influência na intro dução alimentar Observase que ainda existem inúmeros fatores que entram em conflito com as recomendaçõesnutricionais acerca da introdução da alimentação complementar influenciando nas decisões maternas Notase também que a intro dução alimentar inadequada traz importantes consequências na saúde da criança a curto e a lon go prazo podendo acarretar doenças crônicas na idade adulta A atuação dos profissionais de saúde principalmente do nutricionista se faz importante na promoção da saúde da criança cabendo a eles o incentivo à introdução alimentar apropriada e a disseminação de informações sobre a introdução correta da alimentação complementar Programação metabólica aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar Atualmente há evidências de que a alimentação inadequada durante a primeira infância traz con sequências importantes na condição de saúde a longo prazo podendo ser um dos fatores que justifica o aparecimento das doenças crônicas na idade adulta tais como obesidade hipertensão doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2226 O termo imprintingmetabólico descreve um fe nômeno pelo qual uma experiência nutricional precoce atuando durante um período crítico e es pecífico do desenvolvimento pode acarretar um efeito duradouro persistente ao longo da vida do indivíduo predispondoo a determinadas doen ças27 O imprinting metabólico poderia ocorrer através de alguns potenciais mecanismos como a indu ção de variações na estrutura de determinados órgãos modificações navascularização inervação ou justaposição dos diferentes tipos celulares den tro do órgão alterações no número de células e diferenciação metabólica alterações na expressão de determinados genes acarretando variações na produção de enzimas hormônios receptores hor monais transportadores transmembrana etc28 Quando se fala em fatores de risco para o desen volvimento da obesidade até pouco tempo atrás eram citados apenas os fatores genéticos e am bientais Contudo atualmente se considera a pro gramação como um dos mais importantes Dentre esses fatores o aleitamento materno e a introdu ção da alimentação complementar são itens que demostram grande impacto na prática de acordo com a literatura A prática do aleitamento materno pode ser considerada a iniciativa mais importan te entre todas quando o assunto é prevenção de obesidade Diversos estudos demonstram que de forma direta ou indireta o aleitamento materno reduz de 20 a 30 o risco de obesidade As prá ticas de alimentação saudável também têm papel fundamental na prevenção de doenças em longo prazo29 269 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Conhecimentos maternos influência na introdução da alimentação complementar 11 Salve JM Silva IA Representações sociais de mães sobre a introdução de alimentos com plementares para lactentes Acta Paul Enferm 2009221 438 12 Saldiva SRDMEscuder MM Mondini L Levy RB Venancio SI Feeding habits of children aged 6 to 12 months and associated maternal factors J Pediatr 2007 831 538 13 Brasil Ministério da Saúde Boletim ENPACS Estratégia Nacional Para Alimentação Com plementar Saudável Brasília Distrito Federal 2011 14 Gomes PTT Nakano AMS Introdução à ali mentação complementar em crianças meno res de seis meses atendidas em dia nacional de campanha de vacinação Revista Salus GuarapuavaPR 2007 11 518 15 Golin CK Toloni MHA LongoSilva G Tad dei JAAC Erros alimentares na dieta de crian ças frequentadoras de berçários em creches públicas no município de São Paulo Brasil Rev Paul Pediatr 2011291 3540 16 Lima APE Javorski M Vasconcelos MGL Práticas alimentares no primeiro ano de vida Rev Bras Enferm 2011 645 9128 17 Santos Neto ET Faria CP Barbosa ML Oli veira AE Zandonade E Association between food consumption in the first months of life and socioeconomic status a longitudinal study Rev Nutr 2009225 67585 18 Monte CMG Giugliani ERJ Recomendações para alimentação complementar da crian ça em aleitamento materno J Pediatr 2004 805Supl13141 19 Silva LMP Venâncio SI Marchioni DML Prá ticas de alimentação complementar no pri meiro ano de vida e fatores associados Rev Nutr2010 236 98392 20 Strassburger SZVitolo MR Bortolini GA Pitrez PM Jones MH Stein RT Nutritional errors in the first months of life and their as sociation with asthma and atopy in preschool children J Pediatr 2010 865 3919 REFERÊNCIAS 1 Simon VGN Souza JMP Souza SB Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômi cas em crianças no primeiro ano de vida nas cidas em Hospital Universitário no município de São Paulo RevBrasEpidemiol 2003 61 2 Barbosa MB Palma D Domene SMA Taddei JAAC Lopez FA Fatores de risco associados ao desmame precoce e ao período de desma me em lactentes matriculados em creches Rev Paul Pediatr 2009 273 27281 3 Parada CMGL Carvalhaes MABL Jamas MT Práticas de alimentação complementar em crianças no primeiro ano de vida Rev Latino am Enfermagem 2007 152 4 Brasil Ministério da Saúde Dez passos para uma alimentação saudável Guia alimentar para crianças menores de dois anos Brasília Distrito Federal 2010 5 Giugliani ERJ Victora CG Alimentação com plementar J Pediatr 2000 76 Supl3 253 62 6 Garcia MT Granado FS Cardoso MA Ali mentação complementar e estado nutricional de crianças menores de dois anos atendidas no Programa Saúde da Família em Acrelân dia Acre Amazônia Ocidental Brasileira Cad Saúde Pública2011 272 30516 7 Dias MCAP Freire LMS Franceschini SCC Recomendações para alimentação comple mentar de crianças menores de dois anos RevNutr Campinas2010 233 47586 8 Barros RMM Seyffarth AS Conhecimentos maternos sobre alimentação complementar impacto de uma atividade educativa Com Ciências Saúde 2008 193 22531 9 Santos CS Lima LSJavorski M Fatores que in terferem na transição alimentar de crianças en tre cinco e oito meses investigação em Serviço de Puericultura do Recife Brasil RevBras Saú de MaternInfant Recife 2007 74 37380 10 Corrêa EN Corso ACT Moreira EAM Kazapi IAM