·
Ciências Contábeis ·
Administração Financeira
· 2021/1
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
42
Aula Assíncrona 3 - Administração Financeira
Administração Financeira
UFES
39
Unidade 4 - Análise de Liquidez
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 10 - Administração Financeira 2023-2
Administração Financeira
UFES
2
Atividade - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 7 - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
31
Aula Assíncrona 4 - Administração Financeira
Administração Financeira
UFES
4
P2 - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 12 - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 10 - Administração Financeira 2023-2
Administração Financeira
UFES
3
Lista Extra Administração Financeira 2022 1
Administração Financeira
UFES
Texto de pré-visualização
Aula Síncrona: 10/09/2021 Administração Financeira Adriana Fiorotti Campos UNIDADE IV 4. Administração de Contas a Receber a) Avaliação do Risco de Crédito Administração de Contas a Receber (I) • MODALIDADES DE CRÉDITO: (1) crédito interempresarial (ou crédito mercantil), envolvendo empresas e clientes; e (2) crédito pessoal (ou crédito direto ao consumidor), administrado por instituições financeiras. será tratado o primeiro tipo de crédito, o qual adota certas características que o diferenciam significativamente do crédito pessoal. • Para muitas empresas, os investimentos em valores a receber representam uma parte significativa de seus ativos circulantes, exercendo importantes influências em suas rentabilidades. O nível desses investimentos depende do comportamento das vendas e da formulação de uma política de crédito para a empresa, a qual engloba os seguintes elementos: (1) análise dos padrões de crédito; (2) prazo de concessão de crédito; (3) descontos financeiros por pagamentos antecipados; e (4) política de cobranças. Administração de Contas a Receber (II) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (I) • ENFOQUE TRADICIONAL DA ANÁLISE DO CRÉDITO: estudo de cinco fatores, definidos na proposição original de Brigham e Weston como os cinco Cs do crédito: (1) caráter; (2) capacidade; (3) capital; (4) garantias (collateral); e (5) condições. – CARÁTER: identifica a disposição do cliente em pagar corretamente seu crédito. Essa avaliação é efetuada mediante o conhecimento de certas características morais do devedor, tais como honestidade, integridade etc., e de seu histórico judicial e de pagamentos. – CAPACIDADE: procura medir o potencial de geração de recursos do cliente visando à liquidação do crédito conforme solicitado. Essa análise é feita mediante informações financeiras do cliente, padrões gerenciais, análise de seus demonstrativos financeiros etc. – CAPITAL: analisada de forma similar à anterior, está mais voltada para a mediação dos investimentos da firma cliente, dando atenção especial a seu patrimônio líquido e solidez econômica do devedor. Administração de Contas a Receber (III) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (II) – GARANTIAS (COLLATERAL): julgam os ativos que o cliente pode oferecer como forma de lastrear (garantir) seu crédito. Para o credor, quanto maiores as garantias, mais elevadas são as chances de recuperar o valor do crédito concedido, se eventualmente o devedor ficar inadimplente. – CONDIÇÕES: envolve as influências do comportamento da conjuntura econômica sobre a capacidade de pagamento do cliente, assim como eventual interesse especial da empresa em vender determinado produto que mantém em quantidade em excesso estocada. Administração de Contas a Receber (IV) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (III) FONTES DE INFORMAÇÕES PARA ANÁLISE DE CRÉDITO (I) • AVALIAÇÃO RETROSPECTIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO SOLICITANTE DE CRÉDITO: as quais poderão vir suplementadas com diversas informações adicionais, tais como fluxos de caixa, descrição das garantias potenciais etc. Com o estudo dos principais indicadores econômico- financeiros extraídos desses relatórios contábeis, e dos dados adicionais, a empresa tem condições de avaliar o desempenho do cliente nos últimos anos diagnosticar sua atual posição patrimonial e de liquidez, e projetar, também, sua habilidade em cumprir satisfatoriamente com a obrigação assumida. • outra importante fonte para o processo é fornecida por empresas prestadoras de serviços em assessoria às decisões de crédito. • CONSULTAS A PUBLICAÇÕES ESPECIALIZADAS EM INDICADORES-PADRÃO, tais como Melhores e Maiores, Conjuntura Econômica, etc. Com esses trabalhos poderá a empresa avaliar, mediante uma análise comparativa, o desempenho global de seu cliente com outras empresas do mesmo setor de atividade e com o mercado em geral. Administração de Contas a Receber (V) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (IV) FONTES DE INFORMAÇÕES PARA ANÁLISE DE CRÉDITO (II) • UTILIZAÇÃO DE MODELOS QUANTITATIVOS nas decisões de concessão de crédito, os quais se processam pelo uso de medidas estatísticas, análises discriminantes, teoria de opções e árvores de decisão. OBS.: para compensar perdas previstas (não pagamento) na cobrança das vendas a prazo, as empresas constituem uma provisão denominada de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. Esta parcela de perda estimada é deduzida do Ativo Circulante (Valores a Receber). 4. Administração de Contas a Receber b) Políticas de Crédito Administração de Contas a Receber (VI) POLÍTICAS DE CRÉDITO (I) • POLÍTICA DE CRÉDITO: envolve o estudo de quatro elementos: (1) análise dos padrões de crédito; (2) prazo de concessão; (3) descontos financeiros por pagamentos antecipados; e (4) políticas de cobrança. Administração de Contas a Receber (VII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (II) ANÁLISE DOS PADRÕES DE CRÉDITO (I) • no processo de análise de risco, deve a empresa também fixar seus PADRÕES DE CRÉDITO, ou seja, os requisitos de segurança mínimos que devem ser atendidos pelos clientes para que se conceda o crédito. o estabelecimento dessas exigências mínimas envolve geralmente o AGRUPAMENTO DOS CLIENTES EM DIVERSAS CATEGORIAS DE RISCO, as quais visam, mediante o USO DE PROBABILIDADES, mensurarem o custo das perdas associadas às vendas realizadas a um ou vários clientes de características semelhantes. Assim, para cada classe ou categoria de clientes tem-se um custo (probabilidade) de perdas pelo não recebimento das vendas efetuadas a prazo. Administração de Contas a Receber (VIII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (III) ANÁLISE DOS PADRÕES DE CRÉDITO (II) ➢ OBS.: os padrões de crédito definem os instrumentos de crédito e as exigências mínimas de garantias para a concessão do crédito a um cliente. A medida que a empresa afrouxa os padrões de crédito, aumenta a chance (risco) de uma conta a receber tornar-se incobrável, afetando o lucro de forma negativa. PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO (I) • PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO: refere-se ao período de tempo que a empresa concede a seus clientes para pagamento das compras realizadas. Esse prazo é normalmente contado a partir da data de emissão da fatura representativa da operação comercial realizada ou a partir do fim do mês em que se efetua a venda. • FATURA: é um documento comercial representativo (confirmativo) de venda realizada, sendo emitido consequência de uma (ou mais de uma) nota fiscal de venda. A fatura contém geralmente a especificação do produto vendido, quantidade, preço, condições de pagamento etc. Figura 1 – Exemplo de Fatura fatura DE Rhonda Poulos Rua Antunes 283 3730-221 Maceira COBRAR A Patrícia Gregg Rua Mouzo 116 6300-663 Guarda FATURA # DATA DA FATURA P.O. # PT-001 12/02/2019 12/13/2019 DATA DE VENCIMENTO 12/02/2019 ENVIAR PARA Patrícia Gregg Travessa Parque 63 3150-278 Casal Légua QTD DESCRIÇÃO PREÇO POR UNIDADE VALOR 1 Carambola 100.00 100.00 2 Mão quente 25.00 50.00 3 Bolinho de chuva 12.00 36.00 Subtotal IVA 23.0% 186.00 42.78 TOTAL 228.78 € TERMOS E CONDIÇÕES O pagamento é devido no prazo de 15 dias Banco Finalia, S.A. IBAN: PT325 3456 7891 SWIFT/BIC: ABCDPTM1XXX Administração de Contas a Receber (IX) POLÍTICAS DE CRÉDITO (IV) PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO (II) OBS.: é evidente que o ideal para toda empresa seria a realização de suas vendas totalmente a vista, pois além da inexistência das despesas provenientes do crédito não teria de assumir custos financeiros nos valores a receber. No entanto, essa suposição não ocorre na maior parte das empresas. • PRÁTICA NO BRASIL: em diversos momentos, a empresa concedente do crédito consegue embutir uma taxa de juros alta em suas vendas a prazo (aumentando o preço de venda), que passa a interessar-se por forçar essa modalidade de negociação. É comum no Brasil estabelecimentos comerciais que não fazem distinção entre seus preços a vista e a prazo, fixando o mesmo valor de venda para qualquer forma de pagamento. Administração de Contas a Receber (X) POLÍTICAS DE CRÉDITO (V) PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO (III) • PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO: varia segundo a influência de diversos fatores, sendo normalmente maior nas empresas que trabalham com produtos sazonais (brinquedos etc.). OBS.: (1) a definição de PRAZOS DE CONCESSÃO DE CRÉDITOS AOS CLIENTES depende, principalmente, da política adotada pela concorrência, das características e do risco inerentes ao mercado consumidor, da natureza do produto vendido, do desempenho da conjuntura econômica, do atendimento de determinadas metas gerenciais internas da empresa (giro dos ativos, políticas de estoques e compras, etc.), dentre outros; e (2) O PRAZO DO CRÉDITO EXERCE INFLUÊNCIAS SOBRE A RENTABILIDADE DA EMPRESA. Um acréscimo no prazo, ao mesmo tempo em que pode aumentar as vendas da empresa, é capaz também de elevar o montante do investimento em valores a receber e, em consequência, no custo de capital, e as perdas por inadimplência. Administração de Contas a Receber (XI) POLÍTICAS DE CRÉDITO (VI) DESCONTOS FINANCEIROS POR PAGAMENTOS ANTECIPADOS (I) • DESCONTO FINANCEIRO: pode ser definido como um abatimento no preço de venda efetuado quando os pagamentos das compras realizadas forem feitos a vista ou a prazos bem curtos. Ele constitui um instrumento de política de crédito da empresa, podendo afetar todos os seus elementos. • a POLÍTICA DE DESCONTOS FINANCEIROS afeta importantes variáveis que atuam na formação do lucro da empresa: (1) podem aumentar as vendas (espera-se que a introdução de descontos venha a atrair novos clientes ou incentivar volumes maiores de vendas); (2) com o pagamento antecipado das vendas, a empresa promove uma redução de suas necessidades de caixa pela diminuição do prazo médio de cobrança. Da mesma forma, é exigido menos investimentos em valores a receber, determinado por uma suposta redução das vendas a prazo, o que promove uma redução do custo de capital; Administração de Contas a Receber (XII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (VII) DESCONTOS FINANCEIROS POR PAGAMENTOS ANTECIPADOS (II) • a POLÍTICA DE DESCONTOS FINANCEIROS afeta importantes variáveis que atuam na formação do lucro da empresa: (3) dado o incentivo de desconto financeiro, muitos clientes podem antecipar seus pagamentos, reduzindo a probabilidade de não recebimento da empresa (risco com incobráveis); e (4) com a redução do preço de venda, há a possibilidade da empresa apurar menor lucro por unidade vendida (redução da margem de lucro do produto). OBS.: devem ser previstos que aumento no volume físico das vendas, ou reduções com despesas de incobráveis ou no custo de oportunidade do capital investido, possam compensar satisfatoriamente a perda de lucro advinda dos descontos financeiros. Administração de Contas a Receber (XIII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (VIII) POLÍTICAS DE COBRANÇA (I) • POLÍTICAS DE COBRANÇA: têm por objetivo definirem os vários critérios e procedimentos possíveis de ser adotados por uma empresa, visando ao recebimento, na data de seus vencimentos, dos diversos valores a receber. • AGING DE VALORES A RECEBER: um instrumento bastante útil de controle dos valores a receber é o AGING, ou IDADE CRONOLÓGICA DAS CONTAS A RECEBER. Este modelo classifica as contas a receber em função de suas idades, destacando a porcentagem vencida e a vencer. • Exemplo 1: admita uma empresa que possua uma carteira de contas a receber de $ 1.000.000. Alguns valores já se encontram vencidos, e outros ainda estão a vencer. Tabela 1 – Idade Cronológica (Aging) das Contas a Receber Administração de Contas a Receber (XIV) POLÍTICAS DE CRÉDITO (IX) POLÍTICAS DE COBRANÇA (II) • os resultados descritos na Tabela 1 indicam que 30% da carteira de contas a receber da empresa se encontram vencidas, aguardando pagamento dos clientes. A política de cobrança deve atuar mais próxima a esses clientes, procurando garantir o recebimento. A parcela de contas a vencer corresponde a 70% da carteira, concentrando a maior parte dos vencimentos nos próximos 60 dias. • pelo estudo do AGING, é possível manter um controle mais eficiente da carteira de duplicatas a receber, de forma a esclarecer as razões de quaisquer variações em seus resultados. Ocorrendo alterações nesses indicadores, há fortes indicações de mudanças na rotina de recebimento das duplicatas. Uma indicação da qualidade das duplicatas a receber é obtida comparando-se essa classificação por vencimento com as condições normais de crédito oferecidas pela empresa. 4. Administração de Contas a Receber c) Avaliação da Política de Crédito Administração de Contas a Receber (XIV) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (I) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (I) • no processo de definição de uma política geral de crédito, a empresa deve se preocupar com determinadas medidas de controle interno, principalmente as relativas aos custos e despesas inerentes ao crédito e investimentos em valores a receber. importantes medidas, típicas de empresas que vendem a prazo – CLASSIFICAÇÃO: (1) despesas com devedores duvidosos; (2) despesas gerais de crédito; (3) despesas de cobranças; e (4) custo do investimento marginal em valores a receber. • DESPESAS COM DEVEDORES DUVIDOSOS: refere-se à probabilidade definida pela empresa em não receber determinado volume de crédito no futuro. A experiência da empresa com seu mercado consumidor, as conclusões obtidas de análises técnicas e o grau de aversão ao risco constituem os principais instrumentos de estudo desta medida. Administração de Contas a Receber (XV) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (II) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (II) • DESPESAS GERAIS DE CRÉDITO: envolvem basicamente os gastos efetuados no processo de análise de solicitações e na manutenção de um departamento de crédito, como pessoal, materiais, serviços de informações, contratados, etc. Em outras palavras, são despesas que ocorrem em razão da empresa vender a prazo. Se operasse exclusivamente com vendas a vista, não incorreria nesses gastos de crédito. • DESPESAS DE COBRANÇAS: estão incluídos os gastos gerais efetuados principalmente nos diversos procedimentos adotados pela empresa, inclusive os (gastos) provenientes de eventuais ações judiciais e taxas cobradas pelos bancos pela execução desses serviços. Uma política mais liberal de crédito, notadamente de concessão e fixação de padrões, tende a elevar o volume dessas despesas, podendo ocorrer o inverso quando os padrões tornarem-se mais rigorosos. Administração de Contas a Receber (XVI) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (III) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (III) • CUSTO DO INVESTIMENTO MARGINAL EM VALORES A RECEBER: é obtido mediante a aplicação de uma taxa de retorno mínima exigida pela empresa (para seus investimentos ativos) sobre o investimento marginal (adicional) efetuado em valores a receber. INVESTIMENTO EM VALORES A RECEBER equivale ao total do capital aplicado pela empresa para financiar suas vendas a prazo. Recursos que lastreiam a carteira de contas a receber. INVESTIMENTO MARGINAL é medido pela diferença entre o capital aplicado em manter contas a receber antes e após alterações que venham a se verificar nos padrões de crédito. A manutenção de uma carteira de valores a receber determina um custo à empresa. Este custo é calculado pelo que deixou de ganhar ao não aplicar os recursos em outra alternativa de investimento, optando por financiar as contas a receber (custo de oportunidade). Quanto maior o volume de investimento em valores a receber, mais alto é o custo de oportunidade. Administração de Contas a Receber (XVII) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (IV) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (IV) • OBS.: o critério geral de análise de uma política de crédito prevê basicamente um confronto entre o retorno mínimo exigido pela empresa (ou o custo do dinheiro utilizado no financiamento desse investimento adicional) e a variação em seus resultados operacionais provocada pela introdução de determinada política de crédito (ou por alterações em alguns de seus elementos). Evidentemente, se o custo for inferior ao resultado operacional, sendo ambos medidos em termos marginais, tem-se uma atratividade econômica pela aceitação da proposta, ocorrendo uma propensão de rejeição na situação inversa. Administração de Contas a Receber (XVIII) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (V) INFLUÊNCIAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO SOBRE AS MEDIDAS FINANCEIRAS (I) • AFROUXAMENTO DOS PADRÕES DE CRÉDITO: quando se decide por um afrouxamento nos padrões usuais de crédito, ou seja, quando a direção da empresa decide conceder créditos a clientes de maior risco (abaixo dos padrões normalmente adotados), surge de imediato uma expectativa de elevação no volume de vendas. Pode-se prever também uma necessidade maior de volume de investimentos em valores a receber (e uma possível elevação do prazo médio de cobrança) acompanhada de um crescimento nas despesas gerais de crédito, principalmente na provisão para devedores duvidosos. • MAIOR RIGIDEZ AOS PADRÕES DE CRÉDITO: ao mesmo tempo em que pode diminuir as despesas e o custo do investimento marginal, produz reflexos negativos sobre as vendas, os quais podem absorver os benefícios gerados. OBS.: é fundamental efetuar projeções financeiras que forneçam, no mínimo, condições de confrontar a taxa de retorno marginal com a taxa básica exigida pela empresa. Administração de Contas a Receber (XIX) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (VI) INFLUÊNCIAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO SOBRE AS MEDIDAS FINANCEIRAS (II) • VARIAÇÕES NOS PRAZOS DE CRÉDITO: se a empresa optar por uma ampliação em seus prazos usuais de crédito, é coerente esperar por uma elevação no volume de vendas, nas despesas gerais de crédito (o departamento de crédito é sobrecarregado, e as despesas de cobrança e o nível de inadimplência também tendem a aumentar) e nos investimentos em valores a receber (o ativo realizável se elevará, assim como o prazo médio de cobrança). • DESCONTOS FINANCEIROS: quando são concedidos maiores valores percentuais de descontos financeiros é razoável esperar por um aumento no volume de vendas em função, principalmente, de um barateamento nos custos do adquirente. Essa expectativa é mais consistente se o produto apresentar uma DEMANDA ELÁSTICA. Administração de Contas a Receber (XX) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (VII) INFLUÊNCIAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO SOBRE AS MEDIDAS FINANCEIRAS (III) • POLÍTICAS DE COBRANÇA: maior liberalidade nas políticas de cobrança pode proporcionar elevações nos valores das medidas financeiras consideradas. Ao contrário, com maior rigidez nos procedimentos de cobrança, são esperadas retrações nos volumes de vendas, nos níveis das despesas gerais de crédito e nos investimentos circulantes. OBS.: o administrador financeiro deve se interessar, dentro de um contexto de análise da política de crédito, por qualquer decisão (ou conjunto de decisões) que acarrete um resultado marginal superior ao custo do investimento marginal em valores a receber. A decisão de uma política global de crédito para a empresa envolve um processo contínuo de tentativa, no qual, para cada alteração viável de ser adotada, é fundamental confrontar os resultados daí obtidos com os custos marginais. Quadro 1 – Política de Crédito e Variáveis Financeiras Ver: EXEMPLO - ALTERAÇÃO NOS PADRÕES DE CRÉDITO PARA UMA EMPRESA 1ª Questão – Indique entre as especificações descritas abaixo de uma política de crédito, aquela que não influencia no aumento do volume de valores a receber por uma empresa: a) Descontos especiais para pagamento a vista. b) Dilatar os prazos de ofertas de créditos. c) Redução dos limites a serem oferecidos. d) Estreitamento dos padrões de liberação de créditos. e) Negociação mais flexível em créditos atrasados. 2ª Questão – A formulação de uma política de crédito não engloba os seguintes elementos: a) Política de cobranças. b) Prazos para concessão de créditos. c) Descontos financeiros por pagamentos antecipados. d) Estudo da capacidade de pagamento dos fornecedores. e) Análise dos padrões de crédito. 1ª Questão – Indique entre as especificações descritas abaixo de uma política de crédito, aquela que não influencia no aumento do volume de valores a receber por uma empresa: a) Descontos especiais para pagamento a vista. b) Dilatar os prazos de ofertas de créditos. c) Redução dos limites a serem oferecidos. d) Estreitamento dos padrões de liberação de créditos. e) Negociação mais flexível em créditos atrasados. 2ª Questão – A formulação de uma política de crédito não engloba os seguintes elementos: a) Política de cobranças. b) Prazos para concessão de créditos. c) Descontos financeiros por pagamentos antecipados. d) Estudo da capacidade de pagamento dos fornecedores. e) Análise dos padrões de crédito. Obrigada e excelente noite!
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
42
Aula Assíncrona 3 - Administração Financeira
Administração Financeira
UFES
39
Unidade 4 - Análise de Liquidez
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 10 - Administração Financeira 2023-2
Administração Financeira
UFES
2
Atividade - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 7 - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
31
Aula Assíncrona 4 - Administração Financeira
Administração Financeira
UFES
4
P2 - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 12 - Administração Financeira 2023-1
Administração Financeira
UFES
5
Lista 4 10 - Administração Financeira 2023-2
Administração Financeira
UFES
3
Lista Extra Administração Financeira 2022 1
Administração Financeira
UFES
Texto de pré-visualização
Aula Síncrona: 10/09/2021 Administração Financeira Adriana Fiorotti Campos UNIDADE IV 4. Administração de Contas a Receber a) Avaliação do Risco de Crédito Administração de Contas a Receber (I) • MODALIDADES DE CRÉDITO: (1) crédito interempresarial (ou crédito mercantil), envolvendo empresas e clientes; e (2) crédito pessoal (ou crédito direto ao consumidor), administrado por instituições financeiras. será tratado o primeiro tipo de crédito, o qual adota certas características que o diferenciam significativamente do crédito pessoal. • Para muitas empresas, os investimentos em valores a receber representam uma parte significativa de seus ativos circulantes, exercendo importantes influências em suas rentabilidades. O nível desses investimentos depende do comportamento das vendas e da formulação de uma política de crédito para a empresa, a qual engloba os seguintes elementos: (1) análise dos padrões de crédito; (2) prazo de concessão de crédito; (3) descontos financeiros por pagamentos antecipados; e (4) política de cobranças. Administração de Contas a Receber (II) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (I) • ENFOQUE TRADICIONAL DA ANÁLISE DO CRÉDITO: estudo de cinco fatores, definidos na proposição original de Brigham e Weston como os cinco Cs do crédito: (1) caráter; (2) capacidade; (3) capital; (4) garantias (collateral); e (5) condições. – CARÁTER: identifica a disposição do cliente em pagar corretamente seu crédito. Essa avaliação é efetuada mediante o conhecimento de certas características morais do devedor, tais como honestidade, integridade etc., e de seu histórico judicial e de pagamentos. – CAPACIDADE: procura medir o potencial de geração de recursos do cliente visando à liquidação do crédito conforme solicitado. Essa análise é feita mediante informações financeiras do cliente, padrões gerenciais, análise de seus demonstrativos financeiros etc. – CAPITAL: analisada de forma similar à anterior, está mais voltada para a mediação dos investimentos da firma cliente, dando atenção especial a seu patrimônio líquido e solidez econômica do devedor. Administração de Contas a Receber (III) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (II) – GARANTIAS (COLLATERAL): julgam os ativos que o cliente pode oferecer como forma de lastrear (garantir) seu crédito. Para o credor, quanto maiores as garantias, mais elevadas são as chances de recuperar o valor do crédito concedido, se eventualmente o devedor ficar inadimplente. – CONDIÇÕES: envolve as influências do comportamento da conjuntura econômica sobre a capacidade de pagamento do cliente, assim como eventual interesse especial da empresa em vender determinado produto que mantém em quantidade em excesso estocada. Administração de Contas a Receber (IV) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (III) FONTES DE INFORMAÇÕES PARA ANÁLISE DE CRÉDITO (I) • AVALIAÇÃO RETROSPECTIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO SOLICITANTE DE CRÉDITO: as quais poderão vir suplementadas com diversas informações adicionais, tais como fluxos de caixa, descrição das garantias potenciais etc. Com o estudo dos principais indicadores econômico- financeiros extraídos desses relatórios contábeis, e dos dados adicionais, a empresa tem condições de avaliar o desempenho do cliente nos últimos anos diagnosticar sua atual posição patrimonial e de liquidez, e projetar, também, sua habilidade em cumprir satisfatoriamente com a obrigação assumida. • outra importante fonte para o processo é fornecida por empresas prestadoras de serviços em assessoria às decisões de crédito. • CONSULTAS A PUBLICAÇÕES ESPECIALIZADAS EM INDICADORES-PADRÃO, tais como Melhores e Maiores, Conjuntura Econômica, etc. Com esses trabalhos poderá a empresa avaliar, mediante uma análise comparativa, o desempenho global de seu cliente com outras empresas do mesmo setor de atividade e com o mercado em geral. Administração de Contas a Receber (V) AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO (IV) FONTES DE INFORMAÇÕES PARA ANÁLISE DE CRÉDITO (II) • UTILIZAÇÃO DE MODELOS QUANTITATIVOS nas decisões de concessão de crédito, os quais se processam pelo uso de medidas estatísticas, análises discriminantes, teoria de opções e árvores de decisão. OBS.: para compensar perdas previstas (não pagamento) na cobrança das vendas a prazo, as empresas constituem uma provisão denominada de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. Esta parcela de perda estimada é deduzida do Ativo Circulante (Valores a Receber). 4. Administração de Contas a Receber b) Políticas de Crédito Administração de Contas a Receber (VI) POLÍTICAS DE CRÉDITO (I) • POLÍTICA DE CRÉDITO: envolve o estudo de quatro elementos: (1) análise dos padrões de crédito; (2) prazo de concessão; (3) descontos financeiros por pagamentos antecipados; e (4) políticas de cobrança. Administração de Contas a Receber (VII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (II) ANÁLISE DOS PADRÕES DE CRÉDITO (I) • no processo de análise de risco, deve a empresa também fixar seus PADRÕES DE CRÉDITO, ou seja, os requisitos de segurança mínimos que devem ser atendidos pelos clientes para que se conceda o crédito. o estabelecimento dessas exigências mínimas envolve geralmente o AGRUPAMENTO DOS CLIENTES EM DIVERSAS CATEGORIAS DE RISCO, as quais visam, mediante o USO DE PROBABILIDADES, mensurarem o custo das perdas associadas às vendas realizadas a um ou vários clientes de características semelhantes. Assim, para cada classe ou categoria de clientes tem-se um custo (probabilidade) de perdas pelo não recebimento das vendas efetuadas a prazo. Administração de Contas a Receber (VIII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (III) ANÁLISE DOS PADRÕES DE CRÉDITO (II) ➢ OBS.: os padrões de crédito definem os instrumentos de crédito e as exigências mínimas de garantias para a concessão do crédito a um cliente. A medida que a empresa afrouxa os padrões de crédito, aumenta a chance (risco) de uma conta a receber tornar-se incobrável, afetando o lucro de forma negativa. PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO (I) • PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO: refere-se ao período de tempo que a empresa concede a seus clientes para pagamento das compras realizadas. Esse prazo é normalmente contado a partir da data de emissão da fatura representativa da operação comercial realizada ou a partir do fim do mês em que se efetua a venda. • FATURA: é um documento comercial representativo (confirmativo) de venda realizada, sendo emitido consequência de uma (ou mais de uma) nota fiscal de venda. A fatura contém geralmente a especificação do produto vendido, quantidade, preço, condições de pagamento etc. Figura 1 – Exemplo de Fatura fatura DE Rhonda Poulos Rua Antunes 283 3730-221 Maceira COBRAR A Patrícia Gregg Rua Mouzo 116 6300-663 Guarda FATURA # DATA DA FATURA P.O. # PT-001 12/02/2019 12/13/2019 DATA DE VENCIMENTO 12/02/2019 ENVIAR PARA Patrícia Gregg Travessa Parque 63 3150-278 Casal Légua QTD DESCRIÇÃO PREÇO POR UNIDADE VALOR 1 Carambola 100.00 100.00 2 Mão quente 25.00 50.00 3 Bolinho de chuva 12.00 36.00 Subtotal IVA 23.0% 186.00 42.78 TOTAL 228.78 € TERMOS E CONDIÇÕES O pagamento é devido no prazo de 15 dias Banco Finalia, S.A. IBAN: PT325 3456 7891 SWIFT/BIC: ABCDPTM1XXX Administração de Contas a Receber (IX) POLÍTICAS DE CRÉDITO (IV) PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO (II) OBS.: é evidente que o ideal para toda empresa seria a realização de suas vendas totalmente a vista, pois além da inexistência das despesas provenientes do crédito não teria de assumir custos financeiros nos valores a receber. No entanto, essa suposição não ocorre na maior parte das empresas. • PRÁTICA NO BRASIL: em diversos momentos, a empresa concedente do crédito consegue embutir uma taxa de juros alta em suas vendas a prazo (aumentando o preço de venda), que passa a interessar-se por forçar essa modalidade de negociação. É comum no Brasil estabelecimentos comerciais que não fazem distinção entre seus preços a vista e a prazo, fixando o mesmo valor de venda para qualquer forma de pagamento. Administração de Contas a Receber (X) POLÍTICAS DE CRÉDITO (V) PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO (III) • PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO: varia segundo a influência de diversos fatores, sendo normalmente maior nas empresas que trabalham com produtos sazonais (brinquedos etc.). OBS.: (1) a definição de PRAZOS DE CONCESSÃO DE CRÉDITOS AOS CLIENTES depende, principalmente, da política adotada pela concorrência, das características e do risco inerentes ao mercado consumidor, da natureza do produto vendido, do desempenho da conjuntura econômica, do atendimento de determinadas metas gerenciais internas da empresa (giro dos ativos, políticas de estoques e compras, etc.), dentre outros; e (2) O PRAZO DO CRÉDITO EXERCE INFLUÊNCIAS SOBRE A RENTABILIDADE DA EMPRESA. Um acréscimo no prazo, ao mesmo tempo em que pode aumentar as vendas da empresa, é capaz também de elevar o montante do investimento em valores a receber e, em consequência, no custo de capital, e as perdas por inadimplência. Administração de Contas a Receber (XI) POLÍTICAS DE CRÉDITO (VI) DESCONTOS FINANCEIROS POR PAGAMENTOS ANTECIPADOS (I) • DESCONTO FINANCEIRO: pode ser definido como um abatimento no preço de venda efetuado quando os pagamentos das compras realizadas forem feitos a vista ou a prazos bem curtos. Ele constitui um instrumento de política de crédito da empresa, podendo afetar todos os seus elementos. • a POLÍTICA DE DESCONTOS FINANCEIROS afeta importantes variáveis que atuam na formação do lucro da empresa: (1) podem aumentar as vendas (espera-se que a introdução de descontos venha a atrair novos clientes ou incentivar volumes maiores de vendas); (2) com o pagamento antecipado das vendas, a empresa promove uma redução de suas necessidades de caixa pela diminuição do prazo médio de cobrança. Da mesma forma, é exigido menos investimentos em valores a receber, determinado por uma suposta redução das vendas a prazo, o que promove uma redução do custo de capital; Administração de Contas a Receber (XII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (VII) DESCONTOS FINANCEIROS POR PAGAMENTOS ANTECIPADOS (II) • a POLÍTICA DE DESCONTOS FINANCEIROS afeta importantes variáveis que atuam na formação do lucro da empresa: (3) dado o incentivo de desconto financeiro, muitos clientes podem antecipar seus pagamentos, reduzindo a probabilidade de não recebimento da empresa (risco com incobráveis); e (4) com a redução do preço de venda, há a possibilidade da empresa apurar menor lucro por unidade vendida (redução da margem de lucro do produto). OBS.: devem ser previstos que aumento no volume físico das vendas, ou reduções com despesas de incobráveis ou no custo de oportunidade do capital investido, possam compensar satisfatoriamente a perda de lucro advinda dos descontos financeiros. Administração de Contas a Receber (XIII) POLÍTICAS DE CRÉDITO (VIII) POLÍTICAS DE COBRANÇA (I) • POLÍTICAS DE COBRANÇA: têm por objetivo definirem os vários critérios e procedimentos possíveis de ser adotados por uma empresa, visando ao recebimento, na data de seus vencimentos, dos diversos valores a receber. • AGING DE VALORES A RECEBER: um instrumento bastante útil de controle dos valores a receber é o AGING, ou IDADE CRONOLÓGICA DAS CONTAS A RECEBER. Este modelo classifica as contas a receber em função de suas idades, destacando a porcentagem vencida e a vencer. • Exemplo 1: admita uma empresa que possua uma carteira de contas a receber de $ 1.000.000. Alguns valores já se encontram vencidos, e outros ainda estão a vencer. Tabela 1 – Idade Cronológica (Aging) das Contas a Receber Administração de Contas a Receber (XIV) POLÍTICAS DE CRÉDITO (IX) POLÍTICAS DE COBRANÇA (II) • os resultados descritos na Tabela 1 indicam que 30% da carteira de contas a receber da empresa se encontram vencidas, aguardando pagamento dos clientes. A política de cobrança deve atuar mais próxima a esses clientes, procurando garantir o recebimento. A parcela de contas a vencer corresponde a 70% da carteira, concentrando a maior parte dos vencimentos nos próximos 60 dias. • pelo estudo do AGING, é possível manter um controle mais eficiente da carteira de duplicatas a receber, de forma a esclarecer as razões de quaisquer variações em seus resultados. Ocorrendo alterações nesses indicadores, há fortes indicações de mudanças na rotina de recebimento das duplicatas. Uma indicação da qualidade das duplicatas a receber é obtida comparando-se essa classificação por vencimento com as condições normais de crédito oferecidas pela empresa. 4. Administração de Contas a Receber c) Avaliação da Política de Crédito Administração de Contas a Receber (XIV) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (I) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (I) • no processo de definição de uma política geral de crédito, a empresa deve se preocupar com determinadas medidas de controle interno, principalmente as relativas aos custos e despesas inerentes ao crédito e investimentos em valores a receber. importantes medidas, típicas de empresas que vendem a prazo – CLASSIFICAÇÃO: (1) despesas com devedores duvidosos; (2) despesas gerais de crédito; (3) despesas de cobranças; e (4) custo do investimento marginal em valores a receber. • DESPESAS COM DEVEDORES DUVIDOSOS: refere-se à probabilidade definida pela empresa em não receber determinado volume de crédito no futuro. A experiência da empresa com seu mercado consumidor, as conclusões obtidas de análises técnicas e o grau de aversão ao risco constituem os principais instrumentos de estudo desta medida. Administração de Contas a Receber (XV) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (II) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (II) • DESPESAS GERAIS DE CRÉDITO: envolvem basicamente os gastos efetuados no processo de análise de solicitações e na manutenção de um departamento de crédito, como pessoal, materiais, serviços de informações, contratados, etc. Em outras palavras, são despesas que ocorrem em razão da empresa vender a prazo. Se operasse exclusivamente com vendas a vista, não incorreria nesses gastos de crédito. • DESPESAS DE COBRANÇAS: estão incluídos os gastos gerais efetuados principalmente nos diversos procedimentos adotados pela empresa, inclusive os (gastos) provenientes de eventuais ações judiciais e taxas cobradas pelos bancos pela execução desses serviços. Uma política mais liberal de crédito, notadamente de concessão e fixação de padrões, tende a elevar o volume dessas despesas, podendo ocorrer o inverso quando os padrões tornarem-se mais rigorosos. Administração de Contas a Receber (XVI) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (III) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (III) • CUSTO DO INVESTIMENTO MARGINAL EM VALORES A RECEBER: é obtido mediante a aplicação de uma taxa de retorno mínima exigida pela empresa (para seus investimentos ativos) sobre o investimento marginal (adicional) efetuado em valores a receber. INVESTIMENTO EM VALORES A RECEBER equivale ao total do capital aplicado pela empresa para financiar suas vendas a prazo. Recursos que lastreiam a carteira de contas a receber. INVESTIMENTO MARGINAL é medido pela diferença entre o capital aplicado em manter contas a receber antes e após alterações que venham a se verificar nos padrões de crédito. A manutenção de uma carteira de valores a receber determina um custo à empresa. Este custo é calculado pelo que deixou de ganhar ao não aplicar os recursos em outra alternativa de investimento, optando por financiar as contas a receber (custo de oportunidade). Quanto maior o volume de investimento em valores a receber, mais alto é o custo de oportunidade. Administração de Contas a Receber (XVII) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (IV) PRINCIPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (IV) • OBS.: o critério geral de análise de uma política de crédito prevê basicamente um confronto entre o retorno mínimo exigido pela empresa (ou o custo do dinheiro utilizado no financiamento desse investimento adicional) e a variação em seus resultados operacionais provocada pela introdução de determinada política de crédito (ou por alterações em alguns de seus elementos). Evidentemente, se o custo for inferior ao resultado operacional, sendo ambos medidos em termos marginais, tem-se uma atratividade econômica pela aceitação da proposta, ocorrendo uma propensão de rejeição na situação inversa. Administração de Contas a Receber (XVIII) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (V) INFLUÊNCIAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO SOBRE AS MEDIDAS FINANCEIRAS (I) • AFROUXAMENTO DOS PADRÕES DE CRÉDITO: quando se decide por um afrouxamento nos padrões usuais de crédito, ou seja, quando a direção da empresa decide conceder créditos a clientes de maior risco (abaixo dos padrões normalmente adotados), surge de imediato uma expectativa de elevação no volume de vendas. Pode-se prever também uma necessidade maior de volume de investimentos em valores a receber (e uma possível elevação do prazo médio de cobrança) acompanhada de um crescimento nas despesas gerais de crédito, principalmente na provisão para devedores duvidosos. • MAIOR RIGIDEZ AOS PADRÕES DE CRÉDITO: ao mesmo tempo em que pode diminuir as despesas e o custo do investimento marginal, produz reflexos negativos sobre as vendas, os quais podem absorver os benefícios gerados. OBS.: é fundamental efetuar projeções financeiras que forneçam, no mínimo, condições de confrontar a taxa de retorno marginal com a taxa básica exigida pela empresa. Administração de Contas a Receber (XIX) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (VI) INFLUÊNCIAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO SOBRE AS MEDIDAS FINANCEIRAS (II) • VARIAÇÕES NOS PRAZOS DE CRÉDITO: se a empresa optar por uma ampliação em seus prazos usuais de crédito, é coerente esperar por uma elevação no volume de vendas, nas despesas gerais de crédito (o departamento de crédito é sobrecarregado, e as despesas de cobrança e o nível de inadimplência também tendem a aumentar) e nos investimentos em valores a receber (o ativo realizável se elevará, assim como o prazo médio de cobrança). • DESCONTOS FINANCEIROS: quando são concedidos maiores valores percentuais de descontos financeiros é razoável esperar por um aumento no volume de vendas em função, principalmente, de um barateamento nos custos do adquirente. Essa expectativa é mais consistente se o produto apresentar uma DEMANDA ELÁSTICA. Administração de Contas a Receber (XX) AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE CRÉDITO (VII) INFLUÊNCIAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO SOBRE AS MEDIDAS FINANCEIRAS (III) • POLÍTICAS DE COBRANÇA: maior liberalidade nas políticas de cobrança pode proporcionar elevações nos valores das medidas financeiras consideradas. Ao contrário, com maior rigidez nos procedimentos de cobrança, são esperadas retrações nos volumes de vendas, nos níveis das despesas gerais de crédito e nos investimentos circulantes. OBS.: o administrador financeiro deve se interessar, dentro de um contexto de análise da política de crédito, por qualquer decisão (ou conjunto de decisões) que acarrete um resultado marginal superior ao custo do investimento marginal em valores a receber. A decisão de uma política global de crédito para a empresa envolve um processo contínuo de tentativa, no qual, para cada alteração viável de ser adotada, é fundamental confrontar os resultados daí obtidos com os custos marginais. Quadro 1 – Política de Crédito e Variáveis Financeiras Ver: EXEMPLO - ALTERAÇÃO NOS PADRÕES DE CRÉDITO PARA UMA EMPRESA 1ª Questão – Indique entre as especificações descritas abaixo de uma política de crédito, aquela que não influencia no aumento do volume de valores a receber por uma empresa: a) Descontos especiais para pagamento a vista. b) Dilatar os prazos de ofertas de créditos. c) Redução dos limites a serem oferecidos. d) Estreitamento dos padrões de liberação de créditos. e) Negociação mais flexível em créditos atrasados. 2ª Questão – A formulação de uma política de crédito não engloba os seguintes elementos: a) Política de cobranças. b) Prazos para concessão de créditos. c) Descontos financeiros por pagamentos antecipados. d) Estudo da capacidade de pagamento dos fornecedores. e) Análise dos padrões de crédito. 1ª Questão – Indique entre as especificações descritas abaixo de uma política de crédito, aquela que não influencia no aumento do volume de valores a receber por uma empresa: a) Descontos especiais para pagamento a vista. b) Dilatar os prazos de ofertas de créditos. c) Redução dos limites a serem oferecidos. d) Estreitamento dos padrões de liberação de créditos. e) Negociação mais flexível em créditos atrasados. 2ª Questão – A formulação de uma política de crédito não engloba os seguintes elementos: a) Política de cobranças. b) Prazos para concessão de créditos. c) Descontos financeiros por pagamentos antecipados. d) Estudo da capacidade de pagamento dos fornecedores. e) Análise dos padrões de crédito. Obrigada e excelente noite!