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18 REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Ensinar gênero e sexualidade na escola desafios para a formação de professores Lilian Correia Pessôa1 Rodnei Pereira2 Rodrigo Toledo3 Resumo No último biênio período em que as discussões sobre os planos nacional estaduais e municipais de educação se intensificaram as questões sobre gênero estiveram no centro dos debates tendo sido retiradas da maioria dos planos Atrelado a isso há projetos de leis alguns já aprovados em âmbito municipal que intentam coibir que as escolas brasileiras trabalhem com o tema sob a suposição de doutrinação ideológica e de uma tentativa de grupos sociais que lutam pelos direitos das mulheres e da população LGBTT Lésbicas Gays Bissexuais Transexuais e Transgêneros de corromper as juventudes Em uma tentativa de contraposição ao senso comum que vem sustentando essas discussões este trabalho problematiza a importância das discussões de gênero para a formação de professores a partir do levantamento de dúvidas em um grupo de discussão realizado com jovens de uma escola de ensino médio de ensino integral na cidade de São Paulo Palavraschave Gênero e sexualidade População LGBTT Formação de professores Planos de educação Abstract In the last biennium when discussions on national state and municipal education plans intensified gender issues were at the center of the discussions and were taken from most of the plans Linked to this there are draft laws some of which have already been approved at the municipal level which seek to prevent brazilian schools from working on the subject under the assumption of ideological indoctrination and an attempt by social groups fighting for womens rights and the LGBTT Lesbian Gay Bisexual Transsexuals and Transgender population to corrupt youth In an attempt to counteract the common sense that has been underpinning these discussions this paper discusses the importance of gender discussions for teacher training based on the raising of doubts in a discussion group held with young people from a fulltime high school in the city of São Paulo Keywords Gender and sexuality LGBTT population Teacher training Education plans 1 Doutora e Mestre em Educação Psicologia da Educação pela PUCSP Graduada em Pedagogia pela Universidade São Judas Tadeu Atualmente é Professora no curso de Pedagogia e Coordenadora Local em um dos campi da Universidade Paulista UNIP Email lilipessoahotmailcom 2 Doutor e Mestre em Educação Psicologia da Educação pela PUCSP Licenciado em Pedagogia Filosofia e Letras Atualmente é Professor no curso de Pedagogia da Universidade Paulista Email rodneipereirauolcombr 3 Doutorando e Mestre em Educação Psicologia da Educação pela PUCSP Psicólogo e pedagogo atualmente é Coordenador e Responsável Técnico do Curso de Psicologia da Universidade Ibirapuera também atua como Supervisor de Estágio e Docente da UNIP nas disciplinas de Psicologia Escolar e Políticas Públicas Email toledordggmailcom 19 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Introdução Desde o final do século passado os movimentos sociais vêm denunciando a exclusão e a violência sofri da por mulheres e pela população LGBTT É importante destacar o aumento significativo nos últimos anos dos índices de crimes motivados por machismo e por homolesbotransfobia4 no Brasil Contudo como as discussões das questões sobre gênero envolvem em grande parte um conjunto de incompreensões sobre a população LGBTT enfocaremos neste trabalho este público O Grupo Gay da Bahia GGB responsável pela publicação do Relatório Anual de Assassinato de Ho mossexuais no Brasil LGBTT relativo ao ano de 2014 documentou 313 assassinatos de gays travestis e lésbicas no Brasil Isso equivale a um assassinato de uma pessoa LGBTT a cada 27 horas Essas estatísticas revelam que o conservadorismo que marca nosso tempo e o alto índice de intolerância que desembocam em práticas violentas geram impedimentos do reconhecimento do direito à vida Acompanhando os dados publicados pelo GGB desde 1999 podemos perceber que a história e a cul tura do povo brasileiro de um modo geral estão assentadas em uma naturalização de práticas machistas sexistas e homofóbicas e que vitimam os sujeitos sexuais marginalizados uma vez que estes têm suas imagens desvalorizadas o que enseja um clima favorável a violências de todo tipo Gênero uma discussão desnecessária As violências de gênero explícitas e veladas estão nos programas populares de humor nas piadas cotidianas nas ironias discursivas ordinárias e nos crimes hediondos que voltam à tona frequentemente nos noticiários Se sociedade brasileira não se conscientizar desse contexto de violência seremos uma mod ernidade capenga injusta mesquinhamente econômica e economicista como afirma Souza 2009 p 12 Souza 2009 destaca que vivemos em uma sociedade na qual ao invés da oposição clássica entre tra balhadores e burgueses o nosso conflito central tanto social quanto político e que subordina em importância todos os demais é a oposição entre uma classe excluída das oportunidades materiais e simbólicas de reconhe cimento social e as demais classes sociais E é nesse contexto que se instaura a vivência da desigualdade social Ao analisar a desigualdade social Sawaia 2002 propõe uma leitura a partir da dialética inclusão exclusão ressaltando as contradições que constituem o fenômeno da exclusão pois este contém