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Linguística
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192 CÂNDIDO JUCÁ, o altruísta Antônio Nunes Malveira (Pedro II e ABRAFIL) Cândido Jucá, o altruísta, nasceu em Maranguape em 11 de março de 1865, sendo seus pais, Antônio Bernardo da Silva Jucá, falecido em 12/08/1909, e D.ᵃ Francisca Jovina de Castro Jucá, falecida em 02/01/1892. Embora Maranguape, na época, tivesse boas escolas, a família Jucá mudou-se para Guaiúba, um lugarejo simples, nas circunvizinhanças, de Pacatuba, onde o ensino era deficiente. Ele aprendeu em casa sob a orientação de sua querida mãe, Dona Francisca Jovina, e, também do caixeiro-viajante, conhecido por Batistão, que visitava, de quando em vez, a localidade através da estrada de ferro Fortaleza-Baturité. Logo muito cedo mostrou brilhante inteligência e capacidade de assimilação, tanto que aos 14 anos recebeu daqueles que o conheciam o apelido de Professor. Contra a vontade do pai, porém com a aprovação de sua genitora, ele se matriculou no Atheneu Cearense, “fundado pelos irmãos João de Araújo Costa Mendes e Manuel Teófilo Costa Mendes. Ele foi para Fortaleza, estimulado e auxiliado pelo Padre Bruno Figueiredo”. O jovem dedicou-se aos estudos, era sua vocação, apesar de ter vindo à luz no interior do Ceará. No Atheneu concluiu os estudos de Humanidade, em 1883. O Atheneu Cearense, onde estudava Cândido Jucá, transformou-se num reduto exaltado de abolicionistas e seus diretores demonstravam o sentimento de gratidão com relação aos resgates dos escravos. “E Cândido Jucá participou fervorosamente do movimento em defesa dos pretos, com arrebatação de ânimo e coragem, tanto que em Acarape foi escolhido orador, quando, ali, se encontrava o convidado especial, o grande, José do Patrocínio.” Dedicou-se ao estudo da História, e Geografia, adquirindo com sacrifício o Dictionnaire Universal di Histoire et Geographie de M.M. Bouillet, de mais de 2.000 páginas, revista pelo célebre helenista A. Chassang, publicado, em 1874, pela Librairie Hachette”. Conhecia bem o Francês, mas, com o correr do tempo, sua segunda língua passou a ser o Alemão. Foi examinador de Alemão no Colégio Pedro II. Ele amava a língua de Goethe, e, segundo, seu filho, professor, Cândido Jucá Filho, quando encontrava uma palavra em alemão fora de seu conhecimento, só se tranquilizava, ao verificar seu significado, afirmação feita a mim e ao Professor Rogério Bessa por seu ilustre filho, em sua própria residência. Cândido Jucá terminou o curso secundário aos 19 anos, e, logo, em seguida, veio para o Rio de Janeiro com o objetivo de estudar Medicina, onde aportou com 14 mil réis. Aqui, ele não tinha nem parentes nem amigos. Como não dispunha de emprego se tornou em explicador de candidatos a Faculdade de Medicina. À custa de seu 193 trabalho e como possuía profundo amor aos livros, mesmo com dificuldade, passou a comprar livros de acordo com suas posses: M.M. Bouillet, o Dictionnaire Universal des Sciences, de Lettres et des Arts. Atendendo à sua vocação, à sua vontade, prestou os exames para a Faculdade de Medicina e abandonou o curso no 3.º ano, pois não suportava os hospitais cheios de feridos, e o sangue muito o impressionava. Sentiu que sua vocação seria outra, o magistério, por isso, em 1885, prestou concurso para o Instituto de Surdos e Mudos, conquistando o primeiro lugar. Com sua brilhante inteligência, logo penetrou nos segredos da linguagem articulada; aprimorou-se no assunto, lendo os técnicos alemães, língua que estudou com assiduidade e, aos vinte e poucos anos, conseguiu dominá-la. Em 1890, ele tornou-se Professor de Português, Francês, Latim e de Alemão. Segundo o Padre Marcelo Mota Carneiro, cearense, reivindica-se para Cândido Jucá o título de haver sido cronologicamente o primeiro foneticista brasileiro, visto que o “Tratado de Ortofonia” de Felipe Francisco de Sá, introdução gloriosa de seu livro A Lingua Portuguesa só foi publicado no Maranhão em 1915. Familiarizou-se de tal maneira com o alfabeto da Associação International de Phonétique que anotou minuciosamente, em 1904, a importante obra de Guilherme Victor, autor alemão, Deutsches Lesebuch Lautschrift (Manual para aquisição de uma pronúncia moderna e perfeita). O êxito de Cândido Jucá foi sensacional, tanto que ao criar-se a Cátedra da Linguagem Articulada, ele como candidato, conhecedor profundo do assunto, foi aprovado com distinção. E, de tanto dedicar-se ao Instituto Nacional de Surdos e Mudos, teve velhice precoce, e, em virtude de sua abnegação, sentiu esgotado. Retirou-se em 1915, transmitindo suas funções ao seu discípulo Saul Borges Carneiro. Cândido Jucá não apenas foi um notável Educador, mas destacou-se também na Imprensa, escrevendo sobre o Nordeste, pois acreditava no poder sócio-cultural daquele sofrido povo, dizimado pelas terríveis secas, principalmente pela de 1877 que forçou a ida de famílias para o Amazonas, onde muitas desapareceram sem assistência, desprezadas pelo Estado e sobre este fenômeno, ele escreveu no Correio da Manhã, tecendo análise da situação, sobressaindo-se com o artigo – Futuro do Nordeste em 13/09/1920. Em 1907 no mesmo jornal em artigo História Triste, em 2 de junho; o escritor amante de sua terra lamentava a calamidade da ausência de chuva que afetava a fauna e flora. Era comum, verem-se pássaros mortos entre os galhos secos das árvores, e cacinbas secas. O escritor, como bom nordestino, nunca se esqueceu daqueles melancólicos fatos. No Correio da Manhã ele deixou um vasto material que, se os dirigentes do Estado, fossem mais patriotas, transformariam aquela produção intelectual em livros, porém para isto, o Estado jamais disporá de verba suficiente. 194 O Culto dos Heróis, 1903, Espírito das Revoluções, em 1905, o Espetáculo da Miséria, A Luta dos dois Mestres, comentário, onde ele analisa a polêmica filológica entre Rui Barbosa e Carneiro Ribeiro optando pela superioridade de Carneiro Ribeiro sobre o assunto. Escreveu bons trabalhos, abordando as questões de Ensino e o Ensino da Língua Portuguesa no Correio da Manhã, entre os anos de 1897 e 1911. Cândido Jucá estudou alemão com persistência, aprofundando-se na fonologia da língua de Goethe, tornando-se, assim, um grande professor do ensino da linguagem articulada. E seu trabalho teve um êxito tão grande que o Jornal do Comércio no dia 05 de dezembro de 1898, publicou uma intensa matéria sobre o sucesso de seu trabalho. Faleceu no Rio de Janeiro, em 25 de maio de 1929. O féretro saiu da residência da família, na Rua Padre Roma, em Engenho Novo, para o Cemitério de Inhaúma, tinha 64 anos. Foi um cearense ilustre, revestido de uma alma verdadeiramente cristã. E no próximo artigo traremos mais informações sobre este homem culto e humano que, infelizmente, muitos intelectuais nossos desconhecem, por incrível que pareça. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FONTES, Pe. Marcelo Motta Carneiro, conferência publicada no Anuário da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro – 1994. Correio da Manhã, exemplares guardados na biblioteca do Professor Cândido Jucá Filho, atualmente, no Pedro II. Dicionário Biobibliográfico Cearense do Dr. Guilherme Studart, Fortaleza, Tipografia a Vapor, Rua Barão do Rio Branco, 52 – 1910. The Lord of the Rings The Fellowship of the Ring J.R.R. Tolkien
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