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Análise de Investimentos

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Análise de risco em decisões de investimento I Apresentação Risco em termos financeiros é definido como a capacidade que a organização ou o investidor possui de perda financeira Um dos principais aspectos da análise de risco é identificar quanto será comprometido da sustentabilidade da empresa caso os recursos que estão disponíveis para investimento sejam perdidos Por isto a importância da análise de risco ser feita de forma estrutura e consciente para amenizar os riscos prováveis quando ocorrer a decisão da empresa de investir em ativos Nesta Unidade de Aprendizagem veremos a importância dos diversos tipos de riscos o confronto com a taxa de retorno e a diversificação do risco Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Diferenciar risco sistêmico e risco não sistêmico Ajustar a taxa de desconto retorno ao risco Relacionar a diversificação com a redução de risco Desafio Sempre que ouvimos a palavra risco a associamos a coisas negativas mas em análise de investimentos risco é literalmente parte do nosso dia a dia e por isso precisamos entender melhor os mecanismos de ajuste e de defesa relacionados a ele É preciso lembrar que todo investimento tem chances de dar 100 certo de ser parcialmente certo ou finalmente dar 100 errado Verificamos isto nos exemplos ocorridos com Henry Ford fundador da fábrica de veículos Ford faliu três vezes antes de conseguir ter sucesso na fabricação de veículos Steve Jobs fundador da Apple quase levou a empresa à falência diversas vezes Walt Disney como um último exemplo apostou todo o recurso de seus estúdios de desenho modesto naquela época e até economias pessoais na construção de um novo tipo de parque de diversões Disneylândia na Califórnia O risco que ele correu foi muito grande pois se o público não gostasse de seu parque ele seria mais um na extensa lista de empreendedores falidos Para sua sorte sabemos que esta história teve um final muito feliz Você que recentemente foi promovido a Gerente da Área de Gestão de Investimentos em sua empresa foi convidado para fazer uma apresentação para os acionistas explicando a diferença entre risco sistêmico de risco não sistêmico Após exemplificar como a diversificação de ativos é capaz de reduzir o risco total de investimentos se preferir pode comparar o risco de um investimento em ativo único com investimento em mais de um ativo Infográfico Uma ferramenta que auxilia o entendimento entre retorno esperado e risco do investimento é a análise gráfica entre estas duas variáveis Desta maneira podese avaliar o contexto e tomar a melhor decisão em relação ao investimento proposto No Infográfico você poderá ver como é realizada esta análise gráfica ANÁLISE GRÁFICA DE INVESTIMENTO No caso apresentado temos 2 investimentos Investimento A e Investimento B Além destes componentes temos a linha de mercado que também é chamada como TMA Taxa Mínima de Atratividade que seria o ganho mínimo do mercado mantido o mesmo nível de risco de outros ativos do mercado Contudo o Investimento A encontrase abaixo da linha de mercado apesar de possuir um retorno maior Por outro lado o Investimento B encontrase acima da linha de mercado com um retorno menor A escolha entre risco e retorno Retorno esperado Taxa de juros dos títulos do governo Linha do mercado Risco do investimento Como a tomada de decisão é baseada na análise de risco a empresa depois de realizar a análise gráfica toma a seguinte decisão O Investimento B oferece retorno acima de seu risco enquanto que o Investimento A apesar de oferecer retorno maior do que B está abaixo do seu próprio nível de risco Nestes condições a melhor opção é o investimento B Conteúdo do livro A análise de risco é uma ferramenta essencial para a avaliação de decisões de investimento Essa ferramenta possibilita fornecer parâmetros objetivos para a tomada de decisão do investidor Falamos em parâmetros objetivos pois a sorte pode estar mais presente nas decisões que são tomadas do dia a dia do investidor do que gostaria Com o domínio sobre a relação entre risco e retorno você vai poder ter um direcionamento maior sobre os investimentos Há uma complexidade relevante ao transformar esse risco e retorno em números Porém somente há sentido usar as técnicas de cálculo de risco e retorno se você souber usar nas situações de forma adequada Assim a escolha de risco e retorno é primordial para o estudo das finanças No capítulo Análise de Risco em Decisões de Investimento I da obra Administração Financeira que servirá de base teórica desta Unidade de Aprendizagem