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Regina Curtis é Professora do Curso de História da ULBRAGravataí Mestre em História pela UFRGS Pesquisadora do Regime Militar Brasileiro Endereço para correspondência reginamgcurtisyahoocombr Canoas n 11 janeirojunho 2005 p6572 A Revolução Brasileira um diálogo entre Nelson Werneck Sodré Celso Furtado e Caio Prado Júnior The Brazilian Revolution a dialogue between Nelson Werneck Sodré Celso Furtado and Caio Prado Júnior Regina Curtis Resumo Neste artigo recuperamos o pensamento de três representantes da esquerda intelectual do país que no decorrer da década de 1960 se encontravam refletindo acerca das transformações que vinham se processando nas instituições políticas econômicas e sócioculturais da sociedade brasileira Trata de modo mais específico das diferentes idéias de Revolução que circulavam naquele período entre os seguintes autores e suas respectivas obras Nelson Werneck Sodré Introdução à Revolução Brasileira Celso Furtado A PréRevolução Brasileira e Caio Prado Júnior A Revolução Brasileira Para tanto vamos explorar os pontos de convergência e divergência entre o pensamento destes intelectuais demonstrando assim as diferentes interpretações sobre as possibilidades de se realizar a Revolução no Brasil Palavraschaves esquerda intelectuais revolução Abstract In this article we recover thought of three representatives of the left intellectual of the country that in the current decade of 1960 reflected on the transformations that were taking place in the political economic and the socialcultural intitutions of Brazilian society This article deals in a specific way with different ideas of Revolution that circulated in that period between the following authors and works Nelson Werneck Sodrés Introdução à Revolução Brasileira Celso Furtados A PréRevolução Brasileira and Caio Prado Júniors A Revolução Brasileira We set out to explore the convergence and divergence points between these intellectuals demonstrating thus the different interpretations of the possilbilities to carry but Revolution in Brazil Keywords left intellectuals revolution Inicialmente fazse necessário esclarecer que este artigo é parte de uma reflexão maior na qual são abordadas as idéias de Revolução pre sente nos diferentes setores da esquerda brasi leira no período da década de 60 e nos primei ros anos da década de 70 Esta reflexão contem pla ainda a forma como os militares se utiliza ram do clima revolucionário decorrente destas 66 idéias para deflagrar e legitimar o movimento golpista de 1º de abril de 1964 Os limites deste trabalho portanto refe remse a um resgate e análise das idéias de Re volução de três representantes da intelectuali dade da esquerda brasileira do período referi do Os autores e obras contemplados são res pectivamente Nelson Werneck Sodré Intro dução à Revolução Brasileira Celso Furtado A PréRevolução Brasileira e Caio Prado Jú nior A Revolução Brasileira O PENSAMENTO DOS AUTORES COMO SINTOMA DE UMA ÉPOCA Uma análise específica das obras destes intelectuais nos possibilitou obter uma visão mais ampla acerca das questões envolvidas no processo revolucionário brasileiro no contexto dos anos 60 Ainda que seus livros não tenham se constituído num diálogo direto entre os au tores a leitura atenta de suas reflexões nos per mitiu verificar que eles compartilhavam da mesma posição em alguns pontos daquele pro cesso Possibilitou também identificarmos os aspectos em que divergiam demonstrando as sim as diferentes interpretações efetuadas pe los intelectuais da esquerda sobre a idéia de Revolução no Brasil no decorrer dos anos 60 O primeiro aspecto que nos chamou aten ção em relação às obras destes autores referese ao modo como eles caracterizaram o período prégolpe Celso Furtado ao definir aquele mo mento como uma fase prérevolucionária onde as ansiedades coletivas se agudizavam dia após a dia procurava demonstrar que se fazia ur gente tomar medidas práticas que proporcio nassem o desenvolvimento econômico do país o qual deveria segundo o autor ser conduzido com verdadeiro critério social Furtado não apenas levantava a necessidade daquele desen volvimento como também apontava o seu ca minho afirmando que naquele momento as Re formas de Base se configuravam na melhor al ternativa existente BANDEIRA 1977 Nelson Werneck Sodré deixa clara sua posição já no início de sua obra ao afirmar que estaríamos vivendo naquele momento o desen volvimento da Revolução Brasileira a qual era entendida por ele como o processo de transfor mação que o nosso país atravessa no sentido de superar as deficiências originadas de seu passado colonial e de estar incompleta a revolução burguesa no seu desenvolvimento histórico1 Deste modo para Sodré o período anterior ao golpe era ca racterizado como um momento em que a exi gência maior consistia na manutenção e ampli ação do regime democrático bem como na ado ção de uma solução nacionalista para os pro blemas de exploração econômica das riquezas do país Assim como Celso Furtado Sodré tam bém percebia as Reformas de Base como um con junto de medidas necessárias e positivas para o país Entretanto enquanto para Furtado elas se configuravam na solução dos problemas que o país vivia naquele período para Sodré a im plantação daquelas reformas era vista apenas como uma etapa necessária do processo revolu cionário o qual não poderia a elas se limitar nem delas prescindir Afinal para o autor àque las reformas continham sentido revolucioná rio constituindose portanto em etapa neces sária da Revolução Enquanto estes dois autores mantinham uma postura favorável em relação às medidas propostas pelo governo de João Goulart Caio Prado apresentava uma posição crítica frente ao seu governo e as reformas nele propostas Esta sua posição resultava de uma leitura bas tante distinta dos demais autores acerca da re alidade brasileira do período Em primeiro lugar para Caio Prado foi um erro fatal a leitura que a esquerda da época efetuou do período imediatamente anterior ao golpe Ainda que o autor caracterizase o perío do como prérevolucionário assim como o fi zeram os demais autores sua posição era dis tinta dos demais à medida que para ele a es querda se encontrava absolutamente equivoca da ao acreditar que se vivia naquele momento um período de profundo avanço no processo revolucionário Esta leitura apenas teria con tribuído para preparar o golpe uma vez que deu às forças retrógradas do país a justificativa que necessitava ou seja o alarma provocado pela desordem administrativa implantada à sombra da inépcia governamental apro veitada e explorada por agitação estéril sem nenhu 67 ma penetração no sentimento popular e estimula da no mais das vezes por interesses subalternos e mesquinhas ambições pessoais PRADO JÚNIOR 1966 p22 Segundo o autor isto teria permitido à reação criar a ilusão sobre grande parte da opi nião pública de que ela cumpriria com a fun ção de salvar o país do caos que parecia imi nente obtendo senão o apoio ao menos a sua passividade frente ao golpe civilmilitar de 64 Enfim Caio Prado procurava demonstrar que no momento anterior ao golpe o que se achava de fato mobilizado e atuando no pro cesso revolucionário em curso eram apenas re duzidas cúpulas esquerdistas Definindo o go verno de João Goulart como um dispositivo partidário vazio de qualquer conteúdo ideológico e que essencialmente não disputava senão as vanta gens da posse e do usufruto do poder para sua fac ção PRADO JÚNIOR 1966 p29 Caio Prado concluía sua caracterização afirmando que embora contasse com condições altamente fa voráveis para o desencadeamento do processo revolucionário dada a maturidade das contra dições presentes na conjuntura econômica e social brasileira aquele momento histórico não se configurava num período de ascenso e avan ço revolucionário como acreditava grande par te da esquerda brasileira da época e em especi al o PCB Frente às distintas leituras do período que antecedeu ao golpe civilmilitar de 64 efetua das por aqueles três intelectuais diferentes ta refas foram por eles apresentadas por eles como solução para o país efetuar as transformações revolucionárias de que necessitava Tendo escrito sua obra em momento ante rior ao golpe Celso Furtado apresentava como a grande tarefa a ser posta em prática no país a realização das Reformas de Base Como para o autor a aplicação da técnica do marxismoleni nismo se configurava em retrocesso político restaria portanto como tarefa revolucionária o desenvolvimento de técnicas que permitis sem alcançar rápidas transformações sociais com os padrões de convivência humana de uma sociedade aberta Entre as medidas apontadas por Celso Fur tado encontravase a necessidade de se dar mai or elasticidade às estruturas através de modifi cações constitucionais que permitissem realizar a reforma agrária e modificar pela base a maqui naria administrativa estatal o sistema fiscal e a estrutura bancária subordinar a ação Estatal a uma clara definição de objetivos de desenvolvi mento econômico e social e ter um estatuto que disciplinasse a ação do capital estrangeiro En fim numa contundente defesa das reformas Furtado acreditava que àquela seria a grande ta refa revolucionária do período Como o próprio autor afirmava é como um programa de governo que devemos conceber esse movimento em grande es cala em busca da conquista final do Brasil a reali zarse nos próximos decêniosPRADO JÚNIOR 1966 p116 De Nelson Werneck Sodré resgatamos sua opinião a respeito da tarefa revolucioná ria que caberia ao país em dois momentos dis tintos Um primeiro momento anterior ao gol pe e um segundo momento já tendo transcor rido o movimento golpista ou seja em pleno regime militar No primeiro momento de sua análise So dré afirmava estar ainda incompleta a revolu ção burguesa no país e acreditava na necessida de de se realizar uma revolução democrático burguesa de modo a se liquidar com os restos feudais ainda existentes na sociedade brasileira Ressaltava ainda que caberia ao povo a tarefa de conduzir o processo da Revolução Brasileira o qual possibilitaria ao país se libertar do imperia lismo e do latifúndio elementos considerados como os dois grandes inimigos do desenvolvi mento do Brasil Fazia parte da grande tarefa re volucionária portanto para Sodré a realização das Reformas de Base as quais mesmo não con tendo conteúdo socialista fariam avançar o pro cesso revolucionário brasileiro Segundo Sodré a ditadura militar além de não ter paralisado o processo da Revolução Brasileira teria também contribuído no desen volvimento das condições necessárias para a formação da frente democrática Caberia a esta portanto recusandose ao esquerdismo lutar pela redemocratização isto é no restabelecimen to dos direitos políticos e das garantias individuais cuja violação se erigiu em característica essencial da Ditadura SODRÉ 1963 p256 da ditadura e contra ela o processo revolucionário brasilei ro prosseguiria Para compreendermos a posição de Caio 68 Prado acerca da tarefa revolucionária daquele momento histórico é preciso em primeiro lu gar considerar que para o autor o agente capaz de dar continuidade ao processo revolucioná rio brasileiro constituíase na massa trabalha dora do campo Esta mesmo sendo considerada uma força potencialmente revolucionária ne cessitava para realizar a tarefa revolucionária que lhe cabia do auxílio do proletariado urba no Setor que segundo o autor gozava de um nível cultural e político mais elevado caben dolhe a função de dirigir a massa trabalhadora rural naquela tarefa Para Caio Prado seria so bre essa aliança que se apoiaria o processo re volucionário brasileiro Teoricamente portanto a grande tarefa a ser realizada naquele momento consistiria numa real e adequada apreciação da estrutura econômica e social da agropecuária brasileira discriminando devidamente os vários setores da massa trabalhadora rural a fim de definir a posição de qual e seu papel no processo revo lucionário Quanto às medidas práticas a serem tomadas o autor acreditava assentaremse em um duplo objetivo a mobilização da massa tra balhadora rural e a elevação dos padrões mate riais e do estatuto social da população traba lhadora rural Assim as tarefas essenciais a se rem cumpridas consistiam de um lado na ne cessidade de se assegurar a efetiva aplicação ampliação e extensão da legislação rural traba lhista destinada a conceder ao trabalhador empregado um estatuto material e social ade quado e de outro lado em ampliar os horizon tes de trabalho e emprego oferecidos pelas ati vidades econômicas do país de modo a assegu rar ao conjunto da população trabalhadora ocu pação e meios regulares de subsistência Para Caio Prado na medida em que se conseguisse mobilizar e organizar a massa trabalhadora do campo de maneira que ela se encontrasse em condições de efetivamente lutar pelas conquis tas de seus direitos e reivindicações se estaria criando ao mesmo tempo as condições para que ela passasse a participar da vida política brasi leira o que seria da maior importância e signi ficação revolucionária Como pode ser percebido ao contrário de Sodré que acreditava na necessidade de se consolidar a revolução burguesa em nosso país para Caio Prado a tarefa revolucionária funda mental consistiria não na implantação defini tiva do capitalismo mas sim em sua superação Para Caio Prado o Brasil já se achava incluído na dinâmica do capital antes mesmo de sua integração no sistema internacional do capita lismo industrial e isso por força de sua própria formação dentro de um sistema mercantil Opi nião que se opunha não somente a de Sodré mas as próprias teses acerca da Teoria Revolu cionária Brasileira de seu próprio partido o PCB Este segundo Caio Prado mesmo que já houvesse detectado a necessidade da aliança entre a massa trabalhadora do campo e o prole tariado urbano teria se equivocado no modo como propunha esta aliança a qual se verifica va em função muito menos das circunstâncias pró prias e específicas da Revolução Brasileira que em obediência aos textos consagrados do marxismole ninismo e à teoria e norma elaborada em condições e para situação estranha ao BrasilPRADO JÚ NIOR 1966 p280 O PCB ao acreditar que a conjuntura do processo históricosocial brasileiro refletia a transição de uma fase feudal ou semifeudal para a democracia burguesa e o capitalismo elabo rou inspirado no modelo da literatura marxista clássica a idéia da Revolução democráticobur guesa agrária e antifeudal A esta acrescentou apenas o que Caio Prado denominava de um toque original a luta antiimperialista onde te ria também se equivocado ao buscar outro mo delo estranho ao país O modelo dos países asi áticos dominados e explorados pelas grandes potências coloniais e européias Enfim Caio Prado ao discutir as tarefas e a própria concepção da Revolução Brasileira buscou sobretudo demonstrar que o mais im portante não consistia em qualificar o históri co mas sim em fazer a história a partir de con dições concretas ou seja a consideração análi se e interpretação da conjuntura econômica social e política real e concreta do país procu rando nela sua dinâmica própria Portanto a Teoria da Revolução Brasileira para ser algo de efetivamente prático na condução dos fatos de veria ser a interpretação da conjuntura presen te e do processo histórico de que resultava Pro cesso que na sua projeção futura daria cabal resposta as questões pendentes Até o momento expomos os pontos onde nos foi possível verificar as divergências de lei 69 tura entre estes intelectuais com relação ao processo revolucionário brasileiro Para finali zar buscaremos demonstrar em relação a que aspectos suas leituras se aproximavam apesar das divergências teóricas e interpretativas fren te às demais questões Ainda que o conteúdo e a intensidade da crítica fossem diferenciadas verificamos que tanto Sodré como Caio Prado atribuíram gran de parte da responsabilidade pelo fracasso do processo revolucionário brasileiro à própria esquerda do país Para Sodré o erro maior da esquerda bra sileira teria se constituído no que ele denomi nou de esquerdismo o qual consistia na subesti mação das Reformas de Base propostas no go verno de João Goulart ou seja na suposição de que aquelas reformas eram estranhas aos inte resses do povo brasileiro e particularmente aos de seu proletariado Duvidando de seu sentido revolucionário elas não teriam tido o alcance segundo o autor de perceber que mesmo não tendo cunho socialista as reformas poderiam ter contribuído para a continuidade do proces so revolucionário brasileiro SODRÉ 1963 Mais crítico às esquerdas ainda mostra vase Caio Prado Para este autor que partia de uma sólida postura teórica da realidade brasi leira o equívoco maior da esquerda localizava se em sua postura metodológica invertida na elaboração de uma teoria revolucionária para o país Sua crítica era dirigida às esquerdas de um modo geral mas em especial ao PCB Ten do resistido à visão oficial deste partido sobre a existência de uma fase feudal no período da colonização brasileira Caio Prado assumia pu blicamente o debate principalmente por ques tões de prática política buscando demonstrar a insuficiência das concepções que vinham ori entando a ação revolucionária no Brasil Não adentrando aos aspectos em que o autor discor dava daquelas concepções gostaríamos apenas de expor aquela que teria sido sua crítica maior para com as esquerdas Tratavase do enquadra mento forçado da teoria marxista clássica à rea lidade brasileira sem fazer as devidas adequa ções Desta maneira constituindose não numa apropriação teórica equivocada como a consi derava Sodré que não aceitava a revolução de tipo marxistaleninista como solução para a re alidade brasileira mas sim em inversão meto dológica Segundo Caio Prado a teoria marxis ta da revolução brasileira teria se elaborado sob o signo de abstrações de conceitos formulados a priori e sem consideração adequada dos fatos procurandose posteriormente encaixar nesses conceitos a realidade concreta Como conseqü ência desta inversão metodológica o autor res gatava principalmente a má condução da prá tica da ação revolucionária que teria sido ado tada por grande parte da esquerda brasileira PRADO JÚNIOR 1966 A relação do Brasil com o imperialismo constituiuse em outro ponto onde foi possí vel resgatar a visão dos três autores Em relação a este aspecto se por um lado todos eles viam no imperialismo um obstáculo a ser superado por outro lado as expectativas frente ao futuro desta relação mostravamse diferenciadas para cada autor Celso Furtado a este respeito aponta para um caminho favorável ao Brasil Influenciado pela visão cepalina acreditava que a industria lização permitiria ao país inserirse de forma autônoma nos quadros da divisão internacio nal do trabalho capitalista rompendo deste modo o círculo vicioso de submissão do Brasil ao imperialismo Enfim para o autor a indus trialização completaria o projeto nacional de desenvolvimento do país OLIVEIRA 1997 Com uma interpretação diversa a de Fur tado Sodré identificava no imperialismo um dos principais inimigos da Revolução Brasilei ra Caracterizada por ele como Democrática e Nacional à Revolução Brasileira estaria reser vada a tarefa de enfrentar o imperialismo de maneira a libertar o país econômica e politica mente Era emblemático de sua posição inclu sive a forma como caracterizava o golpe deno minandoo de intervenção cirúrgica do capitalis mo Assim num contexto internacional onde se verificava a redução da área imperialista e a ampliação da área socialista Cuba constituía se no maior exemplo disto restava ao imperia lismo na leitura do autor como último e único recurso o emprego da violência militar Quanto a Caio Prado resultava de suas reflexões acerca deste tema a constatação de que no Brasil o domínio do imperialismo teria ocor ria de modo diferenciado quando comparado às relações que este estabelecia com os países da África e da Ásia Diferenciação que não era feita 70 na Teoria Revolucionária Brasileira da esquer da brasileira em especial do PCB O autor res gata portanto que no Brasil a dominação im perialista teria raízes profundas resultando de fatores que vinham atuando ao longo de toda a formação e evolução histórica do país Este fato teria ocorrido devido o Brasil ter sido coloniza do já como parte e peça de um sistema mercan til internacional Afirmava ainda que nesta mesma situação ele se perpetua sofrendo as contin gências daquele sistema internacional de que é par te dependente e subordinada e a ela se adaptando PRADO JÚNIOR 1966 p301 Portanto era da libertação de tal sistema que se tratava a realiza ção da Revolução Brasileira para Caio Prado Necessidade que nos aproximava da realidade dos demais países também dependentes do im perialismo Entretanto a especificidade do caso brasileiro residiria para o autor no fato de que no Brasil não seria possível libertarmonos da subordinação do imperialismo sem eliminar concomitantemente os elementos de nossa or ganização interna econômica e social herda das de nossa formação colonial Ao contrário do peso atribuído à indus trialização por Celso Furtado como fator capaz de levar o Brasil a superar os seus entraves para Caio Prado nossa industrialização limitavase a uma indústria substitutiva de importação e do minada por empreendimentos imperialistas isto é nossa indústria permanecia limitada jus tamente por se tratar de um processo comanda do por interesses estrangeiros O último aspecto a ser considerado reside talvez no único ponto em que os três autores compartilhavam das mesmas expectativas o oti mismo frente ao futuro da realidade brasileira Celso Furtado ao finalizar sua obra vislum brava um futuro grandioso para o Brasil Este seria resultado de um processo que vinha já de alguns anos sendo construído pelos governos anteriores A construção de Brasília a abertura de estradas pelo Brasil afora o voltarse para o problema dos desequilíbrios regionais assim como o grande movimento de opinião que visa va romper a anacrônica estrutura agrária do Bra sil abriam para Furtado grandes perspectivas para as forças progressistas do país Segundo ele se persistirmos nessa direção teremos iniciado uma época de pioneirismo que poderá fazer do Brasil uma das áreas de maior dinamismo demográfico e ímpeto econômico do mundo na segunda metade do século Teremos escolhido o caminho difícil que sempre coube as gerações de pioneiros FURTA DO 1962 p115 Um aspecto singular de seu otimismo pode ser percebido no fato do autor depositar no governo nacional e não nas categorias soci ais apontadas pelos demais autores o papel de condutor daquele processo Nelson Werneck Sodré conseguiu extrair o lado positivo até mesmo da ditadura a qual considerava como o maior retrocesso já viven ciado na história política do país Sodré acredi tando que a implantação do Regime Militar te ria ajudado nas condições para a formação da frente democrática afirmava que a lição a ser tirada com aquele evento estaria na recusa ao esquerdismo devendo a sociedade unirse em torno da redemocratização do país O autor ia ainda mais longe em seu otimismo ao afirmar que a ditadura não havia conseguido paralisar o processo revolucionário brasileiro que se en contrava em curso no país Este apesar da dita dura e após superála iria ser retomado em ní vel mais alto ainda e com mudanças verdadei ramente qualitativas SODRÉ p1963 Quanto a Caio Prado ainda que sua obra tenha se constituído numa contundente crítica a Teoria Revolucionária da esquerda do país e em especial ao PCB e a condução que ela vinha dando ao processo revolucionário brasileiro é possível vislumbrar em suas reflexões uma visão otimista frente ao futuro do Brasil Esta podia ser percebida principalmente quando ele apon tava as saídas possíveis e cabíveis para superar os entraves econômicos políticos e sociais que o país enfrentava Caio Prado ao abordar qual quer aspecto envolvido no processo revolucio nário brasileiro não se limitava a apontar os en ganos cometidos pela esquerda brasileira Como intelectual e militante ativo que foi ao longo de sua trajetória acadêmica e política procurava constantemente apontar caminhos que permi tissem as forças progressistas do país não desisti rem de sua luta à favor das transformações revo lucionárias que necessitava o Brasil Enfim mesmo que o otimismo de sua obra não se encontrasse muitas vezes explícito o pró prio objetivo que orientava o seu trabalho bem 71 como o conteúdo de suas reflexões poderiam ser lidos como uma mensagem de otimismo a seus leitores permanecendo para a esquerda política brasileira como a primeira e uma das maiores contribuição que esta tenha recebido na condução de sua prática política e produção teórica naqueles difíceis anos que se seguiram ao golpe Passadas mais de três décadas do momen to em que os livros destes autores foram escri tos um olhar retrospectivo nos permite con cluir que mesmo com todas as particularidades apontadas em cada obra sob determinado as pecto suas produções podem ser percebidas como resultado de uma das principais inquie tações presente naquela conjuntura a vontade de transformar o país Permeados por um imaginário revolucio nário o qual poderia se encontrar meio difuso para determinados setores da sociedade prin cipalmente para aqueles que não participavam de nenhum movimento social organizado ou partido político grande parte da sociedade bra sileira no início dos anos 60 se encontrava na expectativa por transformações que alterassem a situação do país de modo a melhorarem suas vidas Imersos neste clima revolucionário uma vez que eram homens de seu tempo Celso Fur tado Nelson Werneck Sodré e Caio Prado Júni or encontravamse também mergulhados nas utopias que mobilizaram as forças progressis tas do país naquele momento Cabe entretanto uma ressalva em relação à figura de Caio PradoNos parece que ao realizar uma crítica da profundidade como a que o autor efetuou sobre a Teoria Revolucionária Brasileira a qual orientou grande parte da ação da esquerda po lítica do país na época o autor estava contribu indo para a constituição de um novo imaginá rio de Revolução De qualquer modo mesmo diferencian dose quanto à idéia que mantinham acerca do que seria a Revolução Brasileira tanto a obra de Caio Prado quanto à de Furtado e Sodré podem ser percebidas como o sintoma de uma época profundamente marcada pelo desejo e utopia de se construir no Brasil uma sociedade melhor de se viver REFERÊNCIAS BARROS Edgard Luiz de O Brasil de 1945 a 1964 São Paulo Contexto 1991 Os Governos Militares São Paulo Con texto 1994 CHARTIER Roger A História Cultural entre práticas e representações Rio de Janeiro Bertrand Brasil SA 1990 CHAUÍ Marilena Ideologia e mobilização popu lar Rio de Janeiro Paz e Terra 1978 COMBLIN Joseph A Ideologia da Segurança Nacional O Poder Militar na América Lati na Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1978 CURTIS Regina Maria Gonçalves de As Rela ções de Poder no Cotidiano Escolar durante o Regime Militar Brasileiro 19641971 Domi nação e Resistência Porto Alegre Universi dade Federal do Rio Grande do SulIFCH 1996 monografia DECCA Edgar de A Revolução acabou In Revista Brasileira de História São Paulo v 10 nº 20 pp6374 DREIFUSS René Armand 1964 A Conquista do Estado ação política poder e golpe de classe Petrópolis Vozes 1981 FALCON Francisco História e Poder In Do mínios da História Rio de Janeiro Campus 1997 FLORESTAN Fernandes O que é Revolução São Paulo Abril CulturalBrasiliense 1994 A Revolução Burguesa no Brasil ensaio de interpretação sociológica Rio de Janei ro Zahar Editores 1981 FICO Carlos Reinventando o otimismo ditadu ra propaganda e imaginário social no Bra sil Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1997 FURTADO Celso A PréRevolução Brasileira Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1962 Um projeto para o Brasil Rio de Janei ro Ed Saga 1968 Formação Econômica do Brasil São Pau lo Ed Nacional 1972 O Mito do Desenvolvimento Econômico Rio de Janeiro Paz e Terra 1974 Análise do modelo brasileiro Rio de Janeiro Ed Paz e Terra 1978 72 GORENDER Jacob Combate nas trevas a es querda brasileira das ilusões perdidas à luta armada São Paulo Ática 1987 IANNI Octávio O colapso do populismo no Bra sil Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1971 OLIVEIRA Francisco de Viagem ao Olho do Furacão Celso Furtado e o desafio do pen samento autoritário brasileiro In Novos Estudos CEBRAP Centro Brasileiro de Aná lise e Planejamento Ed Brasileira de Ciên cias Ltda nº48 julho 1997 PESAVENTO Sandra Jathay Em busca de uma outra história imaginando o imaginário In Revista Brasileira de História São Paulo n29 v15 1995 pp927 PRADO JÚNIOR Caio A Revolução Brasileira São Paulo Brasiliense 1966 REIS Daniel Aarão A Esquerda Armada as or ganizações comunistas em armas ou a uto pia do impasse ANPOCS Águas de São Pedro São Paulo texto para discussão 1984 SODRÉ Nelson Werneck Introdução à Revolu ção Brasileira 2ª ed Rio de Janeiro Civili zação Brasileira 1963 História Militar do Brasil Rio de Janei ro Civilização Brasileira 1965 Introdução à Revolução Brasileira 3 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1967 Ditadura 20 anos de autoritarismo no Brasil Petrópolis RJ Vozes Ltda 1984 TOLEDO Caio Navarro de org Visões Críti cas do Golpe democracia e reformas no populismo Campinas SP Editora da UNICAMP 1997 WEFFORT Francisco C O populismo na polí tica brasileira In Brasil tempos modernos por Celso Furtado e outros Rio de Janeiro Paz e Terra 1977

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possilbilities to carry but Revolution in Brazil Keywords left intellectuals revolution Inicialmente fazse necessário esclarecer que este artigo é parte de uma reflexão maior na qual são abordadas as idéias de Revolução pre sente nos diferentes setores da esquerda brasi leira no período da década de 60 e nos primei ros anos da década de 70 Esta reflexão contem pla ainda a forma como os militares se utiliza ram do clima revolucionário decorrente destas 66 idéias para deflagrar e legitimar o movimento golpista de 1º de abril de 1964 Os limites deste trabalho portanto refe remse a um resgate e análise das idéias de Re volução de três representantes da intelectuali dade da esquerda brasileira do período referi do Os autores e obras contemplados são res pectivamente Nelson Werneck Sodré Intro dução à Revolução Brasileira Celso Furtado A PréRevolução Brasileira e Caio Prado Jú nior A Revolução Brasileira O PENSAMENTO DOS AUTORES COMO SINTOMA DE UMA ÉPOCA Uma análise específica das obras destes intelectuais nos possibilitou obter uma visão mais ampla acerca das questões envolvidas no processo revolucionário brasileiro no contexto dos anos 60 Ainda que seus livros não tenham se constituído num diálogo direto entre os au tores a leitura atenta de suas reflexões nos per mitiu verificar que eles compartilhavam da mesma posição em alguns pontos daquele pro cesso Possibilitou também identificarmos os aspectos em que divergiam demonstrando as sim as diferentes interpretações efetuadas pe los intelectuais da esquerda sobre a idéia de Revolução no Brasil no decorrer dos anos 60 O primeiro aspecto que nos chamou aten ção em relação às obras destes autores referese ao modo como eles caracterizaram o período prégolpe Celso Furtado ao definir aquele mo mento como uma fase prérevolucionária onde as ansiedades coletivas se agudizavam dia após a dia procurava demonstrar que se fazia ur gente tomar medidas práticas que proporcio nassem o desenvolvimento econômico do país o qual deveria segundo o autor ser conduzido com verdadeiro critério social Furtado não apenas levantava a necessidade daquele desen volvimento como também apontava o seu ca minho afirmando que naquele momento as Re formas de Base se configuravam na melhor al ternativa existente BANDEIRA 1977 Nelson Werneck Sodré deixa clara sua posição já no início de sua obra ao afirmar que estaríamos vivendo naquele momento o desen volvimento da Revolução Brasileira a qual era entendida por ele como o processo de transfor mação que o nosso país atravessa no sentido de superar as deficiências originadas de seu passado colonial e de estar incompleta a revolução burguesa no seu desenvolvimento histórico1 Deste modo para Sodré o período anterior ao golpe era ca racterizado como um momento em que a exi gência maior consistia na manutenção e ampli ação do regime democrático bem como na ado ção de uma solução nacionalista para os pro blemas de exploração econômica das riquezas do país Assim como Celso Furtado Sodré tam bém percebia as Reformas de Base como um con junto de medidas necessárias e positivas para o país Entretanto enquanto para Furtado elas se configuravam na solução dos problemas que o país vivia naquele período para Sodré a im plantação daquelas reformas era vista apenas como uma etapa necessária do processo revolu cionário o qual não poderia a elas se limitar nem delas prescindir Afinal para o autor àque las reformas continham sentido revolucioná rio constituindose portanto em etapa neces sária da Revolução Enquanto estes dois autores mantinham uma postura favorável em relação às medidas propostas pelo governo de João Goulart Caio Prado apresentava uma posição crítica frente ao seu governo e as reformas nele propostas Esta sua posição resultava de uma leitura bas tante distinta dos demais autores acerca da re alidade brasileira do período Em primeiro lugar para Caio Prado foi um erro fatal a leitura que a esquerda da época efetuou do período imediatamente anterior ao golpe Ainda que o autor caracterizase o perío do como prérevolucionário assim como o fi zeram os demais autores sua posição era dis tinta dos demais à medida que para ele a es querda se encontrava absolutamente equivoca da ao acreditar que se vivia naquele momento um período de profundo avanço no processo revolucionário Esta leitura apenas teria con tribuído para preparar o golpe uma vez que deu às forças retrógradas do país a justificativa que necessitava ou seja o alarma provocado pela desordem administrativa implantada à sombra da inépcia governamental apro veitada e explorada por agitação estéril sem nenhu 67 ma penetração no sentimento popular e estimula da no mais das vezes por interesses subalternos e mesquinhas ambições pessoais PRADO JÚNIOR 1966 p22 Segundo o autor isto teria permitido à reação criar a ilusão sobre grande parte da opi nião pública de que ela cumpriria com a fun ção de salvar o país do caos que parecia imi nente obtendo senão o apoio ao menos a sua passividade frente ao golpe civilmilitar de 64 Enfim Caio Prado procurava demonstrar que no momento anterior ao golpe o que se achava de fato mobilizado e atuando no pro cesso revolucionário em curso eram apenas re duzidas cúpulas esquerdistas Definindo o go verno de João Goulart como um dispositivo partidário vazio de qualquer conteúdo ideológico e que essencialmente não disputava senão as vanta gens da posse e do usufruto do poder para sua fac ção PRADO JÚNIOR 1966 p29 Caio Prado concluía sua caracterização afirmando que embora contasse com condições altamente fa voráveis para o desencadeamento do processo revolucionário dada a maturidade das contra dições presentes na conjuntura econômica e social brasileira aquele momento histórico não se configurava num período de ascenso e avan ço revolucionário como acreditava grande par te da esquerda brasileira da época e em especi al o PCB Frente às distintas leituras do período que antecedeu ao golpe civilmilitar de 64 efetua das por aqueles três intelectuais diferentes ta refas foram por eles apresentadas por eles como solução para o país efetuar as transformações revolucionárias de que necessitava Tendo escrito sua obra em momento ante rior ao golpe Celso Furtado apresentava como a grande tarefa a ser posta em prática no país a realização das Reformas de Base Como para o autor a aplicação da técnica do marxismoleni nismo se configurava em retrocesso político restaria portanto como tarefa revolucionária o desenvolvimento de técnicas que permitis sem alcançar rápidas transformações sociais com os padrões de convivência humana de uma sociedade aberta Entre as medidas apontadas por Celso Fur tado encontravase a necessidade de se dar mai or elasticidade às estruturas através de modifi cações constitucionais que permitissem realizar a reforma agrária e modificar pela base a maqui naria administrativa estatal o sistema fiscal e a estrutura bancária subordinar a ação Estatal a uma clara definição de objetivos de desenvolvi mento econômico e social e ter um estatuto que disciplinasse a ação do capital estrangeiro En fim numa contundente defesa das reformas Furtado acreditava que àquela seria a grande ta refa revolucionária do período Como o próprio autor afirmava é como um programa de governo que devemos conceber esse movimento em grande es cala em busca da conquista final do Brasil a reali zarse nos próximos decêniosPRADO JÚNIOR 1966 p116 De Nelson Werneck Sodré resgatamos sua opinião a respeito da tarefa revolucioná ria que caberia ao país em dois momentos dis tintos Um primeiro momento anterior ao gol pe e um segundo momento já tendo transcor rido o movimento golpista ou seja em pleno regime militar No primeiro momento de sua análise So dré afirmava estar ainda incompleta a revolu ção burguesa no país e acreditava na necessida de de se realizar uma revolução democrático burguesa de modo a se liquidar com os restos feudais ainda existentes na sociedade brasileira Ressaltava ainda que caberia ao povo a tarefa de conduzir o processo da Revolução Brasileira o qual possibilitaria ao país se libertar do imperia lismo e do latifúndio elementos considerados como os dois grandes inimigos do desenvolvi mento do Brasil Fazia parte da grande tarefa re volucionária portanto para Sodré a realização das Reformas de Base as quais mesmo não con tendo conteúdo socialista fariam avançar o pro cesso revolucionário brasileiro Segundo Sodré a ditadura militar além de não ter paralisado o processo da Revolução Brasileira teria também contribuído no desen volvimento das condições necessárias para a formação da frente democrática Caberia a esta portanto recusandose ao esquerdismo lutar pela redemocratização isto é no restabelecimen to dos direitos políticos e das garantias individuais cuja violação se erigiu em característica essencial da Ditadura SODRÉ 1963 p256 da ditadura e contra ela o processo revolucionário brasilei ro prosseguiria Para compreendermos a posição de Caio 68 Prado acerca da tarefa revolucionária daquele momento histórico é preciso em primeiro lu gar considerar que para o autor o agente capaz de dar continuidade ao processo revolucioná rio brasileiro constituíase na massa trabalha dora do campo Esta mesmo sendo considerada uma força potencialmente revolucionária ne cessitava para realizar a tarefa revolucionária que lhe cabia do auxílio do proletariado urba no Setor que segundo o autor gozava de um nível cultural e político mais elevado caben dolhe a função de dirigir a massa trabalhadora rural naquela tarefa Para Caio Prado seria so bre essa aliança que se apoiaria o processo re volucionário brasileiro Teoricamente portanto a grande tarefa a ser realizada naquele momento consistiria numa real e adequada apreciação da estrutura econômica e social da agropecuária brasileira discriminando devidamente os vários setores da massa trabalhadora rural a fim de definir a posição de qual e seu papel no processo revo lucionário Quanto às medidas práticas a serem tomadas o autor acreditava assentaremse em um duplo objetivo a mobilização da massa tra balhadora rural e a elevação dos padrões mate riais e do estatuto social da população traba lhadora rural Assim as tarefas essenciais a se rem cumpridas consistiam de um lado na ne cessidade de se assegurar a efetiva aplicação ampliação e extensão da legislação rural traba lhista destinada a conceder ao trabalhador empregado um estatuto material e social ade quado e de outro lado em ampliar os horizon tes de trabalho e emprego oferecidos pelas ati vidades econômicas do país de modo a assegu rar ao conjunto da população trabalhadora ocu pação e meios regulares de subsistência Para Caio Prado na medida em que se conseguisse mobilizar e organizar a massa trabalhadora do campo de maneira que ela se encontrasse em condições de efetivamente lutar pelas conquis tas de seus direitos e reivindicações se estaria criando ao mesmo tempo as condições para que ela passasse a participar da vida política brasi leira o que seria da maior importância e signi ficação revolucionária Como pode ser percebido ao contrário de Sodré que acreditava na necessidade de se consolidar a revolução burguesa em nosso país para Caio Prado a tarefa revolucionária funda mental consistiria não na implantação defini tiva do capitalismo mas sim em sua superação Para Caio Prado o Brasil já se achava incluído na dinâmica do capital antes mesmo de sua integração no sistema internacional do capita lismo industrial e isso por força de sua própria formação dentro de um sistema mercantil Opi nião que se opunha não somente a de Sodré mas as próprias teses acerca da Teoria Revolu cionária Brasileira de seu próprio partido o PCB Este segundo Caio Prado mesmo que já houvesse detectado a necessidade da aliança entre a massa trabalhadora do campo e o prole tariado urbano teria se equivocado no modo como propunha esta aliança a qual se verifica va em função muito menos das circunstâncias pró prias e específicas da Revolução Brasileira que em obediência aos textos consagrados do marxismole ninismo e à teoria e norma elaborada em condições e para situação estranha ao BrasilPRADO JÚ NIOR 1966 p280 O PCB ao acreditar que a conjuntura do processo históricosocial brasileiro refletia a transição de uma fase feudal ou semifeudal para a democracia burguesa e o capitalismo elabo rou inspirado no modelo da literatura marxista clássica a idéia da Revolução democráticobur guesa agrária e antifeudal A esta acrescentou apenas o que Caio Prado denominava de um toque original a luta antiimperialista onde te ria também se equivocado ao buscar outro mo delo estranho ao país O modelo dos países asi áticos dominados e explorados pelas grandes potências coloniais e européias Enfim Caio Prado ao discutir as tarefas e a própria concepção da Revolução Brasileira buscou sobretudo demonstrar que o mais im portante não consistia em qualificar o históri co mas sim em fazer a história a partir de con dições concretas ou seja a consideração análi se e interpretação da conjuntura econômica social e política real e concreta do país procu rando nela sua dinâmica própria Portanto a Teoria da Revolução Brasileira para ser algo de efetivamente prático na condução dos fatos de veria ser a interpretação da conjuntura presen te e do processo histórico de que resultava Pro cesso que na sua projeção futura daria cabal resposta as questões pendentes Até o momento expomos os pontos onde nos foi possível verificar as divergências de lei 69 tura entre estes intelectuais com relação ao processo revolucionário brasileiro Para finali zar buscaremos demonstrar em relação a que aspectos suas leituras se aproximavam apesar das divergências teóricas e interpretativas fren te às demais questões Ainda que o conteúdo e a intensidade da crítica fossem diferenciadas verificamos que tanto Sodré como Caio Prado atribuíram gran de parte da responsabilidade pelo fracasso do processo revolucionário brasileiro à própria esquerda do país Para Sodré o erro maior da esquerda bra sileira teria se constituído no que ele denomi nou de esquerdismo o qual consistia na subesti mação das Reformas de Base propostas no go verno de João Goulart ou seja na suposição de que aquelas reformas eram estranhas aos inte resses do povo brasileiro e particularmente aos de seu proletariado Duvidando de seu sentido revolucionário elas não teriam tido o alcance segundo o autor de perceber que mesmo não tendo cunho socialista as reformas poderiam ter contribuído para a continuidade do proces so revolucionário brasileiro SODRÉ 1963 Mais crítico às esquerdas ainda mostra vase Caio Prado Para este autor que partia de uma sólida postura teórica da realidade brasi leira o equívoco maior da esquerda localizava se em sua postura metodológica invertida na elaboração de uma teoria revolucionária para o país Sua crítica era dirigida às esquerdas de um modo geral mas em especial ao PCB Ten do resistido à visão oficial deste partido sobre a existência de uma fase feudal no período da colonização brasileira Caio Prado assumia pu blicamente o debate principalmente por ques tões de prática política buscando demonstrar a insuficiência das concepções que vinham ori entando a ação revolucionária no Brasil Não adentrando aos aspectos em que o autor discor dava daquelas concepções gostaríamos apenas de expor aquela que teria sido sua crítica maior para com as esquerdas Tratavase do enquadra mento forçado da teoria marxista clássica à rea lidade brasileira sem fazer as devidas adequa ções Desta maneira constituindose não numa apropriação teórica equivocada como a consi derava Sodré que não aceitava a revolução de tipo marxistaleninista como solução para a re alidade brasileira mas sim em inversão meto dológica Segundo Caio Prado a teoria marxis ta da revolução brasileira teria se elaborado sob o signo de abstrações de conceitos formulados a priori e sem consideração adequada dos fatos procurandose posteriormente encaixar nesses conceitos a realidade concreta Como conseqü ência desta inversão metodológica o autor res gatava principalmente a má condução da prá tica da ação revolucionária que teria sido ado tada por grande parte da esquerda brasileira PRADO JÚNIOR 1966 A relação do Brasil com o imperialismo constituiuse em outro ponto onde foi possí vel resgatar a visão dos três autores Em relação a este aspecto se por um lado todos eles viam no imperialismo um obstáculo a ser superado por outro lado as expectativas frente ao futuro desta relação mostravamse diferenciadas para cada autor Celso Furtado a este respeito aponta para um caminho favorável ao Brasil Influenciado pela visão cepalina acreditava que a industria lização permitiria ao país inserirse de forma autônoma nos quadros da divisão internacio nal do trabalho capitalista rompendo deste modo o círculo vicioso de submissão do Brasil ao imperialismo Enfim para o autor a indus trialização completaria o projeto nacional de desenvolvimento do país OLIVEIRA 1997 Com uma interpretação diversa a de Fur tado Sodré identificava no imperialismo um dos principais inimigos da Revolução Brasilei ra Caracterizada por ele como Democrática e Nacional à Revolução Brasileira estaria reser vada a tarefa de enfrentar o imperialismo de maneira a libertar o país econômica e politica mente Era emblemático de sua posição inclu sive a forma como caracterizava o golpe deno minandoo de intervenção cirúrgica do capitalis mo Assim num contexto internacional onde se verificava a redução da área imperialista e a ampliação da área socialista Cuba constituía se no maior exemplo disto restava ao imperia lismo na leitura do autor como último e único recurso o emprego da violência militar Quanto a Caio Prado resultava de suas reflexões acerca deste tema a constatação de que no Brasil o domínio do imperialismo teria ocor ria de modo diferenciado quando comparado às relações que este estabelecia com os países da África e da Ásia Diferenciação que não era feita 70 na Teoria Revolucionária Brasileira da esquer da brasileira em especial do PCB O autor res gata portanto que no Brasil a dominação im perialista teria raízes profundas resultando de fatores que vinham atuando ao longo de toda a formação e evolução histórica do país Este fato teria ocorrido devido o Brasil ter sido coloniza do já como parte e peça de um sistema mercan til internacional Afirmava ainda que nesta mesma situação ele se perpetua sofrendo as contin gências daquele sistema internacional de que é par te dependente e subordinada e a ela se adaptando PRADO JÚNIOR 1966 p301 Portanto era da libertação de tal sistema que se tratava a realiza ção da Revolução Brasileira para Caio Prado Necessidade que nos aproximava da realidade dos demais países também dependentes do im perialismo Entretanto a especificidade do caso brasileiro residiria para o autor no fato de que no Brasil não seria possível libertarmonos da subordinação do imperialismo sem eliminar concomitantemente os elementos de nossa or ganização interna econômica e social herda das de nossa formação colonial Ao contrário do peso atribuído à indus trialização por Celso Furtado como fator capaz de levar o Brasil a superar os seus entraves para Caio Prado nossa industrialização limitavase a uma indústria substitutiva de importação e do minada por empreendimentos imperialistas isto é nossa indústria permanecia limitada jus tamente por se tratar de um processo comanda do por interesses estrangeiros O último aspecto a ser considerado reside talvez no único ponto em que os três autores compartilhavam das mesmas expectativas o oti mismo frente ao futuro da realidade brasileira Celso Furtado ao finalizar sua obra vislum brava um futuro grandioso para o Brasil Este seria resultado de um processo que vinha já de alguns anos sendo construído pelos governos anteriores A construção de Brasília a abertura de estradas pelo Brasil afora o voltarse para o problema dos desequilíbrios regionais assim como o grande movimento de opinião que visa va romper a anacrônica estrutura agrária do Bra sil abriam para Furtado grandes perspectivas para as forças progressistas do país Segundo ele se persistirmos nessa direção teremos iniciado uma época de pioneirismo que poderá fazer do Brasil uma das áreas de maior dinamismo demográfico e ímpeto econômico do mundo na segunda metade do século Teremos escolhido o caminho difícil que sempre coube as gerações de pioneiros FURTA DO 1962 p115 Um aspecto singular de seu otimismo pode ser percebido no fato do autor depositar no governo nacional e não nas categorias soci ais apontadas pelos demais autores o papel de condutor daquele processo Nelson Werneck Sodré conseguiu extrair o lado positivo até mesmo da ditadura a qual considerava como o maior retrocesso já viven ciado na história política do país Sodré acredi tando que a implantação do Regime Militar te ria ajudado nas condições para a formação da frente democrática afirmava que a lição a ser tirada com aquele evento estaria na recusa ao esquerdismo devendo a sociedade unirse em torno da redemocratização do país O autor ia ainda mais longe em seu otimismo ao afirmar que a ditadura não havia conseguido paralisar o processo revolucionário brasileiro que se en contrava em curso no país Este apesar da dita dura e após superála iria ser retomado em ní vel mais alto ainda e com mudanças verdadei ramente qualitativas SODRÉ p1963 Quanto a Caio Prado ainda que sua obra tenha se constituído numa contundente crítica a Teoria Revolucionária da esquerda do país e em especial ao PCB e a condução que ela vinha dando ao processo revolucionário brasileiro é possível vislumbrar em suas reflexões uma visão otimista frente ao futuro do Brasil Esta podia ser percebida principalmente quando ele apon tava as saídas possíveis e cabíveis para superar os entraves econômicos políticos e sociais que o país enfrentava Caio Prado ao abordar qual quer aspecto envolvido no processo revolucio nário brasileiro não se limitava a apontar os en ganos cometidos pela esquerda brasileira Como intelectual e militante ativo que foi ao longo de sua trajetória acadêmica e política procurava constantemente apontar caminhos que permi tissem as forças progressistas do país não desisti rem de sua luta à favor das transformações revo lucionárias que necessitava o Brasil Enfim mesmo que o otimismo de sua obra não se encontrasse muitas vezes explícito o pró prio objetivo que orientava o seu trabalho bem 71 como o conteúdo de suas reflexões poderiam ser lidos como uma mensagem de otimismo a seus leitores permanecendo para a esquerda política brasileira como a primeira e uma das maiores contribuição que esta tenha recebido na condução de sua prática política e produção teórica naqueles difíceis anos que se seguiram ao golpe Passadas mais de três décadas do momen to em que os livros destes autores foram escri tos um olhar retrospectivo nos permite con cluir que mesmo com todas as particularidades apontadas em cada obra sob determinado as pecto suas produções podem ser percebidas como resultado de uma das principais inquie tações presente naquela conjuntura a vontade de transformar o país Permeados por um imaginário revolucio nário o qual poderia se encontrar meio difuso para determinados setores da sociedade prin cipalmente para aqueles que não participavam de nenhum movimento social organizado ou partido político grande parte da sociedade bra sileira no início dos anos 60 se encontrava na expectativa por transformações que alterassem a situação do país de modo a melhorarem suas vidas Imersos neste clima revolucionário uma vez que eram homens de seu tempo Celso Fur tado Nelson Werneck Sodré e Caio Prado Júni or encontravamse também mergulhados nas utopias que mobilizaram as forças progressis tas do país naquele momento Cabe entretanto uma ressalva em relação à figura de Caio PradoNos parece que ao realizar uma crítica da profundidade como a que o autor efetuou sobre a Teoria Revolucionária Brasileira a qual orientou grande parte da ação da esquerda po lítica do país na época o autor estava contribu indo para a constituição de um novo imaginá rio de Revolução De qualquer modo mesmo diferencian dose quanto à idéia que mantinham acerca do que seria a Revolução Brasileira tanto a obra de Caio Prado quanto à de Furtado e Sodré podem ser percebidas como o sintoma de uma época profundamente marcada pelo desejo e utopia de se construir no Brasil uma sociedade melhor de se viver REFERÊNCIAS BARROS Edgard Luiz de O Brasil de 1945 a 1964 São Paulo Contexto 1991 Os Governos Militares São Paulo Con texto 1994 CHARTIER Roger A História Cultural entre práticas e representações Rio de Janeiro Bertrand Brasil SA 1990 CHAUÍ Marilena Ideologia e mobilização popu lar Rio de Janeiro Paz e Terra 1978 COMBLIN Joseph A Ideologia da Segurança Nacional O Poder Militar na América Lati na Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1978 CURTIS Regina Maria Gonçalves de As Rela ções de Poder no Cotidiano Escolar durante o Regime Militar Brasileiro 19641971 Domi nação e Resistência Porto Alegre Universi dade Federal do Rio Grande do SulIFCH 1996 monografia DECCA Edgar de A Revolução acabou In Revista Brasileira de História São Paulo v 10 nº 20 pp6374 DREIFUSS René Armand 1964 A Conquista do Estado ação política poder e golpe de classe Petrópolis Vozes 1981 FALCON Francisco História e Poder In Do mínios da História Rio de Janeiro Campus 1997 FLORESTAN Fernandes O que é Revolução São Paulo Abril CulturalBrasiliense 1994 A Revolução Burguesa no Brasil ensaio de interpretação sociológica Rio de Janei ro Zahar Editores 1981 FICO Carlos Reinventando o otimismo ditadu ra propaganda e imaginário social no Bra sil Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas 1997 FURTADO Celso A PréRevolução Brasileira Rio de Janeiro Fundo de Cultura 1962 Um projeto para o Brasil Rio de Janei ro Ed Saga 1968 Formação Econômica do Brasil São Pau lo Ed Nacional 1972 O Mito do Desenvolvimento Econômico Rio de Janeiro Paz e Terra 1974 Análise do modelo brasileiro Rio de Janeiro Ed Paz e Terra 1978 72 GORENDER Jacob Combate nas trevas a es querda brasileira das ilusões perdidas à luta armada São Paulo Ática 1987 IANNI Octávio O colapso do populismo no Bra sil Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1971 OLIVEIRA Francisco de Viagem ao Olho do Furacão Celso Furtado e o desafio do pen samento autoritário brasileiro In Novos Estudos CEBRAP Centro Brasileiro de Aná lise e Planejamento Ed Brasileira de Ciên cias Ltda nº48 julho 1997 PESAVENTO Sandra Jathay Em busca de uma outra história imaginando o imaginário In Revista Brasileira de História São Paulo n29 v15 1995 pp927 PRADO JÚNIOR Caio A Revolução Brasileira São Paulo Brasiliense 1966 REIS Daniel Aarão A Esquerda Armada as or ganizações comunistas em armas ou a uto pia do impasse ANPOCS Águas de São Pedro São Paulo texto para discussão 1984 SODRÉ Nelson Werneck Introdução à Revolu ção Brasileira 2ª ed Rio de Janeiro Civili zação Brasileira 1963 História Militar do Brasil Rio de Janei ro Civilização Brasileira 1965 Introdução à Revolução Brasileira 3 ed Rio de Janeiro Civilização Brasileira 1967 Ditadura 20 anos de autoritarismo no Brasil Petrópolis RJ Vozes Ltda 1984 TOLEDO Caio Navarro de org Visões Críti cas do Golpe democracia e reformas no populismo Campinas SP Editora da UNICAMP 1997 WEFFORT Francisco C O populismo na polí tica brasileira In Brasil tempos modernos por Celso Furtado e outros Rio de Janeiro Paz e Terra 1977

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