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Rev Bras Med Esporte Vol 12 Nº 5 SetOut 2006 297 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Educação Físi ca LAPEX Porto Alegre RS Recebido em 41005 Versão final recebida em 6306 Aceito em 15606 Endereço para correspondência Giovani dos Santos Cunha Rua Feli zardo 750 UFRGSESEF LAPEX 90690200 Porto Alegre RS Brasil Email giovanicunhayahoocombr Sobretreinamento teorias diagnóstico e marcadores Giovani dos Santos Cunha1 Jerri Luiz Ribeiro1 e Alvaro Reischak de Oliveira1 ARTIGO DE REVISÃO Palavraschave Sobretreinamento Présobretreinamento Marcadores hormonais Keywords Overtraining Preovertraining Hormonal markers Palabrasclave Sobreentrenamiento Présobreentrenamiento Marcadores hormo nales RESUMO O objetivo do treinamento esportivo é o aumento e a melhora do desempenho físico Quando a intensidade a duração e a carga de trabalho diário dos exercícios são apropriadas adaptações fi siológicas positivas ocorrem Entretanto existe uma linha muito tênue entre um ótimo desempenho e uma diminuição do mesmo em função do sobretreinamento O sobretreinamento pode incluir lesão e fraqueza muscular ativação das citosinas mudanças hor monais e hematológicas alterações no humor depressão psico lógica e problemas nutricionais que podem causar diminuição do apetite e diarréia Muitos estudos sobre o sobretreinamento fo ram realizados num esforço de identificar suas causas seus sin tomas hipóteses e marcadores que pudessem identificálo mas este diagnóstico é muito difícil pois os sintomas do sobretreina mento se confundem com os do présobretreinamento e com os do treinamento normal sendo que é difícil dissociálos No mo mento não existe um simples marcador que possa prever o so bretreinamento dessa forma a diminuição no desempenho físico ainda é considerada o padrãoouro Marcadores hormonais bio químicos imunes psicológicos e o estresse oxidativo podem dar informações relevantes para um diagnóstico preciso e confiável para o sobretreinamento ABSTRACT Overtraining theories diagnosis and markers The aim of the sports training is the increase and the improve ment of the physical performance Whenever the intensity dura tion and the daily working load are not appropriate positive phys iological adaptations occur However there is a fairly subtle delimitation between an outstanding performance and a decrease in it due to overtraining Overtraining may include lesion and mus cular weakness cytosine activation hormonal and hematological alterations mood swings psychological depression and nutrition al problems which may lead to loss appetite and diarrhea Several studies about overtraining have been conducted with the effort to identify its causes symptoms hypotheses besides the markers that could identify it Nevertheless its diagnosis is very difficult since the overtraining symptoms are similar to the ones from pre overtraining and to the ones from normal training making it diffi cult to dissociate them Currently there is not a single marker that could predict overtraining thus the decrease in physical perfor mance is still considered the goldstandard Hormonal biochemi cal immune and psychological markers besides the oxidative stress may provide relevant information for an accurate and trust worthy diagnosis on overtraining RESUMEN Sobreentrenamiento teorías diagnóstico y marcadores El objetivo del entrenamiento deportivo es el aumento y la me jora del desempeño físico Cuando la intensidad la duración y la carga de trabajo diaria de los ejercicios son apropiadas ocurren adaptaciones fisiológicas positivas Sin embargo existe una línea muy tenue entre un desempeño óptimo y una disminución del mismo en función del sobreentrenamiento El sobreentrenami ento puede incluir lesión y debilidad muscular activación de las citosinas cambios hormonales y hematológicas alteraciones en el humor depresión psicológica y problemas nutricionales que pu eden causar disminución del apetito y diarrea Se han realizado muchos estudios sobre el sobreentrenamiento en un esfuerzo de identificar sus causas sus síntomas hipótesis y marcadores que pudiesen identificarlo mas este diagnóstico es muy difícil pues los síntomas de sobreentrenamiento se confunden con los de pré