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Contabilidade Geral

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1 ANEXO I DO CAPÍTULO 3 1 LOGÍSTICA INTERNACIONAL Nesta unidade estudaremos os diferentes tipos de modais isoladamente suas aplica ções vantagens e desvantagens em relação aos outros modais bem como os conhecimen tos que devem ser utilizados pelo profissional de logística para desempenhar sua função Assim o profissional proporcionará à empresa uma atuação segura e eficiente que resulte em agilidade aliada às questões de preço e prazo de entrega já discutidas anteriormente Cada modal tem um papel fundamental em nossa cadeia atual de transportes e tor nase necessário o conhecimento profundo de cada um deles para que as operações sejam conduzidas de acordo com as expectativas do cliente final e propiciem valor agregado ao produto transportado O transporte das mercadorias exportadas e importadas pode ser efetuado por via ma rítima rodoviária ferroviária e aérea Vamos analisar cada um deles a seguir 11 Transporte marítimo A empresa exportadora pode contratar o transporte marítimo com serviços regulares de linha ou com serviços fretados Relacionamse a seguir as vantagens e as desvantagens do modal marítimo As vantagens são a Capacidade os navios possuem maior capacidade de carga do que qualquer outro meio de transporte b Competitividade as tarifas de frete são mais competitivas c Flexibilidade de carga praticamente qualquer tipo de carga pode ser transpor tado d Continuidade das operações é menos suscetível às más condições de tempo As desvantagens são a Acessibilidade a maioria dos portos marítimos está longe dos locais de produ ção e de destino final das mercadorias o que exige quase sempre transbordo 2 mudar de veículo transportador Isso implica outros manuseios com os conse quentes riscos e danos e o tempo de trânsito é mais longo b Custo da embalagem a natureza das operações de manuseio nos portos marí timos exige embalagens adequadas para mercadorias c Velocidade é o meio de transporte mais lento A duração média de uma viagem é maior do que a de qualquer outro meio de transporte modal d Frequência dos serviços não oferece amplas possibilidades de escolha nos serviços regulares Por ser menos frequente influi no período de armazenagem de mercadorias e Congestionamento nos portos cada vez mais frequente o congestionamento compromete qualquer programa de tráfego e implica pagamentos de adicionais pela demora na atracação e na desatracação O custo da embalagem é maior Na figura a seguir podemos observar a infraestrutura portuária do Brasil de acordo com o ministério de Infraestrutura do governo federal Figura 11 Infraestrutura portuária do Brasil Fonte httpswwwgovbrinfraestruturaptbr 3 111 Alguns aspectos sobre os navios A construção naval vem evoluindo em ritmo acelerado para entregar as encomendas dos armadores e atualmente temos uma grande frota de navios espalhada pelo mundo in teiro transportando os mais variados tipos de carga Conforme Vieira 2002 p 33 embora a estrutura física dos navios mercantes tenha evoluído constante mente desde os primórdios até o século VII a especialização por tipos de carga a transportar foi bastante limitada coexistindo em uma mesma embarcação todo o ti po de carga e até mesmo passageiros Foi com o tráfico de escravos da África e com as migrações da Europa para a América que o transporte de cargas passou a di ferenciarse do transporte de passageiros Basicamente navios são veículos apropriados para navegação em mares rios canais lagos ou qualquer via hidroviária que possa comportar este tipo de veículo Atualmente os navios evoluíram principalmente no quesito capacidade de carga tecnologia e equipamentos utilizados para a movimentação dos produtos Para proporcionar mais economia e velocidade nas operações as embarcações aumentaram significativamente em tamanho e largura para comportar um volume maior de contêineres em uma única viagem desta forma tornando os custos mais baratos e que são rateados entre as cargas embarcadas e desembarcadas Como a maioria das cargas na atualidade é transportada por navios denominados full containers os portos e locais de movimentação de carga também tiveram que se adequar a esta nova realidade para proporcionar a agilidade necessária para o carregamento e descar ga destas embarcações que em média transportam hoje em torno de seis mil unidades por viagem Os maiores chegam a transportar oito mil unidades e o maior navio da atualidade tem capacidade para transportar 12 mil contêineres de uma única vez Para suprir estas novas demandas os equipamentos de movimentação também evo luíram e hoje conseguem movimentar o dobro de carga se comparados aos antigos equipa mentos Como o navio é um veículo de grande capacidade de carga sua estrutura obedece às especificações necessárias à sua perfeita flutuabilidade navegabilidade e com a vantagem de ser utilizado por um longo período de tempo Como o objeto de nosso estudo gira em torno do transporte de mercadorias vamos dividilos inicialmente em dois tipos quanto à sua forma de construção 4 NAVIOS GEARLESS representam a atual tendência de construção naval pelos estaleiros e armadores Sua característica principal é a ausência de equipamentos para movimentação de carga como guindastes ou pontes rolantes desta forma o seu espaço útil para carga é maior e sua operação é bem mais rápida que os navi os convencionais Na figura 12 podemos observar um modelo de navio gearless A responsabilidade por disponibilizar os equipamentos de movimentação destas em barcações fica por conta dos portos onde atracam São Mobile Cranes Portainers ou Transtainers que efetuam toda sua carga e descarga com agilidade e seguran ça Com a crescente demanda internacional por produtos os navios e seus respec tivos equipamentos de carga foram aprimorados e atualmente são desenvolvidos para atender aos chamados navios de segunda geração ou post panamax que são aqueles navios que devido à sua largura não têm condições de transitar pelo Ca nal do Panamá Devido ao seu custo operacional estas embarcações são progra madas pelos armadores e portos para terem uma curta estadia nos portos ou seja devem carregar e descarregar rapidamente para cumprir determinada quantidade de carga planejada anteriormente Normalmente o prazo médio de operação de um navio com estas características é de aproximadamente 24 horas ou menos Dependendo da quantidade a ser movimentada este período pode ser reprogra mado para até 48 horas de operação Figura 12 Modelo de Navio Gearless Fonte httpswwwgooglecomimgresimgurl https3A2F2Fcdnomdncombr Figura 13 Modelo de Portainers em operação Fonte httpswwwgooglecomimgresimgurlhttps3A2F2Fuploadwik imediaorg2Fwikipedia2Fcommons2F92F932FPortainers 5 NAVIOS SELF LOADINGSELF SUSTAINING dotados de guindastes próprios podem carregar e descarregar as mercadorias sem auxílio dos equipamentos for necidos pelos portos Entretanto dado o grande volume de cargas e necessidade de agilidade nas operações normalmente os portos operam simultaneamente com os seus equipamentos combinados aos dos navios para reduzir o tempo de ope ração no porto Dependendo do tamanho e tipo de carga que a embarcação mo vimenta pode contar com vários guindastes próprios sempre com a intenção de operar com a maior brevidade possível Quando se trata de navios de carga geral como veremos a seguir o fator limitador são as condições climáticas que nem sempre permitem uma continuidade das operações em dias de chuva Os guindas tes de bordo servem também para movimentar os equipamentos utilizados na car ga e descarga dentro dos porões como empilhadeiras de pequeno porte por e xemplo ou pás carregadeiras utilizadas em navios graneleiros Na figura 14 po demos observar um modelo de navio self loadingself sustaining Figura 14 Modelo de Navio self loadingself sustaining Fonte httpswwwgooglecomimgresimgurlhttps3A2F2 Fscontentyyz11cdninstagramcom Atualmente a preferência dos armadores recai sobre os navios gearless para propor cionar o transporte de maiores quantidades de carga Desta forma os custos operacionais são reduzidos tornando os fretes mais acessíveis e competitivos para qualquer porto do mundo 6 Outra forma bastante adotada pelos armadores atualmente consiste na formação de parcerias ou joint services onde dois ou mais armadores dividem espaços nas mesmas em barcações proporcionando um maior volume de carga concentrada em uma única viagem A cada semana um armador diferente coloca uma embarcação a serviço de determinada linha ou região do mundo onde vai efetuar o transporte Desta forma cada armador tem uma quantidade determinada de contêineres naquele navio e se encarrega de efetuar as vendas no mercado para efetuar a ocupação destes espaços Esta prática reduz bastante os custos operacionais dos armadores pois tem a vanta gem de proporcionar uma ocupação maior nos navios enquanto que ao mesmo tempo libera as outras embarcações para atracar em outros portos Para o exportador a vantagem é ter a possibilidade de contar com escalas frequentes em determinados portos a maioria das vezes semanais e ainda poder negociar o valor do frete com diversos armadores e conseguir um valor diferenciado para o seu embarque Para controlar e monitorar a atividade da construção naval existem empresas deno minadas sociedades classificadoras que acompanham e atestam as condições de constru ção e navegabilidade dos navios emitindo laudos ou atestados que os habilitam para a na vegação comercial Temos como exemplo destas sociedades o Lloyds Register e a Bureau Veritas entre outras Podemos citar também o IMO International Maritime Organization que é um órgão mundial vinculado às Nações Unidas que cuida de vários aspectos relativos à navega ção segurança no mar poluição ocasionada pelos navios entre outros aspectos que envol vem a cooperação entre as nações sobre assuntos pertinentes à navegação comercial Após os trágicos acontecimentos do atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos o IMO elaborou uma lei mundial de segurança dos portos denominada de ISPS CODE In ternational Ship and Port Facility Security Code Esta lei visa dotar os navios e instalações portuárias de maior nível de segurança visto que estes locais são considerados estratégicos para as nações além de propiciar a ampla circulação de mercadorias e pessoas pelo mundo Esta lei abrange diversas normas como monitoramento 24 horas com câmeras de segurança identificação de entrada e saída de tripulantes funcionários e todos aqueles que transitam nos navios e nas instalações portuárias normas rígidas para cadastramento de 7 funcionários de empresas que prestam serviços dentro dos navios e instalações portuárias obrigatoriedade de utilização de equipamentos de segurança tais como capacete sapatos com proteção crachás de identificação identificação por biometria etc São enfim diversas normas e procedimentos adotados pelas instalações portuárias e navios visando à proteção marítima em todos os locais Para cobrir os custos diversos com as medidas de segurança são adotadas tarifas as quais são cobradas juntamente com o frete e demais despesas pelos armadores São valores relativamente baixos que não impactam decisivamente no valor do transporte e são cobra dos de todas as mercadorias importadas ou exportadas 112 Tipos de navios Devido ao acelerado ritmo de crescimento do comércio mundial nas últimas décadas foi ne cessário desenvolver embarcações modernas dotadas de condições para movimentar os mais diversos tipos de cargas desde os pequenos volumes até cargas como plataformas de petróleo guindastes de grande porte ou instalações industriais parcialmente desmontadas que podem ser transportadas de uma única vez por diversos tipos de navios Vamos descre vêlos a seguir na figura 15 Imagem ilustrativa Tipo Definição Navio de Carga Geral São os navios que transpor tam vários tipos de cargas geralmente em pequenos lotes sacarias caixas veículos encaixotados ou sobre rodas bobinas de papel de imprensa vergalhões barris barricas etc Tem aberturas retangulares no convés principal e cobertas de carga chamadas escotilhas de carga por onde a carga é embarcada para ser estivada nas cobertas e porões A carga é içada ou arriada do cais para bordo ou viceversa pelo equipamento do navio paus de carga e ou guindas tes ou pelo existente no porto 8 Navio Porta Contêineres São os navios semelhantes aos navios de carga geral mas normalmente não possu em além de um ou dois mastros simples sem paus de carga As escotilhas de carga abrangem praticamente toda a área do convés e são provi das de guias para encaixar os contêineres nos porões Alguns desses navios apre sentam guindastes especiais Navio Tanque São os navios para transporte de petróleo bruto e produtos refinados álcool gasolina diesel querosene etc Se caracterizam por sua superes trutura a ré e longo convés principal quase sempre tendo à meia nau uma ponte que vai desde a superestrutura até a proa Essa ponte é uma precaução para a segurança do pessoal pois os navios tanques carregados passam a ter uma pequena borda livre fazendo com que no mar seu convés seja lavado com frequência pelas ondas Navio gaseiro São os navios destinados ao transporte de gases liquefei tos Se caracterizam por apresentarem acima do convés principal tanques típicos de formato arredon dado Navios de Operação por Rolamento Ro Ro Rollon Rolloff São os navios em que a carga entra e sai dos porões e cobertas na horizontal ou quase horizontal geralmente sobre rodas automóveis ônibus caminhões ou sobre veículos geralmente carretas trailers estrados volantes etc Existem vários tipos de RoRos como os porta car ros porta carretas multipro pósitos etc todos se carac terizando pela grande altura do costado e pela rampa na parte de ré da embarcação 9 Navio Graneleiro São os navios destinados ao transporte de grandes quan tidades de carga a granel milho trigo soja minério de ferro etc Se caracterizam por longo convés principal onde o único destaque são os porões Navio Químico São os navios parecidos com os gaseiros transportando cargas químicas especiais tais como enxofre líquido ácido fosfórico soda cáustica etc Navio Rebocador São os navios utilizados para puxar empurrar e manobrar todos os tipos de navios Geralmente utilizados para manobras de grandes navios na zona portuária e canais de acesso aos portos Pode também socorrer navios em altomar rebocandoos para zonas seguras e puxar navi os encalhados em bancos de areia Apesar de pequenos possuem grande potência de motor Figura 15 Tipos de Navios Fonte httpwwwequipelogcombrTiposNavioshtm 113 Órgãos governamentais intervenientes na navegação Após o estudo dos principais tipos de navios capacidade e análise do tipo mais ade quado para a mercadoria a ser transportada vamos conhecer os principais órgãos governa mentais brasileiros que atuam na navegação e suas respectivas funções na regulamentação do setor de transporte marítimo de acordo com as determinações do Ministério de Infraes trutura do Brasil 10 Ministério de Infraestrutura tem por atribuição o controle e a fiscalização das ativi dades marítimas e transporte nacional e internacional de cargas Departamento de Marinha Mercante DMM responsável pelo controle de registro dos armadores fretes acordos governamentais etc É o responsável pelo Sistema Mercan te órgão arrecadador do AFRMM Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercan te que hoje representa um percentual de 25 calculado sobre o valor declarado nos co nhecimentos de embarque de importação Departamento de Portos responsável pelo controle dos portos Agência Nacional de Transportes Aquaviários ANTAQ tem por finalidade prin cipal supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços no transporte aqua viário nacional Tribunal Marítimo vinculado ao Ministério da Marinha responde pela investigação e pelo julgamento dos acidentes ocorridos na navegação marítima podendo suas conclu sões e laudos técnicos serem usados pela justiça civil quando necessário 12 Transporte rodoviário O modal rodoviário é hoje responsável pelo transporte interno da maioria das cargas que transitam no mercado nacional Apesar de estarmos em um país de distâncias continen tais o transporte rodoviário é mais utilizado do que por exemplo o transporte hidroviário ou de cabotagem Isto acaba encarecendo o valor do frete pois além das grandes distâncias temos uma precária estrutura de rodovias e uma série de outros problemas que veremos a seguir O transporte rodoviário realizado através de caminhões ou carretas de diversos tipos e tamanhos é regulamentado e fiscalizado pelo Deter Departamento de Transportes Ro doviários o qual é subordinado ao Ministério de Infraestrutura Assim como os outros mo dais pode ser realizado apenas dentro do país ou internacional quando contempla dois ou mais países Em nossa região temos como exemplo os transportes efetuados por empresas especializadas para os países vizinhos do Mercosul 11 Quando a passagem do veículo ocorrer em mais de um país o transporte só poderá ser realizado com autorização do órgão governamental específico Apesar de seu custo mais elevado nosso país utiliza esse meio de transporte em grande escala tanto na importação exportação como no transporte interno Apesar da grande utilização o Brasil não conta com uma boa infraestrutura rodoviária o que contribui sobremaneira para o aumento dos custos de frete os quais se refletem no produto final reduzindo a margem de lucro e a competitividade no mercado internacional O fechamento do frete é efetuado diretamente pelo cliente e o transportador poden do ser utilizado apenas para um único lote ou para cargas fracionadas o que é bastante frequente Pelo fato de estarmos em um país de grandes dimensões o transporte rodoviário a presenta alto grau de agilidade comparado com os outros Devido à grande frota disponível tornase relativamente fácil acionálo com rapidez em qualquer região e por ser extrema mente flexível podem