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manual DE primeiros socorros manual DE primeiros socorros Manual de Primeiros Socorros 2003 Ministério da Saúde É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desde que citada a fonte Tiragem 2000 exemplares Edição distribuição e informações Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ Vice Presidência de Serviços de Referência e Ambiente Núcleo de Biossegurança Av Brasil 4036 sala 715 e 716 Manguinhos 21040 361 Rio de Janeiro RJ Fone 21 3882 9158 Fax 21 2590 5988 Impresso no Brasil Printed in Brazil ISBN FICHA CATALOGRÁFICA Brasil Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ Vice Presidência de Serviços de Referência e Ambiente Núcleo de Biossegurança NUBio Manual de Primeiros Socorros Rio de JaneiroFundação Oswaldo Cruz 2003 170p 1 Primeiros Socorros 2 Atendimento emergencial Ministério da Saúde Ministro Barjas Negri Fundação Oswaldo Cruz Presidente Paulo Marchiori Buss VicePresidência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Euzenir Nunes Sarno VicePresidência de Ensino e Recursos Humanos Tânia Celeste Matos Nunes VicePresidência de Desenvolvimento Institucional Informação e Comunicação Paulo Ernani Gadelha Vieira VicePresidência de Serviços de Referência e Ambiente Ary Carvalho de Miranda Autor Telma Abdalla de Oliveira Cardoso Colaborador Ivana Silva Revisão Joaquim Moreira Nunes Digitalização de Imagens José Pereira Ardions Elias Azeredo de Oliveira Ailton Santos Tratamento de Imagens Ailton Santos Projeto Gráfico Diagramação e Capa Ailton Santos SUMÁRIO Página APRESENTAÇÃO 6 PREFÁCIO 7 INTRODUÇÃO 8 I CAPÍTULO GERAL 9 Considerações Gerais 9 Etapas Básicas 9 Avaliação do local do acidente 10 Proteção à vítima 11 Avaliação e exame do acidentado 11 Funções Sinais Vitais e de Apoio 15 Asfixia 30 Ressuscitação CardioRespiratória 32 Identificação da PCR 34 Estado de Choque 47 Transporte de Acidentados 51 Hemorragias 67 Corpos Estranhos 79 II CAPÍTULO EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 86 Edema Agudo de Pulmão 86 Infarto do Miocárdio 88 Crise Hipertensiva 90 Cólica Renal 92 Comas Diabético e Hipoglicêmico 93 Hipertemia 96 Insolação 97 Exaustão pelo Calor 99 Cãibras de Calor 100 Diarréia 102 Choque Elétrico 105 Desmaio 107 Alterações Mentais 107 III CAPÍTULO EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 114 Ferimentos 114 Ferimentos na Cabeça 115 Lesões Oculares 115 Traumatismo Torácico 116 Traumatismo Abdominal 117 Lesões de Tecidos Moles 118 Contusões 121 Escoriações 123 Esmagamentos 123 Amputações 124 Queimaduras 126 Queimaduras Térmicas 134 Queimaduras Químicas 137 Queimaduras por Electricidade 138 Queimaduras por Frio 140 Bandagens 142 Lesões TraumatoOrtopédicas 151 Entorses e Luxações 153 Fraturas 156 Mordeduras de Animais 161 IV CAPÍTULO ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO 165 Intoxicações Medicamentosas 166 Plantas Venenosas 175 Acidentes com Animais Peçonhentos e Venenosos 177 V CAPÍTULO OUTRAS OCORRÊNCIAS 199 Acidentes radioativos 200 Partos de emergência 204 REFERÊNCIAS 205 Manual de Primeiros Socorros APRESENTAÇÃO PREFÁCIO Esta publicação tem como principal escopo orientar profissionais que embora não sejam diretamente ligados à área de assistência à saúde são servidores da Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ que desejem se capacitar para atuar na primeira abordagem de um acidentado prestandolhe os primeiros e fundamentais cuidados O que se pode afirmar com embasamentos teóricos e práticos é que dessa primeira abordagem está frequentemente a depender o êxito de todas as demais fases de tratamento e reabilitação portanto também vale a pena ressaltar que é de tal maneira importante este momento inicial de abordagem do acidentado clínico ou traumático que se pode afirmar ainda que o futuro da vítima quanto a sua integridade como indivíduo com sequelas ou sem elas possibilidades de reabilitação qualidade de vida pósacidente e mesmo vida e morte dependem deste primeiro momento realizado por profissional de outras áreas porém treinados em práticas de primeiros socorros Este Manual de Primeiros Socorros visa também possibilitar a caracterização entre acidentes ambientes de trabalho e ocupações o que é indispensável para que haja a segurança e a qualidade de saúde dos trabalhadores Faz parte assim ao se tentar influir no processo de melhoria do atendimento das emergências clínicas e cirúrgicas do Sistema Único de Saúde SUS em permanente crise em nosso Estado ao definir previamente antes do encaminhamento a serviços especializados as condições vitais do acidente Este Manual contém informações capazes de bem orientar aquele profissional da FIOCRUZ disposto a ser também um primeiro socorrista em situações de emergência claro está que não é pretensão de seus organizadores que ele seja sozinho um instrumento capaz de resolver todos os problemas dos muitos e variados acidentes possíveis em nossos locais de trabalho mas ainda que ele seja uma única fonte de informações pronta e acabada é certamente incompleta e necessita de frequentes atualizações e revisões Há também a necessidade de identificação dos profissionais e de um treinamento das técnicas aqui recomendadas Ao editar este Manual a FIOCRUZ reafirma o seu secular compromisso com as ações de saúde pública e de resguardo e promoção da saúde de todos os trabalhadores desta instituição Joaquim Moreira Nunes Manual de Primeiros Socorros INTRODUÇÃO Com o aumento da complexidade das tarefas executadas pelas diversas Unidades da FIOCRUZ os riscos tornamse cada vez mais presentes e eminentes requirindo medidas no sentido de evitar a ocorrência de fatos catastróficos O Núcleo de Biossegurança da Vice Presidência de Serviços de Referência e Ambiente preocupado em atender com informações a comunidade da Fundação Oswaldo Cruz elaborou o Manual de Primeiros Socorros concentrando esforços multidisciplinares no sentido de subsidiar ações preventivas nos agravamentos de acidentes ou de males súbitos Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa vítima de acidentes ou de mal súbito cujo estado físico põe em perigo a sua vida com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições aplicando medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada Qualquer pessoa treinada poderá prestar os Primeiros Socorros conduzindose com serenidade compreensão e confiança Manter a calma e o próprio controle porém o controle de outras pessoas é igualmente importante Ações valem mais que as palavras portanto muitas vezes o ato de informar ao acidentado sobre seu estado sua evolução e mesmo sobre a situação em que se encontra deve ser avaliado com ponderação para não causar ansiedade ou medo desnecessários O tom de voz tranqüilo e confortante dará à vítima sensação de confiança na pessoa que o está socorrendo O desenvolvimento das atividades nas instituições de saúde pública oferece riscos específicos de acidentes de trabalho sendo assim os funcionários destas instituições devem ter conhecimentos de princípios básicos em primeiros socorros Neste Manual fornecemos orientações em situações de acidentes a fim de subsidiar o atendimento a um acidentado Lembramos que a função de quem está fazendo o socorro é 1 Contatar o serviço de atendimento emergencial da FIOCRUZ NUST Núcleo de Saúde do TrabalhadorDIREFH 2 Fazer o que deve ser feito no momento certo a fim de a Salvar uma vida b Prevenir danos maiores 3 Manter o acidentado vivo até a chegada deste atendimento 4 Manter a calma e a serenidade frente a situação inspirando confiança 5 Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado 6 Impedir que testemunhas removam ou manuseiem o acidentado afastandoos do local do acidente evitando assim causar o chamado segundo trauma isto é não ocasionar outras lesões ou agravar as já existentes 7 Ser o elo das informações para o serviço de atendimento emergencial 8 Agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnica de atendimento Saber avaliar seus limites físicos e de conhecimento Não tentar transportar um acidentado ou medicálo O profissional não médico deverá ter como princípio fundamental de sua ação a importância da primeira e correta abordagem ao acidentado lembrando que o objetivo é atendêlo e mantêlo com vida até a chegada de socorro especializado ou até a sua remoção para atendimento Etapas Básicas de Primeiros Socorros O atendimento de primeiros socorros pode ser dividido em etapas básicas que permitem a maior organização no atendimento e portanto resultados mais eficazes Esta é a primeira etapa básica na prestação de primeiros socorros Ao chegar no local de um acidente ou onde se encontra um acidentado devese assumir o controle da situação e proceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência Devese tentar obter o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido Dependendo das circunstâncias de cada acidente é importante também a evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pessoas dando ordens breves claras objetivas e concisas b manter afastados os curiosos para evitar confusão e para ter espaço em que se possa trabalhar da melhor maneira possível Ser ágil e decidido observando rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro A proteção do acidentado deve ser feita com o mesmo rigor da avaliação da ocorrência e do afastamento de pessoas curiosas ou que visivelmente tenham perdido o autocontrole e possam prejudicar a prestação dos primeiros socorros É importante observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas proximidades da ocorrência Por exemplo fios elétricos soltos e desenergizados tráfego de veículos andanças vazamento de gás máquinas funcionando Devemse identificar pessoas que possam ajudar Devese desligar a corrente elétrica evitar chamas faíscas e fagulhas afastar pessoas desprotegidas da presença de gás retirar vítima de afogamento da água desde que o faça com segurança para que está ocorrendo evacuar área em risco iminente de explosão ou desmoronamento Avaliar o acidentado na posição em que ele se encontra só mobilizando com segurança sem aumentar o trauma e os riscos sempre que possível devese manter o acidentado deitado de costas até que seja examinada e até que se saiba quais os danos sofridos Não se deve alterar a posição em que se acha o acidentado sem antes refletir cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequada a ser tomada Se o acidentado estiver inconsciente por sua cabeça em posição lateral antes de proceder à avaliação do seu estado geral É preciso tranquilizar o acidentado e transmitirlhe segurança e conforto A calma do acidentado desempenha um papel muito importante A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência clínica ou traumática é a segunda etapa básica na prestação dos primeiros socorros Ela deve ser realizada simultaneamente ou imediatamente à avaliação do acidente e proteção do acidentado O exame deve ser rápido e sistemático observando as