·
Educação Física ·
Educação Física
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
13
Treinamento Físico: Considerações Práticas e Científicas
Educação Física
UNICID
26
Estrutura e Planificação do Treinamento Desportivo
Educação Física
UNICID
1
Orientação de Estágio
Educação Física
UNICID
12
Revisão Crítica sobre Treino de Flexibilidade Muscular e Amplitude de Movimento
Educação Física
UNICID
1
Horas Complementares
Educação Física
UNICID
22
Projeto de Pesquisa
Educação Física
UNICID
5
Relatorio Final de Estagio Supervisionado Cultura e Lazer
Educação Física
UNICID
62
Introdução à Transferência de Energia e Primeira Lei da Termodinâmica
Educação Física
UNICID
10
Prova Fisiologia do Exercicio - Fibras Musculares e Metabolismo Energetico
Educação Física
UNICID
36
Capítulo 5: Potenciais de Membrana e Potenciais de Ação
Educação Física
UNICID
Preview text
PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA II PROVA ESPECÍFICA 2 A1 VALOR 50 DATA DE ENTREGA 23 de MAIO Leia o texto e responda à pergunta relacionada A O conhecimento pode ser gerado a partir da associação de processos distintos porém relacionados Entretanto a divulgação do conhecimento gerado é fundamental e ocorre por meio de diferentes instrumentos entre eles a publicação de artigos em revistas científicas especializadas em determinados temas Considerando os artigos disponíveis na área de conteúdo da tutoria Rev Bras Educ Fís Esporte 312 373 a 83 2017 Rev Bras Presc Fisiol Ex 1169 676 a 683 2017 Rev Bras Educ Fís Esporte 25 5365 2011 responda 1 Quais são os temas tratados por cada um dos artigos 2 No que se refere ao procedimento de pesquisa adotado como os artigos podem ser classificados 3 Explique resumidamente o aspecto metodológico presente em um dos artigos Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 53 Treinamento físico considerações práticas e científi cas Introdução Treinamento físico considerações práticas e científi cas Hamilton ROSCHEL Valmor TRICOLI Carlos UGRINOWITSCH Escola de Educa ção Física e Esporte Universidade de São Paulo Resumo O treinamento físico é uma importante área de atuação profi ssional da Educação Física e do Esporte Ela tem por objetivo precípuo a melhoria do desempenho físicoesportivo através da aplicação de um processo organizado e sistemático composto por exercícios físicos Nos últimos anos os progressos tecnológicos e nos métodos de investigação científi ca nas diferentes subáreas relacionadas ao treinamento físico trouxeram um avanço signifi cativo na obtenção deste objetivo Neste artigo será discutido do ponto de vista acadêmicocientífi co e também da prática profi ssional o estado da arte do conhecimento associado à avaliação do treinamento ao controle da carga de treinamento aos modelos de organização da carga de treinamento e ao desenvolvimento das capacidades motoras Esperamos que ao fi nal o leitor possa ter um bom entendimento destes diferentes componentes como eles contribuem para a modifi cação do desempenho motor e como aplicálos para a elaboração implementação avaliação e reformulação de programas de treinamento físico UNITERMOS Treinamento físico Desempenho esportivo Atuação profi ssional O entendimento do termo treinamento é sem dúvida bastante amplo tendo sido empregado nas mais variadas áreas científi cas e profi ssionais Treina mento é caracterizado como um processo repetitivo e sistemático composto de exercícios progressivos que visam o aperfeiçoamento do desempenho Neste sentido o treinamento físico pode ser compreendi do como um processo organizado e sistemático de aperfeiçoamento físico nos seus aspectos morfoló gicos e funcionais impactando diretamente sobre a capacidade de execução de tarefas que envolvam demandas motoras sejam elas esportivas ou não BARBANTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2004 As origens das bases teóricas do treinamento físico não são recentes Grandes pensadores da antiguidade já propunham teorias acerca do treinamento em seus trabalhos Galeno de Pérgamo século segundo dC já ensaiava sobre conceitos que se assemelham ao que se entende atualmente por periodização No seu tratado Preservação da Saúde ele discorre sobre sequências de treinamento para o desenvolvimento específi co da força rápida passando pelo uso de exercícios que priorizavam a força em detrimento da velocidade culminando com o uso de exercícios intensos que combinavam as duas capacidades motoras Já Filóstrato o Atenienese pro punha também no século segundo dC um período preparatório para as competições Olímpicas inclusive com a sugestão de um período destinado à preparação específi ca em um centro de treinamento um mês antes da competição GARDINER 1930 ISSURIN 2010 Embora os exemplos acima ilustrem uma preocupa ção já bastante antiga com o treinamento físico voltado para o desempenho não foi até poucas décadas atrás que a ciência do esporte realmente experimentou um avanço signifi cativo no seu corpo de conhecimento A ciência do esporte pode ser entendida como uma área multidisciplinar preocupada com a compreensão e aperfeiçoamento do desempenho físicoesportivo humano BISHOP 2008 Ainda segundo o autor a ciência do esporte pode ser vista como o processo cien tífi co usado para guiar a prática esportiva e em última análise melhorar o desempenho físico Neste sentido a ciência do esporte tem cada vez mais contribuído para o aperfeiçoamento dos programas de treinamento físicoesportivo através principalmente de um aumento na qualidade do treinamento proposto Áreas de atuação e investigação em Educação Física e Esporte 54 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Assim podemos didaticamente dividir os estudos relacionados ao treinamento físicoesportivo em quatro grandes áreas 1 avaliação do treinamento 2 controle do treinamento 3 modelos de organização da carga de treinamento e 4 desenvolvimento das capacidades motoras Entender a importância de cada uma dessas áreas para a maximização do rendimento físicoesportivo é fundamental para o profi ssional pois as exigências do esporte moderno tanto em relação às cargas de treinamento quanto ao número de competi ções por temporada faz com que os atletas estejam mais predispostos a lesões e estados de sobretreinamento nos quais o rendimento esportivo é negativamente afetado O objetivo desse ensaio é portanto apresentar uma breve discussão sobre o estado da arte no que concerne ao conhecimento em cada uma destas áreas ligadas ao treinamento físicoesportivo e suas aplicações práticas Desenvolvimento Avaliação do treinamento O desempenho físico é considerado parte integral do esporte e sua avaliação constitui um aspecto fundamental na análise da efi cácia dos processos de treinamento empregados ao longo de uma tempo rada KISS BÖHME 2003 Contudo para que a avaliação seja efetiva é necessário que os aspectos mais importantes para o rendimento físicoesportivo em uma determinada modalidade esportiva sejam investigados É ampla mente aceito que na vasta maioria das modalidades esportivas não há uma única capacidade motora que caracterize a modalidade mas sim um conjunto de capacidades que é determinante para um elevado rendimento esportivo Quanto mais complexa for a estrutura da atividade esportiva ex corrida de 100 m vs basquetebol mais importante é a interação entre as capacidades motoras Por isso a avaliação deve compreender o diagnóstico de todas as capacidades envolvidas na modalidade esportiva alvo e se possível em condições que simulem a prática da atividade CURRELL JEUKENDRUP 2008 Desta forma mui tas pesquisas têm se dedicado ao desenvolvimento de métodos que permitam identifi car as capacidades motoras envolvidas em diversas modalidades espor tivas Além dos métodos mais usuais encontrados na literatura uma contribuição muito grande vem sendo dada por sistemas de vídeo os quais têm sido utili zados para descrever as atividades motoras realizadas durante as competições esportivas de modalidades como o futebol o basquetebol e o voleibol BEN AB DELKRIM CASTAGNA EL FAZAA EL ATI 2010 MOHR KRUSTRUP ANDERSSON KIRKENDAL BANGSBO 2008 SHEPPARD GABBETT STANGANELLI 2009 Adicionalmente grande atenção tem sido dada à elaboração de testes que sejam válidos ie o protocolo assemelhese o tanto quanto possível ao desempenho esportivo que está sendo simulado tenham uma elevada reprodutibilidade ie os resultados são consistentes ao longo do tempo e sejam sensíveis para detectar mesmo pequenas alterações no desempenho provocadas pelo processo de treinamento CURRELL JEUKENDRUP 2008 HOPKINS 2000 A avaliação da força motora por exemplo tem sido amplamente utilizada tanto para inferências sobre o desempenho esportivo quanto para a obten ção de parâmetros para a prescrição do treinamento Em relação ao desempenho esportivo podemos citar estudos que identifi caram o tempo a magnitude e a direção da força aplicada nas diversas fases da corri da de velocidade MERO KOMI GREGOR 1992 Foram também investigadas as forças produzidas na decolagem do fl icfl ac e do salto mortal PAYNE BARKER 1975 além do giro gigante nas argolas e na ginástica olímpica NISSINEN 1983 No tocante à prescrição do treinamento o teste de força dinâmica máxima 1 RM ilustra bem o avanço tecnológico na avaliação do treinamento Embora este teste não seja específi co à grande maioria das modalidades esportivas ele pode ser usado para avaliar o perfi l inicial de um determinado atleta antes do início do programa de treinamento fornecendo parâmetros para a prescrição do treino de força deste atleta e posteriormente verifi cando a efi cácia do programa elaborado Os dinamômetros isocinéticos também são amplamente utilizados para a avaliação da força PARCELL SAWYER TRICOLI CHINEVERE 2002 Tais equipamentos apresentam elevada reprodutibilidade entre avaliações além de fornecerem estimativas do torque do trabalho e da potência produzidos na ta refa motora UGRINOWITSCH BARBANTI GONÇALVES PERES 2000 Contudo eles têm uma limitação muito grande já que normalmente só utilizam mo vimentos monoarticulares e com uma velocidade de movimento constante ABERNETHY WILSON Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 55 Treinamento físico considerações práticas e científi cas LOGAN 1995 Células de carga também têm sido utilizadas para avaliar a força muscular máxima em condições isométricas ie em que não há movi mento externo aparente Uma informação muito interessante obtida nos testes isométricos balísticos nos quais a força é produzida o mais rapidamente possível é a determinação da taxa de desenvolvimen to de força TDF RICARD UGRINOWITSCH PARCELL HILTON RUBLEY SAWYER POOLE 2005 A TDF é considerada uma variável importante para o desem penho físicoesportivo já que indica a capacidade do indivíduo aplicar força o mais rapidamente possível contra uma determinada resistência Variações do salto vertical em semiagachamento com contramovimento e em profundidade são comumente empregadas em avaliações indiretas da potência muscular de membros inferiores Esta é normalmente inferida pela altura do salto ou seja quanto maior a altura maior a produção de potência Porém os avanços tecnológicos permi tem hoje avaliações mais completas contemplando outras variáveis de interesse para a compreensão do desempenho Por exemplo o uso de plataformas de força permite avaliar tanto o efeito de diferentes históricos de treinamento quanto de modelos de treinamento na mecânica externa do salto vertical a fi m de selecionar os meios e métodos de treinamento mais efi cientes para aumentar a potência de acordo com as características da modalidade esportiva em questão UGRINOWITSCH TRICOLI RODACKI BATIS TA RICARD 2007 Já a combinação dos dados provenientes de plataformas de força e de fi lmagens permite quantifi car através de modelos matemáticos as forças internas que incidem sobre o aparelho loco motor durante o movimento a velocidade angular das articulações envolvidas no salto a velocidade no instante da decolagem e a sincronia dos movimentos articulares entre outros parâmetros de interesse Além das técnicas descritas potenciômetros li neares têm sido conectados a barras de aparelhos de musculação como o Smith machine para identi fi car a produção de potência em exercícios como o agachamento e o supino Através das mudanças de posição da barra no tempo e da magnitude da carga deslocada é possível calcular a produção de potência durante os exercícios BOSCO BELLI ASTRUA TIHANYI POZZO KELLIS TSARPELA FOTI MANNO TRAN QUILLI 1995 Esses cálculos permitem determinar o efeito e as características de diferentes modelos de treinamento na produção de potência LAMAS BA TISTA FONSECA PIVETTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2010 LAMAS DREZNER TRICOLI UGRINOWISTCH 2008 e a zona de treinamento na qual a produção de potência é maximizada TOJI SUEI KANEKO 1997 A avaliação das demais capacidades motoras também se benefi ciou dos avanços tecnológicos A avaliação da fl exibilidade comumente realizada de forma inespecífi ca através do teste de sentar e alcançar pode hoje ser feita em todas as articulações e eixos de movimento com o uso de fl exímetros bem como em condições muito mais próximas da especifi cidade inerente ao gesto esportivo com o uso de eletrogoniômetros multiaxiais ie medem a amplitude de movimento em mais de uma direção telemétricos e de dimensões reduzidas httpwww pennyandgilescom O mesmo podese dizer da capacidade e potência aeróbia O desenvolvimento de sistemas de análise de gases portáteis com telemetria tem possibilitado a avaliação do consumo de oxigênio em condições mais próximas da prática da modalidade esportiva como nas provas de atletismo e em jogos coletivos entre outros Já a potência anaeróbia tem sido inferida a partir da mensuração do trabalho máximo realizado em um de terminado tempo Como as medidas de trabalho têm sido alvos de avanços tecnológicos as inferências sobre a potência anaeróbia têm se benefi ciado deste fato O uso de técnicas como as de biópsias musculares e de biologia molecular também pode ser destacado como um avanço tecnológico importante no estu do das adaptações agudas e crônicas aos diferentes modelos de treinamento É possível por exemplo avaliar qual modelo de treinamento é mais efetivo para promover adaptações relacionadas ao funcio namento do metabolismo aeróbio eg biogênese mitocondrial vascularização mudança no fenótipo da fi bra muscular Embora estes modelos de ava liação não façam nenhuma mensuração direta sobre o desempenho físicoesportivo os dados oriundos destas podem em última análise serem usados a favor da melhora do desempenho a partir da resposta fi siológica produzida pelos mesmos Podese ainda avaliar como diferentes modelos de treinamento de força afetam a atividade dos processos intracelulares que desencadeiam alterações morfológicas como a hipertrofi a muscular ROSCHEL UGRINOWISTCH BARROSO BATISTA SOUZA AOKI SIQUEIRAFILHO ZA NUTO CARVALHO NEVES MELLO TRICOLI 2011 permitindo assim detectar os melhores modelos de treinamento para aumento da massa muscular Outro aspecto fundamental da avaliação no esporte diz respeito à avaliação do jogo As modalidades esportivas coletivas apresentam na sua maioria mudanças de situação frequentes impondo um 56 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C alto grau de imprevisibilidade Essa característica onde os comportamentos e ações estão sujeitas a aleatoriedade e variabilidade exige do praticante uma grande capacidade de adaptação o que implica que o desempenho depende amplamente da capacidade de tomada de decisão enfatizando a importância do componente tático Neste sentido a análise de jogo apresenta vantagens importantes para o processo de treinamento caracterizados por exemplo 1 pelo rápido fornecimento de informações para uma análise em tempo real que permite a tomada de decisões durante o jogo 2 pela criação de uma base de dados de caracterização das ações táticas de ataque e defesa dos adversários que norteiam processos de treinamento específi cos e 3 pela a análise tática e técnica individuais e de grupo permitindo intervenções sobre a estratégia de uma determinada equipe CASTRO MESQUITA 2008 LAMAS ROSE JUNIOR SANTANA ROSTAISER NEGRETTI UGRINOWITSCH 2011 Vários sistemas informatizados específi cos para esta análises podem ser encontrados atualmente o que tem facilitado amplamente o uso tanto de análises técnicas httpwwwdartfishcomen softwareindexhtm quanto táticas no fornecimento de feedback em tempo real na competição como também na orientação do treinamento de diferentes modalidades esportivas Com essa tecnologia de avaliação é possível avaliar desde indicadores de desempenho como o número de ataques certos realizados com um golpe específi co no caratê ou no tênis de mesa ou o número de fi nalizações de uma determinada região da quadra de uma equipe de basquetebol até os padrões táticos ofensivos e defensivos adotados por equipes de modalidades de invasão como o futebol futsal e handebol limitação quando se pretende estabelecer uma relação entre o treinamento prescrito o que isso representa para o atleta em termos de demanda fi siológica e as mudanças no desempenho decorrentes do processo de treinamento LAMBERT BORRESEN 2010 Frente a isso tanto os técnicos e preparadores físicos quanto os cientistas têm buscado determinar parâmetros que sejam capazes de controlar a carga de treinamento imposta aos atletas Inicialmente o controle da carga de treinamento era feito apenas através do controle da chamada carga externa Parâmetros como o volume total número de repetições x sobrecarga utilizada quilômetros percorridos e número de tiros realizados trabalho realizado força produzida x distância percorrida ou o tempo sobtensão entre outros eram os únicos indicadores considerados no controle do treinamento MCBRIDE MCCAULLEY CORMIE NUZZO CAVILL TRIPLETT 2009 Contudo esse modelo não consegue representar a repercussão mecânica e fi siológica que uma determinada carga de treinamento impõe sobre o organismo O problema da quantifi cação adequada da carga de treinamento se estende além do campo prático Nas pesquisas em esporte um método mais válido e confi ável de avaliação da carga de treinamento é de extrema importância nas investigações acerca da efi cácia de um determinado modelo de treinamento e da relação entre carga de treino e desempenho BISHOP 2008 BORRESEN LAMBERT 2009 Dentre os parâmetros fi siológicos de mensuração da carga interna de treinamento podemos destacar a avaliação do consumo de oxigênio VO2 a qual tem sua validade e reprodutibilidade demonstradas em laboratório Contudo a sua aplicação em campo durante as competições ou até mesmo treinamentos é pouco prática ou até não factível limitando o seu uso nessas condições Além disso o uso da avaliação do VO2 não é adequado em atividades intermitentes ou em exercícios supramáximos A concentração sanguí nea de lactato também tem sido utilizada como um marcador da intensidade do treinamento Entretanto este método é infl uenciado por vários fatores como a dieta o tipo de exercício utilizado no treinamento e o estado de treinamento do indivíduo Assim ambos os métodos embora tenham sua validade e utilidade no ambiente laboratorial são pouco adequados para o monitoramento em campo da carga de treinamento Métodos mais simples como os questionários e diáriosrecordatórios de treino têm sido usado como um método bastante prático de monitoramento da carga de treino Contudo estes métodos apresentam baixa reprodutibilidade e validade concorrente se com parados aos métodos laboratoriais SHEPHARD 2003 Controle do treinamento O processo de treinamento pode ser simplifi cado em uma relação entre dose e resposta LAMBERT BORRESEN 2010 Nesta perspectiva a resposta estaria associada à mudança no desempenho ou a alteração de algum parâmetro fi siológico decorrente de uma determinada dose de treinamento a qual pode ser defi nida como o estresse fi siológico imposto ao corpo do atleta por uma determinada carga de treinamento Esta tem sido comumente chamada de carga interna de treinamento Até muito recentemente a prescrição do treinamento era feita de maneira muito intuitiva fazendo com que a experiência do treinador fosse determinante para o sucesso do atleta BORRESEN LAMBERT 2009 Isso certamente representa uma Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 57 Treinamento físico considerações práticas e científi cas A frequência cardíaca FC também tem sido utilizada como parâmetro de carga interna dada a proposição de uma relação linear entre esta e a taxa de incremento de trabalho Como a FC varia de acordo com a idade e o estado de treinamento entre outros fatores a FC de reserva é mais utilizada para prescrição da intensidade do treinamento FCreserva FCmax FCrepouso Contudo apesar de ela poder ser mensurada de forma acurada durante o exercício através de monitores de FC ela não é um bom indicador para atividades intermitentes nas quais a relação linear entre trabalho e FC deixa de ocorrer afetando assim a sua efi cácia como marcador do estresse fi siológico imposto pelo exercício A percepção subjetiva do esforço PSE é uma forma alternativa de quantifi cação da carga interna do treinamento Esta é baseada na assunção de que o atleta tem uma capacidade inerente de perceber o es forço ao qual seu corpo está sendo submetido e ajus tar a intensidade do mesmo baseado nessa percepção Contudo a correlação entre PSE e parâmetros como a FC por exemplo parece ser razoável apenas em exercícios realizados em intensidade constante e em um estado de equilíbrio fi siológico limitando sua aplicação em outras formas de exercício Apesar dos avanços obtidos no controle da carga de treinamento através da utilização da FC e da PSE esses indicadores ainda parecem inefi cientes em determinar a carga de uma sessão de treinamento Determinar o efeito de uma sessão de exercícios no organismo é extremamente importante pois há que ser considerado que atletas treinam vários dias na se mana e muitas vezes mais de uma vez por dia Caso um atleta tenha sessões sucessivas de treinamento que produzam um estresse excessivo isso fará com que ele esteja mais susceptível a lesões A partir desta limitação a PSE da sessão de treino foi proposta por FOSTER DAINES HECTOR SNYDER WELSH 1996 FOSTER FLORHAUG FRANKLIN GOTTSCHALL HRO VATIN PARKER DOLESHAL DODGE 2001 Neste caso a PSE é um refl exo não só do estresse fi siológico ao qual o sujeito foi submetido mas também da duração deste esforço sendo calculada pela multi plicação da PSE 110 pela duração em minutos da sessão de treino Embora este modelo apresente uma melhor correlação com outros marcadores de carga interna ele ainda tem suas limitações em especial quando utilizado no treinamento de força Apesar do exposto um estudo recente demonstrou que a PSE determinada pelos técnicos era similar àquela determinada pelos atletas evidenciando que técnicos experientes conseguem ter uma boa ideia da carga de treino WALLACE SLATTERY COUTTS 2009 Por outro lado nas modalidades esportivas que en volvam contato físico intenso os danos musculares resultantes deste contato podem infl uenciar a PSE criando um viés na avaliação TAKARADA 2003 Outras formas de avaliação da carga de trei namento têm sido propostas Alguns marcadores bioquímicos têm sido usados na tentativa de deter minar o estresse produzido por uma determinada carga de treinamento De fato podese encontrar estudos com treinamento de força por exemplo que têm demonstrado que a intensidade do exer cício infl uência a secreção de cortisol KRAEMER HAKKINEN NEWTON NINDL VOLEK MCCORMICK GOTSHALK GORDON FLECK CAMPBELL PUTUKIAN EVANS 1999 MULLIGAN FLECK GORDON KOZIRIS TRIPLETTMCBRIDE KRAEMER 1996 Ainda a secreção de cortisol parece ser sensível a variações na carga de treinamento de força em jogadoras de basquete de nível internacional NUNES CREWTHER UGRINOWITSCH TRICOLI VIVEIROS DE ROSE JUNIOR AOKI 2011 Contudo outros estudos mostram que ao variarmos tanto a intensidade quanto o volu me de treinamento nenhuma resposta hormonal é verifi cada HOUGH PAPACOSTA WRAITH GLEESON 2011 ROSCHEL BARROSO BATISTA UGRINOWITSCH TRICOLI ARSATI LIMAARSATI ARAUJO MOREIRA 2011 SMILIOS PILIANIDIS KARAMOUZIS TOKMAKI DIS 2003 Estas discrepâncias entre os estudos têm revelado que a variação hormonal frente ao exercício é multifatorial sendo infl uenciada pela hora do dia estado alimentar e tempo de coleta após o exercício Alternativamente a avaliação da imunoglobulina A IgA tem sido utilizada como ferramenta na avalia ção da carga interna de treinamento A IgA parece responder à intensidade do exercício sendo um im portante marcador da função imunológica do atleta estando associada com a incidência de infecções do trato respiratório superior AHTIAINEN PAKARINEN ALEN KRAEMER HAKKINEN 2005 NIEMAN 1994 Atualmente não há uma forma de quantifi cação acurada que permita a prescrição de um padrão duração e intensidade do treinamento necessária para induzir adaptações fi siológicas específi cas Somado a isto está o fato que os indivíduos parecem se adaptar de maneiras distintas a um mesmo estímulo de treino Adicionalmente as técnicas de monitoramento não têm se preocupado no acompanhamento da forma esportiva ao longo do programa de treinamento Por outro lado o esporte atual não permite a obtenção da forma esportiva pois os atletas têm que manter um elevado rendimento esportivo submáximo 58 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C mas ótimo por longos períodos de tempo fazendo com que as técnicas que monitoram estados de overreaching e overtraining ganhem importância Finalmente as diferentes técnicas deveriam progredir para que o monitoramento do treinamento deixasse de ser apenas físico e entrasse no campo técnico tático e psicológico Modelos de organização da carga de treinamento entre os modelos tradicionais e os contemporâneos de periodização do treinamento sendo que parece não haver diferenças substanciais no rendimento entre eles MOREIRA 2006 Outros modelos de periodização vêm sendo propostos nas últimas décadas FORTEZA 2006 NAVARRO 1998 Porém da mesma forma que com os modelos de Matveev e Verkhoshansky a imple mentação de modelos de pesquisa que comparem esses modelos é muito difícil já que há a necessidade de se utilizar atletas com bom nível competitivo e que possam treinar de diferentes formas dentro do mesmo período de tempo o que nem sempre é possível no cenário científi co Estas diferentes formas de organização do trei namento parecem afetar também o desempenho de força máxima e de potência muscular Alguns achados preliminares citação de dados não pu blicados indicam que mais importante do que a periodização do treinamento é a correta seleção do seu conteúdo ie exercícios e capacidades motoras a serem trabalhadas pois diferentes modelos de organização produziram ganhos de força potência e velocidade semelhantes De maneira mais simplificada a organização temporal do treinamento de força é mais facilmente implementada e já foi testada em alguns estudos O interesse pela organização do treinamento da força é justifi cado pela importância que essa capacidade tem para um elevado rendimento esportivo LAMAS et al 2010 TRICOLI LAMAS CARNEVALE UGRINOWITSCH 2005 Três modelos básicos de organização das cargas de treinamento de força são reportados na literatura Esses modelos são chamados de nãoperiodizados periodizados lineares e periodizados nãolineares Nos modelos nãoperiodizados não há variações no volume e na intensidade relativa de 1 RM dos exercícios nos modelos periodizados lineares há uma diminuição do volume e um aumento da intensidade ao longo do período de treinamento e nos modelos periodizados nãolineares há variações semanais ou diárias na carga de treinamento A comparação entre esses modelos tem trazido resultados bastante controversos pois a maioria dos estudos verifi cou apenas os ganhos de força desconsiderando as adaptações neurais e morfoló gicas decorrentes do processo de treinamento Uma metaanálise indicou que o modelo não linear parece ser mais efi ciente que os modelos não periodizado e periodizado linear RHEA 2004 Vale ressaltar que os estudos dedicados a ava liação de diferentes modelos de periodização do A partir da década de 50 do século passado os modelos de organização da carga de treinamento começaram a ganhar muita popularidade O sucesso dos atletas da antiga União Soviética foi por muitos anos o cartão de visita da teoria da periodização do treinamento esportivo MATVEEV 2001 A periodização preconizava que os atletas deveriam ter longos períodos de preparação ie entre três e oito meses antes de participarem das competições alvo Ainda dois terços do tempo do chamado período preparatório deveriam ser dedicados a exercícios de preparação geral com baixo nível de especifi cidade Os Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 trouxeram uma importante alteração na organização dos programas de treinamento A guerra fria estava no seu auge e tinha como objetivo implícito o embate entre os sistemas políticos dominantes na época Capitalismo e o Socialismo Para que a União Soviética sobrepusesse os seus adversários o Prof Yuri Verkhoshansky desenvolveu um novo modelo de periodização chamado de treinamento em blocos VERKHOSHANSKY 1986 A grande evolução desse sistema em relação à periodização de Matveev foi a utilização de parâmetros biológicos para orientar o treinamento dos atletas O seu sistema preconizava a ocorrência do overreaching no bloco inicial do treinamento A queda de rendimento decorrente deste processo deveria ser recuperada nos blocos posteriores Na verdade o Prof Verkhoshansky preconizava que quanto maior a queda de rendimento no bloco inicial maior seria a elevação posterior do desempenho Apesar da escassez de evidência científi ca na aplicação deste tipo de periodização as contribuições do Prof Verkhoshansky à teoria do treinamento foram muito importantes Deve ser lembrado que muitos dos primeiros modelos de periodização do treinamento reque riam um período preparatório longo Assim para a aplicação no esporte moderno eles necessitam de adaptações para se adequarem ao elevado número de competições ao longo do ano Além disso há muito poucos estudos dedicados à comparação Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 59 Treinamento físico considerações práticas e científi cas treinamento precisam ser expandidos também na dimensão da preparação física Sabese que o de senvolvimento simultâneo das capacidades motoras força e resistência dentro de um mesmo período de treinamento pode prejudicar as adaptações produ zidas na força e na potência musculares DE SOUZA ROSA PIRES WILSON FRANCHINI TRICOLI UGRI NOWITSCH 2011 DE SOUZA TRICOLI FRANCHINI PAULO REGAZZINI UGRINOWITSCH 2007 Ainda a realização de exercícios de fl exibilidade estática antes de exercícios de força BACURAU MONTEIRO UGRINOWITSCH TRICOLI CABRAL AOKI 2009 e resistência aeróbia WILSON HORNBUCKLE KIM UGRINOWITSCH LEE ZOURDOS SOMMER PANTON 2010 parece afetar a capacidade de produção de for ça e a economia de corrida respectivamente Como o rendimento esportivo de inúmeras modalidades esportivas depende do treinamento de diversas ca pacidades motoras dentro de um mesmo período de treinamento os pesquisadores deveriam investigar os efeitos da interação do desenvolvimentotreina mento de diversas capacidades motoras de maneira simultânea no desempenho esportivo Além disso pouco se sabe a respeito dos efeitos da periodização e do treinamento simultâneo de diferentes capacida des motoras em componentes mais determinantes do rendimento esportivo como o técnico e o tático estímulo no treinamento de fl exibilidade estática o tempo total que o músculo permanece alongado parece ser mais importante que a duração de cada série seis séries de 10 segundos vs duas séries de 30 segundos CIPRIANI ABEL PIRRWITZ 2003 Na comparação entre o método estático ativo ie rea lizado pelo próprio executante estático passivo ie com auxílio externo e combinado os pesquisadores demonstraram que o método estático realizado por um ajudante externo foi mais efi ciente em aumentar a fl exibilidade dos fl exores do joelho DAVIS ASHBY MCCALE MCQUAIN WINE 2005 Porém outros pesquisadores não tem encontrado diferenças entre os métodos estático e combinado em estudos crôni cos com seis semanas de treinamento YUKTASIR KAYA 2009 De maneira interessante outro grupo de autores demonstrou que o tempo de contração dos músculos agonistas parece ser importante para os ganhos em fl exibilidade ao se utilizar o método alongacontrairelaxa de maneira crônica ROWLANDS MARGINSON LEE 2003 Os autores observaram que o grupo que manteve a contração muscular por 10 segundos teve maiores ganhos do que o grupo que a manteve por cinco segundos Os estudos que não encontraram uma maior efi ciência do método alonga contrairelaxa utilizaram contrações dos agonistas de cinco segundos indicando que esse pode ter sido um fator que limitou os ganhos de fl exibilidade THA CKER GILCHRIST STROUP KIMSEY JUNIOR 2004 Entre os meios de treinamento para o desenvol vimento da velocidade podemos salientar o uso de corridas rápidas e curtas corridas curtas em subidas corridas com tração ou com colete de sobrecarga exercícios pliométricos saltos com sobrecarga overspeed entre outros WEINECK 1999 ZAKHA ROV GOMES 2003 Em diferentes níveis estes métodos têm se mostrado efetivos para o desen volvimento da velocidade De fato demonstrouse recentemente que o uso de treinamento pliométrico associado ao treino específi co de tênis melhorou a velocidade de deslocamentos laterais e deslocamen tos para frente e para trás em distâncias curtas 4 m na aceleração em movimentos laterais para a rebatida no tênis e na altura de salto em tenistas jovens do sexo masculino SALONIKIDIS ZAFEIRIDIS 2008 A força muscular é outra capacidade de grande importância para uma vasta gama de modalidades esportivas merecendo grande atenção nos progra mas de treinamento A força máxima é decisiva por exemplo em modalidades como o levantamento de peso o arremesso no atletismo os saltos a corrida de velocidade em algumas modalidades de luta e Desenvolvimento das capacidades motoras O desenvolvimento das capacidades motoras de forma isolada é um tema muito abordado na lite ratura do treinamento Vários estudos têm tentado identifi car os métodos e os meios de treinamento mais apropriados para a maximização do desempe nho para as diversas capacidades motoras Contudo esse tema é bastante amplo e controverso já que a resposta de um atleta a um determinado método de treinamento depende de um conjunto de fatores como a experiência ie tempo de treinamento a modalidade esportiva em questão os métodos de treinamento utilizados anteriormente entre outros Foge do escopo do presente manuscrito a discussão exaustiva de tais tópicos Forneceremos portanto apenas alguns exemplos do que tem sido feito no âmbito científi co acerca desta temática Os métodos de treinamento da flexibilidade podem ser genericamente divididos em três tipos estático dinâmico e combinados eg alongamento contraçãorelaxamento Vários estudos têm relatado que esses três métodos são efi cientes em aumentar o grau de fl exibilidade Em relação à duração do 60 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C na ginástica artística Já a força rápida ou potência é ainda mais abrangente sendo de fundamental importância para as modalidades esportivas cole tivas nas modalidades de velocidade na natação e no atletismo nas modalidades de luta enquanto a resistência de força se faz importante em algumas modalidades como o ciclismo o ski crosscountry etc PLATONOV 2008 O desenvolvimento destas diferentes manifesta ções da força pode ser atingido através do treina mento específi co com o uso de diferentes métodos e meios de treinamento Destacamse entre outros a o método isométrico funcional que se utiliza de ações musculares estáticas em angulações pertinentes ao gesto esportivo em questão b o método isociné tico que faz uso de um dinamômetro isocinético o qual controla a velocidade da contração muscular tanto excêntrica quanto concêntrica em intensidades máximas ou submáximas assim como o isométrico este método pouco se traduz em condições