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Economia ·
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6 O modelo keynesiano simples de determinação da renda EBook Apostila O modelo keynesiano simples de determinação da renda Nesta unidade vamos começar a analisar o modelo keynesiano simples As ideias de Keynes podem ser consideradas um contraponto ao pensamento econômico clássico Iremos estudar como o produto é determinado no modelo keynesiano assim como quais são os efeitos da política econômica no produto da economia Situaçãoproblema A crise de 2008 no Brasil foi rapidamente dissipada e os seus efeitos foram menores do que em outros locais pois o país adotou políticas econômicas anticíclicas Convidamos os alunos a refletir se há algum tipo de relação entre essas medidas e a economia keynesiana Saiba Mais Para auxiliáloa leia da página 19 à 30 do trabalho em anexo E aí conseguiu observar a diferença primordial entre o modelo clássico e o modelo keynesiano Ao final deste conteúdo você será capaz de diferenciar a determinação do produto para clássicos e para Keynes compreender a importância da demanda efetiva analisar como a política econômica afeta a determinação do produti Introdução O pensamento econômico de John Maynard Keynes se consolida como um contraponto ao pensamento clássico no bojo da crise da bolsa de Nova Iorque em 1929 e da Grande Depressão que se seguiu A mão invisível naquele momento parecia não estar funcionando uma vez que havia Estudo Guiado Leia da página 95 à 123 do livro Macroeconomia teorias e aplicações Clique no link e leia o livro FROYEN R T Macroeconomia teorias e aplicações 2 ed São Paulo Saraiva 2012 Disponível na Minha Biblioteca Segundo Froyen 2012 Keynes apontava que a razão para a existência de desemprego era a insuficiência de demanda agregada principalmente em virtude de uma demanda inadequada por investimentos O ponto de partida para compreender o modelo keynesiano é a chamada cruz keynesiana Vamos a ela Cruz keynesiana O ponto de partida para Keynes é que a renda da economia de curto prazo é determinada principalmente pelos gastos planejados dos consumidores das empresas e do governo O raciocínio que segue é quanto maior o consumo maior a quantidade de bens e serviços que as empresas conseguem vender quanto mais as empresas vendem mais elas produzirão quanto mais elas produzirem maior serão as contratações MANKIW 2021 Antes de começarmos é necessário que façamos uma diferenciação entre gasto efetivo e gasto planejado Gasto efetivo é o total gasto pelos consumidores empresas e governo com bens e serviços e equivale ao montante do PIB Gasto planejado é o montante que os consumidores empresas e governo gostariam de gastar comprando bens e serviços E por que existe essa diferença Keynes não acredita na validade da lei de Say As empresas poderiam ter um investimento não planejado em estoque quando as vendas são inferiores às suas expectativas quando as empresas vendem menos do que esperavam os estoques aumentam MANKIW 2021 Matematicamente podemos determinar o gasto planejado PE como Como a função consumo é a única endógena vale a pena explicarmos um pouco mais detidamente sobre os fatores que a influenciam Krugman 2014 aponta que além da renda disponível outros dois fatores são fundamentais para explicar as mudanças no consumo renda disponível esperada para o futuro e riqueza agregada Vamos ao primeiro fator Se você espera que a sua renda futura será maior é provável que você comece a consumir mais no presente Por outro lado caso você saiba que sua renda futura será menor é possível que as suas decisões de consumo no presente sejam de redução das despesas KRUGMAN 2014 Já a riqueza agregada também tem impacto no consumo e de maneira semelhante ao observado na renda disponível Pessoas que têm maior riqueza agregada acumulada tendem a ter maior padrão de consumo do que pessoas que possuem menor riqueza KRUGMAN 2014 PE C I G C consumo das famílias I investimento das empresas G gastos