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TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP MACROECONOMIA OLIVIER BLANCHARD PEARSON 7ª EDIÇÃO CAPÍTULO 18 O MERCADO DE BENS EM UMA ECONOMIA ABERTA 5 O mercado de bens em uma economia aberta A Seção 181 descreve o equilíbrio no mercado de bens em uma economia aberta As Seções 182 e 183 mostram os efeitos de choques internos e externos sobre o produto e a balança comercial da economia doméstica As Seções 184 e 185 examinam os efeitos de uma depreciação real sobre o produto e a balança comercial A Seção 186 oferece uma descrição alternativa do equilíbrio que mostra a ligação estreita entre poupança investimento e balança comercial 6 A relação IS na economia aberta DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS Vimos que numa ECONOMIA FECHADA consumo C investimento I e gastos do governo G constituem a DEMANDA DOMÉSTICA POR BENS Ou ainda numa economia fechada C I G é também a DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS ECONOMIA FECHADA DEMANDA DOMÉSTICA POR BENS DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS 7 A relação IS na economia aberta Para tratarmos de uma ECONOMIA ABERTA e se estamos interessados em identificar os efeitos da DEMANDA TOTAL sobre o PRODUTO do nosso país precisamos de fazer dois ajustes Considerar o bens que são produzidos domesticamente mas são consumidos demandados pelo RESTO DO MUNDO por não residentes Considerar os bens que são consumidos demandados domesticamente pelos residentes mas não são produzidos domesticamente Devemos considerar pois as EXPORTAÇÕES X e IMPORTAÇÕES IM 8 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES 9 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES 10 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES Devemos ter cuidado os bens estrangeiros são diferentes dos domésticos de modo que não podemos simplesmente subtrair a quantidade de importações IM Se fizéssemos isso estaríamos subtraindo maçãs bens estrangeiros de laranjas bens domésticos Devemos em primeiro lugar expressar o valor das importações em termos de bens domésticos É isso o que IMε representa na equação acima Lembrando do Capítulo 17 ε a taxa de câmbio real é definida como o preço dos bens domésticos em termos de bens estrangeiros De modo equivalente 1ε é o preço dos bens estrangeiros em termos de bens domésticos Assim IM1ε ou de modo equivalente IM ε é o valor das importações em termos de bens domésticos 11 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES Devemos ter cuidado os bens estrangeiros são diferentes dos domésticos de modo que não podemos simplesmente subtrair a quantidade de importações IM Se fizéssemos isso estaríamos subtraindo maçãs bens estrangeiros de laranjas bens domésticos Devemos em primeiro lugar expressar o valor das importações em termos de bens domésticos É isso o que IMε representa na equação acima Lembrando do Capítulo 17 ε a taxa de câmbio real é definida como o preço dos bens domésticos em termos de bens estrangeiros De modo equivalente 1ε é o preço dos bens estrangeiros em termos de bens domésticos Assim IM1ε ou de modo equivalente IM ε é o valor das importações em termos de bens domésticos 12 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES Um aumento na renda doméstica Y ou de modo equivalente um aumento no produto doméstico renda e produto ainda são iguais em uma economia aberta leva a um aumento nas importações Esse efeito positivo da renda sobre as importações é captado pelo sinal positivo sob Y Um aumento na taxa de câmbio real ε uma apreciação real leva a um aumento nas importações IM Esse efeito positivo da taxa de câmbio real sobre as importações é captado pelo sinal positivo À medida que ε aumenta note que IM aumenta mas 1ε diminui de modo que o que ocorre com IMε o valor das importações em termos de bens domésticos é AMBÍGUO Voltaremos a esse ponto em breve 13 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES 14 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES 15 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES As EXPORTAÇÕES SÃO A PARTE DA DEMANDA ESTRANGEIRA QUE RECAI SOBRE BENS DOMÉSTICOS Do que elas dependem Dependem da renda estrangeira Uma renda estrangeira maior significa uma demanda estrangeira maior por todos os bens tanto estrangeiros quanto domésticos Assim uma renda estrangeira maior leva a exportações maiores As EXPORTAÇÕES TAMBÉM DEPENDEM DA TAXA DE CÂMBIO REAL Quanto maior o preço dos bens domésticos em termos de bens estrangeiros menor a demanda estrangeira por bens domésticos Em outras palavras quanto maior a taxa de câmbio real menores as exportações Um aumento na renda estrangeira Y leva a um aumento nas exportações Um aumento na taxa de câmbio real ε leva a uma diminuição nas exportações 16 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA FECHADA ECONOMIA ABERTA 17 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA FECHADA ECONOMIA ABERTA Setor Externo 18 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA ABERTA DEMANDA POR BENS PRODUZIDOS DOMESTICAMENTE DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS DEMANDA DOMÉSTICA POR BENS 19 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA ABERTA 20 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda Doméstica 21 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda Doméstica 22 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda Doméstica menos importações 23 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Importações Demanda Doméstica menos importações 24 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda por bens produzidos domesticamente 25 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Exportações Demanda por bens produzidos domesticamente 26 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda por bens produzidos domesticamente 27 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝟒𝟓º Demanda por bens produzidos domesticamente 28 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda por bens produzidos domesticamente 29 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 Demanda por bens produzidos domesticamente 30 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 31 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 32 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 exportações importações exportações líquidas 33 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 34 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 exortações importações exportações líquidas 35 A relação IS na economia aberta 𝑻𝑩 exportações líquidas 36 A relação IS na economia aberta 𝑻𝑩 exportações líquidas 37 A relação IS na economia aberta 𝑻𝑩 38 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 39 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 40 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 41 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 42 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝟎 43 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟎 44 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟎 45 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 Superávit comercial Déficit Comercial 𝟎 46 Produto de equilíbrio e balança comercial PRODUTO DE EQUILÍBRIO E BALANÇA COMERCIAL O mercado de bens está em equilíbrio quando o produto doméstico é igual à demanda tanto doméstica quanto estrangeira por bens domésticos Reunindo as relações que derivamos para os componentes da demanda por bens domésticos Z temos ou 47 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 48 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 49 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 50 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 51 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 52 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 53 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira COMO MUDANÇAS NA DEMANDA AFETAM O PRODUTO EM UMA ECONOMIA ABERTA 54 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira AUMENTOS NA DEMANDA DOMÉSTICA Suponhamos que a economia esteja em recessão e que O GOVERNO DECIDA AUMENTAR SEUS GASTOS com o objetivo de aumentar a demanda doméstica e o produto Que efeitos isso teria sobre o PRODUTO e a BALANÇA COMERCIAL 55 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 56 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 57 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 58 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑨 𝑮 𝑮 59 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟎 60 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝟎 61 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝟎 62 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 Déficit Comercial 𝟎 63 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Recapitulando O que ocorre se o governo aumentar seus gastos em ΔG Para