·
Ciências Contábeis ·
Pensamento Econômico
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
50
Slide - História do Pensamento Econômico - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
19
Slide - Introdução à Macroeconomia Keynesiana - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
16
Slide - Escola Marginalista Neoclássica - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
38
Slide - Escola Clássica - David Ricardo - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
49
Slide - Os Métodos Indutivo e Dedutivo - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
27
Slide - Michal Kalecki - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
8
Trabalho P2 - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
Preview text
A Teoria do Equilíbrio Geral de Walrás Miguel Bruno O conceito de equilíbrio • Condição hipotética do mercado na qual oferta e demanda são iguais • O equilíbrio é estável se mesmo na presença de forças que perturbem os preços ou quantidades produzidas existe uma tendência de retorno da economia à posição de equilíbrio • Se na presença de uma perturbação acidental não houver retorno ao equilíbrio, diz-se que o equilíbrio é instável 2 Há várias noções de equilíbrio em Economia Escola Noção ou tipo de equilíbrio Significado econômico Clássica Conceitos de preço natural e de salário natural (Smith, Ricardo) Preços e salários em um valor médio em torno do qual gravitam os preços e os salários de mercado Neoclássica Equilíbrio parcial (Jevons, Marshall) análise das condições de equilíbrio concorrencial somente em um mercado (hipótese de coeteris paribus) Equilíbrio geral (Walras) Análise das condições de equilíbrio concorrencial simultâneo de todos os n mercados que compõem uma economia Keynesiana Equilíbrio de subemprego (Keynes, Joan Robinson, Kalecki, Kaldor, etc.) Situação inercial em que uma economia pode se encontrar independentemente de estar ocorrendo igualdade entre oferta e demanda Austríaca Processo de mercado (Hayek, Israel Kirzner) O mercado como um processo dinâmico, implica reconhecer que se existem forças equilibrantes também existem forças desequilibrantes e não há razão teórica para as primeiras predominarem 3 Uma visão alternativa à noção de equilíbrio econômico: a Escola francesa da regulação • Utiliza o conceito de regulação que provém da teoria dos sistemas e da Biologia • Expressa uma noção de coerência, “equilíbrio”, porém mais complexa e aberta do que a ideia expressa com o termo equilíbrio, que provém da Mecânica clássica newtoniana • Não confundir com a noção conexa regulamentação que se refere a políticas governamentais, no sentido de disciplinar e orientar mercados, consumidores e empresas (utilizada pela Regulation theory, anglo-saxônica e de base neoclássica) • Observe que, em se tratando dos sistemas bioquímicos, os valores de equilíbrio não são fixos ou únicos como os da Física. Exemplos: os níveis de pressão e temperatura no corpo humano. Não são valores constantes como, por exemplo, a aceleração da gravidade: 9,8 m/s2 4 Estado de equilíbrio e estado estacionário: qual a diferença? • Estado de equilíbrio: todas as variáveis do sistema crescem a uma mesma taxa 𝑦1 = 𝑦2 = 𝑦3= ⋯ = 𝑦𝑛= c • Estado estacionário: todas as variáveis do sistema permanecem constantes, isto é, crescem a taxa zero. 𝑦1 = 𝑦2 = 𝑦3= ⋯ = 𝑦𝑛= 0 5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 taxa de crescimento do PIB (% a.a.) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 taxa de crescimento do PIB Porém, ... • Trata-se de uma situação hipotética, idealizada para fins teóricos do modelo escolhido pelo pesquisador econômico • Nenhuma economia cresce a taxas constantes no mundo real: o equilíbrio é uma referência teórica, não concreta • Também, dificilmente, uma economia permaneceria com crescimento zero, isto é, não cresceria, nem decresceria. Uma situação típica de estagnação. ➢Para permanecer do mesmo tamanho, ano após ano, teria que investir, no mínimo, o equivalente à taxa de depreciação do estoque de capital fixo. ➢O modelo econômico dos fisiocratas baseava-se nessa hipótese. 6 A Teoria do Equilíbrio Geral de Walrás • Objetivo: • demonstrar a possibilidade de existência de um equilíbrio simultâneo de todos os n mercados que compõem uma economia, desde que os mercados sejam em concorrência perfeita • uma tentativa de validar a metáfora smithiana da “mão invisível”, onde cada indivíduo cuidando de seus próprios interesses de produção ou de consumo, através, unicamente, das trocas mercantis, levaria a satisfação das necessidades de toda a sociedade. • mas, o mercado ou o setor privado não é capaz de ter objetivos sociais e de desenvolvimento ex ante, apenas como um efeito colateral, não intencional. 