seguintes prioridades Estado de consciência avaliação de respostas lógicas nome idade etc Respiração movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar normalmente pelas narinas ou boca Hemorragia avaliar a quantidade o volume e a qualidade do sangue que se perde Se é arterial ou venoso Pupilas verificar o estado de dilatação e simetria igualdade entre as pupilas Temperatura do corpo observação e sensação de tato na face e extremidades Devese ter sempre uma ideia bem clara do que se vai fazer para não expor desnecessariamente o acidentado verificando se há ferimento com o cuidado de não movimentálo excessivamente Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo Se o acidentado está consciente perguntar por áreas dolorosas no corpo e incapacidades funcionais de mobilização Pedir para apontar onde é a dor pedir para mover as mãos braços etc Cabeça e Pescoço Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do acidentado apalpar com cuidado o crânio à procura de fratura hemorragia ou depressão óssea Proceder da mesma forma para o pescoço procurando verificar o pulso na artéria carótida observando frequência ritmo e amplitude correr os dedos pela coluna cervical desde a base do crânio até os ombros procurando alguma irregularidade Solicitar que o acidentado movimente Manual de Primeiros Socorros lentamente o pescoço verificar se há dor nessa região Movimentar lenta e suavemente o pescoço movendoo de um lado para o outro Em caso de dor pare qualquer mobilização desnecessária Perguntar a natureza do acidente sobre a sensibilidade e a capacidade de movimentação dos membros visando confirmar suspeita de fratura na coluna cervical Coluna Dorsal Perguntar ao acidentado se sente dor Na coluna dorsal correr a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o sacro A presença de dor pode indicar lesão da coluna dorsal Tórax e Membros Verificar se há lesão no tórax se há dor quando respira ou se há dor quando o tórax é levemente comprimido Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar a existência de dor ou incapacidade funcional Localizar o local da dor e procurar deformação edema e marcas de injeções Verificar se há dor no abdome e procurar todo tipo de ferimento mesmo pequeno Muitas vezes um ferimento de bala é pequeno não sangra e é profundo com conseqüências graves Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia para verificar se há lesões Solicitar à vítima que tente mover as pernas e verificar se há dor ou incapacidade funcional Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento tente levantarse prontamente achando que nada sofreu Ele deve ser mantido imóvel pelo menos para um rápido exame nas áreas que sofreram alguma lesão O acidentado deve ficar deitado de costas ou na posição que mais conforto lhe ofereça Exame do acidentado Inconsciente O acidentado inconsciente é uma preocupação pois além de se ter poucas informações sobre o seu estado podem surgir complicações devido à inconsciência O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores desimpedidas fazendo a extensão da cabeça ou mantêla em posição lateral para evitar aspiração de vômito Limpar a cavidade bucal O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do acidentado consciente só que com cuidados redobrados pois os parâmetros de força e capacidade funcional não poderão ser verificados O mesmo ocorrendo com respostas a estímulos dolorosos É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao acidentado inconsciente a devera ser mínima Capítulo I Geral A observação das seguintes alterações deve ter prioridade acima de qualquer outra iniciativa Ela pode salvar uma vida Falta de respiração Falta de circulação pulso ausente Hemorragia abundante Perda dos sentidos ausência de consciência Envenenamento Observações 1 Para que haja vida é necessário um fluxo contínuo de oxigênio para os pulmões O oxigênio é distribuído para todas as células do corpo através do sangue impulsionado pelo coração Alguns órgãos sobrevivem algum tempo sem oxigênio outros são severamente afetados As células nervosas do cérebro podem morrer após 3 minutos sem oxigênio 2 Por isso mesmo é muito importante que algumas alterações ou alguns quadros clínicos que podem levar a essas alterações devem ter prioridade quando se aborda um acidentado de vítima de mal súbito São elas obstrução das vias aéreas superiores parada cardíacorespiratória hemorragia de grandes volumes estado de choque pressão arterial etc comas perda da consciência convulsões agitações psicomotoras envenenamento intoxicações exógenas diabetes mellitus comas hiper e hipoglicêmicos infarto do miocárdio e queimaduras em grandes áreas do corpo 3 Toda lesão ou emergência clínica ocorrida dentro do âmbito da Instituição deve ser comunicada ao NUST Núcleo de Saúde do trabalhador DIREH através de uma ficha de registro específica e anotada no livro de registro de acidentes 4 É importante ter sempre disponível os números dos telefones e os endereços de hospitais e de centros de atendimento de emergência especializadas para emergências cardíacas plantão da Comissão Nacional de Energia Nuclear locais de aplicação de soros antiveneno de cobra e de outros animais peçonhentos e centro de informações tóxicofarmacológicas Manual de Primeiros Socorros Resumo Para o bom atendimento é imprescindível 1 Manter a calma Evitar pânico e assumir a situação 2 Antes de qualquer procedimento avaliar a cena do acidente e observar se ela pode oferecer riscos para o acidentado e para você EM HIPÓTESE NENHUMA PONHA SUA PRÓPRIA VIDA EM RISCO 3 Os circunstantes devem ser afastados do acidentado com calma e educação O acidentado deve ser mantido afastado dos olhares de curiosos preservando sua integridade física e moral 4 Saiba que qualquer ferimento ou doença súbita dará origem a uma grande mudança no ritmo da vida do acidentado pois o coloca repentinamente em uma situação para a qual não está preparado e que foge a seu controle Suas reações e comportamentos são diferentes do normal não permitindo que ele possa avaliar as próprias condições de saúde e as consequências do acidente Necessita de alguém que o ajude Atue de maneira tranquila e hábil o acidentado sentirá que está sendo bem cuidado e não entrará em pânico Isto é muito importante pois a intranquilidade pode piorar muito o seu estado 5 Em caso de óbito serão necessárias testemunhas do ocorrido Obter a colaboração de outras pessoas dando ordens claras e concisas Identificar pessoas que se encarreguem de desviar o trânsito ou construir uma proteção provisória Uma ótima dica é dar tarefas como por exemplo contatar o atendimento de emergência buscar material para auxiliar no atendimento como talas e gaze avisar a polícia se necessário etc 6 JAMAIS SE EXPONHA A RISCOS Utilizar luvas descartáveis e evitar o contato direto com sangue secreções excreções ou outros líquidos Existem várias doenças que são transmitidas através deste contato 7 Tranquilizar o acidentado Em todo atendimento ao acidentado consciente comunicar o que será feito antes de executar para transmitirlhe confiança evitando o medo e a ansiedade 8 Quando a causa de lesão for um choque violento devese pressurizar a existência de lesão interna As vítimas de trauma requerem técnicas específicas de manipulação pois qualquer movimento errado pode piorar o seu estado Recomendamos que as vítimas de traumas não sejam manuseadas até a chegada do atendimento emergencial Acidentados presos em ferragens só devem ser retirados pela equipe de atendimento emergencial 9 No caso do acidentado ter sede não oferecer líquidos para beber apenas molhe sua boca com gaze ou algodão umedecido 10 Cobrir o acidentado para conservar o corpo quente e protegêlo do frio chuva etc Em locais onde não haja ambulância o acidentado só poderá ser transportado após ser avaliado estabilizado e imobilizado adequadamente Evite movimentos desnecessários 12Só retira o acidentado do local do acidente se esse local causar risco de vida para ele ou para o socorrista Ex risco de explosão estrada perigosa onde não haja como sinalizar etc A pessoa que está prestando os primeiros socorros deve seguir um plano de ação baseadose no PAS que são as três letras iniciais a partir das quais se desenvolvem todas as medidas técnicas e práticas de primeiros socorros Prevenir afastar o perigo do acidentado ou o acidentado do perigo Alertar contatar o atendimento emergencial informando o tipo de acidente o local o número de vítimas e o seu estado Socorrer após as avalições produtos finais de sua atividade metabólica A captação e liberação destas substâncias são reguladas pela membrana plasmática cuja permeabilidade seletiva e mecanismo de transporte ativo permitem à célula trocar com o meio somente o que deve ser trocado Muitos processos dependem de um adequado diferencial de concentração entre o interior e exterior da célula Para permitir igualdade nas concentrações dos componentes do líquido intersticial os tecidos do organismo são percorridos por uma densa rede de vasos microscópicos que são chamados de capilares O sangue que chega aos capilares traz nutrientes e oxigênio que são passados continuamente para os tecidos O sangue arterial é rico em nutrientes O sangue venoso é mais pobre e transporta gás carbônico e catabólitos O sangue não se deteriora graças à atividade de órgãos vitais como os pulmões rins e aparelho digestivo que permanentemente reconhecionam o sangue arterial Os rins participam do mecanismo de regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e ácidobásico e na eliminação de substâncias tóxicas O aparelho digestivo incrementa o teor sanguíneo de substratos orgânicos íons e outros agentes metabólicos como as vitaminas por exemplo O fígado age como órgão sintetizador e como modificador da composição do sangue participando nos mecanismos da excreção de substâncias tóxicas Os pulmões e a porção condutora do aparelho respiratório têm como função principal fornecer oxigênio e remover dióxido de carbono resultante da reação de combustão nas células O pulmão não é apenas um órgão respiratório Ele desempenha uma função importante no equilíbrio térmico e no equilíbrio ácidobásico Os movimentos ventilatórios são controlados pelo Sistema Nervoso Central e estão parcialmente sob nossa vontade A respiração no entanto é um mecanismo involuntário e automático As funções vitais do corpo humano são controladas pelo Sistema Nervoso Central que é estruturado por células muito especializadas organizadas em alto grau de complexidade estrutural e funcional Estas células são muito sensíveis à falta de oxigênio cuja ausência provoca alterações funcionais Conforme será advertido outras vezes neste manual chamamos a atenção para que se perceba que O prolongamento da hipóxia falta de ar cerebral determina a morte do Sistema Nervoso Central e com isto a falência generalizada de todos os mecanismos da vida em um tempo de aproximadamente três minutos Para poder determinar em nível de primeiro socorro como leigo o funcionamento satisfatório dos controles centrais dos mecanismos da vida é necessário compreender os sinais indicadores chamados de sinais vitais Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida São reflexos ou indícios que permitem concluir sobre o estado geral de uma pessoa Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano que devem ser compreendidos e conhecidos são Temperatura Pulso Respiração Pressão arterial Os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente percebidos deduzindose assim que na ausência deles existem alterações nas funções vitais do corpo A medição e avaliação da pressão arterial são excelentes fontes de indicação de vitalidade do organismo humano Este assunto não será tratado neste manual pois sua verificação exigirá conhecimento e instrumental especializado o que dificulta a sua utilização ao nível de primeiros socorros Temperatura Corporal A temperatura resulta do equilíbrio térmico mantido entre o ganho e a perda de calor pelo organismo A temperatura é um importante indicador da atividade metabólica já que o calor obtido nas reações metabólicas se propaga pelos tecidos e pelo sangue circulante A temperatura do corpo humano está sujeita a variações individuais e a flutuações devido a fatores fisiológicos como exercícios digestão temperatura ambiente e estado emocional Quadro I A avaliação diária da temperatura de uma pessoa em perfeito estado de saúde nunca é maior que um grau Celsius sendo mais baixa pela manhã e um pouco elevada no final da tarde Existe pequena elevação de temperatura nas mulheres após a ovulação no período menstrual e no primeiro trimestre da gravidez Nosso corpo tem uma temperatura média normal que varia de 359 a 372ºC A avaliação da temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de uma pessoa pois em algumas emergências a temperatura muda muito O sistema termorregulador trabalha estimulando a perda de calor em ambientes de calor excessivo e acelerando os fenômenos metabólicos no frio para compensar a perda de calor Graças a isto o homem é um ser homeotérmico que ao contrário de outros animais mantém a temperatura do corpo constante a despeito de fatores externos Variação de Temperatura do Corpo Estado Térmico Temperatura ºC Subnormal 3436 Normal 3637 Estado febril 3738 Febre 3839 Febre alta pirexia 3940 Febre muito alta hiperprexia 4041 Quadro I Variação de temperatura do corpo Perda de Calor O corpo humano perde calor através de vários processos que podem ser classificados da seguinte maneira Eliminação fezes urina saliva respiração Evaporação a evaporação pela pele perda passiva associada à eliminação permitirá a perda de calor em elevadas temperaturas Condução é a troca de calor entre o sangue e o ambiente Quanto maior é a quantidade de sangue que circula sob a pele maior é a troca de calor com o meio O aumento da circulação explica o avermelhamento da pele hipermia quando estamos com febre Verificação da Temperatura Oral ou bucal Temperatura média varia de 362 a 37ºC O termômetro deve ficar por cerca de três minutos sob a língua com o paciente sentado semisentado reclinado ou deitado Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes crianças depois de ingerirem líquidos frios ou quentes após a extração dentária ou inflamação na cavidade oral Axilar Temperatura média varia de 36 a 368ºC A via axilar é mais sujeita a fatores externos O termômetro deve ser mantido sob a axila seca por 3 a 5 minutos com o acidentado sentada semisentada reclinada ou deitada Não se verifica temperatura em vítimas de queimaduras no tórax processos inflamatórios na axila ou fratura dos membros superiores Retal Temperatura média varia de 364 a 37ºC O termômetro deverá ser lavado seco e lubrificado com vaselina e mantido dentro do reto por 3 minutos com o acidentado em decúbito lateral com a flexão de um membro inferior sobre o outro Não se verifica a temperatura retal em vítimas que tenham tido intervenção cirúrgica no reto com abscesso retal ou perineorrafia A verificação da temperatura retal é a mais precisa pois é a que menos sofre influência de fatores externos O acidentado com febre muito alta e prolongada pode ter lesão cerebral irreversível A temperatura corporal abaixo do normal pode acontecer após depressão de função circulatória ou choque A febre é a elevação da temperatura do corpo acima da média normal Ela ocorre quando a produção de calor do corpo excede a perda Tumores infecções acidentes vasculares ou traumatismos podem afetar diretamente o hipotálamo e com isso perturbar o mecanismo de regulagem de calor do corpo Portanto a febre deve ser vista também como um sinal que o organismo emite Um sinal de defesa Devemos lembrar que pessoas imunocomprometidas podem ter infecções graves e não apresentarem febre A vítima de febre apresenta a seguinte sintomatologia Inapetência perda de apetite Mal estar Pulso rápido Sudorese Temperatura acima de 40 graus Celsius Respiração rápida Primeiros Socorros para Febre Aplicar compressas úmidas na testa cabeça pescoço axilas e virilhas que são as áreas por onde passam os grandes vasos sanguíneos Quando o acidentado for um adulto submetela a um banho frio ou cobrila com coberta fria Podem ser usadas compressas frias aplicadas sobre grandes estruturas vasculares superficiais quando a temperatura corporal está muito elevada O tratamento básico da febre deve ser dirigido para as suas causas mas em primeiros socorros isto não é possível pois o leigo deverá preocuparse em atender os sintomas de febre e suas complicações Drogas antipiréticas como aspirina dipirona e paracetamol são muito eficientes na redução da febre que ocorre devido a afecções no centro termorregulador do hipotálamo porém só devem ser usadas após o diagnóstico Devemos salientar que os primeiros socorros em casos febris só devem ser feitos em temperaturas muito altas acima de 40ºC por dois motivos já vistos a febre é defesa orgânica é o organismo se defendendo de alguma causa e o tratamento da febre deve ser de suas causas Pulso O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o coração exerce sobre o sangue Esta onda é perceptível pela palpação de uma artéria e se repete com regularidade segundo as batidas do coração Existe uma relação direta entre a temperatura do corpo e a frequência do pulso Em geral exceto em algumas febres para cada grau de aumento de temperatura existe um aumento no número de pulsações por minuto cerca de 10 pulsações O pulso pode ser apresentado variando de acordo com sua frequência regularidade tensão e volume a Regularidade alteração de ritmo Pulso rítmico normal Pulso arrítmico anormal b Tensão c Frequência Existe uma variação média de acordo com a idade como pode ser visto no Quadro II abaixo Pulso normal 6070 bpm Homens adultos 7080 bpm Mulheres adultas 8090 bpm Crianças acima de 7 anos 80120 bpm Crianças de 1 a 7 anos 110130 bpm Crianças abaixo de um ano 130160 bpm Recémnascidos Quadro II Variação da frequência d Volume Pulso cheio normal Pulso filiforme fraco anormal A alteração na frequência do pulso denuncia alteração na quantidade de fluxo sanguíneo As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso são digestão exercícios físicos banho frio estado de excitação emocional e qualquer estado de reatividade do organismo No desmaio síncope as pulsações diminuem Através do pulso ou das pulsações do sangue dentro do corpo é possível avaliar se a circulação e o funcionamento do coração estão normais ou não Podese sentir o pulso com facilidade Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada Usar o dedo indicador médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir o pulso fazendo uma leve pressão sobre qualquer um dos pontos onde se pode verificar mais facilmente o pulso de uma pessoa Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias pulsações Contar no relógio as pulsações num período de 60 segundos Neste período devese procurar observar a regularidade a tensão o volume e a frequência do pulso Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea Recomendase não fazer pressão forte sobre a artéria pois isto pode impedir que se percebam os batimentos O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do punho Usar as pontas de 2 a 3 dedos levemente sobre o pulso da pessoa do lado correspondente ao polegar conforme a figura abaixo Figura 1 Pulso radial e carotídeo O pulso carotídeo é o pulso sentido na artéria carotídea que se localiza de cada lado do pescoço Posicionamse os dedos sem pressionar muito para não comprimir a artéria e impedir a percepção do pulso Figura 1 Do ponto de vista prático a artéria radial e carotídea são mais fáceis para a localização do pulso mas há outros pontos que não devem ser descartados Conforme a Figura 2 Figura 2 Local de localização de pulso A respiração é uma das funções essenciais à vida É através dela que o corpo promove permanentemente o suprimento de oxigênio necessário ao organismo vital para a manutenção da vida A respiração é comandada pelo Sistema Nervoso Central Seu funcionamento processase de maneira involuntária e automática É a respiração que permite a ventilação e a oxigenação do organismo e isto só ocorre através das vias aéreas desimpedidas A observação e identificação do estado da respiração de um acidentado de qualquer tipo de afeição é conduta básica no atendimento de primeiros socorros Muitas doenças problemas clínicos e acidentes de maior ou menor proporção alteram parcialmente ou completamente o processo respiratório Fatores diversos como secreções vômito corpo estranho edema e até mesmo a própria língua podem ocasionar a obstrução das vias aéreas A obstrução produz asfixia que se prolongada resulta em parada cardiorespiratória O processo respiratório manifestase fisicamente através dos movimentos ritmados de inspiração e expiração Na inspiração existe a contração dos músculos que participam do processo respiratório e na expiração estes músculos relaxamse espontaneamente Quimicamente existe uma troca de gases entre os meios externos e internos do corpo O organismo recebe oxigênio atmosférico e elimina dióxido de carbono Esta troca é a hematose que é a transformação no pulmão do sangue venoso em sangue arterial Devese saber identificar se a pessoa está respirando e como está respirando A respiração pode ser basicamente classificada por tipo e frequência O Quadro III apresenta a classificação da respiração quanto ao tipo A frequência da respiração é contada pela quantidade de vezes que uma pessoa realiza os movimentos combinados de inspiração e expiração em um minuto Para se verificar a frequência da respiração contase o número de vezes que uma pessoa realiza os movimentos respiratórios 01 inspiração 01 expiração 01 movimento respiratório A contagem pode ser feita observandose a elevação do tórax se o acidentado for mulher ou do abdome se for homem ou criança Pode ser feita ainda contandose as saídas de ar quente pelas narinas A frequência média por minuto dos movimentos respiratórios varia com a idade se levarmos em consideração uma pessoa em estado normal de saúde Por exemplo um adulto possui um valor médio respiratório de 14 20 respirações por minuto no homem 16 22 respirações por minuto na mulher enquanto uma criança nos primeiros meses de vida 40 50 respirações por minuto Tipos de respiração Eupneia Respiração que se processa por movimentos regulares sem dificuldades na frequência média Apneia É a ausência dos movimentos respiratórios Equivale a parada respiratória Dispneia Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios Bradipneia Diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios Taquipneia Aceleração dos movimentos respiratórios Ortopneia O acidentado só respira sentado Hipernéia ou Hiperventilação É quando ocorre o aumento da frequência e da profundidade dos movimentos respiratórios Quadro III Tipos de respiração Fatores fisiopatológicos podem alterar a necessidade de oxigênio ou a concentração de gás carbônico no sangue Isto contribui para a diminuição ou o aumento da frequência dos movimentos respiratórios A nível fisiológico os exercícios físicos as emoções fortes e banhos frios tendem a aumentar a frequência respiratória Em contrapartida o banho quente e o sono a diminuem Algumas doenças cardíacas e nervosas e o coma diabético aumentam a frequência respiratória Como exemplo de fatores patológicos que diminuem a frequência respiratória podemos citar o uso de drogas depressoras Os procedimentos a serem observados e os primeiros socorros em casos de parada respiratória serão estudados a frente No adulto normal a pressão arterial varia da seguinte forma Pressão arterial máxima ou sistólica de 100 a 140 mm Hg milímetros de mercúrio Pressão arterial mínima ou diastólica de 60 a 90 mm Hg A pressão varia com a idade por exemplo uma pessoa com a idade entre 17 a 40 anos apresenta a pressão de 140 x 90 já entre 41 a 60 anos apresenta pressão de 150 x 90 mm de Hg A pessoa com pressão arterial alta sofre de hipertensão e apresenta dentro de certos critérios de medição pressão arterial mínima acima de 95 mm Hg e pressão arterial máxima acima de 160 mm Hg A pressão muito baixa hipotensão é aquela em que a pressão máxima chega a baixar até 80 mm Hg No Quadro IV apresentamos exemplos de condições que alteram a pressão arterial Diminui a pressão Aumenta a pressão Menstruação Digestão Gestaçã o Excitação emocional Sono Reposo Convulsões Hipotireoidismo Hipertireoidismo Hemorragia grave Arteriosclerose Anemia grave Quadro IV Condições que levam à alteração na pressão arterial É importante perguntar à vítima sua pressão arterial e passar essa informação ao profissional que for prestar o socorro especializado Uma pessoa com hipertensão deverá ser mantida com a cabeça elevada deve ser acalmada reduzir a ingestão de líquidos e sal e ficar sob observação permanente até a chegada do médico No caso do hipotenso devese promover a ingestão de líquidos com pitadas de sal deitálo e chamar um médico Medição da pressão arterial Posição da pessoa Sentada semisentada reclinada ou deitada esta é a melhor posição Material Esfigmomanômetro e estetoscópio Técnica a Tranquilizar a pessoa informandoa sobre a medição de pressão b Braço apoiado ao mesmo nível do coração para facilitar a localização da artéria braquial c Colocar o manguito ao redor do braço a cerca de 4 dedos da dobra do cotovelo Prender o manguito d Fechar a saída de ar e insuflar até que o ponteiro atinja a marca de 200 mm Hg Pode ser necessário ir mais alto e Posicionar o na artéria umeral abaixo do manguito e ouvir se há batimentos f Abrir a saída de ar lentamente e ouvir os batimentos regulares g Anotar a pressão indicada pelo ponteiro que será a Pressão Arterial Máxima h A pressão do manguito vai baixando e o som dos batimentos muda de nítido desaparecendo Neste ponto devese anotar a Pressão Arterial Mínima Às vezes o ponto de Pressão Mínima coincide com o desaparecimento do som dos batimentos Sinais de Apoio Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano existem outros que devem ser observados para obtenção de mais informações sobre o estado de saúde de uma pessoa São os sinais de apoio sinais que o corpo emite em função do estado de funcionamento dos órgãos vitais Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia parada cardíaca ou uma forte batida na cabeça por exemplo Os sinais de apoio tornamse cada vez mais evidentes com o agravamento do estado do acidentado Os principais sinais de apoio são Dilatação e reatividade das pupilas Cor e umidade da pele Estado de consciência Motilidade e sensibilidade do corpo A pupila é uma abertura no centro da íris a parte colorida do olho e sua função principal é controlar a entrada de luz no olho para a formação das imagens que vemos A pupila exposta à luz se contrai Quando há Manual de Primeiros Socorros pouca ou quase nenhuma luz a pupila se dilata fica aberta Quando a pupila está totalmente dilatada é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio exceto no uso de colírios midriáticos ou certos envenenamentos A dilatação e reatividade das pupilas são um sinal de apoio importante Muitas alterações do organismo provocam reações nas pupilas Quadro V Certas condições de stress tensão medo e estados de préchoque também provocam consideráveis alterações nas pupilas Devemos observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte lateral de preferência com o ambiente escurecido Se não for possível devese olhar as pupilas contra a luz ambiente Alterações que provocam dilatação ou concentração das pupilas Stress Imminência de estado de choque Parada cardíaca Intoxicação Abuso de drogas Colírios midriáticos ou mióticos Traumatismo crânioencefálico Quadro V Alterações orgânicas que provocam reações nas pupilas Cor e Umidade da Pele A cor e a umidade da pele são também sinais de apoio muito útil no reconhecimento do estado geral de um acidentado Uma pessoa pode apresentar a pele pálida cianosa ou hiperemiada avermelhada e quente A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas extremidades dos membros onde as alterações se manifestam primeiro Quadro VI A pele pode também ficar úmida e pegajosa Podese observar estas alterações melhor no antebraço e na barriga Alteração Ocorrência Cianose pele azulada Exposição ao frio parada cardiorrespiratória estado de choque morte Palidez Hemorragia parada cardiorrespiratória exposição ao frio extrema tensão emocional estado de choque Hiperemia pele vermelha e quente Febre exposição a ambientes quentes ingestão de bebidas alcoólicas queimaduras de primeiro grau traumatismo Pele fria e viscosa ou úmida e pegajosa Estado de choque Pele amarela Icterícia hipercarotenemia Quadro VI Alterações orgânicas que provocam modificações na cor e umidade da pele Estado de Consciência Este é outro sinal de apoio importante A consciência plena é o estado em que uma pessoa mantém o nível de lucidez que lhe permite perceber normalmente o ambiente que a cerca com todos os sentidos saudáveis respondendo aos estímulos sensoriais Quando se encontra um acidentado capaz de informar com clareza sobre o seu estado físico podese dizer que esta pessoa está perfeitamente consciente Há no entanto situações em que uma pessoa pode apresentar sinais de apreensão excessiva olhar assustado face contrária e medo Esta pessoa certamente não estará em seu pleno estado de consciência Uma pessoa pode estar inconsciente por desmaio estado de choque estado de coma convulsão parada cardíaca parada respiratória alcoolismo intoxicação por drogas e uma série de outras circunstâncias de saúde e lesão Na síncope e no desmaio há uma súbita e breve perda de consciência e diminuição de tônus muscular Já o estado de coma é caracterizado por uma perda de consciência mais prolongada e profunda podendo o acidentado deixar de apresentar gradativamente reação aos estímulos dolorosos e perda dos reflexos Motilidade e Sensibilidade do Corpo Qualquer pessoa consciente que apresente dificuldade ou incapacidade de sentir ou movimentar determinadas partes do corpo está obviamente fora de seu estado normal de saúde A capacidade de mover e sentir partes do corpo são um sinal que pode nos dar muitas informações Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos movimentos podese suspeitar de uma paralisia da área que deveria ser movimentada A incapacidade de mover o membro superior depois de um acidente pode indicar lesão do nervo do membro A incapacidade de movimento nos membros inferiores pode indicar uma lesão da medula espinhal O desvio da comissura labial canto da boca pode estar a indicar lesão cerebral ou de nervo periférico facial Pedese à vítima que sorria Sua boca sorrirá torta só de um lado Quando um acidentado perde o movimento voluntário de alguma parte do corpo geralmente ela também perde a sensibilidade no local Muitas vezes porém o movimento existe mas o acidentado reclama de dormência e formigamento nas extremidades É muito importante o reconhecimento destas duas situações como um indício de que há lesão na medula espinal É importante também nestes casos tomar muito cuidado com o manuseio e transporte do acidentado para evitar o agravamento da lesão Convém ainda lembrar que o acidentado de histeria alcoolismo agudo ou intoxicação por drogas mesmo que sofra acidente traumático pode não sentir dor por várias horas A verificação rápida e precisa dos sinais vitais e dos sinais de apoio é uma chave importante para o desempenho de primeiros socorros O reconhecimento destes sinais dá suporte rapidez e agilidade no atendimento e salvamento de vidas Asfixia Introdução Asfixia pode ser definida como sendo parada respiratória com o coração ainda funcionando É causado por certos tipos de traumatismos como aqueles que atingem a cabeça a boca o pescoço o tórax por fumaça no decurso de um incêndio por afogamento em soterramentos dentre outros acidentes ocasionando dificuldade respiratória levando à parada respiratória Nesse caso a identificação da dificuldade respiratória pela respiração arqueante nas vítimas inconscientes pela falta de ar que se queixam os conscientes ou ainda pela cianose acentuada do rosto dos lábios e das extremidades dedos servirá de guia para o socorro à vítima Se as funções respiratórias não forem restabelecidas dentro de 3 a 4 minutos as atividades cerebrais cessarão totalmente ocasionando a morte O oxigênio é vital para o cérebro Principais Causas A Bloqueio da passagem de ar Pode acontecer nos casos de afogamento secreções e espasmos da laringe estrangulamento soterramento e bloqueio do ar causado por ossos alimentos ou qualquer corpo estranho na garganta B Insuficiência de oxigênio no ar Pode ocorrer em altitudes onde o oxigênio é insuficiente em compartimentos não ventilados nos incêndios em compartimentos fechados e por contaminação do ar por gases tóxicos principalmente emanações de motores fumaça densa C Impossibilidade do sangue em