qualquer nível de produto a demanda será maior em ΔG deslocando a relação de demanda para cima em ΔG de ZZ a ZZ O ponto de equilíbrio deslocase de A para A e o produto aumenta de Y para Y O AUMENTO NO PRODUTO é MAIOR que o AUMENTO NOS GASTOS DO GOVERNO Há um EFEITO MULTIPLICADOR Até aqui a história parece igual à de uma economia fechada no Capítulo 3 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝟎 64 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Contudo há duas diferenças importantes 1 Há agora um efeito sobre a BALANÇA COMERCIAL Como os gastos do governo não entram diretamente nem na relação de exportações nem na de importações a RELAÇÃO ENTRE EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS E PRODUTO NÃO SE DESLOCA Portanto o aumento no produto de Y para Y leva a um déficit comercial igual a BC As importações sobem e as exportações não se alteram 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑩 𝑪 𝟎 65 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 2 Não só os gastos do governo agora geram um déficit comercial mas também seu efeito sobre o produto é menor do que seria em uma economia fechada Lembramos do Capítulo 3 que quanto menor a inclinação da relação de demanda menor é o multiplicador por exemplo se ZZ fosse horizontal o multiplicador seria igual a 1 Lembramos também que a relação de demanda ZZ é menos inclinada que a relação de demanda na economia fechada DD Isso significa que o MULTIPLICADOR É MENOR NA ECONOMIA ABERTA 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑩 𝑪 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 66 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira O déficit comercial e o multiplicador menor têm a mesma causa Visto que a economia é aberta UM AUMENTO NA DEMANDA AGORA RECAI NÃO SÓ SOBRE OS BENS DOMÉSTICOS MAS TAMBÉM SOBRE OS BENS ESTRANGEIROS Assim quando a renda aumenta o efeito sobre a demanda por bens domésticos é menor do que seria em uma economia fechada levando a um multiplicador menor E como parte do aumento da demanda recai sobre as importações e as exportações não se alteram o resultado é um déficit comercial Essas duas implicações são importantes Em uma economia aberta um aumento na demanda doméstica tem um efeito menor sobre o produto do que em uma economia fechada assim como um efeito adverso sobre a balança comercial Em verdade quanto mais aberta a economia menor o efeito sobre o produto e maior o efeito adverso sobre a balança comercial 67 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira AUMENTOS NA DEMANDA ESTRANGEIRA Consideremos agora um aumento no PRODUTO ESTRANGEIRO isto é um aumento em Y Isso pode se dever a uma elevação dos gastos do governo estrangeiro G a mudança de política econômica que acabamos de analisar só que desta vez ocorrendo no exterior Mas não precisamos saber de onde vem o aumento em Y para analisar seus efeitos sobre a ECONOMIA DOMÉSTICA 68 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira A demanda inicial por bens domésticos é dada por ZZ O equilíbrio está no ponto A com nível de produto Y Vamos supor novamente que o comércio esteja em equilíbrio de modo que as exportações líquidas associadas a Y sejam iguais a zero Y YTB Será útil nos referirmos à reta que mostra a demanda doméstica por bens C I G como função da renda Essa reta está representada por DD Lembremos que DD é mais inclinada que ZZ A diferença entre ZZ e DD é igual às exportações líquidas de modo que se o comércio está equilibrado no ponto A então ZZ e DD interceptamse no ponto A 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 69 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira A demanda inicial por bens domésticos é dada por ZZ O equilíbrio está no ponto A com nível de produto Y Vamos supor novamente que o comércio esteja em equilíbrio de modo que as exportações líquidas associadas a Y sejam iguais a zero Y YTB Será útil nos referirmos à reta que mostra a demanda doméstica por bens C I G como função da renda Essa reta está representada por DD Lembremos que DD é mais inclinada que ZZ A diferença entre ZZ e DD é igual às exportações líquidas de modo que se o comércio está equilibrado no ponto A então ZZ e DD interceptamse no ponto A 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑫𝑫 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 70 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Agora consideremos os efeitos de um aumento no produto estrangeiro ΔY por ora ignoremos a reta DD só a utilizaremos mais tarde Um produto estrangeiro maior significa uma DEMANDA ESTRANGEIRA MAIOR incluindo uma demanda estrangeira maior pelos produzidos em nossa economia por bens produzidos domesticamente Assim o efeito direto do aumento no produto estrangeiro é um aumento nas exportações da economia doméstica em um determinado montante que chamaremos de ΔX 𝑨𝑨 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑫𝑫 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 71 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Para um dado nível de produto esse aumento nas exportações leva a um aumento na demanda por bens dos domésticos de ΔX de modo que a reta que representa a demanda por bens domésticos como função do produto deslocase para cima em ΔX de ZZ para ZZ 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 72 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Para um dado nível de produto as exportações líquidas aumentam em ΔX Portanto a reta que representa as exportações líquidas como função do produto também se desloca para cima em ΔX de NX para NX O NOVO EQUILÍBRIO situase no ponto A com um nível de produto Y O aumento no produto estrangeiro leva a um aumento no produto doméstico O CANAL é claro Um produto estrangeiro maior leva a exportações de bens domésticos maiores o que aumenta o produto doméstico e a demanda doméstica por bens por meio do MULTIPLICADOR 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑵𝑿 𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 73 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira O que acontece com a balança comercial Sabemos que as exportações aumentam Mas será que o aumento no produto doméstico leva a um aumento tão grande das importações que efetivamente deteriore a balança comercial NÃO a balança comercial deve melhorar Para saber o motivo observe que quando a demanda estrangeira aumenta a demanda por bens domésticos deslocase para cima de ZZ para ZZ mas a reta DD que representa a demanda doméstica por bens como função do produto não se desloca 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 74 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira No novo nível do produto de equilíbrio Y a demanda doméstica é dada pela distância DC e a demanda por bens domésticos é dada por DA As exportações líquidas são dadas portanto pela distância CA a qual como DD está necessariamente abaixo de ZZ é necessariamente positiva Desse modo embora as importações aumentem esse aumento não compensa o crescimento das exportações e a balança comercial melhora 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 75 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira POLÍTICA FISCAL REVISITADA Até aqui derivamos dois resultados básicos Um AUMENTO na DEMANDA DOMÉSTICA acarreta um AUMENTO NO PRODUTO DOMÉSTICO mas também uma deterioração da balança comercial Examinamos um aumento nos gastos do governo mas os resultados seriam iguais para uma diminuição de impostos um aumento nos gastos dos consumidores e assim por diante Um AUMENTO na DEMANDA ESTRANGEIRA que poderia vir dos mesmos tipos de mudança ocorrendo no exterior leva a um AUMENTO NO PRODUTO DOMÉSTICO e a uma melhora na balança comercial 76 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Esses resultados por sua vez têm DUAS IMPLICAÇÕES importantes Ambas foram evidentes na recente crise A primeira e mais óbvia é a de que eles implicam que CHOQUES DE DEMANDA EM UM PAÍS afetam todos os outros países Quanto mais fortes os laços comerciais entre países mais fortes as interações e mais países se moverão juntos Embora tenha começado nos Estados Unidos a crise de 20072008 afetou rapidamente o resto do mundo As ligações comerciais não eram a única razão as ligações financeiras também desempenharam um papel central Mas as evidências apontam para um FORTE EFEITO DO COMÉRCIO a começar por uma diminuição nas exportações de outros países para os Estados Unidos 77 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira A segunda implicação é que essas interações complicam muito a tarefa dos formuladores de política econômica especialmente no caso da POLÍTICA FISCAL Vamos ver como BLANCHARD explorara este argumento BLANCHARD começa com a observação a seguir os governos não gostam de apresentar déficits comerciais O principal é que um país que consistentemente apresenta déficits comerciais acumula dívidas para com o