·
Matemática ·
Pedagogia
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
200
Filosofia da Educação - Jhonatan Diógenes de Oliveira Alves
Pedagogia
UNICESUMAR
32
Inovação e Pensamento Criativo: Estudo Contemporâneo e Transversal
Pedagogia
UNICESUMAR
10
A Influência da Filosofia Grega na Educação Moderna
Pedagogia
UNICESUMAR
184
Prática de Ensino: Novas Tecnologias e Jogos Didáticos
Pedagogia
UNICESUMAR
43
Estudo Contemporâneo e Transversal: Inovação e Pensamento Criativo
Pedagogia
UNICESUMAR
11
A Formação do Arteeducador e o Ensino das Artes Visuais na Contemporaneidade
Pedagogia
UNICESUMAR
10
A Arte na Educação Infantil e Seu Impacto no Desenvolvimento
Pedagogia
UNICESUMAR
10
A Importância da Arte no Ensino e Aprendizagem
Pedagogia
UNICESUMAR
Texto de pré-visualização
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL EXPEDIENTE FICHA CATALOGRÁFICA NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 Coordenadora de Conteúdo Roney de Carvalho Luiz Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Juliana Duenha Design Educacional Bárbara Neves Revisão Textual Meyre Barbosa Ilustração Welington Oliveira Fotos Shutterstock CIP NBR 12899 AACR2 Impresso por Bibliotecária Leila Regina do Nascimento CRB 91722 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Competências Socioemocionais Kethlen Leite de Moura Indaial SC Arqué 2023 Reimpresso em 2023 200 p il ISBN papel 9786554660495 ISBN digital 9786554660501 Graduação EaD 1 Socioemocionais 2 Ensino 3 Competências 4 Kethlen Leite de Moura I Título CDD 37015 U58 Universidade Cesumar UniCesumar BOASVINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico nós tra balhamos com princípios éticos e profissiona lismo não somente para oferecer educação de qualidade como acima de tudo gerar a con versão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profis sional emocional e espiritual Assim iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Londrina Curitiba e Ponta Grossa e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Por ano pro duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares Somos reconhe cidos pelo MEC como uma instituição de exce lência com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa cionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos edu cadores soluções inteligentes para as neces sidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromis so com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ati vas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis são que é promover a educação de qua lidade nas diferentes áreas do conheci mento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária P R O F I S S I O N A L T R A J E T Ó R I A Dra Kethlen Leite de Moura Doutora e Mestre em Educação Especialista em Docência do Ensino Superior e formada em Pedagogia Realiza pesquisas na área de Educação do Campo Primeira Infância Educação a Distância Tem experiência na Educação Básica no Ensino Superior e na PósGraduação httplattescnpqbr8691750201352997 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS Olá estudante Desde os anos de 1990 temos discutido na Educação a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais A partir da publicação do Relatório Jacques Delors e da Declaração Mundial de Educação para Todos UNESCO 1990 1996 os debates se intensi ficaram pois a formação integral do ser humano representa um importante avanço para a consolidação da cidadania Definimos a competência socioemocional como o processo de demonstrar a eficiência pes soal nas relações sociais que envolvem a emoção Essa definição desmistifica em parte a competência socioemocional Veremos portanto ao longo do material didático questões relacionadas a essas competências É importante conhecermos essas definições e suas relações pois à medida que a eficácia pessoal se desenvolve no processo de relações sociais os indivíduos aplicarão seus conhecimentos para desenvolver habilidades Aprender sobre as competências socioemocionais é adquirir conheci mentos atitudes habilidades e emoções que possibilitam realizar o gerenciamento das emoções em nosso dia a dia e contribuir para a definição de metas positivas bem como demonstrar empatia por outrem e delimitar relacionamentos positivos no âmbito do trabalho e da família As competências socioemocionais visam promover alunos proativos que se envolvam cada vez mais em atividades complexas O envolvimento permite que você estudante tome deci sões coerentes e avalie os resultados Todo este processo auxilia no despertar da criatividade para que experimente novas vivências e possibilidades em seu cotidiano O objetivo deste material didático é proporcionar novos caminhos para que se aprenda ati vamente por meio de problemas reais desafios e atividades que combinem ações individuais e coletivas permeando projetos individuais e de aprendizagem O que aprenderá neste momento oa empoderará para que possa enfrentar os desafios do dia a dia As competências socioemocionais são extremamente importantes para que pos samos obter resultados positivos em nossas ações assim as competências e as habilidades permitemnos entender melhor as informações que nos chegam a fim de tomar decisões certas e resolver problemas Desejo sucesso em seus estudos ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece Este ele mento ajudará você a conceituálao melhor da maneira mais simples conceituando No fim da unidade o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos quadroresumo Neste elemento você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos explorando ideias Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento pensando juntos Enquanto estuda você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno logia a seu favor conectese Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI 8 A SALA DE AULA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI 40 80 O MODELO DE COMPETÊNCIAS COGNITIVAS 115 DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS PARA A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI 147 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS DO FUTURO PROFESSOR 180 CONCLUSÃO GERAL 1 EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade O Brasil e a Educação para o século XXI Os desafios do professor na Educação para o século XXI A Educação necessária para o século XXI OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Compreender os pressupostos teóricos que formulam a Educação para o século XXI Entender quais os aspectos que envolvem a formação de professores para o século XXI Apreender quais os mecanismos que contribuem para a formulação da Educação para o século XXI PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura INTRODUÇÃO A educação tem um papel primordial na sociedade principalmente para inspirar as pessoas a buscarem o melhor caminho para suas decisões No âmbito educacional ela visa auxiliar os alunos a reconhecerem suas parti cularidades e assim superar dificuldades para que possam atingir seu pleno potencial de desenvolvimento A educação não visa a formação mecanicista principalmente a educação do século XXI pois requer pessoas que sejam criativas e tenham o pensamento crítico Como será que a nossa Educação se encontra O que para você seria uma Educação Moderna Na contemporaneidade temos ouvido notícias que nos deixam desani mados sobre as escolas isso porque muitas se afastam do mundo real tendo em vista que a matriz curricular está entupida de informações que muitas vezes destroem o prazer de aprender das crianças dos jovens e dos adultos fator que contribui para o abandono escolar A formação desses sujeitos está assentada em uma perspectiva que não desenvolve habilidades e compe tências para que ele tenha uma vida bemsucedida no mundo do trabalho Mesmo que estas informações sejam preocupantes também perce bemos melhoras no campo educacional ou seja há muitos professores preocupados com esse processo formativo que buscam alternativas bási cas para transformar o processo educacional Otimizar mudanças neste processo também requer o auxílio do desenvolvimento tecnológico pois este permite com que professores e alunos desenvolvam um novo cenário para a educação criem oportunidades e contribuam para compreender as circunstâncias que envolvem século XXI Nossos estudos buscam auxiliar no desenvolvimento de um pensa mento criativo e crítico a respeito da educação para o século XXI Bus caremos seguir as tendências que estão acopladas à educação e como se mostram em nosso cotidiano Esperamos que esta combinação de análises apresentações e fundamentos teóricos além de ser exemplo para ampliar sua perspectiva seja uma ótima oportunidade para que entenda o que é realmente importante à educação para o século XXI UNIDADE 1 10 1 O BRASIL E A EDUCAÇÃO para o Século XXI O primeiro ponto que devemos mencionar é que a educação deve ser considerada a base fundamental do desenvolvimento de um país seja no âmbito econômico político cultural e social Logicamente a educação está atrelada a um processo de ensino que precisa de alguns fatores para que o ato de educar aconteça como currículo projeto político pedagógico participação da comunidade no processo pedagógico articulação da escola com a sociedade avaliação novas tecnologias e formação de professores É pertinente ressaltar que a educação para o século XXI não é apenas dotar as escolas ou salas de aula com tecnologias de última geração muito menos comprar equipamentos sofisticados ou aumentar o espaço físico das escolas O ponto crucial é preparar professores para que tirem proveito destas tecnologias em suas aulas Como estamos vivendo um momento de globalização o processo de moder nização da nossa sociedade também afeta a educação e isso permite que haja a reorganização dos sistemas de ensino possibilitando a redefinição daquilo que aprendemos e como aprendemos Logo a educação fica ancorada nas exigências dessa sociedade tecnológica sendo necessário refinar as questões técnicas com o mundo do trabalho Quando falamos de modernização Ianni 1997 ressalta que este é um processo simultâneo à globalização ou seja a modernização é inevitável nesta sociedade pois ela está acoplada ao processo de crescimento evolução e progresso dos países Pode UNICESUMAR 11 mos relacionála também à industrialização mercantilização tecnologização dentre outros processos que ultrapassam as barreiras físicas dos países e isso acaba resul tando em nações cada vez mais interconectadas e articuladas em todos os padrões Para Ianni 1997 p 88 esse processo é simultâneo e modernizador ou seja é inaugurar o novo ou o desconhecido seja proveniente de fora seja oriundo de mu danças internas Para o referido autor esse processo de modernização é predomi nantemente determinada pelo sistema algo técnico e automático IANNI 1997 p 91 Essas novas exigências globais e locais ao se articularem mundialmente de monstram que no início dos anos de 1990 vivemos uma segunda revolução industrial Nesse momento a evolução das tecnologias fez com que o homem fosse substituído em seu trabalho de maneira gradativa por um mecanismo robotizado As mudanças não se limitaram apenas ao âmbito do emprego ou do mundo do trabalho também recaíram sobre a vida social dos indivíduos a estrutura familiar o planejamento do ócio e a educação Para Schaff 1996 p 22 estamos vivenciando essa revolução até os dias atuais a autora quer dizer o seguinte consiste na mudanças de que as capacidades intelectuais do homem foram ampliadas e inclusive substituídas por autômatos que eliminam com êxito crescente o trabalho humano Veja estudante a autora apresenta que a revolução pela qual estamos passan do mudou drasticamente todas as relações que antes conhecíamos e isso tem afetado não somente nossa forma de trabalhar mas de agir e de pensar também logo estas modificações serão encontradas em todos os setores da vida humana tanto no trabalho quanto fora dele Portanto todas as pessoas pensantes do mundo percebem que nos encontramos diante de uma mudança profunda que não é apenas tecnológica mas que abrange todas as esferas da vida social SCHAFF 1996 p 15 Bem estas nossas reflexões até o momento é para que possamos pensar sobre o processo de produção que temos presenciado em nossa vida Isso não significa que há apenas uma expansão do processo econômico mas se trata de uma mu dança na forma de organização das exigências mundiais para que o indivíduo se adapte ao processo de transformação social econômica e cultural UNIDADE 1 12 Simplificando ao extremo considerase pósmoderna a incredulidade em relação aos metarrelatos É sem dúvida um efeito do progresso das ciências mas esse progresso por sua vez a supõe Ao desuso do dispositivo metanarrativo de legitimação corresponde a crise da filosofia metafísica e a da instituição universitária que dela dependia A função narrativa perde seus atores functeurs os grandes heróis os grandes perigos os gran des périplos e o grande objetivo Ela se dispersa em nuvens de elementos de linguagem narrativos mas também denotativos prescritivos descritivos etc cada uma veiculando consigo validades pragmáticas sui generis Cada um de nós vive em muitas destas encru zilhadas não formamos combinações de linguagem necessariamente estáveis e as propriedades destas por nós formadas não são necessariamente comunicáveis Fonte Lyotard 2000 p 16 explorando Ideias Em um mundo cada vez mais global surgem diversos questionamentos sobre as questões que envolvem razão ciência história indivíduos educação e sociedade Isso porque o mundo está se rearticulando em um novo tempo e espaço abrindo caminhos para que possamos dar continuidade à nossa história com a intenção de chegarmos a um momento de mudanças É na base da nossa história que vemos a nova reconfiguração do tempo ou seja mudanças ocorrem no âmbito educacional para atender aos preceitos da moder nização das sociedades tendo por finalidade iniciar uma nova era que possa exigir dos indivíduos novas habilidades e competências para que dominem as questões da modernidade como a informatização tanto no mundo do emprego quanto fora dele Esse movimento busca enfatizar as novas exigências do saber que estão pautadas em técnicas e procedimentos que permitem ao homem adaptarse às mais diver sas mudanças ocorridas em nossa sociedade Nesse processo evidenciase que o saber não se manifesta como uma mercadoria em que se abre mão para que se estabeleça relações cada vez mais desgastantes mas é necessário estabelecer relações de competitividade para que se permaneça neste jogo de poder Diferentemente da constituição dos Estadosnações no início da modernidade em que estes se impunham por meio da conquista de territórios e da centralização do governo as estratégias de con quistas dos Estadosnações reaparecem hoje baseadas na busca e no domínio das informações na capacidade produtiva que circulam como moedas LYOTARD 2000 p 7 UNICESUMAR 13 É importante sabermos que nesse processo há contradições e conflitos já que vivemos em uma sociedade global que está constantemente marcada pela rede finição dos Estadosnações Isso quer dizer que há interferência das negociações e conferências sobre educação que ocorrem em âmbito global e interferem no Brasil As influências são marcadas pela emergência de uma reorganização geo gráfica do mundo como forma de reorientar a vida dos seres humanos para que possam desenvolver suas competências Esse é o horizonte em que se reabre a problemática da moderni dade Como a globalização abala mais ou menos profundamente os parâmetros históricos e geográficos ou as categorias de tempo e espaço que se haviam elaborado com base no Estadonação nas configurações e movimentos da sociedade nacional logo se reabre a problemática da continuidade e nãocontinuidade da modernidade assim como o debate modernidade ou pósmodernidade Muito do que tem sido a controvérsia sobre pequeno relato e o grande relato o individualismo metodológico e o holismo metodológico ou as interpretações micro e macro entre outros dilemas têm algo a ver com a ruptura epistemológica provocada pela globalização quan do se abalam os quadros sociais e mentais com os quais muitos se haviam habituado IANNI 1997 p 164 A modernidade traz preceitos novos para o homem principalmente em seu modo de agir pensar e imaginar isso quer dizer que neste momento da pósmo dernidade que estamos vivenciando nosso estado de espírito também é afetado pelas mudanças que ocorrem em todo globo obviamente esse movimento envol ve questões filosóficas científicas e artísticas sobre os quais não nos aprofundare mos O processo de modernização porém está completamente relacionado ao desenvolvimento ao crescimento econômico e social à ideia de progresso além das constantes renovações das tecnologias A pósmodernidade tem nos permitido constituir novos e múltiplos pro cessos de relações sociais que estão intrínsecos à globalização do mundo Tra tase na verdade de uma modernidademundo isto quer dizer que há um deslocamento das decisões e também definições de tempo e espaço em nossa sociedade fator que define as transformações que acontecem na estrutura desta e no espírito dos homens UNIDADE 1 14 Como o processo de modernização pôde influenciar tanto na educação Quais são os benefícios que ela traz para a formação do homem pensando juntos Dentre as diversas características da modernidademundo logo se destacam as novas e surpreendentes formas do tempo e espaço ainda pouco conhecidas Além do localismo nacionalismo e re gionalismo em geral constituídos com base em noções de tempo e espaço acentuadamente influenciadas pela historicidade e territo rialidade do Estadonação o globalismo abre outros horizontes de historicidade e territorialidade IANNI 1997 p 166 É sabido que esse movimento modernizado visa nos emancipar das propostas tradicionais de educação buscando nos conduzir a um ensino institucionalizado que seja correspondente ao processo de pósmodernidade que estamos vivendo Por isso podemos relacionar modernidade globalização e educação tendo em vista que esses três princípios estão relacionados com a sociedade e a cultura além disso configuramse como meios de disputas e contradições Isso quer dizer que a forma de constituição da Educação para o século XXI tem sido disputada afinal de contas há um discurso oficializado tanto nas políticas quanto nas práticas educacionais as quais visam orientar a legitimação do processo que se desenvolve em nossa sociedade A globalização permitiu que países como o Brasil em seu processo de desenvol vimento modificassem suas ideias e concepções de mundo e de educação Com as mudanças advindas do processo globalizador houve mudanças nos processos e nas relações sociais ou seja mudanças econômicas científicas e culturais que estavam relacionadas à educação e que se desenvolveram mediante parâmetros propostos pela globalização e pósmodernidade além disso essas mudanças se expandiram abrangendo cada vez mais os territórios educacionais e os processos formativos Esta lógica tem se articulado com o princípio de totalidade social e global movimento que visa estruturar os processos educacionais de maneira a objetivá los para a construção de competências que possibilitem o desenvolvimento hu mano Para Ianni 1997 este momento é proposto para desenvolver as questões técnicas e objetivas tendo em vista que tanto a globalização quanto a educação estão inseridas em todas as esferas da vida Por isso a educação institucionalizada tem se mostrado cada vez mais adepta às mudanças da sociedade UNICESUMAR 15 São agências internacionais que discutem sobre educação para o século XXI Banco Mun dial Unesco Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância Pnud Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Fonte autora explorando Ideias o que passa a influenciar decisivamente os fins e os meios envolvidos de tal modo que a instituição de ensino não só a pri vada como também a pública passa a ser organizada e adminis trada segundo a lógica da empresa corporação ou conglomerado IANNI 1997 p 112 Em um mundo globalizado no qual temse discutido suas ações educacionais com agências internacionais ligada à Organização das Nações Unidas ONU verificamos que há uma constante mobilização para que os países como o Brasil pensem e repensem as estratégias para a Educação para o século XXI É sabido que as agências internacionais estão mobilizadas para pensar e delimitar estratégias e orientações para a Educação no século XXI para o Brasil Você pode se perguntar por que o Brasil precisa atender às orientações O que isso muda em nossa realidade Veja caroa alunoa o Brasil é signatário dos acordos internacionais logo nossa agenda para a educação é pensada e construída a partir das orientações internacionais Esses acordos servem para que o Brasil consiga empréstimos com bancos internacionais para que possa participar ativamente dos Estadosnação como no caso do G20 As agências internacionais além de promoverem orientações para a educação brasileira organizam fóruns convenções e encontros que visam aprovar estes do cumentos com a finalidade de definir as orientações necessárias para os diversos níveis de ensino Ressaltamos que as orientações encontradas nos documentos dessas agências internacionais visam à expansão da modernização da educação nesses países bem como elucidam a importância da Educação Básica para todos a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem a partir de um sistema educacional que esteja atento aos princípios da Educação para o século XXI Sendo assim essas necessidades são UNIDADE 1 16 tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem como a leitura e a escrita a expressão oral o cálculo a solução de problemas quanto os conteúdos básicos da aprendizagem como conhecimentos habilidades valores e atitudes necessários para que os seres huma nos possam sobreviver desenvolver plenamente suas potencialidades viver e trabalhar com dignidade participar plenamente do desenvol vimento melhorar a qualidade de vida tomar decisões fundamentais e continuar aprendendo UNESCO 1993 p 27 A Unesco traz a perspectiva de uma educação para o século XXI que supere as práticas tradicionais uma educação que se limite apenas aos muros da escola A Educação para o século XXI precisa estar abarcada dentro do desenvolvimento tecnológico o qual busca um trabalhador flexível atento às mudanças de seu tem po e que mediante as dificuldades consiga alcançar a educação que lhe permita ascender social e economicamente Dessa maneira as atenções voltamse para uma Educação Básica que atenda a todos contemple as exigências deste novo século e faça uso de tecnologias as quais permitem uma educação para além do espaço escolar formal O precursor dessas mudanças foi o relatório da Delors 2001 desenvolvido pela Comissão Interna cional de Educação para o século XXI e que se tornou um documento orientador para a Educação Básica do Brasil Esse documento tem como objetivo fazer com que os países busquem a paz e a superação de problemas que são gerados em um mundo globalizado em constante desenvolvimento O referido documento destaca alguns problemas que são enfrentados por países como o Brasil Dentre esses problemas destacamse a pobreza os conflitos étnicos raciais e religiosos a devas tação ambiental e a tecnologização do trabalho SILVA 2008 p 365 Essas preocupações apresentadas pelo documento tornamse atuais e a questão da pósmodernidade está envolta a essas discussões já que países como o Brasil buscam a educação com autonomia e emancipação Isso demonstra que a Educação não está imune às transformações da base material da sociedade pois a globalização é uma mudança importante para o desenvolvimento de uma educação que atenda às competências A educação nesta perspectiva pósmoderna tem na globalização a rápida circu lação de informações e isso evidencia que os avanços do globalismo são imensos e a educação ao estar relacionada a esse movimento tornase um produto que precisa ser consumido por quem demonstrar vontade e competência para adquirila em especial a educação ministrada em nível médio e superior SANFELICE 2003 p 10 UNICESUMAR 17 Na Conferência Mundial sobre Educação para Todos em Jomtien em 1990 foi aprovado o primeiro documento que tratou da Educação Básica mundialmente traçando objetivos a serem alcançados durante a chamada Década da Educação 19902000 Em 2000 a Década da Educação foi avaliada em Dakar estendendo os prazos estabelecidos para o alcance dos objetivos firmados em 1990 Este relatório foi elaborado pela Comissão Internacional da Educação para o Século XXI em 1993 atendendo a uma solicitação da Conferência Geral da Unesco de 1991 As discussões mundializadas sobre a educação referidas neste trabalho fundamentamse especialmente neste relatório Fonte Silva 2008 explorando Ideias Pensar na educação neste atual momento que estamos vivendo exige de cada um de nós pensar que tipo de sociedade queremos para o nosso futuro e como o processo educativo pode contribuir para isso Neste pressuposto compreendese que a globalização tem total influência sobre a educação e isso deve promover entre os indivíduos cada vez mais competitividade produtividade e melhor de sempenho em seu espaço de atuação Para que a Educação do século XXI traga os marcos da globalização é neces sário atender aos pressupostos delimitados pelas agências internacionais pois elas têm uma visão total da educação global e permite que países como o Brasil que é totalmente periférico equiparem seu sistema educacional de países centrais Entre estas reflexões Silva 2008 salienta que a discussão dos quatro pilares da educação como aprender a conhecer aprender a fazer aprender a ser e aprender a viver juntos passam a ser desenvolvidos na educação nacional como forma de atender às exigências de uma sociedade globalizada que precisa estar de acordo com os preceitos de uma educação que atenda às necessidades do século XXI O conceito de educação ao longo da vida passa a se articular e se desenvolver mediante o processo globalizador e os pilares estão relacionados com a Era Pósmoderna O princípio da educação ao longo da vida significa que os indivíduos preci sam mudar qualificarse mais ou seja essa educação se pauta em uma formação para as competências socioemocionais que na verdade também relacionase com uma formação dinâmica flexível e condizente com o trabalho em equipe bem como com a capacidade de iniciativa a valorização de talentos e aptidões dos indivíduos para determinados trabalhos Essas modificações centramse na aptidão para as relações interpessoais e passam a ser discutidas nos documentos UNIDADE 1 18 orientadores da política educacional brasileira como forma de estabelecer uma educação permanente que aconteça em todos os âmbitos da sociedade A preocupação com a formação dos indivíduos ocorre devido à necessidade de que estes acompanhem o ritmo acelerado desenvolvido da sociedade globali zada De acordo com Silva 2008 p 369 este projeto tende a formar o homo studiosus relacionado ao homem universal este novo homem na verdade é aquele que está munido de uma instrução completa e em condições de mudar de profissão e portanto também de posição no interior da organização social do trabalho SCHAFF 1996 p 125 A educação voltada para atender às necessidades do século XXI expressa a diversificação na formação do trabalhador conduzindoo à liberdade de mudan ças de profissão tendo em vista que o progresso do conhecimento científico e tecnológico tem gerado cada vez mais oportunidades de ampliação de emprego sendo necessário que um trabalhador tenha competências importantes para as novas formas de trabalho Ressaltamos ainda que a concepção de educação ao longo da vida ou educação permanente não é uma forma de propor reciclagens profissionais aos indivíduos mas trazer oportunidades de conhecimento para aqueles que se encontram em processo de formação ou não Essa ideia de uma educação ao longo da vida demonstra a necessidade de romper com o tempo de aprendizagem institucional tradicional e a escola precisa atender os jovens e adultos durante toda a sua vida produtiva Fora das universidades departamentos ou instituições de vocação profissional o saber não é e não será mais transmitido em bloco e de uma vez por todas os jovens antes de sua entrada na vida ativa ele é transmitido à la carte a adultos já ativos ou esperando sêlo em vista da melhoria de sua competência e de sua promoção mas também em vista da aquisição de informações de linguagens e de jogos de lingua gens que lhes permitam alargar o horizonte de sua vida profissional e de entrosar experiência técnica e ética LYOTARD 1986 p 90 A qualificação e as competências apresentadas são conceitos que marcam na verdade o discurso da pósmodernidade e elas são justificadas a partir de a perspectiva de um vasto mercado de competências operacionais está aberta Os detentores desta espécie de saber são e serão objeto de ofertas e mesmo motivo de disputa de política de sedução LYOTARD 1986 p 93 UNICESUMAR 19 Destacamos a importância do trabalho em equipe tendo em vista que esse tributo é essencial para que se alcance os objetivos do mercado que é extrema mente competitivo com efeito as performances em geral são melhoradas pelo trabalho em equipe sob condições que as ciências sociais tornaram precisas há muito tempo LYOTARD 1986 p 95 Isso porque o trabalho em equipe e as relações interpessoais acontecem nesse meio competitivo que envolve a busca de emprego e formação Os quatro pilares da educação possibilitam refletirmos sobre as questões que envolvem as competências socioemocionais O pilar aprender a conhecer é entendido como um preparo para o trabalho para que o indivíduo utilize seus conhecimentos pragmáticos bem como saiba utilizar novos conhecimentos e novas tecnologias tendo em vista que o conhecimento é a razão instrumental para que o indivíduo se desenvolva O segundo pilar aprender a conhecer é a finalidade da vida humana já que se vincula o desenvolvimento humano às necessidades básicas de aprendizagem é uma forma de alcançar a participação dos indivíduos na sociedade de uma maneira cada vez mais ativa logicamente para que continuem aprendendo Dessa forma é a partir disso que eles desenvolvem um espírito empreendedor Aliado ao segundo pilar temos o aprender a fazer que está intimamente ligado ao mundo do trabalho e à formação profissional dos indivíduos É necessário que estes tenham conhecimento para se ajustarem às relações mercadológicas Essa relação entre fornecedores e usuários do conhecimento e o pró prio conhecimento tende e tenderá a assumir a forma que os pro dutores e os consumidores de mercadorias têm com essas últimas ou seja a forma valor O saber é e será produzido para ser vendido e ele é e será consumido para ser valorizado numa nova produção nos dois casos para ser trocado Ele deixa de ser para si mesmo seu próprio fim perde o seu valor de uso LYOTARD 1986 p 5 O conhecimento tornase uma maneira de os indivíduos terem realização pessoal em uma sociedade tão competitiva por isso a educação deve formar competências nestes e relacionar cada vez mais o saber produzido na área educacional com as relações de mercado Como estamos inseridos em uma sociedade de informação devemos compreender que a educação deve permitir que todos possam recolher selecionar ordenar gerir e utilizar as mesmas informações DELORS 2001 p 21 UNIDADE 1 20 O quarto pilar aprender a ser está pautado no processo de desenvolvimen to total do indivíduo tendo em vista que estamos em um mundo em constante transformação e extremamente dinâmico em que o desenvolvimento dos serviços exige pois cultivar qualidades humanas que as formações tradicionais não transmitem necessa riamente e que correspondem à capacidade de estabelecer relações estáveis e eficazes entre as pessoas DELORS 2001 p 95 Esta exigência é proposta à educação para que todos sem exceção façam fruti ficar os seus talentos e potencialidades criativas o que implica por parte de cada um a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal DELORS 2001 p 16 Assim Os empregadores substituem cada vez mais a exigência de uma qualificação ainda muito ligada a seu ver à idéia de competência material pela exigência de uma competência que se apresenta como uma espécie de coquetel individual combinando a qualificação em sentido estrito adquirida pela formação técnica e profissional o comportamento social a aptidão para o trabalho em equipe a ca pacidade de iniciativa o gosto pelo risco DELORS 2001 p 94 A educação precisa unir as especificidades do trabalho com as relações interpes soais e as qualidades de cada indivíduo e este coquetel corresponde ao desen volvimento total da pessoa pois é nesse momento que terá autonomia e poderá desenvolver pensamentos autônomos e críticos e para formular seus próprios juízos de valor de modo a poder decidir por si mesmo como agir nas diferentes circunstâncias da vida DELORS 2001 p 99 O sucesso individual de cada sujeito dependerá das suas competências socioemocionais pois viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências realizar projetos comuns e prepararse para gerir conflitos no respeito pelos valores do pluralismo da com preensão mútua e da paz DELORS 2001 p 102 UNICESUMAR 21 2 OS DESAFIOS DO PROFESSOR na Educação para o Século XXI No percurso realizado neste momento da aula enfatizamos que o processo de educação ao longo da vida busca realizar interfaces com a educação a sociedade e as competências socioemocionais No âmbito da educação temse discutido muito sobre os desafios que oa pro fessora tem enfrentado no processo de constituição da Educação para o século XXI Esta questão envolve não somente os desafios que o docente enfrenta em sala de aula mas também a sua formação e o processo de ensino e aprendizagem dos alunos Os desafios são inúmeros já que o cenário da Educação para o século XXI abrange algumas ações necessárias por parte do docente Nesse caso não podemos perder de vista que a educação é um direito cons titucional e inalienável por isso deve ser entendida como um passaporte para a cidadania Esse caminho aberto para a educação está disposto em Lei principal mente quando se trata da universalização já na garantia de qualidade e eficiência porém infelizmente ainda há um longo caminho a ser percorrido É importante destacar que a educação é constituída historicamente por isso e está sujeita a diversas transformações ao longo do tempo O percurso histórico UNIDADE 1 22 caroa alunoa interfere e reflete decisiva mente na escola alterando ações sociais e cul turais que são exigidas no contexto em que se insere A educação para o século XXI tam bém visa à formação para a cidadania e a escola precisa oportunizar aos seus alunos acesso a esse conhecimento tendo em vista que os saberes orga nizados histórica e socialmente tendem a garantir a qualidade da educação Mas e o educador onde ele se insere nesse contexto O educador precisa motivar e até mesmo pro mover uma aprendizagem condizente com o mundo globalizado em que estamos vivendo logo o professor precisa ser um mediador nesse pro cesso A forma como ele consegue conduzir este faz toda a diferença por isso a sua formação é muito importante A analogia que apresentareemos agora é muito pertinente para o que es tamos falando Veja só Rubem Alves certa vez fez a seguinte comparação do que vale uma cozinha toda moderna e equipada com os melhores aparelhos se o cozinheiro não está à altura ALVES 1994 p 65 Podemos comparar isso à escola De que vale uma escola toda moderna e equipada com os mais sofisticados aparelhos se não temos uma professora à altura Para Alves 1994 um bom cozinheiro faria uma excelente comida até mesmo com panelas velhas Observe que a questão apresentada é apenas uma das formas de pensarmos a questão do professor nesse movimento que é a Educação para o século XXI O contexto social vigente que estamos vivenciando exige que o professor seja um educador que saiba articular os conhecimentos teóricos e prático de maneira que consiga despertar e envolver todos os alunos no processo de aprendizagem além de aliar as especificidades de uma sala de aula de maneira que contemple as necessidades individuais de cada aluno A educação em nossa sociedade está passando por inúmeras mudanças como já mencionamos e para o século XXI o educador tornase o centro das atenções consequentemente a sua formação também As exigências para o professor atuar nessa realidade globalizada incluem aprender a lidar com uma sociedade que está em constante transformação e essas transformações também influenciaram nas propostas para realizar as reformas educacionais que tinham por intuito colocar a educação numa perspectiva globalizada que se articulasse com o sistema educacional UNICESUMAR 23 Para Torres 2000 e Aguiar 2002 ao levarem em conta estes aspectos é perceptível que a formação de professores também passa a ser um elemento fun dante para se adequar às reformas propostas para a educação tendo em vista que o perfil do profissional na nova era é que deveria estar conectado às exigências do modelo econômico vigente Mediante a isso verificamos que o processo de cons trução dos saberes docentes estão assentados em sua formação inicial que nada mais é do que a base para a sua atuação enquanto profissional da educação É a partir dessa base que o professor tem apoio para fazer sua formação continuada e consolidar sua carreira A partir disso ele passa a ministrar aulas e formar sujei tos para transformarem a sociedade que os cerca No entanto é preciso ressaltar que o professor não pode ter somente a sala de aula como seu espaço de ensino O professor precisa ter muito claro em sua atuação que a educação precisa de espaços ricos para que possam desenvolver as práticas educativas Os saberes docentes as competências e o saberfazer são fundamentais para a ação docente na educação as instituições educacionais que visam à formação de licenciaturas devem valorizar as ciências humanas priorizando um saber direcionado para a transformação social De acordo com Pimenta e Anastasious 2002 p 71 no processo de formação de professores é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento ninguém ensina o que não sabe dos saberes peda gógicos pois o ensinar é uma prática educativa que tem diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano dos saberes didáticos que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino para ensinar nas situações contextualizadas dos saberes da experiência do sujeito professor que dizem respeito ao modo como nos apropriamos do ser professor na nossa vida Es ses saberes dirigemse às situações de ensinar e com elas dialogam revendose redireccionandose ampliandose e criando são as demandas da prática que vão dar a configuração desses saberes Evidentemente inúmeras instituições podem contribuir para a construção dos saberes docentes que podem ser entendidos como saberes plurais compósitos e heterogêneos Esses saberes também articulamse com os saberes pessoais de cada indivíduo e são adquiridos no seio familiar são saberes que provêm da ação escolar e acadêmica das instituições que lhe passaram a sua formação UNIDADE 1 24 científica de programas de televisão de livros didáticos que utilizam ao longo de sua vida dos discursos que proferem dos métodos que esse professor utiliza para ministrar suas aulas das suas vivências e das experiências cotidianas que são vivenciadas nas escolas Essas influências ocorrem em todos os campos que o professor convive e atua e tudo isso contribui de maneira decisiva para a construção do saber docente como ilustra Nóvoa 1997 p 25 o professor é a pessoa E uma parte importante da pessoa é o professor Por isso os saberes docentes não podem ser desvinculados de sua formação enquanto docente pois seus saberes são construídos ao longo da vida e car reira profissional Esta é a razão pela qual muitos acreditam que o professor é um profissional ultrapassado É importante lembrar porém que os saberes são atemporais e a construção de sua carreira está ligada às dimensões de identidade socialização do saber conhecimentos competências habilidades e atitudes Para Tardif 2002 p 11 o saber docente está relacionado com a pessoa com a sua identidade com a sua experiência de vida com a sua história profis sional com as suas relações com os alunos na sala de aula com os outros atores sociais na escola Veja que esses saberes têm origens diferentes e se constituem como uma ação que vai se edificando por meio do trabalho e do conhecimento que o professor tem com o meio social São saberes que in fine alicerçam a prática do professor constituem o seu acto de ensinar são garantia da sua boa atuação servem de base à estruturação da sua vida profissional à sua relação com os alunos com os colegas em síntese ao seu modo peculiar de ser professor CUNHA 2009 p 1050 As competências do professor têm a ver com a capacidade de enquanto indiví duo mobilizar seus saberes seus conhecimentos suas habilidades e suas atitudes para que consiga resolver problemas e tomar decisões acertadas Porém por outro lado podemos dizer que um professor que tenha muito conhecimento ou até mesmo competências não é sinônimo de que seja um profissional competente Para Perrenoud 2000 possuir conhecimentos ou até mesmo capacidades não garante que o docente seja um profissional competente pois muitos profissionais têm conhecimento e capacidade mas isso não é capaz de mobilizálo de maneira adequada ao processo de aprendizagem que o aluno necessita UNICESUMAR 25 Freire 1983 ressalta que o homem é um ser histórico e sempre procura se aprimorar em um processo que é constante e isso demonstra que ele se aper feiçoa permanentemente Assim o saber surge de um saber velho que gera um novo saber mas pode se tornar obsoleto daqui a um tempo Não se admira por tanto que mediante as mudanças que ocorrem em nossa sociedade o modelo de competências que tem sido exigido dos professores atualmente é de que sejam profissionais ativos e não se limitem a padrões de repetição ou seja não se esgo tem em si mesmos O maior desafio para o docente neste século é articular conhecimento habili dade procedimentos valores e atitudes Isso também tem implicações na formação inicial do professor então é necessário que as instituições ofereçam uma formação que habilite os licenciados a se desenvolverem solidamente de maneira integradora para que sejam sensíveis participem ativamente do processo de construção do co nhecimento e que tenham condições fundamentais para se constituírem enquanto profissionais inovadores capazes de lidar de maneira criativa e crítica O professor precisa fazer escolhas conscientes ter objetivos racionais e utilizar meios sensíveis para que consiga atingir determinados fins Para conseguir atuar dessa maneira É preciso que o formando desde o princípio da sua experiência formadora se assuma como um sujeito da produção do saber se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conheci mentos mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção FREIRE 1996 p 25 Portanto no que tange a formação de professores e os desafios que assume no sé culo XXI é preciso que o professor assuma saberes de diferentes áreas do conhe cimento Obviamente não é a formação fragmentada que estamos defendendo mas a construção de competências que possibilitem ao docente interrelacionar UNIDADE 1 26 ideias e conceitos Por isso é tão importante a interdisciplinaridade ou seja a atuação conjunta de diferentes profissionais das mais diversas áreas de forma ção que buscam em parceria inovações para o trabalho científico por meio de pesquisa colaborativa pensamento crítico e flexível para que se construa a au tonomia a concepção e a ampliação dos fundamentos científicos e tecnológicos As razões apresentadas justificamse porque o professor não pode ser alguém que replica o conhecimento produzido por outrem mas deve ser um sujeito que assume sua prática pedagógica a partir desse conhecimento historicamente cons truído Assim o professor do século XXI precisa aliar suas experiências pessoais e profissionais bem como estruturar a sua prática pedagógica selecionar conteúdos priorizar determinadas atividades aprimorar as suas competências de aprender e decifrar algumas linguagens bem como ser um motivador de seus alunos O professor precisa ser alguém que contribua no cultivo das diferenças que ajude a criar oportunidades para que os alunos possam expandir seus conheci mentos que aposte na convivência e na sensibilidade para a formação do aluno ele precisa se configurar como um modelo de competências e de uma cultura de excelência Assim o que permite ao professor ter competências no contexto da Educação para o século XXI é ter a capacidade de articular mobilizar e colocar em prática o conhecimento que adquiriu O que distingue um profissional experiente de um novato não é tanto a quantidade de saber mas a sua qualidade a capacidade de relacionar seleccionar ajustar adaptar ao contexto prever pôr em acção e sua flexibilidade cognitiva e fazêlo com rapidez esponta neamente e sem esforço ALARCÃO 1996 p 29 É importante que se modifique o paradigma de ensino que o professor saia do modelo passivo e aplique em suas aulas um modelo baseado no desenvolvi mento de competências ou seja é necessário centrarse nesse momento na aprendizagem do formando para que este aprenda ao longo da vida e adquira competências socioemocionais Nesse ínterim o professor precisa desenvolver com seus alunos novas formas de comunicação discussão participação criação e estímulos de acesso a novas linguagens Tendo em vista que o trabalho em sala de aula nessa nova era tende a ser visto como coletivo exige mais comprometimento diálogo respeito ética cooperação e espírito crítico Esses são ingredientes imprescindíveis à criação UNICESUMAR 27 Temse agora consciência que para uma sociedade ser salva da estagnação e para o indi víduo atingir o seu pleno desenvolvimento qualquer sistema de educação deve encorajar a criatividade Vítor Manuel Tavares Martins pensando juntos de um clima favorável para o aprendizado e isso contribui para que haja troca de experiências reflexões coletivas e decisões tomadas em coresponsabilidade Assim quando o saber ensinar do professor estiver apoiado em sua experiência de trabalho personalidade talento entusiasmo amor à profissão conhecimentos compartilhados teremos um docente que fará diferença na educação para o futuro Com isso temos também o fazer pedagógico que implica a prática ser significativa para o educando Por isso há a necessidade da inseparabilidade do eu e da profissão Aqui estamos E as opções que cada um de nós tem de fazer como professor as quais cruzam a nossa maneira de ser com a nossa ma neira de ensinar e desvendam na nossa maneira de ensinar a nossa maneira de ser Para além de tudo o mais uma prática que tem por finalidade o crescimento e desenvolvimento tem forçosamente de ser uma prática que integra todas as esferas do ser NÓVOA 1992 p 17 Por isso é necessário mudar as práticas para além de simples recomposições superfi ciais supõe a transformação dos quadros de referência que as funda mentam e lhe dão sentido Daí ser esta uma realidade muito difícil de mudar de planificar e de programar do exterior sem envolvimento dos protagonistas sem a sua vontade de mudar BENAVENTE 1993 p 13 Perrenoud 2000 salienta que é imprescindível que o professor busque o desen volvimento de suas competências que além de socioemocionais envolvem as questões técnicas e profissionais que sejam capazes de possibilitar mudanças nas necessidades educacionais dos alunos Apresentamos a seguir dez competências necessárias ao professor deste milênio UNIDADE 1 28 1 Organizar e animar situações de aprendizagem 2 Gerir a progressão das aprendizagens conceber e gerir situaçõesproble ma ajustadas aos níveis e às possibilidades dos alunos 3 Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação gerir a heterogenei dade dentro da classe 4 Implicar os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho suscitar o desejo de aprender explicitar a relação com os conhecimentos o sentido do trabalho escolar e desenvolver a capacidade de autoavaliação na criança 5 Trabalhar em equipe elaborar um projeto de equipe representações comuns 6 Participar da gestão da escola elaborar negociar um projeto da escola 7 Informar e implicar os pais animar reuniões de informação e de debate 8 Utilizar tecnologias novas utilizar softwares de edição de documentos 9 Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão 10 Gerir sua própria formação contínua Quadro 1 Dez competências para o professor do novo milênio Fonte adaptado de Perrenoud 2000 O professor do século XXI deve desenvolver suas habilidades e competências para que entenda os parâmetros culturais vigentes e a sua prática esteja assentada na criação de sujeitos que sejam autores de seu mundo e da sua própria história Por isso é necessário que o professor alie os conhecimentos acadêmicos à expe riência pessoal e profissional pois isso o capacitará para se adequar ao contexto formativo para a Educação no século XXI UNICESUMAR 29 3 A EDUCAÇÃO NECESSÁRIA para o Século XXI Estamos vivendo um momento de globalização o mundo do século XXI tem se tornado cada vez mais dinâmico e independente Estamos cada vez mais interligados ao resto do mundo por meio de relações econômicas científicas culturais religiosas tecnológicas e virtuais Estamos em um período em que não temos que ser apenas cidadãos e cidadãs aqueles que cumprem seus deveres e exercem seus direitos nesta nova era é preciso ser um cidadão global Sabemos que a cidadania global não é uma forma de obter um documento que permita transitar por todos os países ela referese porém a uma forma de pertencer a uma comunidade maior ser cidadão global integrarse à humanidade como um todo Essa ideia demanda que tenhamos um olhar diferenciado para o outro a forma de se relacionar se modifica o agir no tempo e no espaço implica respeitar a diversidade e o pluralismo cultural ou seja é preciso perceber que a vida no cotidiano conectase a todos os âmbitos locais e globais O acesso facilitado à informação ocorre por meio de tablets smartphones notebooks e com isso surgem discussões a respeito da educação formal princi palmente no que tange a função social da educação O debate sobre a educação necessária para o século XXI passará pelo conceito de cidadania global tendo em vista que além das competências das habilidades e dos conhecimentos cog nitivos urge a necessidade de uma educação que vise contribuir para resolver conflitos globais e promova o respeito mútuo UNIDADE 1 30 A escola é por excelência o lugar em que é possível ensinar e cul tivar as regras do espaço público que conduzem ao convívio de mocrático com as diferenças orientado pelo respeito mútuo e pelo diálogo É nesse espaço que os alunos têm condições de exercitar a crítica e de aprender a assumir responsabilidades em relação ao que é de todos BRASIL 1990 p 113 As diretrizes curriculares nacionais voltadas para a educação básica destacam ainda mais essa ideia de que a escola é um espaço para a aprendizagem no qual envolvem valores respeito habilidades e reflexão crítica ou seja a educação para a cidadania global Ela é vista como uma possibilidade para qualificar os educandos e auxiliar os professores no processo de ensino e de aprendizagem mas que isso possa acontecer para além dos espaços formais tendo em vista que a formação integral dos indivíduos é fundamental para a formação ao longo da vida de um cidadão global A Unesco coloca que a educação para a cidadania global é uma forma im portantíssima de desenvolver habilidades competências conhecimento e valores para que possamos ter uma sociedade mais justa igualitária e equitativa A Unes co 2016 apresenta que a educação tem um papel fundamental para trabalhar conhecimentos habilidades e competências socioemocionais de maneira que aconteça a transformação social Por isso há a perspectiva de uma pedagogia transformadora que vise à educação para a cidadania global na medida em que a globalização e a interdependência entre os povos possa exigir cada vez mais alunos reflexivos questionadores e conscientes A Educação necessária para o século XXI é para atuar na cidadania global isto quer dizer que os alunos precisam ser capazes de discutir sobre os desafios da humanidade como pobreza desigualdade injustiça meio ambiente saúde dentre outros assuntos que sejam capazes de despertar nesses sujeitos uma forma de ar ticular soluções para esses problemas Por isso é muito importante os professores refletirem sobre sua prática de ensino e a forma com que os alunos têm aprendido I Posicionarse de maneira crítica responsável e construtiva nas diferentes situações sociais utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas II Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva física cognitiva ética estética de in terrelação pessoal e de inserção social para agir com perseverança UNICESUMAR 31 na busca de conhecimento e no exercício da cidadania III Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos IV Questionar a realidade for mulandose problemas e tratando de resolvêlos utilizando para isso o pensamento lógico a criatividade a intuição a capacidade de análise crítica selecionando procedimentos e verificando sua adequação BRASIL 2001 p 107 O que os parâmetros curriculares nacionais apresentam é para que os alunos tenham uma formação para a cidadania global então as competências e habili dades precisam ser trabalhadas e desenvolvidas tanto na sala de aula quanto no cotidiano dos alunosas Por isso a educação para a cidadania global precisa ser trabalhada desde a Educação Básica e com qualidade No contexto atual É um direito assegurado pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente Um dos fundamentos do projeto de Nação que estamos construindo a formação escolar é o alicerce indispensável e condição primeira para o exercício pleno da cida dania e o acesso aos direitos sociais econômicos civis e políticos A educação deve proporcionar o desenvolvimento humano na sua plenitude em condições de liberdade e dignidade respeitando e valorizando as diferenças BRASIL 1990 p 56 Diante disso percebemos a importância que a escola tem para que esse proces so de cidadania global se efetive pois é ela quem contribui para a formação de cidadãos conscientes de sua realidade críticos e autônomos Por isso estimular a cidadania para educação global é tratar também de questões da vida real in centivando os alunos a engajarse em ações coletivas de maneira que se promova uma sociedade global tolerante e transformadora Para que a educação para a cidadania global seja efetiva é preciso engaja mento da comunidade escolar isso significa que o docente precisa desenvolver novas práticas e metodologias a educação para a cidadania global é baseada em três dimensões conceituais ou áreas de aprendizagem a saber área cognitiva em que são trabalhados conhecimentos e habilidades de reflexão ne cessárias para entender melhor o mundo e suas complexidades UNIDADE 1 32 área socioemocional que desenvolve valores atitudes e habilida des sociais que permitam aos alunos viver com os outros de forma respeitosa e pacífica e área comportamental que trabalha compor tamento desempenho aplicação prática e engajamento do aluno UNESCO 2016 p 22 Essas dimensões fazem com que cada indivíduo seja capaz de entender os pro blemas locais que sua comunidade está passando Por isso a educação para a cidadania é um processo de oportunidade para os alunos expandirem seus co nhecimentos e ações de maneira que o caminho seja transformador UNICESUMAR 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caroa alunoa ao longo desta unidade vislumbramos questões que estão en volvidas com a Educação para o século XXI Percebemos ainda que a educação além de ser um direito social que está garantido em todas as leis precisa ser desenvolvida nos mais diversos contextos e realidades para que possamos pro mover educação de qualidade e equitativa com as realidades e contextos diversos tendo em vista que por meio da educação passamos a reconhecer os indivíduos Outra questão envolvida na Educação para o século XXI é a formação de professores e os desafios que estes enfrentam mediante as mudanças globais que a sociedade tem enfrentado Pois neste movimento o professor tornase o mediador das ações e formação do aluno para a cidadania global para que ele aprenda na medida correta olhar o próximo com respeito e solidariedade Ao longo do processo educativo a formação de professores tornase essen cial para que consigamos construir a Educação para o século XXI e esta for mação precisa considerar as competências necessárias para o desenvolvimento dos educandos e educadores Essas competências permitem que desenvolvamos uma sociedade mais justa e igualitária exercendo de fato a cidadania perante a sociedade e o próximo além de respeitar as diferenças socioculturais Por meio dessa formação a cidadania global estará implícita nos currículos escolares e nos materiais didáticos utilizados pelos docentes junto aos educandos A cidadania global é o norte para a Educação do século XXI e ao estar garantida nos documentos internacionais e nacionais compreendemos isso como uma forma de avanço da educação brasileira para se igualar aos países centrais tendo em vista que a cidadania global permite o avanço da economia da política da cultura e da sociedade em si Por isso tornase essencial formar indivíduos para atuar na cidadania global pois ao terem uma formação que propicie o compartilhamento de informações e o desenvolvimento de competências socioemocionais percebemos que eles poderão se desenvolver integralmente tornandose efetivamente cidadãos globais 34 na prática 1 A educação é um dos pilares que constitui uma sociedade mais justa e com equi dade por isso formar para a cidadania é essencial pois possibilita a construção de uma sociedade democrática Nesse contexto podemos afirmar que a A educação para a cidadania tem relação direta com a educação corporativa b É preciso considerar o design instrucional da cidadania para formar competên cias c É preciso solicitar informações sobre o comportamento de cada indivíduo d Para formar um cidadão é necessário manter os níveis de desenvolvimento so cietal e As competências precisam estar voltadas para atender apenas ao mercado de trabalho 2 A Educação para o século XXI acontece nos mais diversos lugares já que cada edu cador precisa estar articulado com a comunidade para que o trabalho a ser desen volvido por ele possa promover uma intervenção na realidade dos alunos Por isso exigese tanto do educador uma postura cada vez mais ética e política e que ele tenha compromisso com a justiça e a equidade social Dessa forma é necessário que ele assuma I A luta pela desigualdade social e qualquer forma de opressão II Manutenção das relações de poder a fim de prevalecer os interesses da elite III Busca pela autonomia liberdade expressão de pensamento crítico e criativo para o exercício da cidadania IV Denunciar práticas preconceituosas contra os semelhantes Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 35 na prática 3 Quanto aos objetivos da educação necessária para o século XXI assinale Verdadeiro V ou Falso F Educar o aluno de maneira integral como pessoa e como cidadão Uma prática reflexiva que tem como condição a cidadania Desenvolver a capacidade reflexiva Assinale a alternativa correta a V V e F b F F e V c V F e V d F F e F e V V e V 4 A educação para a cidadania tem três eixos educação para redenção da sociedade educação como reprodução da sociedade e educação para transformar a sociedade Assim os fins da educação são a Manter e conservar a sociedade de maneira a reproduzir a ordem estabelecida b Ampliar a desigualdade social c Transformar a sociedade e conservar a sociedade do jeito que está d Promover justiça social além de promover a modernidade e Promover o empreendedorismo social 5 A Educação para o século XXI traz alguns desafios para a formação docente e na for mação dos alunos Assim conceitue o que é a cidadania global e qual a importância para termos um mundo mais justo e sustentável 36 aprimorese EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA GLOBAL UNIVERSALISMO OU RELATI VISMO Antes de definir cidadania global é necessário definir o que é cidadania A palavra cidadania pode ter múltiplas facetas geralmente relacionadas à participação das pessoas na sociedade Porém cidadania dentro dos textos de Hannah Arendt pode ser definida como o direito a ter direitos LAFER 1988 Ou seja cidadania está ligada à ideia de uma pessoa ter direitos pois está protegida por um Estado o qual é nacio nal A cidadania global rompe com esse conceito pois desliga o conceito de cidada nia derivada da nacionalidade Nesse campo teórico cidadania global é um status ainda não consolidado segundo o qual uma pessoa tem direitos que ultrapassam a proteção por parte do seu Estado VIEIRA 1999 Dessa forma o cidadão global é aquele que tem proteção jurídica para além do seu Estado A cartilha Educação para a cidadania global compreende que não é pacífico na academia o conceito de cidadania global Cidadania global é um conceito contestado no discurso acadêmico e existem múltiplas interpretações sobre o significado de ser um cida dão global UNESCO 2015 p 14 Além disso o texto traz cidadania como um sen timento de pertencer a uma comunidade mais ampla e à humanidade comum bem como de promover um olhar global que vincula o local ao global e o nacional ao internacional UNESCO 2015 p 14 Porém este texto sobre cidadania global na cartilha diz que é pacífico que cidadania global não é uma situação legal Quando a cartilha contextualiza a educação ela afirma que já é pacífico que o papel da educação é promover a paz os direitos humanos a tolerância da diversidade e o desenvolvimento sustentável UNES CO 2015 p 9 Neste trecho percebese a introdução dos valores universais baseados nos direitos humanos dentro da agenda da ECG e também é notável a lacuna contextual da cartilha pois não é dito como nem onde estas abordagens são concretizadas O dia a dia da educação brasileira se encaixaria nesse contexto Vanessa de Olivei ra Andreotti em seu artigo Educação para a Cidadania Global Soft Versus Critical defende a ECG critical Para ela esta perspectiva critical tem como objetivo o esta belecimento de uma relação ética com a diferença além da consideração do sistema e as relações de poder desiguais A problemática apresentada pela autora referese à 37 aprimorese questão da ausência de uma desconstrução dos diversos processos e contextos cul turaisglobais a qual acarreta na formação de alunos que levam valores universais reproduzindo relações de violência e poder que podem ser comparados ao colonialismo Portanto existem questionamentos à cidadania global A autora apresentanos as contribuições de Andrew Dobson dentre outros autores elucidando a questão sobre a natureza da globalização afinal só alguns países têm poderes de globalização os outros são globalizados ANDREOTTI 2006 p 60 Um exemplo disso é o G7 que determina quais são as questões globais Partindo desse pressuposto existe uma divisão desigual em que somente tem poder de globalização aqueles que podem atuar globalmente Entretanto quando alcançado esse patamar há uma projeção do con texto local como sendo global a todos ANDREOTTI 2006 p 60 Andreotti por intermédio das reflexões de Gayatri Spivak questiona a projeção dos valores ocidentais como globais e universais naturalizando a supremacia ocidental so bre o resto do mundo Nesse processo há uma negação do processo histórico impe rialista e colonialista existindo uma naturalização do processo de modernização na qual o colonialismo é tido como algo do passado negandose suas consequências no presente Assim justificamse a pobreza e a riqueza e com o discurso desenvolvimen tista incitase os países do terceiro mundo a comprar do primeiro mundo uma visão independente do ocidente ignorando sua cumplicidade e parte do processo imperialista ANDREOTTI 2006 p 61 Ademais com essa perspectiva do colonialismo o primeiro mundo acredita em sua supremacia que o terceiro mundo almejando ser civilizado e acompanhar o desenvolvimento do Ocidente esquece as características da globaliza ção ANDREOTTI 2006 p 6162 Assim isso reforça o eurocentrismo e o triunfalismo porque encoraja as pes soas a pensar que vivem no centro do mundo que tem responsabilidade de ajudar o resto e que as pessoas de outras partes do mundo não são totalmente globais ANDREOTTI 2006 p 62 Ao fim a autora discursa sobre a literacia crítica colocando a necessidade dos professores a levarem em conta A literacia crítica se constitui de uma análise e crítica das relações entre perspectivas línguas poder grupos sociais e práticas sociais por parte dos alunos Seria uma maneira de interpretar e compreen der as origens de determinados pressupostos e implicações Na ECG critical a pro 38 aprimorese moção de mudanças não seria imposta mas as condições para que o aluno pudesse refletir e pensar seriam fornecidas possibilitando a análise e a experimentação de outras perspectivas de relacionarse com os outros e consigo mesmo Portanto os professores deveriam atentarse a literacia crítica para não re produzir as relações dominantes ANDREOTTI 2006 p 6465 Não existe portanto uma fórmula universal e perfeita para a questão da educação para a cidadania glo bal mas primeiramente devemos refletir sobre o quanto nossos professores estão capacitados para lidar com essas questões Fonte a autora 39 eu recomendo Global How Despertar para a educação global Autor Ana Castanheira Florina Diana Potirniche Gabriele Rade ke Gundula Büker Julia Keller Karola Hoffmann Mihaela Ama riei Monica Cugler Mónica Santos Silva Nina Cugler Sigrid Schel lStraub Sofia Lopes Susana Damasceno Editora AIDGLOBAL Sinopse este manual é o resultado do projeto europeu Desper tar para a Educação Global Reforçar as competências dos membros das Organi zações da Sociedade Civil europeias implementado na Alemanha em Portugal e na Roménia em resposta à necessidade evidente de uma formação de qualidade para os facilitadores de Educação para a Cidadania Global que trabalham no con texto de Organizações da Sociedade Civil O manual baseiase na experiência dos parceiros do projeto na formação dos facilitadores bem como na sua experiência de implementação de cursos de formação em três países diferentes da Europa livro 2 A SALA DE AULA NO CONTEXTO da Educação do Século XXI PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade A intencionalidade do ato de ensi nar Aprender a aprender o alicerce do processo educativo Práticas metacognitivas de aprendizagem OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar o permanente diálogo entre o ensino e a aprendizagem Compreender a importância de aprender a aprender Explicitar a prática pedagógica em tempo e espaço diferentes INTRODUÇÃO Caroa estudante ao longo do tempo a figura do professor se modificou e no século XXI ele não é mais visto como um profissional que detém todo o conhecimento na área em que atua Igualmente a forma como o aluno estuda também modificouse O fato é a educação no século XXI transformouse e o conhecimento está fora da redoma E assim temos presenciado grandes desafios tanto para professores quanto para as escolas mediante os novos tempos que temos enfrentado O profissional da educação e o aluno precisam assimilar as transformações criar métodos para que se possa atrair a atenção de alunos e alunas além de agregar cada vez mais conhecimento Logo os educadores que não conse guem acompanhar os avanços tecnológicos acabam não cooperando para uma formação que contribua para o desenvolvimento de competências socioemocionais de alunos É importante lembrar que a maneira como os professores têm conduzido a educação ao longo dos anos não consegue mais ser sustentada nesse conceito de educação para o século XXI Enquanto profissionais da educação é preciso uma nova forma de en sinar um fenômeno que vem sendo cada vez mais pesquisado por profes sores já que a aprendizagem e as competências socioemocionais ocorrem devido a uma construção coletiva do conhecimento O cenário da edu cação para o século XXI tem quebrado cada vez mais paradigmas uma vez que a intenção é abandonar a ideia de que o conhecimento é poder e que quem o detém é único e exclusivamente o professor Nesse modelo de educação e sala de aula no século XXI o estudante deixa de ser mero receptor de informações transmitidas pelo professor e se torna um ator ativo na construção do conhecimento Nossa intenção nesse momento é apresentar o cenário do processo de ensino e aprendizagem em que o conhecimento não é algo hierarquizado e sim produzido de maneira coletiva Sucesso e um ótimo estudo UNIDADE 2 42 1 A INTENCIONALIDADE do Ato de Ensinar Em nossa sociedade percebemos cada dia mais que o conhecimento está relacio nado com o avanço das tecnologias e da ciência A nossa educação é influenciada pelas mudanças econômicas políticas culturais sociais tecnológicas e científicas que permeiam a nossa sociedade As mudanças que ocorrem constantemente perpassam a atuação dos profissionais da educação e cada vez mais buscase pro fessores qualificados competentes e que sejam capazes de solucionar problemas trabalhar em grupo compartilhar informações e até mesmo criar novas formas de transmitir o conhecimento contribuindo para a formação de competências socioemocionais com a intenção de desenvolver atividades que reflitam o pro cesso de desenvolvimento e inovação Assim nesse ambiente defrontamonos com a situação em que as instituições de Ensino Superior precisam se encaixar no papel de formadoras e capacitadoras de profissionais da educação O papel dessas instituições implica respeitar as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação delineados pelo Ministério da Educação e Conselho Nacional de Educação bem como propor práticas pedagógicas e metodologias de ensino que sejam condizentes com uma educação para o século XXI Para Colossi Consentino e Queiroz 2001 e Peleias et al 2011 os cursos de graduação do Ensino Superior precisam contribuir para que seus estudantes desenvolvam características profissionais competências socioemocionais e per UNICESUMAR 43 O mundo moderno tornouse uma era histórica de profundas transformações que ocor rem no campo econômico político e social reestruturando as relações sociais e amplian do o domínio do modo de produção capitalista e isso influencia decisivamente nas con cepções que nós temos de mundo Fonte autora explorando Ideias sonalidade crítica Isso só é possível a partir do momento que se ensine direitos e deveres aos cidadãos de maneira a preparálos para conviver de forma har moniosa em uma sociedade com uma diversidade cultural imensa É preciso capacitálos para ocupar cargos no mercado de trabalho Outra questão alunoa que faz parte da formação de Ensino Superior é que as instituições devem capacitar os alunos a se desenvolver técnica e humanamente para ingressar no mercado de trabalho e obviamente isso requer uma gestão eficaz do currículo dos cursos MAINARDES DOMINGUES 2011 É imprescindível que para a formação técnica e humana haja a preparação de um ambiente que proporcione o acolhimento desses alunos que os professores escolham métodos que contribuam facilitem e estimulem a aprendizagem de maneira a garantir a formação profissional e a competência socioemocional de seus alunos Algo que é importantíssimo mencionar aqui é que você aluno a pode estar almejando se formar com as melhores notas ou até mesmo ser laureado mas veja que isso não lhe garante o ingresso no mercado de trabalho muito menos dálhe experiência para enfrentar os desafios do mundo organizacional Desenvolver habilidades e competências é prepararse para lidar com as situações reais do mundo do trabalho é o momento de levar a teoria estudada para dentro da sala de aula SANTOS 2012 BARROS MONTEIRO MOREIRA 2014 Os estudos teóricos são essenciais para que você compreenda a sua prática profissional no entanto lembremos que isso não deve ser feito de uma maneira tradicional é preciso inovar deixar de lado nossas atitudes cartesianas e lineares que dissociam a teoria da prática Para que não caiamos nesse engodo de nos tornarmos profissionais extremamente cartesianos com a finalidade de reduzirmos as deficiências encontradas no âmbito escolar e na péssima formação socioemocional dos nossos alunos é necessário planejarmos Isso mesmo precisamos planejar e definir objetivos que utilizaremos UNIDADE 2 44 Por que é tão importante no atual contexto do século XXI que o aluno se torne protago nista do seu processo de aprendizagem pensando juntos no processo de aprendizagem além de estipular o período que desenvolveremos tal proposta Para isso é necessário delimitarmos os recursos a serem utilizados e as estratégias adequadas para cumprir o papel de professores enquanto mediadores do conhecimento Não podemos nos esquecer que é importantíssimo desenvol vermos uma consciência crítica em nossos alunos e principalmente criar expec tativas para o processo de aprendizagem de cada disciplina para que dessa forma eles compreendam o quanto precisam desenvolver determinadas habilidades para alcançarem os objetivos esperados de aprendizagem Veja caroa estudante que quando temos um alunoa consciente de suas próprias ações conseguimos propor estratégias de aprendizagem que casem com as suas necessidades A Taxonomia de Bloom auxilianos a compreender o processo de aprendiza gem real do aluno isso porque ele precisa ser capaz de compreender categorias e conceitos entender conteúdos bem como aplicar seus conhecimentos nas mais distintas situações práticas e diversas do seu cotidiano É preciso ter capacidade de analisar e avaliar situações para que se possa criar novas formas de cognição a partir do conhecimento já existente BLOOM 1973 Por isso é importante adotarmos metodologias de ensino que tirem os alunos da zona de conforto para que estes se tornem agentes ativos e atuantes no pro cesso de aprendizagem Para Santos 2012 p 73 o aluno precisa se sentir capaz e seguro para aplicar nas organizações os conhecimentos que estão sendo adquiridos em sala de aula isentandoo da necessidade de viver com a incerteza de tentativa e erro Enfatizamos novamente que a aprendizagem não se resume a ter ótimas notas já que essas nem sempre representam o conhecimento real de cada aluno a aprendizagem precisa ser avaliada aferindo a capacidade do aluno de aplicar esse conhecimento na prática SANTOS 2012 sempre buscando um olhar crítico para as suas ações de maneira que desenvolva o processo educacional Assim ao pensarmos em uma sequência didática SD precisamos classificar nossas ativi dades de acordo com a Taxonomia de Bloom Podemos iniciar nossa aula com UNICESUMAR 45 uma discussão teórica sobre determinado assunto logicamente considerando os mecanismos os objetivos os conteúdos e a avaliação dentro da perspectiva da Taxonomia de Bloom Ferraz e Belhot 2010 p 422 comentam que é preciso pensar sobre os objeti vos que se envolvem no processo de aprendizagem pois neste há uma comple xidade é importante que o professor entenda que cada indivíduo apreende as informações de maneira diferente ou seja mesmo estando em uma situação igual de aprendizagem alguns conseguiram apreender mais sobre certo conteúdo do que outros O professor precisa refletir sobre o conteúdo a ser ministrado e seguir a perspectiva de Bloom que tem por objetivo ajudar no planejamen to organização e controle dos objetivos de aprendizagem FERRAZ BELHOT 2010 p 422 Isso quer dizer que a taxonomia visa estimular os professores a auxiliar seus alunos no processo de aprendizagem realizando mediações além de oferecer uma base para o desenvolvimento de instrumentos avaliativos Ferraz e Belhot 2010 propõem que para que haja uma eficácia nesse processo é preciso haver também divisão do trabalho a partir do domínio específico do de senvolvimento cognitivo afetivo e psicomotor Assim no quadro a seguir podemos compreender melhor os domínios e as características que envolvem as competências Domínios Características Cognitivo Destinado ao dominar aprender determinado conteúdo Este se refere ao momento de adquirir um novo conhe cimento desenvolvendo o aluno intelectualmente Inclui reconhecimento de fatos específicos procedimentos padrões e conceitos que estimulam o desenvolvimento intelectual constantemente Nesse domínio os objetivos foram agrupados em seis categorias e são apresentados em uma hierarquia de complexidade e dependência cate gorias do mais simples ao mais complexo Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempe nho adequado na anterior pois cada uma utiliza capacida des adquiridas nos níveis anteriores As categorias desse domínio são Conhecimento Compreensão Aplicação Análise Síntese e Avaliação UNIDADE 2 46 Domínios Características Afetivo Relacionase ao desenvolvimento emocional e inclui a questão da responsabilidade da atitude do compor tamento do respeito da emoção e dos valores Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores para serem aprimoradas As categorias desse domínio são Receptivi dade Resposta Valorização Organização e Caracterização Psicomotor Relacionase às habilidades físicas específicas Bloom e sua equipe não chegaram a definir uma taxonomia para a área psicomotora mas outros o fizeram e chegaram a seis ca tegorias que incluem ideias ligadas aos reflexos à percep ção às habilidades físicas aos movimentos aperfeiçoados e à comunicação não verbal Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores As categorias desse domínio são Imitação Manipulação Articulação e Naturalização Quadro 1 Domínios da Taxonomia Fonte adaptado de Ferraz e Belhot 2010 p 56 Ao entender esses domínios verificase a necessidade de entender e atender às ne cessidades do processo de ensino e aprendizagem Além disso é preciso valorizar e incrementar o vocabulário pois isso auxilia os educadores no desenvolvimento de atividades curriculares Figura 1 O domínio do desenvolvimento em Bloom Fonte a autora Alguns professores fazem a substituição de substantivos por verbos mas estes são a dimensão do conhecimento o quê e os verbos tornamse a dimensão dos processos cognitivos como Por isso é importante utilizar verbos que envolvem o domínio cognitivo como lembrar aplicar analisar sintetizar e criar Para melhor ilustrar a Taxonomia de Bloom apresentaremos o quadro aprendizagem intelectual Afetivo aspectos de sensibilização e gradação de valores Psicomotor habilidades de execução de tarefas que envolvem o aparelho motor Cognitivo UNICESUMAR 47 seguinte que demonstra os critérios que devem ser utilizados para realizar o processo de aprendizagem Níveis de Complexidade Domínios Verbos Relacionados Básico re conhecimento capacidade de identi ficar as propriedades fundamentais dos ob jetos de conhecimento apreendido ARAÚJO 2014 p 55 Identificar nomear assinalar citar re lacionar completar observar Compreensão identi ficação de elementos que dão significado ao objeto de conhecimen to sua composição finalidade e caracterís tica ARAÚJO 2014 p 55 Explicar descrever caracterizar Intermediário APLICAÇÃO transpo sição da compreen são de um objeto de conhecimento em caso específico situação problema etc ARAÚJO 2014 p 55 Resolver ampliar com base no texto trans formar explicar ANÁLISE percepção de inter relação entre um todo e suas partes Analisar examinar decompor sentença escandir Resumir generalizar SÍNTESE reorganização das partes de um todo AVANÇADO AVALIAÇÃO emissão de um juízo de valor sobre análises e sínte ses efetuadas Julgar justificar apre sentar argumentos Quadro 2 Nível de Complexidade Fonte adaptado de Moreira 1975 apud Araújo 2014 p 55 UNIDADE 2 48 O quadro demonstra que a taxonomia auxilia os professores a categorizar as habilidades que eles querem desenvolver nos alunos a partir de determinado conteúdo Esse processo de categorização contribui para que os alunos consi derando que o professor respeita as diferenças do processo de aprendizagem compreendam a necessidade de aprender determinado conteúdo Assim o processo de taxonomia é algo bastante utilizado para compreen der o processo de aprendizagem principalmente para organizar as discussões e análises dos conteúdos Utilizar essa terminologia conceitual é basearse em classificações estruturadas e orientadas para que se possa definir instruções Há duas vantagens de utilizar a taxonomia na educação Oferecer a base para o desenvolvimento de instrumentos de avalia ção e utilização de estratégias diferenciadas para facilitar avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisi ção de conhecimento e estimular os educadores a auxiliarem seus discentes de forma estruturada e consciente a adquirirem compe tências específicas a partir da percepção da necessidade de dominar habilidades mais simples fatos para posteriormente dominar as mais complexas conceitos BLOOM 1956 p 210 O próprio autor retrata a importância de utilizar conceitos para iniciar uma aula e até mesmo para classificar e estruturar a maneira de ensinar Ao utilizar conceitos para estruturar seu processo de ensino Bloom 1944 retrata que o processo de aprendizagem dos homens é diferente pois cada indivíduo desenvolveria uma competência distinta e com profundidade de conteúdo O mesmo autor porém afirma que mesmo diante das diversidades ambientais e internas dos indivíduos estes aprenderão mas que isso dependerá das estratégias que serão utilizadas e da organização do processo de aprendizagem que contribui para estimular o desen volvimento cognitivo A Taxonomia de Bloom contribui para que os professores consigam estimular o âmbito cognitivo dos sujeitos principalmente o raciocínio e as abstrações de alto nível Ao delimitar objetivos instrucionais os professores conseguem delimitar o desempenho e as competências que seus alunos desenvolvem Essa ação está ligada às ações intencionais diretamente relacionadas ao conteúdo e à forma como ele deverá ser aplicado A Taxonomia de Bloom pode ser representada por uma escada com seis degraus logicamente ela é mais complexa que isso já que é UNICESUMAR 49 dividida em subcategorias mas podemos neste primeiro momento entendêla desta maneira pois a compreensão fica mais fácil Figura 2 Categorias do domínio cognitivo proposto por Bloom Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 424 A partir disso a taxonomia é uma ferramenta para padronizar a linguagem e os objetivos delimitados para a aprendizagem como forma de facilitar a comuni cação entre os indivíduos que fazem parte desse processo Além disso ela com preende a construção de um currículo objetivo que esteja assentado nas Diretri zes Curriculares Nacionais como a Base Nacional Comum Curricular e busca definir e determinar atividades avaliações de acordo com os temas propostos KRATHWOHL 2002 BLOOM 1956 Os pontos apresentados são as contribuições da taxonomia que foi utilizada para classificar os objetivos curriculares e também para descrever o resultado do processo de aprendizagem no que tange ao conteúdo e às discussões A importância dessa taxonomia é desenvolver uma ferramenta que seja prática e útil para o desen volvimento dos processos mentais superiores nível de conhecimento e abstração complexa A taxonomia também envolve as questões bidimensionais como Figura 3 Caráter bidimensional Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 426 6 Avaliação 5 Síntese 4 Análise 3 Aplicação 2 Compreensão 1 Conhecimento Verbos dimensão processos cognitivos como Substantivos dimensão conhecimento o que UNIDADE 2 50 A partir da Figura 3 percebese que o conhecimento passa a se desenvolver a partir das habilidades de lembrar e achar Isso quer dizer que os alunos devem encontrar na problemática proposta pelo professor pequenas informações que tragam à sua consciência o aprendizado prévio aquele que o indivíduo desen volve antes de conhecer sobre determinado assunto Isso nos leva a dividir o conhecimento em dois momentos 1 conhecimento como processo e 2 conhecimento como conteúdo assimilado Quando tratamos de conhecimento este está diretamente relacionado ao conteúdo apresentado pelo docente O processo de metacognição está envolvido com o conhecimento cognitivo real do educando ou seja com a própria consciência de aprendizagem individual de cada um Essa categoria é utilizada na área da educação e tornase extremamente importante tendo em vista que a possibilidade que o indivíduo desenvolva sua autoapren dizagem por meio da autonomia que lhe é dada é fundamental para o processo E logicamente os professores devem utilizar das novas tecnologias para ampliar esse processo Logo compreendemos que o processo cognitivo é compreendido como um meio pelo qual construímos o nosso conhecimento e resolver problemas cotidia nos ANDERSON et al 2001 p 89 Na taxonomia há seis categorias que são fundamentais para compreender o do mínio do processo cognitivo Vejamos no Quadro 3 UNICESUMAR 51 Categoria Descrição Conhecimento Definição Habilidade de lembrar informações e conteú dos previamente abordados como fatos datas palavras teorias métodos classificações lugares regras critérios procedimentos etc A habilidade pode envolver lembrar uma significativa quantidade de informação ou fatos espe cíficos O objetivo principal desta categoria nível é trazer à consciência esses conhecimentos Subcategorias 11 Conhecimento específico Conheci mento de terminologia Conhecimento de tendências e sequências 12 Conhecimento de formas e significados relacionados às especificidades do conteúdo Conhecimen to de convenção Conhecimento de tendência e sequência Conhecimento de classificação e categoria Conhecimento de critério Conhecimento de metodologia e 13 Conheci mento universal e abstração relacionado a um determina do campo de conhecimento Conhecimento de princípios e generalizações Conhecimento de teorias e estruturas Verbos enumerar definir descrever identificar denomi nar listar nomear combinar realçar apontar relembrar recordar relacionar reproduzir solucionar declarar distin guir rotular memorizar ordenar e reconhecer Compreensão Definição Habilidade de compreender e dar significado ao conteúdo Essa habilidade pode ser demonstrada por meio da tradução do conteúdo compreendido para uma nova forma oral escrita diagramas etc ou contexto Nessa categoria encontrase a capacidade de entender a informação ou fato de captar seu significado e de utilizála em contextos diferentes Subcategorias 21 Translação 22 Interpretação e 23 Extrapolação Verbos alterar cons truir converter decodificar defender definir descrever distinguir discriminar estimar explicar generalizar dar exemplos ilustrar inferir reformular prever reescrever resolver resumir classificar discutir identificar interpretar reconhecer redefinir selecionar situar e traduzir UNIDADE 2 52 Categoria Descrição Aplicação Definição Habilidade de usar informações métodos e conteúdos aprendidos em novas situações concretas Isso pode incluir aplicações de regras métodos modelos con ceitos princípios leis e teorias Verbos aplicar alterar programar demonstrar desenvol ver descobrir dramatizar empregar ilustrar interpretar manipular modificar operacionalizar organizar prever preparar produzir relatar resolver transferir usar cons truir esboçar escolher escrever operar e praticar Análise Definição Habilidade de subdividir o conteúdo em partes menores com a finalidade de entender a estrutura final Essa habilidade pode incluir a identificação das partes aná lise de relacionamento entre as partes e reconhecimento dos princípios organizacionais envolvidos Identificar partes e suas interrelações Nesse ponto é necessário não apenas ter compreendido o conteúdo mas também a estrutura do objeto de estudo Subcategorias Análise de elementos Análise de relaciona mentos e Análise de princípios organizacionais Verbos analisar reduzir classificar comparar contrastar determinar deduzir diagramar distinguir diferenciar identificar ilustrar apontar inferir relacionar selecionar separar subdividir calcular discriminar examinar experi mentar testar esquematizar e questionar UNICESUMAR 53 Categoria Descrição Síntese Definição habilidade de agregar e juntar partes com a finalidade de criar um novo todo Essa habilidade envolve a produção de uma comunicação única tema ou discur so um plano de operações propostas de pesquisas ou um conjunto de relações abstratas esquema para clas sificar informações Combinar partes não organizadas para formar um todo Subcategorias 51 Produção de uma comunicação original 52 Produção de um plano ou propostas de um conjunto de operações e 53 Derivação de um conjunto de relacionamentos abstratos Verbos ca tegorizar combinar compilar compor conceber construir criar desenhar elaborar estabelecer explicar formular generalizar inventar modificar organizar originar planejar propor reorganizar relacionar revisar reescrever resumir sistematizar escrever desenvolver estruturar montar e projetar Avaliação Definição habilidade de julgar o valor do material pro posta pesquisa projeto para um propósito específico O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser externos relevância ou internos organização e podem ser fornecidos ou conjuntamente identificados Julgar o valor do conhecimento Subcategorias 61 Avalia ção em termos de evidências internas e 62 Julgamento em termos de critérios externos Verbos avaliar averiguar escolher comparar concluir contrastar criticar decidir defender discriminar explicar interpretar justificar rela tar resolver resumir apoiar validar escrever um review sobre detectar estimar julgar e selecionar Quadro 3 Estruturação da taxonomia de Bloom domínio cognitivo Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 422427 e adaptado de Bloom 1956 Bloom 1986 Driscoll 2000 e Krathwohl 2002 UNIDADE 2 54 É importante lembrar que a taxonomia é flexível e deve ser adequada de acordo com as necessidades de cada processo de aprendizagem já que ela permite que os processos de ensino sejam adequados ao processo cognitivo quando necessário A tabela bidimensional a seguir propõe um processo de conhecimento e questões cognitivas como lembrar entender aplicar analisar sintetizar e criar Figura 4 Categorização da Taxonomia de Bloom Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 430 É essencial apresentar a estrutura do processo cognitivo na taxonomia de Bloom sendo assim no primeiro degrau temos o lembrar que está relacionado ao re conhecimento e à reprodução de ideias no segundo o entendimento que está assentado nas conexões que envolvem o novo conhecimento e o conhecimento prévio que o indivíduo possui no terceiro o aplicar que se relaciona à execução de determinados procedimentos em situações específicas e visa abordar uma nova situação nova ao conhecimento no quarto o analisar que se relaciona a dividir a informação em partes relevantes e irrelevantes no quinto o avaliar que determina critérios e padrões qualitativos e quantitativos e por fim no sexto último degrau temos o criar que se refere ao articular elementos com o objetivo de desenvolver uma nova visão e estrutura para a construção de habilidades e competências FERRAZ BELHOT 2010 Vejamos o Quadro 4 no qual apresentamos as mudanças ocorridas nessa escada categorizada 6 Criar 5 Sintetizar 4 Analisar 3 Aplicar 2 Entender 1 Lembrar UNICESUMAR 55 Taxonomia Original Taxonomia revisada Categoria 10 Conhecimento conhecimento específico conhecimento de formas e significado relacionados às especificidades do conteúdo conhecimento universal e abstração relacionados a um determinado campo de conhecimento 11 Conhecimento Efetivo relacionado ao conteúdo básico que o discente deve domi nar a fim de que consiga realizar e resolver problemas apoiados nesse conhecimento Relacionado aos fatos que não precisam ser entendidos ou combinados apenas repro duzidos como apresentados Conhecimento da terminologia e Conhecimento de deta lhes e elementos específicos 12 Conhecimento Conceitual relacionado à interrelação dos elementos básicos num contexto mais elaborado que os discentes seriam capazes de descobrir Elementos mais simples foram abordados e ago ra precisam ser conectados Esquemas estruturas e modelos foram organizados e explicados Nessa fase não é a aplicação de um modelo que é importante mas a cons ciência de sua existência Conhecimento de classificação e categorização Conhecimento de princípios e generalizações e Conheci mento de teorias modelos e estruturas 13 Conhecimento Procedural relacionado ao conhecimento de como realizar alguma coisa utilizando métodos critérios algorit mos e técnicas Nesse momento o conhe cimento abstrato começa a ser estimulado mas dentro de um contexto único e não interdisciplinar Conhecimento de conteú dos específicos habilidades e algoritmos Conhecimento de técnicas específicas e métodos e Conhecimento de critérios e percepção de como e quando usar um pro cedimento específico 14 Conhecimento Metacognitivo relaciona do ao reconhecimento da cognição em geral e da consciência da amplitude e profundi dade de conhecimento adquirido de um determinado conteúdo UNIDADE 2 56 Taxonomia Original Taxonomia revisada Em contraste com o Conhecimento Pro cedural esse conhecimento é relacionado à interdisciplinaridade A ideia principal é utilizar conhecimentos previamente assi milados interdisciplinares para resolução de problemas eou a escolha do melhor método teoria ou estrutura Conhecimento estratégico Conhecimento sobre atividades cognitivas incluindo contextos preferenciais e situações de aprendizagem estilos e Autoconhecimento Quadro 4 Mudanças nas subcategorias do conhecimento Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 428 e adaptado de Driscoll 2000 e Krathwohl 2002 Essas ferramentas apresentadas servem para que você aluno a possa compreen der o processo cognitivo de aprendizagem sempre levando em consideração as habilidades que o aluno possui para organizar o seu raciocínio de maneira que você possa conseguir redirecionar seu conhecimento para resolver problemas reais e situações complexas A seguir apresentamos um quadro que possibilita a percepção da aprendizagem na sua visão de aluno UNICESUMAR 57 Categorias Subcategorias Temas de Análise Métodos de Ensino Método de ensino utili zado pelos professores Aula expositiva estudo de caso avaliações Método de ensino que facilitaria a aprendiza gem Métodos combinados Garantia da aprendiza gem com os métodos utilizados Parcialmente defi ciência da aplicação da teoria na prática Garantiram a aprendi zagem Não garantiram a aprendizagem as aulas são cansativas o professor está desmo tivado Análise das Deficiências da turma na escolha dos métodos de ensi no Não foram conside radas o método de ensino é o mesmo em todas as situações Influência da motiva ção do professor no processo de aprendi zagem A motivação do profes sor afeta a qualidade e a eficácia da apren dizagem a motivação influencia no prazer e dedicação nas aulas maior comprometi mento com o processo de aprendizagem Eficiência dos Métodos de ensino para aplicar no ambiente organi zacional o conteúdo aprendido Pouco eficazes não sabem como aplicar a teoria na prática a me todologia não privilegia a prática UNIDADE 2 58 Categorias Subcategorias Temas de Análise Taxonomia de Bloom Lembrar Os conceitos mais utili zados e mais importan tes foram fixados Entender Apresentam dificul dades para entender conteúdos referentes às matérias da área de exatas não têm dificuldades quando se trata de entender conceitos teóricos métodos diversificados auxiliariam à supera ção das dificuldades a busca contínua por qualificação facilita o entendimento em sala de aula Aplicar Quando demonstra do em sala os alunos conseguem aplicar no ambiente de trabalho Há uma deficiência em relação às demonstra ções práticas Analisar São capazes de anali sar proporciona novas oportunidades de emprego Avaliar Conseguem avaliar si tuações baseados nos conhecimentos adqui ridos amplia a visão no ambiente de trabalho proporciona oportuni dades no emprego UNICESUMAR 59 2 APRENDER A APRENDER O ALICERCE do Processo Educativo Categorias Subcategorias Temas de Análise Taxonomia de Bloom Criar Propõem mudanças nas organizações que atuam desenvolvem a organização O ensino não estimula a criatividade Quadro 5 Aprendizagem na percepção dos alunos Fonte Pinto 2015 p 138 Ao utilizar a metodologia da Taxonomia de Bloom verificase que a sala de aula no século XXI tem como principal agente o aluno e utilizar este processo é refletir no processo real de aprendizagem Assim percebemos que o processo de formação docente precisa enfrentar as questões básicas que tratam sobre as suas habilidades extremamente necessárias para compreender o desenvolvimento de aprendizagem contribuindo para que os alunos compreendam e naveguem em direção à construção do conhecimento O verbo aprender é diferente de compreender isso porque a aprendizagem provo ca mudanças no comportamento e no desenvolvimento do sujeito Esse processo UNIDADE 2 60 provoca reflexõescríticas que possibilitam o fazer pedagógico permitindo que o processo de aprendizagem seja prazeroso Quando falamos de aprendizagem compreendemos que é necessário haver motivação para que o aprender realmente ocorra Assim o processo de aprender a aprender está atrelado à metacognição esse conceito referese ao momento em que o sujeito passa a ter consciência de si próprio De acordo com Beber Silva e Bonfiglio 2014 p 145 Os aspectos conativos de cognição estimulam a confiança a au toestima e o afeto A metacognição é um processo de interação em que os elementos principais são seus próprios processos de apren dizagem que basta o contato com a informação sem necessidade de interagir com ela Logo os estudos sobre os processos cognitivos teve início nos anos de 1970 eles promovem um aprofundamento sobre a questão da metacognição e passam a oferecer alternativas para que professores possam compreender e entender a me lhoria do processo de aprendizagem escolar Podemos dizer que a metacognição é uma teoria que tem contribuído de maneira eficaz para que os professores possam desenvolver competências socioemocionais dando condições para que o aluno possa ampliar seu processo de aprendizagem desenvolvendo cada vez mais competências que estão intrínsecas ao processo de ensinoaprendizagem Assim alunoa quando entendemos os determinantes que estão envoltos na aprendizagem e na metacognição conseguimos possibilitar à nossa futura profissão a autoaprendizagem ou seja é o momento em que desenvolvemos au toconsciência sobre nossas atitudes e ações em sala de aula A partir dessa auto consciência conseguimos superar nossas limitações Ao aprendente cabe desenvolver a autoobservação para despertar suas competências até então adormecidas superando seus receios e obstáculos assim a metacognição é a capacidade de um indivíduo refletir e considerar cuidadosamente os seus processos de pensa mento especialmente quanto à tentativa de reforçar as capacidades cognitivas BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 p 145 UNICESUMAR 61 De acordo com o site Hélio Teixeira a metacognição é definida como um conjunto de co nhecimentos sobre a construção de seus próprios conhecimentos ou seja é o momento em que o indivíduo compreende sua forma de percepção avaliação regulação dos pró prios processos cognitivos Fonte Teixeira 2015 online1 explorando Ideias Ao compreendermos os componentes cognitivos que estão interligados ao pro cesso de aprendizagem estes devem ser observados a partir do princípio de que a metacognição não é sinônimo de eficiência nessa dialética e que a motivação não está no seio da anatomia metacognitiva mas sim que ambos fazem parte do movimento que interfere ou não no processo de aprendizagem emocional Quando um indivíduo entende a forma como a sua aprendizagem acontece isso possibilita que ele apreenda a sua capacidade de construir o seu saber No en tanto para o indivíduo ao estar inserido em determinado contexto é importante que haja o papel de um mediador nesse processo que possibilitará ao indivíduo o acesso a mecanismos de interação proporcionando a ultrapassagem de barreiras resultando em sucesso na aprendizagem Dessa maneira a interação precisa ins tigar o aprendiz e fazer com que ele reflita sobre as possibilidades e os obstáculos que ele precisa ultrapassar para que assim possa adquirir conhecimento Dessa maneira aprender é um movimento de mobilização sistemática cog nitiva que tende a proporcionar modificações nos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo Para os indivíduos quando aprendem de maneira efetiva essa aprendizagem tende a ser duradoura modificando seu comportamento Assim quando acontece transformações no processo de aprendizagem esta é definida por meio de comportamentos do aprendente e da sua forma de pensar Aprender não deve ser confundido com o processo de compreensão isso por que a aprendizagem definese por meio do comportamento dos indivíduos e da maneira como as estruturas cognitivas se materializam em sua mente Por isso aprender não é apenas o processo educacional ou seja está relacionado com di versos contextos da vida dos indivíduos como profissional social político cultu ral dentre outros e para que todos esses contextos se concretizem é importante UNIDADE 2 62 Qual o papel que a metacognição desempenha no processo de aprendizagem A partir de seus conceitos será a metacognição uma forma de os professores e alunos perceberem e atuarem em favor da sua própria aprendizagem verificando que os erros e os acertos são imprescindíveis para o desenvolvimento de competências pensando juntos que o aprendiz utilize técnicas mediadas Se a aprendizagem está relacionada a esse processo a compreensão pressupõe que o indivíduo tenha consciência de seu processo de aprendizagem no momento de resolução de problemas De acordo com Beber Silva e Bonfiglio 2014 a compreensão requer com prometimento do indivíduo com o processo pois ela está relacionada com o tempo a autoestima e a motivação que fazem com que cada indivíduo modifique suas prioridades gerando motivos que antes não existiam Os autores ainda res saltam que o motivo de aprender deve sempre ser ressaltado pois a aprendizagem está repleta de valores que advém de um sistema de recompensas que possibilitam o desenvolvimento de estímulos intrínsecos e extrínsecos Os professores ao criarem uma cultura de aprendizagem permitem a pro moção de ações em que os indivíduos possam sentirse cada vez mais aceitos e recompensados nesse movimento BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 Apren der não deve ser visto como algo mecânico e cheio de protocolos e sim como um caminho prazeroso que dá trabalho mas permite que o indivíduo supere obstáculos e aprenda proporcionando crescimento intelectual e emocional Quando no espaço educacional criase uma cultura de aprendizagem os pro fessores conseguem promover ações para que os alunosas sintamse aceitosas mesmo em meio a erros e recompensados por seus acertos Por isso o processo de aprender é muito mais do que algo mecânico pois o ser humano é o único ser capaz de se desenvolver plenamente principalmente no que tange à questão cognitiva Para Beber Silva e Bonfiglio 2014 em alguns momentos o resultado da cognição está relacionado a um desenvolvimento que não teve eficácia sendo esse o momento em que o indivíduo se sente perdido em seu processo de apren dizagem e compreensão Nesta conjuntura os indivíduos passam a se encontrar em um processo de atraso de desenvolvimento cognitivo fator que marca profundamente seu de senvolvimento podendo afetar todas as suas relações positivas com a aprendi UNICESUMAR 63 zagem Obviamente a aprendizagem é um processo de extrema exigência tanto para o mediador quanto para o aprendiz por isso ser mediador é ser motivador e incentivador aprender a aprender envolve focar a atenção para captar infor mações formular estabelecer e planificar estratégias para lidar com a tarefa monitorizar a performance cognitiva examinar as informa ções disponíveis e aplicar procedimentos para resolver problemas e sua adequabilidade FONSECA 2008 p 163 É extremamente importante romper com os paradigmas que se constroem nes se processo é preciso trazer à tona a reflexão sobre a metacognição como uma maneira de refletirmos sobre o processo de aprendizagem e de regulação dos mecanismos de mediação pois a ação regulatória prevê e estimula a cons trução da aprendizagem desenvolvendo a capacidade para direcionar estratégias fortalecer o enfrentamento das tarefas mais difíceis e ultrapassar os obstáculos BONFIGLIO 2010 p 131 Portanto a metacognição visa proporcionar nos indivíduos não apenas uma maneira de assimilar o conhecimento que lhe é pas sado em sala de aula mas sim desenvolver competências socioemocionais bem como de planificação comunicação informação sistêmica e estruturada BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 O professor deve buscar compreender o estilo e também o perfil cognitivo de seus alunos de maneira que possa estabelecer áreas a serem desenvolvidas e estruturadas construindo atividades que motivem e sustentem as necessidades dos alunos em determinado momento Dessa maneira a metacognição é um processo de aprender a aprender ou seja é construir o conhecimento por meio de produtos cognitivos já existentes a partir daquilo que osas alunosas já sabem a respeito do mundo que os cerca No momento de regulação de seu processo de aprendizagem oa alunoa se deparam com atividades que os remetem a conhecimentos anteriores desafiandoos a uma aprendizagem significativa Figueira 1994 ressalta que a metacognição é uma forma de processar in formações advindas de novas teorias do desenvolvimento cognitivo O autor enfatiza que A metacognição é composta por dois componentes um de sensibi lidade e outro de crenças A sensibilidade diz respeito à necessidade de se utilizar estratégias em tarefas especificas em que 0 sujeito pre cisa saber o que fazer com ela em funcao de seus objetivos A crencga é o conhecimento que a pessoa tem do seu potencial enquanto ser cognitivo atuando como agente de seu conhecimento e os resulta dos que consegue alcangar com este FIGUEIRA 1994 p 64 Por isso realizar interag6es nesse processo de aprendizagem é imprescindivel e to talmente complexo pois compreende 0 conhecimento adquirido ao longo da vida eas tarefas de aprendizagem passam a ser variadas Outra questao que influenciara nesse processo sao as relagées interpessoais as estratégias e as interacées utilizadas pelos professores em sala de aula A Figura 5 demonstra o processo de evolucao do conhecimento ajudando a compreender melhor esse processo Sujeito em face de uma situacado de aprendizagem Atividades cognitivas Produto mental Metacogniao J ReXlexdo sobre Os processos Figura 5 Espiral da evolugdo do conhecimento Fonte Beber Silva e Bonfiglio 2014 p 146 A imagem demonstra que 0 sujeito precisa estar cénscio da capacidade in tra individual de adquirir conhecimento principalmente da nogao de si mesmo pois somente assim ele podera desenvolver habilidades e competéncias socioemocionais compreendendo melhor suas possibilidades e limitacdes quan to ao campo cognitivo BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 p 147 Por isso ao aplicar determinadas atividades aos alunos devese pesquisar qual o conhecimento prévio que eles detém sobre determinado assunto pois isso possibilitara que saibam suas especialidades sua eficacia e sua limitacao no momento da aplicacao da atividade Ao investigar os itens citados 0 professor determina estratégias de aprendizagem que sejam adequadas para que os alunos desenvolvam atividades que serao colocadas em pratica 64 UNICESUMAR 65 O controle e a regulação dos processos de cognição tornam o sujeito ativo no desenvolvimento das atividades independente das expe riências recursos e estratégias utilizadas para aprender O conheci mento metacognitivo coordena e controla de forma efetiva e eficaz as tentativas de aprendizagem levando à resolução dos problemas Quando isto não ocorre o mesmo sujeito experimenta sentimentos de ansiedade diante da tarefa não realizada A existência de feedback interno proporciona um movimento de mudança permitindo ao sujeito agir sobre as sensações para modificar o seu comportamento BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 p 147 A metacognição possibilita ao aluno compreender e se conscientizar sobre sua aprendizagem e se autoajustar para o desenvolvimento de atividades Para Fialho 2001 p 344 o fato real é um só o significado dado pelo observador muda este fato o qual para ser a síntese do objeto em si com o olho da mente do observador Assim quando os alunosas se encontram em sintonia com o professor e com as atividades que este aplicará suas habilidades e potencialidades socioe mocionais entram em sintonia com a metacognição desenvolvendo habilidades múltiplas e adquirindo força intrapsíquica para suportar as pressões psicológicas existentes O professor tem papel importantíssimo no processo da conquista da metacognição pois a promoção de um clima favorável para o desenvolvimento motivacional do sujeito é o que permite a construção de uma aprendizagem sig nificativa O professormediador proporciona vínculos aos alunos despertando autonomia e emoções em seu processo de aprendizagem Logo a aprendizagem acontece por meio de diversas ações que são desencadeadas no âmbito educa cional pois para aprender é necessário aprendêlas É importante destacar também que ao utilizar estratégias de aprendizagem estas permitirão que o professor consiga controlar informações desnecessárias que aparecem ao longo do processo Logicamente há inúmeras maneiras de rea lizar a mediação mas compartilhar desse processo é o meio mais eficaz para se construir uma compreensão da aprendizagem Geralmente os alunos aprendem de maneira melhor quando o mediador dispõe sobre os mecanismos que serão avaliados e isso permite que o professor aperfeiçoe sua forma de ensinar No quadro a seguir apresentaremos ações que são essenciais para tornar o aluno ator de sua aprendizagem UNIDADE 2 66 1 Atentarse para o motivo 2 Partir do conhecimento prévio 3 Dosar com qualidade adequada 4 Condensar os conhecimentos básicos 5 Diversificar as tarefas 6 Planejar situações para recuperação 7 Organizar e ligar uma aprendizagem a outra 8 Promover reflexão sobre conhecimento 9 Proporcionar tarefas cooperativas 10 Instruir planejamento e cooperação Quadro 6 O aluno como autor da aprendizagem Fonte Fialho 2001 p 344 Esse conjunto de ações propostas permite que o aluno compreenda o processo que envolve o desenvolvimento de sua aprendizagem e faz com que ele passe a buscar recursos e desenvolva tarefas que o permita aprofundar seu conheci mento No processo de mediação e aprendizagem Frison 2006 p 282 retrata que o educador inicia o processo de auxiliar o sujeito a aprender melhor fazen do articulações e estabelecendo relações entre os saberes Por isso cabe ao professor como mediador desenvolver a função de facilitador e construtor de estratégias que possibilitem direcionar as tarefas para determinados aprendizes As atividades precisam ser construídas de maneira que possibilitem que os alu nos construam seu próprio conhecimento e desenvolvam atitudes centradas na necessidade de oportunidade e de reflexão crítica sobre o porquê e a forma de como desenvolver determinadas tarefas A construção da autorregulação depende do desenvolvimento de competências que permitem ao aprendiz saber de forma realista o que necessita aprender organizar planejar e desenvolver determi nando objetivos e selecionando estratégias para a realização da ativi dade A autorregulação é um sistema autoorganizado que necessita UNICESUMAR 67 cognição emoção motivação objetivo e motivo para a ação Sendo assim o mediador deve implementar estratégias para estimular o aprender constante de formas diferenciadas onde o aprendiz en contre a melhor forma de fazer para superar os obstáculos BEBER SILVA BONFIGLIO 2010 p 147 Por isso o processo de ensinar significa auxiliar os alunosas na identificação de suas diferenças na forma como fazer pensar e falar De acordo com Simão 2004 a autorregulação acontece por meio de mecanismos intitulados de andaimes facilitadores da aprendizagem que são compreendidos como A acentuar passo a passo a realização da tarefa o que fazer e sua contex tualização objetivando auxiliar o sujeito a construir a reflexão e seus guias pessoais B questionar estimulando o sujeito à autorreflexão e ao diálogo num movi mento de argumentação e análise C levar o aprendiz à cooperação através do partilhar com o outro as ações num movimento de aprender recíproco construindo estratégias pessoais para a aprendizagem D levar o sujeito a formular hipóteses experimentar e confrontar resultados numa atitude investigativa na solução de problemas E analisar os procedimentos e reconhecimento da tarefa valorizando o que foi realizado F apresentar registro do plano de trabalho de forma a controlar o que foi realizado servindo como um plano individual de trabalho G produzir material portfólio como registro do desenvolvimento das ações realizadas mostrando o que foi produzido Figura 6 Andaimes facilitadores da aprendizagem Fonte Simão 2004 p 11 Logo para aprender a aprender o professor deve conduzir o aluno a compreender e vivenciar a relação entre o que fazer para alcançar o como fazer A Figura 7 demonstra como as atitudes do professor frente ao desenvolvimento da apren dizagem possibilita evitar erros nesse processo 4 Atentar o Instruir para o motivo Partir do a planejamento conhecimento Qa x roe 2 e cooperagao prévio Proporcionar Dosagem tarefas com quantidade cooperativas adequada Aprendizagem Promover Condensar os reXlexao sobre conhecimentos conhecimento basicos Organizar e ligar DiversiXcar uma aprendizagem Planeiar Tarefas a outra a nea situagées para recuperagao Figura 7 Atitudes do professor frente a aprendizagem Fonte Beber Silva e Bonfiglio 2014 p 148 A figura demonstra as ag6es que o professor deve promover que podem ser con sideradas aées cognitivascomportamentais que permitem aos alunos construi rem seu conhecimento Para Frison 2006 p 282 as regulacdes sao inerentes a construcao do conhecimento e a passagem da regulacao para a autorregulacao se da através de um processo ativo que envolve uma acao dinamica temporal intencional planejada e complexa Por isso quando o professor identifica as di ficuldades do aluno deve compreendélas como possibilidade de modificar suas estratégias pedagogicas de ensino E um desafio muito grande desenvolver e promover ac6es que possibilitem o aprender a aprender afinal a interacao entre professor e aluno precisa ser muito proxima para que haja promocao de estratégias que facilitam o desenvolvimento da aprendizagem UNICESUMAR 69 3 PRÁTICAS METACOGNITIVAS De Aprendizagem Na atual sociedade transformações técnicocientíficas têm modificado a forma com que ocorrem as relações sociais Em um mundo onde a diversidade é cada vez mais expressa o professor é o sujeito que precisa compreender e se conscien tizar de suas ações para realizar estratégias inclusivas dessa diversidade possibili tando que todos os sujeitos aprendam de maneira significativa Somente quando nos damos conta de como os nossos alunos aprendem é que estaremos aptos a conhecer as principais práticas que auxiliam nesse processo de aprendizagem Os professores são mediadores essenciais no processo de aprendizagem dos alunos e a partir da sua forma de lecionar esse profissional declara seus valores saberes e sentimentos que nortearão sua prática educativa Em nossa memória com certeza temos a imagem de um professora que marcou nossa vida positiva ou negativamente ou que até mesmo inspirounos a chegar nessa profissão Dessa forma é evidente que o professor é o principal profissional que transforma vidas UNIDADE 2 70 Em seu modo de ensinar o professor em alguns momentos pode privilegiar alunos Será que o docente em sua prática pedagógica tende a privilegiar uns em detrimento de ou tros Como lidar com aqueles alunos que não concordam com o método de ensino do professor pensando juntos Como será que nós aprendemos Quais processos de aprendizagem são importantes para se conquistar a aprendizagem Quais estratégias cognitivas podem melhorar esse processo Será o professor o único responsável pela aprendizagem do aluno O que é aprender a aprender pensando juntos Dessa forma o professor como profissional transformador de vidas precisa de senvolver em sua prática estilos de ensinar Mas como assim professora Você como futuro profissional docente não pode limitarse a uma única forma de en sinar é necessário descobrir caminhos que dê mais chances aos alunos de apren derem Descubra estilos de ensinar que possibilitem aos alunos obterem sucesso em sua aprendizagem Mas não esqueçam de que os caminhos pedagógicos que facilitem a aprendizagem precisam estar em consonância com o projeto políti copedagógico do local em que leciona muito deles são baseados em princípios progressistas interacionistas construtivistas históricocultural Os princípios como fim em si mesmos não ensinam e muito menos promovem aprendizagem voltada para a reflexão De acordo com Gadotti 2004 p 8 A escola não deve apenas transmitir conhecimentos mas também se preocupar com a formação global dos alunos em uma visão em que o conhecer e o intervir no real se encontrem No entanto para isso é preciso saber trabalhar com as diferenças reconhecêlas não camuflálas e aceitar que para me conhecer preciso conhecer o outro Isso demonstra que o processo de ensinar deve estar comprometido com o aluno possibilitando que ele aprenda mediante as dificuldades de maneira que atenda às suas necessidades enquanto sujeito em formação UNICESUMAR 71 No meio educacional é normal nos depararmos com alunos que têm diversas dificuldades para compreender e acompanhar alguns raciocínios o que resulta em condutas impróprias no processo de aprendizagem É o momento em que o alunoa passa a repetir constantemente informações quando na verdade o professor espera que esse indivíduo realize assimilações e retenções de informa ções que possibilitemno relacionarse com conhecimentos anteriores Para que o aluno tome consciência do seu papel nesse processo é neces sário que o professor o auxilie na organização de atividades que possibilitem a melhoria dos seus resultados E para que isso ocorra é necessário que o professor conceba o processo de aprendizagem como uma forma estratégica planificada e controlada entre professor e aluno e que isso não se construa apenas em um bimestre mas constantemente ao longo da vida para que dessa maneira possa conscientizarse dos resultados e do processo de ensino que possibilitam enten der os porquês dos resultados adquiridos Portanto é imprescindível que o professor desenvolva práticas educativas relacionadas à metacognição para que no momento da aula o professor não ex plique apenas como os fenômenos acontecem mas sim difunda a importância deles na vida dos alunos Pois além de adquirir conhecimento o aluno precisa entender a importância de ter acesso a este o que o torna mais competente Para Mateos 2001 p 93 as dificuldades que muitas crianças experi mentam na hora de aprender são atribuídas não tanto a falta de competência para executar as estratégias relevantes de uma tarefa como a uma deficiência para produzilas espontaneamente por isso é importante enfatizar as práticas metacognitivas educacionais Flavell 1971 retrata que esse processo significa deficiência de mediação fator que acontece com inúmeros alunos sendo algo biológico pois a criança não nasce com um controle metacognitivo suficiente sendo assim extremamente necessário ensinála Desse modo o processo de ensino baseado na metacognição é uma das possibi lidades para que o aluno se desenvolva explicitamente por meio de estratégias que são específicas para suas necessidades Assim o professor precisa desenvolver ativi dades de aprendizagem diferentes que promovam a solução de problemas para que cada aluno consiga compreender de forma autônoma sua própria aprendizagem Na verdade o ideal é que ao aprender algumas estratégias para a resolução de determinadas tarefas esse aluno precise transferir suas aprendizagens anteriores para essa nova situação Logicamente enquanto professores sabemos que as habi lidades de controle sobre a aprendizagem resultam de um processo objetivo que acontece de maneira gradual e a partir de mecanismos subjetivos de regulação UNIDADE 2 72 A metacognição desempenha um papel importante na aprendizagem por mediar a per cepção sobre os próprios erros e dificuldades tanto em relação a tarefas e conteúdos como em relação a emoções e motivações além do monitoramento e avaliação do de sempenho na tarefa e das estratégias mais eficientes de realizála Fonte Teixeira online 20151 explorando Ideias Controle da Atividade Toda do professor Ensino Explícito Prática Guiada Prática Cooperativa Prática Independente Compartilhada entre Professor e Alunos Compartilhada pelo Grupo de Alunos Toda do Aluno exercidos pelo professor Como diz Mateos 2001 p 102 tratase portanto de ir cedendo ao aluno progressivamente maior responsabilidade para decidir por si mesmo quando como e por que utilizar as diferentes estratégias Assim para que o aluno desenvolva sua autonomia no processo de aprendiza gem é importante que o professor capte o processo de ensino metacognitivo de maneira a direcionar sua forma de ensinar ao considerar as seguintes etapas Figura 8 Processo de Ensino Metacognitivo Fonte Mateos 2001 p 104 No que tange ao ensino explícito precisamos compreender que essa é a primeira etapa pois o ensino é de responsabilidade do professor Cabe a esse profissional apre sentar aos seus alunos as suas estratégias para o desenvolvimento de determinado tema e atividade demonstrando a maneira como aplicará cada uma delas No segundo passo prática guiada o professor compartilhará com os alunos o processo de ensino Após explicar suas estratégias os alunos precisam praticar UNICESUMAR 73 aquilo que lhes foi apresentado e o professor nesse momento tem o papel de apoiador para que os alunos alcancem sua autonomia A prática cooperativa é compreendida como o ensino vivenciado entre os alunos é o momento de controlar as atividades a serem passadas aos gru pos e que consequentemente precisam ser divididas entre os membros do processo Isso possibilita que apareçam novas competências socioemocionais pois potencializa mais consciência e controle dos processos cognitivos é o que conhecemos por metacognição E por fim a prática individual referese às atividades que devem ser assu midas totalmente pelos alunos para que estes ganhem responsabilidades no momento de aplicar estratégias para respondêlas O que pode auxiliar o aluno nesse momento é um guia para ele se questionar sobre o caminho tomado por ele esse guia possui algumas questões para que os alunos de maneira individual façam a si mesmos para que possam regular as situações vivenciadas É im portante destacar que esse guia pode ser elaborado em parceira com os alunos A seguir apresentaremos alguns exemplos de questões que podem auxiliar na construção do guia Durante a resolução de um problema Qual a natureza deste problema Qual resultado quero alcançar com essa atividade De quais informações ou estratégias preciso para conseguir resolvêlo O que estou pensando possibilitame alcançar minhas metas Preciso fazer alguma mudança Na entrega da avaliação Com os apontamentos realizados consegui alcançar a meta estipulada Se não o que não funcionou O que eu preciso melhorar Nas práticas metacognitivas o professor deve possibilitar que o aluno alcance suas metas e é importante oferecer ao aluno oportunidades para que este aplique estratégias aprendidas em situações nunca vivenciadas antes A partir desse mo mento é possível constatar se houve aprendizagem ou não Por isso é importante que os professores também tenham consciência metacognitiva pois é a partir disso que ele estará apto para ensinar seu aluno nesse processo de aprendizagem Para o desenvolvimento desse processo é necessário seguir os passos estipulados por Ontoria 2000 UNIDADE 2 74 a Decida antecipadamente as estratégias que utilizará para aplicar ativida des Explique aos alunos como estes deverão resolver a atividade Faça essa expli cação utilizando exemplos C Proponha exercícios práticos que reforcem sua resolução Avalie sempre os resultados obtidos Frisamos ser extremamente importante que os professores desenvolvam uma prática metacognitiva e que para além de ensinantes sejam aprendentes transfor mando o processo de ensino um momento prazeroso entre alunos e professores CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos realizados nesta unidade tiveram por objetivo discutir os processos que envolvem a aprendizagem cognitiva e o aprender a aprender A metacogni ção ao ser aplicada no processo de ensino e aprendizagem pode auxiliar alunos e professores a desenvolverem competências socioemocionais para lidarem com as adversidades e pressões do ensinar e aprender A aplicação da metacognição auxilia o aluno a regular sua aprendizagem e delimitar estratégias para a resolução de problemas tornandoo cada vez mais independente e assumindo o papel de ator principal do seu processo de aprendizagem Quando o professor delimita objetivos e melhora suas práticas educativas ele tornase agente mediador do processo de aprendizagem dos alunosas Por isso fazse importante que as estratégias metacognitivas sejam implementadas na construção de planejamento educacional das escolas e da sala de aula O professor ao desenvolver esse processo promove relação direta com a aprendizagem e ao utilizar práticas metacognitivas organiza e planeja a aprendizagem do aluno fator que possibilita ao docente verificar qual grupo não está aprendendo e porque além de ensinar aos alunos a se autoavaliarem e a gerenciarem sua aprendizagem Em síntese a metacognição é essencial para o processo de aprendizagem dos educandos a fim de desenvolver uma consciência metacognitiva e socioemocio nal tanto para alunos quanto para professores A aprendizagem metacognitiva ao estar alicerçada em um processo pedagógico e teórico indica que os enfoques educacionais transformam o aluno lento e com dificuldades de aprendizagem em um aluno cada vez mais engajado e que consegue controlar sua aprendizagem 75 na prática 1 Devemos compreender a metacognição como a Fatores que favorecem a aprendizagem b Capacidade do aluno em reconhecer o que aprendeu c Conhecimento do aluno sobre situações problemas d Um saber sobre o processo de compreensão e Um conhecimento sobre os processos mentais de aprendizagem 2 O aprender a aprender é uma competência socioemocional desenvolvida na socie dade do conhecimento Considere as assertivas a seguir I A metacognição visa regular o processo cognitivo dos alunos II O conhecimento prévio é relevante no desenvolvimento da metacognição III Características pessoais e de natureza pertencem à metacognição IV A metacognição se favorece do estímulo de pensamento convergente Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 3 Sobre a metacognição considere as afirmativas seguintes Deve ser pensada como cognições de segunda ordem É apenas um conceito relacionado às funções psicológicas superiores Possibilita realizar a mediação e a percepção sobre os próprios erros Ocorre a partir das relações extrínsecas ao indivíduo em seu desenvolvimento Assinale Verdadeiro V ou Falso F a V F V e F b F V V e F c V V V e F d F F V e V e V V F e V 76 na prática 4 A metacognição é um processo complexo é uma habilidade de regular e conhecer a forma como pensamos Assim com base naquilo que aprendeu explique as duas faces da metacognição 5 Leia com atenção o excerto a seguir Infelizmente é algo que os alunos ainda não conseguem fazer tomar do que estão para compreender de fato como podem isso em seu e não apenas na sala de aula Assinale a alternativa que preenche as lacunas do excerto apresentado a Direcionamentos realizando usar favor b Consciência fazendo aplicar cotidiano c Caminhos realizando aplicar favor d Consciência aprendendo usar cotidiano e Atitudes desenvolvendo aplicar cotidiano 77 aprimorese Discrepâncias entre metodologias vivenciadas em disciplinas de caráter pedagógico e em disciplinas específicas de cunho científico ocorrem frequentemente nos cursos de formação de professores de Ciências Essa defasagem entre o saber e o saber fa zer representa um obstáculo a ser considerado e superado sendo portanto um dos fatores determinantes na automatização de modelos pedagógicos tradicionais trans missivos e centrados no professor que se cristalizam na aprendizagem pelo exemplo As dificuldades de mediação as múltiplas possibilidades de intervenções e seu papel na construção do conhecimento científico a partir do conhecimento prévio do aluno são alguns exemplos de categorias construídas ao longo do processo de análise que permitiram aos EPPs trabalhar em um nível mais complexo de pensa mento a fim de não apenas elaborar estratégias automáticas de ensino mas refletir sobre como e quando utilizálas sendo capazes de avaliar conscientemente o que foi aprendido considerando aspectos de compreensão eficácia e oportunidade de aplicação dos conceitos estudados RIBEIRO 2003 O primeiro referese à categoria Como intervir as múltiplas possibilidades de in tervenção criada por um dos estudantes a partir de sua reflexão a posteriori acerca das diversas possibilidades de intervenção no processo de mediação São descritas duas situações que ilustram as reflexões do EPP sobre as possibilidades de inter venção e a resposta do aluno face à mediação realizada As atividades metacogniti vas de reflexão sobre a ação permitiram assim a conscientização da complexidade do processo de mediação e do potencial criativo inerente ao trabalho do professor frente às tomadas de decisão conforme mostra o discurso do EPP quando diz que as possibilidades de intervenção por parte do professor são múltiplas e embora não exista uma receita unânime esta liberdade de atuação confere à atividade do professor um grande potencial criativo na interação social com os alunos Con forme Lafortune e SaintPierre 1996 p 27 para tomar consciência do nosso pen samento é necessário fazer um retorno sobre os nossos procedimentos ou a nossa atividade cognitiva ser capazes de verbalizar e de fazer juízo sobre a sua eficácia 78 aprimorese Concluise que essa vivência possibilitou um olhar crítico direcionado às situações em sala de aula e uma tomada de consciência acerca do papel do professor como mediador e da complexidade do processo de mediação considerando as múltiplas possibilidades de intervenção e os obstáculos para superação de modelos clássicos de ensino e de aprendizagem Fonte Coelho et al 2012 p 211 79 eu recomendo Race to Nowhere Corrida para Lugar Nenhum Ano 2010 Sinopse Race to Nowhere traz um olhar detalhado sobre as pres sões nos estudantes de hoje oferecendo uma visão íntima da vida repleta de atividades com pouco espaço para lazer ou tem po para a família O filme aborda o lado trágico da nossa cultu ra muitas vezes obcecada com o sucesso com entrevistas que exploram o mundo oculto de horários sobrecarregados suicídio de estudantes fraude acadêmica jovens que desistiram Race to Nowhere per gunta se os jovens de hoje estão prontos para futuro Ouvimos estudantes que sentem que estão sendo empurrados para a beira do precipício educadores que acreditam que os alunos não estão aprendendo nada de substantivo e professo res universitários e empresários preocupados que seus futuros contratados não possuam as habilidades necessárias para ter sucesso no mundo dos negócios paixão criatividade e motivação interna filme 3 O MODELO DE COMPETÊNCIAS Cognitivas PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade As competências socioemocio nais um conceito em questão Formulação de Matrizes de Competências O desenvolvimento de competências socioemocionais em sala de aula OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os principais elementos das competências sociocognitivas Entender quais são as matri zes que tratam das competências Refletir sobre o processo de desenvolvimento de competências socioemocionais INTRODUÇÃO Olá aluno a Este momento é para tratarmos de um assunto que tem sido cada vez mais discutido no âmbito escolar Talvez você não tenha notado mas as atividades que realizamos em nosso cotidiano precisam de nossas com petências e habilidades cognitivas Alguns exemplos que podemos citar são a leitura a escrita e até mesmo o agir mecânico do dia a dia como o uso do celular Mesmo que algumas tarefas não exijam nossa vasta concentração há outras que são necessárias ao processo de aprendizagem cognitiva Por isso é muito importante entendermos seus conceitos e suas definições para conseguirmos desenvolver nossas habilidades e competências tanto na área profissional quanto em nossa vida pessoal As habilidades e as competências a serem desenvolvidas em nossa vida têm sido cada vez mais discutidas nesta sociedade contemporânea fatores que têm marcado cada vez mais as discussões no âmbito educacional e pes soal As questões que envolvem a aprendizagem necessitam de competências e habilidades e esses fatores contribuem no processo de ensino também afinal vivemos em uma sociedade em que o professor não é mais o detentor do conhecimento O ensino a partir de mediações permite que o estudante tenha sucesso em suas ações e participe ativamente das ações cotidianas Assim nesta unidade didática aprenderemos a respeito dos principais elementos que compõem as competências sociocognitivas temática que tem ocupado a centralidade nas investigações sobre as relações humanas contemporâneas Buscaremos verificar como as interações sociais são a mola propulsora para o desenvolvimento cognitivo e de linguagem Em seguida veremos as matrizes que compõem as competências socioemocio nais e como estão interligadas ao sociocognitivismo e por fim a importân cia das competências socioemocionais no processo de ensino e também de aprendizagem dentro da sala de aula Portanto entender o que são as competências cognitivas e as habili dades é o primeiro passo para que possamos modificar nosso processo de ensino e aprendizagem Vamos compreender como isso funciona Sucesso em seus estudos UNIDADE 3 82 1 AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS um Conceito em Questão Nas últimas décadas do século XXI as discussões em torno das competências socioemocionais têm sido cada vez mais marcadas pelas transformações sociais que ocorrem no âmbito do trabalho em nosso cotidiano e até mesmo em nossa infância Sabemos que as informações que nos chegam se propagam rapidamente Mediante a isso enfrentamos algumas problemáticas e uma delas é que as escolas em muitos momentos não têm acompanhado de maneira tão rápida as mudan ças que ocorrem em nossa sociedade Não estamos dizendo que a escola é atrasada e que não se transformou ao longo do tempo não é isso O que queremos dizer é que a escola como uma insti tuição responsável por transmitir os conteúdos historicamente construídos pelo homem tem em muitos momentos não conseguido dar conta desta função e isso só será possível a partir de uma formação de professores que esteja condizente com o movimento de transformações que estamos vivenciando Uma coisa é fato nos dias atuais há profissões que não existiam há dez ou quinze anos como estrategista de mídias sociais e gerente de sustentabilidade São profissões que surgiram devido à necessidade e às alterações tecnológica científicas ocorridas em nossa sociedade nesse período Sabemos que as pro fissões vão se ajustando ao longo da nossa vida e daqui a cinco ou quinze anos outras profissões surgirão e outras serão extintas provavelmente a maioria dessas carreiras utilizarão tecnologias Por isso não há como educar crianças jovens e UNICESUMAR 83 adultos sem habilitálos para enfrentar as situações do cotidiano do século XXI Dessa forma a escola tem desafios a percorrer como investir em habilidades para solucionar problemas processar informações tomar decisões trabalhar em equipe e principalmente lidar com emoções Desde o final do século XX temos percebido que a velocidade com que as in formações chegam até nós é absurdamente rápida As transformações são cada vez mais acentuadas a cada dia que passa bilhões de informações são disseminadas no mundo da tecnologia e com a mesma velocidade elas são esquecidas A Era da Informação é algo que chega a todos de maneira rápida e precisa No entanto ela deixa lacunas as quais precisamos nos atentar E onde fica o conhecimento Para Abed 2014 as transformações que ocorrem na sociedade afetam o ser humano e também a forma como ele se relaciona com as suas necessidades sociais Por isso a sociedade cada vez mais busca respostas da escola em relação ao preparo das crianças para enfrentar uma sociedade que está em constante movimento Na área das ciências humanas o paradigma científico que contribui com as reflexões a respeito do que estamos falando é a pósmodernidade que tem ques tionado as questões que envolvem a ciência moderna Para Kincheloe 1997 o nascimento da ciência moderna acontece com o rompimento da chamada Era das Trevas Essa ciência trouxe luz para um momento em que a Igreja Católica negava e escondia o saber científico e as descobertas realizadas por grandes no mes como Leonardo Da Vinci A Igreja Católica pregava que a única verdade existente era aquela encontra da na Bíblia e isso era disseminado como algo absoluto e incontestável E por longos anos muitas pessoas viram seus experimentos serem negados tanto que um movimento científico nasceu com a necessidade de garantir verdades que possibilitariam o conhecimento a ser disseminado pelo mundo E nesse apogeu de verdades a sociedade foi se transformando até chegar ao período Iluminista A integração entre diferentes perspectivas teóricas do desenvolvimento humano e aprendizagem contribuem para sabermos como isso se desenvolve A primeira perspectiva é de Jean Piaget 18961980 Este foi um estudioso da epistemologia genética ele propunha que a construção do conhecimento ocorre a partir das interações entre sujeitos ativos e o meio em que está inserido e isso ocorre por meio de desequilíbrios e novos equilíbrios A visão interacionista proposta por Piaget quebra com a dicotomia entre sujeito e objeto e passa a dar mais ênfase nas relações dinâmicas entre os aspectos ligados ao sujeito e aos estímulos do ambiente que o cerca E a partir disso a escola UNIDADE 3 84 Piaget em sua abordagem interacionista propõe quatro fatores importantes para o de senvolvimento cognitivo do ser humano maturação experiência ativa interação social e equilibração Fonte a autora explorando Ideias deixa de ser o principal transmissor de conhecimento e assume o papel de um espaço que permite a interação entre sujeito e objeto Logo o professor deixa de ser o detentor do conhecimento para ser o mediador de situações significativas para os alunos Piaget aborda que a questão interacionista está ligada aos fatores orgânicos à heredi tariedade e ao desenvolvimento biológico do ser humano e esses elementos juntos retratam o que ele denominou de maturação Esta permite a construção de estruturas cognitivas já que é por meio dela que é dado o momento de desenvolvimento da criança a maturação fatores herdados coloca amplas restrições ao de senvolvimento cognitivo Estas restrições mudam à medida que a maturação progride A realização do potencial subentendido por estas restrições a qualquer ponto do desenvolvimento depende as ações da criança sobre o seu meio WADSWORTH 1997 p 20 A partir desses aspectos Piaget propôs três tipos de conhecimento o social o físico e o lógicomatemático Logo cada conhecimento requer do ser humano uma qualidade diferente de experiência ativa como forma de interagir com outros objetos e pessoas O primeiro conhecimento que é o físico referese ao momento em que o in divíduo se apropriará de características dos objetos isso quer dizer que a fonte que envolve esse conhecimento localizase no objeto e no processo de aprendizagem que ocorre por meio do contato direto com o outro e com os objetos O segundo conhecimento que é o social está intimamente ligado aos conteúdos que o in divíduo adquire por meio da cultura e das relações sociais que ele estabelece com outras pessoas O terceiro e último conhecimento referese ao lógicomatemático em que a sua principal fonte é a própria mente humana nós somos capazes de construir relações lógicas entre objetos e pessoas classificandoas ordenando e organizando os dados da realidade UNICESUMAR 85 Será que o nosso aprendizado é determinado por fatores inatos ou ambientais pensando juntos Dessa maneira sabemos que a interação social acontece como uma forma de intercâmbio e troca de experiências entre as pessoas e ela é extremamente im portante para o desenvolvimento de conhecimentos sociais Logo entendemos que a interação social é fundamental para que ocorra os desequilíbrios necessá rios e que contribuem para o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas Nesse sentido diversas perspectivas filosóficas contribuem para entendermos o que é o conceito de habilidades e competências sociocognitivas Além de nos auxiliar no entendimento contribui para estabelecermos sentido daquilo que vemos na teoria com o entorno sociocultural de nossa prática cotidiana Os pressupostos filosóficos de que a linguagem teria alguma representativi dade nas estruturas lógicas que a nossa mente constrói advém desde o século XIX E a partir desse momento compreendeuse que a linguagem faz parte de uma das estruturas fixas e universais que há em nossa mente que em muitos momentos extrapola a nossa própria linguística As mudanças estruturais que ocorreram no âmbito da tecnologia e da socie dade no século XX também trouxeram mudanças na concepção das compe tências Isso porque era necessário definir como que o processo de aprendiza gem acontecia já que ficou comprovado que o homem não é uma tábula rasa pois este ressignifica suas experiências ao longo de sua vida Nesse sentido o estruturalismo linguístico americano por exemplo ressaltou que o behavioris mo possibilitaria adquirir respostas de como acontece o desenvolvimento das competências e habilidades HABILIDADES TREINAMENTO APRENDIZADO CONHECIMENTO EXPERIÊNCIA UNIDADE 3 86 Os defensores da inserção do desenvolvimento das habilidades e competên cias socioemocionais dizem que é necessário formar o homem em sua totalidade e para isso é necessário desenvolver métricas e taxonomias que contribuam significativamente para a modernização da educação com exclusivo objetivo de preparar os indivíduos para as questões do século XXI As competências cognitivas fazem parte de uma preparação para a sociedade pois permite que os indivíduos aprendam a ler extrair ideias resolver problemas e articular operações As competências cognitivas também permitem desenvolver sociabilidade responsabilidade e tolerância desempenham um papel importante quando indivíduos traba lham em equipe atingem metas e lidam com emoções E são impor tantes em todos os estágios da vida Por exemplo controlar emoções pode contribuir para evitar que crianças interrompam a aula ou percam um amigo A mesma competência pode ajudar a impedir que um adolescente abandone a escola use drogas ou pratique sexo desprotegido Estudos empíricos sugerem que conscienciosidade sociabilidade e estabilidade emocional estão entre as mais impor tantes competências socioemocionais cujo desenvolvimento bene ficiaria crianças jovens e sociedades em geral OECD 2014 p 3 As competências cognitivas são multidimensionais o que permitem serem de senvolvidas ao longo de nossas vidas Por isso é importante estimular as compe tências socioemocionais desde a primeira infância pois estas vão se adaptando ao longo da nossa vida e formando sujeitos cada vez mais flexíveis Apre sentaremos no Quadro 1 as definições gerais de competências e habilidades sociocognitivas Competências Habilidades idade I Dominar linguagens dominar a norma culta da língua por tuguesa e fazer uso das linguagens matemática artística e científica 0106 anos de idade 1114 anos de idade UNICESUMAR 87 Competências Habilidades idade II Compreender fenômenos construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para compreensão de fenômenos natu rais de processos históricogeográ ficos da produção tecnológica e das manifestações artísticas 01 ano de idade 0718 anos de idade 2021 anos de idade III Enfrentar situaçõesproblema selecionar organizar relacionar e interpretar dados bem como infor mações representados de diferen tes formas para tomar decisões e enfrentar situaçõesproblema 0104 anos de idade 07 anos de idade 1213 anos de idade 1521 anos de idade IVConstruir argumentações e relacionar informações representa das em diferentes formas e conhe cimento disponíveis em situações concretas para construir argumenta ção consistente 03 anos de idade 06 anos de idade 1321 anos de idade V Elaborar propostas e recorrer aos conhecimentos desen volvidos na escola para a elaboração de propostas de intervenção soli dária na realidade respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural 0321 anos de idade Quadro 1 Matriz de Competências e Habilidades Cognitivas Fonte adaptado de INEP 1999 Desse modo é possível compreender as competências sociocognitivas como uma forma de modalidade que tende a estruturar a inteligência a fim de estabelecer re lações sociais pois as habilidades socioemocionais estão intrínsecas ao saber fazer No saber fazer são propostas cinco competências de maneira geral como dominar linguagens compreender fenômenos enfrentar situaçõesproblema construir argumentações e elaborar propostas A partir disso é possível definir UNIDADE 3 88 O termo cognitivo vem do latim e significa conhecer O conceito de cognição tem sido construído com base em um conjunto de elementos obtidos desde simples observações de comportamento até inferências sobre os mais altos níveis de raciocínio humano Fonte Ranhel 2011 explorando Ideias 21 habilidades que consistem em utilizar recursos naturais conhecer os pro cessos vitais de um ponto de vista sistêmico conhecer conceitos matemáticos e estatísticos e conhecer processos sociais e econômicos históricogeográficos Este processo tem sido classificado dentro de três correntes teóricas a psicométrica a desenvolvimentista e a abordagem do processamento humano da informação Es sas correntes teóricas são o que sustentam a questão da competência sociocognitiva PSICOMÉTRICA A abordagem psicométrica visa definir a questão da inteligência e sua forma de organização Para os teóricos como Almeida 1988 ela se torna vulnerá vel às críticas de que somente investigase as diferenças individuais e não a questão do processo cognitivo DESENVOLVIMENTISTA Esta teoria baseada nas perspectivas de Piaget e Vygotsky busca definir na verdade as estruturas da inteligência e sua dinâmica no desenvolvimento do homem bem como busca mostrar os avanços também pois descreve como acontece o processo cognitivo e os relaciona aos diferentes estágios do de senvolvimento humano ABORDAGEM DO PROCESSAMENTO HUMANO DA INFORMAÇÃO A abordagem mais marcante para a questão das competências cognitivas é o processamento humano da informação que investiga detalhadamente os processos cognitivos que se envolvem nos testes de psicometria UNICESUMAR 89 Dessa forma o desenvolvimento cognitivo não ocorre de maneira individual ele é uma construção coletiva em que é necessário que haja um mediador no caso o professor para guiar a direção das habilidades que serão desenvolvidas com determinados conhecimentos inseridos em sua cultura E você pode se perguntar o que é interação social professora De acordo com Moreira 1999 a interação social ocorre a partir do contato de duas pessoas que iniciam um debate e essa comunicação possibilita a cada indivíduo experiências e conhecimentos Assim podemos compreender o desenvolvimento cognitivo como um estágio do desenvolvimento que acontece pela interação do indivíduo com o meio social em que este está inserido fator que é inerente a todo ser humano O desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sociais em funções mentais Não é por meio do desenvolvimento cog nitivo que o indivíduo se torna capaz de socializar é na sociali zação que se dá o desenvolvimento dos processos mentais supe riores MOREIRA 1999 p 110 Logo o desenvolvimento das competências cognitivas está relacionado ao desen volvimento dos processos mentais superiores que envolve linguagem pensamen to e comportamento volitivo Os processos mentais superiores que contribuem para o desenvolvimento das competências cognitivas são exclusivos da espécie humana Para Serson 2007 online² a espécie humana é capaz de desenvolver raciocínio e linguagem processos cognitivos inferiores como percepção e motri cidade Portanto o desenvolvimento das funções psicológicas superiores ocorre por meio do desenvolvimento cultural VAN DER VEER VALSINER 1999 Podemos dizer aluno a que as relações sociais que são construídas ao lon go da vida são mediadas por instrumentos e também signos que vão se recons truindo internamente Existem três tipos de signos 1 indicadores 2 icônicos e 3 simbólicos Esses instrumentos e signos foram criados por nossa sociedade ao longo da história e tem por intenção modificar e também influenciar o de senvolvimento sociocultural dos indivíduos Para Vygotsky 1998 é por meio da internalização de signos que são produzidos pela humanidade ao longo da história que temos o desenvolvimento cognitivo assim a combinação de sig nos e instrumentos permite que o ser humano desenvolva suas funções mentais UNIDADE 3 90 superiores Logo esse processo pode ser considerado interpsicológico e intrap sicológico É importante ressaltar que o instrumento também tem uma função neste momento A função do instrumento é servir como um condutor da influência humana sobre o objeto da atividade ele é orientado externamente deve necessariamente levar as mudanças nos objetos Constitui um meio pelo qual a atividade humana externa é dirigida para o con trole e domínio da natureza O signo por outro lado não modifica em nada o objeto da operação psicológica Constitui um meio da atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo o signo é orientado internamente Essas atividades são tão diferentes uma da outra que a natureza dos meios por elas utilizados não ser a mesma VYGOTSKY 1998 p 72 É dessa maneira que o indivíduo começa a captar os significados socialmente construídos e compartilhados pela humanidade Para Coll et al 2000 nesse processo há a proporção da responsabilidade que é conhecida como a metáfora do andaime que consiste no caráter necessário de o professor auxiliar os alunos em sala de aula para que consigam construir seus conhecimentos Figura 1 Estrutura básica de ambientes educativos que correspondem à metáfora andaime Fonte Coll et al 2000 p 183 Promoção da responsabilidade ao fazer a tarefa Total do professor Ensino Modelagem Demonstração Etc Prática ou aplicação Compartilhada Total do aluno Prática orientada Abandono gradual da responsabilidade UNICESUMAR 91 A Figura 1 permite compreendermos que as ajudas na construção do conhe cimento são extremamente necessárias pois sem o auxílio o conhecimento dificilmente seria construído Isso porque a ajuda andaime deve ser retirada à medida que o indivíduo assume autonomia e controle sobre a sua aprendizagem A ideia de andaime para a construção da aprendizagem tornouse proposta de metodologia didática É um modelo delineado para ensinar aos alunos estratégias básicas para desenvolver competências educacionais A partir desse momento o alu no pode tornarse condutor das discussões que são desenvolvidas em sala de aula e com as intervenções o professor tornarse mediador do processo de aprendizagem As competências cognitivas detêm conceitos psicológicos que estão aliados ao comportamento do homem em três momentos 1 O comportamento humano emana do cérebro 2 O córtex cerebral controla as funções específicas da ação humana pois o cérebro não é um órgão único mas dividido em regiões e 3 As funções mentais se desenvolvem por meio do uso do nosso cérebro que é um músculo que cresce com exercícios KANDEL 2003 Figura 2 Faculdades Intelectuais e Emocionais do Córtex Cerebral Fonte Nogueira 2011 p 125 Antecipação Planejamento motor Movimentos oculares Atenção visuospacial Raciocínio fgurativo e analítico Memória operacional espacial Memória operacional de objetos Cálculos matemáticos Olfação Olfação Préativação semântica Reconhecimento de faces Reconhecimento de objetos Percepção de cores Percepção de movimentos Percepção de velocidade Visão analítica Atenção visuospacial Atenção visuospacial Sensações corporais Aproximações matemáticas Raciocínio analítico Prazer tátil Antecipação da dor Julgamento moral Motricidade Compreensão linguística Dor Audição UNIDADE 3 92 2 FORMULAÇÃO DE MATRIZES de Competências A Figura 2 mostranos que o desenvolvimento das nossas competências cogni tivas está relacionado às faculdades intelectuais e emocionais pois todo o desen volvimento de nossa vida ocorre a partir dos processos mentais que acontecem por meio de combinações de conduta social e funções neurais Por isso o uso das competências cognitivas no âmbito da educação tem ocasionado cada vez mais discussões pois o intuito é entender e desenvolver o ensino organizar a aprendizagem dos estudantes e balizar a avaliação SACRISTÁN 2011 p 13 O século XXI tem sido um momento de preparação de crianças e jovens para os desafios que a sociedade pósmoderna tem preparado Assim é preciso criar condições para que estes indivíduos desenvolvam competências para obter suces so em suas ações acadêmicas profissionais e até mesmo pessoal em um mundo que está cada vez mais exigente As competências estão relacionadas às questões psicológicas cognitivas como apresentamos anteriormente Essas competências têm sido cada vez mais disseminadas no meio educativo e se relacionam às questões de domínio de linguagem e de questões matemáticas Muitas vezes esses fatores não se encontram adequadamente no currículo das UNICESUMAR 93 escolas mas são imprescindíveis para o desenvolvimento total do indivíduo e para que todos nós possamos contribuir com o progresso social e econômico do nosso país As competências cognitivas e socioemocionais são consideradas como questão de persistência responsabilidade cooperação e resiliência Não podemos negar que elas têm sido cada vez mais importantes para obtermos bons resultados nas diversas áreas de nossa vida bem como conquistar bemestar individual e coletivo Não é novidade para os educadores que é importante aos estudantes torna remse cada vez mais focados e confiantes no processo de aprendizagem pois isso permite que aprendam mais tornemse mais persistentes e resilientes e se comprometam com o processo de aprendizagem ao longo da vida Carvalho 2015 afirma que a questão da aprendizagem dos conteúdos curriculares não relaciona apenas às competências ligadas ao raciocínio e à linguagem é preciso envolver nesse processo motivação emoção e criatividade pois essas competên cias permitem modificar todas as formas tradicionais do pensamento O desenvolvimento socioemocional para o aprendizado é extremamente importante Assim podemos dizer que as competências socioemocionais são variadas em amplas abordagens e estas visam desenvolver qualidades que per mitam os indivíduos a sobreviverem prosperarem e abrangerem questões como otimismo coragem habilidades interpessoais perseverança responsabilidade e altruísmo SELIGMAN CSIKSZENTMIHALYI 2000 E com as transformações sociais que têm acontecido ao longo dos últimos anos temos verificado novos paradigmas pedagógicos que contribuem para mudanças nas políticas educacio nais e no papel dos educandos BEHRENS 2007 Para construir matrizes de competências é preciso primeiramente romper com as práticas tradicionais da educação afinal de contas o educando não é mais aquele que aceitava tudo passivamente Vivemos um momento em que os indivíduos são cada vez mais ativos em sua aprendizagem já que têm acesso a informações de modo rápido por meio de seus smartphones Esse processo de mudanças sociais e educativas acontece em um momento que a sociedade tem se transformado para ampliar a fusão de ideais que superem aquela visão tradicionalista E sob este as pecto temos a influência da epistemologia genética advinda de Piaget e a partir deste fundamento Emília Ferreiro sua pupila que desenvolveu o Construtivismo As preocupações de Ferreiro 1985 estreitavamse com a questão da compe tência em crianças e como isso poderia interferir na aprendizagem A autora ela borou hipóteses que lhe permitiam reconhecer os intercâmbios entre linguagem e UNIDADE 3 94 Para que uma proposta construtivista possa se realizar em sala de aula o professor pre cisa ser tão ativo quanto seus alunos tão criativo quanto eles deve estar tão interessa do em ajudálos quanto eles em aprender coisas novas Os professores que começam a entender a alfabetização como um processo falam menos e escutam mais e escutar é infinitamente mais importante do que falar Fonte Ferreiro 1985 explorando Ideias escrita Ferreiro 1985 buscava delimitar a universalização do processo de ensino e aprendizagem pois para ela a escrita era o principal objeto de conhecimento da criança e que permitiria a construção de competências mais dinâmicas A autora também retrata que neste período é o momento em que há uma ruptura do papel centralizador do professor na aprendizagem Assim podemos observar que o Construtivismo não é apenas um método de prática pedagógica mas sim um instrumento que contribui para o processo de desenvolvimento e formulação de competências cognitivas e socioemocionais Nesse sentido o Construtivismo influencia na definição de objetivos direcio nados para a educação formal e para as intervenções pedagógicas pois o aluno precisa construir seu próprio conhecimento SILVA 2017 O construtivismo propõe uma parceria ativa e troca de informações entre pro fessor e aluno assim a aquisição de competências não está no ato apenas de decifrar situações mas sim de participar ativamente da solução individual e coletiva destas Compreendese que o construtivismo permite fundamentar as competências socioemocionais e cognitivas pois ele permite aprofundar os es quemas modulares das aulas em que o professor é o agente transmissor do saber Esse saber teóricoprático que ocorre na aula precisa de indivíduos que estejam em constante formação Para Ferreiro 1985 a construção das competências ocorre em cinco fases separadas didaticamente de maneira dinâmica e simultânea Para a autora o convívio com o domínio da linguagem desde a mais tenra idade permite que os indivíduos produzam sentido e significado para esta Assim entender o processo de construção do domínio da língua só é possível a partir do momento que a produção da linguagem passa a ter sentido e significado Vale dizer que o domínio da linguagem é o fator principal para o processo de aquisição de competências UNICESUMAR 95 assim o indivíduo ao dominar a linguagem escrita acede a um novo espaço de poder pois a língua escrita em nosso sistema simbólico está articulada por sinais gráficos SILVA 2017 Assim a pedagogia das competências surge para contribuir com os recursos cognitivos que se apresentam em forma de saberes capacidades e habilidades GENTILE 2000 Portanto as competências cognitivas e socioemocionais de vem ser entendidas como potenciais a serem desenvolvidos em um contexto de relações sociais que contribuirão para o desenvolvimento social cultural econômico e político de uma sociedade Por isso a questão da aprendizagem tor nase um denominador comum para o desenvolvimento das competências pois inclui a informação verbal as habilidades intelectuais as estratégias cognitivas as atitudes e as habilidades motoras E são esses elementos que contribuirão para a formulação de diretrizes e parâmetros curriculares GAGNÉ 1976 Salientamos que a teoria curricular nesse processo é construída com base na pluralidade de linguagens e discursos bem como envolve nesse momento as relações sociais as ações e as questões práticas KEMMIS 1998 Assim aluno a é necessário que você inclua em seus compromissos de aprendizagem um conjunto de conhecimentos habilidades e atitudes que possam lhe assegurar a construção de conhecimentos científicos técnicos profissionais e pessoais Lem brando que essa ação além de ser mediada e incentivada por professores ao longo do seu curso deve ser uma cobrança advinda dos educandos já que em muitos momentos perdese de vista essa questão da interdisciplinaridade e o desenvol vimento das competências em cada componente curricular É compromisso dos cursos de Licenciatura e das UniversidadesFaculdades incentivar o comprometimento com a cultura e com a responsabilidades social de maneira crítica e autônoma CASTANHEIRAS CERONI 2008 Por isso é imprescindível considerar a avaliação da aprendizagem como parte integrante do desenvolvimento do processo educativo e da construção de compe tências uma vez que os instrumentos avaliativos precisam estar em consonância com as políticas educacionais e as propostas pedagógicas dos cursos de gradua ção assim a principal finalidade dessa avaliação é aferir se as competências cog nitivas e socioemocionais foram aferidas no momento do ensino A avaliação deve então servir de orientação para que o professor possa realizar os ajustes necessários ao seu fazer didático de ma neira a transformar as dificuldades em momentos de aprendiza UNIDADE 3 96 Você procura saber se em seu curso as avaliações que são aplicadas contribuem para sua formação enquanto profissional apto para solucionar problemas ou são somente para atribuir nota e fazer você estudante avançar em seus estudos pensando juntos gem para seus alunos Nessa perspectiva a avaliação tornase um instrumento privilegiado de uma regulação contínua das diversas intervenções e das situações didáticas PERRENOUD 1999 p 14 Assim as atividades que são propostas no contexto da pedagogia de competên cias precisam proporcionar aos educandos as mais variadas situações que en volvam diferentes complexidades e favoreçam o desenvolvimento da capacidade de lidar com problemas As competências e habilidades precisam ser elaboradas pelos docentes com base no perfil profissional dos alunos para quem ele ministrar aulas bem como estar de acordo com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação Sen do necessário considerar os seguintes pressupostos competências são traduzidas em domínios práticos das situações cotidianas que necessariamente passam compreensão da ação em preendida e do uso a que essa ação se destina Já as habilidades são representadas pelas ações em si ou seja pelas ações determinadas pelas competências de forma concreta PERRENOUD 1999 p 152 Fazse necessário que os docentes tenham conhecimento das competências que desenvolverão com seus educandos já que o processo de relações sociais se cons trói à medida que as práticas pedagógicas estão associadas aos valores culturais sociais éticos e políticos pois as competências são ações mobilizadoras de sa beres e recursos Por isso as avaliações por competências precisam ser desenca deadoras de pensamento crítico porque proporcionam momentos para que o processo de argumentação fundamentada cientificamente seja exercido Dias Sobrinho 2005 destaca que a avaliação tem por função questões éticopolíticas na formação dos indivíduos por isso é importante delimitar temas que visem à emancipação social e à democracia UNICESUMAR 97 A avaliação da aprendizagem é considerada um instrumento para o desenvol vimento das competências sendo a partir dela que podemos coletar informa ções que contribuam na melhoria do ensino e da aprendizagem dos educandos Para oa aluno a a avaliação servirá como bússola para que o professor se mantenha fiel na rota estabelecida no plano de ensino da disciplina Logo as competências e as habilidades tornamse as mediadoras do processo de ensino e aprendizagem contribuindo para os diagnósticos não somente das dificul dades referentes aos conteúdos que os educandos enfrentam mas também daquelas que dizem respeito ao processo de interpretação de situaçõesproblema e da aplicação de conteúdos no âmbito da avaliação gestão e tomada de decisões SILVA 2017 As transformações sociais políticas econômicas tecnológicas e culturais ao longo das décadas promoveram uma série de mudanças no processo de ensino e de aprendizagem Os novos desafios que envolvem a formação de indivíduos competentes estão atrelados ao quadro teórico de uma educação voltada para o século XXI assentada nos pilares para a educação Aprender a Conhecer Apren der a Fazer Aprender a Ser e Aprender a Conviver Esses pilares proliferam iniciativas para que possamos desenvolver compe tências que nos auxiliem a alcançar o sucesso pessoal e profissional Logo o uso dos pilares no processo de ensino e aprendizagem permite que novas formas de interação e produção do conhecimento sejam construídas e mais faz com que tanto alunos quanto professores desenvolvam habilidades de construir seus conhecimentos com base nas necessidades do mundo pósmoderno Segue um quadro que resume as principais competências globais para