8
História
FIC
48
História
FIC
27
História
UFJF
15
História
UNICESUMAR
2
História
UNICESUMAR
1
História
UNOPAR
27
História
UNICESUMAR
16
História
UMG
Texto de pré-visualização
TRABALHOS DE ADAPTAÇÃO FORMATAÇÃO DO TRABALHO FONTE DA LETRA ARIAL 12 ESPAÇO ENTRE LINHAS 15 FORMATAÇÃO DE TEXTO JUSTIFICADO MARGENS 2 CENTÍMETROS SUPERIOR INFERIOR ESQUERDA E DIREITA NÃO DAR ESPAÇOS ENTRE OS PARÁGRAFOS NÚMERO DE PÁGINAS MÍNIMO DE 4 PÁGINAS FORA A CAPA E A BIBLIOGRAFIA FONTES BIBLIOGRÁFICAS EM ORDEM ALFABÉTICA TEMA A HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFA BRASILEIRA O CONCEITO GERAL E A CONTRIBUIÇÃO DE FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEM Logo da instituição de ensino NOME DA INSTITUIÇÃO Nome do aluno A HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA O CONCEITO GERAL E A CONTRIBUIÇÃO DE FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN CIDADE 2022 O historiador e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagen nasceu no Brasil em 1816 Sua obra História Geral do Brasil foi publicada em dois volumes o primeiro no ano de 1854 e o segundo em 1857 o próprio autor revisou a reedição em 1887 com uma maior atenção a parte final do livro desta maneira conseguiu demonstrara uma aproximação com os acontecimentos relatos por ele Esta análise aqui apresentada sobre Varnhagen tem por objetivo explorar a história da historiografia por meio do ofício do autor ademais alocar as características políticas e históricas concomitantes nos escritos abrangentes de Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX As biografias foram uma máxima nas escrituras do diplomata estando fortemente atreladas e profusas ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB local financiado pelo poder imperial à época inaugurado na cidade do Rio de Janeiro em 1838 o periódico do IHGB foi deveras importante para a divulgação de notícias biográficas elaboradas por Varnhegen de acordo com OLIVEIRA 2011 Considerado um profícuo colaborador da revista por José Honório Rodrigues também recebeu a alcunha de o iniciador da biografia no Brasil oitocentista RODRIGUES 1957 p 277 Em âmbito geral a seção biográfica da Revista conta com 25 biografados e 31 textos com a firma do diplomata e historiador fundindo biografias por ele elaboradas algumas reescriturações com correções e informações complementares além das reedições comentadas de estudos editados em outras publicações nem todas de autoria de Varnhagen porém com a sua revisão Não poderia aqui explicar uma a uma todas as razões que tive para dar certos toques para empregar tais ou tais frases na História geral Assim v gr na pag 412 do Tomo 2 há duas palavras que parecem desfavorecer e sem embargo estão aí de intento e depois de muita reflexão Era necessário começar por não me constituir adulador para melhor encaminhar comigo o leitor a crer o que logo depois digo em tópicos mais melindrosos e essências à heroicidade Como cronista poderei ser mais adulador ou panegirista como historiador produziria efeitos negativos Creio que faço justiça ao Sr D Pedro I VARNHAGEN 1961 p 246247 Para efeito é cabível ressaltar as considerações de Luiz Costa Lima que reiterando as palavras de Samósata em seu trabalho Como se deve escrever a história 165 dC que se vale da importância dos ínfimos detalhes da retórica ara tratar historiografia antiga Luciano Samósata concluiu a noção de que o historiador deve conhecer a diferença entre o que escreve e o panegírico conforme Costa Lima A crítica veemente a que Luciano submetia os historiadores se tornava mais frequente porque outra vez com a exceção da Poética aristotélica os antigos se contentavam em caracterizar os gêneros poéticos pelo ornamento e pelo seu excesso LIMA 2006 p 96 Durante o oitocentismo a escrita histórica e os esforços para caminhar da eloquência até a crítica sempre formaram uma convergência à discussão e agregavam outros pontos abertos pelo declínio da historia magistra vitae consoante LIMA 2006 p 120125 Em 1854 Varnhagen retomava outra definição através de uma edição adicional tardia publicado ao final do primeiro tomo da sua História geral do Brasil Há a separação entre a história geral ainda não resumida de um Estado a outra parte são as atas das suas cidades e vilas os anais e fastos das antigas províncias bem como as crônicas dos seus governantes e as vidas e biografias de seus cidadãos beneméritos Aquela não impede que nestas se trabalhe e em cada qual tem a narração proporções convenientes VARNHAGEN 1854 p 478 Argumentar sobre as propriedades do historiador e os enquadramentos recortes que uma chamada história geral deveria fazer eram parte da compreensão nacional de historiografia ainda que não sendo algo sobre o qual tenha se aprofundado Varnhagen Através da leitura de sua História é possível inferir o quanto tais argumentos indicavam a necessidade de se estabelecer algumas questões inerentes às perspectivas pelas quais passava a escrita da matéria história no Brasil do século XIX Ser um historiador escrever a história um ofício infelizmente considerado pouco preciso adentrando nas questões sobre o que é ciência isso partindo da maneira como Varnhagen desenvolvia o seu trabalho O que submerge nos textos de historiador de maneira ampla a então recente movimentação disciplinar da história ao mesmo tempo em que legitimava a produção desse conhecimento e a figuração do pesquisador como um profissional acabava por criar incongruências e limitações Tais entraves envolviam o próprio trabalho com o tempo histórico e a conjuntura política Atas anais crônicas e biografias fazem parte dos interesses de Varnhagen mas em nada disputam com a grande obra dedicada ao Imperador A História é outra coisa O historiador deve dominar e ser capaz de atribuir na leitura ou escrita dessas formas narrativas proporções convenientes Diferentemente da antiga marcação instauradora no salto dos anais à escrita da história associada a Cícero não significava ir de uma a outra fórmula mas dominálas sob um novo regime