Alimentação complementar e caracterís ticas maternas de crianças menores de dois anos de idade em Florianópolis SC Rev Paul Pediatr 2009 273 25864 270 Com Ciências Saúde 2012 233263270 Martins ML Haack A aleitamento materno previne o sobrepeso na infância RevBras Saúde MaternInfant Recife 2004 4 3 2638 27 Simon VGN Souza JMP Souza SB Aleita mento materno alimentação complementar sobrepeso e obesidade em préescolares Rev Saúde Pública 2009 431 609 28 BalabanG Silva GAP Efeito protetor do alei tamento materno contra a obesidade infantil J Pediatr 2004 801 716 29 Souza FS Taralli G Programação Metabólica e Prevenção da Obesidade Pediatria Moder na 2012 486 30 Brasil FB Os efeitos da restrição alimentar materna durante o período de lactação em di ferentes sistemas orgânicos da prole em ratos Acta Scientiae Medica online 2010 31 2632 31 Vieira RW Dias RP Coelho SC Ribeiro RL Do Aleitamento Materno à Alimentação Com plementar Atuação do Profissional Nutricio nista Saúde Amb Rev Duque de Caxias 2009 42 18 21 Euclydes MP Nutrição do lactente base cien tífica para uma alimentação saudável3 ed Viçosa MG UFV 2005 22 Uchimura TT Uchimura NS Furlan J Oli veira C Aleitamento materno e alimentação complementar em crianças de duas creches de MaringáPR CiêncCuidSaúde Maringá 2003 21 2530 23 BrunkenGS Silva SM França GVA Escuder MM Venâncio SI Risk factors for early inter ruption of exclusive breastfeeding and late introduction of complementary foods among infants in midwestern BrazilJ Pediatr 2006 826 44551 24 Oliveira LPM Assis AMO Pinheiro SMC Prado MS Barreto ML Alimentação comple mentar nos primeiros dois anos de vida Rev Nutr Campinas 2005 184 45969 25 Caetano MC Ortiz TTO Silva SGL Sou za FIS Sarni ROS Complementary feeding inappropriate practices in infants J Pediatr 2010 863 196201 26 Balaban G Silva GAP Dias MLCM Dias MCM Fortaleza GTM Morotó FMMet al O relAto de cAso ARTIGOS 14 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil Influential aspects of the introduction of infant food Aspectos que influyen en la introducción de alimentos en la infancia Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan Resumo Introdução O Ministério da Saúde recomenda que a introdução alimentar infantil seja feita aos 6 meses de idade porém observase que muitas famílias introduzem alimentos antes dessa faixa etária o que pode prejudicar a saúde da criança Isso pode ocorrer devido às crenças existentes experiências prévias da família entre outros fatores de ordem social e cultural Objetivo Investigar aspectos influenciadores da introdução alimentar de crianças Métodos O presente estudo tratase de uma pesquisa transversal quantitativa com amostra não probabilística de conveniência Foram incluídos no estudo 22 pais ou responsáveis de crianças com idade até 24 meses Foi aplicado um questionário com os pais ou responsáveis que continha perguntas relacionadas à criança à família e aos fatores socioculturais introdução alimentar e crenças e conhecimentos sobre introdução alimentar Resultados Houve prevalência de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de 318 e introdução alimentar em tempo oportuno de 45 Os resultados demonstram correlação entre escolaridade renda presença de plano de saúde e ocupação dos pais fora de casa com conhecimento sobre alimentação complementar Encontrouse também correlação entre o conhecimento dos pais e tempo de aleitamento materno exclusivo e tempo em que foi introduzida alimentação complementar Conclusão A partir dos resultados podese inferir que o nível de instrução a ocupação e a renda familiar exercem influência no conhecimento dos pais sobre introdução alimentar E que este conhecimento influencia a duração do aleitamento materno exclusivo e a época da introdução alimentar Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix Belo Horizonte MG Brasil Contribuição dos autores NKLM e RSCA responsáveis pela concepção e delineamento do estudo pela coleta tabulação análise e interpretação dos dados bem como elaboração do manuscrito RMMMF e LSFP responsáveis pela orientação geral das etapas de execução e revisão do artigo Email para correspondência Renata Maria Moreira Moraes Furlan renatamfurlangmailcom Recebido 28052020 Aprovado 05102020 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan httpsdoiorg1023925217627242021v33i1p1424 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 15 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Palavraschave Fenômenos Fisiológicos da Nutrição do Lactente Comportamento Alimentar Alimentação mista Lactente Características Culturais Fatores Socioeconômicos Conhecimento Abstract Introduction The Ministry of Health recommends that the introduction of infant food be made at 6 months of age however it is observed that many families introduce food before this age group which can harm the childs health This may be due to existing beliefs previous family experiences and other social and cultural factors Objective To investigate aspects that influence the food introduction for children Methods The present study is a crosssectional quantitative research with a nonprobabilistic convenience sample The study included 22 parents or guardians of children aged up to 24 months A questionnaire containing questions related to the child the family and sociocultural factors and questions about food introduction beliefs and knowledge about this introduction was applied with the parents or guardians Results There was a prevalence of exclusive breastfeeding up to 6 months of 318 and right timely feeding of 45 The results show a correlation between schooling income health insurance and occupation of parents outside the home with knowledge about complementary feeding A correlation was also found between the parents knowledge and the duration of exclusive breastfeeding and the time when complementary feeding was introduced Conclusion From the results it can be inferred that the level of education