em si a sua negação visto que a sociedade exclui para incluir Esta é a condição indispensável da ordem social desigual que promove uma compreensão ilusória e perversa de inclusão social Diante disso fazse necessário questionar o papel do Estado na garantia de direitos fundamentais e dire itos sociais Souza 2009 acrescenta que ao tentarmos isolar o foco de toda atenção na violência espetacular aquela novelizada distante e asséptica produzimos todas as condições objetivas para a continuação da violência muda e silenciosa de várias dezenas de milhões de brasileiros e no limite de toda a sociedade brasileira cuja dinâmica é estruturada por uma gigantesca trajetória de desigualdade sociais econômicas políticas e culturais SOUZA 2009 p 28 4 A negação de direitos em razão da orientação sexual e da identidade de gênero recebe o nome de homolesbotransfobia uma violência que transforma caracte rísticas da diversidade sexual em motivo para desigualdades vulnerabilidades exclusões e riscos de toda ordem OIT UNAIDSPNUD 2015 p17 20 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Concordamos com o autor quando ele afirma que a violência comumente pode ser entendida como re flexo da reprodução da desigualdade social que como resultado produz nos sujeitos sofrimento éticopolítico SAWAIA 2002 humilhação social GONÇALVES 1998 fatalismo MARTINBARÓ 1987 alhea mento COSTA 1997 e desenraizamento WEIL 2001 Especificamente sobre a população LGBTT cabe mencionar que a Revolução Burguesa na França no fim do século 18 produziu uma ruptura radical com um passado de criminalização da homossexualidade quando a excluiu da lista de ofensas do seu Código Legal Como ressalta Okita 2015 a diminuição da perseguição à população homossexual era o reconheci mento da jovem burguesia democrática aos direitos sexuais burgueses Rodrigues 2011 lembra que com a publicação da Declaração dos Direitos dos Homens e dos Cidadãos em 1789 inauguramos um processo histórico de luta pela construção da igualdade mas a questão central era assegurar os direitos civis elementares e restritos aos homens exclusivamente do gênero masculino e proprietários de determinadas classes sociais ficando evidente o caráter parcial e restrito dos novos direitos É sabido que historicamente os negros as mulheres os jovens os indígenas os trabalhadores e os homossexuais foram e são explorados e oprimidos e estão em luta permanente pelo direito à vida com um mínimo de dignidade contra autoritarismos e injustiças de todos os tipos já que foram populações excluídas desde a gênese do processo de construção da sociedade moderna da democracia e das proclamações por igualdade e liberdade como afirma Rodrigues 2011 Para o autor a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 surge como um marco que busca estabelecer condições mínimas de respeito a cada ser humano em qualquer tempo e lugar buscando mini mizar todas as perdas das populações subalternizadas historicamente Na década de 1960 reconhecida como um período de ascensão dos movimentos libertários pacifistas ambientalistas e de consolidação do movimento feminista se constituiu um novo sujeito político aquele que passou a militar no movimento pelos direitos da população LGBTT Esse movimento teve como paradigma inicial a resistência em Stonewall nos Estados Unidos com a reivindicação de igualdade para os que estão fora da norma heterossexista Nos estudos sobre o Movimento LGBTT no Brasil localizamos os primeiros registros de organização entre o final da década de 1970 e o início dos anos de 1980 É sabido que não somente o Movimento LGBTT mas outros grupos sociais nesta época articulavamse pela defesa da visibilidade pela construção de novas formas de conheci mento de cidadania e pela luta por direitos civis conforme afirma Ferrari 2004 Para o autor as reivindicações dos movimentos sociais em especial do Movimento LGBTT demon stravam a importância do contexto político em que se desenvolviam pois o fim da ditadura militar produziu uma espécie de otimismo social Com a abertura política tornavase novamente possível pensar na construção de uma sociedade mais democrática igualitária e justa como afirma Ferrari 2004 Havia esperança para o Movimento LGBTT de formar uma sociedade em que a sexualidade poderia ser vivida sem restrições mas não tem sido tão fácil o reconhecimento dos direitos civis da população LGBTT 21 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Rodrigues 2011 explica que mesmo antes da abertura política vivida nos anos 1980 os movimentos de esquerda socialistas e de trabalhadores tiveram dificuldade em incorporar os grupos que reivindicavam espaço para a discussão dos direitos das mulheres o combate ao racismo e especialmente os direitos sexuais Rodrigues 2011 e Ferrari 2004 afirmam que para alguns movimentos sociais durante muito tem po a questão da igualdade entre homens e mulheres a equidade entre negros e nãonegros e o reconhec imento da diversidade sexual sempre se apresentaram como questão menor ou simplesmente como uma nãoquestão mesmo em movimentos reconhecidamente progressistas Rodrigues 2011 pondera que de certa maneira a discussão sobre os direitos sexuais já estava in corporada desde a Revolução Francesa que tinha como um dos seus pressupostos o reconhecimento de que todos são iguais perante a lei Portanto para ele reconhecer os direitos civis dessa população seria o primeiro passo para o reconhecimento de direitos Se todos são iguais perante a lei ao Estado não seria admissível tratar os cidadãos de maneira diferente com isso deveria estar claro que ninguém poderia ser discriminado ou deixar de usufruir algum direito em virtude do seu gênero etnia orientação sexual ou pela sua identidade de gênero Desde sua constituição em 1945 a Organização das Nações Unidas ONU nunca havia se manifestado ou tratado sobre as temáticas que envolvessem o debate sobre sexualidade e direitos sexuais até que na década de 1980 reportou a pandemia de HIVAids relacionandoa com a homossexualidade como afirma Gorisch 2014 Para Daniel e Parker 1991 diante do posicionamento da ONU e com o advento da Aids no início dos anos 80 acirraramse os preconceitos contra a população LGBTT destacando os homens homossexuais e a própria condição de homossexualidade masculina era associada ao HIV Os autores destacam que essa associação era tão forte que a doença chegou a ser chamada de GRID Gay Related Immunedeficiency nos meios científicos e de câncer gay peste gay ou peste rosa pela imprensa e pela população em geral Durante o agravamento da epidemia de Aids acompanhamos o esvaziamento e o encerramento das atividades de vários grupos importantes para a organização e consolidação do movimento LGBTT no Brasil como o grupo Somos de São Paulo e o jornal Lampião da Esquina um dos principais meios de comunicação para o movimento MacRae 1990 afirma que o novo contexto de democracia do país exigia uma mudança de perfil para a continuidade dos grupos pois com o fim da ditadura acenava uma possível abertura de canais de comunicação com o Estado embora em relação ao movimento homossexual estes canais só tenham surgido quando se compreendeu que a epidemia do HIV era um problema de saúde pública e não apenas de grupos de risco Ainda durante os anos de 1980 foi possível observar o deslocamento dos grupos e movimentos LG BTT para outras regiões do país além do eixo Rio de JaneiroSão Paulo Dentre estes podemos citar o GGB Grupo Gay da Bahia Para Facchini e França 2009 os novos grupos e organizações do movimento LGBTT demonstravam uma ação mais pragmática voltada para a garantia dos direitos civis e contra a discriminação e a violência dirigidas à população LGBTT Nesse período foram obtidas grandes conquistas como a retirada da ho mossexualidade do código de doenças do Instituto Nacional de Previdência Social a adoção e a disseminação 22 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 da ideia de orientação sexual em detrimento da lógica de opção sexual assim como um intenso debate acerca da inclusão da garantia de nãodiscriminação por orientação sexual na Constituição Federal de 1988 A partir da década de 1990 como destacam Facchini e França 2009 o movimento se multiplicou e com ele as categorias de referência ao seu sujeito político Assim em 1993 ele apareceu descrito como MGL Movimento de Gays e Lésbicas e após 1995 surgiu primeiramente como um movimento GLT Gays Lésbicas e Travestis e posteriormente a partir de 1999 começou a figurar também como um movimento GLBT Gays Lésbicas Bissexuais e Transgêneros passando pelas variantes GLTB ou LGBT a partir de hierarquizações e estratégias de visibilização de cada segmento No XII Encontro Brasileiro de Gays Lésbicas e Transgêneros de 2005 foi aprovado o uso de GLBT incluindo oficialmente o B de bissexuais à sigla aceita no país e convencionando que o T se refere a travestis transexuais e transgêneros A solução provisória encontrada pelo XII EBGLT foi posteriormente revogada e em 2008 o evento já se chamava EBLGBT Encontro Brasileiro de Lésbicas Gays Bissexuais Travestis e Transexuais A sigla do EBLGBT acompanhou a mudança ocorrida em meados do ano de 2008 a partir da Conferência Nacional GLBT quando foi aprovado o uso da sigla LGBT para a denominação do movimento o que se justificaria pela proposta de visibilizar o segmento das lésbicas FACCHINI FRANÇA 2009 p 6263 Dessa maneira percebemos a falta de concordância e de contradições existentes no movimento LGBTT pois as siglas que procuram definir o sujeito político do movimento é apresentada de múltiplas maneiras Todas estas articulações para a definição dos sujeitos políticos do movimento LGBTT nos permitem compreender as transformações ocorridas na transição dos anos de 1980 para os anos 1990 como destacam Facchini e França 2009 A partir do início dos anos 1990 pode se dizer que o número de grupos organizações do movimento voltou a crescer espalhandose por todo o país ao mesmo tempo em que seus formatos institucionais e suas propostas de atuação diversificavamse Por outro lado notase também uma ampliação da rede de relações sociais do movimento e a presença de novos atores nesse campo por exemplo a mídia as agências estatais ligadas aos temas justiça e saúde parlamentares que incluem a bandeira dos direitos dos homossexuais em suas plataformas o mercado especializado organizações internacionais e grupos religiosos flexíveis ou espe cialmente voltados a questões ligadas à sexualidade FACCHINI 2005 p 61 Para as autoras um exemplo da diversificação de formatos institucionais e da transformação das relações estabelecidas pelo movimento com outros atores diz respeito à relação entre o movimento LGBTT e partidos políticos Nos anos 1990 assistimos à organização de setoriais LGBT em partidos como o PT Partido dos Trabalhadores e o PSTU Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados bem como o lançamento de candidaturas e a proposição de projetos de lei o que demonstravam uma transformação nas relações entre militantes do movimento LGBTT e partidos políticos Podemos destacar que desde os anos 1990 temse ampliado o número de partidos que têm se aproxi mado da temática LGBT e também tem crescido a constituição de setoriais de ações de parlamentares e de candidaturas que se organizam a partir de uma identificação explícita como o movimento LGBT Ainda durante os anos 1990 podemos destacar diversas conquistas para o movimento como a prop osição do projeto de lei sobre a parceria civil entre pessoas do mesmo sexo em 1995 Esta proposição foi um 23 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 marco que indicou as primeiras conquistas dessa articulação LGBT pela via partidária Temos também os avanços propostos pela LDB Lei de Diretrizes e Bases para a Educação de 1996 e pelos PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 No entanto as primeiras demonstrações mais vivas de reconhecimento de LGBT nas políticas públicas e nos programas de governo apareceram de modo mais expressivo apenas nos anos 2000 Ações que visavam propor o enfrentamento ao sexismo e à homofobia encontram suporte em propost tas como no Programa Nacional de Direitos Humanos II de 2002 no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres 2004 no Programa Brasil sem Homofobia 2004 e no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos 2006 Tornase necessário destacar o Programa Brasil sem Homofobia 2004 que teve como principal objeti vo discutir práticas para o combate à violência e ao preconceito contra a população LGBTT Lésbicas Gays Bissexuais Travestis e Transexuais nos diversos âmbitos das políticas públicas Evidenciando o crescente número de violência contra a população LGBTT o MEC Ministério da Educação compreende que seria necessário discutir as temáticas de gênero e sexualidade na for mação inicial e continuada de profissionais da educação e com isso nasceu o Projeto Escola sem Homofobia 2004 ou ainda o kit gay como foi pejorativamente conhecido pela população O material que compunha o Projeto Escola sem Homofobia tinha como objetivo contribuir para a imple mentação e a efetivação de ações que promovam ambientes políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero no âmbito escolar brasileiro E como é de conhecimento público quando estava pronto para ser impresso e distribuído setores conservadores da sociedade e do Congresso Nacional tencionaram o Governo Federal e o projeto foi engavetado Nos últimos anos temos acompanhado diversas discussões que envolvem direta ou indireta mente a população LGBTT como projetos de lei que reconhecem o casamento autorizam a adoção de crianças por casais homoafetivos realização de cirurgias e distribuição de hormônios para transex uais criminalização da homofobia estatuto da família despatologização de identidades trans entre várias outras discussões Mas dentre todos estes debates o que mobilizou intensamente os movimen tos sociais e o debate público foram as discussões em torno do PNE Plano Nacional de Educação de 2014 e dos PMEs Planos Municipais de Educação de 2015 Mesmo com a pressão dos movimentos LGBTT o PNE de 2014 definiu entre suas diretrizes a su peração das desigualdades educacionais com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação e a promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos à diversidade e à sustentabilidade socioambiental No texto aprovado foi retirada qualquer menção às temáticas diretamente ligadas ao campo do gênero e da sexualidade O debate se tornou mais intenso e com forte mobilização de diversos setores da socie dade no momento das discussões sobre os PME As articulações municipais tentaram for temente combater as críticas conservadoras mas o número de prefeituras que aprovou seus Planos Municipais de Educação comprometendose com o debate de gênero e sexualidades foi muito pequeno 24 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Trabalhos como os de Lins Machado e Escoura 2015 Miskolci e Junior 2014 Rodrigues 2011 e Okita 2015 indicam que há uma oposição forte da população conservadora às pessoas LGBTT Essa oposição tem contribuído com a violação de direitos e por isso os avanços na agenda LGBTT têm se mostrado difíceis pois fica claro que há uma força contrária que impede o reconhecimento dos direitos das minorias sexuais Um exemplo claro disso são os discursos do deputado federal Jair Bolsonaro que explicitamente faz discursos de ódio contra as pessoas LGBTT como noticiam amplamente os meios de comunicação de massa Além disso ainda que o Brasil seja um dos sessenta e seis países signatários da Carta de Princípios de Yogiakarta de 2007 documento que tem como fundamento a aplicação da legislação internacional de Direitos Humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero o país ainda não conseguiu superar a sua estrutura de opressão e submissão da população LGBTT O comportamento homossexual continuou ameaçando o funcionamento da família patriarcal de tal maneira que teve que ser regulado perseguido e em alguns casos eliminado É preocupante perceber que ainda existem movimentos de perseguição e extermínio principalmente de mulheres LGBTT e negros se repetindo em larga escala nos últimos anos Como afirma Santos 2014 a vivência e o acesso diferenciado a recursos tanto de ordem material como simbólica caracteriza o cenário no qual vivemos e construímos nossas subjetividades Motivados por esses aportes teóricos nos dispomos a investigar as concepções e as dúvidas sobre gêne ro de um grupo de estudantes de uma escola de ensino médio de tempo integral Metodologia Com o objetivo de analisar as concepções e dúvidas dos participantes optouse pela abordagem quali tativa de pesquisa que segundo André 2013 p 97 tem como foco de atenção o mundo dos sujeitos os significados que atribuem às suas experiências cotidianas sua linguagem suas produções culturais e suas formas de interações sociais Para coleta dos dados desenvolveuse um grupo de discussão WELLER 2006 com 10 jovens entre 15 e 17 anos que estudavam em uma escola de ensino médio de ensino integral no segundo semestre de 2016 localizada na zona leste da cidade de São Paulo a partir de 3 proposições quais sejam Há espaço para se discutir gênero na sua escola Vocês consideram importante discutir esse tema Vocês consideram que essa discussão traria prejuízos ou seria importante para a sua formação Por quê A discussão durou cerca de uma hora e buscou compreender as visões do grupo sobre o tema sobretudo em relação às experiências posições e interpretações comuns A conversa foi gravada e transcrita gerando os dados que foram tratados e analisados Resultado e Análise A análise dos dados buscou inspiração na análise de prosa ANDRÉ 1983 contemplando os seguin tes movimentos 25 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Figura 1 Procedimentos de organização de dados a partir da Análise de Prosa Fonte Elaboração dos autores a partir de André 1983 p 6768 Esse processo permitiu a criação de 2 grandes temas organizados após a análise do conteúdo das tran scrições segundo os movimentos indicados acima Figura 2 Eixos de análise gerados a partir do grupo de discussão TEMA 1 Dúvidas sobre orientação sexual identidade de gênero e suas expressões Uma pessoa nasce transexual Uma pessoa bissexual é indecisa A pessoa nasce gay O que faz uma pessoa virar gay Se um casal gay tiver um filho isso pode influenciar ela a ser gay também Que banheiro travestis e transexuais devem usar TEMA 2 O silenciamento do tema na escola A escola não fala desse assunto Se tivesse mais momentos como esses acho que ia ser muito bom Pra gente entender outro dia perguntei pra professora e ela disse que isso não tinha nada a ver com o assunto da aula e que não interessava Fico pensando que a escola poderia ajudar as pessoas a sofrerem menos Por exemplo como fazer para uma família muito religiosa aceitar seu filho Aqui na escola tem gente assim de todo tipo Por que no resto do mundo não pode ser assim Fonte Elaboração dos autores 26 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Por sua vez cada um dos temas foi discutido no eixo de análise gênero sexualidade e educação na formação de professores Nele procurouse problematizar os desafios que os conteúdos levantados nas dis cussões com os jovens podem trazer para a formação de professores de modo que optamos por não discutir o conteúdo e os significados das falas e concepções dos jovens em si neste trabalho Discussão dos dados gênero sexualidade e educação na formação de professores A formação continuada de professores até então praticada no contexto escolar em geral pautase numa per spectiva de ensinar aos professores o que deve ser repassado aos alunos Essa lógica remetenos à formação como um modo de preencher lacunas deixadas na formação inicial do professor isto é oferecer ao professor uma forma de compensação dos conteúdos que supostamente lhe fazem falta na atuação docente e dos quais ele foi privado na formação inicial Nessa perspectiva Silva 2003 p 122 revela que Os professores assumemse mais como espectadores do que como autores do seu processo de formação preferindo ser consumidores de formação a autores da mesma acabando por alimentar um sistema de que são eminentemente críticos mas do qual se tornam conscientemente cúmplices pelo jeito que lhes dá O posicionamento do autor nos chama a atenção para fato de que apesar de criticarmos as perspectivas tradicionais de ensino especialmente por desconsiderarem a bagagem experiencial dos alunos representada pela famosa metáfora da tábula rasa quando organizamos ações de formação é justamente a esse modelo que recorremos Alimentamos portanto ainda que não percebamos um sistema de ensino o tradicional do qual somos eminentemente críticos mas na falta de conhecimento ou afinidade com uma proposta melhor o perpetuamos Ou ainda nas palavras do autor dele nos tornamos conscientemente cúmplices Ainda referindonos às deficiências contidas nos modelos atuais de formação encontramos outro aspecto ao qual não se pode deixar de fazer referência tratase do efeito telefone sem fio5 que costuma ocorrer em tais modelos Esse efeito acontece na medida em que conteúdos são repassados aos professores para que estes os repassem aos alunos já que em tais repasses ocorrem distorções e distanciamentos da proposta concebida originalmente proposta esta que já pode carregar em si o grande potencial de não ser a mais adequada se não foi concebida pelos profissionais do contexto em que será desenvolvida tal como geralmente acontece Se concordamos que a escola precisa ser um local em que o debate sobre gênero e sexualidade entre outros assuntos tenha espaço garantido e possa vir à tona com toda a expressão que merece concordamos também que a formação deve ser repensada pois não pode mais ser concebida considerandose uma lógica pouco produtiva em que um ensina e o outro aprende As vozes dos alunos do ensino médio expressas no Tema 2 Silenciamento do tema na escola reve lam as consequências dessa formação inconsistente Assistimos a adoção de uma série de procedimentos indesejáveis por parte dos professores denunciando uma atuação profissional com pouca ou nenhuma au 5 Referência feita à brincadeira infantil intitulada Telefone sem fio que consiste em organizar um grupo de pessoas uma ao lado da outra sendo que o primeiro irá dizer uma frase pronunciandoa baixinho tão próximo quanto possível do ouvido de quem estiver ao lado Por sua vez esta pessoa imediatamente fará o mesmo até chegar na última pessoa que deve pronunciar a frase em voz alta Normalmente o resultado é a pronúncia de uma frase muito diferente daquela que foi dita ao primeiro participante da brincadeira o que garante a diversão de todos 27 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 tonomia sem compromisso com a formação integral do aluno nem com o desenvolvimento do seu pensa mento crítico e reflexivo sem qualquer preocupação com as questões relacionadas a gênero e sexualidade As atividades propostas são desprovidas de sentido tanto na perspectiva do aluno como na perspectiva do próprio professor e algumas estratégias adotadas na tentativa de dinamizar a aula e resgatar o interesse do aluno pelo aprender fracassam pois têm como princípio o lúdico pelo lúdico a dinâmica pela dinâmica dada a falta de propósito didático de direção pedagógica de consciência sobre o que é necessário para o desenvolvimento do aluno Uma das hipóteses que justificam essa ausência de envolvimento dos professores com a proposta de formação referese ao fato de que eles foram deixados de lado no momento de tomar decisões sobre os rumos da formação e portanto não criam vínculos de identidade ou de pertença que os mobilizem para atuar em prol do sucesso da proposta Ao tratar dos danos que podem advir da falta de envolvimento dos professores no trabalho de formação Pessôa 2015 44 alerta que Assumir uma posição de espectador é destituirse de toda a responsabilidade com o processo visto que não há implicação ou compromisso assumidos Esta é uma consequência desastrosa quando se defende uma atuação profissional com base em princípios de autonomia por exemplo Ao colocarse na posição de quem assiste a formação o fracasso ou o sucesso do que será feito a partir de então não dependerá mais de uma atuação profissional consistente mas do fator sorte talvez por haver semelhança entre os contextos o da formação e o da ação quan do então a formação poderá ter alguma validade As escolas não têm criado momentos de diálogo debate e acolhida às dúvidas e dificuldades enfrentadas cotidianamente pelo professor Se o professor não é ouvido no momento em que a sua formação é concebida como esperar que essa mesma formação venha a ter para ele algum sentido Consequentemente se ele não é ouvido como esperar que ouça o seu aluno quando este se inquieta com dúvidas tais como as apresentadas no Tema 1 Dúvidas sobre orientação sexual identidade de gênero e suas expressões Como ignorar o quão difícil tem sido para os professores trabalharem com a temática diversidade de gênero e educação sexual na escola Será que os formadores de professores sabem como fazêlo Como romper com esse ciclo que fecha os olhos para assuntos de elevada importância por não saber como lidar como abordálo como obter o apoio da família onde buscar informações e como acolher diferentes posicionamentos que possam surgir Especialmente quando nos referimos às dúvidas e aos comentários feitos pelos alunos do ensino médio cita dos neste estudo notamos o quanto aquilo que dizem denuncia a falta de informação e a ausência da abordagem sobre a temática relacionada a gênero na escola Quando um aluno diz A escola não fala desse assunto Se tivesse mais momentos como esses acho que ia ser muito bom Pra gente entender expõe toda a sua expectativa em relação às dúvidas que possui sobre gênero e sexualidade mas ao mesmo tempo expressa sua frustração por não encontrar na escola o espaço para o diálogo de que necessita Suas dúvidas medos e anseios em relação a questões sobre gênero e sexualidade não são atendidos já que a temática costuma ser silenciada nas escolas num consenso velado entre os profissionais que nela atu 28 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 am quais sejam professores coordenadores e diretores supervisores Parece haver um acordo tácito em que todos concordam que o melhor a fazer é ignorar o assunto desviar a atenção para outros conteúdos evitar a polêmica advinda do tema calarse diante de ideias préconcebidas ou de concepções distorcidas Entretanto se não queremos olhar para a formação de professores numa lógica escolar ou seja se não queremos colocar o professor no papel de aluno mas queremos isto sim favorecer o seu desenvolvimento profissional entendido como o desenvolvimento que inclui quer a aprendizagem eminentemente pessoal sem qualquer tipo de orientação a partir da experiência através da qual a maioria dos professores aprendem a so breviver a desenvolver competências e a crescer profissionalmente nas salas de aula e nas escolas quer as oportunidades informais de desenvolvimento profissional vividas na escola quer ainda as mais formais oportunidades de actividades de treino e de formação contínua interna e externamente organizadas DAY 2001 p18 Promover o desenvolvimento profissional dos professores para que eles possam atuar em prol do de senvolvimento integral dos seus alunos implica portanto considerar o professor como sujeito do processo formativo incluindo sua bagagem pessoal e profissional Já não nos é possível negar a importância dessas duas dimensões na atuação docente especialmente quando nos foram reveladas por jovens do ensino médio questionamentos que se chocam com valores pessoais dimensão pessoal diferentes dos seus e que portanto não saberão como lidar dimensão profissional Talvez o maior desafio que enfrenta o professor quando lida com questões que se referem a gênero e sexualidade seja justamente a necessidade de romper com os seus próprios paradigmas de se colocar num processo contínuo de desconstrução e reconstrução de valores socialmente construídos muitos dos quais historicamente superados modificados e sem sentido A primeira questão sobre gênero e sexualidade com a qual o professor precisa lidar na escola referese ao conflito que pode haver entre o seu papel como o profissional que deve garantir o respeito e a compreensão relativos à diversidade de valores crenças condições e escolhas de outrem e as suas escolhas pessoais que não devem ser apregoadas a ninguém mas aceitas e respeitadas como as de qualquer outra pessoa Para ser professor e enfrentar os desafios da edu cação atual será preciso enfrentarse a si mesmo Outro enfrentamento igualmente necessário e talvez tão dolorido para o professor quanto o anterior é lidar com a família dos alunos Se lidar com os próprios sentimentos valores crenças e emoções já é uma tarefa suficientemente complexa lidar com toda essa gama de constructos sociais das famílias é problema exponencialmente maior Os pais e a comunidade ditam as regras morais que acreditam que a escola deve seguir e ratificar na educação dos seus filhos E o professor que mal tem argumentos para convencerse a si mesmo sentese derrotado e impotente no primeiro questionamento feito pela família que vai à escola dis cordar da sua proposta de discutir o tema gênero e sexualidade com a clareza que o assunto requer Essas razões já são suficientes para que muitos professores prefiram não lidar com a temática Ignorála na escola como revela o depoimento de um dos jovens do ensino médio outro dia perguntei pra professo ra e ela disse que isso não tinha nada a ver com o assunto da aula e que não interessava adiála tanto quanto for 29 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 possível tratála de modo superficial só pra poder aliviar um pouco a culpa dentre outras formas de fuga têm sido estratégias utilizadas com algum sucesso pelos professores Entretanto é evidente que isso não tem efeito na formação do aluno e urge que se lance um olhar mais cuidadoso em relação à formação do professor para que essa condição possa ser modificada É preciso viabilizar discussões e reflexões que permitam a esse profissional rever sua atuação profissional sem prejuízo de suas escolhas e crenças pessoais ou de seus alunos quaisquer que sejam elas pois o princípio que deve imperar no processo educativo é o do esclarecimento do debate da reflexão mas acima de tudo do respeito à escolha à crença e à condição do outro Para tanto não se pode suprimir ou menosprezar a dimensão pessoal e emocional da atuação profis sional do professor Ela ocupa um papel de fundamental importância nesse processo É como alerta Day 2001 p219 que Todos os professores têm necessidades de desenvolvimento que se prendem por um lado com a relação entre a idade a experiência o saberfazer e o empenho e por outro com a sua capacidade contínua de aplicar a inteligência emocional em situações de ensino e em culturas escolares que exigem o uso de juízos dis cricionários e de tacto pedagógico Neste contexto quando se pretende planear a formação contínua é fundamental analisar o modo como ela contribui para o desenvolvimento de tais capacidades Considerações finais Como se pode verificar as discussões sobre gênero e sexualidade são temáticas importantes e urgentes já que estão relacionadas à preservação da vida e aos direitos humanos Os jovens como sujeitos em formação têm dúvidas e necessidades formativas que deveriam ter acolhidas e trabalhadas napela escola que assumiu a função social de transmitir os conhecimentos acumulados pela humani dade ao longo dos tempos especialmente no que diz respeito ao avanço da ciência e das tecnologias Para tanto é preciso lembrar que isso é direito dos estudantes já que um dos objetivos declarados pela escola brasileira é educar para a cidadania Contudo os professores não podem ser culpabilizados por não terem condições objetivas de entrarem em contato com os elementos que poderiam impulsionar seu desenvolvimento profissional dentre eles receber formação de modo que se sentissem capazes e eticamente comprometidos com temas complexos como gênero e sexualidade A omissão do Estado em instituir políticas educacionais que tomem as discussões de gênero e sexualidade com a seriedade e o rigor que merecem só acirra desigualdades e violências E neste caso cabenos como profissionais da pesquisa e do ensino denunciar os resultados de tal omissão e pressionar o poder público quanto à implementação de políticas públicas que estão aprisionadas no âmbito do poder legislativo para que professores e alunos tenham acesso aos conhecimentos e aportes necessários para o seu pleno desenvolvimento pessoal e profissional 30 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 Referências ANDRÉ M E D A Texto contexto e significados algumas questões na análise de dados qualitativos Disponível em httppublicacoesfccorgbrojsindexphpcparticleview14911485 Acesso em 02 dez 2016 COSTA J F O alheamento In COSTA J F org A ética e o espelho da cultura Rio de Janeiro Roc co 1994 DANIEL Herbert PARKER Richard AIDS a terceira epidemia São Paulo Iglu Editora 1991 DAY Christopher Desenvolvimento Profissional de Professores os desafios da aprendizagem perma nente Porto Porto Editora 2001 ESCOREL Sarah Exclusão social fenômeno totalitário na democracia brasileira Saúde soc São Paulo v 2 n 1 p 4157 1993 Disponível em httpwwwscielobrscielophpscriptsciarttex tpidS010412901993000100005lngennrmiso Acesso em 06 set 2016 FACCHINI R Entre compassos e descompassos um olhar para o campo e para a arena do movimen to LGBT brasileiro Bagoas revista de estudos gays gênero e sexualidades EDUFRN Natal v 3 n 4 janjul2009 Disponível em httpsperiodicosufrnbrbagoasarticleview2300 Acesso em 06 set 2016 FACCHINI R Sopa de letrinhas Movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90 Rio de Janeiro Garamond 2005 FACCHINI R FRANÇA I L De cores e matizes sujeitos conexões e desafios no Movimento LGBT brasileiro Sexualidad Salud y Sociedad Revista Latinoamericana núm 3 2009 pp 5481 Disponível a partir httpwwwepublicacoesuerjbrindexphpSexualidadSaludySociedadarticleview41468 Aces so em 06 set 2016 FERRARI A Sujeitos subjetividades e educação Juiz de Fora Editora UFJF 2010 FERRARI A Você já deve saber da minha orientação sexual se não sabia ficou sabendo agora hehe subjetividades e sujeitos em negociação In FERRARI A Sujeitos subjetividades e educação Juiz de Fora Editora UFJF 2010 FOUCAULT Michael História da sexualidade vontade de saber Rio de Janeiro Edições Graal 1988 GATTI B A BARRETTO E S de S ANDRÉ M E D A Políticas Docentes no Brasil um Estado da Arte Brasília Unesco 2011 GONÇALVES M G M Fundamentos metodológicos da psicologia sóciohistórica In BOCK AMB GONÇALVES M G M FURTADO O orgs Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 pp 139153 GONÇALVES M G M Psicologia Subjetividade e Política Públicas São Paulo Cortez 2010 31 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 GONÇALVES M G M e BOCK A M B A dimensão subjetiva dos fenômenos sociais In BOCK AMB GONÇALVES MGM Orgs A Dimensão Subjetiva da Realidade uma leitura sóciohistórica São Paulo Ed Cortez 2009 p116157 LINS B A MACHADO B F ESCOURA M Diferentes não desiguais a questão de gênero na esco la São Paulo Editora Reviravolta 2016 MARTINBARÓ I Para uma psicologia da libertação In GUZZO R S L LACERDA JUNIOR F orgs Psicologia Social para América Latina O resgate da Psicologia da Libertação Campinas Alínea 2011 MARTINBARÓ I O papel do Psicólogo Estud psicol Natal Natal v 2 n 1 p 727 junho de 1997 Disponível em httpwwwscielobrscielophpscriptsciarttex tpidS1413294X1997000100002lngennrmiso Acesso em 06 set 2016 McRAE Edward A construção da igualdade identidade sexual e política no Brasil da Abertura Campinas Editora da Unicamp 1990 MISKOLCI R LEITE JUNIOR J org Diferença na educação outros aprendizados São Carlos EdUFSCar 2014 OITUNAIDSPNUD Promoção dos Direitos Humanos de pessoas LGBT no Mundo do Trabalho 2 ed Projeto Construindo a igualdade de oportunidades no mundo do trabalho combatendo a ho molesbotransfobia Brasília DF 2015 OKITA Hiro Homossexualidade da opressão à libertação 2 ed São Paulo Editora Sundermann 2015 PESSÔA Lilian Correia Trilhares que ensinam incursões em experiências formativas portuguesas para ressignificação de modelos formativos brasileiros 180f Tese Doutorado Pontifícia Universidade Católica de São Paulo São Paulo 2015 RODRIGUES J Direitos humanos e diversidade sexual uma agenda em construção In Fundação Per seu Abramo Diversidade sexual e homofobia no Brasil Editora Fundação Perseu Abramo 2011 SANTOS L N A psicologia na assistência social convivendo com a desigualdade São Paulo Cortez 2014 SAWAIA B Introdução exclusão ou inclusão perversa In SAWAIA Bader Org As artimanhas da exclusão análise psicossocial e ética da desigualdade social Petrópolis RJ Vozes 2002 SILVA Jorge Nascimento A formação contínua de professores contradições de um modelo In MO RAES Maria Célia PACHECO José Augusto EVANGELISTA Maria Olinda Orgs Formação de Professores perspectivas educacionais e curriculares Porto Porto Editora 2003 pp 105125 SOUZA J A Ralé Brasileira quem é e como vive Belo Horizonte UFMG 2009 TOLEDO R A heteronormatividade como efeito do obscurantismo dos conservadores na construção dos planos de metas para a educação o silenciamento das temáticas de gênero orientação sexual e identidade de gênero In Anais EDUCERE XII Congresso Nacional de Educação 2015 Curitiba 2015 p 343356 32 REVISTA E ESTUDOS AAPLICADOS EDUCAÇÃO em REAe Revista de Estudos Aplicados em Educação v 2 n 3 janjun 2017 WEIL S O enraizamento Bauru EDUSC 2001 WELLER V Grupos de discussão na pesquisa com adolescentes e jovens aportes teóricometodológi cos e análise de uma experiência com o método Disponível em httpwww2fctunespbrdocentesgeo necioturraPPGG2020PESQUISA20QUALI20PARA20GEOGRAFIAgrupo20de20 discussE3o2020wellwepdf Acesso em 29 maio 2017