·

Filosofia ·

Filosofia

Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Fazer Pergunta

Texto de pré-visualização

COLEÇÃO PENSAMENTO HUMANO A cidade de Deus Parte I Livros I a XI Santo Agostinho A cidade de Deus Parte II Livros XII a XXXII Santo Agostinho Confissões Santo Agostinho Friedrich Wilhelm Schelling A essências da ideologia marcista Friedrich Hölderlin O livro da divina consolação e outros textos seletos Meister Eckhart Os pensadores originais Anaximandro Parmênides e Heráclito Sendo os Ofícios Elegia de Danto Rainer Maria Rilke Searas da Ordem elegias da Danto e da interpretação Friedrich DE Schleiermacher Hermenêutica arte de interceder Hugo de São Vitor Didática obra de arte Heidegger Martin Heidegger Ser e tempo Parte I Martin Heidegger Ver e ver Parte II Martin Heidegger Verdade e método traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica Volume I HansGeorg Gadamer Verdade e método complementos e revisão Volume II HansGeorg Gadamer A caminho da linguagem Martin Heidegger Manifesto do partido comunista Karl Marx e Friedrich Engels As obras do amor Søren Aabye Kierkegaard Coordenação Renato Kirchler e Enio Paulo Ghiachini Comissão editorial Emmanuel Carneiro Leto Márcia Sá Cavalcante Schuback Hermógenes Harada Gilvan Fogel Sérgio Wurbelweis e Arcângelo R Buzai Seminário consultivo Amós Nascentes Benedito Nunes Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento Gláucia Ferreira Ribeiro Joel Alves de Souza José Cardonha Luiz A De Boni Manfredo de Oliveira Mauro Alexandre Fernandes MARTIN HEIDEGGER SER E TEMPO Parte I Tradução de Márcia Sá Cavalcante Schuback 15ª Edição SBDFFLCHUSP 272058 EDITORA VOZES 2005 EDITORA VOZES Editora Vozes Ltda Rua Frei Luis 100 25698901 Petrópolis RJ wwweditoravozescombr Todos os direitos reservados Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma eou quaisquer meios eletrônico ou mecânico incluindo fotocópia e gravação ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora As redições eou coedições dos volumes da coleção Pensamento Humano pertencem exclusiva e unicamente à Casa de Nossa Senhora da Paz Ação Social Franciscana mantendora da Universidade São Francisco A São Francisco possui campi universitários nas cidades de Campinas São Paulo Itatiba e Bragança Paulista Edição parcial feita sobre o texto integral da 16ª edição alemã à mão da edição revisada das Obras Completas com notas marginais do manuscrito do autor que estão em apêndice Publicado pela primeira vez como separado da Jahrbuch für Philosophie und phänomenologische Forschung vol VIII editado por Edmund Husserl ISBN 8532609473 Este livro foi composto e impresso pela Editora Vozes Ltda APRESENTAÇÃO OBSERVAÇÃO PRELIMINAR À 7ª EDIÇÃO 1953 INTRODUÇÃO Exposição da questão sobre o sentido do ser PRIMEIRO CAPÍTULO Necessidade estrutura e primado da questão do ser 1 Necessidade de uma repetição explícita da questão do ser 27 2 A estrutura formal da questão do ser 30 3 O primado ontológico da questão do ser 34 4 O primado ôntico da questão do ser 38 SEGUNDO CAPÍTULO As duas tarefas de uma elaboração da questão do ser O método e o sumário da investigação 5 A analítica ontológica da presença como liberação do horizonte para uma interpretação da questão do ser geral 42 6 A tarefa de uma destruição da história 47 7 O método fenomenológico da investigação 56 33 A proposição como modo derivado da interpretação 211 Quisquer que sejam a segurança ansiedade e certeza com que todos esses fios de redes se amarram e se tecem uns com os outros o tecido resultante ficará sempre preso ao poder da representação e às pretensões de uma onipotência A resposta a esta pergunta só pode ser ambivalent e paradoxal e foi isso mesmo estranha e curiosa decerto que não me o que decerto que sim Do contrário não poderia haver nem ter havido a história que há e que houve De um lado nunca se obtém nem se obtém uma definição do ser Mas em compensação ganhase sempre uma experiência essencial de seu sentido a experiência que é ou que sempre se equivale e desvia em todos os desempenhos de aprendêlo em qualquer esforço por representálo e definilo Pois tudo que fazemos ou deixamos de fazer serve para nos distanciar Ele nunca terminamos de nos afastar Pois não temos escolha Somos olhados pela traça do tratamento O homem fala para responder e só para falar Quando terminamos de falar deixamos de ser Pois um laço extraordinário entre morte e sentido no tecido da existência humana vão por necessidades de escuta prescrevem serena do mesmo nada criativo O homem é o ser que fala mesmo quando não fala e cala reconhecendose no silêncio do sentido Assim como é o ser que morre mesmo quando não morre e é recolhendose à temporalidade da existência A fala remete para além ou a quem das palavras mas este remete não é semântico nem sintático A segunda fase do processo de ler é um plano uma lida mais prolongada um romance mais profundo com o texto Temos que descobrir a estrutura e de sustentação e a dinâmica interior da masculinidade de sua função Na força do constitutivo da escrita todas as demais palavras do texto se articulam pelas palavraschave que por sua vez se organizam em constelações de junturas dinâmicas Vemos nós então diante de um sistema solidamente estabelecido em que nada falta e nada é demais os modos de ser e agir mostra a sociedade que