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OmniPax Editora Rev Bras Terap e Saúde 1211923 2021 Autismo e Atividade Física Aquática como Ferramenta Terapêutica uma Revisão Narrativa Autism and Aquatic Physical Activity as Therapeutic Tool a Narrative Review Rejane MattosBernardo a Danúbia da Cunha De SáCaputo abc Mario BernardoFilho a Laisa Liane PaineirasDomingosabd a Laboratório de Vibrações Mecânicas e Práticas Integrativas Departamento de Biofísica e Biometria Universidade do Estado do Rio de Janeiro a Programa de PósGraduação Ciências Médicas Universidade do Estado do Rio de Janeiro c Faculdade Bezerra de Araújo d Departamento de Fisioterapia Instituto de Ciências da Saúde Universidade Federal da Bahia Resumo Contextualização O autismo tecnicamente chamado de Transtorno do Espectro Autista TEA é definido como uma síndrome presente normal mente antes dos 3 anos de idade É um distúrbio do desenvolvimento neurológico com déficits nos aspectos sóciocomunicativos e comportamental como o isolamento da criança e alterações de na comunicação na interação social e no uso da imaginação A atividade física é considerada benéfica para a evolução de crianças com TEA em especial a terapia aquática Objetivo Esta revisão narrativa buscou referências bibliográficas relacionados à TEA e aos benefícios da atividade aquática Métodos Tratase de um levantamento bibliográfico com a análise de artigos científicos que discutiram as variáveis comportamentais e habilidades aquáticas desenvolvidas por indivíduos com TEA Descritores como autismo transtorno do espectro autista atividade física atividade aquática ou terapia aquática foram usados em buscas nas bases de dados Scielo Lilacs e Google Acadêmico considerando publicações de 2010 à 2019 Resultados Excluindose artigos de revisão artigos incompletos ou que não ofereciam detalhes sobre a modalidade aquática realizada 4 artigos de intervenção foram selecionados Conclusões Estudos concordaram sobre os efeitos positivos da terapia aquática no manejo deste transtorno como o ganho de experiências sensoriais e corporais uma melhor noção de tempo e espaço a capacidade de analisar e reconhecer as emoções expressas por outros auxílio no ajuste de movimentos estereotipados na comunicação e no controle da hiperatividade proporcionando um ambiente lúdico e prazeroso às crianças e adolescentes com TEA Palavraschave Transtorno do Espectro Autista TEA Exercício físico Terapia aquática Abstract Background Autism technically called Autistic Spectrum Disorder ASD is defined as a syndrome usually present before 3 years of age It is a neurolo gical development disorder with deficits in sociocommunicative and behavioral aspects such as the isolation of the child and changes in communication social interaction and the use of imagination Physical activity is considered beneficial for the evolution of children with ASD especially aquatic therapy Objective This narrative review sought bibliographic references related to ASD and the benefits of aquatic activity Methods This is a bibliographic survey with the analysis of scientific articles which discussed the behavioral variables and aquatic skills developed by individuals with ASD Descriptors such as autism autism spectrum disorder physical activity aquatic activity or aquatic therapy were used in searches in the Scielo Lilacs and Google Scholar databases considering publications from 2010 to 2019 Results Excluding review articles incomplete articles or that did not offer details about the aquatic modality performed 4 articles inter ventions were selected Conclusions Studies agreed on the positive effects of aquatic therapy in the management of this disorder such as gaining sensory and bodily experiences a better sense of time and space the ability to analyze and recognize emotions expressed by others aid in adjusting movements stereotyped in communication and in the control of hyperactivity providing a playful and pleasant environment for children and adolescents with ASD Keywords Autistic Spectrum Disorder ASD Physical exercise Aquatic therapy 1 Introdução O autismo descrito pela primeira vez em 1943 tecnica mente chamado de Transtorno do Espectro Autista TEA é definido como uma síndrome presente em idades muito pre coces normalmente antes dos 3 anos de idade12 mais pre valente em meninos do que em meninas3 Este transtorno foi identificado por um comportamento onde o indivíduo vive voltado para si mesmo aparentemente não distinguindo a sua identidade e nem a das pessoas que convivem com ele4 O TEA é uma condição classificada no DSM5 como re lativo à categoria denominada Transtornos de Neuro Desen volvimento recebendo o nome de Transtornos do Espectro Autor correspondente laisanitgmailcom Autista TEA Assim o TEA é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico que deve estar presente desde a infância apresentando déficits nas dimensões sociocomu nicativa e comportamental5 O TEA é uma condição que tem início precoce e cujas dificuldades tendem a comprometer o desenvolvimento do indivíduo ao longo de sua vida ocor rendo uma grande variabilidade na intensidade e forma de expressão da sintomatologia É compreendido como uma sín drome comportamental complexa que possui etiologias múl tiplas combinando fatores genéticos e ambientais6 O autismo pode ser considerado uma deficiência sem causa aparente e com manifestações indefinidas7 Acreditase que a origem do TEA esteja em anormalidades em relação a al guma parte do cérebro todavia ainda não há uma definição de forma conclusiva e outras pesquisas apontam como de DOI 107436rbts2021120104 ISSN 21779910 20 MattosBernardo et al origem genética Além disso tem sido sugerido que há tam bém a possibilidade de ser causado por problemas ocorridos na gestação ou na hora do parto2 Existem também evidên cias genéticas da suscetibilidade no braço longo do cromos soma 7 7q31 em um local anteriormente relacionada a um distúrbio familiar rígido de linguagem Esse gene parece ser o causador por esse transtorno severo de linguagem menci onado como um motivo de transição putativa Outro gene descoberto no cromossomo 7 com uma provável associação com o autismo é o gene reelina RELN Essa proteína extra celular serve como instrutor para a dispersão neuronal no de correr do desenvolvimento cerebral de preferência no córtex cerebral no cerebelo do hipocampo e do tronco cerebral8 O DSM 5 foi oficializado e publicado em 18052013 sendo a edição mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana5 O DSM5 refere que o autismo o Transtorno Desintegrativo da Infância e as síndromes de Asperger e Rett são incluídas por um só diagnóstico que é o TEA A síndrome de Rett SR é uma doença neurodegenerativa uma encefalopatia progres siva em que a idade de início e o predomínio de algumas ma nifestações clínicas identificam quatro diferentes estágios clí nicos apresentando formas leves e atípicas que exigem aten ção especial para a sua identificação9 O predomínio do TEA é quatro vezes superior no sexo masculino do que no sexo fe minino6 mas estudos apontam que elas conseguem masca rar melhor as características de forma que parte da sintoma tologia parece ser mais intensamente severa 1 A DSM5 carac teriza este grupo de disfunções como um transtorno do neu rodesenvolvimento com déficits associados à comunicação e interação social apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento8 As crianças com TEA não buscam o olho no olho e comu mente demonstram estereotipias que podem ser processos repetitivos com as mãos ou com o corpo atração de olhar nas mãos por períodos longos e costumes de morder a si própria morder roupas ou puxar seus cabelos ou dos pais2 A Lei nº 12764 que institui a Política Nacional de Pro teção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Au tista Sancionada em dezembro de 2012 prevê que as pes soas com autismo sejam consideradas oficialmente pessoas com deficiência tendo direito de usufruir das políticas de in clusão vigentes no país10 Os comportamentos sedentários estão cada vez mais pre sentes nas primeiras fases da vida especialmente nas soci edades industrializadas os quais aliados à inatividade física contribuem de forma substancial para a piora dos estados ge rais de saúde11 É relevante salientar que estudos vêm apon tando que por meio da prática de exercícios como caminhada equinoterapia e atividades aquáticas as pessoas com autismo conseguem desenvolver melhor sua capacidade comunica tiva reduzir o comportamento antissocial diminuir compor tamentos que demonstram inadaptação estereotipias e agres 1Há diferenças entre homens e mulheres com autismo Disponível em httpsautismoerealidadeorgbr20200730hadifer encasentrehomensemulherescomautismo sividade12 2 Benefícios da Atividade Física na Modalidade Aquática no Manejo do TEA Bôscolo et al13 descreveram que os benefícios da ativi dade física regular para crianças com TEA estão estabelecidos e confirmam a relevância destes na manutenção e promo ção da saúde global e do bemestar na melhora da condição física autonomia e independência para a realização de suas atividades de vida diária Zhao e Chen14 investigaram os efeitos do programa estru turado de atividade física na interação social e comunicação de crianças com TEA Crianças com TEA de uma escola es pecial foram divididas aleatoriamente em grupos experimen tais e de controle e participaram de atividade física regular Um programa de atividade física estruturado de 12 semanas foi implementado com um total de 24 sessões de exercício vi sando interação social e comunicação de crianças com TEA e um desenho quaseexperimental foi usado para este estudo Os dados foram coletados por meio de instrumentos quanti tativos e qualitativos Foi concluído que o programa de ativi dade física estruturado especial influenciou positivamente a interação social e as habilidades de comunicação de crianças com TEA especialmente em habilidades sociais comunica ção resposta imediata e frequência de expressão Inúmeros autores consideram a atividade aquática essen cial para a evolução motora psíquica e social de crianças com TEA Lô e Goerl15 destacam que uma boa opção para o desen volvimento de atividades de intervenção motora é o ambi ente aquático por suas características fisiológicas particula res que facilitam na realização de diversos movimentos que poderiam não ser possíveis de realizarem fora da água Por tanto a realização da intervenção motora em meio líquido para indivíduos com deficiências não ajuda apenas na me lhoria física destes mas também acarreta diversos benefícios nos aspectos psicológicos cognitivos motivacionais humo rais e sociais Pimenta16descreve resultados positivos à partir de um programa de natação atividades aquáticas na evolução das habilidades aquáticas e nas variáveis comportamentais de pes soas com o diagnóstico de TEA que frequentam o Projeto Movimento da Associação de Pais Amigos e Pessoas com Deficiência de Funcionários do Banco do Brasil e Comuni dade APABB 2 Rosseto Junior et al17 consideram que alguns aspectos são relevantes no manejo do indivíduo com TEA como mos trado na Figura 1 Segundo estes autores devese considerar i a inclusão de todos gerando situações e possibilidades para a inclusão de todas as crianças e jovens no conheci mento do esporte e no avanço de agilidades e nas habili dades esportivas 2APABB Associação de Pais Amigos e Pessoas com Deficiência de Fun cionários do Banco do Brasil Disponível em httpswwwapabbor gbrquemsomosapresentacaohtml Autismo e atividade física aquática como ferramenta terapêutica uma revisão narrativa 21 ii uma construção coletiva buscando a atuação dinâmica que todos estão incluídos na organização do método de ensino e de aprendizado do esporte para estes indivíduos iii o respeito à diversidade compreendendo diversidade como um momento de conhecer a desigualdade ajudando a conviver e a aprendizagem compartilhada iv a promoção de uma educação Integral favorecendo a per cepção do esporte na expectativa de aprender e desen volvimento cognitivo psicomotor e socioafetivo e v a conquista da autonomia visando conhecer o esporte como um ambiente para a educação emancipatória Es tabelece competência dos artistas sociais em analisar ava liar decidir promover e organizar a atuação de muitas atividades esportivas Bôscolo Vanícola e Teixeira 14 destacam três fases na aqui sição de habilidades aquáticas descritas na Tabela 1 Fases Tipo de ação Características 1 Adaptação ao meio aquático Exercícios avançados nessa fase do segmento do princípio de que nadar baseia se em al guma forma de se locomover em meio aquático efeito em propulsão 2 Aprendizado da forma rudimentar dos estilos Alcançado por facilitação dos movimentos técnicos de cada nado que possibilita que o aluno conviva um pouco de cada estilo e aproveite demais as suas capacidades de controle corporal 3 Conhecimento da técnica dos quatro estilos Com a execução das técnicas crawl costas peito e borboleta Tabela 1 Fases da evolução nas habilidades aquáticas e suas características A Tabela 2 destaca os principais benefícios encontrados na literatura da atividade aquática para indivíduos com TEA Os autores encontram à partir da prática de atividade física usando a água como recurso novas percepções frente à TEA e habilidades aquáticas desenvolvidas por indivíduos com TEA 3 Discussão Ao concluírem que a prática de atividades psicomotoras no meio aquático é uma alternativa de abordagem para pes soas com autismo visando superar dificuldades propiciar o desenvolvimento de outras áreas pouco estimuladas Souza e Silva et al18 destacam as experiências sensoriais e corporais e as noções de tempo e espaço relação com objetos e pes soas propostas pela psicomotricidade Os autores reforçam também terem observado uma maior aceitação e compreen são das famílias sobre a condição psicossocial da criança com autismo Lô e Goerl15 buscaram proporcionar diversas experiên cias motoras através das atividades aquáticas com a finali dade de educação integral socialização no grupo e valoriza ção na sociedade Mas além disso preocuparamse com os ganhos na área afetivosocial com a estimulação do poten cial de iniciativa autonomia e independência do aluno pro porcionando através da afetividade melhorias na socializa ção e consequentemente ampliando conhecimentos acerca da compreensão das próprias emoções e das de quem o ro deia Destacaram ainda que a inclusão destes indivíduos no programa de intervenção motora aquática permite numero sos benefícios para as diferentes faixas etárias nos aspectos biopsicossociais facilitando a afetividade e a ligação emocio nal através do lúdico criando um ambiente prazeroso e mo tivador Pereira et al19 salientaram que o exercício aquático tam bém pode fornecer práticas alternativas de baixo impacto é uma modalidade de atividade física divertida segura e be néfica para crianças com diversos tipos de deficiência in cluindo alunos diagnosticados a TEA A ação do professor de Educação Física procurando estimular o contato e a comuni cação dos alunos com TEA com outros alunos no ambiente da piscina é essencial para que haja melhora na interação social no desenvolvimento da fala no respeito pelos limi tes e no rebaixamento de atitudes agressivas abrindo espaço para respostas positivas dos alunos em atender ordens ver bais Concluem assim que a prática regular da natação para pessoas diagnosticadas com TEA estimula o ensino das téc nicas bem como contribui na melhoria dos aspectos com portamentais psíquicos e sociais Santos et al20 destacaram que a ludicidade foi a princi pal característica da aula de natação evidenciando a alegria em algumas crianças promovendo a integração entre elas auxiliando o desenvolvimento de sua capacidade de sociali zação e lapidando o potencial de cada uma delas Borges et al21 numa revisão sistemática onde analisou publicações indexadas nas bases de dados SciELO Pubmed e LILACS com publicações entre 2005 e 2015 apontaram que através dos efeitos fisiológicos dos princípios físicos da água e do exercício físico a hidroterapia é uma terapia aplicável aos distúrbios motores e cognitivos trazendo ainda o compo nente lúdico e estimulante tornandose viável no processo de reabilitação das crianças autistas Os estudos selecionados por Borges et al21 assim como os autores selecionados para esta revisão narrativa encontraram uma melhora das habili dades aquáticas do paciente natação mergulho comporta mento no ambiente da piscina habilidades comportamen tais como a competência social e comportamento antissocial e a função motora E reforçam a importante do recurso lú dico como facilitadora para o alcance dos objetivos propos tos com crianças com TEA Pimenta16 ressalta que as abordagens de modo geral ten dem à encorajar o uso de intervenções inclusivas que se apre sentem benefícios para um manejo adequado dos indivíduos com autismo Segundo ele devem ser estabelecidas pesqui sas que demonstrem resultados referentes aos efeitos de pro tocolos de natação ou atividade aquática para indivíduos com 22 MattosBernardo et al Autores População Metodologia Empre gada Objetivo do Estudo Modalidade de Atividade Aquática Percepções Encon tradas Habilidades Aquá ticas Estimuladas Souza e Silva et al18 Crianças de 24 anos com TEA de ambos os sexos Dados foram colhidos pelas fichas individu ais de cada partici pante do projeto com a evolução nas áreas social corporal cog nitiva linguística e in teração familiar Desenvolver a psico motricidade no meio aquático para pes soas com TEA favo recendo o desenvol vimento da coorde nação motora e da socialização A psicomo tricidade e a natação Aulas de natação e psicomotora executadas com a duração de 50 minutos em grupos uma vez por semana no período matu tino e vespertino Melhora da quali dade de vida das crianças valori zando as possibili dades individuais avanço nas relações socioeducativas no aprendizado e no desenvolvimento psicomotor Ganho de experi ências sensoriais e corporais noções de tempo e espaço melhor relação com objetos e pessoas Lô e Goerl15 Três crianças do sexo femi nino idade entre 11 e 14 anos com diagnóstico de autismo participantes do Programa de Atividades Aquáticas da PUCRS Crianças autistas Estudo descritivo interpretativo do tipo estudo de caso Como instrumento avalia tivo foram utilizadas figuras contendo as seguintes expressões faciais alegria tris teza raiva medo sur presa e repugnância As respostas corretas e incorretas foram registradas em duas avaliações uma pré e outra pósintervenção Verificar a repre sentação emocional de crianças au tistas frente a um programa de in tervenção motora aquática identificar o reconhecimento das emoções ale gria tristeza raiva medo surpresa e repugnância e a montagem correta destas através do manuseio de figuras As intervenções foram realizadas nas terças e quintasfeiras com duração de 45min por aula As expressões mais reconhecidas foram alegria e tristeza Quanto à monta gem das expressões completas corretas as mais ocorren tes foram raiva e surpresa Melhora da capaci dade de analisar e reconhecer as emo ções expressas pe los indivíduos que as cercam Pereira et al19 Três alunos com idades de 8 a 16 anos diag nosticados com TEA Utilizaram três ins trumentos para a avaliação o histó rico de intervenções multidisciplinares aspectos comporta mentais e observação das aulas Avaliar as adapta ções psicossociais de alunos com TEA Idealizaram um programa de atividades aquá ticas ao longo de 10 semanas Os alunos apresenta ram adaptações in dividuais em habi lidades relacionadas ao nado livre e costas Os alunos melho raram nos aspectos de interação so cial movimentos estereotipados comunicação e hiperatividade acentuada Santos et al20 Seis crianças autistas pra ticantes de natação na Fisioclínica de Casa Forte Recife PE Tratase de uma pes quisa descritiva de abordagem qualita tiva Avaliação feita através de questioná rio sociodemográfico roteiro de entrevista semiestruturada e de observação Analisar as manifes tações emocionais influenciadas pela prática aquática em crianças autistas A aula de nata ção das crianças tinha duração de 30 minutos As crianças demons traram ansiedade antes de entrarem na piscina mas após mostraram entusiasmo alegria e sentimento de calma No término das aulas houve re sistência para saírem da água Através do recurso lúdico as crianças vivenciaram um ambiente praze roso contribuindo no desenvolvi mento biopsico motor e emocional interagindo mais com brinquedos do que entre si ou com a professora Tabela 2 Descrição dos estudos selecionados as variáveis comportamentais e habilidades aquáticas desenvolvidas por indivíduos com TEA TEA na aptidão físicomotora eou nas variáveis comporta mentais E por fim Pimenta16 sugere a participação dos fa miliares nas atividades envolvendo indivíduos com TEA Como exemplo citamos Pan22 que realizou estudo com crianças com TEA e seus irmãos sem nenhuma anomalia observando que todos apresentaram melhora nas habilidades aquáticas e na aptidão física sem diferença significativa com exceção da composição corporal entre elas Autismo e atividade física aquática como ferramenta terapêutica uma revisão narrativa 23 4 Considerações Finais As publicações consultadas para a elaboração desta revi são narrativa revelaram que o TEA é uma síndrome de ele vada complexidade e as intervenções terapêuticas dos indi víduos com esse transtorno devem considerar várias aborda gens que possam auxiliar nas disfunções relacionadas à co municação e interação social e oferecer benefícios compor tamentais e motores que possam agir no atraso do desenvol vimento no ganho de habilidades motoras grossas e finas na coordenação motora e no equilíbrio As questões emocionais também devem ser abordadas num contexto global permi tindo que o seu desenvolvimento psicomotor evolua com su cesso A atividade física proporcionada pela água estimula o ga nho de experiências sensoriais e corporais noções de tempo e espaço melhor relação com objetos e pessoas ajuda a de senvolver a capacidade de analisar e reconhecer as emoções expressas pelos indivíduos que as cercam auxilia no ajuste de movimentos estereotipados na comunicação e no controle da hiperatividade dando protagonismo aos recursos lúdicos gerando um ambiente prazeroso contribuinte no desenvol vimento biopsicomotor e emocional de crianças e adolescen tes com TEA Referências 1 C Bosa e M Callias Autismo breve revisão de diferentes abordagens Psicologia Reflexão e Crítica 17167177 2000 2 A M S R Mello Autismo Guia Prático Ama Corde São Paulo SP 6a edição 2017 3 A Brandalise Musicoterapia aplicada a pessoa com transtorno do es pectro autista TEA uma revisão sistemática Revista Brasileira de Mu sicoterapia 152842 2013 4 L Buoro Autismo Aspectos cognitivos educacionais e neurobiológi cos com base na análise dos livros Mundo Singular entenda o au tismoe Os gatos nunca mentem sobre o amore na literatura especi alizada Trabalho de Conclusão de Curso Licenciatura em Pedagogia Universidade Estadual Paulista Rio Claro SP 2015 5 American Psychiatric Association Washington EUA DSM5 Autism Spectrum Disorder Fact Sheet 2013 6 M L Rutter Progress in understanding autism 20072010 Journal of Autism and Developmental Disorders 41395404 2011 7 Y S Kim B L Leventhal e Y Koh Prevalence of autism spectrum di sorders in a total population sample American Journal of Psychiatry 168904912 2011 8 C A Gadia R Tuchman e N T Rotta Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento Jornal de Pediatria 80S83S94 2004 9 M F Veiga e M B P Toralles Neurological manifestation and genetic diagnosis of Angelman Rett and fragilleX syndromes Jornal of Pedia tria 78supl 1S55S62 2002 10 Brasil Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Trans torno do Espectro Autista Lei nº 12764 de 27 de dezembro de 2012 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03 ato201120142012leil12764htm 11 G G Bento E G Ferreira F C Silva P H Mattana e R Silva Motivation for the practice of physical activities and sports of children a systematic review Brazilian Journal of Physical Activity and Health 2211323 2017 12 R P Aguiar F S Pereira e C D Bauman Importance of physical activity practice for people with autism Journal of Health Biological Sciences 52178183 2017 13 E F M Bôscolo M C Vanícola e L Teixeira Atividades aquáticas adap tadas In L Teixeira editor Atividade Física Adaptada e Saúde da teo ria à prática Phorte São Paulo SP 2008 14 M Zhao e S Chen The effects of structured physical activity program on social interaction and communication for children with autism Bi oMed Research International 151825046 2018 15 E N Lô e D B Goerl Representação emocional de crianças autistas frente a um programa de intervenção motora aquática Revista da Gra duação 32119 2010 16 R A Pimenta Programa de atividade aquática adaptada para pessoas com transtorno de espectro autista avaliação dos efeitos nas habilida des aquáticas e nas variáveis comportamentais Dissertação de Mes trado Faculdade de Desporto Universidade do Porto Porto Portugal 2012 17 R A J Rosseto Júnior C M Costa e F L DAngelo Práticas Pedagógicas Reflexivas em Esporte Educacional unidade didática como instrumento de ensino e aprendizagem Phorte São Paulo SP 2012 18 D C Souza e Silva C L P Cruz e R C S Souza A psicomotricidade aquática com crianças autistas In Anais do 10o Encontro Internaci onal de Formação de Professores e 11o Fórum Permanente de Inovação Eduacional pages 18 FACIPE Recife PE 2017 19 T L P Pereira P E Antonelli E C Oliveira e R M Ferreira Avalia ção das variáveis comportamentais e habilidades aquáticas de autistas participantes de um programa de natação Conexões Educação Física Esporte e Saúde 17e019037 2019 20 D A Santos L A Miranda E A C P Silva P V Moura e C M S M Freitas Compreendendo os significados das emoções e sentimentos em indivíduos autistas no ambiente aquático ConScientiae Saúde 121122127 2013 21 A P Borges V N S Martins e V B Tavares A hidroterapia nas altera ções físicas e cognitivas de crianças autistas uma revisão sistemática Revista Caderno Pedagógico 1333036 2016 22 Y Pan The efficacy of an aquatic program on physical fitness and aqua tic skills in children with and without autism spectrum disorders Rese arch in Autism Spectrum Disorders 51657665 2011 Notas Biográficas Rejane MattosBernardo é graduada em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula pesquisadora no Laboratório de Vibrações Mecânicas e Práticas In tegrativas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ ORCID httporcidorg0000000218000573 Danúbia da Cunha de SáCaputo é graduada em Fisioterapia pela Universi dade Severino Sombra Fez pósdoutorado pela Université de Reims França e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ É professora Titular da Faculdade Bezerra de Araújo FABA e pesquisadora no Laboratório de Vi brações Mecânicas e Práticas Integrativas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ ORCID httporcidorg0000000292631576 Mario BernardoFilho é graduado em Ciências Biológicas e Biomedicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ e graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Augusto Motta É Doutor em Ciências Biológicas Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Professor Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ ORCID httporcidorg000000024718448X Laisa Liane PaineirasDomingos é graduado em Fisioterapia pela Escola Su perior de Ensino Helena Antipoff ESEHA e em Psicologia pela Universidade Católica de Petrópolis UCP Tem doutorado em Ciências pela Universidade do Estado de Rio de Janeiro e é professora adjunto A da Universidade Fede ral da Bahia UFBA e pesquisadora no Laboratório de Vibrações Mecânicas e Práticas Integrativas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Aquática ABFA e da Asso ciação Brasileira de Pesquisadores Negros ABPN ORCID httporcidorg0000000334515056 INTRODUÇÃO O Transtorno do Espectro Autista TEA descrito pela primeira vez em 1943 é uma condição neurológica que geralmente se manifesta antes dos 3 anos de idade sendo mais prevalente em meninos Classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento no DSM5 o TEA apresenta déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos A etiologia do TEA é complexa envolvendo fatores genéticos e ambientais embora ainda não haja uma definição conclusiva A Lei nº 12764 de 2012 reconhece pessoas com TEA como deficientes garantindolhes direitos de inclusão Estudos indicam que atividades físicas podem melhorar a comunicação e reduzir comportamentos antissociais em indivíduos com TEA Os benefícios da atividade física aquática para crianças com Transtorno do Espectro Autista TEA são amplamente reconhecidos contribuindo para a saúde geral bemestar e independência nas atividades diárias Zhao e Chen 2018 demonstraram que programas estruturados de atividade física melhoram a interação social e a comunicação em crianças com TEA A atividade aquática é particularmente vantajosa devido às suas características fisiológicas que facilitam movimentos que podem ser difíceis fora da água Além dos benefícios físicos a prática aquática também melhora aspectos psicológicos cognitivos e sociais Autores como Rosseto Junior et al destacam a importância da inclusão diversidade educação integral e autonomia no manejo do TEA através da atividade física aquática DISCUSSÃO A discussão destaca os benefícios da atividade física aquática para pessoas com Transtorno do Espectro Autista TEA enfatizando seu papel na superação de dificuldades e no desenvolvimento de áreas pouco estimuladas como as experiências sensoriais e corporais Souza e Silva et al ressaltam a maior aceitação e compreensão das famílias sobre a condição psicossocial da criança com autismo Lô e Goerl destacam ganhos afetivosociais como a autonomia e a socialização promovidos pela psicomotricidade aquática Pereira et al observam que a natação pode melhorar aspectos comportamentais e sociais sendo uma prática segura e benéfica para crianças com TEA Santos et al enfatizam o papel da ludicidade na integração e socialização das crianças Borges et al reforçam que a hidroterapia combinando princípios físicos da água com a ludicidade é eficaz na reabilitação de crianças autistas melhorando habilidades aquáticas e comportamentais Pimenta sugere a inclusão de familiares nas atividades apontando a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos de protocolos aquáticos em indivíduos com TEA CONSIDERAÇÕES FINAIS As publicações analisadas indicam que o Transtorno do Espectro Autista TEA é uma condição complexa exigindo intervenções terapêuticas multifacetadas para melhorar a comunicação interação social e habilidades motoras A atividade física aquática é destacada como uma prática que oferece benefícios sensoriais corporais emocionais e comportamentais contribuindo para o desenvolvimento biopsicomotor e emocional de crianças e adolescentes com TEA além de promover um ambiente lúdico e prazeroso INTRODUÇÃO O Transtorno do Espectro Autista TEA descrito pela primeira vez em 1943 é uma condição neurológica que geralmente se manifesta antes dos 3 anos de idade sendo mais prevalente em meninos Classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento no DSM5 o TEA apresenta déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos A etiologia do TEA é complexa envolvendo fatores genéticos e ambientais embora ainda não haja uma definição conclusiva A Lei nº 12764 de 2012 reconhece pessoas com TEA como deficientes garantindolhes direitos de inclusão Estudos indicam que atividades físicas podem melhorar a comunicação e reduzir comportamentos antissociais em indivíduos com TEA Os benefícios da atividade física aquática para crianças com Transtorno do Espectro Autista TEA são amplamente reconhecidos contribuindo para a saúde geral bemestar e independência nas atividades diárias Zhao e Chen 2018 demonstraram que programas estruturados de atividade física melhoram a interação social e a comunicação em crianças com TEA A atividade aquática é particularmente vantajosa devido às suas características fisiológicas que facilitam movimentos que podem ser difíceis fora da água Além dos benefícios físicos a prática aquática também melhora aspectos psicológicos cognitivos e sociais Autores como Rosseto Junior et al destacam a importância da inclusão diversidade educação integral e autonomia no manejo do TEA através da atividade física aquática DISCUSSÃO A discussão destaca os benefícios da atividade física aquática para pessoas com Transtorno do Espectro Autista TEA enfatizando seu papel na superação de dificuldades e no desenvolvimento de áreas pouco estimuladas como as experiências sensoriais e corporais Souza e Silva et al ressaltam a maior aceitação e compreensão das famílias sobre a condição psicossocial da criança com autismo Lô e Goerl destacam ganhos afetivosociais como a autonomia e a socialização promovidos pela psicomotricidade aquática Pereira et al observam que a natação pode melhorar aspectos comportamentais e sociais sendo uma prática segura e benéfica para crianças com TEA Santos et al enfatizam o papel da ludicidade na integração e socialização das crianças Borges et al reforçam que a hidroterapia combinando princípios físicos da água com a ludicidade é eficaz na reabilitação de crianças autistas melhorando habilidades aquáticas e comportamentais Pimenta sugere a inclusão de familiares nas atividades apontando a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos de protocolos aquáticos em indivíduos com TEA CONSIDERAÇÕES FINAIS As publicações analisadas indicam que o Transtorno do Espectro Autista TEA é uma condição complexa exigindo intervenções terapêuticas multifacetadas para melhorar a comunicação interação social e habilidades motoras A atividade física aquática é destacada como uma prática que oferece benefícios sensoriais corporais emocionais e comportamentais contribuindo para o desenvolvimento biopsicomotor e emocional de crianças e adolescentes com TEA além de promover um ambiente lúdico e prazeroso