o sé culo XXI veja a seguir Aprendizado e inventividade 1 criatividade e inovação 2 pensamento crítico e resolu ção de proble mas Formas de Pensar 1 criatividade e inovação 2 pensamento crítico resolução de problemas e tomada de decisão 3 aprender a aprender e me tacognição 1 aprender a aprender UNIDADE 3 98 3 comunicação e colaboração Formas de Tra balhar 4 comunicação 5 colaboração 6 trabalho em equipe Interagir com grupos hetero gêneos 1 relacionarse com os outros 2 trabalho cooperativo em equipe 3 arbitrar e resolver conflitos 2 comunicação na língua nativa 3 comunica ção em língua estrangeira Informação Mídia e Co nhecimento Tecnológico 7 alfabetização informacional 8 alfabetização em mídia 9 alfabetização tecnológica Ferramentas para o traba lho 6 alfabetização informacional 7 alfabetização tecnológica Usar ferramen tas interativa mente 4 usar textos e símbolos de linguagem inte rativa 5 usar conheci mento e infor mação interativa 6 usar tecnolo gia interativa 4 competência matemática e competência bá sica em ciência e tecnologia 5 competência digital Talentos para a carreira e para a vida 10 flexibilidade e adaptabilidade 11 iniciativa e autodetermina ção 12 habilidade social e multicul tural 13 produtivi dade e prestar satisfação 14 liderança e responsabilida de Viver no Mun do 8 cidadania 9 carreira e vida 10 responsabi lidade pessoal e social Agir de forma autônoma 7 agir conside rando o contex to mais amplo 8 formar e con duzir os planos de vida e proje tos pessoais 9 defender e afirmar direi tos interesses limites e necessi dades 6 competência cívica e social 7 senso de iniciativa e em preendedorismo 8 consciência sensibilidade e expressão cultural Quadro 2 Panorama das competências para o século XXI Fonte Santos e Primi 2014 p 15 UNICESUMAR 99 O pioneirismo da teoria Big Five é atribuído a Gordon Allport e colegas em meados dos anos 30 influenciados pela hipótese léxica de Francis Galton segundo a qual as dife renças individuais mais importantes deveriam estar presentes na linguagem cotidiana A partir dos anos 60 com grandes amostras provenientes da aplicação de diversos testes de personalidade e reanálises dos estudos de Cattell diversos autores encontraram que cinco fatores principais explicavam a maior parte da variação existente nos testes Fonte Santos e Primi 2014 p 17 explorando Ideias O quadro demonstra que as competências listadas estão diretamente ligadas com as chamadas soft skills HEFFRON 1997 bem como o conceito de capi tal social PUTNAM 1995 Compreendemos que esses conceitos abrangem as capacidades sensíveis a experiências no processo de relações humanas Outra evidência são as características socioemocionais sobre as relações e a vida pessoal dos indivíduos De acordo com Santos e Primi 2014 há um consenso sobre a análise da personalidade humana já que esta é constituída por cinco fatores conhecidos como Big Five abertura de novas experiências extroversão amabi lidade conscienciosidade e estabilidade emocional Sabemos que há a utilização de escalas matrizes e testes para medir os aspectos que envolvem as competências socioemocionais que se relaciona com o domínio do Big Five Apresentamos o quadro de domínios de personalidades e suas facetas mediante o Big Five Atributo Descrição no dicioná rio Facetas Atributos relaciona dos Atributos de tempe ramento na infância Abertura de experiências Tendência a ser aberto a novas ex periências estéticas culturais e intelectuais Imaginativo artístico ex citável inte resse amplo curioso não convencio nal prazer em atividades de baixa intensidade curiosidade sensibilida de UNIDADE 3 100 Atributo Descrição no dicioná rio Facetas Atributos relaciona dos Atributos de tempe ramento na infância Consciencio sidade Tendência a ser or ganizado esforçado e responsável Eficiente organizado não espe ra ajuda batalha por objetivos disciplina deliberação firmeza de caráter per severança postergar recompensa controle de impulsos planejar e batalhar por objetivos ambição e ética no trabalho atenção concentra ção em penho em controlar atitudes controle de impulsos persistência Extroversão orientação de inte resses e energia em direção ao mundo externo e pessoas e coisas ao invés do mundo interno amigável sociável au toconfiante energético aventureiro entusiasma do Dominância social vitalidade social timidez atividade emotividade positiva sociabilidade busca de sensações Amabilidade Tendência a agir de modo coo perativo e não egoisti camente Tolerância objetividade altruísmo obedecer modéstia docialidade Empatia Olhar dife rente Cooperação Competitivi dade Irritabilidade Agressivida de Boa Vontade Disponibili dade UNICESUMAR 101 Atributo Descrição no dicioná rio Facetas Atributos relaciona dos Atributos de tempe ramento na infância Estabilidade emocional Previsibi lidade e consistência de reações emocionais sem mudan ças bruscas de humor Ansiedade Hostilidade Depressão Tímido Impulsivida de Otimismo Lócus De Controle Autoestima Autoeficácia Medo Timidez Irritabilidade Frustração Tristeza Quadro 3 Domínios de Personalidade e Facetas Fonte Santos e Primi 2014 p 18 O domínio destes pressupostos do Big Five permite que o indivíduo se abra para novas experiências esteja aberto a novas experiências estéticas culturais e inte lectuais Dominar esses elementos é o primeiro passo para o desenvolvimento das competências cognitivas e a escola tem papel fundamental no desenvolvimento socioemocional aliada aos professores devese buscar o sucesso individual e coletivo por meio do desenvolvimento de competências socioemocionais UNIDADE 3 102 3 O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS Socioemocionais em Sala de Aula As competências socioemocionais estão atreladas à psicologia positiva e focam nas questões do desenvolvimento de qualidades que contribuem com o desen volvimento dos indivíduos mas os ensina não apenas a resistir e a sobreviver às adversidades da vida mas sim ir além prosperando sendo otimista corajoso desenvolvendo habilidades interpessoais perseverante responsável e altruísta SELIGMAN CSIKSZENTMIHALYI 2000 Dessa maneira o desenvolvimento de competências contribui para o desen volvimento de forças humanas para eliminar fraquezas que acometem os homens Para Willemsens 2016 é necessário elevar as forças humanas como caráter persistência amabilidade inteligência social autorregulação e gratidão e elas precisam estar agrupadas com as virtudes principais como sabedoria coragem honestidade e conhecimento Essas questões promovem o desempenho pessoal e organizacional a partir do desenvolvimento de virtudes que visam estimular forças humanas resiliên cia e vitalidade É importante destacar que as competências socioemocionais estão envolvidas com o conceito de capital psicológico e este é constituído por recursos psicológicos positivos que envolvem autoeficácia esperança otimismo e resiliência LUTHANS et al 2007 Esses atributos passam a ser consagrados pela literatura das competências socioemocionais e isso passa a refletir no quanto o indivíduo acredita ter controle ou não sobre os eventos que ocorrem em sua vida Outro fator contribuinte é a inteligência emocional UNICESUMAR 103 De acordo com Goleman 1996 as inteligências emocionais preparam o corpo para diferentes tipos de resposta como raiva medo felicidade amor sur presa repugnância e tristeza Essas tendências que são totalmente biológicas são cada vez mais moldadas pelas experiências que vamos adquirindo ao longo da vida e pela cultura A evolução humana fez com que as forças emocionais se formassem de acordo com a realidade mais dura com que os seres humanos viviam E com a evolução do nosso cérebro antigos centros de emoção torna ramse suficientemente grandes para melhorar nosso cérebro Nesse sentido a questão da personalidade foi sendo incorporada a cinco grandes domínios como conscienciosidade estabilidade emocional amabilidade extroversão e aberturas a novas experiências GOLEMAN 1996 Assim o debate sobre as competências socioemocionais vai ganhando estru turas conceituais que permitem serem desenvolvidas em sala de aula e sua ênfase é dada no processo de soluções de problemas As competências e habilidades sociais e emocionais precisam ser desenvolvidas não somente na escola mas também em todas as áreas da vida logo sabemos que as competências podem ser aprendidas da mesma maneira que saber ler e escrever pois educar o coração é tão importante como educar a mente UNESCO 1996 p 13 Educarse emocionalmente é uma forma de se desenvolver para o mundo e para a vida pessoal Esse processo pode acontecer de maneira sistemática no âmbito da escola logo criar um ambiente que propicie o aprendizado é um dos elementos centrais desta Esse ambiente precisa ser seguro respeitoso solitário e bem gerenciado bem como a consideração de que trabalho conjunto da escola pais e sociedade tem um papel significativo no desenvolvimento e na ges tão correta das emoções e relações WILLEMSENS 2016 p 35 Assim educar para as competências do século XXI tem atribuições como 1 Compreender quais competências socioemocionais são im portantes 2 Compreender seus mecanismos de formação e desenvolver melhores práticas para promovêlas 3 Medir competências socioemocionais e melhorar políticas públicas e contextos de aprendizagem 4 Desenvolver estratégias para garantir uma abordagem plena e coerente para o desenvolvimento de competências WIL LENSEN 2016 p 35 UNIDADE 3 104 Organizações nacionais como Fundação Lemann Fundação Maria Cecília Souto Vidigal Instituto Unibanco Fundação Itaú Social dentre outros têm promovido estudos a respei to das competências e habilidades Fonte autora explorando Ideias Essas atribuições contribuem para a evolução das competências socioemocionais em crianças e adolescentes O aprendizado a ser aplicado em alunosas não deve acontecer de maneira isolada deve haver a colaboração de professores e pedagogos bem como a compa nhia dos colegas e o encorajamento das famílias Para Cunha 2006 o principal mecanismo que contribui para o desenvolvimento das competências socioe mocionais é a família pois esta contribui com dotes genéticos com ambientes internos e externos que podem proporcionar a seus filhos estímulos importantes As habilidades são multidimensionais e apesar de sofrerem in fluências por parte de questões genéticas e ambientais podem ser adquiridas Sua formação segue um processo dinâmico onde as competências adquiridas em um estágio do ciclo de vida afetam a produtividade de aprendizagem de outras na próxima fase Esse processo de formação é mais eficaz quando começa em uma idade jovem e continua ao longo da vida HECKMAN 2000 p 40 Além da família um dos ambientes mais importantes para o desenvolvimento das competências é a escola O contexto escolar é fator decisivo para a formação cog nitiva de crianças e adolescentes Como temos vivenciado profundas e aceleradas mudanças em nossa sociedade e as informações se propagam na velocidade da luz ABED 2014 é verificável que o conhecimento está cada vez mais intrínseco ao universo digital devido à facilidade de acesso a essas informações Assim as bases filosóficas que contribuem para o desenvolvimento das competências dão ênfase para que habilidades e competências promovam desenvolvimento das práticas pedagógicas em sala de aula As teorias que assentam as abordagens das competências socioemocionais coadunam com o paradigma do interacionismo Portanto o ensinante e apren UNICESUMAR 105 Por que é necessário mensurar as competências emocionais no desenvolvimento dos alu nos e no currículo das instituições de ensino pensando juntos dente se encontram e buscam transformar o olhar para o objeto de conhecimento assim tudo começa na triangulação do primeiro olhar PAÍN 1998 p 28 Logo as competências socioemocionais constroem saberes que visam atender às demandas da sociedade pósmoderna tendo em vista que se busca resgatar a complexidade do processo de ensinoaprendizagem Para inserir as competências socioemocionais na sala de aula é necessário ha ver intencionalidade nos planos de aula nos projetos políticos pedagógicos das escolas e nos currículos escolares Embora essa questão não seja inédita ainda falta construir nas escolas um currículo que se volte para o desenvolvimento integral do ser humano Notamos que as concepções teóricas que utilizamos no meio acadêmico contribuem para a produção das competências socioemocionais como emoção cognição e socialização na aprendizagem Essas competências tem ganhado cada vez mais força no âmbito das avaliações em larga escala e precisam também estar presentes no desenvolvimento de ações na sala de aula Por isso é essencial que as escolas adotem concepções que contribuam para a edificação de uma educação que esteja voltada para a formação de indivíduos ou seja que vejam nos conteúdos curriculares oportunidades de desenvolvimento de suas compe tências pessoais e profissionais O desenvolvimento das competências tem sido cada vez mais presente nos processos avaliativos como falamos anteriormente e vão desde a Prova Brasil até o Enade Veja aluno a que as competências são aferidas nessas avaliações não como uma forma de você decorar aquilo que foi ensinado em sala de aula mas sim para que saiba utilizar a teoria na prática e resolução de problemas Todos nós sabemos que a função da escola está para além da transmissão de conteúdos é urgente fortalecer as competências em nossos educandos para que assim eles consigam construir uma vida profissionalmente e pessoalmente produtiva e feliz em uma sociedade que está cada vez mais marcada pelas mu danças que ocorrem cotidianamente nela UNIDADE 3 106 Assim em sala de aula é preciso desenvolver princípios motivacionais de per severança a capacidade em trabalhar em equipe e resiliência diante de situações difíceis Essas são habilidades e competências socioemocionais imprescindíveis para a sociedade pósmoderna Sobre isso apresentaremos dez fatores que con tribuem para o desenvolvimento das competências em sala de aula 1 Neuroticismo 2 Conscienciosidade 3 Abertura 4 Amabilidade 5 Extroversão 6 Abertura para experiências 7 Introversão 8 Externalização 9 Autoestima 10 Autoimagem Quadro 4 Dez fatores para desenvolver as competências em sala de aula Fonte a autora A partir desses fatores o docente poderá construir seu planejamento semanal ou quinzenal em que os conteúdos curriculares estejam abarcados nesses princípios Ao desenvolver essas questões desde a infância os professores estarão contribuin do para o desenvolvimento de habilidades que serão efetivas ao longo da vida além de contribuir com menores taxas de abandono escolar desemprego envol vimento com crimes e gravidez na adolescência ABED 2014 As competências socioemocionais permitem que o indivíduo controle suas emoções tenha maior persistência na realização de suas tarefas e se organize melhor para executálas Ao incorporar essas atitudes na sala de aula o professor investe no desenvolvi mento de habilidades dos alunos e a escola transformase e acolhe a diversidade em seus múltiplos aspectos assim professores gestores e familiares dos estudan tes têm maior entrosamento com a formação de cada indivíduo Para se aplicar estas ações é preciso uma taxonomia que permita realizar recortes adequados a cada idade para que assim os professores consigam definir e organizar seus trabalhos pedagógicos de acordo com as necessidades dos alunos Assim compreendemos que o princípio de sucesso das competências em sala de aula é a organização do professor Para isso ele precisa unir habilidades talentos e experiências adquiridas ao longo de sua carreira para que desta forma construa recursos humanos capazes de desenvolver e saber a importância das UNICESUMAR 107 competências em sua formação É necessário que os docentes sustentem o prin cípio de formar indivíduos com qualidades e competências para que estes possam se inserir em um mercado de trabalho competitivo no qual possam exercer sua cidadania Portanto o docente precisa realizar atividades como planejamento capacitação desenvolvimento gestão da carreira e avaliação dos resultados Figura 3 Gestão de Competências Fonte Marcacini et al 2008 p 2 A partir do momento em que o docente identifica as competências ele conse gue fazer com que o processo de ensino e aprendizagem tenha sucesso pois os resultados advindos desta organização possibilitarão que o professor desenvolva novas competências em seus alunos além de adotar estratégias para desenvolver mais competências Por isso é extremamente importante ficar atento às lacunas da formação para que sejam preenchidas nos momentos certos Assim a taxonomia de competências agrupa algumas categorias como pessoal metodológica técnica e outras Quando se trata de competências pessoais essas se relacionam à capacidade que os indivíduos têm de utilizar seu conhecimento funcional e técnico na execução das atividades Logo as competências pessoais são 1 Relacionais envolve habilidades práticas de relações e interações 2 Intelectuais relacionadas à aplicação de aptidões mentais e à capacidade intelectual aplicada aos diferentes domínios de conhecimento 3 Organizacional aplicada a diferentes objetivos e a formas de organização e gestão Quadro 5 Competências pessoais Fonte Marques Brandão e Gonçalves 2005 p 2412 Estabelecer Estratégia da Organização Identificação de competências Identificar novas competências Identificar competências atuais Avaliação dos Resultados Captação Recrutamento e Seleção Desenvolvimento Treinamento e Gestão de Carreira UNIDADE 3 108 Já as competências metodológicas dizem respeito ao momento de aplicar as téc nicas e os meios de organização às atividades e aos trabalhos a serem desenvol vidos em sala de aula Podemos dizer que tais competências são divididas em resolução de problemas projetos gestão e empreendedorismo No que tange às competências técnicas estas se relacionam às questões mais específicas ou espe cialistas É o momento de dominar o conhecimento científico e as habilidades em determinadas áreas do conhecimento Logo cabe observar que as categorias de competências não representam áreas disciplinares apesar de eventualmente apresentarem as mesmas nomenclaturas Nem mesmo representam categorias ortogonais de competências MARQUES BRANDÃO GONÇALVES 2005 p 2412 Desse modo apresentaremos algumas competências que devem ser desenvolvidas em sala de aula Ter capacidade de liderança Ter atitude colaborativa Ter autonomia e responsabilidade Interagir com o ambiente organizacional Ter capacidade de gestão Tomar decisões Atualizarse constantemente Ter espírito crítico Explorar novas tecnologias Ser eficaz Ter raciocínio analítico Compreender o mundo e a sociedade Quadro 6 Competências específicas para a sala de aula Fonte Marques Brandão Gonçalves 2005 p 2417 Assim observamos que o desenvolvimento das competências socioemocionais e cognitivas precisam estar ligadas ao planejamento pedagógico pois quando bem elaborado permite que os docentes desenvolvam as competências de maneira clara e que contribua com as habilidades dos alunos em sala de aula UNICESUMAR 109 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma consideramos que o desenvolvimento das competências socioemocionais precisa iniciar desde a mais tenra idade e todos os entes que participam da formação cidadã e humana dos indivíduos devem bolar estratégias para que as competências sejam desenvolvidas Ressaltamos ainda que a escola tem papel fundamental nesse processo assim a partir do momento que elabora planos pedagógicos de acordo com as competências contribui para uma formação que será ao longo da vida E mais quando os planejamentos são bem elaborados permitem que os alunosas tenham uma visão mais clara do desenvolvimento da formação e da aprendizagem Esse processo permite também que haja o desenvolvimento das principais competências ao longo da vida Considere que delimitar um perfil do sujeito que se quer formar é contribuir para a sua formação profissional pessoal e de relacionamentos Assim o sujeito conseguirá contribuir em seu trabalho e nos relacionamentos que for desenvolvendo ao longo de sua vida A falta de detalha mento das competências no âmbito do planejamento do professor dificulta a aprendizagem e o desenvolvimento desta Portanto alunoa busque sempre conversar com seu professor sobre as pos síveis competências a serem desenvolvidas este diálogo permite que você seja o principal interlocutor de sua aprendizagem além disso esse cruzamento de ideais e formação fará com que entenda o que é exigido para o mercado de trabalho e para obter um ótimo networking 110 na prática 1 Ao propor taxonomias para o desenvolvimento de aprendizagens entendese que esta proposta sirva de referência para a Planejamento e Currículo Escolar b Recrutamento Pessoal e Cruzamento de Dados c Mercado de Trabalho e Banco de Dados d Referenciais e Formação e Formação e Cruzamento de Dados 2 Quando tratamos de competências socioemocionais novos discernimentos foram sendo produzidos ao longo de décadas um dos componentes que passa a fazer parte desse movimento é a empatia podemos dizer que ela faz parte da I Habilidade de preservar amizades e de se relacionar com pessoas II Capacidade de se colocar no lugar do outro e de reconhecer o sentimento alheio sem usar palavras III Habilidade de relacionamento positivo com desconhecidos IV Capacidade de corresponder as emoções alheias e de influenciar pessoas Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas II está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 111 na prática 3 Nas afirmativas a seguir assinale Verdadeiro V ou Falso F quanto à Gestão das Competências Habilidade interpessoal e habilidade social Desenvolvimento de inteligência emocional Capacidade de não demonstrar emoções nem influenciar os outros com as próprias emoções Assinale a alternativa correta a V V e F b F F e V c V V e V d F F e F e V F e V 4 Quando falamos de competências socioemocionais referimonos a uma taxonomia que é possível ser desenvolvida a partir de contribuições da psicologia da aprendiza gem Portanto explique a importância do engajamento da educação nesse processo 5 Quando nos referimos às questões comportamentais que influenciam nas compe tências socioemocionais estamos nos referindo a A Uma forma de moldar o comportamento a partir das causas vividas pelo in divíduo b Aos estímulos que aumentam a partir de respostas concernentes ao compor tamento c Ao comportamento que deve ser positivo ou negativo d Ao comportamento que é fortalecido pelos acontecimentos e Ao comportamento que deve ser controlado por seus antecedentes 112 aprimorese A taxonomia é a ciência da identificação utilizada para designar o conjunto de ter mos representativos de uma área estruturados hierarquicamente Esses termos são elementos estruturantes estratégicos e centrais utilizados para nomear clas sificar e organizar entidades em grupos que compartilham características similares É desenvolvida a partir de palavraschave e de conceitos para que os conteúdos sejam categorizados COSTA 2004 A categorização é uma das etapas da análise de conteúdo que inclui um conjunto de técnicas que visam obter indicadores quanti tativos ou não que permitem a inferência de conhecimentos por procedimentos sistemáticos e objetivos BARDIN 2002 Uma taxonomia facilita o processo de pesquisa e compreensão pois permite ao usuário definir de forma objetiva um contexto para sua necessidade de informação Nesse sentido áreas podem ser divididas em subáreas e assim sucessivamente num processo recursivo O resultado é uma estrutura conceitual hierárquica que inclui to dos os principais conceitos utilizados em uma determinada área A taxonomia como uma ciência tem como objetivos representar conceitos por meio de termos agilizar a comunicação entre especialistas entre estes e outros públicos além de oferecer um mapa de área que poderá servir como guia em processos de conhecimento 113 aprimorese Uma taxonomia conhecida por seus impactos nas práticas educacionais e de treina mento é a Taxonomia de Bloom que define seis níveis a serem alcançados para a aqui sição de comportamentos e de competências por parte do educando Bloom criou uma divisão de objetivos educacionais em três partes cognitiva afetiva e psicomotora Os processos caracterizados pela taxonomia representam resultados de aprendizagem ou seja cada categoria taxonômica representa o que o indivíduo aprende não aquilo que ele já sabe assimilado do seu contexto familiar ou cultural BLOOM 1956 O conceito de taxonomia tem se tornado ainda mais importante nos tempos atuais na medida em que o volume de informações cresce de forma exponencial e os usuários adquirem um papel essencial tanto na produção como na categoriza ção e uso de informações A importância da taxonomia para informações não estru turadas intranet sites emails documentos Office etc é apontada por alguns es pecialistas como equivalente à importância que os bancos de dados tiveram para as informações tabulares O verdadeiro teste de qualquer taxonomia é a eficiência que ela fornece para o grupo de usuários para o qual foi projetada O ideal é que tanto as pessoas da área como as externas não necessitem de ajuda para compreender como um determinado campo do conhecimento é organizado e se relaciona com outros campos do conhecimento Fonte Marques Brandão e Gonçalves 2005 114 eu recomendo Competências Socioemocionais Autor Revista Nova Escola Editora Nova EscolaAbril Sinopse as CSE compõem um modelo teórico vindo do campo da psicologia Elas são utilizadas por entidades brasileiras e es trangeiras para estudar como aspectos da personalidade podem influenciar no processo de ensino e aprendizagem livro 4 DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS para a Educação do Século XXI PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade O desenvolvimento de compe tências socioemocionais um caminho de sucesso escolar Práticas Pedagógicas para desenvolver as competências socioemocionais Experiências exitosas da participação e convivência social OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os mecanismos que contribuem para o desenvolvimento das competências socioemocio nais Explicar as práticas pedagógicas que contribuem para o desenvolvimento das competências Apresentar as experiências exitosas de participação no desenvolvimento de competências socioemo cionais INTRODUÇÃO Discutir a respeito das competências socioemocionais para o século XXI é essencial nesse momento de nossa sociedade Além das competências precisamos compreender que os processos de aprendizagem são essenciais para que os indivíduos desenvolvamse como sujeitos que se eduquem e atuem ativamente no século XXI Nas intensas transformações que têm ocorrido em nossa sociedade a sensação que temos é de que cada vez mais é preciso aprender e que essa aprendizagem não pode acontecer uma vez só ela precisa ser permanente e ao longo da vida de maneira que propicie a cada um de nós subsídios para enfrentar as adversidades da vida de modo que haja oportunidades para a solução de problemas num mundo cada vez mais competitivo Para tanto nessa unidade didática discutiremos questões que estão interligadas e precisam ser aprofundadas no âmbito da Prática de Ensi no Primeiramente apresentaremos os mecanismos que estão envoltos às competências socioemocionais introduzindo caminhos que levem à refle xão sobre o desenvolvimento destas e sua importância para o sucesso na escola Depois abordaremos como as práticas pedagógicas contribuirão com o desenvolvimento das competências socioemocionais A intenção nessa aula é considerar as vivências do aluno para que a sua aprendizagem ocorra de maneira síncrona Em seguida na terceira aula desta unidade traremos experiências exitosas sobre a convivência social na efetivação da construção das competências socioemocionais Por isso a nossa visão deve ser de que a aprendizagem significa o de senvolvimento pessoal bem como novas competências contribuindo para o potencial humano que cada indivíduo traz dentro de si A expressão aprender a aprender é a efetivação da construção de conhecimentos que envolve percepções abstrair o essencial a criação de conceitos a elabora ção de novas formas de aprendizagem a construção de modelos e a inser ção de métodos que contribuam para o desenvolvimento de competências socioemocionais Desejo a você estudante sucesso em seus estudos UNICESUMAR 117 1 O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS Um Caminho de Sucesso Escolar Formar crianças e jovens para superar os desafios do século 21 requer o desenvolvimento de um conjunto de competências necessárias para aprender viver conviver e trabalhar explorando Ideias As profundas transformações tecno científicas que ocorrem na sociedade são res ponsáveis pelas mudanças na relação de construção do conhecimento A escola precisa acompanhar o desenvolvimento das novas tecnologias da mesma maneira que estas se transformam É preciso buscar alternativas para preparar crianças e adolescentes para se desenvolverem no futuro próximo o qual sabemos que será recheado de incertezas em relação ao mercado de trabalho e às novas profissões que surgirão e aquelas que serão extintas Por isso é urgente que os novos conceitos e paradigmas se adequem ao novo alunoa e principalmente à nova realidade de avanços tecnológicos Sabemos que a instituição escolar é responsável não só pela disseminação de conheci mentos construídos pelo homem ao longo da humanidade mas também pelo desenvolvimento dos indivíduos que nela estão inseridos ou seja tornandoos cada vez mais criativos construtores de conhecimento que saibam expor suas ideias que construam bons relacionamentos e estejam comprometidos com a construção de um mundo melhor UNIDADE 4 118 em um mundo cada vez mais complexo Entre os elementos desse conjunto estão aqueles já reconhecidos e avaliados pelos sistemas educativos como as competências relacionadas ao letramento ao numeramento e aos diversos conteúdos disciplinares mas também estão competências que em geral não fazem parte da atuação intencional das escolas mas são igualmente importantes para o desenvolvimento pleno do ser humano Fonte IAS 2014 p 5 Será que na atualidade as competências socioemocionais fazem parte da estrutura pe dagógica das escolas pensando juntos As bases filosóficas que subsidiam as políticas públicas as diretrizes curricula res nacionais e os projetos políticopedagógicos que se destinam a organizar o trabalho pedagógico das escolas e apresentam o tipo de formação que será dado aos alunos precisam ser revistos pois é preciso compreender que os paradig mas que sustentaram o surgimento das escolas em séculos passados aliado aos referenciais pósmodernos devem inspirar a construção de uma educação para o século XXI A escola em determinado período da História privilegiou o pensamento ló gico e que o professor fosse o principal transmissor de conteúdos científicos Esse modelo educativo de instituição escolar surgiu em um período pósiluminista no qual para Morin 2000a os princípios de separação neutralidade dos conheci mentos científicos e a supremacia da razão é que delimitavam o currículo da escola Kincheloe ressalta que a escola tradicional não priorizou de fato que os alunos produzissem conhecimento mas sim uma aprendizagem definida em nome da neutralidade uma visão particular do propósito educacional que afirma que as escolas existem para transmitir cultura sem comentários Nesse sentido a construção de preceitos educacionais pós a Era Iluminista focou em organizar estoques cognitivos isso quer dizer que todo o conhecimen to disposto nos planejamentos e currículos escolares ao serem transmitidos por professores aos alunos partia do princípio de que o aluno era uma tábula rasa e que não sabia nada e o professor era o principal detentor do conhecimento Logo as habilidades socioemocionais não eram desenvolvidas no âmbito escolar Como já mencionamos as transformações que a sociedade tem vivenciado nos últimos tempos provocadas pelo avanço das tecnologias encurtou o planeta isso quer dizer que há um movimento que tem cada vez mais repensado o papel UNICESUMAR 119 das instituições sociais como no caso a escola No entanto a primeira intenção é modificar os paradigmas teóricos criando novos alicerces teóricometodoló gicos para que cheguem até a escola e seus funcionários Fazse cada vez mais urgente modificar a atuação dos funcionários da escola já que a grande maioria deles continua preparando os alunos a partir de uma visão conteudista somen te visando ao vestibular esquecendose de que esse sujeito será articulador de relações sociais e cidadania Compreendemos que transformar o espaço escolar não é uma opção é uma consequência inevitável do efeito dominó em que estamos inseridos ABED 2014 p 7 No entanto estudante não se trata de descuidar dos con teúdos curriculares a serem ensinados em sala de aula que são extremamente importantes para a sua formação mas é imprescindível resgatar os aspectos que formam o homem cidadão altruísta e empreendedor Integrar é tornar inteiro completar é reunir unir de novo o que na realidade nunca foi separado foi apenas pensado em separado Tornar inteiro é resgatar a unicidade recompor as células restituir o ser ABED 1996 p 6 É necessário considerar que todos os indivíduos que estão dentro da escola são seres que têm emoções e estabelecem vínculos entre si e com as demais pessoas de seu círculo pessoal utilizandose de conhecimentos para se aproximar das pessoas Portanto desenvolver e aprimorar as competências e habilidades socioe mocionais nas ações pedagógicas da escola é considerar que os indivíduos que dela fazem parte integram uma sociedade cada vez mais exigente Outro movimento que tem modificado a integração escolar às competên cias são as concepções de homem ensino e aprendizagem A mudança desses conceitos tem reorganizado os papéis e as responsabilidades dos indivíduos que fazem a escola funcionar como o professor e o aluno Quando há mudanças nas teorias que tratam de abordagens maturacionistas é possível notar que elas coadunam com o paradigma de uma educação voltada para o desenvolvimento das competências socioemocionais Para Abed 2014 p 11 os paradigmas concebem o humano como resultante de um processo contínuo de construção desconstrução e reconstrução nas e pelas interações sociais Por isso a todo instante o professor e o aluno encontramse e transformam uma simples aula em objeto de conhecimento UNIDADE 4 120 Para Paín 1990 esse movimento começa na triangulação do primeiro olhar Isso é importantíssimo pois as áreas do conhecimento que estão envolvidas nesse processo privilegiarão a construção do saber e atenderão às demandas daqueles indivíduos que atuarão na sociedade pósmoderna Esse processo tende a resgatar a complexidade do processo de ensinoaprendizagem e possibilita um movimen to de reflexão sobre as interrelações e interdependências entre tudo aquilo que envolve o aprendizado Diversos teóricos da vertente interacionista que tratam do processo de apren dizagem e desenvolvimento humano como Piaget Vygotsky e Wallon retrataram que é possível construir uma prática pedagógica que seja abrangente Os teóricos da psicologia cognitiva oferecem bases teóricometodológicas para compreen dermos e refletirmos sobre o desenvolvimento das competências e o aprimora mento das habilidades socioemocionais Suas teorias contribuem para entender mos qual o papel dos familiares no desenvolvimento emocional dos indivíduos bem como compreender como a cultura pode influenciar nossas relações sociais numa perspectiva de aprendizagem A integração entre diferentes perspectivas teóricas é um movimento condizente e justificado pelo paradigma pósmoderno desde que os pressupostos gnosiológicos epistemológicos e ontológicos estejam alinhados ou seja desde que os autores compartilhem eou harmo nizem elementos essenciais em suas visões de mundo de homem de conhecimento de processo ensinoaprendizagem O referencial psicopedagógico foi propositalmente escolhido como agulha para costurar as contribuições dos diferentes autores em torno do de senvolvimento humano e da aprendizagem por ser uma construção que em suas bases pretende construir uma compreensão integrada UNICESUMAR 121 dos fenômenos relacionados ao ensinar e ao aprender a partir do transitar entre suas diferentes dimensões ABED 2014 p 54 Toda essa integração permitenos compreender a triangulação entre professor alu no e objeto de conhecimento Por isso devemos entender as habilidades e as com petências socioemocionais como algo intencional que está presente no currículo da escola Embora haja a ideia de construir uma escola que esteja voltada para formar o homem de maneira integral o desenvolvimento das competências socioemocionais é considerado algo revolucionário para o momento em que vivemos Investir no desenvolvimento de competências socioemocionais dos nossos alunos faz com que transformemos a escola em um local privilegiado para apri moramento das habilidades socioemocionais Transformandoos em adultos que saibam lidar com as adversidades que a sociedade nos impõe seja no trabalho seja na vida pessoal É necessário haver um consenso para o desenvolvimento das habilidades e competências no âmbito escolar por isso há um pressuposto denominado Big Five que contribui para esse processo Os Big Five são constructos latentes obtidos por análise fatorial realizada sobre respostas de amplos questionários com pergun tas diversificadas sobre comportamentos representativos de todas as características de personalidade que um indivíduo poderia ter Quando aplicados a pessoas de diferentes culturas e em diferen tes momentos no tempo esses questionários demonstraram ter a mesma estrutura fatorial latente dando origem à hipótese de que os traços de personalidade dos seres humanos se agrupariam efeti vamente em torno de cinco grandes domínios SANTOS PRIMI 2014 apud ABED 2014 p 114 Veja no Quadro 1 os cinco domínios propostos pela teoria do Big Five Domínio Conceituação Openness Estar disposto e interessado nas experiências Conscientiousness Ser organizado esforçandose por sua própria aprendizagem Extraversion Orientar os interesses e a energia para o mundo exterior UNIDADE 4 122 Domínio Conceituação Agreabieness Atuar em grupo de maneira cooperativa e cola borativa Neurticism Demonstrar previsibilidade e consistência nas reações emocionais Quadro 1 Cinco domínios propostos no Big Five Fonte Abed 2016 p 16 Ao observar o quadro apresentado veja que as iniciais das palavras que com põem as cinco categorias do Big Five formam a palavra OCEAN Essa palavra em inglês ao ser traduzida para o português significa Oceano que é uma metáfora maravilhosa para as habilidades socioemocionais imensidão profun didade mistério zonas abissais às vezes uma marola reconfortante e calma às vezes um maremoto devastador ABED 2016 p 16 O oceano traz relações que permitem compreender o desenvolvimento de habi lidades voltadas para o raciocínio lógico e raciocínio lógicoquantitativo bem como a relação com o desenvolvimento das habilidades socioemocionais motivação estratégia de aprendizagem e resolução colaborativa de problemas Ao incorporar esta questão no âmbito escolar verificamos que as avaliações como são aplicadas causam ansiedade e promovem um rendimento muito menor nos alunos Precisamos ter consciência de não sobrecarregarmos nossos professores e alunos pois o aumento do estresse faz com que os indivíduos não alcancem um desenvolvimento satisfatório Outro fator é que a família precisa estar envolvida no processo de desenvolvimento das competências e habilidades o fortalecimen to permite que o indivíduo cresça e se desenvolva de maneira plena Precisa ficar claro que o trabalho pedagógico com vistas ao desenvol vimento socioemocional não deve ser considerado como mais uma tarefa do professor mas sim como um caminho para melhorar as relações interpessoais na sala de aula e construir um clima favorável à aprendizagem ABED 2014 p 122 UNICESUMAR 123 Assim para desenvolver habilidades e competências socioemocionais na es cola a primeira ação é repensar suas bases filosóficas e teóricas pois essas bases sustentam a prática pedagógica dos atores da escola Mas para que isso aconteça é preciso também que os professores mudem suas posturas e busquem forma ção continuada Para que os professores consigam promover as competências socioemocionais nos alunos eles precisam ter o apoio dos gestores da escola para assumir seus papéis enquanto privilegiados da ação pedagógica o que não é tarefa fácil nem simples Afinal somos seres do nosso tempo a maior parte dos educadores de hoje vivenciou uma escolarização tradicional muitas vezes mecânica e esvaziada de sen tidos Ser autor de mudanças exige dos professores o desenvolvi mento de suas próprias habilidades Estes para tanto precisam que os gestores da escola cumpram seu papel na valorização formação e apoio da equipe docente ancorados por políticas públicas claras consistentes e eficazes ABED 2014 p 8 Logo os professores precisam refletir sobre as teorias que utilizam em sala de aula e os pressupostos metodológicos que utilizam para aplicarem suas aulas Dessa maneira é fundamental que a equipe de gestores promova cursos de formação contínua e continuada para os docentes para que estes possam iniciar a trans formação em suas práticas e nas ações junto aos alunos Cada professor deve ser um pesquisador de sua própria realidade de seu lugar e de sua função como educador Um construtor de microações muitas delas idiossincráticas que podem e devem ser compartilhadas para disseminar as práticas bemsucedidas as grandes mudanças somente serão viáveis se ocorrerem micromu danças consistentes e bem embasadas por isso a preocupação com a explicitação dos paradigmas que direcionam as ações dos pro fessores e o suporte teórico e prático para a transformação na sua postura ABED 2014 p 123 As contribuições teóricas visam colaborar com as ações dos professores auxilian do na prática pedagógica e transformando ações no processo de ensinoaprendi zagem Para que essas mudanças de fato aconteçam o professor precisa repensar UNIDADE 4 124 o seu lugar no processo educativo Em vez de se ver como doador de aulas ele precisa se autoenxergar como um mediador do processo de aprendizagem um ator que disponibiliza situações de aprendizagem a fim de colocar os alunos como sujeitos ativos da construção do aprendizado Meier e Garcia 2007 oferecem aos profissionais da educação algumas dire trizes que contribuem para as reflexões do ensino fazendo com que o professor se veja como mediador do processo Intencionalidade e recipro cidade Os objetivos das aulas precisam estar evidentes quanto melhor for o direcionamento dos objeti vos mais sucesso terão as aulas e o desenvolvi mento das competências A clareza do que e a quem pretende atingir que orientam o como de suas ações GARCIA et al 2012 p 22 Significado Deixar muito claro os conceitos a serem utilizados na aula realizar interligações com outros conceitos e áreas do conhecimento Transcendência Ir para além do aqui e agora articular o conteúdo com os contextos sociais e com as experiências dos educandos Competência Cuidar para que o aluno se veja como capaz de apren der sempre elevando sua autoestima e motivando a turma Regulação e controle do comportamento Auxiliar ao aluno na organização de suas ações Compartilhar Desenvolver aspectos subjetivos nos alunos sempre buscando cultivar um clima de respeito e ajuda mútua Individuação e diferen ciação psicológica Desenvolver a consciência de que cada aluno tem um papel essencial em nossa sociedade Planejamento Auxiliar o aluno a identificar metas de vida e estratégias para alcançálos Procurar pelo novo Promover situações desafiadoras para os alunos de modo que contribua para o desenvolvimento de suas competências e habilidades Consciência Nunca desistir dos alunos crer que todos são capazes UNICESUMAR 125 Escolha pela alternativa positiva Incentivar os alunos de maneira que eles se sintam capazes e não desanimem mediante as adversidades Sentimento de Pertença Levar o aluno a conhecer o grupo a que pertence Construção de vínculo Construir vínculo de mentoria entre professor e aluno Quadro 2 Critérios de Mediação Fonte Abed 2014 2016 A partir desses critérios de mediação o professor precisa sempre verificar se o conteúdo a ser ensinado faz sentido para o aluno Conteúdos vazios de significado são facilmente esquecidos Para que a verdadeira aprendizagem se dê é preciso que o aluno construa o seu próprio conhecimento revestindoo de sentidos pessoais o que por sua vez mobiliza a afetividade tanto do professor como dos alunos ABED 2014 p 60 Por isso fazse necessário ultrapassar o óbvio é preciso articular a aprendizagem com contextos e experiências sociais vividos tanto por professores quanto por alunos Mediar a transcendência é atuar de maneira consciente e intencio nal de forma a promover a metacognição do aluno ou seja opensar sobre o próprio pensamento que faz com que ele reflita sobre como relacionar aquilo que está sendo estudado no momento com outros saberes com outras situações com outras esferas da vivência hu mana ABED 2014 p 61 Para isso o professor precisa desenvolver suas competências pois somente assim haverá sucesso na sala de aula Além disso ele precisa ser motivador e ter boa autoestima como mecanismo de incentivo para seus alunos ao se portar dessa maneira e também quando passa a favorecer experiências positivas fará com que tudo o que é ensinado tenha sucesso na sala de aula é importante que o professor ofereça feedbacks não só em rela ção às habilidades cognitivas envolvidas por exemplo interpretar corretamente a tarefa colher os dados e acionar os conhecimentos disponíveis necessários à sua execução mas também às habilida des socioemocionais como a capacidade de controlar a ansiedade prestar atenção e concentrarse na execução ABED 2014 p 62 UNIDADE 4 126 Outro fator é que o professor precisa contribuir para que o aluno tenha ações autorreflexivas esse caminho é o principal para que o desenvolvimento das com petências aconteça Tanto os alunos muito impulsivos que começam uma atividade muito rapidamente sem compreendêla quanto os alunos que paralisam que ficam sem ação diante da tarefa precisam tomar consciência do seu modo de agir para poder planejar com mais eficiência de acordo com as características da situação e da tarefa os tempos paraparar refletir e agir ABED 2014 p 63 Dessa maneira é possível promover um clima na sala de aula de respeito e de ajuda mútua ressaltando principalmente a importância de viver com o diferen te para que o aluno saiba lidar com emoções próprias e as de seus colegas e o principal saiba resolver conflitos Promover situações de debates e trocas de ideias em sala de aula promove nos alunos o desenvolvimento dessas e muitas outras ha bilidades de convívio social além de permitir ao professor ter acesso à forma de ser dos seus alunos A maneira como cada um se coloca no grupo expressa seus conhecimentos ideias valores opiniões impres sões sentimentos posicionamentos dúvidas inquietações e tantos outros componentes do seu mundo interno ABED 2014 p 64 Em paralelo a esse desenvolvimento é imprescindível que o indivíduo tenha consciência de suas ações e de que ele é insubstituível pois a riqueza da diversi dade humana está justamente nesse duplo aspecto de sua condição simultanea mente social constituído nas e pelas relações e único ABED 2014 p 64 Isso faz com que cada um de nós cultive o respeito pelas diferenças O planejamento envolve diversas habilidades cognitivas como a análise das condições e recursos disponíveis a antecipação por meio de imagens mentais e o levantamento de hipóteses e também so cioemocionais como motivação perseverança autocontrole para postergar a satisfação de um desejo imediato em prol de um objetivo maior e resiliência para suportar os percalços do caminho e apren der com eles ABED 2014 p 66 UNICESUMAR 127 2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA DESENVOLVER as Competências Socioemocionais Para tanto o professor precisa contribuir para a criação de metas dos alunos e ao contribuir com a elaboração de metas estes ficam motivados e passam a realizar estratégias para alcançálas Incentivar os alunos a enfrentar o novo desconhecido e o com plexo desafiante estimula a curiosidade intelectual e o prazer pelo aprender em si mesmo Implica em desenvolver a humildade e a aceitação dos próprios limites que ao invés de paralisar deveriam instigar a busca constante de ampliação dos recursos internos e en riquecimento pessoal ABED 2014 p 67 Assim caroa alunoa o professor é mediador do processo de desenvolvimento das competências na sala de aula a partir do momento que se utiliza de recur sos e diferentes linguagens o docente gera reciprocidade na aprendizagem dos alunos Justamente por isso o professor deve conhecer referências teóricas sobre as questões cognitivas para colaborarem com a formação das competências so cioemocionais e oferecer subsídios para que o aluno aprimore suas habilidades Quando pensamos em docência ficamos imaginando o quanto a carreira docente se modificou ao longo dos anos UNIDADE 4 128 Assim precisamos refletir sobre qual é o papel que o professor vem ocupando nessa sociedade Bem sabemos que como as profissões de Direito e Medicina a profissão docente é uma das mais antigas da sociedade isso a coloca em um pata mar representativo Tendo em vista que é o professor quem desenvolve junto aos alunos por meio de suas práticas pedagógicas a capacidade cognitiva que se so marmos à aprendizagem às experiências tidas na vida e à aquisição de conhecimen to tornam suas ações eficientes no processo de ensino a aprendizagem significativa para seu aluno só ocorrerá a partir do momento que você futuroa professora ter compreensão de suas habilidades e competências enquanto docente Nos últimos vinte anos houve uma grande fragmentação da ativi dade do professor muitos profissionais fazem mal o seu trabalho menos por incompetência e mais por incapacidade de cumprirem simultaneamente um enorme leque de funções Para além das au las devem desempenhar tarefas de administração reservar tempo para programar avaliar reciclarse orientar os alunos e atender os pais organizar atividades várias assistir a seminários e reuniões de coordenação de disciplina ou de ano porventura mesmo vigiar edifícios e materiais recreios e cantinas MESQUITA 2011 p 28 Assim ser professor é ser especialista naquilo que faz não somente em uma determinada matéria curricular mas ser especialista no processo de ensino e aprendizagem porque hoje ele não detém o monopólio do saber e novos papéis que se quer que ele desempenhe e sobre o professor recai atribuições que antes não havia As mudanças sociais também têm afetado a carreira docente são transforma ções que exigem reformas no processo educativo que é desenvolvido dentro das escolas A sociedade tem exigido um professor que gere conhecimentos válidos para os alunos de maneira que o aluno saiba solucionar problemas cotidianos na escola na família com os amigos e no trabalho e principalmente saiba agir de maneira eficaz e com ética Dessa maneira podemos compreender que há uma infinidade de papéis atribuídos aos professores e que suas tarefas não se esgotam apenas no domínio cognitivo MESQUITA 2011 Para que o professor desempenhe um excelente papel em sala de aula ele pre cisa possuir conhecimento sobre a matéria que lecionará que são os conhecimen UNICESUMAR 129 tos teóricos e principalmente que consiga relacionálo com as outras disciplinas Mediante isso o professor também deve cuidar de seu equilíbrio psicológico e afetivo junto aos alunos para que assim haja integração social em sala de aula Isso quer dizer que o professor é o intérprete ativo das situações que acontecem em sala de aula as decisões tomadas por ele permitelhe ser um profissional que busque o desenvolvimento das competências cognitivas e socioemocionais em sala de aula Na sociedade do século XXI fazse necessário que haja uma redefinição do pa pel do professor ou seja é preciso repensar sobre sua profissionalidade isso implica decisões liberdade e delimitar critérios para estabelecer metas e objetivos para a sua formação uma formação comprometida com resultados Como cita Mesquita a profissionalização inclui um trabalho de elaboração e de elucida ção de uma identidade profissional permitindo dar sentido e coe rência aos diversos saberes competências e exigências acumuladas sempre ao longo da vida Estamos em uma sociedade que vive sempre novos desafios e isso tem chegado à profissão docente Há exigência do desenvolvimento de capacidades competên cias e compromisso com a formação de indivíduos cada vez mais engajados com a questão da cidadania O que preocupa na profissão docente é a pouca motivação que os professores têm mediante seus alunos Lógico que as mudanças sociais legislativas e políticas contribuem para esse movimento mas é necessário que o professor também reinventese As transformações sociais e as transformações ocorridas a nível do sistema educativo e da escola exigem sem dúvida a construção de uma nova profissionalidade docente que não seja restrita à sala de aula mas se alargue à escola a todos os parceiros educativos à co munidade envolvente que requer o confronto entre teoria e prática e o desejo de formação contínua ESTRELA 2001 p 113114 A profissão de professor precisa de um saber profissional que contribua na legi timação do processo de aprendizagem Para Carrolo 1997 quanto mais espe cializado o professor for mais ele contribuirá para o desenvolvimento de com petências e habilidades em seus alunos No entanto o Professor também precisa UNIDADE 4 130 Existe de fato competências para a atuação docente pensando juntos Uma das principais fundamentações internacionais que inspiram esse conceito de Educa ção para o Século 21 é o Paradigma do Desenvolvimento Humano proposto pelo PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento nos anos 1990 que ao colocar as pessoas no centro dos processos de desenvolvimento aponta a educação como opor tunidade central para preparálas para fazer escolhas e transformar em competências o potencial que trazem consigo Fonte IAS 2014 p 5 explorando Ideias desenvolver suas competências e habilidades A primeira delas é o exercício ético da profissão já que o professor também é um educador moral Algumas pessoas acreditam que a profissão docente faz parte de uma atuação individualista em que o profissional somente detémse àquilo que acontece em sala de aula No entanto os professores precisam ter consciência de que o ato de educar é coletivo tendo em vista que essa ação está dentro de um contexto social e histórico contexto esse em que seu aluno está inserido e adquire hábitos cultura práticas e competências Justamente por essa razão é que há três séculos o modo dominante de socia lização e de formação nas sociedades modernas TARDIF LESSARD 2011 É extremamente relevante discutir essas questões relacionadas à profissão docente sobretudo lembrar que o âmbito escolar está diretamente ligado ao progresso de nossa sociedade e o avanço da concretização da cidadania para o século XXI Para Perrenoud 2001 p 45 dos medos precisos ou das angústias difusas pequenas ou grandes presentes na profissão de professor não se fala ou se fala muito pouco UNICESUMAR 131 Falar de docência é tratar de limites equívocos possibilidades e constituição de en tidade e estatuto de ética questões de jornada remuneração autonomia e os saberes profissionais as questões de gênero entre outras GUIMARÃES 2009 p 95 Lógico que a carreira docente está envolta em um emaranhado de significações e nesse movimento é que se vê o papel do professor Por isso a sociedade vem requerendo profissionais da educação que sejam ca pazes de promover mudanças no ensino e para isso é necessário que o professor desenvolva habilidades e competências bem como busque o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos MASETTO 2003 O desenvolvimento de competências e habilidades não é apenas uma ação que pode ser aprendida em livros é buscar em sua estrutura cognitiva recursos que permitam você enquanto docente assumir uma postura frente às adversida des É sabido que as competências não se limitam a saberes mas engloba todos os saberes adquiridos ao longo da vida justamente por isso não podemos con fundir conhecimento com competências até mesmo porque as competências estão ligadas à capacidade de agir do docente Assim podemos afirmar que uma competência como a aptidão para enfrentar um conjunto de situações análogas mobilizando de uma forma correta rápida pertinente e criativa múltiplos recursos cognitivos saberes esquemas de percepção de avaliação e de raciocínio MASETTO 2003 p 120 A seguir apresentamos um quadro a respeito das competências necessárias aos professores Levando em consideração os apontamentos de Perrenoud 2001 é fundamental que o professor domine oito principais competências Vejamos UNIDADE 4 132 Competência Como desenvolver Organizar e dirigir situa ções de aprendizagem O professor deve conhecer e dominar as formas meto dológicas de ensino como teorias bem como saber a forma de se portar mediante os alunos respeitando a faixa de idade a o professor deve sempre realizar uma seleção dos conteúdos que ensinará e que estejam de acordo com os objetivos delimitados em seu planejamento b trabalhar sempre com representações junto aos alunos ou seja considerar o conhecimento prévio que estes já têm c trabalhar a partir das dificuldades dos alunos e isso pode ser catalogado a partir de avaliações Além de sem pre prestar atenção nos erros desses alunos d construir e planejar sequências didáticas de maneira que o aluno consiga compreender o que está sendo ensinado ao longo do ano E o mais importante não ensinálo a decorar conteúdo e envolver os alunos em atividades de pesquisa essa ação é essencial no desenvolvimento de habilidades para resolução de problemas Administrar a progres são da aprendizagem O professor precisa considerar as experiências que os alunos têm ao longo da vida a sempre propor situações problemas para os alunos de maneira que ampliem vocabulário e saibam se portar mediante determinadas situações b sempre abordar conteúdos de maneira que chame a atenção do aluno c ter visão longitudinal isto é o professor precisa ter em mente qual o motivo de ensinar determinado assunto ao seu aluno sempre o levando a compreender a totalida de do ciclo de aprendizagem d estabelecer laços com outras disciplinas e propor organizações lógicas no processo de aprendizagem e observar e avaliar os alunos sempre pensando na formação e nunca na classificação de nota Ou seja na avaliação sempre considere o desenvolvimento do aluno ao longo do ano ou semestre Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação Não utilize um único modelo de ensino ou sempre as mesmas técnicas tendo em vista que as turmas mudam e os alunos são diversos Para se obterem resultados positivos é preciso ter competências como gestão da sala de aula apoio integrado dos alunos reforço no de senvolvimento de atividades e cooperação entre alunos UNICESUMAR 133 Competência Como desenvolver Envolver os alunos na aprendizagem A maioria dos alunos que não gostam do ambiente es colar devese à falta de interação que ocorre em sala de aula Para isso podemos destacar alguns pontos impor tantes para chamar a atenção do aluno ter entusiasmo pelo que se ensina realizar reflexões em sala de aula sempre explicar o que é aprendizagem e o que é saber organizar a aula em etapas realizar desafios para os alunos parabenizar pelas vitórias e conquistas chamar os alunos para participar do processo avaliativo Aprender e ensinar a trabalhar juntos Essa é uma ação fundamental que os professores traba lhem em grupos que haja interação entre as disciplinas para que o aluno não guarde aquilo que aprendeu em caixinhas Para isso é necessário dar ênfase em alguns pontos como elaborar projetos pedagógicos em equipe desenvolver dinâmicas em grupo conduzir reuniões administrar relacionamentos interpessoais Dominar e fazer uso de novas tecnologias Uma coisa que não se pode ignorar a geração atual do mina muito o meio digital por isso é imprescindível que o professor também tenha conhecimento sobre como manusear as novas mídias e principalmente como inse rilas em sala de aula Vivenciar e superar conflitos na profissão É necessário levar para a sala de aula situações de justi ça verdade beleza e moral Isso permitirá a construção de uma educação voltada para a cidadania formando alunos solidários e construindo valores Administrar a própria formação As principais competências adquiridas ao longo da pro fissão acontecem por meio de atualizações por isso é essencial que o professor se atualize por meio de curso especializações mestrado doutorado capacitações entre outros O docente não pode esperar somente da escola a promoção de formação contínua mas ele deve ser o principal agente de sua formação Quadro 3 oito competências pretendidas no professor Fonte Perrenoud 2001 Portanto as competências necessárias ao professor para que ele desenvolva suas práticas pedagógicas estão envolvidas com processos formativos Para que o pro fessor desenvolva sua real competência e habilidade é necessário que o docente utilize os recursos mencionados anteriormente de maneira a atingir o objetivo UNIDADE 4 134 3 EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DA PARTICIPAÇÃO e Convivência Social CA SA E C OM UN ID AD ES PA RC ER IA S CO M A FA MÍ LI A E CO M UN ID AD E ES CO LA S PR ÁT IC AS E P OL Í TIC AS D A ES C OL A S A L A S D E A U L A C U R RÍ C U L O E IN ST R U Ç Ã O O U E N SI N O S O CI O E M O CI O N A L AUTORREGULAÇÃO CONSCIÊNCIA SOCIAL HABILIDADES DE CONHECIMENTO TOMADA DE DECISÕES RESPONSÁVEIS APRENDIZAGEM SOCIOEMOCIONAL AUTOCONHECIMENTO A aprendizagem socioemocional é o princípio para o desenvolvimento de habi lidades e competências socioemocionais Tanto as competências quanto as habi lidades podem ser aprendidas ao longo da vida de cada indivíduo Ao pensar na estrutura da aprendizagem socioemocional achamos um gráfico muito interes sante de Colagrossi e Vassimon 2017 que exemplifica uma experiência exitosa da aprendizagem socioemocional Figura 1 Estrutura da Aprendizagem Socioemocional Fonte Colagrossi e Vassimon 2017 UNICESUMAR 135 O gráfico apresentado demonstra um processo colaborativo de aprendizagem socioemocional utilizado em uma escola nos EUA para o desenvolvimento de ha bilidades socioemocionais Esta estratégia utilizada promoveu o sucesso estudan til de crianças e jovens no âmbito escolar e profissional As pesquisas realizadas nessa escola demonstraram que a aprendizagem socioemocional desenvolvida a partir deste exemplo melhorou as notas dos alunos ajudouos a desenvolver autorregulação melhorando a relação entre os indivíduos que compõem a co munidade escolar reduziu conflitos entre os próprios alunos e contribuiu para a melhoria da disciplina em sala de aula Para Colagrossi e Vassimon 2017 o gráfico contribui para encontrar as principais habilidades socioemocionais que precisam ser desenvolvidas entre professores e alunos Autoconhecimento A capacidade de reconhecer as próprias emoções e pensamentos e como isso influencia o comporta mento do sujeito Auto regulação A capacidade de regular as próprias emo ções pensamentos e comportamentos em diversas situações Relacionamento PessoalHabilidades de Relacionamento A capacidade de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis com diversos indivíduos e grupos Consciência Social A capacidade de assumir a perspectiva do outro Demonstrar empatia incluindo aqueles de diversas origens e culturas Tomada de Decisões Responsáveis A capacidade de fazer escolhas construtivas sobre comportamentos pessoais e intera ções sociais baseadas em padrões éticos e normas sociais CO LAGROSSI VASSIMON 2017 p 20 Essas ações foram extremamente importantes para que as competências e ha bilidades socioemocionais fossem implementadas em escolas desde a Educação Infantil Colagrossi e Vassimon 2017 ressaltam que nesse processo os pais e responsáveis também têm um papel fundamental no desenvolvimento de com petências e habilidades quer seja na sala de aula quer na escola como um todo O gráfico a seguir enfatiza a integração de áreas necessárias para o desenvolvimento e a obtenção de sucesso nas escolas UNIDADE 4 136 O escritor Tough 2017 lembranos que nenhum programa ou escola é perfeito porém cada intervenção bemsucedida contém pistas sobre como e por que deu certo Investi gar tais pistas pode fornecer informações que ajudem a todos a encontrar caminhos de atuação pensando juntos Figura 2 Competências socioemocionais Fonte Colagrossi e Vassimon 2017 Vejam que o gráfico demonstra que o desenvolvimento socioemocional está to talmente integrado à questão social emocional e cognitiva sendo este influen ciado por três fatores principais biologia relacionamentos e meio ambiente Colagrossi e Vassimon 2017 ressaltam que no caso da biologia é o envol vimento do temperamento da criança junto com a influência genética de sua família Os relacionamentos são constituídos por aqueles indivíduos que fazem parte do processo de formação da criança como pais familiares responsáveis cuidadores educadores etc Logo esses sujeitos são aqueles que impulsionam tan to o desenvolvimento social quanto o emocional bem como podem retrair esse desenvolvimento a partir de relacionamentos abusivos No que tange aos fatores ambientais estes interligamse às pessoas que habitam em ambientes vulneráveis como lugares muito estressantes ambientes desarmônicos entre outros Memória de trabalho Atenção Abertura ao novo Respeito Habilidades sociais Reconhecer emoções Recompensa retardada Controle Inibitório Resolução de problemas Função Executiva Autorregulação Empatia COGNITIVO SOCIAL EMOCIONAL UNICESUMAR 137 Assim o desenvolvimento de competências socioemocionais são fundamentais para que crianças e adolescentes obtenham sucesso dentro e fora da escola Para Ducan et al 2007 as experiências exitosas em escolas estadunidenses ocorre ram devido ao movimento que os professores realizaram para que as crianças compreendessem suas próprias emoções e isso foi desenvolvido por meio de bons relacionamentos entre alunos e professores de maneira que o professor demonstrou empatia pela dor da criançaadolescente É sabida a implementação de programas que contribuam para o desenvolvi mento de competências e habilidades socioemocionais em escolas pois apoiam o desenvolvimento da criança desde a mais tenra idade ao mesmo tempo que melhora a performance dos professores DUNCAN et al 2007 As experiências exitosas que acontecem em escolas de Ensino Fundamental e Médio implementaram programas como 1 Professores que ensinam habilidades socioemocionais por meio de um currículo formal 2 Melhorias das práticas de sala de aula baseadas na coer cion theory desta forma fortalecendo o desenvolvimento das habilidades socioemocionais ao longo do dia escolar Este modelo de intervenção em alguns casos também pro cura desenvolver as habilidades socioemocionais dos próprios educadores por meio de workshops capacitação e apoio de material estruturado 3 Metodologias que têm como essência desenvolver a inteli gência emocional do professor Desta forma o professor será um bom exemplo a ser seguido o que pode inspirar os alu nos 4 Teorias cujos modelos de aprendizagem social baseiamse em como as crianças interpretam as pistas sociais e respondem ao desafio social 5 Processos cognitivos cognitive regulation Estas interven ções visam melhorar uma habilidade socioemocional especí fica ou alguma subcategoria desta habilidade subcategoria da função executiva que inclui flexibilidade cognitiva memoria de trabalho e controle inibitório UNIDADE 4 138 6 Formas de ajudar crianças a refletirem em como processam e constroem seus pensamentos por meio de metacognição prática de mindfulness e yoga COLAGROSSI VASSIMON 2017 p 21 Ao implementar programas desta natureza a escola e os professores precisam cuidar diretamente da eficácia das intervenções a serem desenvolvidas O de senvolvimento das competências no quesito das experiências exitosas pode ser visualizado por meio de três dimensões Veja a seguir Figura 3 Três dimensões de competência Fonte Durand 2000 Esse processo demonstra que os recursos são condicionantes para obter sucesso na implementação dos programas para desenvolvimento de competências e habi lidades A escola deve partir do pressuposto de que dominar recursos complexos confere à instituição a organização dentro do processo de desenvolvimento de habilidades socioemocionais Portanto realizar a gestão de competências é uma forma de planejar selecio nar e desenvolver competências necessárias para o desenvolvimento do professor Assim estudante busque em seu processo acadêmico desenvolver competências a partir de objetivos e metas que possam ser alcançados Você pode iniciar esse processo identificando lacunas entre as competências necessárias para a carreira docente à consecução de seus objetivos Busque junto à equipe de professores Conhecimentos COMPETÊNCIA Informação Saber o quê Saber o porquê Habilidades Técnica Capacidade Saber como Atitudes Querer fazer Identidade Determinação UNICESUMAR 139 um mecanismo para minimizar as lacunas existentes entre você e o aluno Isso pressupõe utilizar recursos entre os quais os jogos Nesse sentido os jogos serão uma ótima ferramenta de aprendizagem das competências e habilidades socioemocionais dos alunos crianças e adolescentes Ressaltamos que atividades lúdicas desenvolvem mais engajamento das crianças e dos adolescentes no desenvolvimento de ações necessárias para adquirir habi lidades e competências pois por meio de jogos direcionados é possível simular situações que envolvam a questão intelectual e emocional 1 Trabalho em grupo proporciona o desafio da empatia e do respeito com o outro também desenvolve a sinergia entre a equipe para atingir um objetivo em comum 2 Propósitos e metas bem definidos um jogo possui regras e objetivos a curto prazo o que ajuda a visualizar erros e acer tos com facilidade Além disso também os caminhos para se chegar nesses resultados e as consequentes reações emocionais que eles despertam 3 Senso de evolução ao jogar os alunos trabalham evoluin do não apenas nos jogos em si mas em autoconhecimento Por meio da metacognição é possível entender melhor seu próprio processo de aprendizado ao focar na autoanalise para melhorar 4 A emulação da vida real os jogos de raciocínio se tor nam metáforas especialmente para crianças Elas conseguem entender habilidades como tomada de decisão ou resiliência com clareza Todas elas podem e devem ser aplicadas em qual quer contexto da vida real 5 Caráter lúdico e divertido diminui a pressão por re sultados enquanto desenvolve o intelecto e as habilidades so ciais e emocionais de maneira intrínseca e prazerosa A ideia é aprender brincando EDUCADOR 360 2019 online³ Por essas características podemos dizer que os jogos são essenciais para a pro moção da aprendizagem socioemocional já que eles promovem a aprendizagem por meio do prazer que é o lúdico UNIDADE 4 140 Figura 4 Habilidades que podem ser desenvolvidas jogando Fonte adaptado de Oficina Pedagógica Nortear 2012 online4 Assim as experiências exitosas do desenvolvimento de habilidades e com petências são possíveis de serem implementadas a partir de uma reforma no âmbito educacional Saber e saber fazer cognitivas Memorizar Ler e interpretar regras Classificar comparar inferir deduzir Analisar e concluir Resolver problemas Tomar decisões Criar novas decisões Responsabilidade Controle da impulsividade Aprender com o erro Autoavaliação Planejar ações Superação de limites pessoais Desenvolvimento da autoconfiança e autoestima Saber conviver sociais Estabelecer e respeitar regras Trabalhar em equipe Cooperar Resolução de conflitos Competição saudável Desenvolvimento de relações interpessoais Desenvolvimento de comunicação Saber ser socioemocionais UNICESUMAR 141 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como destacamos ao longo desta unidade a aprendizagem socioemocional não é uma ação que pode ser implementada de qualquer jeito ela precisa ser desenvol vida por profissionais capacitados Além de que fazse necessário que esses mes mos profissionais desenvolvam suas capacidades e habilidades socioemocionais Os programas e as ações para o desenvolvimento dessa questão não ocorrem por meio de um único programa ou até mesmo método de ensino As escolas e os professores precisam delimitar estratégias que sejam coordenadas em sala de aula na escola em suas residências na comunidade e na sua própria formação As experiências demonstram que os programas destinados a desenvolver competências socioemocionais precisam de um intenso papel dos adultos na relação com crianças e adolescentes Às vezes isso parece meio óbvio mas é ne cessário que se valorize a relação entre famíliaescola pois a qualidade das in terações são fatores primordiais para que haja sucesso no desenvolvimento das habilidades socioemocionais Em meio a tantas possibilidades o essencial aluno é que você entenda para quem e quais as condições que você tem de intervir no desenvolvimento de habi lidades e competências enquanto professor Dispor de metodologias e programas é importante para que esse processo seja eficaz e algumas ações funcionarão melhor em grupo outras de forma individual O mais importante é pensar em possibilidades que permitam os desafios para que haja incentivo e continuidade no trabalho desenvolvido para a formação desses indivíduos que atuarão de maneira efetiva em nossa sociedade 142 na prática 1 Quando tratamos da escola para o século XXI há um objetivo fundamental a ser desenvolvido nesse espaço educativo que são as competências e habilidades dos alunos Os parâmetros estabelecidos encontramse no documento de qual organi zação internacional a Banco Mundial b Fundo das Nações Unidas para a Infância c Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura d Instituto Ayrton Senna e Programa das Nações para o Desenvolvimento 2 As mudanças na profissionalização docente expandiramse expressivamente nas últimas décadas Saberes habilidades e competências são essenciais na profissão docente para atuar na escola do século XXI assim qual é o conhecimento necessário à docência I Converter o ensino em um trabalho individual para que seja considerado uma profissão prestigiada II É ter domínio de conteúdo conhecimento pedagógico conhecimento de apren dizagem III Conhecimento de currículo conhecimento didático e educativo IV Conhecer a estrutura do próprio saber e reconhecer que a condição profissional tem seus percalços Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 143 na prática 3 A docência é o trabalho feito por professores Qual o papel que estes desempe nham Considere as afirmações a seguir Um conjunto de funções que ultrapassam o ministrar aulas Papel de detentor do conhecimento ele é o único que faz o aluno aprender Uma carreira que requer planejamento competências e habilidades Influência sobre as decisões pessoais dos indivíduos Assinale a alternativa correta a V F V e F b V V V e V c F F V e F d V V F e V e F F F e V 4 Ao refletirmos sobre os processos educacionais que ocorrem com a profissão docen te verificamos que o trabalho do professor exige o desenvolvimento de habilidades e competências para formar indivíduos preparados para um novo tipo de sociedade Assim responda qual a necessidade de o professor buscar práticas pedagógicas assentadas nas competências socioemocionais 5 Como agente do desenvolvimento das competências socioemocionais sugerese que o professor prepare a Jogos que permitam atender às necessidades dos alunos b Textos qualitativos que apresentem as dificuldades de ensino do professor c Aulas que possibilitem que os alunos escolham a sua forma de aprendizagem d Treinamentos comportamentais dentro do âmbito escolar e Atividades que desenvolva momentos sociais e científicos na escola 144 aprimorese As transformações da sociedade contemporânea consolidam o entendimento da educação como um fenômeno que apresenta múltiplas facetas o qual acontece em muitos lugares institucionalizados ou não uma prática social que ocorre em todas as instituições Barbosa 2003 Para Weber 2003 o debate acerca da dimen são profissional docente começou a ganhar espaço na produção acadêmica e nas políticas educacionais desde o início dos anos 1980 Tal dimensão está claramente contida no artigo 206 inciso V da Constituição Federal do Brasil de 1988 ao incluir entre os princípios que devem servir de base ao ensino ministrado a valorização dos profissionais do ensino Diante desse cenário a questão das competências profissionais docentes assu me outros contornos já que a competência profissional tem sido compreendida como uma mobilização de forma particular pelo profissional na sua ação produtiva de um conjunto de saberes de naturezas diferenciadas que formam as competên cias intelectuais técnicofuncionais comportamentais éticas e políticas que gera resultados reconhecidos individual pessoal coletiva profissional econômica or ganização e socialmente sociedade Paiva Melo 2008 p 360 Este conceito espelha um repertório de saberes que pautam ações realizáveis em determinadas situações denotando a natureza contextual da competência Tigellar Dolmans Wolfhage Van Der Vleuten 2004 Schneckenberg 2006 Por outro lado o conceito também reflete uma disposição do sujeito em agir de modo a obter os resultados pretendidos no caso em foco o professor almeja pela aprendizagem do aluno e nesse sentido envida esforços de naturezas diferencia das Assim é preciso estar motivado para agir Nesse sentido Schneckenberg 2007 propõe o conceito de ação competente ou seja uma ação que combina componen tes cognitivos e motivacionais sendo os primeiros de caráter disposicional motiva 145 aprimorese cional e os segundos comportamental Tendo em vista a profissãoalvo deste artigo tornase necessário portanto delinear um perfil de competências específico para o professor do ensino superior No ensino superior a profissão docente implica nuanças próprias A Universidade é entendida por Barbosa 2003 como um serviço de educação que se efetiva pela docência e pela investigação Conforme a autora as suas funções podem ser sinte tizadas em 1 Criação desenvolvimento transmissão e crítica da ciência da técnica e da cultura 2 Preparação para o exercício de atividades profissionais que exijam a aplicação de conhecimentos e métodos científicos e para a criação artística e 3 Apoio científico e técnico ao desenvolvimento cultural social e econômico das sociedades Importante lembrar que as atividades acadêmicas de nível superior mudaram significativamente nas últimas décadas entendendoas em cinco esferas como apresenta Miller 1991 ensino pesquisa extensão orientação e administração Já Balbachevsky 1999 caracterizou as atividades acadêmicas no nível superior de modo diferenciado abraçando cinco instâncias quais sejam 1 ensino horas em sala de aula preparação de aulas orientação de alunos correção de provas etc 2 pesquisa acompanhamento da literatura trabalho de campo ou de laboratório elaboração de relatórios ou artigos etc 3 serviços atendimentos de terceiros ati vidades extraacadêmicas voluntárias ou de extensão etc 4 administração tra balhos administrativos reuniões internas na academia etc e 5 outras atividades acadêmicas reuniões de associação profissional organização de eventos edição de publicações acadêmicas etc Fonte Mendonça 2017 p 25 146 eu recomendo Ao mestre com carinho Ano 1967 Sinopse Mark Thackeray Sidney Poitier é engenheiro mas fi cou desempregado e resolveu dar aulas em Londres Ele começa a ensinar alunos majoritariamente brancos em uma escola no bairro operário de East End Thackeray deparase então com adolescentes indisciplinados desordeiros e que estão determi nados a destruir suas aulas Só que o engenheiro acostumado com hostilidades não se amedronta e enfrenta o desafio de ensinar uma turma de baderneiros Ao receber um convite para voltar a atuar como engenheiro ele tem que decidir se pretende seguir como mestre ou voltar ao antigo cargo filme 5 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS do Futuro Professor PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade O processo de formação de professores e as competências socioemocionais Competências socioemocionais e a BNCC Autoco nhecimento e autogestão das emoções para além da sala de aula OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Explicitar como a formação docente é importante para o desenvolvimento de competências socioemo cionais Apresentar a BNCC e sua influência nas competências socioemocionais do professor Retratar a necessidade da autogestão de emoções na carreira docente PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura INTRODUÇÃO Caroa alunoa autoconhecimento empatia resiliência domínio das emoções e ética para tomar decisões responsáveis são as principais com petências socioemocionais que um professor deve desenvolver Como a sociedade tem se modificado significativamente ao longo dos anos em um futuro não tão distante as mudanças serão cada vez mais intensas e profundas talvez algumas até de forma imprevisível As tecno logias terão avançado e nos permitirão desenvolver ações que antes não tínhamos conhecimento a avalanche de mudanças ocorrerá em todas as áreas da nossa sociedade E essas mudanças também alteram a maneira como interagiremos com o mundo É nesse cenário de intensas transformações que será necessário os profissionais da educação terem cada vez mais resiliência para lidar com as mudanças emocionais com o estresse e com o avanço de tecnologias Será que teremos habilidades para nos desenvolvermos nessa sociedade A partir deste questionamento delineamos um material que nos possi bilite refletir sobre as contribuições do desenvolvimento das competências socioemocionais na carreira docente As habilidades e competências so cioemocionais impactam positivamente em nosso desempenho enquanto profissionais da educação bem como nos permitem lidar com os desafios do século XXI Assim é cada vez mais urgente olharmos para a questão das compe tências socioemocionais com a seriedade que ela merece Pois para obter mos um futuro melhor é imprescindível investir na formação de crianças adolescentes e professores Tão importante quanto desenvolver habilidades socioemocionais em alunos é necessário que isso ocorra também com os profissionais da educação Afinal esses indivíduos tornamse os principais agentes da formação das competências