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ECONOMIA DE EMPRESAS - 2015\n\n1. CONCEITOS E INFORMAÇÕES EMPRESARIAIS\n\n1.1 Conceito de empresa e lucros\n\n1.1.1 Fundamentos da existência de uma empresa\n\nNos inícios do estudo de qualquer curso de economia aparecem os conceitos de \"agentes da economia\", que podem ser basicamente o produtor (empresa), o consumidor (famílias) e o regulador (governo).\n\nNo caso do produtor, aprende-se que seu objetivo é a maximização dos lucros (L), que por sua vez não é mais que a diferença entre as receitas (R) e os custos correspondentes (C): L = R - C.\n\nA receita (R) por sua vez nada é mais que o resultado de multiplicar o preço (P) vezes as vendas (Q): R = P.Q.\n\nE no caso dos custos (C), estes podem ser fixos (CF) e variáveis (CV), sendo que os primeiros consideram geralmente os custos de capital e os segundos os custos de mão de obra e matéria prima: C = CF + CV.\n\nNesta definição aparentemente lógica e obvia, não se questiona em forma explicita, o porquê da existência de um produtor ou empresa. Isto foi atendido a partir dos trabalhos de Ronald Coase, que em 1937 publicou seu artigo \"A natureza da firma\" (Coase, 1937 p. 386-405), onde ele demonstra que uma empresa existe, porque nela é só nela, tanto os custos de produção (vistos lá encima), como os custos de transação (custos de compra e venda ou os contratos) são menores quando são assumidos por uma única empresa (empresa), em que a alocação dos recursos ou fatores de produção não somente depende da função preços senão também do julgamento do empresário-coordenador:\n\n\"Tomando em conta que enviando os economistas tratam o mecanismo de preços como um instrumento coordenador, também admitem a função coordenadora do 'empresário', é seguramente importante perguntar porque a coordenação é o trabalho do mecanismo de preços num caso é do empresário no outro\" (Coase, 1937 p. 387).\n\nComparando a alternativa de produzir tudo de um bem em particular no interior de uma empresa, frente à possibilidade de que os interessados no consumo da mesma (consumidores individuais) aparecem vantagens para o primeiro, pelo lado da maior produção que gera \"economias de escala\", menor risco para os provedores e clientes e possibilidades de fechar contratos de médio e longo prazo.\n\nEvidentemente, não tudo na economia pode e deve ser produzido por uma única empresa, porque apareceria um momento em que é mais barato produzir parte ou tudo destes bens, em outras unidades produtivas concorrentes, ou também pelos mesmos consumidores, assinando assim a existência de limites ou fronteiras ou topos no tamanho das unidades produtivas.\n\nSobre isto, Coase afirma explicitamente que as limitações para o maior tamanho de uma empresa aparecem porque (Coase, 1937 p. 398):\n\na) Na grande empresa aparecem os rendimentos decrescentes, motivado pelos maiores custos que esta empresa deve enfrentar, até que estes últimos custos sejam maiores daquele de mercado do que gerado numa outra empresa\nb) Na medida em que cresce o tamanho da empresa a alocação ótima de seus fatores produtivos vai diminuindo, até que o rendimento destes passa ser inferior daquele do mercado pelo qual conseguido numa outra empresa.\n\nc) O preço de oferta de um ou mais fatores de produção pode aumentar para a grande empresa porque 'outras vantagens' das pequenas empresas permitem preços inferiores.\n\nEm resumo, tudo isto significa que o fundamento principal para a existência de uma empresa é que a produção de bens e serviços no interior dela é mais conveniente (em custos, preços e qualidade), que fora da empresa, ou por outro concorrente qualquer, até certo limite. Isto último por sua vez explica, porque uma única empresa não poderia abarcar todo o mercado (mundial, por exemplo) ou também na reter especificação crescente de atividades.\n\n1.1.2 Conceitos de empresa\n\nSegundo o Dicionário Aurélio empresa é:\n\n\"Organização particular, governamental ou de economia mista, que produz e/ou oferece bens e serviços, com vista, em geral a obtenção de lucros...\" (Ferreira, 1993, p. 639).\n\nSegundo os economistas, entre os que destacam Naylor e Vernon, empresa é:\n\n\"Unidade conceitual de análise e que supõe-se capaz de transformar um conjunto de insumos - constantes em matérias-primas, mão-de-obra, capital e informação sobre mercados e tecnologias - em um conjunto de produtos que tornam a forma de bens e serviços destinados para consumo, se já de outras empresas ou de indivíduos e grupos de indivíduos, dentro da sociedade na que aquela existe.\" (Naylor & Vernon, 1973, p.13).\n\nMais recentemente, Chandler afirma que a empresa é:\n\n\"Uma entidade legal que estabelece contratos com fornecedores, distribuidores, empregadores e, frequentemente com clientes. Ela também é uma entidade administrativa, já que havendo divisão do trabalho em seu interior, ou desenvolvendo mais de uma atividade, uma equipe de administradores se faz necessária para coordenar e monitorar as diferentes atividades. Uma vez estabelecida, a empresa se torna um conjunto articulado de qualificações, instalações e capital líquido. Finalmente, em nome de lucros, empresas têm sócio e são instrumentos de economias capitalistas para a produção de bens e serviços e para o planejamento e a alocação para a produção e distribuições futuras.\" (Alfred Chandler, apud Kupler & Hasenclever, 2002, p.24)\n\nTudo isto se vê confirmado pelo marco legal correspondente, já que de conformidade com o Código Civil vigente (desde 2002) a empresa é uma sociedade jurídica de direito privado, que exerce atividade econômica (lucros). Textualmente isto é formalizado assim, no Livro II, do Direito da Empresa. Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica a partir de seus resultados\" (Código Civil, Lei N° 10.406 de 10/01/2002).\n\nIsto significa que não se poderiam chamar de empresas as diferentes associações existentes (organizações com fins não econômicos) ou fundações constituidas com fins religiosos, morais, culturais ou de assistência).\n\n1.1.3 A empresa e os lucros.\n\nVê-se então como, tanto a Aurélio como Chandler e até o Código Civil, exigem como condição necessária, para a existência de uma empresa, seu propósito de obter resultados econômicos ou lucros; entretanto sobre isto existe um longo debate, que vem desde os inícios da humanidade, como no caso da Bíblia Cristiana, que sobre isto tem estas posições:\n\nDe condena, Mateus 19, sobre as probabilidades de ganhar a entrada ao Céu:\n\n\"Perigo dos ricos. Jesus disse a seus discípulos: 'Em verdade vos digo: dificilmente um rico entrará no reino dos céus, E digo mais ainda: mais fácil é um camelô entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus'\" (Bíblia, 1962 p. 1199)\n\nDe aceitação, Mateus 25, sobre o prêmio dado a quem mostra maior dedicação e esforço:\n\n\"A parábola dos talentos. Serão também como um homem que, tendo que viajar para o exterior, colocou os escravos e o seu negócio aos bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e ao teceiro um, segundo a capacidade de cada um deles. Depois partiu, imediatamente o que recebeu cinco talentos saiu e negociou com eles, ganhando outros cinco. Do mesmo modo, o escravo dos dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebeu um, saiu, fez uma cova na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles escravos e lhes pediu as contas. (Assim sentindo-se feliz com os resultados conseguidos pelos primeiros e os escasso, mas não com o terceiro, mostrando o parecer que vinha a seguir. Pois do que tem muito mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Ali haverá choro e ranger dos dentes\" (Bíblia, 1962 p. 1206-1207).