Estudo Dirigido Literatura Pós-Colonial - Países Africanos Língua Portuguesa

Acadêmicoa Disciplina Literatura PósColonial dos Países Africanos de Língua Portuguesa Turma Optativa Turno Vespertino Data Barra do Garças 20 de dezembro de 2023 Docente Prof Dr Junior César Ferreira de Castro ESTUDO DIRIGIDO DO TÓPICO I CONTEXTO HISTÓRICO E FORMAÇÃO DAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA INSTRUÇÕES As questões referemse ao conteúdo da Unidade I do Plano de Ensino da disciplina Dentre as duas perguntas ESCOLHA UMA para responder Lembrese a resposta deve estar baseada na análise do poema e no teórico proposto pela questão Mínimo uma folha digitada ou manuscrita com cabeçalho QUESTÃO 01 TEXTO 01 A formação das literaturas africanas de língua portuguesa teve como origem o fim do tráfico de escravos e da independência do Brasil Do século XV até o XX o imaginário dos colonizadores portugueses era de construir novos impérios sob o sistema colonial tendose como forma de dominação a implantação da ideologia da raça superior a imposição da fé cristã e os valores europeus O discurso da lógica colonialista centrava na teoria evolucionista e no darwinismo social associando o homem negro ao animal primitivo A produção literária tinha como cerne o estado de alienação cultural do escritor pois os textos produzidos refletiam a superioridade e o reconhecimento do colonizador FERREIRA Manuel Introdução geral In FERREIRA Manuel Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa I 1 ed Portugal Bertrand 1977 p 734 TEXTO 02 Leia o trecho de Esponeidades da minha alma 1849 de José da Silva Maia Ferreira poeta de Angola Com base no texto 01 de Manuel Ferreira e no texto 02 de Maia Ferreira faça uma análise literária associando a subjetividade do sujeito lírico apresentado no poema mediante o sistema colonialista ou do póscolonialista dos países africanos de língua portuguesa UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA LETRAS LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÃO 02 TEXTO 01 No período de colonização dos países africanos de língua portuguesa os escritores se estabeleceram em um embate o de se pôr entre dois mundos o da sociedade colonial Europeia e Américas e da sociedade africana línguas nativas Entretanto nos períodos seguintes já observamos uma fase de ruptura com o os moldes europeus para instalar um discurso anticolonialista ao propor a manifestação da realidade o realismo social folclorismo o nacionalismo e a valorização da cultura popular Portanto a conscientização da africanidade a negritude e a busca pela identidade negra foram as características essenciais para se firmar a literatura de Angola Cabo Verde São Tomé e Príncipe GuinéBissau e Moçambique FONSECA Maria Nazareth Soares MOREIRA Terezinha Taborda Panorama das literaturas africanas de língua portuguesa Caderno Cespuc de Pesquisa Belo Horizonte n 16 p 1369 set 2007 TEXTO 02 Leia o poema O Grito Negro de José Craveirinha poeta moçambicano para responder à questão proposta Sob a perspectiva do texto Panorama das literaturas africanas de língua portuguesa de Maria Nazareth Soares FONSECA e Terezinha Taborda MOREIRA bem como O grito de José Craveirinha faça a análise do poema identificando o período colonização préindependência pósindependência afirmação da literaturaescritor contemporaneidade e os elementos literários que compõe a fase em que a poesia se encontra Não esqueça de relacionar com o momento histórico da formação da literatura dos países africanos de língua portuguesa No contexto pósindependência dos países africanos de língua portuguesa a expressão poética emerge como uma manifestação artística proeminente que capta as nuances do novo cenário político e social O poema O Grito Negro de José Craveirinha renomado poeta moçambicano proporciona uma representação eloquente desse período delineando as vicissitudes e desafios enfrentados pela população africana A metáfora central do poema se concentra na figura do carvão simbolizando o povo africano que é deslocado de maneira abrupta de sua terra e explorado como fonte de energia em prol do colonizador Essa imagem constitui uma representação vívida da exploração e opressão experimentadas durante o período colonial A expressão poética de Craveirinha revela uma consciência profunda da situação vivenciada pelo povo africano A assertividade em arder e queimar representa a resistência contra a exploração bem como a luta pela autonomia O poeta enfatiza a necessidade de queimar até as cinzas da maldição simbolizando a busca por uma transformação profunda e a superação das injustiças históricas A crítica social imersa no poema é articulada de forma direta e incisiva A alusão ao patrão denuncia a opressão colonial e a exploração do povo africano como uma fonte de recursos para o benefício do colonizador Ao afirmar Eu sou carvão Craveirinha reivindica a identidade e dignidade do povo africano em meio às adversidades O enquadramento histórico do poema se coaduna com o período pós independência caracterizado por desafios na consolidação da identidade nacional e na superação das sequelas do colonialismo A obra de Maria Nazareth Soares Fonseca e Terezinha Taborda Moreira Panorama das literaturas africanas de língua portuguesa proporciona um arcabouço conceitual crucial para a compreensão da relevância da conscientização da africanidade da negritude e da busca pela identidade como elementos fundamentais na literatura dos países africanos de língua portuguesa Assim sendo O Grito Negro transcende a esfera meramente poética é um clamor lírico que ressoa as complexidades da experiência póscolonial contribuindo de maneira significativa para a afirmação da literatura africana de língua portuguesa e seu papel na construção da identidade e autonomia dessas nações