do governo Podemos aprofundar o raciocínio definindo uma função consumo do tipo C CY T Y renda T impostos Inicialmente partimos da premissa de que os investimentos e o setor público gastos do governo e impostos sejam determinados de maneira exógena Logo PE C I G A figura abaixo indica o gasto planejado FIGURA 1 Gasto planejado O que seria a Propensão Marginal a Consumir PMgC que é a inclinação da reta de gasto planejado Mankiw 2021 p 190 afirma que ela mostra em quanto o gasto planejado aumenta quando a renda aumenta em 1 uma unidade monetária Froyen 2012 aponta que 1 PMgC é a chamada Propensão Marginal a Poupar PMgS Saiba Mais O efeito da renda disponível futura no consumo é estudada por Milton Friedman na sua obra A theory of the consumption function que culminou na chamada Teoria da Renda Permanente Por outro lado o efeito da riqueza agregada no consumo é o ponto central da chamada hipótese do ciclo de vida De acordo com essa hipótese os consumidores baseiam seu gastos ao longo de toda a vida e não em resposta à renda disponível corrente Isso faz com que as pessoas tendam a suavizar seus padrões de consumo ao longo da vida poupando a renda nos momentos de maiores ganhos para por exemplo desfrutar desse montante na aposentadoria quando sua renda diminui Vamos avançar O equilíbrio da economia acontecerá quando o gasto efetivo for igual ao gasto planejado Matematicamente temos que Gasto efetivo gasto planejado Y PE FIGURA 3 Equilíbrio na cruz keynesiana A reta de 45º divide o quadrante ao meio garantindo a igualdade entre as variáveis medidas no eixo X e no eixo Y logo pontos sobre essa reta garantem a igualdade O equilíbrio então se dará na interseção da linha de gasto planejado e a reta de 45º ponto A Como a economia chega ao equilíbrio Para a economia keynesiana os estoques têm papel importante nesse movimento de ajuste Considere que a economia não esteja em equilíbrio Isso significa que as empresas se deparam com mudanças não planejadas nos seus estoques o que provocará alterações nos seus níveis de produção Essas alterações influenciarão a renda e o gasto total alterando o equilíbrio MANKIW 2021 Vamos estudar como isso ocorre FIGURA 4 Ajuste no equilíbrio na cruz keynesiana Considere a situação 1 em que a renda esteja acima da renda de equilíbrio Y1Y Nessa situação o gasto planejado é menor do que o gasto efetivo empresas vendem menos do que estão produzindo aumentando os estoques O aumento nos estoques fará com que as empresas diminuam sua produção levandoas a aumentar as demissões aumento no desemprego Consequentemente haverá redução do PIB até que ele retorne ao seu equilíbrio Obviamente que a economia poderia estar na situação 2 em que a renda esteja abaixo da renda de equilíbrio Y2Y Nesse caso o gasto planejado é maior do que o gasto efetivo empresas vendem mais do que estão produzindo diminuindo os estoques A redução dos estoques forçara as empresas a aumentarem a produção e para conseguir isso precisam de novas contratações redução do desemprego Haverá crescimento do PIB até o ponto em que a economia retorne ao equilíbrio Dornbusch Fischer e Começarz 2013 apontam que o investimento planejado é igual a poupança no equilíbrio No entanto apenas em uma condição muito especial e bastante teórica na ausência de governo e de setor externo Mudanças nas variáveis exógenas e impactos no equilíbrio Vamos analisar inicialmente uma mudança nos gastos compras do governo Uma vez que esses gastos fazem parte do gasto planejado alterações impactarão na reta PE Suponha um aumento nas compras do governo ΔG Esse aumento provocará um deslocamento para a esquerda cima na curva de gasto planejado FIGURA 5 Aumento do gasto do governo MANKIW 2021 A economia sai do ponto de equilíbrio A para o ponto B crescimento da renda No entanto na figura acima temos que o aumento na renda ΔY é maior do que o aumento nos gastos do governo ΔG Mas por que isso ocorre Ocorre em virtude do chamado multiplicador das compras do governo Ele mostra o quanto a renda aumenta para um aumento de uma unidade monetária nas compras do governo Nesse modelo ele é maior do que 1 MANKIW 2021 Matematicamente temos que o multiplicador das compras do governo é dado por ΔYΔG Mas o que significa o efeito multiplicador O aumento no gasto do governo provocará aumento na renda que por sua vez provocará aumento no consumo Esse aumento do consumo vai novamente aumentar o consumo e assim sucessivamente E qual é a dimensão desse efeito Uma vez que o aumento da renda afeta o consumo ele estará relacionado com a Propensão Marginal a Consumir PMgC Matematicamente podemos calcular o multiplicador da seguinte maneira ΔYΔG 11PMgC Percebemos pela definição que quanto maior a Propensão Marginal a Consumir PMgC maior é o efeito multiplicador Vamos agora refletir o que acontece quando há mudanças na carga tributária da economia Suponha que haja uma redução nos impostos de magnitude ΔT Isso fará com que a renda disponível YT fique na mesma magnitude da redução de impostos Nesse caso o consumo aumentará PMgC ΔT aumentando o gasto planejado FIGURA 6 Efeito multiplicador dos impostos Matematicamente o efeito multiplicador dos impostos é dado por ΔYΔT PMgC1PMgC Curiosidade O sinal negativo indica que renda e impostos caminham em direções opostas ou seja uma redução nos impostos implicará em um aumento na renda 00 Etapa 1 Introdução O pensamento econômico de Keynes se consolida como um contraponto ao pensamento clássico no bojo da crise da bolsa de Nova Iorque em 1929 e da Grande Depressão que se seguiu A mão invisível naquele momento parecia não estar funcionando uma vez que havia enorme desemprego nas economias centrais a razão era a insuficiência de demanda 01 Etapa 2 Froyen 2012 afirma que o o valor do multiplicador dos impostos em valores absolutos ou seja descontando o sinal é menor do que o multiplicador das compras do governo Essa afirmação é extremamente importante Vamos considerar que o governo aumente seus gastos e os impostos na mesma magnitude o que implica em um aumento com o orçamento equilibrado O que aconteceria na economia Froyen 2012 mostra matematicamente que ΔYΔG ΔYΔT 11PMgC PMgC1PMgC 1PMgC1PMgC 1 O que significa Froyen 2012 p 115 aponta que um aumento de uma unidade monetária nos gastos governamentais financiado por um aumento de uma unidade monetária nos impostos aumenta a renda de equilíbrio em 1 unidade monetária Esse resultado denominado multiplicador do orçamento equilibrado reflete o fato de que mudanças nos impostos têm um impacto menor por unidade monetária sobre a renda de equilíbrio do que mudanças nos gastos Dornbusch Fischer e Começarz 2013 apontam também que o imposto de renda proporcional é um importante estabilizador automático Mas o que é isso Os próprios autores o definem como 2013 p 201 qualquer mecanismo na economia que automaticamente ou seja sem intervenção do governo caso a caso reduz o montante pelo qual o produto varia em resposta a uma mudança na demanda autônma Gasto planejado e gasto efetivo Gasto efetivo é o total gasto pelos consumidores empresas e governo com bens e serviços e equivale ao montante do PIB Gasto planejado é o montante que os consumidores empresas e governo gostariam de gastar comprando bens e serviços 02 Etapa 3 Gasto planejado É composto pelo consumo das famílias que depende da renda disponível renda total descontada dos impostos dos investimentos das empresas e dos gastos do governo 03 Etapa 4 Propensão marginal a consumir Mostra em quanto o gasto planejado aumenta quando a renda aumenta em 1 uma unidade monetária 04 Etapa 5 Fatores que alteram o consumo Além da renda disponível outros dois fatores são fundamentais para explicar mudanças no consumo renda disponível esperada para o futuro e riqueza agregada 05 Etapa 6 Equilíbrio O equilíbrio da economia acontecerá quando o gasto efetivo for igual ao gasto planejado 06 Etapa 7 Multiplicador de gastos Ele mostra o quanto a renda aumenta para um aumento de uma unidade monetária nas compras do governo O aumento no gasto do governo provocará aumento na renda que por sua vez provocará aumento no consumo Esse aumento do consumo vai novamente aumentar o consumo e assim sucessivamente 07 Etapa 8 Multiplicador de gastos e propensão marginal a consumir O aumento da renda afeta o consumo então o multiplicador estará relacionado à Propensão Marginal a Consumir PMgC Referências bibliográficas DORNBUSCH R FISCHER S STARTZ R Macroeconomia São Paulo Grupo A 2013 Disponível na Minha Biblioteca FROYEN R T Macroeconomia teorias e aplicações 2 ed São Paulo Saraiva 2012 Disponível na Minha Biblioteca GIL A D BARIZÃO D F A crise econômicofinanceira de 20082009 e seu impacto no Brasil Horizonte Científico Uberlândia v 6 p 130 2012 Disponível em httpsseerufubrindexphph orizontecientificoarticleview8120 Acesso em 11 jul 2022 EBook Apostila KRUGMAN P Macroeconomia São Paulo GEN Atlas 2014 Disponível na Minha Biblioteca MANKIW N G Macroeconomia São Paulo GEN Atlas 2021 Disponível na Minha Biblioteca
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Fischer e Começarz 2013 apontam que o investimento planejado é igual a poupança no equilíbrio No entanto apenas em uma condição muito especial e bastante teórica na ausência de governo e de setor externo Mudanças nas variáveis exógenas e impactos no equilíbrio Vamos analisar inicialmente uma mudança nos gastos compras do governo Uma vez que esses gastos fazem parte do gasto planejado alterações impactarão na reta PE Suponha um aumento nas compras do governo ΔG Esse aumento provocará um deslocamento para a esquerda cima na curva de gasto planejado FIGURA 5 Aumento do gasto do governo MANKIW 2021 A economia sai do ponto de equilíbrio A para o ponto B crescimento da renda No entanto na figura acima temos que o aumento na renda ΔY é maior do que o aumento nos gastos do governo ΔG Mas por que isso ocorre Ocorre em virtude do chamado multiplicador das compras do governo Ele mostra o quanto a renda aumenta para um aumento de uma unidade monetária nas compras do governo Nesse modelo ele é 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equivale ao montante do PIB Gasto planejado é o montante que os consumidores empresas e governo gostariam de gastar comprando bens e serviços 02 Etapa 3 Gasto planejado É composto pelo consumo das famílias que depende da renda disponível renda total descontada dos impostos dos investimentos das empresas e dos gastos do governo 03 Etapa 4 Propensão marginal a consumir Mostra em quanto o gasto planejado aumenta quando a renda aumenta em 1 uma unidade monetária 04 Etapa 5 Fatores que alteram o consumo Além da renda disponível outros dois fatores são fundamentais para explicar mudanças no consumo renda disponível esperada para o futuro e riqueza agregada 05 Etapa 6 Equilíbrio O equilíbrio da economia acontecerá quando o gasto efetivo for igual ao gasto planejado 06 Etapa 7 Multiplicador de gastos Ele mostra o quanto a renda aumenta para um aumento de uma unidade monetária nas compras do governo O aumento no gasto do governo provocará aumento na renda que por sua vez provocará aumento no consumo Esse aumento do consumo vai novamente aumentar o consumo e assim sucessivamente 07 Etapa 8 Multiplicador de gastos e propensão marginal a consumir O aumento da renda afeta o consumo então o multiplicador estará relacionado à Propensão Marginal a Consumir PMgC Referências bibliográficas DORNBUSCH R FISCHER S STARTZ R Macroeconomia São Paulo Grupo A 2013 Disponível na Minha Biblioteca FROYEN R T Macroeconomia teorias e aplicações 2 ed São Paulo Saraiva 2012 Disponível na Minha Biblioteca GIL A D BARIZÃO D F A crise econômicofinanceira de 20082009 e seu impacto no Brasil Horizonte Científico Uberlândia v 6 p 130 2012 Disponível em httpsseerufubrindexphph orizontecientificoarticleview8120 Acesso em 11 jul 2022 EBook Apostila KRUGMAN P Macroeconomia São Paulo GEN Atlas 2014 Disponível na Minha Biblioteca MANKIW N G Macroeconomia São Paulo GEN Atlas 2021 Disponível na Minha Biblioteca