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54 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 Unidade III 7 PLANEJAMENTO E EXCECUÇÃO DE UMA AÇÃO EDUCATIVA 71 Elaboração de um projeto educativo Planejamento é um processo ordenado que necessita de etapas estabelecidas em uma ordem lógica Para o planejamento do componente educativo das ações de saúde seguemse as seguintes etapas segundo o manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 Diagnóstico coleta de dados discussão análise e interpretação dos dados e o estabelecimento de prioridades Plano de Ação determinação de objetivos populaçãoalvo metodologia recursos e cronograma de atividades Execução operacionalização do plano de ação Avaliação verificação de que os objetivos propostos foram ou não alcançados Um dos princípios do planejamento participativo é a flexibilidade que envolve a possibilidade de reformulação das ações planejadas durante sua execução Cabe ressaltar que a avaliação nesta perspectiva iniciase na etapa de diagnóstico e acompanhamento de todas as fases do planejamento A avaliação após a execução além de identificar os resultados alcançados também fornece subsídios para a reprogramação das ações e indica a necessidade de novas ações de diagnóstico SÃO PAULO 2001 711 Diagnóstico Para exemplificar o momento de diagnóstico apresentaremos um caso discutido no manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 Tendo em vista a execução de um curso para mães usuárias sobre o risco de acidentes domésticos para crianças o grupo multiprofissional de uma Unidade Básica de Saúde UBS resolveu conhecer melhor a comunidade além das condições socioeconômicas e culturais das participantes do curso Faziam isso porque entendiam que o aprendizado é um processo dinâmico e que necessita da participação efetiva de cada um Desta forma tornavase muito importante conhecer as condições de vida da comunidade na qual vivem os usuários em especial nos 55 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE aspectos relacionados mais diretamente com a prevenção de riscos de acidentes os valores práticas e o grau de conhecimento do que é acidente e como evitálo Para desencadear a pesquisa o grupo de técnicos decidiu aplicar um questionário para os usuários residentes na área de abrangência da UBS e com um número de moradores em torno de 10000 resolveu estabelecer uma amostra de 10 1000 pessoas O questionário perguntava a respeito do tipo de casa alvenaria ou madeira os tipos de objetos botijão de gás espiriteira etc que há na casa além de questões a respeito de hábitos dos pais e das crianças onde e com o que as crianças brincam hábitos das mães quando cozinham etc Dos 1000 questionários enviados apenas 97 retornaram e mesmo assim várias respostas haviam sido preenchidas incorretamente Diante desse quadro a equipe concluiu que embora o questionário tivesse sido bem elaborado talvez faltasse um preparo prévio para o seu emprego ou teria que ser preenchido com a participação do técnico Mesmo com essa dúvida optaram por um trabalho em grupo para dar alguma resposta frente à gravidade do problema Embora os questionários que retornaram não estivessem total e claramente preenchidos os técnicos sabiam que a população desconhecia o assunto Desta forma resolveram formar um grupo de mães para o qual dariam uma série de informações sobre os acidentes tipos locais de risco incidência A proposta foi divulgada amplamente na região No primeiro dia do curso apareceram 15 mães Avaliando a aula inicial os técnicos chegaram à conclusão de que as mães aparentaram desmotivação por nem sequer perceberem a importância do assunto para elas Decidiram então apresentar as estatísticas de morbimortalidade na região como estratégia para sensibilizálas Ao final da terceira reunião o grupo contava com seis mães Os técnicos chegaram à conclusão de que o horário e periodicidade das aulas estavam prejudicando o andamento do trabalho e esvaziando o grupo Modificaram o horário e espaçaram mais as reuniões À quinta reunião a primeira no novo horário compareceram apenas duas mães Diante deste fato os técnicos que optaram por prosseguir o trabalho alguns desistiram cancelaram o curso e resolveram avaliar o diagnóstico inicial Colocaram a questão por que embora nós saibamos que as mães desconhecem o assunto elas não estão motivadas A abordagem metodológica trabalho informativo com características de curso foi descartada como causa do fracasso de não comparecimento das mães pois os técnicos sabiam que esta é uma boa forma de ensino 56 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 Usaram também uma série de recursos didáticos slides transparências álbum seriado etc que por si só deveriam motivar o grupo Além disso foi com esta abordagem metodológica que os próprios técnicos haviam sido formados e por vivência própria eles sabiam que era adequada Na mesma época uma enfermeira da UBS estava fazendo um curso sobre prevenção de riscos de acidentes na infância Uma das tarefas do curso era a realização de um trabalho de levantamento junto à população Como a enfermeira sabia da experiência do grupo de técnicos optou por fazer seu trabalho na região da UBS e com o tema a percepção das mães sobre os fatores de risco no ambiente familiar Saiu a campo pedindo que as mães desenhassem sua casa e assinalassem os locais de risco de acidentes que conheciam Durante a semana seguinte enquanto a equipe avaliava a proposta de diagnóstico foi atendido na UBS um caso de fratura de braço de uma criança de nove anos que caíra da laje de sua casa Como o caso demandava um tratamento mais especializado a criança foi encaminhada a um hospital da região Nesta situação os técnicos da equipe resolveram mudar o enfoque do diagnóstico Visitaram a família do garoto e descobriram que ele brincava na laje porque era o único local espaçoso da casa onde morava além de precisar subir na laje porque era lá que sua mãe pendurava roupa para secar e às vezes ele ajudava Na visita feita colheram mais informações conversando com vizinhos e perceberam que o problema era comum a diversas famílias Ainda no mês anterior uma criança caíra de uma laje só que o fato não havia sido classificado como acidente pela mãe porque a menina sofrera apenas algumas escoriações Foi a partir desse primeiro encontro informal que os técnicos planejaram um diagnóstico participativo formando um grupo com pessoas da vizinhança para discutirem formas de lidar com um ambiente com muitos riscos Os encontros aconteciam num galpão de uma marcenaria cedido pelo dono aos finais de tarde e fins de semana Ao final do trabalho a enfermeira constatou que as mães identificavam todos os locais de risco que provocavam os acidentes mais frequentes na região Verificou ainda que elas apontaram outros riscos que a própria enfermeira desconhecia por exemplo devido à topografia irregular do local os fundos de quintal tinham pequenos barrancos de terra que além de provocar um grande número de quedas escondiam insetos e pequenos animais que picavam as crianças Por provocarem pequenos ferimentos que eram tratados em casa ou pelo farmacêutico tais casos sequer chegavam à UBS embora a médio ou longo prazo pudessem gerar agravos mais sérios Concluiu então que as mães conheciam os riscos porém não identificavam as mudanças que deveriam ser introduzidas para eliminálos ou diminuílos 57 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE Foram realizados seis encontros Nos dois primeiros as mães população mais constante nas reuniões foram levadas a expor um pouco de seus hábitos e condições de vida e apesar do espaço ter sido usado algumas vezes para desabafos e lamentações o técnico lidou com essa situação e nos outros encontros o grupo conseguiu identificar situações de riscos locais perigosos na casa e hábitos que favoreciam a ocorrência de acidentes O grupo conseguiu também propor encaminhamentos distinguindo coisas que podiam ser feitas a curto médio e longo prazo e também os níveis de responsabilidade das próprias pessoas de outras pessoas das autoridades e outras formas de pressão Com esse exemplo evidenciamse duas formas de coletar os dados a primeira analíticodescritiva na qual não há diálogo equivale a uma fotografia de determinado momento no exemplo relatado o questionário não identificou as reais necessidades da população A outra forma de coletar chamada participativa é realizada a partir de observações participantes e reuniões comunitárias nesse caso a coleta de dados não é separada da intervenção SÃO PAULO 2001 Nesse sentido os instrumentos e as técnicas utilizadas permitem o questionamento e o confronto do conhecimento científico e o popular além da participação real dos profissionais de saúde e da população SÃO PAULO 2001 O manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 apresenta ainda um exemplo para compreendermos o momento de discussão análise e interpretação dos dados Dona Nicota é viúva tem 30 anos e mora num cômodo e cozinha em Mirante do Sul no bairro de Pindobinha Tem quatro filhos Patrícia 4 anos Paulinho 6 anos Zeca 9 anos e Fabiana 11 anos e trabalha como faxineira diarista para sustentar a família Dona Nicota o Zeca e a Patrícia são diabéticos e estão matriculados no Posto de Saúde de Pindobinha A ida de todos ao Posto para consulta e outros exames é muito dificultada por causa do horário de atendimento Caso Dona Nicota falte ao trabalho não receberá a remuneração do dia Por causa dessa dificuldade não conseguiu marcar consulta para a Patrícia que vinha se queixando de dor de dente há algum tempo Como era dentedeleite não se preocupou muito Na sua ausência quem cuida da casa e dos irmãos mais novos é a Fabiana Há quinze dias Fabiana estava em casa com Paulinho e a Patrícia enquanto o Zeca estava na escola A menina mais uma vez começou a chorar com dor de dente Fabiana aflita resolveu perguntar para vizinha o que fazer Esta disse dê um copo de água com bastante açúcar para acalmar a pequena Patrícia Assim foi feito e quando Dona Nicota chegou Patrícia estava ainda com o dente doendo mas passando muito mal Os irmãos muito aflitos diziam que não sabiam o que tinha acontecido que não tinham feito nada de mal para a menina O Posto de Saúde não tinha médico e Dona Nicota 58 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 procurou o ProntoSocorro onde Patrícia foi medicada Um funcionário chamou sua atenção por não cuidar do controle de diabetes de sua filha Dona Nicota sem entender o porquê do comentário e cheia de dúvidas voltou para casa levando a Patrícia ainda se queixando de dor de dente Referente às interpretações possíveis frente à situação apresentada um dos caminhos é concluir que a ingestão de açúcar foi a causa da ida ao Pronto Socorro nesse caso a ingestão do açúcar seria a causa e a ida ao Pronto Socorro o efeito Com isso podese concluir que os diabéticos devem saber quando podem ou não consumir açúcar uma vez que isso causa perigo de agravos e até a morte SÃO PAULO 2001 Essa forma de diagnóstico pode também levar o profissional de saúde a uma falsa percepção de suas possibilidades de ação Pode também ingenuamente achar que somente com ações educativas irá resolver os problemas relacionados à saúde coletiva SÃO PAULO 2001 p84 Outro caminho é considerar as múltiplas causas do problema de naturezas distintas mas atuando ao mesmo tempo e gerando o mesmo efeito De acordo com essa forma de análise concluímos que a Patrícia foi parar no ProntoSocorro por várias causas tais como o fato da mãe trabalhar fora e deixar as crianças em casa sem a presença de um adulto que possa prevenir este acidente a mãe não poder ir ao posto de saúde devido ao horário inadequado em relação ao seu trabalho e com isso não ter acesso à orientação sobre o perigo do açúcar dentre outros Percebemos que nessa interpretação todas as causas possuem o mesmo peso de importância e muitas vezes extrapolam o alcance de resolução da área da saúde SÃO PAULO 2001 Um risco que se corre nessa situação é o imobilismo uma vez que não se podem resolver todos os problemas que envolvem questões sociais e econômicas SÃO PAULO 2001 Uma terceira forma de interpretar segue o caminho anterior porém considera influências distintas de cada causa A equipe de saúde neste caso analisa todas as possíveis causasvariáveis que interferiram para que a Patrícia fosse ao ProntoSocorro efeito Procura saber o quê influi em quê e descobre que as prioridades para a solução do problema envolvem ações educativas de reorganização do Posto de Saúde de treinamento dos profissionais de saúde além da dificuldade econômica da família das condições de trabalho de Dona Nicota da falta de creche préescola e outras Este modelo ou forma de análise e interpretação dos dados coletados define MÚLTIPLAS CAUSAS de diferentes naturezas mas com pesos iguais e UM EFEITO ida ao ProntoSocorro É a interpretação Multicausal A partir dessa análise e interpretação a equipe e demais envolvidos podem estabelecer prioridades no seu nível de resolutividade para atenuar o 59 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE problema da família de Patrícia e de outras com problemas semelhantes e assim contribuir para uma melhoria nas condições de saúde Neste caso o grupo responsável pela intervenção consegue identificar os pontoschave do problema encontrar estratégias de ação que viabilizam intervenções sucessivas e complementares ao mesmo tempo que permite um trabalho interinstitucional com a participação dos profissionais de saúde usuários e grupos interessados Neste caso pode haver confronto conflito pessimismo otimismo consenso mas não imobilismo SÃO PAULO 2001 p 86 Para finalizar o diagnóstico após coleta de dados discussão análise e interpretação dos dados temse o estabelecimento de prioridades Para isso a equipe de saúde e a população bem como demais grupos sociais envolvidos definem dentre os problemas identificados aqueles que são passíveis de intervenção que contribuirão para a melhoria da saúde da comunidade SÃO PAULO 2001 O diagnóstico de uma situação na área da saúde implica no conhecimento dos fatores de caráter demográfico epidemiológico de organização dos serviços de saúde das instituições da comunidade bem como de aspectos socioeconômicos e de infraestrutura da localidademunicípio Estes dados permitem a identificação dos problemas de saúde dentro de um contexto de saúde coletiva Sua identificação e análise crítica irão sugerir