a presença fundadora do nosso existir não se dá na crítica de consciência de um cogito sem mundo na complementaridade recíproca de sujeito e objeto Abrange ao contrário todas as peripécias de uma copresença originária que se realiza através de uma história de tempos espaços e gestos que se desenvolveu num mundo de interesses e explorações de lutas e fracassos de libertação e escravidão E que o homem só se realiza na presença Presença é uma abertura que se fecha e ao se fechar abrese para a identidade e diferença que medida e toda vez que o homem en conquista e assume o ofício de ser quer num encontro quer num desencontro com tudo que ele é e não é que tem e não tem Esta presença que joga originalmente nosso ser no mundo Mas sernomundo quer dizer que o homem se acha no meio da natureza ao lado de árvores animais coisas e outros homens Sernomundo não é em função de uma necessidade revelando os fatos Sernomundo é uma estrutura de realização Por sua dinâmica o homem está sempre cruzando os limites entre o dentro e o fora Por sua força tudo se compreende numa conjuntura de referências Por sua integração instalase a identidade e a diferença no ar quando teórica ou praticamente se diz que o homem não é uma coisa simplesmente dada nem uma engrenagem numa máquina e nem uma ilha no oceano E nesta direção que nos encaminha Ser e Tempo com a analítica existencial da primeira parte Em todos os capítulos e parágrafos das duas seções se interpretam num hermenêutica fenomenológica os existenciais isto é as texturas da existência em sua estrutura de articulação Mas a análise não visa apenas a descrições fenomenológicas Pretende sempre ir ao pulo na questão central adquirindo condições para questionar o sentido do ser Como se ocupa da obra de pensamento também Ser e Tempo busca o contexto do desvelamento da claridade perfeita A analítica dá a volta do círculo esperando transformarse de repente na questão do ser A existência e o sentido presença e verdade não estão em fora da outo como a vida é aveludada e uma maratona Na conjuntura existencial da presença o prin cíp io é a busca de realização do fim e o fim é a plenitude do desenvolvimento do princípio A linguagem é a passagem obrigatória de todos os caminhos do pensamento Para questionar a questão do sentido e da verdade Ser e Tempo não pode deixar de revolução as referências com as linguas Nenhuma revolução é possível sem uma linguagem revolucinária E toda linguagem se faz revolucionária revolvendo a radicalidade da linguagem em todos os níveis e modos do relacionamento entre o ser e sua realidade o ente do seu realzião e a verdade em seu advento histórico As peculiaridades e estranhezas da linguagem de Ser e Tempo não provém de idiossincrasias do autor São exigências e imposições da própria questão em questão pelas vias das linguas A maneira pela qual Ser e Tempo lida com o discurso das diversas línguas da tradição resulta do escorpo para corresponder às exigências revolucionárias do ser em seu sentido No âmbito desta correspondência ser em uma única lei a revolução da linguagem que impõe o respeito pela vigência da palavra o cuidado com o eloquência da palavra e a parcimônia imposta ao dito pelo silêncio da palavra Uma coisa é falar sobre os entes e suas relações outra muito diferente é falar sobre o ser e seu sentido na correspondência aos desvelamentos históricos de sua verdade Para esta última fala não faltam palavras e gramática mas advêm da profunda e cuidadosa abissal de seu esforço Pois todas as palavras e todas as gramáticas calamse do ser e sua realidade para poder deixar falar os entes e suas realizações PRIMEIRO CAPÍTULO Necessidade estrutura e primado da questão do ser 1 Necessidade de uma repetição explícita da questão do ser 2 A estrutura formal da questão do ser Caso a questão do ser deva ser colocada explicitamente e desdobrada em toda a transparência de si mesma sua elaboração exige de acordo com as explicitações feitas acerca de ser a explicação da maneira de visualizar o ser de preparação da possibilidade de uma escolha correta do exemplo a elaboração do modo genuflexo de acesso a esse ente Ora visualizar compreender escolher aoeder é são atitudes constitutivas do questionamento e ao mesmo tempo modos de ser de um determinado ente que nós mesmos os que questionam sempre somos Elaborar a questão do ser significa portanto tornar transparente um ente que questiona em seu ser Como modo de ser de um ente o questionamento dessa questão se acha essencialmente determinado pelo que nele se questiona pelo ser Esse ente que cada um de nós somos é que entre outras possui em ser uma possibilidade de questionar nós o designamos com o termo presença N1 A colocação explícita da representação da questão sobre o sentido do ser requer uma explicação prévia e adequada de um ente presença no tocante a seu ser Na questão sobre o sentido do ser não há círculo vicioso do questionado o ser sobre o próprio questionar enquanto modo de ser um ente determinado Ser atingido essencialmente pelo questionado pertence ao sentido mais autêntico da questão do ser Isso porém significa apenas que o ente dotado do caráter da presença traz em si mesmo uma remissão talvez até privilegiada à questão do ser Com isso no entanto não se prova o primado ontológico de um determinado ente Não se dá preliminarmente o ente