reais de prática esportiva indo contra o princípio da espe cifi cidade do treinamento e c o método dinâmico com o uso de ações excêntricas concêntricas ou a combinação de ambas A utilização de uma ação isolada pode ser interessante quando esta estratégia representar uma especifi cidade signifi cativa com o gesto esportivo em questão Por exemplo para o treinamento do salto vertical para o bloqueio no vôlei de areia dada a característica do piso a força necessária para o salto vertical virá fundamentalmen te dos componentes contráteis do músculo esquelé tico já que a velocidade de transição entre a fl exão e extensão dos joelhos é diminuída fazendo com que a ação concêntrica deva ser enfatizada durante o treinamento TILP WAGNER MULLER 2008 A ação excêntrica por sua vez é sabidamente mais efi ciente na indução dos ganhos de massa muscular HIGBIE CURETON WARREN PRIOR 1996 Desta forma podese optar por usar exercícios puramente excêntricos ou de se enfatizar a ação excêntrica durante um dado exercício a fi m de se aumentar a tensão na musculatura induzindo maior ganho de hipertrofi a A combinação de ambas as ações musculares é contudo o método mais comumente utilizado contemplando ambos os benefícios O trei no complexo é outro método bastante utilizado no desenvolvimento da potência muscular Este método se baseia na combinação de cargas altas com cargas mais baixas na tentativa de promover a potenciali zação pósativação PPA Embora alguns estudos tenham mostrado efeito positivo a partir do uso do treinamento complexo BATISTA UGRINOWITSCH ROSCHEL LOTUFO RICARD TRICOLI 2007 FREN CH KRAEMER COOKE 2003 o melhor modelo de atividade condicionante para induzir a PPA ainda não está estabelecido já que esta parece depender de diferentes fatores como o estado de treinamento do indivíduo e a relação potencializaçãofadiga É importante notar que os ganhos de força muscu lar são oriundos tanto de adaptações neurais quanto de adaptações morfológicas As diferentes fases das contribuições neurais e hipertrófi cas na modifi cação da força muscular foram identifi cadas há décadas MORITANI DE VRIES 1979 Estes pesquisadores foram os primeiros a demonstrar que os ganhos ini ciais na força são oriundos de adaptações neurais au mento no recrutamento e sincronização de unidades motoras diminuição na cocontração da musculatura antagonista aprendizagem do movimento sendo que o aumento da massa muscular passa a contribuir de maneira signifi cativa para a produção de força somente após algumas semanas de treinamento Já o desenvolvimento da potência muscular re quer máxima taxa de desenvolvimento de força ie variação da força na unidade de tempo durante as séries de exercícios HILLHAAS BISHOP DAWSON GOODMAN EDGE 2007 WILLARDSON BURKETT 2006 A literatura tem mostrado que o treinamento de potência frequentemente aplica a realização de 36 repetições por série intensidades de 30 a 60 de 1 RM alta velocidade no movimento dos exercícios e 35 minutos de intervalo de descanso CRONIN MCNAIR MARSHALL 2000 RATAMESS ALVAR EVETOCH HOUSH KIBLER KRAEMER 2009 Contudo uma vez que treinadores e profi ssionais do esporte preocupamse com a especificidade das cargas em relação às modalidades esportivas a manipulação do volume e o intervalo de descanso entre as séries dos exercícios desempenham um papel importante Recentemente foi demonstrado dados não publicados que os treinadores podem reduzir com êxito o intervalo de descanso para atender a uma demanda de tarefas específi cas e ainda manter a produção de potência desde que ocorra uma redução do volume nos exercícios realizados É fundamental salientar que a alteração dos níveis de força seja pelo treinamento de força seja pelo de potência requer uma reorganização do controle do mo vimento para que a força seja revertida em desempenho no movimento desejado enfatizando a importância do conteúdo específi co na transferência do treina mento para a tarefa de campo TRICOLI et al 2005 A resistência motora por sua vez é defi nida como a capacidade de sustentar uma determinada Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 61 Treinamento físico considerações práticas e científi cas velocidade ou produção de potência pelo maior tempo possível JONES CARTER 2000 A melhoria dessa capacidade motora envolve adaptações nos sistemas pulmonar cardiovascular e neuromuscular Notadamente uma das principais adaptações desejáveis ao se programar um treinamento de re sistência é o aumento na potência aeróbia medida através do VO2máx Contudo é importante destacar que outros fatores além do VO2máx explicam a variância no desempenho em provas de resistência de média e longa duração Tem sido sugerido que a economia de corrida entendida como o custo energético para manutenção de uma determinada velocidade de corrida e a capacidade aeróbia eg limiar aneróbio são importantes determinantes do desempenho entre indivíduos com VO2máx similares BASSETT JUNIOR HOWLEY 2000 De fato um estudo demonstrou que o VO2máx entre maratonistas quenianos e caucasianos era similar contudo o limar de lactato entre eles diferia signifi cantemente LARSEN 2003 Quanto maior a velocidade de corrida correspondente ao limiar anaeróbio maior a intensidade de exercício que um indivíduo con segue ter com uma predominância do metabolismo aeróbio Com isso os indivíduos com maior limiar anaeróbio mas VO2máx similares podem manter uma maior intensidade de corrida sem que isso incorra em um quadro acidótico Outro estudo de monstrou que corredores quenianos também apre sentam maior economia de corrida do que atletas caucasianos permitindo com que eles tenham um menor gasto energético para uma dada intensidade de corrida WESTON MBAMBO MYBURGH 2000 Em relação às pesquisas sobre os métodos de trei namento de resistência vários autores têm sugerido que o treinamento intervalado em que períodos de atividade de alta intensidade são intercalados por períodos de repouso ativo é capaz de aumentar tanto o VO2máx quanto o limiar anaeróbio em in divíduos altamente treinados que não conseguem mais aumentar o desempenho usando o método tradicional ie método contínuo BILLAT 2001 BILLAT DEMARLE PAIVA KORALSZTEIN 2002 BILLAT SLAWINSKI BOCQUET DEMARLE LAFITTE CHASSAING KORALSZTEIN 2000 Já a economia de corrida tem sido mais recente mente estudada Diversos grupos tem se dedicado a investigação dos efeitos do treino de força e potência na melhora da economia de corrida baseados na premissa de que alterações no componente mus cular eg stiffness músculotendíneo e efi ciência na utilização do ciclo alongamento encurtamento poderiam aumentar a efi ciência mecânica da corrida tornadoa mais econômica De fato alguns autores demonstram efeitos positivos do treinamento de força e potência sobre a economia de corrida criando um novo paradigma de treino para atletas de resistência KYROLAINEN KIVELA KOSKINEN MCBRIDE ANDER SEN TAKALA SIPILA KOMI 2003 PAAVOLAINEN HAKKINEN HAMALAINEN NUMMELA RUSKO 1999 Conclusão O alto desempenho físicoesportivo observado nos atletas atuais é fruto da interação de fatores fi siológicos biomecânicos e psicológicos Nesta perspectiva programas de treinamento corretamen te elaborados e baseados em princípios científi cos são fundamentais na busca constante do rendimento máximo As ciências do esporte têm contribuído ainda que de maneira tímida para o aperfeiçoamen to destes programas melhorando progressivamente a qualidade do processo de treinamento Assim é cada vez mais importante que os pro fissionais do esporte recebam informações que possibilitem o desenvolvimento completo dos seus atletas A compreensão dos diferentes componentes que contribuem para um alto desempenho numa determinada modalidade esportiva passa pela apli cação de testes específi cos que possam auxiliar na elaboração implementação avaliação e reformula ção de programas de treinamentos bem como no monitoramento dos progressos obtidos O estudo isolado de métodos e meios de aperfei çoamento das capacidades motoras evoluiu conside ravelmente nos últimos 20 anos A aplicação de novas tecnologias de mensuração e avaliação tem permitido o maior entendimento do desenvolvimento destas capa cidades Porém a teoria do treinamento ainda carece de estudos de caráter mais integrativo envolvendo não somente a combinação simultânea do treinamento de capacidades e habilidades motoras como também dos efeitos dos diferentes modelos de periodização 62 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Abstract Physical training scientifi c and practical considerations Physical training is an important fi eld of work for the Physical Education and Sport professional Its main goal is to develop the physical capacity and sports performance of an individual by means of an organized and systematic application of physical exercises In the past years the technological progress in the scientifi c investigation within the different disciplines related to physical training have contributed a great deal towards the accomplishment of such goal In this manuscript we discuss from both an academicscientifi c and from a practical application pointofview the state of the art of the knowledge associated with the physical training evaluation loading control loading scheming and the development of physical abilities Our goal is to provide a comprehensive overview of the different components of the physical training and how they contribute to the development of the physical performance as well as how to apply these concepts in the elaboration implementation and evaluation of physical training programs UNITERMS Physical training Physical and sports performance Professional practice in Physical Education and Sport Referências ABERNETHY P WILSON G LOGAN P Strength and power assessment issues controversies and challenges Sports Medicine Auckland v19 n6 p40117 1995 AHTIAINEN JP PAKARINEN A ALEN M KRAEMER WJ HAKKINEN K Short vs long rest period between the sets in hypertrophic resistance training infl uence on muscle strength size and hormonal adaptations in trained men Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n3 p57282 2005 BACURAU RF MONTEIRO GA UGRINOWITSCH C TRICOLI V CABRAL LF AOKI MS Acute effect of a ballistic and a static stretching exercise bout on fl exibility and maximal strength Journal of Strength and Conditio ning Research Champaign v23 n1 p3048 2009 BARBANTI VJ TRICOLI V UGRINOWITSCH C Relevância do conhecimento científi co na prática do treinamento físico Revista Paulista de Educação Física São Paulo v18 p1019 2004 Número especial BASSETT JUNIOR DR HOWLEY ET Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n1 p7084 2000 BATISTA MA UGRINOWITSCH C ROSCHEL H LOTUFO R RICARD MD TRICOLI VA Intermittent exercise as a conditioning activity to induce postactivation potentiation Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p83740 2007 BEN ABDELKRIM N CASTAGNA C EL FAZAA S EL ATI J The effect of players standard and tactical stra tegy on game demands in mens basketball Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n10 p265262 2010 BILLAT LV Interval training for performance a scientifi c and empirical practice special recommendations for midd le and longdistance running Part I aerobic interval training Sports Medicine Auckland v31 n1 p1331 2001 BILLAT V DEMARLE A PAIVA M KORALSZTEIN JP Effect of training on the physiological factors of performance in elite marathon runners males and females International Journal of Sports Medicine Stuttgart v23 n5 p33641 2002 BILLAT VL SLAWINSKI J BOCQUET V DEMARLE A LAFITTE L CHASSAING P KORALSZTEIN JP In termittent runs at the velocity associated with maximal oxygen uptake enables subjects to remain at maximal oxygen uptake for a longer time than intense but submaximal runs European Journal of Appliel Physiology Berlin v81 n3 p18896 2000 BISHOP D An applied research model for the sport sciences Sports Medicine Auckland v38 n3 p25363 2008 BORRESEN J LAMBERT MI The quantifi cation of training load the training response and the effect on performance Sports Medicine Auckland v39 n9 p77995 2009 BOSCO C BELLI A ASTRUA M TIHANYI J POZZO R KELLIS S TSARPELA O FOTI C MANNO R TRANQUILLI C A dynamometer for evaluation of dynamic muscle work European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology Berlin v70 n5 p37986 1995 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 63 Treinamento físico considerações práticas e científi cas CASTRO J MESQUITA I Estudo das implicações do espaço ofensivo nas características do ataque no voleibol mas culino de elite Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Porto v8 n1 p11425 2008 CIPRIANI D ABEL B PIRRWITZ D A comparison of two stretching protocols on hip range of motion implications for total daily stretch durationJournal of Strength and Conditioning Research Champaign v17 n2 p2748 2003 CRONIN JB McNAIR PJ MARSHALL RN The role of maximal strength and load on initial power production Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n10 p17639 2000 CURRELL K JEUKENDRUP AE Validity reliability and sensitivity of measures of sporting performance Sports Medicine Auckland v38 n4 p297316 2008 DAVIS DS ASHBY PE McCALE KL McQUAIN JA WINE JM The effectiveness of 3 stretching techniques on hamstring fl exibility using consistent stretching parameters Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n1 p2732 2005 DE SOUZA E ROSA L PIRES F WILSON J FRANCHINI E TRICOLI V UGRINOWITSCH C The acute effects of varying strength exercises bouts on 5 km running Journal of Sports Science and Medicine London v10 p56570 2011 DE SOUZA EO TRICOLI V FRANCHINI E PAULO AC REGAZZINI M UGRINOWITSCH C Acute effect of two aerobic exercise modes on maximum strength and strength endurance Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n4 p128690 2007 FORTEZA A Treinamento desportivo carga estrutura e planejamento 2 ed São Paulo Phorte 2006 FOSTER C DAINES E HECTOR L SNYDER A WELSH R Athletic performance in relation to training load Winconsin Medical Journal Madison v95 p3704 1996 FOSTER C FLORHAUG JA FRANKLIN J GOTTSCHALL L HROVATIN LA PARKER S DOLESHAL P DODGE C A new approach to monitoring exercise training Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v15 n1 p10915 2001 FRENCH DN KRAEMER WJ COOKE CB Changes in dynamic exercise performance following a sequence of precon ditioning isometric muscle actions Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v17 n4 p67885 2003 GARDINER N Athletics of the Ancient world Oxford University Press 1930 HIGBIE EJ CURETON KJ WARREN GL 3RD PRIOR BM Effects of concentric and eccentric training on muscle strength crosssectional area and neural activation Journal of Applied Physiology Bethesda v81 n5 p217381 1996 HILLHAAS S BISHOP D DAWSON B GOODMAN C EDGE J Effects of rest interval during highrepetition resistance training on strength aerobic fi tness and repeatedsprint ability Journal of Sports Science London v25 n6 p61928 2007 HOPKINS WG Measures of reliability in sports medicine and science Sports Medicine Auckland v30 n1 p115 2000 HOUGH JP PAPACOSTA E WRAITH E GLEESON M Plasma and salivary steroid hormone responses of men to high intensity cycling and resistance exercise Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v25 n1 p2331 2011 ISSURIN VB New horizons for the methodology and physiology of training periodization Sports Medicine Auckland v40 n3 p189206 2010 JONES AM CARTER H The effect of endurance training on parameters of aerobic fi tness Sports Medicine Auckland v29 n6 p37386 2000 KISS M BOHME M Avaliação de treinamento esportivo In KISS MAPDM Esporte e exercício avaliação e prescrição São Paulo Roca 2003 p320 KRAEMER WJ HAKKINEN K NEWTON RU NINDL BC VOLEK JS McCORMICK M GOTSHALK LA GORDON SE FLECK SJ CAMPBELL WW PUTUKIAN M EVANS WJ Effects of heavyresistance training on hormonal response patterns in younger vs older men Journal of Applied Physiology Bethesda v87 n3 p98292 1999 KYROLAINEN H KIVELA R KOSKINEN S McBRIDE J ANDERSEN JL TAKALA T SIPILA S KOMI PV Interrelationships between muscle structure muscle strength and running economy Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v35 n1 p459 2003 LAMAS K ROSE JUNIOR D SANTANA F ROSTAISER E NEGRETTI L UGRINOWITSCH C Space creation dynamics in basketball offense validation and evaluaton of elite teams International Journal of Performance Analysis in Sport Cardiff v11 p7184 2011 LAMAS L BATISTA M FONSECA R PIVETTI B TRICOLI V UGRINOWITSCH C Treinamento de potência muscular para membros inferiores número ideal de repetições em função da intensidade e densidade da carga Revista da Educação FísicaUEM Maringá v21 p263270 2010 LAMAS L DREZNER R TRICOLI V UGRINOWISTCH C Efeito de dois métodos de treinamento no desen volvimento da força máxima e da potência muscular de membros inferiores Revista Brasileira de Educação Física e Esporte São Paulo v22 n3 p23545 2008 64 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C LAMBERT MI BORRESEN J Measuring training load in sports International Journal of Sports Physiology and Performance Champaign v5 n3 p40611 2010 LARSEN HB Kenyan dominance in distance running Comparative Biochemistry and Physiology Molecular Integrative Physiology New York v136 n1 p16170 2003 MATVEEV L Teoria general del entrenamiento deportivo Barcelona Editorial Paidotribo 2001 McBRIDE JM McCAULLEY GO CORMIE P NUZZO JL CAVILL MJ TRIPLETT NT Comparison of methods to quantify volume during resistance exerciseJournal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n1 p10610 2009 MERO A KOMI PV GREGOR RJ Biomechanics of sprint running a review Sports Medicine Auckland v13 n6 p37692 1992 MOHR M KRUSTRUP P ANDERSSON H KIRKENDAL D BANGSBO J Match activities of elite women soccer players at different performance levels Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v22 n2 p3419 2008 MOREIRA A A efi cácia e a heterocronia das respostas de adaptação de basquetebolistas submetidos a diferentes modelos de estruturação da carga de treinamento e competição 2006 Universidade Estadual de Campinas Campinas 2006 MORITANI T De VRIES HA Neural factors versus hypertrophy in the time course of muscle strength gain American Journal of Physical Medicine Baltimore v58 n3 p11530 1979 MULLIGAN SE FLECK SJ GORDON SE KOZIRIS LP TRIPLETTMcBRIDE NT KRAEMER WJ Infl uence of resistance exercise volume on serum growth hormone and cortisol concentrations in women Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v10 n4 p25662 1996 NAVARRO F La resistência Madri Gyminos 1998 NIEMAN DC Exercise infection and immunity Internatinal Journal of Sports Medicine Stuttgart v15 pS131 41 1994 Supplement 3 NISSINEN M Kinematic and kinetic analysis of the giant swing on rings In KOMI PV Biomechanics VIIIB Baltimore University Park Press 1983 p7816 NUNES JA CREWTHER BT UGRINOWITSCH C TRICOLI V VIVEIROS L De ROSE JUNIOR D AOKI MS Salivary hormone and immune responses to three resistance exercise schemes in elite female athletes Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v25 n8 p23227 2011 PAAVOLAINEN L HAKKINEN K HAMALAINEN I NUMMELA A RUSKO H Explosivestrength training improves 5km running time by improving running economy and muscle power Journal of Applied Physiology Be thesda v86 n5 p152733 1999 PARCELL AC SAWYER RD TRICOLI VA CHINEVERE TD Minimum rest period for strength recovery during a common isokinetic testing protocol Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v34 n6 p101822 2002 PAYNE A BARKER P Comparison of the takeoff forces in the fl ic fl ac and the back somersault in gymnastics In KOMI PV Biomechanics VIIIB Baltimore University Park Press 1975 p31421 PLATONOV V Tratado geral de treinamento desportivo São Paulo Phorte 2008 RATAMESS NA ALVAR BA EVETOCH TK HOUSH TJ KIBLER WB KRAEMER WJ American College of Sports Medicine position stand progression models in resistance training for healthy adults Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v41 n3 p687708 2009 RHEA MR Synthesizing strength and conditioning research the metaanalysis Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v18 n4 p9213 2004 RICARD MD UGRINOWITSCH C PARCELL AC HILTON S RUBLEY MD SAWYER R POOLE CR Effects of rate of force development on EMG amplitude and frequency Internatinal Journal of Sports Medicine Stuttgart v26 n1 p6670 2005 ROSCHEL H BARROSO R BATISTA M UGRINOWITSCH C TRICOLI V ARSATI F LIMAARSATI YB ARAUJO VC MOREIRA A Do wholebody vibration exercise and resistance exercise modify concentrations of salivary cortisol and immunoglobulin A Brazilian Journal of Medicine and Biological Research Ribeirão Preto v44 n6 p5927 2011 ROSCHEL H UGRINOWISTCH C BARROSO R BATISTA MA SOUZA EO AOKI MS SIQUEIRAFILHO MA ZANUTO R CARVALHO CR NEVES M MELLO MT TRICOLI V Effect of eccentric exercise velocity on aktmtor p70s6k signaling in human skeletal muscle Applied Physiology Nutrition and Metabolism Ottawa v36 n2 p28390 2011 ROWLANDS AV MARGINSON VF LEE J Chronic fl exibility gains effect of isometric contraction duration during proprioceptive neuromuscular facilitation stretching techniques Research Quarterly for Exercise and Sport Washington v74 n1 p4751 2003 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 65 Treinamento físico considerações práticas e científi cas SALONIKIDIS K ZAFEIRIDIS A The effects of plyometric tennisdrills and combined training on reaction lateral and linear speed power and strength in novice tennis players Journal of Strength and Conditioning Research Cham paign v22 n1 p18291 2008 SHEPPARD JM GABBETT TJ STANGANELLI LC An analysis of playing positions in elite mens volleyball considerations for competition demands and physiologic characteristics Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n6 p185866 2009 SHEPHARD RJ Limits to the measurement of habitual physical activity by questionnaires British Journal of Sports Medicine London v37 n3 p197206 2003 discussion 206 SMILIOS I PILIANIDIS T KARAMOUZIS M TOKMAKIDIS SP Hormonal responses after various resistance exercise protocols Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v35 n4 p64454 2003 TAKARADA Y Evaluation of muscle damage after a rugby match with special reference to tackle plays British Journal of Sports Medicine London v37 n5 p4169 2003 THACKER SB GILCHRIST J STROUP DF KIMSEY JUNIOR CD The impact of stretching on sports injury risk a systematic review of the literature Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v36 n3 p3718 2004 TILP M WAGNER H MULLER E Differences in 3D kinematics between volleyball and beach volleyball spike movements Sports Biomechanics Edinburg v7 n3 p38697 2008 TOJI H SUEI K KANEKO M Effects of combined training loads on relations among force velocity and power development Canadian Journal of Applied Physiology Champaign v22 n4 p32836 1997 TRICOLI V LAMAS L CARNEVALE R UGRINOWITSCH C Shortterm effects on lowerbody functional power development weightlifting vs vertical jump training programs Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n2 p4337 2005 UGRINOWITSCH C BARBANTI V GONÇALVES A PERES B Capacidade dos testes isocinéticos em predizer a per formance no saldo vertical em jogadores de voleibol Revista Paulista de Educação Física São Paulo v14 n2 p17283 2000 UGRINOWITSCH C TRICOLI V RODACKI AL BATISTA M RICARD MD Infl uence of training back ground on jumping height Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p84852 2007 VERKHOSHANSKY Y Fundamentals of special strengthtraining in sport Livonia Sportivny 1986 WALLACE LK SLATTERY KM COUTTS AJ The ecological validity and application of the sessionRPE method for quantifying training loads in swimming Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n1 p338 2009 WEINECK J Biologia do esporte São Paulo Manole 1999 WESTON AR MBAMBO Z MYBURGH KH Running economy of African and Caucasian distance runners Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n6 p11304 2000 WILLARDSON JM BURKETT LN The effect of rest interval length on bench press performance with heavy vs light loads Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v20 n2 p3969 2006 WILSON JM HORNBUCKLE LM KIM JS UGRINOWITSCH C LEE SR ZOURDOS MC SOMMER B PANTON LB Effects of static stretching on energy cost and running endurance performance Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n9 p22749 2010 YUKTASIR B KAYA F Investigation into the longterm effects of static and PNF stretching exercises on range of motion and jump performance Journal of Bodywork and Movement Therapies New York v13 n1 p1121 2009 ZAKHAROV A GOMES A Ciência do treinamento desportivo Rio de Janeiro Palestra Sport 2003 Agradecimentos Os autores agradecem a Diego Barretti e Fabiano Pinheiro pela contribuição na revisão do texto fi nal deste manuscrito ENDEREÇO Hamilton Rochel Escola de Educação Física e Esporte USP Av Prof Mello Moraes 65 05508030 São Paulo SP BRASIL emailharsuspbr Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 676 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PESOS LIVRES E MÁQUINAS NO DESENVOLVIMENTO DA FORÇA MÁXIMA DE MEMBROS INFERIORES Fabio Rocha de Lima123 Fernanda Cristina da Silva Pereira1 Maristela da Rocha e Silva Nascimento1 Maria Eliege de Araújo Vale1 Verginia Rodrigues Martins1 Marcelo Luís Marquezi1 RESUMO O treinamento de força popularmente conhecido como musculação quando comparado com outras práticas aumenta a força nas suas diversas valências e hipertrofia muscular de maneira significativa Os exercícios que estão presentes nesse tipo de treinamento apresentam diferenças entre si tais como os ambientes que esses são executados máquina ou livre sendo a ativação muscular a principal diferença entre eles O objetivo do presente estudo foi então comparar o desenvolvimento da força máxima avaliada pelo teste de 1RM entre pesos livres e máquinas para o exercício agachamento Metodologia Foram selecionados 10 sujeitos do gênero masculino 23 23 anos com experiência anterior ao treinamento de força de no mínimo 3 meses e afastado da prática a 6 meses Os sujeitos realizaram o agachamento livre Livre n4 e agachamento máquina Máquina n6 ambos com amplitude de flexão de joelho até 135º Resultados Os resultados revelaram que não houve diferença significativa no 1RM entre os grupos após o treinamento p005 Entretanto o cálculo da magnitude do efeito revelou índices de 087 para o grupo livre e 034 para o grupo máquina sendo classificados como moderado e pequeno respectivamente Conclusão Os resultados do presente estudo mostraram que os ganhos com relação à força máxima foram semelhantes entre os grupos porém a magnitude de efeito do tratamento exercício foi diferente podendo está diferença ser justificada pela atividade eletromiográfica e ambiente hormonalmetabólico entre eles Palavrachave Treinamento Exercício Físico Musculação 1Universidade Cidade de São Paulo UNICID Brasil 2Laboratório de Fisiologia e Metabolismo aplicados a Atividade Física LAPEF Brasil ABSTRACT Influence of the use of free weights and machines in the development of maximum strength of lower limbs Strength training popularly known as bodybuilding when compared to other practices significantly increases strength and muscle hypertrophy The exercises that are present in this type of training present differences between them such as the environments they are executed machine or free with muscular activation being the main difference between them The objective of the present study was to compare the development of maximum strength evaluated by the 1RM test between free weights and machines for the squat exercise Methods Ten male subjects 23 23 years with previous experience of 3 months and being 6 months away from practice The subjects performed free squatting Free n 4 and machine squatting Machine n 6 both with knee flexion amplitude up to 135º Results The results revealed that there was no significant difference in the 1RM between the groups after the training p 005 However the magnitude of the effect showed indices of 087 for the free group and 034 for the machine group being classified as moderate and small respectively Conclusion The results of the present study showed that gains in relation to maximal strength were similar between groups but the magnitude of treatment effect exercise was different and this difference could be justified by electromyographic activity and hormonal metabolic environment between them In this way the free exercises have more favorable stimuli for the development of the force when compared to the exercises in machines Key words Training Exercise Resistance Training Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 677 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r INTRODUÇÃO O Treinamento de Força TF é uma prática corporal de exercitação que possui grande popularidade Esta popularização por sua vez é justificada pelo significante e crescente número de espaços fitness academias clubes etc bem como adeptos a esta prática o que por sua vez estimula a produção científica acerca desta temática Polito e colaboradores 2010 Um dos pontos mais determinantes no desempenho no TF diz respeito ao nível de atividade física do indivíduo Cotterman Darby e Skelly 2005 Para indivíduos iniciantes nesse tipo de prática corporal tem sido recomendado a utilização de movimentos guiados mais especificamente máquinas ACSM 2009 por apresentar certa segurança com relação a integridade física dos mesmos e também para facilitar o aprendizado da técnica do exercício em questão Apesar de o modo de executar os exercícios nesses dois ambientes livre ou máquina serem semelhantes os mesmos possuem diferenças com relação à atividade eletromiográfica EMG Clark Lambert e Hunter 2012 Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 e até mesmo diferenças com relação a parâmetros hormonais e metabólicos Schwanbeck 2008 Shaner e colaboradores 2014 As diferenças em relação a atividade eletromiográfica nos dois tipos de execução livre e máquina podem ser justificadas pelo alto nível de exigência de estabilidade no exercício livre com relação ao executado na máquina Reiser e colaboradores 2014 o que poderia caracterizar os exercícios livres como os mais adequados para o desenvolvimento por exemplo da performance esportiva devido a sua solicitação muscular diferenciada Cotterman Darby e Skelly 2005 Contudo ainda é controversa a relação de a instabilidade ser o fator que provoca a diferença supracitada sendo diversas vezes evidenciada maior atividade do tronco Reiser e colaboradores 2014 Vale ressaltar que grande parte dos trabalhos que optam por trabalhar com esta temática utilizam o exercício agachamento cuja justificativa na maioria das vezes se dá pela popularidade e eficiência que o mesmo apresenta Bryanton e colaboradores 2012 e pelo fato do agachamento livre ser o mais popular entre os indivíduos e atletas para o treinamento da musculatura de membros inferiores Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Um ponto que merece destaque com relação a execução do agachamento é a amplitude de movimento que o mesmo é executado onde diversos estudos priorizam a execução do agachamento convencional 90º Sob um ponto de vista biomecânico no agachamento convencional 90 a aplicação do torque na lombar e no quadril é maior quando comparado ao do joelho Esta situação se inverte em exercícios com profundidades maiores como no caso da amplitude utilizada no presente estudo 135º Fry Smith e Schillng 2003 A aplicação de torque nessas articulações é determinada pela distância entre a cristailíaca anterossuperior do maléolo lateral Fry Smith e SchillIng 2003 No agachamento executado com amplitude de 90 no Smith Machine podese obter cargas maiores quando comparado com o agachamento livre Fry Smith e SchillIng 2003 No caso de agachamentos completos a máquina tende a limitar o movimento dificultando a execução do mesmo Também podese citar o aumento da contribuição dos músculos localizados na parte posterior da coxa em exercícios com profundidades elevadas Caterisano e colaboradores 2002 Com relação à melhora da força máxima estudos vêm sendo desenvolvidos com o intuito de verificar a influência dos movimentos guiados ou movimentos não guiados exercícios livres para o aumento desta capacidade Cotterman Darby e Skelly 2005 Schwanbeck 2008 estes estudos partem do pressuposto de que nas máquinas devido a uma baixa carga externa pode ser levantada uma carga maior do que a esperada em movimentos livres Anderson e Behm 2005 Cotterman Darby e Skelly 2005 Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Poucos estudos são encontrados na literatura com o objetivo de comparar esses dois modos de execução no desenvolvimento da força máxima sendo o objetivo do presente estudo então verificar dentro do treinamento de força a influência da utilização de movimento guiado em comparação ao não Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 678 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r guiado no desenvolvimento da força máxima em membros inferiores através do exercício agachamento MATERIAIS E MÉTODOS Amostra Foram selecionados 10 sujeitos do gênero masculino 23 23 anos fisicamente ativos que não possuíam nenhuma disfunção osteoarticular especialmente artrose ou artrite nas articulações do quadril joelho e tornozelo ou quaisquer outros problemas nos membros inferiores que poderiam interferir no resultado do treinamento e com experiência anterior de ao menos 3 meses no treinamento de força experiência em realizar agachamentos livres e máquinas e deveriam estar no mínimo 6 meses sem praticar esta modalidade Os indivíduos foram então alocados de modo aleatório em dois grupos sendo grupo que realizou agachamento livre com flexão de joelho até 135º LIVRE n4 e grupo que executou o agachamento máquina com flexão de joelho até 135º MÁQUINA n6 Cada grupo realizou o exercício mediante protocolo de treinamento previamente estabelecido o grupo máquina utilizando o aparelho Smith Machine Pró Phisical e o grupo livre utilizando Barra e anilhas Todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE que continha informações referentes aos riscos e benefícios do estudo O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Cidade de São Paulo Delineamento experimental O período designado ao estudo foi de 6 semanas sendo que duas semanas foram estabelecidas para a realização de avaliações pré e pós treinamento e nas quatro demais semanas os dois grupos livre e máquina foram submetidos ao treinamento A amostra foi orientada a não realizar atividades físicas vigorosas durante o período correspondente ao estudo Teste de 1RM Para verificar os ganhos com relação à força máxima adotou se o teste de 1 Repetição Máxima 1RM Chagas e colaboradores 2012 Cronin Henderson 2004 Após o aquecimento específico que consistiu de uma série de 10 repetições com 30 do 1RM inicial predito foram estipuladas 5 tentativas com um intervalo de 5 minutos entre elas Chagas e colaboradores 2012 Para saber o peso da primeira tentativa foi utilizada a equação de predição proposta por Cadore e colaboradores 2012 que leva em consideração a massa corporal total kg A kilagem máxima alcançada entre as tentativas foi considerada para determinar o 1RM Para minimizar os erros durante o teste de 1RM foram adaptadas algumas orientações descritas por Simão e colaboradores 2010 1 Instruções padronizadas relativas ao procedimento do teste foram entregues aos participantes antes da sessão 2 Os participantes receberam instruções padronizadas sobre a técnica do exercício 3 O incentivo verbal ocorreu durante o procedimento do teste assim como nas sessões de treinamento 4 Os sujeitos foram orientados a não realizarem atividades físicas vigorosas 24h antes do teste Para a padronização das cargas os sujeitos foram avaliados no exercício agachamento livre independentemente dos grupos livre ou máquina Periodização Para a periodização do treinamento optouse pelo modelo linear mais especificamente uma adaptação do modelo proposto por Simão e colaboradores 2012 Nas primeiras 3 semanas de treinamento foram executadas 3 séries de 8 a 10 repetições máximas RM com 2 minutos de intervalo entre elas Na semana final foram executadas 4 séries de 3 a 5 RM com 3 minutos de intervalo entre estas Todas as repetições foram executadas até a falha concêntrica Foram realizadas 10 repetições iniciais para o aquecimento específico Simão e colaboradores 2004 com uma carga de 30 de 1RM Em relação à duração de cada repetição a amostra não ultrapassou 8 segundos o que tem sido sugerido pela literatura que repetições com duração entre 05 a 8 segundos promovem ganhos semelhantes para o aumento de força Schoenfeld Ogborn e Krieger 2015 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 679 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r Tratamento estatístico Os resultados estão expressos como média desvio padrão A normalidade e variância dos dados foram verificadas através do teste de ShapiroWilk admitindose um p005 para aplicação dos testes paramétricos Foi aplicado o teste t para amostras independentes para verificar diferenças entre os grupos experimentais no período pré e pós treinamento e teste t para amostras pareadas para verificar diferenças nos período pré e pós treinamento de cada grupo Foi aplicado também ANOVA oneway para medidas repetidas entre a força relativa semanal carga massa corporal total em kg para observar diferenças entre os períodos de cada grupo e quando apropriado o post hoc com ajustes de Bonferroni foi utilizado A significância da magnitude do efeito foi calculada e comparada de acordo com as recomendações e descrições para estudos específicos do treinamento de força Rhea 2004 que propõe a seguinte equação média pós média pré desvio padrão pré As análises estatísticas foram realizadas utilizandose os softwares SPSSWindows versão 20 SPSS IncChicago IL e Graph Pad Prism versão 50 para Windows GraphPad Software San Diego CA USA RESULTADOS As características da amostra estão descritas no quadro 1 Quando comparouse o resultado do 1RM entre os grupos não foram observadas diferenças significativas antes do treinamento figura 1 t801940 p005 e após o treinamento figura 2 t803646 p005 Entretanto analisandoo período antes e após o treinamento de cada grupo constatouse diferenças significativas para o grupo livre figura 3 t313 p0001 e grupo máquina figura 4 t5371 p005 Em termos relativos o grupo livre aumentou o 1RM em 17 e o grupo máquina em 13 O cálculo da magnitude do efeito resultou em 087 para grupo livre e 034 para grupo máquina sendo classificado como efeito moderado e pequeno respectivamente Rhea 2004 As figuras 5 e 6 mostram a evolução na força relativa semanal dos sujeitos ao longo do período de treinamento Para ambos os grupos anova revelou diferença entre as semanas F394380 p00005 para o grupo livre e F3158490 p00005 para o grupo máquina Análise post hoc mostrou que o valor obtido na 4ª semana de ambos foi maior quando comparada com as demais p005 Quadro 1 Características da amostra Idade anos 23 23 Estatura cm 17435 1415 Massa Corporal Total kg 7214 16 1RM Pré Grupo Livre n4 78 1487 1RM Pré Grupo Máquina n6 75 2802 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 680 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r DISCUSSÃO Os exercícios com pesos livres são preferíveis por praticantes do treinamento de força por proporcionarem um ambiente mais instável o que exige maior recrutamento das musculaturas envolvidas no exercício e são mais usados em comparação aos exercícios realizados em máquinas Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Essa base instável encontrada nos exercícios com pesos livres favorece também uma maior ativação de membros inferiores quando comparado aos exercícios realizados em máquinas Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Exercícios em bases instáveis baseiamse na importância de favorecer o aumento de força a partir das adaptações neurais Anderson e Behm 2005 Iniciouse esse estudo com a hipótese de que exercícios livres favoreceriam maior desenvolvimento da força máxima avaliada pelo 1RM a partir das diferenças eletromiográficas o que não se confirmou com a comparação entre os grupos Estudos presentes na literatura também não encontraram diferenças significativas para o teste de 1RM quando comparouse o agachamento máquina com o livre Cotterman Darby Skelly 2005 corroborando com os resultados encontrados no presente estudo Os autores justificaram essas diferenças não terem sido estatisticamente significativas devido à semelhança entre os dois modos de execução do exercício Outros estudos avaliando ainda a influência aguda da utilização de máquinas no exercício de membros inferiores agachamento e leg press no ambiente hormonal constatou Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 681 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r que as concentrações de GH testosterona e cortisol foram maiores no exercício livre quando comparado ao exercício realizado na máquina Shaner e colaboradores 2014 Sendo a testosterona um hormônio importante para o crescimento muscular pelos seus efeitos anabólicos Demling e Orgill 2000 Uma explicação apresentada pelos autores para explicar essa diferença é a quantidade de massa muscular envolvida no exercício agachamento em comparação com o leg press Para elevações do GH no agachamento os autores justificaram pela alta demanda metabólica imposta pelo exercício o que foi exemplificado quando se analisou o comportamento da frequência cardíaca e lactato sanguíneo dos participantes Em contrapartida o estudo de Schwanbeck 2008 constatou aumento agudo na razão de testosteronacortisol para os homens que realizaram agachamento livre em comparação com as mulheres e agachamento máquina A razão de testosteronacortisol é um parâmetro utilizado para avaliar anabolismo muscular Hayes e colaboradores 2015 No estudo de Cotterman Darby e Skelly 2005 foi avaliado se o desempenho no teste de 1RM seria diferente na máquina quando comparado com o livre Os autores não constataram diferenças significativas entre o teste de 1RM nos dois ambientes livre e máquina O estudo de Schwanbeck 2008 avaliando o efeito crônico da utilização desses equipamentos não constatou diferenças significativas para o teste de 1RM nos dois modos de execução máquina e livre A partir dos resultados do estudo no teste de 1RM na máquina o cálculo da magnitude do efeito revela um índice de 193 e 068 para os homens que pertenciam ao grupo de agachamento livre e máquina respectivamente A magnitude do efeito continuou sendo maior no grupo de agachamento livre comparado com o grupo máquina quando esses indivíduos passaram pelo teste de 1RM livre apresentando índices de magnitude de 227 e 103 respectivamente Esses resultados da magnitude do efeito ajudam a responder perguntas sobre as pesquisas que objetivam verificar diferenças entre o ambiente que este é executado máquina ou livre podendo essas diferenças no valor da magnitude do efeito serem atribuídas a questão da solicitação muscular diferenciada entre os exercícios Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 e ambiente hormonalmetabólico Schwanbeck 2008 Shaner e colaboradores 2014 O fato dos indivíduos envolvidos nos exercícios livres melhorarem o desempenho no teste de 1RM quando feitos na máquina é um ponto importante para futuros estudos e essa discussão vai além do escopo do presente artigo Os valores para magnitude do efeito apresentada nesse estudo são corroboradas em partes com os resultados encontrados na literatura O cálculo dessa variável se torna importante pois a mesma fornece um método para comparar resultados de estudos separados mas semelhantes trazendo assim informações relevantes para a prática de profissionais envolvidos com o exercício físico Rhea 2004 CONCLUSÃO A partir dos resultados do presente estudo e em conformidade com a literatura podese concluir que os ganhos com relação à força máxima de membros inferiores foram semelhantes entre os dois modos de execução porém devido a diferenças na atividade eletromiográfica consequente da base instável do exercício livre ambiente hormonalmetabólico entre os ambientes os exercícios livres possuem estímulos mais propícios para o desenvolvimento da força quando comparados aos exercícios em máquinas O que pode ser uma estratégia efetiva para ser aplicada em treinos que estabilizaram seus ganhos Conflitos de interesse Os autores revelam não ter nenhum conflito de interesse com esse trabalho REFERÊNCIAS 1Anderson K Behm DG Trunk muscle activity increases with unstable squat movements Canadian Journal of Applied Physiology Vol 30 Núm 1 2005 p3345 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 682 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r 2Bryanton M A Kennedy M D Carey J P Chiu L Z Effect of squat depth and barbell load on relative muscular effort in squatting The Journal of Strength Conditioning Research Vol 26 Núm 10 2012 p 28202828 3Cadore E Pinto R S Brentano M A Silva R F Silva E M Spinelli R Kruel L F M Prediction of one repetition maximum load by total and lean body mass in trained and untrained men Medicina Sportiva Vol 16 Núm 3 2012 p111117 4Caterisano A Moss R E Pellinger T K Woodruff K Lewis V C Booth W Khadra T The effect of back squat depth on the EMG activity of 4 superficial hip and thigh muscles The Journal of Strength Conditioning Research Vol 16 Núm 3 2002 p428432 5Chagas M H Lima F V Avelar A S Diniz R C R Costa H C M Comparação do desempenho no teste de uma repetição máxima utilizando dois diferentes protocolos Revista da Educação FísicaUEM Vol 23 Núm 1 2012 p97104 6Clark D R Lambert M I Hunter A M Muscle activation in the loaded free barbell squat a brief review Journal of Strength and Conditioning Research Vol 26 Núm 4 2012 p11691178 7Cotterman M L Darby L A Skelly W A Comparison of muscle force production using the smith machine and free weights for bench press and squat exercises Journal of Strength and Conditioning Research Vol19 Núm1 2005 p169176 8Cronin J B Henderson M E Maximal strength and power assessment in novice weight trainers Journal of Strength and Conditioning Research Vol 18 Núm 1 2004 p4852 9Demling R H Orgill D P The anticatabolic and wound healing effects of the testosterone analog oxandrolone after severe burn injury Journal of critical care Vol 15 Núm 1 2000 p1217 10Fry A C Smith C Schilling B K Effect of knee position on hip and knee torques during the barbell squat Journal of Strength and Conditioning Research Vol 17 Núm 4 2003 p629633 11Polito M D Cyrinol E S Geragel A M nascimento M A Januário R S B Efeito de 12 semanas de treinamento com pesos sobre a força muscular composição corporal e triglicérides em homens sedentários Revista Brasileira de Medicina do Esporte Vol 16 Núm 1 2010 p2932 12Reiser F C Souza W C Mascarenhas L P G Grzelczak M T Atividade muscular de membros inferiores no exercício de agachamento Revista ACTA Brasileira do Movimento Humano Vol 4 Núm 4 2014 p90102 13Schwanbeck S R The effects of training with free weights or machines on muscle mass strength and testosterone and cortisol levels Dissertação de Mestrado University of Saskatchewan Saskatoon Canadá 2008 14Schwanbeck S Chilibeck P D Binsted G A comparison of free weight squat to smith machine squat using electromyography Journal of Strength and Conditioning Research Vol 23 Núm 9 2009 p2588 2591 15Schoenfeld B J Ogborn Dan I Krieger J W Effect of repetition duration during resistance training on muscle hypertrophy a systematic review and metaanalysis Sports Medicine Vol 45 Núm 4 2015 p577585 16Simão R Senna G Nassif L Leitão N Arruda R Priore M Maior A S Polito M Influência dos diferentes protocolos de aquecimento na capacidade de desenvolver carga máxima no teste de 1RM Fitness Performance Journal Vol 3 Núm 5 2004 p261265 17Simão R Spineti J Salles B F Oliveira L F Matta T Miranda F Miranda H Costa P B Influence of exercise order on maximum strength and muscle thickness in untrained men Journal of Sports Science and Medicine Vol 9 Núm 1 2010 p79 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 683 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r 18Simão R Spineti J Salles B F Matta T Fernandes L Fleck S J Rhea M R Olsen H E S Comparison between nonlinear and linear periodized resistance training hypertrophic and strength effects Journal of Strength and Conditioning Research Vol 26 Núm 5 2012 p13891395 19Shaner A A Vingren J L Hatfield D L Budnar Junior R G Duplanty A A Hill D W The acute hormonal response to free weight and machine weight resistance exercise The Journal of Strength Conditioning Research Vol 28 Núm 4 2014 p10321040 20Hayes L D Grace F M Baker J S Sculthorpe N Exerciseinduced responses in salivary testosterone cortisol and their ratios in men a metaanalysis Sports Medicine Vol 45 Núm 5 2015 p713726 3Pósgraduação StrictoSensu da Universidade Cruzeiro do Sul UNICSUL Brasil Email dos autores fabiolima93hotmailcom fernandapalmeiras94hotmailcom marirocha34outlookcom eliegedejesushotmailcom verginiamartins12yahoocombr mlmqzuspbr Enderenço para correspondência Universidade Cidade de São PauloUNICID Rua Cesário Galeno 448475 Laboratório de Fisiologia e Metabolismo aplicados a Atividade FísicaLAPEF Tatuapé São PauloSP CEP 03071000 Recebido para publicação 20122017 Aceito em 04022017 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 373 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório Introdução Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorespiratório prescrito por métodos direto e indireto httpdxdoiorg101160618075509201700020373 Marcelo Luis MARQUEZI Marco Antonio UZUNIAN Roberto GIMENEZ Maurício Teodoro de SOUZA Universidade Cidade de São Paulo São Paulo SP Brasil Resumo O Colégio Americano de Medicina Esportiva recomenda intensidades de 55 a 70 da freqüência cardíaca de reserva FCrs para prescrição do exercício de resistência cardiorespiratória ECr objetivando a alteração da composição corporal Entretanto vários estudos verificaram que a oxidação de lipídeos LIPox máxima está diretamente relacionada ao primeiro limiar anaeróbio LAn1 e ocorre em intensidades por volta de 60 da frequência cardíaca máxima FCmax e 55 do consumo máximo de oxigênio VO2max O objetivo do presente estudo foi verificar e comparar as taxas de oxidação de substratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto mDR e da reserva da frequência cardíaca método indireto mIND Sete indivíduos ativos não treinados foram submetidos a 60min de ECr nas intensidades do LAn1 e 55 da FCrs para determinação das taxas de oxidação de lipídeos LIP e carboidratos CHO por calorimetria indireta após jejum noturno de 8h seguido de ingestão de maltodextrina 2gkg solução a 6 30min antes do início da atividade Nossos resultados demonstraram que os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de LIPox 023 001 e 010 001 gmin mDR e mIND respectivamente p 005 como conseqüência a contribuição relativa de LIP para o dispêndio calórico durante a sessão mDR foi aproximada mente 18 vezes maior em comparação a mIND 259 09 e 146 10 mDR e mIND respectivamente p 005 Apesar da prescrição por método da reserva da frequência cardíaca subestimar a LIPox este método indicou para uma aplicabilidade que se aproxima dos critérios cientificamente preconizados o que para uma indicação de intensidade em situações de campo poderá acarretar em menor margem de erros Palavraschave Oxidação de substratos Limiares anaeróbios Reserva da frequência cardíaca Resistência cardiorespiratória A prescrição de exercícios físicos de acordo com o nível de aptidão e objetivos do indivíduo envolve as variáveis frequência número de sessões semanais volume duração e intensidade1 A duração e frequência do treinamento físico são va riáveis relativamente fáceis de monitorar existindo consenso na literatura sobre suas formas de aplica ção Por outro lado existem diversas maneiras de monitorar a intensidade de exercício e um balanço entre validade aplicabilidade e praticidade desses métodos deve ser considerado25 A resistência cardiorespiratória expressa pelo consumo máximo de oxigênio VO2max é um dos componentes mais importantes da aptidão física Ela consiste na capacidade de realizar exercícios dinâmicos envolvendo grandes grupos musculares em intensidades de moderada a alta por períodos prolongados1 O treinamento desta capacidade promove entre outras adaptações aumento da atividade oxidativa mitocondrial67 elevação da oxi dação de lipídeos LIP89 e redução da concentração sanguínea de lactato mesmo em altas intensidades relativas de esforço1012 implicando em melhoria do desempenho maior taxa de oxidação de lipídeos LIPox durante o exercício e alterações da compo sição corporal13 374 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al Com relação ao metabolismo lipídico alterações do estado nutricional e suplementação de agentes que estimulam a oxidação de ácidos graxos AGs têm sido utilizadas como estratégias para alterar a composição corporal uma vez que baixas LIPox podem estar envolvidas com o desenvolvimento de sobrepeso diabetes tipo II e doenças cardiovascula res14 Entretanto a utilização de LIP pelos músculos esqueléticos é extremamente sensível à intensidade do exercício15 Por volta de 50 do VO2max intensida de próxima ao primeiro limiar anaeróbio LAn1 por exemplo o fluxo de substratos através da via glicolítica é limitado pelos produtos finais da degradação de LIP principalmente citrato e ATP em virtude do recrutamento predominante de fibras musculares do tipo I e elevada atividade oxidativa A demanda energética em conseqüência é satisfatoriamente suprida por mecanismos oxidativos ciclo dos ácidos tricarboxílicos CAT e fosforilação oxidativa através da degradação preferencial de AGs1620 Aumentos de intensidade ao longo do exercício elevam o recrutamento de fibras do tipo II a ati vidade do sistema nervoso autonômico simpático a demanda energética e em conseqüência as concentrações de ADP AMP Pi e NH4 estimu lando a atividade glicogenolítica e glicolítica1921 Nas intensidades entre 50 a 75 do VO2max a oxidação de AGs em relação à oxidação de gli cogênioglicose diminui inibida principalmente pelo aumento do recrutamento de fibras do tipo II e elevação da atividade glicolítica e parcialmente pela maior produção e acumulação de íons H Acima de 75 do VO2max intensidade próxima ao segundo limiar anaeróbio LAn2 a oxidação de glicogênioglicose aumenta acentuada e progres sivamente assim como a esterificação de AGs1620 Após o LAn2 a demanda energética passa a ser suprida predominantemente pela glicogenólise hepáticamuscular e glicólise muscular sendo que o subseqüente acúmulo sanguíneo de lactato e íons hidrogênio indicam o aumento da atividade destas vias O Colégio Americano de Medicina Esportiva recomenda intensidades de 55 a 70 da freqüên cia cardíaca de reserva FCrs para prescrição do exercício de resistência cardiorespiratória ECr objetivando a alteração da composição corporal1 Entretanto vários autores verificaram que a LIPox máxima está diretamente relacionada ao LAn112 2223 e ocorre em intensidades por volta de 60 da frequência cardíaca máxima FCmax e 55 do consumo máximo de oxigênio VO2max12 22 2425 Segundo a literatura a prescrição do ECr através de equações preditivas ou médias populacionais ob jetivando a alteração da composição corporal nor malmente superestima a intensidade do exercício2 2628 e promove adaptações relacionadas à LIPox dis tintas daquelas resultantes do treinamento prescrito com base na mensuração do VO2 15 2425 29 Bircher Knechtle22 e Aucouturier et al5 por exemplo observaram grande variabilidade interindividual e redução da LIPox entre 6 e 14 respectivamente durante o exercício prescrito a partir do VO2 esti mado por equação preditiva em comparação ao VO2 mensurado por ergoespirometria O objetivo do presente estudo neste sentido foi verificar e comparar as taxas de oxidação de subs tratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios e da reserva da frequência cardíaca Nossa hipótese estabelece que o padrão de oxidação de substratos difere entre os métodos de prescrição com maior utilização de LIP durante o ECr prescrito através dos limiares anaeróbios ventilatórios Método Delineamento Experimental Todos os procedimentos foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética para Pesquisa En volvendo Seres Humanos da Universidade Cidade de São Paulo UNICID e registrado no Conselho Nacional de Ética em Pesquisa CONEP CAAE 0016018600011 e Sistema Nacional de Ética em Pesquisa SISNEP FR 401237 Ministério da Saúde Brasil Os sujeitos assinaram termo de consentimento de participação após concordarem com os objetivos riscos e benefícios relacionados ao estudo O experimento foi conduzido no Labora tório de Pesquisa em Educação Física e Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo LAPEFFI UNICID Participaram do estudo sete indivíduos do gêne ro masculino alunos do curso de Educação Física ativos não treinados 120minsem de prática de atividades físicas recreacionais assintomáticos Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 375 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório não fumantes e que não estavam utilizando qual quer medicamento ou suplementação no período do estudo Após avaliação clínica os sujeitos foram testados para determinação do pico de consumo de oxigênio VO2pico e limiares anaeróbios ven tilatórios primeiro e segundo limiares LAn1 e LAn2 respectivamente Os valores médios erro padrão para idade peso estatura e VO2pico abso luto e relativo a massa corporal total dos sujeitos foram 254 18 anos 827 36 kg 1738 21 cm 339 020 lmin e 4123 334 mlkgmin respectivamente Os sujeitos foram orientados durante a semana anterior à realização das avaliações iniciais a man ter o padrão alimentar habitual número de refei ções diárias tipo de alimento consumido e modo de preparo ao longo de todo período do estudo Nas semanas seguintes à realização das avaliações iniciais os sujeitos foram submetidos em dias sepa rados a 60min de ECr nas intensidades do LAn1 e 55 da FCrs após jejum noturno de 8h seguido de ingestão de maltodextrina 2gkg solução a 6 30min antes do início da atividade A restrição ali mentar e ingestão de carboidrato anteriormente às sessões de ECr tiveram como propósito possibilitar estados metabólicos semelhantes entre sujeitos nas ocasiões de realização das sessões experimentais Ao longo das sessões experimentais realizouse a determinação das taxas de oxidação de substratos LIP e CHO Durante as sessões experimentais a temperatura e umidade relativa do laboratório foram mantidas ao redor de 22ºC e 4560 respectivamente Anterior mente à realização dos testes todos os equipamentos utilizados na aquisição armazenamento e processa mento dos sinais biológicos foram calibrados Em cada sessão experimental foram testados dois sujeitos Os sujeitos foram orientados a não realizar qualquer tipo de esforço físico extenuante não ingerir bebidas alcoólicas eou estimulantes chá café no dia anterior dos testes As sessões experimentais foram realizadas nas manhãs seguintes ao período de jejum noturno e denominadas mDR método dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto e mIND método reserva da frequência cardíaca método indireto Teste Máximo e Determinação do Pico de Consumo de Oxigênio Anteriormente ao teste os sujeitos permaneceram sentados em repouso durante 4min para coletas venti latórias e registros de freqüência cardíaca FC iniciais O protocolo de teste consistiu em corrida em esteira Modelo ATL Inbrasport Brasil com velocidade inicial de 6kmh seguido de incrementos de 1kmh a cada 1 minuto até a exaustão voluntária dos sujeitos Os parâmetros ventilatórios foram coletados du rante o repouso e continuamente ao longo dos testes a cada ciclo respiratório e analisados em médias de vinte segundos através de analisador de gases com putadorizado modelo VO2000 Inbrasport Ltda Brasil O analisador de gases foi calibrado para vo lume e concentração padrão de gases imediatamente antes do primeiro teste do dia e recalibrado após cada teste A calibração foi realizada com amostras de gás ambiente 209 de oxigênio O2 e 004 de dióxido de carbono CO2 e com amostras obtidas a partir de um cilindro com concentração conhecida de O2 17 e de CO2 5 Além disso o fluxo de gases do aparelho foi calibrado utilizando uma seringa de três litros conforme padronização do fabricante A FC foi registrada através de monitor cardíaco modelo Sport Test Polar Electro OY Finlândia continuamente ao longo dos testes Após a exaustão foram realizados dois períodos de recuperação de 2min com 50 e 25 da velocidade máxima atingida Nos períodos de recupe FIGURA 1 Desenho Experimental 376 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al ração somente a FC foi monitorada Os critérios para determinação do VO2pico e exaustão foram ocorrência de um platô no VO2 caracterizado por aumentos de 2mlkgmin ou menores e incapacidade de manter a velocidade de corrida respectivamente Determinação dos Limiares Anaeróbios Ventilatórios Os limiares anaeróbios ventilatórios LAn1 e LAn2 foram determinados a partir dos equiva lentes ventilatórios de O2 VEVO2 e CO2 VE VCO2 frações expiradas finais de O2 FEO2 e CO2 FECO2 e quociente respiratório QR e expressos em função do VO2 em lmin O LAn1 correspondeu ao menor valor de VEVO2 antes de seu aumento continuado3031 associado ao início do aumento abrupto e continuado do QR32 O LAn2 correspondeu ao ponto em que os aumentos de VE VO2 VEVCO2 e FEO2 coincidiram com a queda de FECO2 31 33 Determinação da Freqüência Cardíaca Alvo do ECr A determinação da freqüência cardíaca alvo do ECr FCtr foi realizada conforme recomendações do ACSM 2009 a partir da equação de Gellish et al34 para previsão da FCmax pela idade FCmaxP e FC de repouso FCrep como descrito abaixo FCmaxP em bpm 2069 067 idade FCtr em bpm FCmaxP FCrep x 055 FCrep Sessões Experimentais Nas semanas seguintes à realização das avaliações iniciais os sujeitos foram submetidos em dias sepa rados a 60min de ECr nas intensidades do LAn1 e 55 da FCrs após jejum noturno de 8h seguido de ingestão de maltodextrina 2gkg solução a 6 30min antes do início da atividade para determina ção das taxas de oxidação de nutrientes LIP e CHO As sessões experimentais mDR e mIND foram realizadas nas manhãs seguintes ao período de jejum noturno Como citado anteriormente a restrição alimentar e ingestão de carboidrato anteriormente às sessões de ECr tiveram como propósito possibilitar estados metabólicos semelhantes entre sujeitos nas ocasiões de realização das sessões experimentais Oxidação de Substratos As taxas absolutas de oxidação de LIP e CHO LIPox e CHOox respectivamente foram determi nadas aos 10 20 30 40 50 e 60min do exercício a partir dos valores médios de VO2 e VCO2 lmin correspondentes aos 2 últimos minutos de cada período As taxas absolutas de oxidação em gmin foram calculadas usando equações estequiométricas de Frayn35 supondo que a taxa de excreção de nitro gênio foi insignificante A energia provida da oxidação de LIP e CHO LIPkc e CHOkc respectivamente em kcalmin foi calculada a partir de seus respectivos equivalentes energéticos 975 e 387 kcalg Tratamento Estatístico Os resultados estão apresentados como média erro padrão A homogeneidade das variâncias dos parâmetros ventilatórios FC e taxa de oxida ção de substratos foi verificada através do teste de Levene O efeito dos métodos de prescrição sobre os parâmetros ventilatórios e taxas de oxidação de CHO e LIP ao longo das sessões experimentais foi verificado através de análise de variância de dois fatores método x tempo seguido de teste post hoc HSD de Tukey As médias das sessões experimentais foram comparadas através de teste t de Student para dados pareados O nível de significância adotado foi de p005 O tratamento estatístico foi realizado através do software Statistica for Windows versão 80 2007 Statsoft Inc Estados Unidos Resultados Teste Máximo e Intensidades de Exer cício Os valores individuais para VO2 FC e veloci dade de corrida no esforço máximo e na inten sidade do LAn1 estão apresentados na TABELA 1 Os valores médios na intensidade do LAn1 relativos ao esforço máximo para VO2 FC e velocidade de corrida foram 49 72 e 50 respectivamente Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 377 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório SUJEITOS VO2 lmin FC bpm VEL kmh Emx LAn1 Emx LAn1 Emx LAn1 1 298 149 500 197 133 675 15 7 467 2 424 191 450 190 135 710 16 8 710 3 309 174 563 197 145 736 13 7 538 4 347 168 484 187 132 706 14 7 500 5 390 180 461 195 145 745 15 7 467 6 332 146 439 191 154 806 15 8 533 7 274 120 437 211 139 659 15 7 467 média ep 339 020 161 009 1954 30 1404 30 147 04 73 02 Valores individuais e médios erro padrão n 7 Emx esforço máximo LAn1 intensi dade do primeiro limiar anaeróbio VO2 consu mo de oxigênio FC fre qüência cardíaca VEL velocidade de corrida Em parênteses estão descritos valores relati vos ao esforço máximo Os parâmetros utilizados para a prescrição indireta do ECr determinação da freqüência cardíaca alvo FCtr estão apresentados na TA BELA 2 Não foi observada diferença significati va entre os valores médios de FCtr obtidos entre os métodos de prescrição 1403 30 e 1370 16 bpm mDR e mIND respectivamente p 033 TABELA 2 Parâmetros Utilizados para Prescrição Indireta do ECr SUJEITOS IDD anos FCmp bpm FCrp bpm FCrsv bpm FCrsv FCtr bpm 1 24 191 64 127 55 134 2 24 191 65 126 55 134 3 29 187 78 109 55 138 4 18 195 85 110 55 145 5 30 187 77 110 55 137 6 31 186 70 116 55 134 7 22 192 68 124 55 136 média ep 254 18 1899 12 724 29 1177 30 550 00 1370 16 Valores individuais e médios erro padrão n 7 IDD idade FCmp freqüência cardíaca máxima prevista pela idade FCrp freqüên cia cardíaca de repou so FCrsv freqüência cardíaca de reserva FCrsv intensidade de exercício FCtr fre qüência cardíaca alvo do ECr Sessões Experimentais Os valores médios para VO2 VCO2 QR taxas absolutas de oxidação e energia derivada de CHO e LIP a cada período de 10min de exercício das sessões experimentais 10 20 30 40 50 e 60min estão apresentados nas TABELAS 3 e 4 Os méto dos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de LIP com diferenças significativas para VO2 QR TABELA 3 LIPox e LIPkc TABELA 4 ao longo dos períodos de exercício entre as sessões experimentais Entretanto não foram observadas diferenças significativas em qualquer período de exercício para VCO2 CHOox e CHOkc TABELA 1 Teste Máximo e Parâmetros Utilizados para Prescrição Direta do ECr 378 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al TABELA 3 Parâmetros Ventilatórios ao Longo das Sessões de ECr SESSÃO PERÍODOS min VO2 lmin VCO2 lmin QR mDR 10 124 005 116 005 095 001 20 173 003 167 003 097 001 30 171 004 163 003 096 001 40 176 004 165 004 095 001 50 178 004 165 004 093 001 60 181 004 166 003 092 001 mIND 10 106 004 105 005 098 001 20 149 004 152 004 102 000 30 154 003 156 003 101 000 40 155 003 154 003 099 000 50 160 004 155 004 098 000 60 160 004 153 004 096 000 Valores médios erro padrão n 7 VO2 consumo de oxigênio VCO2 produção de dió xido de carbono QR quociente respiratório p 005 vs mDR TABELA 4 Oxidação de Substratos ao Longo das Sessões de ECr SESSÃO PERÍODOS min CHOox gmin LIPox gmin CHOkc kcalmin LIPkc kcalmin mDR 10 136 009 019 003 525 036 187 025 20 209 009 018 003 807 036 180 026 30 196 009 020 003 759 034 199 025 40 190 008 023 003 736 032 221 026 50 183 008 026 003 707 032 249 027 60 177 008 029 003 686 031 280 027 mIND 10 139 007 005 001 538 029 047 006 20 216 006 002 000 836 025 015 003 30 215 005 002 000 832 020 024 004 40 205 005 004 000 795 020 036 004 50 198 005 007 001 767 019 067 006 60 184 004 012 001 712 117 120 010 Valores médios erro padrão n 7 CHOox e LIPox taxas absolutas de oxidação de CHO e LIP respectivamente CHOkc e LIPkc energia derivada de CHO e LIP respectivamente P 005 vs mDR Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 379 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório Em termos absolutos o VO2 167 002 e 147 002 lmin mDR e mIND respectivamente p 005 foi significativamente maior enquanto que o QR 095 000 e 099 000 mDR e mIND respectivamente p 005 foi significativamente menor durante a sessão mDR Como conseqüência a LIPox 023 001 e 010 001 gmin mDR e mIND respectivamente p 005 e a LIPkc 219 007 e 101 006 kcalmin mDR e mIND respectivamente p 005 foram significativamente maiores durante a sessão mDR A contribuição relativa de LIP para o dispêndio calórico durante a sessão mDR foi 18 vezes maior em comparação a mIND 259 09 e 146 10 mDR e mIND respectivamente p 005 FIGURA 2 Valores médios erro padrão n 7 P 005 para CHO e LIP entre métodos de prescrição FIGURA 2 Contribuição relativa de CHO e LIP para o dispêndio calórico Discussão Diversos estudos têm se preocupado em iden tificar a intensidade adequada para otimização da LIPox durante o ECr Achten et al24 propuseram um protocolo de exercício de intensidade progres siva em cicloergômetro composto de estágios com 3 minutos de duração e incrementos de carga de 35 watts para identificação da zona de intensidade de LIPox máxima Posteriormente Cheneviere et al36 desenvolveram um modelo matemático para verificar a cinética da LIPox a partir do protocolo descrito acima Os estudos indicaram intervalos de intensidade para LIPox máxima entre 44 a 49 do VO2max e 60 a 64 da FCmax Rynders et al37 utilizando protocolo ligeiramente diferente estágios O objetivo do presente estudo foi verificar e com parar as taxas de oxidação de substratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios mDIR e da reserva da frequência cardíaca mIND Nossos resultados demonstraram que os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de LIPox com diferenças significativas para VO2 e QR ao longo dos períodos de exercício entre as sessões experimentais Em termos absolutos o QR foi significativamente menor enquanto que LIPox e LIPkc foram significativamente maiores durante a sessão mDR como conseqüência a contribuição rela tiva de LIP para o dispêndio calórico durante a sessão mDR foi 18 vezes maior em comparação a mIND 380 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al com 3 minutos de duração e incrementos de carga de 15 watts observaram que a LIPox máxima ocor re em intensidades próximas ao LAn1 47 do VO2max assim como Achten Jeukendrup12 Bircher Knechtle22 e Marquezi et al23 Todos estes estudos entretanto utilizaram er goespirometria como método de determinação da intensidade de esforço a partir da mensuração do VO2 Tal método requer equipamentos e padro nizações adequadas tornandose pouco acessível para aplicação em situações de campo Por outro lado estabeleceuse há algum tempo que FC e VO2 e conseqüentemente o gasto calórico GC estão linearmente relacionados em uma ampla gama de intensidades submáximas Ao determinar a relação entre FC e VO2 a FC pode então ser utilizada para estimar o VO2 o que em hipótese dará um reflexo da intensidade do trabalho que está sendo realizado25 27 38 A utilização de métodos preditivos ou indiretos para determinar a intensidade do exercício em si tuações de campo tem sido considerada relevante para a questão da validade ecológica uma vez que aproxima o estudo do fenômeno o mais possível da situação real porém este fato sofre variação de acordo com o tipo de controle necessário durante a prática esportiva Por exemplo a velocidade de deslocamento pode ser usada para monitorar com precisão a intensidade do exercício em alguns modos de prática corporal como corrida e natação No entanto em esportes como ciclismo a velocidade de deslocamento nem sempre reflete a intensidade do esforço realizado Nos esportes com este perfil a relação velocidadeintensidade pode ser afetada por fatores como superfície do terreno e condições ambientais entre outros Em posicionamento do Colégio Americano de Medicina Esportiva sobre a quantidade e qualidade recomendadas de exercício para o desenvolvimen to e manutenção da aptidão física relacionada à saúde em adultos aparentemente saudáveis uma indicação de prescrição indireta para o ECr foi su gerida utilizandose como parâmetro de intensidade percentuais da FC de reserva FCmáx FCrep distribuídos em zonas de treinamento de acordo com objetivos e adaptações distintos1 Com o intuito de aproximar o conhecimento científico da situação real foram desenvolvidos os frequencímetros portáteis sem fio aprimorando a mensuração da FC e tornandose o método mais comumente utilizado para obter uma indicação da intensidade do exercício realizado em situações de campo já que a FC é fácil de monitorar e mostra um padrão muito estável durante o exercício27 Embora a adoção de parâmetros indiretos pos sibilite determinar a intensidade de uma sessão de exercícios e expressála como percentuais do VO2 ou equivalentes metabólicos a prescrição do ECr a partir deste procedimento só dará uma indicação da verdadeira intensidade necessitando a relação individual entre FC e VO2 ser determinada para uma estimativa mais precisa É sabido que a adoção de parâmetros indiretos para a prescrição do ECr tal como a previsão do VO2 a partir da FC apresenta limitações pois tal método baseiase na premissa de que a relação entre FC e VO2 é linear ao longo de toda uma gama de intensidades de trabalho entretanto esta é uma simplificação uma vez que a relação não é linear em baixas intensidades ou próximo ao esforço má ximo2 3940 Além disso a estimativa da FC máxima a partir de equações preditivas por exemplo pode superestimar ou subestimar a previsão do VO2 29 4142 uma vez que foi demonstrada em vários estudos que o desvio padrão da previsão de FC máxima situase entre 8 a 12 bpm3 26 43 Uma outra finalidade para a relação entre FC e VO2 como método de prescrição de intensidade do exercício foi a adoção desse indicador como forma de estimar indiretamente o dispêndio energético associado à prática corporal através do monitora mento apenas da FC entretanto este procedimento parece não ser adequado Há um consenso geral de que enquanto o método de monitoramento da FC fornece estimativas satisfatórias do GC médio de um grupo não é necessariamente preciso para estimativas individuais uma vez que a relação entre FC e VO2 apresenta variabilidade interindividual40 assim como a própria utilização de substratos durante o exercí cio2324 Dessa maneira a intensidade do exercício geralmente definida como a quantidade de energia despendida por minuto em kcalmin para executar uma determinada tarefa15 é vista como alternativa para estimar o gasto calórico durante a execução do exercício de maneira não invasiva uma vez que os métodos que estão disponíveis atualmente para medir o dispêndio energético precisamente não podem ser usados em ambientes não laboratoriais Segundo a literatura a prescrição do ECr através de equações preditivas ou médias populacionais objetivando a alteração da composição corporal normalmente superestima a intensidade do exer cício2 25 2728 e promove adaptações relacionadas à LIPox distintas daquelas resultantes do treinamento Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 381 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório prescrito com base na mensuração do VO2 15 2425 29 Bircher Knechtle22 e Auciuturier et al5 por exemplo observaram grande variabilidade interindividual e redução da LIPox entre 6 e 14 respectivamente durante o exercício prescrito a par tir do VO2 estimado por equação preditiva em com paração ao VO2 mensurado por ergoespirometria Neste sentido a ocorrência de padrões distintos de oxidação de LIP verificada neste estudo apesar de corroborar observações descritas na literatura provavelmente não está associada exclusivamente ao tipo de determinação da intensidade do exercício Outras variáveis intervenientes tais como conteúdos de glicogênio muscular e padrões alimentares indivi duais além da baixa reprodutibilidade do analisador de gases utilizado modelo VO2000 Inbrasport Ltda Brasil como descrito por Crouter et al44 podem ter influído nos resultados obtidos e constituemse em fatores limitantes do trabalho Nossos resultados demonstraram que os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de LIP com diferenças significativas para VO2 e QR ao longo dos períodos de exercício entre as sessões experimentais sugerindo relativa validade ecológica Porém apesar de sabermos que a pres crição do ECr por método da reserva da frequência cardíaca subestima a LIPox comparada àquela rea lizada através dos limiares anaeróbios ventilatórios este método indicou para uma aplicabilidade que se aproxima dos critérios cientificamente preconi zados o que para uma indicação de intensidade em situações de campo poderá acarretar em menor margem de erros Abstract Substrate oxidation pattern during cardiorespiratory exercise prescribed by different methods The American College of Sports Medicine recommends intensities of between 55 and 70 heart rate reserve HRR for prescription of endurance exercise EEx aiming the body composition change However several studies have found that the maximal lipid oxidation LIPox is directly related to anaerobic thresh old AT and occurs at intensities around 60 maximal heart rate HRmax and 55 maximal oxygen uptake VO2max The aim of this study was to compare the substrate oxidation rates from EEx prescribed by AT direct method mDR and HRR indirect method mIND Seven untrained healthy male subjects performed 60min of EEx at AT and 55 HRR for substrates oxidation rates by indirect calorimetry after 8h fasting followed by maltodextrin intake 2gkg 6 solution 30min before the onset of exercise Our results showed dissimilar patterns of LIPox 023 001 e 010 001 gmin mDR e mIND respectively p 005 as a consequence the relative contribution of LIP oxidation to total energy expenditure was 18 times higher in AT than in HRR trial 259 09 e 146 10 mDR e mIND respectively p 005 Despite HRR underestimate the LIPox this method indicated for applicability approaching the scientifically recommended criteria which for strength indication in field situations may result in lower margin of error Keywords Substrate oxidation Anaerobic threshold Heart rate reserve Cardiorespiratory fitness Referências 1 American College of Sports Medicine ACSMs Guidelines for Exercise Testing and Prescription 8th ed Baltimore Williams Wilkins 2009 2 Katch V Weltman A Sady S et al Validity of the relative percent concept for equating training intensity Eur J Appl Physiol 19783921927 3 Miller WC Wallace JP Eggert KE Predicting max HR and the HRVO2 relationship for exercise prescription in obesity Med Sci Sport Exerc 199325107781 4 Caputo F Greco CC Denadai BS Efeitos do Estado e Especificidade do Treinamento Aeróbio na Relação VO2max versus FCmax Durante o Ciclismo Arq Bras Cardiol 200584203 382 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al 5 Aucouturier J Rance M Meyer M et al Determination of the maximal fat oxidation point in obese children and ado lescents validity of methods to assess maximal aerobic power Eur J Appl Physiol 200910532531 6 Holloszy JO Coyle EF Adaptation of skeletal muscle to endurance exercise and their metabolic consequences J Appl Physiol 19845683138 7 Sahlin K Control of lipid oxidation at the mitochondrial level Appl Physiol Nutr Metab 2009343828 8 LimaSilva AE Bertuzzi RC Pires FO et al Relationship between training status and maximal fat oxidation rate J Sports Sci Med 20109315 9 Chenevière X Borrani F Droz D et al Effects of 2 different prior endurance exercises on wholebody fat oxidation kinetics light vs heavy exercise Appl Physiol Nut Metab 20123795564 10 Coggan AR Raguso CA Williams BD et al Glucose kinetics during highintensity exercise in endurancetrained and untrained humans J Appl Physiol 199578120307 11 Van Loon LJ Jeukendrup AE Saris WH et al Effect of training status on fuel selection during submaximal exercise with glucose ingestion J Appl Physiol 199987141320 12 Achten J Jeukendrup AE Relation between plasma lactate concentration and fat oxidation rates over a wide range of exercise intensities Int J Sports Med 200425327 13 Marquezi ML Adaptações decorrentes do exercício cardiorespiratório sobre a oxidação de lipídeos exercício aeróbio Rev Mackenzie Educ Fis Esp 20109325 14 Goodpaster BH Wolf D Skeletal muscle lipid accumulation in obesity insulin resistance and type 2 diabetes Pediatr Diabetes 2004521926 15 Romijn JA Coyle EF Sidossis LS et al Regulation of endogenous fat and carbohydrate metabolism in relation to exercise intensity and duration Am J Physiol 1993265E38091 16 Skinner JS Mclellan TH The transition from aerobic to anaerobic metabolism Resp Q Exerc Sport 19805123448 17 Bonen A Mcdermott JC Hutber CA Carbohydrate metabolism in skeletal muscle an update of current concepts Int J Sports Med 198910385401 18 Holloszy JO Kohrt M Hansen PA The regulation of carbohydrate and fat metabolism during and after exercise Front Biosc 19983d1011d1027 19 Yeo WK Carey AL Burke L et al Fat adaptation in welltrained athletes effects on cell metabolism Appl Physiol Nutr Metab 2011361222 20 Poortmans JR Carpentier A Metabolic regulation during sport events factual interpretations and inadequate allega tions Rev Bras Educ Fís Esporte 201327493506 21 Brooks GA Mercier J Balance of carbohydrate and lipid utilization during exercise the crossover concept J Appl Physiol 199476225361 22 Bircher S Knechtle B Relationship between fat oxidation and lactate threshold in athletes and obese women and men J Sports Sci Med 20043174181 23 Marquezi ML Duarte L Schwartz J et al Variabilidade interindividual da oxidação de substratos durante o exercício Rev Mackenzie Educ Fis Esp 20098319 24 Achten J Gleeson M Jeukendrup AE Determination of the exercise intensity that elicits maximal fat oxidation Med Sci Sport Exerc 200234927 25 Carey DG Quantifying differences in the fat burning zone and the aerobic zone implications for training J Strength Cond Res 200923209095 26 Roecker K Niess AM Horstmann T et al Heart rate prescriptions from performance and anthropometrical charac teristics Med Sci Sports Exerc 2002348817 27 Achten J Jeukendrup AE Heart rate monitoring applications and limitations Sports Med 20033351738 28 Michallet AS Tonini J Regnier J et al Methodological aspects of crossover and maximum fatoxidation rate point determination Diabetes Metab 20083451423 29 Bernard T Gavarry O Bermon S et al Relationships between oxygen consumption and heart rate in transitory and steady states of exercise and during recovery influence of type of exercise Eur J Appl Physiol 1997751706 30 Caiozzo VJ Davis JA Ellis JF et al A comparison of gas exchange indices used to detect the anaerobic threshold J Appl Physiol 19825311849 31 Reinhard U Muller PH Schmulling RM Determination of anaerobic threshold by the ventilation equivalent in normal individuals Respiration 1979383642 32 Beaver WL Wasserman K Whipp BJ A new method for detecting anaerobic threshold by gas exchange J Appl Physiol 19866020207 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 383 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório endereço de correspondência Marcelo Luis Marquezi Rua Cesário Galeno 432448 Tatuapé CEP 03071000 São Paulo SP Brasil Phone number 55 11 21781212 Email mlmqzuspbr Submetido 24012015 Revisado 19082015 Aceito 19012016 33 Bhambhani Y Singh M Ventilatory threshold during a graded exercise test Respiration 1985471208 34 Gellish RL Goslin BR Olson RE et al Longitudinal modeling of the relationship between age and maximal heart rate Med Sci Sport Exerc 2007398229 35 Frayn KN Calculation of substrate oxidation rates in vivo from gaseous exchange J Appl Physiol 19835562834 36 Cheneviere X Malatesta D Peters EM et al A mathematical model to describe fat oxidation kinetics during graded exercise Med Sci Sport Exerc 200941161525 37 Rynders CA Angadi SA Weltman NY et al Oxygen uptake and ratings of perceived exertion at the lactate threshold and maximal fat oxidation rate in untrained adults Eur J Appl Physiol 201111120638 38 Gastinger S Sorel A Nicolas G et al A comparison between ventilation and heart rate as indicator of oxygen uptake during different intensities of exercise J Sports Sci Med 201091108 39 Bassett DR Howley ET Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance Med Sci Sport Exerc 2000327084 40 Cunha FA Farinatti PTV Midgley AW Methodological and practical application issues in exercise prescription using the heart rate reserve and oxygen uptake reserve methods J Sci Med Sport 2011144657 41 Fairbarn MS Blackie SP Mcelvaney NG et al Prediction of heart rate and oxygen uptake during incremental and maximal exercise in healthy adults Chest 199410513659 42 ScharhagRosenberger F Meyer T Gäßler N et al Exercise at given percentages of VO2max Heterogeneous metabolic responses between individuals J Sci Med Sport 201013749 43 Whaley MH Kaminsky LA Dwyer GB et al Predictors of over and underachievement of agepredicted maximal heart rate Med Sci Sports Exerc 19922411739 44 Crouter SE Antczak A Hudak JR et al Accuracy and reliability of the ParvoMedics TrueOne 2400 and MedGraphics VO2000 metabolic systems Eur J Appl Physiol 20069813951 NEW AFTER HOURS ENHANCED SERVICES Heres whats new Get your choice of premium evidence enhancements with your after hours submissions Prepaid through the After Hours Interface or calls to After Hours Dispatch use the newlyopened VTN Managed Evidence Enhancements portal to upgrade your enhanced evidence services Choose your enhancements by uploading your request in the Portal for improved evidentiary value Choose from the New VTN Face Enhancement Service 65 enhancements per request or use VTNs professional photo enhancement option for up to 8 requested photos per request Upgrade your enhanced evidence services with current enhanced video enhancement service for an additional 15 minutes of processing and delivery time and access to VTNs latest DeBeauty Filter technology To access the Managed Evidence Enhancements Portal go to wwwvtnservicescomafterhours and click on the new Request Evidence Enhancements tab Questions or interested in a timed demo Contact VTN Customer Service at customerservicevtnservicescom or 6023888787 for details Managed Evidence Enhancements service are currently available to MSP and AZPOST participating agencies through After Hours Interface electronic submissions and calls to After Hours Dispatch BEGINNING MONDAY AUGUST 7 23 1700 HRS ALL VTN FREEZO SERVICE LATE ACCIDENTS AND INJURY ACCIDENTS WILL HAVE TO SUBMIT DIGITAL ORDERS ON THE AFTER HOURS INTERFACE TO ACCESS THESE NEW ENHANCED SERVICES SERVICE CALLS FOR FREEZO TRANSFER WILL STILL BEL ACCEPTED THROUGH AFTER HOURS DISPATCH REMINDERS For Freezo Service jurisdiction ensure after hours calls to dispatch are not all done at once Dispatch service capacity is limited to ensure timely response to one call at a time and in order of receipt Do not combine multiple requests into your initial call Identify individual scenes separately The VTN After Hours interface to submit digital information and requests is live and available 247 Administrators must enroll in the VTN After Hours User portal to gain system rightspermissions to enter and update orders electronically Questions Email After Hours customer service at afterhoursvtnservicescom Watch for announcements for training demos andor scheduled QA sessions VTN logo Freezo logo AZ Police logo Advertisement text box Windows of Opportunity ORDER REPORT TRANSFER Call Options Automated Order Entry Report Access Text Photo Uploads Freezo on dispatch for After Hours and near realtime incident information VTN grátis Freezo log snare Freezo AN 9 AN Questões Leia o texto e responda à pergunta relacionada A O conhecimento pode ser gerado a partir da associação de processos distintos porém relacionados Entretanto a divulgação do conhecimento gerado é fundamental e ocorre por meio de diferentes instrumentos entre eles a publicação de artigos em revistas científicas especializadas em determinados temas Considerando os artigos disponíveis na área de conteúdo da tutoria Rev Bras Educ Fís Esporte 312 373 a 83 2017 Rev Bras Presc Fisiol Ex 1169 676 a 683 2017 Rev Bras Educ Fís Esporte 25 5365 2011 responda 1 Quais são os temas tratados por cada um dos artigos Resposta O artigo Tratamento Físico realiza considerações práticas e cientificas acerca do treinamento físico no desporto É feita uma discussão detalhada sobre os principais aspetos relacionados com o treinamento físicodesportivo nomeadamente 1 Avaliação do treinamento O artigo aborda a importância da avaliação do desempenho físico como parte fundamental do processo de treino São apresentados diversos métodos e técnicas de avaliação desde testes físicos específicos até análises biomecânicas e fisiológicas que permitem identificar os aspetos determinantes do rendimento numa modalidade desportiva 2 Controlo do treinamento O controlo da carga de treino é discutido com destaque para as limitações dos métodos tradicionais baseados apenas na carga externa volume intensidade etc e a necessidade de utilizar indicadores da carga interna respostas fisiológicas e perceptuais para uma melhor compreensão do stress imposto ao organismo 3 Modelos de organização da carga de treino São apresentadas e discutidas diferentes abordagens para a periodização e estruturação da carga de treino desde os modelos tradicionais até os mais contemporâneos evidenciando a complexidade desta temática e a necessidade de mais investigação 4 Desenvolvimento das capacidades motoras O artigo faz uma síntese do conhecimento científico sobre os métodos e meios mais eficazes para o desenvolvimento de capacidades como a força a potência a velocidade e a resistência essenciais para um elevado rendimento desportivo Em suma este artigo fornece um panorama abrangente e detalhado sobre o estado da arte do conhecimento científico associado ao treinamento físico no desporto discutindo tanto os aspetos teóricos como as implicações práticas para a preparação e otimização do rendimento dos atletas O segundo artigo por sua vez INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PESOS LIVRES E MÁQUINAS NO DESENVOLVIMENTO DA FORÇA MÁXIMA DE MEMBROS INFERIORES discorre acerca da influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores com foco no exercício de agachamento em resumo o artigo destaca os principais pontos O treinamento de força é uma prática corporal muito popular com um número crescente de adeptos e espaços dedicados a esta atividade Para iniciantes neste tipo de treino é comum a recomendação da utilização de máquinas devido à maior segurança e facilidade de aprendizagem da técnica Apesar da semelhança na execução existem diferenças entre exercícios com pesos livres e máquinas principalmente na atividade eletromiográfica e parâmetros hormonaismetabólicos 1 Objetivo Comparar o desenvolvimento da força máxima avaliada pelo teste de 1RM entre pesos livres e máquinas para o exercício de agachamento 2 Metodologia O artigo disserta ainda sobre a metodologia utilizada durante o estudo conforme é possível observar abaixo Foram selecionados 10 participantes do género masculino distribuídos aleatoriamente em dois grupos grupo que realizou agachamento livre com flexão de joelho até 135º n4 e grupo que executou o agachamento na máquina Smith com a mesma amplitude n6 O período de estudo foi de 6 semanas com 2 semanas de avaliações pré e pós treino e 4 semanas de treino Foi utilizado o teste de 1 Repetição Máxima 1RM para avaliar os ganhos de força máxima 4 Resultados Não houve diferença significativa no 1RM entre os grupos após o treino Contudo a análise da magnitude do efeito revelou um efeito moderado para o grupo de pesos livres 087 e pequeno para o grupo de máquinas 034 5 Discussão Os resultados sugerem que apesar dos ganhos de força máxima terem sido semelhantes entre os grupos os exercícios com pesos livres apresentaram estímulos mais favoráveis para o desenvolvimento da força possivelmente devido à maior ativação muscular e ambiente hormonalmetabólico mais propício neste tipo de exercício 6 Conclusão Os exercícios com pesos livres possuem estímulos mais benéficos para o desenvolvimento da força máxima de membros inferiores quando comparados aos exercícios em máquinas apesar dos ganhos finais terem sido semelhantes entre os grupos Em síntese este artigo fornece uma Panorâmica detalhada sobre a influência da utilização de pesos livres versus máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores através do exercício de agachamento destacando as possíveis diferenças nos estímulos proporcionados por estes dois ambientes de treino Por fim o artigo Padrões oxidação de substratos trata dos padrões de oxidação de substratos lipídeos e carboidratos durante o exercício cardiorrespiratório prescrito por dois métodos diferentes o método direto baseado na determinação dos limiares anaeróbios ventilatórios mDR e o método indireto baseado na reserva da frequência cardíaca mIND De forma detalhada o artigo aborda os seguintes aspetos A prescrição do exercício cardiorespiratório ECr envolve a determinação da frequência volume e intensidade do exercício A intensidade do ECr pode ser prescrita de forma direta através da mensuração do consumo de oxigênio VO2 ou de forma indireta através da frequência cardíaca FC A oxidação de lipídeos LIPox está diretamente relacionada com o primeiro limiar anaeróbio e ocorre em intensidades por volta de 60 da FC máxima e 55 do VO2 máximo 2 Objetivo Verificar e comparar as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto e da reserva da frequência cardíaca método indireto 3 Metodologia 7 homens ativos não treinados realizaram 60 minutos de ECr nas intensidades do primeiro limiar anaeróbio mDR e 55 da reserva da FC mIND após jejum noturno e ingestão de carboidrato Foram avaliadas as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos por calorimetria indireta 4 Resultados Os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de lipídeos com maior VO2 e menor quociente respiratório indicativo de maior oxidação de lipídeos na sessão mDR A taxa absoluta de oxidação de lipídeos 023 vs 010 gmin e a contribuição relativa para o dispêndio energético 26 vs 15 foram significativamente maiores na sessão mDR 5 Discussão A prescrição do ECr através de métodos indiretos baseados na FC tende a subestimar a oxidação de lipídeos em comparação aos métodos diretos baseados no VO2 Apesar disso o método indireto apresenta maior aplicabilidade prática podendo indicar a intensidade do exercício com menor margem de erro em situações de campo 6 Conclusão O ECr prescrito através do método direto baseado nos limiares anaeróbios ventilatórios promove maior oxidação de lipídeos em comparação ao método indireto baseado na reserva da FC Em Panorâmica este artigo fornece uma análise detalhada sobre a influência dos métodos de prescrição do exercício cardiorrespiratório direto versus indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício destacando as vantagens e limitações de cada abordagem 2 No que se refere ao procedimento de pesquisa adotado como os artigos podem ser classificados Resposta Quanto ao tipo de estudo Artigo 1 Influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores Tratase de um estudo experimental com a comparação de dois grupos submetidos a diferentes protocolos de treinamento pesos livres vs máquinas Artigo 2 Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Também se trata de um estudo experimental com a comparação de dois métodos distintos de prescrição do exercício limiares anaeróbios vs reserva da frequência cardíaca Artigo 3 Oxidação de substratos no exercício cardiorrespiratório Novamente um estudo experimental comparando a oxidação de substratos entre dois métodos de prescrição do exercício Quanto ao delineamento Todos os artigos apresentam um delineamento transversal com a comparação de grupos ou condições em um único momento Quanto à coleta de dados Todos os estudos utilizaram procedimentos laboratoriais controlados com a realização de testes físicos avaliações e medições durante a prática do exercício Quanto à abordagem Tratase de pesquisas quantitativas com a utilização de análises estatísticas para comparação dos resultados entre os grupos ou condições Em síntese os artigos apresentados podem ser classificados como estudos experimentais transversais de abordagem quantitativa com coleta de dados em ambiente laboratorial controlado Este tipo de delineamento permite uma avaliação mais rigorosa da relação de causalidade entre as variáveis investigadas 3 Explique resumidamente o aspecto metodológico presente em um dos artigos Resposta Focando no aspeto metodológico de um dos artigos podemos resumir o estudo Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Artigo 2 Resumidamente o estudo apresenta o seguinte delineamento metodológico Participantes 7 homens ativos não treinados submetidos a avaliações iniciais Procedimentos 1 Determinação do pico de consumo de oxigênio VO2pico e dos limiares anaeróbios ventilatórios LAn1 e LAn2 em teste máximo em esteira 2 Cálculo da frequência cardíaca alvo FCtr para o exercício com base na frequência cardíaca máxima prevista e reserva da frequência cardíaca 3 Realização de duas sessões experimentais de 60 minutos de exercício cardiorespiratório Sessão mDR método direto Exercício na intensidade do LAn1 Sessão mIND método indireto Exercício a 55 da FCtr 4 Durante as sessões experimentais determinação das taxas de oxidação de lipídeos LIPox e carboidratos CHOox por calorimetria indireta a cada 10 minutos Análise de dados Comparação das variáveis ventilatórias e taxas de oxidação de substratos entre os dois métodos de prescrição do exercício Este delineamento permitiu aos autores avaliarem de forma controlada o impacto de dois métodos distintos de prescrição do exercício direto vs indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício cardiorrespiratório Questões Leia o texto e responda à pergunta relacionada A O conhecimento pode ser gerado a partir da associação de processos distintos porém relacionados Entretanto a divulgação do conhecimento gerado é fundamental e ocorre por meio de diferentes instrumentos entre eles a publicação de artigos em revistas científicas especializadas em determinados temas Considerando os artigos disponíveis na área de conteúdo da tutoria Rev Bras Educ Fís Esporte 312 373 a 83 2017 Rev Bras Presc Fisiol Ex 1169 676 a 683 2017 Rev Bras Educ Fís Esporte 25 5365 2011 responda 1 Quais são os temas tratados por cada um dos artigos Resposta O artigo Tratamento Físico realiza considerações práticas e cientificas acerca do treinamento físico no desporto É feita uma discussão detalhada sobre os principais aspetos relacionados com o treinamento físicodesportivo nomeadamente 1 Avaliação do treinamento O artigo aborda a importância da avaliação do desempenho físico como parte fundamental do processo de treino São apresentados diversos métodos e técnicas de avaliação desde testes físicos específicos até análises biomecânicas e fisiológicas que permitem identificar os aspetos determinantes do rendimento numa modalidade desportiva 2 Controlo do treinamento O controlo da carga de treino é discutido com destaque para as limitações dos métodos tradicionais baseados apenas na carga externa volume intensidade etc e a necessidade de utilizar indicadores da carga interna respostas fisiológicas e perceptuais para uma melhor compreensão do stress imposto ao organismo 3 Modelos de organização da carga de treino São apresentadas e discutidas diferentes abordagens para a periodização e estruturação da carga de treino desde os modelos tradicionais até os mais contemporâneos evidenciando a complexidade desta temática e a necessidade de mais investigação 4 Desenvolvimento das capacidades motoras O artigo faz uma síntese do conhecimento científico sobre os métodos e meios mais eficazes para o desenvolvimento de capacidades como a força a potência a velocidade e a resistência essenciais para um elevado rendimento desportivo Em suma este artigo fornece um panorama abrangente e detalhado sobre o estado da arte do conhecimento científico associado ao treinamento físico no desporto discutindo tanto os aspetos teóricos como as implicações práticas para a preparação e otimização do rendimento dos atletas O segundo artigo por sua vez INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PESOS LIVRES E MÁQUINAS NO DESENVOLVIMENTO DA FORÇA MÁXIMA DE MEMBROS INFERIORES discorre acerca da influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores com foco no exercício de agachamento em resumo o artigo destaca os principais pontos O treinamento de força é uma prática corporal muito popular com um número crescente de adeptos e espaços dedicados a esta atividade Para iniciantes neste tipo de treino é comum a recomendação da utilização de máquinas devido à maior segurança e facilidade de aprendizagem da técnica Apesar da semelhança na execução existem diferenças entre exercícios com pesos livres e máquinas principalmente na atividade eletromiográfica e parâmetros hormonaismetabólicos 1 Objetivo Comparar o desenvolvimento da força máxima avaliada pelo teste de 1RM entre pesos livres e máquinas para o exercício de agachamento 2 Metodologia O artigo disserta ainda sobre a metodologia utilizada durante o estudo conforme é possível observar abaixo Foram selecionados 10 participantes do género masculino distribuídos aleatoriamente em dois grupos grupo que realizou agachamento livre com flexão de joelho até 135º n4 e grupo que executou o agachamento na máquina Smith com a mesma amplitude n6 O período de estudo foi de 6 semanas com 2 semanas de avaliações pré e pós treino e 4 semanas de treino Foi utilizado o teste de 1 Repetição Máxima 1RM para avaliar os ganhos de força máxima 4 Resultados Não houve diferença significativa no 1RM entre os grupos após o treino Contudo a análise da magnitude do efeito revelou um efeito moderado para o grupo de pesos livres 087 e pequeno para o grupo de máquinas 034 5 Discussão Os resultados sugerem que apesar dos ganhos de força máxima terem sido semelhantes entre os grupos os exercícios com pesos livres apresentaram estímulos mais favoráveis para o desenvolvimento da força possivelmente devido à maior ativação muscular e ambiente hormonalmetabólico mais propício neste tipo de exercício 6 Conclusão Os exercícios com pesos livres possuem estímulos mais benéficos para o desenvolvimento da força máxima de membros inferiores quando comparados aos exercícios em máquinas apesar dos ganhos finais terem sido semelhantes entre os grupos Em síntese este artigo fornece uma Panorâmica detalhada sobre a influência da utilização de pesos livres versus máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores através do exercício de agachamento destacando as possíveis diferenças nos estímulos proporcionados por estes dois ambientes de treino Por fim o artigo Padrões oxidação de substratos trata dos padrões de oxidação de substratos lipídeos e carboidratos durante o exercício cardiorrespiratório prescrito por dois métodos diferentes o método direto baseado na determinação dos limiares anaeróbios ventilatórios mDR e o método indireto baseado na reserva da frequência cardíaca mIND De forma detalhada o artigo aborda os seguintes aspetos A prescrição do exercício cardiorespiratório ECr envolve a determinação da frequência volume e intensidade do exercício A intensidade do ECr pode ser prescrita de forma direta através da mensuração do consumo de oxigênio VO2 ou de forma indireta através da frequência cardíaca FC A oxidação de lipídeos LIPox está diretamente relacionada com o primeiro limiar anaeróbio e ocorre em intensidades por volta de 60 da FC máxima e 55 do VO2 máximo 2 Objetivo Verificar e comparar as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto e da reserva da frequência cardíaca método indireto 3 Metodologia 7 homens ativos não treinados realizaram 60 minutos de ECr nas intensidades do primeiro limiar anaeróbio mDR e 55 da reserva da FC mIND após jejum noturno e ingestão de carboidrato Foram avaliadas as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos por calorimetria indireta 4 Resultados Os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de lipídeos com maior VO2 e menor quociente respiratório indicativo de maior oxidação de lipídeos na sessão mDR A taxa absoluta de oxidação de lipídeos 023 vs 010 gmin e a contribuição relativa para o dispêndio energético 26 vs 15 foram significativamente maiores na sessão mDR 5 Discussão A prescrição do ECr através de métodos indiretos baseados na FC tende a subestimar a oxidação de lipídeos em comparação aos métodos diretos baseados no VO2 Apesar disso o método indireto apresenta maior aplicabilidade prática podendo indicar a intensidade do exercício com menor margem de erro em situações de campo 6 Conclusão O ECr prescrito através do método direto baseado nos limiares anaeróbios ventilatórios promove maior oxidação de lipídeos em comparação ao método indireto baseado na reserva da FC Em Panorâmica este artigo fornece uma análise detalhada sobre a influência dos métodos de prescrição do exercício cardiorrespiratório direto versus indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício destacando as vantagens e limitações de cada abordagem 2 No que se refere ao procedimento de pesquisa adotado como os artigos podem ser classificados Resposta Quanto ao tipo de estudo Artigo 1 Influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores Tratase de um estudo experimental com a comparação de dois grupos submetidos a diferentes protocolos de treinamento pesos livres vs máquinas Artigo 2 Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Também se trata de um estudo experimental com a comparação de dois métodos distintos de prescrição do exercício limiares anaeróbios vs reserva da frequência cardíaca Artigo 3 Oxidação de substratos no exercício cardiorrespiratório Novamente um estudo experimental comparando a oxidação de substratos entre dois métodos de prescrição do exercício Quanto ao delineamento Todos os artigos apresentam um delineamento transversal com a comparação de grupos ou condições em um único momento Quanto à coleta de dados Todos os estudos utilizaram procedimentos laboratoriais controlados com a realização de testes físicos avaliações e medições durante a prática do exercício Quanto à abordagem Tratase de pesquisas quantitativas com a utilização de análises estatísticas para comparação dos resultados entre os grupos ou condições Em síntese os artigos apresentados podem ser classificados como estudos experimentais transversais de abordagem quantitativa com coleta de dados em ambiente laboratorial controlado Este tipo de delineamento permite uma avaliação mais rigorosa da relação de causalidade entre as variáveis investigadas 3 Explique resumidamente o aspecto metodológico presente em um dos artigos Resposta Focando no aspeto metodológico de um dos artigos podemos resumir o estudo Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Artigo 2 Resumidamente o estudo apresenta o seguinte delineamento metodológico Participantes 7 homens ativos não treinados submetidos a avaliações iniciais Procedimentos 1 Determinação do pico de consumo de oxigênio VO2pico e dos limiares anaeróbios ventilatórios LAn1 e LAn2 em teste máximo em esteira 2 Cálculo da frequência cardíaca alvo FCtr para o exercício com base na frequência cardíaca máxima prevista e reserva da frequência cardíaca 3 Realização de duas sessões experimentais de 60 minutos de exercício cardiorespiratório Sessão mDR método direto Exercício na intensidade do LAn1 Sessão mIND método indireto Exercício a 55 da FCtr 4 Durante as sessões experimentais determinação das taxas de oxidação de lipídeos LIPox e carboidratos CHOox por calorimetria indireta a cada 10 minutos Análise de dados Comparação das variáveis ventilatórias e taxas de oxidação de substratos entre os dois métodos de prescrição do exercício Este delineamento permitiu aos autores avaliarem de forma controlada o impacto de dois métodos distintos de prescrição do exercício direto vs indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício cardiorrespiratório
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
13
Treinamento Físico: Considerações Práticas e Científicas
Educação Física
UNICID
26
Estrutura e Planificação do Treinamento Desportivo
Educação Física
UNICID
1
Orientação de Estágio
Educação Física
UNICID
12
Revisão Crítica sobre Treino de Flexibilidade Muscular e Amplitude de Movimento
Educação Física
UNICID
1
Horas Complementares
Educação Física
UNICID
22
Projeto de Pesquisa
Educação Física
UNICID
5
Relatorio Final de Estagio Supervisionado Cultura e Lazer
Educação Física
UNICID
62
Introdução à Transferência de Energia e Primeira Lei da Termodinâmica
Educação Física
UNICID
10
Prova Fisiologia do Exercicio - Fibras Musculares e Metabolismo Energetico
Educação Física
UNICID
36
Capítulo 5: Potenciais de Membrana e Potenciais de Ação
Educação Física
UNICID
Preview text
PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA II PROVA ESPECÍFICA 2 A1 VALOR 50 DATA DE ENTREGA 23 de MAIO Leia o texto e responda à pergunta relacionada A O conhecimento pode ser gerado a partir da associação de processos distintos porém relacionados Entretanto a divulgação do conhecimento gerado é fundamental e ocorre por meio de diferentes instrumentos entre eles a publicação de artigos em revistas científicas especializadas em determinados temas Considerando os artigos disponíveis na área de conteúdo da tutoria Rev Bras Educ Fís Esporte 312 373 a 83 2017 Rev Bras Presc Fisiol Ex 1169 676 a 683 2017 Rev Bras Educ Fís Esporte 25 5365 2011 responda 1 Quais são os temas tratados por cada um dos artigos 2 No que se refere ao procedimento de pesquisa adotado como os artigos podem ser classificados 3 Explique resumidamente o aspecto metodológico presente em um dos artigos Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 53 Treinamento físico considerações práticas e científi cas Introdução Treinamento físico considerações práticas e científi cas Hamilton ROSCHEL Valmor TRICOLI Carlos UGRINOWITSCH Escola de Educa ção Física e Esporte Universidade de São Paulo Resumo O treinamento físico é uma importante área de atuação profi ssional da Educação Física e do Esporte Ela tem por objetivo precípuo a melhoria do desempenho físicoesportivo através da aplicação de um processo organizado e sistemático composto por exercícios físicos Nos últimos anos os progressos tecnológicos e nos métodos de investigação científi ca nas diferentes subáreas relacionadas ao treinamento físico trouxeram um avanço signifi cativo na obtenção deste objetivo Neste artigo será discutido do ponto de vista acadêmicocientífi co e também da prática profi ssional o estado da arte do conhecimento associado à avaliação do treinamento ao controle da carga de treinamento aos modelos de organização da carga de treinamento e ao desenvolvimento das capacidades motoras Esperamos que ao fi nal o leitor possa ter um bom entendimento destes diferentes componentes como eles contribuem para a modifi cação do desempenho motor e como aplicálos para a elaboração implementação avaliação e reformulação de programas de treinamento físico UNITERMOS Treinamento físico Desempenho esportivo Atuação profi ssional O entendimento do termo treinamento é sem dúvida bastante amplo tendo sido empregado nas mais variadas áreas científi cas e profi ssionais Treina mento é caracterizado como um processo repetitivo e sistemático composto de exercícios progressivos que visam o aperfeiçoamento do desempenho Neste sentido o treinamento físico pode ser compreendi do como um processo organizado e sistemático de aperfeiçoamento físico nos seus aspectos morfoló gicos e funcionais impactando diretamente sobre a capacidade de execução de tarefas que envolvam demandas motoras sejam elas esportivas ou não BARBANTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2004 As origens das bases teóricas do treinamento físico não são recentes Grandes pensadores da antiguidade já propunham teorias acerca do treinamento em seus trabalhos Galeno de Pérgamo século segundo dC já ensaiava sobre conceitos que se assemelham ao que se entende atualmente por periodização No seu tratado Preservação da Saúde ele discorre sobre sequências de treinamento para o desenvolvimento específi co da força rápida passando pelo uso de exercícios que priorizavam a força em detrimento da velocidade culminando com o uso de exercícios intensos que combinavam as duas capacidades motoras Já Filóstrato o Atenienese pro punha também no século segundo dC um período preparatório para as competições Olímpicas inclusive com a sugestão de um período destinado à preparação específi ca em um centro de treinamento um mês antes da competição GARDINER 1930 ISSURIN 2010 Embora os exemplos acima ilustrem uma preocupa ção já bastante antiga com o treinamento físico voltado para o desempenho não foi até poucas décadas atrás que a ciência do esporte realmente experimentou um avanço signifi cativo no seu corpo de conhecimento A ciência do esporte pode ser entendida como uma área multidisciplinar preocupada com a compreensão e aperfeiçoamento do desempenho físicoesportivo humano BISHOP 2008 Ainda segundo o autor a ciência do esporte pode ser vista como o processo cien tífi co usado para guiar a prática esportiva e em última análise melhorar o desempenho físico Neste sentido a ciência do esporte tem cada vez mais contribuído para o aperfeiçoamento dos programas de treinamento físicoesportivo através principalmente de um aumento na qualidade do treinamento proposto Áreas de atuação e investigação em Educação Física e Esporte 54 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Assim podemos didaticamente dividir os estudos relacionados ao treinamento físicoesportivo em quatro grandes áreas 1 avaliação do treinamento 2 controle do treinamento 3 modelos de organização da carga de treinamento e 4 desenvolvimento das capacidades motoras Entender a importância de cada uma dessas áreas para a maximização do rendimento físicoesportivo é fundamental para o profi ssional pois as exigências do esporte moderno tanto em relação às cargas de treinamento quanto ao número de competi ções por temporada faz com que os atletas estejam mais predispostos a lesões e estados de sobretreinamento nos quais o rendimento esportivo é negativamente afetado O objetivo desse ensaio é portanto apresentar uma breve discussão sobre o estado da arte no que concerne ao conhecimento em cada uma destas áreas ligadas ao treinamento físicoesportivo e suas aplicações práticas Desenvolvimento Avaliação do treinamento O desempenho físico é considerado parte integral do esporte e sua avaliação constitui um aspecto fundamental na análise da efi cácia dos processos de treinamento empregados ao longo de uma tempo rada KISS BÖHME 2003 Contudo para que a avaliação seja efetiva é necessário que os aspectos mais importantes para o rendimento físicoesportivo em uma determinada modalidade esportiva sejam investigados É ampla mente aceito que na vasta maioria das modalidades esportivas não há uma única capacidade motora que caracterize a modalidade mas sim um conjunto de capacidades que é determinante para um elevado rendimento esportivo Quanto mais complexa for a estrutura da atividade esportiva ex corrida de 100 m vs basquetebol mais importante é a interação entre as capacidades motoras Por isso a avaliação deve compreender o diagnóstico de todas as capacidades envolvidas na modalidade esportiva alvo e se possível em condições que simulem a prática da atividade CURRELL JEUKENDRUP 2008 Desta forma mui tas pesquisas têm se dedicado ao desenvolvimento de métodos que permitam identifi car as capacidades motoras envolvidas em diversas modalidades espor tivas Além dos métodos mais usuais encontrados na literatura uma contribuição muito grande vem sendo dada por sistemas de vídeo os quais têm sido utili zados para descrever as atividades motoras realizadas durante as competições esportivas de modalidades como o futebol o basquetebol e o voleibol BEN AB DELKRIM CASTAGNA EL FAZAA EL ATI 2010 MOHR KRUSTRUP ANDERSSON KIRKENDAL BANGSBO 2008 SHEPPARD GABBETT STANGANELLI 2009 Adicionalmente grande atenção tem sido dada à elaboração de testes que sejam válidos ie o protocolo assemelhese o tanto quanto possível ao desempenho esportivo que está sendo simulado tenham uma elevada reprodutibilidade ie os resultados são consistentes ao longo do tempo e sejam sensíveis para detectar mesmo pequenas alterações no desempenho provocadas pelo processo de treinamento CURRELL JEUKENDRUP 2008 HOPKINS 2000 A avaliação da força motora por exemplo tem sido amplamente utilizada tanto para inferências sobre o desempenho esportivo quanto para a obten ção de parâmetros para a prescrição do treinamento Em relação ao desempenho esportivo podemos citar estudos que identifi caram o tempo a magnitude e a direção da força aplicada nas diversas fases da corri da de velocidade MERO KOMI GREGOR 1992 Foram também investigadas as forças produzidas na decolagem do fl icfl ac e do salto mortal PAYNE BARKER 1975 além do giro gigante nas argolas e na ginástica olímpica NISSINEN 1983 No tocante à prescrição do treinamento o teste de força dinâmica máxima 1 RM ilustra bem o avanço tecnológico na avaliação do treinamento Embora este teste não seja específi co à grande maioria das modalidades esportivas ele pode ser usado para avaliar o perfi l inicial de um determinado atleta antes do início do programa de treinamento fornecendo parâmetros para a prescrição do treino de força deste atleta e posteriormente verifi cando a efi cácia do programa elaborado Os dinamômetros isocinéticos também são amplamente utilizados para a avaliação da força PARCELL SAWYER TRICOLI CHINEVERE 2002 Tais equipamentos apresentam elevada reprodutibilidade entre avaliações além de fornecerem estimativas do torque do trabalho e da potência produzidos na ta refa motora UGRINOWITSCH BARBANTI GONÇALVES PERES 2000 Contudo eles têm uma limitação muito grande já que normalmente só utilizam mo vimentos monoarticulares e com uma velocidade de movimento constante ABERNETHY WILSON Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 55 Treinamento físico considerações práticas e científi cas LOGAN 1995 Células de carga também têm sido utilizadas para avaliar a força muscular máxima em condições isométricas ie em que não há movi mento externo aparente Uma informação muito interessante obtida nos testes isométricos balísticos nos quais a força é produzida o mais rapidamente possível é a determinação da taxa de desenvolvimen to de força TDF RICARD UGRINOWITSCH PARCELL HILTON RUBLEY SAWYER POOLE 2005 A TDF é considerada uma variável importante para o desem penho físicoesportivo já que indica a capacidade do indivíduo aplicar força o mais rapidamente possível contra uma determinada resistência Variações do salto vertical em semiagachamento com contramovimento e em profundidade são comumente empregadas em avaliações indiretas da potência muscular de membros inferiores Esta é normalmente inferida pela altura do salto ou seja quanto maior a altura maior a produção de potência Porém os avanços tecnológicos permi tem hoje avaliações mais completas contemplando outras variáveis de interesse para a compreensão do desempenho Por exemplo o uso de plataformas de força permite avaliar tanto o efeito de diferentes históricos de treinamento quanto de modelos de treinamento na mecânica externa do salto vertical a fi m de selecionar os meios e métodos de treinamento mais efi cientes para aumentar a potência de acordo com as características da modalidade esportiva em questão UGRINOWITSCH TRICOLI RODACKI BATIS TA RICARD 2007 Já a combinação dos dados provenientes de plataformas de força e de fi lmagens permite quantifi car através de modelos matemáticos as forças internas que incidem sobre o aparelho loco motor durante o movimento a velocidade angular das articulações envolvidas no salto a velocidade no instante da decolagem e a sincronia dos movimentos articulares entre outros parâmetros de interesse Além das técnicas descritas potenciômetros li neares têm sido conectados a barras de aparelhos de musculação como o Smith machine para identi fi car a produção de potência em exercícios como o agachamento e o supino Através das mudanças de posição da barra no tempo e da magnitude da carga deslocada é possível calcular a produção de potência durante os exercícios BOSCO BELLI ASTRUA TIHANYI POZZO KELLIS TSARPELA FOTI MANNO TRAN QUILLI 1995 Esses cálculos permitem determinar o efeito e as características de diferentes modelos de treinamento na produção de potência LAMAS BA TISTA FONSECA PIVETTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2010 LAMAS DREZNER TRICOLI UGRINOWISTCH 2008 e a zona de treinamento na qual a produção de potência é maximizada TOJI SUEI KANEKO 1997 A avaliação das demais capacidades motoras também se benefi ciou dos avanços tecnológicos A avaliação da fl exibilidade comumente realizada de forma inespecífi ca através do teste de sentar e alcançar pode hoje ser feita em todas as articulações e eixos de movimento com o uso de fl exímetros bem como em condições muito mais próximas da especifi cidade inerente ao gesto esportivo com o uso de eletrogoniômetros multiaxiais ie medem a amplitude de movimento em mais de uma direção telemétricos e de dimensões reduzidas httpwww pennyandgilescom O mesmo podese dizer da capacidade e potência aeróbia O desenvolvimento de sistemas de análise de gases portáteis com telemetria tem possibilitado a avaliação do consumo de oxigênio em condições mais próximas da prática da modalidade esportiva como nas provas de atletismo e em jogos coletivos entre outros Já a potência anaeróbia tem sido inferida a partir da mensuração do trabalho máximo realizado em um de terminado tempo Como as medidas de trabalho têm sido alvos de avanços tecnológicos as inferências sobre a potência anaeróbia têm se benefi ciado deste fato O uso de técnicas como as de biópsias musculares e de biologia molecular também pode ser destacado como um avanço tecnológico importante no estu do das adaptações agudas e crônicas aos diferentes modelos de treinamento É possível por exemplo avaliar qual modelo de treinamento é mais efetivo para promover adaptações relacionadas ao funcio namento do metabolismo aeróbio eg biogênese mitocondrial vascularização mudança no fenótipo da fi bra muscular Embora estes modelos de ava liação não façam nenhuma mensuração direta sobre o desempenho físicoesportivo os dados oriundos destas podem em última análise serem usados a favor da melhora do desempenho a partir da resposta fi siológica produzida pelos mesmos Podese ainda avaliar como diferentes modelos de treinamento de força afetam a atividade dos processos intracelulares que desencadeiam alterações morfológicas como a hipertrofi a muscular ROSCHEL UGRINOWISTCH BARROSO BATISTA SOUZA AOKI SIQUEIRAFILHO ZA NUTO CARVALHO NEVES MELLO TRICOLI 2011 permitindo assim detectar os melhores modelos de treinamento para aumento da massa muscular Outro aspecto fundamental da avaliação no esporte diz respeito à avaliação do jogo As modalidades esportivas coletivas apresentam na sua maioria mudanças de situação frequentes impondo um 56 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C alto grau de imprevisibilidade Essa característica onde os comportamentos e ações estão sujeitas a aleatoriedade e variabilidade exige do praticante uma grande capacidade de adaptação o que implica que o desempenho depende amplamente da capacidade de tomada de decisão enfatizando a importância do componente tático Neste sentido a análise de jogo apresenta vantagens importantes para o processo de treinamento caracterizados por exemplo 1 pelo rápido fornecimento de informações para uma análise em tempo real que permite a tomada de decisões durante o jogo 2 pela criação de uma base de dados de caracterização das ações táticas de ataque e defesa dos adversários que norteiam processos de treinamento específi cos e 3 pela a análise tática e técnica individuais e de grupo permitindo intervenções sobre a estratégia de uma determinada equipe CASTRO MESQUITA 2008 LAMAS ROSE JUNIOR SANTANA ROSTAISER NEGRETTI UGRINOWITSCH 2011 Vários sistemas informatizados específi cos para esta análises podem ser encontrados atualmente o que tem facilitado amplamente o uso tanto de análises técnicas httpwwwdartfishcomen softwareindexhtm quanto táticas no fornecimento de feedback em tempo real na competição como também na orientação do treinamento de diferentes modalidades esportivas Com essa tecnologia de avaliação é possível avaliar desde indicadores de desempenho como o número de ataques certos realizados com um golpe específi co no caratê ou no tênis de mesa ou o número de fi nalizações de uma determinada região da quadra de uma equipe de basquetebol até os padrões táticos ofensivos e defensivos adotados por equipes de modalidades de invasão como o futebol futsal e handebol limitação quando se pretende estabelecer uma relação entre o treinamento prescrito o que isso representa para o atleta em termos de demanda fi siológica e as mudanças no desempenho decorrentes do processo de treinamento LAMBERT BORRESEN 2010 Frente a isso tanto os técnicos e preparadores físicos quanto os cientistas têm buscado determinar parâmetros que sejam capazes de controlar a carga de treinamento imposta aos atletas Inicialmente o controle da carga de treinamento era feito apenas através do controle da chamada carga externa Parâmetros como o volume total número de repetições x sobrecarga utilizada quilômetros percorridos e número de tiros realizados trabalho realizado força produzida x distância percorrida ou o tempo sobtensão entre outros eram os únicos indicadores considerados no controle do treinamento MCBRIDE MCCAULLEY CORMIE NUZZO CAVILL TRIPLETT 2009 Contudo esse modelo não consegue representar a repercussão mecânica e fi siológica que uma determinada carga de treinamento impõe sobre o organismo O problema da quantifi cação adequada da carga de treinamento se estende além do campo prático Nas pesquisas em esporte um método mais válido e confi ável de avaliação da carga de treinamento é de extrema importância nas investigações acerca da efi cácia de um determinado modelo de treinamento e da relação entre carga de treino e desempenho BISHOP 2008 BORRESEN LAMBERT 2009 Dentre os parâmetros fi siológicos de mensuração da carga interna de treinamento podemos destacar a avaliação do consumo de oxigênio VO2 a qual tem sua validade e reprodutibilidade demonstradas em laboratório Contudo a sua aplicação em campo durante as competições ou até mesmo treinamentos é pouco prática ou até não factível limitando o seu uso nessas condições Além disso o uso da avaliação do VO2 não é adequado em atividades intermitentes ou em exercícios supramáximos A concentração sanguí nea de lactato também tem sido utilizada como um marcador da intensidade do treinamento Entretanto este método é infl uenciado por vários fatores como a dieta o tipo de exercício utilizado no treinamento e o estado de treinamento do indivíduo Assim ambos os métodos embora tenham sua validade e utilidade no ambiente laboratorial são pouco adequados para o monitoramento em campo da carga de treinamento Métodos mais simples como os questionários e diáriosrecordatórios de treino têm sido usado como um método bastante prático de monitoramento da carga de treino Contudo estes métodos apresentam baixa reprodutibilidade e validade concorrente se com parados aos métodos laboratoriais SHEPHARD 2003 Controle do treinamento O processo de treinamento pode ser simplifi cado em uma relação entre dose e resposta LAMBERT BORRESEN 2010 Nesta perspectiva a resposta estaria associada à mudança no desempenho ou a alteração de algum parâmetro fi siológico decorrente de uma determinada dose de treinamento a qual pode ser defi nida como o estresse fi siológico imposto ao corpo do atleta por uma determinada carga de treinamento Esta tem sido comumente chamada de carga interna de treinamento Até muito recentemente a prescrição do treinamento era feita de maneira muito intuitiva fazendo com que a experiência do treinador fosse determinante para o sucesso do atleta BORRESEN LAMBERT 2009 Isso certamente representa uma Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 57 Treinamento físico considerações práticas e científi cas A frequência cardíaca FC também tem sido utilizada como parâmetro de carga interna dada a proposição de uma relação linear entre esta e a taxa de incremento de trabalho Como a FC varia de acordo com a idade e o estado de treinamento entre outros fatores a FC de reserva é mais utilizada para prescrição da intensidade do treinamento FCreserva FCmax FCrepouso Contudo apesar de ela poder ser mensurada de forma acurada durante o exercício através de monitores de FC ela não é um bom indicador para atividades intermitentes nas quais a relação linear entre trabalho e FC deixa de ocorrer afetando assim a sua efi cácia como marcador do estresse fi siológico imposto pelo exercício A percepção subjetiva do esforço PSE é uma forma alternativa de quantifi cação da carga interna do treinamento Esta é baseada na assunção de que o atleta tem uma capacidade inerente de perceber o es forço ao qual seu corpo está sendo submetido e ajus tar a intensidade do mesmo baseado nessa percepção Contudo a correlação entre PSE e parâmetros como a FC por exemplo parece ser razoável apenas em exercícios realizados em intensidade constante e em um estado de equilíbrio fi siológico limitando sua aplicação em outras formas de exercício Apesar dos avanços obtidos no controle da carga de treinamento através da utilização da FC e da PSE esses indicadores ainda parecem inefi cientes em determinar a carga de uma sessão de treinamento Determinar o efeito de uma sessão de exercícios no organismo é extremamente importante pois há que ser considerado que atletas treinam vários dias na se mana e muitas vezes mais de uma vez por dia Caso um atleta tenha sessões sucessivas de treinamento que produzam um estresse excessivo isso fará com que ele esteja mais susceptível a lesões A partir desta limitação a PSE da sessão de treino foi proposta por FOSTER DAINES HECTOR SNYDER WELSH 1996 FOSTER FLORHAUG FRANKLIN GOTTSCHALL HRO VATIN PARKER DOLESHAL DODGE 2001 Neste caso a PSE é um refl exo não só do estresse fi siológico ao qual o sujeito foi submetido mas também da duração deste esforço sendo calculada pela multi plicação da PSE 110 pela duração em minutos da sessão de treino Embora este modelo apresente uma melhor correlação com outros marcadores de carga interna ele ainda tem suas limitações em especial quando utilizado no treinamento de força Apesar do exposto um estudo recente demonstrou que a PSE determinada pelos técnicos era similar àquela determinada pelos atletas evidenciando que técnicos experientes conseguem ter uma boa ideia da carga de treino WALLACE SLATTERY COUTTS 2009 Por outro lado nas modalidades esportivas que en volvam contato físico intenso os danos musculares resultantes deste contato podem infl uenciar a PSE criando um viés na avaliação TAKARADA 2003 Outras formas de avaliação da carga de trei namento têm sido propostas Alguns marcadores bioquímicos têm sido usados na tentativa de deter minar o estresse produzido por uma determinada carga de treinamento De fato podese encontrar estudos com treinamento de força por exemplo que têm demonstrado que a intensidade do exer cício infl uência a secreção de cortisol KRAEMER HAKKINEN NEWTON NINDL VOLEK MCCORMICK GOTSHALK GORDON FLECK CAMPBELL PUTUKIAN EVANS 1999 MULLIGAN FLECK GORDON KOZIRIS TRIPLETTMCBRIDE KRAEMER 1996 Ainda a secreção de cortisol parece ser sensível a variações na carga de treinamento de força em jogadoras de basquete de nível internacional NUNES CREWTHER UGRINOWITSCH TRICOLI VIVEIROS DE ROSE JUNIOR AOKI 2011 Contudo outros estudos mostram que ao variarmos tanto a intensidade quanto o volu me de treinamento nenhuma resposta hormonal é verifi cada HOUGH PAPACOSTA WRAITH GLEESON 2011 ROSCHEL BARROSO BATISTA UGRINOWITSCH TRICOLI ARSATI LIMAARSATI ARAUJO MOREIRA 2011 SMILIOS PILIANIDIS KARAMOUZIS TOKMAKI DIS 2003 Estas discrepâncias entre os estudos têm revelado que a variação hormonal frente ao exercício é multifatorial sendo infl uenciada pela hora do dia estado alimentar e tempo de coleta após o exercício Alternativamente a avaliação da imunoglobulina A IgA tem sido utilizada como ferramenta na avalia ção da carga interna de treinamento A IgA parece responder à intensidade do exercício sendo um im portante marcador da função imunológica do atleta estando associada com a incidência de infecções do trato respiratório superior AHTIAINEN PAKARINEN ALEN KRAEMER HAKKINEN 2005 NIEMAN 1994 Atualmente não há uma forma de quantifi cação acurada que permita a prescrição de um padrão duração e intensidade do treinamento necessária para induzir adaptações fi siológicas específi cas Somado a isto está o fato que os indivíduos parecem se adaptar de maneiras distintas a um mesmo estímulo de treino Adicionalmente as técnicas de monitoramento não têm se preocupado no acompanhamento da forma esportiva ao longo do programa de treinamento Por outro lado o esporte atual não permite a obtenção da forma esportiva pois os atletas têm que manter um elevado rendimento esportivo submáximo 58 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C mas ótimo por longos períodos de tempo fazendo com que as técnicas que monitoram estados de overreaching e overtraining ganhem importância Finalmente as diferentes técnicas deveriam progredir para que o monitoramento do treinamento deixasse de ser apenas físico e entrasse no campo técnico tático e psicológico Modelos de organização da carga de treinamento entre os modelos tradicionais e os contemporâneos de periodização do treinamento sendo que parece não haver diferenças substanciais no rendimento entre eles MOREIRA 2006 Outros modelos de periodização vêm sendo propostos nas últimas décadas FORTEZA 2006 NAVARRO 1998 Porém da mesma forma que com os modelos de Matveev e Verkhoshansky a imple mentação de modelos de pesquisa que comparem esses modelos é muito difícil já que há a necessidade de se utilizar atletas com bom nível competitivo e que possam treinar de diferentes formas dentro do mesmo período de tempo o que nem sempre é possível no cenário científi co Estas diferentes formas de organização do trei namento parecem afetar também o desempenho de força máxima e de potência muscular Alguns achados preliminares citação de dados não pu blicados indicam que mais importante do que a periodização do treinamento é a correta seleção do seu conteúdo ie exercícios e capacidades motoras a serem trabalhadas pois diferentes modelos de organização produziram ganhos de força potência e velocidade semelhantes De maneira mais simplificada a organização temporal do treinamento de força é mais facilmente implementada e já foi testada em alguns estudos O interesse pela organização do treinamento da força é justifi cado pela importância que essa capacidade tem para um elevado rendimento esportivo LAMAS et al 2010 TRICOLI LAMAS CARNEVALE UGRINOWITSCH 2005 Três modelos básicos de organização das cargas de treinamento de força são reportados na literatura Esses modelos são chamados de nãoperiodizados periodizados lineares e periodizados nãolineares Nos modelos nãoperiodizados não há variações no volume e na intensidade relativa de 1 RM dos exercícios nos modelos periodizados lineares há uma diminuição do volume e um aumento da intensidade ao longo do período de treinamento e nos modelos periodizados nãolineares há variações semanais ou diárias na carga de treinamento A comparação entre esses modelos tem trazido resultados bastante controversos pois a maioria dos estudos verifi cou apenas os ganhos de força desconsiderando as adaptações neurais e morfoló gicas decorrentes do processo de treinamento Uma metaanálise indicou que o modelo não linear parece ser mais efi ciente que os modelos não periodizado e periodizado linear RHEA 2004 Vale ressaltar que os estudos dedicados a ava liação de diferentes modelos de periodização do A partir da década de 50 do século passado os modelos de organização da carga de treinamento começaram a ganhar muita popularidade O sucesso dos atletas da antiga União Soviética foi por muitos anos o cartão de visita da teoria da periodização do treinamento esportivo MATVEEV 2001 A periodização preconizava que os atletas deveriam ter longos períodos de preparação ie entre três e oito meses antes de participarem das competições alvo Ainda dois terços do tempo do chamado período preparatório deveriam ser dedicados a exercícios de preparação geral com baixo nível de especifi cidade Os Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 trouxeram uma importante alteração na organização dos programas de treinamento A guerra fria estava no seu auge e tinha como objetivo implícito o embate entre os sistemas políticos dominantes na época Capitalismo e o Socialismo Para que a União Soviética sobrepusesse os seus adversários o Prof Yuri Verkhoshansky desenvolveu um novo modelo de periodização chamado de treinamento em blocos VERKHOSHANSKY 1986 A grande evolução desse sistema em relação à periodização de Matveev foi a utilização de parâmetros biológicos para orientar o treinamento dos atletas O seu sistema preconizava a ocorrência do overreaching no bloco inicial do treinamento A queda de rendimento decorrente deste processo deveria ser recuperada nos blocos posteriores Na verdade o Prof Verkhoshansky preconizava que quanto maior a queda de rendimento no bloco inicial maior seria a elevação posterior do desempenho Apesar da escassez de evidência científi ca na aplicação deste tipo de periodização as contribuições do Prof Verkhoshansky à teoria do treinamento foram muito importantes Deve ser lembrado que muitos dos primeiros modelos de periodização do treinamento reque riam um período preparatório longo Assim para a aplicação no esporte moderno eles necessitam de adaptações para se adequarem ao elevado número de competições ao longo do ano Além disso há muito poucos estudos dedicados à comparação Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 59 Treinamento físico considerações práticas e científi cas treinamento precisam ser expandidos também na dimensão da preparação física Sabese que o de senvolvimento simultâneo das capacidades motoras força e resistência dentro de um mesmo período de treinamento pode prejudicar as adaptações produ zidas na força e na potência musculares DE SOUZA ROSA PIRES WILSON FRANCHINI TRICOLI UGRI NOWITSCH 2011 DE SOUZA TRICOLI FRANCHINI PAULO REGAZZINI UGRINOWITSCH 2007 Ainda a realização de exercícios de fl exibilidade estática antes de exercícios de força BACURAU MONTEIRO UGRINOWITSCH TRICOLI CABRAL AOKI 2009 e resistência aeróbia WILSON HORNBUCKLE KIM UGRINOWITSCH LEE ZOURDOS SOMMER PANTON 2010 parece afetar a capacidade de produção de for ça e a economia de corrida respectivamente Como o rendimento esportivo de inúmeras modalidades esportivas depende do treinamento de diversas ca pacidades motoras dentro de um mesmo período de treinamento os pesquisadores deveriam investigar os efeitos da interação do desenvolvimentotreina mento de diversas capacidades motoras de maneira simultânea no desempenho esportivo Além disso pouco se sabe a respeito dos efeitos da periodização e do treinamento simultâneo de diferentes capacida des motoras em componentes mais determinantes do rendimento esportivo como o técnico e o tático estímulo no treinamento de fl exibilidade estática o tempo total que o músculo permanece alongado parece ser mais importante que a duração de cada série seis séries de 10 segundos vs duas séries de 30 segundos CIPRIANI ABEL PIRRWITZ 2003 Na comparação entre o método estático ativo ie rea lizado pelo próprio executante estático passivo ie com auxílio externo e combinado os pesquisadores demonstraram que o método estático realizado por um ajudante externo foi mais efi ciente em aumentar a fl exibilidade dos fl exores do joelho DAVIS ASHBY MCCALE MCQUAIN WINE 2005 Porém outros pesquisadores não tem encontrado diferenças entre os métodos estático e combinado em estudos crôni cos com seis semanas de treinamento YUKTASIR KAYA 2009 De maneira interessante outro grupo de autores demonstrou que o tempo de contração dos músculos agonistas parece ser importante para os ganhos em fl exibilidade ao se utilizar o método alongacontrairelaxa de maneira crônica ROWLANDS MARGINSON LEE 2003 Os autores observaram que o grupo que manteve a contração muscular por 10 segundos teve maiores ganhos do que o grupo que a manteve por cinco segundos Os estudos que não encontraram uma maior efi ciência do método alonga contrairelaxa utilizaram contrações dos agonistas de cinco segundos indicando que esse pode ter sido um fator que limitou os ganhos de fl exibilidade THA CKER GILCHRIST STROUP KIMSEY JUNIOR 2004 Entre os meios de treinamento para o desenvol vimento da velocidade podemos salientar o uso de corridas rápidas e curtas corridas curtas em subidas corridas com tração ou com colete de sobrecarga exercícios pliométricos saltos com sobrecarga overspeed entre outros WEINECK 1999 ZAKHA ROV GOMES 2003 Em diferentes níveis estes métodos têm se mostrado efetivos para o desen volvimento da velocidade De fato demonstrouse recentemente que o uso de treinamento pliométrico associado ao treino específi co de tênis melhorou a velocidade de deslocamentos laterais e deslocamen tos para frente e para trás em distâncias curtas 4 m na aceleração em movimentos laterais para a rebatida no tênis e na altura de salto em tenistas jovens do sexo masculino SALONIKIDIS ZAFEIRIDIS 2008 A força muscular é outra capacidade de grande importância para uma vasta gama de modalidades esportivas merecendo grande atenção nos progra mas de treinamento A força máxima é decisiva por exemplo em modalidades como o levantamento de peso o arremesso no atletismo os saltos a corrida de velocidade em algumas modalidades de luta e Desenvolvimento das capacidades motoras O desenvolvimento das capacidades motoras de forma isolada é um tema muito abordado na lite ratura do treinamento Vários estudos têm tentado identifi car os métodos e os meios de treinamento mais apropriados para a maximização do desempe nho para as diversas capacidades motoras Contudo esse tema é bastante amplo e controverso já que a resposta de um atleta a um determinado método de treinamento depende de um conjunto de fatores como a experiência ie tempo de treinamento a modalidade esportiva em questão os métodos de treinamento utilizados anteriormente entre outros Foge do escopo do presente manuscrito a discussão exaustiva de tais tópicos Forneceremos portanto apenas alguns exemplos do que tem sido feito no âmbito científi co acerca desta temática Os métodos de treinamento da flexibilidade podem ser genericamente divididos em três tipos estático dinâmico e combinados eg alongamento contraçãorelaxamento Vários estudos têm relatado que esses três métodos são efi cientes em aumentar o grau de fl exibilidade Em relação à duração do 60 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C na ginástica artística Já a força rápida ou potência é ainda mais abrangente sendo de fundamental importância para as modalidades esportivas cole tivas nas modalidades de velocidade na natação e no atletismo nas modalidades de luta enquanto a resistência de força se faz importante em algumas modalidades como o ciclismo o ski crosscountry etc PLATONOV 2008 O desenvolvimento destas diferentes manifesta ções da força pode ser atingido através do treina mento específi co com o uso de diferentes métodos e meios de treinamento Destacamse entre outros a o método isométrico funcional que se utiliza de ações musculares estáticas em angulações pertinentes ao gesto esportivo em questão b o método isociné tico que faz uso de um dinamômetro isocinético o qual controla a velocidade da contração muscular tanto excêntrica quanto concêntrica em intensidades máximas ou submáximas assim como o isométrico este método pouco se traduz em condições reais de prática esportiva indo contra o princípio da espe cifi cidade do treinamento e c o método dinâmico com o uso de ações excêntricas concêntricas ou a combinação de ambas A utilização de uma ação isolada pode ser interessante quando esta estratégia representar uma especifi cidade signifi cativa com o gesto esportivo em questão Por exemplo para o treinamento do salto vertical para o bloqueio no vôlei de areia dada a característica do piso a força necessária para o salto vertical virá fundamentalmen te dos componentes contráteis do músculo esquelé tico já que a velocidade de transição entre a fl exão e extensão dos joelhos é diminuída fazendo com que a ação concêntrica deva ser enfatizada durante o treinamento TILP WAGNER MULLER 2008 A ação excêntrica por sua vez é sabidamente mais efi ciente na indução dos ganhos de massa muscular HIGBIE CURETON WARREN PRIOR 1996 Desta forma podese optar por usar exercícios puramente excêntricos ou de se enfatizar a ação excêntrica durante um dado exercício a fi m de se aumentar a tensão na musculatura induzindo maior ganho de hipertrofi a A combinação de ambas as ações musculares é contudo o método mais comumente utilizado contemplando ambos os benefícios O trei no complexo é outro método bastante utilizado no desenvolvimento da potência muscular Este método se baseia na combinação de cargas altas com cargas mais baixas na tentativa de promover a potenciali zação pósativação PPA Embora alguns estudos tenham mostrado efeito positivo a partir do uso do treinamento complexo BATISTA UGRINOWITSCH ROSCHEL LOTUFO RICARD TRICOLI 2007 FREN CH KRAEMER COOKE 2003 o melhor modelo de atividade condicionante para induzir a PPA ainda não está estabelecido já que esta parece depender de diferentes fatores como o estado de treinamento do indivíduo e a relação potencializaçãofadiga É importante notar que os ganhos de força muscu lar são oriundos tanto de adaptações neurais quanto de adaptações morfológicas As diferentes fases das contribuições neurais e hipertrófi cas na modifi cação da força muscular foram identifi cadas há décadas MORITANI DE VRIES 1979 Estes pesquisadores foram os primeiros a demonstrar que os ganhos ini ciais na força são oriundos de adaptações neurais au mento no recrutamento e sincronização de unidades motoras diminuição na cocontração da musculatura antagonista aprendizagem do movimento sendo que o aumento da massa muscular passa a contribuir de maneira signifi cativa para a produção de força somente após algumas semanas de treinamento Já o desenvolvimento da potência muscular re quer máxima taxa de desenvolvimento de força ie variação da força na unidade de tempo durante as séries de exercícios HILLHAAS BISHOP DAWSON GOODMAN EDGE 2007 WILLARDSON BURKETT 2006 A literatura tem mostrado que o treinamento de potência frequentemente aplica a realização de 36 repetições por série intensidades de 30 a 60 de 1 RM alta velocidade no movimento dos exercícios e 35 minutos de intervalo de descanso CRONIN MCNAIR MARSHALL 2000 RATAMESS ALVAR EVETOCH HOUSH KIBLER KRAEMER 2009 Contudo uma vez que treinadores e profi ssionais do esporte preocupamse com a especificidade das cargas em relação às modalidades esportivas a manipulação do volume e o intervalo de descanso entre as séries dos exercícios desempenham um papel importante Recentemente foi demonstrado dados não publicados que os treinadores podem reduzir com êxito o intervalo de descanso para atender a uma demanda de tarefas específi cas e ainda manter a produção de potência desde que ocorra uma redução do volume nos exercícios realizados É fundamental salientar que a alteração dos níveis de força seja pelo treinamento de força seja pelo de potência requer uma reorganização do controle do mo vimento para que a força seja revertida em desempenho no movimento desejado enfatizando a importância do conteúdo específi co na transferência do treina mento para a tarefa de campo TRICOLI et al 2005 A resistência motora por sua vez é defi nida como a capacidade de sustentar uma determinada Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 61 Treinamento físico considerações práticas e científi cas velocidade ou produção de potência pelo maior tempo possível JONES CARTER 2000 A melhoria dessa capacidade motora envolve adaptações nos sistemas pulmonar cardiovascular e neuromuscular Notadamente uma das principais adaptações desejáveis ao se programar um treinamento de re sistência é o aumento na potência aeróbia medida através do VO2máx Contudo é importante destacar que outros fatores além do VO2máx explicam a variância no desempenho em provas de resistência de média e longa duração Tem sido sugerido que a economia de corrida entendida como o custo energético para manutenção de uma determinada velocidade de corrida e a capacidade aeróbia eg limiar aneróbio são importantes determinantes do desempenho entre indivíduos com VO2máx similares BASSETT JUNIOR HOWLEY 2000 De fato um estudo demonstrou que o VO2máx entre maratonistas quenianos e caucasianos era similar contudo o limar de lactato entre eles diferia signifi cantemente LARSEN 2003 Quanto maior a velocidade de corrida correspondente ao limiar anaeróbio maior a intensidade de exercício que um indivíduo con segue ter com uma predominância do metabolismo aeróbio Com isso os indivíduos com maior limiar anaeróbio mas VO2máx similares podem manter uma maior intensidade de corrida sem que isso incorra em um quadro acidótico Outro estudo de monstrou que corredores quenianos também apre sentam maior economia de corrida do que atletas caucasianos permitindo com que eles tenham um menor gasto energético para uma dada intensidade de corrida WESTON MBAMBO MYBURGH 2000 Em relação às pesquisas sobre os métodos de trei namento de resistência vários autores têm sugerido que o treinamento intervalado em que períodos de atividade de alta intensidade são intercalados por períodos de repouso ativo é capaz de aumentar tanto o VO2máx quanto o limiar anaeróbio em in divíduos altamente treinados que não conseguem mais aumentar o desempenho usando o método tradicional ie método contínuo BILLAT 2001 BILLAT DEMARLE PAIVA KORALSZTEIN 2002 BILLAT SLAWINSKI BOCQUET DEMARLE LAFITTE CHASSAING KORALSZTEIN 2000 Já a economia de corrida tem sido mais recente mente estudada Diversos grupos tem se dedicado a investigação dos efeitos do treino de força e potência na melhora da economia de corrida baseados na premissa de que alterações no componente mus cular eg stiffness músculotendíneo e efi ciência na utilização do ciclo alongamento encurtamento poderiam aumentar a efi ciência mecânica da corrida tornadoa mais econômica De fato alguns autores demonstram efeitos positivos do treinamento de força e potência sobre a economia de corrida criando um novo paradigma de treino para atletas de resistência KYROLAINEN KIVELA KOSKINEN MCBRIDE ANDER SEN TAKALA SIPILA KOMI 2003 PAAVOLAINEN HAKKINEN HAMALAINEN NUMMELA RUSKO 1999 Conclusão O alto desempenho físicoesportivo observado nos atletas atuais é fruto da interação de fatores fi siológicos biomecânicos e psicológicos Nesta perspectiva programas de treinamento corretamen te elaborados e baseados em princípios científi cos são fundamentais na busca constante do rendimento máximo As ciências do esporte têm contribuído ainda que de maneira tímida para o aperfeiçoamen to destes programas melhorando progressivamente a qualidade do processo de treinamento Assim é cada vez mais importante que os pro fissionais do esporte recebam informações que possibilitem o desenvolvimento completo dos seus atletas A compreensão dos diferentes componentes que contribuem para um alto desempenho numa determinada modalidade esportiva passa pela apli cação de testes específi cos que possam auxiliar na elaboração implementação avaliação e reformula ção de programas de treinamentos bem como no monitoramento dos progressos obtidos O estudo isolado de métodos e meios de aperfei çoamento das capacidades motoras evoluiu conside ravelmente nos últimos 20 anos A aplicação de novas tecnologias de mensuração e avaliação tem permitido o maior entendimento do desenvolvimento destas capa cidades Porém a teoria do treinamento ainda carece de estudos de caráter mais integrativo envolvendo não somente a combinação simultânea do treinamento de capacidades e habilidades motoras como também dos efeitos dos diferentes modelos de periodização 62 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Abstract Physical training scientifi c and practical considerations Physical training is an important fi eld of work for the Physical Education and Sport professional Its main goal is to develop the physical capacity and sports performance of an individual by means of an organized and systematic application of physical exercises In the past years the technological progress in the scientifi c investigation within the different disciplines related to physical training have contributed a great deal towards the accomplishment of such goal In this manuscript we discuss from both an academicscientifi c and from a practical application pointofview the state of the art of the knowledge associated with the physical training evaluation loading control loading scheming and the development of physical abilities Our goal is to provide a comprehensive overview of the different components of the physical training and how they contribute to the development of the physical performance as well as how to apply these concepts in the elaboration implementation and evaluation of physical training programs UNITERMS Physical training Physical and sports performance Professional practice in Physical Education and Sport Referências ABERNETHY P WILSON G LOGAN P Strength and power assessment issues controversies and challenges Sports Medicine Auckland v19 n6 p40117 1995 AHTIAINEN JP PAKARINEN A ALEN M KRAEMER WJ HAKKINEN K Short vs long rest period between the sets in hypertrophic resistance training infl uence on muscle strength size and hormonal adaptations in trained men Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n3 p57282 2005 BACURAU RF MONTEIRO GA UGRINOWITSCH C TRICOLI V CABRAL LF AOKI MS Acute effect of a ballistic and a static stretching exercise bout on fl exibility and maximal strength Journal of Strength and Conditio ning Research Champaign v23 n1 p3048 2009 BARBANTI VJ TRICOLI V UGRINOWITSCH C Relevância do conhecimento científi co na prática do treinamento físico Revista Paulista de Educação Física São Paulo v18 p1019 2004 Número especial BASSETT JUNIOR DR HOWLEY ET Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n1 p7084 2000 BATISTA MA UGRINOWITSCH C ROSCHEL H LOTUFO R RICARD MD TRICOLI VA Intermittent exercise as a conditioning activity to induce postactivation potentiation Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p83740 2007 BEN ABDELKRIM N CASTAGNA C EL FAZAA S EL ATI J The effect of players standard and tactical stra tegy on game demands in mens basketball Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n10 p265262 2010 BILLAT LV Interval training for performance a scientifi c and empirical practice special recommendations for midd le and longdistance running Part I aerobic interval training Sports Medicine Auckland v31 n1 p1331 2001 BILLAT V DEMARLE A PAIVA M KORALSZTEIN JP Effect of training on the physiological factors of performance in elite marathon runners males and females International Journal of Sports Medicine Stuttgart v23 n5 p33641 2002 BILLAT VL SLAWINSKI J BOCQUET V DEMARLE A LAFITTE L CHASSAING P KORALSZTEIN JP In termittent runs at the velocity associated with maximal oxygen uptake enables subjects to remain at maximal oxygen uptake for a longer time than intense but submaximal runs European Journal of Appliel Physiology Berlin v81 n3 p18896 2000 BISHOP D An applied research model for the sport sciences Sports Medicine Auckland v38 n3 p25363 2008 BORRESEN J LAMBERT MI The quantifi cation of training load the training response and the effect on performance Sports Medicine Auckland v39 n9 p77995 2009 BOSCO C BELLI A ASTRUA M TIHANYI J POZZO R KELLIS S TSARPELA O FOTI C MANNO R TRANQUILLI C A dynamometer for evaluation of dynamic muscle work European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology Berlin v70 n5 p37986 1995 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 63 Treinamento físico considerações práticas e científi cas CASTRO J MESQUITA I Estudo das implicações do espaço ofensivo nas características do ataque no voleibol mas culino de elite Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Porto v8 n1 p11425 2008 CIPRIANI D ABEL B PIRRWITZ D A comparison of two stretching protocols on hip range of motion implications for total daily stretch durationJournal of Strength and Conditioning Research Champaign v17 n2 p2748 2003 CRONIN JB McNAIR PJ MARSHALL RN The role of maximal strength and load on initial power production Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n10 p17639 2000 CURRELL K JEUKENDRUP AE Validity reliability and sensitivity of measures of sporting performance Sports Medicine Auckland v38 n4 p297316 2008 DAVIS DS ASHBY PE McCALE KL McQUAIN JA WINE JM The effectiveness of 3 stretching techniques on hamstring fl exibility using consistent stretching parameters Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n1 p2732 2005 DE SOUZA E ROSA L PIRES F WILSON J FRANCHINI E TRICOLI V UGRINOWITSCH C The acute effects of varying strength exercises bouts on 5 km running Journal of Sports Science and Medicine London v10 p56570 2011 DE SOUZA EO TRICOLI V FRANCHINI E PAULO AC REGAZZINI M UGRINOWITSCH C Acute effect of two aerobic exercise modes on maximum strength and strength endurance Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n4 p128690 2007 FORTEZA A Treinamento desportivo carga estrutura e planejamento 2 ed São Paulo Phorte 2006 FOSTER C DAINES E HECTOR L SNYDER A WELSH R Athletic performance in relation to training load Winconsin Medical Journal Madison v95 p3704 1996 FOSTER C FLORHAUG JA FRANKLIN J GOTTSCHALL L HROVATIN LA PARKER S DOLESHAL P DODGE C A new approach to monitoring exercise training Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v15 n1 p10915 2001 FRENCH DN KRAEMER WJ COOKE CB Changes in dynamic exercise performance following a sequence of precon ditioning isometric muscle actions Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v17 n4 p67885 2003 GARDINER N Athletics of the Ancient world Oxford University Press 1930 HIGBIE EJ CURETON KJ WARREN GL 3RD PRIOR BM Effects of concentric and eccentric training on muscle strength crosssectional area and neural activation Journal of Applied Physiology Bethesda v81 n5 p217381 1996 HILLHAAS S BISHOP D DAWSON B GOODMAN C EDGE J Effects of rest interval during highrepetition resistance training on strength aerobic fi tness and repeatedsprint ability Journal of Sports Science London v25 n6 p61928 2007 HOPKINS WG Measures of reliability in sports medicine and science Sports Medicine Auckland v30 n1 p115 2000 HOUGH JP PAPACOSTA E WRAITH E GLEESON M Plasma and salivary steroid hormone responses of men to high intensity cycling and resistance exercise Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v25 n1 p2331 2011 ISSURIN VB New horizons for the methodology and physiology of training periodization Sports Medicine Auckland v40 n3 p189206 2010 JONES AM CARTER H The effect of endurance training on parameters of aerobic fi tness Sports Medicine Auckland v29 n6 p37386 2000 KISS M BOHME M Avaliação de treinamento esportivo In KISS MAPDM Esporte e exercício avaliação e prescrição São Paulo Roca 2003 p320 KRAEMER WJ HAKKINEN K NEWTON RU NINDL BC VOLEK JS McCORMICK M GOTSHALK LA GORDON SE FLECK SJ CAMPBELL WW PUTUKIAN M EVANS WJ Effects of heavyresistance training on hormonal response patterns in younger vs older men Journal of Applied Physiology Bethesda v87 n3 p98292 1999 KYROLAINEN H KIVELA R KOSKINEN S McBRIDE J ANDERSEN JL TAKALA T SIPILA S KOMI PV Interrelationships between muscle structure muscle strength and running economy Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v35 n1 p459 2003 LAMAS K ROSE JUNIOR D SANTANA F ROSTAISER E NEGRETTI L UGRINOWITSCH C Space creation dynamics in basketball offense validation and evaluaton of elite teams International Journal of Performance Analysis in Sport Cardiff v11 p7184 2011 LAMAS L BATISTA M FONSECA R PIVETTI B TRICOLI V UGRINOWITSCH C Treinamento de potência muscular para membros inferiores número ideal de repetições em função da intensidade e densidade da carga Revista da Educação FísicaUEM Maringá v21 p263270 2010 LAMAS L DREZNER R TRICOLI V UGRINOWISTCH C Efeito de dois métodos de treinamento no desen volvimento da força máxima e da potência muscular de membros inferiores Revista Brasileira de Educação Física e Esporte São Paulo v22 n3 p23545 2008 64 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C LAMBERT MI BORRESEN J Measuring training load in sports International Journal of Sports Physiology and Performance Champaign v5 n3 p40611 2010 LARSEN HB Kenyan dominance in distance running Comparative Biochemistry and Physiology Molecular Integrative Physiology New York v136 n1 p16170 2003 MATVEEV L Teoria general del entrenamiento deportivo Barcelona Editorial Paidotribo 2001 McBRIDE JM McCAULLEY GO CORMIE P NUZZO JL CAVILL MJ TRIPLETT NT Comparison of methods to quantify volume during resistance exerciseJournal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n1 p10610 2009 MERO A KOMI PV GREGOR RJ Biomechanics of sprint running a review Sports Medicine Auckland v13 n6 p37692 1992 MOHR M KRUSTRUP P ANDERSSON H KIRKENDAL D BANGSBO J Match activities of elite women soccer players at different performance levels Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v22 n2 p3419 2008 MOREIRA A A efi cácia e a heterocronia das respostas de adaptação de basquetebolistas submetidos a diferentes modelos de estruturação da carga de treinamento e competição 2006 Universidade Estadual de Campinas Campinas 2006 MORITANI T De VRIES HA Neural factors versus hypertrophy in the time course of muscle strength gain American Journal of Physical Medicine Baltimore v58 n3 p11530 1979 MULLIGAN SE FLECK SJ GORDON SE KOZIRIS LP TRIPLETTMcBRIDE NT KRAEMER WJ Infl uence of resistance exercise volume on serum growth hormone and cortisol concentrations in women Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v10 n4 p25662 1996 NAVARRO F La resistência Madri Gyminos 1998 NIEMAN DC Exercise infection and immunity Internatinal Journal of Sports Medicine Stuttgart v15 pS131 41 1994 Supplement 3 NISSINEN M Kinematic and kinetic analysis of the giant swing on rings In KOMI PV Biomechanics VIIIB Baltimore University Park Press 1983 p7816 NUNES JA CREWTHER BT UGRINOWITSCH C TRICOLI V VIVEIROS L De ROSE JUNIOR D AOKI MS Salivary hormone and immune responses to three resistance exercise schemes in elite female athletes Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v25 n8 p23227 2011 PAAVOLAINEN L HAKKINEN K HAMALAINEN I NUMMELA A RUSKO H Explosivestrength training improves 5km running time by improving running economy and muscle power Journal of Applied Physiology Be thesda v86 n5 p152733 1999 PARCELL AC SAWYER RD TRICOLI VA CHINEVERE TD Minimum rest period for strength recovery during a common isokinetic testing protocol Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v34 n6 p101822 2002 PAYNE A BARKER P Comparison of the takeoff forces in the fl ic fl ac and the back somersault in gymnastics In KOMI PV Biomechanics VIIIB Baltimore University Park Press 1975 p31421 PLATONOV V Tratado geral de treinamento desportivo São Paulo Phorte 2008 RATAMESS NA ALVAR BA EVETOCH TK HOUSH TJ KIBLER WB KRAEMER WJ American College of Sports Medicine position stand progression models in resistance training for healthy adults Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v41 n3 p687708 2009 RHEA MR Synthesizing strength and conditioning research the metaanalysis Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v18 n4 p9213 2004 RICARD MD UGRINOWITSCH C PARCELL AC HILTON S RUBLEY MD SAWYER R POOLE CR Effects of rate of force development on EMG amplitude and frequency Internatinal Journal of Sports Medicine Stuttgart v26 n1 p6670 2005 ROSCHEL H BARROSO R BATISTA M UGRINOWITSCH C TRICOLI V ARSATI F LIMAARSATI YB ARAUJO VC MOREIRA A Do wholebody vibration exercise and resistance exercise modify concentrations of salivary cortisol and immunoglobulin A Brazilian Journal of Medicine and Biological Research Ribeirão Preto v44 n6 p5927 2011 ROSCHEL H UGRINOWISTCH C BARROSO R BATISTA MA SOUZA EO AOKI MS SIQUEIRAFILHO MA ZANUTO R CARVALHO CR NEVES M MELLO MT TRICOLI V Effect of eccentric exercise velocity on aktmtor p70s6k signaling in human skeletal muscle Applied Physiology Nutrition and Metabolism Ottawa v36 n2 p28390 2011 ROWLANDS AV MARGINSON VF LEE J Chronic fl exibility gains effect of isometric contraction duration during proprioceptive neuromuscular facilitation stretching techniques Research Quarterly for Exercise and Sport Washington v74 n1 p4751 2003 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 65 Treinamento físico considerações práticas e científi cas SALONIKIDIS K ZAFEIRIDIS A The effects of plyometric tennisdrills and combined training on reaction lateral and linear speed power and strength in novice tennis players Journal of Strength and Conditioning Research Cham paign v22 n1 p18291 2008 SHEPPARD JM GABBETT TJ STANGANELLI LC An analysis of playing positions in elite mens volleyball considerations for competition demands and physiologic characteristics Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n6 p185866 2009 SHEPHARD RJ Limits to the measurement of habitual physical activity by questionnaires British Journal of Sports Medicine London v37 n3 p197206 2003 discussion 206 SMILIOS I PILIANIDIS T KARAMOUZIS M TOKMAKIDIS SP Hormonal responses after various resistance exercise protocols Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v35 n4 p64454 2003 TAKARADA Y Evaluation of muscle damage after a rugby match with special reference to tackle plays British Journal of Sports Medicine London v37 n5 p4169 2003 THACKER SB GILCHRIST J STROUP DF KIMSEY JUNIOR CD The impact of stretching on sports injury risk a systematic review of the literature Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v36 n3 p3718 2004 TILP M WAGNER H MULLER E Differences in 3D kinematics between volleyball and beach volleyball spike movements Sports Biomechanics Edinburg v7 n3 p38697 2008 TOJI H SUEI K KANEKO M Effects of combined training loads on relations among force velocity and power development Canadian Journal of Applied Physiology Champaign v22 n4 p32836 1997 TRICOLI V LAMAS L CARNEVALE R UGRINOWITSCH C Shortterm effects on lowerbody functional power development weightlifting vs vertical jump training programs Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n2 p4337 2005 UGRINOWITSCH C BARBANTI V GONÇALVES A PERES B Capacidade dos testes isocinéticos em predizer a per formance no saldo vertical em jogadores de voleibol Revista Paulista de Educação Física São Paulo v14 n2 p17283 2000 UGRINOWITSCH C TRICOLI V RODACKI AL BATISTA M RICARD MD Infl uence of training back ground on jumping height Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p84852 2007 VERKHOSHANSKY Y Fundamentals of special strengthtraining in sport Livonia Sportivny 1986 WALLACE LK SLATTERY KM COUTTS AJ The ecological validity and application of the sessionRPE method for quantifying training loads in swimming Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n1 p338 2009 WEINECK J Biologia do esporte São Paulo Manole 1999 WESTON AR MBAMBO Z MYBURGH KH Running economy of African and Caucasian distance runners Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n6 p11304 2000 WILLARDSON JM BURKETT LN The effect of rest interval length on bench press performance with heavy vs light loads Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v20 n2 p3969 2006 WILSON JM HORNBUCKLE LM KIM JS UGRINOWITSCH C LEE SR ZOURDOS MC SOMMER B PANTON LB Effects of static stretching on energy cost and running endurance performance Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n9 p22749 2010 YUKTASIR B KAYA F Investigation into the longterm effects of static and PNF stretching exercises on range of motion and jump performance Journal of Bodywork and Movement Therapies New York v13 n1 p1121 2009 ZAKHAROV A GOMES A Ciência do treinamento desportivo Rio de Janeiro Palestra Sport 2003 Agradecimentos Os autores agradecem a Diego Barretti e Fabiano Pinheiro pela contribuição na revisão do texto fi nal deste manuscrito ENDEREÇO Hamilton Rochel Escola de Educação Física e Esporte USP Av Prof Mello Moraes 65 05508030 São Paulo SP BRASIL emailharsuspbr Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 676 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PESOS LIVRES E MÁQUINAS NO DESENVOLVIMENTO DA FORÇA MÁXIMA DE MEMBROS INFERIORES Fabio Rocha de Lima123 Fernanda Cristina da Silva Pereira1 Maristela da Rocha e Silva Nascimento1 Maria Eliege de Araújo Vale1 Verginia Rodrigues Martins1 Marcelo Luís Marquezi1 RESUMO O treinamento de força popularmente conhecido como musculação quando comparado com outras práticas aumenta a força nas suas diversas valências e hipertrofia muscular de maneira significativa Os exercícios que estão presentes nesse tipo de treinamento apresentam diferenças entre si tais como os ambientes que esses são executados máquina ou livre sendo a ativação muscular a principal diferença entre eles O objetivo do presente estudo foi então comparar o desenvolvimento da força máxima avaliada pelo teste de 1RM entre pesos livres e máquinas para o exercício agachamento Metodologia Foram selecionados 10 sujeitos do gênero masculino 23 23 anos com experiência anterior ao treinamento de força de no mínimo 3 meses e afastado da prática a 6 meses Os sujeitos realizaram o agachamento livre Livre n4 e agachamento máquina Máquina n6 ambos com amplitude de flexão de joelho até 135º Resultados Os resultados revelaram que não houve diferença significativa no 1RM entre os grupos após o treinamento p005 Entretanto o cálculo da magnitude do efeito revelou índices de 087 para o grupo livre e 034 para o grupo máquina sendo classificados como moderado e pequeno respectivamente Conclusão Os resultados do presente estudo mostraram que os ganhos com relação à força máxima foram semelhantes entre os grupos porém a magnitude de efeito do tratamento exercício foi diferente podendo está diferença ser justificada pela atividade eletromiográfica e ambiente hormonalmetabólico entre eles Palavrachave Treinamento Exercício Físico Musculação 1Universidade Cidade de São Paulo UNICID Brasil 2Laboratório de Fisiologia e Metabolismo aplicados a Atividade Física LAPEF Brasil ABSTRACT Influence of the use of free weights and machines in the development of maximum strength of lower limbs Strength training popularly known as bodybuilding when compared to other practices significantly increases strength and muscle hypertrophy The exercises that are present in this type of training present differences between them such as the environments they are executed machine or free with muscular activation being the main difference between them The objective of the present study was to compare the development of maximum strength evaluated by the 1RM test between free weights and machines for the squat exercise Methods Ten male subjects 23 23 years with previous experience of 3 months and being 6 months away from practice The subjects performed free squatting Free n 4 and machine squatting Machine n 6 both with knee flexion amplitude up to 135º Results The results revealed that there was no significant difference in the 1RM between the groups after the training p 005 However the magnitude of the effect showed indices of 087 for the free group and 034 for the machine group being classified as moderate and small respectively Conclusion The results of the present study showed that gains in relation to maximal strength were similar between groups but the magnitude of treatment effect exercise was different and this difference could be justified by electromyographic activity and hormonal metabolic environment between them In this way the free exercises have more favorable stimuli for the development of the force when compared to the exercises in machines Key words Training Exercise Resistance Training Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 677 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r INTRODUÇÃO O Treinamento de Força TF é uma prática corporal de exercitação que possui grande popularidade Esta popularização por sua vez é justificada pelo significante e crescente número de espaços fitness academias clubes etc bem como adeptos a esta prática o que por sua vez estimula a produção científica acerca desta temática Polito e colaboradores 2010 Um dos pontos mais determinantes no desempenho no TF diz respeito ao nível de atividade física do indivíduo Cotterman Darby e Skelly 2005 Para indivíduos iniciantes nesse tipo de prática corporal tem sido recomendado a utilização de movimentos guiados mais especificamente máquinas ACSM 2009 por apresentar certa segurança com relação a integridade física dos mesmos e também para facilitar o aprendizado da técnica do exercício em questão Apesar de o modo de executar os exercícios nesses dois ambientes livre ou máquina serem semelhantes os mesmos possuem diferenças com relação à atividade eletromiográfica EMG Clark Lambert e Hunter 2012 Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 e até mesmo diferenças com relação a parâmetros hormonais e metabólicos Schwanbeck 2008 Shaner e colaboradores 2014 As diferenças em relação a atividade eletromiográfica nos dois tipos de execução livre e máquina podem ser justificadas pelo alto nível de exigência de estabilidade no exercício livre com relação ao executado na máquina Reiser e colaboradores 2014 o que poderia caracterizar os exercícios livres como os mais adequados para o desenvolvimento por exemplo da performance esportiva devido a sua solicitação muscular diferenciada Cotterman Darby e Skelly 2005 Contudo ainda é controversa a relação de a instabilidade ser o fator que provoca a diferença supracitada sendo diversas vezes evidenciada maior atividade do tronco Reiser e colaboradores 2014 Vale ressaltar que grande parte dos trabalhos que optam por trabalhar com esta temática utilizam o exercício agachamento cuja justificativa na maioria das vezes se dá pela popularidade e eficiência que o mesmo apresenta Bryanton e colaboradores 2012 e pelo fato do agachamento livre ser o mais popular entre os indivíduos e atletas para o treinamento da musculatura de membros inferiores Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Um ponto que merece destaque com relação a execução do agachamento é a amplitude de movimento que o mesmo é executado onde diversos estudos priorizam a execução do agachamento convencional 90º Sob um ponto de vista biomecânico no agachamento convencional 90 a aplicação do torque na lombar e no quadril é maior quando comparado ao do joelho Esta situação se inverte em exercícios com profundidades maiores como no caso da amplitude utilizada no presente estudo 135º Fry Smith e Schillng 2003 A aplicação de torque nessas articulações é determinada pela distância entre a cristailíaca anterossuperior do maléolo lateral Fry Smith e SchillIng 2003 No agachamento executado com amplitude de 90 no Smith Machine podese obter cargas maiores quando comparado com o agachamento livre Fry Smith e SchillIng 2003 No caso de agachamentos completos a máquina tende a limitar o movimento dificultando a execução do mesmo Também podese citar o aumento da contribuição dos músculos localizados na parte posterior da coxa em exercícios com profundidades elevadas Caterisano e colaboradores 2002 Com relação à melhora da força máxima estudos vêm sendo desenvolvidos com o intuito de verificar a influência dos movimentos guiados ou movimentos não guiados exercícios livres para o aumento desta capacidade Cotterman Darby e Skelly 2005 Schwanbeck 2008 estes estudos partem do pressuposto de que nas máquinas devido a uma baixa carga externa pode ser levantada uma carga maior do que a esperada em movimentos livres Anderson e Behm 2005 Cotterman Darby e Skelly 2005 Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Poucos estudos são encontrados na literatura com o objetivo de comparar esses dois modos de execução no desenvolvimento da força máxima sendo o objetivo do presente estudo então verificar dentro do treinamento de força a influência da utilização de movimento guiado em comparação ao não Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 678 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r guiado no desenvolvimento da força máxima em membros inferiores através do exercício agachamento MATERIAIS E MÉTODOS Amostra Foram selecionados 10 sujeitos do gênero masculino 23 23 anos fisicamente ativos que não possuíam nenhuma disfunção osteoarticular especialmente artrose ou artrite nas articulações do quadril joelho e tornozelo ou quaisquer outros problemas nos membros inferiores que poderiam interferir no resultado do treinamento e com experiência anterior de ao menos 3 meses no treinamento de força experiência em realizar agachamentos livres e máquinas e deveriam estar no mínimo 6 meses sem praticar esta modalidade Os indivíduos foram então alocados de modo aleatório em dois grupos sendo grupo que realizou agachamento livre com flexão de joelho até 135º LIVRE n4 e grupo que executou o agachamento máquina com flexão de joelho até 135º MÁQUINA n6 Cada grupo realizou o exercício mediante protocolo de treinamento previamente estabelecido o grupo máquina utilizando o aparelho Smith Machine Pró Phisical e o grupo livre utilizando Barra e anilhas Todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE que continha informações referentes aos riscos e benefícios do estudo O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Cidade de São Paulo Delineamento experimental O período designado ao estudo foi de 6 semanas sendo que duas semanas foram estabelecidas para a realização de avaliações pré e pós treinamento e nas quatro demais semanas os dois grupos livre e máquina foram submetidos ao treinamento A amostra foi orientada a não realizar atividades físicas vigorosas durante o período correspondente ao estudo Teste de 1RM Para verificar os ganhos com relação à força máxima adotou se o teste de 1 Repetição Máxima 1RM Chagas e colaboradores 2012 Cronin Henderson 2004 Após o aquecimento específico que consistiu de uma série de 10 repetições com 30 do 1RM inicial predito foram estipuladas 5 tentativas com um intervalo de 5 minutos entre elas Chagas e colaboradores 2012 Para saber o peso da primeira tentativa foi utilizada a equação de predição proposta por Cadore e colaboradores 2012 que leva em consideração a massa corporal total kg A kilagem máxima alcançada entre as tentativas foi considerada para determinar o 1RM Para minimizar os erros durante o teste de 1RM foram adaptadas algumas orientações descritas por Simão e colaboradores 2010 1 Instruções padronizadas relativas ao procedimento do teste foram entregues aos participantes antes da sessão 2 Os participantes receberam instruções padronizadas sobre a técnica do exercício 3 O incentivo verbal ocorreu durante o procedimento do teste assim como nas sessões de treinamento 4 Os sujeitos foram orientados a não realizarem atividades físicas vigorosas 24h antes do teste Para a padronização das cargas os sujeitos foram avaliados no exercício agachamento livre independentemente dos grupos livre ou máquina Periodização Para a periodização do treinamento optouse pelo modelo linear mais especificamente uma adaptação do modelo proposto por Simão e colaboradores 2012 Nas primeiras 3 semanas de treinamento foram executadas 3 séries de 8 a 10 repetições máximas RM com 2 minutos de intervalo entre elas Na semana final foram executadas 4 séries de 3 a 5 RM com 3 minutos de intervalo entre estas Todas as repetições foram executadas até a falha concêntrica Foram realizadas 10 repetições iniciais para o aquecimento específico Simão e colaboradores 2004 com uma carga de 30 de 1RM Em relação à duração de cada repetição a amostra não ultrapassou 8 segundos o que tem sido sugerido pela literatura que repetições com duração entre 05 a 8 segundos promovem ganhos semelhantes para o aumento de força Schoenfeld Ogborn e Krieger 2015 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 679 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r Tratamento estatístico Os resultados estão expressos como média desvio padrão A normalidade e variância dos dados foram verificadas através do teste de ShapiroWilk admitindose um p005 para aplicação dos testes paramétricos Foi aplicado o teste t para amostras independentes para verificar diferenças entre os grupos experimentais no período pré e pós treinamento e teste t para amostras pareadas para verificar diferenças nos período pré e pós treinamento de cada grupo Foi aplicado também ANOVA oneway para medidas repetidas entre a força relativa semanal carga massa corporal total em kg para observar diferenças entre os períodos de cada grupo e quando apropriado o post hoc com ajustes de Bonferroni foi utilizado A significância da magnitude do efeito foi calculada e comparada de acordo com as recomendações e descrições para estudos específicos do treinamento de força Rhea 2004 que propõe a seguinte equação média pós média pré desvio padrão pré As análises estatísticas foram realizadas utilizandose os softwares SPSSWindows versão 20 SPSS IncChicago IL e Graph Pad Prism versão 50 para Windows GraphPad Software San Diego CA USA RESULTADOS As características da amostra estão descritas no quadro 1 Quando comparouse o resultado do 1RM entre os grupos não foram observadas diferenças significativas antes do treinamento figura 1 t801940 p005 e após o treinamento figura 2 t803646 p005 Entretanto analisandoo período antes e após o treinamento de cada grupo constatouse diferenças significativas para o grupo livre figura 3 t313 p0001 e grupo máquina figura 4 t5371 p005 Em termos relativos o grupo livre aumentou o 1RM em 17 e o grupo máquina em 13 O cálculo da magnitude do efeito resultou em 087 para grupo livre e 034 para grupo máquina sendo classificado como efeito moderado e pequeno respectivamente Rhea 2004 As figuras 5 e 6 mostram a evolução na força relativa semanal dos sujeitos ao longo do período de treinamento Para ambos os grupos anova revelou diferença entre as semanas F394380 p00005 para o grupo livre e F3158490 p00005 para o grupo máquina Análise post hoc mostrou que o valor obtido na 4ª semana de ambos foi maior quando comparada com as demais p005 Quadro 1 Características da amostra Idade anos 23 23 Estatura cm 17435 1415 Massa Corporal Total kg 7214 16 1RM Pré Grupo Livre n4 78 1487 1RM Pré Grupo Máquina n6 75 2802 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 680 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r DISCUSSÃO Os exercícios com pesos livres são preferíveis por praticantes do treinamento de força por proporcionarem um ambiente mais instável o que exige maior recrutamento das musculaturas envolvidas no exercício e são mais usados em comparação aos exercícios realizados em máquinas Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Essa base instável encontrada nos exercícios com pesos livres favorece também uma maior ativação de membros inferiores quando comparado aos exercícios realizados em máquinas Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 Exercícios em bases instáveis baseiamse na importância de favorecer o aumento de força a partir das adaptações neurais Anderson e Behm 2005 Iniciouse esse estudo com a hipótese de que exercícios livres favoreceriam maior desenvolvimento da força máxima avaliada pelo 1RM a partir das diferenças eletromiográficas o que não se confirmou com a comparação entre os grupos Estudos presentes na literatura também não encontraram diferenças significativas para o teste de 1RM quando comparouse o agachamento máquina com o livre Cotterman Darby Skelly 2005 corroborando com os resultados encontrados no presente estudo Os autores justificaram essas diferenças não terem sido estatisticamente significativas devido à semelhança entre os dois modos de execução do exercício Outros estudos avaliando ainda a influência aguda da utilização de máquinas no exercício de membros inferiores agachamento e leg press no ambiente hormonal constatou Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 681 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r que as concentrações de GH testosterona e cortisol foram maiores no exercício livre quando comparado ao exercício realizado na máquina Shaner e colaboradores 2014 Sendo a testosterona um hormônio importante para o crescimento muscular pelos seus efeitos anabólicos Demling e Orgill 2000 Uma explicação apresentada pelos autores para explicar essa diferença é a quantidade de massa muscular envolvida no exercício agachamento em comparação com o leg press Para elevações do GH no agachamento os autores justificaram pela alta demanda metabólica imposta pelo exercício o que foi exemplificado quando se analisou o comportamento da frequência cardíaca e lactato sanguíneo dos participantes Em contrapartida o estudo de Schwanbeck 2008 constatou aumento agudo na razão de testosteronacortisol para os homens que realizaram agachamento livre em comparação com as mulheres e agachamento máquina A razão de testosteronacortisol é um parâmetro utilizado para avaliar anabolismo muscular Hayes e colaboradores 2015 No estudo de Cotterman Darby e Skelly 2005 foi avaliado se o desempenho no teste de 1RM seria diferente na máquina quando comparado com o livre Os autores não constataram diferenças significativas entre o teste de 1RM nos dois ambientes livre e máquina O estudo de Schwanbeck 2008 avaliando o efeito crônico da utilização desses equipamentos não constatou diferenças significativas para o teste de 1RM nos dois modos de execução máquina e livre A partir dos resultados do estudo no teste de 1RM na máquina o cálculo da magnitude do efeito revela um índice de 193 e 068 para os homens que pertenciam ao grupo de agachamento livre e máquina respectivamente A magnitude do efeito continuou sendo maior no grupo de agachamento livre comparado com o grupo máquina quando esses indivíduos passaram pelo teste de 1RM livre apresentando índices de magnitude de 227 e 103 respectivamente Esses resultados da magnitude do efeito ajudam a responder perguntas sobre as pesquisas que objetivam verificar diferenças entre o ambiente que este é executado máquina ou livre podendo essas diferenças no valor da magnitude do efeito serem atribuídas a questão da solicitação muscular diferenciada entre os exercícios Schwanbeck Chilibeck e Binsted 2009 e ambiente hormonalmetabólico Schwanbeck 2008 Shaner e colaboradores 2014 O fato dos indivíduos envolvidos nos exercícios livres melhorarem o desempenho no teste de 1RM quando feitos na máquina é um ponto importante para futuros estudos e essa discussão vai além do escopo do presente artigo Os valores para magnitude do efeito apresentada nesse estudo são corroboradas em partes com os resultados encontrados na literatura O cálculo dessa variável se torna importante pois a mesma fornece um método para comparar resultados de estudos separados mas semelhantes trazendo assim informações relevantes para a prática de profissionais envolvidos com o exercício físico Rhea 2004 CONCLUSÃO A partir dos resultados do presente estudo e em conformidade com a literatura podese concluir que os ganhos com relação à força máxima de membros inferiores foram semelhantes entre os dois modos de execução porém devido a diferenças na atividade eletromiográfica consequente da base instável do exercício livre ambiente hormonalmetabólico entre os ambientes os exercícios livres possuem estímulos mais propícios para o desenvolvimento da força quando comparados aos exercícios em máquinas O que pode ser uma estratégia efetiva para ser aplicada em treinos que estabilizaram seus ganhos Conflitos de interesse Os autores revelam não ter nenhum conflito de interesse com esse trabalho REFERÊNCIAS 1Anderson K Behm DG Trunk muscle activity increases with unstable squat movements Canadian Journal of Applied Physiology Vol 30 Núm 1 2005 p3345 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 682 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r 2Bryanton M A Kennedy M D Carey J P Chiu L Z Effect of squat depth and barbell load on relative muscular effort in squatting The Journal of Strength Conditioning Research Vol 26 Núm 10 2012 p 28202828 3Cadore E Pinto R S Brentano M A Silva R F Silva E M Spinelli R Kruel L F M Prediction of one repetition maximum load by total and lean body mass in trained and untrained men Medicina Sportiva Vol 16 Núm 3 2012 p111117 4Caterisano A Moss R E Pellinger T K Woodruff K Lewis V C Booth W Khadra T The effect of back squat depth on the EMG activity of 4 superficial hip and thigh muscles The Journal of Strength Conditioning Research Vol 16 Núm 3 2002 p428432 5Chagas M H Lima F V Avelar A S Diniz R C R Costa H C M Comparação do desempenho no teste de uma repetição máxima utilizando dois diferentes protocolos Revista da Educação FísicaUEM Vol 23 Núm 1 2012 p97104 6Clark D R Lambert M I Hunter A M Muscle activation in the loaded free barbell squat a brief review Journal of Strength and Conditioning Research Vol 26 Núm 4 2012 p11691178 7Cotterman M L Darby L A Skelly W A Comparison of muscle force production using the smith machine and free weights for bench press and squat exercises Journal of Strength and Conditioning Research Vol19 Núm1 2005 p169176 8Cronin J B Henderson M E Maximal strength and power assessment in novice weight trainers Journal of Strength and Conditioning Research Vol 18 Núm 1 2004 p4852 9Demling R H Orgill D P The anticatabolic and wound healing effects of the testosterone analog oxandrolone after severe burn injury Journal of critical care Vol 15 Núm 1 2000 p1217 10Fry A C Smith C Schilling B K Effect of knee position on hip and knee torques during the barbell squat Journal of Strength and Conditioning Research Vol 17 Núm 4 2003 p629633 11Polito M D Cyrinol E S Geragel A M nascimento M A Januário R S B Efeito de 12 semanas de treinamento com pesos sobre a força muscular composição corporal e triglicérides em homens sedentários Revista Brasileira de Medicina do Esporte Vol 16 Núm 1 2010 p2932 12Reiser F C Souza W C Mascarenhas L P G Grzelczak M T Atividade muscular de membros inferiores no exercício de agachamento Revista ACTA Brasileira do Movimento Humano Vol 4 Núm 4 2014 p90102 13Schwanbeck S R The effects of training with free weights or machines on muscle mass strength and testosterone and cortisol levels Dissertação de Mestrado University of Saskatchewan Saskatoon Canadá 2008 14Schwanbeck S Chilibeck P D Binsted G A comparison of free weight squat to smith machine squat using electromyography Journal of Strength and Conditioning Research Vol 23 Núm 9 2009 p2588 2591 15Schoenfeld B J Ogborn Dan I Krieger J W Effect of repetition duration during resistance training on muscle hypertrophy a systematic review and metaanalysis Sports Medicine Vol 45 Núm 4 2015 p577585 16Simão R Senna G Nassif L Leitão N Arruda R Priore M Maior A S Polito M Influência dos diferentes protocolos de aquecimento na capacidade de desenvolver carga máxima no teste de 1RM Fitness Performance Journal Vol 3 Núm 5 2004 p261265 17Simão R Spineti J Salles B F Oliveira L F Matta T Miranda F Miranda H Costa P B Influence of exercise order on maximum strength and muscle thickness in untrained men Journal of Sports Science and Medicine Vol 9 Núm 1 2010 p79 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício São Paulo v11 n69 p676683 NovDez 2017 ISSN 19819900 683 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 19819900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w i b p e f e x c o m b r w w w r b p f e x c o m b r 18Simão R Spineti J Salles B F Matta T Fernandes L Fleck S J Rhea M R Olsen H E S Comparison between nonlinear and linear periodized resistance training hypertrophic and strength effects Journal of Strength and Conditioning Research Vol 26 Núm 5 2012 p13891395 19Shaner A A Vingren J L Hatfield D L Budnar Junior R G Duplanty A A Hill D W The acute hormonal response to free weight and machine weight resistance exercise The Journal of Strength Conditioning Research Vol 28 Núm 4 2014 p10321040 20Hayes L D Grace F M Baker J S Sculthorpe N Exerciseinduced responses in salivary testosterone cortisol and their ratios in men a metaanalysis Sports Medicine Vol 45 Núm 5 2015 p713726 3Pósgraduação StrictoSensu da Universidade Cruzeiro do Sul UNICSUL Brasil Email dos autores fabiolima93hotmailcom fernandapalmeiras94hotmailcom marirocha34outlookcom eliegedejesushotmailcom verginiamartins12yahoocombr mlmqzuspbr Enderenço para correspondência Universidade Cidade de São PauloUNICID Rua Cesário Galeno 448475 Laboratório de Fisiologia e Metabolismo aplicados a Atividade FísicaLAPEF Tatuapé São PauloSP CEP 03071000 Recebido para publicação 20122017 Aceito em 04022017 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 373 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório Introdução Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorespiratório prescrito por métodos direto e indireto httpdxdoiorg101160618075509201700020373 Marcelo Luis MARQUEZI Marco Antonio UZUNIAN Roberto GIMENEZ Maurício Teodoro de SOUZA Universidade Cidade de São Paulo São Paulo SP Brasil Resumo O Colégio Americano de Medicina Esportiva recomenda intensidades de 55 a 70 da freqüência cardíaca de reserva FCrs para prescrição do exercício de resistência cardiorespiratória ECr objetivando a alteração da composição corporal Entretanto vários estudos verificaram que a oxidação de lipídeos LIPox máxima está diretamente relacionada ao primeiro limiar anaeróbio LAn1 e ocorre em intensidades por volta de 60 da frequência cardíaca máxima FCmax e 55 do consumo máximo de oxigênio VO2max O objetivo do presente estudo foi verificar e comparar as taxas de oxidação de substratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto mDR e da reserva da frequência cardíaca método indireto mIND Sete indivíduos ativos não treinados foram submetidos a 60min de ECr nas intensidades do LAn1 e 55 da FCrs para determinação das taxas de oxidação de lipídeos LIP e carboidratos CHO por calorimetria indireta após jejum noturno de 8h seguido de ingestão de maltodextrina 2gkg solução a 6 30min antes do início da atividade Nossos resultados demonstraram que os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de LIPox 023 001 e 010 001 gmin mDR e mIND respectivamente p 005 como conseqüência a contribuição relativa de LIP para o dispêndio calórico durante a sessão mDR foi aproximada mente 18 vezes maior em comparação a mIND 259 09 e 146 10 mDR e mIND respectivamente p 005 Apesar da prescrição por método da reserva da frequência cardíaca subestimar a LIPox este método indicou para uma aplicabilidade que se aproxima dos critérios cientificamente preconizados o que para uma indicação de intensidade em situações de campo poderá acarretar em menor margem de erros Palavraschave Oxidação de substratos Limiares anaeróbios Reserva da frequência cardíaca Resistência cardiorespiratória A prescrição de exercícios físicos de acordo com o nível de aptidão e objetivos do indivíduo envolve as variáveis frequência número de sessões semanais volume duração e intensidade1 A duração e frequência do treinamento físico são va riáveis relativamente fáceis de monitorar existindo consenso na literatura sobre suas formas de aplica ção Por outro lado existem diversas maneiras de monitorar a intensidade de exercício e um balanço entre validade aplicabilidade e praticidade desses métodos deve ser considerado25 A resistência cardiorespiratória expressa pelo consumo máximo de oxigênio VO2max é um dos componentes mais importantes da aptidão física Ela consiste na capacidade de realizar exercícios dinâmicos envolvendo grandes grupos musculares em intensidades de moderada a alta por períodos prolongados1 O treinamento desta capacidade promove entre outras adaptações aumento da atividade oxidativa mitocondrial67 elevação da oxi dação de lipídeos LIP89 e redução da concentração sanguínea de lactato mesmo em altas intensidades relativas de esforço1012 implicando em melhoria do desempenho maior taxa de oxidação de lipídeos LIPox durante o exercício e alterações da compo sição corporal13 374 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al Com relação ao metabolismo lipídico alterações do estado nutricional e suplementação de agentes que estimulam a oxidação de ácidos graxos AGs têm sido utilizadas como estratégias para alterar a composição corporal uma vez que baixas LIPox podem estar envolvidas com o desenvolvimento de sobrepeso diabetes tipo II e doenças cardiovascula res14 Entretanto a utilização de LIP pelos músculos esqueléticos é extremamente sensível à intensidade do exercício15 Por volta de 50 do VO2max intensida de próxima ao primeiro limiar anaeróbio LAn1 por exemplo o fluxo de substratos através da via glicolítica é limitado pelos produtos finais da degradação de LIP principalmente citrato e ATP em virtude do recrutamento predominante de fibras musculares do tipo I e elevada atividade oxidativa A demanda energética em conseqüência é satisfatoriamente suprida por mecanismos oxidativos ciclo dos ácidos tricarboxílicos CAT e fosforilação oxidativa através da degradação preferencial de AGs1620 Aumentos de intensidade ao longo do exercício elevam o recrutamento de fibras do tipo II a ati vidade do sistema nervoso autonômico simpático a demanda energética e em conseqüência as concentrações de ADP AMP Pi e NH4 estimu lando a atividade glicogenolítica e glicolítica1921 Nas intensidades entre 50 a 75 do VO2max a oxidação de AGs em relação à oxidação de gli cogênioglicose diminui inibida principalmente pelo aumento do recrutamento de fibras do tipo II e elevação da atividade glicolítica e parcialmente pela maior produção e acumulação de íons H Acima de 75 do VO2max intensidade próxima ao segundo limiar anaeróbio LAn2 a oxidação de glicogênioglicose aumenta acentuada e progres sivamente assim como a esterificação de AGs1620 Após o LAn2 a demanda energética passa a ser suprida predominantemente pela glicogenólise hepáticamuscular e glicólise muscular sendo que o subseqüente acúmulo sanguíneo de lactato e íons hidrogênio indicam o aumento da atividade destas vias O Colégio Americano de Medicina Esportiva recomenda intensidades de 55 a 70 da freqüên cia cardíaca de reserva FCrs para prescrição do exercício de resistência cardiorespiratória ECr objetivando a alteração da composição corporal1 Entretanto vários autores verificaram que a LIPox máxima está diretamente relacionada ao LAn112 2223 e ocorre em intensidades por volta de 60 da frequência cardíaca máxima FCmax e 55 do consumo máximo de oxigênio VO2max12 22 2425 Segundo a literatura a prescrição do ECr através de equações preditivas ou médias populacionais ob jetivando a alteração da composição corporal nor malmente superestima a intensidade do exercício2 2628 e promove adaptações relacionadas à LIPox dis tintas daquelas resultantes do treinamento prescrito com base na mensuração do VO2 15 2425 29 Bircher Knechtle22 e Aucouturier et al5 por exemplo observaram grande variabilidade interindividual e redução da LIPox entre 6 e 14 respectivamente durante o exercício prescrito a partir do VO2 esti mado por equação preditiva em comparação ao VO2 mensurado por ergoespirometria O objetivo do presente estudo neste sentido foi verificar e comparar as taxas de oxidação de subs tratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios e da reserva da frequência cardíaca Nossa hipótese estabelece que o padrão de oxidação de substratos difere entre os métodos de prescrição com maior utilização de LIP durante o ECr prescrito através dos limiares anaeróbios ventilatórios Método Delineamento Experimental Todos os procedimentos foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética para Pesquisa En volvendo Seres Humanos da Universidade Cidade de São Paulo UNICID e registrado no Conselho Nacional de Ética em Pesquisa CONEP CAAE 0016018600011 e Sistema Nacional de Ética em Pesquisa SISNEP FR 401237 Ministério da Saúde Brasil Os sujeitos assinaram termo de consentimento de participação após concordarem com os objetivos riscos e benefícios relacionados ao estudo O experimento foi conduzido no Labora tório de Pesquisa em Educação Física e Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo LAPEFFI UNICID Participaram do estudo sete indivíduos do gêne ro masculino alunos do curso de Educação Física ativos não treinados 120minsem de prática de atividades físicas recreacionais assintomáticos Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 375 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório não fumantes e que não estavam utilizando qual quer medicamento ou suplementação no período do estudo Após avaliação clínica os sujeitos foram testados para determinação do pico de consumo de oxigênio VO2pico e limiares anaeróbios ven tilatórios primeiro e segundo limiares LAn1 e LAn2 respectivamente Os valores médios erro padrão para idade peso estatura e VO2pico abso luto e relativo a massa corporal total dos sujeitos foram 254 18 anos 827 36 kg 1738 21 cm 339 020 lmin e 4123 334 mlkgmin respectivamente Os sujeitos foram orientados durante a semana anterior à realização das avaliações iniciais a man ter o padrão alimentar habitual número de refei ções diárias tipo de alimento consumido e modo de preparo ao longo de todo período do estudo Nas semanas seguintes à realização das avaliações iniciais os sujeitos foram submetidos em dias sepa rados a 60min de ECr nas intensidades do LAn1 e 55 da FCrs após jejum noturno de 8h seguido de ingestão de maltodextrina 2gkg solução a 6 30min antes do início da atividade A restrição ali mentar e ingestão de carboidrato anteriormente às sessões de ECr tiveram como propósito possibilitar estados metabólicos semelhantes entre sujeitos nas ocasiões de realização das sessões experimentais Ao longo das sessões experimentais realizouse a determinação das taxas de oxidação de substratos LIP e CHO Durante as sessões experimentais a temperatura e umidade relativa do laboratório foram mantidas ao redor de 22ºC e 4560 respectivamente Anterior mente à realização dos testes todos os equipamentos utilizados na aquisição armazenamento e processa mento dos sinais biológicos foram calibrados Em cada sessão experimental foram testados dois sujeitos Os sujeitos foram orientados a não realizar qualquer tipo de esforço físico extenuante não ingerir bebidas alcoólicas eou estimulantes chá café no dia anterior dos testes As sessões experimentais foram realizadas nas manhãs seguintes ao período de jejum noturno e denominadas mDR método dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto e mIND método reserva da frequência cardíaca método indireto Teste Máximo e Determinação do Pico de Consumo de Oxigênio Anteriormente ao teste os sujeitos permaneceram sentados em repouso durante 4min para coletas venti latórias e registros de freqüência cardíaca FC iniciais O protocolo de teste consistiu em corrida em esteira Modelo ATL Inbrasport Brasil com velocidade inicial de 6kmh seguido de incrementos de 1kmh a cada 1 minuto até a exaustão voluntária dos sujeitos Os parâmetros ventilatórios foram coletados du rante o repouso e continuamente ao longo dos testes a cada ciclo respiratório e analisados em médias de vinte segundos através de analisador de gases com putadorizado modelo VO2000 Inbrasport Ltda Brasil O analisador de gases foi calibrado para vo lume e concentração padrão de gases imediatamente antes do primeiro teste do dia e recalibrado após cada teste A calibração foi realizada com amostras de gás ambiente 209 de oxigênio O2 e 004 de dióxido de carbono CO2 e com amostras obtidas a partir de um cilindro com concentração conhecida de O2 17 e de CO2 5 Além disso o fluxo de gases do aparelho foi calibrado utilizando uma seringa de três litros conforme padronização do fabricante A FC foi registrada através de monitor cardíaco modelo Sport Test Polar Electro OY Finlândia continuamente ao longo dos testes Após a exaustão foram realizados dois períodos de recuperação de 2min com 50 e 25 da velocidade máxima atingida Nos períodos de recupe FIGURA 1 Desenho Experimental 376 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al ração somente a FC foi monitorada Os critérios para determinação do VO2pico e exaustão foram ocorrência de um platô no VO2 caracterizado por aumentos de 2mlkgmin ou menores e incapacidade de manter a velocidade de corrida respectivamente Determinação dos Limiares Anaeróbios Ventilatórios Os limiares anaeróbios ventilatórios LAn1 e LAn2 foram determinados a partir dos equiva lentes ventilatórios de O2 VEVO2 e CO2 VE VCO2 frações expiradas finais de O2 FEO2 e CO2 FECO2 e quociente respiratório QR e expressos em função do VO2 em lmin O LAn1 correspondeu ao menor valor de VEVO2 antes de seu aumento continuado3031 associado ao início do aumento abrupto e continuado do QR32 O LAn2 correspondeu ao ponto em que os aumentos de VE VO2 VEVCO2 e FEO2 coincidiram com a queda de FECO2 31 33 Determinação da Freqüência Cardíaca Alvo do ECr A determinação da freqüência cardíaca alvo do ECr FCtr foi realizada conforme recomendações do ACSM 2009 a partir da equação de Gellish et al34 para previsão da FCmax pela idade FCmaxP e FC de repouso FCrep como descrito abaixo FCmaxP em bpm 2069 067 idade FCtr em bpm FCmaxP FCrep x 055 FCrep Sessões Experimentais Nas semanas seguintes à realização das avaliações iniciais os sujeitos foram submetidos em dias sepa rados a 60min de ECr nas intensidades do LAn1 e 55 da FCrs após jejum noturno de 8h seguido de ingestão de maltodextrina 2gkg solução a 6 30min antes do início da atividade para determina ção das taxas de oxidação de nutrientes LIP e CHO As sessões experimentais mDR e mIND foram realizadas nas manhãs seguintes ao período de jejum noturno Como citado anteriormente a restrição alimentar e ingestão de carboidrato anteriormente às sessões de ECr tiveram como propósito possibilitar estados metabólicos semelhantes entre sujeitos nas ocasiões de realização das sessões experimentais Oxidação de Substratos As taxas absolutas de oxidação de LIP e CHO LIPox e CHOox respectivamente foram determi nadas aos 10 20 30 40 50 e 60min do exercício a partir dos valores médios de VO2 e VCO2 lmin correspondentes aos 2 últimos minutos de cada período As taxas absolutas de oxidação em gmin foram calculadas usando equações estequiométricas de Frayn35 supondo que a taxa de excreção de nitro gênio foi insignificante A energia provida da oxidação de LIP e CHO LIPkc e CHOkc respectivamente em kcalmin foi calculada a partir de seus respectivos equivalentes energéticos 975 e 387 kcalg Tratamento Estatístico Os resultados estão apresentados como média erro padrão A homogeneidade das variâncias dos parâmetros ventilatórios FC e taxa de oxida ção de substratos foi verificada através do teste de Levene O efeito dos métodos de prescrição sobre os parâmetros ventilatórios e taxas de oxidação de CHO e LIP ao longo das sessões experimentais foi verificado através de análise de variância de dois fatores método x tempo seguido de teste post hoc HSD de Tukey As médias das sessões experimentais foram comparadas através de teste t de Student para dados pareados O nível de significância adotado foi de p005 O tratamento estatístico foi realizado através do software Statistica for Windows versão 80 2007 Statsoft Inc Estados Unidos Resultados Teste Máximo e Intensidades de Exer cício Os valores individuais para VO2 FC e veloci dade de corrida no esforço máximo e na inten sidade do LAn1 estão apresentados na TABELA 1 Os valores médios na intensidade do LAn1 relativos ao esforço máximo para VO2 FC e velocidade de corrida foram 49 72 e 50 respectivamente Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 377 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório SUJEITOS VO2 lmin FC bpm VEL kmh Emx LAn1 Emx LAn1 Emx LAn1 1 298 149 500 197 133 675 15 7 467 2 424 191 450 190 135 710 16 8 710 3 309 174 563 197 145 736 13 7 538 4 347 168 484 187 132 706 14 7 500 5 390 180 461 195 145 745 15 7 467 6 332 146 439 191 154 806 15 8 533 7 274 120 437 211 139 659 15 7 467 média ep 339 020 161 009 1954 30 1404 30 147 04 73 02 Valores individuais e médios erro padrão n 7 Emx esforço máximo LAn1 intensi dade do primeiro limiar anaeróbio VO2 consu mo de oxigênio FC fre qüência cardíaca VEL velocidade de corrida Em parênteses estão descritos valores relati vos ao esforço máximo Os parâmetros utilizados para a prescrição indireta do ECr determinação da freqüência cardíaca alvo FCtr estão apresentados na TA BELA 2 Não foi observada diferença significati va entre os valores médios de FCtr obtidos entre os métodos de prescrição 1403 30 e 1370 16 bpm mDR e mIND respectivamente p 033 TABELA 2 Parâmetros Utilizados para Prescrição Indireta do ECr SUJEITOS IDD anos FCmp bpm FCrp bpm FCrsv bpm FCrsv FCtr bpm 1 24 191 64 127 55 134 2 24 191 65 126 55 134 3 29 187 78 109 55 138 4 18 195 85 110 55 145 5 30 187 77 110 55 137 6 31 186 70 116 55 134 7 22 192 68 124 55 136 média ep 254 18 1899 12 724 29 1177 30 550 00 1370 16 Valores individuais e médios erro padrão n 7 IDD idade FCmp freqüência cardíaca máxima prevista pela idade FCrp freqüên cia cardíaca de repou so FCrsv freqüência cardíaca de reserva FCrsv intensidade de exercício FCtr fre qüência cardíaca alvo do ECr Sessões Experimentais Os valores médios para VO2 VCO2 QR taxas absolutas de oxidação e energia derivada de CHO e LIP a cada período de 10min de exercício das sessões experimentais 10 20 30 40 50 e 60min estão apresentados nas TABELAS 3 e 4 Os méto dos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de LIP com diferenças significativas para VO2 QR TABELA 3 LIPox e LIPkc TABELA 4 ao longo dos períodos de exercício entre as sessões experimentais Entretanto não foram observadas diferenças significativas em qualquer período de exercício para VCO2 CHOox e CHOkc TABELA 1 Teste Máximo e Parâmetros Utilizados para Prescrição Direta do ECr 378 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al TABELA 3 Parâmetros Ventilatórios ao Longo das Sessões de ECr SESSÃO PERÍODOS min VO2 lmin VCO2 lmin QR mDR 10 124 005 116 005 095 001 20 173 003 167 003 097 001 30 171 004 163 003 096 001 40 176 004 165 004 095 001 50 178 004 165 004 093 001 60 181 004 166 003 092 001 mIND 10 106 004 105 005 098 001 20 149 004 152 004 102 000 30 154 003 156 003 101 000 40 155 003 154 003 099 000 50 160 004 155 004 098 000 60 160 004 153 004 096 000 Valores médios erro padrão n 7 VO2 consumo de oxigênio VCO2 produção de dió xido de carbono QR quociente respiratório p 005 vs mDR TABELA 4 Oxidação de Substratos ao Longo das Sessões de ECr SESSÃO PERÍODOS min CHOox gmin LIPox gmin CHOkc kcalmin LIPkc kcalmin mDR 10 136 009 019 003 525 036 187 025 20 209 009 018 003 807 036 180 026 30 196 009 020 003 759 034 199 025 40 190 008 023 003 736 032 221 026 50 183 008 026 003 707 032 249 027 60 177 008 029 003 686 031 280 027 mIND 10 139 007 005 001 538 029 047 006 20 216 006 002 000 836 025 015 003 30 215 005 002 000 832 020 024 004 40 205 005 004 000 795 020 036 004 50 198 005 007 001 767 019 067 006 60 184 004 012 001 712 117 120 010 Valores médios erro padrão n 7 CHOox e LIPox taxas absolutas de oxidação de CHO e LIP respectivamente CHOkc e LIPkc energia derivada de CHO e LIP respectivamente P 005 vs mDR Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 379 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório Em termos absolutos o VO2 167 002 e 147 002 lmin mDR e mIND respectivamente p 005 foi significativamente maior enquanto que o QR 095 000 e 099 000 mDR e mIND respectivamente p 005 foi significativamente menor durante a sessão mDR Como conseqüência a LIPox 023 001 e 010 001 gmin mDR e mIND respectivamente p 005 e a LIPkc 219 007 e 101 006 kcalmin mDR e mIND respectivamente p 005 foram significativamente maiores durante a sessão mDR A contribuição relativa de LIP para o dispêndio calórico durante a sessão mDR foi 18 vezes maior em comparação a mIND 259 09 e 146 10 mDR e mIND respectivamente p 005 FIGURA 2 Valores médios erro padrão n 7 P 005 para CHO e LIP entre métodos de prescrição FIGURA 2 Contribuição relativa de CHO e LIP para o dispêndio calórico Discussão Diversos estudos têm se preocupado em iden tificar a intensidade adequada para otimização da LIPox durante o ECr Achten et al24 propuseram um protocolo de exercício de intensidade progres siva em cicloergômetro composto de estágios com 3 minutos de duração e incrementos de carga de 35 watts para identificação da zona de intensidade de LIPox máxima Posteriormente Cheneviere et al36 desenvolveram um modelo matemático para verificar a cinética da LIPox a partir do protocolo descrito acima Os estudos indicaram intervalos de intensidade para LIPox máxima entre 44 a 49 do VO2max e 60 a 64 da FCmax Rynders et al37 utilizando protocolo ligeiramente diferente estágios O objetivo do presente estudo foi verificar e com parar as taxas de oxidação de substratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios mDIR e da reserva da frequência cardíaca mIND Nossos resultados demonstraram que os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de LIPox com diferenças significativas para VO2 e QR ao longo dos períodos de exercício entre as sessões experimentais Em termos absolutos o QR foi significativamente menor enquanto que LIPox e LIPkc foram significativamente maiores durante a sessão mDR como conseqüência a contribuição rela tiva de LIP para o dispêndio calórico durante a sessão mDR foi 18 vezes maior em comparação a mIND 380 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al com 3 minutos de duração e incrementos de carga de 15 watts observaram que a LIPox máxima ocor re em intensidades próximas ao LAn1 47 do VO2max assim como Achten Jeukendrup12 Bircher Knechtle22 e Marquezi et al23 Todos estes estudos entretanto utilizaram er goespirometria como método de determinação da intensidade de esforço a partir da mensuração do VO2 Tal método requer equipamentos e padro nizações adequadas tornandose pouco acessível para aplicação em situações de campo Por outro lado estabeleceuse há algum tempo que FC e VO2 e conseqüentemente o gasto calórico GC estão linearmente relacionados em uma ampla gama de intensidades submáximas Ao determinar a relação entre FC e VO2 a FC pode então ser utilizada para estimar o VO2 o que em hipótese dará um reflexo da intensidade do trabalho que está sendo realizado25 27 38 A utilização de métodos preditivos ou indiretos para determinar a intensidade do exercício em si tuações de campo tem sido considerada relevante para a questão da validade ecológica uma vez que aproxima o estudo do fenômeno o mais possível da situação real porém este fato sofre variação de acordo com o tipo de controle necessário durante a prática esportiva Por exemplo a velocidade de deslocamento pode ser usada para monitorar com precisão a intensidade do exercício em alguns modos de prática corporal como corrida e natação No entanto em esportes como ciclismo a velocidade de deslocamento nem sempre reflete a intensidade do esforço realizado Nos esportes com este perfil a relação velocidadeintensidade pode ser afetada por fatores como superfície do terreno e condições ambientais entre outros Em posicionamento do Colégio Americano de Medicina Esportiva sobre a quantidade e qualidade recomendadas de exercício para o desenvolvimen to e manutenção da aptidão física relacionada à saúde em adultos aparentemente saudáveis uma indicação de prescrição indireta para o ECr foi su gerida utilizandose como parâmetro de intensidade percentuais da FC de reserva FCmáx FCrep distribuídos em zonas de treinamento de acordo com objetivos e adaptações distintos1 Com o intuito de aproximar o conhecimento científico da situação real foram desenvolvidos os frequencímetros portáteis sem fio aprimorando a mensuração da FC e tornandose o método mais comumente utilizado para obter uma indicação da intensidade do exercício realizado em situações de campo já que a FC é fácil de monitorar e mostra um padrão muito estável durante o exercício27 Embora a adoção de parâmetros indiretos pos sibilite determinar a intensidade de uma sessão de exercícios e expressála como percentuais do VO2 ou equivalentes metabólicos a prescrição do ECr a partir deste procedimento só dará uma indicação da verdadeira intensidade necessitando a relação individual entre FC e VO2 ser determinada para uma estimativa mais precisa É sabido que a adoção de parâmetros indiretos para a prescrição do ECr tal como a previsão do VO2 a partir da FC apresenta limitações pois tal método baseiase na premissa de que a relação entre FC e VO2 é linear ao longo de toda uma gama de intensidades de trabalho entretanto esta é uma simplificação uma vez que a relação não é linear em baixas intensidades ou próximo ao esforço má ximo2 3940 Além disso a estimativa da FC máxima a partir de equações preditivas por exemplo pode superestimar ou subestimar a previsão do VO2 29 4142 uma vez que foi demonstrada em vários estudos que o desvio padrão da previsão de FC máxima situase entre 8 a 12 bpm3 26 43 Uma outra finalidade para a relação entre FC e VO2 como método de prescrição de intensidade do exercício foi a adoção desse indicador como forma de estimar indiretamente o dispêndio energético associado à prática corporal através do monitora mento apenas da FC entretanto este procedimento parece não ser adequado Há um consenso geral de que enquanto o método de monitoramento da FC fornece estimativas satisfatórias do GC médio de um grupo não é necessariamente preciso para estimativas individuais uma vez que a relação entre FC e VO2 apresenta variabilidade interindividual40 assim como a própria utilização de substratos durante o exercí cio2324 Dessa maneira a intensidade do exercício geralmente definida como a quantidade de energia despendida por minuto em kcalmin para executar uma determinada tarefa15 é vista como alternativa para estimar o gasto calórico durante a execução do exercício de maneira não invasiva uma vez que os métodos que estão disponíveis atualmente para medir o dispêndio energético precisamente não podem ser usados em ambientes não laboratoriais Segundo a literatura a prescrição do ECr através de equações preditivas ou médias populacionais objetivando a alteração da composição corporal normalmente superestima a intensidade do exer cício2 25 2728 e promove adaptações relacionadas à LIPox distintas daquelas resultantes do treinamento Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 381 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório prescrito com base na mensuração do VO2 15 2425 29 Bircher Knechtle22 e Auciuturier et al5 por exemplo observaram grande variabilidade interindividual e redução da LIPox entre 6 e 14 respectivamente durante o exercício prescrito a par tir do VO2 estimado por equação preditiva em com paração ao VO2 mensurado por ergoespirometria Neste sentido a ocorrência de padrões distintos de oxidação de LIP verificada neste estudo apesar de corroborar observações descritas na literatura provavelmente não está associada exclusivamente ao tipo de determinação da intensidade do exercício Outras variáveis intervenientes tais como conteúdos de glicogênio muscular e padrões alimentares indivi duais além da baixa reprodutibilidade do analisador de gases utilizado modelo VO2000 Inbrasport Ltda Brasil como descrito por Crouter et al44 podem ter influído nos resultados obtidos e constituemse em fatores limitantes do trabalho Nossos resultados demonstraram que os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de LIP com diferenças significativas para VO2 e QR ao longo dos períodos de exercício entre as sessões experimentais sugerindo relativa validade ecológica Porém apesar de sabermos que a pres crição do ECr por método da reserva da frequência cardíaca subestima a LIPox comparada àquela rea lizada através dos limiares anaeróbios ventilatórios este método indicou para uma aplicabilidade que se aproxima dos critérios cientificamente preconi zados o que para uma indicação de intensidade em situações de campo poderá acarretar em menor margem de erros Abstract Substrate oxidation pattern during cardiorespiratory exercise prescribed by different methods The American College of Sports Medicine recommends intensities of between 55 and 70 heart rate reserve HRR for prescription of endurance exercise EEx aiming the body composition change However several studies have found that the maximal lipid oxidation LIPox is directly related to anaerobic thresh old AT and occurs at intensities around 60 maximal heart rate HRmax and 55 maximal oxygen uptake VO2max The aim of this study was to compare the substrate oxidation rates from EEx prescribed by AT direct method mDR and HRR indirect method mIND Seven untrained healthy male subjects performed 60min of EEx at AT and 55 HRR for substrates oxidation rates by indirect calorimetry after 8h fasting followed by maltodextrin intake 2gkg 6 solution 30min before the onset of exercise Our results showed dissimilar patterns of LIPox 023 001 e 010 001 gmin mDR e mIND respectively p 005 as a consequence the relative contribution of LIP oxidation to total energy expenditure was 18 times higher in AT than in HRR trial 259 09 e 146 10 mDR e mIND respectively p 005 Despite HRR underestimate the LIPox this method indicated for applicability approaching the scientifically recommended criteria which for strength indication in field situations may result in lower margin of error Keywords Substrate oxidation Anaerobic threshold Heart rate reserve Cardiorespiratory fitness Referências 1 American College of Sports Medicine ACSMs Guidelines for Exercise Testing and Prescription 8th ed Baltimore Williams Wilkins 2009 2 Katch V Weltman A Sady S et al Validity of the relative percent concept for equating training intensity Eur J Appl Physiol 19783921927 3 Miller WC Wallace JP Eggert KE Predicting max HR and the HRVO2 relationship for exercise prescription in obesity Med Sci Sport Exerc 199325107781 4 Caputo F Greco CC Denadai BS Efeitos do Estado e Especificidade do Treinamento Aeróbio na Relação VO2max versus FCmax Durante o Ciclismo Arq Bras Cardiol 200584203 382 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 JulSet 31237383 Marquezi ML et al 5 Aucouturier J Rance M Meyer M et al Determination of the maximal fat oxidation point in obese children and ado lescents validity of methods to assess maximal aerobic power Eur J Appl Physiol 200910532531 6 Holloszy JO Coyle EF Adaptation of skeletal muscle to endurance exercise and their metabolic consequences J Appl Physiol 19845683138 7 Sahlin K Control of lipid oxidation at the mitochondrial level Appl Physiol Nutr Metab 2009343828 8 LimaSilva AE Bertuzzi RC Pires FO et al Relationship between training status and maximal fat oxidation rate J Sports Sci Med 20109315 9 Chenevière X Borrani F Droz D et al Effects of 2 different prior endurance exercises on wholebody fat oxidation kinetics light vs heavy exercise Appl Physiol Nut Metab 20123795564 10 Coggan AR Raguso CA Williams BD et al Glucose kinetics during highintensity exercise in endurancetrained and untrained humans J Appl Physiol 199578120307 11 Van Loon LJ Jeukendrup AE Saris WH et al Effect of training status on fuel selection during submaximal exercise with glucose ingestion J Appl Physiol 199987141320 12 Achten J Jeukendrup AE Relation between plasma lactate concentration and fat oxidation rates over a wide range of exercise intensities Int J Sports Med 200425327 13 Marquezi ML Adaptações decorrentes do exercício cardiorespiratório sobre a oxidação de lipídeos exercício aeróbio Rev Mackenzie Educ Fis Esp 20109325 14 Goodpaster BH Wolf D Skeletal muscle lipid accumulation in obesity insulin resistance and type 2 diabetes Pediatr Diabetes 2004521926 15 Romijn JA Coyle EF Sidossis LS et al Regulation of endogenous fat and carbohydrate metabolism in relation to exercise intensity and duration Am J Physiol 1993265E38091 16 Skinner JS Mclellan TH The transition from aerobic to anaerobic metabolism Resp Q Exerc Sport 19805123448 17 Bonen A Mcdermott JC Hutber CA Carbohydrate metabolism in skeletal muscle an update of current concepts Int J Sports Med 198910385401 18 Holloszy JO Kohrt M Hansen PA The regulation of carbohydrate and fat metabolism during and after exercise Front Biosc 19983d1011d1027 19 Yeo WK Carey AL Burke L et al Fat adaptation in welltrained athletes effects on cell metabolism Appl Physiol Nutr Metab 2011361222 20 Poortmans JR Carpentier A Metabolic regulation during sport events factual interpretations and inadequate allega tions Rev Bras Educ Fís Esporte 201327493506 21 Brooks GA Mercier J Balance of carbohydrate and lipid utilization during exercise the crossover concept J Appl Physiol 199476225361 22 Bircher S Knechtle B Relationship between fat oxidation and lactate threshold in athletes and obese women and men J Sports Sci Med 20043174181 23 Marquezi ML Duarte L Schwartz J et al Variabilidade interindividual da oxidação de substratos durante o exercício Rev Mackenzie Educ Fis Esp 20098319 24 Achten J Gleeson M Jeukendrup AE Determination of the exercise intensity that elicits maximal fat oxidation Med Sci Sport Exerc 200234927 25 Carey DG Quantifying differences in the fat burning zone and the aerobic zone implications for training J Strength Cond Res 200923209095 26 Roecker K Niess AM Horstmann T et al Heart rate prescriptions from performance and anthropometrical charac teristics Med Sci Sports Exerc 2002348817 27 Achten J Jeukendrup AE Heart rate monitoring applications and limitations Sports Med 20033351738 28 Michallet AS Tonini J Regnier J et al Methodological aspects of crossover and maximum fatoxidation rate point determination Diabetes Metab 20083451423 29 Bernard T Gavarry O Bermon S et al Relationships between oxygen consumption and heart rate in transitory and steady states of exercise and during recovery influence of type of exercise Eur J Appl Physiol 1997751706 30 Caiozzo VJ Davis JA Ellis JF et al A comparison of gas exchange indices used to detect the anaerobic threshold J Appl Physiol 19825311849 31 Reinhard U Muller PH Schmulling RM Determination of anaerobic threshold by the ventilation equivalent in normal individuals Respiration 1979383642 32 Beaver WL Wasserman K Whipp BJ A new method for detecting anaerobic threshold by gas exchange J Appl Physiol 19866020207 Rev Bras Educ Fís Esporte São Paulo 2017 AbrJun 31237383 383 Oxidação de substratos no exercício cardiorespiratório endereço de correspondência Marcelo Luis Marquezi Rua Cesário Galeno 432448 Tatuapé CEP 03071000 São Paulo SP Brasil Phone number 55 11 21781212 Email mlmqzuspbr Submetido 24012015 Revisado 19082015 Aceito 19012016 33 Bhambhani Y Singh M Ventilatory threshold during a graded exercise test Respiration 1985471208 34 Gellish RL Goslin BR Olson RE et al Longitudinal modeling of the relationship between age and maximal heart rate Med Sci Sport Exerc 2007398229 35 Frayn KN Calculation of substrate oxidation rates in vivo from gaseous exchange J Appl Physiol 19835562834 36 Cheneviere X Malatesta D Peters EM et al A mathematical model to describe fat oxidation kinetics during graded exercise Med Sci Sport Exerc 200941161525 37 Rynders CA Angadi SA Weltman NY et al Oxygen uptake and ratings of perceived exertion at the lactate threshold and maximal fat oxidation rate in untrained adults Eur J Appl Physiol 201111120638 38 Gastinger S Sorel A Nicolas G et al A comparison between ventilation and heart rate as indicator of oxygen uptake during different intensities of exercise J Sports Sci Med 201091108 39 Bassett DR Howley ET Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance Med Sci Sport Exerc 2000327084 40 Cunha FA Farinatti PTV Midgley AW Methodological and practical application issues in exercise prescription using the heart rate reserve and oxygen uptake reserve methods J Sci Med Sport 2011144657 41 Fairbarn MS Blackie SP Mcelvaney NG et al Prediction of heart rate and oxygen uptake during incremental and maximal exercise in healthy adults Chest 199410513659 42 ScharhagRosenberger F Meyer T Gäßler N et al Exercise at given percentages of VO2max Heterogeneous metabolic responses between individuals J Sci Med Sport 201013749 43 Whaley MH Kaminsky LA Dwyer GB et al Predictors of over and underachievement of agepredicted maximal heart rate Med Sci Sports Exerc 19922411739 44 Crouter SE Antczak A Hudak JR et al Accuracy and reliability of the ParvoMedics TrueOne 2400 and MedGraphics VO2000 metabolic systems Eur J Appl Physiol 20069813951 NEW AFTER HOURS ENHANCED SERVICES Heres whats new Get your choice of premium evidence enhancements with your after hours submissions Prepaid through the After Hours Interface or calls to After Hours Dispatch use the newlyopened VTN Managed Evidence Enhancements portal to upgrade your enhanced evidence services Choose your enhancements by uploading your request in the Portal for improved evidentiary value Choose from the New VTN Face Enhancement Service 65 enhancements per request or use VTNs professional photo enhancement option for up to 8 requested photos per request Upgrade your enhanced evidence services with current enhanced video enhancement service for an additional 15 minutes of processing and delivery time and access to VTNs latest DeBeauty Filter technology To access the Managed Evidence Enhancements Portal go to wwwvtnservicescomafterhours and click on the new Request Evidence Enhancements tab Questions or interested in a timed demo Contact VTN Customer Service at customerservicevtnservicescom or 6023888787 for details Managed Evidence Enhancements service are currently available to MSP and AZPOST participating agencies through After Hours Interface electronic submissions and calls to After Hours Dispatch BEGINNING MONDAY AUGUST 7 23 1700 HRS ALL VTN FREEZO SERVICE LATE ACCIDENTS AND INJURY ACCIDENTS WILL HAVE TO SUBMIT DIGITAL ORDERS ON THE AFTER HOURS INTERFACE TO ACCESS THESE NEW ENHANCED SERVICES SERVICE CALLS FOR FREEZO TRANSFER WILL STILL BEL ACCEPTED THROUGH AFTER HOURS DISPATCH REMINDERS For Freezo Service jurisdiction ensure after hours calls to dispatch are not all done at once Dispatch service capacity is limited to ensure timely response to one call at a time and in order of receipt Do not combine multiple requests into your initial call Identify individual scenes separately The VTN After Hours interface to submit digital information and requests is live and available 247 Administrators must enroll in the VTN After Hours User portal to gain system rightspermissions to enter and update orders electronically Questions Email After Hours customer service at afterhoursvtnservicescom Watch for announcements for training demos andor scheduled QA sessions VTN logo Freezo logo AZ Police logo Advertisement text box Windows of Opportunity ORDER REPORT TRANSFER Call Options Automated Order Entry Report Access Text Photo Uploads Freezo on dispatch for After Hours and near realtime incident information VTN grátis Freezo log snare Freezo AN 9 AN Questões Leia o texto e responda à pergunta relacionada A O conhecimento pode ser gerado a partir da associação de processos distintos porém relacionados Entretanto a divulgação do conhecimento gerado é fundamental e ocorre por meio de diferentes instrumentos entre eles a publicação de artigos em revistas científicas especializadas em determinados temas Considerando os artigos disponíveis na área de conteúdo da tutoria Rev Bras Educ Fís Esporte 312 373 a 83 2017 Rev Bras Presc Fisiol Ex 1169 676 a 683 2017 Rev Bras Educ Fís Esporte 25 5365 2011 responda 1 Quais são os temas tratados por cada um dos artigos Resposta O artigo Tratamento Físico realiza considerações práticas e cientificas acerca do treinamento físico no desporto É feita uma discussão detalhada sobre os principais aspetos relacionados com o treinamento físicodesportivo nomeadamente 1 Avaliação do treinamento O artigo aborda a importância da avaliação do desempenho físico como parte fundamental do processo de treino São apresentados diversos métodos e técnicas de avaliação desde testes físicos específicos até análises biomecânicas e fisiológicas que permitem identificar os aspetos determinantes do rendimento numa modalidade desportiva 2 Controlo do treinamento O controlo da carga de treino é discutido com destaque para as limitações dos métodos tradicionais baseados apenas na carga externa volume intensidade etc e a necessidade de utilizar indicadores da carga interna respostas fisiológicas e perceptuais para uma melhor compreensão do stress imposto ao organismo 3 Modelos de organização da carga de treino São apresentadas e discutidas diferentes abordagens para a periodização e estruturação da carga de treino desde os modelos tradicionais até os mais contemporâneos evidenciando a complexidade desta temática e a necessidade de mais investigação 4 Desenvolvimento das capacidades motoras O artigo faz uma síntese do conhecimento científico sobre os métodos e meios mais eficazes para o desenvolvimento de capacidades como a força a potência a velocidade e a resistência essenciais para um elevado rendimento desportivo Em suma este artigo fornece um panorama abrangente e detalhado sobre o estado da arte do conhecimento científico associado ao treinamento físico no desporto discutindo tanto os aspetos teóricos como as implicações práticas para a preparação e otimização do rendimento dos atletas O segundo artigo por sua vez INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PESOS LIVRES E MÁQUINAS NO DESENVOLVIMENTO DA FORÇA MÁXIMA DE MEMBROS INFERIORES discorre acerca da influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores com foco no exercício de agachamento em resumo o artigo destaca os principais pontos O treinamento de força é uma prática corporal muito popular com um número crescente de adeptos e espaços dedicados a esta atividade Para iniciantes neste tipo de treino é comum a recomendação da utilização de máquinas devido à maior segurança e facilidade de aprendizagem da técnica Apesar da semelhança na execução existem diferenças entre exercícios com pesos livres e máquinas principalmente na atividade eletromiográfica e parâmetros hormonaismetabólicos 1 Objetivo Comparar o desenvolvimento da força máxima avaliada pelo teste de 1RM entre pesos livres e máquinas para o exercício de agachamento 2 Metodologia O artigo disserta ainda sobre a metodologia utilizada durante o estudo conforme é possível observar abaixo Foram selecionados 10 participantes do género masculino distribuídos aleatoriamente em dois grupos grupo que realizou agachamento livre com flexão de joelho até 135º n4 e grupo que executou o agachamento na máquina Smith com a mesma amplitude n6 O período de estudo foi de 6 semanas com 2 semanas de avaliações pré e pós treino e 4 semanas de treino Foi utilizado o teste de 1 Repetição Máxima 1RM para avaliar os ganhos de força máxima 4 Resultados Não houve diferença significativa no 1RM entre os grupos após o treino Contudo a análise da magnitude do efeito revelou um efeito moderado para o grupo de pesos livres 087 e pequeno para o grupo de máquinas 034 5 Discussão Os resultados sugerem que apesar dos ganhos de força máxima terem sido semelhantes entre os grupos os exercícios com pesos livres apresentaram estímulos mais favoráveis para o desenvolvimento da força possivelmente devido à maior ativação muscular e ambiente hormonalmetabólico mais propício neste tipo de exercício 6 Conclusão Os exercícios com pesos livres possuem estímulos mais benéficos para o desenvolvimento da força máxima de membros inferiores quando comparados aos exercícios em máquinas apesar dos ganhos finais terem sido semelhantes entre os grupos Em síntese este artigo fornece uma Panorâmica detalhada sobre a influência da utilização de pesos livres versus máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores através do exercício de agachamento destacando as possíveis diferenças nos estímulos proporcionados por estes dois ambientes de treino Por fim o artigo Padrões oxidação de substratos trata dos padrões de oxidação de substratos lipídeos e carboidratos durante o exercício cardiorrespiratório prescrito por dois métodos diferentes o método direto baseado na determinação dos limiares anaeróbios ventilatórios mDR e o método indireto baseado na reserva da frequência cardíaca mIND De forma detalhada o artigo aborda os seguintes aspetos A prescrição do exercício cardiorespiratório ECr envolve a determinação da frequência volume e intensidade do exercício A intensidade do ECr pode ser prescrita de forma direta através da mensuração do consumo de oxigênio VO2 ou de forma indireta através da frequência cardíaca FC A oxidação de lipídeos LIPox está diretamente relacionada com o primeiro limiar anaeróbio e ocorre em intensidades por volta de 60 da FC máxima e 55 do VO2 máximo 2 Objetivo Verificar e comparar as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto e da reserva da frequência cardíaca método indireto 3 Metodologia 7 homens ativos não treinados realizaram 60 minutos de ECr nas intensidades do primeiro limiar anaeróbio mDR e 55 da reserva da FC mIND após jejum noturno e ingestão de carboidrato Foram avaliadas as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos por calorimetria indireta 4 Resultados Os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de lipídeos com maior VO2 e menor quociente respiratório indicativo de maior oxidação de lipídeos na sessão mDR A taxa absoluta de oxidação de lipídeos 023 vs 010 gmin e a contribuição relativa para o dispêndio energético 26 vs 15 foram significativamente maiores na sessão mDR 5 Discussão A prescrição do ECr através de métodos indiretos baseados na FC tende a subestimar a oxidação de lipídeos em comparação aos métodos diretos baseados no VO2 Apesar disso o método indireto apresenta maior aplicabilidade prática podendo indicar a intensidade do exercício com menor margem de erro em situações de campo 6 Conclusão O ECr prescrito através do método direto baseado nos limiares anaeróbios ventilatórios promove maior oxidação de lipídeos em comparação ao método indireto baseado na reserva da FC Em Panorâmica este artigo fornece uma análise detalhada sobre a influência dos métodos de prescrição do exercício cardiorrespiratório direto versus indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício destacando as vantagens e limitações de cada abordagem 2 No que se refere ao procedimento de pesquisa adotado como os artigos podem ser classificados Resposta Quanto ao tipo de estudo Artigo 1 Influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores Tratase de um estudo experimental com a comparação de dois grupos submetidos a diferentes protocolos de treinamento pesos livres vs máquinas Artigo 2 Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Também se trata de um estudo experimental com a comparação de dois métodos distintos de prescrição do exercício limiares anaeróbios vs reserva da frequência cardíaca Artigo 3 Oxidação de substratos no exercício cardiorrespiratório Novamente um estudo experimental comparando a oxidação de substratos entre dois métodos de prescrição do exercício Quanto ao delineamento Todos os artigos apresentam um delineamento transversal com a comparação de grupos ou condições em um único momento Quanto à coleta de dados Todos os estudos utilizaram procedimentos laboratoriais controlados com a realização de testes físicos avaliações e medições durante a prática do exercício Quanto à abordagem Tratase de pesquisas quantitativas com a utilização de análises estatísticas para comparação dos resultados entre os grupos ou condições Em síntese os artigos apresentados podem ser classificados como estudos experimentais transversais de abordagem quantitativa com coleta de dados em ambiente laboratorial controlado Este tipo de delineamento permite uma avaliação mais rigorosa da relação de causalidade entre as variáveis investigadas 3 Explique resumidamente o aspecto metodológico presente em um dos artigos Resposta Focando no aspeto metodológico de um dos artigos podemos resumir o estudo Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Artigo 2 Resumidamente o estudo apresenta o seguinte delineamento metodológico Participantes 7 homens ativos não treinados submetidos a avaliações iniciais Procedimentos 1 Determinação do pico de consumo de oxigênio VO2pico e dos limiares anaeróbios ventilatórios LAn1 e LAn2 em teste máximo em esteira 2 Cálculo da frequência cardíaca alvo FCtr para o exercício com base na frequência cardíaca máxima prevista e reserva da frequência cardíaca 3 Realização de duas sessões experimentais de 60 minutos de exercício cardiorespiratório Sessão mDR método direto Exercício na intensidade do LAn1 Sessão mIND método indireto Exercício a 55 da FCtr 4 Durante as sessões experimentais determinação das taxas de oxidação de lipídeos LIPox e carboidratos CHOox por calorimetria indireta a cada 10 minutos Análise de dados Comparação das variáveis ventilatórias e taxas de oxidação de substratos entre os dois métodos de prescrição do exercício Este delineamento permitiu aos autores avaliarem de forma controlada o impacto de dois métodos distintos de prescrição do exercício direto vs indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício cardiorrespiratório Questões Leia o texto e responda à pergunta relacionada A O conhecimento pode ser gerado a partir da associação de processos distintos porém relacionados Entretanto a divulgação do conhecimento gerado é fundamental e ocorre por meio de diferentes instrumentos entre eles a publicação de artigos em revistas científicas especializadas em determinados temas Considerando os artigos disponíveis na área de conteúdo da tutoria Rev Bras Educ Fís Esporte 312 373 a 83 2017 Rev Bras Presc Fisiol Ex 1169 676 a 683 2017 Rev Bras Educ Fís Esporte 25 5365 2011 responda 1 Quais são os temas tratados por cada um dos artigos Resposta O artigo Tratamento Físico realiza considerações práticas e cientificas acerca do treinamento físico no desporto É feita uma discussão detalhada sobre os principais aspetos relacionados com o treinamento físicodesportivo nomeadamente 1 Avaliação do treinamento O artigo aborda a importância da avaliação do desempenho físico como parte fundamental do processo de treino São apresentados diversos métodos e técnicas de avaliação desde testes físicos específicos até análises biomecânicas e fisiológicas que permitem identificar os aspetos determinantes do rendimento numa modalidade desportiva 2 Controlo do treinamento O controlo da carga de treino é discutido com destaque para as limitações dos métodos tradicionais baseados apenas na carga externa volume intensidade etc e a necessidade de utilizar indicadores da carga interna respostas fisiológicas e perceptuais para uma melhor compreensão do stress imposto ao organismo 3 Modelos de organização da carga de treino São apresentadas e discutidas diferentes abordagens para a periodização e estruturação da carga de treino desde os modelos tradicionais até os mais contemporâneos evidenciando a complexidade desta temática e a necessidade de mais investigação 4 Desenvolvimento das capacidades motoras O artigo faz uma síntese do conhecimento científico sobre os métodos e meios mais eficazes para o desenvolvimento de capacidades como a força a potência a velocidade e a resistência essenciais para um elevado rendimento desportivo Em suma este artigo fornece um panorama abrangente e detalhado sobre o estado da arte do conhecimento científico associado ao treinamento físico no desporto discutindo tanto os aspetos teóricos como as implicações práticas para a preparação e otimização do rendimento dos atletas O segundo artigo por sua vez INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PESOS LIVRES E MÁQUINAS NO DESENVOLVIMENTO DA FORÇA MÁXIMA DE MEMBROS INFERIORES discorre acerca da influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores com foco no exercício de agachamento em resumo o artigo destaca os principais pontos O treinamento de força é uma prática corporal muito popular com um número crescente de adeptos e espaços dedicados a esta atividade Para iniciantes neste tipo de treino é comum a recomendação da utilização de máquinas devido à maior segurança e facilidade de aprendizagem da técnica Apesar da semelhança na execução existem diferenças entre exercícios com pesos livres e máquinas principalmente na atividade eletromiográfica e parâmetros hormonaismetabólicos 1 Objetivo Comparar o desenvolvimento da força máxima avaliada pelo teste de 1RM entre pesos livres e máquinas para o exercício de agachamento 2 Metodologia O artigo disserta ainda sobre a metodologia utilizada durante o estudo conforme é possível observar abaixo Foram selecionados 10 participantes do género masculino distribuídos aleatoriamente em dois grupos grupo que realizou agachamento livre com flexão de joelho até 135º n4 e grupo que executou o agachamento na máquina Smith com a mesma amplitude n6 O período de estudo foi de 6 semanas com 2 semanas de avaliações pré e pós treino e 4 semanas de treino Foi utilizado o teste de 1 Repetição Máxima 1RM para avaliar os ganhos de força máxima 4 Resultados Não houve diferença significativa no 1RM entre os grupos após o treino Contudo a análise da magnitude do efeito revelou um efeito moderado para o grupo de pesos livres 087 e pequeno para o grupo de máquinas 034 5 Discussão Os resultados sugerem que apesar dos ganhos de força máxima terem sido semelhantes entre os grupos os exercícios com pesos livres apresentaram estímulos mais favoráveis para o desenvolvimento da força possivelmente devido à maior ativação muscular e ambiente hormonalmetabólico mais propício neste tipo de exercício 6 Conclusão Os exercícios com pesos livres possuem estímulos mais benéficos para o desenvolvimento da força máxima de membros inferiores quando comparados aos exercícios em máquinas apesar dos ganhos finais terem sido semelhantes entre os grupos Em síntese este artigo fornece uma Panorâmica detalhada sobre a influência da utilização de pesos livres versus máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores através do exercício de agachamento destacando as possíveis diferenças nos estímulos proporcionados por estes dois ambientes de treino Por fim o artigo Padrões oxidação de substratos trata dos padrões de oxidação de substratos lipídeos e carboidratos durante o exercício cardiorrespiratório prescrito por dois métodos diferentes o método direto baseado na determinação dos limiares anaeróbios ventilatórios mDR e o método indireto baseado na reserva da frequência cardíaca mIND De forma detalhada o artigo aborda os seguintes aspetos A prescrição do exercício cardiorespiratório ECr envolve a determinação da frequência volume e intensidade do exercício A intensidade do ECr pode ser prescrita de forma direta através da mensuração do consumo de oxigênio VO2 ou de forma indireta através da frequência cardíaca FC A oxidação de lipídeos LIPox está diretamente relacionada com o primeiro limiar anaeróbio e ocorre em intensidades por volta de 60 da FC máxima e 55 do VO2 máximo 2 Objetivo Verificar e comparar as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos resultantes do ECr prescrito pelos métodos dos limiares anaeróbios ventilatórios método direto e da reserva da frequência cardíaca método indireto 3 Metodologia 7 homens ativos não treinados realizaram 60 minutos de ECr nas intensidades do primeiro limiar anaeróbio mDR e 55 da reserva da FC mIND após jejum noturno e ingestão de carboidrato Foram avaliadas as taxas de oxidação de lipídeos e carboidratos por calorimetria indireta 4 Resultados Os métodos de prescrição promoveram padrões distintos de oxidação de lipídeos com maior VO2 e menor quociente respiratório indicativo de maior oxidação de lipídeos na sessão mDR A taxa absoluta de oxidação de lipídeos 023 vs 010 gmin e a contribuição relativa para o dispêndio energético 26 vs 15 foram significativamente maiores na sessão mDR 5 Discussão A prescrição do ECr através de métodos indiretos baseados na FC tende a subestimar a oxidação de lipídeos em comparação aos métodos diretos baseados no VO2 Apesar disso o método indireto apresenta maior aplicabilidade prática podendo indicar a intensidade do exercício com menor margem de erro em situações de campo 6 Conclusão O ECr prescrito através do método direto baseado nos limiares anaeróbios ventilatórios promove maior oxidação de lipídeos em comparação ao método indireto baseado na reserva da FC Em Panorâmica este artigo fornece uma análise detalhada sobre a influência dos métodos de prescrição do exercício cardiorrespiratório direto versus indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício destacando as vantagens e limitações de cada abordagem 2 No que se refere ao procedimento de pesquisa adotado como os artigos podem ser classificados Resposta Quanto ao tipo de estudo Artigo 1 Influência da utilização de pesos livres e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores Tratase de um estudo experimental com a comparação de dois grupos submetidos a diferentes protocolos de treinamento pesos livres vs máquinas Artigo 2 Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Também se trata de um estudo experimental com a comparação de dois métodos distintos de prescrição do exercício limiares anaeróbios vs reserva da frequência cardíaca Artigo 3 Oxidação de substratos no exercício cardiorrespiratório Novamente um estudo experimental comparando a oxidação de substratos entre dois métodos de prescrição do exercício Quanto ao delineamento Todos os artigos apresentam um delineamento transversal com a comparação de grupos ou condições em um único momento Quanto à coleta de dados Todos os estudos utilizaram procedimentos laboratoriais controlados com a realização de testes físicos avaliações e medições durante a prática do exercício Quanto à abordagem Tratase de pesquisas quantitativas com a utilização de análises estatísticas para comparação dos resultados entre os grupos ou condições Em síntese os artigos apresentados podem ser classificados como estudos experimentais transversais de abordagem quantitativa com coleta de dados em ambiente laboratorial controlado Este tipo de delineamento permite uma avaliação mais rigorosa da relação de causalidade entre as variáveis investigadas 3 Explique resumidamente o aspecto metodológico presente em um dos artigos Resposta Focando no aspeto metodológico de um dos artigos podemos resumir o estudo Padrões de oxidação de substratos durante exercício cardiorrespiratório prescrito por métodos direto e indireto Artigo 2 Resumidamente o estudo apresenta o seguinte delineamento metodológico Participantes 7 homens ativos não treinados submetidos a avaliações iniciais Procedimentos 1 Determinação do pico de consumo de oxigênio VO2pico e dos limiares anaeróbios ventilatórios LAn1 e LAn2 em teste máximo em esteira 2 Cálculo da frequência cardíaca alvo FCtr para o exercício com base na frequência cardíaca máxima prevista e reserva da frequência cardíaca 3 Realização de duas sessões experimentais de 60 minutos de exercício cardiorespiratório Sessão mDR método direto Exercício na intensidade do LAn1 Sessão mIND método indireto Exercício a 55 da FCtr 4 Durante as sessões experimentais determinação das taxas de oxidação de lipídeos LIPox e carboidratos CHOox por calorimetria indireta a cada 10 minutos Análise de dados Comparação das variáveis ventilatórias e taxas de oxidação de substratos entre os dois métodos de prescrição do exercício Este delineamento permitiu aos autores avaliarem de forma controlada o impacto de dois métodos distintos de prescrição do exercício direto vs indireto nos padrões de oxidação de lipídeos e carboidratos durante a prática do exercício cardiorrespiratório