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Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 97 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Professora e Pesquisadora do Centro de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Doutora em Ciências da Comunicação Ciência da Informação e Documentação pela Universidade de São Paulo USP Orandi Mina Falsarella Professor e Pesquisador do Centro de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Campinas SP Cibele Roberta Sugahara Professora e Pesquisadora do Centro de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Doutora em Ciências da Comunicação Ciência da Informação e Documentação pela Universidade de São Paulo USP httpdxdoiorg101590198153442462 O presente estudo tem por objetivo analisar modelos de gestão do conhecimento procurando a partir de sua estrutura caracterizar o contexto de sua aplicação nas empresas e sua relação com o processo de inovação No desenvolvimento do trabalho discorrese sobre a inovação e seu embasamento na informação e no conhecimento delineando os elementos construtivos da informação e sua convergência para a geração do conhecimento A partir de um levantamento bibliográfico sobre modelos de gestão do conhecimento realizase uma leitura analítica de sua estrutura com base na informação e no conhecimento identificando suas características para a realização efetiva da gestão Ao final fazse considerações a respeito dos modelos de gestão do conhecimento e seu suporte para a inovação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 98 PalavrasChave Gestão do conhecimento Informação Inovação Empresas Knowledge management a model study and its relationship with innovation in organizations This study aims to analyze models of knowledge management searching from its framework to characterize the context of its application in business and its relationship to the process of innovation In the development of this paper innovation and its basis in information and knowledge are discussed outlining the building blocks of information and its convergence to the generation of knowledge From a literature review on models of knowledge management this study performs an analytical reading of its framework based on information and knowledge identifying their characteristics to the effective realization of management Finally some considerations are made about the knowledge management models and its support for innovation Keywords Knowledge management Information Innovation Companies Recebido em12062015 Aceito em 14022016 1 Introdução Nos dias atuais no âmbito de uma economia globalizada a inovação de produtos ou serviços e de processos produtivos eou organizacionais assume um papel de extrema importância nas organizações na busca pela sua competitividade compreendida como a capacidade de um sistema país setor industrial grupo de empresas ou uma empresa específica de atuar com sucesso em um dado contexto de negócios WOOD Jr CALDAS 2007 p 70 Uma organização que deseja inovar deve necessariamente procurar acompanhar e assimilar as mudanças ou contribuir para estas em seu ambiente de negócios WOOD Jr CALDAS 2007 Esse entendimento revela em sua essência a importância da informação e do conhecimento no processo Nesse contexto a informação permite que a organização acompanhe os acontecimentos em seu ambiente e o conhecimento é representado pela assimilação das mudanças uma vez que a informação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 99 convertese em conhecimento no momento em que produz uma modificação na estrutura de conhecimento do receptor FERNANDEZ MOLINA 1994 p 328 Notoriamente a informação e o conhecimento são considerados elementos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade em todos os seus segmentos Esse entendimento com maior ênfase a partir do século XX contribui para o aprofundamento dos temas em diversos campos do conhecimento já estabelecidos É o que se observa por exemplo nos estudos que envolvem as organizações e sua administração O interesse sobre os temas informação e conhecimento é facilmente percebido no âmbito das teorias administrativas que principalmente a partir da década de 1980 procuraram assinalar a relevância do conhecimento nas organizações LEITE 2006 Entretanto apesar do avanço das discussões sobre o tema nos estudos da área observarse que as novas teorias ainda trazem seu olhar voltado principalmente para a aquisição armazenagem e utilização do conhecimento existente nas organizações uma forma estruturada de tratar o conhecimento A ênfase dada ao tema nesses estudos pode ser explicada pelo volume expressivo de conhecimentos gerados em ciência e tecnologia nos anos 1900 principalmente com a Segunda Guerra Mundial e a preocupação em recuperar este conhecimento Sob esse enfoque quase que como consequência natural dos fatos a estrutura pensada para se trabalhar o conhecimento foi a mesma pensada para se trabalhar a informação caracterizada como o veículo de conteúdos com significados que viabiliza a disseminação aquisição e geração de conhecimentos Esse olhar sobre como trabalhar o conhecimento fomentou a preocupação de pesquisadores que consideravam que essa abordagem não contemplava outros aspectos avaliados também como relevantes para os estudos sobre o tema Assim nesse contexto em resposta a essa situação muitos estudos foram e estão sendo desenvolvidos sobre o conhecimento e sua gestão Há inclusive aqueles que questionam sobre a viabilidade de realmente se atingir uma gestão do conhecimento uma vez que este resulta das experiências dos indivíduos da assimilação das informações recebidas pelos indivíduos nas relações interpessoais na busca de informações para obtenção de respostas para perguntas específicas etc enfim todos com alto teor de subjetividade Essa afirmação pode ser exemplificada pelas palavras de Wilson 2006 ao dizer que não existe gestão do conhecimento uma vez que o conhecimento reside nas pessoas O que pode ser feito é tentar gerenciar a organização de modo a assegurar que o desenvolvimento da aprendizagem e das habilidades seja encorajado e que a cultura organizacional promova o compartilhamento da informação WILSON 2006 p 54 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 100 Mas qualquer que seja a perspectiva da discussão observase que a informação é determinante para a existência do conhecimento Assim sendo a informação a base do conhecimento vale então considerar um aspecto deveras importante a definição da informação ocorre dentro de um dado contexto ou seja o conceito da informação assume características do sistema em que ela está inserida ROBREDO 2003 Desse modo sob esse prisma considerandose que o conhecimento caminha junto com a informação podese entender que o conhecimento provavelmente também ganha diferentes olhares conforme o contexto em que está sendo discutido como por exemplo os das organizações Em um quadro geral devese ter claro que compreender a essência desses olhares implica em entender a ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos CASTELL 1999 p 54 ou parafraseando o autor também entender a ação da informação sobre a própria informação Mais ainda é compreender a ação da informação que gera conhecimento que pode gerar inovação nas organizações ou seja novos conhecimentos Esse entendimento é de fundamental importância para uma organização pois o conhecimento traz inovação e torna a empresa competitiva NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 Assim no intuito de contribuir para a discussão sobre o tema é que se propôs o presente estudo cujo objetivo é o de analisar modelos de gestão do conhecimento citados na literatura procurando com base em sua estrutura caracterizar os atributos da informação no contexto de sua aplicação e sua relação com o processo de inovação nas empresas A pesquisa é estruturada a partir de um levantamento bibliográfico sobre conceitos e modelos teóricos de gestão do conhecimento Os textos selecionados se caracterizam pela reunião de diferentes modelos de gestão do conhecimento já propostos na literatura como também pela análise crítica e reflexão sobre conceitos práticas características ferramentas e aplicações desses modelos O estudo ora proposto procura fazer uma interseção entre o conteúdo levantado nesses textos e os elementos construtivos da informação e do conhecimento a fim de incitar uma discussão sobre as condições de se realizar uma gestão do conhecimento nas organizações Para a discussão proposta o texto está organizado em 5 seções Após a introdução e apresentação dos objetivos e aspectos metodológicos da pesquisa temse a seção 2 que discorre sobre as abordagens e características da gestão do conhecimento extraídas da análise de estudiosos do tema Na seção 3 discorrese de forma sucinta sobre a inovação e sua base na informação e no conhecimento Ainda nessa seção trabalhase a informação e seus elementos construtivos convergindo para a formação do conhecimento A seção 4 apresenta uma leitura analítica dos modelos de gestão do conhecimento identificados no estudo que toma como base os atributos da informação e do conhecimento Ao final fazse considerações a respeito dos modelos de gestão do conhecimento e seu suporte para a inovação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 101 2 A gestão do conhecimento No âmbito das organizações em geral o conhecimento é reconhecido como um recurso de fundamental importância em qualquer setor de atividades pois auxilia as organizações empresariais a se tornarem competitivas nos tempos atuais as organizações públicas na busca para o progresso da nação e as organizações sem fins lucrativos e não governamentais na busca pela excelência naquilo que realizam Nos estudos que tratam do conhecimento nas organizações é possível verificar que a discussão sobre o tema tem em sua essência um grande esforço para tornálo um recurso gerenciável Na literatura o conhecimento e sua gestão nas organizações são trabalhados em abordagens ou por termos diversos tais como aprendizagem individual e organizacional capital intelectual etc Em geral a discussão sobre a gestão do conhecimento normalmente vem vinculada à discussão sobre aprendizagem organizacional Essa associação dificulta por vezes o entendimento dos temas A natureza ds sobreposição de gestão do conhecimento GC e aprendizagem organizacional AO faz com que seja difícil a diferenciação entre os seus conceitos Levando em consideração todos os pontos de vista expressos na AO eles nos fazem acreditar que AO é a precursora da GC AO é sobre como gerenciar o processo de aprendizagem em um organização enquanto GC visa a construção e aplicação do conhecimento MISHRA BHASKAR 2011 p 345 tradução dos autores Qualquer que seja o entendimento observase que esse contexto contribui para a existência de diversos estudos sobre o tema incluindo as proposições de modelos que auxiliam a gestão do conhecimento nas organizações que compreendem o desenvolvimento de técnicas estruturadas por etapas que englobam desde a definição de metas até o compartilhamento e uso do conhecimento BOISOT 2002 como também sistemas de informação destinados a dar suporte à criação organização e disseminação do conhecimento dos negócios dentro da empresa OBRIEN MARAKAS 2013 p14 A falta de uma consonância conceitual e de uma estrutura amplamente aceita em relação à gestão do conhecimento RUBENSTEIN MONTANO et al 2001 conforme observadas em décadas anteriores é uma questão ainda presente no momento atual No entanto apesar disso é consensual o entendimento de que a gestão do conhecimento envolve a criação de valor dos ativos intangíveis de uma organização Assim em linhas gerais a gestão do conhecimento pode ser compreendida como a coordenação deliberada e sistemática de pessoas de tecnologia de processos e da estrutura de uma organização a fim de agregar valor através da reutilização do conhecimento e Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 102 da inovação Esta coordenação é alcançada através da criação do compartilhamento e da aplicação do conhecimento bem como da preservação da memória corporativa através da armazenagem e recuperação das valiosas lições aprendidas e das melhores práticas a fim de promover a aprendizagem organizacional continuada DALKIR 2005 p 3 tradução nossa O reconhecimento da importância do conhecimento nas organizações tem contribuído para o desenvolvimento de muitos estudos sobre a sua gestão envolvendo processos metodologias técnicas ferramentas etc Entre as ferramentas observase a construção de sistemas de informação automatizados como Sistemas de Apoio à Decisão SAD e Sistemas Especialistas SE projetados especificamente para propiciar o compartilhamento e a integração do conhecimento nas organizações NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 RUBENSTEIN MONTANO et al 2001 No entanto apesar dos esforços é fato que a gestão do conhecimento não se constitui como uma tarefa simples de ser realizada A característica subjetiva do conhecimento imprime complexidade ao tema o que por vezes se contrapõe a um olhar simplificado em seu tratamento É o caso por exemplo da ênfase que se dá ao simples uso da tecnologia para a sua realização nas organizações o que força uma visão estreita que pode inibir o crescimento e o poder de permanência da gestão do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 5 Dentro de um olhar mais amplo sobre o tema observase que a gestão do conhecimento vai muito mais além do que proporcionam as tecnologias de informação e comunicação voltadas para o compartilhamento do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 Nesse contexto complementares ao uso das tecnologias é que corrobora a proposição de modelos de gestão do conhecimento propostos na literatura Na leitura sobre os modelos de gestão do conhecimento é possível observar proposições diferenciadas na estrutura de seus conteúdos que podem ser classificadas como prescritivas descritivas ou híbridas combinação de ambas As estruturas prescritivas são as que fornecem orientação sobre os tipos de procedimentos de gestão do conhecimento sem fornecer detalhes específicos de como esses procedimentos podem ou devem ser realizados RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 7 e as estruturas descritivas são aquelas que caracterizam ou descrevem a gestão do conhecimento Essas estruturas identificam importantes atributos da gestão do conhecimento que influenciam o sucesso ou fracasso das iniciativas de gestão do conhecimento RUBENSTEIN MONTANO et al 2001 p7 Sobre essas estruturas observase que A maioria das estruturas apresentada na literatura até o momento são estruturas prescritivas Como tal as estruturas Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 103 tendem a ser orientadas para a tarefa Como esforços iniciais para a gestão do conhecimento foi uma direção natural para se caminhar pois os processos envolvidos na implementação da gestão do conhecimento são tarefas ou atividades de manipulação do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 7 No âmbito dos estudos sobre a gestão do conhecimento na leitura da complexidade que envolve o tema observase a defesa de se adotar um olhar mais abrangente que pode ser traduzido pelo pensamento sistêmico O pensamento sistêmico é uma estrutura conceitual que tem como premissa a afirmação de que propriedades intrínsecas ao sistema deixam de existir quando partes deste passam a ser tratadas isoladamente RUBENSTEINMONTANO et al 2001 Sob esse ponto de vista que defende uma totalidade sistêmica observase que o pensamento sistêmico auxilia de forma significativa a gestão do conhecimento pois permite a visualização e caracterização da complexidade que envolve o discurso Considerando essa estrutura conceitual tornase possível debater a gestão do conhecimento dentro de um quadro abrangente e unificado com base em seus processos dinâmicos metodologias teorias princípios ferramentas e técnicas como também em fatores de condução do processo traduzidos pelas pessoas e cultura RUBENSTEINMONTANO et al 2001 essência da subjetividade pertinente à gestão do conhecimento Sob esse olhar é imprescindível que se entenda como acontece a geração do conhecimento e impreterivelmente os atributos que compõe a informação uma vez que esta é a essência do conhecimento 3 Inovação conhecimento e informação para as organizações A inovação o conhecimento e a informação formam sem exclusão o tripé fundamental para a competitividade de qualquer organização Para toda e qualquer organização nos diversos setores de atividade econômica a inovação é reconhecidamente um fator determinante para a competitividade De acordo com o Manual de Oslo a inovação deve ser compreendida como a implementação de um produto bem ou serviço novo ou significativamente melhorado ou um processo ou um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócios na organização do local de trabalho ou nas relações externas ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO OECD 2005 p 55 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 104 Na busca por contemplar diferentes maneiras de inovar a literatura sobre o tema apresenta classificações variadas para o termo tais como por exemplo inovação incremental inovação semirradical e a radical DAVILA EPSTEIN SHELTON 2007 A primeira denominada incremental se caracteriza pela variação de um produto eou serviço já existente no qual novos atributos são adicionados a este A segunda designada como inovação semirradical se caracteriza pela modificação nos produtos eou serviços porém mantendo a continuidade dos padrões já existentes Por fim a inovação radical que se distingue das demais pela proposição de produtos eou serviços totalmente novos incidindo na construção de uma nova infraestrutura Toda inovação independente da classificação traz em sua essência a geração uso e assimilação de conhecimentos e consequentemente também de informações Apesar dessa constatação essa não é uma realidade para muitos resultados de inovação que se apresentam aquém do esperado pelas empresas Isso acontece porque em muitas situações a empresa procura investir e fazer acontecer a inovação para novos produtos eou serviços porém sem dominar os conceitos necessários para o desenvolvimento do processo HANSEN BIRKINSHAW 2007 Em síntese com outras palavras falta conhecimento Mas o que significa conhecimento para uma organização O conhecimento é um recurso econômico que aplicado à empresa possibilita a criação de novas estratégias competitivas inovação de produtos e serviços bem como melhorias na solução de problemas etc PROBST RAUB ROMHARDT 2002 O esforço das empresas para tratar o conhecimento como um recurso gerenciável dáse principalmente pelo fato dos Recursos Humanos entendidos como Capital Intelectual deterem parte significativa do conhecimento que diz respeito à organização e que por meio do compartilhamento do conhecimento podem contribuir para a produtividade e desempenho da organização PROBST RAUB ROMHARDT 2002 ANGELONI 2008 Para que se entenda o conhecimento em uma organização tornase relevante compreender o processo de construção do conhecimento como algo inerente ao ser humano Mais ainda para falar de conhecimento devese ter claro que a informação necessariamente precisa fazer parte dessa discussão Ela se constitui como parte indissociável do conhecimento já que ela é a responsável pela geração do mesmo Em síntese podese afirmar que a informação é um fluxo de mensagens enquanto o conhecimento é criado por esse próprio fluxo de informação ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor NONAKA TAKEUCHI 1997 p 64 A construção do conhecimento acontece dentro de uma comunicação cujo fluxo se caracteriza pela troca de informação ou seja pela troca de conteúdos significativos entre um emissor e um receptor No intercâmbio de informações esse entendimento evidencia um caráter extremamente subjetivo relacionado com os processos cognitivos do emissor e do receptor da mensagem FERNÁNDEZMOLINA 1994 que Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 105 entre outras coisas corrobora para uma situação peculiar no processo de recepção da informação a liberdade do indivíduo selecionar a mensagem que considerar relevante McGARRY 1999 Tal fato ratifica o caráter subjetivo da informação A diversidade de atributos apresentados pela informação aliada ao fato de que o conceito desta está estreitamente relacionado ao contexto ou sistema em que ela está inserida contribui para os diferentes significados atribuídos ao termo Conceitos aplicados à informação podem ser mais claramente visualizados no quadro 01 que relaciona o termo com diferentes significados informação como processo como coisa e como conhecimento Quadro 1 Significados da Informação Significado Definição COMO PROCESSO Quando acontece o ato de informar ou seja é essencialmente o processo de troca de informação em uma comunicação entre um emissor e um receptor COMO CONHECIMENTO Quando a informação se caracteriza como o conteúdo de uma mensagem fato acontecimento etc que é veiculada na comunicação IN F O R M A Ç Ã O COMO COISA Quando a informação é aquela em que se atribui o seu papel informativo a documentos registro de dados filme etc É a representação tangível da informação Fonte Elaborado a partir de BUCKLAND 1991 Ao se observar detalhadamente os significados da informação e pensálos no contexto de uma comunicação é possível afirmar que todos esses significados acontecem na maioria das vezes concomitantemente Essa justaposição dos significados da informação incide pela essência de seus próprios atributos código representação sentido significado e ordem organização quando se considera que para o indivíduo a informação se apresenta como instrumento de comunicação cujo conteúdo carrega noções abstratas provenientes das experiências vivenciadas por ele ou seja a informação possui um código e um conteúdo embutido de significado sentido proveniente do conhecimento adquirido pelo indivíduo ao longo da vida GRANGER 1974 A informação é algo difícil de ser transferido com absoluta fidelidade pois o conhecimento inerente a cada indivíduo determina a interpretação que é dada pelo receptor McGARRY 1999 Mas além disso para que se realize de forma mais efetiva o intercâmbio de informação é imprescindível que se estabeleça um ambiente propício para este fim que favoreça o interesse de receber a informação Esse ambiente se delineia como um elo imaginário entre seus participantes entendido como um campo de tensão formado a partir de sentimentos adversos tais como incerteza curiosidade rivalidade simpatia amor ódio etc Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 106 BAITELLO 1994 Desse modo podese afirmar que o intercâmbio de informações é dotado de valores que põem em jogo as preferências as opções os desejos os amores e os ódios os projetos as estratégias dos intervenientes na intercompreensão e na interação RODRIGUES 1999 p 22 tradução nossa Além do campo de tensão para que se alcance a intercompreensão e a interação em uma comunicação é necessário que se considere outro fator não menos importante a representação da informação A fim de estabelecer um intercâmbio entre seus participantes a informação deve ser comportada por alguma forma de veículo Este veículo deve possuir um atributo essencial para que possa ser compreendido pelo receptor Deve ser discriminável Em palavras mais simples é preciso que o receptor possa distinguilo dos fenômenos que o cercam McGARRY 1999 p 12 O atributo de ser discriminável está diretamente relacionado aos elementos que irão constituirse como veículo da informação e que definirão a forma como esta será representada Desse modo para a representação da informação devese considerar o código sinais símbolos e signos usado para verbalizar ou registrar a informação o formato que se dará à informação dimensões estrutura a ordenação ou seja a organização que se dá ao conjunto McGARRY 1999 JANNUZZI TÁLAMO 2004 A definição desses elementos na representação da informação deve ter como princípio a intencionalidade para quem o quê como a fim de atender o provável conhecimento de quem irá receber a informação Esse entendimento pode ser fundamentado pela afirmativa de que uma mensagem de informação deve ser intencional arbitrária e contingente ao atingir o seu destino criar conhecimento no indivíduo e em sua realidade BARRETO 1998 p 122 Diante desse contexto podese deduzir que os atributos e requisitos da informação são interdependentes na elaboração das estratégias que favorecem a intercompreensão e a interação Em síntese os elementos construtivos da informação para uma comunicação e seus diferentes significados podem ser assim representados vide Figura 1 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 107 Figura 1 Elementos construtivos da informação Fonte Autores do trabalho Para que se tenha sucesso no intercâmbio de informações entre um destinador e um ou mais destinatários tornase relevante que todas as facetas da construção da informação tenham como base os receptores pois são eles que efetivamente tornam a informação uma realidade Em outras palavras e de forma ainda mais incisiva devese ter claro que em uma comunicação a informação não deve ser vista como um objeto a ser transmitido mas sim como uma construção criada pelo receptor KAYE 1995 p 45 Sendo discriminável informação como coisa e fazendo sentido informação como conhecimento a informação pode ser percebida e assimilada pelo receptor cuja interpretação construção do entendimento terá como base o seu conhecimento prévio crenças experiências etc para a criação de novos conhecimentos processos cognitivos De forma mais sistêmica podese considerar que a construção da informação acontece em ambas extremidades da comunicação seja na origem quando está sendo formulada para ser transmitida seja na recepção quando está sendo interpretada Entretanto a construção do conhecimento acontece no receptor da informação Nessa construção a informação tem o poder de alterar o estoque mental do indivíduo produzindo novos conhecimentos Dentro do universo da comunicação estreitamente relacionado aos processos cognitivos dos indivíduos assinalados como emissor e receptor é que se evidenciam os dois tipos de conhecimento comumente citados na literatura o conhecimento tácito e o explícito O conhecimento explícito ou codificado referese ao conhecimento que é transmissível em linguagem formal sistemática enquanto o conhecimento tácito possui uma Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 108 qualidade pessoal o que o faz mais difícil de formalizar e comunicar OLIVEIRA Jr 2001 p 133 No fluxo do processo é possível observar que a informação assume diferentes condições variando de uma condição particular para uma condição pública BARRETO 2002 conforme pode ser observado na Figura 2 Figura 2 Condição da Informação na Representação do Conhecimento Fonte Autores do trabalho A condição particular da informação ocorre nos extremos do fluxo no momento de criação da informação pelo emissor e de sua assimilação pelo receptor relacionada aos processos cognitivos dos envolvidos Pode se afirmar que essa condição é a base para a expressão do conhecimento tácito do indivíduo A condição pública da informação por sua vez ocorre primeiramente no fluxo da comunicação entre esses extremos ou seja na sua transferência entre o emissor e o receptor caracterizando a informação como processo vide Figura 2 Mas a condição pública da informação também deve ser reconhecida nos diferentes suportes disponíveis para sua divulgação caracterizando a informação também como coisa Sob qualquer uma das situações podese afirmar que a condição pública da informação se traduz como a base para se reconhecer o conhecimento explícito No contexto das empresas a preocupação de se distinguir o conhecimento em tácito não sistematizado cuja condição da informação é particular e conhecimento explícito já sistematizado cuja condição da informação tornase pública dáse pela crença de que apesar de individual o conhecimento tácito é passível de ser codificado sistematizado e com essa distinção tornase possível determinar o conhecimento que já se encontra sob seu domínio e aquele que ainda se encontra no domínio dos indivíduos e que deve ser explorado compartilhado a fim de subsidiar e incrementar as atividades da empresa Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 109 contribuindo para a obtenção de vantagem competitiva traduzida pela inovação e posicionamento no mercado 4 Análise dos modelos e sua relação com a informação Diferentes abordagens sobre a gestão do conhecimento têm sido apresentadas às organizações no entanto em grande parte elas não são atendidas naquilo que realmente necessitam Muitas organizações implementam tecnologias de informação com o intuito de facilitar o compartilhamento e a integração da informação mas sem grande sucesso pois a gestão do conhecimento vai além disso efetivamente as pessoas e a cultura do local de trabalho são os fatores de condução que em última análise determinam o sucesso ou o fracasso das iniciativas de gestão do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 5 tradução dos autores Essa situação decorre das restrições existentes sobre os tipos de conhecimento explícito e tácito Enquanto o primeiro é de fácil codificação portanto passível de ser capturado e distribuído por meio de sistemas NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 É o que ocorre nos sistemas de conhecimento integrado e desenho de processos O segundo o conhecimento tácito é de difícil captura pois seu conteúdo advém das experiências e modelo mental dos indivíduos Por vezes a distinção entre esses dois tipos de conhecimento se dá pela forma como o conhecimento é representado No entanto não há como trabalhar em separado pois de alguma maneira o conhecimento explícito sempre vem acompanhado do conhecimento tácito NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 Conhecimento explícito ou tácito qualquer que seja tem em elemento fundamental a informação Assim é nesse contexto que se torna relevante estudar modelos de gestão do conhecimento a partir das características da informação a fim de compreender as questões objetivas e principalmente subjetivas que envolvem o processo A informação é o recurso necessário para a geração do conhecimento logo não há conhecimento sem informação Portanto entendese que todo e qualquer estudo sobre a gestão do conhecimento e suas teorias deve ter como base o estudo sobre a informação Mais do que isso deve ter como base a construção da informação e do conhecimento Esse entendimento sobre a gestão do conhecimento nas organizações ganha reforço com a constatação de ser a sociedade formada por organizações de ser as organizações formadas por pessoas de ser as pessoas as responsáveis pela geração de novos conhecimentos e essa construção depende da informação cuja existência depende de seus elementos construtivos intencionalidade formato informação como coisa conteúdo informação como conhecimento emissor e receptor unidos pelo campo de tensão informação como processo Assim a partir das descrições de modelos e proposições extraídos da literatura sobre a gestão do conhecimento fazse uma análise das descrições desses modelos buscando identificar os atributos da informação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 110 e do conhecimento em suas proposições Essa análise visa caracterizar ainda que de forma básica a potencialidade desses modelos para realizar efetivamente a gestão do conhecimento nas organizações Para facilitar a visualização dos dados da análise optase em organizar os modelos coletados em três grupos cujo critério de formação é orientado pela semelhança das características de sua estrutura em relação aos atributos vide Quadro 2 3 e 4 Quadro 2 ModelosProposições para a gestão do conhecimento Grupo 1 AutorPropositor Descrição American Management Systems 1 Encontrar criar centro de conhecimento 2 Organizar identificar e motivar as pessoas e 3 Compartilhar Arthur Andersen Consulting 1 Avaliar 2 Definir as regras do conhecimento 3 Criar uma estratégia de conhecimento associada aos objetivos de negócios 4 Identificar processos cultura e tecnologias requeridas para implementação da estratégia de conhecimento e 5 Implementar mecanismos de feedback Andersen Consulting 1 Adquirir 2 Criar 3 Sintetizar 4 Compartilhar 5 uso aplicado Dataware Technologies 1 Identificar os problemas de negócio 2 Preparar para mudanças 3 Criar o time de GC 4 Preparar a auditoria e análise do conhecimento 5 Definir os principais recursos para a solução 6 Implementar os tijolos da construção da GC e 7 Ligar o conhecimento às pessoas Hedlund G 1 Aquisição 2 Armazenamento 3 Transferência 4 Aplicação e proteção do conhecimento Holsapple and Joshi Kentucky Initiative for Knowledge Management 1 Aquisição do conhecimento incluindo a extração interpretação e transferência 2 Seleção do conhecimento inclui a localização recuperação e transferência 3 Internalização do conhecimento inclui o acesso segmentação e armazenamento 4 Uso do conhecimento 5 Geração do conhecimento inclui o monitoramento avaliação produção e transferência e 6 Externalização do conhecimento inclui a segmentação produção e transferência Knowledge Associates 1 Aquisição 2 Desenvolvimento 3 Retenção e 4 Compartilhamento Lettieri E Borga F Savoldelli A Ciclo GC em organização sem fins lucrativos aquisição codificação armazenamento recuperação difusão e apresentação aplicação e criação de conhecimento Liebowitz 1 Transformação da informação em conhecimento 2 Identificar e verificar o conhecimento 3 capturar e assegurar o conhecimento 4 Organizar o conhecimento 5 Recuperar e aplicar o conhecimento 6 Combinar o conhecimento 7 Aprender o conhecimento 8 Criar o conhecimento voltar para o passo 3 e 9 Distribuirvender o conhecimento Marquardt 1 Aquisição 2 Criação 3 Transferência e Utilização e 4 Armazenamento The Mutual Group Estrutura Capital 1 Reunir informações construir uma infraestrutura de conhecimento explícito 2 Aprender desenvolvimento do conhecimento tácito 3 Transferir e Agir desenvolvimento da capacidade através da implantação de valores Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 111 ODell 1 Identificar 2 Coletar 3 Adaptar 4 Organizar 5 Aplicar 6 Compartilhar e 7 Criar Quality Center Pricewaterhouse Coopers 1 Encontrar 2 Filtrar por relevância 3 Formatar para o problema 4 Encaminhar para as pessoas certas e 5 Feedback dos usuários Van der Spek and de Hoog 1 Conceituar inclui a realização de um inventário do conhecimento existente e análise dos pontos fortes e fracos 2 Refletir inclui decidir sobre melhorias necessárias e fazer planos para melhorar o processo 3 Agir inclui proteger o conhecimento combinar o conhecimento distribuir o conhecimento e desenvolver conhecimentos e 4 Revisar inclui comparar a situação antiga e nova e avaliar os resultados obtidos Van Zolingen SJ Streumer JN Stooker M Aquisição institucionalização disseminação desenvolvimento e aplicação do conhecimento Wielinga et al University of Amsterdam Aplica a metodologia CommonKADS à gestão do conhecimento 1 Conceituação identificarinventariar representar classificar 2 Refletir modelos de criação e desenvolvimento do conhecimento modelos para a identificação de recursos de conhecimento e resultados e 3 Agir combinar e consolidar o conhecimento integrar conhecimentos desenvolver e distribuir conhecimento Fonte Adaptado de RUBENSTEINMONTANO et al 2001 MISHRA BHASKAR 2011 tradução dos autores Na leitura dos modelos e proposições apresentadas no quadro 02 formalizado como Grupo 1 é possível observar que o desenvolvimento de etapas estruturadas onde a condição pública da informação se faz presente na busca de conhecimento explícito dentro ou fora da organização Essa afirmação pode ser exemplificada por ações como Aquisição Identificar e coletar Encontrar Adquirir Reunir informações Transformar informação em conhecimento etc que são iniciadas a partir de algo já existente portanto em relação à gestão um conhecimento já explicitado A leitura das descrições permite identificar que a informação como coisa e como conhecimento se faz presente nas descrições No entanto em uma avaliação mais incisiva verificase que a informação como processo é negligenciada em seus atributos pois há onde se pode verificar a pouca ou nenhuma importância na formação do campo de tensão entre o emissor e o receptor ou mesmo de seus atores pessoas Podese afirmar que as propostas não se caracterizam como uma abordagem abrangente e sistêmica para a gestão do conhecimento como ditada pelo pensamento sistêmico Desse modo podese concluir que os modelosproposições do Grupo 1 não apoiam a realização da gestão do conhecimento de forma efetiva Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 112 Quadro 3 ModelosProposições para a gestão do conhecimento Grupo 2 AutorPropositor Descrição The Delphi Group Detalhes sobre a metodologia não foram liberados mas os seguintes passos são abordados 1 Principais conceitos e estruturas para a gestão do conhecimento 2 Como usar a gestão do conhecimento como uma ferramenta competitiva 3 Aspectos culturais e organizacionais da gestão do conhecimento 4 Melhores práticas em gestão do conhecimento 5 A tecnologia de gestão do conhecimento 6 Análise de mercado 7 Justificativa para a gestão do conhecimento e 8 Implementação da gestão do conhecimento Demarest M Construção disseminação assimilação e uso do conhecimento Ernst Young 1 Geração do conhecimento 2 Representação do conhecimento 3 Codificação do conhecimento e 4 Aplicação do conhecimento Fong PSW Choi S KY Seis processos de GC aquisição criação armazenamento distribuição utilização e manutenção Holsapple and Joshi 1 Influências administrativas inclui a liderança coordenação controle e medição 2 Influência dos recursos inclui o humano conhecimento finanças e material 3 Influência do ambiente inclui costumes mercados concorrentes tecnologia tempo clima 4 Atividades inclui aquisição seleção internalização uso 5 Aprendizagem e projeção de resultados The Knowledge Research Institute 1 Influência do conhecimento existente 2 Criação de novos conhecimentos 3 Captação e armazenagem do conhecimento 4 Organização e transformação do conhecimento e 5 Implantação do conhecimento Liebowitz and Beckman 1 Identificar determinar competências essenciais recursos estratégicos e domínios do conhecimento 2 Capturar formalizar o conhecimento existente 3 Selecionar Avaliar relevância valor e precisão do conhecimento e resolver conhecimentos conflitantes 4 Armazenar representa a memória corporativa em estoque de conhecimento 5 Compartilhar distribuir automaticamente o conhecimento para os usuários com base no interesse no trabalho e na colaboração em trabalhos de conhecimento através de times virtuais 6 Aplicar recuperar e usar o conhecimento na tomada de decisões na resolução de problemas em trabalho de automatização ou de apoio trabalhos auxiliares e treinamento 7 Criar descobrir novos conhecimentos através de pesquisa experimentação e pensamento criativo e 8 Vender desenvolvimento e comercialização de novos produtos e serviços baseados em conhecimentos Monsanto Company Não faz uso formal de metodologia de gestão do conhecimento utiliza mapas de aprendizagem mapas de valor mapas de informação mapas de conhecimento medições e mapas de tecnologias de informações Quintas P Lefrere P Jones G Processo ou prática de criação aquisição captura compartilhamento e uso do conhecimento Ruggles 1 Produção inclui a criação aquisição sínteses fusão adaptação 2 Codificação inclui a captura e representação e 3 Transferência Skandia Ênfase em Networking Universal do Capital Intelectual 1 Networking e partilha de conhecimento 2 Navegação do Conhecimento por equipes de projeto 3 Caixa de ferramentas de desenvolvimento de capital intelectual Van der Spek and Spijkervet 1 Desenvolvimento de novos conhecimentos 2 Proteção dos novos conhecimentos e dos já existentes 3 Distribuição de Conhecimento e 4 Combinação do conhecimento disponível Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 113 Van Heijst et al CIBIT Netherlands 1 Desenvolvimento criação de novas ideias analisando falhas e examinando experiências atuais 2 Consolidação armazenamento de conhecimento individual avaliação e indexação 3 Distribuição informação aos usuários e 4 Combinação combinação de informações díspares e aumento do acesso para a distribuição dos dados Wiig 1 Criação e Alimentação 2 Compilação e Transformação 3 Disseminação Aplicação e 4 Realização de Valor Fonte Adaptado de RUBENSTEINMONTANO et al 2001 MISHRA BHASKAR 2011 tradução dos autores Na leitura dos modelos e proposições apresentadas no quadro 03 denominados como Grupo 2 destacase a descrição de etapas que em um primeiro momento são percebidas como estruturadas mas cuja prática necessitaria de um maior detalhamento para sua realização Até mesmo na análise ora proposta encontrase dificuldade de compreender a condição da informação em sua estrutura pois ações como Criação Aquisição como passo inicial de um mesmo modelo favorece um entendimento dúbio pouco consistente sobre sua realização Da mesma forma como acontece no Grupo 1 a leitura dos modelosproposições corrobora para que se identifique a informação como coisa e como conhecimento em suas descrições No entanto da mesma forma que a análise anterior observase que a informação como processo é negligenciada em seus atributos pois também se constata a pouca ou nenhuma importância na formação do campo de tensão entre o emissor e o receptor Verificase que a preocupação está voltada principalmente para a entrega e implantação do conhecimento como uma nova regra a ser seguida por quem a recebe A partir dessas argumentações podese afirmar que as propostas do Grupo também não se caracterizam como uma abordagem abrangente e sistêmica para a gestão do conhecimento como ditada pelo pensamento sistêmico Assim podese concluir que os modelosproposições do Grupo 2 não corroboram para a realização da gestão do conhecimento de forma efetiva Quadro 4 ModelosProposições para a gestão do conhecimento Grupo 3 AutorPropositor Descrição Buckley and Carter Centre for International Business University of Leeds Abordagem de processo de negócio para a gestão do conhecimento sem metodologia formal mas os principais processos de conhecimento são identificados 1 Características do conhecimento 2 Valor agregado na combinação do conhecimento 3 Participantes 4 Métodos de transferência do conhecimento 5 Governança e 6 Desempenho De Jarnett L Construção assimilação disseminação uso retenção e refinamento do conhecimento The National Technical University of Athens Greece 1 Contexto geração de conhecimento 2 Objetivos da Gestão do Conhecimento Organização do conhecimento 3 Estratégia desenvolvimento e distribuição de conhecimento e 4 Cultura Fonte Adaptado de RUBENSTEINMONTANO et al 2001 MISHRA BHASKAR 2011 tradução dos autores Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 114 Os modelos e proposições descritos no quadro 04 constituído pelo Grupo 3 indicam ações mais flexíveis em sua aplicação que permite considerar aspectos de caráter sistêmico contribuindo para a condição pública mas também privada da informação Essa afirmação pode ser exemplificada por ações como Construção e Assimilação e por considerar elementos como Participantes e Cultura que contribui para uma visão sistêmica da organização favorecendo a criação do conhecimento com a inclusão do conhecimento tácito A leitura das propostas permite identificar que a informação como coisa e como conhecimento se faz presente nas descrições mas também permite inferir sobre a possibilidade de se trabalhar a informação como processo A análise das descrições permite afirmar que as propostas do Grupo 3 ainda que mais abertas para um comportamento abrangente e sistêmico para a gestão do conhecimento elas não deixam claro sua real adesão às características de um pensamento sistêmico Desse modo podese concluir que os modelosproposições do Grupo 3 podem ser o início de uma conversa para a elaboração de um modelo eficiente de gestão do conhecimento que favoreça a inovação e consequentemente a vantagem competitiva da organização 5 Considerações finais Qualquer que seja a discussão sobre o modelo de gestão do conhecimento é possível observar que na literatura há um consenso em se estabelecer uma relação muito próxima entre a gestão do conhecimento e a inovação Como um processo essencial para a inovação o modelo de gestão do conhecimento a ser adotado pelas organizações deve responder aos objetivos de inovação aos quais elas almejam realizar incremental semirradical ou radical Observase que para uma organização que busca a inovação incremental os modelos de gestão do conhecimento propostos no Grupo 01 apresentamse adequados aos seus propósitos pois um monitoramento estruturado em bases formais e sistematizada do ambiente de conhecimento da empresa responde satisfatoriamente na busca de conhecimentos que atendam ao objetivo de adicionar novos atributos a um produto eou serviço já existente Não há criação de novos conhecimentos absolutos apenas assimilação e adaptação daquilo que já existe O desenvolvimento deste tipo de inovação é orientado por critérios bem direcionados e objetivos nas atribuições em relação ao produto eou serviço que a organização almeja inovar o que pode ser plenamente atendido por uma estrutura de gestão do conhecimento conforme indicada nos modelos do Grupo 1 Desse modo sob o prisma da inovação incremental podese deduzir que até mesmo os novos atributos do produto eou serviço são selecionados a partir de conhecimento já explicitado e registrado em algum suporte Essa afirmação baseiase no seguinte entendimento se os novos atributos dos produtos eou serviços fossem oriundos de Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 115 conhecimentos gerados na própria organização eles atributos já se caracterizariam como absolutamente novos trazendo modificações ao produto eou serviço Assim a inovação se caracterizaria como semirradical na qual os produtos eou serviços sofrem modificações mas mantêm seu padrão inicial As modificações observadas em uma inovação semirradical embora possam resultar da obtenção de conhecimento explícito por parte da organização elas trazem o conhecimento tácito como sua principal fonte de sustentação Em outras palavras o fato de se buscar a continuidade dos padrões já existentes para os produtos eou serviços da organização pode imprimir a noção de que o conhecimento explícito é o parâmetro que orienta o conceito do produto eou serviço já existente Entretanto a busca de novos conceitos ou de conceitos já existentes para serem aplicados de forma diferenciada nesses produtos eou serviços tem por finalidade fomentar o conhecimento tácito dos indivíduos envolvidos no processo de geração de novos conhecimentos para serem aplicados nos produtos eou serviços da organização Esse objetivo da organização pode ser auxiliada por uma estrutura de gestão do conhecimento semelhantes àquelas propostas no Grupo 2 uma vez que ações como criação e aquisição podem caminhar juntas sem conflitos Por fim a inovação radical que se traduz pela proposição de produtos eou serviços totalmente novos traz em sua essência a proposição de algo inédito Nesse contexto ações mais flexíveis na realização do processo de criação do conhecimento como o envolvimento das pessoas na condição privada da informação que leva a uma nova abordagem de processo de negócio e mais do que gerenciar tarefas a ênfase na gestão que suscita valor agregado na combinação do conhecimento podem ser características importantes para a promoção de uma inovação radical e que são indicadas nos modelosproposições do Grupo 3 A importância dos modelos de gestão do conhecimento para as empresas se dá pela consideração de que o conhecimento é um recurso estratégico para a sua competitividade É nesse que a inovação ganha seu papel de destaque nas empresas pois se apresenta como uma estratégia competitiva deveras importante para a sua permanência no mercado Portanto são dois conceitos que andam juntos ou seja o conhecimento se apresenta como um recurso estratégico determinante para que a inovação aconteça nas organizações Neste estudo a leitura e análise dos modelos de gestão do conhecimento revelam características diferenciadas em sua elaboração o que pode determinar usos diferenciados segundo o tipo de inovação almejado pela organização incremental semirradical ou radical Todavia devese ter claro que a escolha do modelo depende dos resultados que se deseja obter e dos investimentos que se deseja fazer relacionado ao tempo às questões financeiras e principalmente relacionado aos recursos humanos da organização mas vale ressaltar que a definição Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 116 desses objetivos e de seus critérios também dependerá do conhecimento de quem os conduz Qualquer que seja o modelo de gestão do conhecimento ou o tipo de inovação devese ter claro que o modelo mental do indivíduo que conduz o processo bem como daqueles que participam do mesmo é o fator determinante na ação em que o conhecimento gera novos conhecimentos a partir dos elementos construtivos da informação Referências ANGELONI MT Organizações do conhecimento infraestrutura pessoas e tecnologias São Paulo Saraiva 2008 BAITELLO Jr N A sociedade da informação São Paulo em Perspectiva v 8 n 4 p 1921 outdez 1994 BARRETO A de A Mudança estrutural no fluxo do conhecimento a comunicação eletrônica Ciência da Informação Brasília v 27 n 2 p 122127 maioago 1998 BARRETO A de A A condição da informação São Paulo em Perspectiva v 16 n 3 p 6774 julset 2002 BOISOT M The creation and sharing of knowledge In CHOO C W BONTIS N The strategic management of intellectual capital and organizational knowledge New York Oxford 2002 cap 4 p 6577 BUCKLAND M K Information as thing Journal of the American Society for Information Science v 42 n 5 p 351360 1991 CASTELLS M Sociedade em rede São Paulo Paz e Terra 1999 DALKIR K Knowledge management in theory and practice Epub Routledge 2013 Disponível em wwwroutledgecom Acesso em 27 jan 2015 DAVILA T EPSTEIN M J SHELTON R As regras da inovação como gerenciar como medir e como lucrar Porto Alegre Bookman 2007 FERNÁNDEZMOLINA J C Enfoques objetivo y subjetivo del concepto de información Revista Española de Documentación Científica v 17 n 3 p 320330 1994 GRANGER G G O problema das significações In GRANGER G G Filosofia do estilo São Paulo Perspectiva EDUSP 1974 cap 5 p 132 168 HANSEN MT BIRKINSHAW J The innovation value Harvard Business Review v 85 n 6 p 121130 jun 2007 JANNUZZI C A S C TÁLAMO M F G M A empresa e os sistemas humanos de informação uma abordagem conceitual para a gestão da informação Transinformação Campinas v 16 n 2 p 1323 2004 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 117 KAYE D The nature of information Library Review West Yorkshire UK v 44 n 8 p 3748 1995 LEITE F C L Gestão do conhecimento científico no contexto acadêmico proposta de um modelo conceitual 2006 240f Dissertação Mestrado em Ciência da Informação PósGraduação em Ciência da InformaçãoDepartamento de Ciência da Informação Universidade de Brasília 2006 McGARRY K O conceito dinâmico da informação uma análise introdutória Brasilia Briquet de LemosLivros 1999 p 111142 MISHRA B BHASKAR AU Knowledge management process in two learning organisations Journal of Knowledge Management Kempston v 15 n 2 p344359 2011 NISSEN M KAMEL M SENGUPTA K Integrated analysis and design of knowledge systems and processes Information Resources Management JournalHershey v 13 n 1 p 2443 JanMar 2000 NONAKA I TAKEUCHI H Criação de conhecimento na empresa como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação 20 ed Rio de Janeiro ElsevierCampus 1997 OBRIEN J A MARAKAS G M Administração de Sistemas de Informação 15 ed Porto Alegre AMGHMcGrawHillBookman 2013 OECD Manual de Oslo diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação Rio de Janeiro FINEP 2005 OLIVEIRA Jr M de M Competências essenciais e conhecimento na empresa In FLEURY MTL OLIVEIRA Jr M de M Orgs Gestão estratégica do conhecimento integrando aprendizagem conhecimento e competência São Paulo Atlas 2001 p 121156 PROBST G RAUB S ROMHARDT K Gestão do conhecimento os elementos construtivos do sucesso Trad Maria Adelaide Carpigiani Porto Alegre Bookman 2002 ROBREDO J Da ciência da informação revisitada aos sistemas humanos de informação Brasília Thesaurus SSRR Informações 2003 RODRIGUES A D Comunicação e cultura A experiência cultural na era da informação 2 ed Lisboa Editorial Presença 1999 RUBENSTEINMONTANO B et al A systems thinking framework for knowledge management Decisions Support Systems Journal v 31 n 1 p 516 2001 WILSON T D A problemática da gestão do conhecimento In TARAPANOFF K Inteligência informação e conhecimento em corporações Brasília IBICT UNESCO 2006 p 3755 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 118 WOOD JR T P CALDAS M Empresas brasileiras e o desafio da competitividade Revista Administração de Empresas São Paulo v 47n 3p 113Sept 2007 Disponível em httpwwwscielobrscielophpscriptsciarttextpidS0034 75902007000300006lngennrmiso Acesso 10 Jan 2016
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Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 97 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Professora e Pesquisadora do Centro de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Doutora em Ciências da Comunicação Ciência da Informação e Documentação pela Universidade de São Paulo USP Orandi Mina Falsarella Professor e Pesquisador do Centro de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Campinas SP Cibele Roberta Sugahara Professora e Pesquisadora do Centro de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Doutora em Ciências da Comunicação Ciência da Informação e Documentação pela Universidade de São Paulo USP httpdxdoiorg101590198153442462 O presente estudo tem por objetivo analisar modelos de gestão do conhecimento procurando a partir de sua estrutura caracterizar o contexto de sua aplicação nas empresas e sua relação com o processo de inovação No desenvolvimento do trabalho discorrese sobre a inovação e seu embasamento na informação e no conhecimento delineando os elementos construtivos da informação e sua convergência para a geração do conhecimento A partir de um levantamento bibliográfico sobre modelos de gestão do conhecimento realizase uma leitura analítica de sua estrutura com base na informação e no conhecimento identificando suas características para a realização efetiva da gestão Ao final fazse considerações a respeito dos modelos de gestão do conhecimento e seu suporte para a inovação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 98 PalavrasChave Gestão do conhecimento Informação Inovação Empresas Knowledge management a model study and its relationship with innovation in organizations This study aims to analyze models of knowledge management searching from its framework to characterize the context of its application in business and its relationship to the process of innovation In the development of this paper innovation and its basis in information and knowledge are discussed outlining the building blocks of information and its convergence to the generation of knowledge From a literature review on models of knowledge management this study performs an analytical reading of its framework based on information and knowledge identifying their characteristics to the effective realization of management Finally some considerations are made about the knowledge management models and its support for innovation Keywords Knowledge management Information Innovation Companies Recebido em12062015 Aceito em 14022016 1 Introdução Nos dias atuais no âmbito de uma economia globalizada a inovação de produtos ou serviços e de processos produtivos eou organizacionais assume um papel de extrema importância nas organizações na busca pela sua competitividade compreendida como a capacidade de um sistema país setor industrial grupo de empresas ou uma empresa específica de atuar com sucesso em um dado contexto de negócios WOOD Jr CALDAS 2007 p 70 Uma organização que deseja inovar deve necessariamente procurar acompanhar e assimilar as mudanças ou contribuir para estas em seu ambiente de negócios WOOD Jr CALDAS 2007 Esse entendimento revela em sua essência a importância da informação e do conhecimento no processo Nesse contexto a informação permite que a organização acompanhe os acontecimentos em seu ambiente e o conhecimento é representado pela assimilação das mudanças uma vez que a informação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 99 convertese em conhecimento no momento em que produz uma modificação na estrutura de conhecimento do receptor FERNANDEZ MOLINA 1994 p 328 Notoriamente a informação e o conhecimento são considerados elementos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade em todos os seus segmentos Esse entendimento com maior ênfase a partir do século XX contribui para o aprofundamento dos temas em diversos campos do conhecimento já estabelecidos É o que se observa por exemplo nos estudos que envolvem as organizações e sua administração O interesse sobre os temas informação e conhecimento é facilmente percebido no âmbito das teorias administrativas que principalmente a partir da década de 1980 procuraram assinalar a relevância do conhecimento nas organizações LEITE 2006 Entretanto apesar do avanço das discussões sobre o tema nos estudos da área observarse que as novas teorias ainda trazem seu olhar voltado principalmente para a aquisição armazenagem e utilização do conhecimento existente nas organizações uma forma estruturada de tratar o conhecimento A ênfase dada ao tema nesses estudos pode ser explicada pelo volume expressivo de conhecimentos gerados em ciência e tecnologia nos anos 1900 principalmente com a Segunda Guerra Mundial e a preocupação em recuperar este conhecimento Sob esse enfoque quase que como consequência natural dos fatos a estrutura pensada para se trabalhar o conhecimento foi a mesma pensada para se trabalhar a informação caracterizada como o veículo de conteúdos com significados que viabiliza a disseminação aquisição e geração de conhecimentos Esse olhar sobre como trabalhar o conhecimento fomentou a preocupação de pesquisadores que consideravam que essa abordagem não contemplava outros aspectos avaliados também como relevantes para os estudos sobre o tema Assim nesse contexto em resposta a essa situação muitos estudos foram e estão sendo desenvolvidos sobre o conhecimento e sua gestão Há inclusive aqueles que questionam sobre a viabilidade de realmente se atingir uma gestão do conhecimento uma vez que este resulta das experiências dos indivíduos da assimilação das informações recebidas pelos indivíduos nas relações interpessoais na busca de informações para obtenção de respostas para perguntas específicas etc enfim todos com alto teor de subjetividade Essa afirmação pode ser exemplificada pelas palavras de Wilson 2006 ao dizer que não existe gestão do conhecimento uma vez que o conhecimento reside nas pessoas O que pode ser feito é tentar gerenciar a organização de modo a assegurar que o desenvolvimento da aprendizagem e das habilidades seja encorajado e que a cultura organizacional promova o compartilhamento da informação WILSON 2006 p 54 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 100 Mas qualquer que seja a perspectiva da discussão observase que a informação é determinante para a existência do conhecimento Assim sendo a informação a base do conhecimento vale então considerar um aspecto deveras importante a definição da informação ocorre dentro de um dado contexto ou seja o conceito da informação assume características do sistema em que ela está inserida ROBREDO 2003 Desse modo sob esse prisma considerandose que o conhecimento caminha junto com a informação podese entender que o conhecimento provavelmente também ganha diferentes olhares conforme o contexto em que está sendo discutido como por exemplo os das organizações Em um quadro geral devese ter claro que compreender a essência desses olhares implica em entender a ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos CASTELL 1999 p 54 ou parafraseando o autor também entender a ação da informação sobre a própria informação Mais ainda é compreender a ação da informação que gera conhecimento que pode gerar inovação nas organizações ou seja novos conhecimentos Esse entendimento é de fundamental importância para uma organização pois o conhecimento traz inovação e torna a empresa competitiva NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 Assim no intuito de contribuir para a discussão sobre o tema é que se propôs o presente estudo cujo objetivo é o de analisar modelos de gestão do conhecimento citados na literatura procurando com base em sua estrutura caracterizar os atributos da informação no contexto de sua aplicação e sua relação com o processo de inovação nas empresas A pesquisa é estruturada a partir de um levantamento bibliográfico sobre conceitos e modelos teóricos de gestão do conhecimento Os textos selecionados se caracterizam pela reunião de diferentes modelos de gestão do conhecimento já propostos na literatura como também pela análise crítica e reflexão sobre conceitos práticas características ferramentas e aplicações desses modelos O estudo ora proposto procura fazer uma interseção entre o conteúdo levantado nesses textos e os elementos construtivos da informação e do conhecimento a fim de incitar uma discussão sobre as condições de se realizar uma gestão do conhecimento nas organizações Para a discussão proposta o texto está organizado em 5 seções Após a introdução e apresentação dos objetivos e aspectos metodológicos da pesquisa temse a seção 2 que discorre sobre as abordagens e características da gestão do conhecimento extraídas da análise de estudiosos do tema Na seção 3 discorrese de forma sucinta sobre a inovação e sua base na informação e no conhecimento Ainda nessa seção trabalhase a informação e seus elementos construtivos convergindo para a formação do conhecimento A seção 4 apresenta uma leitura analítica dos modelos de gestão do conhecimento identificados no estudo que toma como base os atributos da informação e do conhecimento Ao final fazse considerações a respeito dos modelos de gestão do conhecimento e seu suporte para a inovação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 101 2 A gestão do conhecimento No âmbito das organizações em geral o conhecimento é reconhecido como um recurso de fundamental importância em qualquer setor de atividades pois auxilia as organizações empresariais a se tornarem competitivas nos tempos atuais as organizações públicas na busca para o progresso da nação e as organizações sem fins lucrativos e não governamentais na busca pela excelência naquilo que realizam Nos estudos que tratam do conhecimento nas organizações é possível verificar que a discussão sobre o tema tem em sua essência um grande esforço para tornálo um recurso gerenciável Na literatura o conhecimento e sua gestão nas organizações são trabalhados em abordagens ou por termos diversos tais como aprendizagem individual e organizacional capital intelectual etc Em geral a discussão sobre a gestão do conhecimento normalmente vem vinculada à discussão sobre aprendizagem organizacional Essa associação dificulta por vezes o entendimento dos temas A natureza ds sobreposição de gestão do conhecimento GC e aprendizagem organizacional AO faz com que seja difícil a diferenciação entre os seus conceitos Levando em consideração todos os pontos de vista expressos na AO eles nos fazem acreditar que AO é a precursora da GC AO é sobre como gerenciar o processo de aprendizagem em um organização enquanto GC visa a construção e aplicação do conhecimento MISHRA BHASKAR 2011 p 345 tradução dos autores Qualquer que seja o entendimento observase que esse contexto contribui para a existência de diversos estudos sobre o tema incluindo as proposições de modelos que auxiliam a gestão do conhecimento nas organizações que compreendem o desenvolvimento de técnicas estruturadas por etapas que englobam desde a definição de metas até o compartilhamento e uso do conhecimento BOISOT 2002 como também sistemas de informação destinados a dar suporte à criação organização e disseminação do conhecimento dos negócios dentro da empresa OBRIEN MARAKAS 2013 p14 A falta de uma consonância conceitual e de uma estrutura amplamente aceita em relação à gestão do conhecimento RUBENSTEIN MONTANO et al 2001 conforme observadas em décadas anteriores é uma questão ainda presente no momento atual No entanto apesar disso é consensual o entendimento de que a gestão do conhecimento envolve a criação de valor dos ativos intangíveis de uma organização Assim em linhas gerais a gestão do conhecimento pode ser compreendida como a coordenação deliberada e sistemática de pessoas de tecnologia de processos e da estrutura de uma organização a fim de agregar valor através da reutilização do conhecimento e Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 102 da inovação Esta coordenação é alcançada através da criação do compartilhamento e da aplicação do conhecimento bem como da preservação da memória corporativa através da armazenagem e recuperação das valiosas lições aprendidas e das melhores práticas a fim de promover a aprendizagem organizacional continuada DALKIR 2005 p 3 tradução nossa O reconhecimento da importância do conhecimento nas organizações tem contribuído para o desenvolvimento de muitos estudos sobre a sua gestão envolvendo processos metodologias técnicas ferramentas etc Entre as ferramentas observase a construção de sistemas de informação automatizados como Sistemas de Apoio à Decisão SAD e Sistemas Especialistas SE projetados especificamente para propiciar o compartilhamento e a integração do conhecimento nas organizações NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 RUBENSTEIN MONTANO et al 2001 No entanto apesar dos esforços é fato que a gestão do conhecimento não se constitui como uma tarefa simples de ser realizada A característica subjetiva do conhecimento imprime complexidade ao tema o que por vezes se contrapõe a um olhar simplificado em seu tratamento É o caso por exemplo da ênfase que se dá ao simples uso da tecnologia para a sua realização nas organizações o que força uma visão estreita que pode inibir o crescimento e o poder de permanência da gestão do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 5 Dentro de um olhar mais amplo sobre o tema observase que a gestão do conhecimento vai muito mais além do que proporcionam as tecnologias de informação e comunicação voltadas para o compartilhamento do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 Nesse contexto complementares ao uso das tecnologias é que corrobora a proposição de modelos de gestão do conhecimento propostos na literatura Na leitura sobre os modelos de gestão do conhecimento é possível observar proposições diferenciadas na estrutura de seus conteúdos que podem ser classificadas como prescritivas descritivas ou híbridas combinação de ambas As estruturas prescritivas são as que fornecem orientação sobre os tipos de procedimentos de gestão do conhecimento sem fornecer detalhes específicos de como esses procedimentos podem ou devem ser realizados RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 7 e as estruturas descritivas são aquelas que caracterizam ou descrevem a gestão do conhecimento Essas estruturas identificam importantes atributos da gestão do conhecimento que influenciam o sucesso ou fracasso das iniciativas de gestão do conhecimento RUBENSTEIN MONTANO et al 2001 p7 Sobre essas estruturas observase que A maioria das estruturas apresentada na literatura até o momento são estruturas prescritivas Como tal as estruturas Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 103 tendem a ser orientadas para a tarefa Como esforços iniciais para a gestão do conhecimento foi uma direção natural para se caminhar pois os processos envolvidos na implementação da gestão do conhecimento são tarefas ou atividades de manipulação do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 7 No âmbito dos estudos sobre a gestão do conhecimento na leitura da complexidade que envolve o tema observase a defesa de se adotar um olhar mais abrangente que pode ser traduzido pelo pensamento sistêmico O pensamento sistêmico é uma estrutura conceitual que tem como premissa a afirmação de que propriedades intrínsecas ao sistema deixam de existir quando partes deste passam a ser tratadas isoladamente RUBENSTEINMONTANO et al 2001 Sob esse ponto de vista que defende uma totalidade sistêmica observase que o pensamento sistêmico auxilia de forma significativa a gestão do conhecimento pois permite a visualização e caracterização da complexidade que envolve o discurso Considerando essa estrutura conceitual tornase possível debater a gestão do conhecimento dentro de um quadro abrangente e unificado com base em seus processos dinâmicos metodologias teorias princípios ferramentas e técnicas como também em fatores de condução do processo traduzidos pelas pessoas e cultura RUBENSTEINMONTANO et al 2001 essência da subjetividade pertinente à gestão do conhecimento Sob esse olhar é imprescindível que se entenda como acontece a geração do conhecimento e impreterivelmente os atributos que compõe a informação uma vez que esta é a essência do conhecimento 3 Inovação conhecimento e informação para as organizações A inovação o conhecimento e a informação formam sem exclusão o tripé fundamental para a competitividade de qualquer organização Para toda e qualquer organização nos diversos setores de atividade econômica a inovação é reconhecidamente um fator determinante para a competitividade De acordo com o Manual de Oslo a inovação deve ser compreendida como a implementação de um produto bem ou serviço novo ou significativamente melhorado ou um processo ou um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócios na organização do local de trabalho ou nas relações externas ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO OECD 2005 p 55 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 104 Na busca por contemplar diferentes maneiras de inovar a literatura sobre o tema apresenta classificações variadas para o termo tais como por exemplo inovação incremental inovação semirradical e a radical DAVILA EPSTEIN SHELTON 2007 A primeira denominada incremental se caracteriza pela variação de um produto eou serviço já existente no qual novos atributos são adicionados a este A segunda designada como inovação semirradical se caracteriza pela modificação nos produtos eou serviços porém mantendo a continuidade dos padrões já existentes Por fim a inovação radical que se distingue das demais pela proposição de produtos eou serviços totalmente novos incidindo na construção de uma nova infraestrutura Toda inovação independente da classificação traz em sua essência a geração uso e assimilação de conhecimentos e consequentemente também de informações Apesar dessa constatação essa não é uma realidade para muitos resultados de inovação que se apresentam aquém do esperado pelas empresas Isso acontece porque em muitas situações a empresa procura investir e fazer acontecer a inovação para novos produtos eou serviços porém sem dominar os conceitos necessários para o desenvolvimento do processo HANSEN BIRKINSHAW 2007 Em síntese com outras palavras falta conhecimento Mas o que significa conhecimento para uma organização O conhecimento é um recurso econômico que aplicado à empresa possibilita a criação de novas estratégias competitivas inovação de produtos e serviços bem como melhorias na solução de problemas etc PROBST RAUB ROMHARDT 2002 O esforço das empresas para tratar o conhecimento como um recurso gerenciável dáse principalmente pelo fato dos Recursos Humanos entendidos como Capital Intelectual deterem parte significativa do conhecimento que diz respeito à organização e que por meio do compartilhamento do conhecimento podem contribuir para a produtividade e desempenho da organização PROBST RAUB ROMHARDT 2002 ANGELONI 2008 Para que se entenda o conhecimento em uma organização tornase relevante compreender o processo de construção do conhecimento como algo inerente ao ser humano Mais ainda para falar de conhecimento devese ter claro que a informação necessariamente precisa fazer parte dessa discussão Ela se constitui como parte indissociável do conhecimento já que ela é a responsável pela geração do mesmo Em síntese podese afirmar que a informação é um fluxo de mensagens enquanto o conhecimento é criado por esse próprio fluxo de informação ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor NONAKA TAKEUCHI 1997 p 64 A construção do conhecimento acontece dentro de uma comunicação cujo fluxo se caracteriza pela troca de informação ou seja pela troca de conteúdos significativos entre um emissor e um receptor No intercâmbio de informações esse entendimento evidencia um caráter extremamente subjetivo relacionado com os processos cognitivos do emissor e do receptor da mensagem FERNÁNDEZMOLINA 1994 que Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 105 entre outras coisas corrobora para uma situação peculiar no processo de recepção da informação a liberdade do indivíduo selecionar a mensagem que considerar relevante McGARRY 1999 Tal fato ratifica o caráter subjetivo da informação A diversidade de atributos apresentados pela informação aliada ao fato de que o conceito desta está estreitamente relacionado ao contexto ou sistema em que ela está inserida contribui para os diferentes significados atribuídos ao termo Conceitos aplicados à informação podem ser mais claramente visualizados no quadro 01 que relaciona o termo com diferentes significados informação como processo como coisa e como conhecimento Quadro 1 Significados da Informação Significado Definição COMO PROCESSO Quando acontece o ato de informar ou seja é essencialmente o processo de troca de informação em uma comunicação entre um emissor e um receptor COMO CONHECIMENTO Quando a informação se caracteriza como o conteúdo de uma mensagem fato acontecimento etc que é veiculada na comunicação IN F O R M A Ç Ã O COMO COISA Quando a informação é aquela em que se atribui o seu papel informativo a documentos registro de dados filme etc É a representação tangível da informação Fonte Elaborado a partir de BUCKLAND 1991 Ao se observar detalhadamente os significados da informação e pensálos no contexto de uma comunicação é possível afirmar que todos esses significados acontecem na maioria das vezes concomitantemente Essa justaposição dos significados da informação incide pela essência de seus próprios atributos código representação sentido significado e ordem organização quando se considera que para o indivíduo a informação se apresenta como instrumento de comunicação cujo conteúdo carrega noções abstratas provenientes das experiências vivenciadas por ele ou seja a informação possui um código e um conteúdo embutido de significado sentido proveniente do conhecimento adquirido pelo indivíduo ao longo da vida GRANGER 1974 A informação é algo difícil de ser transferido com absoluta fidelidade pois o conhecimento inerente a cada indivíduo determina a interpretação que é dada pelo receptor McGARRY 1999 Mas além disso para que se realize de forma mais efetiva o intercâmbio de informação é imprescindível que se estabeleça um ambiente propício para este fim que favoreça o interesse de receber a informação Esse ambiente se delineia como um elo imaginário entre seus participantes entendido como um campo de tensão formado a partir de sentimentos adversos tais como incerteza curiosidade rivalidade simpatia amor ódio etc Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 106 BAITELLO 1994 Desse modo podese afirmar que o intercâmbio de informações é dotado de valores que põem em jogo as preferências as opções os desejos os amores e os ódios os projetos as estratégias dos intervenientes na intercompreensão e na interação RODRIGUES 1999 p 22 tradução nossa Além do campo de tensão para que se alcance a intercompreensão e a interação em uma comunicação é necessário que se considere outro fator não menos importante a representação da informação A fim de estabelecer um intercâmbio entre seus participantes a informação deve ser comportada por alguma forma de veículo Este veículo deve possuir um atributo essencial para que possa ser compreendido pelo receptor Deve ser discriminável Em palavras mais simples é preciso que o receptor possa distinguilo dos fenômenos que o cercam McGARRY 1999 p 12 O atributo de ser discriminável está diretamente relacionado aos elementos que irão constituirse como veículo da informação e que definirão a forma como esta será representada Desse modo para a representação da informação devese considerar o código sinais símbolos e signos usado para verbalizar ou registrar a informação o formato que se dará à informação dimensões estrutura a ordenação ou seja a organização que se dá ao conjunto McGARRY 1999 JANNUZZI TÁLAMO 2004 A definição desses elementos na representação da informação deve ter como princípio a intencionalidade para quem o quê como a fim de atender o provável conhecimento de quem irá receber a informação Esse entendimento pode ser fundamentado pela afirmativa de que uma mensagem de informação deve ser intencional arbitrária e contingente ao atingir o seu destino criar conhecimento no indivíduo e em sua realidade BARRETO 1998 p 122 Diante desse contexto podese deduzir que os atributos e requisitos da informação são interdependentes na elaboração das estratégias que favorecem a intercompreensão e a interação Em síntese os elementos construtivos da informação para uma comunicação e seus diferentes significados podem ser assim representados vide Figura 1 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 107 Figura 1 Elementos construtivos da informação Fonte Autores do trabalho Para que se tenha sucesso no intercâmbio de informações entre um destinador e um ou mais destinatários tornase relevante que todas as facetas da construção da informação tenham como base os receptores pois são eles que efetivamente tornam a informação uma realidade Em outras palavras e de forma ainda mais incisiva devese ter claro que em uma comunicação a informação não deve ser vista como um objeto a ser transmitido mas sim como uma construção criada pelo receptor KAYE 1995 p 45 Sendo discriminável informação como coisa e fazendo sentido informação como conhecimento a informação pode ser percebida e assimilada pelo receptor cuja interpretação construção do entendimento terá como base o seu conhecimento prévio crenças experiências etc para a criação de novos conhecimentos processos cognitivos De forma mais sistêmica podese considerar que a construção da informação acontece em ambas extremidades da comunicação seja na origem quando está sendo formulada para ser transmitida seja na recepção quando está sendo interpretada Entretanto a construção do conhecimento acontece no receptor da informação Nessa construção a informação tem o poder de alterar o estoque mental do indivíduo produzindo novos conhecimentos Dentro do universo da comunicação estreitamente relacionado aos processos cognitivos dos indivíduos assinalados como emissor e receptor é que se evidenciam os dois tipos de conhecimento comumente citados na literatura o conhecimento tácito e o explícito O conhecimento explícito ou codificado referese ao conhecimento que é transmissível em linguagem formal sistemática enquanto o conhecimento tácito possui uma Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 108 qualidade pessoal o que o faz mais difícil de formalizar e comunicar OLIVEIRA Jr 2001 p 133 No fluxo do processo é possível observar que a informação assume diferentes condições variando de uma condição particular para uma condição pública BARRETO 2002 conforme pode ser observado na Figura 2 Figura 2 Condição da Informação na Representação do Conhecimento Fonte Autores do trabalho A condição particular da informação ocorre nos extremos do fluxo no momento de criação da informação pelo emissor e de sua assimilação pelo receptor relacionada aos processos cognitivos dos envolvidos Pode se afirmar que essa condição é a base para a expressão do conhecimento tácito do indivíduo A condição pública da informação por sua vez ocorre primeiramente no fluxo da comunicação entre esses extremos ou seja na sua transferência entre o emissor e o receptor caracterizando a informação como processo vide Figura 2 Mas a condição pública da informação também deve ser reconhecida nos diferentes suportes disponíveis para sua divulgação caracterizando a informação também como coisa Sob qualquer uma das situações podese afirmar que a condição pública da informação se traduz como a base para se reconhecer o conhecimento explícito No contexto das empresas a preocupação de se distinguir o conhecimento em tácito não sistematizado cuja condição da informação é particular e conhecimento explícito já sistematizado cuja condição da informação tornase pública dáse pela crença de que apesar de individual o conhecimento tácito é passível de ser codificado sistematizado e com essa distinção tornase possível determinar o conhecimento que já se encontra sob seu domínio e aquele que ainda se encontra no domínio dos indivíduos e que deve ser explorado compartilhado a fim de subsidiar e incrementar as atividades da empresa Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 109 contribuindo para a obtenção de vantagem competitiva traduzida pela inovação e posicionamento no mercado 4 Análise dos modelos e sua relação com a informação Diferentes abordagens sobre a gestão do conhecimento têm sido apresentadas às organizações no entanto em grande parte elas não são atendidas naquilo que realmente necessitam Muitas organizações implementam tecnologias de informação com o intuito de facilitar o compartilhamento e a integração da informação mas sem grande sucesso pois a gestão do conhecimento vai além disso efetivamente as pessoas e a cultura do local de trabalho são os fatores de condução que em última análise determinam o sucesso ou o fracasso das iniciativas de gestão do conhecimento RUBENSTEINMONTANO et al 2001 p 5 tradução dos autores Essa situação decorre das restrições existentes sobre os tipos de conhecimento explícito e tácito Enquanto o primeiro é de fácil codificação portanto passível de ser capturado e distribuído por meio de sistemas NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 É o que ocorre nos sistemas de conhecimento integrado e desenho de processos O segundo o conhecimento tácito é de difícil captura pois seu conteúdo advém das experiências e modelo mental dos indivíduos Por vezes a distinção entre esses dois tipos de conhecimento se dá pela forma como o conhecimento é representado No entanto não há como trabalhar em separado pois de alguma maneira o conhecimento explícito sempre vem acompanhado do conhecimento tácito NISSEN KAMEL SENGUPTA 2000 Conhecimento explícito ou tácito qualquer que seja tem em elemento fundamental a informação Assim é nesse contexto que se torna relevante estudar modelos de gestão do conhecimento a partir das características da informação a fim de compreender as questões objetivas e principalmente subjetivas que envolvem o processo A informação é o recurso necessário para a geração do conhecimento logo não há conhecimento sem informação Portanto entendese que todo e qualquer estudo sobre a gestão do conhecimento e suas teorias deve ter como base o estudo sobre a informação Mais do que isso deve ter como base a construção da informação e do conhecimento Esse entendimento sobre a gestão do conhecimento nas organizações ganha reforço com a constatação de ser a sociedade formada por organizações de ser as organizações formadas por pessoas de ser as pessoas as responsáveis pela geração de novos conhecimentos e essa construção depende da informação cuja existência depende de seus elementos construtivos intencionalidade formato informação como coisa conteúdo informação como conhecimento emissor e receptor unidos pelo campo de tensão informação como processo Assim a partir das descrições de modelos e proposições extraídos da literatura sobre a gestão do conhecimento fazse uma análise das descrições desses modelos buscando identificar os atributos da informação Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 110 e do conhecimento em suas proposições Essa análise visa caracterizar ainda que de forma básica a potencialidade desses modelos para realizar efetivamente a gestão do conhecimento nas organizações Para facilitar a visualização dos dados da análise optase em organizar os modelos coletados em três grupos cujo critério de formação é orientado pela semelhança das características de sua estrutura em relação aos atributos vide Quadro 2 3 e 4 Quadro 2 ModelosProposições para a gestão do conhecimento Grupo 1 AutorPropositor Descrição American Management Systems 1 Encontrar criar centro de conhecimento 2 Organizar identificar e motivar as pessoas e 3 Compartilhar Arthur Andersen Consulting 1 Avaliar 2 Definir as regras do conhecimento 3 Criar uma estratégia de conhecimento associada aos objetivos de negócios 4 Identificar processos cultura e tecnologias requeridas para implementação da estratégia de conhecimento e 5 Implementar mecanismos de feedback Andersen Consulting 1 Adquirir 2 Criar 3 Sintetizar 4 Compartilhar 5 uso aplicado Dataware Technologies 1 Identificar os problemas de negócio 2 Preparar para mudanças 3 Criar o time de GC 4 Preparar a auditoria e análise do conhecimento 5 Definir os principais recursos para a solução 6 Implementar os tijolos da construção da GC e 7 Ligar o conhecimento às pessoas Hedlund G 1 Aquisição 2 Armazenamento 3 Transferência 4 Aplicação e proteção do conhecimento Holsapple and Joshi Kentucky Initiative for Knowledge Management 1 Aquisição do conhecimento incluindo a extração interpretação e transferência 2 Seleção do conhecimento inclui a localização recuperação e transferência 3 Internalização do conhecimento inclui o acesso segmentação e armazenamento 4 Uso do conhecimento 5 Geração do conhecimento inclui o monitoramento avaliação produção e transferência e 6 Externalização do conhecimento inclui a segmentação produção e transferência Knowledge Associates 1 Aquisição 2 Desenvolvimento 3 Retenção e 4 Compartilhamento Lettieri E Borga F Savoldelli A Ciclo GC em organização sem fins lucrativos aquisição codificação armazenamento recuperação difusão e apresentação aplicação e criação de conhecimento Liebowitz 1 Transformação da informação em conhecimento 2 Identificar e verificar o conhecimento 3 capturar e assegurar o conhecimento 4 Organizar o conhecimento 5 Recuperar e aplicar o conhecimento 6 Combinar o conhecimento 7 Aprender o conhecimento 8 Criar o conhecimento voltar para o passo 3 e 9 Distribuirvender o conhecimento Marquardt 1 Aquisição 2 Criação 3 Transferência e Utilização e 4 Armazenamento The Mutual Group Estrutura Capital 1 Reunir informações construir uma infraestrutura de conhecimento explícito 2 Aprender desenvolvimento do conhecimento tácito 3 Transferir e Agir desenvolvimento da capacidade através da implantação de valores Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 111 ODell 1 Identificar 2 Coletar 3 Adaptar 4 Organizar 5 Aplicar 6 Compartilhar e 7 Criar Quality Center Pricewaterhouse Coopers 1 Encontrar 2 Filtrar por relevância 3 Formatar para o problema 4 Encaminhar para as pessoas certas e 5 Feedback dos usuários Van der Spek and de Hoog 1 Conceituar inclui a realização de um inventário do conhecimento existente e análise dos pontos fortes e fracos 2 Refletir inclui decidir sobre melhorias necessárias e fazer planos para melhorar o processo 3 Agir inclui proteger o conhecimento combinar o conhecimento distribuir o conhecimento e desenvolver conhecimentos e 4 Revisar inclui comparar a situação antiga e nova e avaliar os resultados obtidos Van Zolingen SJ Streumer JN Stooker M Aquisição institucionalização disseminação desenvolvimento e aplicação do conhecimento Wielinga et al University of Amsterdam Aplica a metodologia CommonKADS à gestão do conhecimento 1 Conceituação identificarinventariar representar classificar 2 Refletir modelos de criação e desenvolvimento do conhecimento modelos para a identificação de recursos de conhecimento e resultados e 3 Agir combinar e consolidar o conhecimento integrar conhecimentos desenvolver e distribuir conhecimento Fonte Adaptado de RUBENSTEINMONTANO et al 2001 MISHRA BHASKAR 2011 tradução dos autores Na leitura dos modelos e proposições apresentadas no quadro 02 formalizado como Grupo 1 é possível observar que o desenvolvimento de etapas estruturadas onde a condição pública da informação se faz presente na busca de conhecimento explícito dentro ou fora da organização Essa afirmação pode ser exemplificada por ações como Aquisição Identificar e coletar Encontrar Adquirir Reunir informações Transformar informação em conhecimento etc que são iniciadas a partir de algo já existente portanto em relação à gestão um conhecimento já explicitado A leitura das descrições permite identificar que a informação como coisa e como conhecimento se faz presente nas descrições No entanto em uma avaliação mais incisiva verificase que a informação como processo é negligenciada em seus atributos pois há onde se pode verificar a pouca ou nenhuma importância na formação do campo de tensão entre o emissor e o receptor ou mesmo de seus atores pessoas Podese afirmar que as propostas não se caracterizam como uma abordagem abrangente e sistêmica para a gestão do conhecimento como ditada pelo pensamento sistêmico Desse modo podese concluir que os modelosproposições do Grupo 1 não apoiam a realização da gestão do conhecimento de forma efetiva Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 112 Quadro 3 ModelosProposições para a gestão do conhecimento Grupo 2 AutorPropositor Descrição The Delphi Group Detalhes sobre a metodologia não foram liberados mas os seguintes passos são abordados 1 Principais conceitos e estruturas para a gestão do conhecimento 2 Como usar a gestão do conhecimento como uma ferramenta competitiva 3 Aspectos culturais e organizacionais da gestão do conhecimento 4 Melhores práticas em gestão do conhecimento 5 A tecnologia de gestão do conhecimento 6 Análise de mercado 7 Justificativa para a gestão do conhecimento e 8 Implementação da gestão do conhecimento Demarest M Construção disseminação assimilação e uso do conhecimento Ernst Young 1 Geração do conhecimento 2 Representação do conhecimento 3 Codificação do conhecimento e 4 Aplicação do conhecimento Fong PSW Choi S KY Seis processos de GC aquisição criação armazenamento distribuição utilização e manutenção Holsapple and Joshi 1 Influências administrativas inclui a liderança coordenação controle e medição 2 Influência dos recursos inclui o humano conhecimento finanças e material 3 Influência do ambiente inclui costumes mercados concorrentes tecnologia tempo clima 4 Atividades inclui aquisição seleção internalização uso 5 Aprendizagem e projeção de resultados The Knowledge Research Institute 1 Influência do conhecimento existente 2 Criação de novos conhecimentos 3 Captação e armazenagem do conhecimento 4 Organização e transformação do conhecimento e 5 Implantação do conhecimento Liebowitz and Beckman 1 Identificar determinar competências essenciais recursos estratégicos e domínios do conhecimento 2 Capturar formalizar o conhecimento existente 3 Selecionar Avaliar relevância valor e precisão do conhecimento e resolver conhecimentos conflitantes 4 Armazenar representa a memória corporativa em estoque de conhecimento 5 Compartilhar distribuir automaticamente o conhecimento para os usuários com base no interesse no trabalho e na colaboração em trabalhos de conhecimento através de times virtuais 6 Aplicar recuperar e usar o conhecimento na tomada de decisões na resolução de problemas em trabalho de automatização ou de apoio trabalhos auxiliares e treinamento 7 Criar descobrir novos conhecimentos através de pesquisa experimentação e pensamento criativo e 8 Vender desenvolvimento e comercialização de novos produtos e serviços baseados em conhecimentos Monsanto Company Não faz uso formal de metodologia de gestão do conhecimento utiliza mapas de aprendizagem mapas de valor mapas de informação mapas de conhecimento medições e mapas de tecnologias de informações Quintas P Lefrere P Jones G Processo ou prática de criação aquisição captura compartilhamento e uso do conhecimento Ruggles 1 Produção inclui a criação aquisição sínteses fusão adaptação 2 Codificação inclui a captura e representação e 3 Transferência Skandia Ênfase em Networking Universal do Capital Intelectual 1 Networking e partilha de conhecimento 2 Navegação do Conhecimento por equipes de projeto 3 Caixa de ferramentas de desenvolvimento de capital intelectual Van der Spek and Spijkervet 1 Desenvolvimento de novos conhecimentos 2 Proteção dos novos conhecimentos e dos já existentes 3 Distribuição de Conhecimento e 4 Combinação do conhecimento disponível Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 113 Van Heijst et al CIBIT Netherlands 1 Desenvolvimento criação de novas ideias analisando falhas e examinando experiências atuais 2 Consolidação armazenamento de conhecimento individual avaliação e indexação 3 Distribuição informação aos usuários e 4 Combinação combinação de informações díspares e aumento do acesso para a distribuição dos dados Wiig 1 Criação e Alimentação 2 Compilação e Transformação 3 Disseminação Aplicação e 4 Realização de Valor Fonte Adaptado de RUBENSTEINMONTANO et al 2001 MISHRA BHASKAR 2011 tradução dos autores Na leitura dos modelos e proposições apresentadas no quadro 03 denominados como Grupo 2 destacase a descrição de etapas que em um primeiro momento são percebidas como estruturadas mas cuja prática necessitaria de um maior detalhamento para sua realização Até mesmo na análise ora proposta encontrase dificuldade de compreender a condição da informação em sua estrutura pois ações como Criação Aquisição como passo inicial de um mesmo modelo favorece um entendimento dúbio pouco consistente sobre sua realização Da mesma forma como acontece no Grupo 1 a leitura dos modelosproposições corrobora para que se identifique a informação como coisa e como conhecimento em suas descrições No entanto da mesma forma que a análise anterior observase que a informação como processo é negligenciada em seus atributos pois também se constata a pouca ou nenhuma importância na formação do campo de tensão entre o emissor e o receptor Verificase que a preocupação está voltada principalmente para a entrega e implantação do conhecimento como uma nova regra a ser seguida por quem a recebe A partir dessas argumentações podese afirmar que as propostas do Grupo também não se caracterizam como uma abordagem abrangente e sistêmica para a gestão do conhecimento como ditada pelo pensamento sistêmico Assim podese concluir que os modelosproposições do Grupo 2 não corroboram para a realização da gestão do conhecimento de forma efetiva Quadro 4 ModelosProposições para a gestão do conhecimento Grupo 3 AutorPropositor Descrição Buckley and Carter Centre for International Business University of Leeds Abordagem de processo de negócio para a gestão do conhecimento sem metodologia formal mas os principais processos de conhecimento são identificados 1 Características do conhecimento 2 Valor agregado na combinação do conhecimento 3 Participantes 4 Métodos de transferência do conhecimento 5 Governança e 6 Desempenho De Jarnett L Construção assimilação disseminação uso retenção e refinamento do conhecimento The National Technical University of Athens Greece 1 Contexto geração de conhecimento 2 Objetivos da Gestão do Conhecimento Organização do conhecimento 3 Estratégia desenvolvimento e distribuição de conhecimento e 4 Cultura Fonte Adaptado de RUBENSTEINMONTANO et al 2001 MISHRA BHASKAR 2011 tradução dos autores Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 114 Os modelos e proposições descritos no quadro 04 constituído pelo Grupo 3 indicam ações mais flexíveis em sua aplicação que permite considerar aspectos de caráter sistêmico contribuindo para a condição pública mas também privada da informação Essa afirmação pode ser exemplificada por ações como Construção e Assimilação e por considerar elementos como Participantes e Cultura que contribui para uma visão sistêmica da organização favorecendo a criação do conhecimento com a inclusão do conhecimento tácito A leitura das propostas permite identificar que a informação como coisa e como conhecimento se faz presente nas descrições mas também permite inferir sobre a possibilidade de se trabalhar a informação como processo A análise das descrições permite afirmar que as propostas do Grupo 3 ainda que mais abertas para um comportamento abrangente e sistêmico para a gestão do conhecimento elas não deixam claro sua real adesão às características de um pensamento sistêmico Desse modo podese concluir que os modelosproposições do Grupo 3 podem ser o início de uma conversa para a elaboração de um modelo eficiente de gestão do conhecimento que favoreça a inovação e consequentemente a vantagem competitiva da organização 5 Considerações finais Qualquer que seja a discussão sobre o modelo de gestão do conhecimento é possível observar que na literatura há um consenso em se estabelecer uma relação muito próxima entre a gestão do conhecimento e a inovação Como um processo essencial para a inovação o modelo de gestão do conhecimento a ser adotado pelas organizações deve responder aos objetivos de inovação aos quais elas almejam realizar incremental semirradical ou radical Observase que para uma organização que busca a inovação incremental os modelos de gestão do conhecimento propostos no Grupo 01 apresentamse adequados aos seus propósitos pois um monitoramento estruturado em bases formais e sistematizada do ambiente de conhecimento da empresa responde satisfatoriamente na busca de conhecimentos que atendam ao objetivo de adicionar novos atributos a um produto eou serviço já existente Não há criação de novos conhecimentos absolutos apenas assimilação e adaptação daquilo que já existe O desenvolvimento deste tipo de inovação é orientado por critérios bem direcionados e objetivos nas atribuições em relação ao produto eou serviço que a organização almeja inovar o que pode ser plenamente atendido por uma estrutura de gestão do conhecimento conforme indicada nos modelos do Grupo 1 Desse modo sob o prisma da inovação incremental podese deduzir que até mesmo os novos atributos do produto eou serviço são selecionados a partir de conhecimento já explicitado e registrado em algum suporte Essa afirmação baseiase no seguinte entendimento se os novos atributos dos produtos eou serviços fossem oriundos de Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 115 conhecimentos gerados na própria organização eles atributos já se caracterizariam como absolutamente novos trazendo modificações ao produto eou serviço Assim a inovação se caracterizaria como semirradical na qual os produtos eou serviços sofrem modificações mas mantêm seu padrão inicial As modificações observadas em uma inovação semirradical embora possam resultar da obtenção de conhecimento explícito por parte da organização elas trazem o conhecimento tácito como sua principal fonte de sustentação Em outras palavras o fato de se buscar a continuidade dos padrões já existentes para os produtos eou serviços da organização pode imprimir a noção de que o conhecimento explícito é o parâmetro que orienta o conceito do produto eou serviço já existente Entretanto a busca de novos conceitos ou de conceitos já existentes para serem aplicados de forma diferenciada nesses produtos eou serviços tem por finalidade fomentar o conhecimento tácito dos indivíduos envolvidos no processo de geração de novos conhecimentos para serem aplicados nos produtos eou serviços da organização Esse objetivo da organização pode ser auxiliada por uma estrutura de gestão do conhecimento semelhantes àquelas propostas no Grupo 2 uma vez que ações como criação e aquisição podem caminhar juntas sem conflitos Por fim a inovação radical que se traduz pela proposição de produtos eou serviços totalmente novos traz em sua essência a proposição de algo inédito Nesse contexto ações mais flexíveis na realização do processo de criação do conhecimento como o envolvimento das pessoas na condição privada da informação que leva a uma nova abordagem de processo de negócio e mais do que gerenciar tarefas a ênfase na gestão que suscita valor agregado na combinação do conhecimento podem ser características importantes para a promoção de uma inovação radical e que são indicadas nos modelosproposições do Grupo 3 A importância dos modelos de gestão do conhecimento para as empresas se dá pela consideração de que o conhecimento é um recurso estratégico para a sua competitividade É nesse que a inovação ganha seu papel de destaque nas empresas pois se apresenta como uma estratégia competitiva deveras importante para a sua permanência no mercado Portanto são dois conceitos que andam juntos ou seja o conhecimento se apresenta como um recurso estratégico determinante para que a inovação aconteça nas organizações Neste estudo a leitura e análise dos modelos de gestão do conhecimento revelam características diferenciadas em sua elaboração o que pode determinar usos diferenciados segundo o tipo de inovação almejado pela organização incremental semirradical ou radical Todavia devese ter claro que a escolha do modelo depende dos resultados que se deseja obter e dos investimentos que se deseja fazer relacionado ao tempo às questões financeiras e principalmente relacionado aos recursos humanos da organização mas vale ressaltar que a definição Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 116 desses objetivos e de seus critérios também dependerá do conhecimento de quem os conduz Qualquer que seja o modelo de gestão do conhecimento ou o tipo de inovação devese ter claro que o modelo mental do indivíduo que conduz o processo bem como daqueles que participam do mesmo é o fator determinante na ação em que o conhecimento gera novos conhecimentos a partir dos elementos construtivos da informação Referências ANGELONI MT Organizações do conhecimento infraestrutura pessoas e tecnologias São Paulo Saraiva 2008 BAITELLO Jr N A sociedade da informação São Paulo em Perspectiva v 8 n 4 p 1921 outdez 1994 BARRETO A de A Mudança estrutural no fluxo do conhecimento a comunicação eletrônica Ciência da Informação Brasília v 27 n 2 p 122127 maioago 1998 BARRETO A de A A condição da informação São Paulo em Perspectiva v 16 n 3 p 6774 julset 2002 BOISOT M The creation and sharing of knowledge In CHOO C W BONTIS N The strategic management of intellectual capital and organizational knowledge New York Oxford 2002 cap 4 p 6577 BUCKLAND M K Information as thing Journal of the American Society for Information Science v 42 n 5 p 351360 1991 CASTELLS M Sociedade em rede São Paulo Paz e Terra 1999 DALKIR K Knowledge management in theory and practice Epub Routledge 2013 Disponível em wwwroutledgecom Acesso em 27 jan 2015 DAVILA T EPSTEIN M J SHELTON R As regras da inovação como gerenciar como medir e como lucrar Porto Alegre Bookman 2007 FERNÁNDEZMOLINA J C Enfoques objetivo y subjetivo del concepto de información Revista Española de Documentación Científica v 17 n 3 p 320330 1994 GRANGER G G O problema das significações In GRANGER G G Filosofia do estilo São Paulo Perspectiva EDUSP 1974 cap 5 p 132 168 HANSEN MT BIRKINSHAW J The innovation value Harvard Business Review v 85 n 6 p 121130 jun 2007 JANNUZZI C A S C TÁLAMO M F G M A empresa e os sistemas humanos de informação uma abordagem conceitual para a gestão da informação Transinformação Campinas v 16 n 2 p 1323 2004 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 117 KAYE D The nature of information Library Review West Yorkshire UK v 44 n 8 p 3748 1995 LEITE F C L Gestão do conhecimento científico no contexto acadêmico proposta de um modelo conceitual 2006 240f Dissertação Mestrado em Ciência da Informação PósGraduação em Ciência da InformaçãoDepartamento de Ciência da Informação Universidade de Brasília 2006 McGARRY K O conceito dinâmico da informação uma análise introdutória Brasilia Briquet de LemosLivros 1999 p 111142 MISHRA B BHASKAR AU Knowledge management process in two learning organisations Journal of Knowledge Management Kempston v 15 n 2 p344359 2011 NISSEN M KAMEL M SENGUPTA K Integrated analysis and design of knowledge systems and processes Information Resources Management JournalHershey v 13 n 1 p 2443 JanMar 2000 NONAKA I TAKEUCHI H Criação de conhecimento na empresa como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação 20 ed Rio de Janeiro ElsevierCampus 1997 OBRIEN J A MARAKAS G M Administração de Sistemas de Informação 15 ed Porto Alegre AMGHMcGrawHillBookman 2013 OECD Manual de Oslo diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação Rio de Janeiro FINEP 2005 OLIVEIRA Jr M de M Competências essenciais e conhecimento na empresa In FLEURY MTL OLIVEIRA Jr M de M Orgs Gestão estratégica do conhecimento integrando aprendizagem conhecimento e competência São Paulo Atlas 2001 p 121156 PROBST G RAUB S ROMHARDT K Gestão do conhecimento os elementos construtivos do sucesso Trad Maria Adelaide Carpigiani Porto Alegre Bookman 2002 ROBREDO J Da ciência da informação revisitada aos sistemas humanos de informação Brasília Thesaurus SSRR Informações 2003 RODRIGUES A D Comunicação e cultura A experiência cultural na era da informação 2 ed Lisboa Editorial Presença 1999 RUBENSTEINMONTANO B et al A systems thinking framework for knowledge management Decisions Support Systems Journal v 31 n 1 p 516 2001 WILSON T D A problemática da gestão do conhecimento In TARAPANOFF K Inteligência informação e conhecimento em corporações Brasília IBICT UNESCO 2006 p 3755 Gestão do conhecimento um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações Celeste Sirotheau Corrêa Jannuzzi Orandi Mina Falsarella Cibele Roberta Sugahara Perspectivas em Ciência da Informação v21 n1 p97118 janmar 2016 118 WOOD JR T P CALDAS M Empresas brasileiras e o desafio da competitividade Revista Administração de Empresas São Paulo v 47n 3p 113Sept 2007 Disponível em httpwwwscielobrscielophpscriptsciarttextpidS0034 75902007000300006lngennrmiso Acesso 10 Jan 2016