Já em 1843 uma década antes da primeira edição da História geral ao comentar de suas pesquisas nos arquivos da Torre do Tombo com seu amigo Januário da Cunha Barbosa dizia Varnhagen Lá virá tempo em que eu não tenha arquivos e então o organizar dos documentos a redação histórica será o meu cuidado Estes documentos soltos não os quero enviar por que é necessário para terem curiosidade mesmo na Revista unilos e combinálos em doutrinas que façam tal ou qual corpo VARNHAGEN 1961 p 103 A biografia outro dos gêneros citados por Varnhagen como instrumento de comparação na definição de sua obra é citada na última seção de sua narrativa incluindo uma biografia econômica da história desta nação onde a figura de Pedro I encerra a História com a transcrição de uma carta datada de sua abdicação em 1831 três anos antes de vir a falecer Enuncia Varnhagen Paremos por enquanto aqui A independência e o império ficam proclamados e este com bandeira escudo darmas ordem de mérito laço e hino nacional VARNHAGEN 1857 p 442 Consecutivamente afirmava o historiador que o término de sua narração davase em um ponto específico devido aos limites documentais e dos resguardos que se devem aos vivos e que pediriam uma redação que não ataria bem com a imparcialidade que guardamos pelo passado VARNHAGEN 1857 p 442 Comentava ainda que embora não se atrevesse a avançar no tempo em uma história contemporânea não nos despedimos de a seguir estudando corrigindo novos materiais para ela e desde já escrevendo algumas biografias de indivíduos falecidos cujas as vidas sequer apresentavam pontos melindrosos nem careciam de todo de futuros esclarecimentos VARNHAGEN 1857 p 442 grifo nosso Assim o último personagem de História Geral não ganharia uma biografia mas uma modesta Crônica D Pedro I Desta maneira entre a escrita de história geral e biografias o autor guardava seus relevos efetivamente diversos Para tanto podese inferir que se a história não poderia resumirse à crônica sendo assim à diminuições rápidas e desconexas de seu contexto tampouco a escrita biográfica em casos determinados seria merecedora desse tratamento por parte de um pesquisador este de quem se fala em específico Sempre houve um compromisso com a veracidade da produção de uma História do tempo presente e suas implicações no Brasil do século XIX É salientar a observação sobre o prefácio de seu texto História da Independência o qual Varnhagen é veemente no concernente a diferença do gênero narrativo que o mesmo se vale em partes para chegar às iniciações dos textos biográficos em História Geral algo próximo aos cronicões do medievo No prefácio escreve o autor Quanto ao método adotado na exposição foi a própria experiência que nolo aconselhou Não escrevemos anais escrevemos uma história e os saltos continuados a uma e outra província deixando interrompido o fio dos sucessos importantes e capitães produzia confusão e não permitia que os próprios das províncias fossem convenientemente explicados VARNHAGEN 19161917 p 28 Na parte final de História Geral há pouco a se ressaltar sobre a escrita biográfica A intenção do historiador será a obrigatoriedade das explicações relacionadas aos personagens por ele mencionados do imperador aos guerreiros holandeses por quem parecia ter muita estima Outra dicotomia de Varnhagen é o fato de respeitar o local onde a história era passada e seu contexto cultural a exemplo quando Pernambuco foi dominado pelas tropas de Maurício de Nassau Assim tornarse impossível não colocar o historiador como um amalgama ainda na contemporaneidade pelo seu trato com a matéria histórica não apenas pelo que conhecia mas pelo que procurava conhecer Apelo para centenas de passagens de minha História geral a fim de que decidam se acaso sou dos que por mal entendido amor pela terra em que nasci ou pelos filhos dela deixo de tributar a devida justiça aos beneméritos e abnegados amigos do Brasil vindos ao mundo do outro lado do Atlântico Sim Srs é certo que por amor pela justiça devida ao verdadeiro mérito e não convenientemente tributado levantei pendão em favor de André Vidal que estava considerado como de méritos mui inferiores a Fernandes Vieira de quem já hoje é em todo o caso posto ao par Se porém no meu desempenho fui mais além do que devia como os antepassados durante mais de dois séculos praticaram com Vieira em prejuízo de Vidal deixo ai posteri la sentenzia VARNHAGEN 1961 p 485486 Portanto Varnhagen promoveu uma visão pragmática e articulatória da História não esperando que os grandes homens de mil e oitocentos iniciassem a escrita de seus próprios feitos se alocou nesse lugar disposto a fazêlo para lembrar a todos que nenhuma batalha se trava só seja no passado ou no presente De todo as questões historiográficas no brasil se dividem em antes e depois de Fernando Adolfo Varnhagen Referências CERTEAU Michel de A escrita da história Rio de Janeiro Forense Universitária 2000 LIMA Luiz Costa História Ficção Literatura São Paulo Companhia das Letras 2006 VARNHAGEN Francisco Adolfo de Correspondência ativa Coligida e anotada por Clado Ribeiro de Lessa Rio de Janeiro INLMEC 1961 História da Independência do Brasil até ao reconhecimento pela antiga metrópole compreendendo separadamente a dos sucessos ocorridos em algumas províncias até essa data Revista do IHGB 19161917 79 p 5598 D Antonio Filippe Camarão Revista do IHGB 1867 Tomo XXX p 419428 p 501508 História geral do Brasil antes de sua separação e independência de Portugal 3ª Ed Integral São Paulo Melhoramentos sd História geral do Brasil isto é do descobrimento colonização legislação e desenvolvimento deste estado hoje império independente escrita em presença de muitos documentos autênticos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda Por um sócio do Instituto Histórico do Brasil natural de Sorocaba Tomo Primeiro Rio de Janeiro E e H Laemmert 1854 História geral do Brasil Isto é do descobrimento colonização legislação desenvolvimento e do império escrita em presença de muitos documentos inéditos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda e dedicada a sua majestade imperial o senhor D Pedro II Tomo segundo Rio de Janeiro E e H Laemmert Madrid Imprensa de J del Rio 1857 WEHLING Arno Varnhagen história e diplomacia In SILVA Alberto da Costa e org O Itamaraty na cultura brasileira Brasília Instituto Rio Branco 2001 p 4055 Logo da instituição de ensino NOME DA INSTITUIÇÃO Nome do aluno A HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA O CONCEITO GERAL E A CONTRIBUIÇÃO DE FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN CIDADE 2022 O historiador e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagen nasceu no Brasil em 1816 Sua obra História Geral do Brasil foi publicada em dois volumes o primeiro no ano de 1854 e o segundo em 1857 o próprio autor revisou a reedição em 1887 com uma maior atenção a parte final do livro desta maneira conseguiu demonstrara uma aproximação com os acontecimentos relatos por ele Esta análise aqui apresentada sobre Varnhagen tem por objetivo explorar a história da historiografia por meio do ofício do autor ademais alocar as características políticas e históricas concomitantes nos escritos abrangentes de Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX As biografias foram uma máxima nas escrituras do diplomata estando fortemente atreladas e profusas ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB local financiado pelo poder imperial à época inaugurado na cidade do Rio de Janeiro em 1838 o periódico do IHGB foi deveras importante para a divulgação de notícias biográficas elaboradas por Varnhegen de acordo com OLIVEIRA 2011 Considerado um profícuo colaborador da revista por José Honório Rodrigues também recebeu a alcunha de o iniciador da biografia no Brasil oitocentista RODRIGUES 1957 p 277 Em âmbito geral a seção biográfica da Revista conta com 25 biografados e 31 textos com a firma do diplomata e historiador fundindo biografias por ele elaboradas algumas reescriturações com correções e informações complementares além das reedições comentadas de estudos editados em outras publicações nem todas de autoria de Varnhagen porém com a sua revisão Não poderia aqui explicar uma a uma todas as razões que tive para dar certos toques para empregar tais ou tais frases na História geral Assim v gr na pag 412 do Tomo 2 há duas palavras que parecem desfavorecer e sem embargo estão aí de intento e depois de muita reflexão Era necessário começar por não me constituir adulador para melhor encaminhar comigo o leitor a crer o que logo depois digo em tópicos mais melindrosos e essências à heroicidade Como cronista poderei ser mais adulador ou panegirista como historiador produziria efeitos negativos Creio que faço justiça ao Sr D Pedro I VARNHAGEN 1961 p 246247 Para efeito é cabível ressaltar as considerações de Luiz Costa Lima que reiterando as palavras de Samósata em seu trabalho Como se deve escrever a história 165 dC que se vale da importância dos ínfimos detalhes da retórica ara tratar historiografia antiga Luciano Samósata concluiu a noção de que o historiador deve conhecer a diferença entre o que escreve e o panegírico conforme Costa Lima A crítica veemente a que Luciano submetia os historiadores se tornava mais frequente porque outra vez com a exceção da Poética aristotélica os antigos se contentavam em caracterizar os gêneros poéticos pelo ornamento e pelo seu excesso LIMA 2006 p 96 Durante o oitocentismo a escrita histórica e os esforços para caminhar da eloquência até a crítica sempre formaram uma convergência à discussão e agregavam outros pontos abertos pelo declínio da historia magistra vitae consoante LIMA 2006 p 120125 Em 1854 Varnhagen retomava outra definição através de uma edição adicional tardia publicado ao final do primeiro tomo da sua História geral do Brasil Há a separação entre a história geral ainda não resumida de um Estado a outra parte são as atas das suas cidades e vilas os anais e fastos das antigas províncias bem como as crônicas dos seus governantes e as vidas e biografias de seus cidadãos beneméritos Aquela não impede que nestas se trabalhe e em cada qual tem a narração proporções convenientes VARNHAGEN 1854 p 478 Argumentar sobre as propriedades do historiador e os enquadramentos recortes que uma chamada história geral deveria fazer eram parte da compreensão nacional de historiografia ainda que não sendo algo sobre o qual tenha se aprofundado Varnhagen Através da leitura de sua História é possível inferir o quanto tais argumentos indicavam a necessidade de se estabelecer algumas questões inerentes às perspectivas pelas quais passava a escrita da matéria história no Brasil do século XIX Ser um historiador escrever a história um ofício infelizmente considerado pouco preciso adentrando nas questões sobre o que é ciência isso partindo da maneira como Varnhagen desenvolvia o seu trabalho O que submerge nos textos de historiador de maneira ampla a então recente movimentação disciplinar da história ao mesmo tempo em que legitimava a produção desse conhecimento e a figuração do pesquisador como um profissional acabava por criar incongruências e limitações Tais entraves envolviam o próprio trabalho com o tempo histórico e a conjuntura política Atas anais crônicas e biografias fazem parte dos interesses de Varnhagen mas em nada disputam com a grande obra dedicada ao Imperador A História é outra coisa O historiador deve dominar e ser capaz de atribuir na leitura ou escrita dessas formas narrativas proporções convenientes Diferentemente da antiga marcação instauradora no salto dos anais à escrita da história associada a Cícero não significava ir de uma a outra fórmula mas dominálas sob um novo regime Já em 1843 uma década antes da primeira edição da História geral ao comentar de suas pesquisas nos arquivos da Torre do Tombo com seu amigo Januário da Cunha Barbosa dizia Varnhagen Lá virá tempo em que eu não tenha arquivos e então o organizar dos documentos a redação histórica será o meu cuidado Estes documentos soltos não os quero enviar por que é necessário para terem curiosidade mesmo na Revista unilos e combinálos em doutrinas que façam tal ou qual corpo VARNHAGEN 1961 p 103 A biografia outro dos gêneros citados por Varnhagen como instrumento de comparação na definição de sua obra é citada na última seção de sua narrativa incluindo uma biografia econômica da história desta nação onde a figura de Pedro I encerra a História com a transcrição de uma carta datada de sua abdicação em 1831 três anos antes de vir a falecer Enuncia Varnhagen Paremos por enquanto aqui A independência e o império ficam proclamados e este com bandeira escudo darmas ordem de mérito laço e hino nacional VARNHAGEN 1857 p 442 Consecutivamente afirmava o historiador que o término de sua narração davase em um ponto específico devido aos limites documentais e dos resguardos que se devem aos vivos e que pediriam uma redação que não ataria bem com a imparcialidade que guardamos pelo passado VARNHAGEN 1857 p 442 Comentava ainda que embora não se atrevesse a avançar no tempo em uma história contemporânea não nos despedimos de a seguir estudando corrigindo novos materiais para ela e desde já escrevendo algumas biografias de indivíduos falecidos cujas as vidas sequer apresentavam pontos melindrosos nem careciam de todo de futuros esclarecimentos VARNHAGEN 1857 p 442 grifo nosso Assim o último personagem de História Geral não ganharia uma biografia mas uma modesta Crônica D Pedro I Desta maneira entre a escrita de história geral e biografias o autor guardava seus relevos efetivamente diversos Para tanto podese inferir que se a história não poderia resumirse à crônica sendo assim à diminuições rápidas e desconexas de seu contexto tampouco a escrita biográfica em casos determinados seria merecedora desse tratamento por parte de um pesquisador este de quem se fala em específico Sempre houve um compromisso com a veracidade da produção de uma História do tempo presente e suas implicações no Brasil do século XIX É salientar a observação sobre o prefácio de seu texto História da Independência o qual Varnhagen é veemente no concernente a diferença do gênero narrativo que o mesmo se vale em partes para chegar às iniciações dos textos biográficos em História Geral algo próximo aos cronicões do medievo No prefácio escreve o autor Quanto ao método adotado na exposição foi a própria experiência que nolo aconselhou Não escrevemos anais escrevemos uma história e os saltos continuados a uma e outra província deixando interrompido o fio dos sucessos importantes e capitães produzia confusão e não permitia que os próprios das províncias fossem convenientemente explicados VARNHAGEN 19161917 p 28 Na parte final de História Geral há pouco a se ressaltar sobre a escrita biográfica A intenção do historiador será a obrigatoriedade das explicações relacionadas aos personagens por ele mencionados do imperador aos guerreiros holandeses por quem parecia ter muita estima Outra dicotomia de Varnhagen é o fato de respeitar o local onde a história era passada e seu contexto cultural a exemplo quando Pernambuco foi dominado pelas tropas de Maurício de Nassau Assim tornarse impossível não colocar o historiador como um amalgama ainda na contemporaneidade pelo seu trato com a matéria histórica não apenas pelo que conhecia mas pelo que procurava conhecer Apelo para centenas de passagens de minha História geral a fim de que decidam se acaso sou dos que por mal entendido amor pela terra em que nasci ou pelos filhos dela deixo de tributar a devida justiça aos beneméritos e abnegados amigos do Brasil vindos ao mundo do outro lado do Atlântico Sim Srs é certo que por amor pela justiça devida ao verdadeiro mérito e não convenientemente tributado levantei pendão em favor de André Vidal que estava considerado como de méritos mui inferiores a Fernandes Vieira de quem já hoje é em todo o caso posto ao par Se porém no meu desempenho fui mais além do que devia como os antepassados durante mais de dois séculos praticaram com Vieira em prejuízo de Vidal deixo ai posteri la sentenzia VARNHAGEN 1961 p 485486 Portanto Varnhagen promoveu uma visão pragmática e articulatória da História não esperando que os grandes homens de mil e oitocentos iniciassem a escrita de seus próprios feitos se alocou nesse lugar disposto a fazêlo para lembrar a todos que nenhuma batalha se trava só seja no passado ou no presente De todo as questões historiográficas no brasil se dividem em antes e depois de Fernando Adolfo Varnhagen Referências CERTEAU Michel de A escrita da história Rio de Janeiro Forense Universitária 2000 LIMA Luiz Costa História Ficção Literatura São Paulo Companhia das Letras 2006 VARNHAGEN Francisco Adolfo de Correspondência ativa Coligida e anotada por Clado Ribeiro de Lessa Rio de Janeiro INLMEC 1961 História da Independência do Brasil até ao reconhecimento pela antiga metrópole compreendendo separadamente a dos sucessos ocorridos em algumas províncias até essa data Revista do IHGB 19161917 79 p 5598 D Antonio Filippe Camarão Revista do IHGB 1867 Tomo XXX p 419428 p 501508 História geral do Brasil antes de sua separação e independência de Portugal 3ª Ed Integral São Paulo Melhoramentos sd História geral do Brasil isto é do descobrimento colonização legislação e desenvolvimento deste estado hoje império independente escrita em presença de muitos documentos autênticos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda Por um sócio do Instituto Histórico do Brasil natural de Sorocaba Tomo Primeiro Rio de Janeiro E e H Laemmert 1854 História geral do Brasil Isto é do descobrimento colonização legislação desenvolvimento e do império escrita em presença de muitos documentos inéditos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda e dedicada a sua majestade imperial o senhor D Pedro II Tomo segundo Rio de Janeiro E e H Laemmert Madrid Imprensa de J del Rio 1857 WEHLING Arno Varnhagen história e diplomacia In SILVA Alberto da Costa e org O Itamaraty na cultura brasileira Brasília Instituto Rio Branco 2001 p 4055
8
História