occupation and family income influence the parents knowledge about food introduction And that this knowledge influences the duration of exclusive breastfeeding and the timing of food introduction Keywords Infant Nutritional Physiological Phenomena Feeding Behavior Mixed Feeding Infant Cultural Characteristics Socioeconomic Factors Knowledge Resumen Introducción El Ministerio de Salud recomienda la introducción de alimentos para bebés a los 6 meses de edad sin embargo se observa que muchas familias introducen alimentos antes de este grupo de edad lo que puede dañar la salud del niño Esto puede deberse a creencias existentes experiencias familiares previas entre otros factores sociales y culturales Objetivo investigar aspectos que influyen en la introducción de alimentos en los niños Métodos Este estudio es una investigación transversal cuantitativa con una muestra de conveniencia no probabilística El estudio incluyó a 22 padres o tutores de niños de hasta 24 meses Se aplicó un cuestionario con los padres o tutores que contenía preguntas relacionadas con el niño la familia y factores socioculturales introducción de alimentos y creencias y conocimientos sobre la introducción de alimentos Resultados hubo una prevalencia de lactancia materna exclusiva hasta 6 meses de 318 y alimentación oportuna de 45 Los resultados demuestran una correlación entre escolaridad ingresos presencia de seguro de salud y ocupación de padres fuera del hogar con conocimiento sobre alimentación complementaria También se encontró una correlación entre el conocimiento de los padres y el tiempo de lactancia materna exclusiva y el momento en que se introdujo la alimentación complementaria Conclusión a partir de los resultados se puede inferir que el nivel de educación la ocupación y el ingreso familiar influyen en el conocimiento de los padres sobre la introducción de alimentos Y que este conocimiento influye en la duración de lactancia materna exclusiva y el tiempo de introducción de alimentos Palabras clave Fenómenos Fisiológicos Nutricionales del Lactante Conducta Alimentaria Alimentación Mixta Lactante Características Culturales Factores Socioeconómicos Conocimiento ARTIGOS 16 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan Introdução Nos últimos anos temse discutido muito a respeito da importância do aleitamento materno e consequentemente surgem questionamentos com relação à alimentação complementar para os bebês Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde OMS as crianças só devem começar a ingerir alimentos além do leite mater no após os seis meses de idade1 Assim sendo a introdução de qualquer alimento antes dessa idade é considerada precoce A recomendação para a alimentação complementar a partir dos seis meses parte do pressuposto que até essa idade a criança não precisa de nenhum outro alimento que não seja o leite materno2 Outro motivo para que a complementação seja feita dessa forma é o desenvolvimento motor da criança pois aos seis meses a criança consegue sustentar tronco e coluna cervical sendo capaz de ficar sentada sem apoio e os movimentos de língua e mandíbula são mais apropriados para a mastigação3 É importante que a introdução de alimentos não ocorra de maneira precoce visto que o desen volvimento das estruturas estáticas e dinâmicas que compõem o sistema estomatognático está diretamente relacionado aos estímulos de sucção que estão presentes na amamentação45 O sistema estomatognático é responsável pelas funções de sucção respiração deglutição fala e mastigação6 Por isso estímulos adequados realizados durante a amamentação promovem o correto desenvolvi mento das demais funções orofaciais da criança4 Pesquisas apontam que crianças que receberam alimentos antes do período adequado foram mais suscetíveis a doenças7 desnutrição2 e obesidade8 Além dos prejuízos que são notados em curto prazo de acordo com a OMS existem consequências em longo prazo tais como fraco desempenho escolar produtividade diminuída e menor desenvolvimento intelectual e social9 Uma pesquisa verificou que indivíduos que foram amamentados apresentaram melhores resultados nos testes cognitivos eviden ciando uma correlação entre a amamentação e o desenvolvimento da inteligência10 Como já constatado por alguns estudos a introdução de alimentos na dieta infantil ocorre muitas vezes de maneira precoce1113 Isso está frequentemente associado às crenças que per meiam a alimentação da criança2 e também a uma possível dificuldade de compreensão ou mesmo de assimilação das orientações fornecidas pelos profissionais de saúde aos pais fazendo com que eles se esqueçam das orientações ou prefiram não seguilas13 Ainda é possível notar que as mães se sentem mais seguras ao oferecer alimentos às crianças uma vez que durante o preparo das refeições elas têm total domínio do que será dado à criança como será oferecido e ainda podem ter controle sobre a quantidade de alimento ingerido pela criança o mesmo não acontece com o leite materno pois sua produção é mediada por processos fisiológicos e hormonais que muitas vezes não são compreen didos pelas mães14 A escolha dos alimentos que irão compor a die ta da criança também se relaciona com o poder de compra da família15 Dessa maneira a alimentação da criança deve ser entendida como um fenômeno de ordem sociocultural e econômica visto que para escolher os alimentos e o momento em que eles se rão oferecidos os pais ou responsáveis consideram as experiências já vividas o valor comercial dos alimentos disponíveis no mercado e outros fatores de ordem social e cultural214 Além das questões nutricionais o modo como os alimentos são oferecidos à criança no período de alimentação complementar merece atenção Nesse contexto o fonoaudiólogo tem papel re levante com olhar direcionado à prevenção de alterações funcionais do sistema estomatognático e de distúrbios alimentares infantis como a recu sa ou seletividade alimentar16 O Ministério da Saúde recomenda que a introdução alimentar seja realizada inicialmente na consistência pastosa porém com os alimentos amassados com garfo e não peneirados ou batidos no liquidificador e que os alimentos sejam apresentados separados ao invés de misturados17 Esta recomendação é favorável ao desenvolvimento do paladar e olfato possibilita experiências sensoriais e o aprendizado da mastigação Outra abordagem de introdução alimentar denominada Baby Led Weaning BLW tem ganhado popularidade na última década18 O BLW preconiza a oferta de alimentos em pedaços maiores e autonomia da criança para ingerilos não sendo portanto utilizados talheres1820 Dentre as vantagens deste método citamse a maior possibi lidade de exploração de sabor textura cor e cheiro de cada alimento maior autonomia da criança e desenvolvimento da coordenação visuomotora Independente da forma que a família adotar para a Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 17 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 introdução alimentar são orientações realizadas por fonoaudiólogos respeitar a autonomia da criança permitir que ela manipule os alimentos inserila nos momentos e ambientes de refeição em família e oferecer consistências compatíveis com o nível de desenvolvimento motor oral da criança21 Embora existam muitos estudos que investi gam aspectos influenciadores da amamentação são escassos os que abordam introdução alimentar infantil especialmente no que diz respeito ao modo como os alimentos são oferecidos à criança Sendo assim o presente estudo busca esclarecimentos sobre a realização do processo de introdução alimentar em crianças fornecendo dados que permitirão aos profissionais de saúde abordar os paisresponsáveis de forma mais eficaz Para isso o objetivo desta pesquisa foi investigar os aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil Material e método O presente estudo tratase de uma pesquisa transversal quantitativa com amostra não proba bilística de conveniência realizada em três escolas da rede privada de ensino das cidades de Belo Ho rizonte e Contagem A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Metodista Izabela Hendrix sob o parecer nº 3180360 Foram incluídos no estudo 22 pais ou respon sáveis de crianças sendo 12 545 de crianças do sexo masculino e 10 de crianças 455 do feminino A maioria das crianças 81 tinha idade entre 13 e 24 meses Constituíram os critérios de inclusão ter pelo menos um filho com idade entre 0 e 2 anos com ausência de síndromes aceitar parti cipar da pesquisa assinar o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE e ter disponibilidade para responder a um questionário Foram excluídos do estudo os participantes que responderam menos do que 80 dos itens do questionário O recrutamento dos participantes foi realizado via email e por bilhete sendo intermediado pelas escolas Para realização da coleta de dados foi uti lizado um questionário elaborado especificamente para este estudo Quadro 1 o qual foi entregue aos paisresponsáveis e recolhido com as respostas dentro de um período de quatro dias O questionário compunhase de três blocos de perguntas No bloco I constavam questões sobre as pectos pessoais da criança e da família e sociocul turais idade e sexo da criança data de nascimento peso ao nascer idade gestacional idade da mãe duração da licença maternidade trabalho dos pais fora de casa escolaridade dos pais renda familiar e plano de saúde da família No bloco II constavam questões sobre o processo alimentar da criança a idade máxima de alimentação exclusiva pelo leite da mãe a idade máxima de amamentação idade de início da oferta de alimentos questionouse se a oferta de alimentos no momento em questão era feita com alimentos separados ou misturados a consistência do alimento no início da introdução se a criança manipulava o alimento se a criança se alimentava assistindo à televisão eou brincando e ou mexendo no telefone se fazia uso de mamadei ra se fazia uso de chupeta e se as refeições eram feitas junto com a família No bloco III os pais responsáveis respondiam questões relacionadas ao conhecimento e crenças sobre alimentação infantil O questionário foi desenvolvido pelas autoras da presente pesquisa sendo três fonoaudiólogas e uma nutricionista e teve por base o Manual com Orientações para Avaliação de Marcadores de Con sumo Alimentar na Atenção Básica desenvolvido pelo Ministério da Saúde22 os dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras me nores de dois anos17 e o documento que apresenta os indicadores para avaliação das práticas de ali mentação de lactentes e crianças publicado pela Organização Mundial da Saúde23 Após a coleta de dados os resultados foram transcritos para uma planilha do Microsoft Excel Os dados nominais foram alterados para um código de letrasnúmeros garantindo o sigilo dos dados pessoais dos entrevistados Além disso a partir das perguntas sobre o conhecimento e crenças referentes à introdução alimentar infantil foi calculado o escore quantificando as respostas compatíveis com as orientações do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde sendo 1 ponto para cada resposta dada conforme o que é preconizado Sendo assim a menor pontuação possível de ser obtida no questionário era zero e a maior 10 Os resultados foram submetidos à análise com a finalidade de descrever a amostra em que se realizaram medidas de tendência central média e variabilidade desvio padrão para as variáveis contínuas e análise de frequência para as variáveis categóricas Duas crianças ainda não haviam sido submetidas à introdução alimentar pois tinham um e dois meses de idade Estas não foram incluídas nas análises de associação das ARTIGOS 18 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan Quadro 1 Questionário aplicado aos pais ou responsáveis BLOCO I DADOS DO SEU FILHO DA FAMÍLIA E SOCIOCULTURAIS 1 Sexo da criança Feminino Masculino 2 Data de Nascimento 3 Idade da criança 4 Nasceu de quantas semanas 5 Peso ao nascer 6 Fez prénatal Sim Não 7Se fez o prénatal teve quantas consultas 8 Idade da mãe 9 Profissão da mãe 10 Mãe autônoma ou carteira assinada 11 Se possui carteira assinada quanto tempo obteve de licença maternidade 12 Idade do pai 13 Profissão do pai 14 Os pais trabalham fora de casa Sim Não Às vezes 15 Se sim quando precisa quem cuida da criança se necessário marcar mais de uma opção Família Amigos CrecheEscola Babá 16 Escolaridade da mãe Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Incompleto Ensino Superior Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo 17 Escolaridade do pai Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Incompleto Ensino Superior Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo 18 Quantas pessoas moram na casa 19 Qual o grau de parentesco das pessoas que moram com você exemplo tio irmão marido filho 20 Renda Familiar Entre 1 e 2 salários mínimos Entre 2 e 4 salários mínimos Acima de 5 salários mínimos 21 A família possui plano de saúde Sim Não 22 O desenvolvimento da criança é acompanhado regularmente pelo pediatra ou outro profissional Sim Não 23 Quando é necessário atendimento referente à saúde da criança você utiliza qual rede de saúde na maioria das vezes Pública Privada BLOCO II INTRODUÇÃO ALIMENTAR 1 A criança está ou já esteve alimentandose APENAS de leite materno Não Sim 2 Até que idade se alimentou APENAS pelo leite da mãe 3 A criança mama ou já mamou no peito Não Sim Se sim até qual idade 4 A criança toma ou já tomou leite de caixinha Não Sim 5 A criança se alimentou de fórmula infantil Não Sim 6 Se a criança já se alimenta com alimentos sólidos como é atualmente realizada a oferta de alimentos Misturados Separados 7 Como era a consistência do alimento no início da introdução alimentar Em pedaços Amassados Peneirada Liquidificada Caldo 8 E hoje como é a consistência Em pedaços Amassados Peneirada Liquidificada Caldo 9 Qual é a posição em que a criança se alimenta ou é alimentada No colo No sofá Na cadeirinha No chão 10 Quais os utensílios utilizados nas refeições Colher de plástico ou silicone Colher de metal Prato Copo com bico Mamadeira Copo Outros 11 A criança manipula o alimento com as mãos Não Sim 12 A criança tem costume de se alimentar vendo TV brincando ou mexendo no telefone Não Sim 13 A criança faz uso de mamadeira Não Sim 14 A criança faz uso de chupeta Não Sim 15 As refeições da criança são feitas junto com a família Não Sim Às vezes 16 Onde você busca informações sobre introdução alimentar Família Médico Internet TV Amigos Outros BLOCO III CONHECIMENTO E CRENÇAS SOBRE INTRODUÇÃO ALIMENTAR 1 Você considera o leite materno fraco 2 Você considera o iogurte um alimento saudável 3 O primeiro alimento sólido do bebê precisa ser a papinha 4 Se a criança recusar o alimento duas vezes quer dizer que ela não gosta 5 Até que nasçam os dentes a criança deve comer tudo amassado 6 A fruta é mais saudável que o suco da fruta 7 O leite de caixinha sustenta mais a criança do que o leite materno 8 O bebê precisa de água desde recémnascido 9 Chás são bons para bebês de até seis meses 10 O bebê já pode comer papinha a partir de quatro meses 11 Faz mal dar doces para o bebê 12 Refrigerante faz mal para crianças 13 Com qual alimento você tem certeza que a criança está satisfeita cheia Sim Não Às vezes Sim Não Sim Não Sim Não Às vezes Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Leite materno Comida Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 19 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 questões referentes à introdução alimentar do bloco II Aplicouse o teste T para amostras inde pendentes teste MannWhitney ou ANOVA para avaliação da associação entre variáveis categóricas e contínuas Aplicouse o teste de correlação de Spearman para avaliação da correlação entre as variáveis contínuas sendo considerada a seguinte classificação 0 02 correlação péssima 021 04 correlação ruim 041 06 correlação regular 061 08 correlação boa 081 100 correlação ótima Considerouse como significativos valores de p005 Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico IBM SPSS Resultados Verificouse que a idade mínima dos respon dentes foi de 24 anos máxima de 56 anos com média de 33 anos e desvio padrão de 7 anos As Tabelas 1 e 2 apresentam a análise descritiva dos participantes do estudo e os dados referentes ao Bloco I e Bloco II do questionário Tabela 1 Distribuição das frequências das respostas para as variáveis do Bloco I do questionário Variáveis Frequência Porcentagem Sexo Feminino 12 545 Masculino 10 455 Idade da criança 0 a 6 meses 2 91 7 meses a 12 meses 2 91 13 meses a 24 meses 18 818 Idade gestacional 42 semanas completas ou mais 1 45 Menos de 37 semanas 2 91 Entre 37 e 42 semanas 19 864 Peso ao nascimento Adequado maior que 3000 g 14 636 Insuficiente 2500 a 3000 g 6 273 Baixo Peso 1500 a 2500 g 2 91 Tempo de licença maternidade Menos de 4 meses 1 45 De 4 a 6 meses 14 636 Mais de 6 meses 1 45 Não respondeu 6 273 Trabalho dos pais fora de casa Sim 16 727 Não 2 91 Às vezes 4 182 Escolaridade dos pais maior escolaridade do casal Ensino Fundamental 1 45 Ensino Médio 7 318 Ensino Superior 14 636 Renda familiar Não respondeu 3 136 De 1 a 2 salários mínimos 3 136 De 2 a 4 salários mínimos 7 318 Mais de 5 salários mínimos 9 409 Plano de saúde Sim 16 727 Não 6 273 Legenda g gramas ARTIGOS 20 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan A Tabela 1 mostra que houve maior frequência de crianças do sexo feminino com idade entre 13 e 24 meses nascidas a termo e com peso adequado A maior parte das mães obteve licença maternidade entre quatro e seis meses os pais em sua maioria trabalhavam fora de casa e cursaram ensino supe rior A renda familiar mais frequente foi acima de cinco salários mínimos e a maioria dos participan tes tinha plano de saúde A Tabela 2 mostra que o grupo com maior número de crianças foi aquele que permaneceu em aleitamento