\n\nMais recentemente, o advogado Oscar Barreto Filho nega o lucro como objetivo:\n\n\"Muitos autores caracterizam a empresa privada como tendo por finalidade específica o lucro, o que não se afirma correto. Esta conceituação está superada porque o lucro é antes um resultado da atividade empresarial e não uma finalidade em si. Decorre o lucro da diferença entre o rendimento auferido em determinado período e as despesas oriundas da aplicação dos fatores produtivos na realização do processo econômico de criação de bens ou de prestações de serviços. O lucro constitui índice de validade e condição de eficiência; não é uma característica inerente à empresa. O espírito de lucro pode ser móvel psicológico do empresário, não porém a finalidade própria da empresa...\" (Oscar Barreto Filho, apud Cretella, 1973, p.24).\n\nO Economista Dorival Teixeira explica que existem empresas sem lucros:\n\n\"Se considerássemos o lucro um atributo definidor da empresa, esta deixaria de existir quando o resíduo fosse nulo ou negativo. No entanto, empresas de economia mista ou José Cretella Jr. justifica aos lucros nulos no presente, porém não no futuro:\n\n“O lucro é a finalidade própria da empresa. Os argumentos de que há empresas que persistem durante longos períodos com prejuízos temporários ou com lucros nulos, são os mesmos negativos, de modo algum servem para mostrar que o lucro não é a finalidade da empresa. Na realidade, as empresas sacrificam-se no presente, para obter algum resultado futuro; earn lucro não ou negativo no presente, contudo deveria auferir lucro no futuro...” (Cretella, 1973, p. 25).\n\nMario Henrique Simonsem fecha este debate com esta declaração:\n\n“A teoria tradicional da concorrência perfeita admite que cada empresa procure maximizar seu lucro. Esse princípio de hedonismo econômico, às vezes contestado em outros regimes de mercado parece bem adequados à concorrência perfeita. Em primeiro lugar, procure maximizar o lucro é um objetivo econômico natural. Em segundo lugar, porque esse objetivo não entra em conflito com as várias atividades empresariais somente rival – particularmente em âmbito de poder. Nisso vai um grande diferença entre concorrência perfeita e o monopolio ou oligopólio. Um monopolista, com sua capacidade de estabelecer as regras de mercado, pode imaginar que um comportamento mais ajustado que o de maximização dos lucros lhe facilite de alguma forma, o acesso ao poder; ao empresário em concorrência perfeita, no entanto dificilmente ocorrerá tal ideia. Em terceiro lugar, para a empresa em concorrência perfeita não há conflito entre as políticas de maximização dos lucros a curto e longo prazo. Isto apenas deveria atuar profundamente na de monopolio ou oligopólio; pois as empresas em concorrência perfeita para juglar uma política de maximização dos lucros a curto prazo acaba prejudicando a evolução a longo prazo desses mesmos lucros – pela alteração de eventos acorrentes no mercado, ao seu previsto de fato, que nem forçam para aflorar os processos de mercado, não existe conflito semelhante. Por último, a maximização dos lucros na concorrência perfeita é quase uma imposição darwiniana” (Simonsem, 1979 p. 5-6).\n\nAssim então, concluiu-se que as empresas privadas devem ter lucro, mesmo que isto só apareça no futuro, porém seu valor presente é descontado destes lucros líquidos deve ser positivo; caso contrário, a empresa não faz razão de ser. Adicionalmente deve-se afirmar que existem outras posições até discrepantes da anterior colocação, como os seguintes casos:\n\na) No caso das empresas públicas ou de economia mista, o objetivo seria fornecer bens e serviços essenciais para a economia (como os da infra-estrutura econômica ou para regular o abastecimento e os produtos); mas mesmo nesta caso existiria a exigência da \"maximização social\" dos resultados econômicos.\n\nb) Afirma-se que o objetivo da empresa moderna seria a maximização da receita, para assim maximizar o vira do mercado da mesma e / ou evitar a entrada de outros concorrentes, ou quando a remuneração dos executivos está amarrada ao volume de vendas e não tanto a lucros; tudo tanto forma parte dos estudos da \"economia industrial\".\n\nc) No caso dos empreendimentos em geral (formais e informais) aparece a figura do \"empresário por necessidade\", que busca criar seu emprego e sustento, e não tanto lucros. Isso cobra força especialmente no caso dos países em vias de desenvolvimento. Por exemplo, no caso do Brasil, em últimos estudos do GEM, mostra-se como estado: “1496” é 48% em 2006 (GEM, 2007 p. 217), de 39% em 2008 (GEM, 2008 p. 148) e 30,8% em 2012 (GEM, 2012 p. 14-15); então, mesmo ele mostrando uma melhoria da qualidade do empreendedor, mostra ainda uma elevada proporção de \"remediadores\", que buscam não tanto lucro, somente seu sustento, numa fonte própria de trabalho.\n\n1.1.4 Outras características da empresa.\n\nSegundo Raymond Barre (1964, Tomo I p. 302) os rasgos característicos de uma empresa são:\n\na) A existência de um patrimônio que permite ao empresário assumir o risco da produção e que assegura a unidade da empresa, quando esta se compõe de vários estabelecimentos, unidades técnicas diversificadas e isoladas umas das outras.\n\nb) A combinação econômica dos fatores da produção. Mais que quantidades de trabalho de capital técnico, o empresário combina preços de fatores. Os problemas técnicos não são indiferentes, porém a combinação técnica não tem a sua aplicação, valorizando em termos de preços, nada pode condená-lo no mercado.\n\nc) A distinção entre os sujeitos que aportam os fatores de produção e o empresário. O trabalho submisso deve ser assalariados; o capital pelos capitalistas que o empregam; a empresa não terá um centro onde se leva a cabo a combinação dos fatores obtidos nos mercados de trabalho e capitais. Assegura a ligação entre os mercados de fatores e os mercados de produtos. Os fatores adquirem-se pelo preço fixo e não participa na direcção, nem nos benefícios da empresa.\n\nd) O objetivo é a venda no mercado dos produtos obtidos, a empresa trabalha para vender os produtos e os serviços que produzir, tem por objetivo essencial a satisfação das necessidades, e dizer, responder a uma demanda que possui um determinado poder de compra.\n\ne) A maximização do benefício cuja rendidade líquida; o benefício é a diferença entre o preço que o empresário como pagamento dos seus serviços e sem o que dito sujeito não julgaria oportunidade empreender a atividade.