transportar oxigênio D Paralisia do centro respiratório no cérebro Pode ser causada por choque elétrico venenos doenças AVC ferimentos na cabeça ou no aparelho respiratório por ingestão de grande quantidade de álcool ou de substâncias anestésicas psicotrópicos e tranquilizantes E Compressão do corpo Pode ser causado por forte pressão externa por exemplo traumatismo torácico nos músculos respiratórios O sinal mais importante dessa situação é a dilatação das pupilas Primeiros Socorros A primeira conduta é favorecer a passagem do ar através da boca e das narinas Afastar a causa Verificar se o acidentado está consciente Despertar as roupas do acidentado principalmente em volta do pescoço peito e cintura Retirar qualquer objeto da boca ou da garganta do acidentado para abrir e manter desobstruída a passagem de ar Para assegurar que o acidentado inconsciente continue respirando coloquea na posição lateral de segurança Iniciar a respiração de socorro conforme relatado à frente tão logo tenha sido o acidentado colocado na posição correta Lembrar que cada segundo é importante para a vida do acidentado Repetir a respiração de socorro tantas vezes quanto necessário até que o acidentado de entrada em local onde possa receber assistência adequada Manter o acidentado aquecido para prevenir o choque Não dar líquidos enquanto o acidentado estiver inconsciente Não deixar o acidentado sentar ou levantar O acidentado deve permanecer deitado mesmo depois de ter recuperado a respiração Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado Dar chá ou café para beber logo que volte a si Continuar observando cuidadosamente o acidentado para evitar que a respiração cessa novamente Não deslocar o acidentado até que sua respiração volte ao normal Remover o acidentado somente deitado mas só em caso de extrema necessidade Solicitar socorro especializado mesmo que o acidentado esteja recuperado Ressuscitação cardiorespiratória Introdução A ressuscitação cardíacorespiratória RCR é um conjunto de medidas utilizadas no atendimento à vítima de parada cardiorespiratória PCR O atendimento correto exige desde o início na grande maioria dos casos o emprego de técnicas adequadas para o suporte das funções respiratórias e circulatórias A RCR é uma técnica de grande emergência e muita utilidade Qualquer interferência ou suspensão da respiração espontânea constitui uma ameaça à vida A aplicação imediata das medidas de RCR é uma das atividades que exige conhecimento e sua execução deve ser feita com calma e disposição A probabilidade de execução da atividade de RCR é bem pequena porém se a ocasião aparece ela pode representar a diferença entre a vida e a morte para o acidentado Podemos definir parada cardíaca como sendo a interrupção repentina da função de bombeamento cardíaco que pode ser constatada pela falta de batimentos do acidentado ao encostar o ouvido na região anterior do tórax do acidentado pulso ausente não se consegue palpar o pulso e ainda quando houver dilatação das pupilas menina dos olhos e que pode ser revertida com intervenção rápida mas que causa morte se não tratada Chamamos de parada respiratória o cessamento total da respiração devido à falta de oxigênio e excesso de gás carbônico no sangue A Figura 3 dá uma noção da relação entre o lapso de tempo decorrido entre a identificação de parada cardiorrespiratória e a possibilidade de sobrevivência com a instituição dos métodos de suporte básico de vida sinais que identificarão efetivamente uma parada cardiorrespiratória a fim de iniciarmos o processo de ressuscitação do qual dependerá a reabilitação ou não do acidentado Avaliar a cena Determinar nível de consciência Pedir auxílio se inconsciente Abrir vias aéreas Verificar respiração Ventilar duas vezes Palpar pulso Iniciar compressão torácica Se não respirou a respiração artificial Desobstruir a passagem do ar Comprovar se respira Colocar a vítima em posição lateral de segurança Limitações da Ressuscitação cardiorespiratória A ressuscitação cardiorespiratória não é capaz de evitar a lesão cerebral por períodos prolongados Com o tempo minutos a circulação cerebral obtida com as compressões torácicas vai diminuindo progressivamente até se tornar ineficaz Durante a ressuscitação cardiorespiratória a pressão sistólica atinge de 60 a 80 mmHg mas a pressão diastólica é muito baixa diminuindo a perfusão de vários órgãos entre os quais o coração As paradas por fibrilação ventricular só podem ser revertidas pela desfibrilação O suporte básico de vida sem desfibrilhação não é capaz de manter a vida por períodos prolongados A reversão da parada cardiorespiratória na maioria dos casos também não é obtida deste modo é necessário se solicitar apoio ao atendimento especializado com desfibrilhação e recursos de suporte avançado Posicionamento para a Ressuscitação cardiorespiratória a Do acidentado Posicionar o acidentado em superfície plana e firme Mantêlo em decúbito dorsal pois as manobras para permitir a abertura da via aérea e as manobras da respiração artificial são mais bem executadas nesta posição A cabeça não deve ficar mais alta que os pés para não prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral Caso o acidentado esteja sobre uma cama ou outra superfície macia ele deve ser colocado no chão ou então deve ser colocada uma tábua sob seu tronco A técnica correta de posicionamento do acidentado deve ser obedecida utilizandose as manobras de rolamento b Da pessoa que está socorrendo Este deve ajoelharse ao lado do acidentado de modo que seus ombros fiquem diretamente sobre o esterno do acidentado Primeiros Socorros A conduta de quem socorre é vital para o salvamento do acidentado Uma rápida avaliação do estado geral do acidentado é que vai determinar quais etapas a serem executadas por ordem de prioridades A primeira providência a ser tomada é estabelecer o suporte básico de vida para tal o acidentado deverá estar posicionado adequadamente de modo a permitir a realização de manobras para suporte básico de vida Manual de Primeiros Socorros Assim o deslocamento da mandíbula a extensão da cabeça e a abertura da boca são manobras que permitem a obtenção de uma via supraglótica sem a necessidade de qualquer equipamento Além disso pode ser preciso a limpeza manual imediata da via aérea para remover material estranho ou secreções presentes na orofaringe Usar os próprios dedos protegidos com lenço ou compressa Duas manobras principais são recomendadas para a desobstrução manual das vias aéreas a Manobra dos Dedos Cruzados Pressionar o dedo indicador contra os dentes superiores e polegar cruzado sobre o indicador contra os dentes inferiores Figura 5 b Manobra de Levantamento da Língua Mandíbula Deve ser feita com o acidentado relaxado Introduzir o polegar dentro da boca e garganta do acidentado Com a ponta do polegar levantar a base da língua Com os dedos segurar a mandíbula ao nível do queixo e tracela para frente Outra forma prática de desobstruir as vias aéreas é o uso de pancadas e golpes que são dados no dorso do acidentado em sucessão rápida As pancadas são fortes e devem ser aplicadas com a mão em concha entre as escápulas da vítima A técnica deve ser feita com o paciente sentado deitado ou em pé Algumas vezes a simples execução de certas manobras é suficiente para tornar permeáveis as vias aéreas prevenir ou mesmo tratar uma parada respiratória especialmente se a PR é devida à asfixia por obstrução e esta é removida de imediato Em muitos casos porém tornase necessário a ventilação artificial Adotar medidas de autoproteção colocando luvas e máscaras O suporte básico da vida consiste na administração de ventilação das vias aéreas e de compressão torácica externa Estas manobras de apoio vital básico constituemse de três etapas principais que devem ser seguidas desobstrução das vias aéreas suporte respiratório e suporte circulatório O reconhecimento da existência de obstrução das vias aéreas pode ser feito pela incapacidade de ouvir ou perceber qualquer fluxo de ar pela boca ou nariz da vítima e observando a retração respiratória das áreas supraclaviculares supraesternal e intercostal quando existem movimentos espontâneos A obstrução poderá ser reconhecida pela incapacidade de insuflar os pulmões quando se tenta ventilar a vítima A ventilação e a circulação artificiais constituem o atendimento imediato para as vítimas de PCR A ventilação artificial é a primeira medida a ser tomada na RCR Para que essa ventilação seja executada com sucesso é necessária à manutenção das vias aéreas permeáveis tomandose as medidas necessárias para a desobstrução Nas vítimas inconscientes a principal causa da obstrução é a queda da língua sobre a parede posterior da faringe Como causa ou como conseqüência da PR pode ocorrer oclusão da hipofaringe pela base da língua ou regurgitação do conteúdo gástrico para dentro das vias aéreas Observar prováveis lesões na coluna cervical ou dorsal antes de proceder às recomendações seguintes Para manter as vias aéreas permeáveis e promover sua desobstrução para tanto colocar o acidentado em decúbito dorsal e fazer a hiperalextensão da cabeça colocando a mão sob a região posterior do pescoço do acidentado e a outra na região frontal Com essa manobra a mandíbula se descola para frente e promove o estiramento dos tecidos que ligam a faringe desobstruindose a hipofaringe Em algumas pessoas a hiperextensão da cabeça não é suficiente para manter a via aérea superior completamente permeável Nestes casos é preciso fazer o deslocamento da mandíbula para frente Para fazer isso é necessário traçar os ramos da mandíbula com as duas mãos Por uma das mãos na testa e a outra sob o queixo do acidentado Empurrar a mandíbula para cima e inclinar a cabeça do acidentado para trás até que o queixo esteja em um nível mais elevado que o nariz Desta maneira restabelecese uma livre passagem de ar quando a língua é separada da parte posterior da garganta Mantendo a cabeça nesta posição escutase e observase para verificar se o acidentado recuperou a respiração Em caso afirmativo coloque o acidentado na posição lateral de segurança A ventilação artificial é indicada nos casos de vias aéreas estarem permeáveis e na ausência de movimento respiratório Os músculos de uma pessoa inconsciente estão completamente relaxados A língua retrocederá e obstruirá a garganta Para eliminar esta obstrução fazer o que foi descrito anteriormente Constatada a permeabilidade das vias aéreas e a ausência de movimento respiratório passar imediatamente à aplicação da respiração boca a boca Lembrar de que quando encontramos um acidentado inconsciente não tentar reanimálo sacudindoo e gritando 1 Respiração Boca a Boca Universalmente a ventilação artificial sem auxílio de equipamentos provou que a respiração boca a boca é a técnica mais eficaz na ressuscitação de vítimas de parada cardiorespiratória Esta manobra é melhor que as técnicas de pressão nas costas ou no tórax ou o levantamento dos braços na maioria dos casos essas manobras não conseguem ventilar adequadamente os pulmões O ar exalado de quem está socorrendo contém cerca de 18 de oxigênio e é considerado um gás adequado para a ressuscitação desde que os pulmões da vítima estejam normais e que se use cerca de duas vezes os volumes correntes normais Para iniciar a respiração boca a boca e promover a ressuscitação cardiorespiratória devese obedecer a seguinte sequência Deitar o acidentado de costas Desobstruir as vias aéreas Remover prótese dentária caso haja limpar sangue ou vômito Pôr uma das mãos sob a nuca do acidentado e a outra mão na testa Inclinar a cabeça do acidentado para trás até que o queixo fique em um nível superior ao do nariz de forma que a língua não impeça a passagem de ar mantendose nesta posição Fechar bem as narinas do acidentado usando os dedos polegar e indicador utilizando a mão que foi colocada anteriormente na testa do acidentado Inspirar profundamente Colocar a boca com firmeza sobre a boca do acidentado vedandoa totalmente Manual de Primeiros Socorros Figura 6 Ventilação boca a boca Fazer leve compressão na região do estômago do acidentado para que o ar seja expelido Inspirar profundamente outra vez e continuar o procedimento na forma descrita repetindo o movimento tantas vezes quanto necessário cerca de 15 vezes por minuto até que o acidentado possa receber assistência médica Se a respiração do acidentado não tiver sido restabelecida após as tentativas dessa manobra ela poderá vir a ter parada cardíaca tornando necessária a aplicação de massagem cardíaca externa 2 Método Holger Nielsen Deitar o acidentado de bruços com uma das mãos sobre a outra embaixo da cabeça Virar a cabeça do acidentado de lado deixando livres a boca e o nariz Ajoelhar em frente à cabeça do acidentado e segurar cada um dos braços do mesmo logo acima dos cotovelos Levantar os braços do acidentado até sentir resistência Baixar os braços do acidentado Colocar imediatamente as palmas das mãos abertas sobre as costas do acidentado um pouco acima das axilas Inclinar para frente o seu próprio corpo sem dobrar os cotovelos e fazer pressão sobre as costas do acidentado mantendo seus braços sobre elas mais ou menos na vertical Prosseguir ritmadamente repetindo os movimentos descritos no item anterior cerca de 10 vezes por minuto Observação a Para calcular a duração de cada tempo contar baixo e sem pressa b Assim que começar a respiração artificial pedir a outra pessoa para desapertar a roupa do acidentado principalmente no peito e pescoço 3 Método Sylvester Também aplicado quando não puder ser feito o método boca a boca Colocar o acidentado deitado com o rosto para cima e pôr algo por baixo dos seus ombros para que ele fique com a cabeça inclinada para trás Ajoelhar de frente para o acidentado e pôr a cabeça dele entre seus joelhos Segurar os braços do acidentado pelos pulsos cruzandoos e comprimindoos contra o peito dela Segurar os braços do acidentado primeiro para cima depois para os lados e a seguir para trás em movimentos sucessivos Massagem Cardíaca Externa ou Compressão Torácica É o método efetivo de ressuscitação cardíaca que consiste em aplicações rítmicas de pressão sobre o terço inferior do esterno O aumento generalizado da pressão no interior do tórax e a compressão do coração fazem com que o sangue circule Mesmo com a aplicação perfeita das técnicas a quantidade de sangue que circula está entre 10 a 30 do normal Para realizar a massagem cardíaca externa devese posicionar a vítima em decúbito dorsal como já citado anteriormente Posicionar ajoelhado ao lado do acidentado e num plano superior de modo que possa executar a manobra com os braços em extensão Em seguida apoiar as mãos uma sobre a outra na metade inferior do esterno evitando fazêlo sobre o apêndice xifóide pois isso tornaria a manobra inoperante e machucaria as vísceras Não se deve permitir que o resto da mão se apoie na parede torácica A compressão deve ser feita sobre a metade inferior do esterno porque essa é a parte que está mais próxima do coração Com os braços em hiperextensão aproveite o peso do seu próprio corpo para aplicar a compressão tornandoa mais eficaz e menos cansativa do que se utilizada a força dos braços Aplicar pressão suficiente para baixar o esterno de 38 a 5 centímetros para um adulto normal e mantêlo assim por cerca de meio segundo O ideal é verificar se a compressão efetuada é suficiente para gerar um pulso carotídeo palpável Com isso se obtém uma pressão arterial média e um contorno de onda de pulso próximo do normal Manual de Primeiros Socorros Figura 7 Técnica de massagem cardíaca externa Em seguida remover subitamente a compressão que junto com a pressão negativa provoca o retorno de sangue ao coração Isso sem retirar as mãos do tórax da vítima garantindo assim que não seja perdida a posição correta das mãos As compressões torácicas e a respiração artificial devem ser combinadas para que a ressuscitação cardiopulmonar seja eficaz A frequência das compressões torácicas deve ser mantida em 80 a 100 por minuto Com a pausa que é efetuada para ventilação a frequência real de compressões cai para 60 por minuto A aplicação da massagem cardíaca externa pode trazer consequências graves muitas vezes fatais Podemos citar dentro elas fraturas de costelas e do esterno separação condrocostal ruptura de vísceras contusão miocárdica e ruptura ventricular Essas complicações no entanto poderão ser evitadas se a massagem for realizada com a técnica correta É portanto muito importante que nos preocupemos com a correta posição das mãos e a quantidade de força que deve ser aplicada A massagem cardíaca externa deve ser aplicada em combinação com a respiração boca a boca O ideal é conseguir alguém que ajude para que as manobras não sofram interrupções devido ao cansaço É absolutamente contra indicado cessar as massagens por um tempo superior a alguns segundos pois a corrente sanguínea produzida pela compressão externa é inferior à normal representando apenas de 40 a 50 da circulação normal Portanto qualquer interrupção maior no processo diminuirá a afluência de sangue no organismo Frequência das Manobras de Ressuscitação cardiorrespiratória Obs iniciar as manobras sempre com 4 respirações Nº de Socorristas Quantidade de Respirações Quantidade de Compressões 01 pessoa 02 boca a boca 15 02 pessoas 01 boca a boca 05 No caso de duas pessoas estarem socorrendo a pessoa que se encarrega da respiração boca a boca poderá controlar a pulsação carótidea Convém lembrar que o pulso palpatório durante a massagem cardíaca externa não é suficiente para indicar uma circulação eficaz A sensação de pulso pode ser devida à transmissão da compressão pelos tecidos moles A manutenção ou aparecimento da respiração espontânea durante a massagem cardíaca externa associada ou não à respiração boca a boca é o melhor indício de ressuscitação cardiorrespiratória satisfatória Não se deve desanimar em obter a recuperação da respiração e dos batimentos cardíacos do acidentado É preciso mandar que procurem socorro médico especializado com a maior urgência É preciso ter paciência calma e disposição Qualquer interrupção na tentativa de ressuscitação da vítima até a chegada de socorro especializado implicará fatalmente em morte Reavaliação Verificar pulso carótideo após um minuto de ressuscitação cardiopulmonar e depois a cada três minutos Se pulso presente verificar presença de respiração eficaz Respiração presente manter a vítima sob observação Respiração ausente continuar os procedimentos de respiração artificial e contatar com urgência o atendimento especializado Se o pulso ausente iniciar RCR pelas compressões torácicas Verificar diâmetro das pupilas Erros Comuns na Execução da Ressuscitação cardiopulmonar Posição incorreta das mãos Profundidade de compressões inadequada Incapacidade de manter um selamento adequado ao redor do nariz e da boca durante a ventilação Dobrar os cotovelos ou joelhos durante as compressões levando ao cansaço Ventilações com muita força e rapidez levando à distensão do estômago Incapacidade de manter as vias aéreas abertas Não ativação rápida do atendimento especializado Estado de Choque O choque é um complexo grupo de síndromes cardiovasculares agudas que não possui uma definição única que compreenda todas as suas diversas causas e origens Didaticamente o estado de choque é dado quando há mal funcionamento entre o coração vasos sanguíneos artérias ou veias e o sangue instalandose um desequilíbrio no organismo O choque é uma grave emergência médica O correto atendimento exige ação rápida e imediata Vários fatores predispoem ao choque Com a finalidade de facilitar a análise dos mecanismos considerase especialmente para estudo o choque hipovolêmico por ter a vantagem de apresentar uma sequência bem definida Há vários tipos de choque Choque Hipovolêmico É o choque que ocorre devido à redução do volume intravascular por causa da perda de sangue de plasma ou de água perdida em diarreia e vômito Choque Cardiogênico Ocorre na incapacidade de o coração bombear um volume de sangue suficiente para atender às necessidades metabólicas dos tecidos Choque Séptico Pode ocorrer devido a uma infeção sistêmica Choque Anafilático É uma reação de hipersensibilidade sistêmica que ocorre quando um indivíduo é exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico Choque Neurogênico É o choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por distúrbio da função nervosa Este choque pode ser causado por exemplo por transecção da medula espinal ou pelo uso de medicamentos como bloqueadores ganglionares ou depressores do sistema nervoso central O reconhecimento da iminência de choque é de importância vital para o salvamento da vítima ainda que pouco possamos fazer para reverter a síndrome Muitas vezes é difícil este reconhecimento mas podemos notar algumas situações predisponentes ao choque e adotar condutas para evitálo ou retardálo De uma maneira geral a prevenção é consideravelmente mais eficaz do que o tratamento do estado de choque O choque pode ser provocado por várias causas especialmente de origem traumáticas Devemos ficar sempre atentos à possibilidade de choque pois a grande maioria dos acidentes e afecções abordadas neste manual pode gerar choque caso não sejam atendidos corretamente Causas Principais do Estado de Choque Hemorragias intensas internas ou externas Infarto Taquicardias Bradicardias Queimaduras graves Processos inflamatórios do coração Traumatismos do crânio e traumatismos graves de tórax e abdômen Envenenamentos Afogamento Choque elétrico Picadas de animais peçonhentos Exposição a extremos de calor e frio Septicemia No ambiente de trabalho todas as causas citadas acima podem ocorrer merecendo especial atenção os acidentes graves com hemorragias extensas com perda de substâncias orgânicas em prensas moinho extrusoras ou por choque elétrica ou por envenenamentos por produtos químicos ou por exposição a temperaturas extremas Sintomas A vítima de estado de choque ou na iminência de entrar em choque apresenta geralmente os seguintes sintomas Pele pálida úmida pegajosa e fria Cianose arroxeamento de extremidades orelhas lábios e pontas dos dedos Suor intenso na testa e palmas das mãos Fraqueza geral Pulso rápido e fraco Sensação de frio pele fria e calafrios Respiração rápida curta irregular ou muito difícil Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo com pupilas dilatadas agitação Medo ansiedade Sede intensa Visão nublada Náuseas e vômitos Respostas insatisfatórias a estímulos externos Perda total ou parcial de consciência Taquicardia Prevenção do Choque Algumas providências podem ser tomadas para evitar o estado de choque Mas infelizmente não há muitos procedimentos de primeiros socorros a serem tomados para tirar a vítima do choque Existem algumas providências que devem ser memorizadas com o intuito permanente de prevenir o agravamento e retardar a instalação do estado de choque DEITAR A VÍTIMA A vítima deve ser deitada de costas Afrouxar as roupas da vítima no pescoço peito e cintura e em seguida verificar se há presença de prótese dentária objetos ou alimento na boca e os retirar Os membros inferiores devem ficar elevados em relação ao corpo Isto pode ser feito colocandoos sobre uma almofada cobertor dobrado ou qualquer outro objeto Este procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas desses membros ele serve para melhorar o retorno sanguíneo e levar o máximo de oxigênio ao cérebro Não erguer os membros inferiores da vítima a mais de 30 cm do solo No caso de ferimentos no tórax que dificultem a respiração ou de ferimento na cabeça os membros inferiores não devem ser elevados No caso de a vítima estar inconsciente ou se estiver consciente mas sangrando pela boca ou nariz deitála na posição lateral de segurança PLS para evitar asfixia conforme demonstrado na Figura 8 RESPIRAÇÃO Verificar quase que simultaneamente se a vítima respira Devese estar preparado para iniciar a respiração boca a boca caso a vítima pare de respirar PULSO Enquanto as providências já indicadas são executadas observar o pulso da vítima No choque o pulso da vítima apresentase rápido e fraco taqusigmia CONFORTO Dependendo do estado geral e da existência ou não de fratura a vítima deverá ser deitada da melhor maneira possível Isso significa observar se ela não está sentindo frio e perdendo calor Se for preciso a vítima deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante como uma lona ou casacos TRANQUILIZAR A VÍTIMA Se o socorro médico estiver demorando tranquilizar a vítima mantendoa calma sem demonstrar apreensão quanto ao seu estado Permanecer em vigilância junto à vítima para darlhe segurança e para monitorar alterações em seu estado físico e de consciência O transporte de acidentados é um determinante da boa prestação de primeiros socorros Um transporte mal feito sem técnica sem conhecimentos pode provocar danos muitas vezes irreversíveis à integridade física do acidentado Existem várias maneiras de se transportar um acidentado Cada maneira é compatível com o tipo de situação em que o acidentado se encontra e as circunstâncias gerais do acidente Cada técnica de transporte requer habilidade e maneira certa para seja executada Quase sempre é necessário o auxílio de outras pessoas orientadas por quem estiver prestando os primeiros socorros De uma maneira geral o transporte bem realizado deve adotar princípios de segurança para a proteção da integridade do acidentado conhecimento das técnicas para o transporte do acidentado consciente que não pode deambular transporte do acidentado inconsciente cuidados com o tipo de lesão que o acidentado apresenta e técnicas e materiais para cada tipo de transporte Em muitos tipos de transporte teremos de contar com o auxílio de um dois ou mais voluntários Para estes casos a técnica correta também varia de acordo com o número de pessoas que realizam o transporte O transporte de vítimas é assunto que suscita polêmicas Devemos tentar troca de informações entre pessoas que tenham experiências no intuito de transformálas em exemplos úteis Além disto tratase de assunto em que a proficiência depende quase que exclusivamente de prática e habilidade física É importante praticar o máximo possível até que se tenha certeza de que não restam dúvidas Algumas regras e observações genéricas e teóricas devem ser aprendidas e conscientizadas por todos independentemente de suas habilidades físicas para realizar o transporte de um acidentado Apesar de não ser de nossa competência é conveniente que conheçamos algumas práticas relativas à atividade de resgate de vítimas de acidentes As técnicas e orientações contidas aqui são as mesmas desenvolvidas acatadas e recomendadas internacionalmente pela Liga de Sociedade da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho conforme estabelecido no Curso de Formação de Monitores de Primeiros Socorros na Cruz Vermelha Brasileira Caderno nº 2 capítulo 10 1973 O transporte de acidentados ou de vítimas de mal súbito requer de quem for socorrer o máximo cuidado e correção de desempenho com o objetivo de não lhes complicar o estado de saúde com o agravo das lesões existentes Antes de iniciar qualquer atividade de remoção e transporte de acidentados assegurarse da manutenção da respiração e dos batimentos cardíacos hemorragias deverão ser controladas e todas as lesões traumatoortopédicas deverão ser imobilizadas O estado de choque deve ser prevenido O acidentado de fratura da coluna cervical só pode ser transportado sem orientação médica ou de pessoal especializado nos casos de extrema urgência ou iminência de perigo para o acidentado e para quem estiver socorrendoo Enquanto se prepara o transporte de um acidentado acalmálo principalmente demonstrando tranquilidade com o controle da situação É necessário estar sereno para que o acidentado possa controlar suas próprias sensações de temor ou pânico É recomendável o transporte de pessoas nos seguintes casos Vítima inconsciente Estado de choque instalado Grande queimado Hemorragia abundante Choque Envenenado mesmo consciente Picado por animal peçonhento Acidentado com fratura de membros inferiores bacia ou coluna vertebral Acidentados com luxação ou entorse nas articulações dos membros inferiores O uso de uma duas três ou mais pessoas para o transporte de um acidentado depende totalmente das circunstâncias de local tipo de acidente voluntários disponíveis e gravidade da lesão Os métodos que empregam um a duas pessoas socorrendo são ideais para transportar um acidentado que esteja inconsciente devido a afogamento asfixia e envenenamento Este método porém não é recomendável para o transporte de um ferido com suspeita de fratura ou outras lesões mais graves Para estes casos sempre que possível devese usar três ou mais pessoas Para o transporte de acidentados em veículos alguns cuidados devem ser observados O corpo e a cabeça do acidentado deverão estar seguros firmes em local acolchoado ou forrado O condutor do veículo deverá ser orientado para evitar freadas bruscas e manobras que provoquem balanços exagerados Qualquer excesso de velocidade deverá ser evitado especialmente por causa do nervosismo ou pressa em salvar o acidentado O excesso de velocidade ao contrário poderá fazer novas vítimas Se for possível deve ser usado o cinto de segurança Antes de remover um acidentado os seguintes procedimentos devem ter sido observados Restauração ou manutenção das funções respiratória e circulatória Verificação de existência e gravidade de lesões Controle de hemorragia Prevenção e controle de estado de choque Imobilização dos pontos de fratura luxação e entorse Para o transporte cuidar para que se use veículo grande e espaçoso a ser dirigido por motorista habilitado Além disto Acompanhar e assistir o acidentado durante o transporte verificando e mantendo as funções respiratória e circulatória monitorizando o estado de consciência e pulso sempre que for necessário solicitado ou na ausência de pessoal de saúde especializado para realizar estas ações Orientar o motorista para evitar freadas súbitas e manobras que provoquem balanços Assegurar o conforto e segurança do acidentado dentro do veículo transportador Sempre que possível anotar e registrar de preferência em papel todos os sinais e sintomas observados e a assistência que foi prestada Estas informações devem acompanhar o acidentado mesmo na ausência de quem o socorreu e podem vir a ser de grande utilidade no atendimento posterior Métodos de Transporte uma pessoa só socorrendo Transporte de Apoio Passase o braço do acidentado por trás da sua nuca segurandoa com um de seus braços passando seu outro braço por trás das costas do acidentado em diagonal Figura 9 Este tipo de transporte é usado para as vítimas de vertigem de desmaio com ferimentos leves ou pequenas perturbações que não os tornem inconscientes e que lhes permitam caminhar Transporte ao Colo Uma pessoa sozinha pode levantar e transportar um acidentado colocando um braço debaixo dos joelhos do acidentado e o outro bem firme em torno de suas costas inclinando o corpo um pouco para trás Figura 36 O acidentado consciente pode melhor se fixar passando um de seus braços pelo pescoço da pessoa que o está socorrendo Caso se encontre inconsciente ficará com a cabeça estendida para trás o que é muito bom pois melhora bastante a sua ventilação Figura 10 Transporte ao colo Usase este tipo de transporte em casos de envenenamento ou picada por animal peçonhento estando o acidentado consciente ou em casos de fratura exceto da coluna vertebral Transporte nas Costas Uma só pessoa socorrendo também pode carregar o acidentado nas costas Esta põe os braços sobre os ombros da pessoa que está socorrendo por trás ficando suas axilas sobre os ombros deste Figura 37 A pessoa que está socorrendo busca os braços do acidentado e segurao carregando o acidentado arqueado como se ela fosse um grande saco em suas costas Figura 11 Transporte nas costas Transporte de Bombeiro Primeiro colocase o acidentado em decúbito ventral Em seguida ajoelhase com um só joelho e com as mãos passando sob as axilas do acidentado o levanta ficando agora de pé de frente para ele A pessoa que está prestando os primeiros socorros coloca uma de suas mãos na cintura do acidentado e com a outra toma o punho colocando o braço dela em torno de seu pescoço Abaixase então para frente deixando que o corpo do acidentado caia sobre os seus ombros A mão que segurava a cintura do acidentado passa agora por entre as coxas na altura da dobra do joelho e segura um dos punhos do acidentado ficando com a outra mão livre Conforme a sequência de procedimentos mostrados na Figura 12 Este transporte pode ser aplicado em casos que não envolvam fraturas e lesões graves É um meio de transporte eficaz e muito útil se puder ser realizado por uma pessoa ágil e fisicamente capaz Transporte de Arrasto em Lençol Seguramse as pontas de uma das extremidades do lençol cobertor ou lona onde se encontra apoiada a cabeça do acidentado suspendese um pouco e arrastase a pessoa para o local desejado Figura 13 Manual de Primeiros Socorros Métodos de Transporte Feito por Duas Pessoas Transporte de Apoio Passase o braço do acidentado por trás da nuca das duas pessoas que estão socorrendo segurandoa com um dos braços passando o outro braço por trás das costas do acidentado em diagonal Figura 15 Transporte pelas Extremidades Uma das pessoas que estão prestando os primeiros socorros segura com os braços o tronco da vítima passandoos por baixo das axilas da mesma A outra de costas para o primeiro segura as pernas da vítima com seus braços Figura 17 Transporte ao Colo A vítima é abraçada e levantada de lado até a altura do tórax das pessoas que estão socorrendo O acidentado pode ser um fraturado ou luxado de ombro superior ou inferior e o membro afetado deve sempre ficar para o lado do corpo das pessoas que estão socorrendo a fim de melhor protegêlo tendo sido antes imobilizado conforme mostrado na Figura 18 Transporte de Cadeira Quando a vítima está numa cadeira podese transportar esta com a vítima da seguinte maneira uma pessoa segura a parte da frente da cadeira onde os pés se juntam ao assento O outro segura lateralmente os espaldare da cadeira pelo meio A cadeira fica inclinada para trás pois a pessoa da frente coloca a borda do assento mais alto que a de trás Figura 19 A atenção durante a remoção é muito importante para que a vítima não caia Transporte de Maca A maca é o melhor meio de transporte Podese fazer uma boa maca abotoandose duas camisas ou um paletó em duas varas ou bastões ou enrolando um cobertor dobrado em três envolta de tubos de ferro ou bastões Figura 51 Podese ainda usar uma tábua larga e rígida ou mesmo uma porta Nos casos de fratura de coluna vertebral devese tomar o cuidado de acolchoar as curvaturas da coluna para que o próprio peso não lese a medula Se a vítima estiver de bruxos decúbito ventral e apresentar vias aéreas permeáveis e sinais vitais presentes deve ser transportada nesta posição com todo cuidado pois colocála em outra posição pode agravar uma lesão na coluna Transporte ao colo Transporte de Lençol pelas Pontas Com quatro pessoas cada um segura uma das pontas do lençol cobertor ou lona formando uma espécie de rede onde é colocada e transportada a vítima Figura 22 Este transporte não serve para lesões de coluna Nestes casos a vítima deve ser transportada em superfície rígida Figura 22 Transporte pelas pontas Transporte de Lençol pelas Bordas Colocase a vítima no meio do lençol enrolamse as bordas laterais deste bem enroladas Estes lados enrolados permitem segurar firmemente o lençol e levantálo com a vítima Em geral duas pessoas de cada lado podem fazer o serviço mas três é melhor Figura 23 Para colocar a vítima sobre o cobertor é preciso enfiar este debaixo do corpo dela Para isto dobramse várias vezes uma das bordas laterais do lençol de modo que ela possa funcionar como cunha Enfiase esta cunha devagar para baixo da vítima Depois disso é que se enrolam as bordas laterais para levantar e carregar a vítima Este transporte também não é recomendado para os casos de lesão na coluna Nestes casos a vítima deve ser transportada em superfície rígida Figura 23 Transporte pelas bordas Remoção de vítima com suspeita de fratura de coluna consciente ou não A remoção de uma vítima com suspeita de fratura de coluna ou de bacia eou acidentado em estado grave com urgência de um local onde a maca não consegue chegar deverá ser efetuada como se seu corpo fosse uma peça rígida levantando simultaneamente todos os segmentos do seu corpo deslocando o acidentado até a maca Figura 24 Figura 24 Remoção de vítima A falta dos cuidados anteriormente descritos pode agravar as lesões ocorridas nos acidentes Devido às circunstâncias em que muitas emergências ocorrem é importante que estejamos capacitados a tomar decisões corretas e saiba improvisar os materiais necessários à sua ação a partir dos recursos disponíveis no local da ocorrência Esta capacidade requer bom senso criatividade e espírito prático que constituem elementos fundamentais para formação de quem for socorrer a vítima Assim daremos apenas alguns exemplos de improvisação de macas para o transporte de vítimas 1 Cabos de vassoura galhos resistentes de árvores canos portas tábuas pranchas cobertores paletos camisas lençóis lonas tiras de pano sacos de pano cordas barbantes cipós e uma série de materiais são adequados e de utilidade para se improvisar uma maca Varas cabos de vassoura canos ou galhos podem ser introduzidos em dois paletos casacos gandu As mangas deverão ser viradas do avesso e passadas por dentro do casaco ou gandu e estes abotoados para que fiquem firmes 2 Cipó corda barbante ou arame de tamanho adequado podem ser trançados entre dois bastões rígidos dos exemplos já sugeridos para formar uma espécie de rede flexível e esticada 3 Manta cobertor lençol toalha ou lona podem ser dobrados sobre dois bastões rígidos conforme sugerido da maneira com está indicada na Figura 25 4 Os mesmos materiais do exemplo anterior poderão ainda servir de maca mesmo que não seja possível encontrar bastões rígidos conforme sugerido Devese agir como indicado na Figura 25 Figura 25 Improvisação de macas Hemorragias Definição É a perda de sangue através de ferimentos pelas cavidades naturais como nariz boca etc ela pode ser também interna resultante de um traumatismo As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas e para fins de primeiros socorros em internas e externas Hemorragias Arteriais É aquela hemorragia em que o sangue sai em jato pulsátil e se apresenta com coloração vermelho vivo Hemorragias Venosas É aquela hemorragia em que o sangue é mais escuro e sai continuamente e lentamente escorrendo pela ferida Hemorragia Externa É aquela na qual o sangue é eliminado para o exterior do organismo como acontece em qualquer ferimento externo ou quando se processa nos órgãos internos que se comunicam com o exterior como o tubo digestivo ou os pulmões ou as vias urinárias Hemorragia Interna É aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade préformada do organismo como o peritônio pleura pericárdio meninges cavidade craniana e câmara do olho Consequências das Hemorragias Hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de choque e morte Hemorragias lentas e crônicas por exemplo através de uma úlcera causam anemia ou seja quantidade baixa de glóbulos vermelhos Quadro Clínico Varia com a quantidade perdida de sangue velocidade do sangramento estado prévio de saúde e idade do acidentado A Quantidade de sangue perdido Quadro IX Quanto maior a quantidade perdida mais graves serão as hemorragias Geralmente a perda de sangue não pode ser medida mas pode ser estimada através da avaliação do acidentado sinais de choque compensado ou descompensado Quadro VIII Quadro clínico apresentado nas hemorragias Quantidade de sangue perdido Alterações Perdas de até 15 aproximadamente 750 ml em adultos Geralmente não causam alterações São totalmente compensadas pelo corpo Ex doação de sangue Perdas maiores que 15 e menores que 30aproximadamente 750 a 1500 ml Geralmente causam estado de choque ansiedade sede taquicardia com frequência cardíaca entre 100120min pulso radial fraco pele fria palidez suor frio frequência respiratória maior que 20min e enchimento capilar lentificado maior que 2 seg Perdas acima de 30maiores que 1500 ml Levam ao choque descompensado com hipotensão alterações das funções mentais agitação confusão ou inconsciência sede intensa pele fria palidez suor frio taquicardia superior a 120min pulso radial ausente queda da pressão arterial taquipneia importante e enchimento capilar lento Perdas de mais de 50 do volume sanguíneo Choque irreversível parada cardiorrespiratória e morte B Velocidade Quanto mais rápida as hemorragias menos eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo Um indivíduo pode suportar uma perda de um litro de sangue que ocorre em período de horas mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos Não pode ser medida mas pode ser estimada através de dados clínicos do acidentado A hemorragia arterial é menos frequente mas é mais grave e precisa de atendimento imediato para sua contenção e controle A hemorragia venosa é a que ocorre com maior frequência mas é de controle mais fácil pois o sangue sai com menor pressão e mais lentamente As hemorragias podem se constituir em condições extremamente graves Muitas hemorragias pequenas podem ser contidas e controladas por compressão direta na própria ferida e curativo compressivo Uma hemorragia grande não controlada especialmente se for uma hemorragia arterial pode levar o acidentado à morte em menos de 5 minutos devido à redução do volume intravascular e hipoxia cerebral anemia aguda A hemorragia nem sempre é visível podendo estar oculta pela roupa ou posição do acidentado por exemplo uso de roupas grossas onde a absorção do sangue é completa ou hemorragias causadas por ferimentos nas costas quando o acidentado estiver deitado de costas O sangue pode ser absorvido pelo solo ou tapetes lavado pela chuva dificultando a avaliação do socorrista Por este motivo o acidentado deve ser examinada completamente para averiguar se há sinais de hemorragias Os locais mais frequentes de hemorragias internas são tórax e abdomen Observar presença de lesões perfurantes de equimoses ou contusões na pele sobre estruturas vitais Os órgãos abdominais que mais frequentemente produzem sangramentos graves são o fígado localizado no quadrante superior direito e o baço no quadrante superior esquerdo Algumas fraturas especialmente as de bacia e fêmur podem produzir hemorragias internas graves e estado de choque Observar extremidades com deformidades e dolorosas e estabilidade pélvica A distensão abdominal com dor após traumatismo deve sugerir hemorragia interna Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar por vezes hemorragias do tórax produzem hemoptise O sangramento do esôfago estômago e duodeno podem se exteriorizar através da hematêmese vômito com sangue ou dependendo do volume através também de melena evacuação de sangue Neste caso as condutas do socorrista visaram somente o suporte de vida principalmente de via aérea e respiração até o hospital pois pouco há o que se fazer A hemorragia recebe nomes conforme o lugar onde se manifesta ou o aspecto onde se apresenta Tem basicamente duas causas espontânea ou traumática No caso da espontânea geralmente é o sinal de alarme de uma doença grave A hemorragia causada por traumatismo é a mais comum nos ambientes de trabalho e dependendo da sua intensidade e localização o mais indicado é levar o acidentado a um hospital porém em certos casos podese ajudar o acidentado tomando atitudes específicas como veremos a seguir Em casos particulares um método que pode vir a ser temporariamente eficaz é o método do ponto de pressão