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Ciências Contábeis ·
Pensamento Econômico
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Pensamento Econômico Miguel Bruno Segundo P. Delfaud(1987), podemos distinguir 4 abordagens na HPE 1. Um abordagem global pelo processo produção-distribuição- acumulação (1750- século 19) 2. Uma abordagem microeconômica pelo equilíbrio (a partir de 1870 até a atualidade e incessantemente aperfeiçoada) 3. Uma abordagem macroeconômica pela dinâmica do desequilíbrio (concomitantemente com a abordagem precedente) 4. Análises contemporâneas, marcadas por um esforço contínuo de reformulação, ampliação, aprofundamento e por um certo “retorno às origens”. Contexto histórico em que surgiu as correntes teóricas do marginalismo (escola neoclássica e escola austríaca) • Europa do século 19 fervilhando de conflitos intensos entre capital e trabalho • Guerras, revoluções, greves, etc. • Polarizações ideológicas: interesses das classes trabalhadoras em conflito aberto com a burguesia industrial • Depressões e crises econômicas frequentes • Deterioração das condições de vida da maioria da população • Fortalecimento dos movimentos políticos de esquerda • Ausência, na maior parte do século, de limites à jornada de trabalho, levando à superexploração dos trabalhadores, inclusive com a utilização de crianças de 4 e 5 anos de idade nas fábricas de Londres e Manchester • Ver o livro “A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra”, de Friedrich Engels • E “Londres e Paris no século 19: o espetáculo da pobreza”, de Maristela Breschiani Uma constatação: • As correntes teóricas do marginalismo neoclássico e austríaco surgem em finais do século 19, praticamente coincidindo com o fortalecimento dos movimentos políticos contrários ao modo de produção capitalista (socialismo, comunismo, anarquismo, etc.) • Comuna de Paris, em 1871 (primeiro governo de caráter popular controlado pelos operários) • Surgimento da escola neoclássica, a partir de 1870 • Para as elites empresariais e alta burocracia dos governos europeus não era politicamente admissível uma teoria do valor que reconhecesse o trabalho como única fonte da riqueza econômica e que ainda mostrava que os trabalhadores estavam sendo super-explorados • Os direitos sociais não eram assegurados • Mulheres sem direito ao voto • Sem legislação trabalhista e previdenciária • Jornadas de trabalho de ate 14 e 16h • Estado social ausente • Os trabalhadores tinham que criar associações beneficentes • Conforme argumenta a filósofa Profa. Marilena Chauí: ➢“o que é uma sociedade democrática? É uma sociedade que cria e garante os direitos sociais: direito à vida, à alimentação, à educação, ao trabalho, à aposentadoria, etc.” 2. Uma abordagem microeconômica pelo equilíbrio (a partir de 1870 até a atualidade e incessantemente aperfeiçoada) Escola neoclássica e marginalista (precursores: von Thünen, 1826; Rae, 1834; Cournot, 1838; Dupuit, 1844; Gossen, 1854, já aplicavam a metodologia marginalista, mas o peso das teorias clássica e marxista era muito grande ainda) • Inglaterra: W. S. Jevons: “Princípios de Economia”, 1871, depois Alfred Marshall, “Princípios de Economia Política”, 1880. Depois Edgeworth, Wicksteed, Pigou, Robbins, Hawtrey, Robertson, Joan Robson, Sraffa, Chamberlin, Keynes (em seus primeiros trabalhos), Hicks (“Valor e Capital, 1939) • Áustria: C.Menger: “A Teoria da Economia Política”, 1871; Von Böhm-Bawerk: “Teoria Positiva do Capital, 1899. Depois, Mayer; Hayek; Morgenstern; von Mises; Rosenstein- Rodan • França: L. Walras: Elementos de Economia Política Pura”, 1874, depois Landry e Perroux (“O Valor”, 1945) • EUA: J. B. Clark (“Distribuição da Riqueza, 1899); Irving Fisher (“Teoria do Juro”, 1907 e 1930); F. Knight (“Risco, Incerteza e Lucro”, 1921); R. Allen (“Análise Matemática para Economistas”, 1938); P. Samuelson (“Fundamentos da Análise Econômica”, 1947) • Suécia: Wicksell (“Juro e Preço”, 1898) e seus discípulos Myrdal, Lindhal, Ohlin, Lundberg. CLÁSSICA MARXISTA NEOCLÁSSICA 1-Abordagem Globalista ou holista (macroeconômica) Globalista ou holista (macroeconômica) Individualismo metodológico, na expressão de Schumpeter (microeconômica) 2-Método Dedutivo: parte do geral, leis comportamentais para o particular, o individual dedutivo e indutivo no contexto do método histórico- dialético (materialismo dialético) Dedutivo a partir de princípios comportamentais considerados universais 3-Preocupação básica Crescimento econômico e acumulação de capital; conflito distributivo Compreensão das origens, evolução e crise do capitalismo; conflito distributivo no centro da análise Alocação ótima de recursos escassos (otimização do lucro, custo e utilidade); não há conflito distributivo, pois os fatores de produção são sempre remunerados de acordo as suas respectivas produtividades marginais 4-Tipo de análise Dinâmica Dinâmica com ênfase nas contradições do processo de acumulação de capital Estática comparativa: comparação entre situações de equilíbrio. Equilíbrio parcial (A. Marshal). Equilíbrio geral(L. Walras) 5-Tratamento das crises econômicas Sem estatuto teórico; exceto em Malthus e Sismondi As crises e ciclos são endógenos à dinâmica do processo de acumulação capitalista; caracterizam seu modo de reprodução Sem estatuto teórico, pois o mercado é sempre eficiente, logo, crises e ciclos decorrem de causas exógenas ou de erros de política econômica por parte do Estado. 6-Lei de Say: "A oferta cria sua própria demanda" Aceita, exceto Malthus e Sismondi Rejeita, pois em valor-trabalho, a oferta é sempre maior do que a demanda. Aceita, desde que os mercados sejam "livres" ou concorrenciais 7-Teoria do valor valor-trabalho comandado (Smith); valor-trabalho incorporado (Ricardo); valor-utilidade (Say) Valor-trabalho socialmente necessário à produção das mercadorias: V(M)=f (t.t.s.n; produtividade) Valor-utilidade marginal: VT=f(utilidade; raridade ou escassez relativa)=f(Umg) 8-Papel do Estado Garantir o livre funionamento dos mercados; provimento de bens públicos meritórios, como a educação (Smith) Instituição fundamental à reprodução da lógica e natureza do capital; busca manter os conflitos distributivos dentro dos limites compatíveis com a acumulação capitalista Estado deve ser mínimo; deve se limitar à segurança e à garantia da propriedade privada; deve promover a concorrência e o livre mercado. 9-Teoria quantitativa da moeda (TQM) Aceita, com a moeda reduzida a mera intermediária das trocas mercantis. Rejeita, pois a moeda como o "equivalente geral" dos valores de todas as mercadorias abre a possibilidade formal das crises, pela dissociação entre compra e venda. Aceita, com novos desenvolvimentos teórico- conceituais, pois mantém a redução da moeda a mera intermediária de trocas. Escolas Características Marginalismo e Escola Neoclássica ✓Escola de pensamento econômico cujas teorias definem o valor dos bens a partir de um fator subjetivo, a utilidade ✓Muito influenciada pelo filosofia utilitarista de Jeremy Benthan ✓A utilidade marginal mede a necessidade que ainda resta a ser satisfeita e portanto, o quanto um indivíduo valora um determinado bem ✓O trabalho causaria desprazer enquanto atividade e só é realizado porque seus resultados (bens e serviços) proporcionam utilidade. ✓Margem = escassez relativa vai determinar o valor de troca (VT ✓Tornou-se o fundamento da doutrina econômica acadêmica oficial, reafirmando o sistema de concorrência perfeita e admitindo a ocorrência de crises econômicas como um resultado de acidentes, choques exógenos, erros de política econômica ou intervenções indevidas do Estado. 