sobreentrenamiento y con los de entrenamiento normal de ahí que es difícil disociarlos Hasta el momento no existe un simple marcador que pueda prever el sobreentrenamiento de esta for ma la disminución en el desempeño físico aún es considerada oro padrón Marcadores hormonales bioquímicos inmunes psi cológicos y el estrés oxidativo pueden dar informaciones relevan tes para un diagnóstico preciso y confiable para el sobreentrena miento INTRODUÇÃO O objetivo do treinamento esportivo é o aumento e a melhora do desempenho físico Quando um treinamento excessivo e pro longado é aplicado simultaneamente a uma inadequada recupera ção muitas das alterações fisiológicas positivas associadas com treinamento físico são revertidas ao sobretreinamento ST1 En tretanto existe uma linha muito tênue entre um ótimo desempe nho e uma diminuição crônica devida ao ST2 O ST pode ser definido como um aumento no volume ou na intensidade do treinamento que resulta num longo período de di minuição no desempenho2 ou ainda caracterizado pela diminui ção do desempenho específico do esporte associado com distúr bios de humor3 Em contraste com o ST o présobretreinamento PST é uma diminuição do desempenho em curto prazo mas que é acompanhada dentro de poucos dias por uma recuperação com pleta ou mesmo um aumento do desempenho físico supercom pensação4 Assim muitos técnicos afirmam que é necessário in duzir um estado de PST durante o processo de treinamento3 Como existe um risco contínuo de desequilíbrio entre treina mento competição e recuperação o ST é um problema comum5 Seis por cento dos corredores de longa distância 21 dos nada dores australianos e mais de 50 dos jogadores de futebol têm sido classificados com ST6 e estimase que 70 dos atletas de endurance de alto nível tenham entrado em ST durante suas car reiras7 Atualmente o único tratamento conhecido é uma dimi nuição no volume de treinamento ou repouso completo Uma vez que o atleta tenha desenvolvido o ST ele deve repousar de 6 a 12 semanas8 Entretanto existem poucos ou nenhum marcador con fiável que possa diagnosticar o ST14910 298 Rev Bras Med Esporte Vol 12 Nº 5 SetOut 2006 Os marcadores de ST são definidos como as alterações físicas fisiológicas ou das características psicológicas associadas ao ST e os estímulos que precedem ou acompanham o aparecimento da síndrome do ST atual2 Conseqüentemente algumas dessas al terações fisiológicas bioquímicas e imunológicas comumente as sociadas ao treinamento pesado têm sido propostas como poten ciais marcadores do ST TEORIAS E HIPÓTESES DO SOBRETREINAMENTO Uma variedade de hipóteses tem sido proposta para o ST Algu mas dessas hipóteses permanecem viáveis entretanto outras não têm o mínimo suporte Assim muitas investigações têm mantido o foco sobre o hipotálamo pois este atua na ativação do sistema nervoso autônomo nas glândulas adrenais e também sobre as glândulas gonadais Essas ações resultam em alterações nas ca tecolaminas sanguíneas glicocorticóides e nos níveis de testos terona Sem dúvida existe o envolvimento desses sistemas no ST desde que treinamento pesado represente um estresse físico e psicológico extremo11 Baseado na premissa de que o ST é um desequilíbrio entre o treinamento e recuperação temse hipotetizado que um desequi líbrio neuroendócrino seja uma das principais razões do ST Pois durante um intenso treinamento de endurance ou períodos de PST a maioria dos resultados dão evidências de um incremento da se creção do ACTH pela hipófise gerando um incremento dos níveis de cortisol o que é geralmente verificado no PST Posteriormen te em um estágio anterior ao ST apesar de um incremento do ACTH ocorre uma diminuição da responsividade adrenal que re sulta numa diminuição dos níveis de cortisol Depois disto em um estágio mais avançado do ST a hipófise também diminui a libera ção de ACTH Neste estágio existem evidências adicionais da ocor rência de uma diminuição da atividade simpática intrínseca e da sensibilidade dos marcadores orgânicos das catecolaminas12 Além disso Newsholme et al13 propõem a teoria da glutami na Em resposta a uma diminuição das respostas imunes e asso ciada a um aumento da taxa de infecções apresentadas durante o ST14 a glutamina sofre uma redução em seus níveis sanguíneos já que é o