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Psicologia ·
Gestão Adequada de Conflitos
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Comunicação nãoviolenta1 Marshall B Rosenberg 1 Dar de coração Tradução direta do inglês por Márcia Gama O coração da Comunicação Não Violenta INTRODUÇÃO Acreditando que natural em nós é dar e receber num modo compassivo tenho estado preocupado a maior parte da minha vida com duas questões O que acontece para desconectar nos de nossa natureza compassiva levandonos a nos comportar violenta e exploradoramente E contrariamente o que permite que algumas pessoas estejam conectadas à sua natureza compassiva mesmo sob as mais difíceis circunstâncias Minha preocupação com estas questões começou na infância por volta do verão de 1943 quando nossa família se mudou para Detroit Michigan Na segunda semana após nossa chegada irrompeu uma luta racial a partir de um incidente num parque público Mais de 40 pessoas foram mortas nos dias que se seguiram Nossa vizinhança estava situada no centro da violência e passamos três dias trancados em casa Quando a disputa racial terminou e a escola começou eu descobri que um nome poderia ser tão perigoso quanto a cor da pele Quando a professora falou meu nome durante a chamada dois meninos olharam furiosamente para mim e me vaiaram você é um kike eu nunca tinha ouvido falarem assim antes e não sabia que essa palavra era usada por algumas pessoas de modo pejorativo para referirse a judeus Após a aula os dois estavam esperando por mim derrubaramme no chão chutaramme e me bateram Desde aquele verão em 1943 eu tenho examinado as duas questões que mencionei O que nos possibilita por exemplo estar conectados à nossa natureza compassiva mesmo sob as mais difíceis circunstâncias Estou pensando em pessoas como Etty Hillesum que permaneceu compassiva mesmo enquanto era submetida às grotescas condições de um campo de concentração alemão Como ela escreveu no seu jornal naquela época Eu não sou facilmente amedrontável Não porque eu seja brava mas porque eu sei que estou lidando com seres humanos e eu devo tentar o mais possível entender cada coisa que qualquer um faça E o que foi realmente importante para essa manhã não que um decepcionado jovem oficial da Gestapo gritou para mim mas que eu não senti indignação em vez de uma real compaixão e gostaria de lhe ter perguntado Você teve uma infância muito infeliz sua namorada o abandonou Sim ele olhou perturbado e dirigiu chateado e enfraquecido Eu deveria ter começado a tratar dele ali mesmo por saber que um jovem como aquele é perigoso tão logo seja deixado perdido na espécie humana Hillesum Etty Uma Memória Enquanto estudava os fatores que afetam nossa habilidade para sermos compassivos eu fui confrontado com o papel crucial da linguagem e nosso uso das palavras Tenho desde então identificado uma abordagem específica para comunicação falar e ouvir que nos leva a dar de coração conectandonos conosco mesmos e com os outros de modo que permite florescer nossa natural compaixão Eu chamo essa abordagem de Comunicação Não Violenta usando o termo nãoviolência como Gandhi a usou para referirse ao nosso estado natural de compaixão quando a violência some do nosso coração Embora nós não possamos considerar nosso modo de falar 1 Resumo literal da tradução espanhola Comunicacion no violenta Ediciones Urano Barcelona Prof Marcelo Pelizzoli opelicanoigcombr 1 violento nossas palavras frequentemente levam a machucar e provocar dor para nós mesmos e para os outros Em algumas comunidades o processo que estou descrevendo é conhecido como Comunicação Compassiva a abreviatura CNV é usada através desse livro para referirse à Comunicação Compassiva ou Não Violenta Um meio de focalizar a atenção O CNV está fundado em habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem nossa habilidade para permanecermos humanos mesmo sob difíceis condições Ele não contém nada de novo tudo o que foi integrado ao CNV é conhecido por séculos A intenção é nos lembrar do que nós já sabemos sobre como nós humanos fomos levados a nos relacionar uns com os outros e ajudarnos a viver de modo a manifestar concretamente esse conhecimento O CNV nos orienta a redefinir nossa maneira de nos expressarmos e ouvirmos os outros Em vez de ser habitual e automáticas reações nossas palavras tornamse respostas conscientes baseadas firmemente em nossa consciência do que estamos percebendo sentindo e desejando Somos levados a nos expressar com honestidade e clareza enquanto damos aos outros respeitosa e empática atenção Em qualquer troca nós vamos ouvir nossas próprias necessidades mais profundas e aquelas dos outros O CNV nos treina para observar cuidadosamente e para sermos capazes de especificar comportamentos e condições que nos afetam Aprendemos a identificar e claramente articular o que nós estamos concretamente querendo em determinada situação A forma é simples embora poderosamente transformadora Como o CNV substitui nossos antigos padrões de defesa retirada ou ataque em face de julgamento crítico nós começamos a perceber a nós mesmos e aos outros bem como as nossas intenções e relacionamentos sob nova luz Resistência defensividade e reações violentas são minimizadas Quando nós focamos na clarificação do que está sendo observado sentido e necessitado em vez de focarmos no diagnóstico e julgamento nós descobrimos a profundidade de nossa própria compaixão Através dessa ênfase na escuta profunda para nós mesmos e para os outros o CNV encoraja o respeito atenção e empatia e propicia um mútuo desejo de dar com o coração Embora eu me refira a isso como um processo de comunicação ou uma linguagem da compaixão o CNV é mais que um processo ou linguagem Num nível mais profundo ele é um avançado lembrete para manter nossa atenção focada num lugar onde nós mais provavelmente encontraremos o que procuramos Há uma história de um homem sob uma lâmpada de rua procurando por alguma coisa nos quatro cantos Um policial que ia passando perguntou o que ele estava fazendo Procurando pelas chaves do meu carro respondeu o homem que parecia ligeiramente bêbado Você as deixou cair aqui perguntou o policial Não respondeu o homem Eu as deixei cair no beco Vendo a expressão desconcertada do policial o homem se apressou em explicar Mas a luz aqui é muito melhor Acho que meu condicionamento cultural me levaria a focalizar minha atenção em lugares onde eu encontre mais provavelmente o que quero Desenvolvi o CNV como um caminho para treinar minha atenção para acender a luz da consciência em lugares que tenham o potencial de produzir o que estou buscando O que eu quero na minha vida é compaixão um fluxo entre mim e os outros baseado em mútua doação de coração Esta qualidade de compaixão a que eu me refiro como doação de coração está expressa na seguinte canção de autoria de minha amiga Ruth Bebermeyer Eu nunca me senti dando mais Que quando você toma de mim Quando você entende a alegria que sinto de dar a você E você sabe que minha entrega não é feita Para deixálo em débito comigo Mas porque quero viver o amor que sinto por você 2 Receber com gratidão Pode ser a maior dádiva Não há como separar os dois Quando você se entrega a mim Eu lhe dou minha acolhida Quando você toma de mim Eu me sinto entregando a você Canção Dar a 1978 de Ruth Bebermeyer Quando nós damos de coração o fazemos de modo que uma alegria brota mesmo se não estamos desejosos de enriquecer a vida da outra pessoa Este tipo de doação beneficia a ambos o doador e o recebedor O recebedor aproveita o presente sem se preocupar com as consequências que acompanham presentes dados sem medo culpa vergonha ou desejo de ganhar O doador se beneficia de melhoria da autoestima que resulta quando nós vemos nossos esforços contribuírem para o bem estar de alguém O uso do CNV não requer que as pessoas com as quais estamos nos comunicando sejam conhecedores do CNV ou mesmo estejam motivados a se relacionar conosco compassivamente Se nós estamos dentro do princípio do CNV motivados somente para dar e receber compassivamente e fazer qualquer coisa que possamos para deixar os outros saberem desse nosso único motivo eles aderirão ao processo e eventualmente seremos capazes de responder compassivamente a outrem Eu não estou dizendo que isso sempre acontece rapidamente Reafirmo entretanto que a compaixão inevitavelmente floresce quando estamos certos dos princípios e processos do CNV O MODELO CNV Tradução de Márcia Gama Espaço Família Quatro componentes do CNV Observação Sentimento Necessidade Demanda Para chegar ao mútuo desejo de dar de coração focalizamos a luz da nossa consciência em quatro áreas referidas como os quatro componentes do modelo CNV Primeiro observamos o que está realmente acontecendo numa situação o que estamos observando os outros falarem ou fazerem está enriquecendo ou empobrecendo nossa vida O truque é ser capaz de articular esta observação sem introduzir qualquer julgamento ou avaliação simplesmente dizer o que as pessoas estão fazendo que gostamos ou não gostamos Em seguida dizemos como nos sentimos quando observamos estas ações estamos feridos magoados alegres espantados irritados etc E terceiro dizemos que necessidades nossas estão ligadas aos sentimentos que identificamos A consciência desses três componentes está presente quando usamos o CNV para esclarecer e expressar honestamente como estamos Por exemplo uma mãe pode expressar esses três elementos ao seu filho adolescente dizendo Felix quando eu vejo duas bolas de meia sob a mesinha de centro e uma terceira junto à TV eu me sinto irritada porque eu preciso de mais ordem nas salas que usamos juntos Ela poderia seguir imediatamente com o quarto componente uma solicitação específica você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na máquina de lavar Este quarto componente esclarece o que estamos querendo da outra pessoa que poderia melhorar nossas vidas ou tornar a vida mais maravilhosa para nós Assim parte do CNV é expressar aqueles quatro componentes de informação muito claramente verbalmente ou por outros meios O outro aspecto dessa comunicação consiste em receber os mesmos quatro componentes de informação dos outros Nós nos conectamos com eles 3 primeiro sondando o que eles estão observando sentindo e precisando e então descobrindo o que poderia nos enriquecer recebendo a quarta parte sua solicitação Quando nós mantemos nossa atenção focada nas áreas mencionadas e ajudamos os outros a fazerem o mesmo estabelecemos um fluxo de comunicação indo e vindo até a compaixão manifestarse naturalmente o que eu estou observando sentindo e necessitando o que eu estou requerendo para enriquecer minha vida o que você está observando sentindo e necessitando o que você está requerendo para enriquecer a sua vida Modelo CNV Quais as ações concretas que estamos observando que estão afetando nosso bemestar Como nos sentimos em relação ao que estamos observando Quais as necessidades valores desejos etc que estão criando nossos sentimentos Quais as ações concretas que estamos demandando de modo a enriquecer nossas vidas As duas partes do CNV são 1 Expressarse honestamente através dos quatro componentes do método 2 Receber com empatia através dos quatro componentes Quando usamos este modelo podemos começar tanto por expressarnos quanto por ouvirmos o outro com empatia Embora venhamos aprender a ouvir e a expressar verbalmente cada um desses componentes nos capítulos 3 a 6 é importante ter em mente que o CNV não consiste de uma fórmula fechada mas adaptase a várias situações assim como a estilos pessoais e culturais diversos Enquanto eu por conveniência me referir ao CNV como um processo ou uma linguagem é possível experimentar todas as quatro partes do modelo sem dizer uma única palavra A essência do CNV é está baseada em nossa consciência desses quatro elementos não em palavras que sejam trocadas APLICANDO O CNV EM NOSSA VIDA E NO MUNDO Quando usamos o CNV em nossas interações conosco mesmo com outra pessoa ou num grupo tornamonos fundamentados em nosso estado natural de compaixão Essa é consequentemente uma abordagem que pode ser efetivamente aplicada em todos os níveis de comunicação e em diversas situações relacionamentos íntimos famílias escolas organizações e instituições terapia e aconselhamento diplomacia e negócios disputas e conflitos de qualquer natureza Algumas pessoas usam CNV para criar maior profundidade e cuidado em seus relacionamentos Quando eu aprendi como eu posso receber ouvir bem como dar expressar através do uso do CNV eu fui além do sentimento atacado e ofendido para realmente ouvir as palavras e extrair os sentimentos subjacentes Eu descobri um homem muito ferido com quem eu fui casada por 28 anos Ele me pediu o divórcio na semana anterior ao workshop do CNV Para encurtar a história estamos aqui hoje juntos e eu aprecio a contribuição dada para o nosso final feliz Aprendi a ouvir sentimentos expressar minhas necessidades aceitar respostas que eu não queria ouvir Ele não está aqui para me fazer feliz nem eu estou aqui para criar felicidade para ele Nós 4 dois temos aprendido a crescer a aceitar e a amar de modo que possamos cada um ser preenchidos participante de um workshop em San Diego Outros o usam para construir melhores relacionamentos no trabalho Uma professora escreveu Tenho usado CNV na minha classe de educação especial há cerca de um ano Ele pode funcionar mesmo com crianças que tenham atraso na linguagem dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento Um estudante em nossa classe cuspia xingava gritava e arranhava os outros estudantes com lápis quando eles chegavam perto de sua mesa Chameilhe a atenção dizendo Por favor diga de outro jeito Use sua fala de girafa bonecos girafa são usados em alguns treinamentos como um auxiliar pedagógico para demonstrar o CNV Ele imediatamente parou olhou para as pessoas para as quais sua raiva era direcionada e disse calmamente Você poderia por favor sair da minha mesa Eu sinto muita raiva quando você fica muito perto de mim O outro estudante pôde responder com alguma coisa como Desculpe Esqueci que isso o aborrece Eu comecei a pensar sobre a minha frustração com essa criança e a tentar descobrir o que eu estava necessitando dele além de ordem e harmonia Realizei quanto tempo eu dispensei ao planejamento da aula e como minha necessidade de criatividade e contribuição foi sendo cortada de maneira a administrar seu comportamento Eu senti também que não estava atendendo às necessidades educacionais dos outros estudantes Quando ele estava perturbando na classe eu comecei a falar preciso que você compartilhe minha atenção Isso deve ter acontecido centenas de vezes por dia mas ele absorveu a mensagem e geralmente se envolveu na lição professora de Chicago Illinois 2 A comunicação que bloqueia a compaixão Tradução resumida literal e provisória do espanhol Marcelo Pelizzoli Uso particular Não julgueis e não sereis julgados Mateus 71 Os juízos moralistas Um tipo de comunicação que alija da vida é a dos juízos moralistas que pressupõem uma atitude errônea ou malévola por parte das pessoas que não atuam de acordo com nossos valores Teu problema é que és muito egoísta etc Jogar a culpa em alguém insultar rebaixar pôr etiquetas criticar comparar emitir diagnósticos são distintos modos de formar juízos 29 Mais além do que está bem e do que está mal encontrase um campo Ali nos encontraremos Esse tipo de análise de outro ser humano é apenas uma trágica expressão de nossos p valores e necessidades 30 Trágica porque potencializa uma atitude defensiva e de resistência nas pessoas No entanto quando os demais decidem atuar de acordo com nossos valores e necessidades porque têm medo ou se sentem culpados ou envergonhados o preço que nos toca pagar é realmente alto É importante não confundir juízos de valor com juízos moralistas todos fazemos os primeiros a respeito das coisas da vida O J Harvey Univ do Colorado investigou a vida toda a relação entre violência e linguagem Há bem mais violência nas sociedades onde se etiqueta as pessoas como bons e maus e se está convencido de que as más merecem castigo do que nas sociedades onde se tem em conta as necessidades dos demais Nos EUA 75 dos programas de TV um protagonista golpeia ou mata alguém 5 Para Andrew Schmookler em Out of Weakness a causa da fraqueza a base de toda violência verbal física psicológica há um esquema mental que joga a culpa do conflito na atitude equivocada do inimigo Ele tb atribui a causa da violência na incapacidade de pensar em si mesmo e nos demais a partir do ângulo da vulnerabilidade o que sentimos o que tememos o que desejamos o que nos falta etc 32 As comparações Em How to make yourself miserable Dan Greenberg demonstra com humor o poder das comparações Se alguém aspira a ser sinceramente desgraçado a única coisa que deve fazer é compararse aos outros Esta forma de pensar impede sentir compaixão por nós e pelos outros A negação da responsabilidade O uso da expressão ter que demonstra como na frase gostes ou não tens que fazer isso ilustra até que ponto nossa responsabilidade pessoal por nossos atos se vê obscurecida por esse modo de falar Já a expressão fazer sentir como em vc me faz sentir culpada constitui outro ex de como a linguagem nos leva a negar nossa responsabilidade pessoal a respeito do que sentimos e o que pensamos Negamos a responsabilidade de nossos atos quando atribuímos sua causa a Forças difusas e impessoais fiz pq tinha que fazer Nossa situação um diagnóstico ou nosso histórico pessoal ou psicológico bebo pq sou alcoólatra O que fazem os demais todo mundo faz Ordens da autoridade Pressões de grupo comecei a fumar pq meus amigos o faziam Políticas normas e regras institucionais expulsão como política da escola Papeis adotados segundo sexo posição social ou idade Impulsos irrefreáveis minha gula foi maior 3435 Ex pág 35 cozinhar contra a vontade Outras formas de comunicação que alijam da vida A manifestação de nossos desejos expressa na forma de exigência é outra faceta da L que bloqueia a compaixão A comunicação que alija da vida tb se encontra ligada ao conceito de que há certos atos que merecem recompensa enquanto outros merecem castigo Tratase de um esquema mental expresso através do verbo merecer merece um castigo pelo que fez 37 A maioria de nós elabora uma L que nos leva a etiquetar comparar exigir e emitir juízos mais do que ter consciência do que sentimos e necessitamos 3 Observar sem avaliar Ver POEMA pág 39 O 1 componente da CNV comporta a separação entre observação e avaliação Observações são importantes para comunicar com clareza e sinceridade o que sentimos e queremos Misturado com a avaliação reduzimos as chances de a outra pessoa entender 6 A CNV não nos diz que sejamos 100 objetivos e não tenhamos avaliações Mas que mantenhamos uma separação A CNV é um sistema de linguagem que rechaça as generalizações estáticas em lugar disso as observações devem basearse em coisas específicas do momento e contexto Nossa L é um instrumento imperfeito criados por homens ignorantes que viveram há muito tempo É um Lanimista que nos convida a falar de coisas estáveis e constantes similitudes normalidades e tipos de transformações mágicas problemas simples e soluções definitivas 40 Krishnamurti disse certa vez que observar sem avaliar constitui a forma suprema da inteligência humana 43 Ex do diretor falador p 4445 Cópia quadro pag 4647 Ex das mulheres grávidas p 4850 4 identificar e expressar os sentimentos O 1 componente da CNV é observar sem avaliar o 2 é expressar o que sentimos Em vinte anos de perambulando por instituições docentes dos EUA não recordo de alguém perguntar como eu me sentia Temos metido na cabeça o que os outros querem que eu diga e faça 54 as pessoas têm dificuldade para reconhecer e dizer o que sentem tal dificuldade é muito corrente sobretudo no caso de advogados engenheiros agentes de polícia diretores de empresa e militares de carreira No âmbito familiar o preço a pagar quando alguns dos membros não sabem comunicar suas emoções é muito alto 55 estou casada com um homem maravilhoso mas não sei nunca quais são seus sentimentos Ex do marido e mulher viver com uma parede Pág 56 A expressão de nossa vulnerabilidade inclusive no trabalho tem efeito salutar 57 Distinguir entre o que sentimos e o que pensamos Não nos expressamos claramente e a nossos sentimentos quando usamos frases como Sinto que tu deverias ter sabido Sintome fracassado Sintome como se vivesse com uma parede Sinto que sempre devo estar disponível Sinto que isso não serve para nada Sinto que Amy é muito responsável Sinto que meu chefe é manipulador Na CNV distinguimos entre palavras que expressam sentimentos reais e as que descrevem o que cremos ser 1 Do que cremos ser Sintome incapaz como guitarrista não expressa o sentimento 2 Expressão de sentimentos reais Sintome decepcionado pela minha falta de capacidade para guitarrista Sintome impaciente Sintome frustrado Agora dou exemplos de afirmações que podem ser tomadas como sentimentos mas que na verdade revelam antes como cremos que se comportam os outros do que o que verdadeiramente sentimos VER Cópia da pág 6063 7 5 Assumir a responsabilidade por nossos sentimentos O 3 componentes da CNV pressupõem o reconhecimento da raiz de nossos sentimentos A CNV diz que aquilo que fazem ou dizem os demais pode ser o estímulo mas nunca a causa de nossos sentimentos Estes são o resultado de como elegemos tomar o que os outros dizem assim como nossas necessidades e expectativas particulares nesse momento 65 Ver Cópia da pag 6667 Quanto mais estreitamente conectamos nossos sentimentos com nossas necessidades tanto mais fácil será para os demais que respondam de modo compassivo O mecanismo consistente em motivar alguém fazendo com que se sinta culpado estriba em atribuir aos demais a resp dos n próprios sentimentos Há de se ter em conta que as crianças que aceitam tal responsabilidade e modificam seu comportamento de acordo com os desejos de seus pais não atuam de modo espontâneo senão apenas para evitar sentiremse culpadas 68 Há todo um cabedal de expressões habituais que evitam a resp por nossos sentimentos 1 Uso de modo de falar de caráter impessoal Esse tipo de coisa me tira fora do sério 2 Frases nas quais somente se faz referência ao que fazem os demais Incomodame que não me felicites no dia do aniversário Se não comeres tudo mamãe vai ficar muito triste 3 Uso da expressão Eu me sintoemoção porque ref à pessoa designada por seu nome ou pronome pessoal se me sinto triste é pq tu havias me dito que me querias Estou enfadado porque meu chefe não manteve a promessa As necessidades que estão na raiz de nossos sentimentos Todos os juízos críticas e diagnósticos que emitimos assim como interpretações que fazemos dos demais são expressões de nossas p necessidades Se alguém nos diz Tu não me entendes está dizendo que suas nec de ser compreendido não estão satisfeitas Sempre que manifestamos nossas necessidades de um modo indireto e nos valemos de avaliações interpretações e imagens o mais provável é que os demais percebam críticas em nossas palavras e que portanto se defendam ou ataquem Acostumamonos a crer que são os demais quem se equivocam quando não vemos satisfeitas nossas necessidades 70 Enumeremos algumas das necessidades humanas que todos compartilhamos Autonomia escolher nossos p ideais objetivos e valores escolher o modo de conseguir isso Comemorações Comemorar a criação da vida e os ideais alcançados Comemorar as perdas dos queridos dos ideais etc Diversão Comunhão espiritual Harmonia Beleza Inspiração Ordem Paz Integridade Autenticidade 8 Criatividade Propósito Valia Interdependência Aceitação Afeto Amor Apoio Apreciação Comunidade Compreensão Confiança Consideração Contribuição ao enriquecimento da vida poder pessoal Empatia Proximidade Respeito Segurança emocional Sinceridade aprendendo nossas limitações Tranquilidade Nutrição física Água ar alimento Contato Descanso Expressão sexual Movimento exercício Proteção frente a ameaças Moradia A dor de expressar nossas necessidades frente à dor de não expressálas Como a mulher se vê na sociedade como um ser cuja obrigação mais excelsa consiste em cuidar dos demais é freqüente que se lhe ensine a ignorar suas necessidades 73 Acabo de me dar conta que passei 36 anos incomodada com seu pai porque não satisfazia minhas necessidades e agora vejo que era porque não as expressava claramente Por que lhe custava tanto falar abertamente família cultura etc Acabou tendo medo de manifestar aos demais o que desejava porque pensava que somente receberia críticas e desaprovação 74 Passar de ser escravo de nossas emoções a libertação das mesmas expressandoas ETAPA 1 usamos aqui o termo escravidão emocional consideramonos responsáveis pelos sentimentos dos demais Cremos que devemos nos esforçar constantemente para fazer felizes os demais Tratase de uma atitude que nos leva a ver as pessoas próximas como uma verdadeira carga 75 Tratase da resposta habitual daqueles que vêem o amor como negação de suas p necessidades de ser amado 76 9 ETAPA 2 Aqui nos damos conta do elevado custo que é assumir a resp pelos sentimentos dos demais e tentar nos adaptarmos a eles as nossas expensas Quiçá nos irrite pensar que desperdiçamos a vida que respondemos pouco as solicitações de nossa alma Chamo essa etapa de etapa ofensiva pq acostumamos a fazer comentários ofensivos como este é um problema que só afeta a ti Eu não sou responsável por teus sentimentos Sabemos bem do que somos responsáveis mas não sabemos do que somos responsáveis diante dos demais de modo que não nos escravizem emocionalmente Pode ocorrer que quando sairmos da etapa da escravidão emocional sigamos arrastando resíduos de temor e sentimento de culpa no que se refere as nossas necessidades 77 Aqui se pode aprender a manifestar os desejos e arriscar afrontarse com o desgosto dos demais ETAPA 3 Chamada liberação emocional respondemos as necessidades dos demais com compaixão nunca por medo sentimento de culpa ou vergonha Uma vez nessa etapa já estamos plenamente convencidos de que não chegaremos nunca a satisfazer nossas necessidades a custa dos demais A liberação emocional implica expressar claramente quais são nossas necessidades mas manifestando tb que temos em conta as necessidades dos demais e que nos interesse vêlas satisfeitas 78 Resumo pág 79 6 O que queremos pedir aos demais para enriquecer nossa vida Os 3 primeiros componentes da CNV o que observamos sentimos e necessitamos O 4 e último é que ela se ocupa do que queremos pedir aos demais para enriquecer nossa vida O uso da linguagem de ação positiva Em 1 lugar temos de expressar o que pedimos não o que não pedimos 83 exemplos pag 8485 Além de usar uma L propositiva devemos evitar as frases de sentido vago abstrato ambíguo e formular nossos pedidos em forma de ações concretas que os demais possam aceitar 86 Frequentemente usamos uma L vaga e abstrato para indicar como queremos que alguém se sinta ou seja sem nos referirmos a uma ação concreta que esperamos dela para que consiga alcançar esse estado 87 Façamos nossos pedidos conscientemente Limitamonos a pronunciar palavras servindonos dos demais como uma espécie de caderneta onde vamos jogandoas 89 Exemplo PAG 90 Creio que sempre que dizemos algo a uma pessoa lhe pedimos algo em troca Algumas vezes pode simplesmente tratarse de uma conexão empática uma mera corroboração verbal ou não verbal de que nossas palavras ficaram claras Solicitemos a confirmação de nossas palavras Para isso o melhor será pedir claramente uma resposta à outra pessoa com o fim de saber como entendeu nossas palavras e poder corrigir qq interpretação incorreta Está claro Sim te entendo para estar seguro de que a outra pessoa realmente está nos compreendendo 91 Peçamos sinceridade Eu gostaria que vc me dissesse o que sentes a respeito do que acabo de dizer e quais são as razões desses sentimentos 1 Eu gostaria que me dissesses se crês que minha idéia terá êxito e se pensas que não o que crês que possa impedir o êxito Eu gostaria que vc me diga se está disposto a fazer aquilo que combinamos 93 Fazer pedidos a um grupo Sempre que nos dirigimos a um grupo sem saber com clareza o que queremos dele o mais provável é que se produzam discussões que não conduzem a nada Não vejo claramente que resposta tu esperas de nós a respeito do tema que expuseste Poderias dizernos que tipo de intervenção nos solicitas É frequente que as conversas se prolonguem indefinidamente sem satisfazer as necessidades de ninguém pelo simples fato de que a pessoa que estabeleceu um tema não sabe muito bem o que quer Os pedidos frente às exigências Quanto mais censuremos ou maltratemos os demais ou façamos com que sintam culpados mais provável será que interpretem nossos pedidos como exigências Quanto mais censurada maltratado ou culpada se sentir uma pessoa mais provável é que translade essa carga a suas futuras relações e perceba exigências ali onde só há pedidos Exemplo pág 96 Quanto mais nos empenhemos em interpretar uma negativa de outra pessoa com um rechaço mais provável será que nossos pedidos sejam recebidos como exigências o qual conduz a uma profecia que leva em si seu cumprimento pois quanto mais percebam exigência menos satisfação terão em nossa companhia Pedir Te importas de pôr a mesa Em vez de ponhas a mesa por favor 97 Exemplo Pág 98 Precisemos nossos objetivos quando pedimos algo Se nosso objetivo estriba unicamente em influenciar a pessoa e modificar sua conduta ou em fazer sobressair a nossa a CNV não será uma ferramenta adequada O método está pensado para aqueles que querem que os demais mudem e respondam mas somente se optam por fazêlo de bom grado O objetivo da CNV consiste em estabelecer uma relação baseada na sinceridade e na empatia Quando os demais confiam em que nosso propósito primordial é a qualidade da relação e que esperamos que o processo satisfaça as necessidades de todos podem confiar que nossos pedidos são realmente isso e não exigências camufladas 99 Nas fases iniciais de aplicação do processo pode ser que utilizemos a CNV de forma mais mecânica sem percebermos de todo nossa intenção subjacente Muita gente percebe exigência em nós Principalmente se ocupamos posição de autoridade e falamos com pessoas que tiveram experiências ruins com figuras de autoridade Inadaptados socialmente e emocionalmente aluno problema Impressionoume ver como esse tipo de etiquetas pode converterse em profecias que levam em si seu cumprimento Ao colocar etiquetas nas pessoas atuamos com elas de modo que contribui a potencializar a conduta que pretendemos evitar e que vemos como confirmação de nosso primeiro diagnóstico 100 Observemos em nossos pedidos se não há elementos de exigências tais como O deveria haver suposto que tinha que deixálo todo limpo Ela tem que fazer o que peço Eu mereço que me deem uma mão Tenho motivos para querer que fiquem até mais tarde Tenho direito ao descanso 102 1 Pág 102 Canção de Brett Resumo pág 103 CNV em ação pág104 7 A recepção empática A empatia consiste numa compreensão respeitosa do que os demais experimentam ChuangTzu disse que a verdadeira empatia requer escutar com todo o ser Escutar com a alma exige esvaziar todas as faculdades Então se capta de modo direto que aquilo que se tem diante de si jamais poderá ser ouvido pelo ouvido ou compreendido pela mente Em nossa relação com os outros se produz a empatia quando sabemos nos desprender de todos os ideais preconcebidos e dos prejuízos Martin Buber filósofo judeu Em que pese todas as similitudes cada situação 107 de vida como uma criança recém nascida tem um novo rosto que não havia aparecido nunca nem voltará a aparecer Exige pois um modo de atuar onde não se pode prever de antemão Não exige nada de outro momento vivido do passado senão presença responsabilidade nos exige a nós mesmos No lugar da empatia podemos cair em troca na tendência de dar conselhos tranqüilizar ou explicar qual é nossa postura ou sentimentos A empatia ao contrário requer toda atenção na mensagem que a outra pessoa nos transmite Damos aos demais o tempo e o espaço que necessitam para expressarse plenamente e sentirse compreendidos Não se limite a fazer algo esteja presente ditado budista OBSTÁCULOS ao estar presente Dar conselhos creio que deverias Como é que não Tratar de animar o outro isto não é nada vou contar o que me ocorreu Tentar instruir Tratar de consolar não é culpa sua fizestes o possível Contar alguma história parecida Desviar a questão anda animate Isso não é nada Compadecerse oh Coitado Interrogar quando começou isso Dar explicações Corrigila não isto não ocorreu assim 109 Quando queremos ordenar as coisas e intencionamos que os demais se sintam mais confortados deixamos de estar presentes 109 Na verdade o tipo de compreensão intelectual de um problema impede a presença que a empatia requer Quando pensamos no que uma pessoa nos diz tentamos ver como conectála com nossas teorias o que fazemos é submetêla à observação e não estar com ela O elemento chave da empatia é a presença que nos permite colocarmonos no lugar do outro e entender o que está se passando Oferecer simpatia é diferente de oferecer empatia Exemplo PAG 111 e pág 112 Parafrasear Para confirmar se entendemos bem o que a outra pessoa quer transmitir sente e necessita assim como no que nos pede para enriquecer sua vida é possível que queiramos expressar e aclarar o que entendemos 1 Para confirmar se entendemos bem o que quer transmitir a outra pessoa deveremos parafrasear a conversação que sustentamos com ela A CNV aconselha que o parafraseado se formule através de uma série de perguntas que não só revelarão o que temos entendido senão que tb suscitará as correções oportunas por parte de nosso interlocutor Exemplos que observaram os demais Reagem assim porque semana passada saí muitas vezes O que sentem e que necessidades geram seus sentimentos estás incomodado porque gostarias que reconhecessem os muitos esforços que fizeste O que pedem Gostarias que te expusesse as razões que me levaram a dizer o que disse Observe a diferença com as perguntas abaixo O que dissestes que eu fiz O que foi Por que te sentes mal O que vc quer que eu faça Esse grupo de perguntas solicita informação sem primeiro aprofundar na realidade de nosso interlocutor Pode dar a impressão que somos um tipo de professor de escola que queremos submeter os outros a exame ou um psicólogo que trabalha em um caso clínico Melhor dizer então Entendo mas eu gostaria de aclarar o que dissestes Importaria a você dizer o que eu fiz para que me veja desse modo Quando o outro pergunta se entendemos o que disse neste caso tb é bom parafrasear o que ouvimos pode ser mais tranqüilizador do que apenas dizer sim entendo 115 É de suma importância ao parafrasear o que disse nosso interlocutor o tom de voz que empregamos Sempre que uma pessoa escuta o que dissemos que ela disse é particularmente sensível ao menor matiz de crítica ou de sarcasmo Devemos tb estar preparados para a possibilidade de que alguém interprete de modo errôneo a intenção que nos move ao parafrasear suas palavras Neste caso insistiremos em nossos esforços para captar os sentimentos e necessidades do outro e é possível que vejamos então que não é que ele não se fie em nossas motivações e necessidades mas que não confia em sua capacidade de compreender nossas intenções antes de escutar nossa paráfrase Quanto mais praticarmos mas compreenderemos uma verdade muito simples por trás de todas as palavras que permitimos que nos intimidem não há mais do que seres humanos com suas necessidades insatisfeitas que nos pedem que contribuamos para seu bemestar Somente nos sentimos desumanizados quando temos uma imagem depreciativa de outras pessoas ou abrigamos ideias negativas a respeito de nós mesmos O que opinam os demais de mim Esta é uma frase que devemos deixar de lado para nos sentirmos benditos bendecidos J Campbell Sentimonos benditos quando começamos a ver como um presente o que nos dizem os demais e que previamente havíamos interpretado como uma crítica ou uma acusação quando começamos a vê lo como a oportunidade de dar algo a alguém que sofre 117 Parafrasear não é perder tempo mas o contrário permite ganhar ahorrar tempo Exemplo pág 119 Receber uma confirmação clara de que alguém está conectado empaticamente conosco é uma experiência comovedora Manter a empatia Se nos lançamos precipitadamente a fazer o que nos pedem as vezes não transmitimos um verdadeiro interesse em seus sentimentos e necessidades pelo que quiçá creiam que temos pressa em nos liberar deles ou por arreglar ordenar seus problemas Ao manter a atenção 1 centrada no que lhes ocorre ao demais oferecemoslhes a oportunidade de explorar seu interior e expressarse plenamente Como saberemos se conseguimos ou não a adequada empatia com nosso interlocutor Seremos conscientes desse fenômeno ao advertir que nosso p corpo se libera tb de uma tensão parecida Outro sinal mais evidente é que a pessoa se cala 121 Quando a dor impedenos de nos conectar empaticamente com os outros Quanto maior a atenção posta em escutar nossa voz interior melhor ouviremos a voz de fora Se sabemos praticar a empatia conosco mesmo sentiremos aos poucos uma liberação de energia que permitirá com que nos situemos na pele de nosso interlocutor 121 Se apesar de tudo a outra pessoa está tão presa por sentimentos intensos que nem sequer nos escuta e persiste na conduta o último recurso é nos retirar fisicamente da situação conflitiva 122 8 O poder da empatia Quando alguém te escuta com todo seu ser sem julgar nem querer mudarte sentes algo maravilhoso Resulta surpreendente ver que algo que não tinha solução tem quando há alguém que te escuta C Rogers 129 A empatia e a capacidade de ser vulnerável Se me sinto humilhado ou tenho a sensação de que se aproveitam de mim talvez me sinta demasiado ferido furioso ou assustado para poder conectar empaticamente com meu interlocutor Nestas circunstâncias convirá que opte por retirarme fisicamente e oferecer empatia a mim mesmo ou solicitála de uma fonte confiável Seja como for não há nada que não se possa traduzir em sentimentos e necessidades comuns a todos os seres humanos Ex pág 132133 Ex pág 134135 A decepção as vezes nos converte em excelentes estrategistas da comunicação Não se deve usar nunca a palavra mas quando se fala com uma pessoa furiosa A empatia para animar uma conversa apagada As conversas perdem vitalidade quando nos desconectamos com os sentimentos e necessidades que geram as palavras e dos pedidos associados a tais necessidades É a situação que frequentemente produzse quando a gente fala sem ter plena consciência do que sente necessita ou pede Quando mais tempo aguardamos mais nos custará mostrar civilizados quando intervirmos O mote que nos leva a intervir não é reclamar um espaço para nós senão ajudar a pessoa que fala a conectar com a energia vital que se esconde por trás do que diz Outro modo de animar uma conversa consiste em expressar abertamente nosso desejo de uma melhor comunicação e pedir a informação necessária para estabelecêla 139 ex pág 139 As conversas que não têm interesse para o que escuta tampouco têm para o que fala Se vc fala além da conta o que preferes que quem ouve finja que o escuta ou que o interrrompa Quando falamos pretendemos enriquecer os demais com nossas palavras não lhes enfadar 1 A empatia com o silêncio Uma das recomendações mais difíceis de seguir é a empatia com o silêncio especialmente quando manifestamos nossa vulnerabilidade e queremos saber como os demais reagem 1401 Resumo Graças a nossa capacidade de empatia nos permitimos ser vulneráveis absorvermos a violência potencial saber escutar a palavra NÃO sem tomála como um rechaço pessoal infundimos vida a uma conversa apagada e até chegamos a captar os sentimentos e necessidades expressos com o silêncio 9 A expressão plena da ira A ira nos brinda com a oportunidade única de aprofundar mais na CNV São pessoas submetidas a opressão e discriminação que aspiram a aumentar sua força para conseguir que se opere uma mudança em sua vida Essa classe de pessoas se inquieta quando ouve falar de comunicação compassiva ou CNV devido ao fato de que mv foram obrigadas a sufocar sua ira encherse de paciência e aceitar as coisas tal como estão O processo seguinte não ensina a sufocar a ira mas manifestar de modo pleno 145 É necessário distinguir entre estímulo e causa O primeiro passo para expressar de forma plena a ira é desvincular os demais de qq resp a respeito dela Precisamos nos libertar de idéia como Ele a faz com que me enfureça quando se comporta assim Esse modo de pensar nos leva a expressar a ira maltratando ou culpando o outro Mas a conduta dos demais é só estímulo e não causa São coisas distintas É muito fácil cair nesse hábito em nossa cultura que se serve do sentimento de culpa para controlar as pessoas Nessa classe de cultura é importante que se nos induza enganosamente a crer que está em nossas mãos fazer com que os demais se sintam de um determinado modo Onde o sentimento de culpa passa a ser uma tática de manipulação e coação é útil confundir estímulo e causa 146 As crianças que se acostumam a escutar frases como Mamãe e papai ficam muito tristes quando vc recebe notas ruins acabam crendo que sua conduta é a causa da infelicidade dos pais Observase a mesma dinâmica entre pessoas unidas por laços de intimidade Me senti realmente decepcionado quando não viste me ver no dia de meu aniversario Usamos a lingua de muitos modos para nos convencer que se nos sentimos como nos sentimos é porque os outros o fizeram Surge a ira quando nos enfadamos e buscamos culpados ou seja quando optamos por fazer o papel de Deus e julgar ou culpar a outra pessoa por ter se equivocado ou feito algo que merece castigo A causa da ira provém de nosso modo de pensar mesmo que estejamos conscientes disso Ex pág 147 Sempre que estabelecemos contato com nossas necessidades ou que busquemos nos tranqüilizar tenhamos traçado um objetivo ou nos apraza estar a sós estabelecemos contato com nossa energia vital Nossos sentimentos poderão ser intensos mas não ficaremos enfadados A ira é o resultado de um modo de pensar que alija da vida e nos desconecta de nossas necessidades Indica que analisamos e julgamos alguém em lugar de ver que necessitamos algo que está fora de nosso alcance Devemos em todo momento iluminar com a consciência os sentimentos e necessidades da outra pessoa Não é que se reprima a ira senão que esta deixa de produzirse sempre que consigamos estar plenamente presentes nos sentimentos e necessidades da outra pessoa A ira sempre encerra algo que é útil para a vida 1 Ela pode converterse em algo valioso se a utilizamos como um despertador que nos avisa que nos informa que temos uma necessidade insatisfeita e que se persistimos em nosso modo de pensar não é provável que a satisfaçamos No entanto a ira apanha acapara nossa energia e a canaliza para o castigo dos demais e não a satisfação de nossas necessidades Devemos trocar a frase estou incomodado porque eles por estou incomodado porque necessito 149 Todas as formas de violência têm origem no autoengano ver o caso do preso sueco p 150 e ex pag 151 Quando temos a cabeça cheia de juízos e análises sobre outras pessoas e por isso discriminamos que são más ambiciosas irresponsáveis mentirosas ou enganosas que contaminam o ambiente valorizam mais a ganância do que a vida ou se comportam como não deve poucas pessoas haverão que se interessem em satisfazer nossas necessidades 152 Quanto mais acusações e juízos as pessoas percebam em nossas palavras mais na defensiva estarão e mais agressivas se tornarão conosco e menos lhes importarão as nossas necessidades no futuro Quatro passos para expressar a ira 1 Efetuar uma pausa parar e apenas respirar Absterse de culpar o outro 2 Identificar quais sentimentos provocaram nossa ira 3 Prestamos atenção aos pensamentos que nos surgem Encontraremos expressões de necessidades insatisfeitas dos outros e nossas 4 O passo seguinte é nos concentrar nas necessidades que estão por trás destes pensamentos 153 ver fala da pag 154 Antes de tudo oferecer empatia Quando mais nos identifiquemos com o que lhes leva a comportarse de um modo que não satisfaça nossas necessidades mais provável será que nos respondam do mesmo modo Você sente Sente frustração Sente necessidade de Sempre que nos centramos nos sentimentos e necessidades dos outros experimentamos o que nos une que todos somos seres humanos 155 desfruto mais do trato com os seres humanos se não me concentro no que pensam Depois de dez minutos prestando atenção ao que ele disse calouse sentiase compreendido Então eu quis fazêlo participar do que eu sentia 156 Eu não queria que esse homem percebesse acusação alguma em minhas palavras somente que se desse conta do que eu havia sentido quando ele fizera sua observação 157 Quando nos damos conta de que a pessoa com quem falamos se sente culpada de algo é sinal de que devemos moderar o tom retificar e prestar mais atenção a seus problemas Reúnas todos os juízos negativos de tua cabeça e te perguntes quando formulo um juízo sobre uma pessoa o que eu necessito e na realidade não tenho Deste modo te acostumarás a centrarte em tuas necessidades insatisfeitas e não nos juízos que possas fazer sobre outras pessoas Julgar os demais e jogarlhes a culpa converteuse para nós em uma segunda natureza 158 Se queremos praticar a CNV devemos proceder com lentidão refletir antes de falar e as vezes nos limitar a respirar profundamente e guardar silêncio A aprendizagem do método e sua aplicação requer tempo Resumo pág 159 10 O uso protetor da força Em caso as partes podem chegar ao acordo de que não estão de acordo As vezes temos situações em que pode ser necessário o uso da força Aqui a CNV exige estabelecer uma diferença entre o uso da força protetora e da força punitiva 1 A função da protetora é impedir danos ou injustiças A intenção do uso punitivo é que as pessoas se vejam acarreem com as consequências de seu mal proceder Agarrar um menino que corre pela rua em perigo é usar força protetora 167 Já a força punitiva pode presupor o ataque físico ou psíquico como dar uma surra ou recriminar você é louco Não tem vergonha Vejase a obra Nonviolent Social defense de Robert Irwin O uso protetor da força deriva do fato de que há pessoas que se comportam de modo prejudicial para si e para os outros e que ignoram isso O processo corretor consistirá em educar não em castigar A ignorância pressupõe a não ter consciência das consequências de nossos atos b ser incapaz de ver como satisfazer nossas necessidades sem prejudicar aos demais C crer que temos direito de castigar ou ferir outras pessoas porque merecem e d abrigar alguma idéia errônea como por exemplo a de que uma voz nos ordena que matemos alguém A ação punitiva já parte da base de que as pessoas cometem atos reprováveis porque são malvadas e para emendar a situação é preciso forçálas a arrependeremse O corretivo que se aplica é administrado através de uma ação punitiva a fim de que 1sofram e vejam o erro de seu proceder b se arrependam c mudem o que se consegue simplesmente com a ação punitiva é que a outra pessoa sinta ressentimento e hostilidade e que se intensifique sua resistência à conduta que precisamente gostaríamos que ela adotasse 168 Tipos de força punitiva Os castigos físicos por exemplo as palizas constituem um dos usos punitivos da força O que a mim me preocupa é que o temor que os filhos sentem do castigo corporal possa obscurecer sua consciência da compaixão que subjaze ás exigências de seus pais Tb comparto as preocupações de muitos pais pelas conseq sociais dos castigos físicos 169 Há outros usos punitivos não físicos da força Um deles é culpar a outra pessoa com o propósito de desacreditála Um pai por exemplo pode etiquetar seu filho de inepto egoísta imaturo se vê que ele não se comporta de um determinado modo O preço do castigo Quando fazemos algo com o único propósito de evitar o castigo afastamos a atenção do valor que tem cada ação em si mesma Em lugar disso nos concentramos nas conseq que nos sobreviria se não fizéssemos o que foi pedido Assim sempre que se recorre à força punitiva decresce a autoestima 170 O que eu recomendo em tais situações agressões entre crianças por exemplo quando uma criança bate na outra depois de ter sido ofendida posso mostrar empatia a ela dizendo vejo que estás enfadada porque querem que te tratem com mais respeito No caso de minha suposição estar certa e a criança considere assim na continuação expressarei meus sentimentos e necessidades e formularei meus pedidos sem atribuir a ela nenhuma culpa Ex 171 Perguntas que manifestam as limitações do castigo O que eu quero que essa pessoa faça que seja diferente do que faz normalmente Que razões quero que tenha esta pessoa para fazer algo que lhe peço A CNV propicia uma atitude moral baseada na autonomia e na interdependência o que nos induz a responsabilidade de nossos atos e ver que nosso bemestar e dos demais são uma e só coisa O uso protetor da força nas escolas 1 È preciso diferenciar entre CNV e permissividade Alguns professores que usam CNV as vezes não intervém em situações conflitivas e problemáticas mas as ignoram Enfim o castigo lesiona a boa vontade e a autoestima e desloca nossa atenção do valor intrínseco de uma ação e suas conseq externas 11 Como nos liberar a nós mesmos e aconselhar os demais A CNV nos permite traduzir em sentimentos 1
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Comunicação nãoviolenta1 Marshall B Rosenberg 1 Dar de coração Tradução direta do inglês por Márcia Gama O coração da Comunicação Não Violenta INTRODUÇÃO Acreditando que natural em nós é dar e receber num modo compassivo tenho estado preocupado a maior parte da minha vida com duas questões O que acontece para desconectar nos de nossa natureza compassiva levandonos a nos comportar violenta e exploradoramente E contrariamente o que permite que algumas pessoas estejam conectadas à sua natureza compassiva mesmo sob as mais difíceis circunstâncias Minha preocupação com estas questões começou na infância por volta do verão de 1943 quando nossa família se mudou para Detroit Michigan Na segunda semana após nossa chegada irrompeu uma luta racial a partir de um incidente num parque público Mais de 40 pessoas foram mortas nos dias que se seguiram Nossa vizinhança estava situada no centro da violência e passamos três dias trancados em casa Quando a disputa racial terminou e a escola começou eu descobri que um nome poderia ser tão perigoso quanto a cor da pele Quando a professora falou meu nome durante a chamada dois meninos olharam furiosamente para mim e me vaiaram você é um kike eu nunca tinha ouvido falarem assim antes e não sabia que essa palavra era usada por algumas pessoas de modo pejorativo para referirse a judeus Após a aula os dois estavam esperando por mim derrubaramme no chão chutaramme e me bateram Desde aquele verão em 1943 eu tenho examinado as duas questões que mencionei O que nos possibilita por exemplo estar conectados à nossa natureza compassiva mesmo sob as mais difíceis circunstâncias Estou pensando em pessoas como Etty Hillesum que permaneceu compassiva mesmo enquanto era submetida às grotescas condições de um campo de concentração alemão Como ela escreveu no seu jornal naquela época Eu não sou facilmente amedrontável Não porque eu seja brava mas porque eu sei que estou lidando com seres humanos e eu devo tentar o mais possível entender cada coisa que qualquer um faça E o que foi realmente importante para essa manhã não que um decepcionado jovem oficial da Gestapo gritou para mim mas que eu não senti indignação em vez de uma real compaixão e gostaria de lhe ter perguntado Você teve uma infância muito infeliz sua namorada o abandonou Sim ele olhou perturbado e dirigiu chateado e enfraquecido Eu deveria ter começado a tratar dele ali mesmo por saber que um jovem como aquele é perigoso tão logo seja deixado perdido na espécie humana Hillesum Etty Uma Memória Enquanto estudava os fatores que afetam nossa habilidade para sermos compassivos eu fui confrontado com o papel crucial da linguagem e nosso uso das palavras Tenho desde então identificado uma abordagem específica para comunicação falar e ouvir que nos leva a dar de coração conectandonos conosco mesmos e com os outros de modo que permite florescer nossa natural compaixão Eu chamo essa abordagem de Comunicação Não Violenta usando o termo nãoviolência como Gandhi a usou para referirse ao nosso estado natural de compaixão quando a violência some do nosso coração Embora nós não possamos considerar nosso modo de falar 1 Resumo literal da tradução espanhola Comunicacion no violenta Ediciones Urano Barcelona Prof Marcelo Pelizzoli opelicanoigcombr 1 violento nossas palavras frequentemente levam a machucar e provocar dor para nós mesmos e para os outros Em algumas comunidades o processo que estou descrevendo é conhecido como Comunicação Compassiva a abreviatura CNV é usada através desse livro para referirse à Comunicação Compassiva ou Não Violenta Um meio de focalizar a atenção O CNV está fundado em habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem nossa habilidade para permanecermos humanos mesmo sob difíceis condições Ele não contém nada de novo tudo o que foi integrado ao CNV é conhecido por séculos A intenção é nos lembrar do que nós já sabemos sobre como nós humanos fomos levados a nos relacionar uns com os outros e ajudarnos a viver de modo a manifestar concretamente esse conhecimento O CNV nos orienta a redefinir nossa maneira de nos expressarmos e ouvirmos os outros Em vez de ser habitual e automáticas reações nossas palavras tornamse respostas conscientes baseadas firmemente em nossa consciência do que estamos percebendo sentindo e desejando Somos levados a nos expressar com honestidade e clareza enquanto damos aos outros respeitosa e empática atenção Em qualquer troca nós vamos ouvir nossas próprias necessidades mais profundas e aquelas dos outros O CNV nos treina para observar cuidadosamente e para sermos capazes de especificar comportamentos e condições que nos afetam Aprendemos a identificar e claramente articular o que nós estamos concretamente querendo em determinada situação A forma é simples embora poderosamente transformadora Como o CNV substitui nossos antigos padrões de defesa retirada ou ataque em face de julgamento crítico nós começamos a perceber a nós mesmos e aos outros bem como as nossas intenções e relacionamentos sob nova luz Resistência defensividade e reações violentas são minimizadas Quando nós focamos na clarificação do que está sendo observado sentido e necessitado em vez de focarmos no diagnóstico e julgamento nós descobrimos a profundidade de nossa própria compaixão Através dessa ênfase na escuta profunda para nós mesmos e para os outros o CNV encoraja o respeito atenção e empatia e propicia um mútuo desejo de dar com o coração Embora eu me refira a isso como um processo de comunicação ou uma linguagem da compaixão o CNV é mais que um processo ou linguagem Num nível mais profundo ele é um avançado lembrete para manter nossa atenção focada num lugar onde nós mais provavelmente encontraremos o que procuramos Há uma história de um homem sob uma lâmpada de rua procurando por alguma coisa nos quatro cantos Um policial que ia passando perguntou o que ele estava fazendo Procurando pelas chaves do meu carro respondeu o homem que parecia ligeiramente bêbado Você as deixou cair aqui perguntou o policial Não respondeu o homem Eu as deixei cair no beco Vendo a expressão desconcertada do policial o homem se apressou em explicar Mas a luz aqui é muito melhor Acho que meu condicionamento cultural me levaria a focalizar minha atenção em lugares onde eu encontre mais provavelmente o que quero Desenvolvi o CNV como um caminho para treinar minha atenção para acender a luz da consciência em lugares que tenham o potencial de produzir o que estou buscando O que eu quero na minha vida é compaixão um fluxo entre mim e os outros baseado em mútua doação de coração Esta qualidade de compaixão a que eu me refiro como doação de coração está expressa na seguinte canção de autoria de minha amiga Ruth Bebermeyer Eu nunca me senti dando mais Que quando você toma de mim Quando você entende a alegria que sinto de dar a você E você sabe que minha entrega não é feita Para deixálo em débito comigo Mas porque quero viver o amor que sinto por você 2 Receber com gratidão Pode ser a maior dádiva Não há como separar os dois Quando você se entrega a mim Eu lhe dou minha acolhida Quando você toma de mim Eu me sinto entregando a você Canção Dar a 1978 de Ruth Bebermeyer Quando nós damos de coração o fazemos de modo que uma alegria brota mesmo se não estamos desejosos de enriquecer a vida da outra pessoa Este tipo de doação beneficia a ambos o doador e o recebedor O recebedor aproveita o presente sem se preocupar com as consequências que acompanham presentes dados sem medo culpa vergonha ou desejo de ganhar O doador se beneficia de melhoria da autoestima que resulta quando nós vemos nossos esforços contribuírem para o bem estar de alguém O uso do CNV não requer que as pessoas com as quais estamos nos comunicando sejam conhecedores do CNV ou mesmo estejam motivados a se relacionar conosco compassivamente Se nós estamos dentro do princípio do CNV motivados somente para dar e receber compassivamente e fazer qualquer coisa que possamos para deixar os outros saberem desse nosso único motivo eles aderirão ao processo e eventualmente seremos capazes de responder compassivamente a outrem Eu não estou dizendo que isso sempre acontece rapidamente Reafirmo entretanto que a compaixão inevitavelmente floresce quando estamos certos dos princípios e processos do CNV O MODELO CNV Tradução de Márcia Gama Espaço Família Quatro componentes do CNV Observação Sentimento Necessidade Demanda Para chegar ao mútuo desejo de dar de coração focalizamos a luz da nossa consciência em quatro áreas referidas como os quatro componentes do modelo CNV Primeiro observamos o que está realmente acontecendo numa situação o que estamos observando os outros falarem ou fazerem está enriquecendo ou empobrecendo nossa vida O truque é ser capaz de articular esta observação sem introduzir qualquer julgamento ou avaliação simplesmente dizer o que as pessoas estão fazendo que gostamos ou não gostamos Em seguida dizemos como nos sentimos quando observamos estas ações estamos feridos magoados alegres espantados irritados etc E terceiro dizemos que necessidades nossas estão ligadas aos sentimentos que identificamos A consciência desses três componentes está presente quando usamos o CNV para esclarecer e expressar honestamente como estamos Por exemplo uma mãe pode expressar esses três elementos ao seu filho adolescente dizendo Felix quando eu vejo duas bolas de meia sob a mesinha de centro e uma terceira junto à TV eu me sinto irritada porque eu preciso de mais ordem nas salas que usamos juntos Ela poderia seguir imediatamente com o quarto componente uma solicitação específica você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na máquina de lavar Este quarto componente esclarece o que estamos querendo da outra pessoa que poderia melhorar nossas vidas ou tornar a vida mais maravilhosa para nós Assim parte do CNV é expressar aqueles quatro componentes de informação muito claramente verbalmente ou por outros meios O outro aspecto dessa comunicação consiste em receber os mesmos quatro componentes de informação dos outros Nós nos conectamos com eles 3 primeiro sondando o que eles estão observando sentindo e precisando e então descobrindo o que poderia nos enriquecer recebendo a quarta parte sua solicitação Quando nós mantemos nossa atenção focada nas áreas mencionadas e ajudamos os outros a fazerem o mesmo estabelecemos um fluxo de comunicação indo e vindo até a compaixão manifestarse naturalmente o que eu estou observando sentindo e necessitando o que eu estou requerendo para enriquecer minha vida o que você está observando sentindo e necessitando o que você está requerendo para enriquecer a sua vida Modelo CNV Quais as ações concretas que estamos observando que estão afetando nosso bemestar Como nos sentimos em relação ao que estamos observando Quais as necessidades valores desejos etc que estão criando nossos sentimentos Quais as ações concretas que estamos demandando de modo a enriquecer nossas vidas As duas partes do CNV são 1 Expressarse honestamente através dos quatro componentes do método 2 Receber com empatia através dos quatro componentes Quando usamos este modelo podemos começar tanto por expressarnos quanto por ouvirmos o outro com empatia Embora venhamos aprender a ouvir e a expressar verbalmente cada um desses componentes nos capítulos 3 a 6 é importante ter em mente que o CNV não consiste de uma fórmula fechada mas adaptase a várias situações assim como a estilos pessoais e culturais diversos Enquanto eu por conveniência me referir ao CNV como um processo ou uma linguagem é possível experimentar todas as quatro partes do modelo sem dizer uma única palavra A essência do CNV é está baseada em nossa consciência desses quatro elementos não em palavras que sejam trocadas APLICANDO O CNV EM NOSSA VIDA E NO MUNDO Quando usamos o CNV em nossas interações conosco mesmo com outra pessoa ou num grupo tornamonos fundamentados em nosso estado natural de compaixão Essa é consequentemente uma abordagem que pode ser efetivamente aplicada em todos os níveis de comunicação e em diversas situações relacionamentos íntimos famílias escolas organizações e instituições terapia e aconselhamento diplomacia e negócios disputas e conflitos de qualquer natureza Algumas pessoas usam CNV para criar maior profundidade e cuidado em seus relacionamentos Quando eu aprendi como eu posso receber ouvir bem como dar expressar através do uso do CNV eu fui além do sentimento atacado e ofendido para realmente ouvir as palavras e extrair os sentimentos subjacentes Eu descobri um homem muito ferido com quem eu fui casada por 28 anos Ele me pediu o divórcio na semana anterior ao workshop do CNV Para encurtar a história estamos aqui hoje juntos e eu aprecio a contribuição dada para o nosso final feliz Aprendi a ouvir sentimentos expressar minhas necessidades aceitar respostas que eu não queria ouvir Ele não está aqui para me fazer feliz nem eu estou aqui para criar felicidade para ele Nós 4 dois temos aprendido a crescer a aceitar e a amar de modo que possamos cada um ser preenchidos participante de um workshop em San Diego Outros o usam para construir melhores relacionamentos no trabalho Uma professora escreveu Tenho usado CNV na minha classe de educação especial há cerca de um ano Ele pode funcionar mesmo com crianças que tenham atraso na linguagem dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento Um estudante em nossa classe cuspia xingava gritava e arranhava os outros estudantes com lápis quando eles chegavam perto de sua mesa Chameilhe a atenção dizendo Por favor diga de outro jeito Use sua fala de girafa bonecos girafa são usados em alguns treinamentos como um auxiliar pedagógico para demonstrar o CNV Ele imediatamente parou olhou para as pessoas para as quais sua raiva era direcionada e disse calmamente Você poderia por favor sair da minha mesa Eu sinto muita raiva quando você fica muito perto de mim O outro estudante pôde responder com alguma coisa como Desculpe Esqueci que isso o aborrece Eu comecei a pensar sobre a minha frustração com essa criança e a tentar descobrir o que eu estava necessitando dele além de ordem e harmonia Realizei quanto tempo eu dispensei ao planejamento da aula e como minha necessidade de criatividade e contribuição foi sendo cortada de maneira a administrar seu comportamento Eu senti também que não estava atendendo às necessidades educacionais dos outros estudantes Quando ele estava perturbando na classe eu comecei a falar preciso que você compartilhe minha atenção Isso deve ter acontecido centenas de vezes por dia mas ele absorveu a mensagem e geralmente se envolveu na lição professora de Chicago Illinois 2 A comunicação que bloqueia a compaixão Tradução resumida literal e provisória do espanhol Marcelo Pelizzoli Uso particular Não julgueis e não sereis julgados Mateus 71 Os juízos moralistas Um tipo de comunicação que alija da vida é a dos juízos moralistas que pressupõem uma atitude errônea ou malévola por parte das pessoas que não atuam de acordo com nossos valores Teu problema é que és muito egoísta etc Jogar a culpa em alguém insultar rebaixar pôr etiquetas criticar comparar emitir diagnósticos são distintos modos de formar juízos 29 Mais além do que está bem e do que está mal encontrase um campo Ali nos encontraremos Esse tipo de análise de outro ser humano é apenas uma trágica expressão de nossos p valores e necessidades 30 Trágica porque potencializa uma atitude defensiva e de resistência nas pessoas No entanto quando os demais decidem atuar de acordo com nossos valores e necessidades porque têm medo ou se sentem culpados ou envergonhados o preço que nos toca pagar é realmente alto É importante não confundir juízos de valor com juízos moralistas todos fazemos os primeiros a respeito das coisas da vida O J Harvey Univ do Colorado investigou a vida toda a relação entre violência e linguagem Há bem mais violência nas sociedades onde se etiqueta as pessoas como bons e maus e se está convencido de que as más merecem castigo do que nas sociedades onde se tem em conta as necessidades dos demais Nos EUA 75 dos programas de TV um protagonista golpeia ou mata alguém 5 Para Andrew Schmookler em Out of Weakness a causa da fraqueza a base de toda violência verbal física psicológica há um esquema mental que joga a culpa do conflito na atitude equivocada do inimigo Ele tb atribui a causa da violência na incapacidade de pensar em si mesmo e nos demais a partir do ângulo da vulnerabilidade o que sentimos o que tememos o que desejamos o que nos falta etc 32 As comparações Em How to make yourself miserable Dan Greenberg demonstra com humor o poder das comparações Se alguém aspira a ser sinceramente desgraçado a única coisa que deve fazer é compararse aos outros Esta forma de pensar impede sentir compaixão por nós e pelos outros A negação da responsabilidade O uso da expressão ter que demonstra como na frase gostes ou não tens que fazer isso ilustra até que ponto nossa responsabilidade pessoal por nossos atos se vê obscurecida por esse modo de falar Já a expressão fazer sentir como em vc me faz sentir culpada constitui outro ex de como a linguagem nos leva a negar nossa responsabilidade pessoal a respeito do que sentimos e o que pensamos Negamos a responsabilidade de nossos atos quando atribuímos sua causa a Forças difusas e impessoais fiz pq tinha que fazer Nossa situação um diagnóstico ou nosso histórico pessoal ou psicológico bebo pq sou alcoólatra O que fazem os demais todo mundo faz Ordens da autoridade Pressões de grupo comecei a fumar pq meus amigos o faziam Políticas normas e regras institucionais expulsão como política da escola Papeis adotados segundo sexo posição social ou idade Impulsos irrefreáveis minha gula foi maior 3435 Ex pág 35 cozinhar contra a vontade Outras formas de comunicação que alijam da vida A manifestação de nossos desejos expressa na forma de exigência é outra faceta da L que bloqueia a compaixão A comunicação que alija da vida tb se encontra ligada ao conceito de que há certos atos que merecem recompensa enquanto outros merecem castigo Tratase de um esquema mental expresso através do verbo merecer merece um castigo pelo que fez 37 A maioria de nós elabora uma L que nos leva a etiquetar comparar exigir e emitir juízos mais do que ter consciência do que sentimos e necessitamos 3 Observar sem avaliar Ver POEMA pág 39 O 1 componente da CNV comporta a separação entre observação e avaliação Observações são importantes para comunicar com clareza e sinceridade o que sentimos e queremos Misturado com a avaliação reduzimos as chances de a outra pessoa entender 6 A CNV não nos diz que sejamos 100 objetivos e não tenhamos avaliações Mas que mantenhamos uma separação A CNV é um sistema de linguagem que rechaça as generalizações estáticas em lugar disso as observações devem basearse em coisas específicas do momento e contexto Nossa L é um instrumento imperfeito criados por homens ignorantes que viveram há muito tempo É um Lanimista que nos convida a falar de coisas estáveis e constantes similitudes normalidades e tipos de transformações mágicas problemas simples e soluções definitivas 40 Krishnamurti disse certa vez que observar sem avaliar constitui a forma suprema da inteligência humana 43 Ex do diretor falador p 4445 Cópia quadro pag 4647 Ex das mulheres grávidas p 4850 4 identificar e expressar os sentimentos O 1 componente da CNV é observar sem avaliar o 2 é expressar o que sentimos Em vinte anos de perambulando por instituições docentes dos EUA não recordo de alguém perguntar como eu me sentia Temos metido na cabeça o que os outros querem que eu diga e faça 54 as pessoas têm dificuldade para reconhecer e dizer o que sentem tal dificuldade é muito corrente sobretudo no caso de advogados engenheiros agentes de polícia diretores de empresa e militares de carreira No âmbito familiar o preço a pagar quando alguns dos membros não sabem comunicar suas emoções é muito alto 55 estou casada com um homem maravilhoso mas não sei nunca quais são seus sentimentos Ex do marido e mulher viver com uma parede Pág 56 A expressão de nossa vulnerabilidade inclusive no trabalho tem efeito salutar 57 Distinguir entre o que sentimos e o que pensamos Não nos expressamos claramente e a nossos sentimentos quando usamos frases como Sinto que tu deverias ter sabido Sintome fracassado Sintome como se vivesse com uma parede Sinto que sempre devo estar disponível Sinto que isso não serve para nada Sinto que Amy é muito responsável Sinto que meu chefe é manipulador Na CNV distinguimos entre palavras que expressam sentimentos reais e as que descrevem o que cremos ser 1 Do que cremos ser Sintome incapaz como guitarrista não expressa o sentimento 2 Expressão de sentimentos reais Sintome decepcionado pela minha falta de capacidade para guitarrista Sintome impaciente Sintome frustrado Agora dou exemplos de afirmações que podem ser tomadas como sentimentos mas que na verdade revelam antes como cremos que se comportam os outros do que o que verdadeiramente sentimos VER Cópia da pág 6063 7 5 Assumir a responsabilidade por nossos sentimentos O 3 componentes da CNV pressupõem o reconhecimento da raiz de nossos sentimentos A CNV diz que aquilo que fazem ou dizem os demais pode ser o estímulo mas nunca a causa de nossos sentimentos Estes são o resultado de como elegemos tomar o que os outros dizem assim como nossas necessidades e expectativas particulares nesse momento 65 Ver Cópia da pag 6667 Quanto mais estreitamente conectamos nossos sentimentos com nossas necessidades tanto mais fácil será para os demais que respondam de modo compassivo O mecanismo consistente em motivar alguém fazendo com que se sinta culpado estriba em atribuir aos demais a resp dos n próprios sentimentos Há de se ter em conta que as crianças que aceitam tal responsabilidade e modificam seu comportamento de acordo com os desejos de seus pais não atuam de modo espontâneo senão apenas para evitar sentiremse culpadas 68 Há todo um cabedal de expressões habituais que evitam a resp por nossos sentimentos 1 Uso de modo de falar de caráter impessoal Esse tipo de coisa me tira fora do sério 2 Frases nas quais somente se faz referência ao que fazem os demais Incomodame que não me felicites no dia do aniversário Se não comeres tudo mamãe vai ficar muito triste 3 Uso da expressão Eu me sintoemoção porque ref à pessoa designada por seu nome ou pronome pessoal se me sinto triste é pq tu havias me dito que me querias Estou enfadado porque meu chefe não manteve a promessa As necessidades que estão na raiz de nossos sentimentos Todos os juízos críticas e diagnósticos que emitimos assim como interpretações que fazemos dos demais são expressões de nossas p necessidades Se alguém nos diz Tu não me entendes está dizendo que suas nec de ser compreendido não estão satisfeitas Sempre que manifestamos nossas necessidades de um modo indireto e nos valemos de avaliações interpretações e imagens o mais provável é que os demais percebam críticas em nossas palavras e que portanto se defendam ou ataquem Acostumamonos a crer que são os demais quem se equivocam quando não vemos satisfeitas nossas necessidades 70 Enumeremos algumas das necessidades humanas que todos compartilhamos Autonomia escolher nossos p ideais objetivos e valores escolher o modo de conseguir isso Comemorações Comemorar a criação da vida e os ideais alcançados Comemorar as perdas dos queridos dos ideais etc Diversão Comunhão espiritual Harmonia Beleza Inspiração Ordem Paz Integridade Autenticidade 8 Criatividade Propósito Valia Interdependência Aceitação Afeto Amor Apoio Apreciação Comunidade Compreensão Confiança Consideração Contribuição ao enriquecimento da vida poder pessoal Empatia Proximidade Respeito Segurança emocional Sinceridade aprendendo nossas limitações Tranquilidade Nutrição física Água ar alimento Contato Descanso Expressão sexual Movimento exercício Proteção frente a ameaças Moradia A dor de expressar nossas necessidades frente à dor de não expressálas Como a mulher se vê na sociedade como um ser cuja obrigação mais excelsa consiste em cuidar dos demais é freqüente que se lhe ensine a ignorar suas necessidades 73 Acabo de me dar conta que passei 36 anos incomodada com seu pai porque não satisfazia minhas necessidades e agora vejo que era porque não as expressava claramente Por que lhe custava tanto falar abertamente família cultura etc Acabou tendo medo de manifestar aos demais o que desejava porque pensava que somente receberia críticas e desaprovação 74 Passar de ser escravo de nossas emoções a libertação das mesmas expressandoas ETAPA 1 usamos aqui o termo escravidão emocional consideramonos responsáveis pelos sentimentos dos demais Cremos que devemos nos esforçar constantemente para fazer felizes os demais Tratase de uma atitude que nos leva a ver as pessoas próximas como uma verdadeira carga 75 Tratase da resposta habitual daqueles que vêem o amor como negação de suas p necessidades de ser amado 76 9 ETAPA 2 Aqui nos damos conta do elevado custo que é assumir a resp pelos sentimentos dos demais e tentar nos adaptarmos a eles as nossas expensas Quiçá nos irrite pensar que desperdiçamos a vida que respondemos pouco as solicitações de nossa alma Chamo essa etapa de etapa ofensiva pq acostumamos a fazer comentários ofensivos como este é um problema que só afeta a ti Eu não sou responsável por teus sentimentos Sabemos bem do que somos responsáveis mas não sabemos do que somos responsáveis diante dos demais de modo que não nos escravizem emocionalmente Pode ocorrer que quando sairmos da etapa da escravidão emocional sigamos arrastando resíduos de temor e sentimento de culpa no que se refere as nossas necessidades 77 Aqui se pode aprender a manifestar os desejos e arriscar afrontarse com o desgosto dos demais ETAPA 3 Chamada liberação emocional respondemos as necessidades dos demais com compaixão nunca por medo sentimento de culpa ou vergonha Uma vez nessa etapa já estamos plenamente convencidos de que não chegaremos nunca a satisfazer nossas necessidades a custa dos demais A liberação emocional implica expressar claramente quais são nossas necessidades mas manifestando tb que temos em conta as necessidades dos demais e que nos interesse vêlas satisfeitas 78 Resumo pág 79 6 O que queremos pedir aos demais para enriquecer nossa vida Os 3 primeiros componentes da CNV o que observamos sentimos e necessitamos O 4 e último é que ela se ocupa do que queremos pedir aos demais para enriquecer nossa vida O uso da linguagem de ação positiva Em 1 lugar temos de expressar o que pedimos não o que não pedimos 83 exemplos pag 8485 Além de usar uma L propositiva devemos evitar as frases de sentido vago abstrato ambíguo e formular nossos pedidos em forma de ações concretas que os demais possam aceitar 86 Frequentemente usamos uma L vaga e abstrato para indicar como queremos que alguém se sinta ou seja sem nos referirmos a uma ação concreta que esperamos dela para que consiga alcançar esse estado 87 Façamos nossos pedidos conscientemente Limitamonos a pronunciar palavras servindonos dos demais como uma espécie de caderneta onde vamos jogandoas 89 Exemplo PAG 90 Creio que sempre que dizemos algo a uma pessoa lhe pedimos algo em troca Algumas vezes pode simplesmente tratarse de uma conexão empática uma mera corroboração verbal ou não verbal de que nossas palavras ficaram claras Solicitemos a confirmação de nossas palavras Para isso o melhor será pedir claramente uma resposta à outra pessoa com o fim de saber como entendeu nossas palavras e poder corrigir qq interpretação incorreta Está claro Sim te entendo para estar seguro de que a outra pessoa realmente está nos compreendendo 91 Peçamos sinceridade Eu gostaria que vc me dissesse o que sentes a respeito do que acabo de dizer e quais são as razões desses sentimentos 1 Eu gostaria que me dissesses se crês que minha idéia terá êxito e se pensas que não o que crês que possa impedir o êxito Eu gostaria que vc me diga se está disposto a fazer aquilo que combinamos 93 Fazer pedidos a um grupo Sempre que nos dirigimos a um grupo sem saber com clareza o que queremos dele o mais provável é que se produzam discussões que não conduzem a nada Não vejo claramente que resposta tu esperas de nós a respeito do tema que expuseste Poderias dizernos que tipo de intervenção nos solicitas É frequente que as conversas se prolonguem indefinidamente sem satisfazer as necessidades de ninguém pelo simples fato de que a pessoa que estabeleceu um tema não sabe muito bem o que quer Os pedidos frente às exigências Quanto mais censuremos ou maltratemos os demais ou façamos com que sintam culpados mais provável será que interpretem nossos pedidos como exigências Quanto mais censurada maltratado ou culpada se sentir uma pessoa mais provável é que translade essa carga a suas futuras relações e perceba exigências ali onde só há pedidos Exemplo pág 96 Quanto mais nos empenhemos em interpretar uma negativa de outra pessoa com um rechaço mais provável será que nossos pedidos sejam recebidos como exigências o qual conduz a uma profecia que leva em si seu cumprimento pois quanto mais percebam exigência menos satisfação terão em nossa companhia Pedir Te importas de pôr a mesa Em vez de ponhas a mesa por favor 97 Exemplo Pág 98 Precisemos nossos objetivos quando pedimos algo Se nosso objetivo estriba unicamente em influenciar a pessoa e modificar sua conduta ou em fazer sobressair a nossa a CNV não será uma ferramenta adequada O método está pensado para aqueles que querem que os demais mudem e respondam mas somente se optam por fazêlo de bom grado O objetivo da CNV consiste em estabelecer uma relação baseada na sinceridade e na empatia Quando os demais confiam em que nosso propósito primordial é a qualidade da relação e que esperamos que o processo satisfaça as necessidades de todos podem confiar que nossos pedidos são realmente isso e não exigências camufladas 99 Nas fases iniciais de aplicação do processo pode ser que utilizemos a CNV de forma mais mecânica sem percebermos de todo nossa intenção subjacente Muita gente percebe exigência em nós Principalmente se ocupamos posição de autoridade e falamos com pessoas que tiveram experiências ruins com figuras de autoridade Inadaptados socialmente e emocionalmente aluno problema Impressionoume ver como esse tipo de etiquetas pode converterse em profecias que levam em si seu cumprimento Ao colocar etiquetas nas pessoas atuamos com elas de modo que contribui a potencializar a conduta que pretendemos evitar e que vemos como confirmação de nosso primeiro diagnóstico 100 Observemos em nossos pedidos se não há elementos de exigências tais como O deveria haver suposto que tinha que deixálo todo limpo Ela tem que fazer o que peço Eu mereço que me deem uma mão Tenho motivos para querer que fiquem até mais tarde Tenho direito ao descanso 102 1 Pág 102 Canção de Brett Resumo pág 103 CNV em ação pág104 7 A recepção empática A empatia consiste numa compreensão respeitosa do que os demais experimentam ChuangTzu disse que a verdadeira empatia requer escutar com todo o ser Escutar com a alma exige esvaziar todas as faculdades Então se capta de modo direto que aquilo que se tem diante de si jamais poderá ser ouvido pelo ouvido ou compreendido pela mente Em nossa relação com os outros se produz a empatia quando sabemos nos desprender de todos os ideais preconcebidos e dos prejuízos Martin Buber filósofo judeu Em que pese todas as similitudes cada situação 107 de vida como uma criança recém nascida tem um novo rosto que não havia aparecido nunca nem voltará a aparecer Exige pois um modo de atuar onde não se pode prever de antemão Não exige nada de outro momento vivido do passado senão presença responsabilidade nos exige a nós mesmos No lugar da empatia podemos cair em troca na tendência de dar conselhos tranqüilizar ou explicar qual é nossa postura ou sentimentos A empatia ao contrário requer toda atenção na mensagem que a outra pessoa nos transmite Damos aos demais o tempo e o espaço que necessitam para expressarse plenamente e sentirse compreendidos Não se limite a fazer algo esteja presente ditado budista OBSTÁCULOS ao estar presente Dar conselhos creio que deverias Como é que não Tratar de animar o outro isto não é nada vou contar o que me ocorreu Tentar instruir Tratar de consolar não é culpa sua fizestes o possível Contar alguma história parecida Desviar a questão anda animate Isso não é nada Compadecerse oh Coitado Interrogar quando começou isso Dar explicações Corrigila não isto não ocorreu assim 109 Quando queremos ordenar as coisas e intencionamos que os demais se sintam mais confortados deixamos de estar presentes 109 Na verdade o tipo de compreensão intelectual de um problema impede a presença que a empatia requer Quando pensamos no que uma pessoa nos diz tentamos ver como conectála com nossas teorias o que fazemos é submetêla à observação e não estar com ela O elemento chave da empatia é a presença que nos permite colocarmonos no lugar do outro e entender o que está se passando Oferecer simpatia é diferente de oferecer empatia Exemplo PAG 111 e pág 112 Parafrasear Para confirmar se entendemos bem o que a outra pessoa quer transmitir sente e necessita assim como no que nos pede para enriquecer sua vida é possível que queiramos expressar e aclarar o que entendemos 1 Para confirmar se entendemos bem o que quer transmitir a outra pessoa deveremos parafrasear a conversação que sustentamos com ela A CNV aconselha que o parafraseado se formule através de uma série de perguntas que não só revelarão o que temos entendido senão que tb suscitará as correções oportunas por parte de nosso interlocutor Exemplos que observaram os demais Reagem assim porque semana passada saí muitas vezes O que sentem e que necessidades geram seus sentimentos estás incomodado porque gostarias que reconhecessem os muitos esforços que fizeste O que pedem Gostarias que te expusesse as razões que me levaram a dizer o que disse Observe a diferença com as perguntas abaixo O que dissestes que eu fiz O que foi Por que te sentes mal O que vc quer que eu faça Esse grupo de perguntas solicita informação sem primeiro aprofundar na realidade de nosso interlocutor Pode dar a impressão que somos um tipo de professor de escola que queremos submeter os outros a exame ou um psicólogo que trabalha em um caso clínico Melhor dizer então Entendo mas eu gostaria de aclarar o que dissestes Importaria a você dizer o que eu fiz para que me veja desse modo Quando o outro pergunta se entendemos o que disse neste caso tb é bom parafrasear o que ouvimos pode ser mais tranqüilizador do que apenas dizer sim entendo 115 É de suma importância ao parafrasear o que disse nosso interlocutor o tom de voz que empregamos Sempre que uma pessoa escuta o que dissemos que ela disse é particularmente sensível ao menor matiz de crítica ou de sarcasmo Devemos tb estar preparados para a possibilidade de que alguém interprete de modo errôneo a intenção que nos move ao parafrasear suas palavras Neste caso insistiremos em nossos esforços para captar os sentimentos e necessidades do outro e é possível que vejamos então que não é que ele não se fie em nossas motivações e necessidades mas que não confia em sua capacidade de compreender nossas intenções antes de escutar nossa paráfrase Quanto mais praticarmos mas compreenderemos uma verdade muito simples por trás de todas as palavras que permitimos que nos intimidem não há mais do que seres humanos com suas necessidades insatisfeitas que nos pedem que contribuamos para seu bemestar Somente nos sentimos desumanizados quando temos uma imagem depreciativa de outras pessoas ou abrigamos ideias negativas a respeito de nós mesmos O que opinam os demais de mim Esta é uma frase que devemos deixar de lado para nos sentirmos benditos bendecidos J Campbell Sentimonos benditos quando começamos a ver como um presente o que nos dizem os demais e que previamente havíamos interpretado como uma crítica ou uma acusação quando começamos a vê lo como a oportunidade de dar algo a alguém que sofre 117 Parafrasear não é perder tempo mas o contrário permite ganhar ahorrar tempo Exemplo pág 119 Receber uma confirmação clara de que alguém está conectado empaticamente conosco é uma experiência comovedora Manter a empatia Se nos lançamos precipitadamente a fazer o que nos pedem as vezes não transmitimos um verdadeiro interesse em seus sentimentos e necessidades pelo que quiçá creiam que temos pressa em nos liberar deles ou por arreglar ordenar seus problemas Ao manter a atenção 1 centrada no que lhes ocorre ao demais oferecemoslhes a oportunidade de explorar seu interior e expressarse plenamente Como saberemos se conseguimos ou não a adequada empatia com nosso interlocutor Seremos conscientes desse fenômeno ao advertir que nosso p corpo se libera tb de uma tensão parecida Outro sinal mais evidente é que a pessoa se cala 121 Quando a dor impedenos de nos conectar empaticamente com os outros Quanto maior a atenção posta em escutar nossa voz interior melhor ouviremos a voz de fora Se sabemos praticar a empatia conosco mesmo sentiremos aos poucos uma liberação de energia que permitirá com que nos situemos na pele de nosso interlocutor 121 Se apesar de tudo a outra pessoa está tão presa por sentimentos intensos que nem sequer nos escuta e persiste na conduta o último recurso é nos retirar fisicamente da situação conflitiva 122 8 O poder da empatia Quando alguém te escuta com todo seu ser sem julgar nem querer mudarte sentes algo maravilhoso Resulta surpreendente ver que algo que não tinha solução tem quando há alguém que te escuta C Rogers 129 A empatia e a capacidade de ser vulnerável Se me sinto humilhado ou tenho a sensação de que se aproveitam de mim talvez me sinta demasiado ferido furioso ou assustado para poder conectar empaticamente com meu interlocutor Nestas circunstâncias convirá que opte por retirarme fisicamente e oferecer empatia a mim mesmo ou solicitála de uma fonte confiável Seja como for não há nada que não se possa traduzir em sentimentos e necessidades comuns a todos os seres humanos Ex pág 132133 Ex pág 134135 A decepção as vezes nos converte em excelentes estrategistas da comunicação Não se deve usar nunca a palavra mas quando se fala com uma pessoa furiosa A empatia para animar uma conversa apagada As conversas perdem vitalidade quando nos desconectamos com os sentimentos e necessidades que geram as palavras e dos pedidos associados a tais necessidades É a situação que frequentemente produzse quando a gente fala sem ter plena consciência do que sente necessita ou pede Quando mais tempo aguardamos mais nos custará mostrar civilizados quando intervirmos O mote que nos leva a intervir não é reclamar um espaço para nós senão ajudar a pessoa que fala a conectar com a energia vital que se esconde por trás do que diz Outro modo de animar uma conversa consiste em expressar abertamente nosso desejo de uma melhor comunicação e pedir a informação necessária para estabelecêla 139 ex pág 139 As conversas que não têm interesse para o que escuta tampouco têm para o que fala Se vc fala além da conta o que preferes que quem ouve finja que o escuta ou que o interrrompa Quando falamos pretendemos enriquecer os demais com nossas palavras não lhes enfadar 1 A empatia com o silêncio Uma das recomendações mais difíceis de seguir é a empatia com o silêncio especialmente quando manifestamos nossa vulnerabilidade e queremos saber como os demais reagem 1401 Resumo Graças a nossa capacidade de empatia nos permitimos ser vulneráveis absorvermos a violência potencial saber escutar a palavra NÃO sem tomála como um rechaço pessoal infundimos vida a uma conversa apagada e até chegamos a captar os sentimentos e necessidades expressos com o silêncio 9 A expressão plena da ira A ira nos brinda com a oportunidade única de aprofundar mais na CNV São pessoas submetidas a opressão e discriminação que aspiram a aumentar sua força para conseguir que se opere uma mudança em sua vida Essa classe de pessoas se inquieta quando ouve falar de comunicação compassiva ou CNV devido ao fato de que mv foram obrigadas a sufocar sua ira encherse de paciência e aceitar as coisas tal como estão O processo seguinte não ensina a sufocar a ira mas manifestar de modo pleno 145 É necessário distinguir entre estímulo e causa O primeiro passo para expressar de forma plena a ira é desvincular os demais de qq resp a respeito dela Precisamos nos libertar de idéia como Ele a faz com que me enfureça quando se comporta assim Esse modo de pensar nos leva a expressar a ira maltratando ou culpando o outro Mas a conduta dos demais é só estímulo e não causa São coisas distintas É muito fácil cair nesse hábito em nossa cultura que se serve do sentimento de culpa para controlar as pessoas Nessa classe de cultura é importante que se nos induza enganosamente a crer que está em nossas mãos fazer com que os demais se sintam de um determinado modo Onde o sentimento de culpa passa a ser uma tática de manipulação e coação é útil confundir estímulo e causa 146 As crianças que se acostumam a escutar frases como Mamãe e papai ficam muito tristes quando vc recebe notas ruins acabam crendo que sua conduta é a causa da infelicidade dos pais Observase a mesma dinâmica entre pessoas unidas por laços de intimidade Me senti realmente decepcionado quando não viste me ver no dia de meu aniversario Usamos a lingua de muitos modos para nos convencer que se nos sentimos como nos sentimos é porque os outros o fizeram Surge a ira quando nos enfadamos e buscamos culpados ou seja quando optamos por fazer o papel de Deus e julgar ou culpar a outra pessoa por ter se equivocado ou feito algo que merece castigo A causa da ira provém de nosso modo de pensar mesmo que estejamos conscientes disso Ex pág 147 Sempre que estabelecemos contato com nossas necessidades ou que busquemos nos tranqüilizar tenhamos traçado um objetivo ou nos apraza estar a sós estabelecemos contato com nossa energia vital Nossos sentimentos poderão ser intensos mas não ficaremos enfadados A ira é o resultado de um modo de pensar que alija da vida e nos desconecta de nossas necessidades Indica que analisamos e julgamos alguém em lugar de ver que necessitamos algo que está fora de nosso alcance Devemos em todo momento iluminar com a consciência os sentimentos e necessidades da outra pessoa Não é que se reprima a ira senão que esta deixa de produzirse sempre que consigamos estar plenamente presentes nos sentimentos e necessidades da outra pessoa A ira sempre encerra algo que é útil para a vida 1 Ela pode converterse em algo valioso se a utilizamos como um despertador que nos avisa que nos informa que temos uma necessidade insatisfeita e que se persistimos em nosso modo de pensar não é provável que a satisfaçamos No entanto a ira apanha acapara nossa energia e a canaliza para o castigo dos demais e não a satisfação de nossas necessidades Devemos trocar a frase estou incomodado porque eles por estou incomodado porque necessito 149 Todas as formas de violência têm origem no autoengano ver o caso do preso sueco p 150 e ex pag 151 Quando temos a cabeça cheia de juízos e análises sobre outras pessoas e por isso discriminamos que são más ambiciosas irresponsáveis mentirosas ou enganosas que contaminam o ambiente valorizam mais a ganância do que a vida ou se comportam como não deve poucas pessoas haverão que se interessem em satisfazer nossas necessidades 152 Quanto mais acusações e juízos as pessoas percebam em nossas palavras mais na defensiva estarão e mais agressivas se tornarão conosco e menos lhes importarão as nossas necessidades no futuro Quatro passos para expressar a ira 1 Efetuar uma pausa parar e apenas respirar Absterse de culpar o outro 2 Identificar quais sentimentos provocaram nossa ira 3 Prestamos atenção aos pensamentos que nos surgem Encontraremos expressões de necessidades insatisfeitas dos outros e nossas 4 O passo seguinte é nos concentrar nas necessidades que estão por trás destes pensamentos 153 ver fala da pag 154 Antes de tudo oferecer empatia Quando mais nos identifiquemos com o que lhes leva a comportarse de um modo que não satisfaça nossas necessidades mais provável será que nos respondam do mesmo modo Você sente Sente frustração Sente necessidade de Sempre que nos centramos nos sentimentos e necessidades dos outros experimentamos o que nos une que todos somos seres humanos 155 desfruto mais do trato com os seres humanos se não me concentro no que pensam Depois de dez minutos prestando atenção ao que ele disse calouse sentiase compreendido Então eu quis fazêlo participar do que eu sentia 156 Eu não queria que esse homem percebesse acusação alguma em minhas palavras somente que se desse conta do que eu havia sentido quando ele fizera sua observação 157 Quando nos damos conta de que a pessoa com quem falamos se sente culpada de algo é sinal de que devemos moderar o tom retificar e prestar mais atenção a seus problemas Reúnas todos os juízos negativos de tua cabeça e te perguntes quando formulo um juízo sobre uma pessoa o que eu necessito e na realidade não tenho Deste modo te acostumarás a centrarte em tuas necessidades insatisfeitas e não nos juízos que possas fazer sobre outras pessoas Julgar os demais e jogarlhes a culpa converteuse para nós em uma segunda natureza 158 Se queremos praticar a CNV devemos proceder com lentidão refletir antes de falar e as vezes nos limitar a respirar profundamente e guardar silêncio A aprendizagem do método e sua aplicação requer tempo Resumo pág 159 10 O uso protetor da força Em caso as partes podem chegar ao acordo de que não estão de acordo As vezes temos situações em que pode ser necessário o uso da força Aqui a CNV exige estabelecer uma diferença entre o uso da força protetora e da força punitiva 1 A função da protetora é impedir danos ou injustiças A intenção do uso punitivo é que as pessoas se vejam acarreem com as consequências de seu mal proceder Agarrar um menino que corre pela rua em perigo é usar força protetora 167 Já a força punitiva pode presupor o ataque físico ou psíquico como dar uma surra ou recriminar você é louco Não tem vergonha Vejase a obra Nonviolent Social defense de Robert Irwin O uso protetor da força deriva do fato de que há pessoas que se comportam de modo prejudicial para si e para os outros e que ignoram isso O processo corretor consistirá em educar não em castigar A ignorância pressupõe a não ter consciência das consequências de nossos atos b ser incapaz de ver como satisfazer nossas necessidades sem prejudicar aos demais C crer que temos direito de castigar ou ferir outras pessoas porque merecem e d abrigar alguma idéia errônea como por exemplo a de que uma voz nos ordena que matemos alguém A ação punitiva já parte da base de que as pessoas cometem atos reprováveis porque são malvadas e para emendar a situação é preciso forçálas a arrependeremse O corretivo que se aplica é administrado através de uma ação punitiva a fim de que 1sofram e vejam o erro de seu proceder b se arrependam c mudem o que se consegue simplesmente com a ação punitiva é que a outra pessoa sinta ressentimento e hostilidade e que se intensifique sua resistência à conduta que precisamente gostaríamos que ela adotasse 168 Tipos de força punitiva Os castigos físicos por exemplo as palizas constituem um dos usos punitivos da força O que a mim me preocupa é que o temor que os filhos sentem do castigo corporal possa obscurecer sua consciência da compaixão que subjaze ás exigências de seus pais Tb comparto as preocupações de muitos pais pelas conseq sociais dos castigos físicos 169 Há outros usos punitivos não físicos da força Um deles é culpar a outra pessoa com o propósito de desacreditála Um pai por exemplo pode etiquetar seu filho de inepto egoísta imaturo se vê que ele não se comporta de um determinado modo O preço do castigo Quando fazemos algo com o único propósito de evitar o castigo afastamos a atenção do valor que tem cada ação em si mesma Em lugar disso nos concentramos nas conseq que nos sobreviria se não fizéssemos o que foi pedido Assim sempre que se recorre à força punitiva decresce a autoestima 170 O que eu recomendo em tais situações agressões entre crianças por exemplo quando uma criança bate na outra depois de ter sido ofendida posso mostrar empatia a ela dizendo vejo que estás enfadada porque querem que te tratem com mais respeito No caso de minha suposição estar certa e a criança considere assim na continuação expressarei meus sentimentos e necessidades e formularei meus pedidos sem atribuir a ela nenhuma culpa Ex 171 Perguntas que manifestam as limitações do castigo O que eu quero que essa pessoa faça que seja diferente do que faz normalmente Que razões quero que tenha esta pessoa para fazer algo que lhe peço A CNV propicia uma atitude moral baseada na autonomia e na interdependência o que nos induz a responsabilidade de nossos atos e ver que nosso bemestar e dos demais são uma e só coisa O uso protetor da força nas escolas 1 È preciso diferenciar entre CNV e permissividade Alguns professores que usam CNV as vezes não intervém em situações conflitivas e problemáticas mas as ignoram Enfim o castigo lesiona a boa vontade e a autoestima e desloca nossa atenção do valor intrínseco de uma ação e suas conseq externas 11 Como nos liberar a nós mesmos e aconselhar os demais A CNV nos permite traduzir em sentimentos 1