\n\n1.2 Evolução histórica da empresa e sua importância para a economia\n\n1.2.1 Seus inícios\n\nA empresa, identificada como a sociedade de pessoas, definidas no item 1.1.2 anterior, aparece nos inícios da Idade Media, como uma versão superada das \"gildas\" ou confrarias de artesãos, que tinham um caráter mais familiar ou amigável. Posteriormente estas novas práticas foram se acrescentando pelo maior movimento industrial e comercial, pelos descobrimentos de novas terras (Séculos XV - XVII), pela inovação da contabilidade empresarial (criação do princípio da \"partida dobrada\", pelo franciscano italiano Luca de Pacioli, em 1494), pela Revolução Industrial inglesa (séculos XVII e XVIII) e pelas inovações institucionais e legais, como o aparecimento das sociedades anônimas (no código napoleônico, começos do século XIX).\n\nTudo isto deu lugar ao aparecimento de muitas empresas, algumas das quais sobreviveram até agora, como se pode comprovar no seguinte Quadro. Ano de fundação\tNome da empresa\tPaís de origem\n1288\tStoraEnso\tSuécia - Finlândia\n1407\tBanco São Jorge\tItália (Gênova)\n1509\tSumitomo\tJapão\n1697\tMitsui\tJapão\n1802\tDu Pont\tEUA\n1837\tProcter & Gamble\tEUA\n1847\tSiemens\tAlemanha\n1850\tWalt Mart\tEUA\n1864\tVictorinox\tSuíça\n1890\tMitsubishi\tJapão\n1901\tMerck\tEUA\n1892\tGE\tEUA\n1892\tAmerican Express\tEUA\n1902\t3M\tEUA - Minnesota\n1903\tFord\tEUA\n1907\tRoyal Dutch / Shell\tReino Unido/Holanda\n1908\tGM\tEUA\n1911\tIBM\tEUA\nFonte: De Geus, apud Mello, 2004 p. B-13\n\nTudo isto foi reforçado pela criação da figura da sociedade anônima, que aparece citado por primeira vez em 1808, no Código de Comercio Francês decisões claras sobre os resultados mercantis, muito embora se afirme que a primeira sociedade por quotas foi a Companhia Holandesa das Índias Orientais (CHIO) constituída em 1602 para a conquista e exploração de novos mundos.\n\nA CHIO chegou a ter em seu melhor momento 50 mil funcionários, 150 navios mercantes, um exército privado de 10 mil soldados e 40 barcos de guerra; ela chegou a gerar dividendos de 40% por ano (Economy Watch, 2009 s/p). A Chio perdeu suas semelhança ficou, cresceu e se expandiu (as atuais bolsas de valores)\n\n1.2 A teoria econômica e a empresa\n\nA identificação da empresa ou empresário nas análises ou referências históricas vem de muito longe. Desde a antiga Grécia, até o papel das gildas e do factor ou factoring na antiga Roma, se citam as virtudes de liderança na administração da fazenda pública e privada. Só quando as ciências econômicas passam a ter um conteúdo mais formal, começa-se também a ter uma melhor visão da empresa e o empresário.\n\nPara os fisiocratas, que acreditam numa ordem natural da economia e que a riqueza só é gerada pelo cultivo da terra, além das exigências do deixar fazer e deixar passar, o empresário passa a ser o patrono que supervisiona o processo produtivo. François Quesnay em seu Tableau Économique (1758) considera ao empresário como um agricultor arrendatário, que aluga uma propriedade a uma taxa fixa e produz uma quantidade de bens finais, com fatores adquiridos a preços determinados. A atividade do empresário se desenvolve numa sociedade estática, onde não se acumula capital nem existe incerteza.\n\nPara os Clássicos, (como Smith, Ricardo e Say) que consideram que o valor dado bens repusa em cima do conceito do valor-trabalho, que existe uma ordem natural ou \"mão invisível\" que regula a economia e que no futuro, a escassez de terras e a abundância do capital, significou carestia de vida e baixo retorno dos investimentos, caracterizando assim uma \"sociedade estacionária\", empresário e capitalista é a mesma coisa e desde que na economia existem mecanismos de ajustes automáticos, o papel dos empresários ou capitalistas é secundário. Se Jean-Baptiste Say (1803), quando considera aos fatores da produção (terra, trabalho e capital) considera que o trabalho pode-se subdividir em trabalho de assalariados, dos especialistas e do empresário.\n\nA percepção inicial de Adam Smith (1776), de que uma ordem espontânea e descentralizada coordenava as atividades econômicas aparentemente caóticas, recebeu contribuições de David Ricardo (1817) e sua teoria do valor-trabalho. Marx (1867), como seguidor do anterior, argumentaria apenas que somente o trabalho cria valor e que tudo o que não é pago ao trabalhador é mais-valia; o resultado da exploração do trabalho pelo capitalismo.\n\nPara os Neoclássicos (como Jevons e Menger, 1871), que defendem a tese do valor-subjetivo dos bens, sustentando o conceito da utilidade marginal e escassez destes, que por sua vez fundamentam as leis da oferta e da procura; o empresário entraria como parte do fator fixo da produção (a habilidade empresarial seria parte da dotação de capital) ou também como parte de uma das exigências de uma economia concorrencial, quando se fala de plena e certa informação de todos os agentes de economia.\n\nEste posicionamento dos neoclássicos continua vigorado até nossos dias, tanto que um notório e distinto economista, como William Baumol (1968), chega a afirmar adicionalmente que \"o estudo da empresa é um vazio na teoria econômica\" 1.2.3 Evolução do conceito de empresário\n\nA palavra e expressão \"empresário\" parece haver sido utilizado por primeira vez pelo economista francês Richard Cantillon, quem em 1755 quando da conhecer sua obra prima intitulada \"Ensaio sobre a Natureza do Comércio em Geral\", utiliza a palavra entrepreneur para tipificar o empresário (Cantillon, 1755 p. 14). Esta expressão não traduzida em inglês como merchant, adventurer, undertake or employer, sendo que nenhum deles conseguiu traduzir bem o significado francês e assim esta palavra passa a ser incorporado ao acervo inglês como entrepreneur ou empresário em português. A palavra undertaker também sobrevive, porém só como \"empresários de pompas fúnebres\".\n\nPara Say (1803) o empresário é o produtor de bens e serviços, em geral:\n\n\"Para obter um produto qualquer, foi necessário em primeiro lugar, estudar o curso e as leis da natureza relativamente a esse produto. Como fabricar uma fechadura sem conhecer as propriedades do ferro e os meios pelos quais se pode extrair-lo da mina, purificá-lo, fundi-lo e moldá-lo? A seguir, foi necessário aplicar esses conhecimentos de forma útil, perceber como se moldar do ferro de determinada maneira, crie-se um produto que tenha determinado valor para os homens. Foi necessário financeiras, executar o trabalho manual dedicado às operações precedentes, listo, e forjar por diferentes modos como uma fechadura. Raramente estas três operações são executadas pela mesma pessoa. No mais das vezes um homem estuda o curso e as leis da natureza, É o cientista. Um outro aproveita esses conhecimentos para criar produtos úteis. E o agricultor, o manufacturer ou o comerciante. Ou para designar-os por uma denominação comum aos três, é o empresário industrial, aquele que empreende por conta própria, em seu benefício e a seus riscos, de um produto qualquer. Um outro por fim, trabalha, segundo as orientações dadas pelos dois primeiros. E o operário.\" (Say, 1986, p. 85).