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TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP MACROECONOMIA OLIVIER BLANCHARD PEARSON 7ª EDIÇÃO ECONOMIA ABERTA CAPÍTULO 19 PRODUTO TAXA DE JUROS E TAXA DE CÂMBIO 5 Produto taxa de juros e taxa de câmbio A Seção 191 examina o equilíbrio no mercado de bens A Seção 192 examina o equilíbrio nos mercados financeiros incluindo o mercado de câmbio A Seção 193 junta as duas condições de equilíbrio e examina a determinação de produto taxa de juros e taxa de câmbio A Seção 194 examina o papel da política econômica sob taxas de câmbio flexíveis A Seção 195 examina o papel da política econômica sob taxas de câmbio fixas 6 Produto taxa de juros e taxa de câmbio O MODELO que desenvolveremos aqui é uma extensão para a ECONOMIA ABERTA DO MODELO ISLM que vimos no Capítulo 5 conhecido como modelo MUNDELLFLEMING em homenagem aos economistas Robert Mundell e Marcus Fleming que desenvolveram o modelo na década de 1960 O modelo apresentado aqui mantém o espírito do original de MUNDELLFLEMING mas difere em alguns detalhes 7 Equilíbrio no mercado de bens No capítulo 18 desenvolvemos minuciosamente a DEMANDA em uma ECONOMIA ABERTA Em equilíbrio ou Como Podemos escrever Para nossos propósitos a implicação principal da equação acima é que tanto a TAXA DE JUROS REAL quanto a TAXA DE CÂMBIO REAL afetam a DEMANDA que por sua vez afeta o PRODUTO DE EQUILÍBRIO Vejamos 8 Equilíbrio no mercado de bens Um aumento na taxa de juros real leva a uma diminuição nos gastos de investimento e consequentemente a uma diminuição na demanda por bens domésticos Isso leva por meio do multiplicador a uma diminuição no produto Um aumento na taxa de câmbio real leva a um deslocamento da demanda em direção aos bens estrangeiros e consequentemente a uma diminuição nas exportações líquidas a qual reduz a demanda por bens domésticos Isso leva por meio do multiplicador a uma diminuição no produto 9 Equilíbrio no mercado de bens Para o restante do que estudaremos aqui faremos duas simplificações Considerando nosso foco no curto prazo admitimos no tratamento anterior do modelo ISLM que o nível de preços doméstico era dado Adotaremos aqui a mesma hipótese e a estenderemos para o nível de preços estrangeiro de modo que a taxa de câmbio real ε EPP e a taxa de câmbio nominal E variem juntas Se por conveniência de notação escolhermos P e P de modo que PP 1 e podemos fazer isso pois ambos são númerosíndice então ε E Uma vez que tomamos o nível de preços doméstico como dado não há inflação nem efetiva nem esperada Assim a taxa de juros nominal e a taxa de juros real são iguais e podemos substituir a taxa real de juros r pela taxa nominal de juros i 10 Equilíbrio no mercado de bens 𝒆 11 Equilíbrio no mercado de bens Assim a equação que anteriormente escrevemos como ficará Em outras palavras o equilíbrio do mercado de bens implica que o produto depende negativamente tanto da taxa de juros nominal quanto da taxa de câmbio nominal Quando examinamos os mercados financeiros no modelo ISLM economia fechada assumimos que as pessoas só escolhiam entre dois ativos financeiros moeda e títulos Agora ao examinarmos uma ECONOMIA ABERTA do ponto de vista financeiro também deveremos levar em conta o fato de que as pessoas têm ESCOLHA ENTRE TÍTULOS DOMÉSTICOS E TÍTULOS ESTRANGEIROS 12 Equilíbrio nos mercados financeiros Equilíbrio nos mercados financeiros TÍTULOS DOMÉSTICOS VERSUS TÍTULOS ESTRANGEIROS Ao examinar a escolha entre títulos domésticos e estrangeiros devemos recorrer à hipótese que vimos no Capítulo 17 investidores financeiros sejam eles domésticos ou estrangeiros buscam a taxa de retorno esperada mais alta ignorando os riscos Isso implica que no equilíbrio tanto os títulos domésticos quanto os estrangeiros devem ter a mesma taxa de retorno esperada caso contrário os investidores estariam dispostos a reter somente um deles não ambos e isso não representaria um equilíbrio Como muitas outras relações econômicas essa é somente uma aproximação da realidade e nem sempre se aplica Essa hipótese implica que a seguinte relação de arbitragem a CONDIÇÃO DA PARIDADE DE JUROS deve ser satisfeita 1 it 1 it Et Et1 Equilíbrio nos mercados financeiros 1 it 1 it Et Et1 O lado esquerdo dá o RETORNO em termos de moeda nacional de reter títulos domésticos O lado direito dá o RETORNO ESPERADO também em termos da moeda nacional de reter títulos estrangeiros No equilíbrio os DOIS RETORNOS ESPERADOS devem ser iguais Rearranjando Et 1 it 1 it Et1 Equilíbrio nos mercados financeiros Et frac1 it1 it Eet1 Vamos considerar a taxa de câmbio futura esperada como dada e representála por Ee Sob esta hipótese e eliminando os índices temporais a CONDIÇÃO DA PARIDADE DE JUROS tornase E frac1 i1 i Ee Essa relação nos diz que a taxa de câmbio corrente DEPENDE das TAXAS DE JUROS INTERNA E EXTERNA E DA TAXA DE CÂMBIO FUTURA ESPERADA i E Slide 16 RCdS1 Rogerio Cesar de Souza 29062021 Equilíbrio nos mercados financeiros Suponhamos que os investidores agora esperem que a taxa de câmbio seja 10 maior daqui a um ano de modo que Ee seja agora igual a 110 A uma taxa de câmbio corrente inalterada os títulos dos Estados Unidos passam a ser muito mais atraentes que os japoneses Os títulos norteamericanos oferecem uma taxa de juros de 2 em dólares Os japoneses ainda oferecem uma taxa de juros de 2 em ienes MAS esperase que o iene daqui a um ano valha 10 menos em dólares Em termos de dólares o retorno dos títulos japoneses é portanto 2 a taxa de juros 10 a depreciação esperada do iene em relação ao dólar ou seja 8 Equilíbrio nos mercados financeiros Assim O QUE ACONTECERÁ COM A TAXA DE CÂMBIO CORRENTE À taxa de câmbio inicial de 100 os investidores desejarão trocar os títulos japoneses por títulos dos Estados Unidos Para fazer isso primeiro eles devem vender os títulos japoneses por ienes depois vender os ienes por dólares e então usar os dólares para comprar títulos dos Estados Unidos Quando os investidores vendem ienes e compram dólares o dólar aprecia Em quanto A equação nos dá a resposta E 102102 110 110 A TAXA DE CÂMBIO CORRENTE deve aumentar NA MESMA PROPORÇÃO que a TAXA DE CÂMBIO FUTURA ESPERADA Em outras palavras o dólar deve apreciar 10 no presente Após essa apreciação de 10 E Ee 110 os retornos esperados do título dos Estados Unidos e dos títulos japoneses são novamente iguais e há EQUILÍBRIO no mercado de câmbio 1 it 1 i Et Ee t1 Suponhamos em vez disso que o FED eleve a taxa de juros doméstica nos Estados Unidos de 2 para 5 Suponhamos que a taxa de juros japonesa permaneça inalterada em 2 e que a taxa de câmbio futura esperada permaneça inalterada em 100 A uma taxa de câmbio atual inalterada os títulos dos Estados Unidos são novamente muito mais atraentes que os japoneses Os títulos dos Estados Unidos produzem um retorno de 5 em dólares Os títulos japoneses dão um retorno de 2 em ienes e como se espera que a taxa de câmbio no próximo ano seja igual à de hoje também um retorno esperado de 2 em dólares O que acontecerá então com a taxa de câmbio corrente Novamente à taxa de câmbio inicial de 100 os investidores desejarão trocar títulos japoneses por títulos dos Estados Unidos Ao fazerem isso vendem ienes por dólares e o dólar aprecia Em quanto A Equação dá a resposta E 105102100 103 A taxa de câmbio corrente aumenta aproximadamente 3 19 Equilíbrio nos mercados financeiros 𝒆 Por que 3 Pensemos no que acontece quando o dólar aprecia Se conforme assumimos os investidores NÃO alterarem suas expectativas da taxa de câmbio futura quanto mais o dólar aprecia hoje mais eles vão esperar que a moeda deprecie no futuro porque se espera que volte ao mesmo valor no futuro Pelo fato de o dólar ter apreciado 3 hoje os investidores esperam que ele deprecie 3 no próximo ano De modo equivalente esperam que o iene aprecie 3 em relação ao dólar ao longo do ano seguinte A taxa de retorno esperada em dólares de se reter títulos japoneses é portanto 2 a taxa de juros em ienes 3 a apreciação esperada do iene ou 5 Essa taxa de retorno esperada é igual à taxa de retorno de se reter títulos dos Estados Unidos logo há equilíbrio no mercado de câmbio 20 Equilíbrio nos mercados financeiros Observese que NOSSO ARGUMENTO DEPENDE fundamentalmente da hipótese de que quando a taxa de juros se altera a taxa de câmbio esperada permanece inalterada Isso implica que uma apreciação no presente leve a uma depreciação esperada no futuro pois esperase que a taxa de câmbio volte para o mesmo valor inalterado Essa hipótese de que a taxa de câmbio futura é fixa é abandonada no Capítulo 20 Mas a conclusão básica será mantida um aumento na taxa de juros interna em relação à taxa de juros externa leva a uma apreciação 21 Equilíbrio nos mercados financeiros 𝒆 𝒆 Equilíbrio nos mercados financeiros O DIAGRAMA mostra a relação entre a taxa de juros interna i e a taxa de câmbio E decorrente da equação da RELAÇÃO DA PARIDADE DE JUROS A relação é mostrada para uma dada taxa de câmbio futura esperada Ee e uma dada taxa de juros externa i e é representada por uma reta positivamente inclinada Quanto maior a taxa de juros interna maior a taxa de câmbio E 1 i 1 i Ee Equilíbrio nos mercados financeiros A equação também implica que quando a taxa de juros interna é igual à taxa de juros externa i i a taxa de câmbio é igual à taxa de câmbio futura esperada E Ee Isso implica que a reta correspondente à condição da paridade de juros passa pelo ponto A onde i i no diagrama E 1 i 1 i Ee Temos agora os elementos de que precisamos para compreender os movimentos do produto da taxa de juros e da taxa de câmbio Vimos que em uma ECONOMIA ABERTA o equilíbrio no mercado de bens é dado por Retomando CONDIÇÃO DA PARIDADE DE JUROS 𝒆 E supondo que a taxa de juros i é a taxa básica estipulada pelo Banco Central 24 Colocando os mercados de bens e financeiros juntos Colocando os mercados de bens e financeiros juntos Obtemos as duas equações a seguir as versões de nossas conhecidas RELAÇÕES IS E LM para uma ECONOMIA ABERTA Relação IS Y CY T IY i G NXY Y frac1i1iEe Relação LM i bari Relação IS Y CY T IY i G NXY Y frac1i1iE Relação LM i bari Juntas as duas equações determinam a taxa de juros e o produto de equilíbrio A taxa de câmbio nominal está implícita Tomemos primeiro a RELAÇÃO IS e consideremos os efeitos de um aumento na taxa de juros sobre o produto Há dois efeitos 1 O primeiro efeito que já estava presente em uma economia fechada é o efeito direto sobre o investimento Uma taxa de juros maior leva a uma diminuição no investimento a uma diminuição na demanda por bens domésticos e a uma diminuição no produto 2 O segundo efeito que só está presente na economia aberta é o efeito por meio da taxa de câmbio Um aumento na taxa de juros interna leva a um aumento na taxa de câmbio uma apreciação A apreciação que torna os bens domésticos mais caros em relação aos bens estrangeiros leva a uma diminuição nas exportações líquidas e portanto a uma diminuição na demanda por bens domésticos e a uma diminuição no produto Ambos os efeitos atuam na mesma direção Um aumento na taxa de juros diminui a demanda direta e indiretamente por meio do efeito adverso da apreciação sobre a demanda A RELAÇÃO IS TEM PORTANTO INCLINAÇÃO NEGATIVA O diagrama mostra a relação IS entre a taxa de juros e o produto para valores dados de todas as outras variáveis da relação a saber T G Y i e E Um aumento na taxa de juros leva a um produto menor A curva é muito parecida com a da economia fechada MAS esconde uma relação mais complexa que antes A taxa de juros afeta o produto não apenas direta mas também indiretamente por meio da taxa de câmbio A RELAÇÃO LM é exatamente igual na economia aberta e na economia fechada é uma linha horizontal no nível da taxa de juros i estabelecida pelo Banco Central O equilíbrio nos mercados de bens e financeiro é alcançado no ponto A do diagrama com o nível de produto Y e a taxa de juros i O valor de equilíbrio da taxa de câmbio é obtido facilmente pela associação da taxa de juros e a taxa de câmbio encontrada no ponto B dados também a taxa de juros externa i e a taxa de câmbio esperada E A taxa de câmbio associada à taxa de juros de equilíbrio i é igual a E Resumindo derivamos as relações IS e LM para uma economia aberta A curva IS é negativamente inclinada Um aumento na taxa de juros leva direta e indiretamente por meio da taxa de câmbio a uma diminuição na demanda e a uma diminuição no produto A curva LM é horizontal à taxa de juros determinada pelo Banco Central O produto de equilíbrio e a taxa de juros de equilíbrio são dados pela interseção das curvas IS e LM Dada a taxa de juros externa e a taxa de câmbio futura esperada a taxa de juros de equilíbrio determina a taxa de câmbio de equilíbrio Efeitos da política econômica numa economia aberta OS EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA EM UMA ECONOMIA ABERTA Vamos começar com os efeitos da decisão do BANCO CENTRAL de elevar a taxa de juros interna i i A LM B E Relação da paridade de juros dados i e E Efeitos da política econômica numa economia aberta OS EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA EM UMA ECONOMIA ABERTA Relação IS Y CY T IY i G NXY Y 1i 1i E e Relação LM i i i i A LM A LM Relação da paridade de juros dados i e E Efeitos da política econômica numa economia aberta OS EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL EM UMA ECONOMIA ABERTA Suponhamos que partindo de um orçamento equilibrado o governo resolva aumentar os gastos com defesa sem aumentar os impostos assim incorrendo em um déficit orçamentário O que acontece com o nível do produto E com a composição do produto E com a taxa de juros E com a taxa de câmbio i i A LM B E Relação da paridade de juros dados i e E Relação IS Y CY T IY i G NXY Y frac1 i1 iEe Relação LM i overlinei O que acontece com os vários componentes da demanda 1 O consumo e os gastos do governo claramente sobem o consumo em virtude do aumento da renda os gastos do governo por hipótese 2 O investimento também sobe porque depende tanto do produto quanto da taxa de juros I IY i Neste caso o produto aumenta e a taxa de juros não varia de modo que o investimento sobe 3 E as exportações líquidas Lembramos que elas dependem do produto doméstico do produto estrangeiro e da taxa de câmbio NX NXY Y E 35 Efeitos da política econômica numa economia aberta 3 O produto estrangeiro não se altera visto que assumimos que o resto do mundo não reage a um aumento nos gastos públicos domésticos A taxa de câmbio também não se altera acompanhando a taxa de juros Restanos o efeito do produto doméstico mais alto uma vez que o aumento no produto eleva as importações a uma taxa de câmbio inalterada as exportações líquidas caem Consequentemente o déficit orçamentário leva a uma deterioração da balança comercial Se o comércio estiver inicialmente equilibrado o déficit orçamentário levará a um déficit comercial Observese que embora um aumento no déficit orçamentário aumente o déficit comercial o efeito está longe de ser mecânico Funciona por meio do efeito do déficit orçamentário sobre o produto e por sua vez sobre o déficit comercial 36 Efeitos da política econômica numa economia aberta Assumimos até aqui que o Banco Central escolhe a taxa de juros e deixava que a taxa de câmbio se ajustasse livremente da forma determinada pelo equilíbrio no mercado de câmbio Em muitos países essa hipótese não reflete a realidade Os bancos centrais atuam com metas de taxa de câmbio implícitas ou explícitas e usam a política monetária para atingir essas metas às vezes implícitas outras vezes explícitas Algumas vezes são valores específicos em outras bandas ou intervalos Esses arranjos de taxa de câmbio ou regimes como são chamados assumem diversos nomes 37 Taxas de câmbio fixas 1 it 1 ileftfracEtEet1right Agora suponhamos que o país atrel t overlineE e a relação da paridade de juros passará a ser 1 it 1 i it i Em outras palavras se os investidores esperam que a taxa de câmbio permaneça inalterada eles exigirão a mesma taxa de juros nominal em ambos os países SOB UMA TAXA DE CÂMBIO FIXA e COM MOBILIDADE DE CAPITAIS PERFEITA A TAXA DE JUROS INTERNA DEVE SER IGUAL À TAXA DE JUROS EXTERNA 39 Taxas de câmbio fixas Consequência sob TAXAS DE CÂMBIO FIXAS o Banco Central abre mão da POLÍTICA MONETÁRIA como um instrumento de política econômica Com uma taxa de câmbio fixa a taxa de juros interna deve ser igual à externa TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP
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TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP MACROECONOMIA OLIVIER BLANCHARD PEARSON 7ª EDIÇÃO ECONOMIA ABERTA CAPÍTULO 19 PRODUTO TAXA DE JUROS E TAXA DE CÂMBIO 5 Produto taxa de juros e taxa de câmbio A Seção 191 examina o equilíbrio no mercado de bens A Seção 192 examina o equilíbrio nos mercados financeiros incluindo o mercado de câmbio A Seção 193 junta as duas condições de equilíbrio e examina a determinação de produto taxa de juros e taxa de câmbio A Seção 194 examina o papel da política econômica sob taxas de câmbio flexíveis A Seção 195 examina o papel da política econômica sob taxas de câmbio fixas 6 Produto taxa de juros e taxa de câmbio O MODELO que desenvolveremos aqui é uma extensão para a ECONOMIA ABERTA DO MODELO ISLM que vimos no Capítulo 5 conhecido como modelo MUNDELLFLEMING em homenagem aos economistas Robert Mundell e Marcus Fleming que desenvolveram o modelo na década de 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Para o restante do que estudaremos aqui faremos duas simplificações Considerando nosso foco no curto prazo admitimos no tratamento anterior do modelo ISLM que o nível de preços doméstico era dado Adotaremos aqui a mesma hipótese e a estenderemos para o nível de preços estrangeiro de modo que a taxa de câmbio real ε EPP e a taxa de câmbio nominal E variem juntas Se por conveniência de notação escolhermos P e P de modo que PP 1 e podemos fazer isso pois ambos são númerosíndice então ε E Uma vez que tomamos o nível de preços doméstico como dado não há inflação nem efetiva nem esperada Assim a taxa de juros nominal e a taxa de juros real são iguais e podemos substituir a taxa real de juros r pela taxa nominal de juros i 10 Equilíbrio no mercado de bens 𝒆 11 Equilíbrio no mercado de bens Assim a equação que anteriormente escrevemos como ficará Em outras palavras o equilíbrio do mercado de bens implica que o produto depende negativamente tanto da taxa de juros nominal quanto da taxa de câmbio nominal Quando examinamos os mercados financeiros no modelo ISLM economia fechada assumimos que as pessoas só escolhiam entre dois ativos financeiros moeda e títulos Agora ao examinarmos uma ECONOMIA ABERTA do ponto de vista financeiro também deveremos levar em conta o fato de que as pessoas têm ESCOLHA ENTRE TÍTULOS DOMÉSTICOS E TÍTULOS ESTRANGEIROS 12 Equilíbrio nos mercados financeiros Equilíbrio nos mercados financeiros TÍTULOS DOMÉSTICOS VERSUS TÍTULOS ESTRANGEIROS Ao examinar a escolha entre títulos domésticos e estrangeiros devemos recorrer à hipótese que vimos no Capítulo 17 investidores financeiros sejam eles domésticos ou estrangeiros buscam a taxa de retorno esperada mais alta ignorando os riscos Isso implica que no equilíbrio tanto os títulos domésticos quanto os estrangeiros devem ter a mesma taxa de retorno esperada caso contrário os investidores estariam dispostos a reter somente um deles não ambos e isso não representaria um equilíbrio Como muitas outras relações econômicas essa é somente uma aproximação da realidade e nem sempre se aplica Essa hipótese implica que a seguinte relação de arbitragem a CONDIÇÃO DA PARIDADE DE JUROS deve ser satisfeita 1 it 1 it Et Et1 Equilíbrio nos mercados financeiros 1 it 1 it Et Et1 O lado esquerdo dá o RETORNO em termos de moeda nacional de reter títulos domésticos O lado direito dá o RETORNO ESPERADO também em termos da moeda nacional de reter títulos estrangeiros No equilíbrio os DOIS RETORNOS ESPERADOS devem ser iguais Rearranjando Et 1 it 1 it Et1 Equilíbrio nos mercados financeiros Et frac1 it1 it Eet1 Vamos considerar a taxa de câmbio futura esperada como dada e representála por Ee Sob esta hipótese e eliminando os índices temporais a CONDIÇÃO DA PARIDADE DE JUROS tornase E frac1 i1 i Ee Essa relação nos diz que a taxa de câmbio corrente DEPENDE das TAXAS DE JUROS INTERNA E EXTERNA E DA TAXA DE CÂMBIO FUTURA ESPERADA i E Slide 16 RCdS1 Rogerio Cesar de Souza 29062021 Equilíbrio nos mercados financeiros Suponhamos que os investidores agora esperem que a taxa de câmbio seja 10 maior daqui a um ano de modo que Ee seja agora igual a 110 A uma taxa de câmbio corrente inalterada os títulos dos Estados Unidos passam a ser muito mais atraentes que os japoneses Os títulos norteamericanos oferecem uma taxa de juros de 2 em dólares Os japoneses ainda oferecem uma taxa de juros de 2 em ienes MAS esperase que o iene daqui a um ano valha 10 menos em dólares Em termos de dólares o retorno dos títulos japoneses é portanto 2 a taxa de juros 10 a depreciação esperada do iene em relação ao dólar ou seja 8 Equilíbrio nos mercados financeiros Assim O QUE ACONTECERÁ COM A TAXA DE CÂMBIO CORRENTE À taxa de câmbio inicial de 100 os investidores desejarão trocar os títulos japoneses por títulos dos Estados Unidos Para fazer isso primeiro eles devem vender os títulos japoneses por ienes depois vender os ienes por dólares e então usar os dólares para comprar títulos dos Estados Unidos Quando os investidores vendem ienes e compram dólares o dólar aprecia Em quanto A equação nos dá a resposta E 102102 110 110 A TAXA DE CÂMBIO CORRENTE deve aumentar NA MESMA PROPORÇÃO que a TAXA DE CÂMBIO FUTURA ESPERADA Em outras palavras o dólar deve apreciar 10 no presente Após essa apreciação de 10 E Ee 110 os retornos esperados do título dos Estados Unidos e dos títulos japoneses são novamente iguais e há EQUILÍBRIO no mercado de câmbio 1 it 1 i Et Ee t1 Suponhamos em vez disso que o FED eleve a taxa de juros doméstica nos Estados Unidos de 2 para 5 Suponhamos que a taxa de juros japonesa permaneça inalterada em 2 e que a taxa de câmbio futura esperada permaneça inalterada em 100 A uma taxa de câmbio atual inalterada os títulos dos Estados Unidos são novamente muito mais atraentes que os japoneses Os títulos dos Estados Unidos produzem um retorno de 5 em dólares Os títulos japoneses dão um retorno de 2 em ienes e como se espera que a taxa de câmbio no próximo ano seja igual à de hoje também um retorno esperado de 2 em dólares O que acontecerá então com a taxa de câmbio corrente Novamente à taxa de câmbio inicial de 100 os investidores desejarão trocar títulos japoneses por títulos dos Estados Unidos Ao fazerem isso vendem ienes por dólares e o dólar aprecia Em quanto A Equação dá a resposta E 105102100 103 A taxa de câmbio corrente aumenta aproximadamente 3 19 Equilíbrio nos mercados financeiros 𝒆 Por que 3 Pensemos no que acontece quando o dólar aprecia Se conforme assumimos os investidores NÃO alterarem suas expectativas da taxa de câmbio futura quanto mais o dólar aprecia hoje mais eles vão esperar que a moeda deprecie no futuro porque se espera que volte ao mesmo valor no futuro Pelo fato de o dólar ter apreciado 3 hoje os investidores esperam que ele deprecie 3 no próximo ano De modo equivalente esperam que o iene aprecie 3 em relação ao dólar ao longo do ano seguinte A taxa de retorno esperada em dólares de se reter títulos japoneses é portanto 2 a taxa de juros em ienes 3 a apreciação esperada do iene ou 5 Essa taxa de retorno esperada é igual à taxa de retorno de se reter títulos dos Estados Unidos logo há equilíbrio no mercado de câmbio 20 Equilíbrio nos mercados financeiros Observese que NOSSO ARGUMENTO DEPENDE fundamentalmente da hipótese de que quando a taxa de juros se altera a taxa de câmbio esperada permanece inalterada Isso implica que uma apreciação no presente leve a uma depreciação esperada no futuro pois esperase que a taxa de câmbio volte para o mesmo valor inalterado Essa hipótese de que a taxa de câmbio futura é fixa é abandonada no Capítulo 20 Mas a conclusão básica será mantida um aumento na taxa de juros interna em relação à taxa de juros externa leva a uma apreciação 21 Equilíbrio nos mercados financeiros 𝒆 𝒆 Equilíbrio nos mercados financeiros O DIAGRAMA mostra a relação entre a taxa de juros interna i e a taxa de câmbio E decorrente da equação da RELAÇÃO DA PARIDADE DE JUROS A relação é mostrada para uma dada taxa de câmbio futura esperada Ee e uma dada taxa de juros externa i e é representada por uma reta positivamente inclinada Quanto maior a taxa de juros interna maior a taxa de câmbio E 1 i 1 i Ee Equilíbrio nos mercados financeiros A equação também implica que quando a taxa de juros interna é igual à taxa de juros externa i i a taxa de câmbio é igual à taxa de câmbio futura esperada E Ee Isso implica que a reta correspondente à condição da paridade de juros passa pelo ponto A onde i i no diagrama E 1 i 1 i Ee Temos agora os elementos de que precisamos para compreender os movimentos do produto da taxa de juros e da taxa de câmbio Vimos que em uma ECONOMIA ABERTA o equilíbrio no mercado de bens é dado por Retomando CONDIÇÃO DA PARIDADE DE JUROS 𝒆 E supondo que a taxa de juros i é a taxa básica estipulada pelo Banco Central 24 Colocando os mercados de bens e financeiros juntos Colocando os mercados de bens e financeiros juntos Obtemos as duas equações a seguir as versões de nossas conhecidas RELAÇÕES IS E LM para uma ECONOMIA ABERTA Relação IS Y CY T IY i G NXY Y frac1i1iEe Relação LM i bari Relação IS Y CY T IY i G NXY Y frac1i1iE Relação LM i bari Juntas as duas equações determinam a taxa de juros e o produto de equilíbrio A taxa de câmbio nominal está implícita Tomemos primeiro a RELAÇÃO IS e consideremos os efeitos de um aumento na taxa de juros sobre o produto Há dois efeitos 1 O primeiro efeito que já estava presente em uma economia fechada é o efeito direto sobre o investimento Uma taxa de juros maior leva a uma diminuição no investimento a uma diminuição na demanda por bens domésticos e a uma diminuição no produto 2 O segundo efeito que só está presente na economia aberta é o efeito por meio da taxa de câmbio Um aumento na taxa de juros interna leva a um aumento na taxa de câmbio uma apreciação A apreciação que torna os bens domésticos mais caros em relação aos bens estrangeiros leva a uma diminuição nas exportações líquidas e portanto a uma diminuição na demanda por bens domésticos e a uma diminuição no produto Ambos os efeitos atuam na mesma direção Um aumento na taxa de juros diminui a demanda direta e indiretamente por meio do efeito adverso da apreciação sobre a demanda A RELAÇÃO IS TEM PORTANTO INCLINAÇÃO NEGATIVA O diagrama mostra a relação IS entre a taxa de juros e o produto para valores dados de todas as outras variáveis da relação a saber T G Y i e E Um aumento na taxa de juros leva a um produto menor A curva é muito parecida com a da economia fechada MAS esconde uma relação mais complexa que antes A taxa de juros afeta o produto não apenas direta mas também indiretamente por meio da taxa de câmbio A RELAÇÃO LM é exatamente igual na economia aberta e na economia fechada é uma linha horizontal no nível da taxa de juros i estabelecida pelo Banco Central O equilíbrio nos mercados de bens e financeiro é alcançado no ponto A do diagrama com o nível de produto Y e a taxa de juros i O valor de equilíbrio da taxa de câmbio é obtido facilmente pela associação da taxa de juros e a taxa de câmbio encontrada no ponto B dados também a taxa de juros externa i e a taxa de câmbio esperada E A taxa de câmbio associada à taxa de juros de equilíbrio i é igual a E Resumindo derivamos as relações IS e LM para uma economia aberta A curva IS é negativamente inclinada Um aumento na taxa de juros leva direta e indiretamente por meio da taxa de câmbio a uma diminuição na demanda e a uma diminuição no produto A curva LM é horizontal à taxa de juros determinada pelo Banco Central O produto de equilíbrio e a taxa de juros de equilíbrio são dados pela interseção das curvas IS e LM Dada a taxa de juros externa e a taxa de câmbio futura esperada a taxa de juros de equilíbrio determina a taxa de câmbio de equilíbrio Efeitos da política econômica numa economia aberta OS EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA EM UMA ECONOMIA ABERTA Vamos começar com os efeitos da decisão do BANCO CENTRAL de elevar a taxa de juros interna i i A LM B E Relação da paridade de juros dados i e E Efeitos da política econômica numa economia aberta OS EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA EM UMA ECONOMIA ABERTA Relação IS Y CY T IY i G NXY Y 1i 1i E e Relação LM i i i i A LM A LM Relação da paridade de juros dados i e E Efeitos da política econômica numa economia aberta OS EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL EM UMA ECONOMIA ABERTA Suponhamos que partindo de um orçamento equilibrado o governo resolva aumentar os gastos com defesa sem aumentar os impostos assim incorrendo em um déficit orçamentário O que acontece com o nível do produto E com a composição do produto E com a taxa de juros E com a taxa de câmbio i i A LM B E Relação da paridade de juros dados i e E Relação IS Y CY T IY i G NXY Y frac1 i1 iEe Relação LM i overlinei O que acontece com os vários componentes da demanda 1 O consumo e os gastos do governo claramente sobem o consumo em virtude do aumento da renda os gastos do governo por hipótese 2 O investimento também sobe porque depende tanto do produto quanto da taxa de juros I IY i Neste caso o produto aumenta e a taxa de juros não varia de modo que o investimento sobe 3 E as exportações líquidas Lembramos que elas dependem do produto doméstico do produto estrangeiro e da taxa de câmbio NX NXY Y E 35 Efeitos da política econômica numa economia aberta 3 O produto estrangeiro não se altera visto que assumimos que o resto do mundo não reage a um aumento nos gastos públicos domésticos A taxa de câmbio também não se altera acompanhando a taxa de juros Restanos o efeito do produto doméstico mais alto uma vez que o aumento no produto eleva as importações a uma taxa de câmbio inalterada as exportações líquidas caem Consequentemente o déficit orçamentário leva a uma deterioração da balança comercial Se o comércio estiver inicialmente equilibrado o déficit orçamentário levará a um déficit comercial Observese que embora um aumento no déficit orçamentário aumente o déficit comercial o efeito está longe de ser mecânico Funciona por meio do efeito do déficit orçamentário sobre o produto e por sua vez sobre o déficit comercial 36 Efeitos da política econômica numa economia aberta Assumimos até aqui que o Banco Central escolhe a taxa de juros e deixava que a taxa de câmbio se ajustasse livremente da forma determinada pelo equilíbrio no mercado de câmbio Em muitos países essa hipótese não reflete a realidade Os bancos centrais atuam com metas de taxa de câmbio implícitas ou explícitas e usam a política monetária para atingir essas metas às vezes implícitas outras vezes explícitas Algumas vezes são valores específicos em outras bandas ou intervalos Esses arranjos de taxa de câmbio ou regimes como são chamados assumem diversos nomes 37 Taxas de câmbio fixas 1 it 1 ileftfracEtEet1right Agora suponhamos que o país atrel t overlineE e a relação da paridade de juros passará a ser 1 it 1 i it i Em outras palavras se os investidores esperam que a taxa de câmbio permaneça inalterada eles exigirão a mesma taxa de juros nominal em ambos os países SOB UMA TAXA DE CÂMBIO FIXA e COM MOBILIDADE DE CAPITAIS PERFEITA A TAXA DE JUROS INTERNA DEVE SER IGUAL À TAXA DE JUROS EXTERNA 39 Taxas de câmbio fixas Consequência sob TAXAS DE CÂMBIO FIXAS o Banco Central abre mão da POLÍTICA MONETÁRIA como um instrumento de política econômica Com uma taxa de câmbio fixa a taxa de juros interna deve ser igual à externa TEORIA MACROECONÔMICA II São Paulo 1º semestre de 2023 PROF DR ROGÉRIO CÉSAR DE SOUZA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP