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Discente nota LLP3AF20231 Docente Andrea Muraro Orientações a Enviar este arquivo word com a resposta através do Sigaa até dia 11 de dezembro de 2023 b Desenvolver obrigatoriamente a proposta abaixo de forma dissertativa com valor de zero até dez pontos c A resposta deverá ser dissertativa no máximo 4 laudas folhas e no mínimo 2 laudas d Utilizar breves citações preferencialmente até 3 linhas de acordo com as normas da ABNT para exemplificação quando necessário Formato letra tamanho 12 times new roman espaço entre linhas 15 e Havendo constatação de plágio a atividade receberá nota zero E não haverá possibilidade de refazer f Os descontos na nota também incluem a correção ortográfica e de pontuação portanto revise seu texto antes de enviá lo g Fazer o referenciamento bibliográfico ao fim do texto de acordo com as normas da ABNT caso utilize outras fontes na construção do texto h A proposta é única para osas discentes em AF Proposta Após reler os slides e a bibliografia recomendada para este tópico disponíveis na aula 8 no Sigaa discuta as técnicas das Vanguardas europeias e o contexto do Modernismo em Portugal analisando a forma e os temas da antologia disposta a seguir I Poemas de Alberto Caeiro XX O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está A memória das naus O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal Toda a gente sabe isso Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem E por isso porque pertence a menos gente É mais livre e maior o rio da minha aldeia Pelo Tejo vaise para o Mundo Para além do Tejo há a América E a fortuna daqueles que a encontram Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia O rio da minha aldeia não faz pensar em nada Quem está ao pé dele está só ao pé dele 7319141 II Poesia de Álvaro de Campos Através do ruído do café cheio de gente Chegame a brisa que passa pelo convés Nas longas viagens no alto mar no verão Perto dos trópicos no amontoado nocturno do navio Sacudido regularmente pela hélice palpitante Vejo passar os uniformes brancos dos oficiais de bordo E essa brisa traz um ruído de maralto pluromar E a nossa civilização não pertence à minha reminiscência 1519152 III Odes de Ricardo Reis Uns com os olhos postos no passado Vêem o que não vêem outros fitos Os mesmos olhos no futuro vêem O que não pode verse Porque tão longe ir pôr o que está perto A segurança nossa Este é o dia Esta é a hora este o momento isto É quem somos e é tudo Perene flui a interminável hora Que nos confessa nulos No mesmo hausto Em que vivemos morreremos Colhe O dia porque és ele 28819333 1 In Poemas de Alberto Caeiro Fernando Pessoa Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor 10ed Lisboa Ática 1946 1993 p 46 Primeira publicação in Athena nº 4 Lisboa Jan 1925 Disponível em httparquivopessoanettextos3555 2 In Livro de Versos de Álvaro de Campos Edição crítica Introdução transcrição organização e notas de Teresa Rita Lopes Lisboa Estampa 1993 p 16 Disponível em httparquivopessoanettextos1053 3 In Odes de Ricardo Reis Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor Lisboa Ática 1946 imp1994 p 154 Disponível em httparquivopessoanettextos2695 IV Poesia Ortónima de Fernando Pessoa A lavadeira no tanque Bate roupa em pedra bem Canta porque canta e é triste Porque canta porque existe Por isso é alegre também Ora se eu alguma vez Pudesse fazer nos versos O que a essa roupa ela fez Eu perderia talvez Os meus destinos diversos Há uma grande unidade Em sem pensar nem razão E até cantando a metade Bater roupa em realidade Quem me lava o coração 15919334 V Mensagem de Fernando Pessoa XI A ÚLTIMA NAU Levando a bordo ElRei D Sebastião E erguendo como um nome alto o pendão Do Império Foise a última nau ao sol aziago Erma e entre choros de ânsia e de pressago Mistério Não voltou mais A que ilha indescoberta Aportou Voltará da sorte incerta Que teve Deus guarda o corpo e a forma do futuro Mas Sua luz projectao sonho escuro E breve Ah quanto mais ao povo a alma falta Mais a minha alma atlântica se exalta E entorna E em mim num mar que não tem tempo ou espaço Vejo entre a cerração teu vulto baço Que torna 4 In Novas Poesias Inéditas de Fernando Pessoa Direcção recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno 4ed Lisboa Ática 1973 1993 p 83 Disponível em httparquivopessoanettextos2425 Não sei a hora mas sei que há a hora Demorea Deus chamelhe a alma embora Mistério Surges ao sol em mim e a névoa finda A mesma e trazes o pendão ainda Do Império sd5 5 In Mensagem de Fernando Pessoa Lisboa Parceria António Maria Pereira 1934 Lisboa Ática 10 ed 1972 p 71 Disponível em httparquivopessoanettextos87 VANGUARDAS EUROPEIAS E O CONTEXTO DO MODERNISMO EM PORTUGAL O início do século XX foi marcado por profundas transformações sociais políticas e culturais em toda a Europa Nesse contexto as Vanguardas Europeias emergiram como movimentos artísticos e literários que desafiaram as normas estabelecidas promovendo uma ruptura com as tradições vigentes Em Portugal essas influências foram intensamente absorvidas pelo Modernismo movimento literário que teve em Fernando Pessoa um dos seus expoentes mais notáveis Nesta dissertação exploraremos as técnicas das Vanguardas Europeias e sua influência no Modernismo português As Vanguardas Europeias representadas por movimentos como o Futurismo Dadaísmo Cubismo e Surrealismo buscaram romper com as formas tradicionais de expressão propondo uma estética inovadora e muitas vezes provocativa Uma característica marcante desses movimentos foi a ênfase na experimentação e na liberdade criativa No Cubismo por exemplo a fragmentação da realidade em formas geométricas representou uma abordagem única à representação visual Já o Dadaísmo por sua vez rejeitou convenções artísticas e literárias adotando uma postura antiarte que contestava as estruturas estabelecidas Essas técnicas vanguardistas foram assimiladas e reinterpretadas no contexto do Modernismo em Portugal Fernando Pessoa um dos principais protagonistas desse movimento incorporou elementos das Vanguardas em sua vasta produção literária A fragmentação tão presente no Cubismo pode ser identificada nos heterônimos pessoanos como Álvaro de Campos e Ricardo Reis que expressam perspectivas e estilos diversos A busca pela linguagem coloquial característica do Dadaísmo também se faz presente em muitos dos poemas e textos de Pessoa aproximando a literatura da oralidade e do cotidiano A influência das Vanguardas Europeias pode ser observada de maneira clara na poesia de Álvaro de Campos Em Ode Triunfal por exemplo a exaltação das máquinas e o uso de uma linguagem frenética e fragmentada refletem a influência do Futurismo O recurso à metalinguagem comum ao Surrealismo está presente em diversos textos inclusive nas reflexões de Bernardo Soares heterônimo de Pessoa no Livro do Desassossego Fernando Pessoa figura central do Modernismo português destacouse pela diversidade de vozes literárias presentes em seus heterônimos proporcionando uma riqueza estilística única Em Ode Triunfal Álvaro de Campos expressa a frenética busca pela modernidade e a exaltação das máquinas características do Futurismo europeu O poeta celebra a era industrial com um tom vibrante e fragmentado como evidenciado na passagem Tenho febre e escrevo Escrevo rangendo os dentes fera para a beleza disto Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos Aqui a fusão entre a febre criativa e a busca por uma estética desconhecida reflete a influência das Vanguardas Europeias na exploração de novos horizontes artísticos Outro poema emblemático é Mar Português pertencente à obra Mensagem Neste Pessoa utiliza uma abordagem nacionalista e simbólica para explorar a relação entre Portugal e o oceano O poeta questiona o sacrifício histórico do país em busca de novos horizontes com versos que ressoam uma profunda reflexão Ó mar salgado quanto do teu sal São lágrimas de Portugal O poema transcende a mera descrição geográfica tornandose um testemunho lírico da identidade nacional portuguesa amalgamando elementos históricos com uma visão subjetiva e introspectiva características fundamentais do Modernismo No que tange ao contexto português o Modernismo representou não apenas uma evolução estilística mas também uma resposta às mudanças sociais e políticas do país Portugal com seu passado histórico rico tornouse palco para a revisão crítica desencadeada pelo Modernismo O poema Mar Português de Fernando Pessoa por exemplo é emblemático nesse sentido ao refletir sobre a relação intrínseca entre a nação e o oceano utilizando elementos simbólicos e nacionalistas Em suma os poemas de Fernando Pessoa destacamse como peçaschave no cenário do Modernismo português refletindo o impacto das Vanguardas Europeias na sua obra O ecletismo literário de Pessoa evidenciado pelos heterônimos representa uma busca constante por novas formas de expressão e um rompimento com as tradições estabelecidas A fusão de elementos surrealistas futuristas e simbolistas nas obras como observado em Ode Triunfal e Mar Português ilustra a variedade estilística e temática do Modernismo em Portugal Álvaro de Campos personifica a exaltação da modernidade enquanto a visão nacionalista de Fernando Pessoa em Mensagem transcende fronteiras tornandose um marco na poesia portuguesa A abordagem subjetiva e fragmentada desses poemas reflete não apenas a influência europeia mas também a capacidade singular de Pessoa de incorporar essas influências de maneira original e autêntica Além de Pessoa outros autores como Mário de SáCarneiro e Almada Negreiros também contribuíram para o panorama modernista em Portugal oferecendo diferentes perspectivas e estilos à expressão artística Suas obras permeadas por uma atmosfera de ironia humor e uma profunda revisão crítica da realidade colaboraram para a consolidação do Modernismo como um movimento revolucionário no país Em última análise o Modernismo português com sua multiplicidade de vozes e o rompimento com formas literárias tradicionais manifestouse de maneira única através das obras de seus principais protagonistas O legado de Fernando Pessoa e de outros contemporâneos continua a inspirar a compreensão da complexidade e da riqueza desse período literário proporcionando um valioso insight para as gerações subsequentes
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Discente nota LLP3AF20231 Docente Andrea Muraro Orientações a Enviar este arquivo word com a resposta através do Sigaa até dia 11 de dezembro de 2023 b Desenvolver obrigatoriamente a proposta abaixo de forma dissertativa com valor de zero até dez pontos c A resposta deverá ser dissertativa no máximo 4 laudas folhas e no mínimo 2 laudas d Utilizar breves citações preferencialmente até 3 linhas de acordo com as normas da ABNT para exemplificação quando necessário Formato letra tamanho 12 times new roman espaço entre linhas 15 e Havendo constatação de plágio a atividade receberá nota zero E não haverá possibilidade de refazer f Os descontos na nota também incluem a correção ortográfica e de pontuação portanto revise seu texto antes de enviá lo g Fazer o referenciamento bibliográfico ao fim do texto de acordo com as normas da ABNT caso utilize outras fontes na construção do texto h A proposta é única para osas discentes em AF Proposta Após reler os slides e a bibliografia recomendada para este tópico disponíveis na aula 8 no Sigaa discuta as técnicas das Vanguardas europeias e o contexto do Modernismo em Portugal analisando a forma e os temas da antologia disposta a seguir I Poemas de Alberto Caeiro XX O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está A memória das naus O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal Toda a gente sabe isso Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem E por isso porque pertence a menos gente É mais livre e maior o rio da minha aldeia Pelo Tejo vaise para o Mundo Para além do Tejo há a América E a fortuna daqueles que a encontram Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia O rio da minha aldeia não faz pensar em nada Quem está ao pé dele está só ao pé dele 7319141 II Poesia de Álvaro de Campos Através do ruído do café cheio de gente Chegame a brisa que passa pelo convés Nas longas viagens no alto mar no verão Perto dos trópicos no amontoado nocturno do navio Sacudido regularmente pela hélice palpitante Vejo passar os uniformes brancos dos oficiais de bordo E essa brisa traz um ruído de maralto pluromar E a nossa civilização não pertence à minha reminiscência 1519152 III Odes de Ricardo Reis Uns com os olhos postos no passado Vêem o que não vêem outros fitos Os mesmos olhos no futuro vêem O que não pode verse Porque tão longe ir pôr o que está perto A segurança nossa Este é o dia Esta é a hora este o momento isto É quem somos e é tudo Perene flui a interminável hora Que nos confessa nulos No mesmo hausto Em que vivemos morreremos Colhe O dia porque és ele 28819333 1 In Poemas de Alberto Caeiro Fernando Pessoa Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor 10ed Lisboa Ática 1946 1993 p 46 Primeira publicação in Athena nº 4 Lisboa Jan 1925 Disponível em httparquivopessoanettextos3555 2 In Livro de Versos de Álvaro de Campos Edição crítica Introdução transcrição organização e notas de Teresa Rita Lopes Lisboa Estampa 1993 p 16 Disponível em httparquivopessoanettextos1053 3 In Odes de Ricardo Reis Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor Lisboa Ática 1946 imp1994 p 154 Disponível em httparquivopessoanettextos2695 IV Poesia Ortónima de Fernando Pessoa A lavadeira no tanque Bate roupa em pedra bem Canta porque canta e é triste Porque canta porque existe Por isso é alegre também Ora se eu alguma vez Pudesse fazer nos versos O que a essa roupa ela fez Eu perderia talvez Os meus destinos diversos Há uma grande unidade Em sem pensar nem razão E até cantando a metade Bater roupa em realidade Quem me lava o coração 15919334 V Mensagem de Fernando Pessoa XI A ÚLTIMA NAU Levando a bordo ElRei D Sebastião E erguendo como um nome alto o pendão Do Império Foise a última nau ao sol aziago Erma e entre choros de ânsia e de pressago Mistério Não voltou mais A que ilha indescoberta Aportou Voltará da sorte incerta Que teve Deus guarda o corpo e a forma do futuro Mas Sua luz projectao sonho escuro E breve Ah quanto mais ao povo a alma falta Mais a minha alma atlântica se exalta E entorna E em mim num mar que não tem tempo ou espaço Vejo entre a cerração teu vulto baço Que torna 4 In Novas Poesias Inéditas de Fernando Pessoa Direcção recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno 4ed Lisboa Ática 1973 1993 p 83 Disponível em httparquivopessoanettextos2425 Não sei a hora mas sei que há a hora Demorea Deus chamelhe a alma embora Mistério Surges ao sol em mim e a névoa finda A mesma e trazes o pendão ainda Do Império sd5 5 In Mensagem de Fernando Pessoa Lisboa Parceria António Maria Pereira 1934 Lisboa Ática 10 ed 1972 p 71 Disponível em httparquivopessoanettextos87 VANGUARDAS EUROPEIAS E O CONTEXTO DO MODERNISMO EM PORTUGAL O início do século XX foi marcado por profundas transformações sociais políticas e culturais em toda a Europa Nesse contexto as Vanguardas Europeias emergiram como movimentos artísticos e literários que desafiaram as normas estabelecidas promovendo uma ruptura com as tradições vigentes Em Portugal essas influências foram intensamente absorvidas pelo Modernismo movimento literário que teve em Fernando Pessoa um dos seus expoentes mais notáveis Nesta dissertação exploraremos as técnicas das Vanguardas Europeias e sua influência no Modernismo português As Vanguardas Europeias representadas por movimentos como o Futurismo Dadaísmo Cubismo e Surrealismo buscaram romper com as formas tradicionais de expressão propondo uma estética inovadora e muitas vezes provocativa Uma característica marcante desses movimentos foi a ênfase na experimentação e na liberdade criativa No Cubismo por exemplo a fragmentação da realidade em formas geométricas representou uma abordagem única à representação visual Já o Dadaísmo por sua vez rejeitou convenções artísticas e literárias adotando uma postura antiarte que contestava as estruturas estabelecidas Essas técnicas vanguardistas foram assimiladas e reinterpretadas no contexto do Modernismo em Portugal Fernando Pessoa um dos principais protagonistas desse movimento incorporou elementos das Vanguardas em sua vasta produção literária A fragmentação tão presente no Cubismo pode ser identificada nos heterônimos pessoanos como Álvaro de Campos e Ricardo Reis que expressam perspectivas e estilos diversos A busca pela linguagem coloquial característica do Dadaísmo também se faz presente em muitos dos poemas e textos de Pessoa aproximando a literatura da oralidade e do cotidiano A influência das Vanguardas Europeias pode ser observada de maneira clara na poesia de Álvaro de Campos Em Ode Triunfal por exemplo a exaltação das máquinas e o uso de uma linguagem frenética e fragmentada refletem a influência do Futurismo O recurso à metalinguagem comum ao Surrealismo está presente em diversos textos inclusive nas reflexões de Bernardo Soares heterônimo de Pessoa no Livro do Desassossego Fernando Pessoa figura central do Modernismo português destacouse pela diversidade de vozes literárias presentes em seus heterônimos proporcionando uma riqueza estilística única Em Ode Triunfal Álvaro de Campos expressa a frenética busca pela modernidade e a exaltação das máquinas características do Futurismo europeu O poeta celebra a era industrial com um tom vibrante e fragmentado como evidenciado na passagem Tenho febre e escrevo Escrevo rangendo os dentes fera para a beleza disto Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos Aqui a fusão entre a febre criativa e a busca por uma estética desconhecida reflete a influência das Vanguardas Europeias na exploração de novos horizontes artísticos Outro poema emblemático é Mar Português pertencente à obra Mensagem Neste Pessoa utiliza uma abordagem nacionalista e simbólica para explorar a relação entre Portugal e o oceano O poeta questiona o sacrifício histórico do país em busca de novos horizontes com versos que ressoam uma profunda reflexão Ó mar salgado quanto do teu sal São lágrimas de Portugal O poema transcende a mera descrição geográfica tornandose um testemunho lírico da identidade nacional portuguesa amalgamando elementos históricos com uma visão subjetiva e introspectiva características fundamentais do Modernismo No que tange ao contexto português o Modernismo representou não apenas uma evolução estilística mas também uma resposta às mudanças sociais e políticas do país Portugal com seu passado histórico rico tornouse palco para a revisão crítica desencadeada pelo Modernismo O poema Mar Português de Fernando Pessoa por exemplo é emblemático nesse sentido ao refletir sobre a relação intrínseca entre a nação e o oceano utilizando elementos simbólicos e nacionalistas Em suma os poemas de Fernando Pessoa destacamse como peçaschave no cenário do Modernismo português refletindo o impacto das Vanguardas Europeias na sua obra O ecletismo literário de Pessoa evidenciado pelos heterônimos representa uma busca constante por novas formas de expressão e um rompimento com as tradições estabelecidas A fusão de elementos surrealistas futuristas e simbolistas nas obras como observado em Ode Triunfal e Mar Português ilustra a variedade estilística e temática do Modernismo em Portugal Álvaro de Campos personifica a exaltação da modernidade enquanto a visão nacionalista de Fernando Pessoa em Mensagem transcende fronteiras tornandose um marco na poesia portuguesa A abordagem subjetiva e fragmentada desses poemas reflete não apenas a influência europeia mas também a capacidade singular de Pessoa de incorporar essas influências de maneira original e autêntica Além de Pessoa outros autores como Mário de SáCarneiro e Almada Negreiros também contribuíram para o panorama modernista em Portugal oferecendo diferentes perspectivas e estilos à expressão artística Suas obras permeadas por uma atmosfera de ironia humor e uma profunda revisão crítica da realidade colaboraram para a consolidação do Modernismo como um movimento revolucionário no país Em última análise o Modernismo português com sua multiplicidade de vozes e o rompimento com formas literárias tradicionais manifestouse de maneira única através das obras de seus principais protagonistas O legado de Fernando Pessoa e de outros contemporâneos continua a inspirar a compreensão da complexidade e da riqueza desse período literário proporcionando um valioso insight para as gerações subsequentes