primeiro combustível utilizado pelos linfócitos e macró fagos para sua proliferação69 Outras investigações têm focado na redução dos níveis circu lantes do aminoácido triptofano A redução dos níveis sanguíneos de triptofano tem sido interpretada como reflexo de um aumento da utilização deste aminoácido pelo sistema nervoso O triptofa no é um precursor da síntese do neurotransmissor serotonina Acreditase que um aumento dos níveis de serotonina no siste ma nervoso resulte em mudanças no humor sono diminuição da excitabilidade do neurônio motor diminuição do apetite inibição da liberação de hormônios pelo hipotálamo9 todos evidentes no ST15 Também existe a hipótese do glicogênio sugerida em resposta a um dramático aumento das cargas do treinamento sendo que certos atletas são incapazes de manter a ingestão suficiente de calorias em particular de carboidratos e isto poderia resultar numa diminuição do glicogênio muscular podendo ser responsável em parte pela fadiga e redução no desempenho físico o que tem sido freqüentemente observado no ST16 Foster e Lehman17 sugeriram que ST pode ser induzido por treinamentos repetitivos onde não existe uma variação das ativi dades físicas mesmice do treinamento diário Teoricamente é assumido que essa monotonia psicológica do treinamento pode ria causar um impacto negativo no desempenho fisiológico do atle ta aumentando a possibilidade de lesões Essa teoria é conheci da como monotonia do ST Atualmente tem sido sugerido que o ST é uma resposta ao excessivo estresse músculoesquelético associado com períodos insuficientes de repouso e recuperação o que pode induzir uma inflamação local aguda evoluindo para uma inflamação crônica e produzindo uma inflamação sistêmica Parte dessa inflamação sis têmica envolve a ativação dos monócitos circulantes que podem sintetizar grandes quantidades de citosinas inflamatórias IL1β IL6 e a TNFα Essas citosinas atuam no SNC induzindo um so matório de comportamentos entre eles diminuição do apetite e depressão Elas também atuam no sistema nervoso simpático e no eixo hipotálamohipófiseadrenal suprimindo a sua atividade o que causa alterações nos níveis sanguíneos das catecolaminas glicocorticóides e hormônios gonodais Alterações imunes podem ser relacionadas a uma imunossupressão possivelmente devida a fatores antiinflamatórios que acompanham a resposta próinfla matória que ocorre devido ao trauma muscular6 Na mesma linha Tiidus18 aponta os radicais livres de oxigênio RLO como um dos fatores primários da geração da resposta in flamatória induzida por lesões musculares pósexercício e sua sub seqüente recuperação Com a presença dos RLO os neutrófilos e macrófagos infiltramse no tecido muscular para recuperálo ge rando mais RLO via respiratory burst bem como citosinas que através de um grande número de mecanismos interrelacionados promovem a resposta inflamatória pósexercício e a remoção do tecido lesado e sua recuperação DIAGNÓSTICO DO SOBRETREINAMENTO Na última década muitos estudos sobre o ST foram realizados num esforço de identificar suas causas seus sintomas hipóteses e marcadores que pudessem identificálo No entanto esse diag nóstico é muito difícil pois os sintomas do ST se confundem com os do PST e com os do treinamento normal sendo muitas vezes de difícil dissociação Um dos sintomas mais importantes a fadiga que é definida como a inabilidade de manter dada intensidade de treinamento pode ser considerada como um sinal de alarme do organismo em resposta ao estresse excessivo Por outro lado a fadiga tem um papel importante no treinamento esportivo pois é o primeiro pas so para o processo de adaptação do treinamento que estimula um incremento das funções orgânicas do atleta sendo que o ba lanço entre o estresse e a recuperação define a qualidade do pro grama de treinamento9 Muitos outros sintomas têm sido reportados na literatura es tes estão divididos em fisiológicos diminuição do desempenho físico da força muscular da coordenação aumento da percepção de esforço e do período de recuperação alterações na curva de lactato sono anorexia bioquímicos diminuição do glicogênio muscular do conteúdo mineral ósseo da testosterona livre e ra zão testosteronacortisol maior que 30 bem como aumento do cortisol e da uréia psicológicos depressão estresse emocional medo da competição apatia geral imunológicos aumento de in fecções e enfermidades diminuição da atividade de neutrófilos e macrófagos19 A avaliação da diminuição do desempenho específico ainda re presenta o padrãoouro no diagnóstico do ST e necessita de tes tes específicos do esporte Nesse sentido testes máximos até a exaustão podem identificar uma diminuição no desempenho es pecífico do esporte pois atletas em ST normalmente apresentam uma diminuição no desempenho anaeróbico láctico uma redução no tempo de exaustão em testes de alta intensidade e uma pe quena diminuição na freqüência cardíaca máxima O lactato tam bém apresenta uma diminuição durante o exercício submáximo e isto resulta num leve aumento do limiar anaeróbio3 Assim tes tes de alta intensidade e curta duração e a velocidade de corrida têm representado a ferramenta mais sensível para a detecção do ST especialmente o chamado teste de estresse Este teste é rea lizado numa intensidade de 10 acima do limiar anaeróbio indivi dual e induz uma exaustão dentro de 15 a 45 minutos aproximada mente3 O Centro Médico do Comitê Olímpico Britânico tem Rev Bras Med Esporte Vol 12 Nº 5 SetOut 2006 299 relatado que atletas em ST apresentam um baixo pico de potência no teste de Wingate de 20 segundos14 Outras ferramentas importantes como mensurações em repou so de marcadores sanguíneos selecionados como uréia ácido úri co amônia atividade de enzimas como a creatina quinase e hor mônios como a razão testosteronacortisol podem servir para revelar circunstâncias que em longo prazo prejudiquem o desem penho físico mesmo assim eles não são muito usados para o diagnóstico do ST A excreção urinária de catecolaminas à noite ACTH GH cortisol e catecolaminas plasmáticas podem dar infor mações interessantes para o diagnóstico do ST3 Nesse contexto Halson et al20 verificaram os efeitos cumula tivos do estresse do exercício e sua subseqüente recuperação sobre o desempenho físico e os indicadores de fadiga em oito ciclistas Foi verificada uma diminuição significativa na potência produzida e ocorreu um aumento no tempo de execução do teste juntamente com um aumento de 29 no distúrbio do humor glo bal A diminuição do desempenho físico estava associada a uma redução de 93 da freqüência cardíaca máxima 5 de redução no consumo de oxigênio e um aumento de 86 pontos na percep ção do esforço de acordo com a escala de Borg Lac e Maso10 sugerem algumas ferramentas importantes para o controle do treinamento bem como sua hierarquia e a facilidade da sua realização O controle de treinamento do atleta deve ter uma base mínima compreendendo o controle da massa corporal qualidade do sono de gordura e controle cardíaco Os autores consideram importante um acompanhamento nutricional sistemá tico utilização de autoquestionários perfil psicológico bem como de outros marcadores biológicos para confirmar a suspeita do ST Mais recentemente do ponto de vista do desempenho físico Meeusen et al21 indicam um protocolo com dois testes máximos para elucidar as reais diferenças entre atletas altamente treinados de atletas em PST ou ST Neste estudo dois testes máximos eram realizados antes e depois de 10 dias de treinamento de campo por sete ciclistas os resultados foram comparados com os resulta dos de um atleta diagnosticado clinicamente em ST Foi verificada uma diminuição no desempenho físico de 6 dos ciclistas entre o 1º e o 2º teste máximo para o atleta em ST ocorreu uma redu ção no desempenho de 11 Também foi verificada uma supres são dos hormônios secretados pelo hipotálamohipófise GH PRL e ACTH no atleta em ST após o 2º teste máximo Alguns fatores importantes complicam um diagnóstico imedia to do ST 1º a variação intraindividual 2º os sintomas diferentes para diminuições agudas PST e crônicas ST do desempenho físico 3º o volume excessivo de treinamento afetando o organis mo de maneira diferente da intensidade excessiva de treinamen to 4º duas formas de ST simpática e parassimpática sendo que cada uma apresenta sintomas diferenciados 5º os sintomas do ST em atletas de resistência também são diferentes dos atletas de força2 6º são necessárias repetidas amostras de sangue an tes e depois do exercício 7º o exercício causa alterações no vo lume plasmático e isto deve ser corrigido 8º os marcadores fi siológicos e bioquímicos apresentam características diferentes de acordo com o esporte e são influenciados por aspectos psicológi cos sociais ou culturais9 Enquanto um simples marcador não puder ser utilizado para identificar e impedir o ST a melhor estratégia para identificar atle tas com risco de adquirilo é monitorar regularmente o desempe nho atlético bem como as variáveis fisiológicas bioquímicas imunológicas e psicológicas MARCADORES BIOQUÍMICOS Entre os marcadores bioquímicos os mais citados são a gluta mina plasmática a atividade da creatina quinase uréia e o lactato sanguíneo A concentração de glutamina plasmática tem sido sugerida como um possível indicador de estresse devido ao treinamento excessi vo sendo que baixos níveis de glutamina plasmática são normal mente reportados em atletas com ST A concentração plasmática de glutamina diminui após um exercício agudo ou prolongado mas não após um exercício de alta intensidade e de curta duração A diminuição da glutamina pode ocorrer após um trauma físico quei maduras inflamações e infecções As concentrações de glutami na plasmática incrementam temporariamente após a ingestão de alimentos protéicos mas diminuem 25 após alguns dias com baixa ingestão de carboidratos4 A avaliação da atividade da enzima creatina quinase tem sido muito utilizada mas não como um marcador de ST e sim como uma ferramenta para identificar um estágio recente de lesão mus cular ou PST4 Isso porque atletas bem treinados que realizam contrações musculares excêntricas não apresentam grandes au mentos na atividade da creatina quinase mesmo que eles tenham dores musculares talvez por ser resultado de uma lesão ou infla mação no tecido muscular conjuntivo4 Por outro lado o diagnós tico baseado na determinação da creatina quinase parece ser sen sível e avalia um aumento do estresse muscular ou uma intolerância individual ao esforço muscular22 Tem sido sugerido que a concentração de resíduos de nitrogê nio no plasma sanguíneo uréia e o ácido úrico pode indicar uma diminuição das proteínas musculares podendo assim ser um mar cador de ST por causa da sua associação com um estado catabó lico O maior problema é que o exercício agudo prolongado é as sociado com uma elevação temporária dos níveis de uréia e ácido úrico e ainda pode ser influenciado por uma dieta com ingestão de proteínas Por esses motivos a uréia o ácido úrico e a cretina quinase não são parâmetros confiáveis para o diagnóstico definiti vo do ST423 Uma diminuição no desempenho físico máximo acompanhada paralelamente por uma redução na concentração máxima de lac tato tem sido descrita em corredores nadadores ciclistas e tria tletas3 Também se observa uma diminuição do lactato sanguí neo em resposta a testes submáximos em atletas com ST isto provavelmente pode ser devido a uma diminuição dos níveis de glicogênio muscular diminuição das catecolaminas em resposta ao exercício ou diminuição dos efeitos das catecolaminas sobre o tecido muscular4 A determinação do lactato sanguíneo é uma rotina no treinamento de atletas assim é importante saber se este pode ser usado como uma ferramenta no diagnóstico de ST No entanto existe uma dificuldade pois tanto no treinamento como no ST existe um deslocamento da curva do lactato para a direita assim é fundamental tentar dissociar os efeitos do treinamento dos efeitos do ST e para isso foi proposta a razão lactatopercep ção do esforço Nesse contexto Bosquet et al24 propuseram investigar a res posta fisiológica em atletas de endurance em quatro semanas com aumento do volume e da intensidade do treinamento Eles avalia ram o lactato e razão de percepção de esforço e concluíram que os atletas que entraram em ST por este súbito aumento da carga de trabalho apresentavam uma menor produção de lactato duran te um teste máximo e que a razão de percepção do esforço não se alterou significativamente Resultados semelhantes para o lac tato foram encontrados por Jeukendrup et al25 Nesse caso um controle do lactato poderia ser uma ferramenta importante na pre venção do ST pois é uma técnica acessível e largamente usada no meio esportivo MARCADORES HORMONAIS RAZÃO TESTOSTERONA CORTISOL O equilíbrio entre a atividade anabólica e catabólica é represen tado pela razão entre a testosterona e o cortisol que é conhecida como testosteronacortisol ou testosteronalivrecortisol Basea 300 Rev Bras Med Esporte Vol 12 Nº 5 SetOut 2006 do na premissa de que a testosterona tem efeitos anabólicos e o cortisol catabólicos a razão testosteronacortisol tem sido pro posta como um grande marcador de ST14 Na lógica desse argu mento Adlercreutz et al26 sugeriram que se uma diminuição dessa razão fosse maior que 30 o atleta estaria em ST Entretanto deve ser levado em conta o desempenho do atleta pois não ne cessariamente quando a razão for superior a 30 o atleta terá uma diminuição em seu desempenho físico e ainda deve ser leva do em conta o princípio da individualidade do atleta que poderá reagir de forma diferente a um estado anabólico ou catabólico27 Baseadas nessas evidências muitas pesquisas foram realiza das com a razão testosteronacortisol para verificar o estado ana bólicocatabólico do treinamento desportivo mas os resultados são contraditórios e variam muito entre estes estudos Filaire et al28 examinaram a razão testosteronacortisol salivar em 17 jogadores de futebol antes da temporada T1 antes T2 e depois T3 de programa de treinamento de alta intensidade e 16 semanas após durante o período competitivo T4 Foi verificada uma redução superior a 30 na razão testosteronacortisol no período T3 comparado com o período T2 entretanto o desempe nho da equipe não diminuiu 714 de vitórias no campeonato nesse período Gorostiaga et al29 verificaram essa mesma razão no treinamento de jogadores de futebol simultaneamente com um treinamento de força explosiva durante 11 semanas Foi verificada uma corre lação inversa entre a razão testosteronacortisol com o desempe nho do grupo experimental porém os autores sugerem que uma diminuição transitória de 45 dessa razão nem sempre pode ser interpretada como um sinal de ST Em outro estudo foi avaliada a razão testosteronacortisol sali var em jogadores de basquete com diferenças no volume de trei namento durante dois testes máximos o primeiro antes PS1 e outro durante PS2 a temporada de basquete em dois períodos T1 e T2 O T1 apresentava volume de treinamento superior ao T2 Como resultado foi verificado que uma diminuição na razão testosteronacortisol salivar era negativamente correlacionada com o volume de treinamento T1 apresentou uma diminuição nessa razão enquanto o T2 teve um incremento na razão testosterona cortisol ambos em relação a PS2 x PS1 o que sugere que o T2 obteve uma melhor adaptação ao treinamento com predominân cia de um estado anabólico ao contrário no T1 estabeleciase uma predominância do estado catabólico30 Anteriormente os mesmos autores verificaram em jogadores de basquetebol que não existia influência do resultado da partida sobre as concentra ções salivares de testosterona e cortisol No entanto os ganhado res apresentavam um breve aumento em ambos enquanto os perdedores apresentavam uma diminuição da testosterona e um aumento no cortisol31 Mujika et al32 examinaram os efeitos de 12 semanas de treina mento intensivo somado a quatro semanas de redução progressi va do treinamento polimento sobre as concentrações hormonais e sobre o desempenho num grupo de oito nadadores altamente treinados Como resultado verificaram que não ocorreram altera ções significativas nas concentrações plasmáticas de testostero na total cortisol LH catecolaminas TSH creatina quinase e amô nia durante o treinamento e polimento O desempenho físico teve uma breve diminuição durante o treinamento intenso e aumentou durante o polimento havendo uma correlação do desempenho com a razão testosteronacortisol r 086 p 001 Dessa for ma os autores concluíram que a razão testosteronacortisol era o marcador mais efetivo do desempenho físico de nadadores du rante o treinamento intenso Em outro estudo Tremblay et al33 estudaram o efeito anabóli co e catabólico agudo em resposta aos exercícios de força e en durance com mesmo volume em indivíduos com diferentes níveis de treinamento A amostra era composta de sedentários atletas de força e endurance Esses grupos completaram três sessões uma de repouso outra de 40 minutos de corrida a 5055 VO2máx e uma sessão de exercício de força Foi verificado que não ocorre ram diferenças significativas entre a razão testosteronacortisol e testosteronalivrecortisol entre os grupos no entanto ocorreram diferenças significativas entre as sessões de repouso e enduran ce comparadas com a de força Fry et al34 examinaram as respostas hormonais em um proto colo de alta intensidade e baixo volume de treinamento de força Dois grupos participaram do estudo ST n 11 e controle n 6 O grupo ST treinava diariamente por duas semanas a 100 de 1RM enquanto o grupo controle treinava a 50 de 1RM uma vez por semana durante o mesmo período Foi verificado que a tes tosterona o cortisol a razão testosteronacortisol e testosterona livrecortisol não são afetados por esse protocolo no entanto uma diminuição no desempenho físico foi verificada Em outro estudo foi verificada a influência do treinamento de força de séries múlti plas em cinco mulheres antes e depois de oito semanas de treina mento na razão testosteronacortisol Foi verificado após o treina mento um aumento de 20 na razão testosteronacortisol de repouso e uma diminuição de 35 pósexercício35 No entanto alguns autores sugerem que a razão testosteronacortisol pode ser uma ferramenta muito útil para prever um desequilíbrio entre o metabolismo anabólicocatabólico1236 RADICAIS LIVRES DE OXIGÊNIO O interesse acerca dos mecanismos de geração e adaptação de radicais livres de oxigênio RLO ao exercício aumentou signifi cativamente a partir da demonstração da sua relação com o con sumo de oxigênio Os RLO são formados pela redução incomple ta do oxigênio gerando espécies que apresentam alta reatividade para outras biomoléculas principalmente lipídeos e proteínas das membranas celulares e até mesmo o DNA As injúrias provocadas por estresse oxidativo apresentam efeitos cumulativos e estão relacionadas com uma série de doenças como o câncer a ateros clerose e o diabetes37 O exercício físico agudo em função do incremento do consu mo de oxigênio promove o aumento da formação de RLO Essas moléculas aumentam em exercícios extenuantes e de alta inten sidade no entanto o treinamento físico é capaz de gerar adapta ções capazes de prevenir os efeitos nocivos provocados pelos RLO37 Margaritis et al38 propuseram que a magnitude da melhoria do sistema de defesa antioxidante depende das cargas de treinamen to Os mesmos autores demonstram ainda que quanto mais alto for o VO2 máx de triatletas mais alta será a atividade da enzima antioxidante GPx nos eritrócitos protegendo o organismo do dano à membrana celular Leeuwenburgh et al39 acrescentam que o estresse oxidativo induzido pelo exercício pode disparar adapta ções em resposta ao treinamento e que tais adaptações seriam tecidoespecíficas Em nosso laboratório demonstramos que o treinamento aeróbio realizado através de corrida em esteira em ratos aumenta a capacidade miocárdica de manejar um desafio por perfusão com H2O2 provocando menor contratura e menor formação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico TBARS40 Essas adaptações estão relacionadas a uma série de sistemas dos quais os mais importantes são os sistemas enzimáticos com postos pela superóxido dismutase catalase e glutationa peroxida se e o sistema não enzimático Esse sistema é composto por ceruloplastina hormônios sexuais coenzima ácido úrico proteí nas de choque térmico vitamina C vitamina E entre outros37 Em estudos realizados em nosso laboratório4142 utilizando cora ções isolados de ratos em um modelo de perfusão coronariana Langendorff demonstramos que tanto a vitamina A quanto o Trolox análogo hidrossolúvel da vitamina E agiram reduzindo os níveis de lipoperoxidação e os efeitos inotrópico cronotrópico e lusitrópico negativos induzidos por H2O2 Rev Bras Med Esporte Vol 12 Nº 5 SetOut 2006 301 ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO NO EXERCÍCIO E NO SOBRETREINAMENTO Os radicais livres formados durante a contração muscular cau sam fadiga muscular e são associados à lesão muscular Quando a produção de RLO excede a habilidade antioxidante dos tecidos o resultado é o estresse oxidativo que também é associado a lesões musculares Assim o ST muscular aumenta o VO2 particu larmente em indivíduos não treinados podendo induzir lesão e fadiga muscular que no mínimo são parcialmente causados pelos RLO que induzem peroxidação de macromoléculas Também é possível que a diminuição da força prolongada no ST seja associa da em parte aos RLO18 Os RLO têm sido associados aos mecanismos relacionados à resposta inflamatória pósexercício e com a propagação de lesões musculares pósexercício A presença dos RLO pode ser um dos fatores primários da infiltração de neutrófilos e macrófagos no músculo gerando a resposta inflamatória subseqüente Os neu trófilos e macrófagos geram superóxido via respiratory burst que é catalisado pela enzima NADPH oxidase localizada nas membra nas plasmáticas18 Em um estudo envolvendo um modelo de sobrecarga de treina mento Palazzetti et al43 estudaram triatletas submetidos a um incremento de carga de trabalho da ordem de 21 na natação 51 no ciclismo e 44 na corrida por quatro semanas O fato de o atleta ser submetido à sobrecarga de treinamento já provocava elevação significativa de adrenalina urinária e atividade da CK plas mática em repouso No entanto as maiores diferenças apareciam ao avaliar os efeitos de um duatlo simulado Os atletas em condi ções de sobrecarga de treinamento apresentavam maiores índi ces de lipoperoxidação avaliada pelo nível de substâncias reati vas ao ácido tiobarbitúrico TBARS CKMB e mioglobina plasmáticos marcadores de lesão muscular além de queda da relação GSH GSSG razão glutationa reduzida por dissulfeto de glutationa indicando claramente que essa sobrecarga compro mete os mecanismos de defesa antioxidantes relacionados à res posta induzida por exercício Nesse contexto o exercício gera adaptações positivas que pro tegem o organismo dos danos gerados pelos radicais livres como demonstrado em nossos estudos4445 que apresentaram uma maior atividade eritrocitária da enzima GPx em triatletas treinados comparados com indivíduos não treinados e uma capacidade an tioxidante total plasmática TRAP aumentada após o exercício em esteira rolante em ambos os grupos Entretanto o treinamento crônico pode interferir no sistema antioxidante gerando um dese quilíbrio entre a produção de radicais livres e a resposta antioxi dante causando assim um estresse oxidativo crônico ou uma res posta inflamatória sistêmica induzida pelo estresse oxidativo que pode interferir no desempenho físico e levar ao ST CONSIDERAÇÕES FINAIS O principal objetivo do treinamento desportivo é o máximo de sempenho físico no entanto existe um limiar entre as ótimas adap tações do treinamento e as adaptações negativas do sobretreina mento No momento não existe um simples marcador que possa prevêlo no entanto um controle adequado do desempenho físi co ainda é considerado o padrãoouro na detecção do sobretreina mento Marcadores hormonais bioquímicos imunes e psicológi cos podem dar informações relevantes para um diagnóstico preciso e confiável para o sobretreinamento Entretanto ainda não existe um protocolo padronizado confiável para esse diagnóstico mas tem sido sugerido um acompanhamento em longo prazo do de sempenho físico e do equilíbrio entre o metabolismo anabólico e catabólico para este a melhor forma de controle parece ser a taxa testosteronacortisol No entanto os seus resultados ainda são contraditórios variando de acordo com o esporte intensida de volume e nível de treinamento Estudos recentes mostram evidências de que os fatores primá rios do sobretreinamento estejam altamente relacionados com al terações no eixo hipotálamohipofisário no sistema imunológico e com o estresse oxidativo Portanto mais estudos devem ser realizados sobre esse foco AGRADECIMENTOS Ao CNPq CAPES e CENESP pelo financiamento para o desenvolvi mento deste trabalho Todos os autores declararam não haver qualquer potencial confli to de interesses referente a este artigo REFERÊNCIAS 1 Armstrong LE VanHeest JL The unknown mechanism of the overtraining syn drome clues from depression and psychoneuroimmunology Sports Med 2002 323185209 2 Fry AC Kraemer WJ Resistance exercise overtraining and overreaching Neu roendocrine responses Sports Med 199723210629 3 Urhausen A Kindermann W Diagnosis of overtraining what tools do we have Sports Med 200232295102 4 Gleeson M Biochemical and immunological markers of overtraining Journal of Sports Science and Medicine 200223141 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