exemplar do que desenvolver o papel de primeiro interrogado no questionamento do ser No seu decidir aqui vem se provado o primado ontológico sem que se insinue pelo acaso uma função apenas problemática dessa estruturações desenvolvendo visando a conquistar e assegurar um modo de acesso mais originário ao que deve constituir o objeto dessas ciências A teoria da relatividade na física nasceu da tendência de apresentar o novo princípio da natureza tal como ele é em si mesmo se constituiu Como teoria das condições de acesso à própria natureza a teoria da relatividade procura preservar a imutabilidade das leis do movimento através de uma determinação de toda a relatividade e com isso colocase diante da questão da estrutura do setor de objetos por ela pressuposto isto é do problema da matéria Na biologia surge a tendência de questionar o organismo e a vida independentemente das determinações do mecanicismo e vitalismo para assim definir de maneira nova o modo de ser próprio do ser vivo como tal Nas ciências históricas do espírito acentuase o empenho pela própria realidade histórica na tradição e sua transmissão desse modo a história literária se torna história dos problemas A teologia procura uma interpretação mais originária do ser do homem para Deus já preliminar e restrita pelo sentido próprio de fé Pouco a pouco a teologia começa a entender de novo a visão de Lutero para quem a sistematização dogmática repousa sobre um questionamento que em sua origem não além de um questionamento da fé e cuja conexão mais do que insuficiente para a problemática teológica encolhe e até mesmo deturpa A investigação ontológica que se compreende cortamente entre a questão do ser um primado ontológico que nenhum dilema de simplesmente retratar sua tradição vem a um problema até agora não esclarecido Mas o primado objetivocientífico não é único As ciências são modos de ser da presença nos quais tal determinação se comporta como elas mesmas não precisas ser Portanto essencialmente a presença ser 5 A analítica ontológica da presença como liberação do horizonte para uma interpretação do sentido do ser em geral tencial quando se compreende a necessidade e possibilidade do conhecimento filosófico Somente depois de se elaborar de modo suficiente as estruturas da presença segundo uma orient ação explícita do problema do ser e que os resultados obtidos até aqui poderão receber uma justificativa existencial articulação e expressão Em seguida descrevese um abismo entre o eterno temporal e o eterno supratemporal e se busca sempre de novo entender um ponto entre esta extrema Temporal aqui sendo a o que está dado na no tempo determinando esta que sem dúvida é ainda bastante obscura mesmo abstraindo da questão e como a presença é um ente no tempo A determinação de historicidade se oferece antes quanto a que se chama de histórico acontecimento pertinente à história universal Historicidade indica a constituição ontológica de acontecer próprio da presença como tal do assim a passagem para as fontes originais de onde as categorias e os conceitos tradicionais foram huídos em parte de maneira autêntica e legítima A tradição até faz que esse provencionismo Cria a convicção de que é inicial compreender simplesmente a necessidade do retorno às origens a tradição desarraigada do modo a historicidade da présença que ela acaba de mover apenas nos interesses pela multiplicidade e complexidade dos possíveis tipos correntes pontos de vista da filosofia no interior das culturas mais distantes e estranhas Com esse interesse ela procura encobrir seu próprio desarraigamento e a ausência de solidez A consequência é que com todo o seu interesse pelos fatos Historiográficos e em todo o seu empenho por uma interpretação filologicamente objetiva a présença já não é capaz de compreender as condições mais elementares que possibilitam um retorno positivo ao passado no sentido de sua apropriação produtiva Mostrouse na introdução 1 que a questão de sentido se tornou não somente ainda não resolvida ou mesmo colocada de modo suficiente como também caiu no esquecimento apesar de todo o interesse pela metafísica A ontologia grega e sua história que ainda hoje determina o aparato conceptual da filosofia através de inúmeras filiações e distorções é uma prova de que a présença se compreende a si mesma e o ser em geral a partir do mundo Provou também que uma ontologia assim desenvolvida decaiu e se deteriorou numa tradição que a degraded e a deixa exclusivamente no óbvio transformada em simples material de reelaboração como foi para Hegel Na Idade Média a ontologia desarraigada tornouse corpo fixo de doutrinas Sua sistematização pode ser tudo menos a integração dos fragmentos legais de préscrição num único edifício Dentro de uma recepção dogmática das concepções fundamentais do ser dos próprios a sistematização reivindicou ainda como norma um trabalho não realizado e plena Em sua cunham esfolastico esse é o modo de ser a metafísica e filosofia transcendental da Idade Moderna chegando ainda a determinar os fundamentos e objetivos da Lógica de Hegel Na medida em que no curso dessas história se focalizam certas regiões falta de uma analítica prévia das estruturas que integram a subjetividade do sujeito Ao invés disso Kant aceita dogmaticamente a posição de Descartes apesar de todos os progressos