resto do mundo e assim deve fazer pagamentos de juros cada vez mais altos Portanto não é de surpreender que os países prefiram aumentos na demanda estrangeira que melhoram a balança comercial a aumentos na demanda doméstica que deterioram a balança comercial Contudo essas preferências podem ter implicações desastrosas 78 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Consideremos um grupo de países todos com um grande montante de comércio entre si de modo que um aumento na demanda em qualquer um deles recaia em grande parte sobre os bens produzidos nos demais países Suponhamos que todos esses países estejam em recessão e que cada um deles esteja com a balança comercial praticamente equilibrada Nesse caso cada país poderá relutar a tomar medidas para aumentar a demanda doméstica Se eles fossem tomar essas medidas o resultado poderia ser um pequeno aumento no produto mas também um grande déficit comercial Em vez disso cada país pode apenas esperar que os OUTROS AUMENTEM SUAS DEMANDAS Dessa forma o PAÍS FICA NO MELHOR DOS MUNDOS com um produto maior e uma melhora em sua balança comercial Mas se todos os países esperarem nada acontecerá e a recessão poderá durar bastante tempo 79 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Existe um meio de sair dessa situação 80 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Existe um meio de sair dessa situação SIM ao menos em teoria Se todos os países COORDENAREM suas políticas macroeconômicas de modo a aumentar sua demanda doméstica simultaneamente cada um poderá aumentar a demanda e o produto sem aumentar seu déficit comercial em relação aos demais mas o déficit comercial combinado desses países em relação ao resto do mundo ainda aumentará O motivo é claro O AUMENTO COORDENADO NA DEMANDA leva a aumentos tanto nas exportações quanto nas importações de cada país Ainda é verdade que a expansão da demanda doméstica leva a importações maiores mas esse aumento nas importações é compensado pelo aumento nas exportações que vem das expansões da demanda estrangeira Na prática contudo a COORDENAÇÃO das políticas não é tão fácil de atingir Alguns países podem ter de fazer mais que outros e podem não querer fazer o que é necessário 81 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Suponhamos que apenas alguns países estejam em recessão Os que não estiverem ficarão relutantes em aumentar sua própria demanda mas se não o fizerem os países que expandam sua demanda apresentarão déficits comerciais em relação aos que não o fizerem Ou suponhamos que alguns países já apresentem um grande déficit orçamentário Eles não desejarão cortar impostos ou aumentar ainda mais seus gastos já que isso elevaria ainda mais seus déficits Pedirão a outros países para arcar com uma parte maior do ajuste Esses outros países relutarão em fazêlo Os países também têm um forte incentivo para PROMETER coordenação e depois não cumprir a promessa Uma vez que todos os países tenham concordado digamos em aumentar os gastos cada um deles terá um incentivo para não fazêlo a fim de se beneficiar do aumento da demanda em outros lugares e dessa maneira melhorar sua posição comercial 82 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira No entanto se cada país tentar enganar os demais ou não cumprir tudo o que foi prometido a EXPANSÃO DA DEMANDA SERÁ INSUFICIENTE para sair da recessão O resultado disso é que apesar das declarações dos governos em reuniões internacionais a COORDENAÇÃO MUITAS VEZES FRACASSA Somente quando as coisas estão realmente ruins a coordenação parece se firmar Este foi o caso em 2009 83 Depreciação balança comercial e produto DEPRECIAÇÃO BALANÇA COMERCIAL E PRODUTO Suponhamos que o governo da NOSSA ECONOMIA economia doméstica tome medidas de política econômica que levem a uma depreciação de sua moeda uma diminuição na taxa de câmbio nominal Lembramos que a TAXA REAL DE CÂMBIO é dada por 84 Depreciação balança comercial e produto No CURTO PRAZO podemos tomar tanto P quanto P como dados Isso implica que a depreciação nominal se reflete integralmente em uma depreciação real De maneira mais concreta se a MOEDA DOMÉSTICA se depreciar em relação à MOEDA INTERNACIONAL em 10 uma depreciação nominal de 10 e os níveis de preços entre essas economias países não se alterarem os BENS DA ECONOMIA DOMÉTICA FICARÃO 10 MAIS BARATOS em relação aos bens produzidos no exterior uma depreciação real de 10 Agora vamos verificar como essa DEPRECIAÇÃO REAL AFETARÁ A BALANÇA COMERCIAL E O PRODUTO DA ECONOMIA DOMÉSTICA 85 Depreciação balança comercial e produto DEPRECIAÇÃO E A BALANÇA COMERCIAL A CONDIÇÃO DE MARSHALLLERNER Voltemos à definição de exportações líquidas Ou ainda Como a taxa real de câmbio entra no lado direito da equação em TRÊS lugares fica claro que a DEPRECIAÇÃO REAL AFETA A BALANÇA COMERCIAL POR MEIO DE TRÊS CANAIS SEPARADOS Vejamos 86 Depreciação balança comercial e produto As exportações X aumentam A DEPRECIAÇÃO REAL torna os bens da economia doméstica relativamente menos caros no exterior Isso leva a um aumento na demanda estrangeira por produtos produzidos domesticamente um aumento nas exportações da nossa economia As importações IM diminuem A DEPRECIAÇÃO REAL torna os bens estrangeiros relativamente mais caros na nossa economia Isso leva a um DIRECIONAMENTO da demanda doméstica em direção aos bens domésticos e a uma diminuição na quantidade de importações O preço relativo dos bens estrangeiros em termos de bens domésticos 1ε aumenta Isso eleva a conta de importações IMε A mesma quantidade de importações passa a ser mais cara de comprar em termos de bens domésticos 87 Depreciação balança comercial e produto Para que a BALANÇA COMERCIAL MELHORE APÓS UMA DEPRECIAÇÃO as exportações devem aumentar o suficiente e as importações devem diminuir o suficiente para compensar o aumento no preço das importações A CONDIÇÃO SOB A QUAL UMA DEPRECIAÇÃO REAL LEVA A UM AUMENTO NAS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS É CONHECIDA COMO CONDIÇÃO DE MARSHALLLERNER Tal condição é derivada formalmente no apêndice do final do capítulo chamado Derivação da condição de MarshallLerner Ocorre que essa condição é satisfeita na realidade Assim vamos sempre supor aqui que uma depreciação real uma diminuição em ε leva a um aumento nas exportações líquidas um aumento em NX 88 Depreciação balança comercial e produto EFEITOS DE UMA DEPRECIAÇÃO REAL Até este ponto examinamos os efeitos diretos de uma depreciação sobre a balança comercial Mas os efeitos não terminam aqui A mudança nas exportações líquidas altera o produto doméstico o que afeta ainda mais as exportações líquidas Como os efeitos de uma depreciação real se parecem muito com os de um aumento no produto estrangeiro podemos o mesmo diagrama que utilizamos antes para mostrar os efeitos de um aumento no produto estrangeiro 𝑨𝑨 89 Depreciação balança comercial e produto Assim como no caso de um aumento no produto estrangeiro UMA DEPRECIAÇÃO LEVA A UM AUMENTO NAS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS supondo como fazemos que a condição de MarshallLerner seja satisfeita para qualquer nível de produto Tanto a relação de demanda quanto a relação de exportações líquidas se deslocam para cima O equilíbrio move se de A para A e o produto aumenta de Y para Y Pelo mesmo argumento que usamos antes a balança comercial melhora O aumento nas importações induzido pelo aumento no produto é menor que a melhora direta da balança comercial induzida pela depreciação 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 90 Depreciação balança comercial e produto Resumindo a depreciação leva a um deslocamento da demanda tanto estrangeira quanto doméstica em direção aos bens domésticos Esse deslocamento da demanda leva por sua vez tanto a um aumento no produto doméstico quanto a uma melhora da balança comercial Embora uma depreciação e um aumento no produto estrangeiro tenham o mesmo efeito sobre o produto doméstico e a balança comercial há uma diferença sutil mas importante entre os dois 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 91 Depreciação balança comercial e produto A depreciação funciona tornando os bens estrangeiros relativamente mais caros Mas isso significa que dadas suas rendas as pessoas que agora têm de pagar mais para comprar bens estrangeiros por causa da depreciação estão em uma situação pior Esse mecanismo é sentido fortemente em países que experimentam uma grande depreciação Os governos que tentam realizar grandes depreciações frequentemente enfrentam greves e manifestações de rua à medida que as pessoas reagem aos preços muito maiores dos bens importados Exemplo México 19941995 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 92 Depreciação balança comercial e produto COMBINANDO AS POLÍTICAS CAMBIAL E FISCAL Suponhamos que o produto esteja em seu NÍVEL NATURAL mas a economia esteja apresentando um grande déficit comercial