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ATIVIDADE AVALIATIVA AV3 AV 3 FILOSOFIA SOCIAL E POLÍTICA Acerca das concepções de poder e de sociedade e m Marx e Foucault disserte sobre estes autores 1 A concepção do poder 2 As perspectivas de continuidade e descontinuid ade histórica 3 A caracterização da sociedade 4 A diferença dos estatutos da revolução Marx e da resistencia Foucault FILOSOFIA SOCIAL E POLÍTICA 1 A Concepção do Poder Para Karl Marx o poder está intrinsecamente ligado às relações materiais e econômicas Em sua obra especialmente nO Capital e no Manifesto Comunista Marx enfatiza que o poder é determinado pelas relações de classe pela dominação da burguesia sobre o proletariado em virtude da posse dos meios de produção O Estado para Marx é o comitê executivo da burguesia sua função primordial é manter os interesses econômicos da classe dominante e perpetuar a ordem capitalista O poder nisso não é difuso mas centralizado no controle econômico e institucional Já Michel Foucault formula uma abordagem radicalmente diversa Em Microfísica do Poder Foucault diz que o poder não está sedimentado em uma classe pessoa ou instituição específica ele é difuso transversal imanente às relações sociais do cotidiano Para Foucault o poder circula por uma rede capilar que perpassa instituições discursos saberes práticas e corpos O poder não se exerce tanto por meio da lei e da repressão mas por práticas disciplinares normalizações vigilância ou seja pelo que ele chama de biopoder e micropoderes Comparando com os contratualistas Em Hobbes e Locke o poder aparece como um acordo social para garantir a ordem e a segurança Hobbes ou proteger propriedades e direitos Locke O poder político portanto emana de um contrato social que centraliza sua execução no monarca Hobbes ou em instituições representativas Locke Para Marx esse contrato social é ideológico mascarando interesses de classe para Foucault talvez nem haja contrato social real mas sim uma multiplicidade de microregras e práticas sociais que constantemente se redefinem Exemplo Enquanto para Hobbes a soberania do Estado é a única barreira contra o caos para Marx o Estado é parte da opressão de classe e para Foucault o poder é exercido mesmo nos pequenos gestos do cotidiano na escola no hospital na família 2 Perspectivas de Continuidade e Descontinuidade Histórica Marx trabalha majoritariamente com a ideia de continuidade a história é o palco do desenvolvimento das contradições de classe que se acumulam até um ponto de ruptura revolucionária o salto dialético de uma formação social a outra ex feudalismo para capitalismo capitalismo para socialismo A continuidade histórica para Marx é composta pela luta de classes motor da história levando a uma sucessão encadeada de modos de produção Já Foucault em contrapartida propõe uma história marcada por descontinuidades Nas suas arqueologias e genealogias Foucault mostra que há rupturas nas formas de saber poder e subjetividade ao longo do tempo Não há uma linha única de progresso mas sim quebras mutações deslocamentos A história nesse sentido é repleta de pequenos eventos e transformações menores que acabam por desenhar novos regimes de verdade e poder Exemplo Enquanto Marx pode ser visto quase como um hegeliano de esquerda acreditando em uma lógica histórica racional Foucault se aproxima de Nietzsche e dos acontecimentos descontínuos a emergência das prisões modernas dos hospitais das escolas disciplinares 3 Caracterização da Sociedade Para Marx sociedade é definida pelos antagonismos de classe O eixo estruturante é a base econômica quem detém os meios de produção domina quem vende a força de trabalho A ideologia a cultura o Estado tudo deriva em última instância dessas estruturas econômicas O conflito é macro burguesia versus proletariado Já Foucault entrega uma imagem de sociedade atomizada em práticas discursos e instituições Não pensa em sociedade apenas como um campo de luta entre classes mas como um feixe de relações técnicas e saberes que modulam sujeitos comportamentos e até corpos O podersaber circula em instituições como cárceres escolas hospitais asilos a sociedade é um emaranhado de micropoderes Análise entre as referências Os contratualistas descrevem uma sociedade civil surgida para evitar o estado de natureza violento para Hobbes desconfortável para Locke uma sociedade onde a lei reina sobre todos Para Marx a lei é expressão dos interesses de classe para Foucault é um dos múltiplos dispositivos de poder 4 Diferenças entre Revolução Marx e Resistência Foucault A revolução para Marx é o momentochave em que a classe oprimida proletariado toma consciência de sua situação e se organiza para