você vai ver como diferenciar risco sistêmico e risco não sistêmico como ajustar a taxa de desconto retorno ao risco e por fim como relacionar a diversificação com a redução de risco Boa leitura ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Diferenciar risco sistêmico e risco não sistêmico Ajustar a taxa de desconto retorno ao risco Relacionar a diversificação com a redução de risco Introdução A análise de riscos está presente em cada decisão que tomamos no nosso dia a dia Para cada ação temos uma decisão Um dos pontos cruciais para que a decisão seja mais assertiva é considerar os riscos e retornos envolvidos nas operações de investimento Uma das maneiras de materializar a avaliação do risco nas decisões de investimento é diferenciar o risco sistêmico do risco não sistêmico Assim poderemos decidir com base em informações que vão trazer um resultado concreto para os investimentos O ajuste da taxa de desconto para cada risco percebido pelos investimentos realizados também é um ponto relevante a ser considerado nas análises Nós seremos tentados a sempre utilizar a mesma taxa de desconto mas isso vai nos levar a um nível de risco maior do que poderia realmente ser Os prejuízos serão bem maiores nessa situação Devemos lembrar que o preço de um maior retorno também é um risco maior Ao diversificar os investimentos os níveis de retorno vão variar devido aos diferentes riscos da carteira presentes Análise de risco em decisões de investimento I Daisy Assmann Lima Neste capítulo você vai ver que para montar uma carteira eficiente é necessário entender a diferença entre risco sistêmico e risco não sistêmico A partir disso estaremos mais direcionados em nossa atuação e ajustaremos constantemente a taxa de desconto a cada nova situação identificada Além disso você vai estudar a diversificação da carteira de investimentos uma ferramenta para maximizar o retorno Risco sistêmico no contexto das finanças privadas Antes de iniciarmos a diferenciação entre os riscos sistêmicos e não sistêmi cos é importante saber o que é risco Para Higgins 2014 p 305 Em termos gerais o risco de um investimento apresenta dois aspectos a dispersão dos possíveis retornos de um investimento e a correlação desses retornos com aqueles disponíveis em outros ativos O aspecto de dispersão diz respeito a como os riscos estão concentrados e o de correlação está relacionado a como os riscos se relacionam uns com os outros Para entender melhor esses dois aspectos vamos analisar a Figura 1 Figura 1 Risco do investimento Fonte Higgins 2014 p 306 Análise de risco em decisões de investimento I 2 O investimento A possui uma concentração maior do retorno pois o gráfico A é mais afilado O investimento B tem uma concentração menor do retorno pois o gráfico B é menos afilado e portanto mais largo Se temos um retorno como o do gráfico A há menor possibilidade de risco Veja que o gráfico A demonstra grande probabilidade de obter aqueles retornos ou seja o risco é menor Com o gráfico B acontece o oposto pois ele tem maior dispersão no retorno ou seja um risco maior Assim é possível perceber como ocorre essa relação inversa entre risco e retorno No contexto das avaliações de investimentos outro ponto importante é a diferença entre o risco sistêmico e o risco não sistêmico O termo sistêmico significa que vem do sistema do funcionamento do sistema Esse é o risco do mercado Muito provavelmente um investidor sozinho não conseguirá alterar o risco que vem do mercado principalmente se considerarmos que estamos em um mercado competitivo Higgins 2014 p 308 aponta que O risco sistêmico reflete a exposição a eventos que afetem a economia como um todo como mudanças das taxas de juros e ciclos de negócio e que não possam ser reduzidos por meio de diversificação O risco não sistêmico é aquele em que o investidor tem maior chance de mitigar O investidor faz a análise para identificar o que pode estar interfe rindo no risco não sistêmico e assim toma sua decisão de investimento de maneira mais qualificada Higgins 2014 p 308 aponta O risco não sistêmico por outro lado reflete eventos especificamente ligados ao investimento como incêndios e processos judiciais que podem ser eliminados por meio de diversificação Como os investidores sábios mantêm carteiras de investi mento diversificadas só o risco sistêmico e relevante para avaliar as oportunidades de investimento O resto pode ser eliminado por diversificação Note que Higgins 2014 alerta sobre a importância de se diversificar os investimentos Porém o autor aponta que apenas a parte sistêmica é passível de se buscar oportunidades de investimento O risco não sistêmico pode ser eliminado por