caminhos para o planejamento das ações de saúde SÃO PAULO 2001 p 89 Destacase que para considerar um diagnóstico situacional que possa ser transformado em diagnóstico educacional devemse considerar os envolvidos e o contexto da situação A atuação do profissional é essencialmente um papel de educador e dessa forma não há dicotomia entre atuação técnica e atuação educativa ambas deveriam ocorrer simultaneamente no cotidiano de trabalho Para completar a fase de diagnóstico haverá sustentação para descrever o problema caracterizar a população alvo eou a instituição estudada descrever os dados levantados com análise dos resultados ou situações identificadas apresentar propostas ou sugestões para resolução dos problemas de natureza pedagógica 712 Plano de ação O manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 sugere o seguinte roteiro para a elaboração do plano de ação 60 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 título do trabalho descrição do problema característica geral do município instituição e da populaçãoalvo diagnóstico educativo apresentação e análise dos dados projeto educativo justificativa objetivos geral específicos conteúdo programático populaçãoalvo metodologia avaliação recursos humanos materiais financeiros cronogramaquadro de atividades Já discutimos detalhadamente a etapa do diagnóstico pois esta sendo bem desenvolvida trará resultados mais efetivos a partir de levantamento contextualizado das reais necessidades educativas A justificativa da ação educativa pautase no diagnóstico realizado Na essência das justificativas contemplase que a proposta pedagógica tem como finalidade desenvolver nas pessoas grupos ou 61 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE populações a consciência das causas e consequências dos problemas de saúde e ao mesmo tempo criar condições para atuar no sentido da mudança SÃO PAULO 2001 Referente aos objetivos uma vez tendo os dados de diagnóstico vamos exemplificar a elaboração dos objetivos a partir de uma situação problema SÃO PAULO 2001 Numa unidade básica de saúde foram atendidos num espaço de tempo relativamente pequeno vários casos de queimadura em crianças Os profissionais de saúde em conjunto com a comunidade planejaram um programa educativo com os seguintes objetivos Objetivo geral As mães eou responsáveis por crianças deverão adotar práticas para eliminar as situações que oferecem risco de queimaduras no ambiente domiciliar Objetivos específicos As mães eou responsáveis por crianças deverão Identificar os diversos tipos de acidentes Identificar o número de casos e a gravidade dos acidentes por fogo e chama Relacionar formas para prevenir no domicílio situações favoráveis aos acidentes por fogo e chama Observar o ambiente doméstico descobrindo locais situações e hábitos familiares que possam ser causa de acidentes por fogo e chama tomando as medidas necessárias para mudálos eou eliminálos O conteúdo programático prevê para cada objetivo específico o que deverá ser desenvolvido para seu alcance exemplo SÃO PAULO 2001 Os pais ou responsáveis pelas crianças matriculadas na UBS deverão identificar as vacinas que compõem o esquema básico de vacinação Conteúdo programático O que é vacina Vacina BCG Vacina Sabin 62 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 Vacina tríplice Vacina antissarampo Vias de administração idade doenças que previnem Referente à populaçãoalvo devemos pensar com quem iremos desenvolver a ação isso é fundamental para o passo seguinte que nos remete a como fazer ou seja que estratégias utilizar Um mesmo conteúdo pode ser desenvolvido de formas distintas conforme o públicoalvo Esse como fazer referese à metodologia a ser utilizada envolvendo todos os recursos que a estratégia a ser utilizada demanda 8 AVALIAÇÃO Muitas organizações têm questionado a eficácia das atividades de treinamento para avaliar o retorno de seus investimentos nessa área O uso do treinamento é uma importante alternativa para a mudança de atitudes conhecimentos ou habilidades necessárias ao desempenho adequado do capital humano na empresa LACERDA ABBAD 2003 Apesar de ser uma visão empresarial podemos a partir da afirmação anterior dizer que muito investimento é destinado a ações educativas muitas vezes denominadas de capacitação treinamento desenvolvimento porém poucos dados existem acerca do retorno referente a essas ações de educação Existem muitos critérios de avaliação encontrados na literatura Em geral os modelos abordam três níveis de avaliação a reação a aprendizagem e impacto do treinamento no trabalho no comportamento ou no cargo transferência LACERDA ABBAD 2003 Reação referese ao nível de satisfação dos participantes frente à programação ao apoio para o desenvolvimento do curso à aplicabilidade à utilidade e aos resultados do treinamento ABBAD GAMA BORGESANDRADE 2000 Aprendizagem compreende o grau de assimilação e retenção dos conteúdos abordados e que são medidos em escores obtidos pelo participante em testes ou provas de conhecimentos aplicados pelo educador ao final das atividades educativas ABBAD 2003 O impacto do treinamento no trabalho compreende o conceito de transferência que corresponde à aplicação correta no ambiente de trabalho de conhecimentos habilidades ou atitudes adquiridas ABBAD 2003 Existem instrumentos validados para avaliar reação aprendizagem e impacto porém na área administrativa Alguns estudos vêm sendo desenvolvidos na área da saúde Contudo o fundamental é saber que a avaliação deve ocorrer em todas as etapas do plano de ação e que avaliar é necessário tanto do ponto de vista técnico administrativo como do ponto de vista éticopolítico 63 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE Saiba mais A leitura na íntegra do manual consultado para esse capítulo contribuirá para uma reflexão mais aprofundada acerca do planejamento e execução de práticas educativas em saúde SÃO PAULO Estado Secretaria de Estado da Saúde Educação em saúde planejando as ações educativas teoria e prática Secretaria estadual da saúde 1997 revisão em 2001 115 p Resumo Nesta unidade foi possível visualizar e refletir a aplicação prática de uma ação educativa Uma prática sistematizada e sustentada teoricamente A começar com a complexidade que é delimitar um diagnóstico situacional e especificamente um diagnóstico educativo passando pelo plano de ação e sempre acompanhado de avaliação Para o diagnóstico a escolha de uma lógica analítica e dedutiva pode deixar de revelar necessidades reais da vida cotidiana para esse alcance propõese uma coleta de dados participativa Essa participação vai ao encontro de toda sustentação teórica apresentada nas unidades anteriores Ou seja a perspectiva de valorizar as pessoas envolvidas no processo educativo deve permear todas as etapas a começar pela coleta de dados Entretanto essa base teórica participativa deve seguir ao longo da trajetória de planejamento Após a coleta dos dados a sua análise discussão e interpretação deve ser ampla para evitar conclusões limitadas das relações causa e efeito Uma vez bem estabelecido o diagnóstico destacamos a importância de um planejamento adequado com todas as suas etapas a começar por uma boa justificativa delimitação dos objetivos conteúdos a serem abordados caracterização do público alvo metodologia incluindo a avaliação e a organização do tempo para todas as ações em forma de cronograma Um destaque é colocado para a importância de se avaliar os resultados das ações educativas Essas ações demandam custo de ordem financeira 64 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 além do investimento de tempo e disponibilidade dos recursos humanos Assim mais que um compromisso técnico destacase o compromisso éticopolítico de avaliar as práticas de educação em saúde Muitos trabalhos estão em desenvolvimento com metodologias de avaliação Exercícios Questão 1 Em relação ao Roteiro para Elaboração de Projeto Educativo foram orientadas determinadas etapas para o desenvolvimento do mesmo Dentre essas etapas estão os objetivos usados como indicadores do desenvolvimento ou o que pretendemos alcançar com as ações propostas no projeto educativo Em relação à definição de objetivo geral e específico assinale a alternativa correta A Objetivo geral significa o que queremos abordar no projeto educativo e inclui a populaçãoalvo para quem queremos desenvolver o projeto B Nos objetivos gerais e específicos devemos definir critérios de avaliação formulários ou relatórios onde devem estar incluídos entrevistas e depoimentos da população a ser educada C O objetivo geral e específico são etapas de desenvolvimento do planejamento das ações em saúde e implicam a operacionalização do plano de ação D O objetivo geral expressa a ação pretendida com a intervenção educativa envolvendo equipe de saúde e ou clientela grupos comunitários e população em geral e os objetivos específicos são os passo para alcançar os objetivos gerais e indicam o que precisamos fazer para alcançálo E Objetivos gerais e específicos significam os recursos didáticos e materiais que norteiam a opção pedagógica a ser adotada na prática educativa Resposta correta alternativa D Análise das alternativas A Alternativa incorreta Justificativa Não inclui a populaçãoalvo B Alternativa incorreta Justificativa A avaliação não é incluída nos objetivos C Alternativa incorreta Justificativa Não se trata da operacionalização e sim do planejamento 65 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE D Alternativa correta Justificativa A afirmação dessa alternativa é verdadeira E Alternativa incorreta Justificativa Os objetivos fazem parte do planejamento Questão 2 Segundo o Ministério da Saúde o fim da ação educativa é desenvolver no indivíduo e no grupo a capacidade de analisar criticamente a sua realidade de decidir ações conjuntas para resolver problemas e modificar situações de organizar e realizar a ação e de avaliála com espírito crítico Para atingir esses objetivos é necessário preparar os profissionais de saúde e educação líderes de comunidade para o desenvolvimento do processo educativo no planejamento das ações de promoção prevenção e recuperação da saúde no Sistema Único de Saúde Em relação ao Roteiro para Elaboração do Projeto Educativo podemos afirmar I Dentre suas diretrizes estão a justificativa os objetivos geral e específico o conteúdo programático a populaçãoalvo a metodologia recursos materiais e humanos cronograma e avaliação II Dentre seus componentes está o conteúdo programático que significa o assunto a ser abordado e para cada objetivo específico teremos um conteúdo correspondente III A metodologia significa o como fazer Determina a opção pedagógica que será adotada na prática educativa as técnicas de ensino e estratégias a serem utilizadas Dentre as afirmações anteriores A As afirmações I II e III estão incorretas B Somente as afirmações I e III estão incorretas C Somente as afirmações II III estão incorretas D As afirmações I II e III estão corretas E Somente a afirmação I está incorreta Resolução desta questão na plataforma 66 REFERÊNCIAS Textuais ABBAD G GAMA A L G BORGESANDRADE J E Treinamento análise do relacionamento da avaliação nos níveis de reação aprendizagem e impacto no trabalho Revista de Administração Contemporânea v 4 n 3 p 2545 2000 ABBAD G et al Preditores de impacto do treinamento no trabalho o caso do TCU In REUNIÃO ANUAL DE PSICOLOGIA 29 1999 Ribeirão Preto Anais Ribeirão Preto Sociedade Brasileira de Psicologia 1999 p 53 AKERMAN M MENDES R BÓGUS C M É possível avaliar um imperativo ético Ciência e Saúde Coletiva v 11 n 3 p 60513 2004 ALVES V S Um modelo de educação em saúde para o Programa de Saúde da Família pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial Interface Comunic Saúde Educ v 9 n 16 p 3952 set 2004 fev 2005 BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação em Saúde Série Pactos pela Saúde 2006 Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 2009 BREILH JP Epidemiologia economia medicina y política São Domingos Editorial Universitária 1980 CAPONI S Georges Canguilhem y el estatuto epistemológico deI concepto de salud História Ciências e Saúde Manguinhos v 4 n 2 p 287307 1997 CARVALHO Y M CECCIM R B Formação e educação em saúde aprendizados com a saúde coletiva In CAMPOS G W S et al 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de pesquisa n 107 p 187206 1999 LEFÈVRE F LEFÈVRE A M C Promoção de Saúde a negação da negação São Paulo Barba Ruiva 2007 LUPTON D Technologies of Health contemporary health promotion and public health In The imperative of health London UK Sage 1995 MCCASKEY M B Mensagens ocultas enviadas pelos gerentes In Comunicação eficaz na empresa como melhorar o fluxo de informações para tomar decisões corretas 2 ed Rio de Janeiro Campus 1999 MENDES D VIANA R Educação em saúde tendência atual In VIEIRA RM et al Orgs Fonoaudiologia e saúde pública Carapicuíba Prófono Editorial 2001 p 4763 68 MENDES I A C Enfoque humanístico à comunicação em enfermagem São Paulo Sarvier1994 MERHY E Saúde e Direitos tensões de um SUS em disputa molecularidades Texto baseado na Conferência Saúde e Direitos escolhas para fazer o SUS Proferida em 23 de outubro de 2011 no XII Congresso de Saúde Pública promovido pela Associação Paulista de Saúde Pública 2012 OLIVEIRA D L A nova saúde pública e a promoção da saúde via 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54 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 Unidade III 7 PLANEJAMENTO E EXCECUÇÃO DE UMA AÇÃO EDUCATIVA 71 Elaboração de um projeto educativo Planejamento é um processo ordenado que necessita de etapas estabelecidas em uma ordem lógica Para o planejamento do componente educativo das ações de saúde seguemse as seguintes etapas segundo o manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 Diagnóstico coleta de dados discussão análise e interpretação dos dados e o estabelecimento de prioridades Plano de Ação determinação de objetivos populaçãoalvo metodologia recursos e cronograma de atividades Execução operacionalização do plano de ação Avaliação verificação de que os objetivos propostos foram ou não alcançados Um dos princípios do planejamento participativo é a flexibilidade que envolve a possibilidade de reformulação das ações planejadas durante sua execução Cabe ressaltar que a avaliação nesta perspectiva iniciase na etapa de diagnóstico e acompanhamento de todas as fases do planejamento A avaliação após a execução além de identificar os resultados alcançados também fornece subsídios para a reprogramação das ações e indica a necessidade de novas ações de diagnóstico SÃO PAULO 2001 711 Diagnóstico Para exemplificar o momento de diagnóstico apresentaremos um caso discutido no manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 Tendo em vista a execução de um curso para mães usuárias sobre o risco de acidentes domésticos para crianças o grupo multiprofissional de uma Unidade Básica de Saúde UBS resolveu conhecer melhor a comunidade além das condições socioeconômicas e culturais das participantes do curso Faziam isso porque entendiam que o aprendizado é um processo dinâmico e que necessita da participação efetiva de cada um Desta forma tornavase muito importante conhecer as condições de vida da comunidade na qual vivem os usuários em especial nos 55 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE aspectos relacionados mais diretamente com a prevenção de riscos de acidentes os valores práticas e o grau de conhecimento do que é acidente e como evitálo Para desencadear a pesquisa o grupo de técnicos decidiu aplicar um questionário para os usuários residentes na área de abrangência da UBS e com um número de moradores em torno de 10000 resolveu estabelecer uma amostra de 10 1000 pessoas O questionário perguntava a respeito do tipo de casa alvenaria ou madeira os tipos de objetos botijão de gás espiriteira etc que há na casa além de questões a respeito de hábitos dos pais e das crianças onde e com o que as crianças brincam hábitos das mães quando cozinham etc Dos 1000 questionários enviados apenas 97 retornaram e mesmo assim várias respostas haviam sido preenchidas incorretamente Diante desse quadro a equipe concluiu que embora o questionário tivesse sido bem elaborado talvez faltasse um preparo prévio para o seu emprego ou teria que ser preenchido com a participação do técnico Mesmo com essa dúvida optaram por um trabalho em grupo para dar alguma resposta frente à gravidade do problema Embora os questionários que retornaram não estivessem total e claramente preenchidos os técnicos sabiam que a população desconhecia o assunto Desta forma resolveram formar um grupo de mães para o qual dariam uma série de informações sobre os acidentes tipos locais de risco incidência A proposta foi divulgada amplamente na região No primeiro dia do curso apareceram 15 mães Avaliando a aula inicial os técnicos chegaram à conclusão de que as mães aparentaram desmotivação por nem sequer perceberem a importância do assunto para elas Decidiram então apresentar as estatísticas de morbimortalidade na região como estratégia para sensibilizálas Ao final da terceira reunião o grupo contava com seis mães Os técnicos chegaram à conclusão de que o horário e periodicidade das aulas estavam prejudicando o andamento do trabalho e esvaziando o grupo Modificaram o horário e espaçaram mais as reuniões À quinta reunião a primeira no novo horário compareceram apenas duas mães Diante deste fato os técnicos que optaram por prosseguir o trabalho alguns desistiram cancelaram o curso e resolveram avaliar o diagnóstico inicial Colocaram a questão por que embora nós saibamos que as mães desconhecem o assunto elas não estão motivadas A abordagem metodológica trabalho informativo com características de curso foi descartada como causa do fracasso de não comparecimento das mães pois os técnicos sabiam que esta é uma boa forma de ensino 56 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 Usaram também uma série de recursos didáticos slides transparências álbum seriado etc que por si só deveriam motivar o grupo Além disso foi com esta abordagem metodológica que os próprios técnicos haviam sido formados e por vivência própria eles sabiam que era adequada Na mesma época uma enfermeira da UBS estava fazendo um curso sobre prevenção de riscos de acidentes na infância Uma das tarefas do curso era a realização de um trabalho de levantamento junto à população Como a enfermeira sabia da experiência do grupo de técnicos optou por fazer seu trabalho na região da UBS e com o tema a percepção das mães sobre os fatores de risco no ambiente familiar Saiu a campo pedindo que as mães desenhassem sua casa e assinalassem os locais de risco de acidentes que conheciam Durante a semana seguinte enquanto a equipe avaliava a proposta de diagnóstico foi atendido na UBS um caso de fratura de braço de uma criança de nove anos que caíra da laje de sua casa Como o caso demandava um tratamento mais especializado a criança foi encaminhada a um hospital da região Nesta situação os técnicos da equipe resolveram mudar o enfoque do diagnóstico Visitaram a família do garoto e descobriram que ele brincava na laje porque era o único local espaçoso da casa onde morava além de precisar subir na laje porque era lá que sua mãe pendurava roupa para secar e às vezes ele ajudava Na visita feita colheram mais informações conversando com vizinhos e perceberam que o problema era comum a diversas famílias Ainda no mês anterior uma criança caíra de uma laje só que o fato não havia sido classificado como acidente pela mãe porque a menina sofrera apenas algumas escoriações Foi a partir desse primeiro encontro informal que os técnicos planejaram um diagnóstico participativo formando um grupo com pessoas da vizinhança para discutirem formas de lidar com um ambiente com muitos riscos Os encontros aconteciam num galpão de uma marcenaria cedido pelo dono aos finais de tarde e fins de semana Ao final do trabalho a enfermeira constatou que as mães identificavam todos os locais de risco que provocavam os acidentes mais frequentes na região Verificou ainda que elas apontaram outros riscos que a própria enfermeira desconhecia por exemplo devido à topografia irregular do local os fundos de quintal tinham pequenos barrancos de terra que além de provocar um grande número de quedas escondiam insetos e pequenos animais que picavam as crianças Por provocarem pequenos ferimentos que eram tratados em casa ou pelo farmacêutico tais casos sequer chegavam à UBS embora a médio ou longo prazo pudessem gerar agravos mais sérios Concluiu então que as mães conheciam os riscos porém não identificavam as mudanças que deveriam ser introduzidas para eliminálos ou diminuílos 57 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE Foram realizados seis encontros Nos dois primeiros as mães população mais constante nas reuniões foram levadas a expor um pouco de seus hábitos e condições de vida e apesar do espaço ter sido usado algumas vezes para desabafos e lamentações o técnico lidou com essa situação e nos outros encontros o grupo conseguiu identificar situações de riscos locais perigosos na casa e hábitos que favoreciam a ocorrência de acidentes O grupo conseguiu também propor encaminhamentos distinguindo coisas que podiam ser feitas a curto médio e longo prazo e também os níveis de responsabilidade das próprias pessoas de outras pessoas das autoridades e outras formas de pressão Com esse exemplo evidenciamse duas formas de coletar os dados a primeira analíticodescritiva na qual não há diálogo equivale a uma fotografia de determinado momento no exemplo relatado o questionário não identificou as reais necessidades da população A outra forma de coletar chamada participativa é realizada a partir de observações participantes e reuniões comunitárias nesse caso a coleta de dados não é separada da intervenção SÃO PAULO 2001 Nesse sentido os instrumentos e as técnicas utilizadas permitem o questionamento e o confronto do conhecimento científico e o popular além da participação real dos profissionais de saúde e da população SÃO PAULO 2001 O manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 apresenta ainda um exemplo para compreendermos o momento de discussão análise e interpretação dos dados Dona Nicota é viúva tem 30 anos e mora num cômodo e cozinha em Mirante do Sul no bairro de Pindobinha Tem quatro filhos Patrícia 4 anos Paulinho 6 anos Zeca 9 anos e Fabiana 11 anos e trabalha como faxineira diarista para sustentar a família Dona Nicota o Zeca e a Patrícia são diabéticos e estão matriculados no Posto de Saúde de Pindobinha A ida de todos ao Posto para consulta e outros exames é muito dificultada por causa do horário de atendimento Caso Dona Nicota falte ao trabalho não receberá a remuneração do dia Por causa dessa dificuldade não conseguiu marcar consulta para a Patrícia que vinha se queixando de dor de dente há algum tempo Como era dentedeleite não se preocupou muito Na sua ausência quem cuida da casa e dos irmãos mais novos é a Fabiana Há quinze dias Fabiana estava em casa com Paulinho e a Patrícia enquanto o Zeca estava na escola A menina mais uma vez começou a chorar com dor de dente Fabiana aflita resolveu perguntar para vizinha o que fazer Esta disse dê um copo de água com bastante açúcar para acalmar a pequena Patrícia Assim foi feito e quando Dona Nicota chegou Patrícia estava ainda com o dente doendo mas passando muito mal Os irmãos muito aflitos diziam que não sabiam o que tinha acontecido que não tinham feito nada de mal para a menina O Posto de Saúde não tinha médico e Dona Nicota 58 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 procurou o ProntoSocorro onde Patrícia foi medicada Um funcionário chamou sua atenção por não cuidar do controle de diabetes de sua filha Dona Nicota sem entender o porquê do comentário e cheia de dúvidas voltou para casa levando a Patrícia ainda se queixando de dor de dente Referente às interpretações possíveis frente à situação apresentada um dos caminhos é concluir que a ingestão de açúcar foi a causa da ida ao Pronto Socorro nesse caso a ingestão do açúcar seria a causa e a ida ao Pronto Socorro o efeito Com isso podese concluir que os diabéticos devem saber quando podem ou não consumir açúcar uma vez que isso causa perigo de agravos e até a morte SÃO PAULO 2001 Essa forma de diagnóstico pode também levar o profissional de saúde a uma falsa percepção de suas possibilidades de ação Pode também ingenuamente achar que somente com ações educativas irá resolver os problemas relacionados à saúde coletiva SÃO PAULO 2001 p84 Outro caminho é considerar as múltiplas causas do problema de naturezas distintas mas atuando ao mesmo tempo e gerando o mesmo efeito De acordo com essa forma de análise concluímos que a Patrícia foi parar no ProntoSocorro por várias causas tais como o fato da mãe trabalhar fora e deixar as crianças em casa sem a presença de um adulto que possa prevenir este acidente a mãe não poder ir ao posto de saúde devido ao horário inadequado em relação ao seu trabalho e com isso não ter acesso à orientação sobre o perigo do açúcar dentre outros Percebemos que nessa interpretação todas as causas possuem o mesmo peso de importância e muitas vezes extrapolam o alcance de resolução da área da saúde SÃO PAULO 2001 Um risco que se corre nessa situação é o imobilismo uma vez que não se podem resolver todos os problemas que envolvem questões sociais e econômicas SÃO PAULO 2001 Uma terceira forma de interpretar segue o caminho anterior porém considera influências distintas de cada causa A equipe de saúde neste caso analisa todas as possíveis causasvariáveis que interferiram para que a Patrícia fosse ao ProntoSocorro efeito Procura saber o quê influi em quê e descobre que as prioridades para a solução do problema envolvem ações educativas de reorganização do Posto de Saúde de treinamento dos profissionais de saúde além da dificuldade econômica da família das condições de trabalho de Dona Nicota da falta de creche préescola e outras Este modelo ou forma de análise e interpretação dos dados coletados define MÚLTIPLAS CAUSAS de diferentes naturezas mas com pesos iguais e UM EFEITO ida ao ProntoSocorro É a interpretação Multicausal A partir dessa análise e interpretação a equipe e demais envolvidos podem estabelecer prioridades no seu nível de resolutividade para atenuar o 59 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE problema da família de Patrícia e de outras com problemas semelhantes e assim contribuir para uma melhoria nas condições de saúde Neste caso o grupo responsável pela intervenção consegue identificar os pontoschave do problema encontrar estratégias de ação que viabilizam intervenções sucessivas e complementares ao mesmo tempo que permite um trabalho interinstitucional com a participação dos profissionais de saúde usuários e grupos interessados Neste caso pode haver confronto conflito pessimismo otimismo consenso mas não imobilismo SÃO PAULO 2001 p 86 Para finalizar o diagnóstico após coleta de dados discussão análise e interpretação dos dados temse o estabelecimento de prioridades Para isso a equipe de saúde e a população bem como demais grupos sociais envolvidos definem dentre os problemas identificados aqueles que são passíveis de intervenção que contribuirão para a melhoria da saúde da comunidade SÃO PAULO 2001 O diagnóstico de uma situação na área da saúde implica no conhecimento dos fatores de caráter demográfico epidemiológico de organização dos serviços de saúde das instituições da comunidade bem como de aspectos socioeconômicos e de infraestrutura da localidademunicípio Estes dados permitem a identificação dos problemas de saúde dentro de um contexto de saúde coletiva Sua identificação e análise crítica irão sugerir caminhos para o planejamento das ações de saúde SÃO PAULO 2001 p 89 Destacase que para considerar um diagnóstico situacional que possa ser transformado em diagnóstico educacional devemse considerar os envolvidos e o contexto da situação A atuação do profissional é essencialmente um papel de educador e dessa forma não há dicotomia entre atuação técnica e atuação educativa ambas deveriam ocorrer simultaneamente no cotidiano de trabalho Para completar a fase de diagnóstico haverá sustentação para descrever o problema caracterizar a população alvo eou a instituição estudada descrever os dados levantados com análise dos resultados ou situações identificadas apresentar propostas ou sugestões para resolução dos problemas de natureza pedagógica 712 Plano de ação O manual de educação em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 2001 sugere o seguinte roteiro para a elaboração do plano de ação 60 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 título do trabalho descrição do problema característica geral do município instituição e da populaçãoalvo diagnóstico educativo apresentação e análise dos dados projeto educativo justificativa objetivos geral específicos conteúdo programático populaçãoalvo metodologia avaliação recursos humanos materiais financeiros cronogramaquadro de atividades Já discutimos detalhadamente a etapa do diagnóstico pois esta sendo bem desenvolvida trará resultados mais efetivos a partir de levantamento contextualizado das reais necessidades educativas A justificativa da ação educativa pautase no diagnóstico realizado Na essência das justificativas contemplase que a proposta pedagógica tem como finalidade desenvolver nas pessoas grupos ou 61 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE populações a consciência das causas e consequências dos problemas de saúde e ao mesmo tempo criar condições para atuar no sentido da mudança SÃO PAULO 2001 Referente aos objetivos uma vez tendo os dados de diagnóstico vamos exemplificar a elaboração dos objetivos a partir de uma situação problema SÃO PAULO 2001 Numa unidade básica de saúde foram atendidos num espaço de tempo relativamente pequeno vários casos de queimadura em crianças Os profissionais de saúde em conjunto com a comunidade planejaram um programa educativo com os seguintes objetivos Objetivo geral As mães eou responsáveis por crianças deverão adotar práticas para eliminar as situações que oferecem risco de queimaduras no ambiente domiciliar Objetivos específicos As mães eou responsáveis por crianças deverão Identificar os diversos tipos de acidentes Identificar o número de casos e a gravidade dos acidentes por fogo e chama Relacionar formas para prevenir no domicílio situações favoráveis aos acidentes por fogo e chama Observar o ambiente doméstico descobrindo locais situações e hábitos familiares que possam ser causa de acidentes por fogo e chama tomando as medidas necessárias para mudálos eou eliminálos O conteúdo programático prevê para cada objetivo específico o que deverá ser desenvolvido para seu alcance exemplo SÃO PAULO 2001 Os pais ou responsáveis pelas crianças matriculadas na UBS deverão identificar as vacinas que compõem o esquema básico de vacinação Conteúdo programático O que é vacina Vacina BCG Vacina Sabin 62 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 Vacina tríplice Vacina antissarampo Vias de administração idade doenças que previnem Referente à populaçãoalvo devemos pensar com quem iremos desenvolver a ação isso é fundamental para o passo seguinte que nos remete a como fazer ou seja que estratégias utilizar Um mesmo conteúdo pode ser desenvolvido de formas distintas conforme o públicoalvo Esse como fazer referese à metodologia a ser utilizada envolvendo todos os recursos que a estratégia a ser utilizada demanda 8 AVALIAÇÃO Muitas organizações têm questionado a eficácia das atividades de treinamento para avaliar o retorno de seus investimentos nessa área O uso do treinamento é uma importante alternativa para a mudança de atitudes conhecimentos ou habilidades necessárias ao desempenho adequado do capital humano na empresa LACERDA ABBAD 2003 Apesar de ser uma visão empresarial podemos a partir da afirmação anterior dizer que muito investimento é destinado a ações educativas muitas vezes denominadas de capacitação treinamento desenvolvimento porém poucos dados existem acerca do retorno referente a essas ações de educação Existem muitos critérios de avaliação encontrados na literatura Em geral os modelos abordam três níveis de avaliação a reação a aprendizagem e impacto do treinamento no trabalho no comportamento ou no cargo transferência LACERDA ABBAD 2003 Reação referese ao nível de satisfação dos participantes frente à programação ao apoio para o desenvolvimento do curso à aplicabilidade à utilidade e aos resultados do treinamento ABBAD GAMA BORGESANDRADE 2000 Aprendizagem compreende o grau de assimilação e retenção dos conteúdos abordados e que são medidos em escores obtidos pelo participante em testes ou provas de conhecimentos aplicados pelo educador ao final das atividades educativas ABBAD 2003 O impacto do treinamento no trabalho compreende o conceito de transferência que corresponde à aplicação correta no ambiente de trabalho de conhecimentos habilidades ou atitudes adquiridas ABBAD 2003 Existem instrumentos validados para avaliar reação aprendizagem e impacto porém na área administrativa Alguns estudos vêm sendo desenvolvidos na área da saúde Contudo o fundamental é saber que a avaliação deve ocorrer em todas as etapas do plano de ação e que avaliar é necessário tanto do ponto de vista técnico administrativo como do ponto de vista éticopolítico 63 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE Saiba mais A leitura na íntegra do manual consultado para esse capítulo contribuirá para uma reflexão mais aprofundada acerca do planejamento e execução de práticas educativas em saúde SÃO PAULO Estado Secretaria de Estado da Saúde Educação em saúde planejando as ações educativas teoria e prática Secretaria estadual da saúde 1997 revisão em 2001 115 p Resumo Nesta unidade foi possível visualizar e refletir a aplicação prática de uma ação educativa Uma prática sistematizada e sustentada teoricamente A começar com a complexidade que é delimitar um diagnóstico situacional e especificamente um diagnóstico educativo passando pelo plano de ação e sempre acompanhado de avaliação Para o diagnóstico a escolha de uma lógica analítica e dedutiva pode deixar de revelar necessidades reais da vida cotidiana para esse alcance propõese uma coleta de dados participativa Essa participação vai ao encontro de toda sustentação teórica apresentada nas unidades anteriores Ou seja a perspectiva de valorizar as pessoas envolvidas no processo educativo deve permear todas as etapas a começar pela coleta de dados Entretanto essa base teórica participativa deve seguir ao longo da trajetória de planejamento Após a coleta dos dados a sua análise discussão e interpretação deve ser ampla para evitar conclusões limitadas das relações causa e efeito Uma vez bem estabelecido o diagnóstico destacamos a importância de um planejamento adequado com todas as suas etapas a começar por uma boa justificativa delimitação dos objetivos conteúdos a serem abordados caracterização do público alvo metodologia incluindo a avaliação e a organização do tempo para todas as ações em forma de cronograma Um destaque é colocado para a importância de se avaliar os resultados das ações educativas Essas ações demandam custo de ordem financeira 64 Unidade III Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 além do investimento de tempo e disponibilidade dos recursos humanos Assim mais que um compromisso técnico destacase o compromisso éticopolítico de avaliar as práticas de educação em saúde Muitos trabalhos estão em desenvolvimento com metodologias de avaliação Exercícios Questão 1 Em relação ao Roteiro para Elaboração de Projeto Educativo foram orientadas determinadas etapas para o desenvolvimento do mesmo Dentre essas etapas estão os objetivos usados como indicadores do desenvolvimento ou o que pretendemos alcançar com as ações propostas no projeto educativo Em relação à definição de objetivo geral e específico assinale a alternativa correta A Objetivo geral significa o que queremos abordar no projeto educativo e inclui a populaçãoalvo para quem queremos desenvolver o projeto B Nos objetivos gerais e específicos devemos definir critérios de avaliação formulários ou relatórios onde devem estar incluídos entrevistas e depoimentos da população a ser educada C O objetivo geral e específico são etapas de desenvolvimento do planejamento das ações em saúde e implicam a operacionalização do plano de ação D O objetivo geral expressa a ação pretendida com a intervenção educativa envolvendo equipe de saúde e ou clientela grupos comunitários e população em geral e os objetivos específicos são os passo para alcançar os objetivos gerais e indicam o que precisamos fazer para alcançálo E Objetivos gerais e específicos significam os recursos didáticos e materiais que norteiam a opção pedagógica a ser adotada na prática educativa Resposta correta alternativa D Análise das alternativas A Alternativa incorreta Justificativa Não inclui a populaçãoalvo B Alternativa incorreta Justificativa A avaliação não é incluída nos objetivos C Alternativa incorreta Justificativa Não se trata da operacionalização e sim do planejamento 65 Revisão Carla Moro Diagramação Karen 29012013 PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE D Alternativa correta Justificativa A afirmação dessa alternativa é verdadeira E Alternativa incorreta Justificativa Os objetivos fazem parte do planejamento Questão 2 Segundo o Ministério da Saúde o fim da ação educativa é desenvolver no indivíduo e no grupo a capacidade de analisar criticamente a sua realidade de decidir ações conjuntas para resolver problemas e modificar situações de organizar e realizar a ação e de avaliála com espírito crítico Para atingir esses objetivos é necessário preparar os profissionais de saúde e educação líderes de comunidade para o desenvolvimento do processo educativo no planejamento das ações de promoção prevenção e recuperação da saúde no Sistema Único de Saúde Em relação ao Roteiro para Elaboração do Projeto Educativo podemos afirmar I Dentre suas diretrizes estão a justificativa os objetivos geral e específico o conteúdo programático a populaçãoalvo a metodologia recursos materiais e humanos cronograma e avaliação II Dentre seus componentes está o conteúdo programático que significa o assunto a ser abordado e para cada objetivo específico teremos um conteúdo correspondente III A metodologia significa o como fazer Determina a opção pedagógica que será adotada na prática educativa as técnicas de ensino e estratégias a serem utilizadas Dentre as afirmações anteriores A As afirmações I II e III estão incorretas B Somente as afirmações I e III estão incorretas C Somente as afirmações II III estão incorretas D As afirmações I II e III estão corretas E Somente a afirmação I está incorreta Resolução desta questão na plataforma 66 REFERÊNCIAS Textuais ABBAD G GAMA A L G BORGESANDRADE J E Treinamento análise do relacionamento da avaliação nos níveis de reação aprendizagem e impacto no trabalho Revista de Administração Contemporânea v 4 n 3 p 2545 2000 ABBAD G et al Preditores de impacto do treinamento no trabalho o caso do TCU In REUNIÃO ANUAL DE PSICOLOGIA 29 1999 Ribeirão Preto Anais Ribeirão Preto Sociedade Brasileira de Psicologia 1999 p 53 AKERMAN M MENDES R BÓGUS C M É possível avaliar um imperativo ético Ciência e Saúde Coletiva v 11 n 3 p 60513 2004 ALVES V S Um modelo de educação em saúde para o Programa de Saúde da Família pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial Interface Comunic Saúde Educ v 9 n 16 p 3952 set 2004 fev 2005 BRASIL Ministério da Saúde Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação em Saúde Série Pactos pela Saúde 2006 Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 2009 BREILH JP Epidemiologia economia medicina y política São Domingos Editorial Universitária 1980 CAPONI S Georges Canguilhem y el estatuto epistemológico deI concepto de salud História Ciências e Saúde Manguinhos v 4 n 2 p 287307 1997 CARVALHO Y M CECCIM R B Formação e educação em saúde aprendizados com a saúde coletiva In CAMPOS G W S et al Tratado de Saúde Coletiva São Paulo Hucitec Rio de Janeiro Fiocruz 2009 CECCIM R B Educação permanente em Saúde desafio ambicioso e necessário Comunic Saúde Educ v 9 n 16 p 16177 2005 Educação permanente em saúde descentralização e disseminação de capacidade pedagógica na saúde Ciênc saúde coletiva v 10 n 4 p 975986 2005 CHAGAS N R et al Cuidado crítico e criativo contribuições da educação conscientizadora de Paulo Freire para a enfermagem Cienc enferm v 15 n 2 p 3540 2009 COUTINHO C N Notas sobre cidadania e modernidade In Contra a corrente ensaios sobre democracia e socialismo São Paulo Cortez 2000 p 4969 67 CZERESNIA D O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção In CZERESNIA D FREITAS C M Org Promoção da Saúde conceitos reflexões tendências Rio de Janeiro Fiocruz 2003 p 3953 DAMASCENO A M SAID F A O método problematizador no cuidado educativo com mulheres no preparo ao parto Cogitare enferm v 13 n 2 p 17383 2008 DAVINI M C NERVI L ROSCHKE M A Capacitación del 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de pesquisa n 107 p 187206 1999 LEFÈVRE F LEFÈVRE A M C Promoção de Saúde a negação da negação São Paulo Barba Ruiva 2007 LUPTON D Technologies of Health contemporary health promotion and public health In The imperative of health London UK Sage 1995 MCCASKEY M B Mensagens ocultas enviadas pelos gerentes In Comunicação eficaz na empresa como melhorar o fluxo de informações para tomar decisões corretas 2 ed Rio de Janeiro Campus 1999 MENDES D VIANA R Educação em saúde tendência atual In VIEIRA RM et al Orgs Fonoaudiologia e saúde pública Carapicuíba Prófono Editorial 2001 p 4763 68 MENDES I A C Enfoque humanístico à comunicação em enfermagem São Paulo Sarvier1994 MERHY E Saúde e Direitos tensões de um SUS em disputa molecularidades Texto baseado na Conferência Saúde e Direitos escolhas para fazer o SUS Proferida em 23 de outubro de 2011 no XII Congresso de Saúde Pública promovido pela Associação Paulista de Saúde Pública 2012 OLIVEIRA D L A nova saúde pública e a promoção da saúde via 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Paulo v 41 n 4 p 1420 2001 SILVA J A M Análise das atividades educativas dos trabalhadores da saúde na atenção básica concepções de educação no trabalho levantamento de necessidades público participante e resultados esperados Dissertação Mestrado Escola de Enfermagem da USP 2009 STEFANELLI M C CARVALHO E C ARANTES E C A comunicação nos diferentes contextos da Enfermagem Barueri SP Manole 2005 TORRES G V ENDERS B C Atividades educativas na prevenção da AIDS em uma rede básica municipal de saúde participação do enfermeiro Revista Latinoamericana de Enfermagem Ribeirão Preto v 7 n 2 p 7177 abr 1999 VASCONCELOS E M O Paulo da educação popular In Ministério da Saúde Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Apoio à Gestão Participativa Caderno de educação popular em saúde Brasília DF 2007 VILAÇA E M Distrito Sanitário o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde São Paulo Hucitec 1994 70 WALDOW V R Cuidado humano o resgate necessário 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