FIC
48
História
FIC
27
História
UFJF
15
História
UNICESUMAR
2
História
UNICESUMAR
1
História
UNOPAR
27
História
UNICESUMAR
16
História
UMG
Texto de pré-visualização
TRABALHOS DE ADAPTAÇÃO FORMATAÇÃO DO TRABALHO FONTE DA LETRA ARIAL 12 ESPAÇO ENTRE LINHAS 15 FORMATAÇÃO DE TEXTO JUSTIFICADO MARGENS 2 CENTÍMETROS SUPERIOR INFERIOR ESQUERDA E DIREITA NÃO DAR ESPAÇOS ENTRE OS PARÁGRAFOS NÚMERO DE PÁGINAS MÍNIMO DE 4 PÁGINAS FORA A CAPA E A BIBLIOGRAFIA FONTES BIBLIOGRÁFICAS EM ORDEM ALFABÉTICA TEMA A HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFA BRASILEIRA O CONCEITO GERAL E A CONTRIBUIÇÃO DE FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEM Logo da instituição de ensino NOME DA INSTITUIÇÃO Nome do aluno A HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA O CONCEITO GERAL E A CONTRIBUIÇÃO DE FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN CIDADE 2022 O historiador e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagen nasceu no Brasil em 1816 Sua obra História Geral do Brasil foi publicada em dois volumes o primeiro no ano de 1854 e o segundo em 1857 o próprio autor revisou a reedição em 1887 com uma maior atenção a parte final do livro desta maneira conseguiu demonstrara uma aproximação com os acontecimentos relatos por ele Esta análise aqui apresentada sobre Varnhagen tem por objetivo explorar a história da historiografia por meio do ofício do autor ademais alocar as características políticas e históricas concomitantes nos escritos abrangentes de Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX As biografias foram uma máxima nas escrituras do diplomata estando fortemente atreladas e profusas ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB local financiado pelo poder imperial à época inaugurado na cidade do Rio de Janeiro em 1838 o periódico do IHGB foi deveras importante para a divulgação de notícias biográficas elaboradas por Varnhegen de acordo com OLIVEIRA 2011 Considerado um profícuo colaborador da revista por José Honório Rodrigues também recebeu a alcunha de o iniciador da biografia no Brasil oitocentista RODRIGUES 1957 p 277 Em âmbito geral a seção biográfica da Revista conta com 25 biografados e 31 textos com a firma do diplomata e historiador fundindo biografias por ele elaboradas algumas reescriturações com correções e informações complementares além das reedições comentadas de estudos editados em outras publicações nem todas de autoria de Varnhagen porém com a sua revisão Não poderia aqui explicar uma a uma todas as razões que tive para dar certos toques para empregar tais ou tais frases na História geral Assim v gr na pag 412 do Tomo 2 há duas palavras que parecem desfavorecer e sem embargo estão aí de intento e depois de muita reflexão Era necessário começar por não me constituir adulador para melhor encaminhar comigo o leitor a crer o que logo depois digo em tópicos mais melindrosos e essências à heroicidade Como cronista poderei ser mais adulador ou panegirista como historiador produziria efeitos negativos Creio que faço justiça ao Sr D Pedro I VARNHAGEN 1961 p 246247 Para efeito é cabível ressaltar as considerações de Luiz Costa Lima que reiterando as palavras de Samósata em seu trabalho Como se deve escrever a história 165 dC que se vale da importância dos ínfimos detalhes da retórica ara tratar historiografia antiga Luciano Samósata concluiu a noção de que o historiador deve conhecer a diferença entre o que escreve e o panegírico conforme Costa Lima A crítica veemente a que Luciano submetia os historiadores se tornava mais frequente porque outra vez com a exceção da Poética aristotélica os antigos se contentavam em caracterizar os gêneros poéticos pelo ornamento e pelo seu excesso LIMA 2006 p 96 Durante o oitocentismo a escrita histórica e os esforços para caminhar da eloquência até a crítica sempre formaram uma convergência à discussão e agregavam outros pontos abertos pelo declínio da historia magistra vitae consoante LIMA 2006 p 120125 Em 1854 Varnhagen retomava outra definição através de uma edição adicional tardia publicado ao final do primeiro tomo da sua História geral do Brasil Há a separação entre a história geral ainda não resumida de um Estado a outra parte são as atas das suas cidades e vilas os anais e fastos das antigas províncias bem como as crônicas dos seus governantes e as vidas e biografias de seus cidadãos beneméritos Aquela não impede que nestas se trabalhe e em cada qual tem a narração proporções convenientes VARNHAGEN 1854 p 478 Argumentar sobre as propriedades do historiador e os enquadramentos recortes que uma chamada história geral deveria fazer eram parte da compreensão nacional de historiografia ainda que não sendo algo sobre o qual tenha se aprofundado Varnhagen Através da leitura de sua História é possível inferir o quanto tais argumentos indicavam a necessidade de se estabelecer algumas questões inerentes às perspectivas pelas quais passava a escrita da matéria história no Brasil do século XIX Ser um historiador escrever a história um ofício infelizmente considerado pouco preciso adentrando nas questões sobre o que é ciência isso partindo da maneira como Varnhagen desenvolvia o seu trabalho O que submerge nos textos de historiador de maneira ampla a então recente movimentação disciplinar da história ao mesmo tempo em que legitimava a produção desse conhecimento e a figuração do pesquisador como um profissional acabava por criar incongruências e limitações Tais entraves envolviam o próprio trabalho com o tempo histórico e a conjuntura política Atas anais crônicas e biografias fazem parte dos interesses de Varnhagen mas em nada disputam com a grande obra dedicada ao Imperador A História é outra coisa O historiador deve dominar e ser capaz de atribuir na leitura ou escrita dessas formas narrativas proporções convenientes Diferentemente da antiga marcação instauradora no salto dos anais à escrita da história associada a Cícero não significava ir de uma a outra fórmula mas dominálas sob um novo regime Já em 1843 uma década antes da primeira edição da História geral ao comentar de suas pesquisas nos arquivos da Torre do Tombo com seu amigo Januário da Cunha Barbosa dizia Varnhagen Lá virá tempo em que eu não tenha arquivos e então o organizar dos documentos a redação histórica será o meu cuidado Estes documentos soltos não os quero enviar por que é necessário para terem curiosidade mesmo na Revista unilos e combinálos em doutrinas que façam tal ou qual corpo VARNHAGEN 1961 p 103 A biografia outro dos gêneros citados por Varnhagen como instrumento de comparação na definição de sua obra é citada na última seção de sua narrativa incluindo uma biografia econômica da história desta nação onde a figura de Pedro I encerra a História com a transcrição de uma carta datada de sua abdicação em 1831 três anos antes de vir a falecer Enuncia Varnhagen Paremos por enquanto aqui A independência e o império ficam proclamados e este com bandeira escudo darmas ordem de mérito laço e hino nacional VARNHAGEN 1857 p 442 Consecutivamente afirmava o historiador que o término de sua narração davase em um ponto específico devido aos limites documentais e dos resguardos que se devem aos vivos e que pediriam uma redação que não ataria bem com a imparcialidade que guardamos pelo passado VARNHAGEN 1857 p 442 Comentava ainda que embora não se atrevesse a avançar no tempo em uma história contemporânea não nos despedimos de a seguir estudando corrigindo novos materiais para ela e desde já escrevendo algumas biografias de indivíduos falecidos cujas as vidas sequer apresentavam pontos melindrosos nem careciam de todo de futuros esclarecimentos VARNHAGEN 1857 p 442 grifo nosso Assim o último personagem de História Geral não ganharia uma biografia mas uma modesta Crônica D Pedro I Desta maneira entre a escrita de história geral e biografias o autor guardava seus relevos efetivamente diversos Para tanto podese inferir que se a história não poderia resumirse à crônica sendo assim à diminuições rápidas e desconexas de seu contexto tampouco a escrita biográfica em casos determinados seria merecedora desse tratamento por parte de um pesquisador este de quem se fala em específico Sempre houve um compromisso com a veracidade da produção de uma História do tempo presente e suas implicações no Brasil do século XIX É salientar a observação sobre o prefácio de seu texto História da Independência o qual Varnhagen é veemente no concernente a diferença do gênero narrativo que o mesmo se vale em partes para chegar às iniciações dos textos biográficos em História Geral algo próximo aos cronicões do medievo No prefácio escreve o autor Quanto ao método adotado na exposição foi a própria experiência que nolo aconselhou Não escrevemos anais escrevemos uma história e os saltos continuados a uma e outra província deixando interrompido o fio dos sucessos importantes e capitães produzia confusão e não permitia que os próprios das províncias fossem convenientemente explicados VARNHAGEN 19161917 p 28 Na parte final de História Geral há pouco a se ressaltar sobre a escrita biográfica A intenção do historiador será a obrigatoriedade das explicações relacionadas aos personagens por ele mencionados do imperador aos guerreiros holandeses por quem parecia ter muita estima Outra dicotomia de Varnhagen é o fato de respeitar o local onde a história era passada e seu contexto cultural a exemplo quando Pernambuco foi dominado pelas tropas de Maurício de Nassau Assim tornarse impossível não colocar o historiador como um amalgama ainda na contemporaneidade pelo seu trato com a matéria histórica não apenas pelo que conhecia mas pelo que procurava conhecer Apelo para centenas de passagens de minha História geral a fim de que decidam se acaso sou dos que por mal entendido amor pela terra em que nasci ou pelos filhos dela deixo de tributar a devida justiça aos beneméritos e abnegados amigos do Brasil vindos ao mundo do outro lado do Atlântico Sim Srs é certo que por amor pela justiça devida ao verdadeiro mérito e não convenientemente tributado levantei pendão em favor de André Vidal que estava considerado como de méritos mui inferiores a Fernandes Vieira de quem já hoje é em todo o caso posto ao par Se porém no meu desempenho fui mais além do que devia como os antepassados durante mais de dois séculos praticaram com Vieira em prejuízo de Vidal deixo ai posteri la sentenzia VARNHAGEN 1961 p 485486 Portanto Varnhagen promoveu uma visão pragmática e articulatória da História não esperando que os grandes homens de mil e oitocentos iniciassem a escrita de seus próprios feitos se alocou nesse lugar disposto a fazêlo para lembrar a todos que nenhuma batalha se trava só seja no passado ou no presente De todo as questões historiográficas no brasil se dividem em antes e depois de Fernando Adolfo Varnhagen Referências CERTEAU Michel de A escrita da história Rio de Janeiro Forense Universitária 2000 LIMA Luiz Costa História Ficção Literatura São Paulo Companhia das Letras 2006 VARNHAGEN Francisco Adolfo de Correspondência ativa Coligida e anotada por Clado Ribeiro de Lessa Rio de Janeiro INLMEC 1961 História da Independência do Brasil até ao reconhecimento pela antiga metrópole compreendendo separadamente a dos sucessos ocorridos em algumas províncias até essa data Revista do IHGB 19161917 79 p 5598 D Antonio Filippe Camarão Revista do IHGB 1867 Tomo XXX p 419428 p 501508 História geral do Brasil antes de sua separação e independência de Portugal 3ª Ed Integral São Paulo Melhoramentos sd História geral do Brasil isto é do descobrimento colonização legislação e desenvolvimento deste estado hoje império independente escrita em presença de muitos documentos autênticos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda Por um sócio do Instituto Histórico do Brasil natural de Sorocaba Tomo Primeiro Rio de Janeiro E e H Laemmert 1854 História geral do Brasil Isto é do descobrimento colonização legislação desenvolvimento e do império escrita em presença de muitos documentos inéditos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda e dedicada a sua majestade imperial o senhor D Pedro II Tomo segundo Rio de Janeiro E e H Laemmert Madrid Imprensa de J del Rio 1857 WEHLING Arno Varnhagen história e diplomacia In SILVA Alberto da Costa e org O Itamaraty na cultura brasileira Brasília Instituto Rio Branco 2001 p 4055 Logo da instituição de ensino NOME DA INSTITUIÇÃO Nome do aluno A HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA O CONCEITO GERAL E A CONTRIBUIÇÃO DE FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN CIDADE 2022 O historiador e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagen nasceu no Brasil em 1816 Sua obra História Geral do Brasil foi publicada em dois volumes o primeiro no ano de 1854 e o segundo em 1857 o próprio autor revisou a reedição em 1887 com uma maior atenção a parte final do livro desta maneira conseguiu demonstrara uma aproximação com os acontecimentos relatos por ele Esta análise aqui apresentada sobre Varnhagen tem por objetivo explorar a história da historiografia por meio do ofício do autor ademais alocar as características políticas e históricas concomitantes nos escritos abrangentes de Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX As biografias foram uma máxima nas escrituras do diplomata estando fortemente atreladas e profusas ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro IHGB local financiado pelo poder imperial à época inaugurado na cidade do Rio de Janeiro em 1838 o periódico do IHGB foi deveras importante para a divulgação de notícias biográficas elaboradas por Varnhegen de acordo com OLIVEIRA 2011 Considerado um profícuo colaborador da revista por José Honório Rodrigues também recebeu a alcunha de o iniciador da biografia no Brasil oitocentista RODRIGUES 1957 p 277 Em âmbito geral a seção biográfica da Revista conta com 25 biografados e 31 textos com a firma do diplomata e historiador fundindo biografias por ele elaboradas algumas reescriturações com correções e informações complementares além das reedições comentadas de estudos editados em outras publicações nem todas de autoria de Varnhagen porém com a sua revisão Não poderia aqui explicar uma a uma todas as razões que tive para dar certos toques para empregar tais ou tais frases na História geral Assim v gr na pag 412 do Tomo 2 há duas palavras que parecem desfavorecer e sem embargo estão aí de intento e depois de muita reflexão Era necessário começar por não me constituir adulador para melhor encaminhar comigo o leitor a crer o que logo depois digo em tópicos mais melindrosos e essências à heroicidade Como cronista poderei ser mais adulador ou panegirista como historiador produziria efeitos negativos Creio que faço justiça ao Sr D Pedro I VARNHAGEN 1961 p 246247 Para efeito é cabível ressaltar as considerações de Luiz Costa Lima que reiterando as palavras de Samósata em seu trabalho Como se deve escrever a história 165 dC que se vale da importância dos ínfimos detalhes da retórica ara tratar historiografia antiga Luciano Samósata concluiu a noção de que o historiador deve conhecer a diferença entre o que escreve e o panegírico conforme Costa Lima A crítica veemente a que Luciano submetia os historiadores se tornava mais frequente porque outra vez com a exceção da Poética aristotélica os antigos se contentavam em caracterizar os gêneros poéticos pelo ornamento e pelo seu excesso LIMA 2006 p 96 Durante o oitocentismo a escrita histórica e os esforços para caminhar da eloquência até a crítica sempre formaram uma convergência à discussão e agregavam outros pontos abertos pelo declínio da historia magistra vitae consoante LIMA 2006 p 120125 Em 1854 Varnhagen retomava outra definição através de uma edição adicional tardia publicado ao final do primeiro tomo da sua História geral do Brasil Há a separação entre a história geral ainda não resumida de um Estado a outra parte são as atas das suas cidades e vilas os anais e fastos das antigas províncias bem como as crônicas dos seus governantes e as vidas e biografias de seus cidadãos beneméritos Aquela não impede que nestas se trabalhe e em cada qual tem a narração proporções convenientes VARNHAGEN 1854 p 478 Argumentar sobre as propriedades do historiador e os enquadramentos recortes que uma chamada história geral deveria fazer eram parte da compreensão nacional de historiografia ainda que não sendo algo sobre o qual tenha se aprofundado Varnhagen Através da leitura de sua História é possível inferir o quanto tais argumentos indicavam a necessidade de se estabelecer algumas questões inerentes às perspectivas pelas quais passava a escrita da matéria história no Brasil do século XIX Ser um historiador escrever a história um ofício infelizmente considerado pouco preciso adentrando nas questões sobre o que é ciência isso partindo da maneira como Varnhagen desenvolvia o seu trabalho O que submerge nos textos de historiador de maneira ampla a então recente movimentação disciplinar da história ao mesmo tempo em que legitimava a produção desse conhecimento e a figuração do pesquisador como um profissional acabava por criar incongruências e limitações Tais entraves envolviam o próprio trabalho com o tempo histórico e a conjuntura política Atas anais crônicas e biografias fazem parte dos interesses de Varnhagen mas em nada disputam com a grande obra dedicada ao Imperador A História é outra coisa O historiador deve dominar e ser capaz de atribuir na leitura ou escrita dessas formas narrativas proporções convenientes Diferentemente da antiga marcação instauradora no salto dos anais à escrita da história associada a Cícero não significava ir de uma a outra fórmula mas dominálas sob um novo regime Já em 1843 uma década antes da primeira edição da História geral ao comentar de suas pesquisas nos arquivos da Torre do Tombo com seu amigo Januário da Cunha Barbosa dizia Varnhagen Lá virá tempo em que eu não tenha arquivos e então o organizar dos documentos a redação histórica será o meu cuidado Estes documentos soltos não os quero enviar por