materno exclusivo até os seis meses A oferta de alimentos iniciouse entre 0 e 5 meses de idade para a maior parte das crianças Sobre a forma de apresentação do alimento na maior parte dos casos o alimento era oferecido misturado e a criança manipulava o alimento com as mãos Com relação à consistência do alimento ofertado no início da introdução alimentar observouse que em sua maioria era ofertado amassado A maioria das crianças usava mamadeira mas não chupeta Com relação ao ambiente em que eram realiza das as refeições verificouse que em sua maioria as crianças faziam as refeições junto à família po rém a metade dos entrevistados relatou o costume de alimentar a criança em frente às telas televisão celular entre outros ou com brinquedos O escore sobre Crenças e conhecimentos sobre alimentação Bloco III do questionário variou de quatro a dez pontos sendo a média de 71 e desvio padrão de 19 pontos Tabela 2 Distribuição das frequências de resposta do bloco ii do questionário Variáveis Frequência Porcentagem Até quantos meses se alimentou APENAS pelo leite da mãe 0 mês 2 91 1 mês 1 45 3 meses 2 91 4 meses 6 273 6 meses 7 318 7 meses 1 45 Não respondeu 3 136 Até qual idade mamou no peito 05 meses 4 200 612 meses 8 400 1324 meses 8 400 Com qual idade iniciou a oferta de alimentos 03 meses 1 50 45 meses 10 500 6 meses 9 450 Como é atualmente realizada a oferta de alimentos Misturados 12 600 Separados e Misturados 1 50 Separados 7 300 Como era a consistência do alimento no INÍCIO da introdução alimentar Em pedaços 1 50 Amassados 16 800 Amassados e peneirados 1 50 Peneirado 2 100 A criança manipula o alimento com as mãos Sim 16 800 Não 4 200 A criança tem costume de se alimentar vendo TV brincando ou mexendo no telefone Sim 10 500 Não 9 450 As vezes 1 50 Faz uso de mamadeira Sim 15 682 Não 7 318 Faz uso de chupeta Sim 10 455 Não 11 500 Não respondeu 1 45 As refeições da criança são feitas junto com a família Sim 14 700 Não 2 100 Às vezes 4 200 Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 21 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Na análise de correlação entre os blocos I II e III do questionário Tabela 3 houve correlação entre o escore de conhecimento e as seguintes variáveis tempo que alimentou apenas pelo leite da mãe idade que iniciou a oferta de alimentos trabalho fora de casa renda escolaridade dos pais e possuir plano de saúde Tabela 3 Análise de associação entre o escore do bloco III e tempo que alimentou apenas pelo leite da mãe idade que iniciou a oferta de alimentos pais trabalham fora de casa escolaridade dos pais e possuir plano de saúde Variáveis N Escore Médio Desvio Padrão Valor de p e grau da correlação Interpretação Até quantos meses se alimentou APENAS pelo leite da mãe 0 meses 2 47 11 p0002 r0658 Quanto maior o escore maior o tempo de amamentação 1 mês 1 40 3 meses 2 67 18 4 meses 6 74 19 6 meses 7 83 14 7 meses 1 90 Com qual idade iniciou a oferta de alimentos 03 meses 1 52 p0007 r0570 Quanto maior o escore mais tempo demorou para introdução de outros alimentos 45 meses 10 66 20 6 meses 9 83 12 Os pais trabalham fora de casa Sim 16 76 17 p0036 r0450 Os pais que trabalham fora de casa apresentaram um escore maior Não 2 47 11 As vezes 4 62 21 Escolaridade dos pais maior escolaridade do casal Fundamental 1 50 p0001 r0655 Quanto maior a escolaridade maior o escore Médio 7 56 12 Superior 14 80 17 A família possui plano de saúde Sim 16 76 19 p0037 r0448 Famílias com plano de saúde possuem maior escore Não 6 58 14 Renda familiar De 1 a 2 salários mínimos 3 68 12 p0013 r0557 Famílias com renda maior que 5 salários possuem maior escore De 2 a 4 salários mínimos 7 58 20 Mais de 5 salários mínimos 9 85 11 Legenda N número de participantes teste ANOVA teste T correlação de Pearson Interpretação da correlação 0 02 Correlação péssima 021 04 Correlação ruim 041 06 Correlação regular 061 08 Correlação boa 08 10 Correlação ótima Discussão Os resultados apontaram que o AME e a in trodução alimentar aos seis meses foram práticas realizadas por pais com maior conhecimento das recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde do Brasil e que tal conhe cimento foi maior em pais com maior escolaridade maior renda acesso a plano de saúde e que traba lham fora de casa Foi possível verificar nos resultados que a maior parte das crianças recebeu alimentos além do leite materno antes dos seis meses de idade o que é considerado introdução alimentar precoce24 Esse é um achado comum em diversos estudos2527 o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para amamentação e introdução alimentar Foi considerada alta a porcentagem dos en trevistados que relatou que os filhos faziam uso de mamadeira e de chupeta dada a relação direta entre uso de chupeta e mamadeira e o desmame precoce2830 É importante ressaltar também a alta porcentagem de crianças que realizam o momento da alimentação frente às telas eou com brinquedos De acordo com Silva Filho21 uma das atitudes que devem ser evitadas para que a criança adquira há bitos alimentares saudáveis é oferecer distrações especialmente telas enquanto ela se alimenta Ao ARTIGOS 22 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan passo que é boa conduta que o bebê por volta de seis meses comece a fazer as refeições junto com a família e que seja incentivado a ter interesse pe los alimentos o que inclui segurálos e levalos à boca16 Embora a maioria dos entrevistados tenha relatado que os filhos realizam as refeições junto com a família e que permitem a manipulação dos alimentos essa dinâmica fica comprometida na presença dos distratores Outra resposta frequente entre os entrevistados referese à oferta aos filhos dos alimentos mistura dos ao invés de separados o que é contrário à reco mendação do Ministério da Saúde A recomendação de se oferecer os alimentos separados pode ser explicada pela maior oportunidade de se conhecer novos sabores e texturas com esse tipo de oferta17 Por outro lado a oferta dos alimentos amassados ao invés de batidos realizada pela maior parte das famílias vai ao encontro da recomendação do Ministério da Saúde sendo uma estratégia para que a criança possa experimentar novas consistências e texturas17 sendo propícia também para o desen volvimento da mastigação A análise do conhecimento dos pais sobre introdução alimentar quando relacionada com a escolaridade renda e ocupação dos pais demonstra que quanto maior o nível de instrução e a renda também foi maior a pontuação sobre conhecimen tos e crenças com relação à introdução alimentar Estudos semelhantes realizados no município São Paulo e em Florianópolis relacionaram a escolarida de dos pais com a introdução tardia de água chás doces e refrigerantes na dieta infantil3132 ou seja quanto maior a escolaridade mais adequadas são as práticas no que se refere à introdução alimentar A renda familiar também exibe uma relação com a lucidez sobre alimentação da criança indicando que a população com mais condições econômicas tem mais acesso à informação3334 A análise dos resultados também evidenciou que pais que trabalham fora de casa e possuem plano de saúde apresentaram maior conhecimento sobre introdução alimentar Estudo realizado com usuários de um plano de saúde privado mostrou que quando os pais recebem mais orientações eles se apropriam do conhecimento e assumem práticas mais condizentes com as recomendações35 Em relação à ocupação dos pais observouse que aqueles que trabalham fora de casa apresentam maior conhecimento sobre alimentação comple mentar Estudos semelhantes apontaram que esses pais são menos inclinados a práticas de alimentação complementar que contradizem as recomenda ções3637 Podese inferir que por trabalhar fora de casa há um aumento da renda familiar e com isso maiores condições financeiras para se obter informações acerca da alimentação complementar A relação existente entre dispor de um plano de saúde e o conhecimento sobre alimentação com plementar também pode ser explicado pelo fato de que os pais que trabalham fora em sua maioria são os mesmos pais que têm maior escolaridade e renda o que reforça o impacto da escolaridade e da renda sobre o conhecimento dos pais Quando avaliada a relação entre os blocos II e III observouse que quanto maior a pontuação no bloco III maior foi o tempo de AME e mais tardia foi a introdução de outros alimentos Isso indica que quanto mais informação os pais têm sobre a alimentação complementar maior é a chance de a introdução alimentar ser feita no tempo que é tido como correto Esse achado corrobora a literatura que diz que quanto maior o acesso à informa ção menor a incidência de introdução alimentar precoce38 Foi relatado em uma pesquisa que as mães com maior renda demonstraram seguir as recomendações dos profissionais da saúde quanto à introdução alimentar e que 50 dos pais en trevistados receberam informações mas optaram por não seguilas34 achado que demonstra que só fornecer informações não é o suficiente e que é necessário considerar outros fatores de ordem so cial e cultural para que sejam efetivas as práticas corretas de introdução alimentar Também devese considerar que uma atuação com maior empatia na relação profissional da saúde e paciente melhora a efetividade das orientações39 O estudo em questão contou com uma amostra pequena e um público muito específico Portanto os resultados não podem ser generalizados Outra limitação da presente pesquisa referese a não se ter investigado as opiniões e decisões do cuidador especialmente porque na amostra coletada grande parte dos pais trabalhava fora de casa e a licença maternidade terminava aos seis meses época de início da introdução alimentar Para estudos subsequentes sugerese uma amostra maior e que contenha indivíduos de diferentes classes sociais com estruturas familiares diversas e padrões de vida distintos entre outros fatores Apesar das limita ções supracitadas esta pesquisa inova ao investigar a maneira como os alimentos são oferecidos na Aspectos influenciadores da introdução alimentar infantil ARTIGOS 23 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 introdução alimentar se separados ou misturados a consistência a manipulação pela criança e o ambiente em que a oferta é realizada Conclusão Houve correlação entre os aspectos de esco laridade ocupação fora de casa renda familiar e ter plano de saúde com o conhecimento dos pais sobre introdução alimentar infantil sendo os maio res escores na avaliação do conhecimento sobre introdução alimentar obtidos pelos pais com maior escolaridade que trabalhavam fora de casa com maior renda e com plano de saúde O conhecimento sobre introdução alimentar apresentou correlação com a duração do aleita mento materno exclusivo sendo que quanto maior o conhecimento dos pais maior a duração do alei tamento exclusivo e com a época da introdução alimentar visto que quanto maior o conhecimento mais próximo dos seis meses a introdução alimentar foi realizada Assim o presente estudo demonstra a ne cessidade de os profissionais da saúde criarem estratégias para aumentar o conhecimento dos pais com relação à alimentação complementar infantil Referências 1 World Health Organization FortySeventh World Health Assembly 1994 1 1202 2 Ministério da Saúde Organização PanAmericana da Saúde Guia alimentar para crianças menores de 2 anos 2005 1152 3 Sociedade Brasileira de Pediatria Departamento Científico de Nutrologia A Alimentação Complementar e o Método BLW Babyled Weaning 2017 Acesso em 29 de outubro de 2018 Disponível em httpwwwsbpcombrdocumentos cientificostxcwfiles5Bpage5D8cHash42803ed96f bdd30e55b073aeb6a39080 4 Bervian J Fontana M Caus B Relação entre amamentação desenvolvimento motor bucal e hábitos bucais revisão de literatura RFO 2008 132 7681 5 Carbeiro AS Delgado SE Brescovici SM Characterization of feeding development in 6 to 24 monthold children in Canoas RS Rev CEFAC 2009 112 35360 6 Alves RA Cunha MD Reis AMCS Análise morfofuncional do sistema estomatognático em usuários de prótese total convencional do Centro Integrado de SaúdeCIS Rev CEFAC 2017 195 71225 7 Giugliani ERJ Victora CG Alimentação Complementar J Pediatr 2000 763 25362 8 Nascimento VG Silva JPC Ferreira PC Bertoli CJ Leone C Maternal breastfeeding early introduction of nonbreast milk and excess weight in preschoolers Rev Paul Pediatr 2016 344 4549 9 World Health Organization Global strategy for infant and young child feeding 2005 132 10 Victora CG Horta BL Mola CL Quevedo L Pinheiro RT Gigante DP Gonçalves H Barros FC Association between breastfeeding and intelligence educational attainment and income at 30 years of age a prospective birth cohort study from Brazil The Lancet Global Health 2015 34 e199205 11 Bernardi JLD Jordão RE Barros Filho AAB Alimentação complementar de lactentes em uma cidade desenvolvida no contexto de um país em desenvolvimento Rev Panam Salud Publica 2009 265 40511 12 Lopes WC Marques FKS Oliveira CF Rodrigues JA Silveira MF Caldeira AP Pinho L Infant feeding in the first two years of life Rev Paul Pediatr 2018 362 164170 13 Escarce AG Araújo NG Friche AAL Motta AR Influence of guidance about breastfeeding in the behavior of a university hospital users Rev CEFAC 2013 156 157082 14 Salve JM Silva IA Social representations of mothers on the introduction of complementary foods for infants Acta Paul Enferm 2009 221 438 15 Mello CS Barros KV Morais MB Brazilian infant and preschool children feeding literature review J Pediatr 2016 925 45163 16 Junqueira P Recusa alimentar do bebê aos primeiros alimentos ofertados In Motta AR Furlan RMMM Tessitore A Cunha DA BerretinFelix Silva HJ et al orgs Motricidade Orofacial a atuação nos diferentes níveis de atenção à saúde São José dos Campos Pulso Editorial 2017 pp 639 17 Brasil Ministério da Saúde Dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos Ministério da Saúde Brasília Ministério da Saúde 2014 20 p 18 Brown A Jones SW Rowan H Babyled weaning The evidence to date Curr Nutr Rep 2017 6 14856 19 Rapley G Murkett T Babyled weaning helping your baby to love good food Reino Unido Vermilion 2008 20 Gomez MS Novaes APT Silva JP Guerra LM Possobon RF Babyled weaning panorama da nova abordagem sobre introdução alimentar revisão integrativa de literatura Rev Paul Pediatr 2020 38 e2018084 21 Silva Filho RF Quando a criança não quer comer Silva HJ Tessitore A Motta AR Cunha DA BerretinFelix G Marchesan IQ orgs Tratado de Motricidade Orofacial São José dos Campos Pulso Editorial 2019 pp 1717 22 Brasil Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Brasília Ministério da Saúde 2015 33 p 23 World Health Organization WHO Indicators for assessing infant and young child feeding practices Geneva WHO 2010 24 World Health Organization Infant and young child nutrition Geneva World Health Organization 2002 ARTIGOS 24 Distúrb Comun São Paulo 331 1424 março 2021 Nathalia Kellen Lucas de Melo Raelly Stephane do Carmo Antonio Letícia Siqueira Falce Passos Renata Maria Moreira Moraes Furlan 25 Toloni MHA LongoSilva G Konstantyner T Taddei JAAC Consumo de alimentos industrializados por lactentes matriculados em creches Rev Paul Pediatr 2014 321 3743 26 Barbosa RMS Croccia C Carvalho CGN Franco VC SallesCosta R Soares EA Consumo alimentar de crianças com base na pirâmide alimentar brasileira infantil Rev Nutr 2005 185 63341 27 Toloni MHA LongoSilva G Goulart RMM Taddei JAAC Introdução de alimentos industrializados e de alimentos de uso tradicional na dieta de crianças de creches públicas no município de São Paulo Rev Nutr 2011 241 6170 28 Carrascoza KM Possobon RF Ambrosano GMB Costa Júnior AL Moraes ABA Determinants of pacifier use among infants attending an interdisciplinary breastfeeding promotion program Rev CEFAC 2014 162 58291 29 Neu AP Silva AMT Mezzomo CL BusanelloStella ARBreastfeeding relationship with habits of suction and socioeconomic aspects of family Rev CEFAC 2014 163 88391 30 Miotto MHMB Caxias FP Campos DMKS Ferreira LFPE Barcellos LA Breast feeding as a protection factor to avoid nonnutritive sucking habits Rev CEFAC 2014 161 24451 31 Simon VGN Souza JMP Souza SB Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômicas em crianças no primeiro ano de vida nascidas em Hospital Universitário no município de São Paulo Rev Bras Epidemiol 2003 61 2938 32 Corrêa EM Corso ACT Moreira EAM Kazapi IAM Alimentação complementar e características maternas de crianças menores de dois anos de idade em Florianópolis SC Rev Paul Pediatr 2009 273 25864 33 Sotero AM Cabral PC Silva GAP Socioeconomic cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants Rev Paul Pediatr 2015 334 44552 34 Broilo MC Louzada MLC Drachler ML Stenzel LM Vitolo MR Percepção e atitudes maternas em relação às orientações de profissionais de saúde referentes a práticas alimentares no primeiro ano de vida J Pediatr 2013 895 48591 35 Maia EM Santiago LB Sampaio ACF Lamounier JA Programa de apoio ao aleitamento materno exclusivo para mães trabalhadoras da iniciativa privada Rev Med Minas Gerais 2015 251 1924 36 Epheson B Birhanu Z Tamiru D Feyissa GT Complementary feeding practices and associated factors in Damot Weydie District Welayta zone South Ethiopia BMC public health 2018 181 419 37 Khanal V Sauer K Zhao Y Determinantes de práticas alimentares complementares entre crianças nepalesas de 6 a 23 meses resultados do levantamento demográfico e de saúde 2011 BMC Pediatr 2013 131 131 38 Cândido NA Efetividade de intervenções em creches públicas pautadas na educação alimentar e nutricional com diferentes abordagens na promoção da alimentação complementar saudável tese Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Enfermagem 2016 39 Pollak KI Alexander SC Tulsky JA Lyna P Coffman CJ Dolor RJ Gulbrandsen P Ostbye T Physician empathy and listening associations with patient satisfaction and autonomy J Am Board Fam Med 2011 246 66572