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Engenharia Civil ·
Metodologia da Pesquisa
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X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 1 O ESTADO DA ARTE DA RECICLAGEM DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS NO BRASIL Augusto Mazzuco Bruna Schmitt Schuster Luiz Roberto Taboni Junior Hugo Gabriel Fernandes Viotto Ana Cláudia Valério Soares Universidade Estadual do Oeste do Paraná augustomazzucohotmailcom RESUMO O aumento do tráfego o término da vida útil dos pavimentos e os fatores climáticos são responsáveis por promoverem a degradação dos revestimentos asfálticos afetandose assim a trafegabilidade Diante disso é necessario a realização da manutenção da via que tem por objetivo garantir boas condições de rolamento e segurança aos usuários Atualmente as técnicas mais tradicionais de restauração asfáltica apresentam algumas desvantagens como a necessidade de extração de recursos naturais e o aumento na geração de resíduos sólidos que é o resultado da extração do antigo pavimento que possuem potencial para serem reciclado Sendo assim o presente estudo apresenta uma revisão de literatura sobre as técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos em território brasileiro destacandose a técnica in situ reciclagem profunda reciclagem com espuma de asfalto entre outras Como resultado verificouse que a escolha da técnica depende de inúmeras variáveis sendo que uma delas é o fator econômico que dificulta o deslocamento de materiais e mão de obra especializada PALAVRASCHAVE Resíduo de pavimento Reciclagem Resíduos sólidos INTRODUÇÃO De acordo com o Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT 2006 grande parte da malha rodoviária existente atualmente no Brasil já superou a vida útil prevista em projeto Além disso o crescente número de veículos trafegando no sistema rodoviário brasileiro acarreta uma sobrecarga no pavimento interferindo diretamente na qualidade e durabilidade dos revestimentos asfálticos Deste modo é necessario a realização de uma manutenção ou restauração por completo do pavimento As técnicas mais comuns de restauração de pavimentos apresentam alguns pontos desfavoráveis como a utilização excessiva de material betuminoso e a geração de resíduos sólidos No caso do recapeamento é necessario a utilização de uma grande quantidade de betume que resulta no aumento do greide da pista decorrente da sobreposição de camadas À vista disso e considerando a importância que se tem dado ao desenvolvimento sustentável a reciclagem se tornou uma opção a ser considerada já que a disponibilidade de recursos naturais é limitada e tem se tornado cada vez mais escassa FONSECA 2002 A reciclagem de pavimentos apresenta vantagens consideráveis tanto do ponto de vista técnico quanto econômico já que para reciclar o material asfáltico é necessário efetuar previamente a fresagem do trecho em questão o que mantém o greide da pista Além do mais ao se efetuar a reutilização de materiais ocorre uma demanda menor de material betuminoso BONFIM 2011 De acordo com a Federal Highway Administration 1997 as técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos podem ser classificados em a quente na usina a quente no local ou in situ a frio na usina a frio no local ou in situ e a Full Deph Reclamation conhecida no Brasil como reciclagem profunda OBJETIVOS Apresentar um estudo do tipo estado da arte sobre as técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos vigentes no território brasileiro METODOLOGIA De acordo com Soares 1989 uma pesquisa de estado da arte é de suma importância para o processo de evolução da ciência em determinada área de conhecimento Pois é por meio dela que ocorre a ordenação de informações e resultados já obtidos Gerandose assim a possibilidade de integrar diferentes perspectivas aparentemente autônomas Portanto os métodos de pesquisa adotados neste trabalho foram do tipo exploratório e bibliográfico uma vez que procurouse mapear o estado de conhecimento das técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos que vêm sendo pesquisadas e aplicadas no Brasil X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 2 Definição da amostra Primeiramente pesquisouse em livros manuais de operações artigos publicados a partir de encontros convenções simpósios dissertações e teses sobre reciclagem de materiais na restauração de pavimentos asfálticos publicados nos últimos 20 anos Criandose assim um acervo para realizar uma pesquisa sobre o estado do conhecimento sobre o tema Utilizouse como base principal não exclusivamente para este estudo os seguintes materiais Para reciclagem a quente no local ou in situ a norma do DNIT 0342005 ES Pavimentos flexíveis Concreto asfáltico reciclado a quente no local Especificação de serviço Para reciclagem a quente em usinas estacionárias o livro do curso de atualização sobre a evolução do transporte rodoviário de cargas e seus efeitos sobre a infraestrutura denominado como Reciclagem de Materiais desenvolvido pelo Instituto de Engenharia do Paraná 2004 Para reciclagem a frio em usinas estacionárias a dissertação de mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul intitulada como Uma Avaliação TécnicoEconômica da Reciclagem de Revestimentos Asfálticos a Frio em Usina em Área Urbana de Flávio Nestor Ferreira Dau 2001 Para reciclagem a frio no local ou in situ a tese de Pósgraduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro sob o título Reciclagem a Frio in Situ com Espuma de Asfalto de Luciana Nogueira de Castro 2003 Para reciclagem com espuma de asfalto o mesmo material que foi utilizado para reciclagem a frio no local ou in situ Para utilização de material fresado em pavimentos de baixo custo os Trabalhos de Conclusão de Curso desenvolvidos na Universidade Estadual do Oeste do Paraná intitulados como Avaliação das Propriedades Físicas da Mistura Solo Argiloso Material Fresado para Utilização em Estradas de Terra de Michel Zilio 2004 e Estudo de um Segmento de Estrada de Terra Revestido com Material Fresado de Carlos Sergio Alves 2007 RESULTADOS Reciclagem a quente no local ou in situ A reciclagem a quente no local é definida como uma reparação dos defeitos existentes na superfície do pavimento por meio da fresagem a quente do revestimento asfáltico antigo misturado com material asfáltico agregado virgem e agente rejuvenescedor DNIT 2006 Essa técnica de reciclagem pode ser