\n\nSimultaneamente, para Alfred Marshall (1890), o empresário é sinônimo de homem de negócios ou do administrador de empresas (Marshall, 1985 p. 250):\n\n\"Na maior parte dos negócios do mundo moderno, a tarefa de dirigir a produção de modo que todo esforço possa ser o mais eficaz para a satisfação das necessidades humanas precise ser dividida e entregue às mãos de um corpo especializado de empresários; ou, para usar um termo genérico, de homens de negócios. Eles 'assumem' ou 'cortam' os riscos: retêm o capital e a mão-de-obra necessária ao trabalho; organizam o plano geral e o supervisionam em seus menores detalhes. Os certos produtos e serviços, as empresas podem ser considerados como uma categoria industrial altamente especializada; de outro ponto de vista podemos considerá-los como intermediários entre o trabalho e o consumidor\". Segundo Joseph Schumpeter (1911) o empresário é um dos elementos chaves de qualquer processo de desenvolvimento econômico, junto com o papel dos créditos e as inovações. Especificamente, sobre as inovações, o empresário teria a função de \"empurrar novas combinações\". Cinco tipos de combinação são destacados:\n\nA introdução de um novo método de produção.\nA abertura de novos mercados, em particular um novo mercado para a exportação a novos territoriais.\nA conquista de novas fontes de abastecimento de matérias-primas.\nA criação de um novo tipo de organização industrial.\n\nO conceito schumpeteriano de empresário é bastante radical. O empresário não seria o inventor, senão alguém que decide a alocação de recursos para a exploração de um invento. Não é aquele que assume riscos (que seria o capitalista) senão aquele que tem um papel específico de gerência ou de toma de decisões inovadoras.\n\n\"Algum só é um empresário quando efetivamente 'leva a cabo novas combinações', e perde este caráter assim que tiver vendido seu negócio, quando se decide a dirigir-lo, como outras pessoas dirigem seus negócios. Essa é a regra, certamente, e assim é tão raro alguém permanecer sempre como empresário através das décadas de sua vida ativa, quanto é rara um homem de negócios nunca passar por um momento em que seja empresário, mesmo que seja em menor grau\". (Schumpeter, 1985, p. 56).\n\nInclusive o sucesso deste empresário está sujeito a sua maior ou menor inteligência e dedicação, já que se isto não aparece na melhor forma possível, ele estaria sujeito à quebra o ou falência de sua empresa. O impulso fundamental que põe e mantém em funcionamento a máquina capitalista procede das inovações citadas, através de um processo de mutação industrial.\n\nque se revoluciona incessantemente, originando os ciclos econômicos que afetam a estrutura econômica da empresa e do país, destruindo instantaneamente o antigo e criando elementos novos. Este processo de \"destruição criadora\" é básico para se entender o sucesso do empresário e a dinâmica da economia como um todo (Schumpeter, 1961, p. 105-106).\n\nEm termos jurídicos, no Brasil aparece em seu Código Civil (2002) esta normatividade, que em alguma forma reforça e específica a figura da empresa no cenário econômico nacional, como já se adiantou no item 1.2 anterior.\n\n\"Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa\". (Código Civil, 2002, p. 128)\n\n1.2.4 As maiores empresas na América Latina e no mundo\n\nHoje em dia existem milhões de empresas no mundo, muitos dos quais chegam a ter uma dimensão econômica, muitas vezes maior que o tamanho de muitos países, o processo de concentração delas e continuo e crescente, o que deu lugar à existência das \"empresas multinacionais\", cujos de diferentes nacionalidades e seus campos de operação chegam muitas vezes a ser maiores fora de seus países sede.\n\nTudo isto também acontece em América Latina e os EUA, como se pode ver no Quadro Quadro, onde aparecem as empresas com valor de mercado acima de 100 bilhões de dólares US.\n\n\n\nQuadro M-12\n\nAs maiores empresas na América Latina e EUA, 2013\n\nOrdem Empresas Valor de Mercado Lucro Líquido ROE\n (US$ milhões) (US$ milhões) %\n1 IBM 194.367 16.483 78,65\n2 Home Depot 113.260 5.393 33,76\n3 Ambev 112.115 4.070 3,60\n4 Microsoft 333.357 22.822 29,96\n5 Pepsico 126.057 7.604 28,80\n6 Apple 475.315 37.031 28,61\n7 Gilead Sciences 110.862 3.075 28,71\n8 Pfizer 260.403 22.003 27,89\n9 Verizon 199.010 23.547 26,06\n10 Coca-Cola 169.303 8.564 25,0\n11 Oracle 161.208 1.064 25.27\n12 Wal-Mart 247.740 17.191 22,81\n13 United Technologies 706.580 5.727 20,27\n14 AT&T 178.385 18.249 20,15\n15 Johnson & Johnson 271.377 13.831 19,92\n16 Exxon Mobil 407.236 32.840 19\n17 Qualcomm 132.216 6.462 18,63\n18 Schlumberger 173.306 5.094 18,66\n19 Schlumberger 121.150 6.732 18,19 20|Cisco\t\t\t111.474\t\t8.897\t17.72\n21|Intel\t\t\t125.145\t\t6.620\t17.58\n22|Google\t\t\t397.562\t\t12.820\t16.26\n23|P&G\t\t\t211.764\t\t10.896\t16.07\n24|Walt Disney\t\t\t144.786\t\t6.994\t15.67\n25|Centrica\t\t\t220.753\t\t21.423\t14.68\n26|Cognizant\t\t\t130.327\t\t8.616\t14.15\n27|Wells Fargo\t\t\t258.462\t\t21.876\t13.35\n28|Facebook\t\t\t171.445\t\t1.491\t11.02\n29|BP\t\t\t254.842\t\t13.057\t10.07\n30|J.P. Morgan\t\t\t227.853\t\t7.932\t8.63\n31|Merck\t\t\t160.734\t\t4.404\t8.93\n32|CitiGroup\t\t\t162.064\t\t1.373\t6.95\n33|Bank of America\t\t\t185.576\t\t11.431\t4.87\n34|Amazon\t\t\t161.620\t\t274\t3.05\n35|Philip Morris\t\t\t128.401\t\t8.576\nFonte: Economática abril/2014 s/p\n\nComo se vê aqui a empresa brasileira Ambev (Companhia de Bebidas das Américas ou America’s Beverage Company) é uma das empresas mais rentáveis (pela maior relação Lucro Líquido/Patrimônio Líquido ou ROE) entre as 35 empresas de capital aberto (que operam nas bolsas) da América Latina e dos EUA, ficando atrás só da IBM e da Home Depot.\n\nSobre as maiores empresas no mundo, no Quadro ao seguir aparece esta informação, no final do qual aparecem as quatro maiores empresas brasileiras.\n\nQuadro N° 12\n\nAs maiores empresas do mundo, comparando com sua RNB correspondente, 2010\nOrdem Nome da empresa\tSetor\tRNB, bilhões\tReceitas\tLucros RNB 2008\tReligações%\n\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\n1|Wal-Mart Stores\t\tComércio\tEUA\t471.049\t16.388\t145.700\t10.11\n2|Royal Dutch Shell\t\tPetróleo\tHolanda/RU\t374.592\t10.127\t363.871\t10.39\t0.55 \n3|Exxon Mobil\t\tPetróleo\tEUA\t336.574\t30.210\t145.739\t23.42\t2.01\n4|BP\t\tPetróleo\tReino Unido\t308.628\t3.719\t282.371\t9.88\t0.37\n5|Singapore Group\t\tPetróleo\tCingapura\t273.422\t7.361\t410.471\t6.68\t0.19\n6|China National Petroleum\t\tPetróleo\tChina\t240.172\t14.367\t470.47\t4.35\t0.86\n7|TYSO\t\t\t\t\t\tChina\t220.264\t4.563\t410.7\t4.51\t0.16\n8|Toyota Motor\t\tVeículos\tJapão\t221.760\t4.766\t486.9\t4.45\t0.10\n9|Japan Post Holdings\t\tCorreios\tJapão\t203.268\t4.981\t466.07\t4.19\t0.11\n10|Chevron\t\tPetróleo\tEUA\t196.037\t19.024\t145.979\t1.35\t0.13\n34|Petrobras\t\tPetróleo\tBrasil\t120.629\t19.141\t140.1\t8.73\t1.47\n117|Banco do Brasil\t\tBanco\tBrasil\t62.891\t6.118\t140.1\t4.84\t1.20\n158|Bradesco\t\tBanco\tBrasil\t63.010\t5.848\t140.1\t3.78\t0.39\n174|Banco do Rio de Janeiro\t\tMunicípio\tBrasil\t45.863\t17.624\t140.1\t3.21\t1.23\nFonte: Receitas e lucros até 2010 – Fortune Brasil, 2011 s/p\nPara RNB (Banco Mundial, 2010) p. 32-34\n\nNeste ranking tem posição dominante as empresas petroleiras, (cinco das dez maiores) e as empresas brasileiras vão ganhando melhores posições desde 204, visto que Petrobras que tinha o 125° lugar, agora em 2010 aparece no 34° lugar, assim como o Bradesco que tinha o 376° lugar e agora tem o 156°. Observe neste Quadro como a China coloca 3 empresas, entre as 10 maiores do mundo; em 2004 não aperecia nenhuma ainda. O Japão tinha um
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ECONOMIA DE EMPRESAS - 2015\n\n1. CONCEITOS E INFORMAÇÕES EMPRESARIAIS\n\n1.1 Conceito de empresa e lucros\n\n1.1.1 Fundamentos da existência de uma empresa\n\nNos inícios do estudo de qualquer curso de economia aparecem os conceitos de \"agentes da economia\", que podem ser basicamente o produtor (empresa), o consumidor (famílias) e o regulador (governo).\n\nNo caso do produtor, aprende-se que seu objetivo é a maximização dos lucros (L), que por sua vez não é mais que a diferença entre as receitas (R) e os custos correspondentes (C): L = R - C.\n\nA receita (R) por sua vez nada é mais que o resultado de multiplicar o preço (P) vezes as vendas (Q): R = P.Q.\n\nE no caso dos custos (C), estes podem ser fixos (CF) e variáveis (CV), sendo que os primeiros consideram geralmente os custos de capital e os segundos os custos de mão de obra e matéria prima: C = CF + CV.\n\nNesta definição aparentemente lógica e obvia, não se questiona em forma explicita, o porquê da existência de um produtor ou empresa. Isto foi atendido a partir dos trabalhos de Ronald Coase, que em 1937 publicou seu artigo \"A natureza da firma\" (Coase, 1937 p. 386-405), onde ele demonstra que uma empresa existe, porque nela é só nela, tanto os custos de produção (vistos lá encima), como os custos de transação (custos de compra e venda ou os contratos) são menores quando são assumidos por uma única empresa (empresa), em que a alocação dos recursos ou fatores de produção não somente depende da função preços senão também do julgamento do empresário-coordenador:\n\n\"Tomando em conta que enviando os economistas tratam o mecanismo de preços como um instrumento coordenador, também admitem a função coordenadora do 'empresário', é seguramente importante perguntar porque a coordenação é o trabalho do mecanismo de preços num caso é do empresário no outro\" (Coase, 1937 p. 387).\n\nComparando a alternativa de produzir tudo de um bem em particular no interior de uma empresa, frente à possibilidade de que os interessados no consumo da mesma (consumidores individuais) aparecem vantagens para o primeiro, pelo lado da maior produção que gera \"economias de escala\", menor risco para os provedores e clientes e possibilidades de fechar contratos de médio e longo prazo.\n\nEvidentemente, não tudo na economia pode e deve ser produzido por uma única empresa, porque apareceria um momento em que é mais barato produzir parte ou tudo destes bens, em outras unidades produtivas concorrentes, ou também pelos mesmos consumidores, assinando assim a existência de limites ou fronteiras ou topos no tamanho das unidades produtivas.\n\nSobre isto, Coase afirma explicitamente que as limitações para o maior tamanho de uma empresa aparecem porque (Coase, 1937 p. 398):\n\na) Na grande empresa aparecem os rendimentos decrescentes, motivado pelos maiores custos que esta empresa deve enfrentar, até que estes últimos custos sejam maiores daquele de mercado do que gerado numa outra empresa\nb) Na medida em que cresce o tamanho da empresa a alocação ótima de seus fatores produtivos vai diminuindo, até que o rendimento destes passa ser inferior daquele do mercado pelo qual conseguido numa outra empresa.\n\nc) O preço de oferta de um ou mais fatores de produção pode aumentar para a grande empresa porque 'outras vantagens' das pequenas empresas permitem preços inferiores.\n\nEm resumo, tudo isto significa que o fundamento principal para a existência de uma empresa é que a produção de bens e serviços no interior dela é mais conveniente (em custos, preços e qualidade), que fora da empresa, ou por outro concorrente qualquer, até certo limite. Isto último por sua vez explica, porque uma única empresa não poderia abarcar todo o mercado (mundial, por exemplo) ou também na reter especificação crescente de atividades.\n\n1.1.2 Conceitos de empresa\n\nSegundo o Dicionário Aurélio empresa é:\n\n\"Organização particular, governamental ou de economia mista, que produz e/ou oferece bens e serviços, com vista, em geral a obtenção de lucros...\" (Ferreira, 1993, p. 639).\n\nSegundo os economistas, entre os que destacam Naylor e Vernon, empresa é:\n\n\"Unidade conceitual de análise e que supõe-se capaz de transformar um conjunto de insumos - constantes em matérias-primas, mão-de-obra, capital e informação sobre mercados e tecnologias - em um conjunto de produtos que tornam a forma de bens e serviços destinados para consumo, se já de outras empresas ou de indivíduos e grupos de indivíduos, dentro da sociedade na que aquela existe.\" (Naylor & Vernon, 1973, p.13).\n\nMais recentemente, Chandler afirma que a empresa é:\n\n\"Uma entidade legal que estabelece contratos com fornecedores, distribuidores, empregadores e, frequentemente com clientes. Ela também é uma entidade administrativa, já que havendo divisão do trabalho em seu interior, ou desenvolvendo mais de uma atividade, uma equipe de administradores se faz necessária para coordenar e monitorar as diferentes atividades. Uma vez estabelecida, a empresa se torna um conjunto articulado de qualificações, instalações e capital líquido. Finalmente, em nome de lucros, empresas têm sócio e são instrumentos de economias capitalistas para a produção de bens e serviços e para o planejamento e a alocação para a produção e distribuições futuras.\" (Alfred Chandler, apud Kupler & Hasenclever, 2002, p.24)\n\nTudo isto se vê confirmado pelo marco legal correspondente, já que de conformidade com o Código Civil vigente (desde 2002) a empresa é uma sociedade jurídica de direito privado, que exerce atividade econômica (lucros). Textualmente isto é formalizado assim, no Livro II, do Direito da Empresa. Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica a partir de seus resultados\" (Código Civil, Lei N° 10.406 de 10/01/2002).\n\nIsto significa que não se poderiam chamar de empresas as diferentes associações existentes (organizações com fins não econômicos) ou fundações constituidas com fins religiosos, morais, culturais ou de assistência).\n\n1.1.3 A empresa e os lucros.\n\nVê-se então como, tanto a Aurélio como Chandler e até o Código Civil, exigem como condição necessária, para a existência de uma empresa, seu propósito de obter resultados econômicos ou lucros; entretanto sobre isto existe um longo debate, que vem desde os inícios da humanidade, como no caso da Bíblia Cristiana, que sobre isto tem estas posições:\n\nDe condena, Mateus 19, sobre as probabilidades de ganhar a entrada ao Céu:\n\n\"Perigo dos ricos. Jesus disse a seus discípulos: 'Em verdade vos digo: dificilmente um rico entrará no reino dos céus, E digo mais ainda: mais fácil é um camelô entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus'\" (Bíblia, 1962 p. 1199)\n\nDe aceitação, Mateus 25, sobre o prêmio dado a quem mostra maior dedicação e esforço:\n\n\"A parábola dos talentos. Serão também como um homem que, tendo que viajar para o exterior, colocou os escravos e o seu negócio aos bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e ao teceiro um, segundo a capacidade de cada um deles. Depois partiu, imediatamente o que recebeu cinco talentos saiu e negociou com eles, ganhando outros cinco. Do mesmo modo, o escravo dos dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebeu um, saiu, fez uma cova na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles escravos e lhes pediu as contas. (Assim sentindo-se feliz com os resultados conseguidos pelos primeiros e os escasso, mas não com o terceiro, mostrando o parecer que vinha a seguir. Pois do que tem muito mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Ali haverá choro e ranger dos dentes\" (Bíblia, 1962 p. 1206-1207).\n\nMais recentemente, o advogado Oscar Barreto Filho nega o lucro como objetivo:\n\n\"Muitos autores caracterizam a empresa privada como tendo por finalidade específica o lucro, o que não se afirma correto. Esta conceituação está superada porque o lucro é antes um resultado da atividade empresarial e não uma finalidade em si. Decorre o lucro da diferença entre o rendimento auferido em determinado período e as despesas oriundas da aplicação dos fatores produtivos na realização do processo econômico de criação de bens ou de prestações de serviços. O lucro constitui índice de validade e condição de eficiência; não é uma característica inerente à empresa. O espírito de lucro pode ser móvel psicológico do empresário, não porém a finalidade própria da empresa...\" (Oscar Barreto Filho, apud Cretella, 1973, p.24).\n\nO Economista Dorival Teixeira explica que existem empresas sem lucros:\n\n\"Se considerássemos o lucro um atributo definidor da empresa, esta deixaria de existir quando o resíduo fosse nulo ou negativo. No entanto, empresas de economia mista ou José Cretella Jr. justifica aos lucros nulos no presente, porém não no futuro:\n\n“O lucro é a finalidade própria da empresa. Os argumentos de que há empresas que persistem durante longos períodos com prejuízos temporários ou com lucros nulos, são os mesmos negativos, de modo algum servem para mostrar que o lucro não é a finalidade da empresa. Na realidade, as empresas sacrificam-se no presente, para obter algum resultado futuro; earn lucro não ou negativo no presente, contudo deveria auferir lucro no futuro...” (Cretella, 1973, p. 25).\n\nMario Henrique Simonsem fecha este debate com esta declaração:\n\n“A teoria tradicional da concorrência perfeita admite que cada empresa procure maximizar seu lucro. Esse princípio de hedonismo econômico, às vezes contestado em outros regimes de mercado parece bem adequados à concorrência perfeita. Em primeiro lugar, procure maximizar o lucro é um objetivo econômico natural. Em segundo lugar, porque esse objetivo não entra em conflito com as várias atividades empresariais somente rival – particularmente em âmbito de poder. Nisso vai um grande diferença entre concorrência perfeita e o monopolio ou oligopólio. Um monopolista, com sua capacidade de estabelecer as regras de mercado, pode imaginar que um comportamento mais ajustado que o de maximização dos lucros lhe facilite de alguma forma, o acesso ao poder; ao empresário em concorrência perfeita, no entanto dificilmente ocorrerá tal ideia. Em terceiro lugar, para a empresa em concorrência perfeita não há conflito entre as políticas de maximização dos lucros a curto e longo prazo. Isto apenas deveria atuar profundamente na de monopolio ou oligopólio; pois as empresas em concorrência perfeita para juglar uma política de maximização dos lucros a curto prazo acaba prejudicando a evolução a longo prazo desses mesmos lucros – pela alteração de eventos acorrentes no mercado, ao seu previsto de fato, que nem forçam para aflorar os processos de mercado, não existe conflito semelhante. Por último, a maximização dos lucros na concorrência perfeita é quase uma imposição darwiniana” (Simonsem, 1979 p. 5-6).\n\nAssim então, concluiu-se que as empresas privadas devem ter lucro, mesmo que isto só apareça no futuro, porém seu valor presente é descontado destes lucros líquidos deve ser positivo; caso contrário, a empresa não faz razão de ser. Adicionalmente deve-se afirmar que existem outras posições até discrepantes da anterior colocação, como os seguintes casos:\n\na) No caso das empresas públicas ou de economia mista, o objetivo seria fornecer bens e serviços essenciais para a economia (como os da infra-estrutura econômica ou para regular o abastecimento e os produtos); mas mesmo nesta caso existiria a exigência da \"maximização social\" dos resultados econômicos.\n\nb) Afirma-se que o objetivo da empresa moderna seria a maximização da receita, para assim maximizar o vira do mercado da mesma e / ou evitar a entrada de outros concorrentes, ou quando a remuneração dos executivos está amarrada ao volume de vendas e não tanto a lucros; tudo tanto forma parte dos estudos da \"economia industrial\".\n\nc) No caso dos empreendimentos em geral (formais e informais) aparece a figura do \"empresário por necessidade\", que busca criar seu emprego e sustento, e não tanto lucros. Isso cobra força especialmente no caso dos países em vias de desenvolvimento. Por exemplo, no caso do Brasil, em últimos estudos do GEM, mostra-se como estado: “1496” é 48% em 2006 (GEM, 2007 p. 217), de 39% em 2008 (GEM, 2008 p. 148) e 30,8% em 2012 (GEM, 2012 p. 14-15); então, mesmo ele mostrando uma melhoria da qualidade do empreendedor, mostra ainda uma elevada proporção de \"remediadores\", que buscam não tanto lucro, somente seu sustento, numa fonte própria de trabalho.\n\n1.1.4 Outras características da empresa.\n\nSegundo Raymond Barre (1964, Tomo I p. 302) os rasgos característicos de uma empresa são:\n\na) A existência de um patrimônio que permite ao empresário assumir o risco da produção e que assegura a unidade da empresa, quando esta se compõe de vários estabelecimentos, unidades técnicas diversificadas e isoladas umas das outras.\n\nb) A combinação econômica dos fatores da produção. Mais que quantidades de trabalho de capital técnico, o empresário combina preços de fatores. Os problemas técnicos não são indiferentes, porém a combinação técnica não tem a sua aplicação, valorizando em termos de preços, nada pode condená-lo no mercado.\n\nc) A distinção entre os sujeitos que aportam os fatores de produção e o empresário. O trabalho submisso deve ser assalariados; o capital pelos capitalistas que o empregam; a empresa não terá um centro onde se leva a cabo a combinação dos fatores obtidos nos mercados de trabalho e capitais. Assegura a ligação entre os mercados de fatores e os mercados de produtos. Os fatores adquirem-se pelo preço fixo e não participa na direcção, nem nos benefícios da empresa.\n\nd) O objetivo é a venda no mercado dos produtos obtidos, a empresa trabalha para vender os produtos e os serviços que produzir, tem por objetivo essencial a satisfação das necessidades, e dizer, responder a uma demanda que possui um determinado poder de compra.\n\ne) A maximização do benefício cuja rendidade líquida; o benefício é a diferença entre o preço que o empresário como pagamento dos seus serviços e sem o que dito sujeito não julgaria oportunidade empreender a atividade.\n\n1.2 Evolução histórica da empresa e sua importância para a economia\n\n1.2.1 Seus inícios\n\nA empresa, identificada como a sociedade de pessoas, definidas no item 1.1.2 anterior, aparece nos inícios da Idade Media, como uma versão superada das \"gildas\" ou confrarias de artesãos, que tinham um caráter mais familiar ou amigável. Posteriormente estas novas práticas foram se acrescentando pelo maior movimento industrial e comercial, pelos descobrimentos de novas terras (Séculos XV - XVII), pela inovação da contabilidade empresarial (criação do princípio da \"partida dobrada\", pelo franciscano italiano Luca de Pacioli, em 1494), pela Revolução Industrial inglesa (séculos XVII e XVIII) e pelas inovações institucionais e legais, como o aparecimento das sociedades anônimas (no código napoleônico, começos do século XIX).\n\nTudo isto deu lugar ao aparecimento de muitas empresas, algumas das quais sobreviveram até agora, como se pode comprovar no seguinte Quadro. Ano de fundação\tNome da empresa\tPaís de origem\n1288\tStoraEnso\tSuécia - Finlândia\n1407\tBanco São Jorge\tItália (Gênova)\n1509\tSumitomo\tJapão\n1697\tMitsui\tJapão\n1802\tDu Pont\tEUA\n1837\tProcter & Gamble\tEUA\n1847\tSiemens\tAlemanha\n1850\tWalt Mart\tEUA\n1864\tVictorinox\tSuíça\n1890\tMitsubishi\tJapão\n1901\tMerck\tEUA\n1892\tGE\tEUA\n1892\tAmerican Express\tEUA\n1902\t3M\tEUA - Minnesota\n1903\tFord\tEUA\n1907\tRoyal Dutch / Shell\tReino Unido/Holanda\n1908\tGM\tEUA\n1911\tIBM\tEUA\nFonte: De Geus, apud Mello, 2004 p. B-13\n\nTudo isto foi reforçado pela criação da figura da sociedade anônima, que aparece citado por primeira vez em 1808, no Código de Comercio Francês decisões claras sobre os resultados mercantis, muito embora se afirme que a primeira sociedade por quotas foi a Companhia Holandesa das Índias Orientais (CHIO) constituída em 1602 para a conquista e exploração de novos mundos.\n\nA CHIO chegou a ter em seu melhor momento 50 mil funcionários, 150 navios mercantes, um exército privado de 10 mil soldados e 40 barcos de guerra; ela chegou a gerar dividendos de 40% por ano (Economy Watch, 2009 s/p). A Chio perdeu suas semelhança ficou, cresceu e se expandiu (as atuais bolsas de valores)\n\n1.2 A teoria econômica e a empresa\n\nA identificação da empresa ou empresário nas análises ou referências históricas vem de muito longe. Desde a antiga Grécia, até o papel das gildas e do factor ou factoring na antiga Roma, se citam as virtudes de liderança na administração da fazenda pública e privada. Só quando as ciências econômicas passam a ter um conteúdo mais formal, começa-se também a ter uma melhor visão da empresa e o empresário.\n\nPara os fisiocratas, que acreditam numa ordem natural da economia e que a riqueza só é gerada pelo cultivo da terra, além das exigências do deixar fazer e deixar passar, o empresário passa a ser o patrono que supervisiona o processo produtivo. François Quesnay em seu Tableau Économique (1758) considera ao empresário como um agricultor arrendatário, que aluga uma propriedade a uma taxa fixa e produz uma quantidade de bens finais, com fatores adquiridos a preços determinados. A atividade do empresário se desenvolve numa sociedade estática, onde não se acumula capital nem existe incerteza.\n\nPara os Clássicos, (como Smith, Ricardo e Say) que consideram que o valor dado bens repusa em cima do conceito do valor-trabalho, que existe uma ordem natural ou \"mão invisível\" que regula a economia e que no futuro, a escassez de terras e a abundância do capital, significou carestia de vida e baixo retorno dos investimentos, caracterizando assim uma \"sociedade estacionária\", empresário e capitalista é a mesma coisa e desde que na economia existem mecanismos de ajustes automáticos, o papel dos empresários ou capitalistas é secundário. Se Jean-Baptiste Say (1803), quando considera aos fatores da produção (terra, trabalho e capital) considera que o trabalho pode-se subdividir em trabalho de assalariados, dos especialistas e do empresário.\n\nA percepção inicial de Adam Smith (1776), de que uma ordem espontânea e descentralizada coordenava as atividades econômicas aparentemente caóticas, recebeu contribuições de David Ricardo (1817) e sua teoria do valor-trabalho. Marx (1867), como seguidor do anterior, argumentaria apenas que somente o trabalho cria valor e que tudo o que não é pago ao trabalhador é mais-valia; o resultado da exploração do trabalho pelo capitalismo.\n\nPara os Neoclássicos (como Jevons e Menger, 1871), que defendem a tese do valor-subjetivo dos bens, sustentando o conceito da utilidade marginal e escassez destes, que por sua vez fundamentam as leis da oferta e da procura; o empresário entraria como parte do fator fixo da produção (a habilidade empresarial seria parte da dotação de capital) ou também como parte de uma das exigências de uma economia concorrencial, quando se fala de plena e certa informação de todos os agentes de economia.\n\nEste posicionamento dos neoclássicos continua vigorado até nossos dias, tanto que um notório e distinto economista, como William Baumol (1968), chega a afirmar adicionalmente que \"o estudo da empresa é um vazio na teoria econômica\" 1.2.3 Evolução do conceito de empresário\n\nA palavra e expressão \"empresário\" parece haver sido utilizado por primeira vez pelo economista francês Richard Cantillon, quem em 1755 quando da conhecer sua obra prima intitulada \"Ensaio sobre a Natureza do Comércio em Geral\", utiliza a palavra entrepreneur para tipificar o empresário (Cantillon, 1755 p. 14). Esta expressão não traduzida em inglês como merchant, adventurer, undertake or employer, sendo que nenhum deles conseguiu traduzir bem o significado francês e assim esta palavra passa a ser incorporado ao acervo inglês como entrepreneur ou empresário em português. A palavra undertaker também sobrevive, porém só como \"empresários de pompas fúnebres\".\n\nPara Say (1803) o empresário é o produtor de bens e serviços, em geral:\n\n\"Para obter um produto qualquer, foi necessário em primeiro lugar, estudar o curso e as leis da natureza relativamente a esse produto. Como fabricar uma fechadura sem conhecer as propriedades do ferro e os meios pelos quais se pode extrair-lo da mina, purificá-lo, fundi-lo e moldá-lo? A seguir, foi necessário aplicar esses conhecimentos de forma útil, perceber como se moldar do ferro de determinada maneira, crie-se um produto que tenha determinado valor para os homens. Foi necessário financeiras, executar o trabalho manual dedicado às operações precedentes, listo, e forjar por diferentes modos como uma fechadura. Raramente estas três operações são executadas pela mesma pessoa. No mais das vezes um homem estuda o curso e as leis da natureza, É o cientista. Um outro aproveita esses conhecimentos para criar produtos úteis. E o agricultor, o manufacturer ou o comerciante. Ou para designar-os por uma denominação comum aos três, é o empresário industrial, aquele que empreende por conta própria, em seu benefício e a seus riscos, de um produto qualquer. Um outro por fim, trabalha, segundo as orientações dadas pelos dois primeiros. E o operário.\" (Say, 1986, p. 85).\n\nSimultaneamente, para Alfred Marshall (1890), o empresário é sinônimo de homem de negócios ou do administrador de empresas (Marshall, 1985 p. 250):\n\n\"Na maior parte dos negócios do mundo moderno, a tarefa de dirigir a produção de modo que todo esforço possa ser o mais eficaz para a satisfação das necessidades humanas precise ser dividida e entregue às mãos de um corpo especializado de empresários; ou, para usar um termo genérico, de homens de negócios. Eles 'assumem' ou 'cortam' os riscos: retêm o capital e a mão-de-obra necessária ao trabalho; organizam o plano geral e o supervisionam em seus menores detalhes. Os certos produtos e serviços, as empresas podem ser considerados como uma categoria industrial altamente especializada; de outro ponto de vista podemos considerá-los como intermediários entre o trabalho e o consumidor\". Segundo Joseph Schumpeter (1911) o empresário é um dos elementos chaves de qualquer processo de desenvolvimento econômico, junto com o papel dos créditos e as inovações. Especificamente, sobre as inovações, o empresário teria a função de \"empurrar novas combinações\". Cinco tipos de combinação são destacados:\n\nA introdução de um novo método de produção.\nA abertura de novos mercados, em particular um novo mercado para a exportação a novos territoriais.\nA conquista de novas fontes de abastecimento de matérias-primas.\nA criação de um novo tipo de organização industrial.\n\nO conceito schumpeteriano de empresário é bastante radical. O empresário não seria o inventor, senão alguém que decide a alocação de recursos para a exploração de um invento. Não é aquele que assume riscos (que seria o capitalista) senão aquele que tem um papel específico de gerência ou de toma de decisões inovadoras.\n\n\"Algum só é um empresário quando efetivamente 'leva a cabo novas combinações', e perde este caráter assim que tiver vendido seu negócio, quando se decide a dirigir-lo, como outras pessoas dirigem seus negócios. Essa é a regra, certamente, e assim é tão raro alguém permanecer sempre como empresário através das décadas de sua vida ativa, quanto é rara um homem de negócios nunca passar por um momento em que seja empresário, mesmo que seja em menor grau\". (Schumpeter, 1985, p. 56).\n\nInclusive o sucesso deste empresário está sujeito a sua maior ou menor inteligência e dedicação, já que se isto não aparece na melhor forma possível, ele estaria sujeito à quebra o ou falência de sua empresa. O impulso fundamental que põe e mantém em funcionamento a máquina capitalista procede das inovações citadas, através de um processo de mutação industrial.\n\nque se revoluciona incessantemente, originando os ciclos econômicos que afetam a estrutura econômica da empresa e do país, destruindo instantaneamente o antigo e criando elementos novos. Este processo de \"destruição criadora\" é básico para se entender o sucesso do empresário e a dinâmica da economia como um todo (Schumpeter, 1961, p. 105-106).\n\nEm termos jurídicos, no Brasil aparece em seu Código Civil (2002) esta normatividade, que em alguma forma reforça e específica a figura da empresa no cenário econômico nacional, como já se adiantou no item 1.2 anterior.\n\n\"Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa\". (Código Civil, 2002, p. 128)\n\n1.2.4 As maiores empresas na América Latina e no mundo\n\nHoje em dia existem milhões de empresas no mundo, muitos dos quais chegam a ter uma dimensão econômica, muitas vezes maior que o tamanho de muitos países, o processo de concentração delas e continuo e crescente, o que deu lugar à existência das \"empresas multinacionais\", cujos de diferentes nacionalidades e seus campos de operação chegam muitas vezes a ser maiores fora de seus países sede.\n\nTudo isto também acontece em América Latina e os EUA, como se pode ver no Quadro Quadro, onde aparecem as empresas com valor de mercado acima de 100 bilhões de dólares US.\n\n\n\nQuadro M-12\n\nAs maiores empresas na América Latina e EUA, 2013\n\nOrdem Empresas Valor de Mercado Lucro Líquido ROE\n (US$ milhões) (US$ milhões) %\n1 IBM 194.367 16.483 78,65\n2 Home Depot 113.260 5.393 33,76\n3 Ambev 112.115 4.070 3,60\n4 Microsoft 333.357 22.822 29,96\n5 Pepsico 126.057 7.604 28,80\n6 Apple 475.315 37.031 28,61\n7 Gilead Sciences 110.862 3.075 28,71\n8 Pfizer 260.403 22.003 27,89\n9 Verizon 199.010 23.547 26,06\n10 Coca-Cola 169.303 8.564 25,0\n11 Oracle 161.208 1.064 25.27\n12 Wal-Mart 247.740 17.191 22,81\n13 United Technologies 706.580 5.727 20,27\n14 AT&T 178.385 18.249 20,15\n15 Johnson & Johnson 271.377 13.831 19,92\n16 Exxon Mobil 407.236 32.840 19\n17 Qualcomm 132.216 6.462 18,63\n18 Schlumberger 173.306 5.094 18,66\n19 Schlumberger 121.150 6.732 18,19 20|Cisco\t\t\t111.474\t\t8.897\t17.72\n21|Intel\t\t\t125.145\t\t6.620\t17.58\n22|Google\t\t\t397.562\t\t12.820\t16.26\n23|P&G\t\t\t211.764\t\t10.896\t16.07\n24|Walt Disney\t\t\t144.786\t\t6.994\t15.67\n25|Centrica\t\t\t220.753\t\t21.423\t14.68\n26|Cognizant\t\t\t130.327\t\t8.616\t14.15\n27|Wells Fargo\t\t\t258.462\t\t21.876\t13.35\n28|Facebook\t\t\t171.445\t\t1.491\t11.02\n29|BP\t\t\t254.842\t\t13.057\t10.07\n30|J.P. Morgan\t\t\t227.853\t\t7.932\t8.63\n31|Merck\t\t\t160.734\t\t4.404\t8.93\n32|CitiGroup\t\t\t162.064\t\t1.373\t6.95\n33|Bank of America\t\t\t185.576\t\t11.431\t4.87\n34|Amazon\t\t\t161.620\t\t274\t3.05\n35|Philip Morris\t\t\t128.401\t\t8.576\nFonte: Economática abril/2014 s/p\n\nComo se vê aqui a empresa brasileira Ambev (Companhia de Bebidas das Américas ou America’s Beverage Company) é uma das empresas mais rentáveis (pela maior relação Lucro Líquido/Patrimônio Líquido ou ROE) entre as 35 empresas de capital aberto (que operam nas bolsas) da América Latina e dos EUA, ficando atrás só da IBM e da Home Depot.\n\nSobre as maiores empresas no mundo, no Quadro ao seguir aparece esta informação, no final do qual aparecem as quatro maiores empresas brasileiras.\n\nQuadro N° 12\n\nAs maiores empresas do mundo, comparando com sua RNB correspondente, 2010\nOrdem Nome da empresa\tSetor\tRNB, bilhões\tReceitas\tLucros RNB 2008\tReligações%\n\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\n1|Wal-Mart Stores\t\tComércio\tEUA\t471.049\t16.388\t145.700\t10.11\n2|Royal Dutch Shell\t\tPetróleo\tHolanda/RU\t374.592\t10.127\t363.871\t10.39\t0.55 \n3|Exxon Mobil\t\tPetróleo\tEUA\t336.574\t30.210\t145.739\t23.42\t2.01\n4|BP\t\tPetróleo\tReino Unido\t308.628\t3.719\t282.371\t9.88\t0.37\n5|Singapore Group\t\tPetróleo\tCingapura\t273.422\t7.361\t410.471\t6.68\t0.19\n6|China National Petroleum\t\tPetróleo\tChina\t240.172\t14.367\t470.47\t4.35\t0.86\n7|TYSO\t\t\t\t\t\tChina\t220.264\t4.563\t410.7\t4.51\t0.16\n8|Toyota Motor\t\tVeículos\tJapão\t221.760\t4.766\t486.9\t4.45\t0.10\n9|Japan Post Holdings\t\tCorreios\tJapão\t203.268\t4.981\t466.07\t4.19\t0.11\n10|Chevron\t\tPetróleo\tEUA\t196.037\t19.024\t145.979\t1.35\t0.13\n34|Petrobras\t\tPetróleo\tBrasil\t120.629\t19.141\t140.1\t8.73\t1.47\n117|Banco do Brasil\t\tBanco\tBrasil\t62.891\t6.118\t140.1\t4.84\t1.20\n158|Bradesco\t\tBanco\tBrasil\t63.010\t5.848\t140.1\t3.78\t0.39\n174|Banco do Rio de Janeiro\t\tMunicípio\tBrasil\t45.863\t17.624\t140.1\t3.21\t1.23\nFonte: Receitas e lucros até 2010 – Fortune Brasil, 2011 s/p\nPara RNB (Banco Mundial, 2010) p. 32-34\n\nNeste ranking tem posição dominante as empresas petroleiras, (cinco das dez maiores) e as empresas brasileiras vão ganhando melhores posições desde 204, visto que Petrobras que tinha o 125° lugar, agora em 2010 aparece no 34° lugar, assim como o Bradesco que tinha o 376° lugar e agora tem o 156°. Observe neste Quadro como a China coloca 3 empresas, entre as 10 maiores do mundo; em 2004 não aperecia nenhuma ainda. O Japão tinha um