que é necessário para terem curiosidade mesmo na Revista unilos e combinálos em doutrinas que façam tal ou qual corpo VARNHAGEN 1961 p 103 A biografia outro dos gêneros citados por Varnhagen como instrumento de comparação na definição de sua obra é citada na última seção de sua narrativa incluindo uma biografia econômica da história desta nação onde a figura de Pedro I encerra a História com a transcrição de uma carta datada de sua abdicação em 1831 três anos antes de vir a falecer Enuncia Varnhagen Paremos por enquanto aqui A independência e o império ficam proclamados e este com bandeira escudo darmas ordem de mérito laço e hino nacional VARNHAGEN 1857 p 442 Consecutivamente afirmava o historiador que o término de sua narração davase em um ponto específico devido aos limites documentais e dos resguardos que se devem aos vivos e que pediriam uma redação que não ataria bem com a imparcialidade que guardamos pelo passado VARNHAGEN 1857 p 442 Comentava ainda que embora não se atrevesse a avançar no tempo em uma história contemporânea não nos despedimos de a seguir estudando corrigindo novos materiais para ela e desde já escrevendo algumas biografias de indivíduos falecidos cujas as vidas sequer apresentavam pontos melindrosos nem careciam de todo de futuros esclarecimentos VARNHAGEN 1857 p 442 grifo nosso Assim o último personagem de História Geral não ganharia uma biografia mas uma modesta Crônica D Pedro I Desta maneira entre a escrita de história geral e biografias o autor guardava seus relevos efetivamente diversos Para tanto podese inferir que se a história não poderia resumirse à crônica sendo assim à diminuições rápidas e desconexas de seu contexto tampouco a escrita biográfica em casos determinados seria merecedora desse tratamento por parte de um pesquisador este de quem se fala em específico Sempre houve um compromisso com a veracidade da produção de uma História do tempo presente e suas implicações no Brasil do século XIX É salientar a observação sobre o prefácio de seu texto História da Independência o qual Varnhagen é veemente no concernente a diferença do gênero narrativo que o mesmo se vale em partes para chegar às iniciações dos textos biográficos em História Geral algo próximo aos cronicões do medievo No prefácio escreve o autor Quanto ao método adotado na exposição foi a própria experiência que nolo aconselhou Não escrevemos anais escrevemos uma história e os saltos continuados a uma e outra província deixando interrompido o fio dos sucessos importantes e capitães produzia confusão e não permitia que os próprios das províncias fossem convenientemente explicados VARNHAGEN 19161917 p 28 Na parte final de História Geral há pouco a se ressaltar sobre a escrita biográfica A intenção do historiador será a obrigatoriedade das explicações relacionadas aos personagens por ele mencionados do imperador aos guerreiros holandeses por quem parecia ter muita estima Outra dicotomia de Varnhagen é o fato de respeitar o local onde a história era passada e seu contexto cultural a exemplo quando Pernambuco foi dominado pelas tropas de Maurício de Nassau Assim tornarse impossível não colocar o historiador como um amalgama ainda na contemporaneidade pelo seu trato com a matéria histórica não apenas pelo que conhecia mas pelo que procurava conhecer Apelo para centenas de passagens de minha História geral a fim de que decidam se acaso sou dos que por mal entendido amor pela terra em que nasci ou pelos filhos dela deixo de tributar a devida justiça aos beneméritos e abnegados amigos do Brasil vindos ao mundo do outro lado do Atlântico Sim Srs é certo que por amor pela justiça devida ao verdadeiro mérito e não convenientemente tributado levantei pendão em favor de André Vidal que estava considerado como de méritos mui inferiores a Fernandes Vieira de quem já hoje é em todo o caso posto ao par Se porém no meu desempenho fui mais além do que devia como os antepassados durante mais de dois séculos praticaram com Vieira em prejuízo de Vidal deixo ai posteri la sentenzia VARNHAGEN 1961 p 485486 Portanto Varnhagen promoveu uma visão pragmática e articulatória da História não esperando que os grandes homens de mil e oitocentos iniciassem a escrita de seus próprios feitos se alocou nesse lugar disposto a fazêlo para lembrar a todos que nenhuma batalha se trava só seja no passado ou no presente De todo as questões historiográficas no brasil se dividem em antes e depois de Fernando Adolfo Varnhagen Referências CERTEAU Michel de A escrita da história Rio de Janeiro Forense Universitária 2000 LIMA Luiz Costa História Ficção Literatura São Paulo Companhia das Letras 2006 VARNHAGEN Francisco Adolfo de Correspondência ativa Coligida e anotada por Clado Ribeiro de Lessa Rio de Janeiro INLMEC 1961 História da Independência do Brasil até ao reconhecimento pela antiga metrópole compreendendo separadamente a dos sucessos ocorridos em algumas províncias até essa data Revista do IHGB 19161917 79 p 5598 D Antonio Filippe Camarão Revista do IHGB 1867 Tomo XXX p 419428 p 501508 História geral do Brasil antes de sua separação e independência de Portugal 3ª Ed Integral São Paulo Melhoramentos sd História geral do Brasil isto é do descobrimento colonização legislação e desenvolvimento deste estado hoje império independente escrita em presença de muitos documentos autênticos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda Por um sócio do Instituto Histórico do Brasil natural de Sorocaba Tomo Primeiro Rio de Janeiro E e H Laemmert 1854 História geral do Brasil Isto é do descobrimento colonização legislação desenvolvimento e do império escrita em presença de muitos documentos inéditos recolhidos nos arquivos do Brasil de Portugal da Espanha e da Holanda e dedicada a sua majestade imperial o senhor D Pedro II Tomo segundo Rio de Janeiro E e H Laemmert Madrid Imprensa de J del Rio 1857 WEHLING Arno Varnhagen história e diplomacia In SILVA Alberto da Costa e org O Itamaraty na cultura brasileira Brasília Instituto Rio Branco 2001 p 4055