realizada com a passagem dupla do equipamento em que o material reciclado é recompactado seguido da aplicação de uma nova mistura asfáltica Além disso pode ser executado com uma passagem única do equipamento reciclador que combina o pavimento restaurado com materiais virgens ASPAHLT RECYCLING AND RECLAIMING ASSOCIATION 2001 De acordo com o Instituto de Engenharia do Paraná IEP 2004 são utilizadas duas técnicas de reciclagem a quente in situ pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem a técnica Marini e o Wirtgen Resumidamente a técnica Marini consiste na utilização de uma planta móvel do tipo Marini para reciclar revestimentos asfálticos no qual a fresagem é realizada a frio Já o procedimento Wirtgen pode ser resumido nas seguintes etapas préaquecimento da superfície fresagem do revestimento adição de material usinado usinagem espalhamento e compactação Na técnica Marini a reciclagem é realizada por um comboio constituído de fresadora usina móvel para reciclagem do revestimento caminhões especiais para espalhar o material novo vibroacabadora e rolos de compactação Essa técnica consiste em espalhar o agregado novo na pista por meio de caminhões basculantes seguido da fresagem do revestimento a frio O material fresado e o adicional são recolhidos pela usina móvel por meio de um carregador que o transfere para o silo alimentador local onde determinase a quantidade de material fresado que será introduzido no secadormisturador No que se refere a técnica Wirtgen o DNIT com base na sua especificação de serviço explica que a técnica consiste em préaquecer o revestimento a uma temperatura de aproximadamente 130ºC por meio de um equipamento constituído por placas aquecedoras Com a pista já préaquecida adicionase a massa nova e o agente reciclador A próxima etapa é o deslocamento do remixer que também possui placas aquecedoras que é responsável por completa o aquecimento feito anteriormente sendo que a fresagem é iniciada quando o revestimento atinge a temperatura de 130ºC X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 3 O material proveniente da fresagem e o adicional são transportados por meio de uma correia até o misturador do remixer local onde é realizada a usinagem As próximas etapas são o espalhamento da mistura betuminosa por meio de uma vibroacabadora e o espalhamento da massa reciclada sendo que a compactação é realizada de forma convencional Segundo o DNIT 2006 as técnicas de reciclagem a quente in situ devem ser utilizadas somente para a reparação de defeitos superficiais de classe funcional pois estas técnicas envolvem a reelaboração de uma camada do revestimento considerada delgada Como vantagens da reciclagem a quente no local podese citar que não se tem o custo de transporte até as usinas estacionárias já que a usina móvel está presente no comboio de reciclagem e é uma técnica adequada para reparações superficiais A principal desvantagem é que a técnica se limita a corrigir defeitos funcionais DNIT 2005 Reciclagem a quente em usinas estacionárias Na reciclagem a quente na usina o pavimento asfáltico recuperado é combinado com agregado novo e cimento asfáltico para produzir mistura asfáltica a quente Utilizase um equipamento com capacidade de remover uma camada do revestimento normalmente uma fresadora para retirar o pavimento asfáltico em uma camada previamente estipulada FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION 1997 Em usinas volumétricas o processo de mistura é realizado no tambor secador da usina O material removido é introduzido no meio do tambor misturador pois se for introduzido junto com o agregado novo no terminal do queimador do tambor correse o risco de queimar o asfalto remanescente no revestimento removido No terminal misturador do tambor o calor dos agregados novos faz com que o ligante do material antigo amoleça permitindo a mistura completa dos componentes Em usinas gravimétricas o material removido é introduzido após pesagem diretamente no misturador sendo que a técnica de transferência de calor utilizada é o mesmo das usinas volumétricas IEP 2004 A principal vantagem da reciclagem a quente em usinas estacionárias é a possibilidade de produzir um material de qualidade superior quando comparado com o método in situ Como desvantagens podese citar o preço adicional do transporte do material fresado até a usina e do material reciclado da usina até a pista e o risco de queimar o material no processo de aquecimento da mistura IEP 2004 Reciclagem a frio em usinas estacionárias A reciclagem de materiais a frio em usinas estacionárias é uma técnica em que o material recuperado da rodovia é transportado até um depósito central em que se tem a alimentação do mesmo por meio de uma unidade de processamento WIRTGEN 2004 De acordo com o DNIT 2006 a reciclagem a frio não é uma técnica nova de restauração e diversos órgãos rodoviários utilizam essa técnica DAU 2001 explica que a técnica de reciclagem a frio em usinas é utilizada há mais de 25 anos sendo a técnica mais utilizada devido à crescente preocupação com o disposição dada aos resíduos gerados por grandes aglomerações urbanas e pelo possível esgotamento de recursos naturais É importante que a pista que apresenta defeitos e que será submetida à fresagem passe por inspeção contínua para garantir que esse material reciclado tenha características semelhantes as desejadas rejeitando material contaminado pela existência de selantes tratamentos superficiais ou até excesso de material granular em sua composição Após ter sido produzido o revestimento asfáltico recuperado pode ser estocado e manuseado como se fosse um agregado normal tendo sempre o cuidado de não aglomerar em um mesmo monte material fresado proveniente de diferentes obras Deve se também atentarse para a altura do monte durante a estocagem pois de acordo com o Asphalt Institute montes acima de 3 metros de altura podem causar uma aglomeração das partículas do revestimento asfáltico recuperado DAU 2001 A principal vantagem da reciclagem a frio em usinas estacionárias é a possibilidade de estocagem da mistura reciclada já que por ser produzida a frio não necessita ser aplicada imediatamente As principais desvantagens são os problemas de estocagem como a reaglomeração das partículas do material fresado estocado e custo de transporte do material fresado até a usina e do material reciclado da usina até a pista DAU 2001 Na Figura 1 apresentase o fluxograma de funcionamento da técnica X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 4 Figura 1 Fluxograma de uma usina contínua de reciclagem a frio Fonte DAU 2001 Reciclagem a frio no local ou in situ A reciclagem a frio no local ou in situ é executada geralmente com a utilização de emulsão asfáltica como agente reciclador sendo que a quantidade de emulsão a ser aplicada é proporcional ao peso do revestimento asfáltico recuperado Este tipo de reciclagem é realizada com a utilização de máquinas recicladoras grandes e potentes sendo que sua peça principal é o rotor fresador e misturador equipado com uma grande quantidade de ferramentas de corte Essas máquinas permitem reciclar camadas espessas em uma única passagem WIRTGEN 2004 De acordo com Wirtgen 2004 a utilização desta técnica possibilita melhorias no conforto ao rolamento aumenta a largura do pavimento e minimiza os problemas com o transporte Segundo o DNIT 2006 podese classificar esta técnica em Reciclagem com adição de material betuminoso tratase da produção de uma base estabilizada com betume Reciclagem com adição de estabilizante químico tratase da produção de uma base estabilizada quimicamente por meio da pulverização e mistura na pista da camada de revestimento da base e do subleito com a adição de estabilizantes químicos que podem ser cinzas volantes cal ou cimento Dentre as vantagens da reciclagem a frio in situ de pavimentos podese citar a eliminação das operações de escavação carga e transporte para remoção de materiais da estrada eliminação da necessidade de equipamentos para beneficiamento de materiais e de áreas de estocagem processo não poluente e possui tempo de construção mais curto em relação a outros métodos Como desvantagem podese citar a necessidade de equipamentos de grande porte para realização da técnica o que pode ser muito oneroso inviabilizando o mesmo CASTRO 2003 Full Deph Reclamation FDR A reciclagem profunda nome do FDR em português é uma técnica automatizada Nela a camada de revestimento asfáltico e parte do material das camadas subjacentes são simultaneamente triturados e homogeneizados para serem utilizados novamente no pavimento como uma nova camada homogênea e estabilizada OLIVEIRA 2003 Este tipo de reciclagem utiliza agentes estabilizadores que podem ser materiais betuminosos agregados agentes rejuvenescedores e estabilizantes químicos No Brasil o mais utilizado é o cimento Portland devido à disponibilidade OLIVEIRA 2003 X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 5 De acordo com o DNIT 2013 a reciclagem profunda de pavimento in situ com adição de cimento Portland como agente estabilizador deve seguir a seguinte sequência executiva espalhamento do agregado adicional quando necessário espalhamento de cimento Portland sobre a superfície na taxa indicada no projeto reciclagem na seção e espessura de corte indicadas em projeto sendo que nesta operação o cimento Portland agregados adicionais e a água para compactação são simultaneamente incorporados e homogeneizados com os materiais do pavimento existentes compactação prévia para confinar a mistura reciclada e evitar perdas de umidade à medida que a recicladora avança conformação inicial dos perfis transversais e longitudinais da camada com utilização da motoniveladora compactação final sendo que conforme se processa a compactação a motoniveladora vai modelando a superfície de acordo com o que foi estabelecido no projeto geométrico acerto final da superfície com motoniveladora para eliminar as saliências da pista e estabelecer o perfil geométrico de projeto proteção da camada reciclada contra a evaporação da água através da aplicação de produto asfáltico isento de solventes aplicação da pintura de proteção e da capa selante na camada reciclada De acordo com a FHWA 1997 as principais vantagens da FDR são possibilidade de restabelecimento do pavimento antigo para o perfil desejado restabelece aclive e declive elimina buracos irregularidades e a existência de trilhas de roda possibilita operação para executar o alargamento do pavimento a estrutura do pavimento pode ser consideravelmente melhorada sem que se mude a geometria do mesmo suscetibilidade ao congelamento pode ser incrementada é um processo ambientalmente correto sendo que existe a conservação de materiais e energia geralmente apenas uma camada delgada de revestimento é necessária tornando baixo o custo de produção As principais desvantagens são a necessidade de equipamentos de grande porte e é inviável para pavimentos que apresentam defeitos de baixa magnitude Espuma de asfalto na reciclagem de pavimentos De acordo com o Instituto Chileno de Asfalto 2002 a espuma de asfalto é uma mistura de asfalto aquecida a aproximadamente 180ºC combinada com água à temperatura ambiente Essa junção faz com que o asfalto sofra uma reação de expansão de seu volume inicial A espuma de asfalto pode ser utilizada com a tecnologia de reciclagem a frio no local ou in situ sendo que esta maneira consiste no reaproveitamento de camadas deterioradas do pavimento por meio da adição de espuma de asfalto cimento Portland e agregados pétreos gerando assim bases recicladas de boa qualidade DNER 2000 De acordo com Wirtgen 2001 a técnica de reciclagem com espuma de asfalto está sendo utilizada mundialmente com sucesso com destaque na Europa onde a reciclagem a frio com espuma de asfalto é comum na GrãBretanha Noruega Rússia e Holanda No Brasil a reciclagem com espuma de asfalto teve sua primeira aplicação em março de 1998 na rodovia BR277 no estado do Paraná em um trecho de aproximadamente 30 km entre Irati e o entroncamento de Prudentópolis Nesta obra foi reciclada uma espessura de 12 cm sendo 5cm de revestimento e 7 cm de base com adição de 35 de espuma de asfalto e 1 de cimento Portland LUCAS et al 2000 Dentre as vantagens da utilização da espuma de asfalto na reciclagem podese citar a fácil aplicação já que a mesma é aplicada diretamente na câmara de mistura da recicladora o material pode ser submetido ao tráfego logo após a execução do trecho possui custo inferior quando comparado aos tratamentos com emulsão asfáltica ou com emulsão misturada com cimento e formase uma camada de boa capacidade estrutural e com maior resistência à ação da água quando utilizada em conjunto com uma pequena quantidade de cimento IEP 2004 No entanto as principais desvantagens são a impossibilidade da utilização da espuma de asfalto caso o material a ser reciclado seja deficiente de agregados finos necessitando nesse caso da retificação da granulometria por meio da adição de cimento ou cal Além disso é necessária a existência de instalações especiais para aquecimento e expansão do asfalto para a formação da espuma IEP 2004 Utilização de material fresado em estradas de terra A utilização de material oriundo de fresagem para fazer um revestimento atuando como uma melhoria em estradas de terra é uma técnica relativamente nova que foi intensificada no final da década de 90 no Brasil quando a fresagem passou a se tornar cada vez mais comum em pavimentos deteriorados Basicamente a técnica consiste no espalhamento de uma camada de aproximadamente 10 cm de espessura do material sobre a pista com a compactação sendo realizada por meio de rolos liso vibratório e finalizada com uma pintura com emulsão e capa selante Para estradas de terra menos utilizadas é comum o simples espalhamento do material fresado sobre a plataforma deixando a compactação por responsabilidade do tráfego ALVES 2007 X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 6 De acordo com a pesquisa realizada por ALVES 2007 os serviços de manutenção e conservação de um segmento com a utilização de material fresado no revestimento apresentam uma redução de custo de aproximadamente 23 em relação à manutenção e conservação de um segmento das mesmas características sem revestimento Ainda no mesmo trabalho realizouse uma pesquisa subjetiva com cinco avaliadores onde os mesmos atribuíram notas aos trechos em estudo e o resultado foi o trecho com revestimento com material fresado obteve um valor de serventia em uma escala de notas de 1 a 5 onde 1 é péssimo e 5 é excelente de 334 correspondendo a um nível de conforto bom Já o trecho sem revestimento obteve um valor de serventia de 246 correspondendo a um nível de conforto apenas regular Devido ao fato do custo do transporte do material fresado até o local de utilização ter grande influência no custo final deste tipo de melhoria em estrada de terra ponderase que para distância de transporte de material fresado de até 25 km é viável a execução de revestimento com material fresado em relação ao tratamento antipó e à pavimentação poliédrica Para distâncias de 25 a 215 km o revestimento com material fresado é mais econômico do que a pavimentação poliédrica porém é mais oneroso do que o tratamento antipó Para distâncias superiores a 215 km o revestimento com material fresado é inviável quando comparado as outras duas alternativas ALVES 2007 CONCLUSÃO Economicamente falando os custos das técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos em usinas estacionárias tendem a ser maiores uma vez que existe o custo do transporte do material fresado até a usina Vale ressaltar nesse ponto que o custo de transporte possui grande relevância Nem sempre entretanto isso significa que as técnicas em usinas estacionárias devam ser completamente descartadas Caso a reciclagem seja destinada a um segmento de pista que necessita de alto controle de qualidade a reciclagem a quente em usina pode ser o sistema mais adequado uma vez que possibilita o tratamento no material reaproveitado e a inserção de outros materiais como agente rejuvenescedor na mistura Também é importante reportar que para a realização das técnicas de reciclagem no local ou in situ se faz necessário o uso do que é chamado de comboio de reciclagem que conta com o uso da fresadora usina móvel e equipamento compactador Esses equipamentos nem sempre estão disponíveis e o custo para a obtenção é elevado Dependendo da situação caso o material a ser reciclado não apresente um local de destinação a reciclagem a frio em usina é o mais indicado pois o mesmo permite a estocagem do material reciclado para posterior aplicação o que não ocorre com as técnicas a quente Quando há a necessidade de uma readequação do perfil geométrico da via o Full Deph Reclamation é uma solução bastante útil uma vez que se trata de uma reciclagem profunda retirando grandes camadas do pavimento por vezes chegando até a base Também é recomendado quando o pavimento apresenta alto grau de deterioração com problemas estruturais graves fazendo com que uma grande camada necessite ser restaurada A utilização de material fresado em estradas de terra é uma solução bastante adequada para estradas vicinais que necessitam de serviços de manutenção e conservação constante pois esse material fresado espalhado ao longo da pista e compactado por equipamentos apropriados ou pelo próprio tráfego protege o subleito de maneira muito mais eficaz do que uma estrada sem revestimento Diante disso concluise que a escolha da técnica depende de inúmeras variáveis sendo que uma delas a mais relevante é a experiência local Muitas vezes optase pela técnica que vem sendo utilizado no local pelo fato de já haver trabalhadores treinados pela existência de dúvidas quanto a novas alternativas e por experiências anteriores que geraram bons resultados REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 ALVES Carlos S Estudo de um segmento de estrada de terra revestido com material fresado Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenharia Civil Universidade Estadual do Oeste do Paraná Cascavel 2007 2 ARRA ASPAHLT RECYCLING AND RECLAIMING ASSOCIATION Basic Asphalt Recycling Manual Annapolis 2001 3 BONFIM Valmir Fresagem de pavimentos asfálticos 3 ed São Paulo Exceção 2011 4 CASTRO Luciana Nogueira de Reciclagem a frio in situ com espuma de asfalto Tese de pósgraduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2003 5 DAU F N Uma avaliação técnicoeconômica da reciclagem de revestimentos asfálticos em usina em área urbana Dissertação de mestrado em Engenharia Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2001 X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 7 6 Pavimentação Reciclagem de pavimento à frio in situ com espuma de asfalto Rio de Janeiro 2000 7 DNIT DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Manual de pavimentação 3 ed Rio de Janeiro 2006 8 Manual de restauração de pavimentos asfálticos 2 ed Rio de Janeiro 2006 9 Pavimentação Reciclagem profunda de pavimentos in situ com adição de cimento Portland Especificação de Serviço Rio de Janeiro 2013 10 Pavimentos flexíveis Concreto asfáltico reciclado a quente no local Especificação de serviço Rio de Janeiro 2005 11 FHWA FEDERAL HIGHWAY ASMINISTRATION Pavement recycling for state local governments 1997 12 FONSECA P Reciclagem de pavimentos rodoviários Instituto Politécnico de Bragança 2002 13 IEP INSTITUTO DE ENGENHARIA DO PARANÁ Reciclagem de materiais Curitiba 2004 14 ICHASFALTO INSTITUTO CHILENO DE ASFALTO Asfalto espumado tecnologia y aplicaciones In 5 º Boletim Técnico nº5 Chile 2002 15 OLIVEIRA Paulo C A Contribuição ao estudo da técnica de reciclagem profunda na recuperação de pavimentos flexíveis Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Campinas 2003 16 WIRTGEN Manual de reciclagem a frio 2 ed Alemanha 2004
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reciclado Sendo assim o presente estudo apresenta uma revisão de literatura sobre as técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos em território brasileiro destacandose a técnica in situ reciclagem profunda reciclagem com espuma de asfalto entre outras Como resultado verificouse que a escolha da técnica depende de inúmeras variáveis sendo que uma delas é o fator econômico que dificulta o deslocamento de materiais e mão de obra especializada PALAVRASCHAVE Resíduo de pavimento Reciclagem Resíduos sólidos INTRODUÇÃO De acordo com o Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNIT 2006 grande parte da malha rodoviária existente atualmente no Brasil já superou a vida útil prevista em projeto Além disso o crescente número de veículos trafegando no sistema rodoviário brasileiro acarreta uma sobrecarga no pavimento interferindo diretamente na qualidade e durabilidade dos revestimentos asfálticos Deste modo é necessario a realização de uma manutenção ou restauração por completo do pavimento As técnicas mais comuns de restauração de pavimentos apresentam alguns pontos desfavoráveis como a utilização excessiva de material betuminoso e a geração de resíduos sólidos No caso do recapeamento é necessario a utilização de uma grande quantidade de betume que resulta no aumento do greide da pista decorrente da sobreposição de camadas À vista disso e considerando a importância que se tem dado ao desenvolvimento sustentável a reciclagem se tornou uma opção a ser considerada já que a disponibilidade de recursos naturais é limitada e tem se tornado cada vez mais escassa FONSECA 2002 A reciclagem de pavimentos apresenta vantagens consideráveis tanto do ponto de vista técnico quanto econômico já que para reciclar o material asfáltico é necessário efetuar previamente a fresagem do trecho em questão o que mantém o greide da pista Além do mais ao se efetuar a reutilização de materiais ocorre uma demanda menor de material betuminoso BONFIM 2011 De acordo com a Federal Highway Administration 1997 as técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos podem ser classificados em a quente na usina a quente no local ou in situ a frio na usina a frio no local ou in situ e a Full Deph Reclamation conhecida no Brasil como reciclagem profunda OBJETIVOS Apresentar um estudo do tipo estado da arte sobre as técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos vigentes no território brasileiro METODOLOGIA De acordo com Soares 1989 uma pesquisa de estado da arte é de suma importância para o processo de evolução da ciência em determinada área de conhecimento Pois é por meio dela que ocorre a ordenação de informações e resultados já obtidos Gerandose assim a possibilidade de integrar diferentes perspectivas aparentemente autônomas Portanto os métodos de pesquisa adotados neste trabalho foram do tipo exploratório e bibliográfico uma vez que procurouse mapear o estado de conhecimento das técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos que vêm sendo pesquisadas e aplicadas no Brasil X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 2 Definição da amostra Primeiramente pesquisouse em livros manuais de operações artigos publicados a partir de encontros convenções simpósios dissertações e teses sobre reciclagem de materiais na restauração de pavimentos asfálticos publicados nos últimos 20 anos Criandose assim um acervo para realizar uma pesquisa sobre o estado do conhecimento sobre o tema Utilizouse como base principal não exclusivamente para este estudo os seguintes materiais Para reciclagem a quente no local ou in situ a norma do DNIT 0342005 ES Pavimentos flexíveis Concreto asfáltico reciclado a quente no local Especificação de serviço Para reciclagem a quente em usinas estacionárias o livro do curso de atualização sobre a evolução do transporte rodoviário de cargas e seus efeitos sobre a infraestrutura denominado como Reciclagem de Materiais desenvolvido pelo Instituto de Engenharia do Paraná 2004 Para reciclagem a frio em usinas estacionárias a dissertação de mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul intitulada como Uma Avaliação TécnicoEconômica da Reciclagem de Revestimentos Asfálticos a Frio em Usina em Área Urbana de Flávio Nestor Ferreira Dau 2001 Para reciclagem a frio no local ou in situ a tese de Pósgraduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro sob o título Reciclagem a Frio in Situ com Espuma de Asfalto de Luciana Nogueira de Castro 2003 Para reciclagem com espuma de asfalto o mesmo material que foi utilizado para reciclagem a frio no local ou in situ Para utilização de material fresado em pavimentos de baixo custo os Trabalhos de Conclusão de Curso desenvolvidos na Universidade Estadual do Oeste do Paraná intitulados como Avaliação das Propriedades Físicas da Mistura Solo Argiloso Material Fresado para Utilização em Estradas de Terra de Michel Zilio 2004 e Estudo de um Segmento de Estrada de Terra Revestido com Material Fresado de Carlos Sergio Alves 2007 RESULTADOS Reciclagem a quente no local ou in situ A reciclagem a quente no local é definida como uma reparação dos defeitos existentes na superfície do pavimento por meio da fresagem a quente do revestimento asfáltico antigo misturado com material asfáltico agregado virgem e agente rejuvenescedor DNIT 2006 Essa técnica de reciclagem pode ser realizada com a passagem dupla do equipamento em que o material reciclado é recompactado seguido da aplicação de uma nova mistura asfáltica Além disso pode ser executado com uma passagem única do equipamento reciclador que combina o pavimento restaurado com materiais virgens ASPAHLT RECYCLING AND RECLAIMING ASSOCIATION 2001 De acordo com o Instituto de Engenharia do Paraná IEP 2004 são utilizadas duas técnicas de reciclagem a quente in situ pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem a técnica Marini e o Wirtgen Resumidamente a técnica Marini consiste na utilização de uma planta móvel do tipo Marini para reciclar revestimentos asfálticos no qual a fresagem é realizada a frio Já o procedimento Wirtgen pode ser resumido nas seguintes etapas préaquecimento da superfície fresagem do revestimento adição de material usinado usinagem espalhamento e compactação Na técnica Marini a reciclagem é realizada por um comboio constituído de fresadora usina móvel para reciclagem do revestimento caminhões especiais para espalhar o material novo vibroacabadora e rolos de compactação Essa técnica consiste em espalhar o agregado novo na pista por meio de caminhões basculantes seguido da fresagem do revestimento a frio O material fresado e o adicional são recolhidos pela usina móvel por meio de um carregador que o transfere para o silo alimentador local onde determinase a quantidade de material fresado que será introduzido no secadormisturador No que se refere a técnica Wirtgen o DNIT com base na sua especificação de serviço explica que a técnica consiste em préaquecer o revestimento a uma temperatura de aproximadamente 130ºC por meio de um equipamento constituído por placas aquecedoras Com a pista já préaquecida adicionase a massa nova e o agente reciclador A próxima etapa é o deslocamento do remixer que também possui placas aquecedoras que é responsável por completa o aquecimento feito anteriormente sendo que a fresagem é iniciada quando o revestimento atinge a temperatura de 130ºC X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 3 O material proveniente da fresagem e o adicional são transportados por meio de uma correia até o misturador do remixer local onde é realizada a usinagem As próximas etapas são o espalhamento da mistura betuminosa por meio de uma vibroacabadora e o espalhamento da massa reciclada sendo que a compactação é realizada de forma convencional Segundo o DNIT 2006 as técnicas de reciclagem a quente in situ devem ser utilizadas somente para a reparação de defeitos superficiais de classe funcional pois estas técnicas envolvem a reelaboração de uma camada do revestimento considerada delgada Como vantagens da reciclagem a quente no local podese citar que não se tem o custo de transporte até as usinas estacionárias já que a usina móvel está presente no comboio de reciclagem e é uma técnica adequada para reparações superficiais A principal desvantagem é que a técnica se limita a corrigir defeitos funcionais DNIT 2005 Reciclagem a quente em usinas estacionárias Na reciclagem a quente na usina o pavimento asfáltico recuperado é combinado com agregado novo e cimento asfáltico para produzir mistura asfáltica a quente Utilizase um equipamento com capacidade de remover uma camada do revestimento normalmente uma fresadora para retirar o pavimento asfáltico em uma camada previamente estipulada FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION 1997 Em usinas volumétricas o processo de mistura é realizado no tambor secador da usina O material removido é introduzido no meio do tambor misturador pois se for introduzido junto com o agregado novo no terminal do queimador do tambor correse o risco de queimar o asfalto remanescente no revestimento removido No terminal misturador do tambor o calor dos agregados novos faz com que o ligante do material antigo amoleça permitindo a mistura completa dos componentes Em usinas gravimétricas o material removido é introduzido após pesagem diretamente no misturador sendo que a técnica de transferência de calor utilizada é o mesmo das usinas volumétricas IEP 2004 A principal vantagem da reciclagem a quente em usinas estacionárias é a possibilidade de produzir um material de qualidade superior quando comparado com o método in situ Como desvantagens podese citar o preço adicional do transporte do material fresado até a usina e do material reciclado da usina até a pista e o risco de queimar o material no processo de aquecimento da mistura IEP 2004 Reciclagem a frio em usinas estacionárias A reciclagem de materiais a frio em usinas estacionárias é uma técnica em que o material recuperado da rodovia é transportado até um depósito central em que se tem a alimentação do mesmo por meio de uma unidade de processamento WIRTGEN 2004 De acordo com o DNIT 2006 a reciclagem a frio não é uma técnica nova de restauração e diversos órgãos rodoviários utilizam essa técnica DAU 2001 explica que a técnica de reciclagem a frio em usinas é utilizada há mais de 25 anos sendo a técnica mais utilizada devido à crescente preocupação com o disposição dada aos resíduos gerados por grandes aglomerações urbanas e pelo possível esgotamento de recursos naturais É importante que a pista que apresenta defeitos e que será submetida à fresagem passe por inspeção contínua para garantir que esse material reciclado tenha características semelhantes as desejadas rejeitando material contaminado pela existência de selantes tratamentos superficiais ou até excesso de material granular em sua composição Após ter sido produzido o revestimento asfáltico recuperado pode ser estocado e manuseado como se fosse um agregado normal tendo sempre o cuidado de não aglomerar em um mesmo monte material fresado proveniente de diferentes obras Deve se também atentarse para a altura do monte durante a estocagem pois de acordo com o Asphalt Institute montes acima de 3 metros de altura podem causar uma aglomeração das partículas do revestimento asfáltico recuperado DAU 2001 A principal vantagem da reciclagem a frio em usinas estacionárias é a possibilidade de estocagem da mistura reciclada já que por ser produzida a frio não necessita ser aplicada imediatamente As principais desvantagens são os problemas de estocagem como a reaglomeração das partículas do material fresado estocado e custo de transporte do material fresado até a usina e do material reciclado da usina até a pista DAU 2001 Na Figura 1 apresentase o fluxograma de funcionamento da técnica X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 4 Figura 1 Fluxograma de uma usina contínua de reciclagem a frio Fonte DAU 2001 Reciclagem a frio no local ou in situ A reciclagem a frio no local ou in situ é executada geralmente com a utilização de emulsão asfáltica como agente reciclador sendo que a quantidade de emulsão a ser aplicada é proporcional ao peso do revestimento asfáltico recuperado Este tipo de reciclagem é realizada com a utilização de máquinas recicladoras grandes e potentes sendo que sua peça principal é o rotor fresador e misturador equipado com uma grande quantidade de ferramentas de corte Essas máquinas permitem reciclar camadas espessas em uma única passagem WIRTGEN 2004 De acordo com Wirtgen 2004 a utilização desta técnica possibilita melhorias no conforto ao rolamento aumenta a largura do pavimento e minimiza os problemas com o transporte Segundo o DNIT 2006 podese classificar esta técnica em Reciclagem com adição de material betuminoso tratase da produção de uma base estabilizada com betume Reciclagem com adição de estabilizante químico tratase da produção de uma base estabilizada quimicamente por meio da pulverização e mistura na pista da camada de revestimento da base e do subleito com a adição de estabilizantes químicos que podem ser cinzas volantes cal ou cimento Dentre as vantagens da reciclagem a frio in situ de pavimentos podese citar a eliminação das operações de escavação carga e transporte para remoção de materiais da estrada eliminação da necessidade de equipamentos para beneficiamento de materiais e de áreas de estocagem processo não poluente e possui tempo de construção mais curto em relação a outros métodos Como desvantagem podese citar a necessidade de equipamentos de grande porte para realização da técnica o que pode ser muito oneroso inviabilizando o mesmo CASTRO 2003 Full Deph Reclamation FDR A reciclagem profunda nome do FDR em português é uma técnica automatizada Nela a camada de revestimento asfáltico e parte do material das camadas subjacentes são simultaneamente triturados e homogeneizados para serem utilizados novamente no pavimento como uma nova camada homogênea e estabilizada OLIVEIRA 2003 Este tipo de reciclagem utiliza agentes estabilizadores que podem ser materiais betuminosos agregados agentes rejuvenescedores e estabilizantes químicos No Brasil o mais utilizado é o cimento Portland devido à disponibilidade OLIVEIRA 2003 X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 5 De acordo com o DNIT 2013 a reciclagem profunda de pavimento in situ com adição de cimento Portland como agente estabilizador deve seguir a seguinte sequência executiva espalhamento do agregado adicional quando necessário espalhamento de cimento Portland sobre a superfície na taxa indicada no projeto reciclagem na seção e espessura de corte indicadas em projeto sendo que nesta operação o cimento Portland agregados adicionais e a água para compactação são simultaneamente incorporados e homogeneizados com os materiais do pavimento existentes compactação prévia para confinar a mistura reciclada e evitar perdas de umidade à medida que a recicladora avança conformação inicial dos perfis transversais e longitudinais da camada com utilização da motoniveladora compactação final sendo que conforme se processa a compactação a motoniveladora vai modelando a superfície de acordo com o que foi estabelecido no projeto geométrico acerto final da superfície com motoniveladora para eliminar as saliências da pista e estabelecer o perfil geométrico de projeto proteção da camada reciclada contra a evaporação da água através da aplicação de produto asfáltico isento de solventes aplicação da pintura de proteção e da capa selante na camada reciclada De acordo com a FHWA 1997 as principais vantagens da FDR são possibilidade de restabelecimento do pavimento antigo para o perfil desejado restabelece aclive e declive elimina buracos irregularidades e a existência de trilhas de roda possibilita operação para executar o alargamento do pavimento a estrutura do pavimento pode ser consideravelmente melhorada sem que se mude a geometria do mesmo suscetibilidade ao congelamento pode ser incrementada é um processo ambientalmente correto sendo que existe a conservação de materiais e energia geralmente apenas uma camada delgada de revestimento é necessária tornando baixo o custo de produção As principais desvantagens são a necessidade de equipamentos de grande porte e é inviável para pavimentos que apresentam defeitos de baixa magnitude Espuma de asfalto na reciclagem de pavimentos De acordo com o Instituto Chileno de Asfalto 2002 a espuma de asfalto é uma mistura de asfalto aquecida a aproximadamente 180ºC combinada com água à temperatura ambiente Essa junção faz com que o asfalto sofra uma reação de expansão de seu volume inicial A espuma de asfalto pode ser utilizada com a tecnologia de reciclagem a frio no local ou in situ sendo que esta maneira consiste no reaproveitamento de camadas deterioradas do pavimento por meio da adição de espuma de asfalto cimento Portland e agregados pétreos gerando assim bases recicladas de boa qualidade DNER 2000 De acordo com Wirtgen 2001 a técnica de reciclagem com espuma de asfalto está sendo utilizada mundialmente com sucesso com destaque na Europa onde a reciclagem a frio com espuma de asfalto é comum na GrãBretanha Noruega Rússia e Holanda No Brasil a reciclagem com espuma de asfalto teve sua primeira aplicação em março de 1998 na rodovia BR277 no estado do Paraná em um trecho de aproximadamente 30 km entre Irati e o entroncamento de Prudentópolis Nesta obra foi reciclada uma espessura de 12 cm sendo 5cm de revestimento e 7 cm de base com adição de 35 de espuma de asfalto e 1 de cimento Portland LUCAS et al 2000 Dentre as vantagens da utilização da espuma de asfalto na reciclagem podese citar a fácil aplicação já que a mesma é aplicada diretamente na câmara de mistura da recicladora o material pode ser submetido ao tráfego logo após a execução do trecho possui custo inferior quando comparado aos tratamentos com emulsão asfáltica ou com emulsão misturada com cimento e formase uma camada de boa capacidade estrutural e com maior resistência à ação da água quando utilizada em conjunto com uma pequena quantidade de cimento IEP 2004 No entanto as principais desvantagens são a impossibilidade da utilização da espuma de asfalto caso o material a ser reciclado seja deficiente de agregados finos necessitando nesse caso da retificação da granulometria por meio da adição de cimento ou cal Além disso é necessária a existência de instalações especiais para aquecimento e expansão do asfalto para a formação da espuma IEP 2004 Utilização de material fresado em estradas de terra A utilização de material oriundo de fresagem para fazer um revestimento atuando como uma melhoria em estradas de terra é uma técnica relativamente nova que foi intensificada no final da década de 90 no Brasil quando a fresagem passou a se tornar cada vez mais comum em pavimentos deteriorados Basicamente a técnica consiste no espalhamento de uma camada de aproximadamente 10 cm de espessura do material sobre a pista com a compactação sendo realizada por meio de rolos liso vibratório e finalizada com uma pintura com emulsão e capa selante Para estradas de terra menos utilizadas é comum o simples espalhamento do material fresado sobre a plataforma deixando a compactação por responsabilidade do tráfego ALVES 2007 X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 6 De acordo com a pesquisa realizada por ALVES 2007 os serviços de manutenção e conservação de um segmento com a utilização de material fresado no revestimento apresentam uma redução de custo de aproximadamente 23 em relação à manutenção e conservação de um segmento das mesmas características sem revestimento Ainda no mesmo trabalho realizouse uma pesquisa subjetiva com cinco avaliadores onde os mesmos atribuíram notas aos trechos em estudo e o resultado foi o trecho com revestimento com material fresado obteve um valor de serventia em uma escala de notas de 1 a 5 onde 1 é péssimo e 5 é excelente de 334 correspondendo a um nível de conforto bom Já o trecho sem revestimento obteve um valor de serventia de 246 correspondendo a um nível de conforto apenas regular Devido ao fato do custo do transporte do material fresado até o local de utilização ter grande influência no custo final deste tipo de melhoria em estrada de terra ponderase que para distância de transporte de material fresado de até 25 km é viável a execução de revestimento com material fresado em relação ao tratamento antipó e à pavimentação poliédrica Para distâncias de 25 a 215 km o revestimento com material fresado é mais econômico do que a pavimentação poliédrica porém é mais oneroso do que o tratamento antipó Para distâncias superiores a 215 km o revestimento com material fresado é inviável quando comparado as outras duas alternativas ALVES 2007 CONCLUSÃO Economicamente falando os custos das técnicas de reciclagem de pavimentos asfálticos em usinas estacionárias tendem a ser maiores uma vez que existe o custo do transporte do material fresado até a usina Vale ressaltar nesse ponto que o custo de transporte possui grande relevância Nem sempre entretanto isso significa que as técnicas em usinas estacionárias devam ser completamente descartadas Caso a reciclagem seja destinada a um segmento de pista que necessita de alto controle de qualidade a reciclagem a quente em usina pode ser o sistema mais adequado uma vez que possibilita o tratamento no material reaproveitado e a inserção de outros materiais como agente rejuvenescedor na mistura Também é importante reportar que para a realização das técnicas de reciclagem no local ou in situ se faz necessário o uso do que é chamado de comboio de reciclagem que conta com o uso da fresadora usina móvel e equipamento compactador Esses equipamentos nem sempre estão disponíveis e o custo para a obtenção é elevado Dependendo da situação caso o material a ser reciclado não apresente um local de destinação a reciclagem a frio em usina é o mais indicado pois o mesmo permite a estocagem do material reciclado para posterior aplicação o que não ocorre com as técnicas a quente Quando há a necessidade de uma readequação do perfil geométrico da via o Full Deph Reclamation é uma solução bastante útil uma vez que se trata de uma reciclagem profunda retirando grandes camadas do pavimento por vezes chegando até a base Também é recomendado quando o pavimento apresenta alto grau de deterioração com problemas estruturais graves fazendo com que uma grande camada necessite ser restaurada A utilização de material fresado em estradas de terra é uma solução bastante adequada para estradas vicinais que necessitam de serviços de manutenção e conservação constante pois esse material fresado espalhado ao longo da pista e compactado por equipamentos apropriados ou pelo próprio tráfego protege o subleito de maneira muito mais eficaz do que uma estrada sem revestimento Diante disso concluise que a escolha da técnica depende de inúmeras variáveis sendo que uma delas a mais relevante é a experiência local Muitas vezes optase pela técnica que vem sendo utilizado no local pelo fato de já haver trabalhadores treinados pela existência de dúvidas quanto a novas alternativas e por experiências anteriores que geraram bons resultados REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 ALVES Carlos S Estudo de um segmento de estrada de terra revestido com material fresado Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenharia Civil Universidade Estadual do Oeste do Paraná Cascavel 2007 2 ARRA ASPAHLT RECYCLING AND RECLAIMING ASSOCIATION Basic Asphalt Recycling Manual Annapolis 2001 3 BONFIM Valmir Fresagem de pavimentos asfálticos 3 ed São Paulo Exceção 2011 4 CASTRO Luciana Nogueira de Reciclagem a frio in situ com espuma de asfalto Tese de pósgraduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2003 5 DAU F N Uma avaliação técnicoeconômica da reciclagem de revestimentos asfálticos em usina em área urbana Dissertação de mestrado em Engenharia Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2001 X Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental FortalezaCE 04 a 07112019 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 7 6 Pavimentação Reciclagem de pavimento à frio in situ com espuma de asfalto Rio de Janeiro 2000 7 DNIT DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Manual de pavimentação 3 ed Rio de Janeiro 2006 8 Manual de restauração de pavimentos asfálticos 2 ed Rio de Janeiro 2006 9 Pavimentação Reciclagem profunda de pavimentos in situ com adição de cimento Portland Especificação de Serviço Rio de Janeiro 2013 10 Pavimentos flexíveis Concreto asfáltico reciclado a quente no local Especificação de serviço Rio de Janeiro 2005 11 FHWA FEDERAL HIGHWAY ASMINISTRATION Pavement recycling for state local governments 1997 12 FONSECA P Reciclagem de pavimentos rodoviários Instituto Politécnico de Bragança 2002 13 IEP INSTITUTO DE ENGENHARIA DO PARANÁ Reciclagem de materiais Curitiba 2004 14 ICHASFALTO INSTITUTO CHILENO DE ASFALTO Asfalto espumado tecnologia y aplicaciones In 5 º Boletim Técnico nº5 Chile 2002 15 OLIVEIRA Paulo C A Contribuição ao estudo da técnica de reciclagem profunda na recuperação de pavimentos flexíveis Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Campinas 2003 16 WIRTGEN Manual de reciclagem a frio 2 ed Alemanha 2004