7 Hipótese básica Um regime de livre concorrência conduz a economia a um estado de equilíbrio ótimo para todos os mercados 8 Corolários da TEG ➢Corolário 1: a busca dos interesses individuais privados produz um resultado benéfico para todos os membros da sociedade ➢Corolário 2: a economia de mercado capitalista é a forma mais eficiente de produção e distribuição de bens e serviços, dados os recursos escassos, entre os participantes do processo produtivo ➢Corolário 3: não pode haver crises e desemprego involuntário provocados pelos próprios mecanismos de mercado (crises endógenas). Quando ocorrem, resultam de fatores exógenos, intervenções do Estado, catástrofes naturais, guerras, etc. 9 Mas, a demonstração requer a solução de três problemas ➢O problema da existência: o estado de equilíbrio existe? ➢O problema da estabilidade: o estado de equilíbrio é estável? ➢O problema da unicidade: o estado de equilíbrio é único? 10 E outros problemas derivados ➢ O problema da estática comparativa: como o estado de equilíbrio responde a variações nos parâmetros que definem a economia? ➢O problema da congruência empírica: os modelos de equilíbrio geral dão conta, de forma satisfatória, dos dados da economia real? ➢O problema do caráter normativo dos modelos baseados na TEG: a realidade está “errada” e a teoria está “certa”; é preciso mudar a realidade econômica para que se comporte de acordo com as hipóteses da TEG 11 Modelos atuais baseados na TEG de Walrás • Modelo de equilíbrio geral computável • Modelo DSGE (Dynamic Stochastic General Equilibrium) Observação ▪ Esses modelos se beneficiam das bases de dados digitais atuais e dos softwares computacionais. Entretanto, baseiam-se em hipóteses pouco ou nada realistas e o DSGE, por exemplo, omite variáveis financeiras que são fundamentais aos mercados financeiros atuais ▪ Há muita ênfase na sofisticação matemática, mas pouca na pertinência das hipóteses e resultados. 12
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
50
Slide - História do Pensamento Econômico - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
19
Slide - Introdução à Macroeconomia Keynesiana - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
16
Slide - Escola Marginalista Neoclássica - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
38
Slide - Escola Clássica - David Ricardo - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
49
Slide - Os Métodos Indutivo e Dedutivo - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
27
Slide - Michal Kalecki - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
8
Trabalho P2 - Pensamento Econômico - 2023-1
Pensamento Econômico
UERJ
Preview text
A Teoria do Equilíbrio Geral de Walrás Miguel Bruno O conceito de equilíbrio • Condição hipotética do mercado na qual oferta e demanda são iguais • O equilíbrio é estável se mesmo na presença de forças que perturbem os preços ou quantidades produzidas existe uma tendência de retorno da economia à posição de equilíbrio • Se na presença de uma perturbação acidental não houver retorno ao equilíbrio, diz-se que o equilíbrio é instável 2 Há várias noções de equilíbrio em Economia Escola Noção ou tipo de equilíbrio Significado econômico Clássica Conceitos de preço natural e de salário natural (Smith, Ricardo) Preços e salários em um valor médio em torno do qual gravitam os preços e os salários de mercado Neoclássica Equilíbrio parcial (Jevons, Marshall) análise das condições de equilíbrio concorrencial somente em um mercado (hipótese de coeteris paribus) Equilíbrio geral (Walras) Análise das condições de equilíbrio concorrencial simultâneo de todos os n mercados que compõem uma economia Keynesiana Equilíbrio de subemprego (Keynes, Joan Robinson, Kalecki, Kaldor, etc.) Situação inercial em que uma economia pode se encontrar independentemente de estar ocorrendo igualdade entre oferta e demanda Austríaca Processo de mercado (Hayek, Israel Kirzner) O mercado como um processo dinâmico, implica reconhecer que se existem forças equilibrantes também existem forças desequilibrantes e não há razão teórica para as primeiras predominarem 3 Uma visão alternativa à noção de