questionados que fez Ademais a análise do tempo embora tenha reconduzido o fenômeno para o sujeito permanece orientada pela concepção vulgar do tempo herdada da tradição E o que em última instância impede Kant de elaborar o fenômeno de uma determinação transcendental do tempo em sua própria estrutura e função Devido à quase dupla influência da tradição a concepção decisiva entre o eu e eu penso permaneceu envolta na mais complexa obscuridade não chegando sequer uma vez a seu problematização Na medida em que assume a posição ontológica de Descartes Kant omite uma coisa essencial uma ontologia da présença No sentido das tendências mais próprias da presença de Descartes essa omissão é decisiva Com o cogito sum Descartes pretende dar a filosofia um fundamento novo e sólido O que porém deixa indeterminado nesse princípio radical é o modo de ser da res cogitans ou mais precisamente o sentido de ser ex A questão do ser se refere a uma conceituação verdadeira quando se faz a destruição do artigo ontológico A expressão grega φαινόμενον a que remonta o termo fenômeno deriva do verbo φαίνειν que significa mostrarse e por isso revela a coisa que se mostra o que se revela A palavra manifestação ainda pode significar por si mesma duas coisas uma o manifestarse no sentido de anunciarse como um não mostrarse em si mesmo e outra o que se anuncia em si mesmo aquilo que em seu mostrarse aponta e indica algo que não se mostra pressuposições indispensáveis para se compreender o conceito fenomenológico de fenômeno prescindindo de como se deve determinar mais precisamente o que se mostra Antes de se fixar a concepção preliminar de fenomenologia devese definir o significado de lýos a fim de se tornar claro em que sentido a fenomenologia pode ser ciências dos fenômenos O conceito de logos Em Platão e Aristóteles o conceito de lýos é polissêmico e de tal modo que os vários significados tendem a se dispersar sem a orientação positiva de um sentido básico Mas de fato isso é somente uma aparição que se há de manter enquanto não se puder apreender devidamente o conteúdo primordial de sua significação básica Quando dizes que o significado básico de lýos é discurso esta tradução literal só terá valor completo quando se determinar o que é um discurso mal e vulgar o fenômeno legítimo a denominação de fenomenologia é toda demonstração de um ente tal como se mostra em si mesmo Com base no conceito preliminar de fenomenologia acima definido podese também fixar em seu significado os termos fenômeno e fenomenológico Chamase fenômeno o que se dá e se pode explicar segundo o modo de encontro com os fenômenos Daí falarse de estruturas fenomenais Chamse fenomenológico tudo que pertence à maneira de demonstração e explicação que constitui a conceituação exigida pela presente investigação A elaboração da questão do ser se divide pois em duas tarefas e cada uma corresponde a uma divisão do tratado em duas partes Primeira parte A interpretação da presença pela temporalidade e a explicação da questão do ser Segunda parte Linhas fundamentais de uma destruição fenomenológica da história da ontologia segundose o fio condutor da problematicidade da temporalidade PRIMEIRA PARTE A interpretação da presença pela temporalidade e a explicação do tempo como horizonte transcendental da questão do ser PRIMEIRA SEÇÃO Análise preparatória dos fundamentos da presença Na questão sobre o sentido do ser o primeiro a ser interrogado é o ente que tem o caráter da presença Em subordinação preparatória a analítica existencial da presença necessita de acordo com seu modo próprio de ser de uma exposição e delimitação face a investigações aparentemente equivalentes capítulo I Mantendose o ponto de partida já estabelecido na investigação devese liberar uma estrutura fundamental da presença o sermundo capítulo III Este a priori da interpretação da presença não é uma determinação composta por adição mas uma estrutura originária e sempre total Não obstante oferece perspectivas diversas dos momentos que a constituem Mantendose continuamente presente a totalidade preliminar desta estrutura devese distinguir fenômenos e respectivos momentos Tornandose pois objeto de análise o mundo em sua mundanidade capítulo III ou sermundo como ser próprio capítulo IV ou seremtodo capítulo V Com base nos resultados da análise desta estrutura fundamental será então possível delinear provisoriamente o ser e a cura capítulo VI PRIMEIRO CAPÍTULO Exposição da tarefa de uma análise preparatória da presença 9 O tema da analítica da presença O ente que temos a tarefa de analisar somos nós mesmos O ser deste ente é sempre e cada vez meu Em seu ser isto é sendo este ente se comporta como o seu ser Como um ente deste ser a presença se entrega à responsabilidade de assumir seu próprio ser O ser é o que neste ente está sempre em jogo Desta caracterização da presença resultam duas coisas 1 A essência deste ente está em ter de ser A quididade essência deste ente na medida em que se possa falar dela há de ser concebida a partir de seu ser existência Neste propósito é tarefa ontológica mostrar que se escolhemos a palavra existência para designar o ser deste ente estes não têm pode ter significado ontológico tradicional visto que não dependem nem não indiferente A interpolação da presença deve dizer sempre também o pronome pessoal devido a seu caráter de ser sempre minha eu sou tu és A presença se constituiu pelo caráter de ser minha segundo este ou aquele modo de ser De alguma maneira sempre já é decidido que modo a presença é sempre minha O ente em cujo ser isto é sendo está em jogo o próprio ser relacionase e comportase como o seu ser como a sua possibilidade mais própria A presença é sempre sua possibilidade Ela não tem a possibilidade apenas como uma propriedade simplesmente dada E é porque a presença é sempre essencialmente sua possibilidade que ela pode em seu ser isto é sendo escolherse ganharse ou perderse ou ainda nunca ganharse ou só ganharse aparentemente A presença só pode perderse ou não ser ter um porque segundo seu modo de ser ela é uma possibilidade própria ou seja é chamada a apropriarse de si mesma Os dois modos de ser próprio e impropriado ambos os termos foram escolhidos em seu sentido verbal rigoroso fundamse no modo da presença determinado pelo caráter de ser sempre minha A impropriedade da presença porém não diz menos que sua essência A presença se determina como ente sempre a partir de uma possibilidade que ela é de algum modo isto também significa que ela se compreende em seu ser Este é o sentido fundamental da constituição existencial da presença Nele porém se encontra a indicação de que para uma interpretação ontológica desse ente a problemática de seu ser deve ser desenvolvida a partir da existencialidade de sua existência Mas isso não quer dizer construir a presença a partir de uma determinada ideia possível de existência Ao contrário no ponto de partida da análise não se pode interpretar a presença pela diferença de um modo determinado de existir Devendo ao invés descobrir pelo modo indeterminado em que de início e na maior parte das vezes ela é Esta diferença da cotidianidade da presença não é uma nada regativo mas um caráter fenomenal positivo deste ente A partir deste modo de ser é como vistas a este modo de ser que todo e qualquer existir como é Denominamos esta indiferencia cotidiana da presença de medianidade in meipso factus sum mihi terra difficultatis et sudoris nimii isto não vale apenas para a capacidade óntica e préontológica da presença Num grau ainda maior vale para a questão ontológica de não perder o modo de ser mais próximo deste ente e assim tornálo acessível numa caracterização positiva psicologia e biologia referemse somente à questão ontológica de princípio Do ponto de vista epistêmico essas investigações são necessariamente insuficientes já pelo simples fato da estrutura de ciência das disciplinas o que acaba em ver com a cientificidade daqueles que trabalham para o seu desenvolvimento terse tornado cada vez mais questionável coincidem naquilo que ambos possuem de negativo Tanto um quanto o outro não colocam a questão sobre o ser da pessoa em si mesmo Como exemplo tomamos a interpretação de Scheler não apenas por já se achar publicada mas sobretudo porque Scheler acaba explicitamente a ser da pessoa como tal e busca determinar mediante uma diferenciação entre o ser específico dos atos face a tudo que é psíquico inteligente exerceu influência sob formas diversas Sua proveniência pode ser ilustrada pelas seguintes citações His praelictus doctus exultet prima hominis conditio aut ratio intelligentia prudentia judicium non modo ad terrena verè gubernationem suppetere sed quibus transcenderet usque ad Deum et aeternam felicitatem 2 Pois que o homem tinha um olhar para para Deus e sua palavra demonstra claramente que por sua natureza nasceu a imagem de Deus que se assembra e tem uma tendência para ele tudo isso decorre sem dúvida do fato de ter sido criado à imagem de Deus A mesma coisa vale para a psicologia cujas tendências antropológicas não se podem mais considerar hoje como um dia A falta de fundamentos ontológicos entretanto não pode ser compensada inscrevendose a antropologia e a psicologia numa biologia geral Na ordem de uma possível apreensão e interpretação a biologia como ciência da vida se funda embora não exclusivamente em uma ontologia da presença A vida não é nem coisa simplesmente dada nem presença A presença por sua vez não poderá ser determinada ontologicamente partindose do fato da vida indeterminada do ponto de vista ontológico e a qual se acrescenta uma outra coisa SEGUNDO CAPÍTULO O sernomundo em geral como constituição fundamental da presença 12 Caracterização prévia do sernomundo a partir do serem como tal Nas discussões preliminares 9 destacamos caracteres ontológicos que iluminarão de modo seguro as investigações posteriores Sua concretude estrutural no entanto só poderá ser alcançada ao longo da investigação A presença é um ente que na compreensão de seu ser com ele se relaciona e comporta Com isso indicase o conceito formal de existência A presença existe Além disso a presença é o ente que sempre eu mesmo sou Ser sempre minha pertence à existência da presença como condição que possibilita propriedade e impropriedade e portanto não se pode pensar em algo simplesmente dado de uma coisa corporal o corpo humano dentro de um ente simplesmente dado O sernão só pode indicar que uma coisa simplesmente dada está especialmente dentro de outra porque em sua origem o em não significa de forma alguma uma relação espacial desta espécie em significa estou acostumado a habitar deterse em significa cultivo alguma coisa possuo o significado de colo não destino de hábito do objeto de alguma qual pertence ao ser neste sentido é o ente que sempre eu sou mesmo a dizer não se tornará um objeto absoluto no ser A presença não foi pensada como um fragmento em determinações modos de ser Podese exemplificar a multiplicidade desses modos de ser em várias já se impuseram em seus sentimentos de si mesmo produzir alguma coisa fazer desaparecer ou deixar perderse alguma coisa empreender impelirse interrogar considerar discutir determinar Esses modos de ser possui o modo de ser da ocupação que ainda será caracterizada mais profundamente relação com o mundo Essa estrutura possui a claridade da presença de uma entidade o que se encontra dentro do corpo em conexão direta é a fundamentação da estrutura ontológica do ser Essa estrutura é exposta nas particularidades da origem do ser que é estruturado mas também desestruturado devido à sua relação contínua com o modo de ser do mundo Ser simplesmente dado dentro de um dado ou ser simplesmente dado como algo dotado do mesmo modo de ser no sentido de uma determinada relação de lugar são características ontológicas que não são dotadas do modo de ser da presença dente por si mesmo na pregnância de uma interpretação inadequada Desse modo esta interpretação tornase o ponto de partida qualificada evidente para os problemas da epistemologia que é metafísica do conhecimento Pois o que é mais evidente do que um sujeito se referir a um objeto e viceversa Esta correlação do sujeitoobjeto é um pressuposto necessário Mas tudo isso embora inatacável em sua facticidade ou melhor justamente por isso permanece um pressuposto fatal quando se deixa obscura a sua necessidade e sobretudo o seu sentido ontológico Não apenas na epistemologia mas na maior parte das vezes tomase o conhecimento do mundo exclusivamente como exemplo do fenômeno de serem pois se entende a atitude prática como não teórica e aética Porque esse primado do conhecimento desorienta a compreensão do modo de ser mais próprio do conhecimento devese ressaltar de maneira ainda mais precisa o sernomundo no tocante ao conhecimento do mundo e tornálo visível como uma modalidade existencial do ser em 13 Exemplo do serem num modo derivado O conhecimento do mundo Partindo dessa suposição não se vê o que está implicitamente dito na tematização mais primordial do fenômeno do conhecimento a saber que conhecer é o modo de ser da presença enquanto sernomundo isto é que conhecer tem sua fundação dentro de uma constituição ontológica Contra esta indicação do achado fenomenal de que conhecer é um modo ontológico do arrumado podese objetar que com tal interpretação do conhecimento aniquilase o problema do conhecimento pois o que ainda haveria de se questionar se na verdade ele só poderia ser alcançado transcendido e isto Mesmo assim a questão assim formulada reaparece mais uma vez o ponto de vista construtivista não demonstrando nos fenômenos mas ao perguntar que estima decide se em qual sentido deve haver um problema do conhecimento a nada se pergunta o fenômeno do conhecimento e o modo de ser que o mesmo conhece TERCEIRO CAPÍTULO A mundanidade do mundo 14 A ideia de mundanidade do mundo em geral Em primeiro lugar devese tornar visível o sernomundo no tocante a seu momento estrutural mundo O cumprimento desta tarefa parece tão fácil e trivial que sempre se acreditou poder prescindir dela O que poderia significar descrever o mundo como fenômeno Seria deixar e fazer ver o que se mostra no ente dentro do mundo O primeiro passo consistiria então em elencar tudo o que se dá no mundo casas árvores homens monstros estelas Podemos retratar a configuração destes entes e contar o que neles e com eles ocorre Mas é evidente que tudo isso permanecerá um ofício préfenomenológico do ponto de vista fenomenológico não pode ser relevante A descrição fica presa aos entes É cética O que por procurar é o ser Em sentido fenomenológico determinase a estrutura do fenômeno e que se mostra enquanto ser é a estrutura ontológica coisas naturais a natureza como tal a substancialidade e o caráter ontológico das coisas naturais das substân cias Esse caráter é diferente do todo do que constitui o seu sentido ontológico Que isso dá uma perspectiva uma direção única de questionamento Mas será que investigando desse modo questionamos ontologicamente o mundo A problemática assim caracterizada é sem dúvida ontológica Entretanto mesmo que se lograsse a mais pura explicação do ser da natureza através das afirmações fundamentais da física matemática essa ontologia nunca alcançaria o fenômeno mundo Em si mesma a natureza é um ente que venho ao encontro dentro do mundo e que pode ser descoberto seguindose caminhos e graus diferentes Não deveríamos então aternos primeiro aos sentidos que imediatamente na maioria das vezes a préciência se defltem isto é coisas dotadas de valor Não será isso que mostramos propriamente o mundo em que vivemos Veja elas mostram de fato mundo de forma mais penetrante Essas coisas nos entanto são também elementos dentro do mundo Nem um retrato ótico dos entes intramundanos nem a interpretação ontológica do ser destes alcançam como tais o fenômeno do mundo Em ambas as vias de acesso para o ser objetivo já é presunção de muitas maneiras o mundo Não será então que em última instância se poderia interpelar o mundo simplesmente como determinando estes entes Na verdade chamamos esses entes de seres intramundanos Ser o mundo um caráter de ser da présciência Toda préciência não será ser da experiência do mundo Mas como isso mundo não seria algo subjetivo Como então e se assim possuir meu mundo comum quem nós sem dúvida estamos E quando o coloco a questão do mundo que como está subentendido Nem mesmo aquele em si a mundanidade do mundo em geral 104 Mundanidade é um conceito ontológico e significa a estrutura do ser a um momento constitutivo do sernomundo Em relação a um conceito de mundo ou se entende também a analítica por assim dizer que pode abranger uma multiplicidade de entes como ocorre por exemplo na expressão mundo usada pelos matemáticos que designa a região dos objetos possíveis da matemática Mundo pode ser novamente entendido em sentido ótico Nesse caso é o contexto em que de fato uma préciência vive como présciência e não o ente que a présciência em sua essência não é mas que pode vir ao seu encontro dentro do mundo Mundo possui aqui um significado préontológico enquanto existencial Desde então resultam diversas possibilidades mundo em relação a mundo público dos nós ora o mundo circundante mais próximo doméstico e próprio 107 A demonstração fenomenológica de ser dos entes que se encontram mais próximos se faz pelo conduzir do sernomundo cotidiano que também chamamos de modo de lidar no mundo e com o ente intramundano Esse modo de lidar já sempre se dispersou numa multiplicidade de modos de ocupação Como se viu o modo mais imediato de lidar não é o conhecimento meramente perceptivo e sim a ocupação do manuseio e uso a qual possui um conhecimento próprio A questão fenomenológica vale sobretudo para o ser dos entes que vêm ao encontro nessa ocupação Para assegurar a investigação do ser ela será necessária uma descrição metodológica preliminar 108 acontece segundose o filho condutor de uma delimitação prévia daquilo que faz de um instrumento instrumento ou seja da instrumentalidade o religio confundendo destinase à leitura do tempo A obra que se dá ao encontro sobretudo no modo de lidar da copulação que está sendo trabalhada deixa de ir visitar em encontro na possibilidade de emprego constitutivo na essência para Wozu ela foi produzida O mundo de mesmo não é um ente intramundano embora o determine de tal modo que ao ser descoberto e encontrado em seu ser o ente intramundano só pode se mostrar profundo mundo de mundo O modo de lidar com a ocupação não se depara apenas com o que pode ser empregado em meio ao que já está à mão Desaparece com o que falta com o que não apenas não pode ser manuseado mas com o que de modo algum está à mão Esse tipo de falta como encontro de algo que não está à mão põe de novo na descoberta o manual embora não contrário ser simplesmente dado Ao constatar o que não está à mão o manual assume o modo da importunidade N21 Quanto maior for a falta do necessário quanto mais propriamente ele se ar encontra não estando à mão tanto mais impostumo se torna o manual e isso de tal maneira que parece perder o caráter de manualidade Ele se desdobra como algo simplesmente dado que não pode ser como se falta Ficar sem saber o que fazer é um modo deficiente de ocupação que descreve o ser simplesmente dado em manual Da mesma forma a falta de um manual cujas possibilidades cotidianas é tão evidente que ele nem sequer tomamos conhecimento constitui uma quebra dos nossos referendos descobertos na circunvisão A circunvisão desaparece com o vazio e so então é que para que wouf e com que vomit estava a não aquilo que faltava Novamente anunciase o mundo circunstante O que assim aparece não é em si mesmo um manual entre outros muitos menos do simplesmente dado que fundasse de alguma maneira o instrumento à mão Ele está presente ai antes de toda constatação e consideração Ele mesmo é inacessível a circumvisão na medida em que está sempre abrindo para o ente embora ele já tenha sempre aberto à circumvisão Abrir e abertura são termos técnicos que seriam empregados a seguir no sentido de destrancar A outra jamais significa portanto algo como concluir através de mensagens N23 O fato do mundo não consistir de manuais mostrase entre outras coisas porque junto com o evidenciarse do mundo nos modos interpretados da ocupação ocorre simultaneamente uma desmundanização do manual de tal maneira que ele aparece como ser simplesmente dado Para que se possa encontrar o instrumento manual em seu semesm nas ocupações cotidianas do mundo circumstante as referências e conjuntos referenciais em que a circumvisão se empenha não devem ser tematizados para ela e nem principalmente para uma expressão temática desprovida de circumvisão O não anunciarse do mundo é a condição de possibilidade de que no manual não caiba surpresa E é isso que se constitui a estrutura fenomenal do seremsi desse ente aprendida como referência Devese no entanto observar essa referência enquanto sinal não é a estrutura ontológica do sinal enquanto instrumento A singularidade do caráter instrumental do sinal evidenciase em sua criação Criase o sinal numa previsão própria da circunstância e a partir dela O manual vem ao encontro dentro do mundo O ser desse este a manualidade remete ontologicamente portanto de alguma maneira ao mundo e à mundanidade etc como