8 ✓Algumas críticas: • Ler o capítulo 7 – Economia Injusta, do livro de David Orrell, “Economitos”, ed. BestBusiness • Ler o artigo de Joseph Stiglitz, “O preço da desigualdade”, que faz um balanço crítico da economia injusta dos EUA. • Stiglitz é um economista muito respeitado, professor da Universidade de Columbia e que ganhou o prêmio Nobel de Economia de 1991, com seu estudo sobre informações assimétricas para a compreensão do funcionamento dos mercados. Quais os pontos de continuidade e de ruptura entre as Escolas Clássica e Neoclássica? • Teoria do valor? • Visão acerca da dinâmica econômica: tendência ao (des)equilíbrio? • Método de análise: individualismo metodológico ou globalismo/holismo metodológico? • Os alunos devem comparar as duas abordagens para responder a essas questões. 10 Escola Neoclássica e suas variantes contemporâneas (1870-Primeira Guerra Mundial, 1914-1918) ➢ Precursores: von Thünen, Gossen, Cournot,... ➢ Fundadores: Primeira geração: Menger; Jevons; Walras Segunda geração: Marshall; Böhm-Bawerk; Pareto; J. B. Clark, I. Fisher ➢ É a teoria dominante (em termos acadêmicos e institucionais) em Ciência Econômica. ➢ Explicar o por quê dessa dominância é uma questão sociológica e de Ciência Política, não necessariamente porque é a teoria que detém a verdade científica em economia ou o maior potencial explicativo e preditivo em seus modelos ➢ Vários de seus proponentes são ganhadores do “Prêmio Nobel” que é de fato concedido pelo Banco da Suiça e não pela Fundação Alfred Nobel (Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel) ➢ Para cientistas políticos e economistas heterodoxos trata-se de um critério discriminatório pois marginaliza os trabalhos que não se inscrevem na teoria dominante, sobretudo, porque a teoria dominante é apologética das economias mercantis capitalistas e das virtudes da concorrência Definição da teoria neoclássica • Bernard Guerrien (matemático e economista francês): ✓“Teoria segundo a qual é preciso buscar a explicação última dos fenômenos econômicos no nível dos comportamentos individuais, supondo que esses últimos são guiados pelo princípio de racionalidade ✓Adota o individualismo metodológico: o comportamento econômico global (agregado ou macroeconômico) deve ser explicado pelos comportamentos individuais ou microeconômicos. ✓É herdeira da Escola Marginalista e a denominação “neoclássica” foi uma provocação de Thorstein Veblen que criticava suas proposições e conceitos ✓A teoria tem um caráter fortemente normativo, pois parte da hipótese de concorrência perfeita como uma situação a qual a realidade econômica deveria se aproximar mediante o uso de políticas, instituições e organizações adequadas. Há duas vertentes principais ou modelo básicos na teoria neoclássica • O modelo de equilíbrio parcial – característico da Microeconomia e sua hipótese de coeteris paribus (= aplicação do cálculo das derivadas parciais à teoria do consumidor e da firma) ➢autores: A. Marshall, Jevons, Pareto • O modelo de equilíbrio geral – uma extensão ou generalização do raciocínio no plano individual de consumidores e firmas ao plano agregado ou global (atualmente, denominado macroeconômico) ➢ autores: Walrás, Arrow-Debreu Três problemas precisam ser matematicamente resolvidos para a validação do Equilíbrio Geral(EG) no plano teórico 1) O problema da existência do EG: deve existir com base em mercados concorrenciais 2) O problema da unicidade do EG: ele deve ser único 3) O problema da estabilidade: ele deve ser estável, pois seria disfuncional à economia se as trajetórias de estabilidade dinâmica fossem permanentemente vulneráveis a choques ou perturbações. ➢Uma economia apresenta equilíbrio estável se, quando, momentaneamente, deslocada para fora do equilíbrio, existem forças internas ou endógenas ao sistema que a fazem retornar à situação inicial de equilíbrio. ➢ Walrás tentou realizar a demonstração matemática desse equilíbrio geral, mas não conseguiu. ➢Foi no século 20, usando os recursos da matemática moderna, que Arrow- Debreu conseguiram demonstrar a possibilidade de ocorrência do EG numa economia mercantil capitalista. Questões apontadas por Guerien: • Há contudo diversas nuances nessa abordagem teórica, com alguns economistas defendo mais intervenções e outros menos do Estado, a fim de levar o sistema econômico a uma situação de equilíbrio ótimo paretiano • Há dois problemas fundamentais inerentes à metodologia neoclássica: ➢Um é derivado do Teorema de Sonnenschein ➢Outro refere-se ao fato de que a organização social que preexiste aos comportamentos racionais otimizadores não é considerada nos modelos econômico propostos. • Walras, por exemplo, recorre à noção de “leiloeiro” para arbitrar os preços de equilíbrio em seu modelo. Quais são as condições para a existência de concorrência perfeita? 1. Homogeneidade dos produtos: ➢todos os produtores ofertam produtos com características idênticas➔ os demandantes decidem o que e quanto comprar, segundo os preços de mercado (não escolhem marcas, grifes) 2. Atomicidade da oferta e da demanda: ➢o número de produtores e consumidores é grande o suficiente para impedir que possam ter qualquer influência sobre os preços de mercado ➔ os agentes são price takers 3. Livre entrada: ➢os mercados são contestáveis (os agentes podem facilmente entrar e sair dos mercados, mudando de atividade, por exemplo, logo, não existem barreiras à entrada) 4. Livre circulação dos fatores de produção: ➢capital e trabalho podem mover-se livremente de um mercado ou de um setor para outro 5. Informação perfeita: ➢os ofertantes e demandantes são perfeitamente informados sobre as características dos produtos
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Contexto histórico em que surgiu as correntes teóricas do marginalismo (escola neoclássica e escola austríaca) • Europa do século 19 fervilhando de conflitos intensos entre capital e trabalho • Guerras, revoluções, greves, etc. • Polarizações ideológicas: interesses das classes trabalhadoras em conflito aberto com a burguesia industrial • Depressões e crises econômicas frequentes • Deterioração das condições de vida da maioria da população • Fortalecimento dos movimentos políticos de esquerda • Ausência, na maior parte do século, de limites à jornada de trabalho, levando à superexploração dos trabalhadores, inclusive com a utilização de crianças de 4 e 5 anos de idade nas fábricas de Londres e Manchester • Ver o livro “A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra”, de Friedrich Engels • E “Londres e Paris no século 19: o espetáculo da pobreza”, de Maristela Breschiani Uma constatação: • As correntes teóricas do marginalismo neoclássico e austríaco surgem em finais do século 19, praticamente coincidindo com o fortalecimento dos movimentos políticos contrários ao modo de produção capitalista (socialismo, comunismo, anarquismo, etc.) • Comuna de Paris, em 1871 (primeiro governo de caráter popular controlado pelos operários) • Surgimento da escola neoclássica, a partir de 1870 • Para as elites empresariais e alta burocracia dos governos europeus não era politicamente admissível uma teoria do valor que reconhecesse o trabalho como única fonte da riqueza econômica e que ainda mostrava que os trabalhadores estavam sendo super-explorados • Os direitos sociais não eram assegurados • Mulheres sem direito ao voto • Sem legislação trabalhista e previdenciária • Jornadas de trabalho de ate 14 e 16h • Estado social ausente • Os trabalhadores tinham que criar associações beneficentes • Conforme argumenta a filósofa Profa. 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Depois, Mayer; Hayek; Morgenstern; von Mises; Rosenstein- Rodan • França: L. Walras: Elementos de Economia Política Pura”, 1874, depois Landry e Perroux (“O Valor”, 1945) • EUA: J. B. Clark (“Distribuição da Riqueza, 1899); Irving Fisher (“Teoria do Juro”, 1907 e 1930); F. Knight (“Risco, Incerteza e Lucro”, 1921); R. Allen (“Análise Matemática para Economistas”, 1938); P. Samuelson (“Fundamentos da Análise Econômica”, 1947) • Suécia: Wicksell (“Juro e Preço”, 1898) e seus discípulos Myrdal, Lindhal, Ohlin, Lundberg. CLÁSSICA MARXISTA NEOCLÁSSICA 1-Abordagem Globalista ou holista (macroeconômica) Globalista ou holista (macroeconômica) Individualismo metodológico, na expressão de Schumpeter (microeconômica) 2-Método Dedutivo: parte do geral, leis comportamentais para o particular, o individual dedutivo e indutivo no contexto do método histórico- dialético (materialismo dialético) Dedutivo a partir de princípios comportamentais considerados universais 3-Preocupação básica Crescimento econômico e acumulação de capital; conflito distributivo Compreensão das origens, evolução e crise do capitalismo; conflito distributivo no centro da análise Alocação ótima de recursos escassos (otimização do lucro, custo e utilidade); não há conflito distributivo, pois os fatores de produção são sempre remunerados de acordo as suas respectivas produtividades marginais 4-Tipo de análise Dinâmica Dinâmica com ênfase nas contradições do processo de acumulação de capital Estática comparativa: comparação entre situações de equilíbrio. 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Escolas Características Marginalismo e Escola Neoclássica ✓Escola de pensamento econômico cujas teorias definem o valor dos bens a partir de um fator subjetivo, a utilidade ✓Muito influenciada pelo filosofia utilitarista de Jeremy Benthan ✓A utilidade marginal mede a necessidade que ainda resta a ser satisfeita e portanto, o quanto um indivíduo valora um determinado bem ✓O trabalho causaria desprazer enquanto atividade e só é realizado porque seus resultados (bens e serviços) proporcionam utilidade. ✓Margem = escassez relativa vai determinar o valor de troca (VT ✓Tornou-se o fundamento da doutrina econômica acadêmica oficial, reafirmando o sistema de concorrência perfeita e admitindo a ocorrência de crises econômicas como um resultado de acidentes, choques exógenos, erros de política econômica ou intervenções indevidas do Estado. 8 ✓Algumas críticas: • Ler o capítulo 7 – Economia Injusta, do livro de David Orrell, “Economitos”, ed. 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Questões apontadas por Guerien: • Há contudo diversas nuances nessa abordagem teórica, com alguns economistas defendo mais intervenções e outros menos do Estado, a fim de levar o sistema econômico a uma situação de equilíbrio ótimo paretiano • Há dois problemas fundamentais inerentes à metodologia neoclássica: ➢Um é derivado do Teorema de Sonnenschein ➢Outro refere-se ao fato de que a organização social que preexiste aos comportamentos racionais otimizadores não é considerada nos modelos econômico propostos. • Walras, por exemplo, recorre à noção de “leiloeiro” para arbitrar os preços de equilíbrio em seu modelo. Quais são as condições para a existência de concorrência perfeita? 1. Homogeneidade dos produtos: ➢todos os produtores ofertam produtos com características idênticas➔ os demandantes decidem o que e quanto comprar, segundo os preços de mercado (não escolhem marcas, grifes) 2. Atomicidade da oferta e da demanda: ➢o número de produtores e consumidores é grande o suficiente para impedir que possam ter qualquer influência sobre os preços de mercado ➔ os agentes são price takers 3. Livre entrada: ➢os mercados são contestáveis (os agentes podem facilmente entrar e sair dos mercados, mudando de atividade, por exemplo, logo, não existem barreiras à entrada) 4. Livre circulação dos fatores de produção: ➢capital e trabalho podem mover-se livremente de um mercado ou de um setor para outro 5. Informação perfeita: ➢os ofertantes e demandantes são perfeitamente informados sobre as características dos produtos