ser feitas alterações de rota em qualquer ponto do trajeto Podemos destacar como vantagens deste modal entrega porta a porta elo de ligação com os outros modais pouco manuseio da carga reduzindo os índices de avarias rapidez em curtas distâncias atinge quase todos os pontos proporcionando ao importador ou exportador a co modidade necessária de não precisar deslocar a carga até o ponto de transporte versatilidade os caminhões podem ser transportados em barcos em serviço de auto transbordo ou em vagões com plataforma para serviços ferrorodoviários utilização de embalagens mais simples com menor custo operacional maior disponibilidade de vias de acesso prontidão embarques e partidas mais rápidos com possibilidade de programar horários precisos o custo de seus equipamentos em relação aos outros modais viabiliza a atuação de pequenas e médias empresas na atividade de transporte ou serviços por sua flexibilidade indicado para distribuição urbana 12 grande disponibilidade de empresas no mercado aliada a uma gama diversificada de caminhões específicos para cada tipo de carga O transporte rodoviário tem também algumas desvantagens que devem ser analisadas pelo profissional de logística encarregado de eleger o meio mais rápido de menor custo e com alto grau de eficiência para o fiel cumprimento de seus objetivos São desvantagens frete normalmente mais elevado extrema limitação na capacidade transportada alto custo de sua infraestrutura tornandoo menos competitivo altos índices de poluição ambiental contribuição para os problemas de trânsito já caótico de algumas cidades ocasio nando aumento dos custos de combustível e alimentando o círculo de elevação dos custos e índices de poluição obriga a manutenção contínua das vias rodoviárias trazendo novos custos que são cobrados na forma de impostos impingidos à população alto índice de acidentes nas estradas distância só pode operar economicamente dentro de certos limites deixando o transporte de longas distâncias para outros meios sujeito a roubos constantes de carga e caminhões encarecendo o seguro e em alguns casos são necessários gastos com empresas de escolta alto custo de manutenção dos veículos Como dito anteriormente os veículos rodoviários possuem uma grande variação de tipos e capacidade sendo aptos a transportar qualquer tipo de carga levandose sempre em consideração as características intrínsecas de cada mercadoria seu valor comercial e princi palmente suas dimensões aspecto restritivo Temos variações de dois ou três eixos até os mais especializados com seis eixos e grande capacidade de carga Os tipos mais utilizados são caminhões veículos fixos monoblocos constituídos de uma única peça que in corpora a cabine e carroceria formando a célula de carga Normalmente possuem dois ou três eixos com capacidade máxima de 25 toneladas A carroceria pode ser aberta ou fechada baú 13 carretas diferenciamse dos caminhões pelo fato de possuírem unidade de tra ção e de carga separadas cavalo mecânico e semirreboque Ex cegonheiras e tanques ou ainda os baús refrigerados A grande vantagem em relação às carre tas é que os semirreboques podem ser desacoplados com ou sem a carga cegonheiras são veículos articulados como as carretas dotados de cavalos mecânicos e uma espécie de gaiola com rampas para transporte de veículos au tomotores boogiestrailerschassis são específicos para transporte de contêineres po dendo possuir guindastes acoplados que fazem com que o caminhão não dependa de equipamento externo para descarga bitrem e treminhões veículos articulados especiais compostos por duas ou três unidades normalmente utilizados para transporte de contêineres podendo transportar até 70 toneladas de carga As vantagens destes veículos sobre os boo giestraillerschassis que também podem transportar dois contêineres de 20 pés sobre a plataforma própria para um contêiner de 40 pés ou sobre plataformas a propriadas para comportar dois de 20 pés 121 Conhecimento de Transporte Denominado CRT Conhecimento Rodoviário de Transporte assim como nos outros modais é o documento mais importante deste tipo de transporte tendo como funções prin cipais contrato de transporte recibo de entrega da mercadoria título de crédito O conhecimento é de uso obrigatório no transporte entre os países do Cone Sul emi tido em três vias originais contendo as seguintes informações básicas empresa transportadora data de emissão embarcador consignatário notificado local de origem e destino da carga descrição quantidade de volumes