referências determinadas O para quê de uma servente Wozu N26 e de um que Wfür é uma possibilidade de emprego delinear a conexão possível da referência A ação de mostrar ou de marretar do material contudo não são propriedades dos entes Não são propriedades em sentido algum caso esse termo deva designar sua estrutura ontológica de uma determinação possível da coisa Em todo caso o manual é apropriado ou não apropriado e nessas apropriações essas propriedades se acham por assim dizer articuladas do mesmo modo que o ser simplesmente dado na qualidade de modo possível de ser um manual na manudação A serventa referência porém como constitutivo do instrumento também não é o ser apropriado de uma vez mais a condição ontológica da possibilidade para que possa ser determinado por apropriações O dira pois nesse caso referência O ser do manual tem a estrutura da referência Isso significa ele possuí sei mesmo o caráter de estar referido a O ente se descobre nada mais como aquilo que é referido a uma distância como o ente que está junto O caráter ontológico do manual é a conjunção N28 Na conjunção se diz algo deixa e faz junto O essa remissão de como junto se pretende indicar como o termo referencial de pares Conjuntura é o que dois dos entes intramundanos em que cada um deles é desde sempre liberouse Junto com ele enquanto ente sempre se dá uma conjunção O fato de ser uma conjunção constitui a determinação ontológica de ser deste ente e não uma afirmação cínica sobre ele Aqui junto a que possui uma conjunção é o para quê Wozu da serventa o que Wfür da serventa pois a possibilidade de emprego Como o para quê Wozu da serventa pois se dar novamente uma conjunção própria por exemplo como ela mesmo essa justificativa não se presume da mesma maneira pois o modo de lidar com o encontro dos entes a présequência que se refere a um certo ente referencial com base na mundanidade do mundo que pode descobrirse em seu emsi substancial E somente quando o ente e e simplesmente dado determinada substância pode ser recolhida Qual é esta propriedade no tocante a res corporea Nem extensa in longo latum et profundum substantiae corporum naturam constitut que não é humano A substancialidade é ideia de ser que remete a caracterização ontológica da res extensa Per substantiam Descartes não apenas recua intermitentemente diante da questão ontológica da substantividade como enfrenta explicitamente que a substância como tal isto é a substancialidade já é em si mesma de antemão inaceitável para si mesmo Veramente não pode existir substância prima nem sequer por si non affecta o ser é ele mesmo não nos afeta não podendo por isso ser percebido Segundo a sentença de Kant que apenas repete a frase de Descartes o ser não é um predicado real Com isso renunciase em princípio à possibilidade de uma problemática pura do ser e buscase uma saída pela qual se possam obter as determinações acimas caracterizas das substâncias Porque ser de fato não é acessível como os entes eles passam a ser expostos por determinações ónticas das mesmas questões isto é pelos atributos Mas não por quaisquer atributos e sim por aqueles que satisfazem de maneira mais pura o sentido do ser e da substantivalidade pressupostos sem discussão Na substância finita como res corpórea a extensão é a atribuição primordialmente necessária Quin et facilis intelligimus substantiam extenso vel substantiam cogitantem quam substantiam solam omisso eo quod cogitet vel sit extensa pois só se pode distinguir a substancialidade ratione tantum a neare e só se pode constatar a como uma substância em si mesmo Assim tornamse claros os fundamentos ontológicos da identificação do mundo como res extensa a ideia de substantividade não é definida 21 A discussão hermenêutica da ontologia cartelesana do mundo Impõese uma questão crítica Será que esta ontologia do mundo investiga o fenômeno do mundo Se não o faz será que menos determina um ente intramundano a ponto de tornar visível a sua determinação mundana Ambas as perguntas devem ser lógicas O ente que em princípio Descartes tenta apreender de maneira ontológica em extensão é um ente que só pode ser descoberto mediante a passagem por um ente intramundano imediatamente a isso Contudo por mais que isso seja correto e por mais equivocada que seja a própria caracterização ontológica deste determinado ente intramundano natureza tanto a ideia de substancialidade quanto o sentido de existir e existendum assumem em sua definição subsiste a possibilidade de se colocar e desenvolver algo em mundo o problema ontológico do mundo através de uma ontologia fundada na distinção radical entre Deus e o mundo Se porém mesmo essa possibilidade não se der então devese apresentar uma comprovação explícita de que Descartes não apenas fornece uma determinação ontológica falha mas que a sua interpretação e seus fundamentos levaram a que se passasse por cima do fenômeno do mundo bem como do ser dos entes intramundanos que estão imediatamente à mão Na exposição do problema da mundanidade indicouse a importância de se obter uma via de acesso adequada ao fenômeno Na discussão crítica do problema cartesianas terrenos pois de perguntar Que modo de ser da presença é estabelecido como a via de acesso adequada ao que enquanto existência Descartes identifica como por esse ente o conhecimento a intelecto 140 141