equilíbrio econômico: a Escola francesa da regulação • Utiliza o conceito de regulação que provém da teoria dos sistemas e da Biologia • Expressa uma noção de coerência, “equilíbrio”, porém mais complexa e aberta do que a ideia expressa com o termo equilíbrio, que provém da Mecânica clássica newtoniana • Não confundir com a noção conexa regulamentação que se refere a políticas governamentais, no sentido de disciplinar e orientar mercados, consumidores e empresas (utilizada pela Regulation theory, anglo-saxônica e de base neoclássica) • Observe que, em se tratando dos sistemas bioquímicos, os valores de equilíbrio não são fixos ou únicos como os da Física. Exemplos: os níveis de pressão e temperatura no corpo humano. Não são valores constantes como, por exemplo, a aceleração da gravidade: 9,8 m/s2 4 Estado de equilíbrio e estado estacionário: qual a diferença? • Estado de equilíbrio: todas as variáveis do sistema crescem a uma mesma taxa 𝑦1 = 𝑦2 = 𝑦3= ⋯ = 𝑦𝑛= c • Estado estacionário: todas as variáveis do sistema permanecem constantes, isto é, crescem a taxa zero. 𝑦1 = 𝑦2 = 𝑦3= ⋯ = 𝑦𝑛= 0 5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 taxa de crescimento do PIB (% a.a.) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 taxa de crescimento do PIB Porém, ... • Trata-se de uma situação hipotética, idealizada para fins teóricos do modelo escolhido pelo pesquisador econômico • Nenhuma economia cresce a taxas constantes no mundo real: o equilíbrio é uma referência teórica, não concreta • Também, dificilmente, uma economia permaneceria com crescimento zero, isto é, não cresceria, nem decresceria. Uma situação típica de estagnação. ➢Para permanecer do mesmo tamanho, ano após ano, teria que investir, no mínimo, o equivalente à taxa de depreciação do estoque de capital fixo. ➢O modelo econômico dos fisiocratas baseava-se nessa hipótese. 6 A Teoria do Equilíbrio Geral de Walrás • Objetivo: • demonstrar a possibilidade de existência de um equilíbrio simultâneo de todos os n mercados que compõem uma economia, desde que os mercados sejam em concorrência perfeita • uma tentativa de validar a metáfora smithiana da “mão invisível”, onde cada indivíduo cuidando de seus próprios interesses de produção ou de consumo, através, unicamente, das trocas mercantis, levaria a satisfação das necessidades de toda a sociedade. • mas, o mercado ou o setor privado não é capaz de ter objetivos sociais e de desenvolvimento ex ante, apenas como um efeito colateral, não intencional. 7 Hipótese básica Um regime de livre concorrência conduz a economia a um estado de equilíbrio ótimo para todos os mercados 8 Corolários da TEG ➢Corolário 1: a busca dos interesses individuais privados produz um resultado benéfico para todos os membros da sociedade ➢Corolário 2: a economia de mercado capitalista é a forma mais eficiente de produção e distribuição de bens e serviços, dados os recursos escassos, entre os participantes do processo produtivo ➢Corolário 3: não pode haver crises e desemprego involuntário provocados pelos próprios mecanismos de mercado (crises endógenas). Quando ocorrem, resultam de fatores exógenos, intervenções do Estado, catástrofes naturais, guerras, etc. 9 Mas, a demonstração requer a solução de três problemas ➢O problema da existência: o estado de equilíbrio existe? ➢O problema da estabilidade: o estado de equilíbrio é estável? ➢O problema da unicidade: o estado de equilíbrio é único? 10 E outros problemas derivados ➢ O problema da estática comparativa: como o estado de equilíbrio responde a variações nos parâmetros que definem a economia? ➢O problema da congruência empírica: os modelos de equilíbrio geral dão conta, de forma satisfatória, dos dados da economia real? ➢O problema do caráter normativo dos modelos baseados na TEG: a realidade está “errada” e a teoria está “certa”; é preciso mudar a realidade econômica para que se comporte de acordo com as hipóteses da TEG 11 Modelos atuais baseados na TEG de Walrás • Modelo de equilíbrio geral computável • Modelo DSGE (Dynamic Stochastic General Equilibrium) Observação ▪ Esses modelos se beneficiam das bases de dados digitais atuais e dos softwares computacionais. Entretanto, baseiam-se em hipóteses pouco ou nada realistas e o DSGE, por exemplo, omite variáveis financeiras que são fundamentais aos mercados financeiros atuais ▪ Há muita ênfase na sofisticação matemática, mas pouca na pertinência das hipóteses e resultados. 12