romper violentamente com a ordem existente instaurando uma nova forma social por meio da tomada do poder do Estado É o ápice do processo histórico da luta de classes um salto no progresso histórico que leva à emancipação A resistência para Foucault é sempre local plural dispersa O poder nunca é absoluto porque onde há poder há resistência Não se trata tanto de tomar o Estado ou as instituições centrais mas de produzir pequenas insurreições desobediências cotidianas subversões de normas e práticas Não há promessa de emancipação total mas movimentos contínuos de contestação e fuga aos dispositivos de poder 5 Comparação final Enquanto Marx aposta numa ruptura radical estratégica articulada e finalista a revolução Foucault aposta na multiplicidade de enfrentamentos no jogo constante entre poder e resistência numa dinâmica sem fim microrevoluções podemos dizer Exemplos e Articulações John Locke O Estado é garantidor de direitos o poder surge do consentimento dos governados Para Marx seria ideologia burguesa para Foucault uma artimanha entre tantas outras para disciplinar Thomas Hobbes O Estado soberano barra o caos e a guerra de todos contra todos uma centralidade ignorada por Foucault que nega o centro e desmontada por Marx para quem o Estado serve interesses particulares Antonio Gramsci autor posterior a Marx Reforça a visão de ideologia como hegemonia cultural incorporando elementos que antecipam a lógica foucaultiana dos aparatos privados de hegemonia ou seja o poder além do Estado Pierre Bourdieu Em diálogo com Foucault propõe que a dominação se faz por violência simbólica mediada por instituições e práticas culturais 6 Conclusão A discussão entre Marx e Foucault revela dois paradigmas fundamentais sobre o poder e a sociedade um econômicoestrutural e revolucionário outro discursivo disciplinar e resistente Os contratualistas são importantes para mostrar como surge o próprio problema do poder na filosofia moderna e como Marx e Foucault divergem radicalmente destas soluções clássicas A leitura conjunta desses autores permite compreender tanto a dimensão macro das lutas sociais quanto a microfísica cotidiana das relações de poderresistência 6 REFERÊNCIAS FOUCAULT Michel Microfísica do poderMichel Foucault Org Roberto Machado v 3 1979 WEFFORT Francisco Clássicos da Política São Paulo Editora Ática v2 2001
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ATIVIDADE AVALIATIVA AV3 AV 3 FILOSOFIA SOCIAL E POLÍTICA Acerca das concepções de poder e de sociedade e m Marx e Foucault disserte sobre estes autores 1 A concepção do poder 2 As perspectivas de continuidade e descontinuid ade histórica 3 A caracterização da sociedade 4 A diferença dos estatutos da revolução Marx e da resistencia Foucault FILOSOFIA SOCIAL E POLÍTICA 1 A Concepção do Poder Para Karl Marx o poder está intrinsecamente ligado às relações materiais e econômicas Em sua obra especialmente nO Capital e no Manifesto Comunista Marx enfatiza que o poder é determinado pelas relações de classe pela dominação da burguesia sobre o proletariado em virtude da posse dos meios de produção O Estado para Marx é o comitê executivo da burguesia sua função primordial é manter os interesses econômicos da classe dominante e perpetuar a ordem capitalista O poder nisso não é difuso mas centralizado no controle econômico e institucional Já Michel Foucault formula uma abordagem radicalmente diversa Em Microfísica do Poder Foucault diz que o poder não está sedimentado em uma classe pessoa ou instituição específica ele é difuso transversal imanente às relações sociais do cotidiano Para Foucault o poder circula por uma rede capilar que perpassa instituições discursos saberes práticas e corpos O poder não se exerce tanto por meio da lei e da repressão mas por práticas disciplinares normalizações vigilância ou seja pelo que ele chama de biopoder e micropoderes Comparando com os contratualistas Em Hobbes e Locke o poder aparece como um acordo social para garantir a ordem e a segurança Hobbes ou proteger propriedades e direitos Locke O poder político portanto emana de um contrato social que centraliza sua execução no monarca Hobbes ou em instituições representativas Locke Para Marx esse contrato social é ideológico mascarando interesses de classe para Foucault talvez nem haja contrato social real mas sim uma multiplicidade de microregras e práticas sociais que constantemente se redefinem Exemplo Enquanto para Hobbes a soberania do Estado é a única barreira contra o caos para Marx o Estado é parte da opressão de classe e para Foucault o poder é exercido mesmo nos pequenos gestos do cotidiano na escola no hospital na família 2 Perspectivas de Continuidade e Descontinuidade Histórica Marx trabalha majoritariamente com a ideia de continuidade a história é o palco do desenvolvimento das contradições de classe que se acumulam até um ponto de ruptura revolucionária o salto dialético de uma formação social a outra ex feudalismo para capitalismo capitalismo para socialismo A continuidade histórica para Marx é composta pela luta de classes motor da história levando a uma sucessão encadeada de modos de produção Já Foucault em contrapartida propõe uma história marcada por descontinuidades Nas suas arqueologias e genealogias Foucault mostra que há rupturas nas formas de saber poder e subjetividade ao longo do tempo Não há uma linha única de progresso mas sim quebras mutações deslocamentos A história nesse sentido é repleta de pequenos eventos e transformações menores que acabam por desenhar novos regimes de verdade e poder Exemplo Enquanto Marx pode ser visto quase como um hegeliano de esquerda acreditando em uma lógica histórica racional Foucault se aproxima de Nietzsche e dos acontecimentos descontínuos a emergência das prisões modernas dos hospitais das escolas disciplinares 3 Caracterização da Sociedade Para Marx sociedade é definida pelos antagonismos de classe O eixo estruturante é a base econômica quem detém os meios de produção domina quem vende a força de trabalho A ideologia a cultura o Estado tudo deriva em última instância dessas estruturas econômicas O conflito é macro burguesia versus proletariado Já Foucault entrega uma imagem de sociedade atomizada em práticas discursos e instituições Não pensa em sociedade apenas como um campo de luta entre classes mas como um feixe de relações técnicas e saberes que modulam sujeitos comportamentos e até corpos O podersaber circula em instituições como cárceres escolas hospitais asilos a sociedade é um emaranhado de micropoderes Análise entre as referências Os contratualistas descrevem uma sociedade civil surgida para evitar o estado de natureza violento para Hobbes desconfortável para Locke uma sociedade onde a lei reina sobre todos Para Marx a lei é expressão dos interesses de classe para Foucault é um dos múltiplos dispositivos de poder 4 Diferenças entre Revolução Marx e Resistência Foucault A revolução para Marx é o momentochave em que a classe oprimida proletariado toma consciência de sua situação e se organiza para romper violentamente com a ordem existente instaurando uma nova forma social por meio da tomada do poder do Estado É o ápice do processo histórico da luta de classes um salto no progresso histórico que leva à emancipação A resistência para Foucault é sempre local plural dispersa O poder nunca é absoluto porque onde há poder há resistência Não se trata tanto de tomar o Estado ou as instituições centrais mas de produzir pequenas insurreições desobediências cotidianas subversões de normas e práticas Não há promessa de emancipação total mas movimentos contínuos de contestação e fuga aos dispositivos de poder 5 Comparação final Enquanto Marx aposta numa ruptura radical estratégica articulada e finalista a revolução Foucault aposta na multiplicidade de enfrentamentos no jogo constante entre poder e resistência numa dinâmica sem fim microrevoluções podemos dizer Exemplos e Articulações John Locke O Estado é garantidor de direitos o poder surge do consentimento dos governados Para Marx seria ideologia burguesa para Foucault uma artimanha entre tantas outras para disciplinar Thomas Hobbes O Estado soberano barra o caos e a guerra de todos contra todos uma centralidade ignorada por Foucault que nega o centro e desmontada por Marx para quem o Estado serve interesses particulares Antonio Gramsci autor posterior a Marx Reforça a visão de ideologia como hegemonia cultural incorporando elementos que antecipam a lógica foucaultiana dos aparatos privados de hegemonia ou seja o poder além do Estado Pierre Bourdieu Em diálogo com Foucault propõe que a dominação se faz por violência simbólica mediada por instituições e práticas culturais 6 Conclusão A discussão entre Marx e Foucault revela dois paradigmas fundamentais sobre o poder e a sociedade um econômicoestrutural e revolucionário outro discursivo disciplinar e resistente Os contratualistas são importantes para mostrar como surge o próprio problema do poder na filosofia moderna e como Marx e Foucault divergem radicalmente destas soluções clássicas A leitura conjunta desses autores permite compreender tanto a dimensão macro das lutas sociais quanto a microfísica cotidiana das relações de poderresistência 6 REFERÊNCIAS FOUCAULT Michel Microfísica do poderMichel Foucault Org Roberto Machado v 3 1979 WEFFORT Francisco Clássicos da Política São Paulo Editora Ática v2 2001