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Administração Financeira
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Aula Síncrona: 27/07/2022 e 03/08/2022 Administração Financeira Adriana Fiorotti Campos UNIDADE V 3. Administração de Caixa a) Indicadores de Atividade Indicadores de Atividade (I) • INDICADORES DE ATIVIDADE: visam à mensuração das diversas durações de um “ciclo operacional”, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas. PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (I) • PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (PME): indica o tempo médio necessário para a completa renovação (venda) dos estoques da empresa. • OBS.: (1) na fórmula do PME, usa-se 360 para multiplicar o resultado da divisão do estoque médio pelo custo do produto vendido, para fornecer o prazo médio de estocagem em dias. Desejando-se saber em meses, basta multiplicar por 12. ESSA OBSERVAÇÃO É VÁLIDA PARA OS DEMAIS PRAZOS; e (2) quanto maior for esse índice, maior o prazo em que os diversos produtos permanecerão estocados e, em consequência, mais elevadas serão as necessidades de investimentos em estoques. Indicadores de Atividade (II) PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (II) • ao se dividir 360 (ou 12, se o prazo de estocagem vier expresso em meses) pelo prazo de estocagem, tem-se o GIRO (ROTAÇÃO) DOS ESTOQUES, o que identifica o número de vezes que os estoques giraram (renovaram-se) no ano considerado. • Exemplo 1: se um comércio apurar um PME igual a 45 dias, interpreta-se que, em média, seus estoques são vendidos a cada mês e meio, determinando um giro de 8 vezes no exercício [360/45]. Em outras palavras, os estoques da empresa foram vendidos 8 vezes no exercício. Indicadores de Atividade (III) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (I) • PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (PMPF): revela o tempo médio (expresso em meses ou dias) que a empresa tarda em pagar suas dívidas (compras a prazo) de fornecedores. • ao se dividir 360 (ou 12) por esse prazo, tem-se o GIRO (ROTAÇÃO) DAS CONTAS A PAGAR. Ou seja, o número de vezes em que os passivos com fornecedores foram pagos no exercício. Indicadores de Atividade (IV) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (II) • Exemplo 2: uma empresa apurou um PMPF de 30 dias no exercício de 2007. Isto equivale a concluir que, em média, as compras de fornecedores estão sendo pagas em 30 dias, produzindo um giro de 12 vezes nas contas a pagar. • OBS.: (1) desde que os encargos atribuídos às compras a prazo não excedam a taxa inflacionária verificada, torna-se atraente à empresa apresentar um prazo de pagamento mais elevado. Com isso, a empresa pode financiar suas necessidades de capital de giro com recursos menos onerosos (na realidade, com fundos a custo real negativo); e (2) o custo de oportunidade para as decisões de compras (compras a vista versus compras a prazo) é geralmente definido pela taxa de juros da melhor aplicação financeira disponível no mercado. Indicadores de Atividade (V) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (I) • PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (PMC): revela o tempo médio (meses ou dias) de que a empresa dispõe para receber suas vendas realizadas a prazo. • o GIRO DOS VALORES A RECEBER é obtido dividindo-se 360 pelo prazo médio de cobrança. Indica o número de vezes que a empresa realizou, em termos de caixa, seus créditos com clientes. Indicadores de Atividade (VI) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (II) • OBS.: a empresa deve abreviar, sempre que possível, o prazo de recebimento de suas vendas. Com isso, pode manter recursos disponíveis para outras aplicações mais rentáveis por prazos maiores, e elevar o giro de seus ativos, o que determina maior rentabilidade. O custo de manter recursos aplicados em itens realizáveis pode ser identificado pela taxa de juros cobrada pelo mercado em empréstimos para giro. 4ª Lista de Exercícios – Administração Financeira (2022/1 - EARTE) 1ª Questão – Considere as seguintes informações da demonstração financeira da companhia BR-101: Item Inicial Final Estoque $ 1.273,00 $ 1.401,00 Contas a Receber $ 3.782,00 $ 3.368,00 Contas a Pagar $ 1.795,00 $ 2.025,00 Vendas Líquidas $ 14.750,00 Custo das Mercadorias Vendidas $ 11.375,00 Compras Anuais a Prazo $ 11.375,00 Calcule os ciclos operacional e financeiro. 15ª QUESTÃO CICLO OPERACIONAL: ? CICLO FINANCEIRO: ? PME = PRAZO MÉDIO DE ESTOCA GEM = ESTOQUE MÉDIO x 360 CUSTO DO PRODUTO VENDIDO PME = (1.273 + 5.401) / 2 ____________________ x 360 11.375 PME = 1.337 _________ x 360 = 0,117538 x 360 11.375 PME = 42,31 dias PMR = PMC = VALORES A RECEBER DE VENDAS A PRAZO (MÉDIA) x 360 _____________________________ VALORES ANUAIS A PRAZO PMR = (3.782 + 3.368) ________________ x 360 = 0,242378 x 360 14.750 PMR = 87,25 dias PMPF = CONTAS A PAGAR A FORNECEDORES (MÉDIA) x 360 ___________________________ COMPRAS ANUAIS A PRAZO PMPF = (3.795 + 2.025) __________________ x 360 = 1.930 x 360 = 0,1697512 x 360 11.375 PMPF = 60,49 dias CICLO OPERACIONAL = PME + PMR = 42,31 + 87,25 = 129,56 CICLO OPERACIONAL = 43 + 88 = 131 dias CICLO FINANCEIRO = CICLO OPERACIONAL - PMPF CICLO FINANCEIRO = 131 - 61 = 70 dias 129,56 - 60,49 = 69,07 4ª Lista de Exercícios – Administração Financeira (2022/1- EARTE) 4ª Questão – Você reuniu as seguintes informações sobre a companhia Paga-Mas-Demora: As vendas a prazo do ano recém-findo foram de $ 50.000, e o custo das mercadorias vendidas foi de $ 30.000. Salienta-se que as compras anuais a prazo também foram de $ 30.000,00. Quanto tempo é preciso para que o Paga-Mas-Demora receba suas contas a receber? Quanto tempo a mercadoria permanece na empresa até ser vendida? Quanto tempo a empresa leva para pagar suas contas? Item Inicial Final Estoque $ 5.000,00 $ 7.000,00 Contas a Receber $ 1.600,00 $ 2.400,00 Contas a Pagar $ 2.700,00 $ 4.800,00 4ª QUESTÃO VENDA A PARZO = $50.000,00 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS = $30.000,00 PMC = VALORES RECEBER DE VENDAS A PRAZO (MÉDIA) x 360 ________________________________ VALORES ANUAIS A PRAZO PMC = (1.600 + 2.400) _____________ x 360 50.000 PMC = 2.000 x 360 50.000 PMC = 0,04 x 360 = 14,4 dias A empresa recebe suas contas a receber em 14,4 dias COMPRAS ANUAIS A PRAZO = $ 30.000,00 PMC = Estoque médio Custo dos Produtos Vendidos PMC = \frac{5.000 + 7.000}{2} \times 360 30.000 PMC = \frac{6.000 \times 360}{30.000} = 0, 2 x 360 PMC = 72 dias -> tempo que a mercadoria permanece no estoque até ser vendida PMPF = Contas a Pagar a Fornecedores (méd.) \times 360 Compras Anuais a Prazo PMPF = \frac{2.700 + 4.800}{2} \times 360 30.000 PMPF = \frac{3.750 \times 360}{30.000} = 0,125 x 360 PMPF = 45 dias -> a empresa leva 45 dias para pagar. UNIDADE V 3. Administração de Caixa b) Ciclos Operacionais Ciclos Operacionais (I) • as atividades operacionais de uma empresa envolvem, de forma sequencial e repetitiva, a produção de bens e serviços, estocagem, vendas e respectivos recebimentos. • CICLO OPERACIONAL: é o intervalo existente entre a compra da mercadoria e o recebimento das vendas realizadas. o CICLO OPERACIONAL COMPLETO, para o caso de uma empresa industrial, inicia-se com a aquisição das matérias-primas, passa pela armazenagem, produção e venda e desemboca no efetivo recebimento das vendas realizadas. onde: Figura 1 – Ciclo Operacional Completo de uma Empresa Industrial Ciclos Operacionais (II) • na Figura 1, têm-se os três tipos de ciclos identificados nas operações da empresa: operacional, financeiro e econômico. • CICLO OPERACIONAL TOTAL: é composto de todas as fases operacionais da empresa, iniciando-se no momento do recebimento dos materiais a serem utilizados no processo de produção e encerrando-se na cobrança das vendas realizadas. • CICLO ECONÔMICO: engloba fundamentalmente toda a base de produção da empresa, ou seja, estocagem de matérias-primas, fabricação e venda. É o período verificado entre as entradas de matérias-primas adquiridas e a venda do produto final. o ciclo econômico destaca basicamente os prazos de estocagem de matérias-primas, de produtos em elaboração e de produtos acabados. Ciclos Operacionais (III) • CICLO FINANCEIRO: identifica as necessidades de recursos da empresa que ocorrem desde o momento do pagamento aos fornecedores até o efetivo recebimento das vendas realizadas. • As necessidades de caixa da empresa aumentam à medida que os prazos de estocagem e de cobrança das vendas crescerem acima dos prazos de pagamento aos fornecedores. Ao contrário, reduzindo os prazos operacionais dos ativos e alongando os dos passivos operacionais, verifica-se uma diminuição do ciclo de caixa (ciclo financeiro). OBS.: as empresas, de maneira geral, apresentam ciclos de caixa positivos, indicando necessidades de financiamentos para o seu giro. Ciclos Operacionais (IV) • ALGUMAS ESTRATÉGIAS BÁSICAS PARA GERENCIAR O CICLO FINANCEIRO: reduzir ao mínimo os investimentos em ESTOQUES (promover maior giro aos estoques), cuidando porém para que a estratégia não ocasione perdas de vendas ou atrasos na produção por faltas de produtos; manter um controle mais eficiente sobre as CONTAS A RECEBER, aprimorando as técnicas de análise de concessão de créditos e políticas de cobrança; negociar PRAZOS DE PAGAMENTOS mais longos com os FORNECEDORES, tendo sempre o cuidado em não incorrer em custos financeiros acima dos ganhos. Ciclos Operacionais (V) • Exemplo 3: admita uma empresa industrial que tenha apresentado, ao final dos exercícios de X6 e X7, os seguintes prazos operacionais: • no ano de X6, a empresa tardava 75 dias para completar todo seu CICLO OPERACIONAL, cobrindo o período de compra da matéria-prima (e insumos) até a cobrança da venda do produto acabado. Esse período aumentou no ano seguinte, passando para 95 dias. Ciclos Operacionais (VI) • Exemplo 3: (continuação da análise). • as causas deste aumento são explicadas no processo de estocagem (5 dias a mais) – produção (5 dias a mais) – vendas (10 dias a mais), que se apresentou 20 dias mais longo no ano de X7. • apesar dessa elevação dos prazos operacionais, as melhores condições de pagamento concedidas pelos fornecedores permitiram uma redução do CICLO FINANCEIRO em dez dias (55 dias em X6 para 45 dias em X7). Em outras palavras, maiores investimentos nos ativos operacionais foram compensados, com folga, pelos prazos mais longos concedidos pelos fornecedores (PMPF passou de 20 para 50 dias). • um aumento do ciclo operacional pode indicar maior dificuldade da empresa em vender seus produtos, ou maior morosidade no processo de fabricação. Como o prazo de cobrança (PMC) manteve-se inalterado em 30 dias, descarta-se, em princípio, possíveis problemas de cobrança (inadimplência). • o analista financeiro não deve deixar que esses possíveis problemas operacionais sejam encobertos pela forte elevação verificada nos prazos de pagamento a fornecedores. Seu objetivo deve ser o de identificar as causas que determinaram este aumento nos prazos operacionais. UNIDADE V 3. Administração de Caixa c) Projeção de Necessidades de Caixa Projeção de Necessidades de Caixa (I) • A projeção das necessidades de caixa será desenvolvida pelo levantamento de todas as entradas e saídas de recursos previstas em determinado período de tempo. • TÉCNICA DO ORÇAMENTO DE CAIXA: permite que se obtenha maior eficiência no controle de seu saldo, obtida mediante divisões de um período de planejamento maior em intervalos de tempo menores (em bases mensais, por exemplo). Isso permite acompanhar o nível de caixa da empresa e efetuar os ajustes devidos tão logo ocorram os eventuais desvios entre os valores previstos (orçados) e os valores reais. Tabela 1 – Modelo