O GOVERNO gostaria de reduzir o déficit comercial sem alterar o nível de produto O que deve fazer Uma depreciação por si só não funcionará ela reduzirá o déficit comercial mas também aumentará o produto Tampouco uma contração fiscal funcionará ela reduzirá o déficit comercial mas diminuirá o produto O QUE O GOVERNO DEVE FAZER 93 Depreciação balança comercial e produto A RESPOSTA É USAR A COMBINAÇÃO CERTA DE DEPRECIAÇÃO E CONTRAÇÃO FISCAL 94 Depreciação balança comercial e produto Suponhamos que o equilíbrio inicial esteja no ponto A associado ao nível de produto Y Nesse nível de produto há um déficit comercial dado pela distância BC no diagrama Se o governo quiser ELIMINAR O DÉFICIT COMERCIAL SEM ALTERAR O PRODUTO deverá fazer duas coisas Vejamos 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝑪 𝑩 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 95 Depreciação balança comercial e produto Primeiro deve REALIZAR DEPRECIAÇÃO SUFICIENTE para eliminar o déficit comercial no nível inicial do produto Portanto a depreciação deve ser tal que consiga deslocar a relação das exportações líquidas de NX para NX O problema é que essa depreciação e o aumento associado nas exportações líquidas também deslocam a relação de demanda de ZZ para ZZ Na ausência de outras medidas o equilíbrio se moveria de A para A e o produto aumentaria de Y para Y 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝑵𝑿 𝑪 𝑩 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 96 Depreciação balança comercial e produto Primeiro deve REALIZAR DEPRECIAÇÃO SUFICIENTE para eliminar o déficit comercial no nível inicial do produto Portanto a depreciação deve ser tal que consiga deslocar a relação das exportações líquidas de NX para NX O problema é que essa depreciação e o aumento associado nas exportações líquidas também deslocam a relação de demanda de ZZ para ZZ Na ausência de outras medidas o equilíbrio se moveria de A para A e o produto aumentaria de Y para Y 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝑪 𝑩 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 97 Depreciação balança comercial e produto Para evitar um aumento no produto o governo deve REDUZIR SEUS GASTOS de modo a deslocar ZZ de volta para ZZ Essa combinação de depreciação com contração fiscal leva ao mesmo nível de produto e melhora a balança comercial 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝑪 𝑩 𝑵𝑿 G 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 98 Depreciação balança comercial e produto Há um ponto geral por trás desse exemplo Na medida em que os GOVERNOS se preocupam tanto com o nível de produto quanto com a balança comercial eles têm de utilizar tanto a política fiscal quanto as políticas cambiais Acabamos de ver uma combinação desse tipo A tabela abaixo mostra algumas outras dependendo do produto e da situação do comércio iniciais Déficit comercial Superávit comercial Condições iniciais Produto baixo Produto alto Consideremos por exemplo a combinação no canto superior direito da tabela o produto inicial está baixo demais dito de outra maneira o desemprego está alto demais e a economia tem um déficit comercial 99 Depreciação balança comercial e produto Uma depreciação ajudará tanto o comércio quanto o produto Ela reduz o déficit comercial e aumenta o produto MAS não há motivo para que a depreciação atinja tanto o aumento correto no produto quanto a eliminação do déficit comercial Dependendo da situação inicial e dos efeitos relativos da depreciação sobre o produto e a balança comercial o GOVERNO pode precisar complementar a depreciação com um aumento ou com uma diminuição em seus gastos Essa ambiguidade é captada pelos pontos de interrogação dessa combinação na tabela Certifiquese de que você entendeu a lógica por trás de cada um dos outros três casos Déficit comercial Superávit comercial Condições iniciais Produto baixo Produto alto 100 Poupança investimento e balança comercial POUPANÇA INVESTIMENTO E BALANÇA COMERCIAL No Capítulo 3 vimos como reescrever a condição de equilíbrio no mercado de bens como a condição de que o INVESTIMENTO SEJA IGUAL À POUPANÇA a soma da poupança privada com a poupança pública Podemos agora derivar a condição correspondente para a ECONOMIA ABERTA e mostrar como essa forma alternativa de examinar o equilíbrio pode ser útil Comecemos com nossa condição de equilíbrio ou 101 Poupança investimento e balança comercial Vamos trabalhar com essa equação como a seguir Lembramos que em uma ECONOMIA ABERTA a RENDA dos residentes locais é igual ao PRODUTO Y MAIS A RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR NI MAIS AS TRANSFERÊNCIAS LÍQUIDAS RECEBIDAS NT Assim ou 102 Poupança investimento e balança comercial Note que o termo entre parênteses do lado esquerdo é igual à RENDA DISPONÍVEL de modo que o lado esquerdo é igual à RENDA DISPONÍVEL MENOS O CONSUMO isto é POUPANÇA S Note também que a soma das EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS da renda líquida vinda do exterior e das transferências líquidas do lado direito é igual às TRANSAÇÕES CORRENTES CA Assim Reorganizamos a equação para obter 103 Poupança investimento e balança comercial O SALDO EM TRANSAÇÕES CORRENTES é igual à POUPANÇA a soma da poupança privada com a poupança pública MENOS o INVESTIMENTO Um SUPERÁVIT em transações correntes implica que o país está poupando mais do que investe Um DÉFICIT em transações correntes implica que o país está poupando menos do que investe Um modo de refinar a intuição acerca desta relação é voltar à discussão sobre transações correntes e contas de capital e financeira no Capítulo 17 Lá vimos que um superávit em transações correntes implica um empréstimo líquido do país para o resto do mundo e um déficit em transações correntes implica um empréstimo líquido que um país toma do resto do mundo Portanto consideremos um país que investe mais do que poupa de modo que S T G I é negativo Esse país deve tomar emprestada a diferença do resto do mundo deve portanto estar apresentando um déficit em transações correntes Analogamente um país que empresta para o resto do mundo é aquele que poupa mais do que investe Observemos algumas coisas que a nos diz Um AUMENTO NO INVESTIMENTO deve se refletir ou em um aumento na poupança privada ou na poupança pública ou em uma deterioração do saldo em transações correntes um superávit em transações correntes menor ou um déficit maior dependendo se as transações correntes estão inicialmente em superávit ou em déficit 104 Poupança investimento e balança comercial Uma DETERIORAÇÃO NO SALDO ORÇAMENTÁRIO DO GOVERNO um superávit orçamentário menor ou um déficit orçamentário maior deve se refletir em um aumento na poupança privada ou em uma redução no investimento ou então em uma deterioração do saldo em transações correntes Um país com alta TAXA DE POUPANÇA privada mais governamental deve ter ou uma alta taxa de investimento ou um grande superávit em transações correntes 105 Poupança investimento e balança comercial Contudo observe também o que essa equação NÃO diz Ela não diz por exemplo se um déficit orçamentário levará a um déficit em transações correntes ou em vez disso a um aumento na poupança privada ou então a uma diminuição no investimento Para descobrir o que acontece em resposta a um déficit orçamentário precisamos resolver explicitamente o que ocorre com o produto e com seus componentes USANDO AS HIPÓTESES que fizemos sobre consumo investimento exportações e importações Ou seja precisamos realizar a análise completa apresentada aqui Usar apenas a tal equação pode se não tomarmos o devido cuidado induzir a equívocos 106 Poupança investimento e balança comercial Para verificar esse risco consideremos por exemplo o seguinte argumento É claro que os Estados Unidos não podem reduzir seu grande déficit em transações correntes por meio de uma depreciação Examinemos a Equação 𝑪𝑨 𝑺 𝑻 𝑮 𝑰 a qual mostra que o déficit em transações correntes é igual a investimento menos poupança Por que uma depreciação afetaria a poupança ou o investimento Assim como uma depreciação poderia afetar o déficit em transações correntes O argumento pode soar convincente mas sabemos que está errado Mostramos anteriormente que uma depreciação leva a uma melhora na posição comercial de um país e por implicação dadas a renda e as transferências líquidas uma melhora nas transações correntes Então o que há de errado com o argumento Uma depreciação na realidade afeta a poupança e o investimento Ela faz isso afetando a demanda por bens domésticos e desse modo aumentando o produto Um produto maior leva a um aumento na poupança sobre o investimento ou de modo equivalente a uma diminuição no déficit em transações correntes 107 Poupança investimento e balança comercial TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP
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TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP MACROECONOMIA OLIVIER BLANCHARD PEARSON 7ª EDIÇÃO CAPÍTULO 18 O MERCADO DE BENS EM UMA ECONOMIA ABERTA 5 O mercado de bens em uma economia aberta A Seção 181 descreve o equilíbrio no mercado de bens em uma economia aberta As Seções 182 e 183 mostram os efeitos de choques internos e externos sobre o produto e a balança comercial da economia doméstica As Seções 184 e 185 examinam os efeitos de uma depreciação real sobre o produto e a balança comercial A Seção 186 oferece uma descrição alternativa do equilíbrio que mostra a ligação estreita entre poupança investimento e balança comercial 6 A relação IS na economia aberta DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS Vimos que numa ECONOMIA FECHADA consumo C investimento I e gastos do governo G constituem a DEMANDA DOMÉSTICA POR BENS Ou ainda numa economia fechada C I G é também a DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS ECONOMIA FECHADA DEMANDA DOMÉSTICA POR BENS DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS 7 A relação IS na economia aberta Para tratarmos de uma ECONOMIA ABERTA e se estamos interessados em identificar os efeitos da DEMANDA TOTAL sobre o PRODUTO do nosso país precisamos de fazer dois ajustes Considerar o bens que são produzidos domesticamente mas são consumidos demandados pelo RESTO DO MUNDO por não residentes Considerar os bens que são consumidos demandados domesticamente pelos residentes mas não são produzidos domesticamente Devemos considerar pois as EXPORTAÇÕES X e IMPORTAÇÕES IM 8 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES 9 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES 10 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES Devemos ter cuidado os bens estrangeiros são diferentes dos domésticos de modo que não podemos simplesmente subtrair a quantidade de importações IM Se fizéssemos isso estaríamos subtraindo maçãs bens estrangeiros de laranjas bens domésticos Devemos em primeiro lugar expressar o valor das importações em termos de bens domésticos É isso o que IMε representa na equação acima Lembrando do Capítulo 17 ε a taxa de câmbio real é definida como o preço dos bens domésticos em termos de bens estrangeiros De modo equivalente 1ε é o preço dos bens estrangeiros em termos de bens domésticos Assim IM1ε ou de modo equivalente IM ε é o valor das importações em termos de bens domésticos 11 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES Devemos ter cuidado os bens estrangeiros são diferentes dos domésticos de modo que não podemos simplesmente subtrair a quantidade de importações IM Se fizéssemos isso estaríamos subtraindo maçãs bens estrangeiros de laranjas bens domésticos Devemos em primeiro lugar expressar o valor das importações em termos de bens domésticos É isso o que IMε representa na equação acima Lembrando do Capítulo 17 ε a taxa de câmbio real é definida como o preço dos bens domésticos em termos de bens estrangeiros De modo equivalente 1ε é o preço dos bens estrangeiros em termos de bens domésticos Assim IM1ε ou de modo equivalente IM ε é o valor das importações em termos de bens domésticos 12 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES Um aumento na renda doméstica Y ou de modo equivalente um aumento no produto doméstico renda e produto ainda são iguais em uma economia aberta leva a um aumento nas importações Esse efeito positivo da renda sobre as importações é captado pelo sinal positivo sob Y Um aumento na taxa de câmbio real ε uma apreciação real leva a um aumento nas importações IM Esse efeito positivo da taxa de câmbio real sobre as importações é captado pelo sinal positivo À medida que ε aumenta note que IM aumenta mas 1ε diminui de modo que o que ocorre com IMε o valor das importações em termos de bens domésticos é AMBÍGUO Voltaremos a esse ponto em breve 13 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES 14 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES 15 A relação IS na economia aberta DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES As EXPORTAÇÕES SÃO A PARTE DA DEMANDA ESTRANGEIRA QUE RECAI SOBRE BENS DOMÉSTICOS Do que elas dependem Dependem da renda estrangeira Uma renda estrangeira maior significa uma demanda estrangeira maior por todos os bens tanto estrangeiros quanto domésticos Assim uma renda estrangeira maior leva a exportações maiores As EXPORTAÇÕES TAMBÉM DEPENDEM DA TAXA DE CÂMBIO REAL Quanto maior o preço dos bens domésticos em termos de bens estrangeiros menor a demanda estrangeira por bens domésticos Em outras palavras quanto maior a taxa de câmbio real menores as exportações Um aumento na renda estrangeira Y leva a um aumento nas exportações Um aumento na taxa de câmbio real ε leva a uma diminuição nas exportações 16 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA FECHADA ECONOMIA ABERTA 17 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA FECHADA ECONOMIA ABERTA Setor Externo 18 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA ABERTA DEMANDA POR BENS PRODUZIDOS DOMESTICAMENTE DEMANDA POR BENS DOMÉSTICOS DEMANDA DOMÉSTICA POR BENS 19 Produto de equilíbrio e balança comercial ECONOMIA ABERTA 20 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda Doméstica 21 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda Doméstica 22 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda Doméstica menos importações 23 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Importações Demanda Doméstica menos importações 24 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda por bens produzidos domesticamente 25 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Exportações Demanda por bens produzidos domesticamente 26 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda por bens produzidos domesticamente 27 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝟒𝟓º Demanda por bens produzidos domesticamente 28 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES Demanda por bens produzidos domesticamente 29 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 Demanda por bens produzidos domesticamente 30 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 31 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 32 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 exportações importações exportações líquidas 33 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 34 A relação IS na economia aberta JUNTANDO OS COMPONENTES 𝑻𝑩 exortações importações exportações líquidas 35 A relação IS na economia aberta 𝑻𝑩 exportações líquidas 36 A relação IS na economia aberta 𝑻𝑩 exportações líquidas 37 A relação IS na economia aberta 𝑻𝑩 38 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 39 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 40 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 41 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝟎 42 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝟎 43 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟎 44 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟎 45 A relação IS na economia aberta 𝒁 𝒀 𝑨𝑨 𝑫𝑫 𝒁𝒁 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 Superávit comercial Déficit Comercial 𝟎 46 Produto de equilíbrio e balança comercial PRODUTO DE EQUILÍBRIO E BALANÇA COMERCIAL O mercado de bens está em equilíbrio quando o produto doméstico é igual à demanda tanto doméstica quanto estrangeira por bens domésticos Reunindo as relações que derivamos para os componentes da demanda por bens domésticos Z temos ou 47 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 48 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 49 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 50 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 51 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 52 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟒𝟓º Produto de equilíbrio e balança comercial 𝟎 53 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira COMO MUDANÇAS NA DEMANDA AFETAM O PRODUTO EM UMA ECONOMIA ABERTA 54 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira AUMENTOS NA DEMANDA DOMÉSTICA Suponhamos que a economia esteja em recessão e que O GOVERNO DECIDA AUMENTAR SEUS GASTOS com o objetivo de aumentar a demanda doméstica e o produto Que efeitos isso teria sobre o PRODUTO e a BALANÇA COMERCIAL 55 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 56 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 57 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 58 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑨 𝑮 𝑮 59 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝟎 60 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝟎 61 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝟎 62 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 Déficit Comercial 𝟎 63 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Recapitulando O que ocorre se o governo aumentar seus gastos