socioemocionais nas crianças O futuro tem pressa e ele não costuma esperar UNICESUMAR 149 1 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES e as Competências Socioemocionais Deemme uma dúzia de crianças sadias bem constituídas e a es pécie do mundo que preciso para as educar e eu garanto que to mando qualquer uma delas ao acaso preparálaei para se tornar num especialista que eu selecione um médico um comerciante um advogado e sim até um pedinte ou ladrão independentemente dos seus talentos inclinações tendências aptidões assim como da profissão e da raça dos seus ancestrais WATSON 1925 p 85 A formação docente é um dos caminhos para desenvolvermos as competências socioemocionais nas escolas e a proposta dessa formação está assentada na LDB de 1996 que sinaliza para uma política educacional preocupada com a formação de docentes para atuar na Educação Básica A busca de uma política de formação de professores está ligada aos esforços de garantir a qualidade da educação Entendemos que a Educação se faz para e com os indivíduos envolve cultura relações sociais e política buscando a forma ção de um sujeito capaz de questionar e refletir sobre sua condição humana Isso porque os indivíduos possuem história sonham têm nomes rostos e a partir de ações para desenvolver a formação docente podem reconstruir sua identidade na relação entre escola e comunidade Desde os anos de 1990 a educação brasileira tem se deparado com orienta ções que contribuem com a formação de professores Essas orientações advêm UNIDADE 5 150 Por que a educação tem sido a esperança de transformação e desenvolvimento do ser humano pensando juntos de agências internacionais que estipulam em seus documentos uma educação de qualidade baseada em competências socioemocionais Os atores da educação no caso os professores têm se visto cada vez mais como parte integrante desse processo dispondo de energia para buscar sua for mação individual e coletiva E nesse processo assume responsabilidades e exi gências necessárias para ser professor O processo de formação de professores está ligado às reformas educacionais mais amplas em que professores muitas vezes eram tidos como incompetentes por isso a necessidade de realizar essa reforma educacional As propostas direcionavam um processo de formação do professor pensando no modelo de ensino e aprendizagem existentes na escola Dessa maneira para que a formação de professores detivesse um caráter que subsidiasse suas ações em sala de aula fezse necessário pensar sobre a prática de ensino Na formação de professores as disciplinas de prática de ensino fazem toda diferença Como ela tem um caráter teóricoprático esse componente curricular visa proporcionar ao aluno vivências pedagógicas em sala de aula será por meio do estágio ou na disciplina teórica Essa disciplina permite que o aluno execute práticas educativas que propi ciem reflexões a respeito de seu trabalho Segundo GilPerez e Carvalho 2006 p 26 a prática de ensino influencia na formação inicial porque responde a experiências reiteradas e se adquire de forma reflexiva As reflexões a respeito da prática pedagógica permitem que o aluno pense e repense sobre suas experiências em sala de aula pois é no processo teóricoprático que haverá influências no pro cesso construtor da carreira docente Não pensar sobre as práticas e a importância da formação docente pode levar o professor a abandonar a sala de aula O professor abandona sua profissão quando não consegue evitar a sensação de apatia que se instaura em seu comportamento ao per ceber sua incompetência em exercer com eficiência seu ofício Desta forma ele passa a se sentir indiferente diante das dificuldades pe dagógicas e desafios que a profissão lhe impõe e a acreditar que não existe mais solução para o ensino ARAÚJO SOUZA 2009 p 2 UNICESUMAR 151 Esses problemas podem ser amenizados se houver uma política de formação de professores que desencadeasse ações para evitar o isolamento de professores no início de carreira Por isso é urgente pensarmos sobre a importância da formação de professores articular ações que permitam a inserção do aluno no âmbito de trabalho com a intenção de proporcionar ao futuro professor consciência sobre seu espaço de trabalho pois a sala de aula é um laboratório para a sua formação profissional que se inicia no curso de graduação e se prolonga pela vida profis sional alinhandose ao conceito de professor reflexivo Para Alarcão 2002 o professor reflexivo desenvolve consciência de sua ca pacidade de pensamento e reflexão isso permite que ele seja criativo em sua prática pedagógica e não um mero reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores Levar o professor a refletir sobre seu cotidiano e suas práticas faz com que ele melhore suas ações na sala de aula Por isso a prática de ensino permite que o estudante se coloque como professor e na condição para que se pro ceda a uma formação profissional mais articulada e coerente com a realidade ARAÚJO SOUZA 2009 p 2 Em concordância com Imbernón 2000 p 59 o objetivo é remover o sentido pedagógico comum para recompor o equilíbrio entre os esquemas práticos e os esquemas teóricos que sustentam a prática educativa Por isso a ação reflexiva é um fator importante para que você docente construa seu conhecimento peda gógico afinal é ele quem permitirá você desenvolver seu planejamento em sala de aula Dessa maneira quando introduzimos na aprendizagem a questão da reflexãoação no processo formativo dos professores possibilitamos que eles bus quem na teoria respostas para a mudança de sua prática educativa construindo assim uma nova experiência ARAÚJO SOUZA 2009 E tudo isso se deve às constantes exigências e mudanças sociais Este mo vimento desencadeou a necessidade no papel do professor de uma visão mais E S TÁ G I O CANDIDATO EXPERIÊNCIA DE TRABALHO APRENDIZAGEM PROFISSÃO HABILIDADES CARREIRA UNIDADE 5 152 ampliada do que é educação Rodrigues 1987 destaca que a escola não pode ser vista como uma instituição neutra frente às adversidades e transformações da sociedade civil A escola é um local de contradições já que permeia a influência de todas as pessoas que ali frequentam mas saber lidar com essa diversidade é fazer com que as competências socioemocionais também construamse em um ambiente pronto para desenvolver habilidades desse gênero Uma educação que promova mudanças deve permitir em suas instituições escolares o conflito ou seja a manifestação das várias contradições que perpassam a escola e que na sua forma de or ganização permite o aprendizado sobre a natureza dos conflitos e destas contradições existentes na sociedade de hoje É impossível construir uma sociedade democrática nos moldes de uma escola autoritária e por isso será impossível a uma escola autoritária ensi nar os homens a viverem e conviverem num processo democrático ARAÚJO SOUZA 2009 p 3 Assim temos cada vez mais uma maneira de enxergar a educação e essa tem se aproximado mais de práticas pedagógicas que contribuam para a construção do conhecimento e a formação de professores que atuem em espaços geográficos diversos ao seu promovendo ações culturais sociais e políticas A formação de professores tem papel fundamental para o desenvolvimento de competências socioemocionais Se o professor tiver suas competências bem definidas e claras mesmo que ele não consiga realizar sua tarefa educativa tão bem ele consegui rá contribuir no desenvolvimento emocional e de habilidades em seus alunos Para Ordozgoiti 2000 o perfil necessário para esse novo docente é possuir as seguintes competências Capacidade de elaborar um modelo de reflexão e de avaliação sobre a prática diária que se torne fértil com as novas situações pessoais sociais e curriculares Capacidade de romper com os moldes disciplinares e contemplar os saberes interrelacionados UNICESUMAR 153 Capacidade de contemplar cada tema tirado do currículo ou do contexto como um problema aberto Capacidade de contemplar e utilizar o contexto como o recurso básico para desta forma responder às necessidades da comunidade local Quadro 1 Perfil do Professor Fonte Araújo e Souza 2009 p 4 Esperase que uma formação de professores que abarque as competências so cioemocionais desenvolva práticas de açãoreflexãoação para que o futuro professor tenha consciência de olhar para a sua prática e busque reinventála constantemente dentro de um ambiente coletivo e individual Para ser um bom professorinvestigador você estudante precisa de práticas reflexivas sobre sua ação sempre referenciada teoricamente por ações de 1 conscientização e de organização de seus sistemas de ideias modelo didá tico pessoal 2 observação crítica de sua prática e de reconhecimento dos problemas dilemas e obstáculos significativos nela não só do ponto de vista técnico e funcional mas também de valorações éticas e ideológicas 3 contraste através do estudo e da reflexão entre suas concepções e experiências com as de outros profissionais e também com outros saberes principalmente acadêmicos como forma de fazer evoluir o sistema de ideias pessoais e de formular hipóteses de intervenção em aula mais abrangentes isto é em nível explicativo mais complexo 4 planejamento de práticas inovadoras e pelo estabelecimento de procedi mentos para um acompanhamento e avaliação rigorosos das mesmas expe rimentação curricular e avaliação investigativa num processo de açãorefle xãoação 5 conclusões sua comunicação discussão e avaliação coletiva de projetos curriculares inovadores 6 detecção a partir das avaliações de novos problemas ou também de no vos aspectos de velhos problemas e reformulação destes projetos Quadro 2 Práticas e ações Fonte Krüger 2003 p 3 Esse modelo possibilita que os professores em formação inicial aprimorem sua prática docente por meio de problemas teóricopráticos buscando experiências didáticopedagógicas que contribuam com as interações entre professoraluno UNIDADE 5 154 apoiar as iniciativas das crianças a conhecer suas dimensões interiores como as emo ções e sentimentos e pode ajudálas a criar uma capacidade interna de dirigir a si mesmas e não se tornarem dominadas pelas forças emocionais e por tendências destrutivas Pode ainda estimular as crianças e adolescentes a desenvolverem habilidades positivas e necessárias ao relacionamento produtivo com as demais pessoas e com os diferentes ambientes estimulando a realização pessoal da solidariedade empatia autonomia e in tegridade Fonte Policarpo Junior 2010 p 103 explorando Ideias Para tanto ao buscar desenvolver suas ações verifique sempre as dificuldades que você enfrenta no cotidiano da sala de aula Assim ao discutirmos coletivamente as concepções que envolvem o currículo estamos aprofundando os princípios que envolvem o ensino e a aprendizagem As situações concretas que ocorrem dentro da sala de aula possibilitam ao docente modificar sua prática educativa assim os modelos didáticos utilizados precisam seguir o modelo proposto no projeto pedagógico da escola tornandoo instrumento que possibilite ao docente direcionar um novo olhar para as situações relacionadas à prática docente Assim o planejamento execução e avaliação tanto individual como coletiva das atividades pedagógicas de acordo com o modelo de referência e desta forma mais abrangentes e interdisciplinares O registro sistemático do desenvolvimento destas atividades na sala de aula e sua avaliação desenvolvidas pelo grupo a partir das refle xões individuais foram uma forma de incentivar um processo de análise e de reflexão sobre suas práticas docentes características de um professorpesquisador KRÜGER 2003 p 4 Desenvolver propostas assim permite que os professores se envolvam com o in teresse de seus alunos O processo de discussão é essencial para levar a reflexão bem como permear os debates com as experiências concretas dos professores UNICESUMAR 155 Se nem todo momento será julgado oportuno para dizer a ver dade sobretudo quando amarga e dura não se poderá esperar ocasião para restabelecêla o que é dever de todos quando desfi gurada e proclamála sem rebuços e meias palavras AZEVEDO 2006 p 205 Remetemonos à citação anterior que advém do Manifesto de Educadores Bra sileiros redigido por Fernando de Azevedo que enfatizava a necessidade de se estabelecer ações para a formação de professores no Brasil A intenção era uma reforma curricular de maneira que se organizasse o currículo dos professores em âmbito nacional Esse primeiro desafio encabeça a execução da Base Nacional Comum Curri cular BNCC para a Formação de Professores da Educação Básica O documento foi proposto na gestão do expresidente Michel Temer e encaminhado ao Conse lho Nacional de Educação A proposta de uma Base Nacional Curricular Comum para a Formação de Professores da Educação Básica reforça a necessidade de estabelecer um currículo para formar profissionais da educação As efetivas modificações na educação brasileira iniciamse com os marcos legais como a Constituição Federal de 1988 e com a formulação da Lei de Dire trizes e Bases da Educação Nacional LDB n 93941996 e com o Plano Nacional de Educação 20142024 2 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS e a BNCC UNIDADE 5 156 Sabemos que há uma intensa mobilização a respeito das discussões sobre a BNCC o debate tem mobilizado atores públicos e privados Tendo em vista que a BNCC tem como propósito definir direitos de aprendizagem e as compe tências a serem desenvolvidas pelos estudantes em cada modalidade da Educação Básica e seus defensores a compreendem como uma referência para currículo SILVA SANTOS 2018 p 2 As questões que envolvem a construção da BNCC encontramse na Consti tuição Federal de 1988 na LDB de 1996 e no PNE de 2014 O texto constitucional estabeleceu conteúdos mínimos para serem abordados na educação brasileira em âmbito nacional regional e local SANTOS VIEIRA 2019 Já a LDB de 1996 traz a necessidade de se construir uma base que detenha conteúdos específicos para tratar da diversidade cultural brasileira E por fim o PNE 2014 reitera os direcionamentos propostos anteriormente Como sabemos a Constituição Federal de 1988 e a LDB de 1996 são os me canismos legais que regulamentam os documentos direcionados para a Educação Básica no que tange ao currículo que deve ser implementado nas escolas O texto que envolve a BNCC aponta para o pacto federativo construído para conquistar um sistema nacional de educação A BNCC tem a intenção de amenizar as pro fundas desigualdades sociais que acometem nosso país visando buscar equida de para a educação brasileira Logo alcançar a equidade é um dos objetivos da BNCC e traz um conjunto de aprendizagens pois tem direito a importância da articulação entre BNCC e os currículos e de um imenso regime de colaboração entre todos os atores educacionais RAMOS 2018 p 51 A BNCC traz uma proposta curricular para a educação brasileira visa focar na formação integral dos estudantes brasileiros fazendo com que o aprendiza do vá para além da memorização dos conteúdos ensinados em sala de aula As mudanças científicotecnológicas que ocorrem em nossa sociedade têm propor cionado às gerações a oportunidade de se desenvolverem para além da sala de aula aprimorando criatividade criticidade autonomia e a capacidade de articular conhecimento e habilidades para que se possa resolver problemas que acometem o cotidiano social Assim a BNCC traz reflexões para repensarmos a formação de professores e a maneira como se ensina no sistema de ensino brasileiro Logicamente que para essa mudança acontecer é preciso planejamento e foco na formação dos profissionais da educação pois isso fará com que os professores sejam capacitados e inovem em suas práticas pedagógicas BNCC 2019 UNICESUMAR 157 Quais passos eu devo seguir para que consiga garantir uma formação condizente com o novo modelo de sociedade pensando juntos Quando falamos em formação continuada não estamos nos referindo a cursos e nem palestras que os professores assistem A formação destinada aos professores deve ser algo contínuo com encontros periódicos que possibilitem o aprimoramento da profissão docente A proposta de encontros periódicos possi bilita o acompanhamento do professor em seu desenvolvimento além disso esses encontros permitem que haja aprofundamento sobre determinadas temáticas e reflexão sobre a prática pedagógica desempenhada pelo docente As formações contínuas precisam acontecer no âmbito escolar e devem con tar com a participação de todos os atores da escola sendo necessário que a for mação aconteça nos momentos de horaatividade e faça parte do processo de trabalho do professor É visível a importância da formação contínua para professores Apresentamos dois exemplos Conforme os Critérios da formação continuada para os referen ciais curriculares alinhados à BNCC 2019 p 5 vejamos Em Novo Horizonte SP os professores se reúnem semanalmente por área de conhecimento para analisar dados de aprendizagem dos alunos e para aprofundamento da didática específica da área O tem po de formação continuada é acordado com os professores no ato da contratação e as formações são mediadas por coordenadores da área selecionados anualmente pela prefeitura a partir do conjunto de melhores professores da rede Anualmente a secretaria pública em portaria qual será o cronograma de formação e qual será o foco e a partir daí coordenadores e professores desenvolvem as pautas formativas mais adequadas No Acre os professores da rede estadual utilizam o ⅓ de horaati vidade para ações de planejamento coletivo na escola entre pares quando são debatidos desafios e ocorrem trocas de experiência para garantir o aprendizado dos alunos Além disso a cada 15 dias os professores se reúnem para analisar dados de aprendizagem pro pondo intervenções pedagógicas e analisando boas práticas desem penhadas pelos colegas Os momentos formativos são liderados pe los coordenadores pedagógicos das escolas UNIDADE 5 158 A formação continuada é mais eficaz com materiais alinhados ao referencial curricular ou à BNCC que indicam ao professor o como fazer e o aproximam da prática Fonte BNCC 2019 explorando Ideias Logo compreendemos que a formação continuada de professores traz grandes desafios para o ensino o acompanhamento e a avaliação do processo de apren dizagem A educação visa que o docente faça seu trabalho de forma consciente que contribua para a construção de uma sociedade justa e igualitária Nesse momento que estamos vivendo em nossa sociedade é importante que o professor seja um indivíduo comprometido com a formação individual e co letiva de maneira que ele organize situações e interações com conhecimento científico provocando assim transformações no processo de aprendizagem e na sociedade em que vivemos Assim o professor não poderá limitarse a simples transmissão de conteúdo fazse necessária uma formação continuada que considere a ação docente em sua amplitude e complexidade e de maneira concreta e contínua TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 É importante destacar que ser professor requer responsabilidade que haja boas práticas pedagógicas sendo essas assentadas em atitudes críticas e com promissadas com o processo de ensino e aprendizagem O professor precisa ser um profissional criterioso que faça escolhas para a formação baseada no conhe cimento científico considerando a diversidade cultural e social Assim a docência precisa ter compreensão de seu papel mediante a construção do co nhecimento O professor precisa ser capaz de construir seu pensamento e suas ações de forma que se fundamente nos paradigmas educacionais mas principalmente que atenda às necessidades da formação de indivíduos que atuarão na sociedade Portanto o desafio que se coloca ao professor não é uma tarefa fácil de realizar pois cons truir seu saber buscando uma relação teóricoprática ciente do mundo social em que está inserido é uma atividade complexa TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 Portanto o saber docente é múltiplo e recebe inúmeras influências das re lações sociais que se estabelecem em nossa sociedade Temos clareza de que o professor é o profissional responsável por desenvolver as atividades cognitivas UNICESUMAR 159 do aluno por isso precisa estudar sempre e buscar uma prática pedagógica con dizente com o momento social em que vivemos As práticas pedagógicas que o professor exerce o faz agente social que tende a transpor os obstáculos para que ele possa construir seu saber TOZETTO BU LATY 2016 Assim o professor tem o papel de propor situações que sejam pro blematizadoras que levem em consideração seu conhecimento sua experiência e o seu saber escolar pois o saber escolar é aquele adquirido e ensinado na escola enquanto conteúdo escolar é transmitido e guiado pelos saberes do docente TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 Portanto o saber docente é significativo no processo de ação pedagógica e precisa ter objetivos planejados e delimitados a educação não é algo espontâneo na natureza não é mera aprendizagem natural que se nutre dos materiais culturais que nos rodeiam mas uma invenção dirigida uma construção humana que tem sentido e que leva consigo uma seleção de possibilidades de conteúdo de caminhos SACRISTÁN 1999 p 37 Dessa maneira as experiências docentes precisam ser planejadas para que a vi vência tenha significado para o professor e o aluno Obviamente a prática peda gógica não acontece de maneira ordenada e metódica ou seja o primeiro passo é o professor buscar em suas experiências ações para desenvolver sua prática pedagógica e a partir daí ele precisa começar a interagir para desenvolver melhor suas ações A construção das experiências a serem usadas na prática pedagógica sempre recebe influência dos sujeitos que fazem parte do cotidiano do professor Isso permite que ele rompa com os desafios de sua profissão e os questionamentos e as problematizações são essenciais para construir novas experiências e repensar nossas práticas Sacristán 1999 discute a importância dos professores desenvol verem suas práticas numa visão múltipla e diversificada A cultura acumulada ou a experiência adquire um papel funda mental uma vez que ao considerar que a história vivida marca as ações e as decisões do professor entende que as relações culturais sociais e históricas compõem e recompõem constantemente a prá UNIDADE 5 160 tica docente Isso significa que a bagagem cultural do professor na formação inicial e na formação continuada contribuindo para a construção dos saberes para o exercício da docência Nas situações concretas de sala de aula o professor ensina e aprende demonstra suas habilidades e competências expõe os conhecimentos acumu lados e transforma seu saber em saber escolar a ser transmitido ao aluno TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 A atividade profissional docente remetese ao ensinar e isso não quer dizer que o professor só fala coisas que leu mas ele precisa utilizar da didática para que seu aluno compreenda ele precisa de capacidade de ensinar e transformar aquilo que ele sabe em conhecimento escolar Para isso a BNCC postula competências necessárias que orientam tanto a construção dos currículos das escolas quanto direcionado para a formação de professores Vejamos a Figura 1 UNICESUMAR 161 Figura 1 Infográfico BNCC Fonte adaptada de Santos 2018 O QUE PARA CONHECIMENTO 1 Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico social cultural e digital Entender e explicar a realidade continuar aprendendo e colaborar com a sociedade PENSAMENTO CIENTÍFICO CRÍTICO E CRIATIVO 2 Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade Investigar causas elaborar e testar hipóteses formular e resolver problemas e criar soluções REPERTÓRIO CULTURAL 3 Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais Fruir e participar de práticas diversificadas da produção artístico cultural COMUNICAÇÃO 4 Utilizar diferentes linguagens Expressarse e partilhar informações experiências ideias sentimentos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo CULTURA DIGITAL 5 Compreender utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica significativa e ética Comunicarse acessar e produzir informações e conhecimentos resolver problemas e exercer protagonismo e autoria TRABALHO E PROJETO DE VIDA 6 Valorizar e apropriarse de conhecimentos e experiências Entender o mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida com liberdade autonomia criticidade e responsabilidade AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO 8 Conhecerse compreenderse na diversidade humanae apreciarse Cuidar de sua saúde física e emocional reconhecendo suas emoções e as dos outros com autocrítica e capacidade para lidar com elas EMPATIA E COOPERAÇÃO 9 Exercitar a empatia o diálogo a resolução de conflitos e a cooperação Fazerse respeitar e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos com acolhimento e valorização da diversidade sem preconceitos de qualquer natureza RESPONSABILIDADE E CIDADANIA 10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia responsabilidade flexibilidade resiliência e determinação Tomar decisões com base em princípios éticos democráticos inclusivos sustentáveis e solidários ARGUMENTAÇÃO 7 Argumentar com base em fatos dados e informações confiáveis Formular negociar e defender ideias pontos de vista e decisões comuns com base em direitos humanos consciência socioambiental consumo responsável e ética COMPETÊNCIAS GERAIS BNCC UNIDADE 5 162 Como observamos as competências são conhecimento pensamento científico criatividade senso estético comunicação argumentação cultura digital autoges tão autoconhecimento autocuidado empatia cooperação e autonomia Cericato e Cericato 2018 p 139 retratam que o conceito de competência é a mobilização de conhecimentos habilidades atitudes e valores para a resolução de demandas com plexas da vida cotidiana do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho As discussões sobre a formação de professores estão totalmente presentes nas discussões da BNCC pois segundo Abramovay 2005 é necessário que haja um currículo que oriente a formação de docentes para que a formação de alunos na Educação Básica seja condizente com a proposta da Base Assim compreendemos que a formação de professores se faz em um continuum desde a educação familiar e cultural do professor até a sua trajetória formal e acadêmica mantendose como processo vital enquanto acontece seu ciclo profissional CUNHA 2013 p 612 Para ser professor é necessário estar mobilizado para tal acontecimento pois este profissional precisa de experiência formativa construída por meio da trajetória docente dos valores culturais e sociais Um professor que medeia pode ser diferente de um professor que mobiliza Ele pode mobilizar de muitas formas propor exercícios ou tarefas a serem realizados configurar rodas de conversa sobre determinado tema fazer reflexões ou propor projetos O aluno igualmente pode ser mobilizado de muitas formas pelas ações ou motivações de seu professor pelo intercâmbio com seus pares por suas motivações em fazer pesquisas discutir um ponto de vista as sumir certa atitude ou abraçar dado valor Quem mobiliza organiza uma situação aceita um desafio comprometese com alguma coisa A mobilização sempre acontece com um sujeito mesmo que seja estimulada por outro Se vida é movimento viver é mobilizarse para lhe dar sentido para conhecer e conviver com seus desafios Daí competência ser para a BNCC o mesmo que conhecimento mobilizado operado e aplicado em situação sendo conhecimento compreendido de forma ampla ou seja envolvendo conceitos pro cedimentos valores e atitudes MACEDO FINI 2018 online⁵ Assim o processo mobilizador coloca em movimento a participação ativa dos professores na implementação de um currículo que atenda às necessidades da educação para o século XXI UNICESUMAR 163 Como mobilizar as competências requeridas pela BNCC em processos de formação do cente pensando juntos Para isso é importante que o professor ou o coordenador pedagógico proponha formações específicas voltadas para a sua área de atuação que atenda às necessi dades de um mundo que está em constante formação e que supere as tradicionais aulas ministradas nas escolas De acordo com Gatti 2010 2013 é preciso se estabelecer uma formação docente que atenda às necessidades dos licenciados para que assim o professor possa exercer seu trabalho de maneira satisfatória Dessa maneira é importante que haja um modelo formativo docente assenta do em bases culturais sólidas que busque nas experiências e leituras de mundo ações interdisciplinares para realizar a formação docente Isso não se trata de uma formação rasa apenas em questões informacionais mas sim uma formação que permita ao docente conectarse aos múltiplos conhecimentos que ele tem adquirido ao longo de sua história Dirseia com efeito que a interdisciplinaridade de que hoje se faz um valor forte da pesquisa não se pode efetivar por simples con fronto de saberes especiais a interdisciplinaridade não é de forma alguma brincadeira começa efetivamente e não pela simples for mulação de um voto piedoso quando a solidariedade das antigas disciplinas se desfaz talvez até violentamente mediante as sacudi das da moda em proveito de um objeto novo de uma linguagem nova que não estão nem um nem outro no campo das ciências que se tencionava tranquilamente confrontar é precisamente esse em baraço de classificação que permite diagnosticar uma determinada mutação BARTHES 1998 p 71 Assim compreendemos que o caminho da interdisciplinaridade é algo totalmen te promissor para o professor desenvolver em suas práticas pedagógicas tendo em vista que isso está presente nas orientações da BNCC Portanto ações pedagógicas assentadas nas orientações formativas docentes advindas da BNCC permitem que as práticas pedagógicas sejam organizadas e se relacionem a ativos processos de ensino e aprendizagem que têm por objetivo estimular estudantes a serem problematizadores de sua aprendizagem Isso implica desenvolvimento da autonomia intelectual UNIDADE 5 164 Advogamos para que você estudante busque uma formação docente cada vez mais interdisciplinar que não veja resistência neste tipo de formação pois é preciso romper com o ciclo da tradição disciplinar brasileira e buscar modelos educacionais que agreguem valor à nossa educação 3 AUTOCONHECIMENTO E AUTOGESTÃO das Emoções para Além da Sala de Aula O desenvolvimento humano não ocorre somente por meio de boas ações nosso desenvolvimento também ocorre devido aos conflitos relacionais que temos ao longo de nossa vida Para Ortega e Del Rey 2002 nosso desenvolvimento acontece a partir do momento que estamos inseridos em espaços sociais que realizamos atividades coletivas cumprimos normas obedecemos a um sistema de poder Para Abramovay e Rua 2002 há dois tipos de conflitos de relacionamento que acontecem nas escolas e são motivos de muita reclamação entre os docentes a violência e a indisciplina em sala de aula A indisciplina é uma forma de os alu nos transgredirem as normas propostas no âmbito escolar e isso causa diversos desajustes curriculares ressentimento estresse entre professores e alunos FER NÁNDEZ 2005 Assim podemos entender que os conflitos de relacionamento são o pano de fundo para compreendermos a autogestão e o autoconhecimento UNICESUMAR 165 das emoções negativas que rondam a sala de aula A base teórica que nos permite entender isso é a perspectiva walloniana sobre emoções em seu aspecto cogni tivo motor e afetivo THONG 2007 apud WALLON 1981 2007 De acordo com Wallon 1975 2007 as emoções são reações humanas que se manifestam segundo o nosso sistema nervoso central Figura 2 Sistema nervoso central humanoFonte a autora Ao observamos a imagem do sistema nervoso central podemos verificar que nosso corpo está completamente interligado e as nossas emoções podem ser entendidas como estados subjetivos com componentes orgânicos que estão acompanhados de alterações biológicas como aceleração dos batimentos cardíacos mudanças no ritmo da respiração secura na boca mudança na resposta galvânica da pele Além disso também costumam provocar alterações na mímica fa cial na postura e na topografia dos gestos evidenciando principal mente seu aspecto afetivo e motor SILVA ANDRADE 2015 p 2 Portanto as emoções que surgem na carreira docente é um elemento essencial para se relacionar com os alunos pois a partir do momento que o professor Contração da pupila Sistema Nervoso Parassimpático Sistema Nervoso Simpático Pupila dilatada Inibição da salivação Relaxamento da respiração Atividade digestiva inibida Estimulação de glicose Estímulo de epiferina Bexiga relaxada Orgasmos e ejaculação Estimulação de saliva Contração dos brônquios Estimulação digestiva Estimulação biliar Produção de adrenalina Contração da bexiga Relaxamento do Reto Craniano Cervical Torácico Lombar Sacral Medula Espinhal Cadeia de gânglios simpáticos UNIDADE 5 166 A BNCC busca promover coerência e articulação para a garantia da aprendizagem dos alunos da Educação Básica explorando Ideias tem uma energia contagiante expressase bem e a interação com os alunos é muito melhor THONG 2007 Os professores também são referência de comportamento e equilíbrio para os alunos em sala de aula são considerados como modelos de relações pois à medida que docentes mostramse emocionalmente abalados tendem a contagiar a sala de aula em razão sobretudo a seu papel mediador nesse espaço SILVA ANDRADE 2015 p 2 Os conflitos que ocorrem em sala de aula em diversos momentos deixam os pro fessores desamparados e sem saber como agir Emoções como raiva desespero e medo acometem os profissionais da educação Na escola observamos predomínio das emoções e via de regra emoções negativas como medo raiva decepção indignação e frus tração Essas emoções que se apresentam de forma explosiva são geradoras de muitos conflitos que não são trabalhados e arreba tam dos sujeitos à possibilidade de elaborálas SOUZA PETRONI ANDRADA 2013 p 528529 Dessa maneira percebemos que é importante que os professores realizem a auto gestão das suas emoções principalmente as negativas pois realizar esse processo é decisivo para que os conflitos não perdurem As emoções estão para além das relações interpessoais que acometem o ambiente escolar é por meio das emo ções que as relações interpessoais são construídas ALMEIDA 2010 Por isso é importante que o docente encontre formas para reduzir ou amenizar aspectos emocionais ruins em vez de se descontrolar emocionalmente O professor deve agir com racionalidade e compreender a causa da emoção pois somente assim ele poderá reduzir os efeitos contrários que ela causa A perspectiva teórica de Wallon busca entender o indivíduo como um ser com pleto isso envolve seus aspectos cognitivos afetivo e motor além disso o teórico con sidera o meio que o indivíduo está inserido portanto o indivíduo é um ser orgânico UNICESUMAR 167 e social WALLON 1975 Assim é possível definir o projeto teórico de Wallon como a elaboração de uma psicogênese da pessoa completa estando as emoções e a afetividade na base do desenvolvimento desse indivíduo GALVÃO 1995 p 32 Logo o campo cognitivo está relacionado às funções que são responsáveis pela aquisição transformação e manutenção do conhecimento sua base são as influências que ocorrem no meio social Almeida 2010 p 51 retrata que a inteligência tem no desenvolvimento a função de observar o mundo exterior para descobrir explicar e transformar os seres e as coisas para que o campo cognitivo transforme se em co nhecimento Assim para que isso aconteça é preciso haver ações que advenham das experiências humanas fundamentais para a construção do conhecimento O campo motor também faz parte desse processo pois as relações entre indivíduos e o meio são fundamentais para que se desenvolva a afetividade As atividades motoras permitem que o indivíduo garanta seu deslocamento corpo ral e a sua postura também demonstra suas emoções isso constituindose como um recurso de visibilidade que se converte em forma de sociabilidade de contágio e de aproximação com o outro Esse campo também está relacionado à estrutura e ao apoio tônico que o mesmo oferece para as emoções expressaremse por meio de mímicas e atitudes É indispensável para a constituição do conhecimento e para a expressão das emoções SILVA ANDRADE 2015 p 4 Por isso é indispensável que a autogestão das emoções sejam analisadas junto a autogestão do conhecimento Já o campo afetivo proporciona emoções como paixão raiva tristeza dentre outros Estes sentimentos demonstram o quanto o homem é afetado pelas ações e mudanças que ocorrem em nossa sociedade seja no seu eu seja nas suas relações sociais Para Wallon 1971 a afetividade é o eixo principal para que ocorra o desenvolvimento do indivíduo O processo de evolução ocorre por meio da sociabilidade primitiva para atingir a individuali zação psicológica Assim a vida afetiva da criança se organiza em contato com o outro e é importante ressaltar que são as emoções que unem a criança ao meio social são estas que ampliam os laços que se antecipam à intenção e ao raciocínio A afetividade na teoria Walloniana referese à capacidade de dispo sição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo ou interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis UNIDADE 5 168 Deste modo sua teoria aponta 3 momentos marcantes sucessivos na evolução da afetividade que são a emoção sentimento e paixão MAHONEY ALMEIDA 2005 p 1920 É por meio da afetividade que nos identificamos e nos relacionamos com as outras pessoas por isso é um tema tão relevante uma criança carente de afeição tende a encontrar dificuldades para se entrosar e se relacionar com as demais e isso acaba impedindoa de participar adequadamente do processo de ensino aprendizagem SOUZA 2018 p 4 Para o autor o principal processo de desen volvimento se dá por meio da interação que para Wallon 1981 depende dos fatores orgânicos e sociais importantes na relação tanto que as dificuldades de uma situação podem ser superadas pelas condições mais favoráveis do outro WALLON 1975 p 55 Desse modo segundo o autor o estudo do desenvolvi mento da criança exige um estudo pelo meio no qual ela está inserida Acreditava que para um estudo concreto do desenvolvimento era preciso levar em conta vários campos funcionais sendo esses afetividade conhecimento e motricidade Cada atividade da criança resulta então da integração pela pessoa do cognitivo com o afetivo e com o motor MAHONEY 2005 p 18 Para Wallon 1975 a inteligência não é o elemento mais importante do de senvolvimento humano que depende de três vertentes a motora a afetiva e a cognitiva bem como a dimensão biológica e social Segundo o autor a evolução de um indivíduo não depende somente da capacidade intelectual garantida pelo caráter biológico mas também o ambiente que vai condicionar essa evolução permitindo ou não que algumas poten cialidades sejam desenvolvidas Com isso surge a afetividade com grande importância na educação WALLON 1975 p 85 Almeida 1999 assinala que o nascimento da afetividade é anterior à inteligên cia Dessa maneira o homem quando nasce passa a estabelecer relações com os demais sujeitos que estão a sua volta A partir de seus estudos desenvolveu alguns estágios do desenvolvimento humano segundo Wallon 1975 os estágios estão interligados propondo novas possibilidades de aprendizagens O primeiro estágio é denominado impulsivoemocional este passa a acontecer desde o nascimento da criança até o seu primeiro ano de vida e está ligado à afetividade Nesta fase a criança ainda não tem a coordenação motora totalmente desenvolvida Assim UNICESUMAR 169 a criança expressa sua afetividade através dos movimentos descoordenados respondendo a sensibilidades corporais MAHONEY ALMEIDA 2005 p 22 O segundo estágio na perspectiva walloniana é denominado sensóriomotor e projetivo nesta fase a inteligência predomina e a criança já fala anda e tem interesse por determinados objetos quando já dispõe da fala e da marcha a criança se volta para o mundo externo MAHONEY ALMEIDA 2005 Com isso o professor tem um papel fundamental em proporcionar momentos e situações diferenciados como afirmam Mahoney e Almeida 2005 p 125 O processo ensinoaprendizagem no lado afetivo se revela pela dis posição do professor de oferecer diversidade de situações espaço para que todos os alunos possam participar igualmente e pela sua disposição de responder às constantes e insistentes indagações na busca de conhecer o mundo exterior e assim facilitar para o aluno a sua diferenciação em relação aos objetos O terceiro estágio denominado personalismo voltado para a pessoa e para o enriquecimento do eu e a construção da personalidade referese ao momento em que a criança passa a construir sua consciência corporal e a capacidade simbólica De maneira progressiva a criança passa a internalizar que é sujeito social e que detém sua individualidade características que o diferencia dos demais sujeitos A partir dos dois anos de idade entra em uma fase em que precisa afirmar sua auto nomia o que desencadeará uma série de conflitos A criança nessa fase começa a fazer uso constante dos pronomes pessoais na primeira pessoa o mim e o eu Refletindo a característica pendular do desenvolvimento nesse es tágio há predomínio da afetividade Estendendose até aos seis anos de idade nesse período formase a personalidade e autoconsciência do indivíduo muitas vezes refletindose em oposições da criança em relação ao adulto e ao mesmo tempo com limitações motoras e de posturas sociais GRATIOTALFANDÉRY 2010 p 35 O quarto estágio é denominado categoria essa fase se influencia a partir da per cepção de mundo da criança É nesse momento que ela passa a definir quem é ela e quem é o outro o que permite o desenvolvimento da capacidade da criança UNIDADE 5 170 memorizar e até mesmo de atenção Iniciase na vida escolar quando a apren dizagem passa por descoberta de diferenças e semelhanças Nesse sentido Wallon 1975 deixa clara a importância de compreender me lhor a grandeza da afetividade na vida da criança buscando unirse a uma prática pedagógica significativa e contribuir para o processo de ensino aprendizagem A emoção é a primeira manifestação da afetividade sendo ela sua expressão corporal controlada pela razão Segundo o mesmo autor a emoção tem papel predominante no desenvolvimento da pessoa pois é por meio dela que se ma nifestam seus desejos e suas vontades O sentimento e a emoção se manifestam a partir do momento em que a criança já tem a capacidade de encenação ou seja quanto mais desenvolve a racionalidade mais se desenvolve a afetividade Por meio da afetividade é que nos identificamos e nos relacionamos com as outras pessoas Por isso é um termo tão relevante pois uma criança carente de afeição tende a encontrar dificuldades para se entrosar e se relacionar com as de mais e isso acaba impedindoa de participar adequadamente do processo de en sino aprendizagem Para o autor o principal processo de desenvolvimento dáse por meio da interação que ele divide em dois sentidos interação organismomeio e interação dos conjuntos funcionais Nesse contexto explica que interação é de grande importância para o desenvolvimento enfatizando o ambiente no qual o sujeito está inserido Segundo o autor o estudo do desenvolvimento da criança exige um estudo pelo meio no qual ela está inserida Acreditava que para um estudo concreto do desenvolvimento era preciso levar em conta vários campos funcionais sendo estes a afetividade o conheci mento e a motricidade Cada atividade da criança resulta então da integração pela pessoa do cognitivo com o afetivo e com o motor Pode se considerar que o tema afetividade recebeu diferentes interpretações psicológicas e diferentes abordagens teóricas e aqui abordaremos a teoria de Wallon pois aborda o tema afetividade para a educação concedendo um papel imprescindível para o processo pedagógico Para Wallon 1975 a inteligência não é o elemento mais importante do de senvolvimento humano segundo o autor esse desenvolvimento depende de três vertentes a motora a afetiva e a cognitiva bem como a dimensão biológica e social Segundo o autor a evolução de um indivíduo não depende somente da capacida de intelectual garantida pelo caráter biológico mas também o ambiente que vai condicionar essa evolução permitindo ou não que algumas potencialidades sejam desenvolvidas Com isso surge a afetividade com grande importância na educação UNICESUMAR 171 Desse modo é visível a importância da afetividade para o desenvolvimento afetivo da criança cabendo ao professor olhar para além do ensino olhar para a criança e também para suas emoções pois é preciso que o professor proporcione afeto e não se preocupe apenas em ensinar a ler e escrever Assim a teoria wallo niana levanos a compreender melhor cada fase de desenvolvimento e elaborar um planejamento considerando as características de cada aluno Um professor que compreende as necessidades afetivas da criança pode mudar seus conceitos e com certeza esse será um professor diferente que nunca julgará o aluno Sintetizaremos algumas questões que estão envolvidas com a autogestão das emoções primeira mente no campo cognitivo que está envolvido com a sala de aula Tipos de Con flitos Violência agressão física brigas murros tapas empur rões pedradas tentativa de estrangulamento e verbal palavrões xingamentos apelidos bullying ameaças entre alunos Indisciplina desrespeito às regras e aos colegas descum primento da tarefa proposta pelo docente brincadeiras conversas e circulação em sala na hora da aula projeção de bolinhas de papel no colega e no professor uso fre quente de celular Fonte Silva e Andrade 2015 p 6 No campo afetivo as emoções negativas mais recorrentes entre os docentes são Figura 3 Emoções negativas docentes diante de situações de conflitos relacionais na sala de aula Fonte Silva e Andrade 2015 p 6 Sabemos o quanto as emoções são imprevisíveis e nesse momento o docente fica completamente vulnerável Almeida 2010 p 79 afirma existir uma relação particular entre medo e equilíbrio o medo sobrevém toda vez que ocorre uma Tristeza Frustração Raiva Angústia Revolta Medo 16 14 12 10 8 6 4 2 0 UNIDADE 5 172 ameaça no equilíbrio Por isso há um entrecruzamento das emoções na ação docente ao integrar afetividade motricidade e cognição Uma das consequências dessa integração é que qualquer atividade humana sempre interfere em todos eles Qualquer atividade mo tora tem ressonâncias afetivas e cognitivas toda disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas toda operação mental tem ressonâncias afetivas e motoras E todas elas têm um impacto no quarto conjunto a pessoa que ao mesmo tempo em que garante essa integração é resultado dela MAHONEY 2012 p 15 Por isso ao pensar na autogestão emocional é preciso considerar a dinâmica entre pensamento ação e emoção Figura 4 Esquema do entrecruzamento de campos funcionais Fonte Silva e Andrade 2015 p 19 Portanto enfatizamos a importância do docente realizar a autogestão de suas emoções e para isso a escola deve oferecer apoio em todos os sentidos e ações além de ser necessária a efetiva participação da família COGNIÇÃO AÇÕES EMOÇÕES EMOÇÕES AÇÕES UNICESUMAR 173 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apreender o fenômeno da formação de professores não é algo meramente es tático sem importância a formação de e para professores é essencial para o de senvolvimento das competências socioemocionais e o movimento de formação deve estar alinhado com a função do professor e o dinamismo transformador da nossa sociedade Assim compreendemos que ensinar exige do professor atenção formação competências e habilidades emocionais frente aos processos que ocorrem em sala de aula Fenômenos que vão desde a indisciplina do aluno até mesmo ao desgaste mental do professor Introduzir formações contínuas e continuadas no âmbito escolar permite que o processo de aprendizagem profissional e pessoal do professor se amplie e traga a concepção para a vida do professor a necessidade de ele investir em sua formação As competências socioemocionais e a BNCC são maneiras de promover a relação teóricoprática mediante a inserção de temas que possibilitem investi gações em ambiente coletivo como a sala de aula Proporcionando não somente aos professores mas também aos alunos a troca de experiências promove assim espaço para reflexões sobre prática em colaboração mostrando ao docente que não existe uma fórmula mágica para aprender mas sim contextos e dinâmicas diferenciadas que permitem este processo Em suma com as exigências do mundo produtivo as competências socioe mocionais direcionam práticas pedagógicas mais inteligíveis e intelectuais ao processo formativo Trabalhar as competências socioemocionais no âmbito edu cacional é possibilitar alternativas para combater o fracasso escolar uma ação eficiente para construir novos modelos de organização e métodos que visem atender às mudanças técnicocientíficas de nossa sociedade Dessa maneira es tudante o desenvolvimento de competências socioemocionais permite que você aja de maneira eficiente em determinadas situações mobilizando conhecimentos que estão articulados e integrados com a sua experiência cotidiana Sucesso em seus estudos 174 na prática 1 Dentro de uma retrospectiva histórica da formação continuada de professores é correto afirmar que a A prática docente é algo que compete apenas ao professor e não está interligada ao processo pedagógico da escola b A formação pedagógica surge como mecanismo de melhorar e debater as prá ticas e conteúdos utilizados em sala de aula c A formação continuada é designada aos professores que têm mais de dez anos de magistério d A formação docente visa ensinar ao professor métodos mecanismos e forma de melhorar seu projeto pedagógico e A formação de professores direcionase àqueles que têm aluno de inclusão em sala de aula 2 Para Ferreira 2002 p179 a formação continuada dos professores e em certos momentos de toda a equipe escolar é uma das responsabilidades do supervisor pedagógico Assim o processo de desenvolvimento deve se integrar ao planejamento peda gógico Avalie as afirmações a seguir I A formação em competências legitima o desenvolvimento para a cidadania II A formação de professores muitas vezes apresenta limites e possibilidades para o planejamento III A formação não contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocio nais somente competências IV A prática pedagógica contribui para delinear o planejamento formativo 175 na prática Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas I II e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 3 A BNCC é um documento normativo que visa definir o conjunto de aprendizagens para a Educação Básica e formação de professores Considere as afirmativas a seguir A aprendizagem precisa ser progressiva e essencial para que todos alunos e professores consigam desenvolver A base estabelece um núcleo comum que deve ser atendido em todos os cur rículos da Educação Básica e formação de professores A BNCC quer promover uma educação com equidade para melhorar o apren dizado de professores e alunos A BNCC é um mecanismo avaliativo a ser utilizado pelo MEC como forma de combater o fracasso escolar Assinale Verdadeiro V ou Falso F a V F V e F b F V V e F c F F F e V d V V F e V e V V V e F 4 Um currículo voltado para a formação de professores possibilitará a formação de professores voltados para a Educação do século XXI E como as competências so cioemocionais permitem uma formação direcionada para isso 176 na prática 5 No que tange as competências socioemocionais relacione as colunas 1 Intencionalidade 2 Significado 3 Transcendência 4 Competência 5 Compartilhar Proporcionar ações para que o aluno sintase capaz de aprender O professor deve delimitar os objetivos de aula de maneira clara No momento do ensino o professor deve articular os temas para que favoreça o aluno no momento das relações com a sociedade O clima de respeito deve ser reforçado como forma de valorizar o controle das emoções Explicitar como o conteúdo ensinado impacta diretamente na vida do edu cando Assinale a alternativa que condiz com a sequência correta a 5 4 3 2 1 b 1 2 3 4 5 c 4 1 3 5 2 d 2 4 1 5 3 e 3 5 2 1 4 177 aprimorese Do ponto de vista da fabricação das subjetividades contemporâneas para ampliar as formas de abordagem das racionalidades governamentais que em nossa pers pectiva operam em rede e das possibilidades de capitalização de vida através da inovação importa trazer as contribuições de Miller e Rose 2012 Seria conveniente pensarmos nos modos pelos quais as questões da inscrição e do cálculo se tornam tecnologias de governo Com a emergência da estatística no decorrer do século XVIII passamos a representar de diferentes formas os objetos a serem governados A estatística foi considerada o conhecimento das forças e dos recursos que carac terizavam o Estado como por exemplo conhecimento da população número de in divíduos de mortos de nascidos estimativa da riqueza dos indivíduos das diferentes categorias de indivíduos das riquezas que o Estado possuía entre outros aspectos que passaram a ser o conteúdo essencial do saber do soberano SENRA 2005 As questões relativas à saúde à longevidade à educação e à capacidade produtiva da população enquanto coletivo a ser administrado passaram a ser uma preocupação do Estado A partir de então o Estado passou a focar sua atenção na população através da definição de objetivos a serem alcançados e da proposição de ações que visavam potencializar as ações produtivas identificando os problemas e minimizandoos por intervenções que buscavam a organização dos indivíduos de modo mais eficaz LUPTON 1999 A primeira estratégia vinculouse à elaboração de dispositivos de inscrição MILLER ROSE 2012 p 84 Mediante a operacionalização desses dispo sitivos as informações sobre a população passaram a ser traduzidas em debates e diagnósticos tornando as realidades comparáveis Miller e Rose 2012 p 85 assinalam que as formas de inscrição da realidade pas saram a se constituir como centros de cálculo Isso porque as informações inscritas em determinadas racionalidades governamentais adquirem intensa potencialidade quando calculadas No caso deste artigo esse sentido político atribuído à inscrição e ao cálculo possibilita pensar como uma racionalidade específica do nosso tempo o investimento no desenvolvimento de competências socioemocionais organiza determinadas formas de conduzir as condutas dos sujeitos e das populações pos sibilitando o planejamento de estratégias relativas à gestão de fatores de risco que podem ser desencadeados pela falta de investimento em tal campo 178 aprimorese Essas estratégias conforme apresentaremos posteriormente são planejadas sob a justificativa de que o risco social de produzir cidadãos que não tenham com petências socioemocionais desenvolvidas além de gerar altos custos para o país torna uma parcela da população dependente da tutela do Estado para resolver seus problemas Como destacaremos nos documentos a serem analisados a educação é significada nas análises dos experts do campo da economia como um espaço de intervenção que deve ser conhecido e administrado por meio de programas gover namentais como é o caso da proposição de currículos socioemocionais Isso porque é o caráter calculável da população que passa pela escola que enseja a possibilidade de intervenções cada vez mais precisas dirigidas à miríade de problemas que afe tam a vida das crianças e jovens Isso ocorre conforme OMalley 1996 Lupton 1999 e Bujes 2010 porque a noção de risco e as práticas dela derivadas estão associadas à sociedade de se gurança a qual permite inserir determinados fenômenos dentro de uma série de acontecimentos prováveis Podese depreender então que os dispositivos de inscrição se tornaram o ter reno comum das formas contemporâneas de racionalidade política orientando de acordo com Foucault 2008 Miller e Rose 2012 as tarefas dos governantes em termos de supervisão e maximização calculada das forças da sociedade a partir do processo de escolarização de crianças e jovens Além disso é evidente o imperati vo de que sejam inventados indivíduos desde a infância com mais habilidades e flexibilidade para mudanças de forma que possam se tornar adultos produtivos participantes do jogo do consumo e empreendedores de si mesmos LÓPEZRUIZ 2007 GADELHA 2009 Fonte Carvalho e Silva 2017 p 173190 179 eu recomendo Universidade Monstros Ano 2013 Sinopse Mike Wazowski Billy Crystal e James P Sullivan John Goodman são uma dupla inseparável em Monstros SA mas nem sempre foi assim Quando se conheceram na universida de os dois jovens monstros se detestavam com Mike sendo um sujeito estudioso mas não muito assustador e Sulley surgindo como o cara popular e arrogante graças ao talento inerente para o susto Após um incidente durante um teste os dois são obrigados a participar da mesma equipe na Olimpíada dos Sustos A equipe por sinal é formada por uma série de monstros desajustados para o desespero de Sulley acostumado a conviver com os caras mais populares da escola Comentário o filme indicado demonstra claramente como Mike Wazowski lida com as adversidades que enfrenta em sua chegada à Universidade Ao longo de diversos acontecimentos ele e seus amigos demonstram resiliência e habilidades socioemocionais para provar que são capazes de serem assustadores filme 180 conclusão geral conclusão geral 180 conclusão geral conclusão geral Em um mundo em constante transformação em que as mudanças técnicocientí ficas têmse ampliado cada vez mais há necessidade de expandir o olhar para a formação sócioemocional de alunos e professores Vimos ao longo dos nossos estudos a mudança de paradigma para a educação do século XXI as exigências que vão sendo construídas por sociedades e teóricos bem como a importância de se pensar em uma educação que seja ao longo da vida Fatores como estabelecer orientações para as mudanças educacionais são pri mordiais tendo em vista que a nossa sociedade se encontra em um labirinto de pessoas que não sabem como agir nem onde agir Assim uma educação para a vida toda permite que o indivíduo aprenda não somente no âmbito escolar mas em todos os espaços em que ele está inserido E isso só é possível por meio das competências socioemocionais que têm sido discutidas como um instrumento importante para a transformação das relações so ciais e educacionais As transformações no entanto só são possíveis a partir do mo mento em que voltarmos nosso olhar para a formação de professores E que essa formação esteja assentada em ideais de autogestão do conhecimento e das emo ções afinal sem professor em um mundo em constante transformação é cada vez mais desafiador Um dos desafios é valorizar o docente por meio de políticas e ações como car reira horaatividade descanso semanal remunerado possibilidade de se especia lizar e inserção na pesquisa Isso permitirá uma formação extremamente compe tente e sólida para que o futuro profissional da educação contribua na formação de crianças jovens e adultos Enfim desejo que você estudante esteja cada vez mais preparado para partir de ações reflexivas para desempenhar seu papel enquanto docente desde a Educa ção Básica até o Ensino Superior Sucesso em sua jornada referências 181 ABED A O jogo de regras na psicopedagogia clínica explorando suas possibilidades de uso 1996 81 f Monografia PósGraduação em Psicopedagogia PUCSP São Paulo 1996 Disponível em httpwwwrecriarsecombrsitesOjogoderegrasnapsicopedago giaclC3ADnica3Aexplorandosuaspossibilidadesdeuso Acesso em 17 mar 2020 ABED A O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar de alunos da educação básica São Paulo UNESCO MEC 2014 ABED A Recursos metafóricos no processo ensinoaprendizagem um estudo de caso 2002 f Dissertação Programa de Pósgraduação em Psicologia Universidade São Marcos São Paulo Universidade São Marcos 2002 Disponível em wwwrecriarsecombr Acesso em 17 mar 2020 ABRAMOVAY M RUA M das G Violências nas escolas desafios e alternativas Brasília UNESCO 2002 ABRAMOVAY M coord Cotidiano das escolas entre violências Brasília UNESCO Observa tório de Violência Ministério da Educação 2005 AGUIAR M A Institutos Superiores de Educ ação na nova LDB In AGUIAR M A org LDB Interpretada diversos olhares se intercruzam 4 ed São Paulo Cortez 2002 ALARCÃO M DesEquilíbrios Familiares 3 ed Lisboa Quarteto 1996 ALVES R A alegria de ensinar 3 ed São Paulo ARS Poética Editora 1994 ALMEIDA A R S A emoção na sala de aula 8 ed Campinas Papirus 2010 ANDERSON L W et al A taxonomy for learning teaching and assessing a revison of Blooms Taxonomy of Educational Objectives Nova York Addison Wesley Longman 2001 ANDREOTTI V Educação para a Cidadania Global Soft versus critical Rev Sinergias diálo gos educativos para a transformação social Porto n 1 p 5766 2006 ALARCÃO I Professores reflexivos em uma escola reflexiva São Paulo Cortez 2003 ANTUNES C Professor bonzinhoaluno difícil a questão da indisciplina em sala de aula Petrópolis Vozes 2002 ARAMBURU ORDOZGOITI F Médio ambiente y educación Madrid Editorial Síntesis 2000 ARAUJO M I O SOUZA J F de A prática de ensino no processo de formação de profes sores de biologia Florianópolis Enpec 2009 ARAÚJO C E Mplotmatlearning possibilidades pedagógicas no ensino de Geometria Analíti ca por meio do tablet In ARAÚJO JR C F de SILVEIRA I F Tablets no ensino fundamental e médio princípios e aplicações São Paulo Terracota 2014 referências 182 BARROS R MONTEIRO A R MOREIRA J A M Aprender no ensino superior relações com a predisposição dos estudantes para o envolvimento na aprendizagem ao longo da vida Edito ria Científica v 95 n 241 p 544566 2014 BARTHES Roland O rumor da língua Trad Mário Laranjeira São Paulo Editora Brasiliense 1998 BEBER B SILVA E da BONFIGLIO S U Metacognição como processo de aprendizagem Rev Psicopedagogia v 31 n 95 2014 p 144151 BEHRENS M A Formação continuada dos professores e a prática pedagógica Curitiba Champagnat 2007 BELHOT R V FREITAS A A VASCONCELLOS D D Requisitos profissionais do estudante de engenharia de produção uma visão através dos estilos de aprendizagem Revista Gestão da Produção e Sistemas v 1 n 2 p 125135 2006 BENAVENTE A coord Mudar a escola mudar as práticas Um estudo de caso em educa ção ambiental Lisboa Editora Escolar 1993 BLOOM B S Taxonomia de objetivos educacionais compêndio primeiro domínio cogniti vo Porto Alegre Editora Globo 1973 BLOOM B S Some major problems in educational measurement Journal or Educational Research v 38 n 1 p 139142 1944 BLOOM B S et al Taxonomy of educational objectives v 1 New York David Mckay 1956 BLOOM B S What we are learning about teaching and learning a summary of recent re search Principal v 66 n 2 p 610 1986 BNCC Caminhos para a educação integral Princípios e orientações para a implementa ção da educação integral 2019 S l BNCC 2919 Disponível emhttpmovimentopelabase orgbrwpcontentuploads201909BNCCtrajetorias diagramado1709interativofinalpdf Acesso em 24 mar 2020 BONFIGLIO S U Autorregulação da aprendizagem o caso do Colégio Salesiano Itajaí SC BR Dissertação de Mestrado Universidad del Cono Sur de las Américas Asunción 2010 p131 BRASIL Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica Brasília MEC 2001 BRASIL Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educa ção nacional 2 ed Brasília Senado Federal Coordenação de Edições Técnicas 2018 BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles cente e dá outras providências Brasília D O U 2013 Disponível em httpwwwplanalto govbrccivil03leisl8069htm Acesso em 9 mar 2020 referências 183 CARROLO C Formação e Identidade Profissional dos Professores In ESTRELA M T Viver e Construir a Profissão Docente Porto Porto Editora 1997 CARVALHO R S de SILVA R R D da Currículos socioemocionais habilidades do século XXI Educar em Revista Curitiba Brasil n 63 p 173190 janmar 2017 Disponível em http wwwscielobrpdfern6319840411er6300173pdf Acesso em 24 mar 2020 CASTRO M FCM Competências e práticas salariais 2006 118 f Dissertação Mestrado em Sociologia Económica e das Organizações Instituto Superior de Economia e Gestão Univer sidade Técnica de Lisboa Lisboa 2006 CASTANHEIRA A M P CERONI M R Formação docente e a nova visão da avaliação educacio nal Estudos Aval Educ v 19 n 39 p115132 2008 CERICATO I CERICATO L A formação de professores e as novas competências gerais propos tas pela BNCC Revista Veras São Paulo v 8 n 2 p 137149 juldez 2018 COLL C et al Os conteúdos na reforma Porto Alegre Artmed 2000 COLAGROSSI A L R VASSIMON G A aprendizagem socioemocional pode transformar a educação infantil no Brasil Constr Psicopedag 2017 v 25 n 26 p 1723 COLOSSI N CONSENTINO A QUEIROZ E G Mudança no contexto do Ensino Superior no Brasil uma tendência ao ensino colaborativo Rev FAE Curitiba v 4 n 1 janabr 2001 CUNHA F Cunha Flavio and James Heckman 2007 The Technology of Skill Formation Amer ican Economic Review n 97 v 2 p 3147 CUNHA M J dos S Formação de professores um desafio para o século XXI In CONGRESSO INTERNACIONAL GALEGOPORTUGUÊS DE PSICOPEDAGOGIA 10 2009 Braga Anais Bra ga Universidade do Minho 2009 p 19 CUNHA M I O tema da formação de professores trajetórias e tendências do campo na pes quisa e na ação Educação e Pesquisa v 39 n3 São Paulo julset 2013 Epub Aug 09 2013 DELORS J Educação um tesouro a descobrir Relatório para a Unesco da Comissão Interna cional sobre a Educação para o Século XXI 6 ed Trad José Carlos Eufrázio São Paulo Cortez 2001 DIAS SOBRINHO J Avaliação como instrumento da formação cidadã e desenvolvimento da sociedade democrática por uma éticoepistemologia da avaliação In RISTOFF D ALMEIDA JÚNIOR V P Avaliação participativa perspectivas e desafios Brasília INEP 2005 DRISCOLL M Psychology of learning for instruction Needhan Heights Allyn Bacon 2000 476 p DUNCAN G J et al Whither Opportunity New York Russell Sage Foundation 2007 referências 184 DURAND T Forms of Incompetence Proceedings Fourth International Conference on Com petenceBased Management Oslo Norwegian School of Management 1998 ESTEVES M M Construção e Desenvolvimento das Competências Profissionais dos Professo res Sísifo Revista de Ciências da Educação n 8 p 37 48 2009 ESTRELA M T Questões de Profissionalidade e Profissionalismo Docente Ser professor no limiar do séc XXI Braga ISET 2001 FERNÀNDEZ A A inteligência aprisionada Porto Alegre Artes Médicas 1990 FERNÁNDEZ I Prevenção da violência e solução de conflitos o clima escolar como fator de qualidade Trad Fulvio Lubisco São Paulo Madras 2005 FERRAZ A P do C M BELHOT R V Taxonomia de Bloom revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais Gest Prod São Carlos v 17 n 2 p 421431 2010 FERREIRO E Reflexões sobre Alfabetização Tradução de Horácio Gonzáles e outros São Paulo Cortez 1985 FIALHO F A P Introdução às ciências da cognição Florianópolis Insular 2001 FIGUEIRA A P C Metacognição e seus contornos Rev Iberoamericana de Educacion 1994 p 21 Disponível em httpsrieoeiorghistoricodeloslectores446Couceiropdf Acesso em 12 mar 2020 FLAVELL J H First discussants comments what is memory development the development of Human Development n 14 p 272278 1971 FONSECA V Cognição neuropsicologia e aprendizagem abordagem neuropsicológica e psicopedagógica Petrópolis Vozes 2008 FREIRE P Extensão ou comunicação Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa S Paulo Paz e Terra 1996 FRISON L M B Autorregulação da aprendizagem atuação do pedagogo em espaços não es colares 2006 312f Tese de Doutorado Pósgraduação em Educação PUC Porto Alegre 2006 p 282 GADOTTI M Perspectivas atuais da educação Porto Alegre Artes Médicas 2004 GAGNÉ R Campos de aprendizaje In GAGNÉ R BRIGGS R La planificación de la enseñan za México Trillas 1976 GALVÃO I Henri Wallon Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil 10 ed Pe trópolis Vozes 1995 referências 185 GARCIA S et al Aprendizagem o percurso de uma Metodologia inovadora em Educação São Paulo Mind Lab Brasil INADE 2012 Disponível em wwwmindlabcombr Acesso em 18 mar 2020 GARCIA S O prazer de ensinar e de aprender contribuições de uma metodologia no apri moramento das práticas pedagógicas São Paulo Mind Lab Brasil INADE 2013 Disponível em wwwmindlabcombr Acesso em 18 mar 2020 GATTI B Formação de professores no Brasil características e problemas Educação Socie dade Campinas v 31 n 113 p 13551379 outdez 2010 GATTI B Educação escola e formação de professores políticas e impasses Educar em Revis ta Curitiba n 50 p 5167 outdez 2013 GENTILE P B R Para aprender e desenvolver competências Rev Nova Esc São Paulo p 1217 set 2000 GILPÉREZ Da CARVALHO A M P Formação de Professores de Ciências 6 ed São Paulo Cortez 2006 GOLEMAN D Primal leadership realizing the power of emotional intelligence Boston Har vard 1996 GRATIOTALFANDÉRY H Henri Wallon Tradução Patrícia Junqueira Recife Fundação Joa quim Nabuco Editora Massangana 2010 GUIMARÃES V S org Formação e profissão docente Cenários e propostas Goiânia PUCGoiás 2009 HECKMAN J J Policies to foster human capital Research in economic v 54 n 1 p 56 fev 2000 HEFFRON J M 1997 Values in Education Social Capital Formation in Asia and the Pacific Defining values Califórnia Hollis Publishing Company 1997 IAS Instituto Ayrton Senna Sobre o desenvolvimento das competências socioemocionais na escola São Paulo IAS 2012 IANNI O A era do globalismo 3 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1997 IMBERNÓN F Formação docente e profissional formarse para mudança e a incerteza São Paulo Cortez 2000 KANDEL S The perceived competence scale for children Child development v 53 n 1 p 8797 2003 KEMMIS S Participatory action research and the study of practice In ATWEH B KEMMIS S WEEKS P Action research in practice Partnerships for social justice in education London Routledge 1998 referências 186 KINCHELOE J A formação do professor como compromisso político mapeando o pósmo derno Porto Alegre Artes Médicas 1997 KRATHWOHL D R A revision of Blooms taxonomy an overview Theory in Practice v 41 n 4 p 212218 2002 KRUGER V Aprendendo a ser professor a prática de ensino ensina In ENCONTRO NACIO NAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS 4 2003 Bauru Anais Bauru ENPEC 2003 p 112 Disponível em httpfepifuspbrprofisarquivosivenpecArquivosORAISpdf Acesso em dez 2019 LAFER C A reconstrução dos direitos humanos um diálogo com o pensamento de Hanna Arendt São Paulo Companhia das Letras 1988 LANGER S Filosofia em nova chave São Paulo Perspectiva 1989 LUTHANS F et al Positive psychological capital measurement and realationship with perfor mance and satisfaction Personnel Psychology v 60 p 541572 2007 LYOTARD J F A condição pósmoderna 6 ed Rio de Janeiro José Olympio 2000 MAHONEY A A ALMEIDA L R de Henri Wallon psicologia e educação 11 ed São Paulo Edições Loyola 2012 MAINARDES E W DOMINGUES M J Atração de alunos para a graduação em Administração estudo multicaso sobre os motivos de escolha de um curso superior no norte catarinense Revista Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas v 16 n 2 2011 MARCACINI R M et al Identificação de competências por meio de agrupamentos hierár quicos In CONGRESSO DA ACADEMIA TRINACIONAL DE CIÊNCIAS 2008 Foz do Iguaçu Anais Foz do Iguaçu Unioeste 2008 Disponível em httpsrepositoriouspbritem001716568 Acesso em 2 abr 2020 MARQUES J BRANDÃO M de F R GONÇALVES P L Uma proposta de taxonomia de com petências para a área de computação In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COM PUTAÇÃO 25 2005 São Leopoldo Anais São Leopoldo UNISINOS 2005 p 24072419 Disponível em httpwebcachegoogleusercontentcomsearchqcachenehBbTRhYmIJw wwlbddccufmgbrcolecoeswei2005001pdfcd1hlptBRctclnkglbr Acesso em mar 2020 MARTINS V M T A qualidade da criatividade como mais valia para a educação Millenium Vi seu n 29 jun 2004 p 295312 Disponível em httpwwwipvptmilleniumMillenium2937 pdf Acesso em 2 abr 2020 MASETTO M T Competências pedagógicas do professor universitário São Paulo Sum mus 2003 referências 187 MATEOS M Metacognición y educación Buenos Aires Aique 2001 MEIER M GARCIA S Mediação da Aprendizagem contribuições de Feuerstein e Vygotsky Curitiba Edição do Autor 2007 MENDONÇA J R C de PAIVA K C M de PADILHA M A BARBOSA M A C Competên cias profissionais de professores do Ensino Superior no Brasil proposta de um modelo integrado 2017 p 15 Disponível em httpwwwaforgesorgwpcontentuploads201703 MendoncaJoseetalBrasilpdf Acesso em 2 abr 2020 MESQUITA E Competências do Professor Representações sobre a Formação e a Profissão Lisboa Edições Sílabo 2011 MOREIRA M A Aprendizagem significativa Brasília Editora da UnB 1999 MOREIRA D A org Didática do ensino superior técnicas e tendências São Paulo Ed Pioneira 2000 MORIN E LE MOIGNE A inteligência da complexidade São Paulo Petrópolis 2000a MORIN E Os sete saberes necessários à educação do futuro São Paulo Cortez Brasília UNESCO 2000b NOGUEIRA M de J Exame das funções mentais guia São Paulo LMP 2011 NÓVOA A org Vidas de professores Porto Porto Editora 1992 NÓVOA A Formação de professores e profissão docente In NÓVOA A coord Os professo res e sua formação Lisboa Dom Quixote 1997 ONTORIA A et al Potenciar la capacidade de aprender y pensar Madrid Nancea 2000 ORTEGA R DEL REY R Estratégias educativas para a prevenção da violência Brasília Unesco 2002 PAÍN S Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Médicas Sul Ltda 1990 PAÍN S La estructura estética del pensamiento Revista E Psi B A n 8 1998 PELEIAS I R et al Interdisciplinaridade no Ensino Superior análise da percepção de profes sores de controladoria em cursos de Ciências Contábeis na cidade de São Paulo Avaliação Campinas Sorocaba v 16 n 3 p 499532 nov 2011 PERRENOUD P Construindo competências São Paulo Nova Escola 1999 PERRENOUD P Dez novas competências para ensinar Porto Alegre Artmed 2000 PERRENOUD P Ensinar agir na urgência decidir na incerteza Porto Alegre Artmed 2001 referências 188 PIAGET J et al Fazer e Compreender São Paulo Melhoramentos Ed da Universidade de São Paulo 1978 PIMENTA S G ANASTASIOUS G C Docência no Ensino Superior São Paulo Cortez 2002 PINTO J Psicologia da aprendizagem Concepções teorias e processos Lisboa Stória Edi tores 2015 POLICARPO JR J Cultura sentidos da formação humana para o indivíduo e para a sociedade In POLICARPO JUNIOR J org O Pensar o sentir o agir sentidos da formação humana Recife Instituto de Formação Humana 2010 PUTNAM R D Bowling alone Americas declining social capital The Journal of Democracy v 1 n 6 p 6578 RANHEL J Princípios para processos cognitivos Revista TECCOGS v 5 2011 Disponível em httpwww4pucspbrpostiddteccogsartigos2011edicao52principiosparaprocessos cognitivosjoaoranhelpdf Acesso em 13 mar 2020 RICOEUR P O Processo Metafórico como Cognição Imaginação e Sentimento In SACKS S org Da Metáfora São Paulo EDUCPontes 1992 RODRIGUES A ESTEVES M A análise de necessidades na formação de professores Porto Porto Editora 1993 RODRIGUES N Da mistificação da escola à escola necessária Coleção Polêmicas do Nosso Tempo n 24 São Paulo Cortez e Autores Associados 1987 SACRISTÁN J G Poderes instáveis em educação Porto Alegre ARTMED Sul 1999 SALOVEY P Emotional intelligence Imagination cognition and personality v 9 n 3 p 185211 2011 SANFELICE J L Pósmodernidade globalização e educação In LOMBARDI J C org Globa lização pósmodernidade e educação história filosofia e temas transversais Campinas Autores AssociadosHISTEDBR 2003 p 312 SANTOS E S M A miopia sistêmica no atual modelo de ensino centrado no professor In SEMINÁRIO EM ADMINISTRAÇÃO 15 2012 São Paulo Anais São Paulo Uninove 2012 p 114 SANTOS D PRIMI R Desenvolvimento socioemocional e aprendizado escolar uma pro posta de mensuração para apoiar políticas públicas Rio de Janeiro OCDE 2014 SANTOS A Dimensões e desenvolvimento das Competências Gerais da Base Nacional Co mum Curricular 2018 S l BNCC 2918 p 173 Disponível em https3amazonawscom porvirwpcontentuploads20180228185234BNCCCompetenciasProgressaopdf Acesso em 24 mar 2020 referências 189 SANTOS L L de C VIEIRA L M F Agora seu filho entra mais cedo na escola a criança de seis anos no ensino fundamental de nove anos em Minas Gerais Revista Educação e Sociedade Campinas v 27 n 96 p 775796 out 2019 SCHAFF A A sociedade informática As consequências da segunda revolução industrial Trad Carlos Eduardo Jordão Machado e Luiz Arturo Obojes 4 ed São Paulo Editora da Uni versidade Paulista Brasiliense 1996 SELIGMAN M CSIKSZENTMIHALYI M Positive psychology An introduction American Psychologist Washington v 55 n 1 p 514 jan 2000 SILVA A P dos ANDRADE F C B de Autogestão docente de emoções negativas e gestão de conflitos relacionados na sala de aula um olhar à luz da epistemologia walloniana In Reunião Nacional da ANPED 37 2015 Florianópolis 2015 Anais Florianópolis Anped 2015 p 119 Disponível em httpwwwanpedorgbrsitesdefaultfilestrabalhogt204292 pdf Acesso em 24 mar 2020 SILVA M A Análise das competências individuais requeridas pela sociedade do conheci mento um estudo com alunos formandos no ensino médio In VASCONCELOS M C R L de org Gestão estratégica da informação do conhecimento e das competências no ambiente educacional vencendo desafios na busca de novas oportunidades de aprendizado inovação e competitividade Curitiba Juruá Editora 2017 p13 SILVA A C A P Conhecimento Cidadania e Direito do Idoso relatos pósLei nº 107412003 Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 11 n 1 janabr 2008 Disponível em http pesquisabvsaludorgportalresourceptlil495191 Acesso em 6 mar 2020 SOBRINHO J Avaliação como instrumento da formação cidadã e desenvolvimento da so ciedade democrática por uma éticoepistemologia da avaliação In Ristoff D Almeida Júnior VP Avaliação participativa perspectivas e desafios Brasília INEP 2005 SOUZA V L T de PETRONI A P ANDRADA P Cde A afetividade como traço da constitui ção identitária docente o olhar da psicologia Psicol Soc Belo Horizonte v 25 n 3 2013 SOUZA C A As produções acadêmicas sobre afetividade no Curso de pedagogia da Uni versidade Estadual de Maringá 2018 15 f Dissertação Curso de Pedagogia Universidade Estadual de Maringá Maringá 2018 TARDIF M Saberes docentes e formação profissional Petrópolis Vozes 2002 TARDIF M LESSARD C O trabalho docente Elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas Trad João Batista Kreuch 6 Ed Petrópolis Vozes 2011 THONG T A evolução psicológica da criança Trad Ana Maria Bessa Lisboa Edições 70 1981 referências 190 THONG T Prefácio In WALLON H A criança turbulenta estudo sobre os retardamentos e as anomalias do desenvolvimento motor e mental Trad Gentil Avelino Titton Petrópolis Vozes 2007 p 939 TORRES R M Melhorar a qualidade da educação básica As estratégias do Banco Mundial In DE TOMMASI L WARDE M J HADDAD S org O Banco Mundial e as Políticas Educacio nais 3 ed São Paulo Cortez 2000 TOZETTO S S BULATY A A história da formação de professores frente aos saberes e ao trabalho docente In RAIMAN A A graduação e a formação de professores elementos im plicadores da formação Jundiaí Pacto Editorial 2016 TOUGH P Uma questão de caráter por que a curiosidade e a determinação podem ser mais importantes que a inteligência para uma educação de sucesso Rio de Janeiro Intrínseca 2011 UNESCO Repensar a Educação rumo a um bem comum mundial Paris UNESCO 2016 UNESCO Educação para o século XXI Paris Unesco 1993 VAN DER VEER R VALSINER J Vygotsky uma síntese São Paulo Edições Loyola 1999 VEIGA S AM A aprendizagem estratégica uma aposta na autorregulação Lisboa Desen volvimento Curricular Ministério da Educação 2004 VYGOSTSKY L S A Formação Social da Mente 5 ed São Paulo Martins Fontes 1998 WATSON J Behaviorism New York Norton 1925 WALLON H Psicologia da Educação e da Infância Lisboa Editorial Estampa 1975 WALLON H A evolução psicológica da criança Trad Ana Maria Bessa Lisboa Edições 70 1981 Última edição publicada em 2007 WILLEMSENS B Competências socioemocionais efeitos do contexto escolar da religiosida de e mediação sobre o desempenho acadêmico 2016 120 f Tese Administração de Organi zações Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Ribeirão Preto USP 2016 referências 191 REFERÊNCIAS ON LINE 1 Em httpwwwhelioteixeiraorgcienciasdaaprendizagemoqueemetacognicao Acesso em 11 mar 2020 2 Emhttpsperiodicosufscbrindexphpfisicaarticleview217579412012v29 n3p110823612 Acesso em 12 mar 2020 3 Em httpswwwpanrotascombrnoticiaturismomercado201108oturismoestasuca teadodizjulioserson70047html Acesso em 17 mar 2020 4 Em httpseducador360comgestaojogosderaciocinioparacriancas Acesso em 17 mar 2020 5 Em httpopnorte1blogspotcom201205ojogoeodesenvolvimentodashtml Acesso em 17 mar 2020 6 Em httpwwwhistedbrfeunicampbrrevistaedicoes22edoc222epdf Acesso em 24 mar 2020 7 Em httpbasenacionalcomummecgovbrabase Acesso em 24 mar 2020 8 Em httpsdesafiosdaeducacaogrupoacombranalisedecompetenciasnabncc Acesso em 24 mar 2020 9 Em httpsdesafiosdaeducacaogrupoacombranalisedecompetenciasnabncc Acesso em 24 mar 2020 gabarito 192 UNIDADE 1 1 A 2 D 3 E 4 D 5 A cidadania global é uma maneira de preparar os alunos e alunas para os de safios do século 21 ela tem ganhado espaço significativo já que permite que aos cidadãos sentiremse pertencentes a uma comunidade mais ampla que está para além das fronteiras nacionais enfatiza a necessidade de desenvolver que os cidadãos e cidadãs sejam indi víduos que pensam e agem para que possamos ter um mundo mais justo e sustentável UNIDADE 2 1 A 2 B 3 A 4 A metacognição tem papel funda mental para contribuir no processo de aprendizagem pois é a partir do con teúdo que é ensinado que o aluno pas sa a realizar soluções de problemas de maneira que ele saiba a respeito de seu conhecimento declarativo 5 B UNIDADE 3 1 A 2 C 3 A 4 A psicologia da educação é extrema mente importante para o processo de ensinoaprendizagem pois a educação é um fenômeno complexo e tem gran de impacto no desenvolvimento do ho mem envolvendo a totalidade do ser social e as práticas educativas em que nos encontramos imersos 5 D UNIDADE 4 1 C 2 B 3 A 4 Para o desenvolvimento de práticas pedagógicas é necessário ter conhe cimento que esteja para além das dis ciplinas da graduação é necessário desenvolver saberes práticos que pos sam ser renovados a cada dia resolver problemas de maneira independente tornandose flexível em situações con flituosas 5 E gabarito 193 UNIDADE 5 1 B 2 D 3 E 4 Sim um currículo direcionado para a formação de professores licenciados é uma das principais preocupações do Ministério da Educação a fim de aten der às necessidades do século XXI A inserção de competências e habilida des na formação permitirá ao futuro profissional da educação lidar com as mudanças concernentes ao mundo do trabalho e da cidadania 5 C anotações anotações anotações anotações anotações anotações anotações
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
200
Filosofia da Educação - Jhonatan Diógenes de Oliveira Alves
Pedagogia
UNICESUMAR
32
Inovação e Pensamento Criativo: Estudo Contemporâneo e Transversal
Pedagogia
UNICESUMAR
10
A Influência da Filosofia Grega na Educação Moderna
Pedagogia
UNICESUMAR
184
Prática de Ensino: Novas Tecnologias e Jogos Didáticos
Pedagogia
UNICESUMAR
43
Estudo Contemporâneo e Transversal: Inovação e Pensamento Criativo
Pedagogia
UNICESUMAR
11
A Formação do Arteeducador e o Ensino das Artes Visuais na Contemporaneidade
Pedagogia
UNICESUMAR
10
A Arte na Educação Infantil e Seu Impacto no Desenvolvimento
Pedagogia
UNICESUMAR
10
A Importância da Arte no Ensino e Aprendizagem
Pedagogia
UNICESUMAR
Texto de pré-visualização
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL EXPEDIENTE FICHA CATALOGRÁFICA NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 Coordenadora de Conteúdo Roney de Carvalho Luiz Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Juliana Duenha Design Educacional Bárbara Neves Revisão Textual Meyre Barbosa Ilustração Welington Oliveira Fotos Shutterstock CIP NBR 12899 AACR2 Impresso por Bibliotecária Leila Regina do Nascimento CRB 91722 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Competências Socioemocionais Kethlen Leite de Moura Indaial SC Arqué 2023 Reimpresso em 2023 200 p il ISBN papel 9786554660495 ISBN digital 9786554660501 Graduação EaD 1 Socioemocionais 2 Ensino 3 Competências 4 Kethlen Leite de Moura I Título CDD 37015 U58 Universidade Cesumar UniCesumar BOASVINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico nós tra balhamos com princípios éticos e profissiona lismo não somente para oferecer educação de qualidade como acima de tudo gerar a con versão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profis sional emocional e espiritual Assim iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Londrina Curitiba e Ponta Grossa e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Por ano pro duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares Somos reconhe cidos pelo MEC como uma instituição de exce lência com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa cionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos edu cadores soluções inteligentes para as neces sidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromis so com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ati vas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis são que é promover a educação de qua lidade nas diferentes áreas do conheci mento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária P R O F I S S I O N A L T R A J E T Ó R I A Dra Kethlen Leite de Moura Doutora e Mestre em Educação Especialista em Docência do Ensino Superior e formada em Pedagogia Realiza pesquisas na área de Educação do Campo Primeira Infância Educação a Distância Tem experiência na Educação Básica no Ensino Superior e na PósGraduação httplattescnpqbr8691750201352997 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS Olá estudante Desde os anos de 1990 temos discutido na Educação a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais A partir da publicação do Relatório Jacques Delors e da Declaração Mundial de Educação para Todos UNESCO 1990 1996 os debates se intensi ficaram pois a formação integral do ser humano representa um importante avanço para a consolidação da cidadania Definimos a competência socioemocional como o processo de demonstrar a eficiência pes soal nas relações sociais que envolvem a emoção Essa definição desmistifica em parte a competência socioemocional Veremos portanto ao longo do material didático questões relacionadas a essas competências É importante conhecermos essas definições e suas relações pois à medida que a eficácia pessoal se desenvolve no processo de relações sociais os indivíduos aplicarão seus conhecimentos para desenvolver habilidades Aprender sobre as competências socioemocionais é adquirir conheci mentos atitudes habilidades e emoções que possibilitam realizar o gerenciamento das emoções em nosso dia a dia e contribuir para a definição de metas positivas bem como demonstrar empatia por outrem e delimitar relacionamentos positivos no âmbito do trabalho e da família As competências socioemocionais visam promover alunos proativos que se envolvam cada vez mais em atividades complexas O envolvimento permite que você estudante tome deci sões coerentes e avalie os resultados Todo este processo auxilia no despertar da criatividade para que experimente novas vivências e possibilidades em seu cotidiano O objetivo deste material didático é proporcionar novos caminhos para que se aprenda ati vamente por meio de problemas reais desafios e atividades que combinem ações individuais e coletivas permeando projetos individuais e de aprendizagem O que aprenderá neste momento oa empoderará para que possa enfrentar os desafios do dia a dia As competências socioemocionais são extremamente importantes para que pos samos obter resultados positivos em nossas ações assim as competências e as habilidades permitemnos entender melhor as informações que nos chegam a fim de tomar decisões certas e resolver problemas Desejo sucesso em seus estudos ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece Este ele mento ajudará você a conceituálao melhor da maneira mais simples conceituando No fim da unidade o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos quadroresumo Neste elemento você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos explorando ideias Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento pensando juntos Enquanto estuda você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno logia a seu favor conectese Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI 8 A SALA DE AULA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI 40 80 O MODELO DE COMPETÊNCIAS COGNITIVAS 115 DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS PARA A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI 147 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS DO FUTURO PROFESSOR 180 CONCLUSÃO GERAL 1 EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade O Brasil e a Educação para o século XXI Os desafios do professor na Educação para o século XXI A Educação necessária para o século XXI OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Compreender os pressupostos teóricos que formulam a Educação para o século XXI Entender quais os aspectos que envolvem a formação de professores para o século XXI Apreender quais os mecanismos que contribuem para a formulação da Educação para o século XXI PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura INTRODUÇÃO A educação tem um papel primordial na sociedade principalmente para inspirar as pessoas a buscarem o melhor caminho para suas decisões No âmbito educacional ela visa auxiliar os alunos a reconhecerem suas parti cularidades e assim superar dificuldades para que possam atingir seu pleno potencial de desenvolvimento A educação não visa a formação mecanicista principalmente a educação do século XXI pois requer pessoas que sejam criativas e tenham o pensamento crítico Como será que a nossa Educação se encontra O que para você seria uma Educação Moderna Na contemporaneidade temos ouvido notícias que nos deixam desani mados sobre as escolas isso porque muitas se afastam do mundo real tendo em vista que a matriz curricular está entupida de informações que muitas vezes destroem o prazer de aprender das crianças dos jovens e dos adultos fator que contribui para o abandono escolar A formação desses sujeitos está assentada em uma perspectiva que não desenvolve habilidades e compe tências para que ele tenha uma vida bemsucedida no mundo do trabalho Mesmo que estas informações sejam preocupantes também perce bemos melhoras no campo educacional ou seja há muitos professores preocupados com esse processo formativo que buscam alternativas bási cas para transformar o processo educacional Otimizar mudanças neste processo também requer o auxílio do desenvolvimento tecnológico pois este permite com que professores e alunos desenvolvam um novo cenário para a educação criem oportunidades e contribuam para compreender as circunstâncias que envolvem século XXI Nossos estudos buscam auxiliar no desenvolvimento de um pensa mento criativo e crítico a respeito da educação para o século XXI Bus caremos seguir as tendências que estão acopladas à educação e como se mostram em nosso cotidiano Esperamos que esta combinação de análises apresentações e fundamentos teóricos além de ser exemplo para ampliar sua perspectiva seja uma ótima oportunidade para que entenda o que é realmente importante à educação para o século XXI UNIDADE 1 10 1 O BRASIL E A EDUCAÇÃO para o Século XXI O primeiro ponto que devemos mencionar é que a educação deve ser considerada a base fundamental do desenvolvimento de um país seja no âmbito econômico político cultural e social Logicamente a educação está atrelada a um processo de ensino que precisa de alguns fatores para que o ato de educar aconteça como currículo projeto político pedagógico participação da comunidade no processo pedagógico articulação da escola com a sociedade avaliação novas tecnologias e formação de professores É pertinente ressaltar que a educação para o século XXI não é apenas dotar as escolas ou salas de aula com tecnologias de última geração muito menos comprar equipamentos sofisticados ou aumentar o espaço físico das escolas O ponto crucial é preparar professores para que tirem proveito destas tecnologias em suas aulas Como estamos vivendo um momento de globalização o processo de moder nização da nossa sociedade também afeta a educação e isso permite que haja a reorganização dos sistemas de ensino possibilitando a redefinição daquilo que aprendemos e como aprendemos Logo a educação fica ancorada nas exigências dessa sociedade tecnológica sendo necessário refinar as questões técnicas com o mundo do trabalho Quando falamos de modernização Ianni 1997 ressalta que este é um processo simultâneo à globalização ou seja a modernização é inevitável nesta sociedade pois ela está acoplada ao processo de crescimento evolução e progresso dos países Pode UNICESUMAR 11 mos relacionála também à industrialização mercantilização tecnologização dentre outros processos que ultrapassam as barreiras físicas dos países e isso acaba resul tando em nações cada vez mais interconectadas e articuladas em todos os padrões Para Ianni 1997 p 88 esse processo é simultâneo e modernizador ou seja é inaugurar o novo ou o desconhecido seja proveniente de fora seja oriundo de mu danças internas Para o referido autor esse processo de modernização é predomi nantemente determinada pelo sistema algo técnico e automático IANNI 1997 p 91 Essas novas exigências globais e locais ao se articularem mundialmente de monstram que no início dos anos de 1990 vivemos uma segunda revolução industrial Nesse momento a evolução das tecnologias fez com que o homem fosse substituído em seu trabalho de maneira gradativa por um mecanismo robotizado As mudanças não se limitaram apenas ao âmbito do emprego ou do mundo do trabalho também recaíram sobre a vida social dos indivíduos a estrutura familiar o planejamento do ócio e a educação Para Schaff 1996 p 22 estamos vivenciando essa revolução até os dias atuais a autora quer dizer o seguinte consiste na mudanças de que as capacidades intelectuais do homem foram ampliadas e inclusive substituídas por autômatos que eliminam com êxito crescente o trabalho humano Veja estudante a autora apresenta que a revolução pela qual estamos passan do mudou drasticamente todas as relações que antes conhecíamos e isso tem afetado não somente nossa forma de trabalhar mas de agir e de pensar também logo estas modificações serão encontradas em todos os setores da vida humana tanto no trabalho quanto fora dele Portanto todas as pessoas pensantes do mundo percebem que nos encontramos diante de uma mudança profunda que não é apenas tecnológica mas que abrange todas as esferas da vida social SCHAFF 1996 p 15 Bem estas nossas reflexões até o momento é para que possamos pensar sobre o processo de produção que temos presenciado em nossa vida Isso não significa que há apenas uma expansão do processo econômico mas se trata de uma mu dança na forma de organização das exigências mundiais para que o indivíduo se adapte ao processo de transformação social econômica e cultural UNIDADE 1 12 Simplificando ao extremo considerase pósmoderna a incredulidade em relação aos metarrelatos É sem dúvida um efeito do progresso das ciências mas esse progresso por sua vez a supõe Ao desuso do dispositivo metanarrativo de legitimação corresponde a crise da filosofia metafísica e a da instituição universitária que dela dependia A função narrativa perde seus atores functeurs os grandes heróis os grandes perigos os gran des périplos e o grande objetivo Ela se dispersa em nuvens de elementos de linguagem narrativos mas também denotativos prescritivos descritivos etc cada uma veiculando consigo validades pragmáticas sui generis Cada um de nós vive em muitas destas encru zilhadas não formamos combinações de linguagem necessariamente estáveis e as propriedades destas por nós formadas não são necessariamente comunicáveis Fonte Lyotard 2000 p 16 explorando Ideias Em um mundo cada vez mais global surgem diversos questionamentos sobre as questões que envolvem razão ciência história indivíduos educação e sociedade Isso porque o mundo está se rearticulando em um novo tempo e espaço abrindo caminhos para que possamos dar continuidade à nossa história com a intenção de chegarmos a um momento de mudanças É na base da nossa história que vemos a nova reconfiguração do tempo ou seja mudanças ocorrem no âmbito educacional para atender aos preceitos da moder nização das sociedades tendo por finalidade iniciar uma nova era que possa exigir dos indivíduos novas habilidades e competências para que dominem as questões da modernidade como a informatização tanto no mundo do emprego quanto fora dele Esse movimento busca enfatizar as novas exigências do saber que estão pautadas em técnicas e procedimentos que permitem ao homem adaptarse às mais diver sas mudanças ocorridas em nossa sociedade Nesse processo evidenciase que o saber não se manifesta como uma mercadoria em que se abre mão para que se estabeleça relações cada vez mais desgastantes mas é necessário estabelecer relações de competitividade para que se permaneça neste jogo de poder Diferentemente da constituição dos Estadosnações no início da modernidade em que estes se impunham por meio da conquista de territórios e da centralização do governo as estratégias de con quistas dos Estadosnações reaparecem hoje baseadas na busca e no domínio das informações na capacidade produtiva que circulam como moedas LYOTARD 2000 p 7 UNICESUMAR 13 É importante sabermos que nesse processo há contradições e conflitos já que vivemos em uma sociedade global que está constantemente marcada pela rede finição dos Estadosnações Isso quer dizer que há interferência das negociações e conferências sobre educação que ocorrem em âmbito global e interferem no Brasil As influências são marcadas pela emergência de uma reorganização geo gráfica do mundo como forma de reorientar a vida dos seres humanos para que possam desenvolver suas competências Esse é o horizonte em que se reabre a problemática da moderni dade Como a globalização abala mais ou menos profundamente os parâmetros históricos e geográficos ou as categorias de tempo e espaço que se haviam elaborado com base no Estadonação nas configurações e movimentos da sociedade nacional logo se reabre a problemática da continuidade e nãocontinuidade da modernidade assim como o debate modernidade ou pósmodernidade Muito do que tem sido a controvérsia sobre pequeno relato e o grande relato o individualismo metodológico e o holismo metodológico ou as interpretações micro e macro entre outros dilemas têm algo a ver com a ruptura epistemológica provocada pela globalização quan do se abalam os quadros sociais e mentais com os quais muitos se haviam habituado IANNI 1997 p 164 A modernidade traz preceitos novos para o homem principalmente em seu modo de agir pensar e imaginar isso quer dizer que neste momento da pósmo dernidade que estamos vivenciando nosso estado de espírito também é afetado pelas mudanças que ocorrem em todo globo obviamente esse movimento envol ve questões filosóficas científicas e artísticas sobre os quais não nos aprofundare mos O processo de modernização porém está completamente relacionado ao desenvolvimento ao crescimento econômico e social à ideia de progresso além das constantes renovações das tecnologias A pósmodernidade tem nos permitido constituir novos e múltiplos pro cessos de relações sociais que estão intrínsecos à globalização do mundo Tra tase na verdade de uma modernidademundo isto quer dizer que há um deslocamento das decisões e também definições de tempo e espaço em nossa sociedade fator que define as transformações que acontecem na estrutura desta e no espírito dos homens UNIDADE 1 14 Como o processo de modernização pôde influenciar tanto na educação Quais são os benefícios que ela traz para a formação do homem pensando juntos Dentre as diversas características da modernidademundo logo se destacam as novas e surpreendentes formas do tempo e espaço ainda pouco conhecidas Além do localismo nacionalismo e re gionalismo em geral constituídos com base em noções de tempo e espaço acentuadamente influenciadas pela historicidade e territo rialidade do Estadonação o globalismo abre outros horizontes de historicidade e territorialidade IANNI 1997 p 166 É sabido que esse movimento modernizado visa nos emancipar das propostas tradicionais de educação buscando nos conduzir a um ensino institucionalizado que seja correspondente ao processo de pósmodernidade que estamos vivendo Por isso podemos relacionar modernidade globalização e educação tendo em vista que esses três princípios estão relacionados com a sociedade e a cultura além disso configuramse como meios de disputas e contradições Isso quer dizer que a forma de constituição da Educação para o século XXI tem sido disputada afinal de contas há um discurso oficializado tanto nas políticas quanto nas práticas educacionais as quais visam orientar a legitimação do processo que se desenvolve em nossa sociedade A globalização permitiu que países como o Brasil em seu processo de desenvol vimento modificassem suas ideias e concepções de mundo e de educação Com as mudanças advindas do processo globalizador houve mudanças nos processos e nas relações sociais ou seja mudanças econômicas científicas e culturais que estavam relacionadas à educação e que se desenvolveram mediante parâmetros propostos pela globalização e pósmodernidade além disso essas mudanças se expandiram abrangendo cada vez mais os territórios educacionais e os processos formativos Esta lógica tem se articulado com o princípio de totalidade social e global movimento que visa estruturar os processos educacionais de maneira a objetivá los para a construção de competências que possibilitem o desenvolvimento hu mano Para Ianni 1997 este momento é proposto para desenvolver as questões técnicas e objetivas tendo em vista que tanto a globalização quanto a educação estão inseridas em todas as esferas da vida Por isso a educação institucionalizada tem se mostrado cada vez mais adepta às mudanças da sociedade UNICESUMAR 15 São agências internacionais que discutem sobre educação para o século XXI Banco Mun dial Unesco Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância Pnud Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Fonte autora explorando Ideias o que passa a influenciar decisivamente os fins e os meios envolvidos de tal modo que a instituição de ensino não só a pri vada como também a pública passa a ser organizada e adminis trada segundo a lógica da empresa corporação ou conglomerado IANNI 1997 p 112 Em um mundo globalizado no qual temse discutido suas ações educacionais com agências internacionais ligada à Organização das Nações Unidas ONU verificamos que há uma constante mobilização para que os países como o Brasil pensem e repensem as estratégias para a Educação para o século XXI É sabido que as agências internacionais estão mobilizadas para pensar e delimitar estratégias e orientações para a Educação no século XXI para o Brasil Você pode se perguntar por que o Brasil precisa atender às orientações O que isso muda em nossa realidade Veja caroa alunoa o Brasil é signatário dos acordos internacionais logo nossa agenda para a educação é pensada e construída a partir das orientações internacionais Esses acordos servem para que o Brasil consiga empréstimos com bancos internacionais para que possa participar ativamente dos Estadosnação como no caso do G20 As agências internacionais além de promoverem orientações para a educação brasileira organizam fóruns convenções e encontros que visam aprovar estes do cumentos com a finalidade de definir as orientações necessárias para os diversos níveis de ensino Ressaltamos que as orientações encontradas nos documentos dessas agências internacionais visam à expansão da modernização da educação nesses países bem como elucidam a importância da Educação Básica para todos a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem a partir de um sistema educacional que esteja atento aos princípios da Educação para o século XXI Sendo assim essas necessidades são UNIDADE 1 16 tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem como a leitura e a escrita a expressão oral o cálculo a solução de problemas quanto os conteúdos básicos da aprendizagem como conhecimentos habilidades valores e atitudes necessários para que os seres huma nos possam sobreviver desenvolver plenamente suas potencialidades viver e trabalhar com dignidade participar plenamente do desenvol vimento melhorar a qualidade de vida tomar decisões fundamentais e continuar aprendendo UNESCO 1993 p 27 A Unesco traz a perspectiva de uma educação para o século XXI que supere as práticas tradicionais uma educação que se limite apenas aos muros da escola A Educação para o século XXI precisa estar abarcada dentro do desenvolvimento tecnológico o qual busca um trabalhador flexível atento às mudanças de seu tem po e que mediante as dificuldades consiga alcançar a educação que lhe permita ascender social e economicamente Dessa maneira as atenções voltamse para uma Educação Básica que atenda a todos contemple as exigências deste novo século e faça uso de tecnologias as quais permitem uma educação para além do espaço escolar formal O precursor dessas mudanças foi o relatório da Delors 2001 desenvolvido pela Comissão Interna cional de Educação para o século XXI e que se tornou um documento orientador para a Educação Básica do Brasil Esse documento tem como objetivo fazer com que os países busquem a paz e a superação de problemas que são gerados em um mundo globalizado em constante desenvolvimento O referido documento destaca alguns problemas que são enfrentados por países como o Brasil Dentre esses problemas destacamse a pobreza os conflitos étnicos raciais e religiosos a devas tação ambiental e a tecnologização do trabalho SILVA 2008 p 365 Essas preocupações apresentadas pelo documento tornamse atuais e a questão da pósmodernidade está envolta a essas discussões já que países como o Brasil buscam a educação com autonomia e emancipação Isso demonstra que a Educação não está imune às transformações da base material da sociedade pois a globalização é uma mudança importante para o desenvolvimento de uma educação que atenda às competências A educação nesta perspectiva pósmoderna tem na globalização a rápida circu lação de informações e isso evidencia que os avanços do globalismo são imensos e a educação ao estar relacionada a esse movimento tornase um produto que precisa ser consumido por quem demonstrar vontade e competência para adquirila em especial a educação ministrada em nível médio e superior SANFELICE 2003 p 10 UNICESUMAR 17 Na Conferência Mundial sobre Educação para Todos em Jomtien em 1990 foi aprovado o primeiro documento que tratou da Educação Básica mundialmente traçando objetivos a serem alcançados durante a chamada Década da Educação 19902000 Em 2000 a Década da Educação foi avaliada em Dakar estendendo os prazos estabelecidos para o alcance dos objetivos firmados em 1990 Este relatório foi elaborado pela Comissão Internacional da Educação para o Século XXI em 1993 atendendo a uma solicitação da Conferência Geral da Unesco de 1991 As discussões mundializadas sobre a educação referidas neste trabalho fundamentamse especialmente neste relatório Fonte Silva 2008 explorando Ideias Pensar na educação neste atual momento que estamos vivendo exige de cada um de nós pensar que tipo de sociedade queremos para o nosso futuro e como o processo educativo pode contribuir para isso Neste pressuposto compreendese que a globalização tem total influência sobre a educação e isso deve promover entre os indivíduos cada vez mais competitividade produtividade e melhor de sempenho em seu espaço de atuação Para que a Educação do século XXI traga os marcos da globalização é neces sário atender aos pressupostos delimitados pelas agências internacionais pois elas têm uma visão total da educação global e permite que países como o Brasil que é totalmente periférico equiparem seu sistema educacional de países centrais Entre estas reflexões Silva 2008 salienta que a discussão dos quatro pilares da educação como aprender a conhecer aprender a fazer aprender a ser e aprender a viver juntos passam a ser desenvolvidos na educação nacional como forma de atender às exigências de uma sociedade globalizada que precisa estar de acordo com os preceitos de uma educação que atenda às necessidades do século XXI O conceito de educação ao longo da vida passa a se articular e se desenvolver mediante o processo globalizador e os pilares estão relacionados com a Era Pósmoderna O princípio da educação ao longo da vida significa que os indivíduos preci sam mudar qualificarse mais ou seja essa educação se pauta em uma formação para as competências socioemocionais que na verdade também relacionase com uma formação dinâmica flexível e condizente com o trabalho em equipe bem como com a capacidade de iniciativa a valorização de talentos e aptidões dos indivíduos para determinados trabalhos Essas modificações centramse na aptidão para as relações interpessoais e passam a ser discutidas nos documentos UNIDADE 1 18 orientadores da política educacional brasileira como forma de estabelecer uma educação permanente que aconteça em todos os âmbitos da sociedade A preocupação com a formação dos indivíduos ocorre devido à necessidade de que estes acompanhem o ritmo acelerado desenvolvido da sociedade globali zada De acordo com Silva 2008 p 369 este projeto tende a formar o homo studiosus relacionado ao homem universal este novo homem na verdade é aquele que está munido de uma instrução completa e em condições de mudar de profissão e portanto também de posição no interior da organização social do trabalho SCHAFF 1996 p 125 A educação voltada para atender às necessidades do século XXI expressa a diversificação na formação do trabalhador conduzindoo à liberdade de mudan ças de profissão tendo em vista que o progresso do conhecimento científico e tecnológico tem gerado cada vez mais oportunidades de ampliação de emprego sendo necessário que um trabalhador tenha competências importantes para as novas formas de trabalho Ressaltamos ainda que a concepção de educação ao longo da vida ou educação permanente não é uma forma de propor reciclagens profissionais aos indivíduos mas trazer oportunidades de conhecimento para aqueles que se encontram em processo de formação ou não Essa ideia de uma educação ao longo da vida demonstra a necessidade de romper com o tempo de aprendizagem institucional tradicional e a escola precisa atender os jovens e adultos durante toda a sua vida produtiva Fora das universidades departamentos ou instituições de vocação profissional o saber não é e não será mais transmitido em bloco e de uma vez por todas os jovens antes de sua entrada na vida ativa ele é transmitido à la carte a adultos já ativos ou esperando sêlo em vista da melhoria de sua competência e de sua promoção mas também em vista da aquisição de informações de linguagens e de jogos de lingua gens que lhes permitam alargar o horizonte de sua vida profissional e de entrosar experiência técnica e ética LYOTARD 1986 p 90 A qualificação e as competências apresentadas são conceitos que marcam na verdade o discurso da pósmodernidade e elas são justificadas a partir de a perspectiva de um vasto mercado de competências operacionais está aberta Os detentores desta espécie de saber são e serão objeto de ofertas e mesmo motivo de disputa de política de sedução LYOTARD 1986 p 93 UNICESUMAR 19 Destacamos a importância do trabalho em equipe tendo em vista que esse tributo é essencial para que se alcance os objetivos do mercado que é extrema mente competitivo com efeito as performances em geral são melhoradas pelo trabalho em equipe sob condições que as ciências sociais tornaram precisas há muito tempo LYOTARD 1986 p 95 Isso porque o trabalho em equipe e as relações interpessoais acontecem nesse meio competitivo que envolve a busca de emprego e formação Os quatro pilares da educação possibilitam refletirmos sobre as questões que envolvem as competências socioemocionais O pilar aprender a conhecer é entendido como um preparo para o trabalho para que o indivíduo utilize seus conhecimentos pragmáticos bem como saiba utilizar novos conhecimentos e novas tecnologias tendo em vista que o conhecimento é a razão instrumental para que o indivíduo se desenvolva O segundo pilar aprender a conhecer é a finalidade da vida humana já que se vincula o desenvolvimento humano às necessidades básicas de aprendizagem é uma forma de alcançar a participação dos indivíduos na sociedade de uma maneira cada vez mais ativa logicamente para que continuem aprendendo Dessa forma é a partir disso que eles desenvolvem um espírito empreendedor Aliado ao segundo pilar temos o aprender a fazer que está intimamente ligado ao mundo do trabalho e à formação profissional dos indivíduos É necessário que estes tenham conhecimento para se ajustarem às relações mercadológicas Essa relação entre fornecedores e usuários do conhecimento e o pró prio conhecimento tende e tenderá a assumir a forma que os pro dutores e os consumidores de mercadorias têm com essas últimas ou seja a forma valor O saber é e será produzido para ser vendido e ele é e será consumido para ser valorizado numa nova produção nos dois casos para ser trocado Ele deixa de ser para si mesmo seu próprio fim perde o seu valor de uso LYOTARD 1986 p 5 O conhecimento tornase uma maneira de os indivíduos terem realização pessoal em uma sociedade tão competitiva por isso a educação deve formar competências nestes e relacionar cada vez mais o saber produzido na área educacional com as relações de mercado Como estamos inseridos em uma sociedade de informação devemos compreender que a educação deve permitir que todos possam recolher selecionar ordenar gerir e utilizar as mesmas informações DELORS 2001 p 21 UNIDADE 1 20 O quarto pilar aprender a ser está pautado no processo de desenvolvimen to total do indivíduo tendo em vista que estamos em um mundo em constante transformação e extremamente dinâmico em que o desenvolvimento dos serviços exige pois cultivar qualidades humanas que as formações tradicionais não transmitem necessa riamente e que correspondem à capacidade de estabelecer relações estáveis e eficazes entre as pessoas DELORS 2001 p 95 Esta exigência é proposta à educação para que todos sem exceção façam fruti ficar os seus talentos e potencialidades criativas o que implica por parte de cada um a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal DELORS 2001 p 16 Assim Os empregadores substituem cada vez mais a exigência de uma qualificação ainda muito ligada a seu ver à idéia de competência material pela exigência de uma competência que se apresenta como uma espécie de coquetel individual combinando a qualificação em sentido estrito adquirida pela formação técnica e profissional o comportamento social a aptidão para o trabalho em equipe a ca pacidade de iniciativa o gosto pelo risco DELORS 2001 p 94 A educação precisa unir as especificidades do trabalho com as relações interpes soais e as qualidades de cada indivíduo e este coquetel corresponde ao desen volvimento total da pessoa pois é nesse momento que terá autonomia e poderá desenvolver pensamentos autônomos e críticos e para formular seus próprios juízos de valor de modo a poder decidir por si mesmo como agir nas diferentes circunstâncias da vida DELORS 2001 p 99 O sucesso individual de cada sujeito dependerá das suas competências socioemocionais pois viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências realizar projetos comuns e prepararse para gerir conflitos no respeito pelos valores do pluralismo da com preensão mútua e da paz DELORS 2001 p 102 UNICESUMAR 21 2 OS DESAFIOS DO PROFESSOR na Educação para o Século XXI No percurso realizado neste momento da aula enfatizamos que o processo de educação ao longo da vida busca realizar interfaces com a educação a sociedade e as competências socioemocionais No âmbito da educação temse discutido muito sobre os desafios que oa pro fessora tem enfrentado no processo de constituição da Educação para o século XXI Esta questão envolve não somente os desafios que o docente enfrenta em sala de aula mas também a sua formação e o processo de ensino e aprendizagem dos alunos Os desafios são inúmeros já que o cenário da Educação para o século XXI abrange algumas ações necessárias por parte do docente Nesse caso não podemos perder de vista que a educação é um direito cons titucional e inalienável por isso deve ser entendida como um passaporte para a cidadania Esse caminho aberto para a educação está disposto em Lei principal mente quando se trata da universalização já na garantia de qualidade e eficiência porém infelizmente ainda há um longo caminho a ser percorrido É importante destacar que a educação é constituída historicamente por isso e está sujeita a diversas transformações ao longo do tempo O percurso histórico UNIDADE 1 22 caroa alunoa interfere e reflete decisiva mente na escola alterando ações sociais e cul turais que são exigidas no contexto em que se insere A educação para o século XXI tam bém visa à formação para a cidadania e a escola precisa oportunizar aos seus alunos acesso a esse conhecimento tendo em vista que os saberes orga nizados histórica e socialmente tendem a garantir a qualidade da educação Mas e o educador onde ele se insere nesse contexto O educador precisa motivar e até mesmo pro mover uma aprendizagem condizente com o mundo globalizado em que estamos vivendo logo o professor precisa ser um mediador nesse pro cesso A forma como ele consegue conduzir este faz toda a diferença por isso a sua formação é muito importante A analogia que apresentareemos agora é muito pertinente para o que es tamos falando Veja só Rubem Alves certa vez fez a seguinte comparação do que vale uma cozinha toda moderna e equipada com os melhores aparelhos se o cozinheiro não está à altura ALVES 1994 p 65 Podemos comparar isso à escola De que vale uma escola toda moderna e equipada com os mais sofisticados aparelhos se não temos uma professora à altura Para Alves 1994 um bom cozinheiro faria uma excelente comida até mesmo com panelas velhas Observe que a questão apresentada é apenas uma das formas de pensarmos a questão do professor nesse movimento que é a Educação para o século XXI O contexto social vigente que estamos vivenciando exige que o professor seja um educador que saiba articular os conhecimentos teóricos e prático de maneira que consiga despertar e envolver todos os alunos no processo de aprendizagem além de aliar as especificidades de uma sala de aula de maneira que contemple as necessidades individuais de cada aluno A educação em nossa sociedade está passando por inúmeras mudanças como já mencionamos e para o século XXI o educador tornase o centro das atenções consequentemente a sua formação também As exigências para o professor atuar nessa realidade globalizada incluem aprender a lidar com uma sociedade que está em constante transformação e essas transformações também influenciaram nas propostas para realizar as reformas educacionais que tinham por intuito colocar a educação numa perspectiva globalizada que se articulasse com o sistema educacional UNICESUMAR 23 Para Torres 2000 e Aguiar 2002 ao levarem em conta estes aspectos é perceptível que a formação de professores também passa a ser um elemento fun dante para se adequar às reformas propostas para a educação tendo em vista que o perfil do profissional na nova era é que deveria estar conectado às exigências do modelo econômico vigente Mediante a isso verificamos que o processo de cons trução dos saberes docentes estão assentados em sua formação inicial que nada mais é do que a base para a sua atuação enquanto profissional da educação É a partir dessa base que o professor tem apoio para fazer sua formação continuada e consolidar sua carreira A partir disso ele passa a ministrar aulas e formar sujei tos para transformarem a sociedade que os cerca No entanto é preciso ressaltar que o professor não pode ter somente a sala de aula como seu espaço de ensino O professor precisa ter muito claro em sua atuação que a educação precisa de espaços ricos para que possam desenvolver as práticas educativas Os saberes docentes as competências e o saberfazer são fundamentais para a ação docente na educação as instituições educacionais que visam à formação de licenciaturas devem valorizar as ciências humanas priorizando um saber direcionado para a transformação social De acordo com Pimenta e Anastasious 2002 p 71 no processo de formação de professores é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento ninguém ensina o que não sabe dos saberes peda gógicos pois o ensinar é uma prática educativa que tem diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano dos saberes didáticos que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino para ensinar nas situações contextualizadas dos saberes da experiência do sujeito professor que dizem respeito ao modo como nos apropriamos do ser professor na nossa vida Es ses saberes dirigemse às situações de ensinar e com elas dialogam revendose redireccionandose ampliandose e criando são as demandas da prática que vão dar a configuração desses saberes Evidentemente inúmeras instituições podem contribuir para a construção dos saberes docentes que podem ser entendidos como saberes plurais compósitos e heterogêneos Esses saberes também articulamse com os saberes pessoais de cada indivíduo e são adquiridos no seio familiar são saberes que provêm da ação escolar e acadêmica das instituições que lhe passaram a sua formação UNIDADE 1 24 científica de programas de televisão de livros didáticos que utilizam ao longo de sua vida dos discursos que proferem dos métodos que esse professor utiliza para ministrar suas aulas das suas vivências e das experiências cotidianas que são vivenciadas nas escolas Essas influências ocorrem em todos os campos que o professor convive e atua e tudo isso contribui de maneira decisiva para a construção do saber docente como ilustra Nóvoa 1997 p 25 o professor é a pessoa E uma parte importante da pessoa é o professor Por isso os saberes docentes não podem ser desvinculados de sua formação enquanto docente pois seus saberes são construídos ao longo da vida e car reira profissional Esta é a razão pela qual muitos acreditam que o professor é um profissional ultrapassado É importante lembrar porém que os saberes são atemporais e a construção de sua carreira está ligada às dimensões de identidade socialização do saber conhecimentos competências habilidades e atitudes Para Tardif 2002 p 11 o saber docente está relacionado com a pessoa com a sua identidade com a sua experiência de vida com a sua história profis sional com as suas relações com os alunos na sala de aula com os outros atores sociais na escola Veja que esses saberes têm origens diferentes e se constituem como uma ação que vai se edificando por meio do trabalho e do conhecimento que o professor tem com o meio social São saberes que in fine alicerçam a prática do professor constituem o seu acto de ensinar são garantia da sua boa atuação servem de base à estruturação da sua vida profissional à sua relação com os alunos com os colegas em síntese ao seu modo peculiar de ser professor CUNHA 2009 p 1050 As competências do professor têm a ver com a capacidade de enquanto indiví duo mobilizar seus saberes seus conhecimentos suas habilidades e suas atitudes para que consiga resolver problemas e tomar decisões acertadas Porém por outro lado podemos dizer que um professor que tenha muito conhecimento ou até mesmo competências não é sinônimo de que seja um profissional competente Para Perrenoud 2000 possuir conhecimentos ou até mesmo capacidades não garante que o docente seja um profissional competente pois muitos profissionais têm conhecimento e capacidade mas isso não é capaz de mobilizálo de maneira adequada ao processo de aprendizagem que o aluno necessita UNICESUMAR 25 Freire 1983 ressalta que o homem é um ser histórico e sempre procura se aprimorar em um processo que é constante e isso demonstra que ele se aper feiçoa permanentemente Assim o saber surge de um saber velho que gera um novo saber mas pode se tornar obsoleto daqui a um tempo Não se admira por tanto que mediante as mudanças que ocorrem em nossa sociedade o modelo de competências que tem sido exigido dos professores atualmente é de que sejam profissionais ativos e não se limitem a padrões de repetição ou seja não se esgo tem em si mesmos O maior desafio para o docente neste século é articular conhecimento habili dade procedimentos valores e atitudes Isso também tem implicações na formação inicial do professor então é necessário que as instituições ofereçam uma formação que habilite os licenciados a se desenvolverem solidamente de maneira integradora para que sejam sensíveis participem ativamente do processo de construção do co nhecimento e que tenham condições fundamentais para se constituírem enquanto profissionais inovadores capazes de lidar de maneira criativa e crítica O professor precisa fazer escolhas conscientes ter objetivos racionais e utilizar meios sensíveis para que consiga atingir determinados fins Para conseguir atuar dessa maneira É preciso que o formando desde o princípio da sua experiência formadora se assuma como um sujeito da produção do saber se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conheci mentos mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção FREIRE 1996 p 25 Portanto no que tange a formação de professores e os desafios que assume no sé culo XXI é preciso que o professor assuma saberes de diferentes áreas do conhe cimento Obviamente não é a formação fragmentada que estamos defendendo mas a construção de competências que possibilitem ao docente interrelacionar UNIDADE 1 26 ideias e conceitos Por isso é tão importante a interdisciplinaridade ou seja a atuação conjunta de diferentes profissionais das mais diversas áreas de forma ção que buscam em parceria inovações para o trabalho científico por meio de pesquisa colaborativa pensamento crítico e flexível para que se construa a au tonomia a concepção e a ampliação dos fundamentos científicos e tecnológicos As razões apresentadas justificamse porque o professor não pode ser alguém que replica o conhecimento produzido por outrem mas deve ser um sujeito que assume sua prática pedagógica a partir desse conhecimento historicamente cons truído Assim o professor do século XXI precisa aliar suas experiências pessoais e profissionais bem como estruturar a sua prática pedagógica selecionar conteúdos priorizar determinadas atividades aprimorar as suas competências de aprender e decifrar algumas linguagens bem como ser um motivador de seus alunos O professor precisa ser alguém que contribua no cultivo das diferenças que ajude a criar oportunidades para que os alunos possam expandir seus conheci mentos que aposte na convivência e na sensibilidade para a formação do aluno ele precisa se configurar como um modelo de competências e de uma cultura de excelência Assim o que permite ao professor ter competências no contexto da Educação para o século XXI é ter a capacidade de articular mobilizar e colocar em prática o conhecimento que adquiriu O que distingue um profissional experiente de um novato não é tanto a quantidade de saber mas a sua qualidade a capacidade de relacionar seleccionar ajustar adaptar ao contexto prever pôr em acção e sua flexibilidade cognitiva e fazêlo com rapidez esponta neamente e sem esforço ALARCÃO 1996 p 29 É importante que se modifique o paradigma de ensino que o professor saia do modelo passivo e aplique em suas aulas um modelo baseado no desenvolvi mento de competências ou seja é necessário centrarse nesse momento na aprendizagem do formando para que este aprenda ao longo da vida e adquira competências socioemocionais Nesse ínterim o professor precisa desenvolver com seus alunos novas formas de comunicação discussão participação criação e estímulos de acesso a novas linguagens Tendo em vista que o trabalho em sala de aula nessa nova era tende a ser visto como coletivo exige mais comprometimento diálogo respeito ética cooperação e espírito crítico Esses são ingredientes imprescindíveis à criação UNICESUMAR 27 Temse agora consciência que para uma sociedade ser salva da estagnação e para o indi víduo atingir o seu pleno desenvolvimento qualquer sistema de educação deve encorajar a criatividade Vítor Manuel Tavares Martins pensando juntos de um clima favorável para o aprendizado e isso contribui para que haja troca de experiências reflexões coletivas e decisões tomadas em coresponsabilidade Assim quando o saber ensinar do professor estiver apoiado em sua experiência de trabalho personalidade talento entusiasmo amor à profissão conhecimentos compartilhados teremos um docente que fará diferença na educação para o futuro Com isso temos também o fazer pedagógico que implica a prática ser significativa para o educando Por isso há a necessidade da inseparabilidade do eu e da profissão Aqui estamos E as opções que cada um de nós tem de fazer como professor as quais cruzam a nossa maneira de ser com a nossa ma neira de ensinar e desvendam na nossa maneira de ensinar a nossa maneira de ser Para além de tudo o mais uma prática que tem por finalidade o crescimento e desenvolvimento tem forçosamente de ser uma prática que integra todas as esferas do ser NÓVOA 1992 p 17 Por isso é necessário mudar as práticas para além de simples recomposições superfi ciais supõe a transformação dos quadros de referência que as funda mentam e lhe dão sentido Daí ser esta uma realidade muito difícil de mudar de planificar e de programar do exterior sem envolvimento dos protagonistas sem a sua vontade de mudar BENAVENTE 1993 p 13 Perrenoud 2000 salienta que é imprescindível que o professor busque o desen volvimento de suas competências que além de socioemocionais envolvem as questões técnicas e profissionais que sejam capazes de possibilitar mudanças nas necessidades educacionais dos alunos Apresentamos a seguir dez competências necessárias ao professor deste milênio UNIDADE 1 28 1 Organizar e animar situações de aprendizagem 2 Gerir a progressão das aprendizagens conceber e gerir situaçõesproble ma ajustadas aos níveis e às possibilidades dos alunos 3 Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação gerir a heterogenei dade dentro da classe 4 Implicar os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho suscitar o desejo de aprender explicitar a relação com os conhecimentos o sentido do trabalho escolar e desenvolver a capacidade de autoavaliação na criança 5 Trabalhar em equipe elaborar um projeto de equipe representações comuns 6 Participar da gestão da escola elaborar negociar um projeto da escola 7 Informar e implicar os pais animar reuniões de informação e de debate 8 Utilizar tecnologias novas utilizar softwares de edição de documentos 9 Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão 10 Gerir sua própria formação contínua Quadro 1 Dez competências para o professor do novo milênio Fonte adaptado de Perrenoud 2000 O professor do século XXI deve desenvolver suas habilidades e competências para que entenda os parâmetros culturais vigentes e a sua prática esteja assentada na criação de sujeitos que sejam autores de seu mundo e da sua própria história Por isso é necessário que o professor alie os conhecimentos acadêmicos à expe riência pessoal e profissional pois isso o capacitará para se adequar ao contexto formativo para a Educação no século XXI UNICESUMAR 29 3 A EDUCAÇÃO NECESSÁRIA para o Século XXI Estamos vivendo um momento de globalização o mundo do século XXI tem se tornado cada vez mais dinâmico e independente Estamos cada vez mais interligados ao resto do mundo por meio de relações econômicas científicas culturais religiosas tecnológicas e virtuais Estamos em um período em que não temos que ser apenas cidadãos e cidadãs aqueles que cumprem seus deveres e exercem seus direitos nesta nova era é preciso ser um cidadão global Sabemos que a cidadania global não é uma forma de obter um documento que permita transitar por todos os países ela referese porém a uma forma de pertencer a uma comunidade maior ser cidadão global integrarse à humanidade como um todo Essa ideia demanda que tenhamos um olhar diferenciado para o outro a forma de se relacionar se modifica o agir no tempo e no espaço implica respeitar a diversidade e o pluralismo cultural ou seja é preciso perceber que a vida no cotidiano conectase a todos os âmbitos locais e globais O acesso facilitado à informação ocorre por meio de tablets smartphones notebooks e com isso surgem discussões a respeito da educação formal princi palmente no que tange a função social da educação O debate sobre a educação necessária para o século XXI passará pelo conceito de cidadania global tendo em vista que além das competências das habilidades e dos conhecimentos cog nitivos urge a necessidade de uma educação que vise contribuir para resolver conflitos globais e promova o respeito mútuo UNIDADE 1 30 A escola é por excelência o lugar em que é possível ensinar e cul tivar as regras do espaço público que conduzem ao convívio de mocrático com as diferenças orientado pelo respeito mútuo e pelo diálogo É nesse espaço que os alunos têm condições de exercitar a crítica e de aprender a assumir responsabilidades em relação ao que é de todos BRASIL 1990 p 113 As diretrizes curriculares nacionais voltadas para a educação básica destacam ainda mais essa ideia de que a escola é um espaço para a aprendizagem no qual envolvem valores respeito habilidades e reflexão crítica ou seja a educação para a cidadania global Ela é vista como uma possibilidade para qualificar os educandos e auxiliar os professores no processo de ensino e de aprendizagem mas que isso possa acontecer para além dos espaços formais tendo em vista que a formação integral dos indivíduos é fundamental para a formação ao longo da vida de um cidadão global A Unesco coloca que a educação para a cidadania global é uma forma im portantíssima de desenvolver habilidades competências conhecimento e valores para que possamos ter uma sociedade mais justa igualitária e equitativa A Unes co 2016 apresenta que a educação tem um papel fundamental para trabalhar conhecimentos habilidades e competências socioemocionais de maneira que aconteça a transformação social Por isso há a perspectiva de uma pedagogia transformadora que vise à educação para a cidadania global na medida em que a globalização e a interdependência entre os povos possa exigir cada vez mais alunos reflexivos questionadores e conscientes A Educação necessária para o século XXI é para atuar na cidadania global isto quer dizer que os alunos precisam ser capazes de discutir sobre os desafios da humanidade como pobreza desigualdade injustiça meio ambiente saúde dentre outros assuntos que sejam capazes de despertar nesses sujeitos uma forma de ar ticular soluções para esses problemas Por isso é muito importante os professores refletirem sobre sua prática de ensino e a forma com que os alunos têm aprendido I Posicionarse de maneira crítica responsável e construtiva nas diferentes situações sociais utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas II Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva física cognitiva ética estética de in terrelação pessoal e de inserção social para agir com perseverança UNICESUMAR 31 na busca de conhecimento e no exercício da cidadania III Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos IV Questionar a realidade for mulandose problemas e tratando de resolvêlos utilizando para isso o pensamento lógico a criatividade a intuição a capacidade de análise crítica selecionando procedimentos e verificando sua adequação BRASIL 2001 p 107 O que os parâmetros curriculares nacionais apresentam é para que os alunos tenham uma formação para a cidadania global então as competências e habili dades precisam ser trabalhadas e desenvolvidas tanto na sala de aula quanto no cotidiano dos alunosas Por isso a educação para a cidadania global precisa ser trabalhada desde a Educação Básica e com qualidade No contexto atual É um direito assegurado pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente Um dos fundamentos do projeto de Nação que estamos construindo a formação escolar é o alicerce indispensável e condição primeira para o exercício pleno da cida dania e o acesso aos direitos sociais econômicos civis e políticos A educação deve proporcionar o desenvolvimento humano na sua plenitude em condições de liberdade e dignidade respeitando e valorizando as diferenças BRASIL 1990 p 56 Diante disso percebemos a importância que a escola tem para que esse proces so de cidadania global se efetive pois é ela quem contribui para a formação de cidadãos conscientes de sua realidade críticos e autônomos Por isso estimular a cidadania para educação global é tratar também de questões da vida real in centivando os alunos a engajarse em ações coletivas de maneira que se promova uma sociedade global tolerante e transformadora Para que a educação para a cidadania global seja efetiva é preciso engaja mento da comunidade escolar isso significa que o docente precisa desenvolver novas práticas e metodologias a educação para a cidadania global é baseada em três dimensões conceituais ou áreas de aprendizagem a saber área cognitiva em que são trabalhados conhecimentos e habilidades de reflexão ne cessárias para entender melhor o mundo e suas complexidades UNIDADE 1 32 área socioemocional que desenvolve valores atitudes e habilida des sociais que permitam aos alunos viver com os outros de forma respeitosa e pacífica e área comportamental que trabalha compor tamento desempenho aplicação prática e engajamento do aluno UNESCO 2016 p 22 Essas dimensões fazem com que cada indivíduo seja capaz de entender os pro blemas locais que sua comunidade está passando Por isso a educação para a cidadania é um processo de oportunidade para os alunos expandirem seus co nhecimentos e ações de maneira que o caminho seja transformador UNICESUMAR 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caroa alunoa ao longo desta unidade vislumbramos questões que estão en volvidas com a Educação para o século XXI Percebemos ainda que a educação além de ser um direito social que está garantido em todas as leis precisa ser desenvolvida nos mais diversos contextos e realidades para que possamos pro mover educação de qualidade e equitativa com as realidades e contextos diversos tendo em vista que por meio da educação passamos a reconhecer os indivíduos Outra questão envolvida na Educação para o século XXI é a formação de professores e os desafios que estes enfrentam mediante as mudanças globais que a sociedade tem enfrentado Pois neste movimento o professor tornase o mediador das ações e formação do aluno para a cidadania global para que ele aprenda na medida correta olhar o próximo com respeito e solidariedade Ao longo do processo educativo a formação de professores tornase essen cial para que consigamos construir a Educação para o século XXI e esta for mação precisa considerar as competências necessárias para o desenvolvimento dos educandos e educadores Essas competências permitem que desenvolvamos uma sociedade mais justa e igualitária exercendo de fato a cidadania perante a sociedade e o próximo além de respeitar as diferenças socioculturais Por meio dessa formação a cidadania global estará implícita nos currículos escolares e nos materiais didáticos utilizados pelos docentes junto aos educandos A cidadania global é o norte para a Educação do século XXI e ao estar garantida nos documentos internacionais e nacionais compreendemos isso como uma forma de avanço da educação brasileira para se igualar aos países centrais tendo em vista que a cidadania global permite o avanço da economia da política da cultura e da sociedade em si Por isso tornase essencial formar indivíduos para atuar na cidadania global pois ao terem uma formação que propicie o compartilhamento de informações e o desenvolvimento de competências socioemocionais percebemos que eles poderão se desenvolver integralmente tornandose efetivamente cidadãos globais 34 na prática 1 A educação é um dos pilares que constitui uma sociedade mais justa e com equi dade por isso formar para a cidadania é essencial pois possibilita a construção de uma sociedade democrática Nesse contexto podemos afirmar que a A educação para a cidadania tem relação direta com a educação corporativa b É preciso considerar o design instrucional da cidadania para formar competên cias c É preciso solicitar informações sobre o comportamento de cada indivíduo d Para formar um cidadão é necessário manter os níveis de desenvolvimento so cietal e As competências precisam estar voltadas para atender apenas ao mercado de trabalho 2 A Educação para o século XXI acontece nos mais diversos lugares já que cada edu cador precisa estar articulado com a comunidade para que o trabalho a ser desen volvido por ele possa promover uma intervenção na realidade dos alunos Por isso exigese tanto do educador uma postura cada vez mais ética e política e que ele tenha compromisso com a justiça e a equidade social Dessa forma é necessário que ele assuma I A luta pela desigualdade social e qualquer forma de opressão II Manutenção das relações de poder a fim de prevalecer os interesses da elite III Busca pela autonomia liberdade expressão de pensamento crítico e criativo para o exercício da cidadania IV Denunciar práticas preconceituosas contra os semelhantes Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 35 na prática 3 Quanto aos objetivos da educação necessária para o século XXI assinale Verdadeiro V ou Falso F Educar o aluno de maneira integral como pessoa e como cidadão Uma prática reflexiva que tem como condição a cidadania Desenvolver a capacidade reflexiva Assinale a alternativa correta a V V e F b F F e V c V F e V d F F e F e V V e V 4 A educação para a cidadania tem três eixos educação para redenção da sociedade educação como reprodução da sociedade e educação para transformar a sociedade Assim os fins da educação são a Manter e conservar a sociedade de maneira a reproduzir a ordem estabelecida b Ampliar a desigualdade social c Transformar a sociedade e conservar a sociedade do jeito que está d Promover justiça social além de promover a modernidade e Promover o empreendedorismo social 5 A Educação para o século XXI traz alguns desafios para a formação docente e na for mação dos alunos Assim conceitue o que é a cidadania global e qual a importância para termos um mundo mais justo e sustentável 36 aprimorese EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA GLOBAL UNIVERSALISMO OU RELATI VISMO Antes de definir cidadania global é necessário definir o que é cidadania A palavra cidadania pode ter múltiplas facetas geralmente relacionadas à participação das pessoas na sociedade Porém cidadania dentro dos textos de Hannah Arendt pode ser definida como o direito a ter direitos LAFER 1988 Ou seja cidadania está ligada à ideia de uma pessoa ter direitos pois está protegida por um Estado o qual é nacio nal A cidadania global rompe com esse conceito pois desliga o conceito de cidada nia derivada da nacionalidade Nesse campo teórico cidadania global é um status ainda não consolidado segundo o qual uma pessoa tem direitos que ultrapassam a proteção por parte do seu Estado VIEIRA 1999 Dessa forma o cidadão global é aquele que tem proteção jurídica para além do seu Estado A cartilha Educação para a cidadania global compreende que não é pacífico na academia o conceito de cidadania global Cidadania global é um conceito contestado no discurso acadêmico e existem múltiplas interpretações sobre o significado de ser um cida dão global UNESCO 2015 p 14 Além disso o texto traz cidadania como um sen timento de pertencer a uma comunidade mais ampla e à humanidade comum bem como de promover um olhar global que vincula o local ao global e o nacional ao internacional UNESCO 2015 p 14 Porém este texto sobre cidadania global na cartilha diz que é pacífico que cidadania global não é uma situação legal Quando a cartilha contextualiza a educação ela afirma que já é pacífico que o papel da educação é promover a paz os direitos humanos a tolerância da diversidade e o desenvolvimento sustentável UNES CO 2015 p 9 Neste trecho percebese a introdução dos valores universais baseados nos direitos humanos dentro da agenda da ECG e também é notável a lacuna contextual da cartilha pois não é dito como nem onde estas abordagens são concretizadas O dia a dia da educação brasileira se encaixaria nesse contexto Vanessa de Olivei ra Andreotti em seu artigo Educação para a Cidadania Global Soft Versus Critical defende a ECG critical Para ela esta perspectiva critical tem como objetivo o esta belecimento de uma relação ética com a diferença além da consideração do sistema e as relações de poder desiguais A problemática apresentada pela autora referese à 37 aprimorese questão da ausência de uma desconstrução dos diversos processos e contextos cul turaisglobais a qual acarreta na formação de alunos que levam valores universais reproduzindo relações de violência e poder que podem ser comparados ao colonialismo Portanto existem questionamentos à cidadania global A autora apresentanos as contribuições de Andrew Dobson dentre outros autores elucidando a questão sobre a natureza da globalização afinal só alguns países têm poderes de globalização os outros são globalizados ANDREOTTI 2006 p 60 Um exemplo disso é o G7 que determina quais são as questões globais Partindo desse pressuposto existe uma divisão desigual em que somente tem poder de globalização aqueles que podem atuar globalmente Entretanto quando alcançado esse patamar há uma projeção do con texto local como sendo global a todos ANDREOTTI 2006 p 60 Andreotti por intermédio das reflexões de Gayatri Spivak questiona a projeção dos valores ocidentais como globais e universais naturalizando a supremacia ocidental so bre o resto do mundo Nesse processo há uma negação do processo histórico impe rialista e colonialista existindo uma naturalização do processo de modernização na qual o colonialismo é tido como algo do passado negandose suas consequências no presente Assim justificamse a pobreza e a riqueza e com o discurso desenvolvimen tista incitase os países do terceiro mundo a comprar do primeiro mundo uma visão independente do ocidente ignorando sua cumplicidade e parte do processo imperialista ANDREOTTI 2006 p 61 Ademais com essa perspectiva do colonialismo o primeiro mundo acredita em sua supremacia que o terceiro mundo almejando ser civilizado e acompanhar o desenvolvimento do Ocidente esquece as características da globaliza ção ANDREOTTI 2006 p 6162 Assim isso reforça o eurocentrismo e o triunfalismo porque encoraja as pes soas a pensar que vivem no centro do mundo que tem responsabilidade de ajudar o resto e que as pessoas de outras partes do mundo não são totalmente globais ANDREOTTI 2006 p 62 Ao fim a autora discursa sobre a literacia crítica colocando a necessidade dos professores a levarem em conta A literacia crítica se constitui de uma análise e crítica das relações entre perspectivas línguas poder grupos sociais e práticas sociais por parte dos alunos Seria uma maneira de interpretar e compreen der as origens de determinados pressupostos e implicações Na ECG critical a pro 38 aprimorese moção de mudanças não seria imposta mas as condições para que o aluno pudesse refletir e pensar seriam fornecidas possibilitando a análise e a experimentação de outras perspectivas de relacionarse com os outros e consigo mesmo Portanto os professores deveriam atentarse a literacia crítica para não re produzir as relações dominantes ANDREOTTI 2006 p 6465 Não existe portanto uma fórmula universal e perfeita para a questão da educação para a cidadania glo bal mas primeiramente devemos refletir sobre o quanto nossos professores estão capacitados para lidar com essas questões Fonte a autora 39 eu recomendo Global How Despertar para a educação global Autor Ana Castanheira Florina Diana Potirniche Gabriele Rade ke Gundula Büker Julia Keller Karola Hoffmann Mihaela Ama riei Monica Cugler Mónica Santos Silva Nina Cugler Sigrid Schel lStraub Sofia Lopes Susana Damasceno Editora AIDGLOBAL Sinopse este manual é o resultado do projeto europeu Desper tar para a Educação Global Reforçar as competências dos membros das Organi zações da Sociedade Civil europeias implementado na Alemanha em Portugal e na Roménia em resposta à necessidade evidente de uma formação de qualidade para os facilitadores de Educação para a Cidadania Global que trabalham no con texto de Organizações da Sociedade Civil O manual baseiase na experiência dos parceiros do projeto na formação dos facilitadores bem como na sua experiência de implementação de cursos de formação em três países diferentes da Europa livro 2 A SALA DE AULA NO CONTEXTO da Educação do Século XXI PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade A intencionalidade do ato de ensi nar Aprender a aprender o alicerce do processo educativo Práticas metacognitivas de aprendizagem OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar o permanente diálogo entre o ensino e a aprendizagem Compreender a importância de aprender a aprender Explicitar a prática pedagógica em tempo e espaço diferentes INTRODUÇÃO Caroa estudante ao longo do tempo a figura do professor se modificou e no século XXI ele não é mais visto como um profissional que detém todo o conhecimento na área em que atua Igualmente a forma como o aluno estuda também modificouse O fato é a educação no século XXI transformouse e o conhecimento está fora da redoma E assim temos presenciado grandes desafios tanto para professores quanto para as escolas mediante os novos tempos que temos enfrentado O profissional da educação e o aluno precisam assimilar as transformações criar métodos para que se possa atrair a atenção de alunos e alunas além de agregar cada vez mais conhecimento Logo os educadores que não conse guem acompanhar os avanços tecnológicos acabam não cooperando para uma formação que contribua para o desenvolvimento de competências socioemocionais de alunos É importante lembrar que a maneira como os professores têm conduzido a educação ao longo dos anos não consegue mais ser sustentada nesse conceito de educação para o século XXI Enquanto profissionais da educação é preciso uma nova forma de en sinar um fenômeno que vem sendo cada vez mais pesquisado por profes sores já que a aprendizagem e as competências socioemocionais ocorrem devido a uma construção coletiva do conhecimento O cenário da edu cação para o século XXI tem quebrado cada vez mais paradigmas uma vez que a intenção é abandonar a ideia de que o conhecimento é poder e que quem o detém é único e exclusivamente o professor Nesse modelo de educação e sala de aula no século XXI o estudante deixa de ser mero receptor de informações transmitidas pelo professor e se torna um ator ativo na construção do conhecimento Nossa intenção nesse momento é apresentar o cenário do processo de ensino e aprendizagem em que o conhecimento não é algo hierarquizado e sim produzido de maneira coletiva Sucesso e um ótimo estudo UNIDADE 2 42 1 A INTENCIONALIDADE do Ato de Ensinar Em nossa sociedade percebemos cada dia mais que o conhecimento está relacio nado com o avanço das tecnologias e da ciência A nossa educação é influenciada pelas mudanças econômicas políticas culturais sociais tecnológicas e científicas que permeiam a nossa sociedade As mudanças que ocorrem constantemente perpassam a atuação dos profissionais da educação e cada vez mais buscase pro fessores qualificados competentes e que sejam capazes de solucionar problemas trabalhar em grupo compartilhar informações e até mesmo criar novas formas de transmitir o conhecimento contribuindo para a formação de competências socioemocionais com a intenção de desenvolver atividades que reflitam o pro cesso de desenvolvimento e inovação Assim nesse ambiente defrontamonos com a situação em que as instituições de Ensino Superior precisam se encaixar no papel de formadoras e capacitadoras de profissionais da educação O papel dessas instituições implica respeitar as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação delineados pelo Ministério da Educação e Conselho Nacional de Educação bem como propor práticas pedagógicas e metodologias de ensino que sejam condizentes com uma educação para o século XXI Para Colossi Consentino e Queiroz 2001 e Peleias et al 2011 os cursos de graduação do Ensino Superior precisam contribuir para que seus estudantes desenvolvam características profissionais competências socioemocionais e per UNICESUMAR 43 O mundo moderno tornouse uma era histórica de profundas transformações que ocor rem no campo econômico político e social reestruturando as relações sociais e amplian do o domínio do modo de produção capitalista e isso influencia decisivamente nas con cepções que nós temos de mundo Fonte autora explorando Ideias sonalidade crítica Isso só é possível a partir do momento que se ensine direitos e deveres aos cidadãos de maneira a preparálos para conviver de forma har moniosa em uma sociedade com uma diversidade cultural imensa É preciso capacitálos para ocupar cargos no mercado de trabalho Outra questão alunoa que faz parte da formação de Ensino Superior é que as instituições devem capacitar os alunos a se desenvolver técnica e humanamente para ingressar no mercado de trabalho e obviamente isso requer uma gestão eficaz do currículo dos cursos MAINARDES DOMINGUES 2011 É imprescindível que para a formação técnica e humana haja a preparação de um ambiente que proporcione o acolhimento desses alunos que os professores escolham métodos que contribuam facilitem e estimulem a aprendizagem de maneira a garantir a formação profissional e a competência socioemocional de seus alunos Algo que é importantíssimo mencionar aqui é que você aluno a pode estar almejando se formar com as melhores notas ou até mesmo ser laureado mas veja que isso não lhe garante o ingresso no mercado de trabalho muito menos dálhe experiência para enfrentar os desafios do mundo organizacional Desenvolver habilidades e competências é prepararse para lidar com as situações reais do mundo do trabalho é o momento de levar a teoria estudada para dentro da sala de aula SANTOS 2012 BARROS MONTEIRO MOREIRA 2014 Os estudos teóricos são essenciais para que você compreenda a sua prática profissional no entanto lembremos que isso não deve ser feito de uma maneira tradicional é preciso inovar deixar de lado nossas atitudes cartesianas e lineares que dissociam a teoria da prática Para que não caiamos nesse engodo de nos tornarmos profissionais extremamente cartesianos com a finalidade de reduzirmos as deficiências encontradas no âmbito escolar e na péssima formação socioemocional dos nossos alunos é necessário planejarmos Isso mesmo precisamos planejar e definir objetivos que utilizaremos UNIDADE 2 44 Por que é tão importante no atual contexto do século XXI que o aluno se torne protago nista do seu processo de aprendizagem pensando juntos no processo de aprendizagem além de estipular o período que desenvolveremos tal proposta Para isso é necessário delimitarmos os recursos a serem utilizados e as estratégias adequadas para cumprir o papel de professores enquanto mediadores do conhecimento Não podemos nos esquecer que é importantíssimo desenvol vermos uma consciência crítica em nossos alunos e principalmente criar expec tativas para o processo de aprendizagem de cada disciplina para que dessa forma eles compreendam o quanto precisam desenvolver determinadas habilidades para alcançarem os objetivos esperados de aprendizagem Veja caroa estudante que quando temos um alunoa consciente de suas próprias ações conseguimos propor estratégias de aprendizagem que casem com as suas necessidades A Taxonomia de Bloom auxilianos a compreender o processo de aprendiza gem real do aluno isso porque ele precisa ser capaz de compreender categorias e conceitos entender conteúdos bem como aplicar seus conhecimentos nas mais distintas situações práticas e diversas do seu cotidiano É preciso ter capacidade de analisar e avaliar situações para que se possa criar novas formas de cognição a partir do conhecimento já existente BLOOM 1973 Por isso é importante adotarmos metodologias de ensino que tirem os alunos da zona de conforto para que estes se tornem agentes ativos e atuantes no pro cesso de aprendizagem Para Santos 2012 p 73 o aluno precisa se sentir capaz e seguro para aplicar nas organizações os conhecimentos que estão sendo adquiridos em sala de aula isentandoo da necessidade de viver com a incerteza de tentativa e erro Enfatizamos novamente que a aprendizagem não se resume a ter ótimas notas já que essas nem sempre representam o conhecimento real de cada aluno a aprendizagem precisa ser avaliada aferindo a capacidade do aluno de aplicar esse conhecimento na prática SANTOS 2012 sempre buscando um olhar crítico para as suas ações de maneira que desenvolva o processo educacional Assim ao pensarmos em uma sequência didática SD precisamos classificar nossas ativi dades de acordo com a Taxonomia de Bloom Podemos iniciar nossa aula com UNICESUMAR 45 uma discussão teórica sobre determinado assunto logicamente considerando os mecanismos os objetivos os conteúdos e a avaliação dentro da perspectiva da Taxonomia de Bloom Ferraz e Belhot 2010 p 422 comentam que é preciso pensar sobre os objeti vos que se envolvem no processo de aprendizagem pois neste há uma comple xidade é importante que o professor entenda que cada indivíduo apreende as informações de maneira diferente ou seja mesmo estando em uma situação igual de aprendizagem alguns conseguiram apreender mais sobre certo conteúdo do que outros O professor precisa refletir sobre o conteúdo a ser ministrado e seguir a perspectiva de Bloom que tem por objetivo ajudar no planejamen to organização e controle dos objetivos de aprendizagem FERRAZ BELHOT 2010 p 422 Isso quer dizer que a taxonomia visa estimular os professores a auxiliar seus alunos no processo de aprendizagem realizando mediações além de oferecer uma base para o desenvolvimento de instrumentos avaliativos Ferraz e Belhot 2010 propõem que para que haja uma eficácia nesse processo é preciso haver também divisão do trabalho a partir do domínio específico do de senvolvimento cognitivo afetivo e psicomotor Assim no quadro a seguir podemos compreender melhor os domínios e as características que envolvem as competências Domínios Características Cognitivo Destinado ao dominar aprender determinado conteúdo Este se refere ao momento de adquirir um novo conhe cimento desenvolvendo o aluno intelectualmente Inclui reconhecimento de fatos específicos procedimentos padrões e conceitos que estimulam o desenvolvimento intelectual constantemente Nesse domínio os objetivos foram agrupados em seis categorias e são apresentados em uma hierarquia de complexidade e dependência cate gorias do mais simples ao mais complexo Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempe nho adequado na anterior pois cada uma utiliza capacida des adquiridas nos níveis anteriores As categorias desse domínio são Conhecimento Compreensão Aplicação Análise Síntese e Avaliação UNIDADE 2 46 Domínios Características Afetivo Relacionase ao desenvolvimento emocional e inclui a questão da responsabilidade da atitude do compor tamento do respeito da emoção e dos valores Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores para serem aprimoradas As categorias desse domínio são Receptivi dade Resposta Valorização Organização e Caracterização Psicomotor Relacionase às habilidades físicas específicas Bloom e sua equipe não chegaram a definir uma taxonomia para a área psicomotora mas outros o fizeram e chegaram a seis ca tegorias que incluem ideias ligadas aos reflexos à percep ção às habilidades físicas aos movimentos aperfeiçoados e à comunicação não verbal Para ascender a uma nova categoria é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior pois cada uma utiliza capacidades adquiridas nos níveis anteriores As categorias desse domínio são Imitação Manipulação Articulação e Naturalização Quadro 1 Domínios da Taxonomia Fonte adaptado de Ferraz e Belhot 2010 p 56 Ao entender esses domínios verificase a necessidade de entender e atender às ne cessidades do processo de ensino e aprendizagem Além disso é preciso valorizar e incrementar o vocabulário pois isso auxilia os educadores no desenvolvimento de atividades curriculares Figura 1 O domínio do desenvolvimento em Bloom Fonte a autora Alguns professores fazem a substituição de substantivos por verbos mas estes são a dimensão do conhecimento o quê e os verbos tornamse a dimensão dos processos cognitivos como Por isso é importante utilizar verbos que envolvem o domínio cognitivo como lembrar aplicar analisar sintetizar e criar Para melhor ilustrar a Taxonomia de Bloom apresentaremos o quadro aprendizagem intelectual Afetivo aspectos de sensibilização e gradação de valores Psicomotor habilidades de execução de tarefas que envolvem o aparelho motor Cognitivo UNICESUMAR 47 seguinte que demonstra os critérios que devem ser utilizados para realizar o processo de aprendizagem Níveis de Complexidade Domínios Verbos Relacionados Básico re conhecimento capacidade de identi ficar as propriedades fundamentais dos ob jetos de conhecimento apreendido ARAÚJO 2014 p 55 Identificar nomear assinalar citar re lacionar completar observar Compreensão identi ficação de elementos que dão significado ao objeto de conhecimen to sua composição finalidade e caracterís tica ARAÚJO 2014 p 55 Explicar descrever caracterizar Intermediário APLICAÇÃO transpo sição da compreen são de um objeto de conhecimento em caso específico situação problema etc ARAÚJO 2014 p 55 Resolver ampliar com base no texto trans formar explicar ANÁLISE percepção de inter relação entre um todo e suas partes Analisar examinar decompor sentença escandir Resumir generalizar SÍNTESE reorganização das partes de um todo AVANÇADO AVALIAÇÃO emissão de um juízo de valor sobre análises e sínte ses efetuadas Julgar justificar apre sentar argumentos Quadro 2 Nível de Complexidade Fonte adaptado de Moreira 1975 apud Araújo 2014 p 55 UNIDADE 2 48 O quadro demonstra que a taxonomia auxilia os professores a categorizar as habilidades que eles querem desenvolver nos alunos a partir de determinado conteúdo Esse processo de categorização contribui para que os alunos consi derando que o professor respeita as diferenças do processo de aprendizagem compreendam a necessidade de aprender determinado conteúdo Assim o processo de taxonomia é algo bastante utilizado para compreen der o processo de aprendizagem principalmente para organizar as discussões e análises dos conteúdos Utilizar essa terminologia conceitual é basearse em classificações estruturadas e orientadas para que se possa definir instruções Há duas vantagens de utilizar a taxonomia na educação Oferecer a base para o desenvolvimento de instrumentos de avalia ção e utilização de estratégias diferenciadas para facilitar avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisi ção de conhecimento e estimular os educadores a auxiliarem seus discentes de forma estruturada e consciente a adquirirem compe tências específicas a partir da percepção da necessidade de dominar habilidades mais simples fatos para posteriormente dominar as mais complexas conceitos BLOOM 1956 p 210 O próprio autor retrata a importância de utilizar conceitos para iniciar uma aula e até mesmo para classificar e estruturar a maneira de ensinar Ao utilizar conceitos para estruturar seu processo de ensino Bloom 1944 retrata que o processo de aprendizagem dos homens é diferente pois cada indivíduo desenvolveria uma competência distinta e com profundidade de conteúdo O mesmo autor porém afirma que mesmo diante das diversidades ambientais e internas dos indivíduos estes aprenderão mas que isso dependerá das estratégias que serão utilizadas e da organização do processo de aprendizagem que contribui para estimular o desen volvimento cognitivo A Taxonomia de Bloom contribui para que os professores consigam estimular o âmbito cognitivo dos sujeitos principalmente o raciocínio e as abstrações de alto nível Ao delimitar objetivos instrucionais os professores conseguem delimitar o desempenho e as competências que seus alunos desenvolvem Essa ação está ligada às ações intencionais diretamente relacionadas ao conteúdo e à forma como ele deverá ser aplicado A Taxonomia de Bloom pode ser representada por uma escada com seis degraus logicamente ela é mais complexa que isso já que é UNICESUMAR 49 dividida em subcategorias mas podemos neste primeiro momento entendêla desta maneira pois a compreensão fica mais fácil Figura 2 Categorias do domínio cognitivo proposto por Bloom Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 424 A partir disso a taxonomia é uma ferramenta para padronizar a linguagem e os objetivos delimitados para a aprendizagem como forma de facilitar a comuni cação entre os indivíduos que fazem parte desse processo Além disso ela com preende a construção de um currículo objetivo que esteja assentado nas Diretri zes Curriculares Nacionais como a Base Nacional Comum Curricular e busca definir e determinar atividades avaliações de acordo com os temas propostos KRATHWOHL 2002 BLOOM 1956 Os pontos apresentados são as contribuições da taxonomia que foi utilizada para classificar os objetivos curriculares e também para descrever o resultado do processo de aprendizagem no que tange ao conteúdo e às discussões A importância dessa taxonomia é desenvolver uma ferramenta que seja prática e útil para o desen volvimento dos processos mentais superiores nível de conhecimento e abstração complexa A taxonomia também envolve as questões bidimensionais como Figura 3 Caráter bidimensional Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 426 6 Avaliação 5 Síntese 4 Análise 3 Aplicação 2 Compreensão 1 Conhecimento Verbos dimensão processos cognitivos como Substantivos dimensão conhecimento o que UNIDADE 2 50 A partir da Figura 3 percebese que o conhecimento passa a se desenvolver a partir das habilidades de lembrar e achar Isso quer dizer que os alunos devem encontrar na problemática proposta pelo professor pequenas informações que tragam à sua consciência o aprendizado prévio aquele que o indivíduo desen volve antes de conhecer sobre determinado assunto Isso nos leva a dividir o conhecimento em dois momentos 1 conhecimento como processo e 2 conhecimento como conteúdo assimilado Quando tratamos de conhecimento este está diretamente relacionado ao conteúdo apresentado pelo docente O processo de metacognição está envolvido com o conhecimento cognitivo real do educando ou seja com a própria consciência de aprendizagem individual de cada um Essa categoria é utilizada na área da educação e tornase extremamente importante tendo em vista que a possibilidade que o indivíduo desenvolva sua autoapren dizagem por meio da autonomia que lhe é dada é fundamental para o processo E logicamente os professores devem utilizar das novas tecnologias para ampliar esse processo Logo compreendemos que o processo cognitivo é compreendido como um meio pelo qual construímos o nosso conhecimento e resolver problemas cotidia nos ANDERSON et al 2001 p 89 Na taxonomia há seis categorias que são fundamentais para compreender o do mínio do processo cognitivo Vejamos no Quadro 3 UNICESUMAR 51 Categoria Descrição Conhecimento Definição Habilidade de lembrar informações e conteú dos previamente abordados como fatos datas palavras teorias métodos classificações lugares regras critérios procedimentos etc A habilidade pode envolver lembrar uma significativa quantidade de informação ou fatos espe cíficos O objetivo principal desta categoria nível é trazer à consciência esses conhecimentos Subcategorias 11 Conhecimento específico Conheci mento de terminologia Conhecimento de tendências e sequências 12 Conhecimento de formas e significados relacionados às especificidades do conteúdo Conhecimen to de convenção Conhecimento de tendência e sequência Conhecimento de classificação e categoria Conhecimento de critério Conhecimento de metodologia e 13 Conheci mento universal e abstração relacionado a um determina do campo de conhecimento Conhecimento de princípios e generalizações Conhecimento de teorias e estruturas Verbos enumerar definir descrever identificar denomi nar listar nomear combinar realçar apontar relembrar recordar relacionar reproduzir solucionar declarar distin guir rotular memorizar ordenar e reconhecer Compreensão Definição Habilidade de compreender e dar significado ao conteúdo Essa habilidade pode ser demonstrada por meio da tradução do conteúdo compreendido para uma nova forma oral escrita diagramas etc ou contexto Nessa categoria encontrase a capacidade de entender a informação ou fato de captar seu significado e de utilizála em contextos diferentes Subcategorias 21 Translação 22 Interpretação e 23 Extrapolação Verbos alterar cons truir converter decodificar defender definir descrever distinguir discriminar estimar explicar generalizar dar exemplos ilustrar inferir reformular prever reescrever resolver resumir classificar discutir identificar interpretar reconhecer redefinir selecionar situar e traduzir UNIDADE 2 52 Categoria Descrição Aplicação Definição Habilidade de usar informações métodos e conteúdos aprendidos em novas situações concretas Isso pode incluir aplicações de regras métodos modelos con ceitos princípios leis e teorias Verbos aplicar alterar programar demonstrar desenvol ver descobrir dramatizar empregar ilustrar interpretar manipular modificar operacionalizar organizar prever preparar produzir relatar resolver transferir usar cons truir esboçar escolher escrever operar e praticar Análise Definição Habilidade de subdividir o conteúdo em partes menores com a finalidade de entender a estrutura final Essa habilidade pode incluir a identificação das partes aná lise de relacionamento entre as partes e reconhecimento dos princípios organizacionais envolvidos Identificar partes e suas interrelações Nesse ponto é necessário não apenas ter compreendido o conteúdo mas também a estrutura do objeto de estudo Subcategorias Análise de elementos Análise de relaciona mentos e Análise de princípios organizacionais Verbos analisar reduzir classificar comparar contrastar determinar deduzir diagramar distinguir diferenciar identificar ilustrar apontar inferir relacionar selecionar separar subdividir calcular discriminar examinar experi mentar testar esquematizar e questionar UNICESUMAR 53 Categoria Descrição Síntese Definição habilidade de agregar e juntar partes com a finalidade de criar um novo todo Essa habilidade envolve a produção de uma comunicação única tema ou discur so um plano de operações propostas de pesquisas ou um conjunto de relações abstratas esquema para clas sificar informações Combinar partes não organizadas para formar um todo Subcategorias 51 Produção de uma comunicação original 52 Produção de um plano ou propostas de um conjunto de operações e 53 Derivação de um conjunto de relacionamentos abstratos Verbos ca tegorizar combinar compilar compor conceber construir criar desenhar elaborar estabelecer explicar formular generalizar inventar modificar organizar originar planejar propor reorganizar relacionar revisar reescrever resumir sistematizar escrever desenvolver estruturar montar e projetar Avaliação Definição habilidade de julgar o valor do material pro posta pesquisa projeto para um propósito específico O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser externos relevância ou internos organização e podem ser fornecidos ou conjuntamente identificados Julgar o valor do conhecimento Subcategorias 61 Avalia ção em termos de evidências internas e 62 Julgamento em termos de critérios externos Verbos avaliar averiguar escolher comparar concluir contrastar criticar decidir defender discriminar explicar interpretar justificar rela tar resolver resumir apoiar validar escrever um review sobre detectar estimar julgar e selecionar Quadro 3 Estruturação da taxonomia de Bloom domínio cognitivo Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 422427 e adaptado de Bloom 1956 Bloom 1986 Driscoll 2000 e Krathwohl 2002 UNIDADE 2 54 É importante lembrar que a taxonomia é flexível e deve ser adequada de acordo com as necessidades de cada processo de aprendizagem já que ela permite que os processos de ensino sejam adequados ao processo cognitivo quando necessário A tabela bidimensional a seguir propõe um processo de conhecimento e questões cognitivas como lembrar entender aplicar analisar sintetizar e criar Figura 4 Categorização da Taxonomia de Bloom Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 430 É essencial apresentar a estrutura do processo cognitivo na taxonomia de Bloom sendo assim no primeiro degrau temos o lembrar que está relacionado ao re conhecimento e à reprodução de ideias no segundo o entendimento que está assentado nas conexões que envolvem o novo conhecimento e o conhecimento prévio que o indivíduo possui no terceiro o aplicar que se relaciona à execução de determinados procedimentos em situações específicas e visa abordar uma nova situação nova ao conhecimento no quarto o analisar que se relaciona a dividir a informação em partes relevantes e irrelevantes no quinto o avaliar que determina critérios e padrões qualitativos e quantitativos e por fim no sexto último degrau temos o criar que se refere ao articular elementos com o objetivo de desenvolver uma nova visão e estrutura para a construção de habilidades e competências FERRAZ BELHOT 2010 Vejamos o Quadro 4 no qual apresentamos as mudanças ocorridas nessa escada categorizada 6 Criar 5 Sintetizar 4 Analisar 3 Aplicar 2 Entender 1 Lembrar UNICESUMAR 55 Taxonomia Original Taxonomia revisada Categoria 10 Conhecimento conhecimento específico conhecimento de formas e significado relacionados às especificidades do conteúdo conhecimento universal e abstração relacionados a um determinado campo de conhecimento 11 Conhecimento Efetivo relacionado ao conteúdo básico que o discente deve domi nar a fim de que consiga realizar e resolver problemas apoiados nesse conhecimento Relacionado aos fatos que não precisam ser entendidos ou combinados apenas repro duzidos como apresentados Conhecimento da terminologia e Conhecimento de deta lhes e elementos específicos 12 Conhecimento Conceitual relacionado à interrelação dos elementos básicos num contexto mais elaborado que os discentes seriam capazes de descobrir Elementos mais simples foram abordados e ago ra precisam ser conectados Esquemas estruturas e modelos foram organizados e explicados Nessa fase não é a aplicação de um modelo que é importante mas a cons ciência de sua existência Conhecimento de classificação e categorização Conhecimento de princípios e generalizações e Conheci mento de teorias modelos e estruturas 13 Conhecimento Procedural relacionado ao conhecimento de como realizar alguma coisa utilizando métodos critérios algorit mos e técnicas Nesse momento o conhe cimento abstrato começa a ser estimulado mas dentro de um contexto único e não interdisciplinar Conhecimento de conteú dos específicos habilidades e algoritmos Conhecimento de técnicas específicas e métodos e Conhecimento de critérios e percepção de como e quando usar um pro cedimento específico 14 Conhecimento Metacognitivo relaciona do ao reconhecimento da cognição em geral e da consciência da amplitude e profundi dade de conhecimento adquirido de um determinado conteúdo UNIDADE 2 56 Taxonomia Original Taxonomia revisada Em contraste com o Conhecimento Pro cedural esse conhecimento é relacionado à interdisciplinaridade A ideia principal é utilizar conhecimentos previamente assi milados interdisciplinares para resolução de problemas eou a escolha do melhor método teoria ou estrutura Conhecimento estratégico Conhecimento sobre atividades cognitivas incluindo contextos preferenciais e situações de aprendizagem estilos e Autoconhecimento Quadro 4 Mudanças nas subcategorias do conhecimento Fonte Ferraz e Belhot 2010 p 428 e adaptado de Driscoll 2000 e Krathwohl 2002 Essas ferramentas apresentadas servem para que você aluno a possa compreen der o processo cognitivo de aprendizagem sempre levando em consideração as habilidades que o aluno possui para organizar o seu raciocínio de maneira que você possa conseguir redirecionar seu conhecimento para resolver problemas reais e situações complexas A seguir apresentamos um quadro que possibilita a percepção da aprendizagem na sua visão de aluno UNICESUMAR 57 Categorias Subcategorias Temas de Análise Métodos de Ensino Método de ensino utili zado pelos professores Aula expositiva estudo de caso avaliações Método de ensino que facilitaria a aprendiza gem Métodos combinados Garantia da aprendiza gem com os métodos utilizados Parcialmente defi ciência da aplicação da teoria na prática Garantiram a aprendi zagem Não garantiram a aprendizagem as aulas são cansativas o professor está desmo tivado Análise das Deficiências da turma na escolha dos métodos de ensi no Não foram conside radas o método de ensino é o mesmo em todas as situações Influência da motiva ção do professor no processo de aprendi zagem A motivação do profes sor afeta a qualidade e a eficácia da apren dizagem a motivação influencia no prazer e dedicação nas aulas maior comprometi mento com o processo de aprendizagem Eficiência dos Métodos de ensino para aplicar no ambiente organi zacional o conteúdo aprendido Pouco eficazes não sabem como aplicar a teoria na prática a me todologia não privilegia a prática UNIDADE 2 58 Categorias Subcategorias Temas de Análise Taxonomia de Bloom Lembrar Os conceitos mais utili zados e mais importan tes foram fixados Entender Apresentam dificul dades para entender conteúdos referentes às matérias da área de exatas não têm dificuldades quando se trata de entender conceitos teóricos métodos diversificados auxiliariam à supera ção das dificuldades a busca contínua por qualificação facilita o entendimento em sala de aula Aplicar Quando demonstra do em sala os alunos conseguem aplicar no ambiente de trabalho Há uma deficiência em relação às demonstra ções práticas Analisar São capazes de anali sar proporciona novas oportunidades de emprego Avaliar Conseguem avaliar si tuações baseados nos conhecimentos adqui ridos amplia a visão no ambiente de trabalho proporciona oportuni dades no emprego UNICESUMAR 59 2 APRENDER A APRENDER O ALICERCE do Processo Educativo Categorias Subcategorias Temas de Análise Taxonomia de Bloom Criar Propõem mudanças nas organizações que atuam desenvolvem a organização O ensino não estimula a criatividade Quadro 5 Aprendizagem na percepção dos alunos Fonte Pinto 2015 p 138 Ao utilizar a metodologia da Taxonomia de Bloom verificase que a sala de aula no século XXI tem como principal agente o aluno e utilizar este processo é refletir no processo real de aprendizagem Assim percebemos que o processo de formação docente precisa enfrentar as questões básicas que tratam sobre as suas habilidades extremamente necessárias para compreender o desenvolvimento de aprendizagem contribuindo para que os alunos compreendam e naveguem em direção à construção do conhecimento O verbo aprender é diferente de compreender isso porque a aprendizagem provo ca mudanças no comportamento e no desenvolvimento do sujeito Esse processo UNIDADE 2 60 provoca reflexõescríticas que possibilitam o fazer pedagógico permitindo que o processo de aprendizagem seja prazeroso Quando falamos de aprendizagem compreendemos que é necessário haver motivação para que o aprender realmente ocorra Assim o processo de aprender a aprender está atrelado à metacognição esse conceito referese ao momento em que o sujeito passa a ter consciência de si próprio De acordo com Beber Silva e Bonfiglio 2014 p 145 Os aspectos conativos de cognição estimulam a confiança a au toestima e o afeto A metacognição é um processo de interação em que os elementos principais são seus próprios processos de apren dizagem que basta o contato com a informação sem necessidade de interagir com ela Logo os estudos sobre os processos cognitivos teve início nos anos de 1970 eles promovem um aprofundamento sobre a questão da metacognição e passam a oferecer alternativas para que professores possam compreender e entender a me lhoria do processo de aprendizagem escolar Podemos dizer que a metacognição é uma teoria que tem contribuído de maneira eficaz para que os professores possam desenvolver competências socioemocionais dando condições para que o aluno possa ampliar seu processo de aprendizagem desenvolvendo cada vez mais competências que estão intrínsecas ao processo de ensinoaprendizagem Assim alunoa quando entendemos os determinantes que estão envoltos na aprendizagem e na metacognição conseguimos possibilitar à nossa futura profissão a autoaprendizagem ou seja é o momento em que desenvolvemos au toconsciência sobre nossas atitudes e ações em sala de aula A partir dessa auto consciência conseguimos superar nossas limitações Ao aprendente cabe desenvolver a autoobservação para despertar suas competências até então adormecidas superando seus receios e obstáculos assim a metacognição é a capacidade de um indivíduo refletir e considerar cuidadosamente os seus processos de pensa mento especialmente quanto à tentativa de reforçar as capacidades cognitivas BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 p 145 UNICESUMAR 61 De acordo com o site Hélio Teixeira a metacognição é definida como um conjunto de co nhecimentos sobre a construção de seus próprios conhecimentos ou seja é o momento em que o indivíduo compreende sua forma de percepção avaliação regulação dos pró prios processos cognitivos Fonte Teixeira 2015 online1 explorando Ideias Ao compreendermos os componentes cognitivos que estão interligados ao pro cesso de aprendizagem estes devem ser observados a partir do princípio de que a metacognição não é sinônimo de eficiência nessa dialética e que a motivação não está no seio da anatomia metacognitiva mas sim que ambos fazem parte do movimento que interfere ou não no processo de aprendizagem emocional Quando um indivíduo entende a forma como a sua aprendizagem acontece isso possibilita que ele apreenda a sua capacidade de construir o seu saber No en tanto para o indivíduo ao estar inserido em determinado contexto é importante que haja o papel de um mediador nesse processo que possibilitará ao indivíduo o acesso a mecanismos de interação proporcionando a ultrapassagem de barreiras resultando em sucesso na aprendizagem Dessa maneira a interação precisa ins tigar o aprendiz e fazer com que ele reflita sobre as possibilidades e os obstáculos que ele precisa ultrapassar para que assim possa adquirir conhecimento Dessa maneira aprender é um movimento de mobilização sistemática cog nitiva que tende a proporcionar modificações nos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo Para os indivíduos quando aprendem de maneira efetiva essa aprendizagem tende a ser duradoura modificando seu comportamento Assim quando acontece transformações no processo de aprendizagem esta é definida por meio de comportamentos do aprendente e da sua forma de pensar Aprender não deve ser confundido com o processo de compreensão isso por que a aprendizagem definese por meio do comportamento dos indivíduos e da maneira como as estruturas cognitivas se materializam em sua mente Por isso aprender não é apenas o processo educacional ou seja está relacionado com di versos contextos da vida dos indivíduos como profissional social político cultu ral dentre outros e para que todos esses contextos se concretizem é importante UNIDADE 2 62 Qual o papel que a metacognição desempenha no processo de aprendizagem A partir de seus conceitos será a metacognição uma forma de os professores e alunos perceberem e atuarem em favor da sua própria aprendizagem verificando que os erros e os acertos são imprescindíveis para o desenvolvimento de competências pensando juntos que o aprendiz utilize técnicas mediadas Se a aprendizagem está relacionada a esse processo a compreensão pressupõe que o indivíduo tenha consciência de seu processo de aprendizagem no momento de resolução de problemas De acordo com Beber Silva e Bonfiglio 2014 a compreensão requer com prometimento do indivíduo com o processo pois ela está relacionada com o tempo a autoestima e a motivação que fazem com que cada indivíduo modifique suas prioridades gerando motivos que antes não existiam Os autores ainda res saltam que o motivo de aprender deve sempre ser ressaltado pois a aprendizagem está repleta de valores que advém de um sistema de recompensas que possibilitam o desenvolvimento de estímulos intrínsecos e extrínsecos Os professores ao criarem uma cultura de aprendizagem permitem a pro moção de ações em que os indivíduos possam sentirse cada vez mais aceitos e recompensados nesse movimento BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 Apren der não deve ser visto como algo mecânico e cheio de protocolos e sim como um caminho prazeroso que dá trabalho mas permite que o indivíduo supere obstáculos e aprenda proporcionando crescimento intelectual e emocional Quando no espaço educacional criase uma cultura de aprendizagem os pro fessores conseguem promover ações para que os alunosas sintamse aceitosas mesmo em meio a erros e recompensados por seus acertos Por isso o processo de aprender é muito mais do que algo mecânico pois o ser humano é o único ser capaz de se desenvolver plenamente principalmente no que tange à questão cognitiva Para Beber Silva e Bonfiglio 2014 em alguns momentos o resultado da cognição está relacionado a um desenvolvimento que não teve eficácia sendo esse o momento em que o indivíduo se sente perdido em seu processo de apren dizagem e compreensão Nesta conjuntura os indivíduos passam a se encontrar em um processo de atraso de desenvolvimento cognitivo fator que marca profundamente seu de senvolvimento podendo afetar todas as suas relações positivas com a aprendi UNICESUMAR 63 zagem Obviamente a aprendizagem é um processo de extrema exigência tanto para o mediador quanto para o aprendiz por isso ser mediador é ser motivador e incentivador aprender a aprender envolve focar a atenção para captar infor mações formular estabelecer e planificar estratégias para lidar com a tarefa monitorizar a performance cognitiva examinar as informa ções disponíveis e aplicar procedimentos para resolver problemas e sua adequabilidade FONSECA 2008 p 163 É extremamente importante romper com os paradigmas que se constroem nes se processo é preciso trazer à tona a reflexão sobre a metacognição como uma maneira de refletirmos sobre o processo de aprendizagem e de regulação dos mecanismos de mediação pois a ação regulatória prevê e estimula a cons trução da aprendizagem desenvolvendo a capacidade para direcionar estratégias fortalecer o enfrentamento das tarefas mais difíceis e ultrapassar os obstáculos BONFIGLIO 2010 p 131 Portanto a metacognição visa proporcionar nos indivíduos não apenas uma maneira de assimilar o conhecimento que lhe é pas sado em sala de aula mas sim desenvolver competências socioemocionais bem como de planificação comunicação informação sistêmica e estruturada BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 O professor deve buscar compreender o estilo e também o perfil cognitivo de seus alunos de maneira que possa estabelecer áreas a serem desenvolvidas e estruturadas construindo atividades que motivem e sustentem as necessidades dos alunos em determinado momento Dessa maneira a metacognição é um processo de aprender a aprender ou seja é construir o conhecimento por meio de produtos cognitivos já existentes a partir daquilo que osas alunosas já sabem a respeito do mundo que os cerca No momento de regulação de seu processo de aprendizagem oa alunoa se deparam com atividades que os remetem a conhecimentos anteriores desafiandoos a uma aprendizagem significativa Figueira 1994 ressalta que a metacognição é uma forma de processar in formações advindas de novas teorias do desenvolvimento cognitivo O autor enfatiza que A metacognição é composta por dois componentes um de sensibi lidade e outro de crenças A sensibilidade diz respeito à necessidade de se utilizar estratégias em tarefas especificas em que 0 sujeito pre cisa saber o que fazer com ela em funcao de seus objetivos A crencga é o conhecimento que a pessoa tem do seu potencial enquanto ser cognitivo atuando como agente de seu conhecimento e os resulta dos que consegue alcangar com este FIGUEIRA 1994 p 64 Por isso realizar interag6es nesse processo de aprendizagem é imprescindivel e to talmente complexo pois compreende 0 conhecimento adquirido ao longo da vida eas tarefas de aprendizagem passam a ser variadas Outra questao que influenciara nesse processo sao as relagées interpessoais as estratégias e as interacées utilizadas pelos professores em sala de aula A Figura 5 demonstra o processo de evolucao do conhecimento ajudando a compreender melhor esse processo Sujeito em face de uma situacado de aprendizagem Atividades cognitivas Produto mental Metacogniao J ReXlexdo sobre Os processos Figura 5 Espiral da evolugdo do conhecimento Fonte Beber Silva e Bonfiglio 2014 p 146 A imagem demonstra que 0 sujeito precisa estar cénscio da capacidade in tra individual de adquirir conhecimento principalmente da nogao de si mesmo pois somente assim ele podera desenvolver habilidades e competéncias socioemocionais compreendendo melhor suas possibilidades e limitacdes quan to ao campo cognitivo BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 p 147 Por isso ao aplicar determinadas atividades aos alunos devese pesquisar qual o conhecimento prévio que eles detém sobre determinado assunto pois isso possibilitara que saibam suas especialidades sua eficacia e sua limitacao no momento da aplicacao da atividade Ao investigar os itens citados 0 professor determina estratégias de aprendizagem que sejam adequadas para que os alunos desenvolvam atividades que serao colocadas em pratica 64 UNICESUMAR 65 O controle e a regulação dos processos de cognição tornam o sujeito ativo no desenvolvimento das atividades independente das expe riências recursos e estratégias utilizadas para aprender O conheci mento metacognitivo coordena e controla de forma efetiva e eficaz as tentativas de aprendizagem levando à resolução dos problemas Quando isto não ocorre o mesmo sujeito experimenta sentimentos de ansiedade diante da tarefa não realizada A existência de feedback interno proporciona um movimento de mudança permitindo ao sujeito agir sobre as sensações para modificar o seu comportamento BEBER SILVA BONFIGLIO 2014 p 147 A metacognição possibilita ao aluno compreender e se conscientizar sobre sua aprendizagem e se autoajustar para o desenvolvimento de atividades Para Fialho 2001 p 344 o fato real é um só o significado dado pelo observador muda este fato o qual para ser a síntese do objeto em si com o olho da mente do observador Assim quando os alunosas se encontram em sintonia com o professor e com as atividades que este aplicará suas habilidades e potencialidades socioe mocionais entram em sintonia com a metacognição desenvolvendo habilidades múltiplas e adquirindo força intrapsíquica para suportar as pressões psicológicas existentes O professor tem papel importantíssimo no processo da conquista da metacognição pois a promoção de um clima favorável para o desenvolvimento motivacional do sujeito é o que permite a construção de uma aprendizagem sig nificativa O professormediador proporciona vínculos aos alunos despertando autonomia e emoções em seu processo de aprendizagem Logo a aprendizagem acontece por meio de diversas ações que são desencadeadas no âmbito educa cional pois para aprender é necessário aprendêlas É importante destacar também que ao utilizar estratégias de aprendizagem estas permitirão que o professor consiga controlar informações desnecessárias que aparecem ao longo do processo Logicamente há inúmeras maneiras de rea lizar a mediação mas compartilhar desse processo é o meio mais eficaz para se construir uma compreensão da aprendizagem Geralmente os alunos aprendem de maneira melhor quando o mediador dispõe sobre os mecanismos que serão avaliados e isso permite que o professor aperfeiçoe sua forma de ensinar No quadro a seguir apresentaremos ações que são essenciais para tornar o aluno ator de sua aprendizagem UNIDADE 2 66 1 Atentarse para o motivo 2 Partir do conhecimento prévio 3 Dosar com qualidade adequada 4 Condensar os conhecimentos básicos 5 Diversificar as tarefas 6 Planejar situações para recuperação 7 Organizar e ligar uma aprendizagem a outra 8 Promover reflexão sobre conhecimento 9 Proporcionar tarefas cooperativas 10 Instruir planejamento e cooperação Quadro 6 O aluno como autor da aprendizagem Fonte Fialho 2001 p 344 Esse conjunto de ações propostas permite que o aluno compreenda o processo que envolve o desenvolvimento de sua aprendizagem e faz com que ele passe a buscar recursos e desenvolva tarefas que o permita aprofundar seu conheci mento No processo de mediação e aprendizagem Frison 2006 p 282 retrata que o educador inicia o processo de auxiliar o sujeito a aprender melhor fazen do articulações e estabelecendo relações entre os saberes Por isso cabe ao professor como mediador desenvolver a função de facilitador e construtor de estratégias que possibilitem direcionar as tarefas para determinados aprendizes As atividades precisam ser construídas de maneira que possibilitem que os alu nos construam seu próprio conhecimento e desenvolvam atitudes centradas na necessidade de oportunidade e de reflexão crítica sobre o porquê e a forma de como desenvolver determinadas tarefas A construção da autorregulação depende do desenvolvimento de competências que permitem ao aprendiz saber de forma realista o que necessita aprender organizar planejar e desenvolver determi nando objetivos e selecionando estratégias para a realização da ativi dade A autorregulação é um sistema autoorganizado que necessita UNICESUMAR 67 cognição emoção motivação objetivo e motivo para a ação Sendo assim o mediador deve implementar estratégias para estimular o aprender constante de formas diferenciadas onde o aprendiz en contre a melhor forma de fazer para superar os obstáculos BEBER SILVA BONFIGLIO 2010 p 147 Por isso o processo de ensinar significa auxiliar os alunosas na identificação de suas diferenças na forma como fazer pensar e falar De acordo com Simão 2004 a autorregulação acontece por meio de mecanismos intitulados de andaimes facilitadores da aprendizagem que são compreendidos como A acentuar passo a passo a realização da tarefa o que fazer e sua contex tualização objetivando auxiliar o sujeito a construir a reflexão e seus guias pessoais B questionar estimulando o sujeito à autorreflexão e ao diálogo num movi mento de argumentação e análise C levar o aprendiz à cooperação através do partilhar com o outro as ações num movimento de aprender recíproco construindo estratégias pessoais para a aprendizagem D levar o sujeito a formular hipóteses experimentar e confrontar resultados numa atitude investigativa na solução de problemas E analisar os procedimentos e reconhecimento da tarefa valorizando o que foi realizado F apresentar registro do plano de trabalho de forma a controlar o que foi realizado servindo como um plano individual de trabalho G produzir material portfólio como registro do desenvolvimento das ações realizadas mostrando o que foi produzido Figura 6 Andaimes facilitadores da aprendizagem Fonte Simão 2004 p 11 Logo para aprender a aprender o professor deve conduzir o aluno a compreender e vivenciar a relação entre o que fazer para alcançar o como fazer A Figura 7 demonstra como as atitudes do professor frente ao desenvolvimento da apren dizagem possibilita evitar erros nesse processo 4 Atentar o Instruir para o motivo Partir do a planejamento conhecimento Qa x roe 2 e cooperagao prévio Proporcionar Dosagem tarefas com quantidade cooperativas adequada Aprendizagem Promover Condensar os reXlexao sobre conhecimentos conhecimento basicos Organizar e ligar DiversiXcar uma aprendizagem Planeiar Tarefas a outra a nea situagées para recuperagao Figura 7 Atitudes do professor frente a aprendizagem Fonte Beber Silva e Bonfiglio 2014 p 148 A figura demonstra as ag6es que o professor deve promover que podem ser con sideradas aées cognitivascomportamentais que permitem aos alunos construi rem seu conhecimento Para Frison 2006 p 282 as regulacdes sao inerentes a construcao do conhecimento e a passagem da regulacao para a autorregulacao se da através de um processo ativo que envolve uma acao dinamica temporal intencional planejada e complexa Por isso quando o professor identifica as di ficuldades do aluno deve compreendélas como possibilidade de modificar suas estratégias pedagogicas de ensino E um desafio muito grande desenvolver e promover ac6es que possibilitem o aprender a aprender afinal a interacao entre professor e aluno precisa ser muito proxima para que haja promocao de estratégias que facilitam o desenvolvimento da aprendizagem UNICESUMAR 69 3 PRÁTICAS METACOGNITIVAS De Aprendizagem Na atual sociedade transformações técnicocientíficas têm modificado a forma com que ocorrem as relações sociais Em um mundo onde a diversidade é cada vez mais expressa o professor é o sujeito que precisa compreender e se conscien tizar de suas ações para realizar estratégias inclusivas dessa diversidade possibili tando que todos os sujeitos aprendam de maneira significativa Somente quando nos damos conta de como os nossos alunos aprendem é que estaremos aptos a conhecer as principais práticas que auxiliam nesse processo de aprendizagem Os professores são mediadores essenciais no processo de aprendizagem dos alunos e a partir da sua forma de lecionar esse profissional declara seus valores saberes e sentimentos que nortearão sua prática educativa Em nossa memória com certeza temos a imagem de um professora que marcou nossa vida positiva ou negativamente ou que até mesmo inspirounos a chegar nessa profissão Dessa forma é evidente que o professor é o principal profissional que transforma vidas UNIDADE 2 70 Em seu modo de ensinar o professor em alguns momentos pode privilegiar alunos Será que o docente em sua prática pedagógica tende a privilegiar uns em detrimento de ou tros Como lidar com aqueles alunos que não concordam com o método de ensino do professor pensando juntos Como será que nós aprendemos Quais processos de aprendizagem são importantes para se conquistar a aprendizagem Quais estratégias cognitivas podem melhorar esse processo Será o professor o único responsável pela aprendizagem do aluno O que é aprender a aprender pensando juntos Dessa forma o professor como profissional transformador de vidas precisa de senvolver em sua prática estilos de ensinar Mas como assim professora Você como futuro profissional docente não pode limitarse a uma única forma de en sinar é necessário descobrir caminhos que dê mais chances aos alunos de apren derem Descubra estilos de ensinar que possibilitem aos alunos obterem sucesso em sua aprendizagem Mas não esqueçam de que os caminhos pedagógicos que facilitem a aprendizagem precisam estar em consonância com o projeto políti copedagógico do local em que leciona muito deles são baseados em princípios progressistas interacionistas construtivistas históricocultural Os princípios como fim em si mesmos não ensinam e muito menos promovem aprendizagem voltada para a reflexão De acordo com Gadotti 2004 p 8 A escola não deve apenas transmitir conhecimentos mas também se preocupar com a formação global dos alunos em uma visão em que o conhecer e o intervir no real se encontrem No entanto para isso é preciso saber trabalhar com as diferenças reconhecêlas não camuflálas e aceitar que para me conhecer preciso conhecer o outro Isso demonstra que o processo de ensinar deve estar comprometido com o aluno possibilitando que ele aprenda mediante as dificuldades de maneira que atenda às suas necessidades enquanto sujeito em formação UNICESUMAR 71 No meio educacional é normal nos depararmos com alunos que têm diversas dificuldades para compreender e acompanhar alguns raciocínios o que resulta em condutas impróprias no processo de aprendizagem É o momento em que o alunoa passa a repetir constantemente informações quando na verdade o professor espera que esse indivíduo realize assimilações e retenções de informa ções que possibilitemno relacionarse com conhecimentos anteriores Para que o aluno tome consciência do seu papel nesse processo é neces sário que o professor o auxilie na organização de atividades que possibilitem a melhoria dos seus resultados E para que isso ocorra é necessário que o professor conceba o processo de aprendizagem como uma forma estratégica planificada e controlada entre professor e aluno e que isso não se construa apenas em um bimestre mas constantemente ao longo da vida para que dessa maneira possa conscientizarse dos resultados e do processo de ensino que possibilitam enten der os porquês dos resultados adquiridos Portanto é imprescindível que o professor desenvolva práticas educativas relacionadas à metacognição para que no momento da aula o professor não ex plique apenas como os fenômenos acontecem mas sim difunda a importância deles na vida dos alunos Pois além de adquirir conhecimento o aluno precisa entender a importância de ter acesso a este o que o torna mais competente Para Mateos 2001 p 93 as dificuldades que muitas crianças experi mentam na hora de aprender são atribuídas não tanto a falta de competência para executar as estratégias relevantes de uma tarefa como a uma deficiência para produzilas espontaneamente por isso é importante enfatizar as práticas metacognitivas educacionais Flavell 1971 retrata que esse processo significa deficiência de mediação fator que acontece com inúmeros alunos sendo algo biológico pois a criança não nasce com um controle metacognitivo suficiente sendo assim extremamente necessário ensinála Desse modo o processo de ensino baseado na metacognição é uma das possibi lidades para que o aluno se desenvolva explicitamente por meio de estratégias que são específicas para suas necessidades Assim o professor precisa desenvolver ativi dades de aprendizagem diferentes que promovam a solução de problemas para que cada aluno consiga compreender de forma autônoma sua própria aprendizagem Na verdade o ideal é que ao aprender algumas estratégias para a resolução de determinadas tarefas esse aluno precise transferir suas aprendizagens anteriores para essa nova situação Logicamente enquanto professores sabemos que as habi lidades de controle sobre a aprendizagem resultam de um processo objetivo que acontece de maneira gradual e a partir de mecanismos subjetivos de regulação UNIDADE 2 72 A metacognição desempenha um papel importante na aprendizagem por mediar a per cepção sobre os próprios erros e dificuldades tanto em relação a tarefas e conteúdos como em relação a emoções e motivações além do monitoramento e avaliação do de sempenho na tarefa e das estratégias mais eficientes de realizála Fonte Teixeira online 20151 explorando Ideias Controle da Atividade Toda do professor Ensino Explícito Prática Guiada Prática Cooperativa Prática Independente Compartilhada entre Professor e Alunos Compartilhada pelo Grupo de Alunos Toda do Aluno exercidos pelo professor Como diz Mateos 2001 p 102 tratase portanto de ir cedendo ao aluno progressivamente maior responsabilidade para decidir por si mesmo quando como e por que utilizar as diferentes estratégias Assim para que o aluno desenvolva sua autonomia no processo de aprendiza gem é importante que o professor capte o processo de ensino metacognitivo de maneira a direcionar sua forma de ensinar ao considerar as seguintes etapas Figura 8 Processo de Ensino Metacognitivo Fonte Mateos 2001 p 104 No que tange ao ensino explícito precisamos compreender que essa é a primeira etapa pois o ensino é de responsabilidade do professor Cabe a esse profissional apre sentar aos seus alunos as suas estratégias para o desenvolvimento de determinado tema e atividade demonstrando a maneira como aplicará cada uma delas No segundo passo prática guiada o professor compartilhará com os alunos o processo de ensino Após explicar suas estratégias os alunos precisam praticar UNICESUMAR 73 aquilo que lhes foi apresentado e o professor nesse momento tem o papel de apoiador para que os alunos alcancem sua autonomia A prática cooperativa é compreendida como o ensino vivenciado entre os alunos é o momento de controlar as atividades a serem passadas aos gru pos e que consequentemente precisam ser divididas entre os membros do processo Isso possibilita que apareçam novas competências socioemocionais pois potencializa mais consciência e controle dos processos cognitivos é o que conhecemos por metacognição E por fim a prática individual referese às atividades que devem ser assu midas totalmente pelos alunos para que estes ganhem responsabilidades no momento de aplicar estratégias para respondêlas O que pode auxiliar o aluno nesse momento é um guia para ele se questionar sobre o caminho tomado por ele esse guia possui algumas questões para que os alunos de maneira individual façam a si mesmos para que possam regular as situações vivenciadas É im portante destacar que esse guia pode ser elaborado em parceira com os alunos A seguir apresentaremos alguns exemplos de questões que podem auxiliar na construção do guia Durante a resolução de um problema Qual a natureza deste problema Qual resultado quero alcançar com essa atividade De quais informações ou estratégias preciso para conseguir resolvêlo O que estou pensando possibilitame alcançar minhas metas Preciso fazer alguma mudança Na entrega da avaliação Com os apontamentos realizados consegui alcançar a meta estipulada Se não o que não funcionou O que eu preciso melhorar Nas práticas metacognitivas o professor deve possibilitar que o aluno alcance suas metas e é importante oferecer ao aluno oportunidades para que este aplique estratégias aprendidas em situações nunca vivenciadas antes A partir desse mo mento é possível constatar se houve aprendizagem ou não Por isso é importante que os professores também tenham consciência metacognitiva pois é a partir disso que ele estará apto para ensinar seu aluno nesse processo de aprendizagem Para o desenvolvimento desse processo é necessário seguir os passos estipulados por Ontoria 2000 UNIDADE 2 74 a Decida antecipadamente as estratégias que utilizará para aplicar ativida des Explique aos alunos como estes deverão resolver a atividade Faça essa expli cação utilizando exemplos C Proponha exercícios práticos que reforcem sua resolução Avalie sempre os resultados obtidos Frisamos ser extremamente importante que os professores desenvolvam uma prática metacognitiva e que para além de ensinantes sejam aprendentes transfor mando o processo de ensino um momento prazeroso entre alunos e professores CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos realizados nesta unidade tiveram por objetivo discutir os processos que envolvem a aprendizagem cognitiva e o aprender a aprender A metacogni ção ao ser aplicada no processo de ensino e aprendizagem pode auxiliar alunos e professores a desenvolverem competências socioemocionais para lidarem com as adversidades e pressões do ensinar e aprender A aplicação da metacognição auxilia o aluno a regular sua aprendizagem e delimitar estratégias para a resolução de problemas tornandoo cada vez mais independente e assumindo o papel de ator principal do seu processo de aprendizagem Quando o professor delimita objetivos e melhora suas práticas educativas ele tornase agente mediador do processo de aprendizagem dos alunosas Por isso fazse importante que as estratégias metacognitivas sejam implementadas na construção de planejamento educacional das escolas e da sala de aula O professor ao desenvolver esse processo promove relação direta com a aprendizagem e ao utilizar práticas metacognitivas organiza e planeja a aprendizagem do aluno fator que possibilita ao docente verificar qual grupo não está aprendendo e porque além de ensinar aos alunos a se autoavaliarem e a gerenciarem sua aprendizagem Em síntese a metacognição é essencial para o processo de aprendizagem dos educandos a fim de desenvolver uma consciência metacognitiva e socioemocio nal tanto para alunos quanto para professores A aprendizagem metacognitiva ao estar alicerçada em um processo pedagógico e teórico indica que os enfoques educacionais transformam o aluno lento e com dificuldades de aprendizagem em um aluno cada vez mais engajado e que consegue controlar sua aprendizagem 75 na prática 1 Devemos compreender a metacognição como a Fatores que favorecem a aprendizagem b Capacidade do aluno em reconhecer o que aprendeu c Conhecimento do aluno sobre situações problemas d Um saber sobre o processo de compreensão e Um conhecimento sobre os processos mentais de aprendizagem 2 O aprender a aprender é uma competência socioemocional desenvolvida na socie dade do conhecimento Considere as assertivas a seguir I A metacognição visa regular o processo cognitivo dos alunos II O conhecimento prévio é relevante no desenvolvimento da metacognição III Características pessoais e de natureza pertencem à metacognição IV A metacognição se favorece do estímulo de pensamento convergente Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 3 Sobre a metacognição considere as afirmativas seguintes Deve ser pensada como cognições de segunda ordem É apenas um conceito relacionado às funções psicológicas superiores Possibilita realizar a mediação e a percepção sobre os próprios erros Ocorre a partir das relações extrínsecas ao indivíduo em seu desenvolvimento Assinale Verdadeiro V ou Falso F a V F V e F b F V V e F c V V V e F d F F V e V e V V F e V 76 na prática 4 A metacognição é um processo complexo é uma habilidade de regular e conhecer a forma como pensamos Assim com base naquilo que aprendeu explique as duas faces da metacognição 5 Leia com atenção o excerto a seguir Infelizmente é algo que os alunos ainda não conseguem fazer tomar do que estão para compreender de fato como podem isso em seu e não apenas na sala de aula Assinale a alternativa que preenche as lacunas do excerto apresentado a Direcionamentos realizando usar favor b Consciência fazendo aplicar cotidiano c Caminhos realizando aplicar favor d Consciência aprendendo usar cotidiano e Atitudes desenvolvendo aplicar cotidiano 77 aprimorese Discrepâncias entre metodologias vivenciadas em disciplinas de caráter pedagógico e em disciplinas específicas de cunho científico ocorrem frequentemente nos cursos de formação de professores de Ciências Essa defasagem entre o saber e o saber fa zer representa um obstáculo a ser considerado e superado sendo portanto um dos fatores determinantes na automatização de modelos pedagógicos tradicionais trans missivos e centrados no professor que se cristalizam na aprendizagem pelo exemplo As dificuldades de mediação as múltiplas possibilidades de intervenções e seu papel na construção do conhecimento científico a partir do conhecimento prévio do aluno são alguns exemplos de categorias construídas ao longo do processo de análise que permitiram aos EPPs trabalhar em um nível mais complexo de pensa mento a fim de não apenas elaborar estratégias automáticas de ensino mas refletir sobre como e quando utilizálas sendo capazes de avaliar conscientemente o que foi aprendido considerando aspectos de compreensão eficácia e oportunidade de aplicação dos conceitos estudados RIBEIRO 2003 O primeiro referese à categoria Como intervir as múltiplas possibilidades de in tervenção criada por um dos estudantes a partir de sua reflexão a posteriori acerca das diversas possibilidades de intervenção no processo de mediação São descritas duas situações que ilustram as reflexões do EPP sobre as possibilidades de inter venção e a resposta do aluno face à mediação realizada As atividades metacogniti vas de reflexão sobre a ação permitiram assim a conscientização da complexidade do processo de mediação e do potencial criativo inerente ao trabalho do professor frente às tomadas de decisão conforme mostra o discurso do EPP quando diz que as possibilidades de intervenção por parte do professor são múltiplas e embora não exista uma receita unânime esta liberdade de atuação confere à atividade do professor um grande potencial criativo na interação social com os alunos Con forme Lafortune e SaintPierre 1996 p 27 para tomar consciência do nosso pen samento é necessário fazer um retorno sobre os nossos procedimentos ou a nossa atividade cognitiva ser capazes de verbalizar e de fazer juízo sobre a sua eficácia 78 aprimorese Concluise que essa vivência possibilitou um olhar crítico direcionado às situações em sala de aula e uma tomada de consciência acerca do papel do professor como mediador e da complexidade do processo de mediação considerando as múltiplas possibilidades de intervenção e os obstáculos para superação de modelos clássicos de ensino e de aprendizagem Fonte Coelho et al 2012 p 211 79 eu recomendo Race to Nowhere Corrida para Lugar Nenhum Ano 2010 Sinopse Race to Nowhere traz um olhar detalhado sobre as pres sões nos estudantes de hoje oferecendo uma visão íntima da vida repleta de atividades com pouco espaço para lazer ou tem po para a família O filme aborda o lado trágico da nossa cultu ra muitas vezes obcecada com o sucesso com entrevistas que exploram o mundo oculto de horários sobrecarregados suicídio de estudantes fraude acadêmica jovens que desistiram Race to Nowhere per gunta se os jovens de hoje estão prontos para futuro Ouvimos estudantes que sentem que estão sendo empurrados para a beira do precipício educadores que acreditam que os alunos não estão aprendendo nada de substantivo e professo res universitários e empresários preocupados que seus futuros contratados não possuam as habilidades necessárias para ter sucesso no mundo dos negócios paixão criatividade e motivação interna filme 3 O MODELO DE COMPETÊNCIAS Cognitivas PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade As competências socioemocio nais um conceito em questão Formulação de Matrizes de Competências O desenvolvimento de competências socioemocionais em sala de aula OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os principais elementos das competências sociocognitivas Entender quais são as matri zes que tratam das competências Refletir sobre o processo de desenvolvimento de competências socioemocionais INTRODUÇÃO Olá aluno a Este momento é para tratarmos de um assunto que tem sido cada vez mais discutido no âmbito escolar Talvez você não tenha notado mas as atividades que realizamos em nosso cotidiano precisam de nossas com petências e habilidades cognitivas Alguns exemplos que podemos citar são a leitura a escrita e até mesmo o agir mecânico do dia a dia como o uso do celular Mesmo que algumas tarefas não exijam nossa vasta concentração há outras que são necessárias ao processo de aprendizagem cognitiva Por isso é muito importante entendermos seus conceitos e suas definições para conseguirmos desenvolver nossas habilidades e competências tanto na área profissional quanto em nossa vida pessoal As habilidades e as competências a serem desenvolvidas em nossa vida têm sido cada vez mais discutidas nesta sociedade contemporânea fatores que têm marcado cada vez mais as discussões no âmbito educacional e pes soal As questões que envolvem a aprendizagem necessitam de competências e habilidades e esses fatores contribuem no processo de ensino também afinal vivemos em uma sociedade em que o professor não é mais o detentor do conhecimento O ensino a partir de mediações permite que o estudante tenha sucesso em suas ações e participe ativamente das ações cotidianas Assim nesta unidade didática aprenderemos a respeito dos principais elementos que compõem as competências sociocognitivas temática que tem ocupado a centralidade nas investigações sobre as relações humanas contemporâneas Buscaremos verificar como as interações sociais são a mola propulsora para o desenvolvimento cognitivo e de linguagem Em seguida veremos as matrizes que compõem as competências socioemocio nais e como estão interligadas ao sociocognitivismo e por fim a importân cia das competências socioemocionais no processo de ensino e também de aprendizagem dentro da sala de aula Portanto entender o que são as competências cognitivas e as habili dades é o primeiro passo para que possamos modificar nosso processo de ensino e aprendizagem Vamos compreender como isso funciona Sucesso em seus estudos UNIDADE 3 82 1 AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS um Conceito em Questão Nas últimas décadas do século XXI as discussões em torno das competências socioemocionais têm sido cada vez mais marcadas pelas transformações sociais que ocorrem no âmbito do trabalho em nosso cotidiano e até mesmo em nossa infância Sabemos que as informações que nos chegam se propagam rapidamente Mediante a isso enfrentamos algumas problemáticas e uma delas é que as escolas em muitos momentos não têm acompanhado de maneira tão rápida as mudan ças que ocorrem em nossa sociedade Não estamos dizendo que a escola é atrasada e que não se transformou ao longo do tempo não é isso O que queremos dizer é que a escola como uma insti tuição responsável por transmitir os conteúdos historicamente construídos pelo homem tem em muitos momentos não conseguido dar conta desta função e isso só será possível a partir de uma formação de professores que esteja condizente com o movimento de transformações que estamos vivenciando Uma coisa é fato nos dias atuais há profissões que não existiam há dez ou quinze anos como estrategista de mídias sociais e gerente de sustentabilidade São profissões que surgiram devido à necessidade e às alterações tecnológica científicas ocorridas em nossa sociedade nesse período Sabemos que as pro fissões vão se ajustando ao longo da nossa vida e daqui a cinco ou quinze anos outras profissões surgirão e outras serão extintas provavelmente a maioria dessas carreiras utilizarão tecnologias Por isso não há como educar crianças jovens e UNICESUMAR 83 adultos sem habilitálos para enfrentar as situações do cotidiano do século XXI Dessa forma a escola tem desafios a percorrer como investir em habilidades para solucionar problemas processar informações tomar decisões trabalhar em equipe e principalmente lidar com emoções Desde o final do século XX temos percebido que a velocidade com que as in formações chegam até nós é absurdamente rápida As transformações são cada vez mais acentuadas a cada dia que passa bilhões de informações são disseminadas no mundo da tecnologia e com a mesma velocidade elas são esquecidas A Era da Informação é algo que chega a todos de maneira rápida e precisa No entanto ela deixa lacunas as quais precisamos nos atentar E onde fica o conhecimento Para Abed 2014 as transformações que ocorrem na sociedade afetam o ser humano e também a forma como ele se relaciona com as suas necessidades sociais Por isso a sociedade cada vez mais busca respostas da escola em relação ao preparo das crianças para enfrentar uma sociedade que está em constante movimento Na área das ciências humanas o paradigma científico que contribui com as reflexões a respeito do que estamos falando é a pósmodernidade que tem ques tionado as questões que envolvem a ciência moderna Para Kincheloe 1997 o nascimento da ciência moderna acontece com o rompimento da chamada Era das Trevas Essa ciência trouxe luz para um momento em que a Igreja Católica negava e escondia o saber científico e as descobertas realizadas por grandes no mes como Leonardo Da Vinci A Igreja Católica pregava que a única verdade existente era aquela encontra da na Bíblia e isso era disseminado como algo absoluto e incontestável E por longos anos muitas pessoas viram seus experimentos serem negados tanto que um movimento científico nasceu com a necessidade de garantir verdades que possibilitariam o conhecimento a ser disseminado pelo mundo E nesse apogeu de verdades a sociedade foi se transformando até chegar ao período Iluminista A integração entre diferentes perspectivas teóricas do desenvolvimento humano e aprendizagem contribuem para sabermos como isso se desenvolve A primeira perspectiva é de Jean Piaget 18961980 Este foi um estudioso da epistemologia genética ele propunha que a construção do conhecimento ocorre a partir das interações entre sujeitos ativos e o meio em que está inserido e isso ocorre por meio de desequilíbrios e novos equilíbrios A visão interacionista proposta por Piaget quebra com a dicotomia entre sujeito e objeto e passa a dar mais ênfase nas relações dinâmicas entre os aspectos ligados ao sujeito e aos estímulos do ambiente que o cerca E a partir disso a escola UNIDADE 3 84 Piaget em sua abordagem interacionista propõe quatro fatores importantes para o de senvolvimento cognitivo do ser humano maturação experiência ativa interação social e equilibração Fonte a autora explorando Ideias deixa de ser o principal transmissor de conhecimento e assume o papel de um espaço que permite a interação entre sujeito e objeto Logo o professor deixa de ser o detentor do conhecimento para ser o mediador de situações significativas para os alunos Piaget aborda que a questão interacionista está ligada aos fatores orgânicos à heredi tariedade e ao desenvolvimento biológico do ser humano e esses elementos juntos retratam o que ele denominou de maturação Esta permite a construção de estruturas cognitivas já que é por meio dela que é dado o momento de desenvolvimento da criança a maturação fatores herdados coloca amplas restrições ao de senvolvimento cognitivo Estas restrições mudam à medida que a maturação progride A realização do potencial subentendido por estas restrições a qualquer ponto do desenvolvimento depende as ações da criança sobre o seu meio WADSWORTH 1997 p 20 A partir desses aspectos Piaget propôs três tipos de conhecimento o social o físico e o lógicomatemático Logo cada conhecimento requer do ser humano uma qualidade diferente de experiência ativa como forma de interagir com outros objetos e pessoas O primeiro conhecimento que é o físico referese ao momento em que o in divíduo se apropriará de características dos objetos isso quer dizer que a fonte que envolve esse conhecimento localizase no objeto e no processo de aprendizagem que ocorre por meio do contato direto com o outro e com os objetos O segundo conhecimento que é o social está intimamente ligado aos conteúdos que o in divíduo adquire por meio da cultura e das relações sociais que ele estabelece com outras pessoas O terceiro e último conhecimento referese ao lógicomatemático em que a sua principal fonte é a própria mente humana nós somos capazes de construir relações lógicas entre objetos e pessoas classificandoas ordenando e organizando os dados da realidade UNICESUMAR 85 Será que o nosso aprendizado é determinado por fatores inatos ou ambientais pensando juntos Dessa maneira sabemos que a interação social acontece como uma forma de intercâmbio e troca de experiências entre as pessoas e ela é extremamente im portante para o desenvolvimento de conhecimentos sociais Logo entendemos que a interação social é fundamental para que ocorra os desequilíbrios necessá rios e que contribuem para o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas Nesse sentido diversas perspectivas filosóficas contribuem para entendermos o que é o conceito de habilidades e competências sociocognitivas Além de nos auxiliar no entendimento contribui para estabelecermos sentido daquilo que vemos na teoria com o entorno sociocultural de nossa prática cotidiana Os pressupostos filosóficos de que a linguagem teria alguma representativi dade nas estruturas lógicas que a nossa mente constrói advém desde o século XIX E a partir desse momento compreendeuse que a linguagem faz parte de uma das estruturas fixas e universais que há em nossa mente que em muitos momentos extrapola a nossa própria linguística As mudanças estruturais que ocorreram no âmbito da tecnologia e da socie dade no século XX também trouxeram mudanças na concepção das compe tências Isso porque era necessário definir como que o processo de aprendiza gem acontecia já que ficou comprovado que o homem não é uma tábula rasa pois este ressignifica suas experiências ao longo de sua vida Nesse sentido o estruturalismo linguístico americano por exemplo ressaltou que o behavioris mo possibilitaria adquirir respostas de como acontece o desenvolvimento das competências e habilidades HABILIDADES TREINAMENTO APRENDIZADO CONHECIMENTO EXPERIÊNCIA UNIDADE 3 86 Os defensores da inserção do desenvolvimento das habilidades e competên cias socioemocionais dizem que é necessário formar o homem em sua totalidade e para isso é necessário desenvolver métricas e taxonomias que contribuam significativamente para a modernização da educação com exclusivo objetivo de preparar os indivíduos para as questões do século XXI As competências cognitivas fazem parte de uma preparação para a sociedade pois permite que os indivíduos aprendam a ler extrair ideias resolver problemas e articular operações As competências cognitivas também permitem desenvolver sociabilidade responsabilidade e tolerância desempenham um papel importante quando indivíduos traba lham em equipe atingem metas e lidam com emoções E são impor tantes em todos os estágios da vida Por exemplo controlar emoções pode contribuir para evitar que crianças interrompam a aula ou percam um amigo A mesma competência pode ajudar a impedir que um adolescente abandone a escola use drogas ou pratique sexo desprotegido Estudos empíricos sugerem que conscienciosidade sociabilidade e estabilidade emocional estão entre as mais impor tantes competências socioemocionais cujo desenvolvimento bene ficiaria crianças jovens e sociedades em geral OECD 2014 p 3 As competências cognitivas são multidimensionais o que permitem serem de senvolvidas ao longo de nossas vidas Por isso é importante estimular as compe tências socioemocionais desde a primeira infância pois estas vão se adaptando ao longo da nossa vida e formando sujeitos cada vez mais flexíveis Apre sentaremos no Quadro 1 as definições gerais de competências e habilidades sociocognitivas Competências Habilidades idade I Dominar linguagens dominar a norma culta da língua por tuguesa e fazer uso das linguagens matemática artística e científica 0106 anos de idade 1114 anos de idade UNICESUMAR 87 Competências Habilidades idade II Compreender fenômenos construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para compreensão de fenômenos natu rais de processos históricogeográ ficos da produção tecnológica e das manifestações artísticas 01 ano de idade 0718 anos de idade 2021 anos de idade III Enfrentar situaçõesproblema selecionar organizar relacionar e interpretar dados bem como infor mações representados de diferen tes formas para tomar decisões e enfrentar situaçõesproblema 0104 anos de idade 07 anos de idade 1213 anos de idade 1521 anos de idade IVConstruir argumentações e relacionar informações representa das em diferentes formas e conhe cimento disponíveis em situações concretas para construir argumenta ção consistente 03 anos de idade 06 anos de idade 1321 anos de idade V Elaborar propostas e recorrer aos conhecimentos desen volvidos na escola para a elaboração de propostas de intervenção soli dária na realidade respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural 0321 anos de idade Quadro 1 Matriz de Competências e Habilidades Cognitivas Fonte adaptado de INEP 1999 Desse modo é possível compreender as competências sociocognitivas como uma forma de modalidade que tende a estruturar a inteligência a fim de estabelecer re lações sociais pois as habilidades socioemocionais estão intrínsecas ao saber fazer No saber fazer são propostas cinco competências de maneira geral como dominar linguagens compreender fenômenos enfrentar situaçõesproblema construir argumentações e elaborar propostas A partir disso é possível definir UNIDADE 3 88 O termo cognitivo vem do latim e significa conhecer O conceito de cognição tem sido construído com base em um conjunto de elementos obtidos desde simples observações de comportamento até inferências sobre os mais altos níveis de raciocínio humano Fonte Ranhel 2011 explorando Ideias 21 habilidades que consistem em utilizar recursos naturais conhecer os pro cessos vitais de um ponto de vista sistêmico conhecer conceitos matemáticos e estatísticos e conhecer processos sociais e econômicos históricogeográficos Este processo tem sido classificado dentro de três correntes teóricas a psicométrica a desenvolvimentista e a abordagem do processamento humano da informação Es sas correntes teóricas são o que sustentam a questão da competência sociocognitiva PSICOMÉTRICA A abordagem psicométrica visa definir a questão da inteligência e sua forma de organização Para os teóricos como Almeida 1988 ela se torna vulnerá vel às críticas de que somente investigase as diferenças individuais e não a questão do processo cognitivo DESENVOLVIMENTISTA Esta teoria baseada nas perspectivas de Piaget e Vygotsky busca definir na verdade as estruturas da inteligência e sua dinâmica no desenvolvimento do homem bem como busca mostrar os avanços também pois descreve como acontece o processo cognitivo e os relaciona aos diferentes estágios do de senvolvimento humano ABORDAGEM DO PROCESSAMENTO HUMANO DA INFORMAÇÃO A abordagem mais marcante para a questão das competências cognitivas é o processamento humano da informação que investiga detalhadamente os processos cognitivos que se envolvem nos testes de psicometria UNICESUMAR 89 Dessa forma o desenvolvimento cognitivo não ocorre de maneira individual ele é uma construção coletiva em que é necessário que haja um mediador no caso o professor para guiar a direção das habilidades que serão desenvolvidas com determinados conhecimentos inseridos em sua cultura E você pode se perguntar o que é interação social professora De acordo com Moreira 1999 a interação social ocorre a partir do contato de duas pessoas que iniciam um debate e essa comunicação possibilita a cada indivíduo experiências e conhecimentos Assim podemos compreender o desenvolvimento cognitivo como um estágio do desenvolvimento que acontece pela interação do indivíduo com o meio social em que este está inserido fator que é inerente a todo ser humano O desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sociais em funções mentais Não é por meio do desenvolvimento cog nitivo que o indivíduo se torna capaz de socializar é na sociali zação que se dá o desenvolvimento dos processos mentais supe riores MOREIRA 1999 p 110 Logo o desenvolvimento das competências cognitivas está relacionado ao desen volvimento dos processos mentais superiores que envolve linguagem pensamen to e comportamento volitivo Os processos mentais superiores que contribuem para o desenvolvimento das competências cognitivas são exclusivos da espécie humana Para Serson 2007 online² a espécie humana é capaz de desenvolver raciocínio e linguagem processos cognitivos inferiores como percepção e motri cidade Portanto o desenvolvimento das funções psicológicas superiores ocorre por meio do desenvolvimento cultural VAN DER VEER VALSINER 1999 Podemos dizer aluno a que as relações sociais que são construídas ao lon go da vida são mediadas por instrumentos e também signos que vão se recons truindo internamente Existem três tipos de signos 1 indicadores 2 icônicos e 3 simbólicos Esses instrumentos e signos foram criados por nossa sociedade ao longo da história e tem por intenção modificar e também influenciar o de senvolvimento sociocultural dos indivíduos Para Vygotsky 1998 é por meio da internalização de signos que são produzidos pela humanidade ao longo da história que temos o desenvolvimento cognitivo assim a combinação de sig nos e instrumentos permite que o ser humano desenvolva suas funções mentais UNIDADE 3 90 superiores Logo esse processo pode ser considerado interpsicológico e intrap sicológico É importante ressaltar que o instrumento também tem uma função neste momento A função do instrumento é servir como um condutor da influência humana sobre o objeto da atividade ele é orientado externamente deve necessariamente levar as mudanças nos objetos Constitui um meio pelo qual a atividade humana externa é dirigida para o con trole e domínio da natureza O signo por outro lado não modifica em nada o objeto da operação psicológica Constitui um meio da atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo o signo é orientado internamente Essas atividades são tão diferentes uma da outra que a natureza dos meios por elas utilizados não ser a mesma VYGOTSKY 1998 p 72 É dessa maneira que o indivíduo começa a captar os significados socialmente construídos e compartilhados pela humanidade Para Coll et al 2000 nesse processo há a proporção da responsabilidade que é conhecida como a metáfora do andaime que consiste no caráter necessário de o professor auxiliar os alunos em sala de aula para que consigam construir seus conhecimentos Figura 1 Estrutura básica de ambientes educativos que correspondem à metáfora andaime Fonte Coll et al 2000 p 183 Promoção da responsabilidade ao fazer a tarefa Total do professor Ensino Modelagem Demonstração Etc Prática ou aplicação Compartilhada Total do aluno Prática orientada Abandono gradual da responsabilidade UNICESUMAR 91 A Figura 1 permite compreendermos que as ajudas na construção do conhe cimento são extremamente necessárias pois sem o auxílio o conhecimento dificilmente seria construído Isso porque a ajuda andaime deve ser retirada à medida que o indivíduo assume autonomia e controle sobre a sua aprendizagem A ideia de andaime para a construção da aprendizagem tornouse proposta de metodologia didática É um modelo delineado para ensinar aos alunos estratégias básicas para desenvolver competências educacionais A partir desse momento o alu no pode tornarse condutor das discussões que são desenvolvidas em sala de aula e com as intervenções o professor tornarse mediador do processo de aprendizagem As competências cognitivas detêm conceitos psicológicos que estão aliados ao comportamento do homem em três momentos 1 O comportamento humano emana do cérebro 2 O córtex cerebral controla as funções específicas da ação humana pois o cérebro não é um órgão único mas dividido em regiões e 3 As funções mentais se desenvolvem por meio do uso do nosso cérebro que é um músculo que cresce com exercícios KANDEL 2003 Figura 2 Faculdades Intelectuais e Emocionais do Córtex Cerebral Fonte Nogueira 2011 p 125 Antecipação Planejamento motor Movimentos oculares Atenção visuospacial Raciocínio fgurativo e analítico Memória operacional espacial Memória operacional de objetos Cálculos matemáticos Olfação Olfação Préativação semântica Reconhecimento de faces Reconhecimento de objetos Percepção de cores Percepção de movimentos Percepção de velocidade Visão analítica Atenção visuospacial Atenção visuospacial Sensações corporais Aproximações matemáticas Raciocínio analítico Prazer tátil Antecipação da dor Julgamento moral Motricidade Compreensão linguística Dor Audição UNIDADE 3 92 2 FORMULAÇÃO DE MATRIZES de Competências A Figura 2 mostranos que o desenvolvimento das nossas competências cogni tivas está relacionado às faculdades intelectuais e emocionais pois todo o desen volvimento de nossa vida ocorre a partir dos processos mentais que acontecem por meio de combinações de conduta social e funções neurais Por isso o uso das competências cognitivas no âmbito da educação tem ocasionado cada vez mais discussões pois o intuito é entender e desenvolver o ensino organizar a aprendizagem dos estudantes e balizar a avaliação SACRISTÁN 2011 p 13 O século XXI tem sido um momento de preparação de crianças e jovens para os desafios que a sociedade pósmoderna tem preparado Assim é preciso criar condições para que estes indivíduos desenvolvam competências para obter suces so em suas ações acadêmicas profissionais e até mesmo pessoal em um mundo que está cada vez mais exigente As competências estão relacionadas às questões psicológicas cognitivas como apresentamos anteriormente Essas competências têm sido cada vez mais disseminadas no meio educativo e se relacionam às questões de domínio de linguagem e de questões matemáticas Muitas vezes esses fatores não se encontram adequadamente no currículo das UNICESUMAR 93 escolas mas são imprescindíveis para o desenvolvimento total do indivíduo e para que todos nós possamos contribuir com o progresso social e econômico do nosso país As competências cognitivas e socioemocionais são consideradas como questão de persistência responsabilidade cooperação e resiliência Não podemos negar que elas têm sido cada vez mais importantes para obtermos bons resultados nas diversas áreas de nossa vida bem como conquistar bemestar individual e coletivo Não é novidade para os educadores que é importante aos estudantes torna remse cada vez mais focados e confiantes no processo de aprendizagem pois isso permite que aprendam mais tornemse mais persistentes e resilientes e se comprometam com o processo de aprendizagem ao longo da vida Carvalho 2015 afirma que a questão da aprendizagem dos conteúdos curriculares não relaciona apenas às competências ligadas ao raciocínio e à linguagem é preciso envolver nesse processo motivação emoção e criatividade pois essas competên cias permitem modificar todas as formas tradicionais do pensamento O desenvolvimento socioemocional para o aprendizado é extremamente importante Assim podemos dizer que as competências socioemocionais são variadas em amplas abordagens e estas visam desenvolver qualidades que per mitam os indivíduos a sobreviverem prosperarem e abrangerem questões como otimismo coragem habilidades interpessoais perseverança responsabilidade e altruísmo SELIGMAN CSIKSZENTMIHALYI 2000 E com as transformações sociais que têm acontecido ao longo dos últimos anos temos verificado novos paradigmas pedagógicos que contribuem para mudanças nas políticas educacio nais e no papel dos educandos BEHRENS 2007 Para construir matrizes de competências é preciso primeiramente romper com as práticas tradicionais da educação afinal de contas o educando não é mais aquele que aceitava tudo passivamente Vivemos um momento em que os indivíduos são cada vez mais ativos em sua aprendizagem já que têm acesso a informações de modo rápido por meio de seus smartphones Esse processo de mudanças sociais e educativas acontece em um momento que a sociedade tem se transformado para ampliar a fusão de ideais que superem aquela visão tradicionalista E sob este as pecto temos a influência da epistemologia genética advinda de Piaget e a partir deste fundamento Emília Ferreiro sua pupila que desenvolveu o Construtivismo As preocupações de Ferreiro 1985 estreitavamse com a questão da compe tência em crianças e como isso poderia interferir na aprendizagem A autora ela borou hipóteses que lhe permitiam reconhecer os intercâmbios entre linguagem e UNIDADE 3 94 Para que uma proposta construtivista possa se realizar em sala de aula o professor pre cisa ser tão ativo quanto seus alunos tão criativo quanto eles deve estar tão interessa do em ajudálos quanto eles em aprender coisas novas Os professores que começam a entender a alfabetização como um processo falam menos e escutam mais e escutar é infinitamente mais importante do que falar Fonte Ferreiro 1985 explorando Ideias escrita Ferreiro 1985 buscava delimitar a universalização do processo de ensino e aprendizagem pois para ela a escrita era o principal objeto de conhecimento da criança e que permitiria a construção de competências mais dinâmicas A autora também retrata que neste período é o momento em que há uma ruptura do papel centralizador do professor na aprendizagem Assim podemos observar que o Construtivismo não é apenas um método de prática pedagógica mas sim um instrumento que contribui para o processo de desenvolvimento e formulação de competências cognitivas e socioemocionais Nesse sentido o Construtivismo influencia na definição de objetivos direcio nados para a educação formal e para as intervenções pedagógicas pois o aluno precisa construir seu próprio conhecimento SILVA 2017 O construtivismo propõe uma parceria ativa e troca de informações entre pro fessor e aluno assim a aquisição de competências não está no ato apenas de decifrar situações mas sim de participar ativamente da solução individual e coletiva destas Compreendese que o construtivismo permite fundamentar as competências socioemocionais e cognitivas pois ele permite aprofundar os es quemas modulares das aulas em que o professor é o agente transmissor do saber Esse saber teóricoprático que ocorre na aula precisa de indivíduos que estejam em constante formação Para Ferreiro 1985 a construção das competências ocorre em cinco fases separadas didaticamente de maneira dinâmica e simultânea Para a autora o convívio com o domínio da linguagem desde a mais tenra idade permite que os indivíduos produzam sentido e significado para esta Assim entender o processo de construção do domínio da língua só é possível a partir do momento que a produção da linguagem passa a ter sentido e significado Vale dizer que o domínio da linguagem é o fator principal para o processo de aquisição de competências UNICESUMAR 95 assim o indivíduo ao dominar a linguagem escrita acede a um novo espaço de poder pois a língua escrita em nosso sistema simbólico está articulada por sinais gráficos SILVA 2017 Assim a pedagogia das competências surge para contribuir com os recursos cognitivos que se apresentam em forma de saberes capacidades e habilidades GENTILE 2000 Portanto as competências cognitivas e socioemocionais de vem ser entendidas como potenciais a serem desenvolvidos em um contexto de relações sociais que contribuirão para o desenvolvimento social cultural econômico e político de uma sociedade Por isso a questão da aprendizagem tor nase um denominador comum para o desenvolvimento das competências pois inclui a informação verbal as habilidades intelectuais as estratégias cognitivas as atitudes e as habilidades motoras E são esses elementos que contribuirão para a formulação de diretrizes e parâmetros curriculares GAGNÉ 1976 Salientamos que a teoria curricular nesse processo é construída com base na pluralidade de linguagens e discursos bem como envolve nesse momento as relações sociais as ações e as questões práticas KEMMIS 1998 Assim aluno a é necessário que você inclua em seus compromissos de aprendizagem um conjunto de conhecimentos habilidades e atitudes que possam lhe assegurar a construção de conhecimentos científicos técnicos profissionais e pessoais Lem brando que essa ação além de ser mediada e incentivada por professores ao longo do seu curso deve ser uma cobrança advinda dos educandos já que em muitos momentos perdese de vista essa questão da interdisciplinaridade e o desenvol vimento das competências em cada componente curricular É compromisso dos cursos de Licenciatura e das UniversidadesFaculdades incentivar o comprometimento com a cultura e com a responsabilidades social de maneira crítica e autônoma CASTANHEIRAS CERONI 2008 Por isso é imprescindível considerar a avaliação da aprendizagem como parte integrante do desenvolvimento do processo educativo e da construção de compe tências uma vez que os instrumentos avaliativos precisam estar em consonância com as políticas educacionais e as propostas pedagógicas dos cursos de gradua ção assim a principal finalidade dessa avaliação é aferir se as competências cog nitivas e socioemocionais foram aferidas no momento do ensino A avaliação deve então servir de orientação para que o professor possa realizar os ajustes necessários ao seu fazer didático de ma neira a transformar as dificuldades em momentos de aprendiza UNIDADE 3 96 Você procura saber se em seu curso as avaliações que são aplicadas contribuem para sua formação enquanto profissional apto para solucionar problemas ou são somente para atribuir nota e fazer você estudante avançar em seus estudos pensando juntos gem para seus alunos Nessa perspectiva a avaliação tornase um instrumento privilegiado de uma regulação contínua das diversas intervenções e das situações didáticas PERRENOUD 1999 p 14 Assim as atividades que são propostas no contexto da pedagogia de competên cias precisam proporcionar aos educandos as mais variadas situações que en volvam diferentes complexidades e favoreçam o desenvolvimento da capacidade de lidar com problemas As competências e habilidades precisam ser elaboradas pelos docentes com base no perfil profissional dos alunos para quem ele ministrar aulas bem como estar de acordo com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação Sen do necessário considerar os seguintes pressupostos competências são traduzidas em domínios práticos das situações cotidianas que necessariamente passam compreensão da ação em preendida e do uso a que essa ação se destina Já as habilidades são representadas pelas ações em si ou seja pelas ações determinadas pelas competências de forma concreta PERRENOUD 1999 p 152 Fazse necessário que os docentes tenham conhecimento das competências que desenvolverão com seus educandos já que o processo de relações sociais se cons trói à medida que as práticas pedagógicas estão associadas aos valores culturais sociais éticos e políticos pois as competências são ações mobilizadoras de sa beres e recursos Por isso as avaliações por competências precisam ser desenca deadoras de pensamento crítico porque proporcionam momentos para que o processo de argumentação fundamentada cientificamente seja exercido Dias Sobrinho 2005 destaca que a avaliação tem por função questões éticopolíticas na formação dos indivíduos por isso é importante delimitar temas que visem à emancipação social e à democracia UNICESUMAR 97 A avaliação da aprendizagem é considerada um instrumento para o desenvol vimento das competências sendo a partir dela que podemos coletar informa ções que contribuam na melhoria do ensino e da aprendizagem dos educandos Para oa aluno a a avaliação servirá como bússola para que o professor se mantenha fiel na rota estabelecida no plano de ensino da disciplina Logo as competências e as habilidades tornamse as mediadoras do processo de ensino e aprendizagem contribuindo para os diagnósticos não somente das dificul dades referentes aos conteúdos que os educandos enfrentam mas também daquelas que dizem respeito ao processo de interpretação de situaçõesproblema e da aplicação de conteúdos no âmbito da avaliação gestão e tomada de decisões SILVA 2017 As transformações sociais políticas econômicas tecnológicas e culturais ao longo das décadas promoveram uma série de mudanças no processo de ensino e de aprendizagem Os novos desafios que envolvem a formação de indivíduos competentes estão atrelados ao quadro teórico de uma educação voltada para o século XXI assentada nos pilares para a educação Aprender a Conhecer Apren der a Fazer Aprender a Ser e Aprender a Conviver Esses pilares proliferam iniciativas para que possamos desenvolver compe tências que nos auxiliem a alcançar o sucesso pessoal e profissional Logo o uso dos pilares no processo de ensino e aprendizagem permite que novas formas de interação e produção do conhecimento sejam construídas e mais faz com que tanto alunos quanto professores desenvolvam habilidades de construir seus conhecimentos com base nas necessidades do mundo pósmoderno Segue um quadro que resume as principais competências globais para o sé culo XXI veja a seguir Aprendizado e inventividade 1 criatividade e inovação 2 pensamento crítico e resolu ção de proble mas Formas de Pensar 1 criatividade e inovação 2 pensamento crítico resolução de problemas e tomada de decisão 3 aprender a aprender e me tacognição 1 aprender a aprender UNIDADE 3 98 3 comunicação e colaboração Formas de Tra balhar 4 comunicação 5 colaboração 6 trabalho em equipe Interagir com grupos hetero gêneos 1 relacionarse com os outros 2 trabalho cooperativo em equipe 3 arbitrar e resolver conflitos 2 comunicação na língua nativa 3 comunica ção em língua estrangeira Informação Mídia e Co nhecimento Tecnológico 7 alfabetização informacional 8 alfabetização em mídia 9 alfabetização tecnológica Ferramentas para o traba lho 6 alfabetização informacional 7 alfabetização tecnológica Usar ferramen tas interativa mente 4 usar textos e símbolos de linguagem inte rativa 5 usar conheci mento e infor mação interativa 6 usar tecnolo gia interativa 4 competência matemática e competência bá sica em ciência e tecnologia 5 competência digital Talentos para a carreira e para a vida 10 flexibilidade e adaptabilidade 11 iniciativa e autodetermina ção 12 habilidade social e multicul tural 13 produtivi dade e prestar satisfação 14 liderança e responsabilida de Viver no Mun do 8 cidadania 9 carreira e vida 10 responsabi lidade pessoal e social Agir de forma autônoma 7 agir conside rando o contex to mais amplo 8 formar e con duzir os planos de vida e proje tos pessoais 9 defender e afirmar direi tos interesses limites e necessi dades 6 competência cívica e social 7 senso de iniciativa e em preendedorismo 8 consciência sensibilidade e expressão cultural Quadro 2 Panorama das competências para o século XXI Fonte Santos e Primi 2014 p 15 UNICESUMAR 99 O pioneirismo da teoria Big Five é atribuído a Gordon Allport e colegas em meados dos anos 30 influenciados pela hipótese léxica de Francis Galton segundo a qual as dife renças individuais mais importantes deveriam estar presentes na linguagem cotidiana A partir dos anos 60 com grandes amostras provenientes da aplicação de diversos testes de personalidade e reanálises dos estudos de Cattell diversos autores encontraram que cinco fatores principais explicavam a maior parte da variação existente nos testes Fonte Santos e Primi 2014 p 17 explorando Ideias O quadro demonstra que as competências listadas estão diretamente ligadas com as chamadas soft skills HEFFRON 1997 bem como o conceito de capi tal social PUTNAM 1995 Compreendemos que esses conceitos abrangem as capacidades sensíveis a experiências no processo de relações humanas Outra evidência são as características socioemocionais sobre as relações e a vida pessoal dos indivíduos De acordo com Santos e Primi 2014 há um consenso sobre a análise da personalidade humana já que esta é constituída por cinco fatores conhecidos como Big Five abertura de novas experiências extroversão amabi lidade conscienciosidade e estabilidade emocional Sabemos que há a utilização de escalas matrizes e testes para medir os aspectos que envolvem as competências socioemocionais que se relaciona com o domínio do Big Five Apresentamos o quadro de domínios de personalidades e suas facetas mediante o Big Five Atributo Descrição no dicioná rio Facetas Atributos relaciona dos Atributos de tempe ramento na infância Abertura de experiências Tendência a ser aberto a novas ex periências estéticas culturais e intelectuais Imaginativo artístico ex citável inte resse amplo curioso não convencio nal prazer em atividades de baixa intensidade curiosidade sensibilida de UNIDADE 3 100 Atributo Descrição no dicioná rio Facetas Atributos relaciona dos Atributos de tempe ramento na infância Consciencio sidade Tendência a ser or ganizado esforçado e responsável Eficiente organizado não espe ra ajuda batalha por objetivos disciplina deliberação firmeza de caráter per severança postergar recompensa controle de impulsos planejar e batalhar por objetivos ambição e ética no trabalho atenção concentra ção em penho em controlar atitudes controle de impulsos persistência Extroversão orientação de inte resses e energia em direção ao mundo externo e pessoas e coisas ao invés do mundo interno amigável sociável au toconfiante energético aventureiro entusiasma do Dominância social vitalidade social timidez atividade emotividade positiva sociabilidade busca de sensações Amabilidade Tendência a agir de modo coo perativo e não egoisti camente Tolerância objetividade altruísmo obedecer modéstia docialidade Empatia Olhar dife rente Cooperação Competitivi dade Irritabilidade Agressivida de Boa Vontade Disponibili dade UNICESUMAR 101 Atributo Descrição no dicioná rio Facetas Atributos relaciona dos Atributos de tempe ramento na infância Estabilidade emocional Previsibi lidade e consistência de reações emocionais sem mudan ças bruscas de humor Ansiedade Hostilidade Depressão Tímido Impulsivida de Otimismo Lócus De Controle Autoestima Autoeficácia Medo Timidez Irritabilidade Frustração Tristeza Quadro 3 Domínios de Personalidade e Facetas Fonte Santos e Primi 2014 p 18 O domínio destes pressupostos do Big Five permite que o indivíduo se abra para novas experiências esteja aberto a novas experiências estéticas culturais e inte lectuais Dominar esses elementos é o primeiro passo para o desenvolvimento das competências cognitivas e a escola tem papel fundamental no desenvolvimento socioemocional aliada aos professores devese buscar o sucesso individual e coletivo por meio do desenvolvimento de competências socioemocionais UNIDADE 3 102 3 O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS Socioemocionais em Sala de Aula As competências socioemocionais estão atreladas à psicologia positiva e focam nas questões do desenvolvimento de qualidades que contribuem com o desen volvimento dos indivíduos mas os ensina não apenas a resistir e a sobreviver às adversidades da vida mas sim ir além prosperando sendo otimista corajoso desenvolvendo habilidades interpessoais perseverante responsável e altruísta SELIGMAN CSIKSZENTMIHALYI 2000 Dessa maneira o desenvolvimento de competências contribui para o desen volvimento de forças humanas para eliminar fraquezas que acometem os homens Para Willemsens 2016 é necessário elevar as forças humanas como caráter persistência amabilidade inteligência social autorregulação e gratidão e elas precisam estar agrupadas com as virtudes principais como sabedoria coragem honestidade e conhecimento Essas questões promovem o desempenho pessoal e organizacional a partir do desenvolvimento de virtudes que visam estimular forças humanas resiliên cia e vitalidade É importante destacar que as competências socioemocionais estão envolvidas com o conceito de capital psicológico e este é constituído por recursos psicológicos positivos que envolvem autoeficácia esperança otimismo e resiliência LUTHANS et al 2007 Esses atributos passam a ser consagrados pela literatura das competências socioemocionais e isso passa a refletir no quanto o indivíduo acredita ter controle ou não sobre os eventos que ocorrem em sua vida Outro fator contribuinte é a inteligência emocional UNICESUMAR 103 De acordo com Goleman 1996 as inteligências emocionais preparam o corpo para diferentes tipos de resposta como raiva medo felicidade amor sur presa repugnância e tristeza Essas tendências que são totalmente biológicas são cada vez mais moldadas pelas experiências que vamos adquirindo ao longo da vida e pela cultura A evolução humana fez com que as forças emocionais se formassem de acordo com a realidade mais dura com que os seres humanos viviam E com a evolução do nosso cérebro antigos centros de emoção torna ramse suficientemente grandes para melhorar nosso cérebro Nesse sentido a questão da personalidade foi sendo incorporada a cinco grandes domínios como conscienciosidade estabilidade emocional amabilidade extroversão e aberturas a novas experiências GOLEMAN 1996 Assim o debate sobre as competências socioemocionais vai ganhando estru turas conceituais que permitem serem desenvolvidas em sala de aula e sua ênfase é dada no processo de soluções de problemas As competências e habilidades sociais e emocionais precisam ser desenvolvidas não somente na escola mas também em todas as áreas da vida logo sabemos que as competências podem ser aprendidas da mesma maneira que saber ler e escrever pois educar o coração é tão importante como educar a mente UNESCO 1996 p 13 Educarse emocionalmente é uma forma de se desenvolver para o mundo e para a vida pessoal Esse processo pode acontecer de maneira sistemática no âmbito da escola logo criar um ambiente que propicie o aprendizado é um dos elementos centrais desta Esse ambiente precisa ser seguro respeitoso solitário e bem gerenciado bem como a consideração de que trabalho conjunto da escola pais e sociedade tem um papel significativo no desenvolvimento e na ges tão correta das emoções e relações WILLEMSENS 2016 p 35 Assim educar para as competências do século XXI tem atribuições como 1 Compreender quais competências socioemocionais são im portantes 2 Compreender seus mecanismos de formação e desenvolver melhores práticas para promovêlas 3 Medir competências socioemocionais e melhorar políticas públicas e contextos de aprendizagem 4 Desenvolver estratégias para garantir uma abordagem plena e coerente para o desenvolvimento de competências WIL LENSEN 2016 p 35 UNIDADE 3 104 Organizações nacionais como Fundação Lemann Fundação Maria Cecília Souto Vidigal Instituto Unibanco Fundação Itaú Social dentre outros têm promovido estudos a respei to das competências e habilidades Fonte autora explorando Ideias Essas atribuições contribuem para a evolução das competências socioemocionais em crianças e adolescentes O aprendizado a ser aplicado em alunosas não deve acontecer de maneira isolada deve haver a colaboração de professores e pedagogos bem como a compa nhia dos colegas e o encorajamento das famílias Para Cunha 2006 o principal mecanismo que contribui para o desenvolvimento das competências socioe mocionais é a família pois esta contribui com dotes genéticos com ambientes internos e externos que podem proporcionar a seus filhos estímulos importantes As habilidades são multidimensionais e apesar de sofrerem in fluências por parte de questões genéticas e ambientais podem ser adquiridas Sua formação segue um processo dinâmico onde as competências adquiridas em um estágio do ciclo de vida afetam a produtividade de aprendizagem de outras na próxima fase Esse processo de formação é mais eficaz quando começa em uma idade jovem e continua ao longo da vida HECKMAN 2000 p 40 Além da família um dos ambientes mais importantes para o desenvolvimento das competências é a escola O contexto escolar é fator decisivo para a formação cog nitiva de crianças e adolescentes Como temos vivenciado profundas e aceleradas mudanças em nossa sociedade e as informações se propagam na velocidade da luz ABED 2014 é verificável que o conhecimento está cada vez mais intrínseco ao universo digital devido à facilidade de acesso a essas informações Assim as bases filosóficas que contribuem para o desenvolvimento das competências dão ênfase para que habilidades e competências promovam desenvolvimento das práticas pedagógicas em sala de aula As teorias que assentam as abordagens das competências socioemocionais coadunam com o paradigma do interacionismo Portanto o ensinante e apren UNICESUMAR 105 Por que é necessário mensurar as competências emocionais no desenvolvimento dos alu nos e no currículo das instituições de ensino pensando juntos dente se encontram e buscam transformar o olhar para o objeto de conhecimento assim tudo começa na triangulação do primeiro olhar PAÍN 1998 p 28 Logo as competências socioemocionais constroem saberes que visam atender às demandas da sociedade pósmoderna tendo em vista que se busca resgatar a complexidade do processo de ensinoaprendizagem Para inserir as competências socioemocionais na sala de aula é necessário ha ver intencionalidade nos planos de aula nos projetos políticos pedagógicos das escolas e nos currículos escolares Embora essa questão não seja inédita ainda falta construir nas escolas um currículo que se volte para o desenvolvimento integral do ser humano Notamos que as concepções teóricas que utilizamos no meio acadêmico contribuem para a produção das competências socioemocionais como emoção cognição e socialização na aprendizagem Essas competências tem ganhado cada vez mais força no âmbito das avaliações em larga escala e precisam também estar presentes no desenvolvimento de ações na sala de aula Por isso é essencial que as escolas adotem concepções que contribuam para a edificação de uma educação que esteja voltada para a formação de indivíduos ou seja que vejam nos conteúdos curriculares oportunidades de desenvolvimento de suas compe tências pessoais e profissionais O desenvolvimento das competências tem sido cada vez mais presente nos processos avaliativos como falamos anteriormente e vão desde a Prova Brasil até o Enade Veja aluno a que as competências são aferidas nessas avaliações não como uma forma de você decorar aquilo que foi ensinado em sala de aula mas sim para que saiba utilizar a teoria na prática e resolução de problemas Todos nós sabemos que a função da escola está para além da transmissão de conteúdos é urgente fortalecer as competências em nossos educandos para que assim eles consigam construir uma vida profissionalmente e pessoalmente produtiva e feliz em uma sociedade que está cada vez mais marcada pelas mu danças que ocorrem cotidianamente nela UNIDADE 3 106 Assim em sala de aula é preciso desenvolver princípios motivacionais de per severança a capacidade em trabalhar em equipe e resiliência diante de situações difíceis Essas são habilidades e competências socioemocionais imprescindíveis para a sociedade pósmoderna Sobre isso apresentaremos dez fatores que con tribuem para o desenvolvimento das competências em sala de aula 1 Neuroticismo 2 Conscienciosidade 3 Abertura 4 Amabilidade 5 Extroversão 6 Abertura para experiências 7 Introversão 8 Externalização 9 Autoestima 10 Autoimagem Quadro 4 Dez fatores para desenvolver as competências em sala de aula Fonte a autora A partir desses fatores o docente poderá construir seu planejamento semanal ou quinzenal em que os conteúdos curriculares estejam abarcados nesses princípios Ao desenvolver essas questões desde a infância os professores estarão contribuin do para o desenvolvimento de habilidades que serão efetivas ao longo da vida além de contribuir com menores taxas de abandono escolar desemprego envol vimento com crimes e gravidez na adolescência ABED 2014 As competências socioemocionais permitem que o indivíduo controle suas emoções tenha maior persistência na realização de suas tarefas e se organize melhor para executálas Ao incorporar essas atitudes na sala de aula o professor investe no desenvolvi mento de habilidades dos alunos e a escola transformase e acolhe a diversidade em seus múltiplos aspectos assim professores gestores e familiares dos estudan tes têm maior entrosamento com a formação de cada indivíduo Para se aplicar estas ações é preciso uma taxonomia que permita realizar recortes adequados a cada idade para que assim os professores consigam definir e organizar seus trabalhos pedagógicos de acordo com as necessidades dos alunos Assim compreendemos que o princípio de sucesso das competências em sala de aula é a organização do professor Para isso ele precisa unir habilidades talentos e experiências adquiridas ao longo de sua carreira para que desta forma construa recursos humanos capazes de desenvolver e saber a importância das UNICESUMAR 107 competências em sua formação É necessário que os docentes sustentem o prin cípio de formar indivíduos com qualidades e competências para que estes possam se inserir em um mercado de trabalho competitivo no qual possam exercer sua cidadania Portanto o docente precisa realizar atividades como planejamento capacitação desenvolvimento gestão da carreira e avaliação dos resultados Figura 3 Gestão de Competências Fonte Marcacini et al 2008 p 2 A partir do momento em que o docente identifica as competências ele conse gue fazer com que o processo de ensino e aprendizagem tenha sucesso pois os resultados advindos desta organização possibilitarão que o professor desenvolva novas competências em seus alunos além de adotar estratégias para desenvolver mais competências Por isso é extremamente importante ficar atento às lacunas da formação para que sejam preenchidas nos momentos certos Assim a taxonomia de competências agrupa algumas categorias como pessoal metodológica técnica e outras Quando se trata de competências pessoais essas se relacionam à capacidade que os indivíduos têm de utilizar seu conhecimento funcional e técnico na execução das atividades Logo as competências pessoais são 1 Relacionais envolve habilidades práticas de relações e interações 2 Intelectuais relacionadas à aplicação de aptidões mentais e à capacidade intelectual aplicada aos diferentes domínios de conhecimento 3 Organizacional aplicada a diferentes objetivos e a formas de organização e gestão Quadro 5 Competências pessoais Fonte Marques Brandão e Gonçalves 2005 p 2412 Estabelecer Estratégia da Organização Identificação de competências Identificar novas competências Identificar competências atuais Avaliação dos Resultados Captação Recrutamento e Seleção Desenvolvimento Treinamento e Gestão de Carreira UNIDADE 3 108 Já as competências metodológicas dizem respeito ao momento de aplicar as téc nicas e os meios de organização às atividades e aos trabalhos a serem desenvol vidos em sala de aula Podemos dizer que tais competências são divididas em resolução de problemas projetos gestão e empreendedorismo No que tange às competências técnicas estas se relacionam às questões mais específicas ou espe cialistas É o momento de dominar o conhecimento científico e as habilidades em determinadas áreas do conhecimento Logo cabe observar que as categorias de competências não representam áreas disciplinares apesar de eventualmente apresentarem as mesmas nomenclaturas Nem mesmo representam categorias ortogonais de competências MARQUES BRANDÃO GONÇALVES 2005 p 2412 Desse modo apresentaremos algumas competências que devem ser desenvolvidas em sala de aula Ter capacidade de liderança Ter atitude colaborativa Ter autonomia e responsabilidade Interagir com o ambiente organizacional Ter capacidade de gestão Tomar decisões Atualizarse constantemente Ter espírito crítico Explorar novas tecnologias Ser eficaz Ter raciocínio analítico Compreender o mundo e a sociedade Quadro 6 Competências específicas para a sala de aula Fonte Marques Brandão Gonçalves 2005 p 2417 Assim observamos que o desenvolvimento das competências socioemocionais e cognitivas precisam estar ligadas ao planejamento pedagógico pois quando bem elaborado permite que os docentes desenvolvam as competências de maneira clara e que contribua com as habilidades dos alunos em sala de aula UNICESUMAR 109 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma consideramos que o desenvolvimento das competências socioemocionais precisa iniciar desde a mais tenra idade e todos os entes que participam da formação cidadã e humana dos indivíduos devem bolar estratégias para que as competências sejam desenvolvidas Ressaltamos ainda que a escola tem papel fundamental nesse processo assim a partir do momento que elabora planos pedagógicos de acordo com as competências contribui para uma formação que será ao longo da vida E mais quando os planejamentos são bem elaborados permitem que os alunosas tenham uma visão mais clara do desenvolvimento da formação e da aprendizagem Esse processo permite também que haja o desenvolvimento das principais competências ao longo da vida Considere que delimitar um perfil do sujeito que se quer formar é contribuir para a sua formação profissional pessoal e de relacionamentos Assim o sujeito conseguirá contribuir em seu trabalho e nos relacionamentos que for desenvolvendo ao longo de sua vida A falta de detalha mento das competências no âmbito do planejamento do professor dificulta a aprendizagem e o desenvolvimento desta Portanto alunoa busque sempre conversar com seu professor sobre as pos síveis competências a serem desenvolvidas este diálogo permite que você seja o principal interlocutor de sua aprendizagem além disso esse cruzamento de ideais e formação fará com que entenda o que é exigido para o mercado de trabalho e para obter um ótimo networking 110 na prática 1 Ao propor taxonomias para o desenvolvimento de aprendizagens entendese que esta proposta sirva de referência para a Planejamento e Currículo Escolar b Recrutamento Pessoal e Cruzamento de Dados c Mercado de Trabalho e Banco de Dados d Referenciais e Formação e Formação e Cruzamento de Dados 2 Quando tratamos de competências socioemocionais novos discernimentos foram sendo produzidos ao longo de décadas um dos componentes que passa a fazer parte desse movimento é a empatia podemos dizer que ela faz parte da I Habilidade de preservar amizades e de se relacionar com pessoas II Capacidade de se colocar no lugar do outro e de reconhecer o sentimento alheio sem usar palavras III Habilidade de relacionamento positivo com desconhecidos IV Capacidade de corresponder as emoções alheias e de influenciar pessoas Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas II está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 111 na prática 3 Nas afirmativas a seguir assinale Verdadeiro V ou Falso F quanto à Gestão das Competências Habilidade interpessoal e habilidade social Desenvolvimento de inteligência emocional Capacidade de não demonstrar emoções nem influenciar os outros com as próprias emoções Assinale a alternativa correta a V V e F b F F e V c V V e V d F F e F e V F e V 4 Quando falamos de competências socioemocionais referimonos a uma taxonomia que é possível ser desenvolvida a partir de contribuições da psicologia da aprendiza gem Portanto explique a importância do engajamento da educação nesse processo 5 Quando nos referimos às questões comportamentais que influenciam nas compe tências socioemocionais estamos nos referindo a A Uma forma de moldar o comportamento a partir das causas vividas pelo in divíduo b Aos estímulos que aumentam a partir de respostas concernentes ao compor tamento c Ao comportamento que deve ser positivo ou negativo d Ao comportamento que é fortalecido pelos acontecimentos e Ao comportamento que deve ser controlado por seus antecedentes 112 aprimorese A taxonomia é a ciência da identificação utilizada para designar o conjunto de ter mos representativos de uma área estruturados hierarquicamente Esses termos são elementos estruturantes estratégicos e centrais utilizados para nomear clas sificar e organizar entidades em grupos que compartilham características similares É desenvolvida a partir de palavraschave e de conceitos para que os conteúdos sejam categorizados COSTA 2004 A categorização é uma das etapas da análise de conteúdo que inclui um conjunto de técnicas que visam obter indicadores quanti tativos ou não que permitem a inferência de conhecimentos por procedimentos sistemáticos e objetivos BARDIN 2002 Uma taxonomia facilita o processo de pesquisa e compreensão pois permite ao usuário definir de forma objetiva um contexto para sua necessidade de informação Nesse sentido áreas podem ser divididas em subáreas e assim sucessivamente num processo recursivo O resultado é uma estrutura conceitual hierárquica que inclui to dos os principais conceitos utilizados em uma determinada área A taxonomia como uma ciência tem como objetivos representar conceitos por meio de termos agilizar a comunicação entre especialistas entre estes e outros públicos além de oferecer um mapa de área que poderá servir como guia em processos de conhecimento 113 aprimorese Uma taxonomia conhecida por seus impactos nas práticas educacionais e de treina mento é a Taxonomia de Bloom que define seis níveis a serem alcançados para a aqui sição de comportamentos e de competências por parte do educando Bloom criou uma divisão de objetivos educacionais em três partes cognitiva afetiva e psicomotora Os processos caracterizados pela taxonomia representam resultados de aprendizagem ou seja cada categoria taxonômica representa o que o indivíduo aprende não aquilo que ele já sabe assimilado do seu contexto familiar ou cultural BLOOM 1956 O conceito de taxonomia tem se tornado ainda mais importante nos tempos atuais na medida em que o volume de informações cresce de forma exponencial e os usuários adquirem um papel essencial tanto na produção como na categoriza ção e uso de informações A importância da taxonomia para informações não estru turadas intranet sites emails documentos Office etc é apontada por alguns es pecialistas como equivalente à importância que os bancos de dados tiveram para as informações tabulares O verdadeiro teste de qualquer taxonomia é a eficiência que ela fornece para o grupo de usuários para o qual foi projetada O ideal é que tanto as pessoas da área como as externas não necessitem de ajuda para compreender como um determinado campo do conhecimento é organizado e se relaciona com outros campos do conhecimento Fonte Marques Brandão e Gonçalves 2005 114 eu recomendo Competências Socioemocionais Autor Revista Nova Escola Editora Nova EscolaAbril Sinopse as CSE compõem um modelo teórico vindo do campo da psicologia Elas são utilizadas por entidades brasileiras e es trangeiras para estudar como aspectos da personalidade podem influenciar no processo de ensino e aprendizagem livro 4 DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS para a Educação do Século XXI PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade O desenvolvimento de compe tências socioemocionais um caminho de sucesso escolar Práticas Pedagógicas para desenvolver as competências socioemocionais Experiências exitosas da participação e convivência social OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os mecanismos que contribuem para o desenvolvimento das competências socioemocio nais Explicar as práticas pedagógicas que contribuem para o desenvolvimento das competências Apresentar as experiências exitosas de participação no desenvolvimento de competências socioemo cionais INTRODUÇÃO Discutir a respeito das competências socioemocionais para o século XXI é essencial nesse momento de nossa sociedade Além das competências precisamos compreender que os processos de aprendizagem são essenciais para que os indivíduos desenvolvamse como sujeitos que se eduquem e atuem ativamente no século XXI Nas intensas transformações que têm ocorrido em nossa sociedade a sensação que temos é de que cada vez mais é preciso aprender e que essa aprendizagem não pode acontecer uma vez só ela precisa ser permanente e ao longo da vida de maneira que propicie a cada um de nós subsídios para enfrentar as adversidades da vida de modo que haja oportunidades para a solução de problemas num mundo cada vez mais competitivo Para tanto nessa unidade didática discutiremos questões que estão interligadas e precisam ser aprofundadas no âmbito da Prática de Ensi no Primeiramente apresentaremos os mecanismos que estão envoltos às competências socioemocionais introduzindo caminhos que levem à refle xão sobre o desenvolvimento destas e sua importância para o sucesso na escola Depois abordaremos como as práticas pedagógicas contribuirão com o desenvolvimento das competências socioemocionais A intenção nessa aula é considerar as vivências do aluno para que a sua aprendizagem ocorra de maneira síncrona Em seguida na terceira aula desta unidade traremos experiências exitosas sobre a convivência social na efetivação da construção das competências socioemocionais Por isso a nossa visão deve ser de que a aprendizagem significa o de senvolvimento pessoal bem como novas competências contribuindo para o potencial humano que cada indivíduo traz dentro de si A expressão aprender a aprender é a efetivação da construção de conhecimentos que envolve percepções abstrair o essencial a criação de conceitos a elabora ção de novas formas de aprendizagem a construção de modelos e a inser ção de métodos que contribuam para o desenvolvimento de competências socioemocionais Desejo a você estudante sucesso em seus estudos UNICESUMAR 117 1 O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS Um Caminho de Sucesso Escolar Formar crianças e jovens para superar os desafios do século 21 requer o desenvolvimento de um conjunto de competências necessárias para aprender viver conviver e trabalhar explorando Ideias As profundas transformações tecno científicas que ocorrem na sociedade são res ponsáveis pelas mudanças na relação de construção do conhecimento A escola precisa acompanhar o desenvolvimento das novas tecnologias da mesma maneira que estas se transformam É preciso buscar alternativas para preparar crianças e adolescentes para se desenvolverem no futuro próximo o qual sabemos que será recheado de incertezas em relação ao mercado de trabalho e às novas profissões que surgirão e aquelas que serão extintas Por isso é urgente que os novos conceitos e paradigmas se adequem ao novo alunoa e principalmente à nova realidade de avanços tecnológicos Sabemos que a instituição escolar é responsável não só pela disseminação de conheci mentos construídos pelo homem ao longo da humanidade mas também pelo desenvolvimento dos indivíduos que nela estão inseridos ou seja tornandoos cada vez mais criativos construtores de conhecimento que saibam expor suas ideias que construam bons relacionamentos e estejam comprometidos com a construção de um mundo melhor UNIDADE 4 118 em um mundo cada vez mais complexo Entre os elementos desse conjunto estão aqueles já reconhecidos e avaliados pelos sistemas educativos como as competências relacionadas ao letramento ao numeramento e aos diversos conteúdos disciplinares mas também estão competências que em geral não fazem parte da atuação intencional das escolas mas são igualmente importantes para o desenvolvimento pleno do ser humano Fonte IAS 2014 p 5 Será que na atualidade as competências socioemocionais fazem parte da estrutura pe dagógica das escolas pensando juntos As bases filosóficas que subsidiam as políticas públicas as diretrizes curricula res nacionais e os projetos políticopedagógicos que se destinam a organizar o trabalho pedagógico das escolas e apresentam o tipo de formação que será dado aos alunos precisam ser revistos pois é preciso compreender que os paradig mas que sustentaram o surgimento das escolas em séculos passados aliado aos referenciais pósmodernos devem inspirar a construção de uma educação para o século XXI A escola em determinado período da História privilegiou o pensamento ló gico e que o professor fosse o principal transmissor de conteúdos científicos Esse modelo educativo de instituição escolar surgiu em um período pósiluminista no qual para Morin 2000a os princípios de separação neutralidade dos conheci mentos científicos e a supremacia da razão é que delimitavam o currículo da escola Kincheloe ressalta que a escola tradicional não priorizou de fato que os alunos produzissem conhecimento mas sim uma aprendizagem definida em nome da neutralidade uma visão particular do propósito educacional que afirma que as escolas existem para transmitir cultura sem comentários Nesse sentido a construção de preceitos educacionais pós a Era Iluminista focou em organizar estoques cognitivos isso quer dizer que todo o conhecimen to disposto nos planejamentos e currículos escolares ao serem transmitidos por professores aos alunos partia do princípio de que o aluno era uma tábula rasa e que não sabia nada e o professor era o principal detentor do conhecimento Logo as habilidades socioemocionais não eram desenvolvidas no âmbito escolar Como já mencionamos as transformações que a sociedade tem vivenciado nos últimos tempos provocadas pelo avanço das tecnologias encurtou o planeta isso quer dizer que há um movimento que tem cada vez mais repensado o papel UNICESUMAR 119 das instituições sociais como no caso a escola No entanto a primeira intenção é modificar os paradigmas teóricos criando novos alicerces teóricometodoló gicos para que cheguem até a escola e seus funcionários Fazse cada vez mais urgente modificar a atuação dos funcionários da escola já que a grande maioria deles continua preparando os alunos a partir de uma visão conteudista somen te visando ao vestibular esquecendose de que esse sujeito será articulador de relações sociais e cidadania Compreendemos que transformar o espaço escolar não é uma opção é uma consequência inevitável do efeito dominó em que estamos inseridos ABED 2014 p 7 No entanto estudante não se trata de descuidar dos con teúdos curriculares a serem ensinados em sala de aula que são extremamente importantes para a sua formação mas é imprescindível resgatar os aspectos que formam o homem cidadão altruísta e empreendedor Integrar é tornar inteiro completar é reunir unir de novo o que na realidade nunca foi separado foi apenas pensado em separado Tornar inteiro é resgatar a unicidade recompor as células restituir o ser ABED 1996 p 6 É necessário considerar que todos os indivíduos que estão dentro da escola são seres que têm emoções e estabelecem vínculos entre si e com as demais pessoas de seu círculo pessoal utilizandose de conhecimentos para se aproximar das pessoas Portanto desenvolver e aprimorar as competências e habilidades socioe mocionais nas ações pedagógicas da escola é considerar que os indivíduos que dela fazem parte integram uma sociedade cada vez mais exigente Outro movimento que tem modificado a integração escolar às competên cias são as concepções de homem ensino e aprendizagem A mudança desses conceitos tem reorganizado os papéis e as responsabilidades dos indivíduos que fazem a escola funcionar como o professor e o aluno Quando há mudanças nas teorias que tratam de abordagens maturacionistas é possível notar que elas coadunam com o paradigma de uma educação voltada para o desenvolvimento das competências socioemocionais Para Abed 2014 p 11 os paradigmas concebem o humano como resultante de um processo contínuo de construção desconstrução e reconstrução nas e pelas interações sociais Por isso a todo instante o professor e o aluno encontramse e transformam uma simples aula em objeto de conhecimento UNIDADE 4 120 Para Paín 1990 esse movimento começa na triangulação do primeiro olhar Isso é importantíssimo pois as áreas do conhecimento que estão envolvidas nesse processo privilegiarão a construção do saber e atenderão às demandas daqueles indivíduos que atuarão na sociedade pósmoderna Esse processo tende a resgatar a complexidade do processo de ensinoaprendizagem e possibilita um movimen to de reflexão sobre as interrelações e interdependências entre tudo aquilo que envolve o aprendizado Diversos teóricos da vertente interacionista que tratam do processo de apren dizagem e desenvolvimento humano como Piaget Vygotsky e Wallon retrataram que é possível construir uma prática pedagógica que seja abrangente Os teóricos da psicologia cognitiva oferecem bases teóricometodológicas para compreen dermos e refletirmos sobre o desenvolvimento das competências e o aprimora mento das habilidades socioemocionais Suas teorias contribuem para entender mos qual o papel dos familiares no desenvolvimento emocional dos indivíduos bem como compreender como a cultura pode influenciar nossas relações sociais numa perspectiva de aprendizagem A integração entre diferentes perspectivas teóricas é um movimento condizente e justificado pelo paradigma pósmoderno desde que os pressupostos gnosiológicos epistemológicos e ontológicos estejam alinhados ou seja desde que os autores compartilhem eou harmo nizem elementos essenciais em suas visões de mundo de homem de conhecimento de processo ensinoaprendizagem O referencial psicopedagógico foi propositalmente escolhido como agulha para costurar as contribuições dos diferentes autores em torno do de senvolvimento humano e da aprendizagem por ser uma construção que em suas bases pretende construir uma compreensão integrada UNICESUMAR 121 dos fenômenos relacionados ao ensinar e ao aprender a partir do transitar entre suas diferentes dimensões ABED 2014 p 54 Toda essa integração permitenos compreender a triangulação entre professor alu no e objeto de conhecimento Por isso devemos entender as habilidades e as com petências socioemocionais como algo intencional que está presente no currículo da escola Embora haja a ideia de construir uma escola que esteja voltada para formar o homem de maneira integral o desenvolvimento das competências socioemocionais é considerado algo revolucionário para o momento em que vivemos Investir no desenvolvimento de competências socioemocionais dos nossos alunos faz com que transformemos a escola em um local privilegiado para apri moramento das habilidades socioemocionais Transformandoos em adultos que saibam lidar com as adversidades que a sociedade nos impõe seja no trabalho seja na vida pessoal É necessário haver um consenso para o desenvolvimento das habilidades e competências no âmbito escolar por isso há um pressuposto denominado Big Five que contribui para esse processo Os Big Five são constructos latentes obtidos por análise fatorial realizada sobre respostas de amplos questionários com pergun tas diversificadas sobre comportamentos representativos de todas as características de personalidade que um indivíduo poderia ter Quando aplicados a pessoas de diferentes culturas e em diferen tes momentos no tempo esses questionários demonstraram ter a mesma estrutura fatorial latente dando origem à hipótese de que os traços de personalidade dos seres humanos se agrupariam efeti vamente em torno de cinco grandes domínios SANTOS PRIMI 2014 apud ABED 2014 p 114 Veja no Quadro 1 os cinco domínios propostos pela teoria do Big Five Domínio Conceituação Openness Estar disposto e interessado nas experiências Conscientiousness Ser organizado esforçandose por sua própria aprendizagem Extraversion Orientar os interesses e a energia para o mundo exterior UNIDADE 4 122 Domínio Conceituação Agreabieness Atuar em grupo de maneira cooperativa e cola borativa Neurticism Demonstrar previsibilidade e consistência nas reações emocionais Quadro 1 Cinco domínios propostos no Big Five Fonte Abed 2016 p 16 Ao observar o quadro apresentado veja que as iniciais das palavras que com põem as cinco categorias do Big Five formam a palavra OCEAN Essa palavra em inglês ao ser traduzida para o português significa Oceano que é uma metáfora maravilhosa para as habilidades socioemocionais imensidão profun didade mistério zonas abissais às vezes uma marola reconfortante e calma às vezes um maremoto devastador ABED 2016 p 16 O oceano traz relações que permitem compreender o desenvolvimento de habi lidades voltadas para o raciocínio lógico e raciocínio lógicoquantitativo bem como a relação com o desenvolvimento das habilidades socioemocionais motivação estratégia de aprendizagem e resolução colaborativa de problemas Ao incorporar esta questão no âmbito escolar verificamos que as avaliações como são aplicadas causam ansiedade e promovem um rendimento muito menor nos alunos Precisamos ter consciência de não sobrecarregarmos nossos professores e alunos pois o aumento do estresse faz com que os indivíduos não alcancem um desenvolvimento satisfatório Outro fator é que a família precisa estar envolvida no processo de desenvolvimento das competências e habilidades o fortalecimen to permite que o indivíduo cresça e se desenvolva de maneira plena Precisa ficar claro que o trabalho pedagógico com vistas ao desenvol vimento socioemocional não deve ser considerado como mais uma tarefa do professor mas sim como um caminho para melhorar as relações interpessoais na sala de aula e construir um clima favorável à aprendizagem ABED 2014 p 122 UNICESUMAR 123 Assim para desenvolver habilidades e competências socioemocionais na es cola a primeira ação é repensar suas bases filosóficas e teóricas pois essas bases sustentam a prática pedagógica dos atores da escola Mas para que isso aconteça é preciso também que os professores mudem suas posturas e busquem forma ção continuada Para que os professores consigam promover as competências socioemocionais nos alunos eles precisam ter o apoio dos gestores da escola para assumir seus papéis enquanto privilegiados da ação pedagógica o que não é tarefa fácil nem simples Afinal somos seres do nosso tempo a maior parte dos educadores de hoje vivenciou uma escolarização tradicional muitas vezes mecânica e esvaziada de sen tidos Ser autor de mudanças exige dos professores o desenvolvi mento de suas próprias habilidades Estes para tanto precisam que os gestores da escola cumpram seu papel na valorização formação e apoio da equipe docente ancorados por políticas públicas claras consistentes e eficazes ABED 2014 p 8 Logo os professores precisam refletir sobre as teorias que utilizam em sala de aula e os pressupostos metodológicos que utilizam para aplicarem suas aulas Dessa maneira é fundamental que a equipe de gestores promova cursos de formação contínua e continuada para os docentes para que estes possam iniciar a trans formação em suas práticas e nas ações junto aos alunos Cada professor deve ser um pesquisador de sua própria realidade de seu lugar e de sua função como educador Um construtor de microações muitas delas idiossincráticas que podem e devem ser compartilhadas para disseminar as práticas bemsucedidas as grandes mudanças somente serão viáveis se ocorrerem micromu danças consistentes e bem embasadas por isso a preocupação com a explicitação dos paradigmas que direcionam as ações dos pro fessores e o suporte teórico e prático para a transformação na sua postura ABED 2014 p 123 As contribuições teóricas visam colaborar com as ações dos professores auxilian do na prática pedagógica e transformando ações no processo de ensinoaprendi zagem Para que essas mudanças de fato aconteçam o professor precisa repensar UNIDADE 4 124 o seu lugar no processo educativo Em vez de se ver como doador de aulas ele precisa se autoenxergar como um mediador do processo de aprendizagem um ator que disponibiliza situações de aprendizagem a fim de colocar os alunos como sujeitos ativos da construção do aprendizado Meier e Garcia 2007 oferecem aos profissionais da educação algumas dire trizes que contribuem para as reflexões do ensino fazendo com que o professor se veja como mediador do processo Intencionalidade e recipro cidade Os objetivos das aulas precisam estar evidentes quanto melhor for o direcionamento dos objeti vos mais sucesso terão as aulas e o desenvolvi mento das competências A clareza do que e a quem pretende atingir que orientam o como de suas ações GARCIA et al 2012 p 22 Significado Deixar muito claro os conceitos a serem utilizados na aula realizar interligações com outros conceitos e áreas do conhecimento Transcendência Ir para além do aqui e agora articular o conteúdo com os contextos sociais e com as experiências dos educandos Competência Cuidar para que o aluno se veja como capaz de apren der sempre elevando sua autoestima e motivando a turma Regulação e controle do comportamento Auxiliar ao aluno na organização de suas ações Compartilhar Desenvolver aspectos subjetivos nos alunos sempre buscando cultivar um clima de respeito e ajuda mútua Individuação e diferen ciação psicológica Desenvolver a consciência de que cada aluno tem um papel essencial em nossa sociedade Planejamento Auxiliar o aluno a identificar metas de vida e estratégias para alcançálos Procurar pelo novo Promover situações desafiadoras para os alunos de modo que contribua para o desenvolvimento de suas competências e habilidades Consciência Nunca desistir dos alunos crer que todos são capazes UNICESUMAR 125 Escolha pela alternativa positiva Incentivar os alunos de maneira que eles se sintam capazes e não desanimem mediante as adversidades Sentimento de Pertença Levar o aluno a conhecer o grupo a que pertence Construção de vínculo Construir vínculo de mentoria entre professor e aluno Quadro 2 Critérios de Mediação Fonte Abed 2014 2016 A partir desses critérios de mediação o professor precisa sempre verificar se o conteúdo a ser ensinado faz sentido para o aluno Conteúdos vazios de significado são facilmente esquecidos Para que a verdadeira aprendizagem se dê é preciso que o aluno construa o seu próprio conhecimento revestindoo de sentidos pessoais o que por sua vez mobiliza a afetividade tanto do professor como dos alunos ABED 2014 p 60 Por isso fazse necessário ultrapassar o óbvio é preciso articular a aprendizagem com contextos e experiências sociais vividos tanto por professores quanto por alunos Mediar a transcendência é atuar de maneira consciente e intencio nal de forma a promover a metacognição do aluno ou seja opensar sobre o próprio pensamento que faz com que ele reflita sobre como relacionar aquilo que está sendo estudado no momento com outros saberes com outras situações com outras esferas da vivência hu mana ABED 2014 p 61 Para isso o professor precisa desenvolver suas competências pois somente assim haverá sucesso na sala de aula Além disso ele precisa ser motivador e ter boa autoestima como mecanismo de incentivo para seus alunos ao se portar dessa maneira e também quando passa a favorecer experiências positivas fará com que tudo o que é ensinado tenha sucesso na sala de aula é importante que o professor ofereça feedbacks não só em rela ção às habilidades cognitivas envolvidas por exemplo interpretar corretamente a tarefa colher os dados e acionar os conhecimentos disponíveis necessários à sua execução mas também às habilida des socioemocionais como a capacidade de controlar a ansiedade prestar atenção e concentrarse na execução ABED 2014 p 62 UNIDADE 4 126 Outro fator é que o professor precisa contribuir para que o aluno tenha ações autorreflexivas esse caminho é o principal para que o desenvolvimento das com petências aconteça Tanto os alunos muito impulsivos que começam uma atividade muito rapidamente sem compreendêla quanto os alunos que paralisam que ficam sem ação diante da tarefa precisam tomar consciência do seu modo de agir para poder planejar com mais eficiência de acordo com as características da situação e da tarefa os tempos paraparar refletir e agir ABED 2014 p 63 Dessa maneira é possível promover um clima na sala de aula de respeito e de ajuda mútua ressaltando principalmente a importância de viver com o diferen te para que o aluno saiba lidar com emoções próprias e as de seus colegas e o principal saiba resolver conflitos Promover situações de debates e trocas de ideias em sala de aula promove nos alunos o desenvolvimento dessas e muitas outras ha bilidades de convívio social além de permitir ao professor ter acesso à forma de ser dos seus alunos A maneira como cada um se coloca no grupo expressa seus conhecimentos ideias valores opiniões impres sões sentimentos posicionamentos dúvidas inquietações e tantos outros componentes do seu mundo interno ABED 2014 p 64 Em paralelo a esse desenvolvimento é imprescindível que o indivíduo tenha consciência de suas ações e de que ele é insubstituível pois a riqueza da diversi dade humana está justamente nesse duplo aspecto de sua condição simultanea mente social constituído nas e pelas relações e único ABED 2014 p 64 Isso faz com que cada um de nós cultive o respeito pelas diferenças O planejamento envolve diversas habilidades cognitivas como a análise das condições e recursos disponíveis a antecipação por meio de imagens mentais e o levantamento de hipóteses e também so cioemocionais como motivação perseverança autocontrole para postergar a satisfação de um desejo imediato em prol de um objetivo maior e resiliência para suportar os percalços do caminho e apren der com eles ABED 2014 p 66 UNICESUMAR 127 2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA DESENVOLVER as Competências Socioemocionais Para tanto o professor precisa contribuir para a criação de metas dos alunos e ao contribuir com a elaboração de metas estes ficam motivados e passam a realizar estratégias para alcançálas Incentivar os alunos a enfrentar o novo desconhecido e o com plexo desafiante estimula a curiosidade intelectual e o prazer pelo aprender em si mesmo Implica em desenvolver a humildade e a aceitação dos próprios limites que ao invés de paralisar deveriam instigar a busca constante de ampliação dos recursos internos e en riquecimento pessoal ABED 2014 p 67 Assim caroa alunoa o professor é mediador do processo de desenvolvimento das competências na sala de aula a partir do momento que se utiliza de recur sos e diferentes linguagens o docente gera reciprocidade na aprendizagem dos alunos Justamente por isso o professor deve conhecer referências teóricas sobre as questões cognitivas para colaborarem com a formação das competências so cioemocionais e oferecer subsídios para que o aluno aprimore suas habilidades Quando pensamos em docência ficamos imaginando o quanto a carreira docente se modificou ao longo dos anos UNIDADE 4 128 Assim precisamos refletir sobre qual é o papel que o professor vem ocupando nessa sociedade Bem sabemos que como as profissões de Direito e Medicina a profissão docente é uma das mais antigas da sociedade isso a coloca em um pata mar representativo Tendo em vista que é o professor quem desenvolve junto aos alunos por meio de suas práticas pedagógicas a capacidade cognitiva que se so marmos à aprendizagem às experiências tidas na vida e à aquisição de conhecimen to tornam suas ações eficientes no processo de ensino a aprendizagem significativa para seu aluno só ocorrerá a partir do momento que você futuroa professora ter compreensão de suas habilidades e competências enquanto docente Nos últimos vinte anos houve uma grande fragmentação da ativi dade do professor muitos profissionais fazem mal o seu trabalho menos por incompetência e mais por incapacidade de cumprirem simultaneamente um enorme leque de funções Para além das au las devem desempenhar tarefas de administração reservar tempo para programar avaliar reciclarse orientar os alunos e atender os pais organizar atividades várias assistir a seminários e reuniões de coordenação de disciplina ou de ano porventura mesmo vigiar edifícios e materiais recreios e cantinas MESQUITA 2011 p 28 Assim ser professor é ser especialista naquilo que faz não somente em uma determinada matéria curricular mas ser especialista no processo de ensino e aprendizagem porque hoje ele não detém o monopólio do saber e novos papéis que se quer que ele desempenhe e sobre o professor recai atribuições que antes não havia As mudanças sociais também têm afetado a carreira docente são transforma ções que exigem reformas no processo educativo que é desenvolvido dentro das escolas A sociedade tem exigido um professor que gere conhecimentos válidos para os alunos de maneira que o aluno saiba solucionar problemas cotidianos na escola na família com os amigos e no trabalho e principalmente saiba agir de maneira eficaz e com ética Dessa maneira podemos compreender que há uma infinidade de papéis atribuídos aos professores e que suas tarefas não se esgotam apenas no domínio cognitivo MESQUITA 2011 Para que o professor desempenhe um excelente papel em sala de aula ele pre cisa possuir conhecimento sobre a matéria que lecionará que são os conhecimen UNICESUMAR 129 tos teóricos e principalmente que consiga relacionálo com as outras disciplinas Mediante isso o professor também deve cuidar de seu equilíbrio psicológico e afetivo junto aos alunos para que assim haja integração social em sala de aula Isso quer dizer que o professor é o intérprete ativo das situações que acontecem em sala de aula as decisões tomadas por ele permitelhe ser um profissional que busque o desenvolvimento das competências cognitivas e socioemocionais em sala de aula Na sociedade do século XXI fazse necessário que haja uma redefinição do pa pel do professor ou seja é preciso repensar sobre sua profissionalidade isso implica decisões liberdade e delimitar critérios para estabelecer metas e objetivos para a sua formação uma formação comprometida com resultados Como cita Mesquita a profissionalização inclui um trabalho de elaboração e de elucida ção de uma identidade profissional permitindo dar sentido e coe rência aos diversos saberes competências e exigências acumuladas sempre ao longo da vida Estamos em uma sociedade que vive sempre novos desafios e isso tem chegado à profissão docente Há exigência do desenvolvimento de capacidades competên cias e compromisso com a formação de indivíduos cada vez mais engajados com a questão da cidadania O que preocupa na profissão docente é a pouca motivação que os professores têm mediante seus alunos Lógico que as mudanças sociais legislativas e políticas contribuem para esse movimento mas é necessário que o professor também reinventese As transformações sociais e as transformações ocorridas a nível do sistema educativo e da escola exigem sem dúvida a construção de uma nova profissionalidade docente que não seja restrita à sala de aula mas se alargue à escola a todos os parceiros educativos à co munidade envolvente que requer o confronto entre teoria e prática e o desejo de formação contínua ESTRELA 2001 p 113114 A profissão de professor precisa de um saber profissional que contribua na legi timação do processo de aprendizagem Para Carrolo 1997 quanto mais espe cializado o professor for mais ele contribuirá para o desenvolvimento de com petências e habilidades em seus alunos No entanto o Professor também precisa UNIDADE 4 130 Existe de fato competências para a atuação docente pensando juntos Uma das principais fundamentações internacionais que inspiram esse conceito de Educa ção para o Século 21 é o Paradigma do Desenvolvimento Humano proposto pelo PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento nos anos 1990 que ao colocar as pessoas no centro dos processos de desenvolvimento aponta a educação como opor tunidade central para preparálas para fazer escolhas e transformar em competências o potencial que trazem consigo Fonte IAS 2014 p 5 explorando Ideias desenvolver suas competências e habilidades A primeira delas é o exercício ético da profissão já que o professor também é um educador moral Algumas pessoas acreditam que a profissão docente faz parte de uma atuação individualista em que o profissional somente detémse àquilo que acontece em sala de aula No entanto os professores precisam ter consciência de que o ato de educar é coletivo tendo em vista que essa ação está dentro de um contexto social e histórico contexto esse em que seu aluno está inserido e adquire hábitos cultura práticas e competências Justamente por essa razão é que há três séculos o modo dominante de socia lização e de formação nas sociedades modernas TARDIF LESSARD 2011 É extremamente relevante discutir essas questões relacionadas à profissão docente sobretudo lembrar que o âmbito escolar está diretamente ligado ao progresso de nossa sociedade e o avanço da concretização da cidadania para o século XXI Para Perrenoud 2001 p 45 dos medos precisos ou das angústias difusas pequenas ou grandes presentes na profissão de professor não se fala ou se fala muito pouco UNICESUMAR 131 Falar de docência é tratar de limites equívocos possibilidades e constituição de en tidade e estatuto de ética questões de jornada remuneração autonomia e os saberes profissionais as questões de gênero entre outras GUIMARÃES 2009 p 95 Lógico que a carreira docente está envolta em um emaranhado de significações e nesse movimento é que se vê o papel do professor Por isso a sociedade vem requerendo profissionais da educação que sejam ca pazes de promover mudanças no ensino e para isso é necessário que o professor desenvolva habilidades e competências bem como busque o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos MASETTO 2003 O desenvolvimento de competências e habilidades não é apenas uma ação que pode ser aprendida em livros é buscar em sua estrutura cognitiva recursos que permitam você enquanto docente assumir uma postura frente às adversida des É sabido que as competências não se limitam a saberes mas engloba todos os saberes adquiridos ao longo da vida justamente por isso não podemos con fundir conhecimento com competências até mesmo porque as competências estão ligadas à capacidade de agir do docente Assim podemos afirmar que uma competência como a aptidão para enfrentar um conjunto de situações análogas mobilizando de uma forma correta rápida pertinente e criativa múltiplos recursos cognitivos saberes esquemas de percepção de avaliação e de raciocínio MASETTO 2003 p 120 A seguir apresentamos um quadro a respeito das competências necessárias aos professores Levando em consideração os apontamentos de Perrenoud 2001 é fundamental que o professor domine oito principais competências Vejamos UNIDADE 4 132 Competência Como desenvolver Organizar e dirigir situa ções de aprendizagem O professor deve conhecer e dominar as formas meto dológicas de ensino como teorias bem como saber a forma de se portar mediante os alunos respeitando a faixa de idade a o professor deve sempre realizar uma seleção dos conteúdos que ensinará e que estejam de acordo com os objetivos delimitados em seu planejamento b trabalhar sempre com representações junto aos alunos ou seja considerar o conhecimento prévio que estes já têm c trabalhar a partir das dificuldades dos alunos e isso pode ser catalogado a partir de avaliações Além de sem pre prestar atenção nos erros desses alunos d construir e planejar sequências didáticas de maneira que o aluno consiga compreender o que está sendo ensinado ao longo do ano E o mais importante não ensinálo a decorar conteúdo e envolver os alunos em atividades de pesquisa essa ação é essencial no desenvolvimento de habilidades para resolução de problemas Administrar a progres são da aprendizagem O professor precisa considerar as experiências que os alunos têm ao longo da vida a sempre propor situações problemas para os alunos de maneira que ampliem vocabulário e saibam se portar mediante determinadas situações b sempre abordar conteúdos de maneira que chame a atenção do aluno c ter visão longitudinal isto é o professor precisa ter em mente qual o motivo de ensinar determinado assunto ao seu aluno sempre o levando a compreender a totalida de do ciclo de aprendizagem d estabelecer laços com outras disciplinas e propor organizações lógicas no processo de aprendizagem e observar e avaliar os alunos sempre pensando na formação e nunca na classificação de nota Ou seja na avaliação sempre considere o desenvolvimento do aluno ao longo do ano ou semestre Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação Não utilize um único modelo de ensino ou sempre as mesmas técnicas tendo em vista que as turmas mudam e os alunos são diversos Para se obterem resultados positivos é preciso ter competências como gestão da sala de aula apoio integrado dos alunos reforço no de senvolvimento de atividades e cooperação entre alunos UNICESUMAR 133 Competência Como desenvolver Envolver os alunos na aprendizagem A maioria dos alunos que não gostam do ambiente es colar devese à falta de interação que ocorre em sala de aula Para isso podemos destacar alguns pontos impor tantes para chamar a atenção do aluno ter entusiasmo pelo que se ensina realizar reflexões em sala de aula sempre explicar o que é aprendizagem e o que é saber organizar a aula em etapas realizar desafios para os alunos parabenizar pelas vitórias e conquistas chamar os alunos para participar do processo avaliativo Aprender e ensinar a trabalhar juntos Essa é uma ação fundamental que os professores traba lhem em grupos que haja interação entre as disciplinas para que o aluno não guarde aquilo que aprendeu em caixinhas Para isso é necessário dar ênfase em alguns pontos como elaborar projetos pedagógicos em equipe desenvolver dinâmicas em grupo conduzir reuniões administrar relacionamentos interpessoais Dominar e fazer uso de novas tecnologias Uma coisa que não se pode ignorar a geração atual do mina muito o meio digital por isso é imprescindível que o professor também tenha conhecimento sobre como manusear as novas mídias e principalmente como inse rilas em sala de aula Vivenciar e superar conflitos na profissão É necessário levar para a sala de aula situações de justi ça verdade beleza e moral Isso permitirá a construção de uma educação voltada para a cidadania formando alunos solidários e construindo valores Administrar a própria formação As principais competências adquiridas ao longo da pro fissão acontecem por meio de atualizações por isso é essencial que o professor se atualize por meio de curso especializações mestrado doutorado capacitações entre outros O docente não pode esperar somente da escola a promoção de formação contínua mas ele deve ser o principal agente de sua formação Quadro 3 oito competências pretendidas no professor Fonte Perrenoud 2001 Portanto as competências necessárias ao professor para que ele desenvolva suas práticas pedagógicas estão envolvidas com processos formativos Para que o pro fessor desenvolva sua real competência e habilidade é necessário que o docente utilize os recursos mencionados anteriormente de maneira a atingir o objetivo UNIDADE 4 134 3 EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DA PARTICIPAÇÃO e Convivência Social CA SA E C OM UN ID AD ES PA RC ER IA S CO M A FA MÍ LI A E CO M UN ID AD E ES CO LA S PR ÁT IC AS E P OL Í TIC AS D A ES C OL A S A L A S D E A U L A C U R RÍ C U L O E IN ST R U Ç Ã O O U E N SI N O S O CI O E M O CI O N A L AUTORREGULAÇÃO CONSCIÊNCIA SOCIAL HABILIDADES DE CONHECIMENTO TOMADA DE DECISÕES RESPONSÁVEIS APRENDIZAGEM SOCIOEMOCIONAL AUTOCONHECIMENTO A aprendizagem socioemocional é o princípio para o desenvolvimento de habi lidades e competências socioemocionais Tanto as competências quanto as habi lidades podem ser aprendidas ao longo da vida de cada indivíduo Ao pensar na estrutura da aprendizagem socioemocional achamos um gráfico muito interes sante de Colagrossi e Vassimon 2017 que exemplifica uma experiência exitosa da aprendizagem socioemocional Figura 1 Estrutura da Aprendizagem Socioemocional Fonte Colagrossi e Vassimon 2017 UNICESUMAR 135 O gráfico apresentado demonstra um processo colaborativo de aprendizagem socioemocional utilizado em uma escola nos EUA para o desenvolvimento de ha bilidades socioemocionais Esta estratégia utilizada promoveu o sucesso estudan til de crianças e jovens no âmbito escolar e profissional As pesquisas realizadas nessa escola demonstraram que a aprendizagem socioemocional desenvolvida a partir deste exemplo melhorou as notas dos alunos ajudouos a desenvolver autorregulação melhorando a relação entre os indivíduos que compõem a co munidade escolar reduziu conflitos entre os próprios alunos e contribuiu para a melhoria da disciplina em sala de aula Para Colagrossi e Vassimon 2017 o gráfico contribui para encontrar as principais habilidades socioemocionais que precisam ser desenvolvidas entre professores e alunos Autoconhecimento A capacidade de reconhecer as próprias emoções e pensamentos e como isso influencia o comporta mento do sujeito Auto regulação A capacidade de regular as próprias emo ções pensamentos e comportamentos em diversas situações Relacionamento PessoalHabilidades de Relacionamento A capacidade de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis com diversos indivíduos e grupos Consciência Social A capacidade de assumir a perspectiva do outro Demonstrar empatia incluindo aqueles de diversas origens e culturas Tomada de Decisões Responsáveis A capacidade de fazer escolhas construtivas sobre comportamentos pessoais e intera ções sociais baseadas em padrões éticos e normas sociais CO LAGROSSI VASSIMON 2017 p 20 Essas ações foram extremamente importantes para que as competências e ha bilidades socioemocionais fossem implementadas em escolas desde a Educação Infantil Colagrossi e Vassimon 2017 ressaltam que nesse processo os pais e responsáveis também têm um papel fundamental no desenvolvimento de com petências e habilidades quer seja na sala de aula quer na escola como um todo O gráfico a seguir enfatiza a integração de áreas necessárias para o desenvolvimento e a obtenção de sucesso nas escolas UNIDADE 4 136 O escritor Tough 2017 lembranos que nenhum programa ou escola é perfeito porém cada intervenção bemsucedida contém pistas sobre como e por que deu certo Investi gar tais pistas pode fornecer informações que ajudem a todos a encontrar caminhos de atuação pensando juntos Figura 2 Competências socioemocionais Fonte Colagrossi e Vassimon 2017 Vejam que o gráfico demonstra que o desenvolvimento socioemocional está to talmente integrado à questão social emocional e cognitiva sendo este influen ciado por três fatores principais biologia relacionamentos e meio ambiente Colagrossi e Vassimon 2017 ressaltam que no caso da biologia é o envol vimento do temperamento da criança junto com a influência genética de sua família Os relacionamentos são constituídos por aqueles indivíduos que fazem parte do processo de formação da criança como pais familiares responsáveis cuidadores educadores etc Logo esses sujeitos são aqueles que impulsionam tan to o desenvolvimento social quanto o emocional bem como podem retrair esse desenvolvimento a partir de relacionamentos abusivos No que tange aos fatores ambientais estes interligamse às pessoas que habitam em ambientes vulneráveis como lugares muito estressantes ambientes desarmônicos entre outros Memória de trabalho Atenção Abertura ao novo Respeito Habilidades sociais Reconhecer emoções Recompensa retardada Controle Inibitório Resolução de problemas Função Executiva Autorregulação Empatia COGNITIVO SOCIAL EMOCIONAL UNICESUMAR 137 Assim o desenvolvimento de competências socioemocionais são fundamentais para que crianças e adolescentes obtenham sucesso dentro e fora da escola Para Ducan et al 2007 as experiências exitosas em escolas estadunidenses ocorre ram devido ao movimento que os professores realizaram para que as crianças compreendessem suas próprias emoções e isso foi desenvolvido por meio de bons relacionamentos entre alunos e professores de maneira que o professor demonstrou empatia pela dor da criançaadolescente É sabida a implementação de programas que contribuam para o desenvolvi mento de competências e habilidades socioemocionais em escolas pois apoiam o desenvolvimento da criança desde a mais tenra idade ao mesmo tempo que melhora a performance dos professores DUNCAN et al 2007 As experiências exitosas que acontecem em escolas de Ensino Fundamental e Médio implementaram programas como 1 Professores que ensinam habilidades socioemocionais por meio de um currículo formal 2 Melhorias das práticas de sala de aula baseadas na coer cion theory desta forma fortalecendo o desenvolvimento das habilidades socioemocionais ao longo do dia escolar Este modelo de intervenção em alguns casos também pro cura desenvolver as habilidades socioemocionais dos próprios educadores por meio de workshops capacitação e apoio de material estruturado 3 Metodologias que têm como essência desenvolver a inteli gência emocional do professor Desta forma o professor será um bom exemplo a ser seguido o que pode inspirar os alu nos 4 Teorias cujos modelos de aprendizagem social baseiamse em como as crianças interpretam as pistas sociais e respondem ao desafio social 5 Processos cognitivos cognitive regulation Estas interven ções visam melhorar uma habilidade socioemocional especí fica ou alguma subcategoria desta habilidade subcategoria da função executiva que inclui flexibilidade cognitiva memoria de trabalho e controle inibitório UNIDADE 4 138 6 Formas de ajudar crianças a refletirem em como processam e constroem seus pensamentos por meio de metacognição prática de mindfulness e yoga COLAGROSSI VASSIMON 2017 p 21 Ao implementar programas desta natureza a escola e os professores precisam cuidar diretamente da eficácia das intervenções a serem desenvolvidas O de senvolvimento das competências no quesito das experiências exitosas pode ser visualizado por meio de três dimensões Veja a seguir Figura 3 Três dimensões de competência Fonte Durand 2000 Esse processo demonstra que os recursos são condicionantes para obter sucesso na implementação dos programas para desenvolvimento de competências e habi lidades A escola deve partir do pressuposto de que dominar recursos complexos confere à instituição a organização dentro do processo de desenvolvimento de habilidades socioemocionais Portanto realizar a gestão de competências é uma forma de planejar selecio nar e desenvolver competências necessárias para o desenvolvimento do professor Assim estudante busque em seu processo acadêmico desenvolver competências a partir de objetivos e metas que possam ser alcançados Você pode iniciar esse processo identificando lacunas entre as competências necessárias para a carreira docente à consecução de seus objetivos Busque junto à equipe de professores Conhecimentos COMPETÊNCIA Informação Saber o quê Saber o porquê Habilidades Técnica Capacidade Saber como Atitudes Querer fazer Identidade Determinação UNICESUMAR 139 um mecanismo para minimizar as lacunas existentes entre você e o aluno Isso pressupõe utilizar recursos entre os quais os jogos Nesse sentido os jogos serão uma ótima ferramenta de aprendizagem das competências e habilidades socioemocionais dos alunos crianças e adolescentes Ressaltamos que atividades lúdicas desenvolvem mais engajamento das crianças e dos adolescentes no desenvolvimento de ações necessárias para adquirir habi lidades e competências pois por meio de jogos direcionados é possível simular situações que envolvam a questão intelectual e emocional 1 Trabalho em grupo proporciona o desafio da empatia e do respeito com o outro também desenvolve a sinergia entre a equipe para atingir um objetivo em comum 2 Propósitos e metas bem definidos um jogo possui regras e objetivos a curto prazo o que ajuda a visualizar erros e acer tos com facilidade Além disso também os caminhos para se chegar nesses resultados e as consequentes reações emocionais que eles despertam 3 Senso de evolução ao jogar os alunos trabalham evoluin do não apenas nos jogos em si mas em autoconhecimento Por meio da metacognição é possível entender melhor seu próprio processo de aprendizado ao focar na autoanalise para melhorar 4 A emulação da vida real os jogos de raciocínio se tor nam metáforas especialmente para crianças Elas conseguem entender habilidades como tomada de decisão ou resiliência com clareza Todas elas podem e devem ser aplicadas em qual quer contexto da vida real 5 Caráter lúdico e divertido diminui a pressão por re sultados enquanto desenvolve o intelecto e as habilidades so ciais e emocionais de maneira intrínseca e prazerosa A ideia é aprender brincando EDUCADOR 360 2019 online³ Por essas características podemos dizer que os jogos são essenciais para a pro moção da aprendizagem socioemocional já que eles promovem a aprendizagem por meio do prazer que é o lúdico UNIDADE 4 140 Figura 4 Habilidades que podem ser desenvolvidas jogando Fonte adaptado de Oficina Pedagógica Nortear 2012 online4 Assim as experiências exitosas do desenvolvimento de habilidades e com petências são possíveis de serem implementadas a partir de uma reforma no âmbito educacional Saber e saber fazer cognitivas Memorizar Ler e interpretar regras Classificar comparar inferir deduzir Analisar e concluir Resolver problemas Tomar decisões Criar novas decisões Responsabilidade Controle da impulsividade Aprender com o erro Autoavaliação Planejar ações Superação de limites pessoais Desenvolvimento da autoconfiança e autoestima Saber conviver sociais Estabelecer e respeitar regras Trabalhar em equipe Cooperar Resolução de conflitos Competição saudável Desenvolvimento de relações interpessoais Desenvolvimento de comunicação Saber ser socioemocionais UNICESUMAR 141 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como destacamos ao longo desta unidade a aprendizagem socioemocional não é uma ação que pode ser implementada de qualquer jeito ela precisa ser desenvol vida por profissionais capacitados Além de que fazse necessário que esses mes mos profissionais desenvolvam suas capacidades e habilidades socioemocionais Os programas e as ações para o desenvolvimento dessa questão não ocorrem por meio de um único programa ou até mesmo método de ensino As escolas e os professores precisam delimitar estratégias que sejam coordenadas em sala de aula na escola em suas residências na comunidade e na sua própria formação As experiências demonstram que os programas destinados a desenvolver competências socioemocionais precisam de um intenso papel dos adultos na relação com crianças e adolescentes Às vezes isso parece meio óbvio mas é ne cessário que se valorize a relação entre famíliaescola pois a qualidade das in terações são fatores primordiais para que haja sucesso no desenvolvimento das habilidades socioemocionais Em meio a tantas possibilidades o essencial aluno é que você entenda para quem e quais as condições que você tem de intervir no desenvolvimento de habi lidades e competências enquanto professor Dispor de metodologias e programas é importante para que esse processo seja eficaz e algumas ações funcionarão melhor em grupo outras de forma individual O mais importante é pensar em possibilidades que permitam os desafios para que haja incentivo e continuidade no trabalho desenvolvido para a formação desses indivíduos que atuarão de maneira efetiva em nossa sociedade 142 na prática 1 Quando tratamos da escola para o século XXI há um objetivo fundamental a ser desenvolvido nesse espaço educativo que são as competências e habilidades dos alunos Os parâmetros estabelecidos encontramse no documento de qual organi zação internacional a Banco Mundial b Fundo das Nações Unidas para a Infância c Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura d Instituto Ayrton Senna e Programa das Nações para o Desenvolvimento 2 As mudanças na profissionalização docente expandiramse expressivamente nas últimas décadas Saberes habilidades e competências são essenciais na profissão docente para atuar na escola do século XXI assim qual é o conhecimento necessário à docência I Converter o ensino em um trabalho individual para que seja considerado uma profissão prestigiada II É ter domínio de conteúdo conhecimento pedagógico conhecimento de apren dizagem III Conhecimento de currículo conhecimento didático e educativo IV Conhecer a estrutura do próprio saber e reconhecer que a condição profissional tem seus percalços Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas II III e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 143 na prática 3 A docência é o trabalho feito por professores Qual o papel que estes desempe nham Considere as afirmações a seguir Um conjunto de funções que ultrapassam o ministrar aulas Papel de detentor do conhecimento ele é o único que faz o aluno aprender Uma carreira que requer planejamento competências e habilidades Influência sobre as decisões pessoais dos indivíduos Assinale a alternativa correta a V F V e F b V V V e V c F F V e F d V V F e V e F F F e V 4 Ao refletirmos sobre os processos educacionais que ocorrem com a profissão docen te verificamos que o trabalho do professor exige o desenvolvimento de habilidades e competências para formar indivíduos preparados para um novo tipo de sociedade Assim responda qual a necessidade de o professor buscar práticas pedagógicas assentadas nas competências socioemocionais 5 Como agente do desenvolvimento das competências socioemocionais sugerese que o professor prepare a Jogos que permitam atender às necessidades dos alunos b Textos qualitativos que apresentem as dificuldades de ensino do professor c Aulas que possibilitem que os alunos escolham a sua forma de aprendizagem d Treinamentos comportamentais dentro do âmbito escolar e Atividades que desenvolva momentos sociais e científicos na escola 144 aprimorese As transformações da sociedade contemporânea consolidam o entendimento da educação como um fenômeno que apresenta múltiplas facetas o qual acontece em muitos lugares institucionalizados ou não uma prática social que ocorre em todas as instituições Barbosa 2003 Para Weber 2003 o debate acerca da dimen são profissional docente começou a ganhar espaço na produção acadêmica e nas políticas educacionais desde o início dos anos 1980 Tal dimensão está claramente contida no artigo 206 inciso V da Constituição Federal do Brasil de 1988 ao incluir entre os princípios que devem servir de base ao ensino ministrado a valorização dos profissionais do ensino Diante desse cenário a questão das competências profissionais docentes assu me outros contornos já que a competência profissional tem sido compreendida como uma mobilização de forma particular pelo profissional na sua ação produtiva de um conjunto de saberes de naturezas diferenciadas que formam as competên cias intelectuais técnicofuncionais comportamentais éticas e políticas que gera resultados reconhecidos individual pessoal coletiva profissional econômica or ganização e socialmente sociedade Paiva Melo 2008 p 360 Este conceito espelha um repertório de saberes que pautam ações realizáveis em determinadas situações denotando a natureza contextual da competência Tigellar Dolmans Wolfhage Van Der Vleuten 2004 Schneckenberg 2006 Por outro lado o conceito também reflete uma disposição do sujeito em agir de modo a obter os resultados pretendidos no caso em foco o professor almeja pela aprendizagem do aluno e nesse sentido envida esforços de naturezas diferencia das Assim é preciso estar motivado para agir Nesse sentido Schneckenberg 2007 propõe o conceito de ação competente ou seja uma ação que combina componen tes cognitivos e motivacionais sendo os primeiros de caráter disposicional motiva 145 aprimorese cional e os segundos comportamental Tendo em vista a profissãoalvo deste artigo tornase necessário portanto delinear um perfil de competências específico para o professor do ensino superior No ensino superior a profissão docente implica nuanças próprias A Universidade é entendida por Barbosa 2003 como um serviço de educação que se efetiva pela docência e pela investigação Conforme a autora as suas funções podem ser sinte tizadas em 1 Criação desenvolvimento transmissão e crítica da ciência da técnica e da cultura 2 Preparação para o exercício de atividades profissionais que exijam a aplicação de conhecimentos e métodos científicos e para a criação artística e 3 Apoio científico e técnico ao desenvolvimento cultural social e econômico das sociedades Importante lembrar que as atividades acadêmicas de nível superior mudaram significativamente nas últimas décadas entendendoas em cinco esferas como apresenta Miller 1991 ensino pesquisa extensão orientação e administração Já Balbachevsky 1999 caracterizou as atividades acadêmicas no nível superior de modo diferenciado abraçando cinco instâncias quais sejam 1 ensino horas em sala de aula preparação de aulas orientação de alunos correção de provas etc 2 pesquisa acompanhamento da literatura trabalho de campo ou de laboratório elaboração de relatórios ou artigos etc 3 serviços atendimentos de terceiros ati vidades extraacadêmicas voluntárias ou de extensão etc 4 administração tra balhos administrativos reuniões internas na academia etc e 5 outras atividades acadêmicas reuniões de associação profissional organização de eventos edição de publicações acadêmicas etc Fonte Mendonça 2017 p 25 146 eu recomendo Ao mestre com carinho Ano 1967 Sinopse Mark Thackeray Sidney Poitier é engenheiro mas fi cou desempregado e resolveu dar aulas em Londres Ele começa a ensinar alunos majoritariamente brancos em uma escola no bairro operário de East End Thackeray deparase então com adolescentes indisciplinados desordeiros e que estão determi nados a destruir suas aulas Só que o engenheiro acostumado com hostilidades não se amedronta e enfrenta o desafio de ensinar uma turma de baderneiros Ao receber um convite para voltar a atuar como engenheiro ele tem que decidir se pretende seguir como mestre ou voltar ao antigo cargo filme 5 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS do Futuro Professor PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade O processo de formação de professores e as competências socioemocionais Competências socioemocionais e a BNCC Autoco nhecimento e autogestão das emoções para além da sala de aula OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Explicitar como a formação docente é importante para o desenvolvimento de competências socioemo cionais Apresentar a BNCC e sua influência nas competências socioemocionais do professor Retratar a necessidade da autogestão de emoções na carreira docente PROFESSORA Dra Kethlen Leite de Moura INTRODUÇÃO Caroa alunoa autoconhecimento empatia resiliência domínio das emoções e ética para tomar decisões responsáveis são as principais com petências socioemocionais que um professor deve desenvolver Como a sociedade tem se modificado significativamente ao longo dos anos em um futuro não tão distante as mudanças serão cada vez mais intensas e profundas talvez algumas até de forma imprevisível As tecno logias terão avançado e nos permitirão desenvolver ações que antes não tínhamos conhecimento a avalanche de mudanças ocorrerá em todas as áreas da nossa sociedade E essas mudanças também alteram a maneira como interagiremos com o mundo É nesse cenário de intensas transformações que será necessário os profissionais da educação terem cada vez mais resiliência para lidar com as mudanças emocionais com o estresse e com o avanço de tecnologias Será que teremos habilidades para nos desenvolvermos nessa sociedade A partir deste questionamento delineamos um material que nos possi bilite refletir sobre as contribuições do desenvolvimento das competências socioemocionais na carreira docente As habilidades e competências so cioemocionais impactam positivamente em nosso desempenho enquanto profissionais da educação bem como nos permitem lidar com os desafios do século XXI Assim é cada vez mais urgente olharmos para a questão das compe tências socioemocionais com a seriedade que ela merece Pois para obter mos um futuro melhor é imprescindível investir na formação de crianças adolescentes e professores Tão importante quanto desenvolver habilidades socioemocionais em alunos é necessário que isso ocorra também com os profissionais da educação Afinal esses indivíduos tornamse os principais agentes da formação das competências socioemocionais nas crianças O futuro tem pressa e ele não costuma esperar UNICESUMAR 149 1 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES e as Competências Socioemocionais Deemme uma dúzia de crianças sadias bem constituídas e a es pécie do mundo que preciso para as educar e eu garanto que to mando qualquer uma delas ao acaso preparálaei para se tornar num especialista que eu selecione um médico um comerciante um advogado e sim até um pedinte ou ladrão independentemente dos seus talentos inclinações tendências aptidões assim como da profissão e da raça dos seus ancestrais WATSON 1925 p 85 A formação docente é um dos caminhos para desenvolvermos as competências socioemocionais nas escolas e a proposta dessa formação está assentada na LDB de 1996 que sinaliza para uma política educacional preocupada com a formação de docentes para atuar na Educação Básica A busca de uma política de formação de professores está ligada aos esforços de garantir a qualidade da educação Entendemos que a Educação se faz para e com os indivíduos envolve cultura relações sociais e política buscando a forma ção de um sujeito capaz de questionar e refletir sobre sua condição humana Isso porque os indivíduos possuem história sonham têm nomes rostos e a partir de ações para desenvolver a formação docente podem reconstruir sua identidade na relação entre escola e comunidade Desde os anos de 1990 a educação brasileira tem se deparado com orienta ções que contribuem com a formação de professores Essas orientações advêm UNIDADE 5 150 Por que a educação tem sido a esperança de transformação e desenvolvimento do ser humano pensando juntos de agências internacionais que estipulam em seus documentos uma educação de qualidade baseada em competências socioemocionais Os atores da educação no caso os professores têm se visto cada vez mais como parte integrante desse processo dispondo de energia para buscar sua for mação individual e coletiva E nesse processo assume responsabilidades e exi gências necessárias para ser professor O processo de formação de professores está ligado às reformas educacionais mais amplas em que professores muitas vezes eram tidos como incompetentes por isso a necessidade de realizar essa reforma educacional As propostas direcionavam um processo de formação do professor pensando no modelo de ensino e aprendizagem existentes na escola Dessa maneira para que a formação de professores detivesse um caráter que subsidiasse suas ações em sala de aula fezse necessário pensar sobre a prática de ensino Na formação de professores as disciplinas de prática de ensino fazem toda diferença Como ela tem um caráter teóricoprático esse componente curricular visa proporcionar ao aluno vivências pedagógicas em sala de aula será por meio do estágio ou na disciplina teórica Essa disciplina permite que o aluno execute práticas educativas que propi ciem reflexões a respeito de seu trabalho Segundo GilPerez e Carvalho 2006 p 26 a prática de ensino influencia na formação inicial porque responde a experiências reiteradas e se adquire de forma reflexiva As reflexões a respeito da prática pedagógica permitem que o aluno pense e repense sobre suas experiências em sala de aula pois é no processo teóricoprático que haverá influências no pro cesso construtor da carreira docente Não pensar sobre as práticas e a importância da formação docente pode levar o professor a abandonar a sala de aula O professor abandona sua profissão quando não consegue evitar a sensação de apatia que se instaura em seu comportamento ao per ceber sua incompetência em exercer com eficiência seu ofício Desta forma ele passa a se sentir indiferente diante das dificuldades pe dagógicas e desafios que a profissão lhe impõe e a acreditar que não existe mais solução para o ensino ARAÚJO SOUZA 2009 p 2 UNICESUMAR 151 Esses problemas podem ser amenizados se houver uma política de formação de professores que desencadeasse ações para evitar o isolamento de professores no início de carreira Por isso é urgente pensarmos sobre a importância da formação de professores articular ações que permitam a inserção do aluno no âmbito de trabalho com a intenção de proporcionar ao futuro professor consciência sobre seu espaço de trabalho pois a sala de aula é um laboratório para a sua formação profissional que se inicia no curso de graduação e se prolonga pela vida profis sional alinhandose ao conceito de professor reflexivo Para Alarcão 2002 o professor reflexivo desenvolve consciência de sua ca pacidade de pensamento e reflexão isso permite que ele seja criativo em sua prática pedagógica e não um mero reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores Levar o professor a refletir sobre seu cotidiano e suas práticas faz com que ele melhore suas ações na sala de aula Por isso a prática de ensino permite que o estudante se coloque como professor e na condição para que se pro ceda a uma formação profissional mais articulada e coerente com a realidade ARAÚJO SOUZA 2009 p 2 Em concordância com Imbernón 2000 p 59 o objetivo é remover o sentido pedagógico comum para recompor o equilíbrio entre os esquemas práticos e os esquemas teóricos que sustentam a prática educativa Por isso a ação reflexiva é um fator importante para que você docente construa seu conhecimento peda gógico afinal é ele quem permitirá você desenvolver seu planejamento em sala de aula Dessa maneira quando introduzimos na aprendizagem a questão da reflexãoação no processo formativo dos professores possibilitamos que eles bus quem na teoria respostas para a mudança de sua prática educativa construindo assim uma nova experiência ARAÚJO SOUZA 2009 E tudo isso se deve às constantes exigências e mudanças sociais Este mo vimento desencadeou a necessidade no papel do professor de uma visão mais E S TÁ G I O CANDIDATO EXPERIÊNCIA DE TRABALHO APRENDIZAGEM PROFISSÃO HABILIDADES CARREIRA UNIDADE 5 152 ampliada do que é educação Rodrigues 1987 destaca que a escola não pode ser vista como uma instituição neutra frente às adversidades e transformações da sociedade civil A escola é um local de contradições já que permeia a influência de todas as pessoas que ali frequentam mas saber lidar com essa diversidade é fazer com que as competências socioemocionais também construamse em um ambiente pronto para desenvolver habilidades desse gênero Uma educação que promova mudanças deve permitir em suas instituições escolares o conflito ou seja a manifestação das várias contradições que perpassam a escola e que na sua forma de or ganização permite o aprendizado sobre a natureza dos conflitos e destas contradições existentes na sociedade de hoje É impossível construir uma sociedade democrática nos moldes de uma escola autoritária e por isso será impossível a uma escola autoritária ensi nar os homens a viverem e conviverem num processo democrático ARAÚJO SOUZA 2009 p 3 Assim temos cada vez mais uma maneira de enxergar a educação e essa tem se aproximado mais de práticas pedagógicas que contribuam para a construção do conhecimento e a formação de professores que atuem em espaços geográficos diversos ao seu promovendo ações culturais sociais e políticas A formação de professores tem papel fundamental para o desenvolvimento de competências socioemocionais Se o professor tiver suas competências bem definidas e claras mesmo que ele não consiga realizar sua tarefa educativa tão bem ele consegui rá contribuir no desenvolvimento emocional e de habilidades em seus alunos Para Ordozgoiti 2000 o perfil necessário para esse novo docente é possuir as seguintes competências Capacidade de elaborar um modelo de reflexão e de avaliação sobre a prática diária que se torne fértil com as novas situações pessoais sociais e curriculares Capacidade de romper com os moldes disciplinares e contemplar os saberes interrelacionados UNICESUMAR 153 Capacidade de contemplar cada tema tirado do currículo ou do contexto como um problema aberto Capacidade de contemplar e utilizar o contexto como o recurso básico para desta forma responder às necessidades da comunidade local Quadro 1 Perfil do Professor Fonte Araújo e Souza 2009 p 4 Esperase que uma formação de professores que abarque as competências so cioemocionais desenvolva práticas de açãoreflexãoação para que o futuro professor tenha consciência de olhar para a sua prática e busque reinventála constantemente dentro de um ambiente coletivo e individual Para ser um bom professorinvestigador você estudante precisa de práticas reflexivas sobre sua ação sempre referenciada teoricamente por ações de 1 conscientização e de organização de seus sistemas de ideias modelo didá tico pessoal 2 observação crítica de sua prática e de reconhecimento dos problemas dilemas e obstáculos significativos nela não só do ponto de vista técnico e funcional mas também de valorações éticas e ideológicas 3 contraste através do estudo e da reflexão entre suas concepções e experiências com as de outros profissionais e também com outros saberes principalmente acadêmicos como forma de fazer evoluir o sistema de ideias pessoais e de formular hipóteses de intervenção em aula mais abrangentes isto é em nível explicativo mais complexo 4 planejamento de práticas inovadoras e pelo estabelecimento de procedi mentos para um acompanhamento e avaliação rigorosos das mesmas expe rimentação curricular e avaliação investigativa num processo de açãorefle xãoação 5 conclusões sua comunicação discussão e avaliação coletiva de projetos curriculares inovadores 6 detecção a partir das avaliações de novos problemas ou também de no vos aspectos de velhos problemas e reformulação destes projetos Quadro 2 Práticas e ações Fonte Krüger 2003 p 3 Esse modelo possibilita que os professores em formação inicial aprimorem sua prática docente por meio de problemas teóricopráticos buscando experiências didáticopedagógicas que contribuam com as interações entre professoraluno UNIDADE 5 154 apoiar as iniciativas das crianças a conhecer suas dimensões interiores como as emo ções e sentimentos e pode ajudálas a criar uma capacidade interna de dirigir a si mesmas e não se tornarem dominadas pelas forças emocionais e por tendências destrutivas Pode ainda estimular as crianças e adolescentes a desenvolverem habilidades positivas e necessárias ao relacionamento produtivo com as demais pessoas e com os diferentes ambientes estimulando a realização pessoal da solidariedade empatia autonomia e in tegridade Fonte Policarpo Junior 2010 p 103 explorando Ideias Para tanto ao buscar desenvolver suas ações verifique sempre as dificuldades que você enfrenta no cotidiano da sala de aula Assim ao discutirmos coletivamente as concepções que envolvem o currículo estamos aprofundando os princípios que envolvem o ensino e a aprendizagem As situações concretas que ocorrem dentro da sala de aula possibilitam ao docente modificar sua prática educativa assim os modelos didáticos utilizados precisam seguir o modelo proposto no projeto pedagógico da escola tornandoo instrumento que possibilite ao docente direcionar um novo olhar para as situações relacionadas à prática docente Assim o planejamento execução e avaliação tanto individual como coletiva das atividades pedagógicas de acordo com o modelo de referência e desta forma mais abrangentes e interdisciplinares O registro sistemático do desenvolvimento destas atividades na sala de aula e sua avaliação desenvolvidas pelo grupo a partir das refle xões individuais foram uma forma de incentivar um processo de análise e de reflexão sobre suas práticas docentes características de um professorpesquisador KRÜGER 2003 p 4 Desenvolver propostas assim permite que os professores se envolvam com o in teresse de seus alunos O processo de discussão é essencial para levar a reflexão bem como permear os debates com as experiências concretas dos professores UNICESUMAR 155 Se nem todo momento será julgado oportuno para dizer a ver dade sobretudo quando amarga e dura não se poderá esperar ocasião para restabelecêla o que é dever de todos quando desfi gurada e proclamála sem rebuços e meias palavras AZEVEDO 2006 p 205 Remetemonos à citação anterior que advém do Manifesto de Educadores Bra sileiros redigido por Fernando de Azevedo que enfatizava a necessidade de se estabelecer ações para a formação de professores no Brasil A intenção era uma reforma curricular de maneira que se organizasse o currículo dos professores em âmbito nacional Esse primeiro desafio encabeça a execução da Base Nacional Comum Curri cular BNCC para a Formação de Professores da Educação Básica O documento foi proposto na gestão do expresidente Michel Temer e encaminhado ao Conse lho Nacional de Educação A proposta de uma Base Nacional Curricular Comum para a Formação de Professores da Educação Básica reforça a necessidade de estabelecer um currículo para formar profissionais da educação As efetivas modificações na educação brasileira iniciamse com os marcos legais como a Constituição Federal de 1988 e com a formulação da Lei de Dire trizes e Bases da Educação Nacional LDB n 93941996 e com o Plano Nacional de Educação 20142024 2 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS e a BNCC UNIDADE 5 156 Sabemos que há uma intensa mobilização a respeito das discussões sobre a BNCC o debate tem mobilizado atores públicos e privados Tendo em vista que a BNCC tem como propósito definir direitos de aprendizagem e as compe tências a serem desenvolvidas pelos estudantes em cada modalidade da Educação Básica e seus defensores a compreendem como uma referência para currículo SILVA SANTOS 2018 p 2 As questões que envolvem a construção da BNCC encontramse na Consti tuição Federal de 1988 na LDB de 1996 e no PNE de 2014 O texto constitucional estabeleceu conteúdos mínimos para serem abordados na educação brasileira em âmbito nacional regional e local SANTOS VIEIRA 2019 Já a LDB de 1996 traz a necessidade de se construir uma base que detenha conteúdos específicos para tratar da diversidade cultural brasileira E por fim o PNE 2014 reitera os direcionamentos propostos anteriormente Como sabemos a Constituição Federal de 1988 e a LDB de 1996 são os me canismos legais que regulamentam os documentos direcionados para a Educação Básica no que tange ao currículo que deve ser implementado nas escolas O texto que envolve a BNCC aponta para o pacto federativo construído para conquistar um sistema nacional de educação A BNCC tem a intenção de amenizar as pro fundas desigualdades sociais que acometem nosso país visando buscar equida de para a educação brasileira Logo alcançar a equidade é um dos objetivos da BNCC e traz um conjunto de aprendizagens pois tem direito a importância da articulação entre BNCC e os currículos e de um imenso regime de colaboração entre todos os atores educacionais RAMOS 2018 p 51 A BNCC traz uma proposta curricular para a educação brasileira visa focar na formação integral dos estudantes brasileiros fazendo com que o aprendiza do vá para além da memorização dos conteúdos ensinados em sala de aula As mudanças científicotecnológicas que ocorrem em nossa sociedade têm propor cionado às gerações a oportunidade de se desenvolverem para além da sala de aula aprimorando criatividade criticidade autonomia e a capacidade de articular conhecimento e habilidades para que se possa resolver problemas que acometem o cotidiano social Assim a BNCC traz reflexões para repensarmos a formação de professores e a maneira como se ensina no sistema de ensino brasileiro Logicamente que para essa mudança acontecer é preciso planejamento e foco na formação dos profissionais da educação pois isso fará com que os professores sejam capacitados e inovem em suas práticas pedagógicas BNCC 2019 UNICESUMAR 157 Quais passos eu devo seguir para que consiga garantir uma formação condizente com o novo modelo de sociedade pensando juntos Quando falamos em formação continuada não estamos nos referindo a cursos e nem palestras que os professores assistem A formação destinada aos professores deve ser algo contínuo com encontros periódicos que possibilitem o aprimoramento da profissão docente A proposta de encontros periódicos possi bilita o acompanhamento do professor em seu desenvolvimento além disso esses encontros permitem que haja aprofundamento sobre determinadas temáticas e reflexão sobre a prática pedagógica desempenhada pelo docente As formações contínuas precisam acontecer no âmbito escolar e devem con tar com a participação de todos os atores da escola sendo necessário que a for mação aconteça nos momentos de horaatividade e faça parte do processo de trabalho do professor É visível a importância da formação contínua para professores Apresentamos dois exemplos Conforme os Critérios da formação continuada para os referen ciais curriculares alinhados à BNCC 2019 p 5 vejamos Em Novo Horizonte SP os professores se reúnem semanalmente por área de conhecimento para analisar dados de aprendizagem dos alunos e para aprofundamento da didática específica da área O tem po de formação continuada é acordado com os professores no ato da contratação e as formações são mediadas por coordenadores da área selecionados anualmente pela prefeitura a partir do conjunto de melhores professores da rede Anualmente a secretaria pública em portaria qual será o cronograma de formação e qual será o foco e a partir daí coordenadores e professores desenvolvem as pautas formativas mais adequadas No Acre os professores da rede estadual utilizam o ⅓ de horaati vidade para ações de planejamento coletivo na escola entre pares quando são debatidos desafios e ocorrem trocas de experiência para garantir o aprendizado dos alunos Além disso a cada 15 dias os professores se reúnem para analisar dados de aprendizagem pro pondo intervenções pedagógicas e analisando boas práticas desem penhadas pelos colegas Os momentos formativos são liderados pe los coordenadores pedagógicos das escolas UNIDADE 5 158 A formação continuada é mais eficaz com materiais alinhados ao referencial curricular ou à BNCC que indicam ao professor o como fazer e o aproximam da prática Fonte BNCC 2019 explorando Ideias Logo compreendemos que a formação continuada de professores traz grandes desafios para o ensino o acompanhamento e a avaliação do processo de apren dizagem A educação visa que o docente faça seu trabalho de forma consciente que contribua para a construção de uma sociedade justa e igualitária Nesse momento que estamos vivendo em nossa sociedade é importante que o professor seja um indivíduo comprometido com a formação individual e co letiva de maneira que ele organize situações e interações com conhecimento científico provocando assim transformações no processo de aprendizagem e na sociedade em que vivemos Assim o professor não poderá limitarse a simples transmissão de conteúdo fazse necessária uma formação continuada que considere a ação docente em sua amplitude e complexidade e de maneira concreta e contínua TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 É importante destacar que ser professor requer responsabilidade que haja boas práticas pedagógicas sendo essas assentadas em atitudes críticas e com promissadas com o processo de ensino e aprendizagem O professor precisa ser um profissional criterioso que faça escolhas para a formação baseada no conhe cimento científico considerando a diversidade cultural e social Assim a docência precisa ter compreensão de seu papel mediante a construção do co nhecimento O professor precisa ser capaz de construir seu pensamento e suas ações de forma que se fundamente nos paradigmas educacionais mas principalmente que atenda às necessidades da formação de indivíduos que atuarão na sociedade Portanto o desafio que se coloca ao professor não é uma tarefa fácil de realizar pois cons truir seu saber buscando uma relação teóricoprática ciente do mundo social em que está inserido é uma atividade complexa TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 Portanto o saber docente é múltiplo e recebe inúmeras influências das re lações sociais que se estabelecem em nossa sociedade Temos clareza de que o professor é o profissional responsável por desenvolver as atividades cognitivas UNICESUMAR 159 do aluno por isso precisa estudar sempre e buscar uma prática pedagógica con dizente com o momento social em que vivemos As práticas pedagógicas que o professor exerce o faz agente social que tende a transpor os obstáculos para que ele possa construir seu saber TOZETTO BU LATY 2016 Assim o professor tem o papel de propor situações que sejam pro blematizadoras que levem em consideração seu conhecimento sua experiência e o seu saber escolar pois o saber escolar é aquele adquirido e ensinado na escola enquanto conteúdo escolar é transmitido e guiado pelos saberes do docente TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 Portanto o saber docente é significativo no processo de ação pedagógica e precisa ter objetivos planejados e delimitados a educação não é algo espontâneo na natureza não é mera aprendizagem natural que se nutre dos materiais culturais que nos rodeiam mas uma invenção dirigida uma construção humana que tem sentido e que leva consigo uma seleção de possibilidades de conteúdo de caminhos SACRISTÁN 1999 p 37 Dessa maneira as experiências docentes precisam ser planejadas para que a vi vência tenha significado para o professor e o aluno Obviamente a prática peda gógica não acontece de maneira ordenada e metódica ou seja o primeiro passo é o professor buscar em suas experiências ações para desenvolver sua prática pedagógica e a partir daí ele precisa começar a interagir para desenvolver melhor suas ações A construção das experiências a serem usadas na prática pedagógica sempre recebe influência dos sujeitos que fazem parte do cotidiano do professor Isso permite que ele rompa com os desafios de sua profissão e os questionamentos e as problematizações são essenciais para construir novas experiências e repensar nossas práticas Sacristán 1999 discute a importância dos professores desenvol verem suas práticas numa visão múltipla e diversificada A cultura acumulada ou a experiência adquire um papel funda mental uma vez que ao considerar que a história vivida marca as ações e as decisões do professor entende que as relações culturais sociais e históricas compõem e recompõem constantemente a prá UNIDADE 5 160 tica docente Isso significa que a bagagem cultural do professor na formação inicial e na formação continuada contribuindo para a construção dos saberes para o exercício da docência Nas situações concretas de sala de aula o professor ensina e aprende demonstra suas habilidades e competências expõe os conhecimentos acumu lados e transforma seu saber em saber escolar a ser transmitido ao aluno TOZETTO BULATY 2016 p 119 150 A atividade profissional docente remetese ao ensinar e isso não quer dizer que o professor só fala coisas que leu mas ele precisa utilizar da didática para que seu aluno compreenda ele precisa de capacidade de ensinar e transformar aquilo que ele sabe em conhecimento escolar Para isso a BNCC postula competências necessárias que orientam tanto a construção dos currículos das escolas quanto direcionado para a formação de professores Vejamos a Figura 1 UNICESUMAR 161 Figura 1 Infográfico BNCC Fonte adaptada de Santos 2018 O QUE PARA CONHECIMENTO 1 Valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico social cultural e digital Entender e explicar a realidade continuar aprendendo e colaborar com a sociedade PENSAMENTO CIENTÍFICO CRÍTICO E CRIATIVO 2 Exercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade Investigar causas elaborar e testar hipóteses formular e resolver problemas e criar soluções REPERTÓRIO CULTURAL 3 Valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais Fruir e participar de práticas diversificadas da produção artístico cultural COMUNICAÇÃO 4 Utilizar diferentes linguagens Expressarse e partilhar informações experiências ideias sentimentos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo CULTURA DIGITAL 5 Compreender utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica significativa e ética Comunicarse acessar e produzir informações e conhecimentos resolver problemas e exercer protagonismo e autoria TRABALHO E PROJETO DE VIDA 6 Valorizar e apropriarse de conhecimentos e experiências Entender o mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida com liberdade autonomia criticidade e responsabilidade AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO 8 Conhecerse compreenderse na diversidade humanae apreciarse Cuidar de sua saúde física e emocional reconhecendo suas emoções e as dos outros com autocrítica e capacidade para lidar com elas EMPATIA E COOPERAÇÃO 9 Exercitar a empatia o diálogo a resolução de conflitos e a cooperação Fazerse respeitar e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos com acolhimento e valorização da diversidade sem preconceitos de qualquer natureza RESPONSABILIDADE E CIDADANIA 10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia responsabilidade flexibilidade resiliência e determinação Tomar decisões com base em princípios éticos democráticos inclusivos sustentáveis e solidários ARGUMENTAÇÃO 7 Argumentar com base em fatos dados e informações confiáveis Formular negociar e defender ideias pontos de vista e decisões comuns com base em direitos humanos consciência socioambiental consumo responsável e ética COMPETÊNCIAS GERAIS BNCC UNIDADE 5 162 Como observamos as competências são conhecimento pensamento científico criatividade senso estético comunicação argumentação cultura digital autoges tão autoconhecimento autocuidado empatia cooperação e autonomia Cericato e Cericato 2018 p 139 retratam que o conceito de competência é a mobilização de conhecimentos habilidades atitudes e valores para a resolução de demandas com plexas da vida cotidiana do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho As discussões sobre a formação de professores estão totalmente presentes nas discussões da BNCC pois segundo Abramovay 2005 é necessário que haja um currículo que oriente a formação de docentes para que a formação de alunos na Educação Básica seja condizente com a proposta da Base Assim compreendemos que a formação de professores se faz em um continuum desde a educação familiar e cultural do professor até a sua trajetória formal e acadêmica mantendose como processo vital enquanto acontece seu ciclo profissional CUNHA 2013 p 612 Para ser professor é necessário estar mobilizado para tal acontecimento pois este profissional precisa de experiência formativa construída por meio da trajetória docente dos valores culturais e sociais Um professor que medeia pode ser diferente de um professor que mobiliza Ele pode mobilizar de muitas formas propor exercícios ou tarefas a serem realizados configurar rodas de conversa sobre determinado tema fazer reflexões ou propor projetos O aluno igualmente pode ser mobilizado de muitas formas pelas ações ou motivações de seu professor pelo intercâmbio com seus pares por suas motivações em fazer pesquisas discutir um ponto de vista as sumir certa atitude ou abraçar dado valor Quem mobiliza organiza uma situação aceita um desafio comprometese com alguma coisa A mobilização sempre acontece com um sujeito mesmo que seja estimulada por outro Se vida é movimento viver é mobilizarse para lhe dar sentido para conhecer e conviver com seus desafios Daí competência ser para a BNCC o mesmo que conhecimento mobilizado operado e aplicado em situação sendo conhecimento compreendido de forma ampla ou seja envolvendo conceitos pro cedimentos valores e atitudes MACEDO FINI 2018 online⁵ Assim o processo mobilizador coloca em movimento a participação ativa dos professores na implementação de um currículo que atenda às necessidades da educação para o século XXI UNICESUMAR 163 Como mobilizar as competências requeridas pela BNCC em processos de formação do cente pensando juntos Para isso é importante que o professor ou o coordenador pedagógico proponha formações específicas voltadas para a sua área de atuação que atenda às necessi dades de um mundo que está em constante formação e que supere as tradicionais aulas ministradas nas escolas De acordo com Gatti 2010 2013 é preciso se estabelecer uma formação docente que atenda às necessidades dos licenciados para que assim o professor possa exercer seu trabalho de maneira satisfatória Dessa maneira é importante que haja um modelo formativo docente assenta do em bases culturais sólidas que busque nas experiências e leituras de mundo ações interdisciplinares para realizar a formação docente Isso não se trata de uma formação rasa apenas em questões informacionais mas sim uma formação que permita ao docente conectarse aos múltiplos conhecimentos que ele tem adquirido ao longo de sua história Dirseia com efeito que a interdisciplinaridade de que hoje se faz um valor forte da pesquisa não se pode efetivar por simples con fronto de saberes especiais a interdisciplinaridade não é de forma alguma brincadeira começa efetivamente e não pela simples for mulação de um voto piedoso quando a solidariedade das antigas disciplinas se desfaz talvez até violentamente mediante as sacudi das da moda em proveito de um objeto novo de uma linguagem nova que não estão nem um nem outro no campo das ciências que se tencionava tranquilamente confrontar é precisamente esse em baraço de classificação que permite diagnosticar uma determinada mutação BARTHES 1998 p 71 Assim compreendemos que o caminho da interdisciplinaridade é algo totalmen te promissor para o professor desenvolver em suas práticas pedagógicas tendo em vista que isso está presente nas orientações da BNCC Portanto ações pedagógicas assentadas nas orientações formativas docentes advindas da BNCC permitem que as práticas pedagógicas sejam organizadas e se relacionem a ativos processos de ensino e aprendizagem que têm por objetivo estimular estudantes a serem problematizadores de sua aprendizagem Isso implica desenvolvimento da autonomia intelectual UNIDADE 5 164 Advogamos para que você estudante busque uma formação docente cada vez mais interdisciplinar que não veja resistência neste tipo de formação pois é preciso romper com o ciclo da tradição disciplinar brasileira e buscar modelos educacionais que agreguem valor à nossa educação 3 AUTOCONHECIMENTO E AUTOGESTÃO das Emoções para Além da Sala de Aula O desenvolvimento humano não ocorre somente por meio de boas ações nosso desenvolvimento também ocorre devido aos conflitos relacionais que temos ao longo de nossa vida Para Ortega e Del Rey 2002 nosso desenvolvimento acontece a partir do momento que estamos inseridos em espaços sociais que realizamos atividades coletivas cumprimos normas obedecemos a um sistema de poder Para Abramovay e Rua 2002 há dois tipos de conflitos de relacionamento que acontecem nas escolas e são motivos de muita reclamação entre os docentes a violência e a indisciplina em sala de aula A indisciplina é uma forma de os alu nos transgredirem as normas propostas no âmbito escolar e isso causa diversos desajustes curriculares ressentimento estresse entre professores e alunos FER NÁNDEZ 2005 Assim podemos entender que os conflitos de relacionamento são o pano de fundo para compreendermos a autogestão e o autoconhecimento UNICESUMAR 165 das emoções negativas que rondam a sala de aula A base teórica que nos permite entender isso é a perspectiva walloniana sobre emoções em seu aspecto cogni tivo motor e afetivo THONG 2007 apud WALLON 1981 2007 De acordo com Wallon 1975 2007 as emoções são reações humanas que se manifestam segundo o nosso sistema nervoso central Figura 2 Sistema nervoso central humanoFonte a autora Ao observamos a imagem do sistema nervoso central podemos verificar que nosso corpo está completamente interligado e as nossas emoções podem ser entendidas como estados subjetivos com componentes orgânicos que estão acompanhados de alterações biológicas como aceleração dos batimentos cardíacos mudanças no ritmo da respiração secura na boca mudança na resposta galvânica da pele Além disso também costumam provocar alterações na mímica fa cial na postura e na topografia dos gestos evidenciando principal mente seu aspecto afetivo e motor SILVA ANDRADE 2015 p 2 Portanto as emoções que surgem na carreira docente é um elemento essencial para se relacionar com os alunos pois a partir do momento que o professor Contração da pupila Sistema Nervoso Parassimpático Sistema Nervoso Simpático Pupila dilatada Inibição da salivação Relaxamento da respiração Atividade digestiva inibida Estimulação de glicose Estímulo de epiferina Bexiga relaxada Orgasmos e ejaculação Estimulação de saliva Contração dos brônquios Estimulação digestiva Estimulação biliar Produção de adrenalina Contração da bexiga Relaxamento do Reto Craniano Cervical Torácico Lombar Sacral Medula Espinhal Cadeia de gânglios simpáticos UNIDADE 5 166 A BNCC busca promover coerência e articulação para a garantia da aprendizagem dos alunos da Educação Básica explorando Ideias tem uma energia contagiante expressase bem e a interação com os alunos é muito melhor THONG 2007 Os professores também são referência de comportamento e equilíbrio para os alunos em sala de aula são considerados como modelos de relações pois à medida que docentes mostramse emocionalmente abalados tendem a contagiar a sala de aula em razão sobretudo a seu papel mediador nesse espaço SILVA ANDRADE 2015 p 2 Os conflitos que ocorrem em sala de aula em diversos momentos deixam os pro fessores desamparados e sem saber como agir Emoções como raiva desespero e medo acometem os profissionais da educação Na escola observamos predomínio das emoções e via de regra emoções negativas como medo raiva decepção indignação e frus tração Essas emoções que se apresentam de forma explosiva são geradoras de muitos conflitos que não são trabalhados e arreba tam dos sujeitos à possibilidade de elaborálas SOUZA PETRONI ANDRADA 2013 p 528529 Dessa maneira percebemos que é importante que os professores realizem a auto gestão das suas emoções principalmente as negativas pois realizar esse processo é decisivo para que os conflitos não perdurem As emoções estão para além das relações interpessoais que acometem o ambiente escolar é por meio das emo ções que as relações interpessoais são construídas ALMEIDA 2010 Por isso é importante que o docente encontre formas para reduzir ou amenizar aspectos emocionais ruins em vez de se descontrolar emocionalmente O professor deve agir com racionalidade e compreender a causa da emoção pois somente assim ele poderá reduzir os efeitos contrários que ela causa A perspectiva teórica de Wallon busca entender o indivíduo como um ser com pleto isso envolve seus aspectos cognitivos afetivo e motor além disso o teórico con sidera o meio que o indivíduo está inserido portanto o indivíduo é um ser orgânico UNICESUMAR 167 e social WALLON 1975 Assim é possível definir o projeto teórico de Wallon como a elaboração de uma psicogênese da pessoa completa estando as emoções e a afetividade na base do desenvolvimento desse indivíduo GALVÃO 1995 p 32 Logo o campo cognitivo está relacionado às funções que são responsáveis pela aquisição transformação e manutenção do conhecimento sua base são as influências que ocorrem no meio social Almeida 2010 p 51 retrata que a inteligência tem no desenvolvimento a função de observar o mundo exterior para descobrir explicar e transformar os seres e as coisas para que o campo cognitivo transforme se em co nhecimento Assim para que isso aconteça é preciso haver ações que advenham das experiências humanas fundamentais para a construção do conhecimento O campo motor também faz parte desse processo pois as relações entre indivíduos e o meio são fundamentais para que se desenvolva a afetividade As atividades motoras permitem que o indivíduo garanta seu deslocamento corpo ral e a sua postura também demonstra suas emoções isso constituindose como um recurso de visibilidade que se converte em forma de sociabilidade de contágio e de aproximação com o outro Esse campo também está relacionado à estrutura e ao apoio tônico que o mesmo oferece para as emoções expressaremse por meio de mímicas e atitudes É indispensável para a constituição do conhecimento e para a expressão das emoções SILVA ANDRADE 2015 p 4 Por isso é indispensável que a autogestão das emoções sejam analisadas junto a autogestão do conhecimento Já o campo afetivo proporciona emoções como paixão raiva tristeza dentre outros Estes sentimentos demonstram o quanto o homem é afetado pelas ações e mudanças que ocorrem em nossa sociedade seja no seu eu seja nas suas relações sociais Para Wallon 1971 a afetividade é o eixo principal para que ocorra o desenvolvimento do indivíduo O processo de evolução ocorre por meio da sociabilidade primitiva para atingir a individuali zação psicológica Assim a vida afetiva da criança se organiza em contato com o outro e é importante ressaltar que são as emoções que unem a criança ao meio social são estas que ampliam os laços que se antecipam à intenção e ao raciocínio A afetividade na teoria Walloniana referese à capacidade de dispo sição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo ou interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis UNIDADE 5 168 Deste modo sua teoria aponta 3 momentos marcantes sucessivos na evolução da afetividade que são a emoção sentimento e paixão MAHONEY ALMEIDA 2005 p 1920 É por meio da afetividade que nos identificamos e nos relacionamos com as outras pessoas por isso é um tema tão relevante uma criança carente de afeição tende a encontrar dificuldades para se entrosar e se relacionar com as demais e isso acaba impedindoa de participar adequadamente do processo de ensino aprendizagem SOUZA 2018 p 4 Para o autor o principal processo de desen volvimento se dá por meio da interação que para Wallon 1981 depende dos fatores orgânicos e sociais importantes na relação tanto que as dificuldades de uma situação podem ser superadas pelas condições mais favoráveis do outro WALLON 1975 p 55 Desse modo segundo o autor o estudo do desenvolvi mento da criança exige um estudo pelo meio no qual ela está inserida Acreditava que para um estudo concreto do desenvolvimento era preciso levar em conta vários campos funcionais sendo esses afetividade conhecimento e motricidade Cada atividade da criança resulta então da integração pela pessoa do cognitivo com o afetivo e com o motor MAHONEY 2005 p 18 Para Wallon 1975 a inteligência não é o elemento mais importante do de senvolvimento humano que depende de três vertentes a motora a afetiva e a cognitiva bem como a dimensão biológica e social Segundo o autor a evolução de um indivíduo não depende somente da capacidade intelectual garantida pelo caráter biológico mas também o ambiente que vai condicionar essa evolução permitindo ou não que algumas poten cialidades sejam desenvolvidas Com isso surge a afetividade com grande importância na educação WALLON 1975 p 85 Almeida 1999 assinala que o nascimento da afetividade é anterior à inteligên cia Dessa maneira o homem quando nasce passa a estabelecer relações com os demais sujeitos que estão a sua volta A partir de seus estudos desenvolveu alguns estágios do desenvolvimento humano segundo Wallon 1975 os estágios estão interligados propondo novas possibilidades de aprendizagens O primeiro estágio é denominado impulsivoemocional este passa a acontecer desde o nascimento da criança até o seu primeiro ano de vida e está ligado à afetividade Nesta fase a criança ainda não tem a coordenação motora totalmente desenvolvida Assim UNICESUMAR 169 a criança expressa sua afetividade através dos movimentos descoordenados respondendo a sensibilidades corporais MAHONEY ALMEIDA 2005 p 22 O segundo estágio na perspectiva walloniana é denominado sensóriomotor e projetivo nesta fase a inteligência predomina e a criança já fala anda e tem interesse por determinados objetos quando já dispõe da fala e da marcha a criança se volta para o mundo externo MAHONEY ALMEIDA 2005 Com isso o professor tem um papel fundamental em proporcionar momentos e situações diferenciados como afirmam Mahoney e Almeida 2005 p 125 O processo ensinoaprendizagem no lado afetivo se revela pela dis posição do professor de oferecer diversidade de situações espaço para que todos os alunos possam participar igualmente e pela sua disposição de responder às constantes e insistentes indagações na busca de conhecer o mundo exterior e assim facilitar para o aluno a sua diferenciação em relação aos objetos O terceiro estágio denominado personalismo voltado para a pessoa e para o enriquecimento do eu e a construção da personalidade referese ao momento em que a criança passa a construir sua consciência corporal e a capacidade simbólica De maneira progressiva a criança passa a internalizar que é sujeito social e que detém sua individualidade características que o diferencia dos demais sujeitos A partir dos dois anos de idade entra em uma fase em que precisa afirmar sua auto nomia o que desencadeará uma série de conflitos A criança nessa fase começa a fazer uso constante dos pronomes pessoais na primeira pessoa o mim e o eu Refletindo a característica pendular do desenvolvimento nesse es tágio há predomínio da afetividade Estendendose até aos seis anos de idade nesse período formase a personalidade e autoconsciência do indivíduo muitas vezes refletindose em oposições da criança em relação ao adulto e ao mesmo tempo com limitações motoras e de posturas sociais GRATIOTALFANDÉRY 2010 p 35 O quarto estágio é denominado categoria essa fase se influencia a partir da per cepção de mundo da criança É nesse momento que ela passa a definir quem é ela e quem é o outro o que permite o desenvolvimento da capacidade da criança UNIDADE 5 170 memorizar e até mesmo de atenção Iniciase na vida escolar quando a apren dizagem passa por descoberta de diferenças e semelhanças Nesse sentido Wallon 1975 deixa clara a importância de compreender me lhor a grandeza da afetividade na vida da criança buscando unirse a uma prática pedagógica significativa e contribuir para o processo de ensino aprendizagem A emoção é a primeira manifestação da afetividade sendo ela sua expressão corporal controlada pela razão Segundo o mesmo autor a emoção tem papel predominante no desenvolvimento da pessoa pois é por meio dela que se ma nifestam seus desejos e suas vontades O sentimento e a emoção se manifestam a partir do momento em que a criança já tem a capacidade de encenação ou seja quanto mais desenvolve a racionalidade mais se desenvolve a afetividade Por meio da afetividade é que nos identificamos e nos relacionamos com as outras pessoas Por isso é um termo tão relevante pois uma criança carente de afeição tende a encontrar dificuldades para se entrosar e se relacionar com as de mais e isso acaba impedindoa de participar adequadamente do processo de en sino aprendizagem Para o autor o principal processo de desenvolvimento dáse por meio da interação que ele divide em dois sentidos interação organismomeio e interação dos conjuntos funcionais Nesse contexto explica que interação é de grande importância para o desenvolvimento enfatizando o ambiente no qual o sujeito está inserido Segundo o autor o estudo do desenvolvimento da criança exige um estudo pelo meio no qual ela está inserida Acreditava que para um estudo concreto do desenvolvimento era preciso levar em conta vários campos funcionais sendo estes a afetividade o conheci mento e a motricidade Cada atividade da criança resulta então da integração pela pessoa do cognitivo com o afetivo e com o motor Pode se considerar que o tema afetividade recebeu diferentes interpretações psicológicas e diferentes abordagens teóricas e aqui abordaremos a teoria de Wallon pois aborda o tema afetividade para a educação concedendo um papel imprescindível para o processo pedagógico Para Wallon 1975 a inteligência não é o elemento mais importante do de senvolvimento humano segundo o autor esse desenvolvimento depende de três vertentes a motora a afetiva e a cognitiva bem como a dimensão biológica e social Segundo o autor a evolução de um indivíduo não depende somente da capacida de intelectual garantida pelo caráter biológico mas também o ambiente que vai condicionar essa evolução permitindo ou não que algumas potencialidades sejam desenvolvidas Com isso surge a afetividade com grande importância na educação UNICESUMAR 171 Desse modo é visível a importância da afetividade para o desenvolvimento afetivo da criança cabendo ao professor olhar para além do ensino olhar para a criança e também para suas emoções pois é preciso que o professor proporcione afeto e não se preocupe apenas em ensinar a ler e escrever Assim a teoria wallo niana levanos a compreender melhor cada fase de desenvolvimento e elaborar um planejamento considerando as características de cada aluno Um professor que compreende as necessidades afetivas da criança pode mudar seus conceitos e com certeza esse será um professor diferente que nunca julgará o aluno Sintetizaremos algumas questões que estão envolvidas com a autogestão das emoções primeira mente no campo cognitivo que está envolvido com a sala de aula Tipos de Con flitos Violência agressão física brigas murros tapas empur rões pedradas tentativa de estrangulamento e verbal palavrões xingamentos apelidos bullying ameaças entre alunos Indisciplina desrespeito às regras e aos colegas descum primento da tarefa proposta pelo docente brincadeiras conversas e circulação em sala na hora da aula projeção de bolinhas de papel no colega e no professor uso fre quente de celular Fonte Silva e Andrade 2015 p 6 No campo afetivo as emoções negativas mais recorrentes entre os docentes são Figura 3 Emoções negativas docentes diante de situações de conflitos relacionais na sala de aula Fonte Silva e Andrade 2015 p 6 Sabemos o quanto as emoções são imprevisíveis e nesse momento o docente fica completamente vulnerável Almeida 2010 p 79 afirma existir uma relação particular entre medo e equilíbrio o medo sobrevém toda vez que ocorre uma Tristeza Frustração Raiva Angústia Revolta Medo 16 14 12 10 8 6 4 2 0 UNIDADE 5 172 ameaça no equilíbrio Por isso há um entrecruzamento das emoções na ação docente ao integrar afetividade motricidade e cognição Uma das consequências dessa integração é que qualquer atividade humana sempre interfere em todos eles Qualquer atividade mo tora tem ressonâncias afetivas e cognitivas toda disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas toda operação mental tem ressonâncias afetivas e motoras E todas elas têm um impacto no quarto conjunto a pessoa que ao mesmo tempo em que garante essa integração é resultado dela MAHONEY 2012 p 15 Por isso ao pensar na autogestão emocional é preciso considerar a dinâmica entre pensamento ação e emoção Figura 4 Esquema do entrecruzamento de campos funcionais Fonte Silva e Andrade 2015 p 19 Portanto enfatizamos a importância do docente realizar a autogestão de suas emoções e para isso a escola deve oferecer apoio em todos os sentidos e ações além de ser necessária a efetiva participação da família COGNIÇÃO AÇÕES EMOÇÕES EMOÇÕES AÇÕES UNICESUMAR 173 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apreender o fenômeno da formação de professores não é algo meramente es tático sem importância a formação de e para professores é essencial para o de senvolvimento das competências socioemocionais e o movimento de formação deve estar alinhado com a função do professor e o dinamismo transformador da nossa sociedade Assim compreendemos que ensinar exige do professor atenção formação competências e habilidades emocionais frente aos processos que ocorrem em sala de aula Fenômenos que vão desde a indisciplina do aluno até mesmo ao desgaste mental do professor Introduzir formações contínuas e continuadas no âmbito escolar permite que o processo de aprendizagem profissional e pessoal do professor se amplie e traga a concepção para a vida do professor a necessidade de ele investir em sua formação As competências socioemocionais e a BNCC são maneiras de promover a relação teóricoprática mediante a inserção de temas que possibilitem investi gações em ambiente coletivo como a sala de aula Proporcionando não somente aos professores mas também aos alunos a troca de experiências promove assim espaço para reflexões sobre prática em colaboração mostrando ao docente que não existe uma fórmula mágica para aprender mas sim contextos e dinâmicas diferenciadas que permitem este processo Em suma com as exigências do mundo produtivo as competências socioe mocionais direcionam práticas pedagógicas mais inteligíveis e intelectuais ao processo formativo Trabalhar as competências socioemocionais no âmbito edu cacional é possibilitar alternativas para combater o fracasso escolar uma ação eficiente para construir novos modelos de organização e métodos que visem atender às mudanças técnicocientíficas de nossa sociedade Dessa maneira es tudante o desenvolvimento de competências socioemocionais permite que você aja de maneira eficiente em determinadas situações mobilizando conhecimentos que estão articulados e integrados com a sua experiência cotidiana Sucesso em seus estudos 174 na prática 1 Dentro de uma retrospectiva histórica da formação continuada de professores é correto afirmar que a A prática docente é algo que compete apenas ao professor e não está interligada ao processo pedagógico da escola b A formação pedagógica surge como mecanismo de melhorar e debater as prá ticas e conteúdos utilizados em sala de aula c A formação continuada é designada aos professores que têm mais de dez anos de magistério d A formação docente visa ensinar ao professor métodos mecanismos e forma de melhorar seu projeto pedagógico e A formação de professores direcionase àqueles que têm aluno de inclusão em sala de aula 2 Para Ferreira 2002 p179 a formação continuada dos professores e em certos momentos de toda a equipe escolar é uma das responsabilidades do supervisor pedagógico Assim o processo de desenvolvimento deve se integrar ao planejamento peda gógico Avalie as afirmações a seguir I A formação em competências legitima o desenvolvimento para a cidadania II A formação de professores muitas vezes apresenta limites e possibilidades para o planejamento III A formação não contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocio nais somente competências IV A prática pedagógica contribui para delinear o planejamento formativo 175 na prática Assinale a alternativa correta a Apenas I e II estão corretas b Apenas II e III estão corretas c Apenas I está correta d Apenas I II e IV estão corretas e Nenhuma das alternativas anteriores está correta 3 A BNCC é um documento normativo que visa definir o conjunto de aprendizagens para a Educação Básica e formação de professores Considere as afirmativas a seguir A aprendizagem precisa ser progressiva e essencial para que todos alunos e professores consigam desenvolver A base estabelece um núcleo comum que deve ser atendido em todos os cur rículos da Educação Básica e formação de professores A BNCC quer promover uma educação com equidade para melhorar o apren dizado de professores e alunos A BNCC é um mecanismo avaliativo a ser utilizado pelo MEC como forma de combater o fracasso escolar Assinale Verdadeiro V ou Falso F a V F V e F b F V V e F c F F F e V d V V F e V e V V V e F 4 Um currículo voltado para a formação de professores possibilitará a formação de professores voltados para a Educação do século XXI E como as competências so cioemocionais permitem uma formação direcionada para isso 176 na prática 5 No que tange as competências socioemocionais relacione as colunas 1 Intencionalidade 2 Significado 3 Transcendência 4 Competência 5 Compartilhar Proporcionar ações para que o aluno sintase capaz de aprender O professor deve delimitar os objetivos de aula de maneira clara No momento do ensino o professor deve articular os temas para que favoreça o aluno no momento das relações com a sociedade O clima de respeito deve ser reforçado como forma de valorizar o controle das emoções Explicitar como o conteúdo ensinado impacta diretamente na vida do edu cando Assinale a alternativa que condiz com a sequência correta a 5 4 3 2 1 b 1 2 3 4 5 c 4 1 3 5 2 d 2 4 1 5 3 e 3 5 2 1 4 177 aprimorese Do ponto de vista da fabricação das subjetividades contemporâneas para ampliar as formas de abordagem das racionalidades governamentais que em nossa pers pectiva operam em rede e das possibilidades de capitalização de vida através da inovação importa trazer as contribuições de Miller e Rose 2012 Seria conveniente pensarmos nos modos pelos quais as questões da inscrição e do cálculo se tornam tecnologias de governo Com a emergência da estatística no decorrer do século XVIII passamos a representar de diferentes formas os objetos a serem governados A estatística foi considerada o conhecimento das forças e dos recursos que carac terizavam o Estado como por exemplo conhecimento da população número de in divíduos de mortos de nascidos estimativa da riqueza dos indivíduos das diferentes categorias de indivíduos das riquezas que o Estado possuía entre outros aspectos que passaram a ser o conteúdo essencial do saber do soberano SENRA 2005 As questões relativas à saúde à longevidade à educação e à capacidade produtiva da população enquanto coletivo a ser administrado passaram a ser uma preocupação do Estado A partir de então o Estado passou a focar sua atenção na população através da definição de objetivos a serem alcançados e da proposição de ações que visavam potencializar as ações produtivas identificando os problemas e minimizandoos por intervenções que buscavam a organização dos indivíduos de modo mais eficaz LUPTON 1999 A primeira estratégia vinculouse à elaboração de dispositivos de inscrição MILLER ROSE 2012 p 84 Mediante a operacionalização desses dispo sitivos as informações sobre a população passaram a ser traduzidas em debates e diagnósticos tornando as realidades comparáveis Miller e Rose 2012 p 85 assinalam que as formas de inscrição da realidade pas saram a se constituir como centros de cálculo Isso porque as informações inscritas em determinadas racionalidades governamentais adquirem intensa potencialidade quando calculadas No caso deste artigo esse sentido político atribuído à inscrição e ao cálculo possibilita pensar como uma racionalidade específica do nosso tempo o investimento no desenvolvimento de competências socioemocionais organiza determinadas formas de conduzir as condutas dos sujeitos e das populações pos sibilitando o planejamento de estratégias relativas à gestão de fatores de risco que podem ser desencadeados pela falta de investimento em tal campo 178 aprimorese Essas estratégias conforme apresentaremos posteriormente são planejadas sob a justificativa de que o risco social de produzir cidadãos que não tenham com petências socioemocionais desenvolvidas além de gerar altos custos para o país torna uma parcela da população dependente da tutela do Estado para resolver seus problemas Como destacaremos nos documentos a serem analisados a educação é significada nas análises dos experts do campo da economia como um espaço de intervenção que deve ser conhecido e administrado por meio de programas gover namentais como é o caso da proposição de currículos socioemocionais Isso porque é o caráter calculável da população que passa pela escola que enseja a possibilidade de intervenções cada vez mais precisas dirigidas à miríade de problemas que afe tam a vida das crianças e jovens Isso ocorre conforme OMalley 1996 Lupton 1999 e Bujes 2010 porque a noção de risco e as práticas dela derivadas estão associadas à sociedade de se gurança a qual permite inserir determinados fenômenos dentro de uma série de acontecimentos prováveis Podese depreender então que os dispositivos de inscrição se tornaram o ter reno comum das formas contemporâneas de racionalidade política orientando de acordo com Foucault 2008 Miller e Rose 2012 as tarefas dos governantes em termos de supervisão e maximização calculada das forças da sociedade a partir do processo de escolarização de crianças e jovens Além disso é evidente o imperati vo de que sejam inventados indivíduos desde a infância com mais habilidades e flexibilidade para mudanças de forma que possam se tornar adultos produtivos participantes do jogo do consumo e empreendedores de si mesmos LÓPEZRUIZ 2007 GADELHA 2009 Fonte Carvalho e Silva 2017 p 173190 179 eu recomendo Universidade Monstros Ano 2013 Sinopse Mike Wazowski Billy Crystal e James P Sullivan John Goodman são uma dupla inseparável em Monstros SA mas nem sempre foi assim Quando se conheceram na universida de os dois jovens monstros se detestavam com Mike sendo um sujeito estudioso mas não muito assustador e Sulley surgindo como o cara popular e arrogante graças ao talento inerente para o susto Após um incidente durante um teste os dois são obrigados a participar da mesma equipe na Olimpíada dos Sustos A equipe por sinal é formada por uma série de monstros desajustados para o desespero de Sulley acostumado a conviver com os caras mais populares da escola Comentário o filme indicado demonstra claramente como Mike Wazowski lida com as adversidades que enfrenta em sua chegada à Universidade Ao longo de diversos acontecimentos ele e seus amigos demonstram resiliência e habilidades socioemocionais para provar que são capazes de serem assustadores filme 180 conclusão geral conclusão geral 180 conclusão geral conclusão geral Em um mundo em constante transformação em que as mudanças técnicocientí ficas têmse ampliado cada vez mais há necessidade de expandir o olhar para a formação sócioemocional de alunos e professores Vimos ao longo dos nossos estudos a mudança de paradigma para a educação do século XXI as exigências que vão sendo construídas por sociedades e teóricos bem como a importância de se pensar em uma educação que seja ao longo da vida Fatores como estabelecer orientações para as mudanças educacionais são pri mordiais tendo em vista que a nossa sociedade se encontra em um labirinto de pessoas que não sabem como agir nem onde agir Assim uma educação para a vida toda permite que o indivíduo aprenda não somente no âmbito escolar mas em todos os espaços em que ele está inserido E isso só é possível por meio das competências socioemocionais que têm sido discutidas como um instrumento importante para a transformação das relações so ciais e educacionais As transformações no entanto só são possíveis a partir do mo mento em que voltarmos nosso olhar para a formação de professores E que essa formação esteja assentada em ideais de autogestão do conhecimento e das emo ções afinal sem professor em um mundo em constante transformação é cada vez mais desafiador Um dos desafios é valorizar o docente por meio de políticas e ações como car reira horaatividade descanso semanal remunerado possibilidade de se especia lizar e inserção na pesquisa Isso permitirá uma formação extremamente compe tente e sólida para que o futuro profissional da educação contribua na formação de crianças jovens e adultos Enfim desejo que você estudante esteja cada vez mais preparado para partir de ações reflexivas para desempenhar seu papel enquanto docente desde a Educa ção Básica até o Ensino Superior Sucesso em sua jornada referências 181 ABED A O jogo de regras na psicopedagogia clínica explorando suas possibilidades de uso 1996 81 f Monografia PósGraduação em Psicopedagogia PUCSP São Paulo 1996 Disponível em httpwwwrecriarsecombrsitesOjogoderegrasnapsicopedago giaclC3ADnica3Aexplorandosuaspossibilidadesdeuso Acesso em 17 mar 2020 ABED A O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar de alunos da educação básica São Paulo UNESCO MEC 2014 ABED A Recursos metafóricos no processo ensinoaprendizagem um estudo de caso 2002 f Dissertação Programa de Pósgraduação em Psicologia Universidade São Marcos São Paulo Universidade São Marcos 2002 Disponível em wwwrecriarsecombr Acesso em 17 mar 2020 ABRAMOVAY M RUA M das G Violências nas escolas desafios e alternativas Brasília UNESCO 2002 ABRAMOVAY M coord Cotidiano das escolas entre violências Brasília UNESCO Observa tório de Violência Ministério da Educação 2005 AGUIAR M A Institutos Superiores de Educ ação na nova LDB In AGUIAR M A org LDB Interpretada diversos olhares se intercruzam 4 ed São Paulo Cortez 2002 ALARCÃO M DesEquilíbrios Familiares 3 ed Lisboa Quarteto 1996 ALVES R A alegria de ensinar 3 ed São Paulo ARS Poética Editora 1994 ALMEIDA A R S A emoção na sala de aula 8 ed Campinas Papirus 2010 ANDERSON L W et al A taxonomy for learning teaching and assessing a revison of Blooms Taxonomy of Educational Objectives Nova York Addison Wesley Longman 2001 ANDREOTTI V Educação para a Cidadania Global Soft versus critical Rev Sinergias diálo gos educativos para a transformação social Porto n 1 p 5766 2006 ALARCÃO I Professores reflexivos em uma escola reflexiva São Paulo Cortez 2003 ANTUNES C Professor bonzinhoaluno difícil a questão da indisciplina em sala de aula Petrópolis Vozes 2002 ARAMBURU ORDOZGOITI F Médio ambiente y educación Madrid Editorial Síntesis 2000 ARAUJO M I O SOUZA J F de A prática de ensino no processo de formação de profes sores de biologia Florianópolis Enpec 2009 ARAÚJO C E Mplotmatlearning possibilidades pedagógicas no ensino de Geometria Analíti ca por meio do tablet In ARAÚJO JR C F de SILVEIRA I F Tablets no ensino fundamental e médio princípios e aplicações São Paulo Terracota 2014 referências 182 BARROS R MONTEIRO A R MOREIRA J A M Aprender no ensino superior relações com a predisposição dos estudantes para o envolvimento na aprendizagem ao longo da vida Edito ria Científica v 95 n 241 p 544566 2014 BARTHES Roland O rumor da língua Trad Mário Laranjeira São Paulo Editora Brasiliense 1998 BEBER B SILVA E da BONFIGLIO S U Metacognição como processo de aprendizagem Rev Psicopedagogia v 31 n 95 2014 p 144151 BEHRENS M A Formação continuada dos professores e a prática pedagógica Curitiba Champagnat 2007 BELHOT R V FREITAS A A VASCONCELLOS D D Requisitos profissionais do estudante de engenharia de produção uma visão através dos estilos de aprendizagem Revista Gestão da Produção e Sistemas v 1 n 2 p 125135 2006 BENAVENTE A coord Mudar a escola mudar as práticas Um estudo de caso em educa ção ambiental Lisboa Editora Escolar 1993 BLOOM B S Taxonomia de objetivos educacionais compêndio primeiro domínio cogniti vo Porto Alegre Editora Globo 1973 BLOOM B S Some major problems in educational measurement Journal or Educational Research v 38 n 1 p 139142 1944 BLOOM B S et al Taxonomy of educational objectives v 1 New York David Mckay 1956 BLOOM B S What we are learning about teaching and learning a summary of recent re search Principal v 66 n 2 p 610 1986 BNCC Caminhos para a educação integral Princípios e orientações para a implementa ção da educação integral 2019 S l BNCC 2919 Disponível emhttpmovimentopelabase orgbrwpcontentuploads201909BNCCtrajetorias diagramado1709interativofinalpdf Acesso em 24 mar 2020 BONFIGLIO S U Autorregulação da aprendizagem o caso do Colégio Salesiano Itajaí SC BR Dissertação de Mestrado Universidad del Cono Sur de las Américas Asunción 2010 p131 BRASIL Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica Brasília MEC 2001 BRASIL Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educa ção nacional 2 ed Brasília Senado Federal Coordenação de Edições Técnicas 2018 BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles cente e dá outras providências Brasília D O U 2013 Disponível em httpwwwplanalto govbrccivil03leisl8069htm Acesso em 9 mar 2020 referências 183 CARROLO C Formação e Identidade Profissional dos Professores In ESTRELA M T Viver e Construir a Profissão Docente Porto Porto Editora 1997 CARVALHO R S de SILVA R R D da Currículos socioemocionais habilidades do século XXI Educar em Revista Curitiba Brasil n 63 p 173190 janmar 2017 Disponível em http wwwscielobrpdfern6319840411er6300173pdf Acesso em 24 mar 2020 CASTRO M FCM Competências e práticas salariais 2006 118 f Dissertação Mestrado em Sociologia Económica e das Organizações Instituto Superior de Economia e Gestão Univer sidade Técnica de Lisboa Lisboa 2006 CASTANHEIRA A M P CERONI M R Formação docente e a nova visão da avaliação educacio nal Estudos Aval Educ v 19 n 39 p115132 2008 CERICATO I CERICATO L A formação de professores e as novas competências gerais propos tas pela BNCC Revista Veras São Paulo v 8 n 2 p 137149 juldez 2018 COLL C et al Os conteúdos na reforma Porto Alegre Artmed 2000 COLAGROSSI A L R VASSIMON G A aprendizagem socioemocional pode transformar a educação infantil no Brasil Constr Psicopedag 2017 v 25 n 26 p 1723 COLOSSI N CONSENTINO A QUEIROZ E G Mudança no contexto do Ensino Superior no Brasil uma tendência ao ensino colaborativo Rev FAE Curitiba v 4 n 1 janabr 2001 CUNHA F Cunha Flavio and James Heckman 2007 The Technology of Skill Formation Amer ican Economic Review n 97 v 2 p 3147 CUNHA M J dos S Formação de professores um desafio para o século XXI In CONGRESSO INTERNACIONAL GALEGOPORTUGUÊS DE PSICOPEDAGOGIA 10 2009 Braga Anais Bra ga Universidade do Minho 2009 p 19 CUNHA M I O tema da formação de professores trajetórias e tendências do campo na pes quisa e na ação Educação e Pesquisa v 39 n3 São Paulo julset 2013 Epub Aug 09 2013 DELORS J Educação um tesouro a descobrir Relatório para a Unesco da Comissão Interna cional sobre a Educação para o Século XXI 6 ed Trad José Carlos Eufrázio São Paulo Cortez 2001 DIAS SOBRINHO J Avaliação como instrumento da formação cidadã e desenvolvimento da sociedade democrática por uma éticoepistemologia da avaliação In RISTOFF D ALMEIDA JÚNIOR V P Avaliação participativa perspectivas e desafios Brasília INEP 2005 DRISCOLL M Psychology of learning for instruction Needhan Heights Allyn Bacon 2000 476 p DUNCAN G J et al Whither Opportunity New York Russell Sage Foundation 2007 referências 184 DURAND T Forms of Incompetence Proceedings Fourth International Conference on Com petenceBased Management Oslo Norwegian School of Management 1998 ESTEVES M M Construção e Desenvolvimento das Competências Profissionais dos Professo res Sísifo Revista de Ciências da Educação n 8 p 37 48 2009 ESTRELA M T Questões de Profissionalidade e Profissionalismo Docente Ser professor no limiar do séc XXI Braga ISET 2001 FERNÀNDEZ A A inteligência aprisionada Porto Alegre Artes Médicas 1990 FERNÁNDEZ I Prevenção da violência e solução de conflitos o clima escolar como fator de qualidade Trad Fulvio Lubisco São Paulo Madras 2005 FERRAZ A P do C M BELHOT R V Taxonomia de Bloom revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais Gest Prod São Carlos v 17 n 2 p 421431 2010 FERREIRO E Reflexões sobre Alfabetização Tradução de Horácio Gonzáles e outros São Paulo Cortez 1985 FIALHO F A P Introdução às ciências da cognição Florianópolis Insular 2001 FIGUEIRA A P C Metacognição e seus contornos Rev Iberoamericana de Educacion 1994 p 21 Disponível em httpsrieoeiorghistoricodeloslectores446Couceiropdf Acesso em 12 mar 2020 FLAVELL J H First discussants comments what is memory development the development of Human Development n 14 p 272278 1971 FONSECA V Cognição neuropsicologia e aprendizagem abordagem neuropsicológica e psicopedagógica Petrópolis Vozes 2008 FREIRE P Extensão ou comunicação Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa S Paulo Paz e Terra 1996 FRISON L M B Autorregulação da aprendizagem atuação do pedagogo em espaços não es colares 2006 312f Tese de Doutorado Pósgraduação em Educação PUC Porto Alegre 2006 p 282 GADOTTI M Perspectivas atuais da educação Porto Alegre Artes Médicas 2004 GAGNÉ R Campos de aprendizaje In GAGNÉ R BRIGGS R La planificación de la enseñan za México Trillas 1976 GALVÃO I Henri Wallon Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil 10 ed Pe trópolis Vozes 1995 referências 185 GARCIA S et al Aprendizagem o percurso de uma Metodologia inovadora em Educação São Paulo Mind Lab Brasil INADE 2012 Disponível em wwwmindlabcombr Acesso em 18 mar 2020 GARCIA S O prazer de ensinar e de aprender contribuições de uma metodologia no apri moramento das práticas pedagógicas São Paulo Mind Lab Brasil INADE 2013 Disponível em wwwmindlabcombr Acesso em 18 mar 2020 GATTI B Formação de professores no Brasil características e problemas Educação Socie dade Campinas v 31 n 113 p 13551379 outdez 2010 GATTI B Educação escola e formação de professores políticas e impasses Educar em Revis ta Curitiba n 50 p 5167 outdez 2013 GENTILE P B R Para aprender e desenvolver competências Rev Nova Esc São Paulo p 1217 set 2000 GILPÉREZ Da CARVALHO A M P Formação de Professores de Ciências 6 ed São Paulo Cortez 2006 GOLEMAN D Primal leadership realizing the power of emotional intelligence Boston Har vard 1996 GRATIOTALFANDÉRY H Henri Wallon Tradução Patrícia Junqueira Recife Fundação Joa quim Nabuco Editora Massangana 2010 GUIMARÃES V S org Formação e profissão docente Cenários e propostas Goiânia PUCGoiás 2009 HECKMAN J J Policies to foster human capital Research in economic v 54 n 1 p 56 fev 2000 HEFFRON J M 1997 Values in Education Social Capital Formation in Asia and the Pacific Defining values Califórnia Hollis Publishing Company 1997 IAS Instituto Ayrton Senna Sobre o desenvolvimento das competências socioemocionais na escola São Paulo IAS 2012 IANNI O A era do globalismo 3 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1997 IMBERNÓN F Formação docente e profissional formarse para mudança e a incerteza São Paulo Cortez 2000 KANDEL S The perceived competence scale for children Child development v 53 n 1 p 8797 2003 KEMMIS S Participatory action research and the study of practice In ATWEH B KEMMIS S WEEKS P Action research in practice Partnerships for social justice in education London Routledge 1998 referências 186 KINCHELOE J A formação do professor como compromisso político mapeando o pósmo derno Porto Alegre Artes Médicas 1997 KRATHWOHL D R A revision of Blooms taxonomy an overview Theory in Practice v 41 n 4 p 212218 2002 KRUGER V Aprendendo a ser professor a prática de ensino ensina In ENCONTRO NACIO NAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS 4 2003 Bauru Anais Bauru ENPEC 2003 p 112 Disponível em httpfepifuspbrprofisarquivosivenpecArquivosORAISpdf Acesso em dez 2019 LAFER C A reconstrução dos direitos humanos um diálogo com o pensamento de Hanna Arendt São Paulo Companhia das Letras 1988 LANGER S Filosofia em nova chave São Paulo Perspectiva 1989 LUTHANS F et al Positive psychological capital measurement and realationship with perfor mance and satisfaction Personnel Psychology v 60 p 541572 2007 LYOTARD J F A condição pósmoderna 6 ed Rio de Janeiro José Olympio 2000 MAHONEY A A ALMEIDA L R de Henri Wallon psicologia e educação 11 ed São Paulo Edições Loyola 2012 MAINARDES E W DOMINGUES M J Atração de alunos para a graduação em Administração estudo multicaso sobre os motivos de escolha de um curso superior no norte catarinense Revista Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas v 16 n 2 2011 MARCACINI R M et al Identificação de competências por meio de agrupamentos hierár quicos In CONGRESSO DA ACADEMIA TRINACIONAL DE CIÊNCIAS 2008 Foz do Iguaçu Anais Foz do Iguaçu Unioeste 2008 Disponível em httpsrepositoriouspbritem001716568 Acesso em 2 abr 2020 MARQUES J BRANDÃO M de F R GONÇALVES P L Uma proposta de taxonomia de com petências para a área de computação In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COM PUTAÇÃO 25 2005 São Leopoldo Anais São Leopoldo UNISINOS 2005 p 24072419 Disponível em httpwebcachegoogleusercontentcomsearchqcachenehBbTRhYmIJw wwlbddccufmgbrcolecoeswei2005001pdfcd1hlptBRctclnkglbr Acesso em mar 2020 MARTINS V M T A qualidade da criatividade como mais valia para a educação Millenium Vi seu n 29 jun 2004 p 295312 Disponível em httpwwwipvptmilleniumMillenium2937 pdf Acesso em 2 abr 2020 MASETTO M T Competências pedagógicas do professor universitário São Paulo Sum mus 2003 referências 187 MATEOS M Metacognición y educación Buenos Aires Aique 2001 MEIER M GARCIA S Mediação da Aprendizagem contribuições de Feuerstein e Vygotsky Curitiba Edição do Autor 2007 MENDONÇA J R C de PAIVA K C M de PADILHA M A BARBOSA M A C Competên cias profissionais de professores do Ensino Superior no Brasil proposta de um modelo integrado 2017 p 15 Disponível em httpwwwaforgesorgwpcontentuploads201703 MendoncaJoseetalBrasilpdf Acesso em 2 abr 2020 MESQUITA E Competências do Professor Representações sobre a Formação e a Profissão Lisboa Edições Sílabo 2011 MOREIRA M A Aprendizagem significativa Brasília Editora da UnB 1999 MOREIRA D A org Didática do ensino superior técnicas e tendências São Paulo Ed Pioneira 2000 MORIN E LE MOIGNE A inteligência da complexidade São Paulo Petrópolis 2000a MORIN E Os sete saberes necessários à educação do futuro São Paulo Cortez Brasília UNESCO 2000b NOGUEIRA M de J Exame das funções mentais guia São Paulo LMP 2011 NÓVOA A org Vidas de professores Porto Porto Editora 1992 NÓVOA A Formação de professores e profissão docente In NÓVOA A coord Os professo res e sua formação Lisboa Dom Quixote 1997 ONTORIA A et al Potenciar la capacidade de aprender y pensar Madrid Nancea 2000 ORTEGA R DEL REY R Estratégias educativas para a prevenção da violência Brasília Unesco 2002 PAÍN S Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem Porto Alegre Artes Médicas Sul Ltda 1990 PAÍN S La estructura estética del pensamiento Revista E Psi B A n 8 1998 PELEIAS I R et al Interdisciplinaridade no Ensino Superior análise da percepção de profes sores de controladoria em cursos de Ciências Contábeis na cidade de São Paulo Avaliação Campinas Sorocaba v 16 n 3 p 499532 nov 2011 PERRENOUD P Construindo competências São Paulo Nova Escola 1999 PERRENOUD P Dez novas competências para ensinar Porto Alegre Artmed 2000 PERRENOUD P Ensinar agir na urgência decidir na incerteza Porto Alegre Artmed 2001 referências 188 PIAGET J et al Fazer e Compreender São Paulo Melhoramentos Ed da Universidade de São Paulo 1978 PIMENTA S G ANASTASIOUS G C Docência no Ensino Superior São Paulo Cortez 2002 PINTO J Psicologia da aprendizagem Concepções teorias e processos Lisboa Stória Edi tores 2015 POLICARPO JR J Cultura sentidos da formação humana para o indivíduo e para a sociedade In POLICARPO JUNIOR J org O Pensar o sentir o agir sentidos da formação humana Recife Instituto de Formação Humana 2010 PUTNAM R D Bowling alone Americas declining social capital The Journal of Democracy v 1 n 6 p 6578 RANHEL J Princípios para processos cognitivos Revista TECCOGS v 5 2011 Disponível em httpwww4pucspbrpostiddteccogsartigos2011edicao52principiosparaprocessos cognitivosjoaoranhelpdf Acesso em 13 mar 2020 RICOEUR P O Processo Metafórico como Cognição Imaginação e Sentimento In SACKS S org Da Metáfora São Paulo EDUCPontes 1992 RODRIGUES A ESTEVES M A análise de necessidades na formação de professores Porto Porto Editora 1993 RODRIGUES N Da mistificação da escola à escola necessária Coleção Polêmicas do Nosso Tempo n 24 São Paulo Cortez e Autores Associados 1987 SACRISTÁN J G Poderes instáveis em educação Porto Alegre ARTMED Sul 1999 SALOVEY P Emotional intelligence Imagination cognition and personality v 9 n 3 p 185211 2011 SANFELICE J L Pósmodernidade globalização e educação In LOMBARDI J C org Globa lização pósmodernidade e educação história filosofia e temas transversais Campinas Autores AssociadosHISTEDBR 2003 p 312 SANTOS E S M A miopia sistêmica no atual modelo de ensino centrado no professor In SEMINÁRIO EM ADMINISTRAÇÃO 15 2012 São Paulo Anais São Paulo Uninove 2012 p 114 SANTOS D PRIMI R Desenvolvimento socioemocional e aprendizado escolar uma pro posta de mensuração para apoiar políticas públicas Rio de Janeiro OCDE 2014 SANTOS A Dimensões e desenvolvimento das Competências Gerais da Base Nacional Co mum Curricular 2018 S l BNCC 2918 p 173 Disponível em https3amazonawscom porvirwpcontentuploads20180228185234BNCCCompetenciasProgressaopdf Acesso em 24 mar 2020 referências 189 SANTOS L L de C VIEIRA L M F Agora seu filho entra mais cedo na escola a criança de seis anos no ensino fundamental de nove anos em Minas Gerais Revista Educação e Sociedade Campinas v 27 n 96 p 775796 out 2019 SCHAFF A A sociedade informática As consequências da segunda revolução industrial Trad Carlos Eduardo Jordão Machado e Luiz Arturo Obojes 4 ed São Paulo Editora da Uni versidade Paulista Brasiliense 1996 SELIGMAN M CSIKSZENTMIHALYI M Positive psychology An introduction American Psychologist Washington v 55 n 1 p 514 jan 2000 SILVA A P dos ANDRADE F C B de Autogestão docente de emoções negativas e gestão de conflitos relacionados na sala de aula um olhar à luz da epistemologia walloniana In Reunião Nacional da ANPED 37 2015 Florianópolis 2015 Anais Florianópolis Anped 2015 p 119 Disponível em httpwwwanpedorgbrsitesdefaultfilestrabalhogt204292 pdf Acesso em 24 mar 2020 SILVA M A Análise das competências individuais requeridas pela sociedade do conheci mento um estudo com alunos formandos no ensino médio In VASCONCELOS M C R L de org Gestão estratégica da informação do conhecimento e das competências no ambiente educacional vencendo desafios na busca de novas oportunidades de aprendizado inovação e competitividade Curitiba Juruá Editora 2017 p13 SILVA A C A P Conhecimento Cidadania e Direito do Idoso relatos pósLei nº 107412003 Rev Bras Geriatr Gerontol Rio de Janeiro v 11 n 1 janabr 2008 Disponível em http pesquisabvsaludorgportalresourceptlil495191 Acesso em 6 mar 2020 SOBRINHO J Avaliação como instrumento da formação cidadã e desenvolvimento da so ciedade democrática por uma éticoepistemologia da avaliação In Ristoff D Almeida Júnior VP Avaliação participativa perspectivas e desafios Brasília INEP 2005 SOUZA V L T de PETRONI A P ANDRADA P Cde A afetividade como traço da constitui ção identitária docente o olhar da psicologia Psicol Soc Belo Horizonte v 25 n 3 2013 SOUZA C A As produções acadêmicas sobre afetividade no Curso de pedagogia da Uni versidade Estadual de Maringá 2018 15 f Dissertação Curso de Pedagogia Universidade Estadual de Maringá Maringá 2018 TARDIF M Saberes docentes e formação profissional Petrópolis Vozes 2002 TARDIF M LESSARD C O trabalho docente Elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas Trad João Batista Kreuch 6 Ed Petrópolis Vozes 2011 THONG T A evolução psicológica da criança Trad Ana Maria Bessa Lisboa Edições 70 1981 referências 190 THONG T Prefácio In WALLON H A criança turbulenta estudo sobre os retardamentos e as anomalias do desenvolvimento motor e mental Trad Gentil Avelino Titton Petrópolis Vozes 2007 p 939 TORRES R M Melhorar a qualidade da educação básica As estratégias do Banco Mundial In DE TOMMASI L WARDE M J HADDAD S org O Banco Mundial e as Políticas Educacio nais 3 ed São Paulo Cortez 2000 TOZETTO S S BULATY A A história da formação de professores frente aos saberes e ao trabalho docente In RAIMAN A A graduação e a formação de professores elementos im plicadores da formação Jundiaí Pacto Editorial 2016 TOUGH P Uma questão de caráter por que a curiosidade e a determinação podem ser mais importantes que a inteligência para uma educação de sucesso Rio de Janeiro Intrínseca 2011 UNESCO Repensar a Educação rumo a um bem comum mundial Paris UNESCO 2016 UNESCO Educação para o século XXI Paris Unesco 1993 VAN DER VEER R VALSINER J Vygotsky uma síntese São Paulo Edições Loyola 1999 VEIGA S AM A aprendizagem estratégica uma aposta na autorregulação Lisboa Desen volvimento Curricular Ministério da Educação 2004 VYGOSTSKY L S A Formação Social da Mente 5 ed São Paulo Martins Fontes 1998 WATSON J Behaviorism New York Norton 1925 WALLON H Psicologia da Educação e da Infância Lisboa Editorial Estampa 1975 WALLON H A evolução psicológica da criança Trad Ana Maria Bessa Lisboa Edições 70 1981 Última edição publicada em 2007 WILLEMSENS B Competências socioemocionais efeitos do contexto escolar da religiosida de e mediação sobre o desempenho acadêmico 2016 120 f Tese Administração de Organi zações Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Ribeirão Preto USP 2016 referências 191 REFERÊNCIAS ON LINE 1 Em httpwwwhelioteixeiraorgcienciasdaaprendizagemoqueemetacognicao Acesso em 11 mar 2020 2 Emhttpsperiodicosufscbrindexphpfisicaarticleview217579412012v29 n3p110823612 Acesso em 12 mar 2020 3 Em httpswwwpanrotascombrnoticiaturismomercado201108oturismoestasuca teadodizjulioserson70047html Acesso em 17 mar 2020 4 Em httpseducador360comgestaojogosderaciocinioparacriancas Acesso em 17 mar 2020 5 Em httpopnorte1blogspotcom201205ojogoeodesenvolvimentodashtml Acesso em 17 mar 2020 6 Em httpwwwhistedbrfeunicampbrrevistaedicoes22edoc222epdf Acesso em 24 mar 2020 7 Em httpbasenacionalcomummecgovbrabase Acesso em 24 mar 2020 8 Em httpsdesafiosdaeducacaogrupoacombranalisedecompetenciasnabncc Acesso em 24 mar 2020 9 Em httpsdesafiosdaeducacaogrupoacombranalisedecompetenciasnabncc Acesso em 24 mar 2020 gabarito 192 UNIDADE 1 1 A 2 D 3 E 4 D 5 A cidadania global é uma maneira de preparar os alunos e alunas para os de safios do século 21 ela tem ganhado espaço significativo já que permite que aos cidadãos sentiremse pertencentes a uma comunidade mais ampla que está para além das fronteiras nacionais enfatiza a necessidade de desenvolver que os cidadãos e cidadãs sejam indi víduos que pensam e agem para que possamos ter um mundo mais justo e sustentável UNIDADE 2 1 A 2 B 3 A 4 A metacognição tem papel funda mental para contribuir no processo de aprendizagem pois é a partir do con teúdo que é ensinado que o aluno pas sa a realizar soluções de problemas de maneira que ele saiba a respeito de seu conhecimento declarativo 5 B UNIDADE 3 1 A 2 C 3 A 4 A psicologia da educação é extrema mente importante para o processo de ensinoaprendizagem pois a educação é um fenômeno complexo e tem gran de impacto no desenvolvimento do ho mem envolvendo a totalidade do ser social e as práticas educativas em que nos encontramos imersos 5 D UNIDADE 4 1 C 2 B 3 A 4 Para o desenvolvimento de práticas pedagógicas é necessário ter conhe cimento que esteja para além das dis ciplinas da graduação é necessário desenvolver saberes práticos que pos sam ser renovados a cada dia resolver problemas de maneira independente tornandose flexível em situações con flituosas 5 E gabarito 193 UNIDADE 5 1 B 2 D 3 E 4 Sim um currículo direcionado para a formação de professores licenciados é uma das principais preocupações do Ministério da Educação a fim de aten der às necessidades do século XXI A inserção de competências e habilida des na formação permitirá ao futuro profissional da educação lidar com as mudanças concernentes ao mundo do trabalho e da cidadania 5 C anotações anotações anotações anotações anotações anotações anotações