e peso marcas tipo de embalagem valor do frete 14 Para que a mercadoria seja considerada como recebida em condições normais isto é sem avarias nenhuma ressalva poderá constar no documento Caso contrário deverão ser efetuadas as anotações necessárias para salvaguardar o transportador e o destinatário da mercadoria Com relação ao frete é cobrado normalmente em função do peso volume unidade de transporte viagem etc Outra característica que diferencia o transporte rodoviário do ma rítimo é o fato de existir uma maior negociação nos níveis de frete dada a quantidade maior de oferta de transportadoras em operação Neste aspecto é interessante analisar todos os fatores para não contemplar apenas o preço e sim a qualidade do serviço prestado que sofre também uma grande variação neste setor 122 Manifesto Internacional de Carga MIC e o Declaração de Trânsito Adua neiro DTA O MIC Manifesto Internacional de Carga e a DTA Declaração de Trânsito Aduaneiro formam um documento conjunto criado para o transporte rodoviário dos paísesmembros do Mercosul Constituise em documento de uso obrigatório para fins do despacho aduaneiro da mercadoria A sua utilização traz agilidade nas operações de transposição de fronteiras entre paí ses pois o caminhão viaja com a vistoria aduaneira prévia dispensando a espera nos postos aduaneiros para verificação e conferência da carga desde que o lacre original esteja intacto 13 Transporte ferroviário A seguir veremos os aspectos que envolvem o transporte ferroviário e sua importân cia na cadeia logística internacional e no comércio exterior brasileiro É um modal que teve seu apogeu no início do desenvolvimento econômico e industrial do país depois decaiu devi do à falta de investimentos e ao sucateamento de boa parte de sua estrutura Hoje este mo dal encontrase em fase de recuperação alavancado pelos investimentos da iniciativa priva da que novamente aposta nos trens como forma de reduzir os altos custos da cadeia logísti ca brasileira 15 Diferente dos outros modais estudados até aqui o transporte ferroviário é o único que tem como característica principal e portanto uma desvantagem a limitação do trajeto o qual é previamente determinado e não pode ser alterado em função de operar sobre tri lhos ou caminhos únicos Em caso de obstrução causada por acidentes ou quaisquer outros fatores os atrasos na entrega serão inevitáveis Em nosso caso específico este tipo de transporte poderá ser utilizado internacional mente somente com países limítrofes como a Argentina Bolívia Chile Paraguai e Uruguai desde que a bitola ferroviária utilizada seja compatível o que não se verifica em alguns ca sos mesmo dentro do nosso próprio país Assim como o transporte hidroviário o ferroviário tem sido utilizado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado como produtos agrícolas minério produtos side rúrgicos e outros que necessitam de um frete competitivo para não encarecer o valor final do produto É indicado para distâncias médias e longas As principais vantagens do transporte ferroviário são por utilizar combustíveis de valor mais barato diesel ou energia elétrica o valor do frete tornase acessível aliado à grande capacidade de transporte livre de congestionamentos a localização dos terminais poderá ser próxima de centros produtores diminuindo o custo logístico de transferência da carga possibilidade de transportar grandes quantidades dependendo dos vagões e lo comotivas utilizadas que podem transportar de 25 a 100 toneladas flexibilidade em negociação de fretes mais competitivos de acordo com o volume transportado baixos índices de poluição favorece a instalação de terminais particulares dentro de ou próximo às unidades produtoras operação simples sua reserva é feita de forma direta com a transportadora infraestrutura mais barata entre os modais As desvantagens são lentidão na entrega devido à baixa velocidade e mobilidade dos trens 16 o trajeto não pode ser alterado custo elevado quando da necessidade de transbordos pois a localização dos pon tos de produção com relação às estações ferroviárias exige transporte prévio e posterior de remessa implicando mais manipulações podendo causar danos à mercadoria alto índice de furtos em razão de percursos maiores e da armazenagem entre a o rigem e o destino final tarifas não competitivas para pequenos lotes de carga problemas de variação de bitola impedindo o acesso apresenta níveis de serviços inferiores exigindo o uso de caminhões modal rodo viário para complementação dos serviços transbordo constante de carga O transporte ferroviário pode ser utilizado para praticamente qualquer tipo de carga atentandose sempre para o fator tempo visto que apresenta uma certa lentidão neste que sito 131 Conhecimento de Transporte Conhecido como TIFDTA o documento é obrigatório em viagens internacionais no Cone Sul tendo como vantagem principal o fato de proporcionar apenas um trâmite adua neiro no local de embarque efetuandose posteriormente apenas a conferência de lacre Suas funções são contrato de transporte recibo de entrega de carga título de crédito Com relação aos critérios de avarias os mesmos procedimentos aplicamse também a este modal caso exista alguma suspeita de avaria na carga deverá ser efetuada a devida anotação no conhecimento salvaguardando o transportador e o comprador da mercadoria Se não existirem ressalvas o conhecimento é considerado como clean 17 14 Transporte aéreo O transporte aéreo é uma atividade que envolve grande número de países e é reali zado com base em normas da International Air Transport Association IATA tanto para car gas nacionais quanto para cargas internacionais As vantagens da utilização desse modal são Velocidade é o modo de transporte mais rápido eficiente e confiável Competitividade podese conseguir redução de custos com estoques a fre quência de voos permite alta rotatividade de estoque e consequente redução de preço e com armazenagem que é menor em razão do curto tempo de viagem Embalagem o manuseio da carga é mais cuidadoso portanto não há necessi dade de embalagem reforçada Seguro o período de manuseio e de armazenagem e a duração da viagem redu zem os riscos de demora danos roubos e perdas diminuindo assim os prêmios de seguros Cobertura de mercado a rede de transporte aéreo internacional atinge países sem litoral e em regiões inacessíveis com maior facilidade em relação a outros meios de transporte As desvantagens são Capacidade mesmo as maiores aeronaves possuem restrições de volume e de peso em relação a outros meios de transporte Carga a granel não existe possibilidade de transportar minérios petróleo grãos e químicos a granel por via aérea Produtos de baixo custo unitário matériasprimas produtos semifaturados e alguns manufaturados não têm condições de absorver o alto valor das tarifas aé reas Artigos perigosos há severas restrições quanto ao transporte desses produtos por via aérea O transporte aéreo pode ser feito por serviços regulares mantidos por companhias associadas ou não associadas à IATA ou por meio de serviços fretados 18 Nas linhas regulares as empresas associadas à IATA costumam cobrar uma tarifa comum com base na rota e nos serviços prestados fixada anualmente No entanto as tari fas aéreas podem ser reduzidas em função de acordos bilaterais entre os governos e tam bém da própria competição entre empresas Os produtos a serem embarcados por via aérea devem ser pesados e medidos e de vem estar em conformidade com o volume máximo estabelecido pela IATA A unidade de volume equivale a 6 mil cm3kg Quando esse limite é ultrapassado o frete é calculado por volume O fluxo de exportação no modal aéreo pode ser dividido de forma geral pelo proces so de recebimento de carga e de armazenagem por meio de verificação na aduaneira e na expedição É um processo bastante informatizado que tem por objetivo o controle de todos os processos de saída de carga do Brasil incluindo as respectivas características e valores 141 Órgãos intervenientes no transporte aéreo no Brasil Vamos enumerar agora os órgãos que intervêm no transporte aéreo brasileiro 1 Ministério da Aeronáutica é o órgão principal responsável pela navegação aérea no país determinando normas e procedimentos a serem cumpridos 2 ANAC Agência Nacional de Aviação Civil é a autoridade máxima da aviação civil no país e reguladora do transporte aéreo 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Divisão de Programas de Promoção Co mercial Exportação Passo a Passo Brasília MRE 2011 BRASIL MINISTÉRIO DE INFRAESTRUTURA Infraestrutura portuária do Brasil Dispo nível em httpswwwgovbrinfraestruturaptbr Acesso em 10 nov 2020 COIMBRA Delfim Bouças O conhecimento de carga no transporte marítimo São Pau lo Aduaneiras 2009 EQUIPELOG Principais tipos de navios Disponível em httpwwwequipelogcombrTiposNavioshtm Acesso em 15 nov 2020 LAMIM José Geraldo Logística Internacional Indaial Uniasselvi 2011 VIEIRA Guilherme Bergman Borges Transporte internacional de cargas 2 ed São Paulo Aduaneiras 2002