Geral de Elaboração da Projeção de Necessidades de Caixa Projeção de Necessidades de Caixa (II) • Exemplo 4: a empresa deseja elaborar uma projeção de caixa para o primeiro semestre de X8. Para tanto, foram fornecidas as seguintes informações referentes ao período: a) saldo de caixa existente no início do semestre: $ 1.800; b) vendas previstas: $ 17.000. Espera-se que 60% desses valores sejam recebidos no semestre, permanecendo os 40% restantes no realizável para a liquidação no segundo semestre do ano; c) as compras de estoque previstas para o período atingirão $ 6.000 e serão totalmente pagas no período de planejamento; d) o total das despesas operacionais desembolsáveis atingirá $ 3.000 no semestre; e) ao final de maio, a empresa deverá pagar $ 3.000 a título de despesas financeiras; f) no início de março, está previsto um aumento de capital mediante subscrição e integralização de novas ações no valor de $ 1.000; g) no período (início de abril), ainda, a empresa espera receber $ 800 provenientes do realizável a curto prazo. Projeção de Necessidades de Caixa (III) • Solução: • o saldo inicial de $ 1.800 corresponde ao valor que a empresa mantém em seu caixa no início do semestre (ou final do semestre imediatamente anterior). • como somente 60% das vendas serão financeiramente realizadas no período, as entradas de caixa provenientes dessas receitas atingem, portanto, $ 10.200 (60% × $ 17.000). • o TOTAL DOS INGRESSOS PREVISTOS DE CAIXA DA EMPRESA ($ 10.200 + $ 1.000 + $ 800 = $12.000), somados ao saldo inicial para o primeiro semestre de X8 ($ 1.800), é de $ 13.800 ($ 12.000 + $ 1.800). • as SAÍDAS PREVISTAS, por seu lado, totalizam $ 12.000 ($ 6.000 + $ 3.000 + 3.000), o que resulta um SALDO LÍQUIDO PREVISTO DE CAIXA para o período considerado de $ 1.800 (= $ 13.800 - $ 12.000). • a empresa conseguirá manter, pelo menos em valores nominais, o mesmo nível de caixa ($ 1.800). Supondo-se que esse valor seja o mínimo ideal estabelecido pela empresa, não se prevê, em princípio, nenhum problema em sua liquidez imediata. Segundo os parâmetros da empresa, o saldo líquido de $ 1.800 é suficiente para que ela possa conviver com as incertezas associadas aos fluxos financeiros e falta de sincronização, normalmente verificadas entre os recebimentos e pagamentos. Tabela 2 – Orçamento de Caixa para o Semestre 4ª Lista de Exercícios – Administração Financeira (2022/1 - EARTE) 5ª Questão – A Companhia Vargas tem um prazo médio de recebimento de 60 dias e deseja manter um saldo de caixa mínimo de $ 160 milhões. Com base nessas informações e nas que são dadas a seguir (em milhões), complete o orçamento de caixa. Que conclusões você tira disso? T1 T2 T3 T4 Contas a Receber Inicial $240 $ $ $ Vendas $150 $165 $180 $135 Recebimentos de Caixa $ $ $ $ Contas a Receber Final $ $ $ $ Recebimento de Caixa Total $ $ $ $ Desembolso de Caixa Total $170 $160 $185 $190 Entrada de Caixa Líquida $ $ $ $ Saldo de Caixa Inicial $45 $ $ $ Entrada de Caixa Líquida $ $ $ $ Saldo de Caixa Final $ $ $ $ Saldo de Caixa Mínimo $ $ $ $ Sobra (Falta) Acumulada $ $ $ $ EM MILHÕES T1 T2 T3 T4 CONTAS A RECEBER INICIAL $ 240 $100 $150 $120 VENDAS $ 150 $165 $180 $135 RECEBIMENTOS DE CAIXA $ 290 $165 $120 $135 CONTAS A RECEBER FINAL $ 100 $155 $170 $165 RECEBIMENTO DE CAIXA TOTAL $ 290 $155 $170 $165 DESEMBOLSOS DE CAIXA TOTAL $ 170 $160 $185 $190 ENTRADA DE CAIXA LÍQUIDA $ 120 -$5 -$15 -$25 SALDO DE CAIXA INICIAL $ 45 $165 $160 $145 ENTRADA DE CAIXA LÍQUIDA $ 120 -$5 -$15 -$25 SALDO DE CAIXA FINAL $ 165 $160 $145 $120 SALDO DE CAIXA MÍNIMO $ 160 $160 $160 $160 SOBRA (FALTA) ACUMULADA $ 5 $0 -$15 -$40 { PMR = 60 dias SALDO DE CAIXA MÍNIMO = $ 160 milhões. * apenas as vendas feitas nos 30 primeiros dias do trimestre serão recebidas no mesmo período. * os recebimentos totais de caixa do T1 serão de \frac{30}{90} = \frac{1}{3} dos vendas mais o valor inicial dos contas a receber: \frac{1}{3} \times 150 + 240 = 50 + 240 = 290 * o valor final dos contas a receber no T1 (ao inicial dos contas a receber no T2) são outros \frac{2}{3} dos vendas = \frac{2}{3} \times 150 = \frac{300}{3} = 100 * o principal problema tirado dessa programação é que, a partir do T3, o excedente de caixa de Vargo, forma-se uma falta de caixa. No final do ano, a empresa precisará providenciar mais $40 milhões em caixa além do disponível. UNIDADE V 3. Administração de Caixa d) Variações da Necessidade de Caixa Razões para uma Empresa Manter Dinheiro Disponível em Caixa (I) • a ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA visa manter uma liquidez imediata necessária para suportar os desembolsos das atividades de uma empresa. • por não apresentar retorno operacional atraente, o saldo de caixa ideal deveria ser o mínimo possível. uma posição extrema de CAIXA ZERO é inviável na prática, já que a empresa precisa normalmente manter certo nível de caixa para, entre outras razões, fazer frente à incerteza associada a seu fluxo de recebimentos e pagamentos. • KEYNES: três motivos que levam as empresas (e as pessoas também) a manter determinado nível de caixa: (1) transação; (2) precaução; e (3) especulação. • MOTIVO DE TRANSAÇÃO (ou NEGÓCIO): é explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de suas operações normais. Razões para uma Empresa Manter Dinheiro Disponível em Caixa (II) OBS.: o nível de caixa mantido por uma empresa para financiar esse período de transição é influenciado principalmente pelas características dos negócios e pela extensão do ciclo operacional. Exemplo: empresas com ciclo financeiro mais longo, como indústria aeronáutica, costumam apresentar necessidades de caixa maiores que aquelas de ciclo mais curto, tipicamente geradoras de caixa, como os setores de prestação de serviços. • a falta de sincronização verificada entre os momentos dos recebimentos e dos vencimentos dos compromissos é que determina a demanda por caixa pelas empresas. Ao se admitir a certeza absoluta sobre os períodos e sobre os montantes dos fluxos de entradas e saídas de caixa, a DEMANDA PELO DINHEIRO PARA FINS DE TRANSAÇÃO seria desnecessária. Razões para uma Empresa Manter Dinheiro Disponível em Caixa (III) • MOTIVO DE PRECAUÇÃO: visa manter caixa com o objetivo de atender a necessidades de pagamentos eventuais e imprevistas. O motivo precaução para a retenção de ativos de máxima liquidez por uma empresa é justificado pela diferença normalmente observada entre os fluxos monetários orçados e os reais. variações inesperadas nas rendas e nos preços de alguns fatores de produção, insolvência de clientes e outras contingências. • MOTIVO ESPECULAÇÃO: diversas oportunidades de investimentos atraentes costumam surgir de forma não prevista, sem dar tempo para a empresa buscar financiamento no mercado. Estas oportunidades somente podem ser aproveitadas com caixa. É o motivo de especulação. • OUTROS MOTIVOS PARA MANTER CAIXA: a necessidade de saldo médio junto a instituições financeiras concedentes de créditos, preferência pelo uso de recursos próprios e, consequente retenção de caixa, para financiar projetos de expansão, e assim por diante. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (I) • se as compras necessárias e as vendas forem efetuadas totalmente a vista, o ciclo de caixa coincidirá exatamente com o ciclo operacional da empresa. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (II) • para determinar o número de vezes que o caixa de uma empresa gira (se renova) num determinado período, basta dividir 12 (meses) ou 360 (dias) pelo ciclo de caixa encontrado. • Exemplo: o giro de caixa da empresa é igual a 2,4 ou 12 ÷ 5, ou seja, os recursos alocados ao disponível revezam-se 2,4 vezes no período (ano). Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (III) • a maximização do giro de caixa, que pode ser alcançada por uma gradativa redução do ciclo de caixa, determina menores necessidades de recursos monetários no disponível. É uma medida de eficiência na administração de caixa de uma empresa. • Exemplo 1: uma empresa revela que o período médio ponderado de pagamento a fornecedores de matérias-primas e outros insumos, como mão de obra, é igual a 28 dias. A empresa gira seus estoques cinco vezes no ano, e seus clientes pagam as duplicatas dentro de um prazo médio de 35 dias. Ciclo Operacional = Prazo Médio dos Es- toques + Prazo Médio de Cobrança PME = 360 dias/5 = 72 dias Ciclo Operacional = 72 dias + 35 dias = 107 dias O ciclo operacional indica o intervalo de tempo desde a aquisição (pedido) das matérias-primas até o recebimento da venda do produto acabado. Na ilustração, este prazo médio é de 107 dias. Ciclo de Caixa (Financeiro) = Ciclo Operacional – Prazo Médio de Pagamento Ciclo de Caixa = 107 – 28 = 79 Este é o tempo que tarde desde o pagamento das matérias-primas até o momento de recebimento das vendas. A empresa necessita de recursos em seu ciclo de caixa para financiar seu ciclo operacional. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (IV) ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DO SALDO DE CAIXA (I) • a necessidade de manter um controle mais acurado na disponibilidade de uma empresa é determinada pelo objetivo de ajustar a manutenção de um saldo de caixa que atenda aos motivos de transação, precaução e especulação. • medidas de controle para uma eficiente administração de caixa: (1) medidas do caixa; e (2) medidas da empresa. • MEDIDAS DO CAIXA: podem incluir maior dinamização nos recebimentos de clientes, mediante contatos com os bancos com que a empresa trabalhe, visando à agilização na liberação dos cheques recebidos; emissão e entrega mais rápida de títulos representativos das vendas a prazo (faturas e duplicatas); melhor adequação e controle das datas de recebimentos e pagamentos; maior controle no registro dos valores a receber, evitando-se, entre outras consequências, extravios de títulos ou preenchimentos equivocados, os quais poderão retardar suas liquidações ou dificuldades de localização etc. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (V) ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DO SALDO DE CAIXA (II) • MEDIDAS DO EMPRESA: envolvem alterações diretas nos outros ativos circulantes, como, por exemplo: (1) uma diminuição do prazo de produção (com a introdução de técnicas e processos mais dinâmicos e eficientes), tendo como consequência uma elevação no giro de caixa e, assim, menor demanda pela moeda; (2) uma retração nos investimentos em estoques até um nível que não traga prejuízos às metas estabelecidas de produção ou perdas de vendas; e (3) rever a política de concessão de crédito adotada. • OBS.: uma administração eficiente de caixa prevê, também, decisões de aplicações financeiras de recursos temporariamente inativos. Esta aplicação dos recursos tem por objetivo a redução do custo de oportunidade da manutenção de caixa. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (VI) USO DO FLOAT • FLOAT: refere-se a um montante de cheques emitidos, mas que não foi debitada (sacados) na conta corrente bancária. Em outras palavras, FLOAT é o intervalo de tempo que vai desde a emissão do cheque até sua efetiva liquidação financeira pelo banco. • FLOAT DE PAGAMENTOS: pode gerar receitas financeiras às empresas mediante a aplicação da quantia devida, pelo prazo em que o cheque permanecer em trânsito (até a efetiva liquidação pelo banco) em operações de curto prazo no mercado financeiro. • FLOAT são recursos pagos pelo devedor mas que ainda não foram recebidos (creditados) pelo credor do pagamento. Quanto maior o FLOAT, mais elevado se apresenta o prazo de recebimento da empresa. • no banco, o FLOAT é contado pelo intervalo entre o momento em que os recursos são depositados e o momento em que eles são liberados à empresa credora. Obrigada e excelente noite!
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Aula Síncrona: 27/07/2022 e 03/08/2022 Administração Financeira Adriana Fiorotti Campos UNIDADE V 3. Administração de Caixa a) Indicadores de Atividade Indicadores de Atividade (I) • INDICADORES DE ATIVIDADE: visam à mensuração das diversas durações de um “ciclo operacional”, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas. PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (I) • PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (PME): indica o tempo médio necessário para a completa renovação (venda) dos estoques da empresa. • OBS.: (1) na fórmula do PME, usa-se 360 para multiplicar o resultado da divisão do estoque médio pelo custo do produto vendido, para fornecer o prazo médio de estocagem em dias. Desejando-se saber em meses, basta multiplicar por 12. ESSA OBSERVAÇÃO É VÁLIDA PARA OS DEMAIS PRAZOS; e (2) quanto maior for esse índice, maior o prazo em que os diversos produtos permanecerão estocados e, em consequência, mais elevadas serão as necessidades de investimentos em estoques. Indicadores de Atividade (II) PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (II) • ao se dividir 360 (ou 12, se o prazo de estocagem vier expresso em meses) pelo prazo de estocagem, tem-se o GIRO (ROTAÇÃO) DOS ESTOQUES, o que identifica o número de vezes que os estoques giraram (renovaram-se) no ano considerado. • Exemplo 1: se um comércio apurar um PME igual a 45 dias, interpreta-se que, em média, seus estoques são vendidos a cada mês e meio, determinando um giro de 8 vezes no exercício [360/45]. Em outras palavras, os estoques da empresa foram vendidos 8 vezes no exercício. Indicadores de Atividade (III) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (I) • PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (PMPF): revela o tempo médio (expresso em meses ou dias) que a empresa tarda em pagar suas dívidas (compras a prazo) de fornecedores. • ao se dividir 360 (ou 12) por esse prazo, tem-se o GIRO (ROTAÇÃO) DAS CONTAS A PAGAR. Ou seja, o número de vezes em que os passivos com fornecedores foram pagos no exercício. Indicadores de Atividade (IV) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES (II) • Exemplo 2: uma empresa apurou um PMPF de 30 dias no exercício de 2007. Isto equivale a concluir que, em média, as compras de fornecedores estão sendo pagas em 30 dias, produzindo um giro de 12 vezes nas contas a pagar. • OBS.: (1) desde que os encargos atribuídos às compras a prazo não excedam a taxa inflacionária verificada, torna-se atraente à empresa apresentar um prazo de pagamento mais elevado. Com isso, a empresa pode financiar suas necessidades de capital de giro com recursos menos onerosos (na realidade, com fundos a custo real negativo); e (2) o custo de oportunidade para as decisões de compras (compras a vista versus compras a prazo) é geralmente definido pela taxa de juros da melhor aplicação financeira disponível no mercado. Indicadores de Atividade (V) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (I) • PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (PMC): revela o tempo médio (meses ou dias) de que a empresa dispõe para receber suas vendas realizadas a prazo. • o GIRO DOS VALORES A RECEBER é obtido dividindo-se 360 pelo prazo médio de cobrança. Indica o número de vezes que a empresa realizou, em termos de caixa, seus créditos com clientes. Indicadores de Atividade (VI) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (II) • OBS.: a empresa deve abreviar, sempre que possível, o prazo de recebimento de suas vendas. Com isso, pode manter recursos disponíveis para outras aplicações mais rentáveis por prazos maiores, e elevar o giro de seus ativos, o que determina maior rentabilidade. O custo de manter recursos aplicados em itens realizáveis pode ser identificado pela taxa de juros cobrada pelo mercado em empréstimos para giro. 4ª Lista de Exercícios – Administração Financeira (2022/1 - EARTE) 1ª Questão – Considere as seguintes informações da demonstração financeira da companhia BR-101: Item Inicial Final Estoque $ 1.273,00 $ 1.401,00 Contas a Receber $ 3.782,00 $ 3.368,00 Contas a Pagar $ 1.795,00 $ 2.025,00 Vendas Líquidas $ 14.750,00 Custo das Mercadorias Vendidas $ 11.375,00 Compras Anuais a Prazo $ 11.375,00 Calcule os ciclos operacional e financeiro. 15ª QUESTÃO CICLO OPERACIONAL: ? CICLO FINANCEIRO: ? PME = PRAZO MÉDIO DE ESTOCA GEM = ESTOQUE MÉDIO x 360 CUSTO DO PRODUTO VENDIDO PME = (1.273 + 5.401) / 2 ____________________ x 360 11.375 PME = 1.337 _________ x 360 = 0,117538 x 360 11.375 PME = 42,31 dias PMR = PMC = VALORES A RECEBER DE VENDAS A PRAZO (MÉDIA) x 360 _____________________________ VALORES ANUAIS A PRAZO PMR = (3.782 + 3.368) ________________ x 360 = 0,242378 x 360 14.750 PMR = 87,25 dias PMPF = CONTAS A PAGAR A FORNECEDORES (MÉDIA) x 360 ___________________________ COMPRAS ANUAIS A PRAZO PMPF = (3.795 + 2.025) __________________ x 360 = 1.930 x 360 = 0,1697512 x 360 11.375 PMPF = 60,49 dias CICLO OPERACIONAL = PME + PMR = 42,31 + 87,25 = 129,56 CICLO OPERACIONAL = 43 + 88 = 131 dias CICLO FINANCEIRO = CICLO OPERACIONAL - PMPF CICLO FINANCEIRO = 131 - 61 = 70 dias 129,56 - 60,49 = 69,07 4ª Lista de Exercícios – Administração Financeira (2022/1- EARTE) 4ª Questão – Você reuniu as seguintes informações sobre a companhia Paga-Mas-Demora: As vendas a prazo do ano recém-findo foram de $ 50.000, e o custo das mercadorias vendidas foi de $ 30.000. Salienta-se que as compras anuais a prazo também foram de $ 30.000,00. Quanto tempo é preciso para que o Paga-Mas-Demora receba suas contas a receber? Quanto tempo a mercadoria permanece na empresa até ser vendida? Quanto tempo a empresa leva para pagar suas contas? Item Inicial Final Estoque $ 5.000,00 $ 7.000,00 Contas a Receber $ 1.600,00 $ 2.400,00 Contas a Pagar $ 2.700,00 $ 4.800,00 4ª QUESTÃO VENDA A PARZO = $50.000,00 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS = $30.000,00 PMC = VALORES RECEBER DE VENDAS A PRAZO (MÉDIA) x 360 ________________________________ VALORES ANUAIS A PRAZO PMC = (1.600 + 2.400) _____________ x 360 50.000 PMC = 2.000 x 360 50.000 PMC = 0,04 x 360 = 14,4 dias A empresa recebe suas contas a receber em 14,4 dias COMPRAS ANUAIS A PRAZO = $ 30.000,00 PMC = Estoque médio Custo dos Produtos Vendidos PMC = \frac{5.000 + 7.000}{2} \times 360 30.000 PMC = \frac{6.000 \times 360}{30.000} = 0, 2 x 360 PMC = 72 dias -> tempo que a mercadoria permanece no estoque até ser vendida PMPF = Contas a Pagar a Fornecedores (méd.) \times 360 Compras Anuais a Prazo PMPF = \frac{2.700 + 4.800}{2} \times 360 30.000 PMPF = \frac{3.750 \times 360}{30.000} = 0,125 x 360 PMPF = 45 dias -> a empresa leva 45 dias para pagar. UNIDADE V 3. Administração de Caixa b) Ciclos Operacionais Ciclos Operacionais (I) • as atividades operacionais de uma empresa envolvem, de forma sequencial e repetitiva, a produção de bens e serviços, estocagem, vendas e respectivos recebimentos. • CICLO OPERACIONAL: é o intervalo existente entre a compra da mercadoria e o recebimento das vendas realizadas. o CICLO OPERACIONAL COMPLETO, para o caso de uma empresa industrial, inicia-se com a aquisição das matérias-primas, passa pela armazenagem, produção e venda e desemboca no efetivo recebimento das vendas realizadas. onde: Figura 1 – Ciclo Operacional Completo de uma Empresa Industrial Ciclos Operacionais (II) • na Figura 1, têm-se os três tipos de ciclos identificados nas operações da empresa: operacional, financeiro e econômico. • CICLO OPERACIONAL TOTAL: é composto de todas as fases operacionais da empresa, iniciando-se no momento do recebimento dos materiais a serem utilizados no processo de produção e encerrando-se na cobrança das vendas realizadas. • CICLO ECONÔMICO: engloba fundamentalmente toda a base de produção da empresa, ou seja, estocagem de matérias-primas, fabricação e venda. É o período verificado entre as entradas de matérias-primas adquiridas e a venda do produto final. o ciclo econômico destaca basicamente os prazos de estocagem de matérias-primas, de produtos em elaboração e de produtos acabados. Ciclos Operacionais (III) • CICLO FINANCEIRO: identifica as necessidades de recursos da empresa que ocorrem desde o momento do pagamento aos fornecedores até o efetivo recebimento das vendas realizadas. • As necessidades de caixa da empresa aumentam à medida que os prazos de estocagem e de cobrança das vendas crescerem acima dos prazos de pagamento aos fornecedores. Ao contrário, reduzindo os prazos operacionais dos ativos e alongando os dos passivos operacionais, verifica-se uma diminuição do ciclo de caixa (ciclo financeiro). OBS.: as empresas, de maneira geral, apresentam ciclos de caixa positivos, indicando necessidades de financiamentos para o seu giro. Ciclos Operacionais (IV) • ALGUMAS ESTRATÉGIAS BÁSICAS PARA GERENCIAR O CICLO FINANCEIRO: reduzir ao mínimo os investimentos em ESTOQUES (promover maior giro aos estoques), cuidando porém para que a estratégia não ocasione perdas de vendas ou atrasos na produção por faltas de produtos; manter um controle mais eficiente sobre as CONTAS A RECEBER, aprimorando as técnicas de análise de concessão de créditos e políticas de cobrança; negociar PRAZOS DE PAGAMENTOS mais longos com os FORNECEDORES, tendo sempre o cuidado em não incorrer em custos financeiros acima dos ganhos. Ciclos Operacionais (V) • Exemplo 3: admita uma empresa industrial que tenha apresentado, ao final dos exercícios de X6 e X7, os seguintes prazos operacionais: • no ano de X6, a empresa tardava 75 dias para completar todo seu CICLO OPERACIONAL, cobrindo o período de compra da matéria-prima (e insumos) até a cobrança da venda do produto acabado. Esse período aumentou no ano seguinte, passando para 95 dias. Ciclos Operacionais (VI) • Exemplo 3: (continuação da análise). • as causas deste aumento são explicadas no processo de estocagem (5 dias a mais) – produção (5 dias a mais) – vendas (10 dias a mais), que se apresentou 20 dias mais longo no ano de X7. • apesar dessa elevação dos prazos operacionais, as melhores condições de pagamento concedidas pelos fornecedores permitiram uma redução do CICLO FINANCEIRO em dez dias (55 dias em X6 para 45 dias em X7). Em outras palavras, maiores investimentos nos ativos operacionais foram compensados, com folga, pelos prazos mais longos concedidos pelos fornecedores (PMPF passou de 20 para 50 dias). • um aumento do ciclo operacional pode indicar maior dificuldade da empresa em vender seus produtos, ou maior morosidade no processo de fabricação. Como o prazo de cobrança (PMC) manteve-se inalterado em 30 dias, descarta-se, em princípio, possíveis problemas de cobrança (inadimplência). • o analista financeiro não deve deixar que esses possíveis problemas operacionais sejam encobertos pela forte elevação verificada nos prazos de pagamento a fornecedores. Seu objetivo deve ser o de identificar as causas que determinaram este aumento nos prazos operacionais. UNIDADE V 3. Administração de Caixa c) Projeção de Necessidades de Caixa Projeção de Necessidades de Caixa (I) • A projeção das necessidades de caixa será desenvolvida pelo levantamento de todas as entradas e saídas de recursos previstas em determinado período de tempo. • TÉCNICA DO ORÇAMENTO DE CAIXA: permite que se obtenha maior eficiência no controle de seu saldo, obtida mediante divisões de um período de planejamento maior em intervalos de tempo menores (em bases mensais, por exemplo). Isso permite acompanhar o nível de caixa da empresa e efetuar os ajustes devidos tão logo ocorram os eventuais desvios entre os valores previstos (orçados) e os valores reais. Tabela 1 – Modelo Geral de Elaboração da Projeção de Necessidades de Caixa Projeção de Necessidades de Caixa (II) • Exemplo 4: a empresa deseja elaborar uma projeção de caixa para o primeiro semestre de X8. Para tanto, foram fornecidas as seguintes informações referentes ao período: a) saldo de caixa existente no início do semestre: $ 1.800; b) vendas previstas: $ 17.000. Espera-se que 60% desses valores sejam recebidos no semestre, permanecendo os 40% restantes no realizável para a liquidação no segundo semestre do ano; c) as compras de estoque previstas para o período atingirão $ 6.000 e serão totalmente pagas no período de planejamento; d) o total das despesas operacionais desembolsáveis atingirá $ 3.000 no semestre; e) ao final de maio, a empresa deverá pagar $ 3.000 a título de despesas financeiras; f) no início de março, está previsto um aumento de capital mediante subscrição e integralização de novas ações no valor de $ 1.000; g) no período (início de abril), ainda, a empresa espera receber $ 800 provenientes do realizável a curto prazo. Projeção de Necessidades de Caixa (III) • Solução: • o saldo inicial de $ 1.800 corresponde ao valor que a empresa mantém em seu caixa no início do semestre (ou final do semestre imediatamente anterior). • como somente 60% das vendas serão financeiramente realizadas no período, as entradas de caixa provenientes dessas receitas atingem, portanto, $ 10.200 (60% × $ 17.000). • o TOTAL DOS INGRESSOS PREVISTOS DE CAIXA DA EMPRESA ($ 10.200 + $ 1.000 + $ 800 = $12.000), somados ao saldo inicial para o primeiro semestre de X8 ($ 1.800), é de $ 13.800 ($ 12.000 + $ 1.800). • as SAÍDAS PREVISTAS, por seu lado, totalizam $ 12.000 ($ 6.000 + $ 3.000 + 3.000), o que resulta um SALDO LÍQUIDO PREVISTO DE CAIXA para o período considerado de $ 1.800 (= $ 13.800 - $ 12.000). • a empresa conseguirá manter, pelo menos em valores nominais, o mesmo nível de caixa ($ 1.800). Supondo-se que esse valor seja o mínimo ideal estabelecido pela empresa, não se prevê, em princípio, nenhum problema em sua liquidez imediata. Segundo os parâmetros da empresa, o saldo líquido de $ 1.800 é suficiente para que ela possa conviver com as incertezas associadas aos fluxos financeiros e falta de sincronização, normalmente verificadas entre os recebimentos e pagamentos. Tabela 2 – Orçamento de Caixa para o Semestre 4ª Lista de Exercícios – Administração Financeira (2022/1 - EARTE) 5ª Questão – A Companhia Vargas tem um prazo médio de recebimento de 60 dias e deseja manter um saldo de caixa mínimo de $ 160 milhões. Com base nessas informações e nas que são dadas a seguir (em milhões), complete o orçamento de caixa. Que conclusões você tira disso? T1 T2 T3 T4 Contas a Receber Inicial $240 $ $ $ Vendas $150 $165 $180 $135 Recebimentos de Caixa $ $ $ $ Contas a Receber Final $ $ $ $ Recebimento de Caixa Total $ $ $ $ Desembolso de Caixa Total $170 $160 $185 $190 Entrada de Caixa Líquida $ $ $ $ Saldo de Caixa Inicial $45 $ $ $ Entrada de Caixa Líquida $ $ $ $ Saldo de Caixa Final $ $ $ $ Saldo de Caixa Mínimo $ $ $ $ Sobra (Falta) Acumulada $ $ $ $ EM MILHÕES T1 T2 T3 T4 CONTAS A RECEBER INICIAL $ 240 $100 $150 $120 VENDAS $ 150 $165 $180 $135 RECEBIMENTOS DE CAIXA $ 290 $165 $120 $135 CONTAS A RECEBER FINAL $ 100 $155 $170 $165 RECEBIMENTO DE CAIXA TOTAL $ 290 $155 $170 $165 DESEMBOLSOS DE CAIXA TOTAL $ 170 $160 $185 $190 ENTRADA DE CAIXA LÍQUIDA $ 120 -$5 -$15 -$25 SALDO DE CAIXA INICIAL $ 45 $165 $160 $145 ENTRADA DE CAIXA LÍQUIDA $ 120 -$5 -$15 -$25 SALDO DE CAIXA FINAL $ 165 $160 $145 $120 SALDO DE CAIXA MÍNIMO $ 160 $160 $160 $160 SOBRA (FALTA) ACUMULADA $ 5 $0 -$15 -$40 { PMR = 60 dias SALDO DE CAIXA MÍNIMO = $ 160 milhões. * apenas as vendas feitas nos 30 primeiros dias do trimestre serão recebidas no mesmo período. * os recebimentos totais de caixa do T1 serão de \frac{30}{90} = \frac{1}{3} dos vendas mais o valor inicial dos contas a receber: \frac{1}{3} \times 150 + 240 = 50 + 240 = 290 * o valor final dos contas a receber no T1 (ao inicial dos contas a receber no T2) são outros \frac{2}{3} dos vendas = \frac{2}{3} \times 150 = \frac{300}{3} = 100 * o principal problema tirado dessa programação é que, a partir do T3, o excedente de caixa de Vargo, forma-se uma falta de caixa. No final do ano, a empresa precisará providenciar mais $40 milhões em caixa além do disponível. UNIDADE V 3. Administração de Caixa d) Variações da Necessidade de Caixa Razões para uma Empresa Manter Dinheiro Disponível em Caixa (I) • a ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA visa manter uma liquidez imediata necessária para suportar os desembolsos das atividades de uma empresa. • por não apresentar retorno operacional atraente, o saldo de caixa ideal deveria ser o mínimo possível. uma posição extrema de CAIXA ZERO é inviável na prática, já que a empresa precisa normalmente manter certo nível de caixa para, entre outras razões, fazer frente à incerteza associada a seu fluxo de recebimentos e pagamentos. • KEYNES: três motivos que levam as empresas (e as pessoas também) a manter determinado nível de caixa: (1) transação; (2) precaução; e (3) especulação. • MOTIVO DE TRANSAÇÃO (ou NEGÓCIO): é explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de suas operações normais. Razões para uma Empresa Manter Dinheiro Disponível em Caixa (II) OBS.: o nível de caixa mantido por uma empresa para financiar esse período de transição é influenciado principalmente pelas características dos negócios e pela extensão do ciclo operacional. Exemplo: empresas com ciclo financeiro mais longo, como indústria aeronáutica, costumam apresentar necessidades de caixa maiores que aquelas de ciclo mais curto, tipicamente geradoras de caixa, como os setores de prestação de serviços. • a falta de sincronização verificada entre os momentos dos recebimentos e dos vencimentos dos compromissos é que determina a demanda por caixa pelas empresas. Ao se admitir a certeza absoluta sobre os períodos e sobre os montantes dos fluxos de entradas e saídas de caixa, a DEMANDA PELO DINHEIRO PARA FINS DE TRANSAÇÃO seria desnecessária. Razões para uma Empresa Manter Dinheiro Disponível em Caixa (III) • MOTIVO DE PRECAUÇÃO: visa manter caixa com o objetivo de atender a necessidades de pagamentos eventuais e imprevistas. O motivo precaução para a retenção de ativos de máxima liquidez por uma empresa é justificado pela diferença normalmente observada entre os fluxos monetários orçados e os reais. variações inesperadas nas rendas e nos preços de alguns fatores de produção, insolvência de clientes e outras contingências. • MOTIVO ESPECULAÇÃO: diversas oportunidades de investimentos atraentes costumam surgir de forma não prevista, sem dar tempo para a empresa buscar financiamento no mercado. Estas oportunidades somente podem ser aproveitadas com caixa. É o motivo de especulação. • OUTROS MOTIVOS PARA MANTER CAIXA: a necessidade de saldo médio junto a instituições financeiras concedentes de créditos, preferência pelo uso de recursos próprios e, consequente retenção de caixa, para financiar projetos de expansão, e assim por diante. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (I) • se as compras necessárias e as vendas forem efetuadas totalmente a vista, o ciclo de caixa coincidirá exatamente com o ciclo operacional da empresa. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (II) • para determinar o número de vezes que o caixa de uma empresa gira (se renova) num determinado período, basta dividir 12 (meses) ou 360 (dias) pelo ciclo de caixa encontrado. • Exemplo: o giro de caixa da empresa é igual a 2,4 ou 12 ÷ 5, ou seja, os recursos alocados ao disponível revezam-se 2,4 vezes no período (ano). Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (III) • a maximização do giro de caixa, que pode ser alcançada por uma gradativa redução do ciclo de caixa, determina menores necessidades de recursos monetários no disponível. É uma medida de eficiência na administração de caixa de uma empresa. • Exemplo 1: uma empresa revela que o período médio ponderado de pagamento a fornecedores de matérias-primas e outros insumos, como mão de obra, é igual a 28 dias. A empresa gira seus estoques cinco vezes no ano, e seus clientes pagam as duplicatas dentro de um prazo médio de 35 dias. Ciclo Operacional = Prazo Médio dos Es- toques + Prazo Médio de Cobrança PME = 360 dias/5 = 72 dias Ciclo Operacional = 72 dias + 35 dias = 107 dias O ciclo operacional indica o intervalo de tempo desde a aquisição (pedido) das matérias-primas até o recebimento da venda do produto acabado. Na ilustração, este prazo médio é de 107 dias. Ciclo de Caixa (Financeiro) = Ciclo Operacional – Prazo Médio de Pagamento Ciclo de Caixa = 107 – 28 = 79 Este é o tempo que tarde desde o pagamento das matérias-primas até o momento de recebimento das vendas. A empresa necessita de recursos em seu ciclo de caixa para financiar seu ciclo operacional. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (IV) ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DO SALDO DE CAIXA (I) • a necessidade de manter um controle mais acurado na disponibilidade de uma empresa é determinada pelo objetivo de ajustar a manutenção de um saldo de caixa que atenda aos motivos de transação, precaução e especulação. • medidas de controle para uma eficiente administração de caixa: (1) medidas do caixa; e (2) medidas da empresa. • MEDIDAS DO CAIXA: podem incluir maior dinamização nos recebimentos de clientes, mediante contatos com os bancos com que a empresa trabalhe, visando à agilização na liberação dos cheques recebidos; emissão e entrega mais rápida de títulos representativos das vendas a prazo (faturas e duplicatas); melhor adequação e controle das datas de recebimentos e pagamentos; maior controle no registro dos valores a receber, evitando-se, entre outras consequências, extravios de títulos ou preenchimentos equivocados, os quais poderão retardar suas liquidações ou dificuldades de localização etc. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (V) ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DO SALDO DE CAIXA (II) • MEDIDAS DO EMPRESA: envolvem alterações diretas nos outros ativos circulantes, como, por exemplo: (1) uma diminuição do prazo de produção (com a introdução de técnicas e processos mais dinâmicos e eficientes), tendo como consequência uma elevação no giro de caixa e, assim, menor demanda pela moeda; (2) uma retração nos investimentos em estoques até um nível que não traga prejuízos às metas estabelecidas de produção ou perdas de vendas; e (3) rever a política de concessão de crédito adotada. • OBS.: uma administração eficiente de caixa prevê, também, decisões de aplicações financeiras de recursos temporariamente inativos. Esta aplicação dos recursos tem por objetivo a redução do custo de oportunidade da manutenção de caixa. Ciclo de Caixa e Controle de seu Saldo (VI) USO DO FLOAT • FLOAT: refere-se a um montante de cheques emitidos, mas que não foi debitada (sacados) na conta corrente bancária. Em outras palavras, FLOAT é o intervalo de tempo que vai desde a emissão do cheque até sua efetiva liquidação financeira pelo banco. • FLOAT DE PAGAMENTOS: pode gerar receitas financeiras às empresas mediante a aplicação da quantia devida, pelo prazo em que o cheque permanecer em trânsito (até a efetiva liquidação pelo banco) em operações de curto prazo no mercado financeiro. • FLOAT são recursos pagos pelo devedor mas que ainda não foram recebidos (creditados) pelo credor do pagamento. Quanto maior o FLOAT, mais elevado se apresenta o prazo de recebimento da empresa. • no banco, o FLOAT é contado pelo intervalo entre o momento em que os recursos são depositados e o momento em que eles são liberados à empresa credora. Obrigada e excelente noite!