em ΔG Para qualquer nível de produto a demanda será maior em ΔG deslocando a relação de demanda para cima em ΔG de ZZ a ZZ O ponto de equilíbrio deslocase de A para A e o produto aumenta de Y para Y O AUMENTO NO PRODUTO é MAIOR que o AUMENTO NOS GASTOS DO GOVERNO Há um EFEITO MULTIPLICADOR Até aqui a história parece igual à de uma economia fechada no Capítulo 3 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝟎 64 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Contudo há duas diferenças importantes 1 Há agora um efeito sobre a BALANÇA COMERCIAL Como os gastos do governo não entram diretamente nem na relação de exportações nem na de importações a RELAÇÃO ENTRE EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS E PRODUTO NÃO SE DESLOCA Portanto o aumento no produto de Y para Y leva a um déficit comercial igual a BC As importações sobem e as exportações não se alteram 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑩 𝑪 𝟎 65 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira 2 Não só os gastos do governo agora geram um déficit comercial mas também seu efeito sobre o produto é menor do que seria em uma economia fechada Lembramos do Capítulo 3 que quanto menor a inclinação da relação de demanda menor é o multiplicador por exemplo se ZZ fosse horizontal o multiplicador seria igual a 1 Lembramos também que a relação de demanda ZZ é menos inclinada que a relação de demanda na economia fechada DD Isso significa que o MULTIPLICADOR É MENOR NA ECONOMIA ABERTA 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑩 𝑪 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 66 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira O déficit comercial e o multiplicador menor têm a mesma causa Visto que a economia é aberta UM AUMENTO NA DEMANDA AGORA RECAI NÃO SÓ SOBRE OS BENS DOMÉSTICOS MAS TAMBÉM SOBRE OS BENS ESTRANGEIROS Assim quando a renda aumenta o efeito sobre a demanda por bens domésticos é menor do que seria em uma economia fechada levando a um multiplicador menor E como parte do aumento da demanda recai sobre as importações e as exportações não se alteram o resultado é um déficit comercial Essas duas implicações são importantes Em uma economia aberta um aumento na demanda doméstica tem um efeito menor sobre o produto do que em uma economia fechada assim como um efeito adverso sobre a balança comercial Em verdade quanto mais aberta a economia menor o efeito sobre o produto e maior o efeito adverso sobre a balança comercial 67 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira AUMENTOS NA DEMANDA ESTRANGEIRA Consideremos agora um aumento no PRODUTO ESTRANGEIRO isto é um aumento em Y Isso pode se dever a uma elevação dos gastos do governo estrangeiro G a mudança de política econômica que acabamos de analisar só que desta vez ocorrendo no exterior Mas não precisamos saber de onde vem o aumento em Y para analisar seus efeitos sobre a ECONOMIA DOMÉSTICA 68 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira A demanda inicial por bens domésticos é dada por ZZ O equilíbrio está no ponto A com nível de produto Y Vamos supor novamente que o comércio esteja em equilíbrio de modo que as exportações líquidas associadas a Y sejam iguais a zero Y YTB Será útil nos referirmos à reta que mostra a demanda doméstica por bens C I G como função da renda Essa reta está representada por DD Lembremos que DD é mais inclinada que ZZ A diferença entre ZZ e DD é igual às exportações líquidas de modo que se o comércio está equilibrado no ponto A então ZZ e DD interceptamse no ponto A 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 69 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira A demanda inicial por bens domésticos é dada por ZZ O equilíbrio está no ponto A com nível de produto Y Vamos supor novamente que o comércio esteja em equilíbrio de modo que as exportações líquidas associadas a Y sejam iguais a zero Y YTB Será útil nos referirmos à reta que mostra a demanda doméstica por bens C I G como função da renda Essa reta está representada por DD Lembremos que DD é mais inclinada que ZZ A diferença entre ZZ e DD é igual às exportações líquidas de modo que se o comércio está equilibrado no ponto A então ZZ e DD interceptamse no ponto A 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑫𝑫 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 70 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Agora consideremos os efeitos de um aumento no produto estrangeiro ΔY por ora ignoremos a reta DD só a utilizaremos mais tarde Um produto estrangeiro maior significa uma DEMANDA ESTRANGEIRA MAIOR incluindo uma demanda estrangeira maior pelos produzidos em nossa economia por bens produzidos domesticamente Assim o efeito direto do aumento no produto estrangeiro é um aumento nas exportações da economia doméstica em um determinado montante que chamaremos de ΔX 𝑨𝑨 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝑫𝑫 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 71 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Para um dado nível de produto esse aumento nas exportações leva a um aumento na demanda por bens dos domésticos de ΔX de modo que a reta que representa a demanda por bens domésticos como função do produto deslocase para cima em ΔX de ZZ para ZZ 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 72 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Para um dado nível de produto as exportações líquidas aumentam em ΔX Portanto a reta que representa as exportações líquidas como função do produto também se desloca para cima em ΔX de NX para NX O NOVO EQUILÍBRIO situase no ponto A com um nível de produto Y O aumento no produto estrangeiro leva a um aumento no produto doméstico O CANAL é claro Um produto estrangeiro maior leva a exportações de bens domésticos maiores o que aumenta o produto doméstico e a demanda doméstica por bens por meio do MULTIPLICADOR 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑵𝑿 𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 73 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira O que acontece com a balança comercial Sabemos que as exportações aumentam Mas será que o aumento no produto doméstico leva a um aumento tão grande das importações que efetivamente deteriore a balança comercial NÃO a balança comercial deve melhorar Para saber o motivo observe que quando a demanda estrangeira aumenta a demanda por bens domésticos deslocase para cima de ZZ para ZZ mas a reta DD que representa a demanda doméstica por bens como função do produto não se desloca 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 74 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira No novo nível do produto de equilíbrio Y a demanda doméstica é dada pela distância DC e a demanda por bens domésticos é dada por DA As exportações líquidas são dadas portanto pela distância CA a qual como DD está necessariamente abaixo de ZZ é necessariamente positiva Desse modo embora as importações aumentem esse aumento não compensa o crescimento das exportações e a balança comercial melhora 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 75 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira POLÍTICA FISCAL REVISITADA Até aqui derivamos dois resultados básicos Um AUMENTO na DEMANDA DOMÉSTICA acarreta um AUMENTO NO PRODUTO DOMÉSTICO mas também uma deterioração da balança comercial Examinamos um aumento nos gastos do governo mas os resultados seriam iguais para uma diminuição de impostos um aumento nos gastos dos consumidores e assim por diante Um AUMENTO na DEMANDA ESTRANGEIRA que poderia vir dos mesmos tipos de mudança ocorrendo no exterior leva a um AUMENTO NO PRODUTO DOMÉSTICO e a uma melhora na balança comercial 76 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Esses resultados por sua vez têm DUAS IMPLICAÇÕES importantes Ambas foram evidentes na recente crise A primeira e mais óbvia é a de que eles implicam que CHOQUES DE DEMANDA EM UM PAÍS afetam todos os outros países Quanto mais fortes os laços comerciais entre países mais fortes as interações e mais países se moverão juntos Embora tenha começado nos Estados Unidos a crise de 20072008 afetou rapidamente o resto do mundo As ligações comerciais não eram a única razão as ligações financeiras também desempenharam um papel central Mas as evidências apontam para um FORTE EFEITO DO COMÉRCIO a começar por uma diminuição nas exportações de outros países para os Estados Unidos 77 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira A segunda implicação é que essas interações complicam muito a tarefa dos formuladores de política econômica especialmente no caso da POLÍTICA FISCAL Vamos ver como BLANCHARD explorara este argumento BLANCHARD começa com a observação a seguir os governos não gostam de apresentar déficits comerciais O principal é que um país que consistentemente apresenta déficits comerciais acumula dívidas para com o resto do mundo e assim deve fazer pagamentos de juros cada vez mais altos Portanto não é de surpreender que os países prefiram aumentos na demanda estrangeira que melhoram a balança comercial a aumentos na demanda doméstica que deterioram a balança comercial Contudo essas preferências podem ter implicações desastrosas 78 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Consideremos um grupo de países todos com um grande montante de comércio entre si de modo que um aumento na demanda em qualquer um deles recaia em grande parte sobre os bens produzidos nos demais países Suponhamos que todos esses países estejam em recessão e que cada um deles esteja com a balança comercial praticamente equilibrada Nesse caso cada país poderá relutar a tomar medidas para aumentar a demanda doméstica Se eles fossem tomar essas medidas o resultado poderia ser um pequeno aumento no produto mas também um grande déficit comercial Em vez disso cada país pode apenas esperar que os OUTROS AUMENTEM SUAS DEMANDAS Dessa forma o PAÍS FICA NO MELHOR DOS MUNDOS com um produto maior e uma melhora em sua balança comercial Mas se todos os países esperarem nada acontecerá e a recessão poderá durar bastante tempo 79 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Existe um meio de sair dessa situação 80 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Existe um meio de sair dessa situação SIM ao menos em teoria Se todos os países COORDENAREM suas políticas macroeconômicas de modo a aumentar sua demanda doméstica simultaneamente cada um poderá aumentar a demanda e o produto sem aumentar seu déficit comercial em relação aos demais mas o déficit comercial combinado desses países em relação ao resto do mundo ainda aumentará O motivo é claro O AUMENTO COORDENADO NA DEMANDA leva a aumentos tanto nas exportações quanto nas importações de cada país Ainda é verdade que a expansão da demanda doméstica leva a importações maiores mas esse aumento nas importações é compensado pelo aumento nas exportações que vem das expansões da demanda estrangeira Na prática contudo a COORDENAÇÃO das políticas não é tão fácil de atingir Alguns países podem ter de fazer mais que outros e podem não querer fazer o que é necessário 81 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira Suponhamos que apenas alguns países estejam em recessão Os que não estiverem ficarão relutantes em aumentar sua própria demanda mas se não o fizerem os países que expandam sua demanda apresentarão déficits comerciais em relação aos que não o fizerem Ou suponhamos que alguns países já apresentem um grande déficit orçamentário Eles não desejarão cortar impostos ou aumentar ainda mais seus gastos já que isso elevaria ainda mais seus déficits Pedirão a outros países para arcar com uma parte maior do ajuste Esses outros países relutarão em fazêlo Os países também têm um forte incentivo para PROMETER coordenação e depois não cumprir a promessa Uma vez que todos os países tenham concordado digamos em aumentar os gastos cada um deles terá um incentivo para não fazêlo a fim de se beneficiar do aumento da demanda em outros lugares e dessa maneira melhorar sua posição comercial 82 Aumentos na demanda doméstica ou estrangeira No entanto se cada país tentar enganar os demais ou não cumprir tudo o que foi prometido a EXPANSÃO DA DEMANDA SERÁ INSUFICIENTE para sair da recessão O resultado disso é que apesar das declarações dos governos em reuniões internacionais a COORDENAÇÃO MUITAS VEZES FRACASSA Somente quando as coisas estão realmente ruins a coordenação parece se firmar Este foi o caso em 2009 83 Depreciação balança comercial e produto DEPRECIAÇÃO BALANÇA COMERCIAL E PRODUTO Suponhamos que o governo da NOSSA ECONOMIA economia doméstica tome medidas de política econômica que levem a uma depreciação de sua moeda uma diminuição na taxa de câmbio nominal Lembramos que a TAXA REAL DE CÂMBIO é dada por 84 Depreciação balança comercial e produto No CURTO PRAZO podemos tomar tanto P quanto P como dados Isso implica que a depreciação nominal se reflete integralmente em uma depreciação real De maneira mais concreta se a MOEDA DOMÉSTICA se depreciar em relação à MOEDA INTERNACIONAL em 10 uma depreciação nominal de 10 e os níveis de preços entre essas economias países não se alterarem os BENS DA ECONOMIA DOMÉTICA FICARÃO 10 MAIS BARATOS em relação aos bens produzidos no exterior uma depreciação real de 10 Agora vamos verificar como essa DEPRECIAÇÃO REAL AFETARÁ A BALANÇA COMERCIAL E O PRODUTO DA ECONOMIA DOMÉSTICA 85 Depreciação balança comercial e produto DEPRECIAÇÃO E A BALANÇA COMERCIAL A CONDIÇÃO DE MARSHALLLERNER Voltemos à definição de exportações líquidas Ou ainda Como a taxa real de câmbio entra no lado direito da equação em TRÊS lugares fica claro que a DEPRECIAÇÃO REAL AFETA A BALANÇA COMERCIAL POR MEIO DE TRÊS CANAIS SEPARADOS Vejamos 86 Depreciação balança comercial e produto As exportações X aumentam A DEPRECIAÇÃO REAL torna os bens da economia doméstica relativamente menos caros no exterior Isso leva a um aumento na demanda estrangeira por produtos produzidos domesticamente um aumento nas exportações da nossa economia As importações IM diminuem A DEPRECIAÇÃO REAL torna os bens estrangeiros relativamente mais caros na nossa economia Isso leva a um DIRECIONAMENTO da demanda doméstica em direção aos bens domésticos e a uma diminuição na quantidade de importações O preço relativo dos bens estrangeiros em termos de bens domésticos 1ε aumenta Isso eleva a conta de importações IMε A mesma quantidade de importações passa a ser mais cara de comprar em termos de bens domésticos 87 Depreciação balança comercial e produto Para que a BALANÇA COMERCIAL MELHORE APÓS UMA DEPRECIAÇÃO as exportações devem aumentar o suficiente e as importações devem diminuir o suficiente para compensar o aumento no preço das importações A CONDIÇÃO SOB A QUAL UMA DEPRECIAÇÃO REAL LEVA A UM AUMENTO NAS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS É CONHECIDA COMO CONDIÇÃO DE MARSHALLLERNER Tal condição é derivada formalmente no apêndice do final do capítulo chamado Derivação da condição de MarshallLerner Ocorre que essa condição é satisfeita na realidade Assim vamos sempre supor aqui que uma depreciação real uma diminuição em ε leva a um aumento nas exportações líquidas um aumento em NX 88 Depreciação balança comercial e produto EFEITOS DE UMA DEPRECIAÇÃO REAL Até este ponto examinamos os efeitos diretos de uma depreciação sobre a balança comercial Mas os efeitos não terminam aqui A mudança nas exportações líquidas altera o produto doméstico o que afeta ainda mais as exportações líquidas Como os efeitos de uma depreciação real se parecem muito com os de um aumento no produto estrangeiro podemos o mesmo diagrama que utilizamos antes para mostrar os efeitos de um aumento no produto estrangeiro 𝑨𝑨 89 Depreciação balança comercial e produto Assim como no caso de um aumento no produto estrangeiro UMA DEPRECIAÇÃO LEVA A UM AUMENTO NAS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS supondo como fazemos que a condição de MarshallLerner seja satisfeita para qualquer nível de produto Tanto a relação de demanda quanto a relação de exportações líquidas se deslocam para cima O equilíbrio move se de A para A e o produto aumenta de Y para Y Pelo mesmo argumento que usamos antes a balança comercial melhora O aumento nas importações induzido pelo aumento no produto é menor que a melhora direta da balança comercial induzida pela depreciação 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 90 Depreciação balança comercial e produto Resumindo a depreciação leva a um deslocamento da demanda tanto estrangeira quanto doméstica em direção aos bens domésticos Esse deslocamento da demanda leva por sua vez tanto a um aumento no produto doméstico quanto a uma melhora da balança comercial Embora uma depreciação e um aumento no produto estrangeiro tenham o mesmo efeito sobre o produto doméstico e a balança comercial há uma diferença sutil mas importante entre os dois 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 𝑨𝑨 91 Depreciação balança comercial e produto A depreciação funciona tornando os bens estrangeiros relativamente mais caros Mas isso significa que dadas suas rendas as pessoas que agora têm de pagar mais para comprar bens estrangeiros por causa da depreciação estão em uma situação pior Esse mecanismo é sentido fortemente em países que experimentam uma grande depreciação Os governos que tentam realizar grandes depreciações frequentemente enfrentam greves e manifestações de rua à medida que as pessoas reagem aos preços muito maiores dos bens importados Exemplo México 19941995 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒀𝑻𝑩 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑫𝑫 𝑿 𝑫 𝑪 𝑵𝑿 𝑿 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 92 Depreciação balança comercial e produto COMBINANDO AS POLÍTICAS CAMBIAL E FISCAL Suponhamos que o produto esteja em seu NÍVEL NATURAL mas a economia esteja apresentando um grande déficit comercial O GOVERNO gostaria de reduzir o déficit comercial sem alterar o nível de produto O que deve fazer Uma depreciação por si só não funcionará ela reduzirá o déficit comercial mas também aumentará o produto Tampouco uma contração fiscal funcionará ela reduzirá o déficit comercial mas diminuirá o produto O QUE O GOVERNO DEVE FAZER 93 Depreciação balança comercial e produto A RESPOSTA É USAR A COMBINAÇÃO CERTA DE DEPRECIAÇÃO E CONTRAÇÃO FISCAL 94 Depreciação balança comercial e produto Suponhamos que o equilíbrio inicial esteja no ponto A associado ao nível de produto Y Nesse nível de produto há um déficit comercial dado pela distância BC no diagrama Se o governo quiser ELIMINAR O DÉFICIT COMERCIAL SEM ALTERAR O PRODUTO deverá fazer duas coisas Vejamos 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝑪 𝑩 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 95 Depreciação balança comercial e produto Primeiro deve REALIZAR DEPRECIAÇÃO SUFICIENTE para eliminar o déficit comercial no nível inicial do produto Portanto a depreciação deve ser tal que consiga deslocar a relação das exportações líquidas de NX para NX O problema é que essa depreciação e o aumento associado nas exportações líquidas também deslocam a relação de demanda de ZZ para ZZ Na ausência de outras medidas o equilíbrio se moveria de A para A e o produto aumentaria de Y para Y 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝑵𝑿 𝑪 𝑩 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 96 Depreciação balança comercial e produto Primeiro deve REALIZAR DEPRECIAÇÃO SUFICIENTE para eliminar o déficit comercial no nível inicial do produto Portanto a depreciação deve ser tal que consiga deslocar a relação das exportações líquidas de NX para NX O problema é que essa depreciação e o aumento associado nas exportações líquidas também deslocam a relação de demanda de ZZ para ZZ Na ausência de outras medidas o equilíbrio se moveria de A para A e o produto aumentaria de Y para Y 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝑪 𝑩 𝑵𝑿 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 97 Depreciação balança comercial e produto Para evitar um aumento no produto o governo deve REDUZIR SEUS GASTOS de modo a deslocar ZZ de volta para ZZ Essa combinação de depreciação com contração fiscal leva ao mesmo nível de produto e melhora a balança comercial 𝒁 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝟒𝟓º 𝑨 𝑵𝑿 𝒀 𝒁𝒁 𝒀 𝑨 𝑵𝑿 𝑵𝑿 𝑪 𝑩 𝑵𝑿 G 𝟎 𝑵𝑿𝒀 𝒀 𝜺 98 Depreciação balança comercial e produto Há um ponto geral por trás desse exemplo Na medida em que os GOVERNOS se preocupam tanto com o nível de produto quanto com a balança comercial eles têm de utilizar tanto a política fiscal quanto as políticas cambiais Acabamos de ver uma combinação desse tipo A tabela abaixo mostra algumas outras dependendo do produto e da situação do comércio iniciais Déficit comercial Superávit comercial Condições iniciais Produto baixo Produto alto Consideremos por exemplo a combinação no canto superior direito da tabela o produto inicial está baixo demais dito de outra maneira o desemprego está alto demais e a economia tem um déficit comercial 99 Depreciação balança comercial e produto Uma depreciação ajudará tanto o comércio quanto o produto Ela reduz o déficit comercial e aumenta o produto MAS não há motivo para que a depreciação atinja tanto o aumento correto no produto quanto a eliminação do déficit comercial Dependendo da situação inicial e dos efeitos relativos da depreciação sobre o produto e a balança comercial o GOVERNO pode precisar complementar a depreciação com um aumento ou com uma diminuição em seus gastos Essa ambiguidade é captada pelos pontos de interrogação dessa combinação na tabela Certifiquese de que você entendeu a lógica por trás de cada um dos outros três casos Déficit comercial Superávit comercial Condições iniciais Produto baixo Produto alto 100 Poupança investimento e balança comercial POUPANÇA INVESTIMENTO E BALANÇA COMERCIAL No Capítulo 3 vimos como reescrever a condição de equilíbrio no mercado de bens como a condição de que o INVESTIMENTO SEJA IGUAL À POUPANÇA a soma da poupança privada com a poupança pública Podemos agora derivar a condição correspondente para a ECONOMIA ABERTA e mostrar como essa forma alternativa de examinar o equilíbrio pode ser útil Comecemos com nossa condição de equilíbrio ou 101 Poupança investimento e balança comercial Vamos trabalhar com essa equação como a seguir Lembramos que em uma ECONOMIA ABERTA a RENDA dos residentes locais é igual ao PRODUTO Y MAIS A RENDA LÍQUIDA RECEBIDA DO EXTERIOR NI MAIS AS TRANSFERÊNCIAS LÍQUIDAS RECEBIDAS NT Assim ou 102 Poupança investimento e balança comercial Note que o termo entre parênteses do lado esquerdo é igual à RENDA DISPONÍVEL de modo que o lado esquerdo é igual à RENDA DISPONÍVEL MENOS O CONSUMO isto é POUPANÇA S Note também que a soma das EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS da renda líquida vinda do exterior e das transferências líquidas do lado direito é igual às TRANSAÇÕES CORRENTES CA Assim Reorganizamos a equação para obter 103 Poupança investimento e balança comercial O SALDO EM TRANSAÇÕES CORRENTES é igual à POUPANÇA a soma da poupança privada com a poupança pública MENOS o INVESTIMENTO Um SUPERÁVIT em transações correntes implica que o país está poupando mais do que investe Um DÉFICIT em transações correntes implica que o país está poupando menos do que investe Um modo de refinar a intuição acerca desta relação é voltar à discussão sobre transações correntes e contas de capital e financeira no Capítulo 17 Lá vimos que um superávit em transações correntes implica um empréstimo líquido do país para o resto do mundo e um déficit em transações correntes implica um empréstimo líquido que um país toma do resto do mundo Portanto consideremos um país que investe mais do que poupa de modo que S T G I é negativo Esse país deve tomar emprestada a diferença do resto do mundo deve portanto estar apresentando um déficit em transações correntes Analogamente um país que empresta para o resto do mundo é aquele que poupa mais do que investe Observemos algumas coisas que a nos diz Um AUMENTO NO INVESTIMENTO deve se refletir ou em um aumento na poupança privada ou na poupança pública ou em uma deterioração do saldo em transações correntes um superávit em transações correntes menor ou um déficit maior dependendo se as transações correntes estão inicialmente em superávit ou em déficit 104 Poupança investimento e balança comercial Uma DETERIORAÇÃO NO SALDO ORÇAMENTÁRIO DO GOVERNO um superávit orçamentário menor ou um déficit orçamentário maior deve se refletir em um aumento na poupança privada ou em uma redução no investimento ou então em uma deterioração do saldo em transações correntes Um país com alta TAXA DE POUPANÇA privada mais governamental deve ter ou uma alta taxa de investimento ou um grande superávit em transações correntes 105 Poupança investimento e balança comercial Contudo observe também o que essa equação NÃO diz Ela não diz por exemplo se um déficit orçamentário levará a um déficit em transações correntes ou em vez disso a um aumento na poupança privada ou então a uma diminuição no investimento Para descobrir o que acontece em resposta a um déficit orçamentário precisamos resolver explicitamente o que ocorre com o produto e com seus componentes USANDO AS HIPÓTESES que fizemos sobre consumo investimento exportações e importações Ou seja precisamos realizar a análise completa apresentada aqui Usar apenas a tal equação pode se não tomarmos o devido cuidado induzir a equívocos 106 Poupança investimento e balança comercial Para verificar esse risco consideremos por exemplo o seguinte argumento É claro que os Estados Unidos não podem reduzir seu grande déficit em transações correntes por meio de uma depreciação Examinemos a Equação 𝑪𝑨 𝑺 𝑻 𝑮 𝑰 a qual mostra que o déficit em transações correntes é igual a investimento menos poupança Por que uma depreciação afetaria a poupança ou o investimento Assim como uma depreciação poderia afetar o déficit em transações correntes O argumento pode soar convincente mas sabemos que está errado Mostramos anteriormente que uma depreciação leva a uma melhora na posição comercial de um país e por implicação dadas a renda e as transferências líquidas uma melhora nas transações correntes Então o que há de errado com o argumento Uma depreciação na realidade afeta a poupança e o investimento Ela faz isso afetando a demanda por bens domésticos e desse modo aumentando o produto Um produto maior leva a um aumento na poupança sobre o investimento ou de modo equivalente a uma diminuição no déficit em transações correntes 107 Poupança investimento e balança comercial TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP