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Cursos Gerais ·

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CINEMA NA SALA DE AULA UMA PEDAGOGIA AUDIOVISUAL Fazemos parte do Claretiano Rede de Educação Meu nome é Eliana Izabel da Silva Cepolini Sou fisioterapeuta formada pelo Centro Universitário Claretiano com aperfeiçoamento no Método Pilates Original pela Associação Brasileira de Pilates ABP e Especialista em Programa Saúde da Família pela Universidade Gama Filho Já atuei na área de saúde hospitalar nos estados de São Paulo e Minas Gerais e coordenei o Projeto Claretiano Solidário em Rondônia entre 2008 e 2009 Atualmente realizo consultorias nas áreas de saúde educação formal e informal qualidade de vida maternidade e projetos socioambientais integradores e atuo nos projetos de Extensão Universitária do Centro Universitário Claretiano Email elianaizabelsilvagmailcom Meu nome é Gustavo Henrique Cepolini Ferreira Sou geógrafo formado pela PUC Campinas especialista em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Florestais pela Universidade Federal de Lavras UFLA e em Docência no Ensino Superior nas modalidades a distância e presencial pelo Centro Universitário Claretiano Mestre e Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo USP Sou autor de Materiais Didáticos Mediacionais para EAD artigos em diferentes periódicos e livros na área de Geografia Meio Ambiente Agroecologia Educação e Formação de Professores Atualmente sou Professor na Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES Email gustavocepolinigmailcom Claretiano Centro Universitário Rua Dom Bosco 466 Bairro Castelo Batatais SP CEP 14300000 ceadclaretianoedubr Fone 16 36601777 Fax 16 36601780 0800 941 0006 claretianoedubrbatatais CINEMA NA SALA DE AULA UMA PEDAGOGIA AUDIOVISUAL Profª Eliana Izabel da Silva Cepolini Prof Dr Gustavo Henrique Cepolini Ferreira Batatais Claretiano 2019 Guia do Curso Caderno de Referência de Conteúdo Fazemos parte do Claretiano Rede de Educação Ação Educacional Claretiana 2014 Batatais SP Todos os direitos reservados É proibida a reprodução a transmissão total ou parcial por qualquer forma eou qualquer meio eletrônico ou mecânico incluindo fotocópia gravação e distribuição na web ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana Reitor Prof Dr Pe Sérgio Ibanor Piva ViceReitor Prof Dr Pe Cláudio Roberto Fontana Bastos PróReitor Administrativo Pe Luiz Claudemir Botteon PróReitor de Extensão e Ação Comunitária Prof Dr Pe Cláudio Roberto Fontana Bastos PróReitor Acadêmico Prof Me Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD Prof Me Evandro Luís Ribeiro CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional J Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Patrícia Alves Veronez Montera Raquel Baptista Meneses Frata Simone Rodrigues de Oliveira Revisão Eduardo Henrique Marinheiro Filipi Andrade de Deus Silveira Rafael Antonio Morotti Rodrigo Ferreira Daverni Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico diagramação e capa Bruno do Carmo Bulgarelli Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami Videoaula André Luís Menari Pereira Bruna Giovanaz Marilene Baviera Renan de Omote Cardoso INFORMAÇÕES GERAIS Cursos Extensão Título Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual Versão fev2019 Formato 15x21 cm Páginas 84 páginas SUMÁRIO GUIA DO CURSO 7 CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 APRESENTAÇÃO 13 UniDADE 1 CINEMA E EDUCAÇÃO 1 OBJETIVOS 15 2 CONTEÚDOS 16 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 16 4 INTRODUÇÃO 16 5 CINEMA E EDUCAÇÃO ALGUMAS POSSIBILIDADES 17 6 HiSTÓRiCO E iDEOLOGiAS DA TELEViSÃO E DO CinEMA 20 7 O CINEMA ENTRE LINGUAGEM E GÊNEROS 27 8 ÉTICA E O PODER DA MÍDIA 30 9 A SÉTIMA ARTE NA ERA DIGITAL 34 10 SOCIEDADE MIDIATIZADA E INTERFACES DA EDUCAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO 37 11 RECURSOS AUDIOVISUAIS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA 40 12 GLOSSÁRIO DE TERMOS CINEMATOGRÁFICOS 43 13 CONSIDERAÇÕES 45 14 EREFERÊnCiA 46 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46 UniDADE 2 CINEMA E A LINGUAGEM AUDIOVISUAL NA SALA DE AULA 1 OBJETIVOS 49 2 CONTEÚDOS 49 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 50 4 INTRODUÇÃO 50 5 APREnDiZAGEM E MEDiAÇÃO PEDAGÓGiCA 51 6 CINEMA LINGUAGEM E MÍDIA AUDIOVISUAL 53 7 FILMES E DOCUMENTÁRIOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO ENSINO SUPERIOR 55 8 AVALIAÇÃO DA UNIDADE 67 9 CONSIDERAÇÕES 68 10 EREFERÊnCiA 68 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 68 UniDADE 3 AVALIAÇÃO FÍLMICA E INTERDISCIPLINARIDADE NA SALA DE AULA 1 OBJETIVOS 69 2 CONTEÚDOS 69 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 70 4 INTRODUÇÃO 70 5 AVALIAÇÃO FÍLMICA E INTERDISCIPLINARIDADE NA SALA DE AULA 71 6 ESTUDOS DE CASO E INTERDISCIPLINARIDADE 73 7 SEQUÊnCiA DiDÁTiCA COMPETÊnCiAS E HABiLiDADES 77 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 81 9 EREFERÊnCiAS 82 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82 AVALIAÇÃO DO CURSO 84 1 Guia do Curso Apresentação Seja bemvindo A partir deste momento você iniciará o estudo do curso de Extensão Universitária denominado Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual na modalidade EaD do Claretiano Teremos muita satisfação em desenvolvêlo com você Neste curso iremos estudar a linguagem cinematográfica aplicada à sala de aula na Educação Básica e Superior Neste Guia do curso você lerá as informações práticas indispensáveis para o estudo dos conteúdos relacionados o qual se efetivará no Caderno de Referência de Conteúdo Essas informações ajudarão você a programar e a organizar seus estudos Sugerimos contudo que você não se limite apenas aos conteúdos explicitados nesse caderno mas que também os interprete como um referencial por meio do qual você possa expandir seus horizontes de conhecimentos obtendo uma aprendizagem consistente GC Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 8 Desejamos pois êxitos na realização de seus estudos pesquisas e em sua vida profissional Ementa Cinema e Educação Histórico e ideologias da TV e do cinema Ética e o poder da mídia Sociedade midiatizada e mediação pedagógica Cinema e a linguagem audiovisual Sequência Didática competências e habilidades Filmes e documentários na Educação Básica e no Ensino Superior Avaliação fílmica e interdisciplinaridade na sala de aula Objetivo geral Os alunos do curso de Extensão Universitária Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual na modalidade EaD do Claretiano dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas serão capazes de interpretar e analisar criticamente o uso da linguagem cinematográfica aplicado à Educação Para isso contarão com recursos técnicopedagógicos facilitadores de aprendizagem como Material Didático Mediacional bibliotecas físicas e virtuais ambiente virtual acompanhamento do tutor complementados por debates no Correio Ao final do curso sob a orientação do tutor realizarão uma atividade que demonstre sua aprendizagem sobre os conteúdos estudados levando em consideração as ideias discutidas no Correio disponibilizandoa no Portfólio Objetivos específicos 1 Compreender o cinema como uma construção social e sua aplicabilidade no cotidiano educacional 2 Reconhecer a linguagem cinematográfica e as possibilidades para sala de aula 3 Propiciar uma percepção diferenciada da arte cinematográfica bem como das mensagens que encerra Guia do Curso 9 Claretiano Centro Universitário 4 Analisar e interpretar filmes e documentários sob um olhar crítico e transformador atentando para sua aplicabilidade na Educação Básica e Superior Competências domínios cognitivos habilidades e atitudes Ao final deste estudo os participantes do curso de Extensão Universitária Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual contarão com mais uma base teórica e prática para fundamentar criticamente sua profissão Além disso serão capazes de compreender e saber identificar a arte como forma de expressão possibilitando uma fluente e rica pesquisa em materiais diversos complementando teoria e prática sobre os conhecimentos adquiridos Duração e carga horária A carga horária do curso Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual será de 40 horas com dedicação média de 10 horas semanais Este curso terá duração de um mês para o desenvolvimento do conteúdo e a realização da avaliação final No decorrer desse percurso desenvolveremos atividades e interatividades a distância Observe no quadro demonstrativo a seguir a carga horária e as semanas em que serão desenvolvidas as atividades UNIDADES SEMANAS ATIVIDADES A DISTÂNCIA 1 1ª semana 12 h 2 2ª semana 12 h 3 3ª e 4ª semanas 16 h TOTAL 40h Os temas e os conteúdos das três unidades bem como a avaliação proposta para o curso estão no Caderno de referência de conteúdo CRC anexo a este Guia do curso Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 10 Metodologia de estudo do curso Durante um mês estudaremos e debateremos juntos os conteúdos das três unidades que estruturam o curso Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual Como você poderá observar no CRC procuramos elaborar um texto em uma linguagem simples dialógica mediacional interativa e de fácil compreensão Lembrese de que você poderá utilizar a ferramenta Correio para eliminar eventuais dúvidas realizar comentários ou descrever suas sugestões Considerações Neste Guia do Curso você encontrou as orientações e as informações práticas necessárias para o estudo do curso Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual É imprescindível estudar e interagir sistematicamente com colegas e tutores bem como realizar a avaliação proposta Lembre se ainda de que se você ler e pesquisar a bibliografia indicada ultrapassará certamente os conteúdos aqui apresentados Portanto aproveite esta oportunidade de ampliar seus conhecimentos pessoais e profissionais sobre cinema e educação tema que se apresenta instigante e atual além de relevante conhecimento para quem deseja ampliar seus horizontes nessa área do saber Desejamos êxito em seus estudos e em sua vida profissional Bibliografia básica ALVES G Tela crítica a metodologia Bauru Praxis 2010 CARVALHO R i B Universidade midiatizada o uso da televisão e do cinema na educação superior Brasília Senac 2007 NAPOLITANO M Como usar o cinema na sala de aula São Paulo Contexto 2010 Guia do Curso 11 Claretiano Centro Universitário Bibliografia complementar BEnTE R H Meio ambiente e cinema São Paulo Senac 2008 Série Meio Ambiente BERNARDET J O que é cinema São Paulo Brasiliense 1980 Historiografia clássica do cinema brasileiro metodologia e pedagogia São Paulo Annablume 2004 BOFF L Saber Cuidar ética do humano compaixão pela terra Petrópolis Vozes 1999 A águia e a galinha uma metáfora da condição humana Petrópolis Vozes 1997 FERREiRA G H C As realidades brasileiras em documentários in Anais do Seminário a Cultura Caiçara e suas transformações Bertioga SP NUPAUBSESC 2006 Cinema e formação da consciência ambiental Batatais Ação Educacional Claretiana 2011 MORTATTI M T V Atualidade no cinema uma disciplina eletiva no ensino integral São Paulo Entremares 2014 LABAKI A Org Folha conta 100 anos de Cinema Rio de Janeiro Imago 1995 LEANDRO J S O Cinema Como Recurso de Formação do Universitário Relato de uma Experiência 1983 Dissertação Mestrado em Educação Centro de Ciências Humanas Universidade Federal de São Carlos São Carlos PINSKY C B Org Novos temas nas aulas de História São Paulo Contexto 2010 SILVEIRA W Atuação interdisciplinar na TV duas experiências In MAE A AMARAL L Orgs Interterritorialidade mídia contextos e educação São Paulo Senac 2008 TURNER G Cinema como prática social São Paulo Summus 1997 Ereferências CAMPOS R R Cinema Geografia e Sala de Aula Revista Estudos Geográficos Rio Claro v 4 n 1 122 jun 2006 Disponível em httpwwweducadoresdiaadiaprgovbr arquivosFileagosto2011geografiaartigos6artcinemageografiapdf Acesso em 14 out 2014 FERREiRA G H C Era uma vez na Amazônia a mais linda floresta Revista Conhecimento Prático Geografia São Paulo Escala Educacional 2009 n 24 p 66 Disponível em httpgeografiauolcombrgeografiamapasdemografia24retratoseraumavez naamazoniaamaislindafloresta1811141asp Acesso em 14 out 2014 Claretiano Centro Universitário CRC Caderno de Referência de Conteúdo APRESENTAÇÃO Bemvindo ao estudo do curso de Extensão Universitária de nominado Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual o qual está disponível para você em ambiente virtual Educação a Distância No Guia do curso você pôde ter uma ideia do que vamos discutir debater e aprender juntos Já nesta parte denominada Caderno de Referência de Conteúdo encontraremos o conteúdo das três unidades a serem estudadas durante quatro semanas Vamos refletir juntos sobre a origem do cinema e sua inser ção na vida cotidiana enfocando seu papel e suas possibilidades na educação formal e informal ao ler e reler a realidade Num primeiro momento retomaremos as discussões sobre o cinema e a educação no Brasil pesquisando não só sobre os tra ços que a caracterizam mas também sobre sua interface com a Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 14 mídia nas suas múltiplas dimensões sobretudo com o advento dos filmes digitais e da internet Na sequência abordaremos a organização do trabalho peda gógico por meio da inserção da linguagem cinematográfica tanto na Educação Básica como no Ensino Superior Dessa forma apre sentaremos alguns exemplos que corroboram com o entendimen to dos espaços educativos e a formação plena do cidadão Por fim apresentaremos e analisaremos uma avaliação fílmi ca com foco nos trabalhos interdisciplinares na sala de aula Nesse contexto discutiremos as possibilidades de estudos de caso por meio de filmes e documentários temáticos os quais serão sub sidiados por uma sequência didática com foco em habilidades e competência no processo educativo A partir desses apontamentos iniciais queremos oferecer subsídios que ajudem tanto a ler quanto a interpretar a linguagem cinematográfica para além do visível ou seja sendo protagonista do processo educativo dentro e fora da sala de aula Bons estudos 1 EAD Cinema e Educação Exercite o pensamento lateral quer dizer coloquese no lugar do outro e tente ver com os olhos dele Aí verá a realidade de for ma diferente e mais completa e em sua complementariedade BOFF 2009 p 205 1 OBJETIVOS Analisar e compreender os primórdios do cinema no con texto histórico social e educacional Reconhecer a origem e as possibilidades do cinema no ce nário brasileiro e mundial Interpretar e discutir as linguagens e a ética no diálogo entre Educação Comunicação e atualidades Apontar e refletir os dilemas da sociedade midiatizada Analisar a sétima arte na era digital Fomentar uma leitura crítica dos recursos audiovisuais como ferramenta didática Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 16 16 2 CONTEÚDOS Cinema e educação algumas possibilidades Histórico e ideologias da televisão e do cinema Cinema linguagem e gêneros Ética e o poder da mídia A sétima arte na era digital Sociedade midiatizada e interfaces da educação e da co municação Recursos audiovisuais como ferramenta didática 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade é importante que você leia as orientações a seguir 1 Assista à palestra de Marcos Napolitano intitulada A aná lise de filmes em sala de aula disponível em http wwwyoutubecomwatchvn1UTnjFnBws Acesso em 14 out 2014 2 Leia também o artigo de José Moran intitulado O Vídeo na Sala de Aula disponível em httpwwwecausp brprofmoransitetextosdesafiospessoaisvidsal pdf Acesso em 14 out 2014 4 INTRODUÇÃO Vamos iniciar nosso estudo sobre Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual compreendendo o papel dessa lingua gem na educação formal Dessa maneira analisaremos um breve histórico da televisão e do cinema como uma construção histórica que requer uma contextualização rigorosa sobretudo para o en tendimento da realidade no cenário brasileiro e mundial Vale salientar que para estudar esse contexto é preciso ter clareza de que ele está intimamente conectado aos inúmeros Claretiano Centro Universitário 17 U1 Cinema e Educação acontecimentos no âmbito da expansão do capitalismo Por essa razão influencia as relações sociais e nesse devir se insere a Edu cação em diferentes momentos e níveis Na sequência analisaremos o cinema como linguagem re lacionandoo à postura ética ou não nos meios de comunicação e discutindo algumas implicações as quais remetem ao estudo da sétima arte na era digital assim como uma perspectiva da socie dade midiatizada e sua interface com a educação Por fim apresentaremos os recursos audiovisuais como fer ramenta didática salientando alguns dilemas desafios e possibili dades no trabalho educativo dentro e fora da sala de aula Dessa forma convidamos você a incorporar os conhecimen tos desta unidade aos que já possui sobre o cinema e educação enquanto formação cultural propiciando assim também um mo mento de formação interdisciplinar aplicada às inúmeras áreas do conhecimento Dediquese e bons estudos 5 CINEMA E EDUCAÇÃO ALGUMAS POSSIBILIDADES O cinema como uma linguagem específica possui inúmeras aplicações em diferentes contextos espaços e tempos Dessa for ma cinema e educação possuem uma ligação indiscutível Toda via essa linguagem centenária foi tardiamente reconhecida como elemento educativo e por vezes utilizada de forma inadequada no processo educativo formal Nesse sentido analisaremos o papel educativo do cinema a partir das possibilidades do cinema comercial seja ele ficcional ou documentário bem como por meio dos vídeos educativos de senvolvidos para televisão os quais acreditamos se tratarem de materiais importantes para mediação de determinados saberes curriculares os quais devem estar articulados à proposta educa Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 18 18 tiva da escola e sobretudo da disciplina específica ou com outras disciplinas Em 26 de junho de 2014 foi sancionada a Lei nº 13006 a qual acrescenta à LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a obrigação de exibir filmes de produção nacional nas escolas de educação básica A exibição de filmes de produção nacional cons tituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola sendo a sua exibição obrigatória por no mí nimo 2 duas horas mensais Texto adaptadol de httpwww2ca maralegbrleginfedlei2014lei1300626junho2014778954pu blicacaooriginal144445plhtml Acesso em 14 out 2014 A lei do cinema nacional na escola talvez seja uma possibili dade para uma Pedagogia Audiovisual crítica construtiva e propo sitiva Para isso a escola deve planejar as atividades e responder algumas indagações 1 Qual o possível uso desse filme documentário anima ção ou programa televisivo 2 Qual é a faixa etária e escolar adequada 3 Como o professor irá abordar esse filme dentro de uma determinada área eou trabalho interdisciplinar 4 Qual é a cultura cinematográfica dos envolvidos alunos professores e coordenadores 5 Quais levantamentos prévios são necessários por parte dos proponentes Esses são apenas alguns apontamentos dentre os inúmeros que deverão surgir a partir do momento em que a escola preten der utilizar esse recurso como uma leitura crítica Esse momento cinematográfico na escola seja ela de Educa ção Básica e Superior pode em linhas gerais inserirse no campo pedagógico chamado de mídiaeducação Atrelado às TICs Tec nologias de Informação e Comunicação consegue extrapolar os limites da indústria cultural do cinema pois apresenta um outro uso para além da apropriação capitalista por meio do consumo cinema de shopping center Claretiano Centro Universitário 19 U1 Cinema e Educação É preciso levar em conta uma situação psicológica muito peculiar a todo espectador de cinema que ocorre em maior ou menor grau O cinema é sempre ficção ficção engendrada pela verdade da câ mera o espectador nunca vê cinema vê sempre filme O filme é um tempo presente seu tempo é o tempo da projeção Esta característica implica uma relação muito empática do espectador com o filme a que assiste A tendência é que o aluno e mesmo o professor reproduza uma certa situação psicossocial trazida pela experiência na sala de projeção ou na sala caseira de vídeo para a sala de aula Portanto é preciso que o professor atue como media dor entre a obra e os alunos ainda que ele pouco interfira naque las duas horas mágicas da projeção As primeiras reações da classe podem ser de emoção ou tédio de envolvimento ou displicência As diferentes expectativas e experiências cotidianas dos alunos ao assistirem aos filmes será o primeiro passo em relação à atividade cinema na sala de aula nAPOLiTAnO 2010 p 1415 O cenário do professor mediador está posto e diferente mente de qualquer outro lugar em que se assista ao filme na sala de aula o docente terá que articular e refletir as situações con cretas e imagináriasficcionais existentes tendo que superálas ou simplesmente analisálas Temos de extrapolar ainda a nocão de que a linguagem cinematográfica ilustra e motiva os alunos desin teressados e preguiçosos para o mundo da leitura por exemplo Nesse sentido reiteramos nossa posição o uso do cinema e de outros recursos didá ticos agradáveis dentro da sala de aula não irá resolver a crise do en sino escolar sobretudo no aspecto motivação nem tampouco subs tituir o desinteresse pela palavra escrita NAPOLITANO 2010 p 15 O uso do cinema pode ser desenvolvido por meio de estu dos integrados e interdisciplinares explorando assim inúmeros aspectos da obra cinematográfica Napolitano propôs alguns eixos norteadores para esse trabalho que pode ser utilizado para dife rentes contextos e obras cinematográficas Acompanhe Perspectivas para a Análise Cinematográfica Partindo do fenômeno sociocultural do cinema em sentido amplo os professores poderão desenvolver atividades integradas em várias disciplinas História como os profissionais responsáveis pesquisaram personagens e épocas reconstituindo figurinos e cenários históricos como as instituições responsáveis preservam a memória do cinema Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 20 20 Geografia como os filmes são distribuídos em mercados globalizados quais as estratégias dos produtores para vender seus filmes ao redor do mundo qual a participação do cinema na economia nacional e na mundial Português e Redação análise do roteiro e dos diálogos enquanto elementos textuais Muitos roteiros podem ser adquiridos na internet ou comprados na forma de livros Educação Artística análise da cor trilha sonora textura fotográfica dos ce nários e figurinos Educação Física estudos sobre a expressão corporal dos atores sobre co reografias de danças e lutas Informática estudos sobre os efeitos especiais os processos digitais de edi ção e o tratamento de imagem Língua Estrangeira estudos sobre a tradução com base nas legendas e palavras que aparecem nas imagens Matemática orçamento lucros e prejuízos alcançados pelo filme como se calcula o faturamento de um filme Química revelação processamento conservação e restauração da película de celulóide Física fenômenos de luzes som e movimento que permitem a experiência do cinema bem como os processos analógicos e magnéticos que permitem a gravação de filmes em fitas de vídeo Biologia filmagens em cenários naturais tratamento de bichos utilizados nos filmes impacto ambiental dos sets de filmagem Esse breve exemplo permite iniciar alguns trabalhos com o cinema de ficção e documentário os quais podem ainda continuar atrelados aos eventuais projetos mais amplos que envolvam ou tras áreas estudos dirigidos pesquisas e sobretudo intervenções por meio dessas ações pedagógicas 6 HISTÓRICO E IDEOLOGIAS DA TELEVISÃO E DO CINEMA A televisão no Brasil teve seu início nos anos 50 sendo um brin quedo de luxo para as elites Apesar da precariedade e improvisações proporcionava atrações como teatro clássico e de vanguarda músi ca erudita informação jornalística e debate político A subordinação total dos programas aos interesses e estratégias dos patrocinadores e a herança do rádio marcaram esse início de atividades Em razão do público restrito a televisão não entusiasmava os anunciantes que ainda preferiam os jornais e o rádio para se comunicar com os con Claretiano Centro Universitário 21 U1 Cinema e Educação sumidores além do controle dos patrocinadores Surge então a TV Excelsior em 1959 criada pelo grupo Simonsen que lança a primeira telenovela diária a qual aos poucos levou o público a ligar a TV todos os dias no mesmo canal LiMA PRiOLLi MACHADO 1985 A década de 60 foi o período em que a busca pela audiência teve seu início com sucesso obtido pela atual Rede Globo Apesar dos muitos problemas visto estar ligada à boa vontade dos polí ticos surge também em 1967 a primeira emissora educativa a TV Universitária de Pernambuco Segundo Silveira 2008 p 178 Na Constituição brasileira em lei complementar existem cinco mo dalidades de televisão no Brasil a comercial a educativa a pública a comunitária e a TV a cabo Nós até agora desde 1988 não regu lamentamos o que seja as televisões Isso motivado obviamente pela preponderância dos interesses comerciais e políticos dos gru pos econômicos detentores das concessões A exploração de um canal de TV é uma concessão do Estado com finalidade educativa da família Coisa que é quase descumprida pelos canais de TV Hoje existem alguns movimentos de iniciativa parlamentar e não gover namental que estão prestando atenção nos conteúdos veiculados e denunciando os abusos cometidos nas programações Quando a televisão deixou de ser artigo de luxo da burguesia e alcançou quase todas as classes sociais paralelamente foi sur gindo a concentração dos meios de comunicação e o processo de comunicação foi aprimorado constantemente mas quanto aos gêneros televisivos pouco ou nada foi alterado No Brasil pode se considerar que alguns programas fazem parte do mundo virtual no qual todos os brasileiros se comuni cam empresários de cidades diferentes comentam sobre o mesmo jornal noturno transmitido no dia anterior patrões e empregados comentam o jogo de futebol transmitido amigos falam sobre o ca pítulo da novela de ontem etc Independentemente da distância em que se encontram ou da classe social as pessoas comunicamse pelo mundo virtual criado pela mídia a ponto de excluir em alguns casos aqueles que não têm conhecimento das informações veicu ladas nele CARVALHO 2007 p 54 Nesse contexto a televisão além de influenciar na dimensão cultural e social possui intensa influência sobre as questões polí Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 22 22 ticas e econômicas do Estado Por isso podese afirmar que parte das suas ações são baseadas nas informações transmitidas e no conhecimento real dos indivíduos sobre determinada situação em que muitas vezes o importante é o comentário sobre o que se vê e não exatamente o que se vê Na Figura 1 apresentamos a história da televisão e suas mu danças em diferentes momentos os quais remetem à ciência tec nologia consumo etc Figura 1 História da televisão Já o cinema data de mais de cem anos e junto com ele muita emoção e aventura Sua origem deuse basicamente no Ocidente onde havia o jogo das sombras utilização das próprias mãos ou figuras recortadas em papel ou pano para dar vida às personagens e transmitir as histórias Logo depois surgiu a lanterna mágica uma lâmpada dentro de uma caixa que permitia refletir na parede as fi guras Ao compararmos com os dias atuais é possível perceber que isso é nosso cinema de hoje Mais adiante o francês Daguére apre sentou a fotografia que então viria a substituir os desenhos Quase perto de surgir o cinema Thomas Alva Edison em 1890 nos EUA apresentou a luz elétrica o microfone e o fonó grafo Ávido pelo dinheiro que obtinha com as invenções conse guiu produzir um aparelho que projetava as imagens em uma tela e emitia som Thomas Edison fez grande sucesso mas logo sua invenção caiu em desuso o que o levou a buscar pela projeção das imagens em movimento com a ajuda do também cientista eu ropeu Marey que apresentou as fitas de filme transparente que permitia criar a ilusão do movimento Claretiano Centro Universitário 23 U1 Cinema e Educação No entanto outros cientistas trabalhavam no mesmo sen tido Foram os irmãos franceses Louis e August Lumière que con seguiram desenvolver o cinematógrafo o qual foi difundido nos EUA A partir daí mais precisamente com o início do século 20 o cinema passou a ser reconhecido não só como arte mas também como uma grande indústria CARVALHO MARTinS 1989 O cinema era uma forma de diversão e informação que a princípio era pouco apreciada pois no início os filmes eram sem som mas que não podia ser ignorada pela sua força em emitir fa tos e criar emoções Entretanto logo depois da Primeira Guerra Mundial os estúdios e produtores europeus declinaram o que permitiu que a indústria dos sonhos conhecida atualmente como Hollywood na Califórnia se fortalecesse dando aos EUA o título de maior produtor de cinema e também gerador de fortunas aos artistas Já no Brasil considerase que o surgimento do cinema ocor reu por volta de 1898 mais precisamente no dia 19 de junho um domingo dizem que ensolarado com a primeira exibição de Al fonso Negreto com uma filmagem das fortalezas e navios de guer ra ancorados na Baía de Guanabara BERNARDET 2004 no Brasil por volta dos anos 20 cineastas como Humberto Mauro e Mário Peixoto deram sua contribuição apesar dos pou cos recursos Já nos anos 60 teve início o Cinema Novo resul tante de uma crise geral da arte brasileira em consonância com o cenário internacional Um exemplo significativo do Cinema Novo se resume em uma frase de Glauber Rocha uma câmera na mão e uma idéia na cabeça apud XAVIER 2005 p 15 segun do a qual as dificuldades econômicas não poderiam impedir que as produções se realizassem A partir daí procurouse produzir filmes com a cara do Brasil temas e personagens brasileiros que deveriam interessar ao público estrangeiro com corte de custos e equipamentos leves Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 24 24 Essa inovação possibilitou um resultado original com pro dução de qualidade que levou o Brasil a ser modelo para demais países da América Latina e da África com o destaque e a grande repercussão internacional de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos ARAÚJO 1995 Assim o movimento do Cinema Novo possibilitou uma nova situação cultural especialmente com a repercussão do Rio Qua renta Graus que até então era desconhecido das elites culturais e de aceitação do público popular Aos poucos as elites ou parte delas passam a encontrar no cinema uma força cultural que exprime suas inquietações políticas estéticas antropológicas Externamente o Cinema Novo permitiu que se estabelecesse com outros países um diálogo cultural BERNARDET 1980 p 101102 Segundo Almeida 2004 p 40 O cinema é sempre ficção Ficção engendrada pela verdade da câ mera verdade das possibilidades técnicas da reprodução do mo vimento das pessoas das coisas da natureza Abertura e lentes o olho de quem opera o conflito entre a vontade e as possibilidades do olho técnico para a reprodução de imagens e sons que o espec tador receberá como verdade provisória é claro durante o presen te da projeção não mais do cinema mas daquilo que o cinema pro duziu o filme O espectador nunca vê cinema vê sempre o filme O filme é sempre tempo presente seu tempo é o tempo da projeção A partir desse histórico temos que pensar as interações com a sala de aula ou seja como utilizar esses exemplos com destaque para o diálogo cultural para construirmos espaços e diálogos literários geográficos históricos matemáticos quími cos artísticos físicos sociológicos filosóficos biológicos entre outros os quais relacionem os saberes práticos cotidianos aos saberes teóricos eou acadêmicos elementares para uma deter minada série ou ano da Educação Básica para não cairmos nas armadilhas do capital em que na cultura pósmoderna não é a tevê que é o espelho da sociedade mas exatamente o contrário é a sociedade que é o espelho da tevê KROKER sd apud MAR COnDES FiLHO 1994 p 35 Claretiano Centro Universitário 25 U1 Cinema e Educação Como exemplo fundante dessa cultura pósmoderna temos os reality shows como o Big Brother Brasil BBB veiculado pela Rede Globo Outro exemplo é o filme Tempos Modernos 1936 que também demonstra o papel das câmeras na vigilância dos trabalhadores e sobretudo a massificação da lógica contraditória do trabalho sob a vida social Podese citar por fim o filme O Show de Truman 1998 que segue a vida de um vendedor 24 horas por dia através de um progra ma de televisão sem seu conhecimento Almeida 2004 desde a introdução da sua referida obra in dica que o cinema o vídeo e a televisão na escola são encarados como ilustração ou seja o professor passa um filme para ilustrar o que foi falado correndo o risco de o filme assumir um papel se cundário para o aluno Por isso o autor afirma que sua análise está pautada nos filmes comerciais pois são uma produção da cultura não rotulada como pedagógica eou didática Essa opção do autor remete à seguinte indagação não po demos passar este ou aquele filme para os alunos da 5ª série 6º ano no entanto ele é assistido pelo aluno junto com os pais e mais recentemente visto parcialmente ou integralmente pela internet o que muitas vezes se consolida como uma contradição entre o que é permitido ou proibido para uma dada faixa etária muitas vezes sem levar em consideração as intencionalidades educativas do trabalho com os filmes e documentários Essa análise nos permite afirmar que tudo passa a girar em torno dos meios de comunicação especialmente da televisão e mais recentemente da internet O que outrora foi o monopólio do rádio e depois da TV está hoje integrado num tablet ou no visor dos celulares Todavia podemos observar que com tais avanços há uma coexistência pois não se excluiu os recursos anteriores pelo contrário houve e há uma constante adaptação para acom panhar as mudanças A aprendizagem pelos olhos e não mais só pelos ouvidos permitiu aos educadores utilizar esses recursos e atualizar suas práticas em sala de aula Outro exemplo dessa evolução são os Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 26 26 apresentadores de TV que apenas falavam aos seus telespectado res sem haver nenhum tipo de interação Por isso reafirmamos que há um determinado desencontro intencional em diferentes esferas de produção cultural e no caso específico da TV observase ainda a desmobilização a manipula ção a desconexão do telespectador com o mundo Esse processo não ocorre basicamente nos conteúdos mas nas formas ou seja em como lecionam e organizam um dado programa e transmitem as informações ideias e conhecimentos Ainda no campo da esfera pública a censura moral é executada pelo Estado pela Igreja ou outras instituições de preservação moral da sociedade Ela se revela na proibição do uso de palavras obsce nas do nudismo de cenas de sexualidade como sendo um aten tado à moral e aos bons costumes A aplicação dessa censura é muito movediça não possui um código estrito e depende da con sideração subjetiva do funcionário censor responsável Assim a TV pode apresentar as chamadas danças eróticas as publicidades de nítido apelo sexual ou de claras analogias a atos e perversões se xuais que estimulam a masturbação a dependência oral a prática voyeurista mas não pode ilustrar para fins científicos corpos nus em posturas naturais membros ou partes sexuais para fins edu cativos nem o processo de procriação na forma como ele se dá MARCOnDES FiLHO 1988 p 95 Nessa complexa perspectiva podemos afirmar que Todo fato é sempre narrado a partir de um ponto de vista O ponto de vista assumido por quem relata implica a tentativa de convencer o ouvinte e leválo a perceber o fato de um modo e não de outro BACCEGA 1997 p 43 E nesse devir a Educação informal contribui na formação do senso comum e de muitos mitos que circundam a visão de mundo Arbex Júnior 1997 p 69 resume bem esse processo ao afir mar que A televisão pode ser companheira entretenimento ou anestésico do cotidiano para a maioria de nós Isso tudo pode ser bom Que brasileiro desconhece a importância das telenovelas no nosso dia adia Mas o que fazer com o vício da tevê Por que as técnicas da ficção invadem os telejornais dando uma visão de mundo ilusória daquilo que é realidade Como determinamos a relação com a teli nha com dependência alienação ou responsabilidade Claretiano Centro Universitário 27 U1 Cinema e Educação Esse breve panorama nos permite avançar sobre os gêneros e linguagem existentes no cinema sem ignorar o complexo quadro que o mantém na sociedade capitalista em que o cultural muitas vezes está atrelado ao consumo e não ao saber que é indisso ciável dele mas permanece desconhecido eou pouco explorado 7 O CINEMA ENTRE LINGUAGEM E GÊNEROS A cultura e a linguagem são de difícil definição haja vista a produção de comportamentos e práticas que dão sentido à nos sa vida Dentro dessa perspectiva o cinema assim como a escri ta não é uma linguagem mas incorpora tecnologias e possibilita seus significados por meio dos sistemas cinematografia edição do som iluminação ou seja a linguagem é tudo aquilo que pode mos combinar para comunicar algo De acordo com Turner 1997 p 5253 O que a linguagem faz é construir e não rotular a realidade Não podemos pensar sem a linguagem portanto é difícil nos imaginar pensando coisas para as quais não temos nenhuma linguagem Nós nos tornamos membros de nossa cultura por meio da lingua gem adquirimos nosso senso de identidade pessoal com a lingua gem e é graças a ela que internalizamos os sistemas de valores que estruturam nossa vida Não podemos sair do âmbito da lin guagem para produzir um conjunto de significados pessoais total mente independentes do sistema cultural a linguagem constrói significados de duas maneiras As imagens assim como as palavras carregam conotações A imagem filmada de um homem terá uma dimensão denotativa remeterá ao conceito mental de homem Mas as imagens têm uma carga cultural o ângulo usado pela câ mera a posição dele no quadro o uso da iluminação para realçar certos aspectos qualquer efeito obtido pela cor tonalidade ou pro cessamento teria o potencial do significado social Quando lidamos com imagem tornase especialmente evidente que não estamos lidando apenas com o objeto ou o conceito que representam mas também com o modo em que estão sendo representados Uma das tarefas da análise do cinema é descobrir como isso é feito seja em cada filme particularmente seja no geral Até 1915 os filmes eram curtos e não contavam histórias como vemos na atualidade Isso ocorria porque o filme era uma sequên Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 28 28 cia de quadros que tinham os letreiros com diálogos cenas estas adquiridas por meio de câmeras fixas em determinados locais pelos fotógrafos cinematográficos A linguagem cinematográfica surgiu aos poucos e com a possível contribuição dos americanos o cinema tornouse apto a contar histórias com o predomínio da linguagem da ficção Com a elaboração da linguagem aos poucos foi possível estruturar narrativas com relação a tempo e espaço ao apresentar as cenas sem confundir quem naquela época assistia ao filme O movimento da câmera para explorar o espaço as angulações a luz o estilo próprio de interpretar e a montagem contribuíram para a constituição dessa linguagem BERNARDET 1980 Tipos de filmes Uma das maneiras de diferenciar os tipos de filmes é pelo gênero Existem diversas subdivisões para facilitar a compreensão do espectador sendo dois os principais grupos de acordo com a duração dos filmes Curtametragem aquele que apresenta semelhança a ti pos de artigos e reportagens Longametragem aquele que apresenta semelhança à li teratura de ficção Em relação aos documentários de divulgação científica po demos classificálos em diferentes subclasses como fenômenos naturais ciclos da natureza históricos filosóficos antropológicos políticos atualidade históricos etc NAPOLITANO 2010 Já quanto aos filmes tomamos emprestado dos estudos lite rários a diferença entre sátira e comédia tragédia e farsa divisão esta que ocorre de acordo com o objetivo do espectador inde pendente do tema a ser proposto Também é possível classificar o filme quanto à origem da produção seja ela europeia brasileira ou norteamericana No entanto podem ocorrer diversas combina ções de acordo com o objetivo mas independente das diferenças entre os filmes todos buscam incentivar os espectadores a uma Claretiano Centro Universitário 29 U1 Cinema e Educação reflexão e percepção da ficção com sua realidade cotidiana CAR VALHO 2007 Para cada gênero o espectador tem suas expectativas específi cas mas que também dependem da experiência e competência des se espectador os gêneros são dinâmicos ou simplesmente limitam a criatividade de compreensão do público com expectativas simples mente convencionais à realidade Para Turner 1997 p 8991 é verdade que todos os meios de comunicação de massa não apenas o cinema têm de lidar com o familiar e convencional mais do que digamos a pintura e a poesia Nas artes populares a per cepção individual não tem o lugar privilegiado de que desfruta nas formas mais elitistas como a literatura Em vez disso o prazer vem do familiar do reconhecimento de convenções da repetição e re afirmação Há no entanto inovação e originalidade nos filmes de gênero e os melhores podem atingir um equilíbrio muito complexo e delicado entre o familiar e o original a repetição e a inovação a previsibilidade e a imprevisibilidade é importante entender que o gênero é o produto de pelo menos três grupos de forças a indústria cinematográfica e suas práticas de produção o público e suas expectativas e competências e o texto em sua contribuição ao gênero como um todo Contudo ao integrar o sistema cultural o cinema não deve somente obedecer às condições do mercado de produção cinema tográfica mas tem importante papel dentro do contexto pedagó gico Haja vista a abrangência em debates e reflexões é possível incluir seu estudo no interior da educação o que significa ampliar o conhecimento e estimular críticas dos estudantes acerca de acontecimentos atuais e situações históricas culturais sociais e econômicas Napolitano 2010 ao apresentar os gêneros ficcionais no cinema faz a seguinte tipologia drama comédia aventura e sus pense Nesse sentido acrescentase que esses quatro gêneros matrizes podem aparecer mesclados em diferentes produções sobretudo na tendência comercial moderna que busca atingir um público amplo Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 30 30 8 ÉTICA E O PODER DA MÍDIA Há muito se discute sobre o poder da mídia e a comunica ção em massa que nos dias atuais observamos com certo receio O rádio em seus primeiros anos teve também suas críticas assim como o cinema foi criticado ao mostrar cenas de sexo e violência e agora mais recentemente a televisão permite a todos conhecer o que o mundo tem de melhor e pior talvez por vezes com acrés cimos desnecessários Mas afinal como podemos definir a mídia Segundo Carvalho e Martins 1998 p 13 Mídia é o conjunto dos meios de comunicação de massa ou seja todos os meios que podemos utilizar para transmitir idéias notí cias imagens estórias ou qualquer outra mensagem a milhares ou milhões de pessoas ao mesmo tempo Apesar do termo no Brasil ser recente datado dos últimos 30 anos a discussão de estudiosos e profissionais sobre a influência dos meios de comunicação nas atitudes e comportamentos das pes soas tem gerado amplo debate A informação e a transmissão de ideias deixaram de ser privilégio da elite e passou a chegar para uma grande parte das pessoas o que inquietou também os ricos visto que quem detém as informações controla os negócios influencia as decisões políticas e age sobre aqueles que não estão informados Nos anos que precederam e se seguiram à Revolução Francesa por exemplo os jornais tiveram um papel decisivo Pela primeira vez as notícias sobre os erros do governo francês e as críticas aos prejuízos que a nobreza dava à França corriam livremente pelo país aumen tando o descontentamento do povo com o rei e os nobres As ma nifestações populares de protesto em cada cidade eram noticiadas para quase todo o país O resultado foi que a fúria do povo cresceu a tal ponto que acabou se transformando em revolta e finalmente numa revolução contra o rei e a nobreza outro acontecimento político no qual a mídia teve papel importante foi a Revolução Rus sa em 1917 CARVALHO MARTinS 1998 p 16 grifo do autor O imperador da Rússia perseguia os revolucionários que fa ziam os chamados jornais clandestinos Estes informavam os abusos Claretiano Centro Universitário 31 U1 Cinema e Educação cometidos pelo imperador as lutas dos trabalhadores na Alemanha e alimentavam que a união daria maior força para derrubar o gover no e realmente aconteceu o governo caiu e Czar foi assassinado Uma reflexão sobre esses fatos é pertinente A revolução aconteceu porque os jornais divulgaram o escândalo ou porque o povo estava descontente A imprensa derrubou Czar Naquela época a mídia não tinha o poder da atualidade e a maioria do povo russo não sabia ler mas é bem provável que os jornais te nham acelerado o processo No Brasil temos um fato recente de poder incontrolável que muitos acreditam ser da mídia a eleição e o impeachment do presidente Fernando Collor O uso da mídia com o slogan de inimigo da corrupção o levou em pouco tempo ao conhecimen to e simpatia de grande parte dos brasileiros que até então não acreditavam em sua candidatura e esperavam por um salvador da pátria Nesse momento os adversários acusaram a mídia de apoio para posteriores favores e troca de dinheiro a mesma mídia que meses depois da vitória de Collor passou a investigar por con ta própria as denúncias de corrupção sobre os gastos do governo e sua ligação com políticos corruptos Finalmente pressionado pe las manifestações populares pela mídia e políticos o governo cai CARVALHO MARTinS 1998 Houve então unanimidade da mídia no caso Collor Se lembrarmos veremos que houve divergências desde a campanha até a renúncia Muitos o defenderam mesmo quando a maioria da população queria seu afastamento Esse fato suscita a reflexão sobre o poder que a mídia pode exercer sobre as pessoas ou não com reações que frequentemente se manifestam naque les que se baseiam em conceitos prédefinidos ética moral e va lores adquiridos a partir da própria experiência Ou seja até que ponto a mídia influencia as decisões das pessoas No Brasil podemos citar um exemplo de comunicação em massa as Organizações Globo que possui grandes meios para Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 32 32 formação de opinião também em várias partes do mundo Em nome da liberdade de imprensa muito se usa para invadir a vida alheia fazer acusações sem provas e até mesmo destruir pessoas inocentes Conforme destaca Silveira 2008 p 179180 Os brasileiros passam em média de três a quatro horas por dia diante da tevê enquanto em outros países essa média é de duas horas Assistimos muito à TV e o público que mais assiste é o das classes sociais mais desfavorecidas e as crianças Como por exem plo o público de qualquer programa na madrugada você vai en contrar crianças de 7 9 11 anos de idade assistindo Elas assistem a tudo a toda programação novela telejornal filme entrevista debate canal infantil se tiver TV a cabo Se a gente pensar que a invenção da imprensa tem que ver com um processo civilizató rio no qual o homem começou a se libertar da estrutura teocrá tica um projeto que chamamos de civilização ocidental na era do Bill Gates não temos mais isso Hoje não vejo toda essa tecno logia disponível como parte de um projeto para proporcionar um bemestar maior para o ser humano e a sociedade de modo geral Essa conquista tecnológica está aí justamente para aprisionar escravizar impondo um processo de dominação das mentes das pessoas de uma forma muito perversa como nunca foi feito anteriormente Afinal quando vendem uma informação sensacionalista ou mentirosa cabe ao espectador avaliar os excessos produzidos pela mídia e agir pensar e exprimir com opinião própria Outra verten te que sugere análise é quanto à impunidade que aos poucos foi se inserindo no cotidiano das pessoas muitos preferem não reagir à violação dos seus direitos visto que também com a ajuda da mídia grande parte dos brasileiros não mais acredita na justiça Baseada nessa descrença a força para denunciar e agir como dona da verdade se torna mais um meio para formar opinião em massa omitindo muitas vezes o desrespeito para com leitores ouvintes e telespectadores Em várias áreas existe o Conselho de Ética mas este não existe na mídia e possui grande resistência por parte da mesma com a crença de que poderia gerar graves con flitos Claretiano Centro Universitário 33 U1 Cinema e Educação Devemos ter e construir a consciência crítica das informa ções rejeitar a manipulação de opinião e refletir sobre o que re almente é proveitoso de tudo que se tem conhecimento O po der que a televisão e o cinema possuem para transmitir emoções sentimentos e formar opinião pode ao mesmo tempo ser bené fico ou desastroso para os telespectadores especialmente para as crianças visualizar situações em um mundo imaginário pode resultar na verdade em uma dessensibilização dos fatos como a violência exposta diariamente além de em uma mudança nas atitudes sociais sobre sua maneira de agir com o mundo real ba seada na natureza dos programas e nos conhecimentos adquiridos GREENFIELD 1988 Talvez seja nesse mesmo sentido que Steve Jobs tenha afir mado que as redes conspiram para nos tornar mais burros JOBS apud HOinEFF 1996 p 6 Há ao menos duas considera ções a primeira referese à ausência de um pensamento crítico so bre os processos tecnológicos oriundo dessas redes e a segunda significa que podemos ser coautores dessas produções ou seja podemos interagir criar e recriálas cotidianamente Dessa forma o papel da mídia necessita de um revigoramen to pois em pleno século 21 a audiência em massa une tecnologia e economia refletindo assim telespectadores que não podem ser passivos como outrora até porque o controle remoto e a interati vidade da TV e da internet permitem inúmeras possibilidades ins tantâneas Nesse contexto a indagação de Tas 2011 é muito importan te pois o apresentador de televisão antigamente só falava o da poltrona e não ouvia ninguém Isto acabou definitivamente não há o sabe tudo se é que ele existiu um dia Hoje o consumidor tem mais acesso às informações de um produto um paciente sabe as possíveis causas de uma doença e de seu tratamento podendo inclusive questionar publicamente e exigir mais informações téc nicas por exemplo Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 34 34 9 A SÉTIMA ARTE NA ERA DIGITAL O cinema é considerado a sétima arte desde 1912 e foi es tabelecido por Ricciotto Canudo no Manifesto das Sete Artes publicado apenas em 1923 Atualmente temos até a 11ª arte que integra justamente a Arte digital artes gráficas computorizadas 2D 3D e programação etc Nos dias atuais é notória a necessidade do uso dos recursos audiovisuais dentro da sala de aula para auxiliar o professor em seu trabalho pedagógico e há ao mesmo tempo uma constan te preocupação dos estudiosos para que eles não sejam somente uma fonte de entretenimento e sim que resultem em uma educa ção consistente e responsável Segundo Carvalho 2007 p 63 Cabe ao professor diante da situação específica de cada ação pe dagógica e do contexto e das condições vivenciadas pelos alunos construir estratégias eficientes para cada situação utilizando os meios de comunicação de acordo com os objetivos a serem alcan çados ou seja é imprescindível que ele seja um mediador peda gógico Nesse sentido a mediação pedagógica só acontece quando o professor é capaz de compreender a relação dos alunos com os meios de comunicação quando todos estão envolvidos no proces so pedagógico Além disso a formação adequada para o uso des sas tecnologias é necessária e de grande relevância haja vista a amplitude da linguagem audiovisual A formação de qualidade dos docentes deve ser vista em um amplo quadro de complementação às tradicionais disciplinas pedagógicas e que inclui algum conhecimento sobre o uso crítico das novas tec nologias de informação e comunicação não apenas o computador e as redes mas também os demais suportes midiáticos como o rá dio a televisão o vídeo etc em variadas e diferenciadas atividades de ensino É preciso que o professor saiba utilizar adequadamente no ensino essas mídias para poder melhor explorar suas especi ficidades e garantir o alcance dos objetivos do ensino oferecido KENSKI 2003 apud CARVALHO 2007 p 65 Claretiano Centro Universitário 35 U1 Cinema e Educação A ação pedagógica integrada com a qualidade da comunica ção e com a linguagem didática deve ser prioridade do professor para obter os objetivos educacionais junto ao cenário visível de acesso cada vez mais rápido às informações Conforme aponta Soares 2006 p 96 O uso das tecnologias informacionais contribui para uma reformulação de comportamentos fornecendo bases para revisão de valores opini ões formas e perspectivas de futuro alterando de modo a aproximar as possibilidades de cidadania numa consciência ecológica porque in tegradora global e de perspectivas questionadoras dos tipos e modos de poder que predominam e sustentam as instituições sociais Ainda que toda a tecnologia esteja à disposição do profes sor há a necessidade do conhecimento profundo do tema do uso adequado dos equipamentos Além disso alguns preparativos essenciais devem acontecer com antecedência como a definição do objetivo da aula a escolha do filme a adoção dos métodos adequados ao conteúdo às características e expectativas prová veis dos alunos frente ao filme as características da estrutura de equipamentos e a sua reserva Enfim o importante é adequar os meios aos fins e não so mente inserir a televisão e o cinema em sala de aula sem propósi tos claros e objetivos que permeiem uma reflexão construtiva dos alunos pois vivenciamos um período em que informação difere de conhecimento E nesse momento o papel do professor é indis pensável pois agora todos têm o conteúdo disponível na hora em que quiserem em todo lugar Telles 2009 ao falar da geração digital apresenta o YouTu be como uma ferramenta que revoluciona o marketing e a difusão criativa de ideias produtos e conhecimento Como não há custo para postagem e acesso aos vídeos temos uma possibilidade gi gantesca para inovar Nos EUA somente em 2008 mais de 11 bi lhões de vídeos foram assistidos o que equivale a uma média de 228 minutos Nessa data apenas 1 dos vídeos possuíam anún cios ou seja poderá render muito mais nos próximos anos Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 36 36 Esse cenário nos permite dizer que o YouTube e outros canais de vídeos de baixo custo em relação à TV e TV digital podem facilitar o acesso às informações e conhecimentos trazendo oportunidades para a Educação como um todo Cabe portanto ao professor filtrar provocar estimular causar insights Enfim o professor deve ser um agente do discernimento talvez a palavrachave da era em que vivemos Discernimento hoje é o ouro em pó TAS 2011 p 116 Por isso temos que tomar cuidado com alguns discursos da sociedade midiatizada tais como o professor já não é mais neces sário assim como o líder empresarial e o jornalista A partir dessas breves ideias norteadoras o cinema nas sa las com a telona nos computadores tablets e celulares continua rá produzindo conhecimentos e nesse devir poderá ser explorado para fins educativos pois a indústria cultural contraditoriamente cria e recria condições para que haja sempre consumidores dispos tos a usufruir desses bens Talvez um dia tenhamos cidadãos em busca desse bem pre cioso que sem dúvidas perpassa por uma gigantesca mudança pa radigmática educativa cultural social etc Para ilustrar esse processo contraditório temos o exemplo do cineasta Silvio Tendler 2014 p 29 ao afirmar que no Brasil vive mos prisioneiros dos cinemas de shopping A Ancine só contabiliza o público onde há ingresso padronizado Ou seja o espectador dei xou de ser espectador para se tornar um consumidor E o cidadão que assiste filmes na periferia no cineclube na sala de aula na laje não é contabilizado não existe Então as estatíticas da produção cinematográfica brasileira são completamente deformadas Os filmes documentários animações da internet são um caso ainda mais sério são totalmente excluídas das estatísticas oficiais Vale salientar que muitas obras cinematográficas postadas na internet estão atreladas aos direitos autorais e para acessálas é necessário pagar uma taxa prévia assim como algumas empre sas de TV à cabo o fazem tudo pelo controle remoto eou internet Claretiano Centro Universitário 37 U1 Cinema e Educação Nesse contexto a sétima arte precisa ser valorizada e repen sada sobretudo pelo fato da inevitável força da internet E no Bra sil temos o agravante da ausência de salas para exibição restritas apenas aos grandes centros urbanos leiase shoppings As produções cinematográficas por sua vez continuam atre ladas e alinhadas ao poder da imagemmovimento é nessa fusão que as técnicas e discursos se constroem e reconstroem Desven dam as estruturas da participação estruturas e inteligências Por isso o cinema com a sua linguagem de imagens e só de ima gens converteuse em pedagogia MORin 1956 apud CARVA LHO 2008 p 142 Essa leitura revela o potencial do cinema como uma dimen são pedagógica e por isso deve transgredir o cinema de shopping e um aliado é justamente a internet a TV digital os cinemas alter nativos e cineclubes que por meio da mesma rede de consumi dores poderá reconstruíla para redes solidárias comunitárias e sobretudo cidadãs 10 SOCIEDADE MIDIATIZADA E INTERFACES DA EDUCAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO Na atualidade muitos são os meios para alcançar o conhe cimento e o verdadeiro aprendizado O contato com inúmeros estímulos podem acontecer antes mesmo do nascimento de uma criança o que ao mesmo tempo converge para as vivências pos teriores Toda a tecnologia disponível ao nosso alcance pode ser por vezes desnecessária mas para muitos é apenas um com plemento necessário para a atualização contínua dos profissio nais tanto qualitativamente quanto quantitativamente visto que grande parte das informações e tecnologias se tornam obsoletas em curto prazo Tais tecnologias também ampliam a comunicação entre os seres humanos Segundo Carvalho 2007 p 18 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 38 38 Antes da invenção da escrita a memória humana era um dos únicos recursos para o registro de informações e dependia da ca pacidade humana de memorizar dados Antes da intervenção do fonógrafo do telefone e do rádio o alcance da voz era limitado ao potencial físico de cada um Com o surgimento do cinema e da te levisão o tempo e o espaço foram modificados gerando inclusive alterações profundas nas relações dos indivíduos com a sociedade Com toda a gama estrutural que hoje é possível para trans mitir o conhecimento a mensagem audiovisual é mais uma que aos poucos está adentrando as salas de aulas pois até então fi cara excluída desse meio e apenas pertencia ao mundo do lazer e diversão Uma mensagem audiovisual pode influenciar por exem plo um indivíduo analfabeto que não pode ler um livro mas pode obter as informações por meio do que ouve e observa Dentro dessa perspectiva surge o questionamento do que é real ou imaginário realidade ou ficção perante as mensagens au diovisuais haja vista a diversidade de conceitos que lhe são atri buídas Diante dessas mensagens os indivíduos têm a liberdade de criar suas próprias definições e questionamentos da realidade e no que se refere ao conceito da televisão e seus programas ao anali sálos não existe uma preocupação em criar uma reflexão crítica sobre as informações transmitidas Já no cinema a correlação entre as imagens sons e as emoções despertadas são diretamente ligadas ao despertar do sentimento mas sem interferir no intelecto assim como a música age no interior do indivíduo CARVALHO 2007 Greenfield 1988 p 34 destaca que A característica que distingue a televisão e o cinema dos meios de comunicação precedentes é o movimento visual Tal característica pode auxiliar na aprendizagem pois atrai a atenção das crianças para a tela ajudaa a lembrar a ação dos fatos que se sucedem na história pode auxiliar as crianças na idade correta a aprender processos além de contribuir para o ensino de habilidades físicas A tendência a adquirir informação sobre ações é relevante para as programações de TV Devido às suas vantagens os filmes podem ser utilizados no ensino de processos biológicos ou físicos sejam de caráter educativo ou ainda documentários E pelo fato de facilitarem o ensino de habilidades físicas e manuais os filmes podem ser um re curso valioso no ensino de ofícios artesanais profissões ou esportes Claretiano Centro Universitário 39 U1 Cinema e Educação Mas é possível definir claramente quais programas televisi vos ou filmes são ficções ou realidades A resposta vem da história em duas dimensões fundamen tais a realista e a idealista O realismo são as coisas que existem enquanto o idealismo baseiase na relação entre sujeito pensante e o objeto pensado e demonstra que a distinção entre a realida de e a ficção dentro dos limites audiovisuais é relativa haja vista a capacidade de compreensão e o conceito de realidade e ficção desenvolvidos por um espectador CARVALHO 2007 Conforme aponta Belloni 2001 apud CARVALHO 2007 p 22 a mídia parece cada vez mais substituir com suas imagens fictí cias as experiências realmente vividas Ao mundo real incorporase o mundo representado E esta representação tem força real possui esta subjetividade material conferida pela técnica As telenovelas por exemplo mimetizam a realidade da vida cotidiana pelo jogo de seus atores pelo realismo de suas performances buscando pro vocar no telespectador a sensação de que o mundo real é o simples prolongamento daquele que acabamos de ver na telinha Acreditase portanto que baseado nas inúmeras possibi lidades de compreensão frente à realidade à representação e à ficção cada indivíduo reproduz um conceito diferente fundamen tado em suas vivências na própria sociedade nas experiências ad quiridas em contato com o mundo e com a própria mídia Acreditase que o importante papel dos meios de comunica ção dentro do processo contínuo do aprendizado seja uma cons tante preocupação dos profissionais da área da Educação tendo em vista a necessidade de compatibilizar o conteúdo escolar com a realidade vivenciada pelos alunos A organização do trabalho pe dagógico com a utilização da televisão e do cinema é alvo dos pesquisadores que objetivam identificar elementos constituintes desse processo que viabilizem a utilização audiovisual de forma a atender a problemática complexa da realidade da sociedade con temporânea Baccega 2003 apud CARVALHO 2007 p 27 complementa que Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 40 40 O termo adequado para designar a realidade da escola diante dos meios de comunicação e das novas tecnologias parecenos é de sajustamento Enquanto a escola continua com sua retórica peda gógica conservadora ocupando todo o tempo de sala de aula com este discurso o discurso dos meios de comunicação está presente no âmbito da escola de maneira clandestina Não adentram as sa las de aula mas estão nos corredores nas estradas nas conversas informais tanto de professores quanto de alunos É urgente que es ses discursos outros saiam da clandestinidade e passem a constituir parte dos diálogos que deveriam ocorrer em sala de aula A utilização da linguagem audiovisual no âmbito pedagógi co exige uma complexidade perante os objetivos dos educadores Nesse sentido é fundamental ter clareza sobre os objetivos pre tendidos e sobretudo ter conhecimento sobre a linguagem au diovisual e sua aplicação nos diferentes níveis da educação 11 RECURSOS AUDIOVISUAIS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA Os recursos audiovisuais como ferramentas didáticas e pe dagógicas não se apresentam como novidades na sala de aula Tratase portanto de um recurso disponibilizado aos professores há muitos anos seja com o aparelho videocassete DVD Bluray computadores projetores entre outros Dessa forma cabe salien tar alguns aspectos e sugestões que talvez ajudem a tornar sua utilização mais eficiente Não programar a apresentação de forma gratuita ou permitindo a total passividade dos alunos mas preparar um roteiro de discussão para ser debatido após a exibição inserindo a atividade no conjunto do curso Não exibir o programa com a sala completamente escurecida mas manter uma iluminação que tenha cerca de 40 da intensidade luminosa da tela do aparelho de TV Distribuir os alunos de modo que fiquem a uma distância adequa da da tela o que depende em parte das dimensões do aparelho Muitos planos panorâmicos característicos da linguagem cinemato gráfica perdem seu impacto na pequena tela de TV tornando difícil a apreensão dos detalhes além do que as legendas de filmes es trangeiros costumam ser pequenas demais e ilegíveis a uma distân cia maior do que três metros Claretiano Centro Universitário 41 U1 Cinema e Educação Conversar com os alunos previamente alertandoos de que as pessoas tendem a assistir TV nas mais variadas circunstâncias e quase nunca em silêncio mas que naquele momento devem con trolar seus vícios de telespectadores contumazes e se concentrar no programa que será exibido CAPELETTO 1999 p 74 Além dessas observações outro elemento essencial que perpassa toda a programação curricular referese à escolha dos vídeos ou parte destes para atender uma determinada especifici dade ou levantar problemas ações e interpretações da realidade estudada Por isso o professor nunca deve dar os elementos ci nematográficos ou seja focar a visão dos alunos em determina dos pontosimagens É necessário dialogar e construir juntos essa perspectiva de análise A sugestão é que o professor acompanhe e pesquise sobre programas televisivos que abordem os temas específicos e inter disciplinares Além disso deve conhecer o acervo da instituição em que trabalha e eventualmente organizar nas horas de traba lho pedagógico algumas discussões com os demais colegas pois um filme pode interessar a várias áreas e os envolvidos precisam conhecer e articular os trabalhos Para Napolitano 2010 fonte e tema gerador devem nortear o uso do cinema como recurso didático Dessa forma compreende os dois conceitos como segue Fonte um filme pode ser usado como fonte quando o professor direcionar a análise e o debate dos alunos para os problemas e as questões surgidas com base no argumento no roteiro nos perso nagens nos valores morais e ideológicos que constituem a narrati va da obra Neste caso mesmo quando está articulado a um conte údo curricular ou a um tema específico é o filme que vai delimitar a abordagem e levar a outras questões Este tipo de abordagem partindo das representações do filme escolhido também permite o exercício de aprimoramento do olhar do aluno e o desenvolvimen to do seu senso crítico em relação ao consumo de bens culturais Textogerador o uso do filme como textogerador segue os mes mos princípios da abordagem anterior com a diferença que o profes sor tem menos compromisso com o filme em si sua linguagem sua estrutura e suas representações e mais com as questões e os temas políticos morais ideológicos existenciais históricos etc que susci Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 42 42 ta Esta abordagem pode ser particularmente útil em séries iniciais faixas etárias menores e classes mais resistentes ao trabalho siste mático com a linguagem cinematográfica O importante é não ficar apenas no filme como ilustração mas usar criticamente a narrativa e as representações fílmicas como elementos propulsores de pesqui sas e debates temáticos NAPOLITANO 2010 p 28 Por isso o professor precisa trabalhar com a linguagem cine matográfica treinar o olhar a formação do espectador elaborar e aprimorar outras linguagens a partir dos filmes escolhidos Esse trabalho educativo ou mesmo essa sequência permitirá um me lhor acompanhamento e desenvolvimento dos saberes articulados com os objetivos iniciais e com aqueles que surgirem no decorrer do processo Contudo cabe ressaltar que os filmes documentários ani mações desenhos programas televisivos possuem um caráter educativo Basta portanto que professores e alunos construam uma releitura dos processos e tenham clareza de quais são seus objetivos e de que eles podem ser mediados nesse amplo proces so de aprendizagem Vale reforçar que o cinema pode ser o meio mas poderá tornarse também o fim e o início ou seja é o início quan do é usado para despertar um dado saber fazer um levantamento préviouma sondagem e é o fim quando os envolvidos passam a produzir recursos audiovisuais com suas análises e reflexões indi viduais e coletivas O que era impossível há uma década hoje é plenamente pos sível pois os celulares já possuem câmeras e editores de vídeos e imagens de qualidade podem auxiliar e transformar a aprendiza gem Cabe então aos educadores mediar tais processos sendo um referencial ao indicar apoiar e instrumentalizar a aprendiza gem com essas velhas e novas tecnologias que coexistem no chão da sala de aula e sobretudo fora dela Claretiano Centro Universitário 43 U1 Cinema e Educação 12 GLOSSÁRIO DE TERMOS CINEMATOGRÁFICOS Como indicação complementar da linguagem cinematográ fica apresentamos neste tópico alguns termos cinematográficos os quais são encontrados nos manuais temáticos da área e pode rão auxiliálos na leitura e sobretudo no entendimento da lingua gem cinematográfica Termos Cinematográficos 1 Ângulo tipos de normal mesma altura dos personagensobjetos interior abaixo dos personagensobjetos e superior acima dos personagens ob jetos 2 Argumento primeiro sumário da história enfatizando as motivações dos personagens e peripécias principais do enredo Base de desenvolvimento do roteiro 3 Cena unidade espaçotemporal pode ser chamada de sequência 4 Cenário materialização do mundo diegético onde ocorre a história Pode ser interior ou exterior natural ou de estúdio limpo ou sujo realista ou figurado 5 Conteúdo diegético a fábula a história contada pelo filme e consequente realidade fílmica implicada 6 Continuidade procedimento que consiste em controlar o enquadramento e vários planos que compõem uma sequência para que os cenários figurinos objetos e atores pareçam estar sendo filmados em tempo real da ação e em harmonia com as posições anteriores no cenário 7 Copião cópia de todos os planos de um filme apenas com imagem sem som e indicações que precedem as sequências Partindo do copião o mon tador seleciona as sequências para a versão final 8 Diretor profissional responsável pela coordenação de todos os elementos que compõem o filme escolha de cenários execução do roteiro na filmagem formas de interpretação cor e efeitos de fotografia edição final 9 Distribuidor pessoa ou empresa responsável pela chegada do filme às sa las de exibição em diferentes partes do mundo 10 Edição montagem procedimento final que prepara o filme a ser exibido or ganizando o material filmado na ordem narrativa preestabelecida pelo roteiro 11 Enquadramento tipos de plano geral amplo e distante plano médio conjunto de objetos ou pessoas plano americano até a cintura ou até os joelhos e primeiro plano rosto 12 Figurino elemento sutil muitas vezes secundário mas que em determinados gêneros ficção científica filmes de época ganha importância 13 Foco narrativo perspectiva da qual a história é transmitida para o especta dor Pode ser subjetiva quando coincide com a visão de um personagem intersubjetiva quando entrecruza as perspectivas de diversos personagens ou objetiva quando não se confunde com nenhum personagem específico Obs não confundir com ponto de vista de câmera Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 44 44 14 Fotografia item que inclui as cores e os tons predominantes na ima gem contrastes luz e sombra e efeitos de iluminação foco penumbra superexposição etc 15 Fotograma cada quadro fotográfico que compõe o filme Quando projetado a 24 quadros por segundo provoca a sensação de movimento contínuo das figuras 16 Gêneros grandes estruturas narrativas ficcionais Tipo de filme conforme a fábula e o conteúdo diegético desenvolvido 17 Interpretação forma pela qual os personagens ganham vida pela ação dos atores Além dos talentos e estilos individuais a interpretação pode ser marcada por um tipo específico de procedimento pode ser naturalista ou artificial contida ou exagerada identificatória ou distanciada expressiva ou minimalista etc 18 Montagem procedimento técnico que organiza a narrativa eou dramaticidade do filme entendida como o tempo lógico da obra que nem sempre coincide com o tempo cronológico real das ações supostas pelo espectador A conti nuidade estabelecida pela montagem busca a articulação de três elementos básicos ritmo tensão e coerência interna da história 19 Montagem de ponto de vista tipo de montagem na qual o corte se dá no interior da cena com a mudança do ponto de vista da câmera por exemplo de um personagem para outro por meio do eleito de campocontracampo 20 Montagem paralela sequências eou cenas diferentes intercaladas no mes mo fluxo narrativo geralmente culminando na convergência de açõesespa ços 21 Movimentos tipos de panorâmico travelling giro da câmera sobre um eixo fixo dinâmico câmera acompanha movimento do personagemobjeto fechamentoaproximação zoom câmera fecha o foco em algum persona gemobjeto sem corte e aberturadistanciamento oposto do zoom 22 Moviola engenhoca similar ao videocassete a moviola permite que se ma nipulem as películas sem correr o risco de dilacerálas ou queimálas como freqüentemente se verifica quando elas são exibidas em projetor normal Per mitindo aos seus operadores imobilizar os filmes ou movêlos para frente e para trás em velocidade acelerada ou retardada as moviolas são geralmente usadas por especialistas para montagem ou análise mais cuidadosa de fil mes As moviolas estão sendo cada vez mais substituídas por computado res filmase em 35 mm digitalizamse as imagens e depois o filme é monta do no computador 23 Película suporte material do filme a fila de celulóide sensível que contém brometo de prata e quando exposta à Iuz grava as imagens enquadradas pela câmera Basicamente possui três formatos larguras 35 mm a mais usada no cinema comercial de melhor qualidade 16 mm utilizada por vi deomakers e semiprofissionais e 8 mm muito utilizada por amadores até os anos 1980 Alguns filmes de maior orçamento utilizamse de películas de 70 mm que permitem maior enquadramento e qualidade visual 24 Personagens as pessoas fictícias que protagonizam a história Os per sonagens podem ser analisados do ponto de vista psicológico intenções ou motivações profundas ou dramático ações externas e suas consequências Subdividemse em principais secundários e figurantes Podem se agrupar de forma mais ou menos fechada na narrativa formando núcleos dramáticos Claretiano Centro Universitário 45 U1 Cinema e Educação 25 Plano cada tomada de cena Extensão compreendida entre dois cortes Segmento contínuo de imagem focalizado pela câmera Conforme o enquadramento da câmera costuma ser divido em vários tipos plano de conjunto panorâmico plano geral quando os atores objetos centrais e ce nários são mostrados a distância plano médio quando o ator ou o objeto de primeiro plano é enfatizado plano americano quando o ator é mostrado dos joelhos para cima primeiro plano quando se enfatiza o rosto do ator e o closeup ou pormenor quando uma parte do corpo ou do objeto é mostrado à distância curtíssima Todos esses elementos são importantes para enfatizar aspectos narrativos do filme e aspectos psicológicos dos personagens 26 Ponto de vista tipos de subjetivo câmera coincide com o olho do perso nagem objetivo câmera não coincide com o olho do personagem Obs não confundir com foco narrativo do filme 27 Produtor pessoa ou empresa responsável pela viabilização material e financeira do filme 28 Quadro cênico enfoque específico de um plano sobre uma parte da cena Articula todos os elementos personagens objetos cenário que compõem a unidade que o espectador vê Quase sinônimo de plano porém com enfoque no espaço representado e não no tempo entre os cortes 29 Roteiro desenvolvimento dramático do argumento contendo o conjunto de sequências a descrição das cenas e os diálogos que as compõem Faz a uni dade a coerência e a tensão dramática da história Pode ser original história escrita especialmente para o filme ou adaptado inspirado em obra diferen te O profissional que elabora o roteiro é o roteirista que pode ser o diretor do filme ou não 30 Sequência unidades dramáticas de enredo que somadas compõem o filme como um todo Costuma se dividir em vários planos ou num plano só o cha mado planosequência 31 Sinopse pequeno resumo escrito do filme contendo a trama básica e os personagens principais 32 Teatro filmado tipo de montagem na qual o corte se efetua a cada cena mantendo um ponto de vista fixo entre eles 33 Telecinagem processo de adaptação do filme original em película cinematográfica para o VHS 34 Trilha sonorasonorização compõese da parte musical geralmente exter na à história exceto no caso dos musicais nos quais a música é o órgão condutor e da parte de efeitos sonoros intrínsecos à história como os diálogos e ruídos A partir de meados dos anos 1930 o som passou a ser gravado diretamente na película utilizada para a filmagem por meio de me canismos ópticos adaptado de NAPOLITANO 2010 p 227231 13 CONSIDERAÇÕES Nesta unidade conhecemos um pouco sobre a origem do cinema e da televisão bem como sobre a linguagem cinemato Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 46 46 gráfica e sua ligação intrínseca com a Educação Nesse contexto repleto de contradições é que podemos e devemos compreender e construir a formação da consciência individual e coletiva A partir dessa conscientização seja por meio da Educação Formal ou Informal poderemos trabalhar com os postulados éti cos os quais estão associados à forma como nos inserimos no mundo Por isso é imprescindível que você compreenda os pro cessos históricos que culminaram no atual estágio da sociedade da informação a qual carrega consigo inúmeras possibilidades de ler a realidade e transformála E o cinema apresentase como uma dessas possibilidades Na Unidade 2 estudaremos o cinema e a linguagem audio visual na sala de aula entendendo as inúmeras interfaces para a aprendizagem autônoma Até lá 14 EREFERÊNCIA Figura 1 História da televisão Disponível em httpwwwbaixakicombrinfojoost imglinhadotempojpg Acesso em 15 out 2014 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA M J Imagens e sons a nova cultura oral São Paulo Cortez 2004 ARBEX JÚNIOR J Televisão e cotidiano entre o imaginário e o real In KUPTAS M Org Comunicação em debate São Paulo Moderna 1997 ARAÚJO I Cinema o mundo em movimento São Paulo Scipione 1995 BERNARDET J O que é cinema São Paulo Brasiliense 1980 Historiografia clássica do cinema brasileiro metodologia e pedagogia São Paulo Annablume 2004 BACCEGA M A Construção da informação os fatos e a verdade In KUPTAS M Org Comunicação em debate São Paulo Moderna 1997 BOFF L A opção Terra a solução para a Terra não cai do céu Rio de Janeiro Record 2009 CAPELETTO A Biologia e Educação Ambiental roteiros de trabalho São Paulo Ática 1999 Claretiano Centro Universitário 47 U1 Cinema e Educação CARVALHO A MARTinS S Cinema Belo Horizonte Lê 1989 O poder da mídia Belo Horizonte Lê 1998 CARVALHO E A Cinema educação e sociedade in GALEGO A et al Brasil em tela cinema e poéticas do social Porto Alegre Sulina 2008 CARVALHO R i B Universidade midiatizada o uso da televisão e do cinema na educação superior Brasília Senac 2007 GREENFIELD P M O desenvolvimento do raciocínio na era da eletrônica os efeitos da tv computadores e videogames São Paulo Summus 1988 HOinEFF n A nova televisão desmassificação e o impasse das grandes redes Rio de Janeiro Relume Dumará 1996 LiMA F B PRiOLLi G MACHADO A Televisão e vídeo Rio de Janeiro Jorge Zahar 1985 MARCOnDES FiLHO C Televisão a vida pelo vídeo São Paulo Moderna 1988 Televisão São Paulo Scipione 1994 NAPOLITANO M Como usar o cinema na sala de aula São Paulo Contexto 2010 SILVEIRA W Atuação interdisciplinar na TV duas experiências In MAE A AMARAL L Orgs Interterritorialidade mídia contextos e educação São Paulo Senac 2008 SOARES S G Educação e comunicação o ideal de inclusão pelas tecnologias de informação otimismo exarcebado e lucidez pedagógica São Paulo Cortez 2006 TAS M É rindo que se aprende uma entrevista a Gilberto Dimenstein Campinas Papirus 7 Mares 2011 TELLES A Geração digital como planejar o seu marketing para uma geração que pesquisa no Google se relaciona no Orkut manda mensagens pelo celular opina em Blogs se comunica pelo MSN e assiste a vídeos no YouTube São Paulo Landscape 2009 TENDLER S Utopia e desencanto Encarte Especial Caros Amigos São Paulo Caros Amigos 2014 TURNER G Cinema como prática social São Paulo Summus 1997 XAVIER I Prefácio In MONZANI J M A S Gênese de Deus e o diabo na terra do Sol São Paulo Annablume Fapesp Salvador Fundação Gregório de Mattos UFBA 2005 Claretiano Centro Universitário EAD Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula 2 O vídeo ajuda a um bom professor atrai os alunos mas não modi fica substancialmente a relação pedagógica Aproxima a sala de aula do cotidiano das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana mas também introduz novas questões no processo educacional MORAN 1993 p 33 1 OBJETIVOS Compreender e analisar o cinema e a linguagem audiovisual Identificar e definir ficção e realidade nos filmes e documen tários como estratégia e recurso para formação continuada Analisar as possibilidades do cinema em diferentes níveis de ensino 2 CONTEÚDOS Cinema e a linguagem audiovisual Ficção versus realidade filmes e documentários em ação Filmes e documentários na Educação Básica e no Ensino Superior Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 50 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade é importante que você leia as orientações à seguir 1 Assista ao videoclipe O que é audiovisual realizada pela UNB disponível em httpswwwyoutubecom watchv0muQhfHSf8 Acesso em 17 out 2014 2 Conheça a Lei nº 13006 de 26 de junho de 2014 que acrescenta à LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educa ção Nacional a obrigação de exibir filmes de produção nacional nas escolas de Educação Básica A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagó gica da escola sendo a sua exibição obrigatória por no mínimo 2 duas horas mensais Disponível em http www2camaralegbrleginfedlei2014lei13006 26junho2014778954publicacaooriginal144445pl html Acesso em 6 out 2014 3 Acesse o Portal Curtas para complementar sua busca por ma teriais educativos Disponível em httpportacurtasorg brcurtanaescolaoprojetoasp Acesso em 11 set 2014 4 INTRODUÇÃO Na unidade anterior você pôde compreender o processo de gestação do cinema e da televisão no cenário brasileiro e mundial o qual está baseado em um amplo processo de aprendizagem e que irá subsidiar nossas reflexões ao longo desta unidade Dando prosseguimento ao nosso estudo conheceremos a mediação pedagógica a partir da aprendizagem para além da memorização portanto assumimos como pressuposto básico o comprometimento com a realidade e sobretudo a sua transfor mação como apregoava Paulo Freire e outros tantos educadores Nesse contexto iremos abordar os espaços educativos e a formação do cidadão comprometido consigo mesmo e com o Claretiano Centro Universitário 51 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula outro olhando e formulando alguns questionamentos capazes de analisar e atuar criticamente sobre os problemas socioambientais que tanto nos preocupam neste início do século 21 Sugerimos portanto que analise os tópicos ora propostos como um eixo norteador dos estudos os quais devem ser aprofun dados com as indicações e postulados esboçados Bons estudos 5 APRENDIZAGEM E MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA Dentro da relação ensinoaprendizagem contemporânea devemos citar as principais teorias da aprendizagem que não per mitem que o professor seja meramente um transmissor de infor mações mas uma ponte que media ao aluno e à sociedade a difícil tarefa de integrar o aprendizado à prática social Vejamos essas teorias no Quadro 1 Quadro 1 Abordagens das teorias da aprendizagem ABORDAGEM CONCEITO DE APRENDIZAGEM PAPEL DO PROFESSOR TEÓRICOS Comportamentalista Mudança de comportamento Motivar o aluno com estímulos e reforços planejados Burrhus Skinnner e Robert Gagné Cognitivista Processo interno de construção do indivíduo Orientar criando situações problema Jean Piaget Sócioconstrutivista Processo influenciado pelas estruturas cognitivas comprometido com a cultura e os processos sociais em que ela é produzida Mediar oferecendo oportunidades para que o aluno construa novos conceitos a partir do contexto social Lev Vygotsky Fonte Carvalho 2003 apud CARVALHO 2007 p 35 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 52 na abordagem de Vygotsk 1998 apud CARVALHO 2007 os processos de desenvolvimento e aprendizagem caminham inde pendentes Após o contato com determinado assunto abordado na escola influências e experiências já vivenciadas sobre o mesmo assunto permitem que os ciclos de desenvolvimento se reprodu zam e a capacidade de interação com o aprendiz se torna mais viável com modificações que facilitam o seu aprendizado Vale res saltar o uso da televisão e o cinema na sala de aula como um com plemento no aprendizado sem a interferência direta do professor na análise crítica da mensagem Dentro dessa percepção temos a interação direta que aumenta a predisposição ao aprender seja ela de forma direta ou mediada que possibilita ao aprendiz inter pretar e criar respostas aos estímulos fornecidos Para entendermos melhor Carvalho 2007 p 4041 com plementa que mediação referese a todo elemento que interfira no pro cesso de comunicação Se há recepção houve uma mediação Já a mediação pedagógica é a ação docente que ocorre quando o professor organiza e desenvolve o trabalho pedagógico É impor tante notar que a mera transposição de conteúdos por exemplo transportar um trecho de programa de televisivo para a sala de aula sem adequação ao objetivo pedagógico da mesma não é o objetivo da mediação pedagógica Diversas características são descritas para definir um profes sor que deseja ser um mediador pedagógico são elas a assume que o aluno é o centro do processo de ensinoapren dizagem definindo e planejando suas ações pedagógicas com base no aluno b atua em conjunto com o aluno em uma relação de confiança c considera o aluno na sua idade real d domina profundamente sua área de conhecimento e demons tra competência e atualização quanto aos assuntos da área que leciona e está alerta para buscar soluções novas com os alunos e tem consciência da individualidade de cada um deles f encontrase disponível para o diálogo Claretiano Centro Universitário 53 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula g percebe que sua relação com o aluno é uma relação entre seres humanos ou seja de subjetividade e de individualidade MA SETTO 2000 apud CARVALHO 2007 p 41 A atitude do professor em articular essa interação apre ndiz e aprendizado é uma vertente motivadora para o discurso pedagógico que amplia a utilização dos meios e tecnologias da comunicação na sala de aula e oferece diversas possibilidades de aprenderensinar com as linguagens não textuais permitindo que a comunicação seja utilizada na melhoria da aprendizagem e no desenvolvimento do aluno 6 CINEMA LINGUAGEM E MÍDIA AUDIOVISUAL A necessidade do uso dos recursos audiovisuais dentro da sala de aula é notória nos dias atuais para auxiliar no trabalho ped agógico e também uma constante preocupação dos estudiosos para que não seja somente uma fonte de entretenimento mas sim que resulte em uma educação consistente e responsável Cabe ao professor diante da situação específica de cada ação pe dagógica e do contexto e das condições vivenciadas pelos alunos construir estratégias eficientes para cada situação utilizando os meios de comunicação de acordo com os objetivos a serem alcan çados ou seja é imprescindível que ele seja um mediador pedagó gico CARVALHO 2007 p 63 Nesse sentido a mediação pedagógica só acontece quando o professor é capaz de compreender a relação dos alunos com os meios de comunicação e quando todos estão envolvidos no pro cesso pedagógico Além disso a formação adequada para o uso dessas tecnologias é necessária e de grande relevância haja vista a amplitude da linguagem audiovisual A formação de qualidade dos docentes deve ser vista em um amplo quadro de complementação às tradicionais disciplinas pedagógicas e que inclui algum conhecimento sobre o uso crítico das novas tec nologias de informação e comunicação não apenas o computador e as redes mas também os demais suportes midiáticos como o rá dio a televisão o vídeo etc em variadas e diferenciadas atividades de ensino É preciso que professor saiba utilizar adequadamente Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 54 no ensino essas mídias para poder melhor explorar suas especi ficidades e garantir o alcance dos objetivos do ensino oferecido KEnSKi 2003 apud CARVALHO 2007 p 65 A ação pedagógica integrada com a qualidade da comunica ção e linguagem didática deve ser prioridade do professor para al cançar os objetivos educacionais junto ao cenário visível de acesso cada vez mais rápido às informações O uso das tecnologias informacionais contribui para uma reformu lação de comportamentos fornecendo bases para revisão de valo res opiniões e perspectivas de futuro alterando de modo a apro ximar as possibilidades de cidadania numa consciência ecológica porque integradora global e de perspectivas questionadoras dos tipos e modos de poder que predominam e sustentam as institui ções sociais SOARES 2006 p 96 Ainda que toda a tecnologia esteja à disposição do professor há a necessidade do conhecimento profundo do tema o uso ad equado dos equipamentos e além disso alguns preparativos es senciais que devem acontecer com antecedência como definir o objetivo da aula escolher o filme escolher os métodos adequados ao conteúdo prever as características e expectativas prováveis dos alunos frente ao filme conhecer a estrutura de equipamentos e fazer a sua reserva Enfim o importante é adequar os meios aos fins e não somente inserir a televisão e o cinema em sala de aula sem propósitos claros e objetivos que permeiem uma reflexão construtiva dos alunos Por fim vale destacar e diferenciar o que é ficção e realidade nos filmes e documentários Antes de tudo é importante destacar que esses dois gêneros podem utilizar elementos concretos Por exemplo na ficção temos a ideia inicial de que a presente obra foi baseada em fatos reais Esse elemento é importante para diferenciarmos pois se foi baseada em fatos reais alguém interpretou dirigiu editou filmou e chegou a um produto final Já o documentário procura ser fidedigno à realidade isso significa que poderá haver omissões eou ênfase em determinada Claretiano Centro Universitário 55 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula perspectiva da realidade observada Daí o papel dos coautores de qualquer obra em assistir criticar e até construílas Nesse sentido a utilização da linguagem audiovisual no âm bito pedagógico exige uma complexidade perante os objetivos dos educadores os quais necessitam de articulação e sobretudo clareza sobre os objetivos pretendidos bem como conhecimento sobre a linguagem e as diferentes mídias audiovisuais aplicadas em diferentes níveis da Educação 7 FILMES E DOCUMENTÁRIOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO ENSINO SUPERIOR Moran 1995 apresenta alguns itens relevantes em relação ao uso inadequado do audiovisual na sala de aula Acompanhe 1 Vídeotapa buraco colocar vídeo quando há um proble ma inesperado como ausência do professor Usar esse expediente eventualmente pode ser útil mas se for fei to com frequência desvaloriza o uso do vídeo e o asso cia na cabeça do aluno a não ter aula 2 Vídeoenrolação exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula Pode concordar na hora mas discorda do seu mau uso 3 Vídeodeslumbramento o professor que acaba de des cobrir o uso do vídeo costuma empolgarse e passa ví deo em todas as aulas esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas 4 Vídeoperfeição existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos Os vídeos que apresentam con ceitos problemáticos podem ser usados para descobri los junto com os alunos e questionálos 5 Só vídeo não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discutilo sem integrálo com o assunto de aula sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 56 Para Moran 2000 a questão do uso da linguagem cine matográfica deve estar relacionada às múltiplas atitudes percepti vas Por isso apresenta uma sequência para utilização do cinema no ambiente escolar baseado em oito elementos estruturantes a saber 1 Vídeo como sensibilização 2 Vídeo como ilustração 3 Vídeo como simulação 4 Vídeo como conteúdo de ensino 5 Vídeo como produção 6 Vídeo como avaliação 7 Vídeo espelho 8 Vídeo como integraçãosuporte A partir desses eixos estruturantes o cinema no ambiente escolar não é um descanso para as aulas o que modifica a pos tura dos envolvidos e amplia as expectativas em relação ao seu uso dentro de um planejamento mais amplo e comprometido em diferentes níveis educacionais Para Carvalho 2007 o uso da televisão e do cinema na Educação Superior pode ser enriquecido por meio de uma ampla organização do trabalho pedagógico prévio ou seja os docentes devem organizar de forma crítica a estrutura temática a ser trabal hada sempre articulada com outros recursos teóricos e práticos A questão metodológica está posta nesse contexto pois ex ige o envolvimento dos assuntos a serem abordados e deve resul tar em outras leituras e encaminhamentos de uma dada disciplina ou conjunto de disciplinas no Ensino Superior Dessa forma a rela ção entre televisão e cinema pode ser amplamente explorada na organização pedagógica das aulascurso e também servir de subsí dio para os futuros profissionais de diferentes áreas Como bem destacou Carola 2010 em qualquer filme ex istem várias formas de interpretação análise e reflexão cabe ao professor selecionar ou destacar um conjunto de cenas e trechos Claretiano Centro Universitário 57 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula em consonâncias com os objetivos pedagógicos sem deixar é claro de apreciar e indicar o filme completo e outros na mesma temática Acrescentase aqui que outras questões reflexões e des dobramentos podem surgir e cabe aos envolvidos nesse processo educativo traçarem formas para aprofundar os diálogos saberes e contextualizações Visando principalmente auxiliar os professores na escolha de imagens audiovisuais na organização do trabalho pedagógico apresentamos a seguir uma relação de filmes documentários e animações agrupadas em eixos temáticos A classificação foi desenvolvida para facilitar a consulta e o desenvolvimento de ações pedagógicas tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior Dessa forma acreditamos que muitos títulos poderiam ser replicados em outros eixos tendo em vista a diversidade da linguagem audiovisual Em relação às produções organizamolas a partir da data de produção Os eixos temáticos apresentados são os dispostos no Quadro 2 Quadro 2 Eixos temáticos Alimentação Amazônia Cibercultura e robótica Cidadania e ética Comunicação e mídia Crianças Ditadura Militar Drogas e violência Educação e escola Ecologia e meio ambiente Energia Feminismo Guerras História e biografia Indígena Literatura Lixo Preconceitos intolerância e diversidade Orientação sexual Oriente Médio Revolução Reforma agrária Saúde Vejamos agora a classificação Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 58 Sugestões Cinematográficas Temáticas Agricultura No mundo de 2020 1973 Terra para viver 1988 A corporação 2003 Transgênicos a manipulação dos campos 2005 Expressões agroecológicas 2006 Resistir e saber cuidar 2006 TranXgènia a história do verme e o milho 2006 O silêncio das abelhas 2007 Neste chão tudo dá semeando conhecimento e colhendo resultados 2008 O mundo segundo a Monsanto 2008 Dirt The Movie 2009 Ciclovida 2010 Terra em transformação agronegócio ou agroecologia 2010 Ser da Terra 2010 À sombra de um delírio verde 2011 O veneno está na mesa 2011 O veneno nosso de cada dia 2011 As colheitas do futuro 2012 Roleta russa genética A aposta de nossas vidas 2012 Sementes da liberdade 2012 Três mitos sobre a agroecologia animação 2012 Brasil orgânico 2013 Nuvens de veneno 2013 O veneno está na mesa II agroecologia para alimentar o mundo com sobera nia para alimentar os povos 2014 Alimentação A guerra do fogo 1981 Rebelião em altomar 1984 O nome da Rosa 1986 A festa de Babette 1987 A muralha 2000 Hans Staden 2000 Vatel um banquete para o rei 2000 Fome de soja 2004 O futuro da comida 2004 A carne é fraca 2005 Nós alimentamos o mundo 2005 A Revolução das Bocas 2007 Claretiano Centro Universitário 59 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula A alimentação é importante 2008 Carne uma verdade mais que inconveniente 2008 Comida SA 2008 Alimentação Sustentável Multimistura 2009 Combustível ou comestível 2010 Projeto PANCs Plantas Alimentícias NãoConvencionais Soberania Ali mentar e Biodiversidade Palpável 2010 Troque a faca pelo garfo 2011 Amazônia Chico Mendes eu quero viver 1989 Brincando nos campos do Senhor 1991 Amazônia em chamas 1994 Bioenergia vida ou morte da agricultura familiar na Amazônia 2004 Amazônia Revelada os descaminhos ao longo da BR 163 2005 O grão que cresceu demais 2005 Chico Mendes O Preço da floresta 2008 Corumbiara 2009 Cibercultura e robótica Blade Runner 1982 Denise está chamando 1995 O homem bicentenário 1999 Matrix 1999 Inteligência artificial 2001 Minority report a nova lei 2002 Cidadania e ética Crimes e pecados 1989 Mera coincidência 1997 Show de Truman 1998 Comunicação e mídia 2001 uma Odisséia no espaço 1968 Bye Bye Brasil 1979 Assassinos por natureza 1994 Rede 1995 Uma aventura na América selvagem 1997 15 minutos 2000 A rede social 2010 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 60 Crianças Nossos filhos nos acusarão 2008 Crianças do consumo ou consumindo crianças 2008 Criança a alma do negócio 2009 Autismo feito nos EUA 2009 Escolarizando o mundo 2010 Ditadura Militar Jango 1984 Vala Comum 1994 O que é isso companheiro 1997 A longa caminhada de Nelson Mandela 1999 Zuzu Angel 2006 Memória Para uso diário 2007 Panair do Brasil 2007 Doutrina do choque 2009 Haiti temos que matar os bandidos 2009 Utopia e barbárie 2009 O Dia que Durou 21 Anos 2011 A grande partida Anos de Chumbo 2011 VOCACIONAL Uma Aventura Humana 2011 Os rebeldes do futebol 2012 Drogas e violência Diário de um adolescente 1985 Maconha 1999 O sindicato Os negócios por trás do barato 2007 Cortina de fumaça 2010 Complexo Universo paralelo 2011 Narradores do Açu 2011 A desocupação do Pinheirinho 2013 Helicoca O helicóptero de 50 milhões de reais 2014 Ilegal 2014 Educação e Escola Ao mestre com carinho 1967 Conrack 1973 Anjos do arrabalde 1987 Meu mestre minha vida 1989 Sociedade dos poetas mortos 1989 Claretiano Centro Universitário 61 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula Borboletas de Zagorsk 1992 Com mérito 1994 Professor profissão perigo 1996 Gênio indomável 1997 Nenhum a menos 1999 Duelo de Titãs 2000 O clube do Imperador 2002 Ser e Ter 2002 A prova 2005 Pequeno grão de areia 2005 A ponte 2006 Pro dia nascer feliz 2006 Uma Lição de discriminação 2006 Vermelho como o céu 2006 Como estrelas no céu cada criança é especial 2007 Escritores da liberdade 2007 O primeiro da classe 2007 Paulo Freire contemporâneo 2007 A onda 2008 Entre os muros da escola 2008 Corrida para lugar nenhum 2010 Mônica e David 2010 Uma lição de vida 2010 A Educação proibida 2012 Ecologia e Meio Ambiente Moby Dick 1956 Planeta dos macacos 1969 e 2001 Corrida silenciosa 1971 O enigma de Andrômeda 1971 A guerra do fogo 1981 Koyaanisqatsi universo em desequilíbrio 1983 Os lobos nunca choram 1983 A costa do mosquito 1986 Na montanha dos gorilas 1988 O urso 1988 Narradores de Javé 2003 Planeta sagrado 2004 Quando a Ecologia chegou 2006 Não matarás 2006 Pachamama 2008 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 62 Energia Síndrome da China 1979 O dia seguinte 1983 Catástrofe nuclear 1984 Fim dos subúrbios 2006 Quem matou o carro elétrico 2006 Crude O verdadeiro preço do óleo 2009 O petróleo tem que ser nosso A última fronteira 2009 GASOLÂNDIA 2010 O segredo das 7 irmãs 2010 Como surgiram as ciclovias holandesas 2011 Sobrevivendo ao progresso 2011 Não existe amanhã 2012 Feminismo Mulheres invisíveis 2011 É menina 2012 O riso dos outros 2012 Guerras Casablanca 1942 O dia D 1956 Julgamento em Nuremberg 1961 O mais longo dos dias 1962 A noite dos generais 1967 Apocalypse Now 1979 O dia seguinte 1983 Rambo 1985 Platoon 1986 Bom dia Vietnã 1987 Esperança e glória 1987 Adeus meninos 1987 Pecados da guerra 1989 Além da linha vermelha 1998 Lamento Informar 1998 O resgate do soldado Ryan 1998 Notícias de uma guerra particular 1999 Fotógrafo de guerra 2001 Pearl Harbor 2001 Fahrenheit 11 de Setembro 2004 Iraque à venda os lucros da guerra 2006 Claretiano Centro Universitário 63 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula História e Biografia Cleópatra 1963 Gandhi 1982 Danton o processo da Revolução 1982 Jango 1984 Carlota Joaquina 1994 Josué de Castro cidadão do mundo 1994 Lamarca 1995 Mauá o imperador do rei 1998 Alexandre 2004 2 filhos de Francisco 2005 Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá 2006 Lula o filho do Brasil 2009 Indígena A tribo que se esconde do homem 1970 O reinado na floresta 1971 A lenda de Ubirajara 1975 Terra dos índios 1980 Xingu 1985 Avaeté a semente da vingança 1985 A missão 1986 Na trilha dos Uru Wau Wau 1990 Fragmentos de um povo 1999 A BR 156 e os povos indígenas 2007 À sombra de um delírio verde 2011 Sagrada terra especulada 2011 Xingu 2011 Aldeia Rio Azul 2013 Literatura Vidas secas 1963 Grande Sertão Veredas 1965 Macunaíma 1969 Morte e Vida Severina 1977 Gabriela 1983 1984 1984 Memórias do cárcere 1984 Hora da Estrela 1985 Memórias póstumas de Brás Cubas 1985 Kuarup 1988 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 64 Germinal 1993 Memórias de um Sargento de Milícias 1995 Os miseráveis 1995 O guarani 1996 Guerra de Canudos 1997 Policarpo Quaresma herói do Brasil 1998 Primeiras estórias 2000 O auto da compadecida 2000 O Quinze 2007 Capitães da areia 2011 Lixo Ilha das Flores 1989 Estamira 2004 A história das coisas 2007 Lixo extraordinário 2010 Preconceitos Intolerância e Diversidade Xica da Silva 1976 Pixote A lei do mais fraco 1980 Pra frente Brasil 1983 Gritos do silêncio 1984 A cor púrpura 1985 Um grito de liberdade 1987 A arquitetura da destruição 1989 Malcolm X 1992 Igualdade é branca 1993 Sarafina o som da liberdade 1993 Olhos azuis 1996 A negação do Brasil 2000 O povo brasileiro 2000 Brasil uma história inconveniente 2000 Timor Leste o massacre que o mundo não viu 2001 No coração da África 2003 Um dia sem mexicanos 2004 Hotel Ruanda 2004 Uma lição de discriminação 2006 Em nome da honra 2006 BBC Racismo Uma história 2007 Café com leite água e azeite 2007 Claretiano Centro Universitário 65 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula O fim da pobreza 2008 Hiato 2008 Raça humana 2009 Carta a Mãe África 2010 Santa Paciência 2010 100 boliviano mano 2013 Quilombolas 2013 Orientação sexual Deuses e monstros 1998 Lanternas vermelhas 1991 Morango e chocolate 1993 Filadélfia 1995 Minha vida em corderosa 1997 Meninos não choram 1999 O segredo de Brokeback Mountain 2006 Oriente Médio Exodus 1960 Lawrence da Arábia 1962 Filhos do ódio 1977 A escolha 1981 Hanna K 1983 A garota do tambor 1984 O embaixador 1984 Promessas de um novo mundo 2001 Palestina continua sendo a questão 2003 Occupation 101 O ABC da ocupação A voz da maioria silenciada 2006 O problema não é o Irã 2008 Brudus 2009 Atirar num elefante 2009 Crianças de Gaza 2010 Lágrimas de Gaza 2010 Revolução Tempos modernos 1936 A Revolução de 30 1980 Revolução dos Cocos 1999 A Revolução não será televisionada 2002 Ponte Llaguno As chaves de um massacre 2004 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 66 A guerrilha de Caparaó 2005 Thomas Sankara O homem íntegro 2006 Good Copy Bad Copy 2007 Zeitgeist II Addendum 2008 Guerra contra a democracia 2008 Ao sul da fronteira 2009 Reforma agrária Terra para Rose 1987 O sonho de Rose 10 anos depois 2001 Engenho Prado Uma guerra de baixa intensidade na Zona da Mata 2003 Cadê Profiro 2004 O pontal do Paranapanema 2005 Soja em nome do progresso 2005 Expedito em busca de outros nortes 2006 Armas não atiram rosas 2007 Nas Terras do BemVirá 2007 Fruto da Terra 2008 Ser da Terra 2010 Marinaleda uma cidade cooperativa 2012 Saúde Um estranho no ninho 1975 Epidemia 1994 Kids 1995 Bicho de sete cabeças 2001 Sonhos tropicais 2002 Aspartamo Doce Miséria um mundo envenenado 2004 O milagre de Gerson 2004 Super Size Me a dieta do palhaço 2004 Morrendo por não saber 2006 Sabe da verdade sobre o leite 2008 A bela verdade A cura do câncer 2009 O câncer é um negócio sério 2010 Gordo doente e quase morto 2011 Vitamina D por uma outra terapia 2012 Muito além do peso 2012 O renascimento do parto 2013 Claretiano Centro Universitário 67 U2 Cinema e a Linguagem Audiovisual na Sala de Aula Essas indicações poderão nortear ou sulear as aulas e eventuais projetos com o cinema em diferentes níveis educacio nais No entanto a lista não se fecha e deve ser constantemente revista em função de novas produções e sobretudo em função dos desafios educacionais encontrados neste início de século 21 que sem dúvidas atingem plenamente a Educação Para complementar as buscas por materiais educativos que envolvam o cinema na sala de aula indicamos o Portal Curtas que além da distribuir inúmeros curtas dispõe de planos de aulas e estudos dirigidos especialmente produzidos para auxiliar no trab alho educativo Assim consultalo poderá fortalecer ainda mais o uso do cinema nacional no processo educativo 8 AVALIAÇÃO DA UNIDADE Interatividade A partir dos filmes e documentários apresentados no decor rer desta unidade escolha um e apresenteo no Fórum destacan do seus elementos centrais bem como eventuais áreas em que ele poderia ser utilizado Lembrese de que a participação no Fórum é aberta a todos os colegas o que possibilita a leitura dos diferentes textos com o mesmo enfoque Interagir sobre a arte como forma de expressão favorece a reflexão pois é a experiência própria que se converte em prol da história da qual fazemos parte Podemos contar sobre o modo que vemos a arte e como as perspectivas podem mudar de acordo com a visão de cada um Portanto sua contribuição nesta interatividade ao dis ponibilizar suas percepções é muito importante pois possibilitará que o passado e o presente sejam motivos de reflexões e mudan ças futuras Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 68 9 CONSIDERAÇÕES Nesta unidade aprofundamos o ideário do cinema enquan to uma linguagem audiovisual e apresentamos algumas sugestões para o trabalho em sala de aula Nesse contexto buscamos salientar o papel da mediação pedagógica em diferentes níveis educacionais e possibilitar a dis cussão sobre ficção e realidade presente em muitas obras cine matográficas Esperamos que essas indicações possam auxiliálos no apro fundamento dos debates pois a construção autônoma do cidadão permeia a leitura crítica da realidade e o cinema enquanto uma pedagogia audiovisual nos permite esse olhar amplo complexo e crítico do mundo Na última unidade apresentaremos uma avaliação fílmica e os possíveis diálogos com o trabalho interdisciplinar na sala de aula 10 EREFERÊNCIA MORAN J M O Vídeo na Sala de Aula Comunicação Educação São Paulo ECAEd Moderna v 2 p 2735 janabr 1995 Disponível em httpwwwecauspbrprof moransitetextosdesafiospessoaisvidsalpdf Acesso em 17 out 2014 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAROLA C R Meio ambiente In PINSKY C B Novos temas nas aulas de História São Paulo Contexto 2010 CARVALHO R i B Universidade midiatizada o uso da televisão e do cinema na educação superior Brasília Senac 2007 MORAN J M Leituras dos meios de comunicação São Paulo Pancast 1993 Novas tecnologias e mediação pedagógica Campinas Papirus 2000 SOARES S G Educação e comunicação o ideal de inclusão pelas tecnologias de informação São Paulo Cortez 2006 EAD Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula 3 Cada homem é uma humanidade uma história universal Jules Michelet apud ALVES 2004 p11 1 OBJETIVOS Compreender e analisar o cinema e a linguagem audiovisual Identificar e definir ficção e realidade nos filmes e documentários como estratégia e recurso para formação continuada Analisar as possibilidades do cinema em diferentes níveis de Ensino 2 CONTEÚDOS Avaliação fílmica e interdisciplinaridade na sala de aula Estudos de caso e interdisciplinaridade Sequência didática competências e habilidades Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 70 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade é importante que você leia as orientações a seguir 1 Leia o artigo de Suely Araújo intitulado Possibilidades pedagógicas do cinema em sala de aula de 2007 em que a autora analisa algumas intervenções do cinema na escola enfatizando o processo de ensinoaprendizagem e consequentemente da avaliação fílmica no ambiente escolaracadêmico Disponível em httpwwwespa coacademicocombr07979araujohtm Acesso em 20 out 2014 2 Leia também o artigo Cinema e Educação possibilidades limites e contradições apresentado no III Simpósio Nacio nal de História Cultural em Florianópolis 2006 Dispo nível em httpwwwfaeufmgbrsetimaarteimages pdfcinemaeeducac3a7c3a3opossibilidadeslimitese contradic3a7c3b5espdf Acesso em 20 out 2014 4 INTRODUÇÃO Nesta unidade estudaremos algumas perspectivas da ava liação fílmica para Educação Tais discussões estão baseadas em uma postura ampla do processo educativo a partir da linguagem cinematográfica Por isso não são receitas muito menos indicações cinema tográficas fechadas até porque acreditamos nas adaptações a se rem desenvolvidas para atingir objetivos específicos com públicos distintos e em temporalidades distintas Dessa forma convidamos você a fazer um mergulho na leitu ra e análise da avaliação fílmica a partir do pressuposto oriundo da interdisciplinaridade seja dos temas seja sobretudo dos olhares entre as áreas do conhecimento permitindo assim um constante aprofundamento nos estudos Claretiano Centro Universitário 71 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula Por fim apresentamos o diálogo com a sequência didática com base na construção de competências e habilidades por meio da linguagem audiovisual Bons estudos 5 AVALIAÇÃO FÍLMICA E INTERDISCIPLINARIDADE NA SALA DE AULA A discussão e elaboração de uma avaliação fílmica permeiam inúmeros fatores que iremos esboçar a seguir Antes de adentrar nesse cenário é preciso destacar que para qualquer avaliação fíl mica é preciso pesquisar assistir e reassistir ao filme tanto para trabalhos na Educação Básica quanto no Ensino Superior Napolitano 2010 apresenta alguns procedimentos para avaliação fílmica durante o processo educativo As adaptações devem ser feitas de acordo com os objetivos estabelecidos e so bretudo em função da faixa etária Acompanhe algumas etapas propositivas para a avaliação fílmica 1 Levantamento de informações gerais nesse caso o pro fessor é o responsável pelo trabalho exploratório e pela organização do material cinematográfico bem como pelo ambiente em que irá trabalhar 2 Análise do roteiro original adaptações e comparação com casos reais existentes nesse caso vale assistir a eventuais entrevistas com diretor e atores para reconhe cer esses processos anteriores à gravação e à finalização do filme Incluemse aqui também biografia e currículo do diretor equipe técnica envolvida financiamento ato res e demais profissionais envolvidos 3 Avaliação sumária da história nesse momento chega mos à etapa de planejamento preparação e busca das informações elementares tais como sinopse oficial re constituição oral e escrita reconstituição imagética ico nográfica plástica gestualcorporal e análise da mensa gem principal da obra Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 72 4 Por fim temos o fichamento oficial análise da trilha sonora sequência de planos locais de gravação edito ração fotografia figurino luzes câmera etc Após isso seguem eventual produção textual relatórios apresen tação individual ou grupo debates seminários rodas de conversa monografia painel jogos blogs etc Todas essas etapas podem ser utilizadas e adaptadas pois tratamse de meras sugestões iniciais pontos de referência para que cada educador desenvolva seu próprio acervo cinematográfi co e roteiros de atividades mediante a especificidade das turmas séries disciplinas e projetos em que atua Em relação à interdisciplinaridade da avaliação fílmica e do trabalho educativo em si do cinema na sala de aula temos mui tos desafios Todavia os eixos apresentados anteriormente para a avaliação fílmica demandam saberes de áreas diferentes as quais unidas na realidade do filme compõem um cenário amplo e talvez possibilitem uma análise interdisciplinar Para salientar nosso entendimento apresentamos os princí pios gerais que norteiam a interdisciplinaridade Confira Não considerar somente as relações entre as disciplinas mas fundamentalmente considerar o objetivo do curso em si com as pessoas responsáveis pelas disciplinas Reagrupar as disciplinas em torno da proposta pedagógica pro cesso ensino aprendizagem Considerar a comunicação entre os professores e os alunos ao invés da possibilidade de envolvimento dos alunos Equilibrar as diferentes áreas de conhecimento na base da hete rogeneidade humanas exatas biológicas etc e Considerar os objetivos do curso em detrimento do excessivo con teúdo que cada especialista tende a exaltar SATO 1997 p 1920 Podemos afirmar ainda que a interdisciplinaridade se sus tenta na base da leitura da realidade tal como ela é assumindo suas nuances e singularidades bem como a diversidade presente FAZENDA 2008 p 118 Dessa forma a interdisciplinaridade co existe e convive com a diferença com a impotência com a hege Claretiano Centro Universitário 73 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula monia e com o poder e dá um salto de possibilidades agindo nas brechas Portanto a amplitude da interdisciplinaridade é essencial para analisar todos os elementos de um processo especialmente de uma obra cinematográfica Por isso Se definirmos interdisciplinaridade como junção de disciplinas cabe pensar currículo apenas na formatação de sua grade Porém se defi nirmos interdisciplinaridade como atitude de ousadia e busca frente ao conhecimento cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se formam professores FAZENDA 2008 p 17 A visão do todo em contraposição à fragmentação curricular do saber está na raiz da concepção pedagógica da interdisciplinari dade ou seja da busca em analisar os fenômenos fatos procedi mentos ações entre outros de forma integrada Eis um desafio frente ao pensamento existente nas obras ci nematográficas que muitas vezes extrapolam os limites das áreas e tornamse transcendentais A mediação pedagógica é portanto o elo entre o ser e o fazer na possibilidade de construirmos a pe dagogia audiovisual 6 ESTUDOS DE CASO E INTERDISCIPLINARIDADE As perspectivas de estudos de caso eou estudos dirigidos a partir da linguagem cinematográfica na nossa leitura são por na tureza interdisciplinares A partir dessa premissa apresentamos a seguir um exem plo da análise ambiental para o cinema ou seja como seria possí vel ler a temática ambiental por meio do recurso cinematográfico Muitas vezes quando indagamos sobre o consumo excessi vo esquecemonos dos processos aos quais estamos submetidos Raramente alguém fala sobre a maneira como tal produto chegou às suas mãos Nesse sentido refletir sobre o meio ambiente torna se uma tarefa difícil pois não é única nem universal São inúme Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 74 ros enfoques de diferentes áreas do conhecimento todos se arris cam divergem e sobretudo comungam sobre a responsabilidade de construir suas teorias sobre o meio ambiente Chico Mendes grande conhecedor da Amazônia afirmava que não existia meio ambiente para ele o termo existia apenas para os citadinos Ao abrir essa discussão impunha um recorte temporal muito significativo o de separar etimologicamente o ter mo Pois se consultarmos os principais dicionários da Língua Por tuguesa iremos nos deparar com meio e ambiente por meio de formulações distintas a primeira com o recorte no conjunto orgâniconatural e o segundo como dimensão espacial local onde vivem portanto passível de interações materiais culturais psico lógicas morais etc Para Chico Mendes havia ambiente e a par tir deste estabeleceu sua luta em defesa dos povos da floresta e tornouse uma grande liderança nacional e internacional Segundo Bente 2008 p 70 A diferença entre meio e ambiente reside porém no fato de que o meio atribui ao lugar um valor de posição no espaço determinan do um caráter de proximidade e imediata relação entre elementos fundamentais com aquele que está demarcandoo identificando esse lugar a partir da sua própria posição A discussão ora estabelecida nos remete aos impactos am bientais no Brasil e no mundo Por isso temos que ter clareza de que tais problemas não respeitam limites ou mesmo fronteiras Quando pensamos nesses impactos eles são de todos da huma nidade que por vezes não se responsabiliza por tais fatos Nesse contexto indagolhes sobre a velha máxima ambiental pensar globalmente e agir localmente e sobre a ideia de que aqueles que se encontram no vermelho jamais pensam no verde São indi cações contraditórias pelas quais temos que perpassar buscando soluções sempre Nesse contexto podemos afirmar que o conhecimento do mundo hodierno está fragmentado no que tange às generalizações globais as quais são passíveis de erros ou mesmo de explicações Claretiano Centro Universitário 75 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula simplistas Por isso temos que superar essas fragmentações Para tal sugerimos a percepção e conscientização da temática ambien tal em consonância com a responsabilidade ética moral social e es piritual para consolidarmos um projeto equitativo com relação aos recursos naturais permitindo assim o acesso das futuras gerações Nesse sentido a concepção de Soulé 1997 sobre as formas de ver a biosfera nos leva ao entendimento de que temos uma lente exclusiva fundamentada e polida por temperamento e educação Por isso olhar para a categoria espacial não é apenas uma dimensão geográfica ela representa um forte vínculo social no qual os movimentos ecológicos por exemplo que usualmente não priorizam a questão social mas problemas socioambientais o prin cípio articulatório de suas demandas tem na categoria espaço uma forte determinação dada por áreas ou regiões a serem preserva das ou restauradas Mas estes mesmos movimentos podem ser tantos locais como nacionais ou internacionais Tratase de uma demanda que está globalizada refletindose na composição social destes movimentos em termos de uma heterogeneidade maior de atores sociais GOHn 1997 p 257 A escala local e global ao pensar a questão socioambiental não deve sofrer fragmentações uma vez que o problema de um indivíduo tornase problema de todos com o passar dos anos São armadilhas impostas para a compreensão da realidade e sobretudo para propor soluções aos velhos problemas que são fruto da ação antrópica Para exemplificar esse breve panorama da temática ambien tal apresentamos a sinopse de dois documentários Ilha das flores direção de Jorge Furtado Brasil 1989 13 mi nutos Um ácido e divertido retrato da mecânica da socieda de de consumo Acompanhando a trajetória de um simples tomate desde a plantação até ser jogado fora o curta escan cara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho PORTA CURTAS 2014 A história das coisas The Story of Stuff direção de An nie Leonard EUA 2007 20 minutos Baseado nos subterrâneos de nossos padrões de consumo revela as Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 76 conexões entre diversos problemas ambientais e sociais e é um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo Ensina muita coisa nos faz rir e pode mudar para sempre a forma como vemos os produtos que consumimos em nossas vidas TiDES FOUnDATiOn FUNDERS WORKGROUP FOR SUSTAINABLE PRODUC TION AND CONSUMPTION FREE RANGE STUDIOS 2014 Sobre o documentário Ilha das flores 1989 podemos ve rificar no Quadro 1 alguns de seus desdobramentos os quais poderiam ser trabalhados individualmente e em grupos por meio de estudos específicos e sobretudo na busca de soluções para os problemas Essa perspectiva da pesquisaação é bem interessante para diferentes níveis educacionais pois além de trabalharmos com as competências e habilidades estamos trabalhando com um tema atual que requer uma análise acurada dos processos Para construir o referido quadro foram utilizadas a análise e a discussão do documentário baseadas no levantamento dos itens consequências presente causas passado e eventuais soluções presentefuturo dos problemas abordados no documentário Quadro 1 Documentário Ilha das Flores 1989 PROBLEMA CONSEQUÊNCIA CAUSA SOLUÇÃO Desmatamento Poluição Trabalho infantil Individualismo Lixo Desperdício Desigualdade Consumismo Doença Extinção de espécies Desemprego Falta de moradia e direitos básicos Criminalidade Fome Exploração capitalista Crises sociais Aquecimento global Efeito estufa Acumulação Homem Falta de consciência Conformismo Descuido das pessoas e políticos Divisão de classes Ganância das indústrias Países sem estrutura educacional e social Conscientização Reciclagem Atitude Solidariedade Ter e comprar o necessário Distribuir melhor os impostosrenda Fonte adaptado de Ferreira e Mortatti 2014 Além da atualidade da questão ambiental notase que algu mas obras cinematográficas são atemporais e por isso permitem comparações e releituras significativas em diferentes escalas Claretiano Centro Universitário 77 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula Dessa forma existe a possibilidade de uma análise crítica e propositiva que demonstra o potencial a ser desbravado por uma pedagogia do audiovisual que incorpore a vivência e sobretu do as sequências didáticas e que levem a um verdadeiro ensino transformador em que a aprendizagem do olhar da leitura e da escrita represente de fato as transformações sociais tão almejadas para o Brasil 7 SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMPETÊNCIAS E HABILI DADES A diretriz norteadora da sequência didática se resume em alguns eixos o que deve promover O que é possível utilizar Deve ser aplicado onde e para quem Possui quais etapas Deve conter quais estratégias e sequência temporais A partir das respostas para essas indagações é possível uti lizar a linguagem cinematográfica para nortear eventuais aulas e projetos temáticos sempre em consonância com os objetivos ge rais e específicos Na Figura 1 é possível reconhecer esses eixos e alguns enca minhamentos possíveis pois na realidade educativa outras res postas e perguntas devem surgir e serão necessárias novas inter venções e olhares para melhor utilização dos recursos audiovisuais e para um direcionamento pedagógico com foco na aprendizagem Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 78 Figura 1 Mapa mental da sequência didática Nesse debate o ensino para competências está baseado no en tendimento relativo à capacidade do sujeito de mobilizar recursos cog nitivos visando abordar uma situação complexa MORETTO 2002 Perrenoud 2000 define competência como a mobilização correta rápida pertinente e criativa de múltiplos recursos cogni tivos saberes informações valores atitudes habilidades inteli gências esquemas de percepção de avaliação e de raciocínio para solucionar um problema de uma família de situações análogas Essa breve definição em partes extrapola o âmbito esco lar e deve dialogar com o fato de que qualquer pessoa terá que responder aos problemas e situações conflitivas ao longo da vida Portanto a competência consistirá na intervenção eficaz nos dife rentes âmbitos da vida mediante ações nas quais se mobilizam ao mesmo tempo e de maneira interrelacionada componentes atitudinais procedimentais e conceituais ZABALA ARNAU 2010 Portanto a tríade conhecimento atitude e habilidades é es sencial para o desenvolvimento das competências sem esses ele mentos o ensino para competências será incompleto Claretiano Centro Universitário 79 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula A partir desse contexto podemos afirmar que as habilidades estão associadas ao saberfazer ação física ou mental que indica a capacidade adquirida MORETTO 2002 Nesse devir entendese que uma competência é constituída por várias habilidades mas uma habilidade não é propriedade ou exclusividade de determinada competência já que pode ser mobi lizada por competências diferentes Uma pessoa que tem uma boa capacidade de argumentação por exemplo pode fazer uso dessa habilidade para ser bemsucedida em diferentes profissões tais como advogado juiz ou professor ou em situações que exijam o convencimento de outras pessoas como a conquista de votos para ser eleita para determinada função eou cargo As habilidades são desenvolvidas portanto a partir de com petências e conteúdos pois são o trabalho e a interação com as es pecificidades destes últimos que fazem com que os seres humanos sejam capazes de realizar diferentes tipos de atividades Para Machado 2007 p 8 Competências e habilidades portanto andam juntas não há al cance de competências sem habilidades e viceversa Por exemplo para ser uma exímioa artilheiroa de futebol há que se ter habi lidades tais como trabalho em grupo disciplina comportamento esportivo noções espaciais noções sobre o tempo da bola condi cionamento físico técnicas e drible passe colocação em campo técnica de chute Portanto a competência de fazer gols implica na aquisição de múltiplas habilidades No entanto cada uma das ha bilidades citadas pode se tornar uma nova competência e requerer novas habilidades Nesse contexto os Parâmetros Curriculares Nacionais PCN apresentam uma abordagem ampla no tocante ao desenvolvimen to de competências e habilidades e ressalta que A aprendizagem nesta área deve desenvolver competências e ha bilidades para que o aluno entenda a sociedade em que vive como uma construção humana que se reconstrói constantemente ao longo de gerações num processo contínuo de historicidade para que compreenda o espaço ocupado pelo homem enquanto espa ço construído e consumido para que compreenda os processos de sociabilidade humana em âmbito coletivo definindo espaços públi Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 80 cos e refletindose no âmbito da constituição das individualidades para que construa a si próprio como um agente social que intervém na sociedade para que avalie o sentido dos processos sociais que orientam o constante fluxo social bem como o sentido de sua in tervenção nesse processo para que avalie o impacto das tecnolo gias no desenvolvimento e na estruturação das sociedades e para que se aproprie das tecnologias produzidas ou utilizadas pelos co nhecimentos da área BRASIL 1999 p 34 Essas construções e reconstruções na Educação Básica revelam ainda o papel do professor como mediador dos saberes ou segundo afirma Antunes 2003 como um artesão de inteligências pois educar significa modelar o presente e lançar as bases para o futuro Antunes 2002 p 15 apresenta alguns caminhos sobre as formas e estratégias para a aprendizagem ao afirmar que Ainda não sabemos todos os processos usados pela mente para aprender mas sabemos que existem alguns A maneira como uma criança aprende a engatinhar não é exatamente a mesma como mais tarde aprende a lidar com suas emoções ou a usar o compu tador Entretanto não há dúvida de que existem diferentes proces sos de aprendizagem e de que é importante que todo professor conheçaos bem Distanciase de perfil de hoje o professor apenas preocupado com os fundamentos e os conteúdos da disciplina que leciona conhecêlos evidentemente é importantíssimo mas compreender a maneira como a mente opera o conhecimento e assimilao é primordial A busca pela autonomia está em consonância com o prazer em aprender e utilizar aquilo que se aprende ou pelo menos em mostrar os sentidos os porquês formulando novas dúvidas e consequentemente novas buscas as quais não cabe ao educador responder visto que a perspectiva da aprendizagem colaborativa impulsionada pelas ferramentas digitais como a internet res ponde muitas delas Assim tornase necessário Perceber o currículo como espaço de conflito e dar lugar à diversi dade não significa abdicar do direito e do compromisso de propor alternativas Apenas amplia o desafio de romper com estruturas tradicionais para que respeitando as diferenças e a polissemia de vozes a escola proporcione condições de aprendizagem a todos SANTIAGO 2001 p 153 Claretiano Centro Universitário 81 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula Por isso na perspectiva apresentada o currículo deve fazer a construção de uma identidade social cultural de gênero racial sexual etc Dessa maneira o currículo não pode ser visto simplesmente como um espaço de transmissão de conhecimentosconteúdos O currículo está centralmente envolvido no que somos no que nos tornamos e nos tornaremos O currículo produz o currículo nos produz SILVA 1999 Por fim percebese que essas questões mais amplas de es truturação educacional podem dialogar e sobretudo ser utiliza das em todo o arcabouço teórico e empírico que envolve o cinema na sala de aula Dessa maneira pretendemos contribuir com a pedagogia audiovisual desenvolvida por Alves 2010 por meio de ações edu cativas de maneira colaborativa e crítica recriando novas possi bilidades educativas e ressignificando as imagens em diferentes contextos e escalas 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta última unidade abordamos brevemente a perspecti va interdisciplinar da avaliação fílmica bem como a aprendizagem por meio das competências e habilidades tendo como contexto a linguagem audiovisual Apresentamos ainda um exemplo da temática ambiental para estudos de caso e dirigidos Esperamos que essas reflexões tornem se relevantes sobretudo por dois aspectos primeiro para sabermos dialogartrocar e construir novos saberes segundo para construir mos um desenvolvimento mais igualitário sustentável para o planeta Terra e consequentemente para a humanidade utilizando o registro e a produção audiovisual como elemento suleador ou norteador da aprendizagem em diferentes níveis educacionais estruturando as sim uma pedagogia audiovisual dentro e fora da sala de aula Reflita sempre Busque a conscientização socioambiental em si e no outro Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 82 9 EREFERÊNCIAS Figura Figura 1 Mapa mental da sequência didática Disponível em http2bpblogspotcom 0c5PK0yhVQ8T5lWf3eJ7IAAAAAAAAALAtNAomr7sJNEs1600SequenciaDidatica jpg Acesso em 20 out 2014 Sites pesquisados MACHADO T M R Organização curricular objetivos ou competências e habilidades Procurando a diferença entre seis e meia dúzia in REUniÃO AnUAL DA AnPED 30 2007 Caxambu Anais eletrônicos Caxambu ANPED 2007 p 115 Disponível em http30reuniaoanpedorgbrtrabalhosGT123570Intpdf Acesso em 20 out 2014 PORTA CURTAS Ilha das flores Disponível em httpportacurtasorgbr filmenameilhadasflores Acesso em 20 out 2014 TIDES FOUNDATION FUNDERS WORKGROUP FOR SUSTAINABLE PRODUCTION AND CONSUMPTION FREE RANGE STUDIOS A história das coisas versão brasileira Disponível em httpwwwyoutubecomwatchv7qFiGMSnNjw Acesso em 20 out 2014 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES G Tela crítica a metodologia Bauru Praxis 2010 ALVES R Aprendiz de mim um bairro que virou escola Campinas Papirus 2004 ANTUNES C Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Artmed 2002 Como transformar informações em conhecimento Petrópolis Vozes 2003 BEnTE R H Meio ambiente e cinema São Paulo Senac 2008 BRASIL Ministério da Educação Secretaria da Educação Fundamental Secretaria de Educação Média e Tecnológica Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio Brasília MEC 1999 FAZENDA I Interdisciplinaridadetransdisciplinaridade visões culturais e epistemológicas In Org O que é interdisciplinaridade São Paulo Cortez 2008 FERREiRA G H C MORTATTi M T V Atualidades no cinema uma disciplina eletiva no Ensino Integral São Paulo Entremares 2014 GOHn M G M Teorias dos movimentos sociais paradigmas clássicos e contemporâneos Sao Paulo Loyola 1997 MORETTO V P Prova um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas Rio de Janeiro DPA 2002 Claretiano Centro Universitário 83 U3 Avaliação Fílmica e Interdisciplinaridade na Sala de Aula NAPOLITANO M Como usar o cinema na sala de aula São Paulo Contexto 2010 PERRENOUD P Dez novas competências para ensinar Porto Alegre Artmed Editora 2000 SACRAMENTO A C R O currículo na construção do conhecimento geográfico um estudo da ação docente de duas escolas estaduais de São Paulo 2007 Dissertação Mestrado em Educação Faculdade de Educação Universidade de São Paulo São Paulo 2007 SANTIAGO A R F Projeto PolíticoPedagógico e organização curricular desafios de um novo paradigma In VEIGA I P A FONSECA M Orgs As dimensões do Projeto Político Pedagógico Campinas Papirus 2001 SATO M Educação para o ambiente amazônico 1997 Tese Doutorado em Ciências Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Universidade Federal de São Carlos São Carlos 1997 SILVA T T O currículo como fetiche a poética e a política do texto curricular Belo Horizonte Autêntica 1999 SOULÉ M E Mente na biosfera mente da biosfera In WILSON E O Biodiversidade Rio de Janeiro Nova Fronteira 1997 ZABALA A ARNAU L Como aprender e ensinar competências Porto Alegre Artmed 2010 Cinema na Sala de Aula Uma Pedagogia Audiovisual 84 Avaliação do Curso A partir das possibilidades do cinema na sala de aula apre sentadas no curso de Extensão Cinema na Sala de Aula Uma Peda gogia Audiovisual selecione um filme ou documentário assistao forneça as informações pedidas e responda as questões a seguir direcionadas às eventuais atividades em sala de aula em diferen tes níveis educacionais Após respondêlas posteas no Portfólio Questões 1 Título do filmedocumentário 2 Direção 3 Ano de produção 4 Sinopse oficial 5 Qual o tema do filmedocumentário O que os realizadores do mesmo ten taram contar Eles conseguiram passar a sua mensagem Justifique a sua resposta 6 Você assimilouaprendeu alguma coisa com esse filmedocumentário O quê 7 Algum elemento do filmedocumentário não foi compreendido 8 Do que você mais gostou nesse filmedocumentário Por quê 9 Selecione uma sequência protagonizada por um dos personagens do filme documentário analise e explique qual a sua motivação dramática Como a sua motivação se relaciona com o tema do filme 10 Analise o uso da música no filmedocumentário Ela conseguiu criar um cli ma correto para a história Como você usaria a música nesse filme 11 Todos os eventos retratados no filmedocumentário são verdadeiros ou ve rossímeis Descreva as cenas que você achou especialmente bem coeren tes e fiéis à realidade Quais as sequências que parecem menos realistas Por quê 12 Em quais disciplinascursos o filmedocumentário poderia ser utilizado Jus tifique a sua resposta Esperamos que o curso tenha contribuído para sua reflexão sobre a linguagem cinematográfica aplicada à Educação