meio de diversificação da carteira A Figura 2 mostra como o risco total é subdividido em risco sistêmico e risco não sistêmico Em geral podemos dizer que Risco total risco sistêmico risco Note que a diversificação pode fazer com que o risco não sistêmico seja zero mas o risco sistêmico sempre vai existir Análise de risco em decisões de investimento I 3 Figura 2 Risco sistêmico e risco não sistêmico Fonte Higgins 2014 p 309 O risco sistêmico vai refletir situações que envolvem o risco da econo mia como um todo então é difícil precificar esse tipo de risco É o risco por uma mudança das taxas de juros do próprio ciclo dos negócios BERK DEMARZO HARFORD 2010 Não adianta diversificar a carteira pois esse tipo de risco não será mitigado É importante acompanhar as notícias para tomar as decisões de maneira mais assertiva possível mas ele foge do alcance do investidor No Brasil recentemente vivemos a redução paulatina da taxa de juros Esse movimento foi incorporado nos preços dos ativos mas não estava previsto pelos analistas Mesmo que estivesse qual seria a medida para mitigar os efeitos dessa redução das taxas de juros Por outro lado há riscos diretamente ligados ao investimento que podem ser eliminados por meio da diversificação processos judiciais expectativa de crescimento da empresa posicionamento no mercado proteção a eventos adversos como incêndios e assim por diante Risco não é sinônimo de retorno Para maiores retornos é necessário diversificar a carteira de ativos Análise de risco em decisões de investimento I 4 Relação entre taxa de desconto e risco Na seção anterior vimos que o risco possui duas partes relevantes a sistêmica e a não sistêmica O investidor deve atuar na parte não sistêmica do risco Para qualificar o risco não sistêmico é preciso usar ferramentas para que a tomada de decisão seja a melhor possível dentre as opções disponíveis no mercado Uma maneira de incorporar essa informação na análise é quantificar o risco sistêmico Podemos quantificar os riscos por meio de análise de cenários análise de sensibilidade e de simulações Esses métodos vão mostrar como os fatores econômicos afetam o risco do investimento Agora que incorporamos os riscos do mercado vamos avaliar os riscos dos investimentos para poder avaliar oportunidades do mercado de investimento Taxa de desconto para Assaf Neto 2014 é uma forma de embutir a remu neração mínima exigida pelos proprietários de capital tanto pelos credores quanto pelos acionistas diante do risco assumido Portanto para riscos maiores a taxa de desconto precisa ser maior para compensar o risco do investimento Outra maneira de enxergar isso é que em investimentos com riscos maiores a taxa de desconto é maior em razão dos retornos incertos Em resumo é possível afirmar que o prêmio de risco aumenta conforme aumenta o risco que o investidor percebe no investimento Assim o ajuste à taxa de desconto é uma resposta ao risco avaliado pelo investidor Como incluímos o ajuste por causa do risco a atratividade do investi mento fica menor É possível aplicar esse raciocínio tanto no valor presente líquido VPL quanto na taxa interna de retorno TIR A percepção de risco do investimento é incorporada na taxa que vai para o cálculo do VPL e da TIR ROSS et al 2015 O VPL é a diferença entre o valor presente dos benefícios futuros esperados de caixa de um investimento e o capital investido Esse tipo de medida é uma das mais utilizadas em finanças corporativas pois sinaliza a riqueza criada pela decisão de investimento O TIR é a taxa de retorno cor respondente à taxa de juros que iguala em um mesmo momento as entradas e saídas dos investimentos Ao longo do tempo aumentase a percepção de como quantificar o risco percebido em cada tipo de investimento Essa noção de risco vai auxiliar na determinação da taxa de desconto ajustada e consequentemente vai auxiliar Análise de risco em decisões de investimento I 5 na avaliação do risco do investimento A Figura 3 apresenta a relação entre o risco do investimento e a taxa de desconto ajustada pelo risco Note que à medida que aumenta o risco do investimento também au menta a taxa de desconto ajustada que vai refletir no retorno dos ativos É como se o preço de um retorno maior fosse o risco Assim investimentos que incorporam um risco maior recompensam os seus investidores com retornos maiores Essa ideia é subjetiva mas ao ajustar a taxa de retorno inserimos na taxa de desconto o ajuste necessário para incluir o risco do projeto Figura 3 Taxa de desconto ajustada e risco dos investimentos Fonte Higgins 2014 p 323 Veja a seguir um exemplo baseado em Higgins 2014 de como incluir o risco nos fluxos de caixa dos investimentos Vale lembrar que quanto maior o prêmio maior será o risco do investimento Considere um investimento de R 10 milhões e um fluxo de caixa com ativos que possuem risco de R 2 milhões ao ano durante 10 anos Para calcular o VPL vamos considerar uma taxa livre de risco de 5 e um prêmio pelo risco de 7 Considerando essas taxas o VPL será de R 13 milhão pois descontamos Análise de risco em decisões de investimento I 6 os R 10 milhões iniciais investidos Perceba que o resultado foi positivo de R 13 milhão então o investimento é atraente Veja o cálculo a seguir VPL valor presente das entradas de caixa valor presente das saídas de caixa VPL R 135 100 milhões R 13 milhão Outra análise é a da TIR Nesse exemplo a TIR é de 151 maior do que os 12 que consideramos A TIR é a taxa de desconto a qual o VPL de um investimento é igual a zero Então considere que a taxa livre de risco e o prêmio pelo risco somados são a TIR e que VPL é zero A taxa obtida para esse exemplo é justamente 151 Assim é possível dizer que a taxa de desconto ajustada pelo risco reduz a atratividade do investimento O procedimento mais objetivo para se obter uma taxa de desconto ajustada pelo risco é por meio do custo do capital Assim os investidores incorporam os riscos dos projetos nas suas avaliações de retorno O custo de oportunidade é uma maneira de avaliar os riscos dos projetos No nosso caso queremos analisar possibilidades de investimentos Por isso a ideia é comparar projetos alternativos com custos de oportunidade semelhantes e então decidir qual é o investimento mais vantajoso O custo do investimento de referência que vamos usar como parâmetro para avaliar investimentos alternativos é o custo do capital da empresa Ele será um balizador de decisão de investimento para a empresa Auto maticamente queremos saber qual é a taxa de atratividade mínima para avaliar os investimentos alternativos Afinal desejamos descobrir se existem outros investimentos atraentes a ponto de serem integrados à carteira de investimentos Para essa técnica teremos um projeto de referência atrelado a uma em presa então vamos usar o custo do capital dessa empresa como o mínimo necessário para o projeto Se for o caso o custo de capital dessa empresa também pode virar a referência para o setor analisado Os setores dependem de quais o investidor está interessado pode ser siderúrgico farmacêutico financeiro educacional etc A seguir veremos diferentes formas de calcular o custo do capital Uma forma de estimar o custo do capital é usar um método guiado pelas perspectivas históricas da empresa Podemos usar um modelo de precificação de ativos que também é conhecido pela sigla CAPM Capital Asset Pricing Mo del Tratase de um modelo amplamente usado que obedece a seguinte regra Análise de risco em decisões de investimento I 7 8 Análise de risco em decisões de investimento I Retorno esperado do ativo de risco taxa de juros livre de risco prêmio pela inflação prêmio pelo risco Veja como Higgins 2014 transforma essa regra na fórmula do CAPM K E i g β c R p onde i g é a taxa livre de riscos β c é o beta do patrimônio líquido da empresa visada R p é o rendimento excedente das ações extraordinárias O β c funciona como o risco sistêmico das ações de uma empresa que corresponde ao risco da ação média Para Higgins 2014 p 322 essa equação descreve a relação de equilíbrio entre o retorno esperado de qualquer ativo de risco e seu risco sistêmico Em outras palavras a equação define a taxa mínima de retorno aceitável que um investor exigiria sobre um ativo de risco O termo β c R p representa o retorno excedente histórico das ações extraordinárias multiplicado pelo β c Para encontrar o valor de β c é preciso estimálo O método utilizado para estimar o valor de β c é o de regressão linear Ele consiste em estimar a equação de uma reta bem como sua inclinação O valor de β c é justamente a inclinação dessa reta estimada O β c corresponde à sensibilidade dos retornos das ações em relação ao movimento do mercado Portanto a sensibilidade pode ser agora medida pelo valor de β c Se a linha ou reta estimada é pouco inclinada então as ações da empresa são menos sensíveis aos movimentos do mercado Se a linha estimada é muito inclinada então as ações da empresa são mais sensíveis aos movimentos do mercado Vale ressaltar que esse método pode ser usado não somente para avaliação de ações mas também de carteiras ou fundos de investimentos A ideia é comparar os retornos dos ativos com o retorno do mercado Outro método é o custo médio ponderado de capital WACC do inglês weighted average cost of capital Ele é uma forma de determinar de onde vem o custo do capital Por exemplo se parte da dívida vem do capital próprio da empresa e outra parte vem do custo da dívida podemos obter em termos percentuais o custo do capital da empresa em função do custo das fontes individuais de capital ponderadas pela importância que possuem na estrutura de capital da empresa Vale considerar que o custo da dívida pode ser composto por diversos itens como o valor dos empréstimos o valor dos financiamentos o capital de terceiros entre outros Veja a seguir um exemplo conforme Higgins 2014 Outro conceito importante no campo do custo do capital é o valor de mercado É necessário saber o preço das ações no mercado financeiro e então multiplicar pela quantidade de ações no balanço da empresa Esse parâmetro é relevante para determinar os parâmetros D e E que vimos na fórmula do CMPC Também precisamos calcular uma perpetuidade O motivo para isso é relativamente simples a perpetuidade vai servir de parâmetro sobre os pagamentos futuros esperados pelos acionistas Veja um exemplo baseado em Higgins 2014 Suponha que você investe R que chamaremos de capital próprio da empresa e espera receber R d por ação Esse d será o nosso dividendo Presumimos um fluxo de pagamentos futuros e queremos saber qual é a taxa de desconto KE dessa perpetuidade Veja a fórmula de perpe tuidade a seguir Isolando a taxa de desconto temos Essa fórmula significa que o retorno das ações de uma empresa é como uma perpetuidade somente se o custo do capital próprio da empresa for apenas o retorno de dividendos ou dividend yield Nesse conceito de perpetuidade podemos acrescentar o crescimento formando o crescimento perpétuo A ideia é que os acionistas esperem que o dividendo cresça à taxa g de forma perpétua Nesse caso a fórmula anterior se torna E a taxa de desconto fica Agora a KE indica que o custo do capital próprio será igual ao retorno dos dividendos mais a taxa de crescimento dos dividendos É uma situação mais condizente com a expectativa dos investidores A qualidade da perpetuidade vai depender por exemplo do nível de maturidade que a empresa possui Análise de risco em decisões de investimento I 10 no mercado Quanto mais consolidada a empresa mais consistentes são os dados do mercado para essa empresa Diversificação da carteira e redução de risco A carteira de investimento é composta pelos ativos que o investidor tem interesse em incluir Contudo essa escolha não deve ser aleatória O investidor pode ter preferências mas elas devem ser usadas para diversificar o leque de investimentos que vão compor a carteira BERK DEMARZO HARFORD 2010 Geralmente os nossos gostos são variados então essas preferências vão ser transpor para a carteira Quanto maior for a diversificação menor será o risco inerente da carteira Vamos supor que você acredita em determinada empresa e compra as ações dela e a empresa não apresenta um bom desempenho Nesse caso você vai absorver todo o risco da empresa Contudo se você colocar uma parte dos seus investimentos nessa empresa e o restante em outras cinco empresas e uma delas tiver um mal desempenho as chances de haver um desempenho ruim na carteira ficará minimizado BREALEY MYERS ALLEN 2018 Note que o risco da carteira e o risco do ativo são diferentes Segundo Higgins 2014 p 308 O risco de um ativo isoladamente e maior do que o seu risco quando participa de uma carteira sempre que os retornos do ativo e os retornos da carteira não estejam perfeitamente correlacionados Nessa situação corriqueira parte da variabilida de dos retornos do ativo e contrabalanceada pela variabilidade dos retornos da carteira e o risco a que o investidor se sujeita diminui A diversificação não é indiscriminada Quando o investidor for diversificar o risco da carteira ele fará isso escolhendo ativos que não sejam relacio nados entre si Isso é importante para diversificar de verdade a carteira de investimentos Não faz sentido compor a carteira com ativos do mesmo segmento por exemplo Se um evento afetar esse segmento todas as ações serão afetadas MARKOWITZ 1952 Análise de risco em decisões de investimento I 11 Veja a Figura 4 No primeiro gráfico temos a variação do retorno ao longo do tempo com dois ativos que possuem correlação inversa Isso significa que quando um ativo tem retorno positivo o outro ativo tem retorno negativo Assim ao final os riscos são mitigados e mantemos um retorno médio posi tivo No segundo gráfico temos dois ativos que caminham na mesma direção Isso significa que quando um ativo se valoriza o outro também se valoriza A correlação entre esses ativos é positiva Para um investidor mitigar os seus riscos ele precisa que a sua carteira seja composta por ativos com correlações negativas entre si Assim haverá maior retorno ao menor risco possível Esteja ciente de que sempre haverá um risco referente ao ativo livre de risco Esse ativo em geral é relacionado aos títulos do governo A ideia é que o governo do país banque os títulos sempre Então falamos em ativos com risco zero Quando fazemos as análises entre países percebemos que diferentes países possuem diferentes taxas de risco Figura 4 Diversificação do risco e correlação entre ativos Fonte Assaf Neto 2014 p 236 Uma pessoa com uma carteira diversificada vai continuar vendo a varia ção do retorno de sua carteira como a medida ideal do risco da carteira O retorno de cada ativo passa a ter uma importância menor e a variação de cada título é essencial para a variação da carteira como um todo BREALEY MYERS ALLEN 2018 Veja a seguir um exemplo baseado em Higgins 2014 de como a diversifi cação reduz o risco A princípio vamos tomar um caso simples como o de um vendedor de sorvetes Ele vai ter um retorno de 60 em dias de sol e de 20 em dias de chuva resultando em um retorno ponderado de 20 06 05 02 05 Agora considere uma loja de guardachuvas O dono da loja vai ter um retorno de 30 em dias de sol e de 50 em dias de chuva resultando em um retorno ponderado de 10 03 05 05 05 Entretanto a nossa carteira será composta por ações da barraca de sorvete e da loja de guardachuvas Análise de risco em decisões de investimento I 12 Vamos compor a nossa carteira com metade de cada empreendimento A pergunta é isso vai afetar o retorno ponderado da nossa carteira Quando faz sol temos um retorno de 30 nos dois empreendimentos Como temos 50 então o retorno será de 15 Quando chove temos um retorno de 30 Como temos 50 então o retorno será de 15 Como a chance de fazer sol ou chover é de 50 então vamos ponderar por essas possibilidades Isso vai nos dar um retorno ponderado de 15 e com 100 de chances Veja que quando analisamos os investimentos em conjunto não importa mais se fará sol ou chuva conforme preconiza Ross et al 2015 Outro ponto muito relevante é que o retorno do ativo isoladamente não tem mais tanta importância assim para refletir em maiores retornos para a carteira de investimentos Esse é o efeito prático da diversificação Referências ASSAF NETO A Finanças corporativas e valor 7 ed São Paulo Atlas 2014 BERK J DEMARZO P HARFORD J Fundamentos de finanças empresariais Porto Alegre Bookman 2010 BREALEY R A MYERS S C ALLEN F Princípios de finanças corporativas 12 ed Porto Alegre AMGH 2018 HIGGINS R C Análise para administração financeira 10 ed Porto Alegre AMGH 2014 MARKOWITZ H Portfolio selection Journal of Finance v 7 n 1 p 7791 Mar 1952 Dis ponível em httpswwwmathusthkmaykwokcoursesma36207FmarkowitzJFpdf Acesso em 29 abr 2021 ROSS S A et al Administração financeira 10 ed Porto Alegre AMGH 2015 Leitura recomendada KUCHARSKI A A ciência da sorte a matemática e o mundo das apostas de loterias e cassinos ao mercado financeiro Rio de Janeiro Zahar 2017 Análise de risco em decisões de investimento I 13 Conteúdo Dica do professor A Análise de Risco é uma função da área de Investimentos que prioriza identificar qual é o ativo mais adequado para que a empresa possa ter o retorno esperado pelos seus acionistas Compreender o processo de análise é o desafio dos gestores financeiros para que suas decisões de investimento sejam o mais assertiva possível Veja na Dica do Professor o processo de análise de risco Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Na prática No dia a dia das empresas o risco é um fator sempre presente As decisões sobre o que fazer antes de os riscos acontecerem podem definir o resultado positivo ou negativo da empresa Buscar eliminar todos os riscos pode não ser a melhor opção Isso acontece porque na maioria dos casos o que se faz é trocar um tipo de risco por outro Na Prática você vai ver um exemplo de análise de risco em uma empresa de transformação Contudo no caso se não ocorrer o furto o custo do seguro não trouxe prejuízo à empresa Neste caso a empresa ao realizar a análise de risco deve considerar este custo no cálculo entre risco e retorno Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor Risco Sistemático e Não Sistemático Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Método Monte Carlo para análise de risco Leia o artigo que aborda um estudo sobre Método de Monte Carlo MCM aplicada à avaliação da TIR Taxa Interna de Retorno e VPL Valor Presente Líquido para simular cenários econômicos e financeiros Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar O que é análise de risco Leia o artigo que aborda o processo de tomada de decisão em vários ambientes Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar