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Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 53 Treinamento físico considerações práticas e científi cas Introdução Treinamento físico considerações práticas e científi cas Hamilton ROSCHEL Valmor TRICOLI Carlos UGRINOWITSCH Escola de Educa ção Física e Esporte Universidade de São Paulo Resumo O treinamento físico é uma importante área de atuação profi ssional da Educação Física e do Esporte Ela tem por objetivo precípuo a melhoria do desempenho físicoesportivo através da aplicação de um processo organizado e sistemático composto por exercícios físicos Nos últimos anos os progressos tecnológicos e nos métodos de investigação científi ca nas diferentes subáreas relacionadas ao treinamento físico trouxeram um avanço signifi cativo na obtenção deste objetivo Neste artigo será discutido do ponto de vista acadêmicocientífi co e também da prática profi ssional o estado da arte do conhecimento associado à avaliação do treinamento ao controle da carga de treinamento aos modelos de organização da carga de treinamento e ao desenvolvimento das capacidades motoras Esperamos que ao fi nal o leitor possa ter um bom entendimento destes diferentes componentes como eles contribuem para a modifi cação do desempenho motor e como aplicálos para a elaboração implementação avaliação e reformulação de programas de treinamento físico UNITERMOS Treinamento físico Desempenho esportivo Atuação profi ssional O entendimento do termo treinamento é sem dúvida bastante amplo tendo sido empregado nas mais variadas áreas científi cas e profi ssionais Treina mento é caracterizado como um processo repetitivo e sistemático composto de exercícios progressivos que visam o aperfeiçoamento do desempenho Neste sentido o treinamento físico pode ser compreendi do como um processo organizado e sistemático de aperfeiçoamento físico nos seus aspectos morfoló gicos e funcionais impactando diretamente sobre a capacidade de execução de tarefas que envolvam demandas motoras sejam elas esportivas ou não BARBANTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2004 As origens das bases teóricas do treinamento físico não são recentes Grandes pensadores da antiguidade já propunham teorias acerca do treinamento em seus trabalhos Galeno de Pérgamo século segundo dC já ensaiava sobre conceitos que se assemelham ao que se entende atualmente por periodização No seu tratado Preservação da Saúde ele discorre sobre sequências de treinamento para o desenvolvimento específi co da força rápida passando pelo uso de exercícios que priorizavam a força em detrimento da velocidade culminando com o uso de exercícios intensos que combinavam as duas capacidades motoras Já Filóstrato o Atenienese pro punha também no século segundo dC um período preparatório para as competições Olímpicas inclusive com a sugestão de um período destinado à preparação específi ca em um centro de treinamento um mês antes da competição GARDINER 1930 ISSURIN 2010 Embora os exemplos acima ilustrem uma preocupa ção já bastante antiga com o treinamento físico voltado para o desempenho não foi até poucas décadas atrás que a ciência do esporte realmente experimentou um avanço signifi cativo no seu corpo de conhecimento A ciência do esporte pode ser entendida como uma área multidisciplinar preocupada com a compreensão e aperfeiçoamento do desempenho físicoesportivo humano BISHOP 2008 Ainda segundo o autor a ciência do esporte pode ser vista como o processo cien tífi co usado para guiar a prática esportiva e em última análise melhorar o desempenho físico Neste sentido a ciência do esporte tem cada vez mais contribuído para o aperfeiçoamento dos programas de treinamento físicoesportivo através principalmente de um aumento na qualidade do treinamento proposto Áreas de atuação e investigação em Educação Física e Esporte 54 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Assim podemos didaticamente dividir os estudos relacionados ao treinamento físicoesportivo em quatro grandes áreas 1 avaliação do treinamento 2 controle do treinamento 3 modelos de organização da carga de treinamento e 4 desenvolvimento das capacidades motoras Entender a importância de cada uma dessas áreas para a maximização do rendimento físicoesportivo é fundamental para o profi ssional pois as exigências do esporte moderno tanto em relação às cargas de treinamento quanto ao número de competi ções por temporada faz com que os atletas estejam mais predispostos a lesões e estados de sobretreinamento nos quais o rendimento esportivo é negativamente afetado O objetivo desse ensaio é portanto apresentar uma breve discussão sobre o estado da arte no que concerne ao conhecimento em cada uma destas áreas ligadas ao treinamento físicoesportivo e suas aplicações práticas Desenvolvimento Avaliação do treinamento O desempenho físico é considerado parte integral do esporte e sua avaliação constitui um aspecto fundamental na análise da efi cácia dos processos de treinamento empregados ao longo de uma tempo rada KISS BÖHME 2003 Contudo para que a avaliação seja efetiva é necessário que os aspectos mais importantes para o rendimento físicoesportivo em uma determinada modalidade esportiva sejam investigados É ampla mente aceito que na vasta maioria das modalidades esportivas não há uma única capacidade motora que caracterize a modalidade mas sim um conjunto de capacidades que é determinante para um elevado rendimento esportivo Quanto mais complexa for a estrutura da atividade esportiva ex corrida de 100 m vs basquetebol mais importante é a interação entre as capacidades motoras Por isso a avaliação deve compreender o diagnóstico de todas as capacidades envolvidas na modalidade esportiva alvo e se possível em condições que simulem a prática da atividade CURRELL JEUKENDRUP 2008 Desta forma mui tas pesquisas têm se dedicado ao desenvolvimento de métodos que permitam identifi car as capacidades motoras envolvidas em diversas modalidades espor tivas Além dos métodos mais usuais encontrados na literatura uma contribuição muito grande vem sendo dada por sistemas de vídeo os quais têm sido utili zados para descrever as atividades motoras realizadas durante as competições esportivas de modalidades como o futebol o basquetebol e o voleibol BEN AB DELKRIM CASTAGNA EL FAZAA EL ATI 2010 MOHR KRUSTRUP ANDERSSON KIRKENDAL BANGSBO 2008 SHEPPARD GABBETT STANGANELLI 2009 Adicionalmente grande atenção tem sido dada à elaboração de testes que sejam válidos ie o protocolo assemelhese o tanto quanto possível ao desempenho esportivo que está sendo simulado tenham uma elevada reprodutibilidade ie os resultados são consistentes ao longo do tempo e sejam sensíveis para detectar mesmo pequenas alterações no desempenho provocadas pelo processo de treinamento CURRELL JEUKENDRUP 2008 HOPKINS 2000 A avaliação da força motora por exemplo tem sido amplamente utilizada tanto para inferências sobre o desempenho esportivo quanto para a obten ção de parâmetros para a prescrição do treinamento Em relação ao desempenho esportivo podemos citar estudos que identifi caram o tempo a magnitude e a direção da força aplicada nas diversas fases da corri da de velocidade MERO KOMI GREGOR 1992 Foram também investigadas as forças produzidas na decolagem do fl icfl ac e do salto mortal PAYNE BARKER 1975 além do giro gigante nas argolas e na ginástica olímpica NISSINEN 1983 No tocante à prescrição do treinamento o teste de força dinâmica máxima 1 RM ilustra bem o avanço tecnológico na avaliação do treinamento Embora este teste não seja específi co à grande maioria das modalidades esportivas ele pode ser usado para avaliar o perfi l inicial de um determinado atleta antes do início do programa de treinamento fornecendo parâmetros para a prescrição do treino de força deste atleta e posteriormente verifi cando a efi cácia do programa elaborado Os dinamômetros isocinéticos também são amplamente utilizados para a avaliação da força PARCELL SAWYER TRICOLI CHINEVERE 2002 Tais equipamentos apresentam elevada reprodutibilidade entre avaliações além de fornecerem estimativas do torque do trabalho e da potência produzidos na ta refa motora UGRINOWITSCH BARBANTI GONÇALVES PERES 2000 Contudo eles têm uma limitação muito grande já que normalmente só utilizam mo vimentos monoarticulares e com uma velocidade de movimento constante ABERNETHY WILSON Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 55 Treinamento físico considerações práticas e científi cas LOGAN 1995 Células de carga também têm sido utilizadas para avaliar a força muscular máxima em condições isométricas ie em que não há movi mento externo aparente Uma informação muito interessante obtida nos testes isométricos balísticos nos quais a força é produzida o mais rapidamente possível é a determinação da taxa de desenvolvimen to de força TDF RICARD UGRINOWITSCH PARCELL HILTON RUBLEY SAWYER POOLE 2005 A TDF é considerada uma variável importante para o desem penho físicoesportivo já que indica a capacidade do indivíduo aplicar força o mais rapidamente possível contra uma determinada resistência Variações do salto vertical em semiagachamento com contramovimento e em profundidade são comumente empregadas em avaliações indiretas da potência muscular de membros inferiores Esta é normalmente inferida pela altura do salto ou seja quanto maior a altura maior a produção de potência Porém os avanços tecnológicos permi tem hoje avaliações mais completas contemplando outras variáveis de interesse para a compreensão do desempenho Por exemplo o uso de plataformas de força permite avaliar tanto o efeito de diferentes históricos de treinamento quanto de modelos de treinamento na mecânica externa do salto vertical a fi m de selecionar os meios e métodos de treinamento mais efi cientes para aumentar a potência de acordo com as características da modalidade esportiva em questão UGRINOWITSCH TRICOLI RODACKI BATIS TA RICARD 2007 Já a combinação dos dados provenientes de plataformas de força e de fi lmagens permite quantifi car através de modelos matemáticos as forças internas que incidem sobre o aparelho loco motor durante o movimento a velocidade angular das articulações envolvidas no salto a velocidade no instante da decolagem e a sincronia dos movimentos articulares entre outros parâmetros de interesse Além das técnicas descritas potenciômetros li neares têm sido conectados a barras de aparelhos de musculação como o Smith machine para identi fi car a produção de potência em exercícios como o agachamento e o supino Através das mudanças de posição da barra no tempo e da magnitude da carga deslocada é possível calcular a produção de potência durante os exercícios BOSCO BELLI ASTRUA TIHANYI POZZO KELLIS TSARPELA FOTI MANNO TRAN QUILLI 1995 Esses cálculos permitem determinar o efeito e as características de diferentes modelos de treinamento na produção de potência LAMAS BA TISTA FONSECA PIVETTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2010 LAMAS DREZNER TRICOLI UGRINOWISTCH 2008 e a zona de treinamento na qual a produção de potência é maximizada TOJI SUEI KANEKO 1997 A avaliação das demais capacidades motoras também se benefi ciou dos avanços tecnológicos A avaliação da fl exibilidade comumente realizada de forma inespecífi ca através do teste de sentar e alcançar pode hoje ser feita em todas as articulações e eixos de movimento com o uso de fl exímetros bem como em condições muito mais próximas da especifi cidade inerente ao gesto esportivo com o uso de eletrogoniômetros multiaxiais ie medem a amplitude de movimento em mais de uma direção telemétricos e de dimensões reduzidas httpwww pennyandgilescom O mesmo podese dizer da capacidade e potência aeróbia O desenvolvimento de sistemas de análise de gases portáteis com telemetria tem possibilitado a avaliação do consumo de oxigênio em condições mais próximas da prática da modalidade esportiva como nas provas de atletismo e em jogos coletivos entre outros Já a potência anaeróbia tem sido inferida a partir da mensuração do trabalho máximo realizado em um de terminado tempo Como as medidas de trabalho têm sido alvos de avanços tecnológicos as inferências sobre a potência anaeróbia têm se benefi ciado deste fato O uso de técnicas como as de biópsias musculares e de biologia molecular também pode ser destacado como um avanço tecnológico importante no estu do das adaptações agudas e crônicas aos diferentes modelos de treinamento É possível por exemplo avaliar qual modelo de treinamento é mais efetivo para promover adaptações relacionadas ao funcio namento do metabolismo aeróbio eg biogênese mitocondrial vascularização mudança no fenótipo da fi bra muscular Embora estes modelos de ava liação não façam nenhuma mensuração direta sobre o desempenho físicoesportivo os dados oriundos destas podem em última análise serem usados a favor da melhora do desempenho a partir da resposta fi siológica produzida pelos mesmos Podese ainda avaliar como diferentes modelos de treinamento de força afetam a atividade dos processos intracelulares que desencadeiam alterações morfológicas como a hipertrofi a muscular ROSCHEL UGRINOWISTCH BARROSO BATISTA SOUZA AOKI SIQUEIRAFILHO ZA NUTO CARVALHO NEVES MELLO TRICOLI 2011 permitindo assim detectar os melhores modelos de treinamento para aumento da massa muscular Outro aspecto fundamental da avaliação no esporte diz respeito à avaliação do jogo As modalidades esportivas coletivas apresentam na sua maioria mudanças de situação frequentes impondo um 56 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C alto grau de imprevisibilidade Essa característica onde os comportamentos e ações estão sujeitas a aleatoriedade e variabilidade exige do praticante uma grande capacidade de adaptação o que implica que o desempenho depende amplamente da capacidade de tomada de decisão enfatizando a importância do componente tático Neste sentido a análise de jogo apresenta vantagens importantes para o processo de treinamento caracterizados por exemplo 1 pelo rápido fornecimento de informações para uma análise em tempo real que permite a tomada de decisões durante o jogo 2 pela criação de uma base de dados de caracterização das ações táticas de ataque e defesa dos adversários que norteiam processos de treinamento específi cos e 3 pela a análise tática e técnica individuais e de grupo permitindo intervenções sobre a estratégia de uma determinada equipe CASTRO MESQUITA 2008 LAMAS ROSE JUNIOR SANTANA ROSTAISER NEGRETTI UGRINOWITSCH 2011 Vários sistemas informatizados específi cos para esta análises podem ser encontrados atualmente o que tem facilitado amplamente o uso tanto de análises técnicas httpwwwdartfishcomen softwareindexhtm quanto táticas no fornecimento de feedback em tempo real na competição como também na orientação do treinamento de diferentes modalidades esportivas Com essa tecnologia de avaliação é possível avaliar desde indicadores de desempenho como o número de ataques certos realizados com um golpe específi co no caratê ou no tênis de mesa ou o número de fi nalizações de uma determinada região da quadra de uma equipe de basquetebol até os padrões táticos ofensivos e defensivos adotados por equipes de modalidades de invasão como o futebol futsal e handebol limitação quando se pretende estabelecer uma relação entre o treinamento prescrito o que isso representa para o atleta em termos de demanda fi siológica e as mudanças no desempenho decorrentes do processo de treinamento LAMBERT BORRESEN 2010 Frente a isso tanto os técnicos e preparadores físicos quanto os cientistas têm buscado determinar parâmetros que sejam capazes de controlar a carga de treinamento imposta aos atletas Inicialmente o controle da carga de treinamento era feito apenas através do controle da chamada carga externa Parâmetros como o volume total número de repetições x sobrecarga utilizada quilômetros percorridos e número de tiros realizados trabalho realizado força produzida x distância percorrida ou o tempo sobtensão entre outros eram os únicos indicadores considerados no controle do treinamento MCBRIDE MCCAULLEY CORMIE NUZZO CAVILL TRIPLETT 2009 Contudo esse modelo não consegue representar a repercussão mecânica e fi siológica que uma determinada carga de treinamento impõe sobre o organismo O problema da quantifi cação adequada da carga de treinamento se estende além do campo prático Nas pesquisas em esporte um método mais válido e confi ável de avaliação da carga de treinamento é de extrema importância nas investigações acerca da efi cácia de um determinado modelo de treinamento e da relação entre carga de treino e desempenho BISHOP 2008 BORRESEN LAMBERT 2009 Dentre os parâmetros fi siológicos de mensuração da carga interna de treinamento podemos destacar a avaliação do consumo de oxigênio VO2 a qual tem sua validade e reprodutibilidade demonstradas em laboratório Contudo a sua aplicação em campo durante as competições ou até mesmo treinamentos é pouco prática ou até não factível limitando o seu uso nessas condições Além disso o uso da avaliação do VO2 não é adequado em atividades intermitentes ou em exercícios supramáximos A concentração sanguí nea de lactato também tem sido utilizada como um marcador da intensidade do treinamento Entretanto este método é infl uenciado por vários fatores como a dieta o tipo de exercício utilizado no treinamento e o estado de treinamento do indivíduo Assim ambos os métodos embora tenham sua validade e utilidade no ambiente laboratorial são pouco adequados para o monitoramento em campo da carga de treinamento Métodos mais simples como os questionários e diáriosrecordatórios de treino têm sido usado como um método bastante prático de monitoramento da carga de treino Contudo estes métodos apresentam baixa reprodutibilidade e validade concorrente se com parados aos métodos laboratoriais SHEPHARD 2003 Controle do treinamento O processo de treinamento pode ser simplifi cado em uma relação entre dose e resposta LAMBERT BORRESEN 2010 Nesta perspectiva a resposta estaria associada à mudança no desempenho ou a alteração de algum parâmetro fi siológico decorrente de uma determinada dose de treinamento a qual pode ser defi nida como o estresse fi siológico imposto ao corpo do atleta por uma determinada carga de treinamento Esta tem sido comumente chamada de carga interna de treinamento Até muito recentemente a prescrição do treinamento era feita de maneira muito intuitiva fazendo com que a experiência do treinador fosse determinante para o sucesso do atleta BORRESEN LAMBERT 2009 Isso certamente representa uma Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 57 Treinamento físico considerações práticas e científi cas A frequência cardíaca FC também tem sido utilizada como parâmetro de carga interna dada a proposição de uma relação linear entre esta e a taxa de incremento de trabalho Como a FC varia de acordo com a idade e o estado de treinamento entre outros fatores a FC de reserva é mais utilizada para prescrição da intensidade do treinamento FCreserva FCmax FCrepouso Contudo apesar de ela poder ser mensurada de forma acurada durante o exercício através de monitores de FC ela não é um bom indicador para atividades intermitentes nas quais a relação linear entre trabalho e FC deixa de ocorrer afetando assim a sua efi cácia como marcador do estresse fi siológico imposto pelo exercício A percepção subjetiva do esforço PSE é uma forma alternativa de quantifi cação da carga interna do treinamento Esta é baseada na assunção de que o atleta tem uma capacidade inerente de perceber o es forço ao qual seu corpo está sendo submetido e ajus tar a intensidade do mesmo baseado nessa percepção Contudo a correlação entre PSE e parâmetros como a FC por exemplo parece ser razoável apenas em exercícios realizados em intensidade constante e em um estado de equilíbrio fi siológico limitando sua aplicação em outras formas de exercício Apesar dos avanços obtidos no controle da carga de treinamento através da utilização da FC e da PSE esses indicadores ainda parecem inefi cientes em determinar a carga de uma sessão de treinamento Determinar o efeito de uma sessão de exercícios no organismo é extremamente importante pois há que ser considerado que atletas treinam vários dias na se mana e muitas vezes mais de uma vez por dia Caso um atleta tenha sessões sucessivas de treinamento que produzam um estresse excessivo isso fará com que ele esteja mais susceptível a lesões A partir desta limitação a PSE da sessão de treino foi proposta por FOSTER DAINES HECTOR SNYDER WELSH 1996 FOSTER FLORHAUG FRANKLIN GOTTSCHALL HRO VATIN PARKER DOLESHAL DODGE 2001 Neste caso a PSE é um refl exo não só do estresse fi siológico ao qual o sujeito foi submetido mas também da duração deste esforço sendo calculada pela multi plicação da PSE 110 pela duração em minutos da sessão de treino Embora este modelo apresente uma melhor correlação com outros marcadores de carga interna ele ainda tem suas limitações em especial quando utilizado no treinamento de força Apesar do exposto um estudo recente demonstrou que a PSE determinada pelos técnicos era similar àquela determinada pelos atletas evidenciando que técnicos experientes conseguem ter uma boa ideia da carga de treino WALLACE SLATTERY COUTTS 2009 Por outro lado nas modalidades esportivas que en volvam contato físico intenso os danos musculares resultantes deste contato podem infl uenciar a PSE criando um viés na avaliação TAKARADA 2003 Outras formas de avaliação da carga de trei namento têm sido propostas Alguns marcadores bioquímicos têm sido usados na tentativa de deter minar o estresse produzido por uma determinada carga de treinamento De fato podese encontrar estudos com treinamento de força por exemplo que têm demonstrado que a intensidade do exer cício infl uência a secreção de cortisol KRAEMER HAKKINEN NEWTON NINDL VOLEK MCCORMICK GOTSHALK GORDON FLECK CAMPBELL PUTUKIAN EVANS 1999 MULLIGAN FLECK GORDON KOZIRIS TRIPLETTMCBRIDE KRAEMER 1996 Ainda a secreção de cortisol parece ser sensível a variações na carga de treinamento de força em jogadoras de basquete de nível internacional NUNES CREWTHER UGRINOWITSCH TRICOLI VIVEIROS DE ROSE JUNIOR AOKI 2011 Contudo outros estudos mostram que ao variarmos tanto a intensidade quanto o volu me de treinamento nenhuma resposta hormonal é verifi cada HOUGH PAPACOSTA WRAITH GLEESON 2011 ROSCHEL BARROSO BATISTA UGRINOWITSCH TRICOLI ARSATI LIMAARSATI ARAUJO MOREIRA 2011 SMILIOS PILIANIDIS KARAMOUZIS TOKMAKI DIS 2003 Estas discrepâncias entre os estudos têm revelado que a variação hormonal frente ao exercício é multifatorial sendo infl uenciada pela hora do dia estado alimentar e tempo de coleta após o exercício Alternativamente a avaliação da imunoglobulina A IgA tem sido utilizada como ferramenta na avalia ção da carga interna de treinamento A IgA parece responder à intensidade do exercício sendo um im portante marcador da função imunológica do atleta estando associada com a incidência de infecções do trato respiratório superior AHTIAINEN PAKARINEN ALEN KRAEMER HAKKINEN 2005 NIEMAN 1994 Atualmente não há uma forma de quantifi cação acurada que permita a prescrição de um padrão duração e intensidade do treinamento necessária para induzir adaptações fi siológicas específi cas Somado a isto está o fato que os indivíduos parecem se adaptar de maneiras distintas a um mesmo estímulo de treino Adicionalmente as técnicas de monitoramento não têm se preocupado no acompanhamento da forma esportiva ao longo do programa de treinamento Por outro lado o esporte atual não permite a obtenção da forma esportiva pois os atletas têm que manter um elevado rendimento esportivo submáximo 58 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C mas ótimo por longos períodos de tempo fazendo com que as técnicas que monitoram estados de overreaching e overtraining ganhem importância Finalmente as diferentes técnicas deveriam progredir para que o monitoramento do treinamento deixasse de ser apenas físico e entrasse no campo técnico tático e psicológico Modelos de organização da carga de treinamento entre os modelos tradicionais e os contemporâneos de periodização do treinamento sendo que parece não haver diferenças substanciais no rendimento entre eles MOREIRA 2006 Outros modelos de periodização vêm sendo propostos nas últimas décadas FORTEZA 2006 NAVARRO 1998 Porém da mesma forma que com os modelos de Matveev e Verkhoshansky a imple mentação de modelos de pesquisa que comparem esses modelos é muito difícil já que há a necessidade de se utilizar atletas com bom nível competitivo e que possam treinar de diferentes formas dentro do mesmo período de tempo o que nem sempre é possível no cenário científi co Estas diferentes formas de organização do trei namento parecem afetar também o desempenho de força máxima e de potência muscular Alguns achados preliminares citação de dados não pu blicados indicam que mais importante do que a periodização do treinamento é a correta seleção do seu conteúdo ie exercícios e capacidades motoras a serem trabalhadas pois diferentes modelos de organização produziram ganhos de força potência e velocidade semelhantes De maneira mais simplificada a organização temporal do treinamento de força é mais facilmente implementada e já foi testada em alguns estudos O interesse pela organização do treinamento da força é justifi cado pela importância que essa capacidade tem para um elevado rendimento esportivo LAMAS et al 2010 TRICOLI LAMAS CARNEVALE UGRINOWITSCH 2005 Três modelos básicos de organização das cargas de treinamento de força são reportados na literatura Esses modelos são chamados de nãoperiodizados periodizados lineares e periodizados nãolineares Nos modelos nãoperiodizados não há variações no volume e na intensidade relativa de 1 RM dos exercícios nos modelos periodizados lineares há uma diminuição do volume e um aumento da intensidade ao longo do período de treinamento e nos modelos periodizados nãolineares há variações semanais ou diárias na carga de treinamento A comparação entre esses modelos tem trazido resultados bastante controversos pois a maioria dos estudos verifi cou apenas os ganhos de força desconsiderando as adaptações neurais e morfoló gicas decorrentes do processo de treinamento Uma metaanálise indicou que o modelo não linear parece ser mais efi ciente que os modelos não periodizado e periodizado linear RHEA 2004 Vale ressaltar que os estudos dedicados a ava liação de diferentes modelos de periodização do A partir da década de 50 do século passado os modelos de organização da carga de treinamento começaram a ganhar muita popularidade O sucesso dos atletas da antiga União Soviética foi por muitos anos o cartão de visita da teoria da periodização do treinamento esportivo MATVEEV 2001 A periodização preconizava que os atletas deveriam ter longos períodos de preparação ie entre três e oito meses antes de participarem das competições alvo Ainda dois terços do tempo do chamado período preparatório deveriam ser dedicados a exercícios de preparação geral com baixo nível de especifi cidade Os Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 trouxeram uma importante alteração na organização dos programas de treinamento A guerra fria estava no seu auge e tinha como objetivo implícito o embate entre os sistemas políticos dominantes na época Capitalismo e o Socialismo Para que a União Soviética sobrepusesse os seus adversários o Prof Yuri Verkhoshansky desenvolveu um novo modelo de periodização chamado de treinamento em blocos VERKHOSHANSKY 1986 A grande evolução desse sistema em relação à periodização de Matveev foi a utilização de parâmetros biológicos para orientar o treinamento dos atletas O seu sistema preconizava a ocorrência do overreaching no bloco inicial do treinamento A queda de rendimento decorrente deste processo deveria ser recuperada nos blocos posteriores Na verdade o Prof Verkhoshansky preconizava que quanto maior a queda de rendimento no bloco inicial maior seria a elevação posterior do desempenho Apesar da escassez de evidência científi ca na aplicação deste tipo de periodização as contribuições do Prof Verkhoshansky à teoria do treinamento foram muito importantes Deve ser lembrado que muitos dos primeiros modelos de periodização do treinamento reque riam um período preparatório longo Assim para a aplicação no esporte moderno eles necessitam de adaptações para se adequarem ao elevado número de competições ao longo do ano Além disso há muito poucos estudos dedicados à comparação Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 59 Treinamento físico considerações práticas e científi cas treinamento precisam ser expandidos também na dimensão da preparação física Sabese que o de senvolvimento simultâneo das capacidades motoras força e resistência dentro de um mesmo período de treinamento pode prejudicar as adaptações produ zidas na força e na potência musculares DE SOUZA ROSA PIRES WILSON FRANCHINI TRICOLI UGRI NOWITSCH 2011 DE SOUZA TRICOLI FRANCHINI PAULO REGAZZINI UGRINOWITSCH 2007 Ainda a realização de exercícios de fl exibilidade estática antes de exercícios de força BACURAU MONTEIRO UGRINOWITSCH TRICOLI CABRAL AOKI 2009 e resistência aeróbia WILSON HORNBUCKLE KIM UGRINOWITSCH LEE ZOURDOS SOMMER PANTON 2010 parece afetar a capacidade de produção de for ça e a economia de corrida respectivamente Como o rendimento esportivo de inúmeras modalidades esportivas depende do treinamento de diversas ca pacidades motoras dentro de um mesmo período de treinamento os pesquisadores deveriam investigar os efeitos da interação do desenvolvimentotreina mento de diversas capacidades motoras de maneira simultânea no desempenho esportivo Além disso pouco se sabe a respeito dos efeitos da periodização e do treinamento simultâneo de diferentes capacida des motoras em componentes mais determinantes do rendimento esportivo como o técnico e o tático estímulo no treinamento de fl exibilidade estática o tempo total que o músculo permanece alongado parece ser mais importante que a duração de cada série seis séries de 10 segundos vs duas séries de 30 segundos CIPRIANI ABEL PIRRWITZ 2003 Na comparação entre o método estático ativo ie rea lizado pelo próprio executante estático passivo ie com auxílio externo e combinado os pesquisadores demonstraram que o método estático realizado por um ajudante externo foi mais efi ciente em aumentar a fl exibilidade dos fl exores do joelho DAVIS ASHBY MCCALE MCQUAIN WINE 2005 Porém outros pesquisadores não tem encontrado diferenças entre os métodos estático e combinado em estudos crôni cos com seis semanas de treinamento YUKTASIR KAYA 2009 De maneira interessante outro grupo de autores demonstrou que o tempo de contração dos músculos agonistas parece ser importante para os ganhos em fl exibilidade ao se utilizar o método alongacontrairelaxa de maneira crônica ROWLANDS MARGINSON LEE 2003 Os autores observaram que o grupo que manteve a contração muscular por 10 segundos teve maiores ganhos do que o grupo que a manteve por cinco segundos Os estudos que não encontraram uma maior efi ciência do método alonga contrairelaxa utilizaram contrações dos agonistas de cinco segundos indicando que esse pode ter sido um fator que limitou os ganhos de fl exibilidade THA CKER GILCHRIST STROUP KIMSEY JUNIOR 2004 Entre os meios de treinamento para o desenvol vimento da velocidade podemos salientar o uso de corridas rápidas e curtas corridas curtas em subidas corridas com tração ou com colete de sobrecarga exercícios pliométricos saltos com sobrecarga overspeed entre outros WEINECK 1999 ZAKHA ROV GOMES 2003 Em diferentes níveis estes métodos têm se mostrado efetivos para o desen volvimento da velocidade De fato demonstrouse recentemente que o uso de treinamento pliométrico associado ao treino específi co de tênis melhorou a velocidade de deslocamentos laterais e deslocamen tos para frente e para trás em distâncias curtas 4 m na aceleração em movimentos laterais para a rebatida no tênis e na altura de salto em tenistas jovens do sexo masculino SALONIKIDIS ZAFEIRIDIS 2008 A força muscular é outra capacidade de grande importância para uma vasta gama de modalidades esportivas merecendo grande atenção nos progra mas de treinamento A força máxima é decisiva por exemplo em modalidades como o levantamento de peso o arremesso no atletismo os saltos a corrida de velocidade em algumas modalidades de luta e Desenvolvimento das capacidades motoras O desenvolvimento das capacidades motoras de forma isolada é um tema muito abordado na lite ratura do treinamento Vários estudos têm tentado identifi car os métodos e os meios de treinamento mais apropriados para a maximização do desempe nho para as diversas capacidades motoras Contudo esse tema é bastante amplo e controverso já que a resposta de um atleta a um determinado método de treinamento depende de um conjunto de fatores como a experiência ie tempo de treinamento a modalidade esportiva em questão os métodos de treinamento utilizados anteriormente entre outros Foge do escopo do presente manuscrito a discussão exaustiva de tais tópicos Forneceremos portanto apenas alguns exemplos do que tem sido feito no âmbito científi co acerca desta temática Os métodos de treinamento da flexibilidade podem ser genericamente divididos em três tipos estático dinâmico e combinados eg alongamento contraçãorelaxamento Vários estudos têm relatado que esses três métodos são efi cientes em aumentar o grau de fl exibilidade Em relação à duração do 60 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C na ginástica artística Já a força rápida ou potência é ainda mais abrangente sendo de fundamental importância para as modalidades esportivas cole tivas nas modalidades de velocidade na natação e no atletismo nas modalidades de luta enquanto a resistência de força se faz importante em algumas modalidades como o ciclismo o ski crosscountry etc PLATONOV 2008 O desenvolvimento destas diferentes manifesta ções da força pode ser atingido através do treina mento específi co com o uso de diferentes métodos e meios de treinamento Destacamse entre outros a o método isométrico funcional que se utiliza de ações musculares estáticas em angulações pertinentes ao gesto esportivo em questão b o método isociné tico que faz uso de um dinamômetro isocinético o qual controla a velocidade da contração muscular tanto excêntrica quanto concêntrica em intensidades máximas ou submáximas assim como o isométrico este método pouco se traduz em condições reais de prática esportiva indo contra o princípio da espe cifi cidade do treinamento e c o método dinâmico com o uso de ações excêntricas concêntricas ou a combinação de ambas A utilização de uma ação isolada pode ser interessante quando esta estratégia representar uma especifi cidade signifi cativa com o gesto esportivo em questão Por exemplo para o treinamento do salto vertical para o bloqueio no vôlei de areia dada a característica do piso a força necessária para o salto vertical virá fundamentalmen te dos componentes contráteis do músculo esquelé tico já que a velocidade de transição entre a fl exão e extensão dos joelhos é diminuída fazendo com que a ação concêntrica deva ser enfatizada durante o treinamento TILP WAGNER MULLER 2008 A ação excêntrica por sua vez é sabidamente mais efi ciente na indução dos ganhos de massa muscular HIGBIE CURETON WARREN PRIOR 1996 Desta forma podese optar por usar exercícios puramente excêntricos ou de se enfatizar a ação excêntrica durante um dado exercício a fi m de se aumentar a tensão na musculatura induzindo maior ganho de hipertrofi a A combinação de ambas as ações musculares é contudo o método mais comumente utilizado contemplando ambos os benefícios O trei no complexo é outro método bastante utilizado no desenvolvimento da potência muscular Este método se baseia na combinação de cargas altas com cargas mais baixas na tentativa de promover a potenciali zação pósativação PPA Embora alguns estudos tenham mostrado efeito positivo a partir do uso do treinamento complexo BATISTA UGRINOWITSCH ROSCHEL LOTUFO RICARD TRICOLI 2007 FREN CH KRAEMER COOKE 2003 o melhor modelo de atividade condicionante para induzir a PPA ainda não está estabelecido já que esta parece depender de diferentes fatores como o estado de treinamento do indivíduo e a relação potencializaçãofadiga É importante notar que os ganhos de força muscu lar são oriundos tanto de adaptações neurais quanto de adaptações morfológicas As diferentes fases das contribuições neurais e hipertrófi cas na modifi cação da força muscular foram identifi cadas há décadas MORITANI DE VRIES 1979 Estes pesquisadores foram os primeiros a demonstrar que os ganhos ini ciais na força são oriundos de adaptações neurais au mento no recrutamento e sincronização de unidades motoras diminuição na cocontração da musculatura antagonista aprendizagem do movimento sendo que o aumento da massa muscular passa a contribuir de maneira signifi cativa para a produção de força somente após algumas semanas de treinamento Já o desenvolvimento da potência muscular re quer máxima taxa de desenvolvimento de força ie variação da força na unidade de tempo durante as séries de exercícios HILLHAAS BISHOP DAWSON GOODMAN EDGE 2007 WILLARDSON BURKETT 2006 A literatura tem mostrado que o treinamento de potência frequentemente aplica a realização de 36 repetições por série intensidades de 30 a 60 de 1 RM alta velocidade no movimento dos exercícios e 35 minutos de intervalo de descanso CRONIN MCNAIR MARSHALL 2000 RATAMESS ALVAR EVETOCH HOUSH KIBLER KRAEMER 2009 Contudo uma vez que treinadores e profi ssionais do esporte preocupamse com a especificidade das cargas em relação às modalidades esportivas a manipulação do volume e o intervalo de descanso entre as séries dos exercícios desempenham um papel importante Recentemente foi demonstrado dados não publicados que os treinadores podem reduzir com êxito o intervalo de descanso para atender a uma demanda de tarefas específi cas e ainda manter a produção de potência desde que ocorra uma redução do volume nos exercícios realizados É fundamental salientar que a alteração dos níveis de força seja pelo treinamento de força seja pelo de potência requer uma reorganização do controle do mo vimento para que a força seja revertida em desempenho no movimento desejado enfatizando a importância do conteúdo específi co na transferência do treina mento para a tarefa de campo TRICOLI et al 2005 A resistência motora por sua vez é defi nida como a capacidade de sustentar uma determinada Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 61 Treinamento físico considerações práticas e científi cas velocidade ou produção de potência pelo maior tempo possível JONES CARTER 2000 A melhoria dessa capacidade motora envolve adaptações nos sistemas pulmonar cardiovascular e neuromuscular Notadamente uma das principais adaptações desejáveis ao se programar um treinamento de re sistência é o aumento na potência aeróbia medida através do VO2máx Contudo é importante destacar que outros fatores além do VO2máx explicam a variância no desempenho em provas de resistência de média e longa duração Tem sido sugerido que a economia de corrida entendida como o custo energético para manutenção de uma determinada velocidade de corrida e a capacidade aeróbia eg limiar aneróbio são importantes determinantes do desempenho entre indivíduos com VO2máx similares BASSETT JUNIOR HOWLEY 2000 De fato um estudo demonstrou que o VO2máx entre maratonistas quenianos e caucasianos era similar contudo o limar de lactato entre eles diferia signifi cantemente LARSEN 2003 Quanto maior a velocidade de corrida correspondente ao limiar anaeróbio maior a intensidade de exercício que um indivíduo con segue ter com uma predominância do metabolismo aeróbio Com isso os indivíduos com maior limiar anaeróbio mas VO2máx similares podem manter uma maior intensidade de corrida sem que isso incorra em um quadro acidótico Outro estudo de monstrou que corredores quenianos também apre sentam maior economia de corrida do que atletas caucasianos permitindo com que eles tenham um menor gasto energético para uma dada intensidade de corrida WESTON MBAMBO MYBURGH 2000 Em relação às pesquisas sobre os métodos de trei namento de resistência vários autores têm sugerido que o treinamento intervalado em que períodos de atividade de alta intensidade são intercalados por períodos de repouso ativo é capaz de aumentar tanto o VO2máx quanto o limiar anaeróbio em in divíduos altamente treinados que não conseguem mais aumentar o desempenho usando o método tradicional ie método contínuo BILLAT 2001 BILLAT DEMARLE PAIVA KORALSZTEIN 2002 BILLAT SLAWINSKI BOCQUET DEMARLE LAFITTE CHASSAING KORALSZTEIN 2000 Já a economia de corrida tem sido mais recente mente estudada Diversos grupos tem se dedicado a investigação dos efeitos do treino de força e potência na melhora da economia de corrida baseados na premissa de que alterações no componente mus cular eg stiffness músculotendíneo e efi ciência na utilização do ciclo alongamento encurtamento poderiam aumentar a efi ciência mecânica da corrida tornadoa mais econômica De fato alguns autores demonstram efeitos positivos do treinamento de força e potência sobre a economia de corrida criando um novo paradigma de treino para atletas de resistência KYROLAINEN KIVELA KOSKINEN MCBRIDE ANDER SEN TAKALA SIPILA KOMI 2003 PAAVOLAINEN HAKKINEN HAMALAINEN NUMMELA RUSKO 1999 Conclusão O alto desempenho físicoesportivo observado nos atletas atuais é fruto da interação de fatores fi siológicos biomecânicos e psicológicos Nesta perspectiva programas de treinamento corretamen te elaborados e baseados em princípios científi cos são fundamentais na busca constante do rendimento máximo As ciências do esporte têm contribuído ainda que de maneira tímida para o aperfeiçoamen to destes programas melhorando progressivamente a qualidade do processo de treinamento Assim é cada vez mais importante que os pro fissionais do esporte recebam informações que possibilitem o desenvolvimento completo dos seus atletas A compreensão dos diferentes componentes que contribuem para um alto desempenho numa determinada modalidade esportiva passa pela apli cação de testes específi cos que possam auxiliar na elaboração implementação avaliação e reformula ção de programas de treinamentos bem como no monitoramento dos progressos obtidos O estudo isolado de métodos e meios de aperfei çoamento das capacidades motoras evoluiu conside ravelmente nos últimos 20 anos A aplicação de novas tecnologias de mensuração e avaliação tem permitido o maior entendimento do desenvolvimento destas capa cidades Porém a teoria do treinamento ainda carece de estudos de caráter mais integrativo envolvendo não somente a combinação simultânea do treinamento de capacidades e habilidades motoras como também dos efeitos dos diferentes modelos de periodização 62 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Abstract Physical training scientifi c and practical considerations Physical training is an important fi eld of work for the Physical Education and Sport professional Its main goal is to develop the physical capacity and sports performance of an individual by means of an organized and systematic application of physical exercises In the past years the technological progress in the scientifi c investigation within the different disciplines related to physical training have contributed a great deal towards the accomplishment of such goal In this manuscript we discuss from both an academicscientifi c and from a practical application pointofview the state of the art of the knowledge associated with the physical training evaluation loading control loading scheming and the development of physical abilities Our goal is to provide a comprehensive overview of the different components of the physical training and how they contribute to the development of the physical performance as well as how to apply these concepts in the elaboration implementation and evaluation of physical training programs UNITERMS Physical training Physical and sports performance Professional practice in Physical Education and Sport Referências ABERNETHY P WILSON G LOGAN P Strength and power assessment issues controversies and challenges Sports Medicine Auckland v19 n6 p40117 1995 AHTIAINEN JP PAKARINEN A ALEN M KRAEMER WJ HAKKINEN K Short vs long rest period between the sets in hypertrophic resistance training infl uence on muscle strength size and hormonal adaptations in trained men Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n3 p57282 2005 BACURAU RF MONTEIRO GA UGRINOWITSCH C TRICOLI V CABRAL LF AOKI MS Acute effect of a ballistic and a static stretching exercise bout on fl exibility and maximal strength Journal of Strength and Conditio ning Research Champaign v23 n1 p3048 2009 BARBANTI VJ TRICOLI V UGRINOWITSCH C Relevância do conhecimento científi co na prática do treinamento físico Revista Paulista de Educação Física São Paulo v18 p1019 2004 Número especial BASSETT JUNIOR DR HOWLEY ET Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n1 p7084 2000 BATISTA MA UGRINOWITSCH C ROSCHEL H LOTUFO R RICARD MD TRICOLI VA Intermittent exercise as a conditioning activity to induce postactivation potentiation Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p83740 2007 BEN ABDELKRIM N CASTAGNA C EL FAZAA S EL ATI J The effect of players standard and tactical stra tegy on game demands in mens basketball Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n10 p265262 2010 BILLAT LV Interval training for performance a scientifi c and empirical practice special recommendations for midd le and longdistance running Part I aerobic interval training Sports Medicine Auckland v31 n1 p1331 2001 BILLAT V DEMARLE A PAIVA M KORALSZTEIN JP Effect of training on the physiological factors of performance in elite marathon runners males and females International Journal of Sports Medicine Stuttgart v23 n5 p33641 2002 BILLAT VL SLAWINSKI J BOCQUET V DEMARLE A LAFITTE L CHASSAING P KORALSZTEIN JP In termittent runs at the velocity associated with maximal oxygen uptake enables subjects to remain at maximal oxygen uptake for a longer time than intense but submaximal runs European Journal of Appliel Physiology Berlin v81 n3 p18896 2000 BISHOP D An applied research model for the sport sciences Sports Medicine Auckland v38 n3 p25363 2008 BORRESEN J LAMBERT MI The quantifi cation of training load the training response and the effect on performance Sports Medicine Auckland v39 n9 p77995 2009 BOSCO C BELLI A ASTRUA M TIHANYI J POZZO R KELLIS S TSARPELA O FOTI C MANNO R TRANQUILLI C A dynamometer for evaluation of dynamic muscle work European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology Berlin v70 n5 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basketball offense validation and evaluaton of elite teams International Journal of Performance Analysis in Sport Cardiff v11 p7184 2011 LAMAS L BATISTA M FONSECA R PIVETTI B TRICOLI V UGRINOWITSCH C Treinamento de potência muscular para membros inferiores número ideal de repetições em função da intensidade e densidade da carga Revista da Educação FísicaUEM Maringá v21 p263270 2010 LAMAS L DREZNER R TRICOLI V UGRINOWISTCH C Efeito de dois métodos de treinamento no desen volvimento da força máxima e da potência muscular de membros inferiores Revista Brasileira de Educação Física e Esporte São Paulo v22 n3 p23545 2008 64 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C LAMBERT MI BORRESEN J Measuring training load in sports International Journal of Sports Physiology and Performance Champaign v5 n3 p40611 2010 LARSEN HB Kenyan dominance in distance running Comparative Biochemistry and Physiology Molecular Integrative Physiology New York v136 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de Educação Física São Paulo v14 n2 p17283 2000 UGRINOWITSCH C TRICOLI V RODACKI AL BATISTA M RICARD MD Infl uence of training back ground on jumping height Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p84852 2007 VERKHOSHANSKY Y Fundamentals of special strengthtraining in sport Livonia Sportivny 1986 WALLACE LK SLATTERY KM COUTTS AJ The ecological validity and application of the sessionRPE method for quantifying training loads in swimming Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v23 n1 p338 2009 WEINECK J Biologia do esporte São Paulo Manole 1999 WESTON AR MBAMBO Z MYBURGH KH Running economy of African and Caucasian distance runners Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n6 p11304 2000 WILLARDSON JM BURKETT LN The effect of rest interval length on bench press performance with heavy vs light loads Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v20 n2 p3969 2006 WILSON JM HORNBUCKLE LM KIM JS UGRINOWITSCH C LEE SR ZOURDOS MC SOMMER B PANTON LB Effects of static stretching on energy cost and running endurance performance Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n9 p22749 2010 YUKTASIR B KAYA F Investigation into the longterm effects of static and PNF stretching exercises on range of motion and jump performance Journal of Bodywork and Movement Therapies New York v13 n1 p1121 2009 ZAKHAROV A GOMES A Ciência do treinamento desportivo Rio de Janeiro Palestra Sport 2003 Agradecimentos Os autores agradecem a Diego Barretti e Fabiano Pinheiro pela contribuição na revisão do texto fi nal deste manuscrito ENDEREÇO Hamilton Rochel Escola de Educação Física e Esporte USP Av Prof Mello Moraes 65 05508030 São Paulo SP BRASIL emailharsuspbr
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Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 53 Treinamento físico considerações práticas e científi cas Introdução Treinamento físico considerações práticas e científi cas Hamilton ROSCHEL Valmor TRICOLI Carlos UGRINOWITSCH Escola de Educa ção Física e Esporte Universidade de São Paulo Resumo O treinamento físico é uma importante área de atuação profi ssional da Educação Física e do Esporte Ela tem por objetivo precípuo a melhoria do desempenho físicoesportivo através da aplicação de um processo organizado e sistemático composto por exercícios físicos Nos últimos anos os progressos tecnológicos e nos métodos de investigação científi ca nas diferentes subáreas relacionadas ao treinamento físico trouxeram um avanço signifi cativo na obtenção deste objetivo Neste artigo será discutido do ponto de vista acadêmicocientífi co e também da prática profi ssional o estado da arte do conhecimento associado à avaliação do treinamento ao controle da carga de treinamento aos modelos de organização da carga de treinamento e ao desenvolvimento das capacidades motoras Esperamos que ao fi nal o leitor possa ter um bom entendimento destes diferentes componentes como eles contribuem para a modifi cação do desempenho motor e como aplicálos para a elaboração implementação avaliação e reformulação de programas de treinamento físico UNITERMOS Treinamento físico Desempenho esportivo Atuação profi ssional O entendimento do termo treinamento é sem dúvida bastante amplo tendo sido empregado nas mais variadas áreas científi cas e profi ssionais Treina mento é caracterizado como um processo repetitivo e sistemático composto de exercícios progressivos que visam o aperfeiçoamento do desempenho Neste sentido o treinamento físico pode ser compreendi do como um processo organizado e sistemático de aperfeiçoamento físico nos seus aspectos morfoló gicos e funcionais impactando diretamente sobre a capacidade de execução de tarefas que envolvam demandas motoras sejam elas esportivas ou não BARBANTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2004 As origens das bases teóricas do treinamento físico não são recentes Grandes pensadores da antiguidade já propunham teorias acerca do treinamento em seus trabalhos Galeno de Pérgamo século segundo dC já ensaiava sobre conceitos que se assemelham ao que se entende atualmente por periodização No seu tratado Preservação da Saúde ele discorre sobre sequências de treinamento para o desenvolvimento específi co da força rápida passando pelo uso de exercícios que priorizavam a força em detrimento da velocidade culminando com o uso de exercícios intensos que combinavam as duas capacidades motoras Já Filóstrato o Atenienese pro punha também no século segundo dC um período preparatório para as competições Olímpicas inclusive com a sugestão de um período destinado à preparação específi ca em um centro de treinamento um mês antes da competição GARDINER 1930 ISSURIN 2010 Embora os exemplos acima ilustrem uma preocupa ção já bastante antiga com o treinamento físico voltado para o desempenho não foi até poucas décadas atrás que a ciência do esporte realmente experimentou um avanço signifi cativo no seu corpo de conhecimento A ciência do esporte pode ser entendida como uma área multidisciplinar preocupada com a compreensão e aperfeiçoamento do desempenho físicoesportivo humano BISHOP 2008 Ainda segundo o autor a ciência do esporte pode ser vista como o processo cien tífi co usado para guiar a prática esportiva e em última análise melhorar o desempenho físico Neste sentido a ciência do esporte tem cada vez mais contribuído para o aperfeiçoamento dos programas de treinamento físicoesportivo através principalmente de um aumento na qualidade do treinamento proposto Áreas de atuação e investigação em Educação Física e Esporte 54 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Assim podemos didaticamente dividir os estudos relacionados ao treinamento físicoesportivo em quatro grandes áreas 1 avaliação do treinamento 2 controle do treinamento 3 modelos de organização da carga de treinamento e 4 desenvolvimento das capacidades motoras Entender a importância de cada uma dessas áreas para a maximização do rendimento físicoesportivo é fundamental para o profi ssional pois as exigências do esporte moderno tanto em relação às cargas de treinamento quanto ao número de competi ções por temporada faz com que os atletas estejam mais predispostos a lesões e estados de sobretreinamento nos quais o rendimento esportivo é negativamente afetado O objetivo desse ensaio é portanto apresentar uma breve discussão sobre o estado da arte no que concerne ao conhecimento em cada uma destas áreas ligadas ao treinamento físicoesportivo e suas aplicações práticas Desenvolvimento Avaliação do treinamento O desempenho físico é considerado parte integral do esporte e sua avaliação constitui um aspecto fundamental na análise da efi cácia dos processos de treinamento empregados ao longo de uma tempo rada KISS BÖHME 2003 Contudo para que a avaliação seja efetiva é necessário que os aspectos mais importantes para o rendimento físicoesportivo em uma determinada modalidade esportiva sejam investigados É ampla mente aceito que na vasta maioria das modalidades esportivas não há uma única capacidade motora que caracterize a modalidade mas sim um conjunto de capacidades que é determinante para um elevado rendimento esportivo Quanto mais complexa for a estrutura da atividade esportiva ex corrida de 100 m vs basquetebol mais importante é a interação entre as capacidades motoras Por isso a avaliação deve compreender o diagnóstico de todas as capacidades envolvidas na modalidade esportiva alvo e se possível em condições que simulem a prática da atividade CURRELL JEUKENDRUP 2008 Desta forma mui tas pesquisas têm se dedicado ao desenvolvimento de métodos que permitam identifi car as capacidades motoras envolvidas em diversas modalidades espor tivas Além dos métodos mais usuais encontrados na literatura uma contribuição muito grande vem sendo dada por sistemas de vídeo os quais têm sido utili zados para descrever as atividades motoras realizadas durante as competições esportivas de modalidades como o futebol o basquetebol e o voleibol BEN AB DELKRIM CASTAGNA EL FAZAA EL ATI 2010 MOHR KRUSTRUP ANDERSSON KIRKENDAL BANGSBO 2008 SHEPPARD GABBETT STANGANELLI 2009 Adicionalmente grande atenção tem sido dada à elaboração de testes que sejam válidos ie o protocolo assemelhese o tanto quanto possível ao desempenho esportivo que está sendo simulado tenham uma elevada reprodutibilidade ie os resultados são consistentes ao longo do tempo e sejam sensíveis para detectar mesmo pequenas alterações no desempenho provocadas pelo processo de treinamento CURRELL JEUKENDRUP 2008 HOPKINS 2000 A avaliação da força motora por exemplo tem sido amplamente utilizada tanto para inferências sobre o desempenho esportivo quanto para a obten ção de parâmetros para a prescrição do treinamento Em relação ao desempenho esportivo podemos citar estudos que identifi caram o tempo a magnitude e a direção da força aplicada nas diversas fases da corri da de velocidade MERO KOMI GREGOR 1992 Foram também investigadas as forças produzidas na decolagem do fl icfl ac e do salto mortal PAYNE BARKER 1975 além do giro gigante nas argolas e na ginástica olímpica NISSINEN 1983 No tocante à prescrição do treinamento o teste de força dinâmica máxima 1 RM ilustra bem o avanço tecnológico na avaliação do treinamento Embora este teste não seja específi co à grande maioria das modalidades esportivas ele pode ser usado para avaliar o perfi l inicial de um determinado atleta antes do início do programa de treinamento fornecendo parâmetros para a prescrição do treino de força deste atleta e posteriormente verifi cando a efi cácia do programa elaborado Os dinamômetros isocinéticos também são amplamente utilizados para a avaliação da força PARCELL SAWYER TRICOLI CHINEVERE 2002 Tais equipamentos apresentam elevada reprodutibilidade entre avaliações além de fornecerem estimativas do torque do trabalho e da potência produzidos na ta refa motora UGRINOWITSCH BARBANTI GONÇALVES PERES 2000 Contudo eles têm uma limitação muito grande já que normalmente só utilizam mo vimentos monoarticulares e com uma velocidade de movimento constante ABERNETHY WILSON Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 55 Treinamento físico considerações práticas e científi cas LOGAN 1995 Células de carga também têm sido utilizadas para avaliar a força muscular máxima em condições isométricas ie em que não há movi mento externo aparente Uma informação muito interessante obtida nos testes isométricos balísticos nos quais a força é produzida o mais rapidamente possível é a determinação da taxa de desenvolvimen to de força TDF RICARD UGRINOWITSCH PARCELL HILTON RUBLEY SAWYER POOLE 2005 A TDF é considerada uma variável importante para o desem penho físicoesportivo já que indica a capacidade do indivíduo aplicar força o mais rapidamente possível contra uma determinada resistência Variações do salto vertical em semiagachamento com contramovimento e em profundidade são comumente empregadas em avaliações indiretas da potência muscular de membros inferiores Esta é normalmente inferida pela altura do salto ou seja quanto maior a altura maior a produção de potência Porém os avanços tecnológicos permi tem hoje avaliações mais completas contemplando outras variáveis de interesse para a compreensão do desempenho Por exemplo o uso de plataformas de força permite avaliar tanto o efeito de diferentes históricos de treinamento quanto de modelos de treinamento na mecânica externa do salto vertical a fi m de selecionar os meios e métodos de treinamento mais efi cientes para aumentar a potência de acordo com as características da modalidade esportiva em questão UGRINOWITSCH TRICOLI RODACKI BATIS TA RICARD 2007 Já a combinação dos dados provenientes de plataformas de força e de fi lmagens permite quantifi car através de modelos matemáticos as forças internas que incidem sobre o aparelho loco motor durante o movimento a velocidade angular das articulações envolvidas no salto a velocidade no instante da decolagem e a sincronia dos movimentos articulares entre outros parâmetros de interesse Além das técnicas descritas potenciômetros li neares têm sido conectados a barras de aparelhos de musculação como o Smith machine para identi fi car a produção de potência em exercícios como o agachamento e o supino Através das mudanças de posição da barra no tempo e da magnitude da carga deslocada é possível calcular a produção de potência durante os exercícios BOSCO BELLI ASTRUA TIHANYI POZZO KELLIS TSARPELA FOTI MANNO TRAN QUILLI 1995 Esses cálculos permitem determinar o efeito e as características de diferentes modelos de treinamento na produção de potência LAMAS BA TISTA FONSECA PIVETTI TRICOLI UGRINOWITSCH 2010 LAMAS DREZNER TRICOLI UGRINOWISTCH 2008 e a zona de treinamento na qual a produção de potência é maximizada TOJI SUEI KANEKO 1997 A avaliação das demais capacidades motoras também se benefi ciou dos avanços tecnológicos A avaliação da fl exibilidade comumente realizada de forma inespecífi ca através do teste de sentar e alcançar pode hoje ser feita em todas as articulações e eixos de movimento com o uso de fl exímetros bem como em condições muito mais próximas da especifi cidade inerente ao gesto esportivo com o uso de eletrogoniômetros multiaxiais ie medem a amplitude de movimento em mais de uma direção telemétricos e de dimensões reduzidas httpwww pennyandgilescom O mesmo podese dizer da capacidade e potência aeróbia O desenvolvimento de sistemas de análise de gases portáteis com telemetria tem possibilitado a avaliação do consumo de oxigênio em condições mais próximas da prática da modalidade esportiva como nas provas de atletismo e em jogos coletivos entre outros Já a potência anaeróbia tem sido inferida a partir da mensuração do trabalho máximo realizado em um de terminado tempo Como as medidas de trabalho têm sido alvos de avanços tecnológicos as inferências sobre a potência anaeróbia têm se benefi ciado deste fato O uso de técnicas como as de biópsias musculares e de biologia molecular também pode ser destacado como um avanço tecnológico importante no estu do das adaptações agudas e crônicas aos diferentes modelos de treinamento É possível por exemplo avaliar qual modelo de treinamento é mais efetivo para promover adaptações relacionadas ao funcio namento do metabolismo aeróbio eg biogênese mitocondrial vascularização mudança no fenótipo da fi bra muscular Embora estes modelos de ava liação não façam nenhuma mensuração direta sobre o desempenho físicoesportivo os dados oriundos destas podem em última análise serem usados a favor da melhora do desempenho a partir da resposta fi siológica produzida pelos mesmos Podese ainda avaliar como diferentes modelos de treinamento de força afetam a atividade dos processos intracelulares que desencadeiam alterações morfológicas como a hipertrofi a muscular ROSCHEL UGRINOWISTCH BARROSO BATISTA SOUZA AOKI SIQUEIRAFILHO ZA NUTO CARVALHO NEVES MELLO TRICOLI 2011 permitindo assim detectar os melhores modelos de treinamento para aumento da massa muscular Outro aspecto fundamental da avaliação no esporte diz respeito à avaliação do jogo As modalidades esportivas coletivas apresentam na sua maioria mudanças de situação frequentes impondo um 56 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C alto grau de imprevisibilidade Essa característica onde os comportamentos e ações estão sujeitas a aleatoriedade e variabilidade exige do praticante uma grande capacidade de adaptação o que implica que o desempenho depende amplamente da capacidade de tomada de decisão enfatizando a importância do componente tático Neste sentido a análise de jogo apresenta vantagens importantes para o processo de treinamento caracterizados por exemplo 1 pelo rápido fornecimento de informações para uma análise em tempo real que permite a tomada de decisões durante o jogo 2 pela criação de uma base de dados de caracterização das ações táticas de ataque e defesa dos adversários que norteiam processos de treinamento específi cos e 3 pela a análise tática e técnica individuais e de grupo permitindo intervenções sobre a estratégia de uma determinada equipe CASTRO MESQUITA 2008 LAMAS ROSE JUNIOR SANTANA ROSTAISER NEGRETTI UGRINOWITSCH 2011 Vários sistemas informatizados específi cos para esta análises podem ser encontrados atualmente o que tem facilitado amplamente o uso tanto de análises técnicas httpwwwdartfishcomen softwareindexhtm quanto táticas no fornecimento de feedback em tempo real na competição como também na orientação do treinamento de diferentes modalidades esportivas Com essa tecnologia de avaliação é possível avaliar desde indicadores de desempenho como o número de ataques certos realizados com um golpe específi co no caratê ou no tênis de mesa ou o número de fi nalizações de uma determinada região da quadra de uma equipe de basquetebol até os padrões táticos ofensivos e defensivos adotados por equipes de modalidades de invasão como o futebol futsal e handebol limitação quando se pretende estabelecer uma relação entre o treinamento prescrito o que isso representa para o atleta em termos de demanda fi siológica e as mudanças no desempenho decorrentes do processo de treinamento LAMBERT BORRESEN 2010 Frente a isso tanto os técnicos e preparadores físicos quanto os cientistas têm buscado determinar parâmetros que sejam capazes de controlar a carga de treinamento imposta aos atletas Inicialmente o controle da carga de treinamento era feito apenas através do controle da chamada carga externa Parâmetros como o volume total número de repetições x sobrecarga utilizada quilômetros percorridos e número de tiros realizados trabalho realizado força produzida x distância percorrida ou o tempo sobtensão entre outros eram os únicos indicadores considerados no controle do treinamento MCBRIDE MCCAULLEY CORMIE NUZZO CAVILL TRIPLETT 2009 Contudo esse modelo não consegue representar a repercussão mecânica e fi siológica que uma determinada carga de treinamento impõe sobre o organismo O problema da quantifi cação adequada da carga de treinamento se estende além do campo prático Nas pesquisas em esporte um método mais válido e confi ável de avaliação da carga de treinamento é de extrema importância nas investigações acerca da efi cácia de um determinado modelo de treinamento e da relação entre carga de treino e desempenho BISHOP 2008 BORRESEN LAMBERT 2009 Dentre os parâmetros fi siológicos de mensuração da carga interna de treinamento podemos destacar a avaliação do consumo de oxigênio VO2 a qual tem sua validade e reprodutibilidade demonstradas em laboratório Contudo a sua aplicação em campo durante as competições ou até mesmo treinamentos é pouco prática ou até não factível limitando o seu uso nessas condições Além disso o uso da avaliação do VO2 não é adequado em atividades intermitentes ou em exercícios supramáximos A concentração sanguí nea de lactato também tem sido utilizada como um marcador da intensidade do treinamento Entretanto este método é infl uenciado por vários fatores como a dieta o tipo de exercício utilizado no treinamento e o estado de treinamento do indivíduo Assim ambos os métodos embora tenham sua validade e utilidade no ambiente laboratorial são pouco adequados para o monitoramento em campo da carga de treinamento Métodos mais simples como os questionários e diáriosrecordatórios de treino têm sido usado como um método bastante prático de monitoramento da carga de treino Contudo estes métodos apresentam baixa reprodutibilidade e validade concorrente se com parados aos métodos laboratoriais SHEPHARD 2003 Controle do treinamento O processo de treinamento pode ser simplifi cado em uma relação entre dose e resposta LAMBERT BORRESEN 2010 Nesta perspectiva a resposta estaria associada à mudança no desempenho ou a alteração de algum parâmetro fi siológico decorrente de uma determinada dose de treinamento a qual pode ser defi nida como o estresse fi siológico imposto ao corpo do atleta por uma determinada carga de treinamento Esta tem sido comumente chamada de carga interna de treinamento Até muito recentemente a prescrição do treinamento era feita de maneira muito intuitiva fazendo com que a experiência do treinador fosse determinante para o sucesso do atleta BORRESEN LAMBERT 2009 Isso certamente representa uma Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 57 Treinamento físico considerações práticas e científi cas A frequência cardíaca FC também tem sido utilizada como parâmetro de carga interna dada a proposição de uma relação linear entre esta e a taxa de incremento de trabalho Como a FC varia de acordo com a idade e o estado de treinamento entre outros fatores a FC de reserva é mais utilizada para prescrição da intensidade do treinamento FCreserva FCmax FCrepouso Contudo apesar de ela poder ser mensurada de forma acurada durante o exercício através de monitores de FC ela não é um bom indicador para atividades intermitentes nas quais a relação linear entre trabalho e FC deixa de ocorrer afetando assim a sua efi cácia como marcador do estresse fi siológico imposto pelo exercício A percepção subjetiva do esforço PSE é uma forma alternativa de quantifi cação da carga interna do treinamento Esta é baseada na assunção de que o atleta tem uma capacidade inerente de perceber o es forço ao qual seu corpo está sendo submetido e ajus tar a intensidade do mesmo baseado nessa percepção Contudo a correlação entre PSE e parâmetros como a FC por exemplo parece ser razoável apenas em exercícios realizados em intensidade constante e em um estado de equilíbrio fi siológico limitando sua aplicação em outras formas de exercício Apesar dos avanços obtidos no controle da carga de treinamento através da utilização da FC e da PSE esses indicadores ainda parecem inefi cientes em determinar a carga de uma sessão de treinamento Determinar o efeito de uma sessão de exercícios no organismo é extremamente importante pois há que ser considerado que atletas treinam vários dias na se mana e muitas vezes mais de uma vez por dia Caso um atleta tenha sessões sucessivas de treinamento que produzam um estresse excessivo isso fará com que ele esteja mais susceptível a lesões A partir desta limitação a PSE da sessão de treino foi proposta por FOSTER DAINES HECTOR SNYDER WELSH 1996 FOSTER FLORHAUG FRANKLIN GOTTSCHALL HRO VATIN PARKER DOLESHAL DODGE 2001 Neste caso a PSE é um refl exo não só do estresse fi siológico ao qual o sujeito foi submetido mas também da duração deste esforço sendo calculada pela multi plicação da PSE 110 pela duração em minutos da sessão de treino Embora este modelo apresente uma melhor correlação com outros marcadores de carga interna ele ainda tem suas limitações em especial quando utilizado no treinamento de força Apesar do exposto um estudo recente demonstrou que a PSE determinada pelos técnicos era similar àquela determinada pelos atletas evidenciando que técnicos experientes conseguem ter uma boa ideia da carga de treino WALLACE SLATTERY COUTTS 2009 Por outro lado nas modalidades esportivas que en volvam contato físico intenso os danos musculares resultantes deste contato podem infl uenciar a PSE criando um viés na avaliação TAKARADA 2003 Outras formas de avaliação da carga de trei namento têm sido propostas Alguns marcadores bioquímicos têm sido usados na tentativa de deter minar o estresse produzido por uma determinada carga de treinamento De fato podese encontrar estudos com treinamento de força por exemplo que têm demonstrado que a intensidade do exer cício infl uência a secreção de cortisol KRAEMER HAKKINEN NEWTON NINDL VOLEK MCCORMICK GOTSHALK GORDON FLECK CAMPBELL PUTUKIAN EVANS 1999 MULLIGAN FLECK GORDON KOZIRIS TRIPLETTMCBRIDE KRAEMER 1996 Ainda a secreção de cortisol parece ser sensível a variações na carga de treinamento de força em jogadoras de basquete de nível internacional NUNES CREWTHER UGRINOWITSCH TRICOLI VIVEIROS DE ROSE JUNIOR AOKI 2011 Contudo outros estudos mostram que ao variarmos tanto a intensidade quanto o volu me de treinamento nenhuma resposta hormonal é verifi cada HOUGH PAPACOSTA WRAITH GLEESON 2011 ROSCHEL BARROSO BATISTA UGRINOWITSCH TRICOLI ARSATI LIMAARSATI ARAUJO MOREIRA 2011 SMILIOS PILIANIDIS KARAMOUZIS TOKMAKI DIS 2003 Estas discrepâncias entre os estudos têm revelado que a variação hormonal frente ao exercício é multifatorial sendo infl uenciada pela hora do dia estado alimentar e tempo de coleta após o exercício Alternativamente a avaliação da imunoglobulina A IgA tem sido utilizada como ferramenta na avalia ção da carga interna de treinamento A IgA parece responder à intensidade do exercício sendo um im portante marcador da função imunológica do atleta estando associada com a incidência de infecções do trato respiratório superior AHTIAINEN PAKARINEN ALEN KRAEMER HAKKINEN 2005 NIEMAN 1994 Atualmente não há uma forma de quantifi cação acurada que permita a prescrição de um padrão duração e intensidade do treinamento necessária para induzir adaptações fi siológicas específi cas Somado a isto está o fato que os indivíduos parecem se adaptar de maneiras distintas a um mesmo estímulo de treino Adicionalmente as técnicas de monitoramento não têm se preocupado no acompanhamento da forma esportiva ao longo do programa de treinamento Por outro lado o esporte atual não permite a obtenção da forma esportiva pois os atletas têm que manter um elevado rendimento esportivo submáximo 58 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C mas ótimo por longos períodos de tempo fazendo com que as técnicas que monitoram estados de overreaching e overtraining ganhem importância Finalmente as diferentes técnicas deveriam progredir para que o monitoramento do treinamento deixasse de ser apenas físico e entrasse no campo técnico tático e psicológico Modelos de organização da carga de treinamento entre os modelos tradicionais e os contemporâneos de periodização do treinamento sendo que parece não haver diferenças substanciais no rendimento entre eles MOREIRA 2006 Outros modelos de periodização vêm sendo propostos nas últimas décadas FORTEZA 2006 NAVARRO 1998 Porém da mesma forma que com os modelos de Matveev e Verkhoshansky a imple mentação de modelos de pesquisa que comparem esses modelos é muito difícil já que há a necessidade de se utilizar atletas com bom nível competitivo e que possam treinar de diferentes formas dentro do mesmo período de tempo o que nem sempre é possível no cenário científi co Estas diferentes formas de organização do trei namento parecem afetar também o desempenho de força máxima e de potência muscular Alguns achados preliminares citação de dados não pu blicados indicam que mais importante do que a periodização do treinamento é a correta seleção do seu conteúdo ie exercícios e capacidades motoras a serem trabalhadas pois diferentes modelos de organização produziram ganhos de força potência e velocidade semelhantes De maneira mais simplificada a organização temporal do treinamento de força é mais facilmente implementada e já foi testada em alguns estudos O interesse pela organização do treinamento da força é justifi cado pela importância que essa capacidade tem para um elevado rendimento esportivo LAMAS et al 2010 TRICOLI LAMAS CARNEVALE UGRINOWITSCH 2005 Três modelos básicos de organização das cargas de treinamento de força são reportados na literatura Esses modelos são chamados de nãoperiodizados periodizados lineares e periodizados nãolineares Nos modelos nãoperiodizados não há variações no volume e na intensidade relativa de 1 RM dos exercícios nos modelos periodizados lineares há uma diminuição do volume e um aumento da intensidade ao longo do período de treinamento e nos modelos periodizados nãolineares há variações semanais ou diárias na carga de treinamento A comparação entre esses modelos tem trazido resultados bastante controversos pois a maioria dos estudos verifi cou apenas os ganhos de força desconsiderando as adaptações neurais e morfoló gicas decorrentes do processo de treinamento Uma metaanálise indicou que o modelo não linear parece ser mais efi ciente que os modelos não periodizado e periodizado linear RHEA 2004 Vale ressaltar que os estudos dedicados a ava liação de diferentes modelos de periodização do A partir da década de 50 do século passado os modelos de organização da carga de treinamento começaram a ganhar muita popularidade O sucesso dos atletas da antiga União Soviética foi por muitos anos o cartão de visita da teoria da periodização do treinamento esportivo MATVEEV 2001 A periodização preconizava que os atletas deveriam ter longos períodos de preparação ie entre três e oito meses antes de participarem das competições alvo Ainda dois terços do tempo do chamado período preparatório deveriam ser dedicados a exercícios de preparação geral com baixo nível de especifi cidade Os Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 trouxeram uma importante alteração na organização dos programas de treinamento A guerra fria estava no seu auge e tinha como objetivo implícito o embate entre os sistemas políticos dominantes na época Capitalismo e o Socialismo Para que a União Soviética sobrepusesse os seus adversários o Prof Yuri Verkhoshansky desenvolveu um novo modelo de periodização chamado de treinamento em blocos VERKHOSHANSKY 1986 A grande evolução desse sistema em relação à periodização de Matveev foi a utilização de parâmetros biológicos para orientar o treinamento dos atletas O seu sistema preconizava a ocorrência do overreaching no bloco inicial do treinamento A queda de rendimento decorrente deste processo deveria ser recuperada nos blocos posteriores Na verdade o Prof Verkhoshansky preconizava que quanto maior a queda de rendimento no bloco inicial maior seria a elevação posterior do desempenho Apesar da escassez de evidência científi ca na aplicação deste tipo de periodização as contribuições do Prof Verkhoshansky à teoria do treinamento foram muito importantes Deve ser lembrado que muitos dos primeiros modelos de periodização do treinamento reque riam um período preparatório longo Assim para a aplicação no esporte moderno eles necessitam de adaptações para se adequarem ao elevado número de competições ao longo do ano Além disso há muito poucos estudos dedicados à comparação Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 59 Treinamento físico considerações práticas e científi cas treinamento precisam ser expandidos também na dimensão da preparação física Sabese que o de senvolvimento simultâneo das capacidades motoras força e resistência dentro de um mesmo período de treinamento pode prejudicar as adaptações produ zidas na força e na potência musculares DE SOUZA ROSA PIRES WILSON FRANCHINI TRICOLI UGRI NOWITSCH 2011 DE SOUZA TRICOLI FRANCHINI PAULO REGAZZINI UGRINOWITSCH 2007 Ainda a realização de exercícios de fl exibilidade estática antes de exercícios de força BACURAU MONTEIRO UGRINOWITSCH TRICOLI CABRAL AOKI 2009 e resistência aeróbia WILSON HORNBUCKLE KIM UGRINOWITSCH LEE ZOURDOS SOMMER PANTON 2010 parece afetar a capacidade de produção de for ça e a economia de corrida respectivamente Como o rendimento esportivo de inúmeras modalidades esportivas depende do treinamento de diversas ca pacidades motoras dentro de um mesmo período de treinamento os pesquisadores deveriam investigar os efeitos da interação do desenvolvimentotreina mento de diversas capacidades motoras de maneira simultânea no desempenho esportivo Além disso pouco se sabe a respeito dos efeitos da periodização e do treinamento simultâneo de diferentes capacida des motoras em componentes mais determinantes do rendimento esportivo como o técnico e o tático estímulo no treinamento de fl exibilidade estática o tempo total que o músculo permanece alongado parece ser mais importante que a duração de cada série seis séries de 10 segundos vs duas séries de 30 segundos CIPRIANI ABEL PIRRWITZ 2003 Na comparação entre o método estático ativo ie rea lizado pelo próprio executante estático passivo ie com auxílio externo e combinado os pesquisadores demonstraram que o método estático realizado por um ajudante externo foi mais efi ciente em aumentar a fl exibilidade dos fl exores do joelho DAVIS ASHBY MCCALE MCQUAIN WINE 2005 Porém outros pesquisadores não tem encontrado diferenças entre os métodos estático e combinado em estudos crôni cos com seis semanas de treinamento YUKTASIR KAYA 2009 De maneira interessante outro grupo de autores demonstrou que o tempo de contração dos músculos agonistas parece ser importante para os ganhos em fl exibilidade ao se utilizar o método alongacontrairelaxa de maneira crônica ROWLANDS MARGINSON LEE 2003 Os autores observaram que o grupo que manteve a contração muscular por 10 segundos teve maiores ganhos do que o grupo que a manteve por cinco segundos Os estudos que não encontraram uma maior efi ciência do método alonga contrairelaxa utilizaram contrações dos agonistas de cinco segundos indicando que esse pode ter sido um fator que limitou os ganhos de fl exibilidade THA CKER GILCHRIST STROUP KIMSEY JUNIOR 2004 Entre os meios de treinamento para o desenvol vimento da velocidade podemos salientar o uso de corridas rápidas e curtas corridas curtas em subidas corridas com tração ou com colete de sobrecarga exercícios pliométricos saltos com sobrecarga overspeed entre outros WEINECK 1999 ZAKHA ROV GOMES 2003 Em diferentes níveis estes métodos têm se mostrado efetivos para o desen volvimento da velocidade De fato demonstrouse recentemente que o uso de treinamento pliométrico associado ao treino específi co de tênis melhorou a velocidade de deslocamentos laterais e deslocamen tos para frente e para trás em distâncias curtas 4 m na aceleração em movimentos laterais para a rebatida no tênis e na altura de salto em tenistas jovens do sexo masculino SALONIKIDIS ZAFEIRIDIS 2008 A força muscular é outra capacidade de grande importância para uma vasta gama de modalidades esportivas merecendo grande atenção nos progra mas de treinamento A força máxima é decisiva por exemplo em modalidades como o levantamento de peso o arremesso no atletismo os saltos a corrida de velocidade em algumas modalidades de luta e Desenvolvimento das capacidades motoras O desenvolvimento das capacidades motoras de forma isolada é um tema muito abordado na lite ratura do treinamento Vários estudos têm tentado identifi car os métodos e os meios de treinamento mais apropriados para a maximização do desempe nho para as diversas capacidades motoras Contudo esse tema é bastante amplo e controverso já que a resposta de um atleta a um determinado método de treinamento depende de um conjunto de fatores como a experiência ie tempo de treinamento a modalidade esportiva em questão os métodos de treinamento utilizados anteriormente entre outros Foge do escopo do presente manuscrito a discussão exaustiva de tais tópicos Forneceremos portanto apenas alguns exemplos do que tem sido feito no âmbito científi co acerca desta temática Os métodos de treinamento da flexibilidade podem ser genericamente divididos em três tipos estático dinâmico e combinados eg alongamento contraçãorelaxamento Vários estudos têm relatado que esses três métodos são efi cientes em aumentar o grau de fl exibilidade Em relação à duração do 60 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C na ginástica artística Já a força rápida ou potência é ainda mais abrangente sendo de fundamental importância para as modalidades esportivas cole tivas nas modalidades de velocidade na natação e no atletismo nas modalidades de luta enquanto a resistência de força se faz importante em algumas modalidades como o ciclismo o ski crosscountry etc PLATONOV 2008 O desenvolvimento destas diferentes manifesta ções da força pode ser atingido através do treina mento específi co com o uso de diferentes métodos e meios de treinamento Destacamse entre outros a o método isométrico funcional que se utiliza de ações musculares estáticas em angulações pertinentes ao gesto esportivo em questão b o método isociné tico que faz uso de um dinamômetro isocinético o qual controla a velocidade da contração muscular tanto excêntrica quanto concêntrica em intensidades máximas ou submáximas assim como o isométrico este método pouco se traduz em condições reais de prática esportiva indo contra o princípio da espe cifi cidade do treinamento e c o método dinâmico com o uso de ações excêntricas concêntricas ou a combinação de ambas A utilização de uma ação isolada pode ser interessante quando esta estratégia representar uma especifi cidade signifi cativa com o gesto esportivo em questão Por exemplo para o treinamento do salto vertical para o bloqueio no vôlei de areia dada a característica do piso a força necessária para o salto vertical virá fundamentalmen te dos componentes contráteis do músculo esquelé tico já que a velocidade de transição entre a fl exão e extensão dos joelhos é diminuída fazendo com que a ação concêntrica deva ser enfatizada durante o treinamento TILP WAGNER MULLER 2008 A ação excêntrica por sua vez é sabidamente mais efi ciente na indução dos ganhos de massa muscular HIGBIE CURETON WARREN PRIOR 1996 Desta forma podese optar por usar exercícios puramente excêntricos ou de se enfatizar a ação excêntrica durante um dado exercício a fi m de se aumentar a tensão na musculatura induzindo maior ganho de hipertrofi a A combinação de ambas as ações musculares é contudo o método mais comumente utilizado contemplando ambos os benefícios O trei no complexo é outro método bastante utilizado no desenvolvimento da potência muscular Este método se baseia na combinação de cargas altas com cargas mais baixas na tentativa de promover a potenciali zação pósativação PPA Embora alguns estudos tenham mostrado efeito positivo a partir do uso do treinamento complexo BATISTA UGRINOWITSCH ROSCHEL LOTUFO RICARD TRICOLI 2007 FREN CH KRAEMER COOKE 2003 o melhor modelo de atividade condicionante para induzir a PPA ainda não está estabelecido já que esta parece depender de diferentes fatores como o estado de treinamento do indivíduo e a relação potencializaçãofadiga É importante notar que os ganhos de força muscu lar são oriundos tanto de adaptações neurais quanto de adaptações morfológicas As diferentes fases das contribuições neurais e hipertrófi cas na modifi cação da força muscular foram identifi cadas há décadas MORITANI DE VRIES 1979 Estes pesquisadores foram os primeiros a demonstrar que os ganhos ini ciais na força são oriundos de adaptações neurais au mento no recrutamento e sincronização de unidades motoras diminuição na cocontração da musculatura antagonista aprendizagem do movimento sendo que o aumento da massa muscular passa a contribuir de maneira signifi cativa para a produção de força somente após algumas semanas de treinamento Já o desenvolvimento da potência muscular re quer máxima taxa de desenvolvimento de força ie variação da força na unidade de tempo durante as séries de exercícios HILLHAAS BISHOP DAWSON GOODMAN EDGE 2007 WILLARDSON BURKETT 2006 A literatura tem mostrado que o treinamento de potência frequentemente aplica a realização de 36 repetições por série intensidades de 30 a 60 de 1 RM alta velocidade no movimento dos exercícios e 35 minutos de intervalo de descanso CRONIN MCNAIR MARSHALL 2000 RATAMESS ALVAR EVETOCH HOUSH KIBLER KRAEMER 2009 Contudo uma vez que treinadores e profi ssionais do esporte preocupamse com a especificidade das cargas em relação às modalidades esportivas a manipulação do volume e o intervalo de descanso entre as séries dos exercícios desempenham um papel importante Recentemente foi demonstrado dados não publicados que os treinadores podem reduzir com êxito o intervalo de descanso para atender a uma demanda de tarefas específi cas e ainda manter a produção de potência desde que ocorra uma redução do volume nos exercícios realizados É fundamental salientar que a alteração dos níveis de força seja pelo treinamento de força seja pelo de potência requer uma reorganização do controle do mo vimento para que a força seja revertida em desempenho no movimento desejado enfatizando a importância do conteúdo específi co na transferência do treina mento para a tarefa de campo TRICOLI et al 2005 A resistência motora por sua vez é defi nida como a capacidade de sustentar uma determinada Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp 61 Treinamento físico considerações práticas e científi cas velocidade ou produção de potência pelo maior tempo possível JONES CARTER 2000 A melhoria dessa capacidade motora envolve adaptações nos sistemas pulmonar cardiovascular e neuromuscular Notadamente uma das principais adaptações desejáveis ao se programar um treinamento de re sistência é o aumento na potência aeróbia medida através do VO2máx Contudo é importante destacar que outros fatores além do VO2máx explicam a variância no desempenho em provas de resistência de média e longa duração Tem sido sugerido que a economia de corrida entendida como o custo energético para manutenção de uma determinada velocidade de corrida e a capacidade aeróbia eg limiar aneróbio são importantes determinantes do desempenho entre indivíduos com VO2máx similares BASSETT JUNIOR HOWLEY 2000 De fato um estudo demonstrou que o VO2máx entre maratonistas quenianos e caucasianos era similar contudo o limar de lactato entre eles diferia signifi cantemente LARSEN 2003 Quanto maior a velocidade de corrida correspondente ao limiar anaeróbio maior a intensidade de exercício que um indivíduo con segue ter com uma predominância do metabolismo aeróbio Com isso os indivíduos com maior limiar anaeróbio mas VO2máx similares podem manter uma maior intensidade de corrida sem que isso incorra em um quadro acidótico Outro estudo de monstrou que corredores quenianos também apre sentam maior economia de corrida do que atletas caucasianos permitindo com que eles tenham um menor gasto energético para uma dada intensidade de corrida WESTON MBAMBO MYBURGH 2000 Em relação às pesquisas sobre os métodos de trei namento de resistência vários autores têm sugerido que o treinamento intervalado em que períodos de atividade de alta intensidade são intercalados por períodos de repouso ativo é capaz de aumentar tanto o VO2máx quanto o limiar anaeróbio em in divíduos altamente treinados que não conseguem mais aumentar o desempenho usando o método tradicional ie método contínuo BILLAT 2001 BILLAT DEMARLE PAIVA KORALSZTEIN 2002 BILLAT SLAWINSKI BOCQUET DEMARLE LAFITTE CHASSAING KORALSZTEIN 2000 Já a economia de corrida tem sido mais recente mente estudada Diversos grupos tem se dedicado a investigação dos efeitos do treino de força e potência na melhora da economia de corrida baseados na premissa de que alterações no componente mus cular eg stiffness músculotendíneo e efi ciência na utilização do ciclo alongamento encurtamento poderiam aumentar a efi ciência mecânica da corrida tornadoa mais econômica De fato alguns autores demonstram efeitos positivos do treinamento de força e potência sobre a economia de corrida criando um novo paradigma de treino para atletas de resistência KYROLAINEN KIVELA KOSKINEN MCBRIDE ANDER SEN TAKALA SIPILA KOMI 2003 PAAVOLAINEN HAKKINEN HAMALAINEN NUMMELA RUSKO 1999 Conclusão O alto desempenho físicoesportivo observado nos atletas atuais é fruto da interação de fatores fi siológicos biomecânicos e psicológicos Nesta perspectiva programas de treinamento corretamen te elaborados e baseados em princípios científi cos são fundamentais na busca constante do rendimento máximo As ciências do esporte têm contribuído ainda que de maneira tímida para o aperfeiçoamen to destes programas melhorando progressivamente a qualidade do processo de treinamento Assim é cada vez mais importante que os pro fissionais do esporte recebam informações que possibilitem o desenvolvimento completo dos seus atletas A compreensão dos diferentes componentes que contribuem para um alto desempenho numa determinada modalidade esportiva passa pela apli cação de testes específi cos que possam auxiliar na elaboração implementação avaliação e reformula ção de programas de treinamentos bem como no monitoramento dos progressos obtidos O estudo isolado de métodos e meios de aperfei çoamento das capacidades motoras evoluiu conside ravelmente nos últimos 20 anos A aplicação de novas tecnologias de mensuração e avaliação tem permitido o maior entendimento do desenvolvimento destas capa cidades Porém a teoria do treinamento ainda carece de estudos de caráter mais integrativo envolvendo não somente a combinação simultânea do treinamento de capacidades e habilidades motoras como também dos efeitos dos diferentes modelos de periodização 62 Rev bras Educ Fís Esporte São Paulo v25 p5365 dez 2011 N esp ROCHEL H TRICOLI V UGRINOWITSCH C Abstract Physical training scientifi c and practical considerations Physical training is an important fi eld of work for the Physical Education and Sport professional Its main goal is to develop the physical capacity and sports performance of an individual by means of an organized and systematic application of physical exercises In the past years the technological progress in the scientifi c investigation within the different disciplines related to physical training have contributed a great deal towards the accomplishment of such goal In this manuscript we discuss from both an academicscientifi c and from a practical application pointofview the state of the art of the knowledge associated with the physical training evaluation loading control loading scheming and the development of physical abilities Our goal is to provide a comprehensive overview of the different components of the physical training and how they contribute to the development of the physical performance as well as how to apply these concepts in the elaboration implementation and evaluation of physical training programs UNITERMS Physical training Physical and sports performance Professional practice in Physical Education and Sport Referências ABERNETHY P WILSON G LOGAN P Strength and power assessment issues controversies and challenges Sports Medicine Auckland v19 n6 p40117 1995 AHTIAINEN JP PAKARINEN A ALEN M KRAEMER WJ HAKKINEN K Short vs long rest period between the sets in hypertrophic resistance training infl uence on muscle strength size and hormonal adaptations in trained men Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v19 n3 p57282 2005 BACURAU RF MONTEIRO GA UGRINOWITSCH C TRICOLI V CABRAL LF AOKI MS Acute effect of a ballistic and a static stretching exercise bout on fl exibility and maximal strength Journal of Strength and Conditio ning Research Champaign v23 n1 p3048 2009 BARBANTI VJ TRICOLI V UGRINOWITSCH C Relevância do conhecimento científi co na prática do treinamento físico Revista Paulista de Educação Física São Paulo v18 p1019 2004 Número especial BASSETT JUNIOR DR HOWLEY ET Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance Medicine and Science in Sports and Exercise Madison v32 n1 p7084 2000 BATISTA MA UGRINOWITSCH C ROSCHEL H LOTUFO R RICARD MD TRICOLI VA Intermittent exercise as a conditioning activity to induce postactivation potentiation Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v21 n3 p83740 2007 BEN ABDELKRIM N CASTAGNA C EL FAZAA S EL ATI J The effect of players standard and tactical stra tegy on game demands in mens basketball Journal of Strength and Conditioning Research Champaign v24 n10 p265262 2010 BILLAT LV Interval training for performance a scientifi c and empirical practice special recommendations for midd le and longdistance running Part I aerobic interval training Sports Medicine Auckland v31 n1 p1331 2001 BILLAT V DEMARLE A PAIVA M KORALSZTEIN JP Effect of training on the physiological factors of performance in elite marathon runners males and females International Journal of Sports Medicine Stuttgart v23 n5 p33641 2002 BILLAT VL SLAWINSKI J BOCQUET V DEMARLE A LAFITTE L CHASSAING P KORALSZTEIN JP In termittent runs at the velocity associated with maximal oxygen uptake enables subjects to remain at maximal oxygen uptake for a longer time than intense but submaximal runs European Journal of Appliel Physiology Berlin v81 n3 p18896 2000 BISHOP D An applied research model for the sport sciences Sports Medicine Auckland v38 n3 p25363 2008 BORRESEN J LAMBERT MI The quantifi cation of training load the training response and the effect on performance Sports Medicine Auckland v39 n9 p77995 2009 BOSCO C BELLI A ASTRUA M TIHANYI J POZZO R KELLIS S TSARPELA O FOTI C MANNO R TRANQUILLI C A dynamometer for evaluation of dynamic muscle work European Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology Berlin v70 n5 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