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Ciências Contábeis ·

Macroeconomia 1

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MACROECONOMIA E ECONOMIA MONETÁRIA Professor Felipe Gil felipeibmr2024 protonme AULA 8 Ciclos econômicos neoclássicos ciclo real de negócios RBC novos keynesianos e rigidez de preços Macroeconomia intertemporal consumo poupança e escolha intertemporal de Fischer Consumo e renda permanente modelo do ciclo de vida Anos 70 estagflação crescimento baixo altas taxas de desemprego inflação Expoentes Milton Friedman e a escola de Chicago viraram os monetaristas que defendiam i A economia de mercado é autorreguladora se o Estado não intervir ela tende a voltar ao PE ii Preços e salários são altamente flexíveis e se ajustam rapidamente às condições de oferta e demanda iii A moeda é a variável mais importante de determinação da demanda agregada sendo a inflação um fenômeno apenas monetário aumento na oferta de moeda eleva o consumo a curto prazo mas a longo prazo seria inflacionária Além disso a oferta monetária estável traz a estabilidade econômica Anos 80 década perdida e novos clássicos Expoentes Robert Lucas e Robert Barro com características i A economia se autorregula e políticas públicas são ineficazes para estabilizar a economia devido às expectativas racionais os agentes constroem expectativas de forma racional assim as alterações de política econômica terão menos efeito do que o previsto pois estes não se importam com o passado mas há informações disponíveis para que as pessoas sejam relativamente capazes de predizer o futuro Desta forma os agentes tem capacidade de prever as ações do governo e estas se tornam ineficazes Os agentes econômicos utilizam toda a informação disponível sobre o atual comportamento e as previsões para o futuro da economia O aumento da intervenção e dos gastos do governo após a 2ª Guerra propiciou uma nova maneira para os economistas pensarem sobre a economia inteira Eles acreditavam que o governo pudesse estimular a economia usando políticas monetárias e fiscais para obter uma produção permanentemente mais alta e desemprego baixo De início achavase que as expectativas eram apenas adaptativas pessoas criam expectativas sobre o futuro com base apenas no que aconteceu no passado e os indivíduos se ajustam no hiato entre o que esperam acontecer e o resultado real Esse modo de moldar as expectativas é simples porém falho Se as pessoas só olhassem para o passado ao fazer previsões é bem provável que elas estivessem erradas Os choques inesperados na economia fazem as pessoas se desviarem ainda que temporariamente de uma rota anterior Daí surgem as expectativas racionais Assim os agentes antecipam de forma racional as atitudes e políticas futuras do governo reagindo no presente de acordo com as expectativas formadas e anulando em algum grau a efetividade dessas políticas As pessoas são racionais e fazem previsões usando todas as informações disponíveis Elas criam expectativas racionais sobre o futuro Elas preveem os efeitos das tentativas do governo de mexer na economia E ajustam seu comportamento o que faz a política pública ser ineficaz Não dá para enganar ou surpreender os cidadãos Real business cycle RBC ou Ciclo real de negócios Os defensores argumentam que keynesianos e monetaristas identificam de maneira errada a fonte de choques econômicos Para eles o choque tecnológico é quem explica as flutuações econômicas observadas O RBC considera recessões e períodos de crescimento econômico como uma resposta eficiente para mudanças na economia Ou seja o nível do produto necessariamente maximiza a utilidade esperada e o governo deveria se concentrar nas políticas de longo prazo no lugar de intervir com políticas fiscais e monetárias designadas para suavizar flutuações de curto prazo Para o RBC os ciclos de negócios são reais NÃO representando uma falha nos mercados mas sim o caminho mais eficiente da economia dada sua estrutura diferindo de outras teorias como a keynesiana ou o monetarismo os quais veem as recessões como falhas mercadológicas Quando se analisam 2 cenários econômicos em pontos diferentes do tempo eles não são semelhantes entre si Isso ocorre por duas razões i Economias capitalistas tendem a exibir crescimento sustentado ao longo do tempo Ou seja fotografias tiradas com intervalo de alguns anos geralmente mostrarão níveis de atividade econômica maiores no período mais recente ii Existem flutuações aparentemente aleatórias em torno desta tendência de crescimento Dessa forma prever uma situação econômica futura com base num cenário passado é praticamente impossível CONSUMO E ESCOLHA INTERTEMPORAL DE FISCHER i Consumo com base em orçamentos familiares Se a renda se eleva o consumo também se eleva mas a taxas decrescentes já que há uma propensão média a poupar maior nas classes mais elevadas de renda a propensão média a consumir é decrescente Na abordagem intertemporal de Fischer as famílias decidem quanto consumir e poupar hoje levando em conta o futuro Consumir mais hoje e poupar menos pode significar menor consumo no futuro Por outro lado as pessoas geralmente quando jovens poupam para poderem ter um consumo desejável no futuro já que quando idosas esperam uma renda menor Assim em suas decisões de consumo os agentes enfrentam uma restrição chamada restrição orçamentária intertemporal ROI Para entender como as famílias alocam o consumo ao longo do tempo considere 2 períodos o 1 como a juventude e o 2 a velhice do consumidor Considere Y1 e C1 a renda e o consumo do consumidor quando jovem e Y2 e C2 quando idoso A poupança do período 1 S1 será S1 Y1 C1 No período 2 o consumo é dado por C2 1 r S1 Y2 em que r é a taxa de juros Combinando as 2 equações isolando C1 e C2 e dividindo ambos os lados por 1 r teremos 𝐶2 1 𝑟 𝑌1 𝐶1 𝑌2 𝐶2 𝑌2 1 𝑟 𝑌1 𝐶1 𝐶2 𝑌2 1 𝑟 𝑌1 𝐶1 𝐶2 1 𝑟 𝑌2 1 𝑟 𝑌1 𝐶1 𝑪𝟏 𝑪𝟐 𝟏 𝒓 𝒀𝟏 𝒀𝟐 𝟏 𝒓 Essa equação representa a ROI do consumidor Graficamente temos A inclinação da reta é dada por 1 r e todos os seus pontos representam combinações possíveis para o consumidor Por exemplo no ponto A o consumidor consome exatamente sua renda no período 1 Como não poupa o consumo no período 2 também é igual à renda Em B o consumidor poupa no 1º período o que lhe permite consumir mais que sua renda no período 2 Ao contrário do ponto C em que ele consome mais que sua renda no período 1 se endivida e compromete a renda do período 2 em virtude de empréstimos que deverão ser pagos no 2º período Para analisarmos a escolha do consumidor vamos supor que suas preferências quanto à alocação do consumo possam ser representadas por curvas de indiferenças CI convexas em relação à origem Nas CI cada uma delas representa as infinitas combinações de consumo nos períodos 1 e 2 que propiciam o mesmo nível de utilidade CIs mais altas são preferíveis assim o consumidor é indiferente entre A e B mas todos os pontos da curva U2 são preferíveis aos pontos da curva U1 A inclinação da CI é dada pela taxa marginal de substituição TMS entre o consumo nos períodos 1 e 2 e representa o quanto o consumidor está disposto a abrir mão do consumo no 1º período para poder consumir mais no 2º A decisão escolha ótima do consumidor pode ser obtida combinandose as CIs com a RO intertemporal O equilíbrio se dá no ponto E local onde a maior CI possível factível tangencia a RO intertemporal Neste ponto a TMS 1 r Com base nesse equilíbrio podemos analisar os efeitos da elevação da renda sobre o consumo Consideremos um aumento da renda no período 1 esse aumento pode ser representado por um deslocamento paralelo da RO para a direita Podemos notar que um aumento na renda no 1º período aumenta o consumo tanto no período 1 como no período 2 iiConsumo e renda permanente Para Friedman as pessoas tendem a manter um padrão de consumo estável ao longo do tempo renda permanente Ou seja aquela renda que as famílias esperam receber ao longo de suas vidas Para ele alterações no consumo são devidas a alterações na renda permanente Segundo ele isso explica o porquê as pessoas buscam qualificação superior pessoas formadas geralmente possuem maior renda permanente do que as que não possuem curso superior Podem ocorrer entretanto alterações temporárias na renda Como exemplo podemos citar a sazonalidade da renda de um produtor rural na época da colheita sua renda é maior do que no período de secas Isso no entanto não significa que esse produtor consome mais na safra do que na entressafra Ele buscará nivelar seu consumo ao longo do ano poupando no período de abundância e despoupando nos momentos de escassez Assim alterações transitórias na renda teriam pouco ou nenhum efeito sobre o consumo porque as pessoas tendem a poupar ou despoupar quando ocorrem alterações temporárias na renda mantendo um padrão estável de consumo ao longo do tempo Modelo do ciclo de vida No modelo de escolha intertemporal de consumo de Irving Fisher as famílias se deparam com uma restrição orçamentária intertemporal por simplicidade o modelo considera 2 períodos presente e futuro e portanto devem escolher o nível de consumo e poupança entre os períodos As pessoas decidem o quanto poupar e quanto consumir de acordo com as expectativas sobre a renda durante a vida Ao longo da vida a renda dos consumidores tende a sofrer variações significativas Quando jovem a pessoa experimenta renda menor Com o passar dos anos a consolidação de sua vida profissional proporciona uma renda maior Ao atingir a velhice a renda das pessoas tende a sofrer queda significativa pela impossibilidade de continuar trabalhando Assim quando jovens as pessoas tendem a despoupar ou tomar empréstimos já que esperam renda maior no futuro No auge da vida profissional pagam os empréstimos e poupam para poder continuar com mesmo padrão de vida quando idosas Essa transferência de poupança dos jovens aos idosos pode ser i Espontânea Quando o consumidor se programa ao longo da vida e pode recorrer a planos de previdência privada ii Compulsória Dáse por imposição do governo que se encarrega via sistema de previdência pública de transferir poupança entre as gerações pelo fato de o governo entender que os jovens não se preocupam adequadamente com a velhice O consumo cai ao longo da vida poupar para gastar Em 1936 Keynes pôs a questão do consumo em posição central a procura total na economia é crucial para que ela funcione bem Os gastos públicos ficaram sob o controle do governo e o investimento das empresas foi relacionado à taxa de juros Mas o consumo das famílias representava um desafio maior Keynes afirmou que as famílias consomem uma fração de sua renda e guardam o resto e as famílias ricas poupam mais A proporção do gasto de todas as famílias determina o tamanho do EM das aulas anteriores a quantia que o gasto do governo aumenta quando executado ele cria empregos e renda que são multiplicados pelo gasto daqueles que receberam emprego e renda adicional influindo na economia em geral Para os keynesianos o EM está por trás da maneira como a economia se move no tempo entre crescimento e recessão e por essa razão é fundamental obter um quadro preciso do consumo A teoria de Keynes fez 3 previsões i As famílias ricas poupam mais que as pobres ii Com o tempo à medida que a economia cresce a quantia que as pessoas gastam sobe menos rapidamente que a renda pois as famílias estão mais ricas e assim gastam proporcionalmente menos iii Em decorrência disso as economias mais ricas se tornarão cada vez mais letárgicas quando o consumo cai em relação à renda reduzse o EM e a economia começa a estagnar PORÉM as previsões de Keynes não combinaram bem com a realidade A relação entre consumo familiar e renda no longo prazo mostrouse estável em países diversos ao invés de baixar com o crescimento Após a 2ª GM os economistas previram estagnação mas em todo lado as economias melhoraram 2 soluções para esse mistério tiveram aceitação i Franco Modigliani disse que isso estava relacionado com as etapas da vida Quando são economicamente ativas as pessoas poupam para a velhice Quando mais velhas elas usam a poupança Tentam manter constante o consumo reduzindoo com o tempo hipótese do ciclo de vida ii Milton Friedman propôs teoria correlata de que as pessoas reduzem a propensão a consumir ao longo do tempo deixando o próximo de sua renda permanente expectativa de ganhos futuros baseada sobretudo na riqueza presente Qualquer renda extra é transitória e será poupada hipótese da renda permanente Atente que ambas as teorias dizem que indivíduos racionais NÃO consomem cegamente a renda atual mas olham para o futuro e criam expectativas de quanto devem poupar As famílias destinam uma proporção variável de sua renda atual ao consumo Isso porque os indivíduos são racionais olham para o futuro e não gostam de choques Consomem conforme suas expectativas de renda pela vida não a renda atual Poupam quando jovens e usam as economias quando velhos A propensão ao consumo cai ao longo da vida No final a teoria de Irving Fisher se demonstrou correta visto que um aumento na taxa de juros gera um aumento de consumo no futuro e efeito contrário no presente visto que a família poupará no presente SSS os bens forem normais